jornal de abrantes abril 2014 final

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de Passagem de nível cortada em Tramagal O acesso aos campos de cultivo está inter- dito. Agricultores já manifestaram o seu protesto e desagrado pela situação e exi- gem a reabertura da passagem. Pág 26 O orgulho que Sardoal sente em cumprir a tradição pascal A celebração da Semana Santa assume-se como um importante património cultural e religioso de Sardoal. Mas muitas outras atividades atraem visitantes e sardoalenses que vivem longe. Págs. 11 a 14 Festas de Constância com cor, animação, desporto e tradição Nª Senhora da Boa Viagem volta a cumprir a tradição em Constância, com a bênção dos barcos . Entre 19 e 21 de abril há propostas para todos os gostos e José Cid é cabeça de cartaz. Págs. 15 a 18 Abrantes teve o seu 25 de Abril uma semana depois, mas com força Quem estava em Abrantes em 1974 diz o mesmo: 25 de Abril, não houve, mas o 1º de Maio foi em força. As ruas encheram-se de gente. Os estudantes fizeram cartazes e distribuíram flores. Págs. 19 a 22 REGIÃO DESCOBERTAS DE NOVAS JAZIDAS ABRIL 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5518 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Sardoal e Mação vão ter água da Albufeira de Castelo de Bode Há ouro em Vila de Rei! Pág. 4 SEMANA SANTA SARDOAL FESTAS DE CONSTÂNCIA 40 ANOS DE ABRIL

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Jornal de Abrantes, edição de Abril de 2014. Jornal dos concelhos de Abrantes, Sardoal, Constância, Mação, VN Barquinha e Vila de Rei

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Page 1: Jornal de abrantes abril 2014 final

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

Passagem de nível cortada em Tramagal

O acesso aos campos de cultivo está inter-dito. Agricultores já manifestaram o seu protesto e desagrado pela situação e exi-gem a reabertura da passagem. Pág 26

O orgulho que Sardoal senteem cumprir a tradição pascalA celebração da Semana Santa assume-se como um importante património cultural e religioso de Sardoal. Mas muitas outras atividades atraem visitantes e sardoalenses que vivem longe. Págs. 11 a 14

Festas de Constância com cor,animação, desporto e tradiçãoNª Senhora da Boa Viagem volta a cumprir a tradição em Constância, com a bênção dos barcos . Entre 19 e 21 de abril há propostas para todos os gostos e José Cid é cabeça de cartaz. Págs. 15 a 18

Abrantes teve o seu 25 de Abril uma semana depois, mas com forçaQuem estava em Abrantes em 1974 diz o mesmo: 25 de Abril, não houve, mas o 1º de Maio foi em força. As ruas encheram-se de gente. Os estudantes fizeram cartazes e distribuíram flores. Págs. 19 a 22

REGIÃODESCOBERTAS DE NOVAS JAZIDAS

ABRIL 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5518 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Sardoal e Mação vão ter água da Albufeira de Castelo de Bode

Há ouro em Vila de Rei!

Pág. 4

SEMANA SANTA SARDOAL FESTAS DE CONSTÂNCIA 40 ANOS DE ABRIL

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2 ABRIL 2014ABERTURA

IDADE? 46RESIDÊNCIA? AbrantesPROFISSÃO? Engenheiro Eletro-técnico, sócio gerente da empresa J. Damasceno e Filhos Lda.UMA POVOAÇÃO? AbrantesUM CAFÉ? Aquapolis CervejariaPRATO PREFERIDO? Cozido à Por-tuguesaUM RECANTO PARA DESCOBRIR? Cabeça Gorda (Albufeira do Castelo de Bode)UM DISCO? Moonspell (Sin)UM FILME? O CorvoUMA VIAGEM? Egipto para ver as pirâmidesUMA FIGURA DA HISTÓRIA? De momento António de Oliveira Sa-

lazar, porque atualmente era o que necessitávamos, para pôr cobro aos gastos despesistas, excessivos e mordomias dos nossos governantes e acabar com os lóbis do poder ins-taurados no governo.UM MOMENTO MARCANTE? O nascimento do meu fi lho, pois é o que mais amo.UM PROVÉRBIO? “Tudo o que feito à medida é curto” - uma La PaliçadaUM SONHO? Paz mundialUMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Passar um belo dia de verão na Cabeça Gorda a apanhar sol e tomar umas banhocas no rio.

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes,

Francisco Rocha e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

@lenacomunicacao.pt

Editora e proprietáriaMedia On - Comunicação

Social, Lda.Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos, Jo-

aquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves [email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

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Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornal abrantesde

Daniela GasparRio de Moinhos

Acho que o 25 de Abril foi deter-minante para quem o vivenciou e com repercussões nos dias de hoje.

É um marco da história de Por-tugal e uma referência na atuali-dade. Conquistou-se a liberdade de expressar a nossa opinião sobre qualquer assunto e isso é o mais importante.

Maria Inês Bispo Vieira SecoAbrantes

Considero que a revolução dos cravos foi benéfi ca para Portugal. O nosso país mudou completa-mente e graças a isso hoje temos liberdade de expressão, mais cui-dados de saúde e melhor educa-ção. O 25 de Abril é uma data histó-rica para a democracia portuguesa. Desta forma, é comemorado como o Dia da Liberdade, sendo um dos feriados portugueses.

João FradeSouto

É uma data que muitos gostam de relembrar mas cujo signifi cado tem-se vindo a perder. Talvez porque o povo tem receio de voltar a unir-se com medo de perder a pouca es-tabilidade que vai conseguindo. A meu ver o 25 de Abril está a tornar-se apenas uma memória para a maioria das pessoas. Contudo é esta memó-ria da “luta” que foi feita pelos nossos avós para que as gerações futuras pudessem ter um futuro melhor.

FOTO DO MÊS

INQUÉRITO

A sorte de ter uma vida

EDITORIAL

Nas páginas desta edição, Jorge Lacão, um dos dois jovens estudantes que, na varanda da Câmara de Abrantes, falou ao povo abrantino na manifestação do 1º de Maio de 1974, diz que teve “a sorte gera-cional de ter podido participar” naqueles momentos. E esta expressão tem muito a ver com o sentimento que percorreu as gerações seguintes, aquelas que ouviam falar da crise estudantil e da revolução apenas como episódios da História. Tam-bém queriam ter tido essa “sorte”, mas nasceram tarde demais.

Essas gerações seguintes – as crianças de Abril – viveram de uma outra forma porque alguém, antes, fez alguma coisa. Lembrando que os tempos são agora completamente diferentes, Jorge Lacão acrescenta que hoje o que é preciso é “muita lucidez, determinação e coragem” para resolver os novos problemas. Im-porta, sobretudo, identifi car os verdadei-ros problemas. Os imediatos são, infeliz-mente, fáceis de perceber. Mas a nossa preocupação deveria ir mais além, de-víamos também pensar nos problemas de fundo que precisam de ser resolvi-dos agora para termos efeitos a médio e longo prazo.

As crianças de Abril (na qual me incluo) tiveram, regra geral, uma vida que foi sempre em crescendo. Os avós melho-raram de vida, os pais conseguiram um pouco mais e elas chegaram a patamares com que muitas famílias nunca tinham sequer sonhado. Foi bom fazer parte de uma geração em que todos podiam ir à escola. Foi mesmo muito bom assistir à alegria dos avós, praticamente analfabe-tos, ver muitos de nós chegar ao ensino superior e ter sucesso profi ssional.

As crianças de Abril fi zeram quase tudo, incluindo o que não deviam. Porque po-diam fazer opções, de vida, de trabalho, de amor… E de vícios e de exageros, tam-bém. Hoje, terão que encontrar outras formas de fazer opções. Já que não tive-ram a “sorte” de participar na mudança de 74, têm agora, já maduros, a obrigação de ajudar as crianças e jovens que se se-guem. Procure-se, pois, “a lucidez, a deter-minação e a coragem” que ajude a mudar o cenário que se segue.

As crianças e jovens de agora têm que ter uma vida, não podem simplesmente sobreviver como fi zeram quase todos os seus bisavós. A História não pode repet-ir-se. Importa, pois, pensar nos próximos 40 anos. Que cada um de nós pense no que pode fazer pelas gerações seguintes para além de responder às necessidades imediatas.

Hália Costa Santos

SUGESTÕES

Paulo Miranda Baptista Damasceno

O Dia Mundial da Água foi assinalado em Abrantes, com a reabertura de dois fontanários que voltaram a servir a população e os visitantes do concelho. A cerimónia contou com reabertura de um fontanário em Matagosa, freguesia de Carvalhal, e um outro em Água das Casas, freguesia de Fontes. A Câmara Municipal de Abrantes tem prevista a reabertura de cerca de 30 fontanários espalhados pelo concelho e pelo menos um cada freguesia por forma “a dar as melhores condições a quem habita nas localidades e para receber bem quem visita o concelho”, referiu ao JA Manuel Valamatos, vereador e presidente dos SMA

Qual o signifi cado do 25 de Abril hoje em dia?

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3ABRIL 2014 ENTREVISTA

JOANA MARGARIDA CARVALHO

José Miguel Trigo é o treinador e um dos responsáveis pela secção de canoagem do Clube Despor-tivo os Patos, de Rossio ao Sul do Tejo. Está no clube desde o ano de 2008 e, desde então, tem assistido a um evoluir constante desta sec-ção desportiva. Trabalha com ca-noístas de referência e tem sido um dos responsáveis pelo sucesso dos atletas e do próprio clube, le-vando a canoagem abrantina mais além.

Quando e como surgiu a secção de canoagem no clube?

A canoagem abrantina tem uma história de cerca de 12 anos. Come-çou com o João Laia, canoísta desde jovem, que iniciou a secção no seio do clube. De início, a secção assumia uma vertente mais lúdica, de ocupa-ção de tempos livres e apenas com a participação em torneios regionais. Depois, com o aumento de atletas e o surgimento de alguns resultados, começámos a crescer e a tornar a se-ção cada vez mais profi ssional.

Como ingressou no clube?A minha ligação surgiu devido ao

meu filho, António Trigo, que co-meçou a praticar canoagem no ano de 2004. Inicialmente, e como esta modalidade necessita bastante do apoio dos pais, eu ia para ajudar. De-pois, no ano de 2009, de uma forma formal, fi quei responsável pela sec-ção. Nessa altura, tínhamos cerca de seis atletas, os treinos não eram tão regulares, as provas eram sobretudo regionais. Foi-se sentido, portanto, a necessidade de subir para um pata-mar superior. Começámos nas pro-vas nacionais, com treinos constan-tes, com uma estrutura montada, com todos os equipamentos para re-alização dos treinos e provas e para a obtenção de bons resultados. Foi

uma conquista gradual, para alcan-çarmos a estrutura de hoje.O que vai assinalar esta nova época desportiva? Quais vão ser os objetivos principais?

O nosso objetivo primordial nunca foi trabalhar para os rankings nem para as qualifi cações porque o prin-cipal objetivo é valorizar cada atleta individualmente, maximizando as suas potencialidades. Temos atle-tas com mais dificuldades, outros com mais capacidades, mas todos são bem-vindos e reúnem a mesma atenção. Não é fácil defi nir objetivos, pois temos atletas a lutar para ir aos mundiais e europeus, outros para serem os melhores a nível nacional ou regional. Temos recebido várias inscrições para a nova época, tanto do sexo masculino como feminino, e é um facto que a taxa de desistên-cia é muito residual. Isso deve-se a um trabalho de formação muito in-tenso, onde há depois um aprofun-damento da técnica e de preparação física e competitiva. Ao longo dos anos, criámos um grupo muito inclu-sivo e com grandes amizades.

Os últimos Jogos Olímpicos fo-ram determinantes para a proje-ção desta modalidade?

Foram muito importantes. A cano-agem foi responsável por metade dos pontos alcançados por Portu-gal, tendo sido a única modalidade medalhada. Para nós, não consti-tuiu uma surpresa, foi o resultado de muitos anos de trabalho. A canoa-gem tem sido uma das modalidades que mais tem alcançado resultados de fi nalistas e de pódio e medalhas internacionais. Isto deve-se à aposta forte que a Federação Nacional tem dado nas competições e às seleções nacionais, com a contratação de um selecionador polaco, que tem pro-movido uma outra cultura de traba-lho. A canoagem no país está muito bem. Hoje, um atleta que seja cam-peão nacional é um atleta de topo a nível internacional.

A secção de canoagem tem sido responsável pela organização de uma prova do campeonato naci-onal. Como tem corrido?

Temos tido a felicidade de sermos um dos escolhidos para organizar

a prova. É um momento de grande responsabilidade que envolve uma grande logística e muitos atletas, já chegámos a reunir cerca de 600. Para os canoístas do clube é sem-pre um bom momento, pois é um plano de água que eles conhecem, onde têm o apoio de família e ami-gos e onde estão a fazer “em casa” o que mais gostam. Esta prova nacio-nal tem sido, também, uma forma de divulgar o nosso trabalho, as nos-sas condições e a canoagem abran-tina a nível nacional, numa zona do país onde a modalidade não estava muito divulgada.

Quais são os apoios atribuídos à secção de canoagem?

Recebemos através da CM de Abrantes um apoio integrado no Fi-naAbrantes que, no último ano, re-presentou 40% da receita. Depois, ainda temos um apoio direto que nos chega através do pagamento de cotas dos próprios atletas. São apoios muito importantes mas, há constrangimentos próprios ineren-tes à modalidade, como a compra de embarcações, equipamentos, des-

locações para provas, etc, que nem sempre são fáceis de contornar. São bastantes encargos que têm sido superados com muita imaginação, muito esforço e com uma gestão muito controlada. O apoio particular é uma área que temos de explorar mais pois não temos conseguido de-monstrar o interesse que pode ha-ver na associação a esta modalidade, com provas dadas e resultados con-seguidos. Uma outra preocupação que reside é a escassez de espaço na estação de canoagem que começa a ser limitada para tantos atletas.

Francisca Laia e António Trigo, ca-noístas d’ Os Patos, integraram a Seleção Nacional e já conquista-ram inúmeros resultados e vitó-rias. Qual é o segredo para tantas conquistas?

O segredo é o empenho e a dedi-cação que eles depositam no que fa-zem. Ambos tiveram resultados ex-celentes e penso que ainda vão ser melhores no futuro. Tanto um como o outro têm capacidade para repre-sentar o país nos Jogos Olímpicos.

Destaque alguns momentos mar-cantes que vivenciou com estes dois atletas…

Já houve muitos momentos es-peciais. Com a Francisca, enquanto júnior, destaco a primeira medalha europeia na Croácia nos 200 me-tros. Ela era encarada como uma atleta “desconhecida” e ninguém lhe dava ainda o devido crédito e nem mesmo, penso eu, no seio da Fe-deração acreditavam na conquista. Foi um resultado marcante para ela, para o clube, para todos, foi fruto de muito trabalho. Quando ninguém acreditava, ela conseguiu. Com o An-tónio realço o mundial de juniores no Canadá onde ele alcançou o sé-timo lugar a nível mundial. Penso que também ninguém estava à es-pera e foi muito bom!

• José Miguel Trigo: “O apoio particular é uma área que temos de explorar mais”

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JOSÉ MIGUEL TRIGO, TREINADOR DA SECÇÃO DE CANOAGEM DO CLUBE DESPORTIVO OS PATOS

“O principal objetivo é valorizar cada atleta individualmente”

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4 ABRIL 2014DESTAQUE

Sardoal e Mação vão ter água a partir da Albufeira de Castelo do BodeA empresa Águas do Centro vai investir 10 milhões de eu-ros nos sistemas de abasteci-mento de água para Mação e Sardoal, concelhos que serão abastecidos a partir de 2015 pela Albufeira de Castelo do Bode.

“O objetivo é abastecer os dois concelhos a partir de um ponto comum, no caso, a Al-bufeira de Castelo do Bode, a partir da Estação de Cap-tação de Cabeça Gorda, em Abrantes, sendo que Mação ainda vai ter mais dois pon-tos de abastecimento, a partir do Brejo e das Corgas”, explica Amável Santos. Este adminis-trador delegado da Águas do Centro lembra que estes municípios, que têm um con-trato de concessão com a em-presa até 2031, são neste mo-mento abastecidos de forma diferente: no caso do Sardoal, pela Barragem da Lapa, e, no caso de Mação, por diversas origens, nomeadamente por furos subterrâneos.

O projeto global, em fase fi -nal de concurso público, “vai implicar um investimento na ordem dos 10 milhões de

euros, no abastecimento de água e tratamento de águas residuais, com a construção de cerca de 130 quilómetros de condutas, e construção ou remodelação de mais de 50 reservatórios, de maior ou menor dimensão”, fez notar aquele responsável.

A este valor acresce a cons-trução de duas Estações de Tratamento (ETAR), em Sar-doal e Mação, “já adjudicadas

por 2,1 ME”, e ainda a cons-trução de 12 pequenas ETAR, “ainda em processo de pro-jeto”, num valor estimável “superior a 1 milhão de eu-ros”, antecipou.

Os trabalhos, com uma pre-visão de arranque para “maio ou junho” deste ano, vão prolongar-se por 12 meses, perspetivando aquele ges-tor um “prazo de vida de in-vestimento para os próximos

50 anos”.A Barragem da Lapa do Sar-

doal, realçou ainda, “não tem capacidade sufi ciente de ar-mazenamento de água para abastecer os dois concelhos”, pelo que a empresa optou por uma outra origem da captação de água para abas-tecimento a partir de um ponto comum.

Para além do mais, na Bar-ragem da Lapa, inaugurada

em 2002, foram detetadas anomalias na sua constru-ção, com uma fissura junto à parede do descarregador e a inexistência de tela de iso-lamento no paredão junto à fonte de captação, “defi ciên-cias que condicionam o to-tal aproveitamento da bar-ragem e respetivo enchi-mento”, como recorda, ao JA, o presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges.

O futuro da Barragem da Lapa poderá assim passar por outros fins que não o abastecimento de água para consumo humano, tendo Borges feito notar que o in-vestimento público naquela infraestrutura foi de 4,5 mi-lhões de euros.

“Há uma premissa que é in-tocável: água com quantidade e qualidade, e isso está asse-gurado a partir da Albufeira de Castelo do Bode. Agora, ainda há que encontrar um destino para uma barragem que custou muito dinheiro ao erário público”, frisou.

Em declarações ao JA, o presidente da Câmara de Ma-ção, Vasco Estrela, disse que o abastecimento de água ao concelho, em quantidade e qualidade, “era o que estava acordado há vários anos com a empresa”, tendo manifes-tado a sua “satisfação por fi -nalmente se ter chegado a uma solução”.

A empresa Águas do Centro é responsável pelo abasteci-mento a 17 municípios numa área de influência de 6.500 quilómetros quadrados.

Mário Rui Fonseca

O presidente da Câmara de Sardoal afi rma que a autarquia está à espera há mais de dez anos que as anomalias dete-tadas na construção da Barra-gem da Lapa sejam retifi cadas, uma situação que considerou “lamentável”.

Com um investimento de 4,5 milhões de euros, 1 milhão dos quais dos fundos munici-pais, aquela infraestrutura, que serve para o abastecimento de água para consumo humano ao concelho de Sardoal, tem hoje uma imposição de cota máxima permitida de 164 me-tros, dos 170 metros possíveis, sendo que a Barragem da Lapa até hoje não foi entregue pelo consórcio construtor à Câmara Municipal.

Com uma altura de 21 me-tros e um nível pleno de arma-zenamento previsto de 640 000 metros cúbicos, os de-feitos de construção da bar-

ragem da Lapa, infraestrutura inaugurada em dezembro de 2002, tem hoje uma imposi-ção de cota máxima permitida de 164 metros, valor a partir do qual obriga a descargas con-troladas à razão de 10 centí-metros por dia.

Em declarações à Antena Li-vre, o presidente da autarquia disse que “até hoje não foi en-tregue” pelo consórcio constru-tor à Câmara Municipal do Sar-doal, município que se “recusa a rececionar a obra sem as de-vidas correções às anomalias” detetadas na infraestrutura.

“O consórcio construtor da Barragem da Lapa foi notifi-cado em 2004 para proceder à correção das anomalias dete-tadas na infraestrutura hidráu-lica, mas até hoje, dez anos de-pois, não fez as obras”, criticou Miguel Borges, tendo obser-vado que a infraestrutura “está em funcionamento, mas de

forma limitada”.Uma inspeção realizada em

2004 pelo Instituto Nacional da Água (INAG) obrigou ao iní-cio de descargas controladas na Barragem da Lapa, em vir-tude de se verifi car, “por defi -ciente construção”, uma fi ssura junto à parede do descarrega-dor e a inexistência de tela de isolamento no paredão junto à fonte de captação, “defici-ências que condicionam”, afi r-mou Borges, o total aproveita-mento da barragem e respe-tivo enchimento.

Segundo Miguel Borges, os problemas de construção “não representam perigo” para a população, uma convicção “assente em pareceres técni-cos” do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que procede a análises e registos de inspeções de rotina, nome-adamente a fi m de se deteta-rem sinais ou evidências de

deteriorações e anomalias, no corpo da barragem, nos siste-mas de drenagem e imperme-abilização, bem como nos sis-temas de observação.

Segundo disse o autarca, o consórcio construtor apresen-tou “recentemente” um pro-jeto de reabilitação da barra-gem que duraria “cerca de seis meses” e que “obrigaria ao seu esvaziamento total”, interven-ção que a Câmara “não aprova”, tendo em conta que as obras iriam implicar que o município fi casse sem sistema de abaste-cimento água à população.

“Ou fazem um outro projeto, que mantenha o sistema, ou vamos ter de encontrar um sis-tema alternativo de abasteci-mento de água ao concelho, enquanto as obras durarem, e abdicando da atual funcionali-dade da barragem, dirigindo-a para outros fi ns”, notou.

MRF

Câmara de Sardoal aguarda há 10 anos por correção de anomalias na Barragem da Lapa

Paul

o So

usa

• Barragem da Lapa, em Sardoal, vai ter outros fi ns que não o abastecimento de água para consumo

Page 5: Jornal de abrantes abril 2014 final

jornaldeabrantes

5ABRIL 2014 SAÚDE

Médica chega a Abrantes para reforço de milhares de utentes

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM Abrantes, anunciou que uma nova mé-dica de família vai começar a exercer na freguesia de Tra-magal e na cidade de Abran-tes, tendo ainda manifestado a intenção de integrar futu-ramente esta profi ssional na Unidade de Saúde Familiar (USF) e no regime de incen-tivo fi nanceiro previsto.

A autarca referiu que o ACES do Médio Tejo vai, atra-vés de um regime de presta-ção de horas, minorar o pro-blema da falta de médicos em algumas freguesias que estão completamente des-protegidas, nomeadamente em Carvalhal, São Facundo, Bemposta, Vale das Mós, Tra-magal e Abrantes.

“Continuamos a pôr palia-tivos nesta situação, com a contratação de médicos em regime precário, nomeada-mente em prestação de ho-

ras, e esta médica, que virá até ao fi nal do ano, também não nos dá a salvaguarda de uma continuidade,” alertou a autarca. “Estamos a traba-lhar na USF que servirá o con-celho e outras populações e queremos crer que, em breve, teremos uma situação de maior conforto em termos de cuidados primários.”

Além de atribuir incentivos fi nanceiros aos médicos que aceitem trabalhar em Abran-tes, entretanto autorizados pela ARS-LVT, o município já adjudicou as obras no valor de um milhão de euros para requalifi car o edifício da an-tiga rodoviária de Abrantes, no centro da cidade, e ali co-locar a funcionar a USF e o novo centro de saúde. “A obra física já está adjudicada, está agora no Tribunal de Contas, mas precisamos de profissi-onais de saúde que queiram integrar esta equipa no âm-

bito da Unidade de Saúde Fa-miliar”, reforçou Maria do Céu Albuquerque.

Utentes do Médio Tejo anunciam vigília

A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) anunciou a reali-

zação de uma vigília no dia 11 de abril, entre as 19h30 e as 22h30. Até lá os muníci-pes serão convidados a assi-nar um documento, expres-sando “de forma clara e obje-tiva o seu apoio” às propostas apresentadas.

Em conferência de im-prensa para “denunciar o que

está mal e propor soluções concretas que respeitem as necessidades das popula-ções em cuidados de saúde”, o porta-voz da CUSMT disse que as sucessivas reorganiza-ções do CHMT foram “causa de mais sofrimento e ansi-edade a cada vez mais pes-soas”.

Manuel José Soares disse que nos últimos dois anos “piorou o acesso aos cuida-dos de saúde, a concentra-ção de serviços não corres-pondeu a mais qualidade, as distâncias que doentes e fa-miliares têm de percorrer im-plicam mais sofrimento físico e mais despesas”, tendo ma-nifestado “preocupação” com os cuidados de saúde presta-dos na região, e reclamado por “novas medidas e melho-res respostas” aos utentes.

“Em termos gerais, precisa-mos de urgência, medicina interna, pediatria e ambu-latório nos três hospitais do CHMT, de mais médicos nos centros de saúde, manter a maternidade no Médio Tejo e as farmácias nos meio ru-rais, e promover a articula-ção entre os diversos níveis de prestação de cuidados de saúde, com proximidade e qualidade”, apontou.

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• Presidente da CM Abrantes anunciou na última reunião do executivo a chegada da nova médica de família

Page 6: Jornal de abrantes abril 2014 final

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Page 7: Jornal de abrantes abril 2014 final

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7ABRIL 2014

As 13 autarquias da Comuni-dade Intermunicipal do Mé-dio Tejo (CIMT) instauraram no dia 17 de março uma ação popular contra o Governo, na pessoa do primeiro-minis tro, em protesto pela nova or-ganização e funcionamento dos tribunais judiciais.

A ação popular, subscrita por unanimidade pelas 13 autarquias, foi entregue no Supremo Tribunal Adminis-trativo de Lisboa pela pre-sidente da CIMT, Maria do Céu Albuquerque, que tam-bém preside à Câmara Mu-nicipal de Abrantes, recla-mando pela “condenação do Governo e do Estado relati-vamente ao projeto de de-creto-lei”.

“A CIMT pretende que o Governo seja condenado a corrigir o projeto de dec-reto-lei, aplicando os critérios objetivos que ele próprio de-

fi niu para a reorganização do mapa judiciário”, defendeu Céu Albuquerque.

Maria do Céu Albuquerque disse ainda que os autarcas do Médio Tejo decidiram tam-bém apresentar queixa ao provedor de Justiça, conside-rando a “necessidade de salva-guardar o direito fundamen-

tal de acesso à Justiça, clara-mente colocado em causa com a presente reforma”.

Os autarcas do Médio Tejo pretendem que seja reconhe-cido que o decreto-lei apro-vado pelo Governo sobre a reorganização do mapa ju-diciário “contém normas que violam o direito dos cidadãos

residentes nos municípios”, e que a entrada em vigor do diploma “irá obrigá-los a sub-me terem-se a sacrifícios ab-solutamente desumanos, in-toleráveis e desproporcionais ao alegado interesse público da reforma judiciária”.

Por seu lado, a Assembleia Municipal de Abrantes pro-

moveu um colóquio para de-bater e esclarecer a comuni-dade acerca da reforma do novo mapa judiciário que contou com a presença de António Gameiro, depu-tado do PS, e António Filipe, do PCP. Ambos os deputa-dos defenderam que esta é uma reforma que assenta em mais custos para os cidadãos e que afasta a administração da justiça da comunidade.

António Gameiro lembrou que, para o PS, “os tribunais deveriam manter a sua rede, havendo uma afinação das competências, para que fos-sem os juízes a deslocarem-se e não os cidadãos”. Por sua vez, António Filipe referiu, após a publicação em Diá-rio da República do decreto-lei, os deputados do PCP vão suscitar a reapreciação do documento.

MRF e JMC

REGIÃO

Medidas que travem o despovoamento

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação e primeiro subscritor de uma moção apresentada no último Congresso do PSD contendo 14 propostas para travar os problemas es-truturais do interior do país, pede “bom senso” aos go-vernantes para, se não in-verter, pelo menos suster um cenário de abandono e degradação utilizando os instrumentos do próximo quadro comunitário “para humanizar e gerar riqueza”.

“Como é que podemos captar empresas quando é o próprio Governo a desistir do território?”, questionou quando confrontado com o resultado do levantamento dos serviços públicos encer-rados nos últimos anos feito pela agência Lusa e que teve por base informações de organismos ofi ciais.

De acordo com esses da-dos, no distrito foram fecha-dos mais de 540 serviços

públicos (o segundo com mais encerramentos logo a seguir a Viseu), na sua mai-oria escolas mas também extensões de saúde, postos de correios, freguesias ou outros, como delegações da Segurança Social ou da Agricultura.

Desígnio nacional

Perante um cenário de esvaziamento das aldeias, como já acontece no seu concelho, Vasco Estrela pede que a questão seja en-carada “como um desígnio nacional” e apela a que as políticas de racionalização de serviços não sejam feitas apenas à luz da economia mas respeitando as pessoas e feitas em diálogo com os eleitos locais, percebendo as especifi cidades e as dinâ-micas existentes. “Sensibi-lidade não custa dinheiro”, declarou.

Autarquias do Médio Tejo entregam ação popular contra o Governo

Os presidentes das Câ-maras de Sardoal e de Mação asseguraram à Antena Livre ter rece-bido a garantia do mi-nistro Poiares Maduro de que não iriam fechar mais serviços públicos nos municípios do inte-rior do país.

“Sentimos que os go-vernantes partilham das nossas preocupações e foi-nos garantido que os atuais serviços públicos prestados aos cidadãos, como as Finanças ou os balcões da Segurança Social, vão manter-se em todo o território e em cada município”, sau-daram os autarcas.

A garantia terá sido dada como resultado de uma reunião que decor-reu em Lisboa e que jun-tou o Ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Re-gional, Poiares Maduro. Em declarações à An-tena Livre, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, disse que a reunião “resultou num dia importante para os concelhos do interior”, tendo em conta as “ga-rantias dadas pelos go-vernantes de que não iriam fechar mais servi-ços no território nacio-nal através de um mo-delo de Loja do Cidadão que será implementado à medida de cada mu-nicípio e de acordo com cada autarquia”.

“O ministro Poiares Ma-duro assegurou que o serviço que hoje é pres-tado ao cidadão mant-er-se-á sempre em cada município, independen-temente do local onde seja prestado o serviço público”, sublinhou Mi-guel Borges, tendo feito notar que “o modelo que está a ser estudado vai ainda permitir a even-tual abertura de servi-ços que não existiam até aqui em alguns municí-pios”.

MRF

Autarcas acreditam que não vão perder mais serviços públicos

• Deputado do PCP e PS consideram que esta é uma reforma dispendiosa e que afasta os cidadãos da Justiça.

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8 ABRIL 2014REGIÃO

Mais de 6.500 serviços pú-blicos encerraram desde 2000, sobretudo no norte e interior de Portugal Conti-nental, e mais de 150 devem encerrar proximamente, de acordo com um levan-tamento feito pela agência Lusa junto de entidades ofi -ciais locais.

Segundo este levanta-mento, feito principalmente junto das Câmaras Munici-pais, foi possível verificar o encerramento de 6.562 orga-nismos e serviços públicos, entre os quais 4.492 esco-las, 249 extensões de saúde e 411 estações de correios, além da diminuição de 1.168 juntas de freguesia e do fi m

dos 18 governos civis.Viseu, com 707, Santarém

(535), Porto (514) e Aveiro (492) são os distritos onde mais serviços foram encer-rados, seguidos de Viana do Castelo (460), Braga (452), Vila Real (439), Coimbra (435) e Bragança (420).

As escolas foram os servi-ços que mais encerraram, um fenómeno que foi acen-tuado entre 2005 e 2011, e Viseu, com 555 escolas en-cerradas, foi o distrito onde mais estabelecimentos fe-charam, seguido de Santa-rém (413), de Aveiro (361) e de Viana do Castelo (354).

Por outro lado, abriram ou foram construídas nos últi-

mos anos 122 novas escolas e 439 centros escolares, prin-cipalmente no norte do país, embora a abertura destas in-fraestruturas não tenha, em muitos municípios, corres-pondência direta e propor-cional ao número de escolas encerradas, devendo-se an-tes a um fenómeno de mo-dernização do parque esco-lar.

As câmaras e também ad-ministrações regionais de saúde referiram o fi m de 249 extensões de saúde, nove blocos de parto e de 104 ou-tros serviços, incluindo-se aqui o fim de atendimento de urgências e a diminuição de valências e de horários de

funcionamento. Quanto aos CTT, empresa

entretanto privatizada, co-meçou a perder estações sobretudo a partir de 2002, mas muitas autarquias re-lataram que ao encerra-mento têm correspondido acordos com juntas de fre-guesia e entidades privadas para manter junto das popu-lações alguns dos serviços que eram prestados.

Foram ainda referidos os encerramentos de 13 enti-dades de turismo neste pe-ríodo, 22 centros de segu-rança social, nomeadamente tesourarias e 20 postos de GNR.

Encerraram ainda 41 ou-

tros serviços públicos con-siderados pelas entidades locais como tendo especial importância para aquela po-pulação específi ca. Entre es-tes foram referidos o fi m da ligação aérea entre Bragança e Lisboa, de Zonas Agrárias (delegações do Ministério da Agricultura) e de cartó-rios notariais públicos.

Entre os 155 serviços que estão previstos encerrarem nos próximos tempos desta-ca-se a extinção de 20 tribu-nais e a redução dos serviços em outros 27, que passam a Secções de Proximidade.

No entanto, também aqui há escolas: as autarquias relataram terem 59 esco-

las para encerrar proxima-mente, prevendo, em con-trapartida, a abertura de mais cinco novos centros es-colares e 35 novas escolas.

Nestas contas não foi in-cluído o previsível encerra-mento de repartições de Fi-nanças, por não existir ainda uma proposta concreta do atual Governo neste sen-tido.

No entanto, de acordo com uma projeção do Sindicato dos Trabalhadores do Im-postos, 154 destas reparti-ções, cerca de metade das atualmente existentes, po-dem encerrar, sobretudo no interior norte e sul.

Lusa

PAÍS A FECHAR

Encerraram 6.500 serviços públicos em Portugal desde 2000

• O Tribunal Judicial de Mação é um dos equipamentos da região que já tem encerramento anunciado

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10 ABRIL 2014

A Câmara de Abrantes vai investir meio milhão de eu-ros na limpeza da floresta e criação de faixas de proteção contra incêndios, anunciou a autarquia, que também refe-riu a aprovação da respetiva candidatura a fundos comu-nitários.

O projeto tem como prin-cipais objetivos a prevenção estrutural dos espaços, pes-soas, bens e património fl o-restal, através do tratamento de áreas florestais com in-tervenções ao nível do con-trolo de vegetação, redução de densidade, desramações e podas, favorecendo assim uma descontinuidade verti-cal e horizontal dos combus-tíveis, minimizando o risco e a progressão de incêndios.

Em declarações ao JA, a pre-sidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), disse que a dimensão do investimento

justifi ca-se pela “quantidade” de área florestal a ser inter-vencionada, no âmbito da limpeza e criação de linhas de proteção.

A intervenção, que está em concurso público para adju-dicação, abrange as fregue-sias do norte do concelho, “as zonas que apresentam as maiores manchas verdes e com espaços fl orestais muito

densos”, nomeadamente na União das freguesias de Al-deia do Mato e Souto, Car-valhal, Fontes e União das freguesias de Abrantes (São Vicente, São João e Alferra-rede).

O projeto de proteção da floresta contra incêndios, que pretende minimizar a eclosão de fogos num conce-lho com densos espaços fl o-

restais, reparte-se pelas fai-xas de gestão de combustível em 144,5 hectares da rede viária e em 431 hectares de faixas de gestão de combus-tível nos aglomerados popu-lacionais, perfazendo um to-tal de 575,5 hectares, repre-sentando um investimento de cerca de meio milhão de euros.

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REGIÃO

A Comunidade Intermuni-cipal do Médio Tejo (CIMT) reuniu-se com o secretário de Estado do Desenvolvi-mento Regional para pre-paração do próximo ciclo de investimentos comuni-tários. Castro Almeida pe-diu aos presidentes do Mé-dio Tejo que identifi quem uma estratégia comum, alertando para a necessi-dade de se identifi carem as áreas em que se considera ser fundamental atuar. Re-feriu ainda que tudo o que puder ser definido como projeto comum a mais do que um município poderá, e deverá, ser privilegiado em sede de fi nanciamento comunitário.

O governante realçou ainda a importância de ser trabalhada a área social, uma vez que vai passar a haver Fundo Social Euro-peu nos Programas Opera-

cionais Regionais, que até à data só tinham Fundo Eu-ropeu de Desenvolvimento Regional.

Um outro tema abordado pelo secretário de Estado foi a referência às interven-ções que poderão ser efe-tuadas ao nível da efi ciên-cia energética, afirmando que vão ser alocadas ver-bas para desenvolver pro-jetos nesta matéria.

A CIMT fez um ponto de situação sobre a visão e modelo estratégico de in-tervenção para o Médio Tejo, tendo igualmente expressado preocupação pelo facto de a região ter sido colocada entre a CCDR Centro e a de Lisboa e Vale do Tejo, sem que haja uma definição clara e concer-tada entre os diversos ser-viços desconcentrados da Administração Central.

Vila de Rei com Contrato de Desenvolvimento Social

Pouca procura dita fi m de carreiras entre hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas

Vila de Rei foi um dos con-celhos selecionados pelo Go-verno de Portugal, através do Instituto da Segurança Social, para integrar o pro-grama de Contratos Locais de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+).

Ao ser distinguido, o muni-cípio escolheu a Santa Casa da Misericórdia da vila para abraçar o programa, en-quanto Entidade Coordena-dora Local da parceria.

Irene Barata, provedora da Santa Casa, referiu que este programa significa “uma

mais valia para o concelho, na medida em que vai ga-rantir, em princípio, quatro postos de trabalho: técnicos especializados que vão de-senvolver projetos no ter-reno, de apoio aos mais ca-renciados ou aqueles neces-sitam de mais ajudas”.

O p r o g r a m a C L D S + abrange geograficamente todo o concelho de Vila de Rei e visa promover a inclu-são social dos munícipes, através de ações que per-mitam apoiar as família, fo-mentar o emprego e ajudar

a comunidade.O CLDS+ concretiza-se

através de três eixos de in-tervenção estratégicos: Em-prego, a formação e a quali-fi cação; Intervenção familiar e parental (prevenindo, de certa forma, a pobreza infan-til); e a Capacitação da co-munidade e das instituições.

O CLDS+ está aberto à co-munidade e funciona tem-porariamente no antigo Posto de Turismo, junto à Câmara Municipal, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

A ligação por autocarro en-tre as três unidades do Cen-tro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), - Abrantes, Tomar e Torres Novas -, terminou no final de março, anunciou a administração do CHMT, que alegou pouca procura no ser-viço.

O serviço, iniciado em março de 2012, e designado “Rápida Hospitais Médio Tejo”, visava colmatar a ne-cessidade de transporte dos funcionários do CHMT, com

dois autocarros a fazerem a li-gação entre as três unidades, mas também disponibilizar à população em geral um meio de transporte rápido e económico para aceder aos três hospitais, a funcionarem em regime de complemen-taridade.

O administrador do CHMT, Joaquim Esperancinha, disse que o projeto “inicialmente até teve um certo impacto”, tendo observado que as ex-pectativas de utilização do

serviço prestado pela Rodo-viária do Tejo (RT), quer por utentes, quer por administra-tivos e técnicos de saúde, “foi decrescendo”, gradualmente.

A diretora operacional da Rodoviária do Tejo para a re-gião do CHMT, Teresa Fernan-des, confi rmou a suspensão do serviço “Rápida Hospitais Médio Tejo”, tendo obser-vado que, “apesar das cam-panhas promocionais, os au-tocarros não têm gente”.

MRF

CIMT e governante preparam candidaturas a fundos europeus

Meio milhão de euros para proteger fl oresta de Abrantes

• Projeto inclui intervenções como o controlo da vegetação

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ABRIL 2014 ESPECIAL SARDOAL 11

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Sardoal – Património de Fé e Religiosidade No Concelho de Sardoal, a celebração da Páscoa e da Semana Santa

assume-se como um importante património cultural e religioso, que se traduz na entrega da comunidade a um relevante número de eventos e atividades que não se esgotam no plano religioso. Para além disso, assiste-se nesta quadra ao regresso de muitos sardoalenses, que por motivos vários se encontram fora da nossa terra, para aqui, em família e com amigos, celebrarem a Páscoa e viverem as tradições, que muito nos orgulhamos em manter.

Ano após ano, a força e capacidade mobilizadora da Paróquia de Santiago e São Mateus, da Santa Casa da Misericórdia, das Irmandades e dos moradores da Vila renova-se, dando continuidade a essas tradições. Ao Município compete divulgar, promover e apoiar estas manifestações de Fé. É o que temos feito, certos de que este é o caminho que melhor viabiliza um processo de afi rmação social.

António Miguel Borges(Presidente da Câmara Municipal de Sardoal)

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ABRIL 201412 ESPECIAL SARDOAL

Cerca de dez mil pessoas são esperadas para as solenida-des da Semana Santa e Pás-coa em Sardoal, nas festivi-dades seculares assumidas como importante patrimó-nio da personalidade con-celhia e que decorrem entre os dias 12 e 20 de abril

Com organização da paró-quia de Santiago e São Ma-teus, Santa Casa da Mise-ricórdia, Irmandades e Câ-mara Municipal de Sardoal, das principais celebrações destaca-se a procissão do Senhor da Misericórdia, da Visitação ou Fogaréus, na quinta-feira, dia 17 de abril, a Procissão do Enterro, na sexta-feira, dia 18, e a Procis-são da Ressurreição, no do-mingo, dia 20 de abril.

Nesta ocasião, a vila ganha uma ambiência especial, sobretudo quando se rea-liza a procissão do Senhor da Misericórdia, na noite de quinta-feira, uma cerimónia efetuada à luz de velas, ar-chotes e candeias e que con-fere à localidade um “cenário de grande misticismo”.

A eletricidade da rede pú-blica é desligada no per-curso do cortejo, e nas jane-las das casas, varandas, sa-cadas e nas escadarias do Convento de Santa Maria da Caridade, são colocadas e acesas centenas de lampa-rinas de azeite e cera ou lan-ternas de vidro.

Nesta procissão, acom-panhada pela banda fi-larmónica ao som de mar-chas fúnebres, podem ser apreciados os painéis repre-sentando Cenas da Paixão, datados do século XVIII, per-tença da Misericórdia. Hoje em dia, e visando a sua pre-servação, são réplicas dos painéis originais que saem à rua por esta ocasião.

Anacleto Batista, prove-dor da Misericórdia de Sar-doal, disse ao JA que as ce-rimónias realizam-se na vila “desde tempos imemoriais” e acrescentou que a carga mística na noite de quinta-feira “é muito grande” pelo “silêncio e respeito” dos mi-lhares de visitantes que afluem por esta ocasião ao Sardoal.

“A realização da procissão do Senhor da Misericórdia, vulgo dos Fogaréus, é da responsabilidade da Irman-dade da Misericórdia pelo menos desde 1816, mas existem outros documentos que apontam para um pas-sado mais longínquo desta tradição”, revelou.

Segundo precisou Ana-cleto Batista, “são centenas as pessoas que participam na procissão e cerca de 3 mi-lhares as que assistem nas ruas”, apenas iluminadas pe-los archotes, visitando as ca-pelas e as igrejas decoradas com tapetes de pétalas de fl ores e verduras.

De quinta-feira até do-mingo de Páscoa, grupos de moradores, entidades insti-tucionais e associativas ela-boram tapetes à base de pé-talas de fl ores e verduras, no chão das nove capelas e igre-jas existentes na vila, tem-plos visitáveis no percurso de cerca de dois quilómetros englobado na procissão dos Fogaréus.

Miguel Borges, presidente da autarquia, assinalou ao nosso jornal o “grande em-penhamento da comuni-dade cristã, e não só”, nos en-feites de igrejas e capelas de Sardoal, com tapetes de fl o-res, verduras naturais e ou-tros acessórios, alfaias e arte-factos simbólicos alusivos” à Semana Santa e Páscoa.

“É o momento alto no con-celho, pela fé e religiosidade, pela vertente turística e tam-bém pelo reencontro de to-dos os sardoalenses”, vincou.

A Semana Santa do Sardoal engloba um programa cul-tural complementar, levado a efeito pelo município e as-sociações, e que vai incluir uma exposição religiosa, um concerto pela Filarmónica União Sardoalense, um reci-tal de piano, e a recriação da “Paixão de Cristo”, em teatro de rua a realizar sexta feira, dia 18 de abril, às 21h30.

Mário Rui Fonseca

Fé e tradição regressam ao Sardoal com as solenidades da Semana Santa

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ABRIL 2014 ESPECIAL SARDOAL 13

Quinta-feira, 17 de abril, 21h30 - O cortejo da Procis-são do Senhor da Misericór-dia (ou Fogaréus) é feito com a iluminação da rede pública desligada nas principais arté-rias da Vila. O ambiente mís-tico é acentuado pela luz das velas, archotes e candeias. Se-gundo os dicionários, a pa-lavra “fogaréus” designa fo-gueira, fogacho, adorno es-cultural em forma de chama. Pensa-se que provém da ex-pressão portuguesa Fogarel, mas não há certezas quanto a isso. A Procissão dos Foga-réus é organizada pela Irman-dade da Santa Casa da Mise-ricórdia de Sardoal e integra o Sermão do Mandato, na Igreja do Convento de Santa

Maria da Caridade. A Filarmó-nica União Sardoalense entoa marchas fúnebres ao longo do percurso. Registe-se que

nesta Procissão podem ainda ser apreciados os ricos pai-néis, provavelmente do sé-culo XVIII, pertença da Mise-

ricórdia, representando Cenas da Paixão. Por motivos de se-gurança e preservação, saem réplicas em tamanho natural.

Procissão do Senhor da Misericórdia (Fogaréus)

Capelas EnfeitadasDe Quinta-Feira Santa até

Domingo de Páscoa, estão abertas ao público as capelas da Vila, que se encontram en-

feitadas com tapetes de fl ores com motivos alusivos à Qua-dra Pascal.

Esta original tradição, com

características únicas no país, é levada a efeito na noite de quarta-feira, prolongando-se, em alguns casos, pela madru-

gada dentro, por grupos de moradores e entidades asso-ciativas.

No percurso ascendente e

descendente da Procissão do Senhor da Misericórdia, e ape-nas em cerca de mil metros distantes entre si, a Vila de Sar-

doal acolhe nove templos reli-giosos, entre igrejas e peque-nas capelas, especialmente decoradas para esta ocasião.

1 - Capela do Espírito Santo

2 - Capela de Santa Catarina

3 - Capela de Sant’Ana

4 - Capela do Senhor dos Remédios

5 - Capela da Sra do Carmo

6 - Capela de S. Sebastião

7 - Igreja da Misericórdia

8 - Igreja do Convento

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ABRIL 201414 ESPECIAL SARDOAL

Datadas do início do século XVI, as tábuas do Mestre de Sardoal fazem parte do vasto espólio artístico da Igreja Ma-triz de Sardoal. São sete tá-buas de carvalho policroma-das a óleo, de autoria do Mes-tre do Sardoal, atribuídas a dois artistas de Coimbra, Vi-cente Gil e Manuel Vicente, pai e fi lho.

Naquela cidade, executa-ram trabalhos régios, por en-comenda de D. Leonor.

Pode causar estranheza, contudo é prática comum dar a autoria da localidade quando não se sabe o verda-deiro autor, pois nesta época as obras não eram assinadas.

Apesar de se saber os ver-dadeiros autores, continuará a ser designada como obra do Mestre do Sardoal.

Não se sabe, ainda, como chegaram até ao Sardoal, mas naquela altura o Sardoal era muito procurado pela

realeza. Além disso, o Bispo de Coimbra na altura era D. Jorge de Almeida, irmão de D. Francisco de Almeida, que viria a ser o primeiro vice-rei da Índia.

A partir de 1505, sabe-se que D. Francisco de Almeida empregou os seus generosos rendimentos na benefi ciação da Igreja Matriz.

Numa altura em que só a grande nobreza e o clero deti-nham poder económico para encomendas deste género, poderá ser esta a ligação da vinda de artistas desta enver-gadura à vila de Sardoal.

A conceção original seria a de um retábulo, que ocupa-ria a capela-mor da igreja, lo-cal de maior destaque. Os re-tábulos eram compostos por tábuas policromadas, com cenas religiosas, uma forma de catequizar os fi éis.

Fonte: CMS

Tábuas do Mestre de Sardoal

Um valioso oratório em arte Namban, estilo artís-tico que resultou da aproxi-mação cultural entre Portu-gal e o Japão, pertencente à Misericórdia de Sardoal, tem sido expressamente requisitado ao longo dos anos para as mais diversas exposições, um pouco por todo o mundo.

O oratório de arte Nam-ban, datado de 1542-43, tem um valor cultural ines-timável e só sai de Sardoal mediante um seguro que

ascende às dezenas de mi-lhares de euros.

O oratório de arte Nam-ban é uma peça de madeira lacada de negro, com de-coração a pó de ouro, prata e cobre, sobre a marcação a laca vermelha, sendo in-crustada de madrepérolas.

Com ferragens de cobre trabalhado e douradas, a pintura é de óleo sobre co-bre e representa Nossa Se-nhora da Esperança.

Oratório de arte Namban é uma das pérolas da Misericórdia de Sardoal

Pelo quarto ano conse-cutivo, uma grande produ-ção, envolvendo várias de-zenas de fi gurantes, vai ser levada a efeito pelo GETAS – Centro Cultural, na Sexta-feira Santa, dia 18 de abril, às 21h30, através da peça de Teatro de Rua - “A Paixão de Cristo”, recriando ao vivo o percurso de Jesus Cristo a

caminho do Calvário.Às 21h30 terá início a re-

presentação, no Cimo do Convento, com a recriação histórica a envolver fi guran-tes apeados e a cavalo, pela primeira vez a decorrer em ambiente noturno, e com a peça a culminar com as ce-nas da crucifi cação.

“Paixão de Cristo” em Teatro de Rua noturno pelo GETAS

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Entre os dias 19 e 21 de abril, Constância vai encher-se de cor para receber mais uma edição das festas do concelho e a tradicional festa de Nossa Senhora da Boa Viagem.

O programa é diversificado e arranca na sexta-feira, dia 18, com uma noite dedicada à promoção de jovens músicos do concelho.

Os três dias de festa seguintes serão pre-enchidos com um programa desportivo que irá contar com a realização do Grande Prémio da Páscoa, na manhã de sábado e, ainda nesse dia, com a realização de uma mega aula de Zumba, junto ao monumento de Camões e 2º Strongest Man, perto do an-fi teatro dos rios.

No programa cultural, está prevista a reali-zação de um concurso de fotografi a, a inau-guração da exposição de escultura “Navegar nas Palavras”, no centro histórico, e a XXV Mostra Nacional de Artesanato com uma di-versidade de produtos artesanais de vários pontos do país.

Na gastronomia, as seis tasquinhas irão ter os pratos mais típicos da região e a VIII Mos-tra de Doces Sabores irá deliciar os visitan-tes, no parque de merendas.

Durante os três dias, a animação de rua e propostas para o público infanto-juven-il não vão faltar, sendo promovidas pelo grupo Banda às Riscas. Já no campo musi-

cal, será presença constante a atuação dos Montes Hermínios, com um espetáculo de concertinas.

O dia do município será dedicado à Nossa Senhora da Boa Viagem, com a chegada das embarcações às 13h00. Às 15h30 decorrerá uma missa solene na Igreja Matriz, logo de seguida da procissão. Por fim, será o mo-mento da bênção dos barcos, nos rios Tejo e Zêzere, e das viaturas, na Praça Alexandre Herculano.

Os grupos musicais não vão faltar. A noite de sábado inicia-se às 22h00 com o grupo Mind a Gap, às 24h00 sobe a palco os Ferro & Fogo e às 02h00 a Dj Carolina Torres ani-

mará os mais resistentes. No domingo, dia 20, a tarde é dedicada ao Festival de Folclore, com as presenças confi rmadas de “Os Cam-poneses” de Malpique, do Rancho Folclórico da Freguesia da Lapa e do Rancho Folcló-rico da Alegria da Alqueidão de St. Amaro. A noite de domingo será animada com con-certo de Tributo aos ABBA por ABBA MIA e às 23h30 é vez do Dj Fernando Alvim. A noite de segunda contará com presença do músico português José Cid e com um espe-táculo de fogo-de-artifício.

Esta edição 2014 reúne um investimento autárquico na ordem dos 110 mil euros.

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JOSÉ CID, CABEÇA DE CARTAZ NAS FESTAS DO CONCELHO

A tradição volta a cumprir-se: Constância em festa!

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ABRIL 201416 ESPECIAL CONSTÂNCIA

Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal de Cons-tância, considera que o en-volvimento da comunidade e a vertente religiosa são os vetores fundamentais para a realização de mais uma edi-ção das festas de Constância. São alguns os projetos que tem em carteira e que gosta-ria de ver concretizados para este mandato. O turismo é, para a presidente, uma ver-tente determinante a nível municipal e supra municipal.

O que se espera para mais uma edição das festas do concelho e da Nossa Se-nhora da Boa Viagem? Al-guma novidade em par-ticular para esta edição 2014?

Se pudesse destacar um momento, até por motivos afetivos, diria que o dia da Nossa Senhora da Boa Via-gem é o grande dia da festi-vidade. A chegada das em-barcações engalanadas na confluência dos rios, a pro-cissão e o momento solene das bênçãos são, de facto, os momentos altos do evento. Depois, associado a este cariz religioso, as festas concelhias irão contar com bastante ani-mação diversificada e uma panóplia de atividades, que vão passar pela prova de atle-tismo, o Grande Prémio da

Páscoa, a mostra nacional de artesanato, as manifestações culturais e o convívio que se gera em torno das tasqui-nhas, que vão contar com as presenças habituais das as-sociações concelhias. Este ano, a organização da festa em termos espaciais será um pouco diferente, iremos loca-lizar os espaços festivos en-tre o posto de turismo, zona ribeirinha, praça Alexandre Herculano e rua Luís de Ca-mões. Ou seja, antigamente tínhamos, por exemplo, a feira de artesanato no parque de campismo, este ano, fi cará no parque de merendas. Esta é uma forma de prevenir al-gum estrago devido à subida do rio, que não expectável, e também, uma forma de não dispersar o evento.

Esta é uma festa das pes-soas, pois mais de um quarto da nossa população trabalha e está envolvido no certame e é com grande gosto que sentimos este envolvimento da comunidade.

Estando ainda num início de mandato, onde tem cen-trado as suas atenções e prioridades?

Começámos o mandato com um grande desafi o, que foi a elaboração do orça-mento e plano de atividades. Com poucas verbas e muitos

encargos fizemos um orça-mento realista. Entendemos que devíamos de trabalhar num eixo centrado nas res-postas às necessidades das comunidades locais. Assim, temos trabalhado por forma a manter os serviços existen-tes, como as piscinas munici-pais, o pavilhão desportivo, etc, que são essenciais à nossa população. Por outro lado, te-mos continuado apoiar as as-sociações e ainda temos di-recionado uma verba para as atividade desportivas, cultu-rais e formativas, esta última, centrada nas escolas. Há pe-quenos investimentos que temos levado a cabo, proble-mas que afetam as famílias, determinadas ruas, ou seja com pouco dinheiro têm-se resolvido situações determi-nantes ao bem estar das po-pulações.

Em termos de investimen-tos, quais são as priorida-des?

Neste ponto, é importante realçar que não são deter-minantes apenas os investi-mentos camarários, mas sim os investimentos de natureza privada e da administração central. A título de exemplo, gostávamos muito que as margens ribeirinhas fossem requalifi cadas, os rombos do Tejo necessitam de uma in-

tervenção e este é um pro-blema que abarca todos os municípios ribeirinhos e que administração central devia de ter em conta. Ao nível do Zêzere, era importante clas-sificar a nossa zona ribeiri-nha como uma praia fl uvial, uma intervenção por forma a atrair ainda mais turistas. Por outro lado, é necessário pro-jetar o concelho, mantendo e fi xando a população, criando mais emprego e habitação. A atração de novos investido-res e, por sua vez, a implan-tação de mais empresas tam-bém é crucial.

Quais são os projetos em carteira que gostaria de ver concretizados neste man-dato?

O Espaço Camões tem um projeto realizado, onde o mais importante é a recu-peração das casas no Jardim Horto de Camões. Outra pri-oridade passa pela recupera-ção das habitações da autar-quia. E, neste ponto, estamos à procura fi guras legais que permitam aos investidores a requalificação dos edifícios em ruína, tornando os espa-ços para habitação ou para comércio. Consideramos cru-cial a recuperação de uma casa que funcione como um arquivo do espólio da Casa Memória de Camões. Em

Montalvo, na Quinta Dona Maria, é pretensão da autar-quia a musealização do es-paço e a construção de um restaurante, pois a freguesia não tem nenhum espaço de restauração. Ainda nesta fre-guesia, o objetivo passa pela construção do novo Centro Escolar. Em Santa Margarida desejaríamos disponibilizar para venda alguns lotes que temos para habitação. E, por último, com este novo qua-dro comunitário, pretendía-mos ver o centro histórico re-qualifi cado e fazer uma forte aposta na efi ciência energé-tica.

Que vantagens vê nesta realidade supra municipal que tem surgido com a Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT)?

Sempre acreditei na regi-onalização, sempre entendi que deveria existir uma es-trutura que respondesse pela região, contudo penso que as CIMT`s não são a melhor forma, mas são o que temos para trabalhar. Os autarcas foram eleitos para responder perante as suas populações e não perante uma região. Se a regionalização tivesse sido feita com órgãos que tives-sem sido eleitos, aí sim, se-ria diferente, ou seja, existiria uma obrigação de responder

perante a região. Hoje, o que acontece é um esforço muito grande por parte de todos os autarcas. Na verdade, temos de ser engenhosos e perce-ber que é preciso investir no nosso concelho e, depois, conhecer muito bem a reali-dade regional, para que haja um desenvolvimento har-monioso de todos. Há três ei-xos que nos unem e que são comuns, que são: a religio-sidade, a natureza e o patri-mónio. E é por aqui que te-mos de encontrar a potencia-lidade de cada um, havendo uma estratégia de marketing conjunta e que possa fazer crescer a região num todo.

O turismo é uma das gran-des potencialidades do concelho?

É uma área estruturante e que a nível supramunicipal se conjuga muito bem. Em Constância temos os dois rios, o parque ambiental, o nosso património diversificado ao nível das igrejas, o parque de astronomia e ainda o patri-mónio imaterial ligado a Ca-mões que representa uma verdadeira potencialidade. Projetar a marca Camões é um objetivo e há ainda muito a fazer neste sentido.

Joana Margarida Carvalho

JÚLIA AMORIM, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CONSTÂNCIA

“Uma festa das pessoas”

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ABRIL 2014 ESPECIAL CONSTÂNCIA 17

Sob a temática “o cordão que se torna corda” alu-nos, professores, assistentes operacionais e famílias es-tão motivados na prepara-ção de mais um ano dedi-cado ao embelezamento e decoração da Praça Alexan-dre Herculano e a rua Luís de Camões para os dias festivos da vila poema.

Desde 1991, data de funda-ção da escola, que há um en-volvimento da parte da co-munidade escolar nas festas concelhias.

Este ano, o tema é o rio, as artes marítimas e Constância e os alunos estão empenha-dos desde há várias sema-nas, na elaboração de redes e de fl ores de papel.

“ Devido ao mau tempo que se faz sentir na altura das festas, decidimos este ano, introduzir alguns materiais mais resistentes à chuva e escolhemos a lã. Temos um conjunto de teares, também

feitos manualmente, que nos estão a permitir fazer as cordas, que se tornarão re-des, simbolizando as redes de pesca do antigamente,” explicou Olga Antunes, sub-diretora do agrupamento.

Dentro e fora das salas de aula, o entusiasmo é grande, basta percorrer os corredores da escola que é possível veri-ficar que quase todos têm consigo um tear. Serão cerca

de 1000 novelos de lã gastos e “ a espectativa para o resul-tado fi nal é a melhor,” confes-sou Anabela Grácio, diretora do agrupamento.

“Criar e desenvolver raízes com a sua comunidade e as suas tradições, é o objetivo desta nossa participação. Esta é uma festa de todos e participada por todos”, refe-riu a diretora

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JOAQUIM MATIAS DIAS(ENG.º)

26º GRANDE PRÉMIO DA PÁSCOA DE CONSTÂNCIA / EDP DISTRIBUIÇÃO,

Um momento que atrai milhares de atletas à vila de Constância

O Grande Prémio da Pás-coa está de volta, na sua 26ª edição. Mais uma vez, esta é uma prova recebida com grande entusiasmo por parte dos amantes da cor-rida e da caminhada.

Com início em 1988, a prova surgiu devido à ne-cessidade da integração de um acontecimento despor-tivo nas festas do concelho. Inicialmente, este momento desportivo assumia um ca-ráter de corta-mato. Hoje, é uma prova de estrada, uma

autêntica festa de atletismo, com um percurso de 10 km.

Ao longo dos anos, a Câ-mara Municipal, promotora do evento, teve a intenção de certifi car a prova e integ-rá-la no calendário da Co-missão Nacional de Estrada, CNEC. E o objetivo foi con-seguido.“Todos os anos, a prova é ajuizada por juízes e cronometristas que vêm da Associação de Atletismo de Santarém e que garan-tem um caráter profi ssional ao momento,” contou ao JA,

Carlos Amorim, um dos téc-nicos envolvidos na organi-zação.

Para atrair um público di-versificado a esta prova de atletismo, que acontece to-dos os anos no sábado de manhã em pleno arranque das festas (este ano calha no dia 19 de março), a organi-zação, para além de promo-ver a prova dos 10 km, ainda promove uma prova desti-nada aos escalões mais jo-vens e infantis, com uma dis-tância mais curta. Para quem

não gosta de correr, é orga-nizada, em partida distinta, uma caminhada de 6 km que tem “atraído imensos participantes e que este ano já vai para a sua 6ª edição”, adiantou o técnico.

A edição deste ano, deno-minada 26º Grande Prémio da Páscoa de Constância / EDP Distribuição, vai juntar milhares de atletas que che-gam de todo os pontos do país: “Vêm de todo o lado, em representação de clubes e a título particular, mas to-

dos são apreciadores deste tipo de atividade”.

Este ano, para a grande prova dos 10 km, a autarquia aumentou o número de ins-crições para 750 participan-tes e vai brindar os mesmos com lembranças. Os três pri-meiros classifi cados terão di-reito a troféus.

A novidade para esta edi-ção passa pela entrega de um prémio monetário no valor 250 euros, destinado ao atleta feminino e mascu-lino que consiga bater o re-

cord de percurso. Trata-se de uma “estratégia para atrair mais atletas de referência no país a Constância,” explicou Carlos Amorim.

“Esta é uma prova essencial nas festas concelhias, acaba por ser um incentivo e estí-mulo ao comércio local e às tasquinhas presentes na fes-tividade…sem dúvida uma iniciativa para dar continui-dade,” fi nalizou o técnico.

Joana Margarida Carvalho

À semelhança do que acon-teceu o ano passado, as utentes da Santa Casa da Mi-sericórdia de Constância es-tão a envolver-se ativamente na elaboração de várias de-corações em croché destina-das a vários espaços das fes-tas concelhias.

A rua do Arco e da Mise-ricórdia, a zona ribeirinha e ainda a denominada Casa das Cores vão receber as de-corações destas idosas que têm dedicado os seus dias ao croché. São decorações que “pretendem suscitar algum impacto e surpresa junto dos visitantes”, referiu António Teixeira, provedor da Santa Casa da Misericórdia, des-vendando apenas que há a intenção de “inovar e de di-ferenciar e as árvores serão vestidas como o ano passado mas, com novos elementos decorativos,” adiantou o res-

ponsável.O envolvimento da Santa

Casa da Misericórdia na fes-tividade iniciou-se no ano de 2013, com o apoio dos arqui-tetos Raul Reis e Sandra Al-ves, ambos responsáveis pela dinamização de um projeto de parceria com a Santa Casa, que prevê a ocupação dos utentes.

“Este envolvimento nas de-corações para as festas é uma forma de ocupar o tempo dos

utentes mas também, permi-tir que os mesmos revivam práticas do antigamente”.

Durante os dias festivos, An-tónio Teixeira adiantou que serão algumas as iniciativas que irão decorrer para anga-riação de fundos destinados à manutenção do novo lar da Santa Casa da Misericór-dia, sediado na freguesia de Santa Margarida, com aber-tura prevista até ao verão, destinado a 40 utentes.

Utentes da Santa Casa envolvem-se novamente nas festas do concelho

Comunidade escolar prepara um conjunto decorações

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ABRIL 201418 ESPECIAL CONSTÂNCIA

António Matias Coelho é historiador e um conhece-dor profundo das tradições religiosas de Constância. A história da festa da Nossa Senhora da Boa Viagem é aqui contada na primeira pessoa:

“Com mais de 200 anos de história, as Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem desde sempre foram uma festa de devoção religiosa, de ligação ao mar e ao trans-porte fl uvial.

A história começa porque, durante séculos, Constân-cia foi um importante entre-posto comercial, no trans-porte de mercadorias até Lisboa. Desde a fundação da nacionalidade, até mea-dos do século XX, tal como Abrantes e Tancos, Constân-cia era um autêntico porto fl uvial, na altura em que os rios eram verdadeiras estra-das e corredores.

Na época, todos os marí-timos que garantiam este transporte de mercadorias até à capital, que assegura-vam uma atividade profi ssi-onal por vezes arriscada ti-nham, assim, a necessidade de pedir proteção e segu-rança à Nossa Senhora da Boa Viagem e faziam-no por altura da Páscoa. A Páscoa era a época do ano esco-lhida pois era considerada o momento alto da religião católica, um momento que simbolizava um início de um novo ciclo, a passagem da morte à vida uma vez que, para o Cristianismo, mais im-portante do que nascer era ressuscitar.

Assim, na segunda-feira se-guinte ao domingo de Pás-coa, os marítimos aproveita-vam para agradecer a prote-ção concedida e apelavam por mais proteção para pró-xima época de trabalho. O dia era dedicado à Nossa Se-nhora da Boa Viagem com a bênção dos barcos e a rea-lização da procissão e onde os populares, portanto os que não eram marítimos, acabavam por se associar a todas estas celebrações.

Durante muito tempo e até aos anos 50, eram os marí-timos, chamados festeiros, que organizam o convívio que decorria logo a seguir à segunda-feira, dia das ce-lebrações religiosas. Era or-ganizado um almoço com todos os familiares dos ma-rítimos e entre outras coisas, nesse momento, era assegu-rada a passagem de teste-munho, ou seja, a determi-nação de quem ficaria res-ponsável pela organização do evento no ano seguinte. O festeiro recebia a denomi-nada bandeira azul, que era guardada durante um ano e depois entregue ao próximo organizador da festividade.

No século XX, com a che-gada do caminho-de-ferro, uma boa parte das merca-dorias deixaram de ser trans-portadas por via marítima, mas não foi este o motivo que levou ao terminar da ati-vidade, a morte dos barcos aconteceu com a divulgação e projeção do transporte ro-doviário. A multiplicação de camiões que representavam uma forma mais em conta de fazer o transporte levou

à extinção da atividade e da própria classe marítima. Com a extinção da classe operária a festividade não morreu, mas deixou de ter a grandiosidade que assu-mia. Ao longo cerca de 20 anos, a paróquia assegurou o evento com a realização da procissão e a bênção dos barcos, que já não eram de transporte mas sim de pesca ou de recreio.

No ano de 1986, a festa es-tava reduzida à sua expres-são mais simples, apenas acontecia a procissão e uma bênção para pouquíssimos barcos.

Para dar um novo rumo e não deixar perder este mo-mento religioso e cultural de grande importância para o concelho, a Câmara Munici-pal arrancou em 1987 com festas do concelho, com inú-meras atividades festivas e pegou nesta tradição.

Cinco anos mais tarde, em 1992, a autarquia deu uma nova roupagem à festa da Nossa Senhora da Boa Via-gem. Foi a partir deste ano, que as câmaras municipais, alguns particulares, as asso-ciações e as coletividades ri-beirinhas, sobretudo as que estão no Vale do Tejo, co-meçaram a ser convidadas a associarem-se ao dia das ce-lebrações religiosas.

Todos os anos, transpor-tados por camiões ou atre-lados, os barcos chegam logo pela manhã a Tancos, de seguida são decorados e à 13h00 estão a chegar a Constância. Há depois um almoço de confraternização e a bênção decorre mais ao

final da tarde. Primeiro são benzidos os barcos e depois as viaturas já na praça Ale-xandre Herculano.

A tradição cumpre-se deste modo, celebra-se a festa do rio, num grande encon-tro…e é curioso que foram os camiões que acabaram com os barcos e agora são os mesmos que os trazem para a festa.

Uma festividade que con-tinua viva devido a um con-junto de entidades e famílias que todos os anos, por esta altura, e nomeadamente na segunda-feira de Páscoa, se deslocam à vila, fazendo desta prática, uma tradição que é passada de geração em geração.

Este ano, voltámos a con-seguir a sensibilização de to-dos os agentes envolvidos para a concretização da fes-tividade e vamos contar com cerca de 50 embarcações en-galanadas”.

Recolha por Joana Margarida Carvalho

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RETRATO: UMA FESTA DO MAR E DE GRANDE DEVOÇÃO

Cerca de 50 embarcações são esperadas na confl uência dos rios • Bênção das Viaturas na Praça Alexandre Herculano (anos 60)

• Bênção dos Barcos no Tejo (meados do século XX)

• Procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem (anos 60)

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O regime político denominado Estado Novo nasceu com o golpe militar de 28 de Maio de 1926 e terminou com o golpe militar e a revolução do 25 de Abril de 1974. Contudo, desde a campanha de Humberto Delgado para as presidenciais de 1958, que um “ter-ramoto” político começou a enfraquecer e a anunciar o fi m próximo do salazarismo que, contudo, durou ainda até aos fi nais dos anos 60, quando se deu o acidente que deixou o então primeiro ministro incapacitado para governar.

Marcelo Caetano, que lhe sucedeu, anun-ciou uma abertura do regime que se veio a revelar falhada perante as suas múltiplas contradições e as várias movimentações que então se desenvolveram, levando o sistema a um impasse e a uma agonia lenta a que o M.F.A., o Movimento das Forças Armadas que, partindo de uma reivindicação corporativa dos ofi ciais milicianos, rapidamente se trans-formou numa organização altamente politi-zada e massifi cada e que haveria de dar ori-gem ao movimento militar que realizou o 25 de Abril e que contou desde logo com uma grande base de apoio das movimentações populares que se organizaram a partir dele.

Em Abrantes, onde nos inícios dos anos 70, em pleno marcelismo, se realizaram as jor-nadas culturais, que constituíram um claro movimento de protesto contra o regime po-lítico vigente, o 25 de Abril de 1974 foi rece-

bido com muito entusiasmo pela juventude e pelos “velhos” democratas da oposição ao Estado Novo mas, curiosamente, demorou al-gum tempo até que se realizasse uma grande manifestação – que viria a acontecer no 1º de Maio – e os ecos na imprensa tardaram a aparecer. Por exemplo, nas edições do dia 27 de Abril dos jornais “Nova Aliança” e “Jornal de Abrantes” nem uma simples linha sobre o

acontecimento, certamente porque o tempo que demorava a fechar e a imprimir a sua edi-ção fosse bastante mais longo do que é hoje na era dos computadores…

A primeira reação da imprensa veio do se-manário “Jornal de Abrantes”, na sua edição de 4 de Maio, com apreciável destaque na pri-meira página sob o título: “O Movimento His-tórico do 25 de Abril – Uma Junta de Salvação

Nacional presidida pelo general Spínola go-verna o País”. Curiosamente o jornal também reproduzia o texto do Programa da Junta de Salvação Nacional, excertos da proclamação do general Spínola e o texto de uma men-sagem enviada pela Câmara Municipal de Abrantes, então presidida por Esteves Pereira, que na sua sessão de 29 de Abril dirigiu uma saudação à Junta de Salvação Nacional man-ifestando-lhe o seu apoio.

Mas o principal destaque dessa edição es-teve na reportagem feita com o título: “Grande Manifestação do 1º de Maio em Abrantes”. Descrevia-se o percurso da manifestação que partiu do Largo 1º de Maio, percorreu as ruas da cidade e organizou uma sessão no Largo da Câmara, onde na varanda do edifício se-tecentista usaram da palavra Orlando Pe-reira, Correia Semedo, Eurico Consciência, José Alberto Marques e os estudantes Jorge Lacão e Geirinhas Rocha. Em seguida, os ma-nifestantes dirigiram-se ao quartel da cidade, onde foram recebidos pelo respetivo coman-dante, coronel Tavares de Pina. À noite houve um jantar no restaurante Vera Cruz, onde se fi zeram ouvir vários discursos. E foi assim que os abrantinos celebraram o dia 25 de Abril de 1974 no dia primeiro de Maio.

Rolando F. Silva

Foto Fernando Correia (foto depositada no

Arquivo Municipal Eduardo Campos)

ESPECIAL 25 DE ABRILFoi no dia vinte e cinco daquele mês.

Nunca a coragem falou tão bem português.

• “Grande Manifestação no 1º de Maio em Abrantes”

O 25 de Abril foi sobretudo a devolução a to-dos os portugueses da responsabilidade pelo seu futuro. O país é nosso, nós somos o país.

Mas o país estava mal, e nós também.Faltavam as estradas, a electricidade nas al-

deias, a água ao domicílio, e esgotos quase nem pensar. A economia era débil, as empre-sas antiquadas e sem força no mercado inter-nacional. Os serviços eram fechados, envelhe-cidos, paternalistas. A comunicação social era censurada. E nós? Semi-analfabetos, mal qua-lifi cados, devotos ainda de Salazar, obedien-tes e invejosos, maldizentes e tradicionalistas, e sem a aprendizagem da organização. Nin-guém estava preparado para coisa nenhuma. Nem sequer sabíamos como dirigir ou estar

numa reunião. Não tínhamos políticos tarim-bados, nem professores, nem empresários, nem quadros de todas as espécies. As novas elites sabiam pouco e eram sobretudo con-vencidas, que “em terra de cegos” quem an-dou numa universidade bolorenta pensa que já sabe alguma coisa.

Éramos todos assim? Não, é claro. E foram os melhores de nós que fi zeram o que de me-lhor até agora se conseguiu. E foi muito.

Os novos não acreditam e os mais velhos já mal se lembram, mas Portugal e os portugue-ses levámos uma volta decisiva. Nada se pa-rece já com o que era.

Ao nível das infraestrutruras, da qualifi cação das pessoas, da estrutura do sistema produ-

tivo, da capacidade técnica das empresas, do poder de resposta dos serviços públicos, da qualidade do ensino e da investigação, das artes e das letras, do desporto e da gastrono-mia, do turismo e da publicidade, e assim por diante. Portugal hoje está entre as 40 nações mais desenvolvidas, embora não pareça.

- Mas estamos numa crise desgraçada, res-munga alguém.

- E como estaríamos sem o caminho que en-tretanto andámos?

Nestes 40 anos tivemos de fazer milagres sem estarmos preparados. Os jovens de hoje têm muito melhor preparação. Cabe-lhes pegarem no que temos e conseguir ainda melhor. É assim que se faz história. Foi isso

que nós tivemos de fazer. Podem culpar-nos, como nós culpámos os de trás. Mas lament-ar-se não faz caminho, apenas dói e gruda ao chão.

Há 40 anos, foi apenas o 25 de Abril. Depois, cada um acrescentou-lhe o sonho e o desejo de que foi capaz. E é a partir daí que, hoje, olha para trás e faz o balanço destes 40 anos, que fi carão na História.

Hoje é o 25 de Abril dos próximos 40 anos. À espera de quem tem mãos

e cabeça, à espera de quem sabe sonhar e fazer. Por isso, “vamos fazer o que ainda não foi feito”. Que é para isso que cá estamos.

Alves Jana

José Falcão Tavares (poeta abrantino)in Tu das manhãs

A revolução de 74 em AbrantesOs testemunhos de alguns dos protagonistas e de testemunhas da revolução de 74 em Abrantes

apontam no mesmo sentido: 25 de Abril, não houve, mas o 1º de Maio foi em força. Os trabalhadores da metalúrgica do Tramagal já tinham por tradição assinalar a data e, por isso, juntamente com os estudantes, acabaram por ser os dois principais pilares do movimento abrantino. As ruas en-

cheram-se de gente e de cartazes que mimetizavam o que se via no resto do país. As forças policiais mantiveram-se tranquilas e as portas do quartel abriram-se à população. E é preciso não esquecer

que a Base de Paraquedistas de Tancos foi um dos principais cenários dos movimentos daqueles dias. No 1º de Maio, as raparigas do Liceu distribuíram todo o tipo de fl ores pela população.

40 anos de Abril

Foi assim o 25 de Abril de 1974 em Abrantes

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20 ABRIL 2014ESPECIAL 25 DE ABRIL

Correio de Abrantes, Jornal de Abrantes e Nova Aliança. Além destes periódicos, outros boletins e folhas de menor tiragem eram publicados nesta cidade por altura do 25 de Abril de 1974.

Apesar da imprensa estar prati-camente toda «em paz com o re-gime», como afirmou José Alves Jana - colaborador em várias pu-blicações abrantinas - o Correio de Abrantes foi, talvez, aquele que mais tentou arriscar, tendo mesmo sofrido um processo de rejuvenes-cimento em janeiro desse mesmo ano. Por outro lado, o Jornal de Abrantes, propriedade dos gran-des senhores agrários da região, era «claramente alinhado com o regime». Por sua vez, o jornal Nova Aliança era, na opinião de Alves Jana, um jornal «mais tranquilo».

Os critérios editorais, até à revolu-ção de Abril, eram, essencialmente, marcados por temas escolares, reli-giosos, desportivos, militares e re-gionais, bem como o evidente lado comercial e propagandista. Após a data, surge um período de adapta-ção aos novos tempos, até que se passa também a dar primazia aos

temas culturais de esquerda e ext-rema-esquerda.

Aquando do caráter semanal e mensal destas publicações, a no-tícia da revolução só pôde chegar

dias ou mesmo semanas depois do acontecimento. No caso do jornal Nova Aliança, com edição dois dias após a revolução, não havia ainda sinais de qualquer mudança no re-

gime. Só a 4 de maio de 1974 é que o Jornal de Abrantes exibe, na sua primeira página e em segundo plano, o título «O NOVO Presidente da República é o General António

de Spínola». Por sua vez, o Cor-reio de Abrantes decide também fa-zer deste acontecimento o grande destaque da sua primeira página, exi-bindo, em letras garrafais, «O General António de Spí-nola novo Presidente da Re-pública».

Num clima de incerteza acerca do que se passava no país, a im-prensa acabou por abordar o as-sunto de forma extremamente leve e pouco sensacionalista, ao típico estilo do jornalismo contem-porâneo. Fo cando-se muito no re-gionalismo, havia mesmo quem quisesse angariar a colaboração dos «jornalistas profi ssionais», ou seja, aqueles que trabalhavam nos grandes jornais nacionais.

Bárbara González Gomes e Flávio Nunes, alunos de Comunicação Social

da ESTA

A imprensa local em Abril

Decorria a madrugada de 25 de Abril de 1974, quando José Goulart, na altura Capitão na Base Aérea nº3 em Tancos, foi acordado na sua casa em Tomar com a notícia de que uma revolução estava a acontecer. “Eu fi quei muito espantado com o que se estava a passar, não acreditava porque pensava que aquele Go-verno seria para mais anos ainda”, conta o agora Tenente-Coronel aposentado.

Ao chegar ao quartel, José Goulart encon-trou a base “em estado de prevenção”. Depois fi caram a aguardar ordens, dizia-se “que tinha havido mais tomadas de bases aéreas. Havia umas que tinham aderido, outras que não”.

“Uma situação caricata é, talvez, um general muito famoso que não era da situação, não

era do Governo de então, chamado Spínola, veio aqui a pernoitar na véspera do 25 de Abril. Nós não sabíamos o que é que se pas-sava, e achámos esquisito o senhor general vir ali fi car à base aérea. Nem o comandante da base sabia. No outro dia, quando se dá o 25 de Abril, fi cámos então a saber a razão pela qual esse general tinha vindo à base (risos) é porque já sabia que ia haver a revolução.” Perto da Base Aérea nº3 morava o falecido 1º Sargento Fernando Ortegas, com a sua esposa, Rosa Sousa. “Estávamos ainda acor-dados quando ouvimos na rádio que havia uma revolução em Lisboa, quem deu o sinal da revolução foi o Paulo de Carvalho com a canção «Depois do adeus». Às sete da ma-

nhã vieram buscar o meu marido e levaram-no para o aeroporto onde prenderam o Mar-celo Caetano e o Américo Tomás. Quando vieram bater à porta ele ainda estava a dor-mir, foi com a roupa na mão e no jipe é que se foi vestindo. Botas, tudo na mão para ir para o aeroporto de Lisboa”, recorda Rosa.O medo dominava a região, o que levou muitas pessoas a abandonar as suas casas. “A Praia (do Ribatejo) ficou quase deserta com medo porque os aviões andavam aí. Di-ziam que era uma guerra e as pessoas esta-vam cheiinhas de medo. E eu fiquei na mi-nha casa, não saí. Depois o meu marido li-gou-me de Lisboa a dizer «Vai para Espanha, para casa dos tios». E eu disse «Não vou, eu

não saio daqui!» E cá fi quei. Não tive assim muito medo, fi quei cá na Praia, na minha casa, descansadinha, a ver o que é que isto dava.”“Vai fazer agora 40 anos, havia muitas espe-ranças no 25 de Abril, mas, pelo que estamos a ver, os Governos não têm sabido aprovei-tar essa revolução e Portugal tem decaído e está praticamente a ficar na mesma. Não digo igual, mas regrediu, recaiu, dos ideais do 25 de Abril”, remata o Tenente-Coronel José Goulart.

Cátia Francisco e Gualter Santos, alunos de Comunicação Social da ESTA

“Diziam que era uma guerra e as pessoas estavam cheiinhas de medo”

ABRILL 2014

de Spínola». Por sua vez, o Cor-reio de Abrantes decide também fa-zer deste acontecimento o grande destaque da sua primeira página, exi-bindo, em letras garrafais, O General António de Spí-ola novo Presidente da Re-ública».

um clima de incerteza aceque

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21ABRIL 2014 ESPECIAL 25 DE ABRIL

O professor de Religião e Moral que apoiou os estudantes

Mário Pissara era, no dia 25 de Abril de 1974, um jovem professor de Religião e Moral, a dar aulas no Liceu de Abrantes. Conhecia todos os rapazes e raparigas que lá an-davam, pela simples razão que era professor de todas as turmas. Tal-vez por isso, acabou por orientar os estudantes que queriam partici-par na manifestação do 1º de Maio: “As raparigas fi zeram um peditório para comprar flores (que depois distribuíram à população) e os ra-pazes fi zeram cartazes com ramos de oliveiras”.

Antes do 25 de Abril, Mário Pis-sarra chegou “a ser incomodado, mas nada de especial”, por causa das aulas que dava. Recorda agora que no Liceu havia um profes-sor que era informador da PIDE. E conta o episódio mais quente, naturalmente passado no próprio dia da revolução: “Ainda puxou da pistola e ameaçou os professores.” Mas fi cou por aí.

No dia 25 de Abril, Mário Pissarra sabia desde as 6h30 que alguma coisa estava a acontecer, porque alguém o avisou. Não se sabendo nada de concreto, fez a sua vida normal. “As aulas eram ligeira-mente diferentes, porque os alu-nos perguntavam muito” sobre o que se estava a passar. “Mas não havia informação”.

Mário Pissarra conta que, uma semana depois, no 1º de Maio, os estudantes, juntamente com o sindicato dos metalúrgicos do Tramagal, acabaram ser um dos pi-

lares mais importantes da grande manifestação que aconteceu em Abrantes. Como os cravos rapida-mente acabaram, as raparigas dis-tribuíram todo o tipo de flores à população. “Nunca vi as ruas de Abrantes tão cheias”, recorda o pro-fessor que, depois dos momentos quentes, passou a ter aulas diferen-tes, em que os alunos mostravam cada vez mais as suas tentativas de politização.

Se os adultos aderiam aos parti-dos políticos “em função das amiza-des”, “os alunos simpatizavam com os partidos conforme as namora-das que tinham ou que queriam ter”. O que se seguiu foi sobretudo uma divisão entre “os imperialistas e os revolucionários”. Mário Pissara conta que “havia sectarismo e inca-pacidade crítica por parte da maior parte dos jovens”. E no Liceu isso

notava-se sobretudo na escolha da música que, nos intervalos das au-las, passava na rádio interna: “Tudo o que era em inglês era imperia-lista e tudo o que era Zeca Afonso ou Adriano Correia de Oliveira era revolucionário”.

Mário Pissara diz que sempre foi “um defensor do exercício da crítica com responsabilidade, sabendo que nalgumas coisas não há verda-des universais”. Por isso, um dia tes-tou os seus alunos. Deu-lhes, para analisarem, um texto de Salazar assinado por Marx e um texto de Marx assinado por Salazar. E acon-teceu o que acontece quando as pessoas não pensam: os defenso-res de Salazar apoiaram as ideias de Marx e os adeptos do marxismo assumiram as posições salazaris-tas.

Hália Costa Santos

• O professor Mário Pissarra regressou a uma sala de aula, desta vez na ESTA, para explicar o que se passou no Liceu há 40 anos

• “Nunca vi as ruas de Abrantes tão cheias”

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À distância de 40 anos, como é que vê o 25 de Abril e o 1 de Maio em Abrantes?

Foram dias verdadeiramente inesquecíveis para quem teve a sorte geracional de ter podido par-ticipar nesses momentos.

Como noutros pontos do País, em Abrantes viveu-se um autên-tico virar de página da história. Como diz o poema, nessa altura a liberdade estava a passar por aqui, tanto nas ruas e nas praças peja-das de gente como no interior de cada pessoa que se abria aos ven-tos novos da democracia.

Como é que descreve a parti-cipação dos jovens abrantinos nesses dias? E a sua participa-ção em particular?

Foi uma participação impressi-onante, pois os jovens das nossas escolas vieram para a rua e foram eles, de um modo muito espontâ-neo, os grandes mobilizadores da iniciativa da manifestação do 1.º de Maio, levando das escolas para as freguesias do concelho os car-tazes improvisados convocando a manifestação.

Pela minha parte, encontrava-me no primeiro ano do curso de Di-reito da Universidade de Coimbra e, ao regressar a Abrantes, tive tal-vez o mérito de servir de ponte entre a geração dos mais velhos, particularmente os republicanos da época, e o impulso dos mais novos, o que permitiu a grande di-nâmica popular que foi criada.

Como é que se explica aos jo-

vens de hoje em dia o que acon-teceu no 25 de Abril?

Explica-se, sobretudo, não desis-tindo de promover os valores refe-renciais do 25 de Abril: o valor da liberdade e da tolerância, da paz, da solidariedade e do desenvol-vimento.

Entende que os ideais que o 25 de Abril pretendia naquela altura ainda estão presentes na nossa sociedade?

Os tempos de hoje são muito diferentes dos daquela época. Guerra colonial à parte, índices maiores de progresso a todos os níveis, e muito particularmente na educação, as gerações atuais – dos mais novos aos mais velhos – estão todavia confrontadas com graves problemas que ameaçam por de novo em causa os funda-mentos da coesão social. Mas tais problemas não terão solução por via revolucionária, como no pas-sado. Os de hoje só podem ser resolvidos em democracia e não apenas à escala nacional.

Tudo é mais complexo e, talvez, mais difícil. E porque a solução desses problemas não será imedi-ata, o que precisamos, como povo, é de muita lucidez, determinação e coragem para os poder ultra-passar.

Sem voltarmos às tentações au-toritárias e totalitárias, ou, o que vai dar no mesmo, populistas e demagógicas, que no passado só trouxeram atraso, desigualdade e pobreza a Portugal.

Carlota Rodrigues, aluna de Comunicação Social da ESTA

Quatro perguntas a Jorge Lacão, um dos protagonistas do movimento do 1º de Maio em Abrantes

“Foi uma participação impressionante”

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22 ABRIL 2014ESPECIAL 25 DE ABRIL

“Foi surpreendente!” Assim co-meça Francisco Lopes, atual dire-tor da Biblioteca Municipal António Botto, a recordar o dia 25 de Abril de há 40 anos. Naquela manhã já se ti-nha apercebido de que algo estava a acontecer: “Na altura ouvíamos com tanta frequência rádio como hoje em dia se vê televisão e foi pela rádio que eu soube que aquele dia seria diferente. A programação es-tava completamente alterada, não se falava e só estavam a passar mú-sica.”

O jovem Francisco saiu de casa em direção à paragem da camioneta. “Aí era hábito formar-se o grupo dos rapazes e o grupo das rapari-gas e comentámos só entre nós.

Quando chegámos ao liceu não ha-via aulas, os professores estavam nas salas mas não estavam a dar a lição, mantinham-se calados. Per-guntávamos «Doutor, o que é que se passa?», mas ninguém nos sabia dizer. Só para aí na segunda ou ter-ceira aula do dia é que o professor de História nos disse que estava a acontecer uma revolução em Lis-boa. A maioria de nós perguntou logo «O que é isso da revolução?» porque não tínhamos qualquer for-mação de carácter político. Sobre-tudo na província, essa taxa de alfa-betização era nula.”

“No liceu lembro-me que duas ou três semanas depois todos nós fa-zíamos comícios e convocavam-se

as RGA (Reunião Geral de Alunos) para tudo! Não vos passa pela ca-beça... Tudo! Tudo!», relembra Fran-cisco Lopes, rindo-se. “Havia logo uma guerra em que tudo só se de-cidia entre alunos e nós discutía-mos tudo o que dizia respeito à es-cola mesmo que não fosse da nossa competência. Os alunos queriam fa-zer sentir a sua posição.”

Ainda dos tempos de liceu, re-corda as equipas organizadas no decorrer das greves: “Muitas de-las duravam semanas e até chegá-mos a dormir lá (no antigo liceu). Lembro-me de situações caricatas, olhando agora para trás...», conti-nua Francisco. “Lembro-me bem de estar à porta do liceu a fazer pi-

quete de segurança e tinha a sen-sação de que nunca tinha visto tan-tos Mercedes pretos à porta – como quem diz que os mais ricos é que vinham reclamar e que os pobres eram os desgraçados que tinham de trabalhar. Os indivíduos iam até lá e queriam falar com o senhor Rei-tor para saber quando é que se aca-bava com aquele regabofe. Depa-ravam-se connosco, alunos pique-tes de greve, que apontávamos «tu e tu levem este senhor» e lá iam dois miúdos de 16 anos, com facas de mato à cintura, com o senhor até ao Reitor.”

Do dia 25 de Abril de 1974 foi tudo o que ficou para Francisco Lopes. Mas do período anterior ficaram

outras marcas. “As memórias que eu tenho do Estado Novo são as dos silêncios opressivos. Tenho uma sé-rie de memórias de silêncios, mui-tas delas relativas aos adolescentes do sexo masculino, sobre o tabu da guerra.”

Depois da revolução vieram os tempos “de descobertas extraordi-nárias em que toda a gente apren-dia, estudava e discutia política”. Francisco Lopes conclui: “Era um momento de sonho e esse é o lado romântico da revolução.”Patrícia de Freitas e Tatiana Santana, alunas de Comunicação Social da ESTA

MEMÓRIAS DE UM JOVEM ABRANTINO SOBRE O 25 DE ABRIL

“As memórias que eu tenho do Estado Novo são as dos silêncios opressivos”

Netos da revolução dos cravosSão 9h30 e estamos a passar pelo

portão da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes. À porta da sala 1.24 espera-nos a Pro-fessora de História, Irene Almeida. Temos os gravadores de voz pron-tos e uma sala cheia de alunos do 10º ano com olhos curiosos a fi ta-rem-nos. Quando a professora ex-plica quem somos e o que preten-demos ouvimos alunos entusias-mados que nos perguntam: “O meu nome vai aparecer no jornal?”

Ora, o pretendido é reunir várias opiniões do que foi e continua a ser o 25 de Abril para os portugueses e, neste caso, o que significa esta data para estes jovens que ainda não eram nascidos.

Passados 10 minutos de uma atri-bulada conversa, conseguimos en-trevistar sete alunos que se mostra-vam impacientes e nervosos. “Isto parece um teste!”, comentava Cata-rina no início da entrevista.

As tentativas de explicar o 25 de

Abril acabam por aparecer: “Foi uma revolução em 1974 que ga-rantiu a liberdade aos portugue-ses”. Conversa puxa conversa e mais uma ideia surge: “Sei que foi a re-volução dos cravos em que o povo pedia a liberdade. Acho que não foi feito da melhor forma porque eles [o povo] queriam tudo de uma vez e acho que perderam muito com isso. É por isso que agora estamos como estamos.”

Cláudio, de 16 anos, refere-se ao

25 de Abril como o dia da liberdade, “um dia em que as pessoas se po-dem expressar mais do que nos ou-tros porque foi o dia em que come-çaram a ter muitos dos seus atuais direitos”. Mas este jovem acrescenta que “talvez seja um dia de opressão para muitos portugueses pois tal-vez não tenhamos mudado para o melhor partido ou então talvez os partidos políticos que existem não sejam os melhores”.

Já a Ana Marta, com ar sorridente,

o p t a p o r contar uma memória de família: “A minha mãe an-dava na escola primária e diz que, nesse dia, os miú-dos andavam todos com bandeirinhas a abanar, mas nem percebiam muito bem o que é que era.”

Carolina Carreira e Cristiana Pereira, alunas de Comunicação

Social da ESTA

p o r uma memória de “A minha mãe an-

escola primária e nesse dia, os miú-avam todos comhas a abanar, mas biam muito bem ora.”a Carreira e Cristiana

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23ABRIL 2014

Numa ação conjunta, os Centros Sociais de Pego, Vale das Mós, Tramagal, São Miguel do Rio Torto, Rossio ao Sul do Tejo e o Centro In-terparoquial de Abrantes junta ram-se para alertar a co-munidade da existência de um mecanismo legal que permite um apoio fi nanceiro a todas as Instituições Parti-culares de Solidariedade So-cial (IPSS).

A iniciativa dirige-se aos téc-nicos ofi ciais de contas e aos contribuintes que, ao faze-rem o seu IRS podem, assim, apoiar qualquer instituição, uma vez que o Estado asse-gura que 0,5% do imposto liquidado anualmente por cada contribuinte reverta a favor de uma IPSS, sem qual-quer custo adicional para o contribuinte.

O procedimento é simples, basta procurar o Quadro 9, o Anexo H, do modelo 3 do seu IRS e selecionar a IPSS, colo-cando no espaço dedicado ao NICP o número da institui-

ção que pretende ajudar.António Mor, responsável

do Centro Social do Pego, re-feriu que, no ano passado, e através deste mecanismo, “uma entidade do concelho recebeu cerca de 7 mil euros, uma vez que um conjunto de cidadãos entenderam que este preceito legal podia ser um contributo para com a instituição”.

“Estamos aqui para desper-tar a comunidade para esta iniciativa solidária e para que próprias IPSS que desconhe-cem este projeto fi quem a sa-ber que podem ser ajudadas,” adiantou o responsável.

Por sua vez, Nelson Carva-lho, parceiro local do projeto, afirmou que “as IPSS têm cada vez mais um papel es-truturante na sociedade por-tuguesa e, com a crise, são um fator chave na garantia da coesão territorial e social, dos mínimos que muitas pes-soas precisam”

Na página da Autoridade Tributária e Aduaneira está disponível a listagem das IPSS, com os respetivos nú-meros de contribuintes. Basta escolher uma e indicar o res-petivo número na sua decla-ração de IRS.

JMC

A Câmara de Abrantes e a Associação Vidas Cruza-das estabeleceram um pro-tocolo de cooperação, cri-ando condições para que o município colabore na operacionalização da Loja Social Itinerante.

Este serviço de aproxi-mação às pessoas é ge-rido e dinamizado pela Vi-das Cruzadas, sendo agora alargado geografi camente o acesso dos bens de vá-ria espécie a mais famílias, num contexto socioeconó-mico cada vez mais desfa-vorável.

A Loja Social é uma me-dida institucional que pre-tende contribuir para suprir as necessidades/carências imediatas de agregados fa-miliares carenciados, atra-vés de um banco de bens, novos ou usados, doados por particulares ou empre-

sas. Ao abrigo deste proto-colo, a Câmara comprom-ete-se a assegurar o trans-porte, sempre que tal se justificar, do mobiliário e eletrodomésticos até aos beneficiários da Loja So-cial que não disponham de transporte.

“No fundo, o que está em causa é dar corpo a uma estratégia de proximidade, levando a cada uma das freguesias os bens neces-sários. É uma iniciativa de intervenção social que nos apraz apoiar, porque, as-sim, estamos a conseguir chegar mais perto dos ci-dadãos, nomeadamente dos mais carenciados,” re-feriu ao JA Maria do Céu Al-buquerque, presidente da CM de Abrantes.

SOCIEDADE

Loja Social Itinerante alarga o seu serviço no concelho

Ser solidário através do IRSLista das instituições que

comunicaram ao Jornal de Abrantes o seu número de contribuinte para que os con-tribuintes possam fazer a sua contribuição solidária através do IRS. De referir, que o Cen-tro Social de Rossio ao Sul do Tejo ainda não está inscrito para usufruir deste apoio.

Centro Social do Pego – 502 591 161Centro Social e Paroquial Nª Senhora da Oliveira, de Tramagal – 500 868 441Centro Social de São Miguel do Rio Torto – 501 836 055Centro Social e Interparo-quial de Abrantes – 501 920 390Centro Social Vale das Mós – 501 308 520 Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) – 501 064 869Santa Casa da Misericórdia de Abrantes – 500 239 878

• Na declaração de impostos qualquer contribuinte pode ajudar sem custos adicionais

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24 ABRIL 2014SOCIEDADE

O Clube Desportivo os Pa-tos celebrou a última época da modalidade de canoagem com a realização de uma gala comemorativa. Na cerimó-nia foram homenageados to-dos os atletas que se distin-guiram nos diversos escalões nos campeonatos nacionais e internacionais. A gala serviu também para alertar para as consequências que as obras na ponte sobre o Tejo vão ter

na prática da modalidade.José Miguel Trigo, responsá-

vel pela seção desportiva de canoagem, explica a neces-sidade de “sensibilizar o po-der autárquico para a ques-tão do espelho de água que se vai perder com as obras na ponte sobre o rio Tejo. Estas obras vão ser um verdadeiro transtorno para a realização dos treinos diários”.

Na cerimónia, que contou

com a presença de Vítor Fé-lix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, o clube recebeu dois incenti-vos fi nanceiros por parte da Câmara Municipal, no valor de 750 euros. O clube decidiu entregar este valor aos pró-prios canoístas.

Na cerimónia, Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM, exaltou o trabalho desen-volvido pela secção despor-

tiva de canoagem e avançou com um novo investimento por parte da autarquia, que se prende com a compra de dois edifícios contíguo à es-tação de canoagem. Trata-se de ma aquisição no valor de 50 mil euros que se destina ao aumento das valências daquela estação, sediada na zona ribeirinha de Rossio ao Sul do Tejo.

JMC

A Câmara Municipal de Abrantes vai investir meio milhão de euros na requa-lificação da Estrada Nacio-nal (EN) 118, na localidade de Alvega, numa extensão de cerca de 1 quilómetro. A obra começou no início de março e tem um prazo de execução de 180 dias.

A empreitada é da respon-sabilidade dos Serviços Mu-nicipalizados de Abrantes (SMA) e consta da instalação de novas infraestruturas de água, esgotos domésticos e

pluviais, telecomunicações e eletricidade, passeios e novo pavimento, visando resolver também um problema de cotas de soleira, anunciou a autarquia.

Em declarações à An-tena Livre, o presidente dos SMA, Manuel Jorge Valama-tos, que também é verea-dor na Câmara Municipal de Abrantes, disse que a obra, que é “algo complexa”, vai originar “bastantes cons-trangimentos”. “As obras vão servir para vários objetivos,

todos eles muito importan-tes e necessários para a po-pulação”, frisou.

A obra vai interditar total-mente a circulação de ve-ículos pesados no sentido Alvega – Gavião, e vice-versa, durante o seu período de re-alização. Um mapa de des-vios de trânsito disponibiliza informação sobre as alterna-tivas rodoviárias.

Na Operação Censos Sénior 2014, a GNR sinali-zou 2078 idosos a viverem sozinhos ou isolados no dis-trito de Santarém, mais 189 do que na operação “Cen-sos Sénior” do ano anterior, informou o relações públi-cas do comando.

Segundo o major Duarte da Graça, os concelhos com mais idosos sinalizados sit-uam-se, “genericamente, a norte do distrito”, nomea-damente nos concelhos de Abrantes, com 290 casos sinalizados, e Mação, com 282.

Na lista apurada pela Ope-ração Censos Sénior 2014, e por ordem do número glo-bal de idosos sinalizados, seguem-se os municípios de Ourém (210), Santarém (152), Tomar (139), Torres Novas (123), Alcanena (110) e Golegã (101). Duarte da Graça adiantou que foram sinalizados 15 idosos em situação “particularmente vulnerável” devido a pro-blemas de saúde, carência económica ou negligenci-ados, uns sozinhos, outros isolados.

“Estes casos foram imedi-atamente reportados às en-tidades competentes das respetivas áreas, e os idosos encontram-se atualmente a serem acompanhados por técnicos de saúde e da área de apoio social, mediante a responsabilidade de insti-

tuições de apoio social, no-meadamente IPSS”, notou.

O oficial de operações e relações públicas expli-cou que a situação “mais preocupante” com que a GNR se confrontou é rela-tiva a alguns casos de ido-sos que estão em isola-mento as 24 horas do dia. “São as situação mais com-plexas, são idosos que não veem ninguém e não con-versam com ninguém.”

Relativamente ao pro-grama “Residência Segura”, aderiram 455 idosos, permi-tindo assim à Guarda fazer a sua georreferenciação, o que “constitui uma mais va-lia para localização” em caso de ocorrência e/ou emer-gência.

O levantamento “vai per-mitir um policiamento de maior proximidade, dire-cionado para situações de maior vulnerabilidade, em caso de situações de cheias, de vagas de calor ou de frio, ou mesmo em situações de prestação de socorro aquando da ocorrência de incêndios”, exemplifi cou.

Durante a operação Cen-sos Sénior 2014, foi possível promover ações de sensibi-lização para que a popula-ção idosa adote comporta-mentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de cri-mes.

O BNI Estratégia de Abrantes promoveu mais um jantar de âmbito solidá-rio, desta vez a favor da As-sociação Vidas Cruzadas, as-sociação que apoia famílias desfavorecidas do concelho de Abrantes.

Manuel Bartolomeu, pre-sidente do Grupo Estraté-gia, explica que esta ação começou com a sensibili-zação dos empresários do grupo “para que estes, atra-vés das suas empresas, pu-dessem dar um apoio a esta

causa da Vidas Cruzadas”. Para além da realização do jantar, foram vendidas agen-das. As receitas, no valor de 2.783 mil euros, reverteram a favor da Vidas Cruzadas.Ao longo dos últimos anos, o BNI tem-se mostrado à comunidade, envolvendo-se em alguns projetos soci-ais. Em 2011 apoiou o pro-jeto Acreditar, Associação de Pais e Amigos de Cri-anças com Cancro, com a oferta de 10 mil euros.Em 2012, foi a vez do CRIA,

Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, uma das instituições de solidarie-dade social mais antigas do concelho, que foi apoiada com cerca de 5.700 euros.

O BNI Estratégia é um grupo de empresários que trabalha para estabelecer mais negócios para si, mas isso não tem impedido que o grupo se envolva em verda-deiras causas sociais. O jantar solidário aconteceu no pas-sado dia 7 de março, em São Lourenço.

Abrantes lidera número de idosos a viverem sozinhos ou isolados no distrito de Santarém

BNI junta 2.783 mil euros para Associação Vidas Cruzadas

Canoístas do Clube Os Patoshomenageados em gala

Requalifi cação de EN118 em Alvega

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26 ABRIL 2014REGIÃO

O corte a corrente e cade-ado de uma passagem de ní-vel ferroviária em Tramagal, Abrantes, junto às empresas Geofer e Mitsubishi, está a impedir o normal acesso aos campos de cultivo de cerca de 80 agricultores, que culti-vam cerca de 650 hectares de terras junto ao rio Tejo e que já manifestaram o seu pro-testo e desagrado por esta situação.

Em declarações à Antena Livre, Luís Damas, da Associa-ção de Agricultores dos con-celhos de Abrantes, Constân-cia, Mação e Sardoal, disse que os agricultores, “entre 70 a 80”, não têm alternativa ro-doviária em Tramagal para aceder aos campos de cul-tivo, vendo-se obrigados a deslocar-se pela EN 118 em direção a Constância, e a par-tir dali aceder aos campos de regadio através da ribeira de

Alcolobre, ou ribeira da Cou-tada, a cerca de 10 quilóme-tros de distância.

“Não existe uma alterna-tiva e aquele via não apre-senta o mínimo de condições para o acesso a máquinas de grande porte, como sejam as

máquinas de semear milho, debulhadoras ou camiões cisterna”, que ali precisam de aceder para recolha de leite, entre outros.

Os agricultores exigem a re-abertura tão rápida quanto possível daquela passagem

de nível, disse Luís Damas, tendo em conta que se apro-xima a altura das sementeiras e não existe uma alternativa para o acesso aos campos de cultivo.

Aquele responsável disse ainda que a Câmara Munici-

pal de Abrantes, Junta de Fre-guesia do Tramagal e Associ-ação de Agricultores estão a “trabalhar em conjunto para tentar resolver rapidamente o problema”.

Fonte da Refer explicou que a passagem de nível é auto-mática, acionada manual-mente, e é privada, estando sob gestão da empresa Ge-ofer (do grupo Cimpor), que é responsável pelos encar-gos com a manutenção da mesma.

“Foi-nos reportado um problema técnico e até que seja efetuada a reparação do sistema a empresa deci-diu proceder ao seu encerra-mento, até por questões de segurança no local”, disse a mesma fonte.

Até ao fecho desta edição do JA não foi possível apurar uma data para a reabertura do serviço.

Mário Rui Fonseca

O centro histórico de Abran-tes vai receber um conjunto de iniciativas de 4 a 23 de abril, levado a cabo pela As-sociação Centro Comercial Ar Livre, em parceria com a Câmara Municipal de Abran-tes. Promovendo hábitos de saúde e bem estar que aju-dam a levar um estilo de vida mais saudável, a ação tem por base a realização de dife-rentes serviços gratuitos, in-cluindo rastreios e consultas de nutrição, acessíveis a toda a população.

Nos dias 5 e 12 de abril, os estabelecimentos comerci-ais do Centro Histórico que aderiram à iniciativa vão pro-porcionar vários serviços gra-tuitos, como rastreios visuais e auditivos, medições de co-lesterol e de tensão arterial, consultas livres de nutrição

e podologia, entre outros. Será ainda possível usufruir de uma massagem terapêu-tica, de uma sessão de tera-pia de reiki, bem como par-ticipar em ações que visam a correção postural e em work-

shops sobre saúde e alimen-tação saudável.

Em simultâneo irão tam-bém decorrer aulas de ati-vidade física, dinamizadas pelos ginásios do concelho, todas elas abertas à comu-

nidade, aliadas a demons-trações desportivas para os interessados nas diferentes modalidades.

E porque a ação visa abran-ger mesmo todos os habitan-tes de Abrantes, também os companheiros caninos te-rão direito a rastreios de higi-ene oral e auditiva, bastando, para isso, visitar as clínicas ve-terinárias aderentes.

O conjunto de iniciativas que irá tomar conta do centro histórico de Abrantes surge no âmbito das comemora-ções do Dia Mundial da Ati-vidade Física e da Saúde (a 6 e 7 de abril, respetivamente), tendo como principal obje-tivo a dinamização do centro histórico, a promoção e divul-gação dos estabelecimentos comerciais.

André Lopes

TRAMAGAL

Corte de passagem de nível impede agricultores de acederem a campos de cultivo

Ações de promoção da saúde no centro histórico

O Festival do Bacalhau e do Azeite

O Festival Gastronómico de Vila de Rei dedicado ao bacalhau e ao azeite vai celebrar este ano a sua sé-tima edição, entre os dias 5 e 13 de abril, numa lógica de dinamização da restau-ração local e de promoção turística. Com a participa-ção de seis restaurantes do concelho de Vila de Rei, a iniciativa vai decorrer na época da Páscoa e anun-cia a preparação dos pra-tos “mais inovadores aos mais tradicionais”, confe-cionados à base de baca-lhau e de azeite.

Anabela Grácio integra CNE

Anabela Grácio, Diretora do Agrupamento de Esco-las de Constância, foi uma das sete personalidades de reconhecido mérito pedagógico e científi co, a nível nacional, cooptada para o Conselho Nacional de Educação (CNE), tendo tomado posse no dia 6 de março. Anabela Grácio in-tegra duas Comissões: Po-líticas Públicas e Desen-volvimento no Sistema Educativo; e Conheci-mento Escolar, Organiza-ção Curricular e Avaliação das Aprendizagens.

Centro Cultural do Sardoal em 2013

O Centro Cultural Gil Vi-cente, no Sardoal, regis-tou uma frequência de quase 12 mil utilizadores nos diversos eventos pro-movidos pelo município durante o ano passado. Dos 282 eventos que se realizaram ao longo de 2013 nesse espaço, 37 fo-ram sessões de cinema; 19 eventos de música, dança e teatro; e 213 iniciativas relacionadas com coló-quios, sessões literárias e reuniões. Durante o ano de 2013, o Centro Cultural Gil Vicente acolheu ainda cinco exposições de artes plásticas, duas individuais e três coletivas.

Constância requalifi ca Capela de Sant´Ana

A Câmara Municipal de Constância anunciou a conclusão dos trabalhos de requalificação da Ca-pela de Sant’ Ana, um in-vestimento global de 79 mil euros justifi cado pela “importância da preser-vação e salvaguarda do património” concelhio. A funcionar há alguns anos como capela funerária, o templo apresentava mui-tas problemáticas. Entre outras obras, a cobertura foi substituída, as instala-ções sanitárias foram me-lhoradas e foi colocado ar condicionado, melhora-mentos que visam pro-porcionar condições de maior conforto durante os velórios.

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27ABRIL 2014 REGIÃO

A Câmara de Sardoal vai abrir concurso para contra-tar até seis bombeiros mu-nicipais, uma medida justi-fi cada ao JA pelo presidente da autarquia, Miguel Bor-ges, “pelo número de ele-mentos que se têm vindo a reformar”.

Miguel Borges, que tam-bém é o responsável má-ximo pela proteção civil no concelho, disse que o nú-

mero de aposentações re-gistado nos últimos tempos “reduziu substancialmente o quadro de pessoal”, tendo feito notar que a autarquia “tem de continuar a garan-tir uma resposta adequada e efi caz na prestação do so-corro às populações, a bens, património e à mancha fl o-restal” municipal.

“Vamos abrir concurso de admissão até seis bombei-

ros profi ssionais”, o que su-cederá depois da proposta para alteração ao quadro de pessoal da autarquia ser aprovada em sede de As-sembleia Municipal.

A corporação mista dos bombeiros municipais de Sardoal conta atualmente com 70 elementos, sendo que 17 já são profissionais e os restantes encontram-se em regime de voluntariado.

No âmbito do projeto “Per-cursos para a Mudança”, apoiado pelo Programa Ju-ventude em Ação, promo-vido pela FAJUDIS – Fede-ração das Associações Juve-nis do Distrito de Santarém, decorreu no passado dia 21 de março, na Escola Secun-dária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, uma sessão de Focus Group, sobre o tema

“Que Novos Percursos de In-tegração Social”.

As atividades realizadas contaram com a participa-ção de 24 jovens, entre os 15 e os 20 anos, e permitiram auscultá-los sobre várias te-máticas relacionadas com a integração social. Este tipo de auscultação, assente em me-todologias de educação não formal, visa proporcionar aos

participantes a discussão, re-fl exão e o debate.

Através destas iniciativas a Fajudis pretende promo-ver a cidadania, o desenvol-vimento social e a interven-ção comunitária, na tentativa de envolver os jovens num processo ativo e dinâmico de forma a tentar encontrar so-luções para a realidade que os afeta.

Nuno Alfaiate é novo pre-sidente da Associação Qua-tro Cantos do Cisne, sediada no concelho de Constância. Nas eleições de 15 de março, Nuno Alfaiate foi eleito com 32 votos a favor, num uni-verso de 35 votos.

O momento eleitoral sur-giu em antecipação, uma vez que o mandato liderado por Daniel Martins, atual presi-dente e ainda vereador na autarquia de Constância, só

terminaria no fi nal deste ano 2014.

Vasco Silvério, ex-presidente da Assembleia da Associação, explicou que esta antecipação surgiu na sequência do cargo assumido por Daniel Martins na Câmara Municipal.

“Ao ter sido eleito vereador na autarquia o presidente da Associação considerou que seria de bom-tom uma an-tecipação eleitoral, pois teria de tomar decisões enquanto

vereador que poderiam estar estritamente ligadas à associ-ação”, referiu.

Concurso para seis bombeiros profi ssionais

Sessão com jovens sobre os Novos Percursos de Integração Social

Nuno Alfaiate assume presidência dos Quatro Cantos Cisne

• Nuno Alfaiate

2012 – Seat Mii 1.0 MPi 75 Cv Sport 22.000 Kms

2011 - Ford Focus 1.6 TDCi 115Cv Trend 42.000 Kms Azul e Cinza

2013 – Volkswagen Polo 1.6 TDi BlueMo on Technology

2013 – Audi A3 Sportback Sport 1.6 Tdi 105 CV

2013 - Toyota Auris 1.4 D-4D Pack Sport (Viatura de Serviço) 480 Kms

2013 – Hyundai i30 Sta on Wagon 1.6 CRDi 110Cv

2010 – Renault Grand Scénic 1.5 dCi 110Cv Dynamique (7 Lugares)

2010 – Renault Mégane Break 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

2013- Nissan Qashqai 360 1.6 dCi 130Cv (Serviço)

2013 – Seat Ibiza SC FR 1.6 TDi 105Cv (Bi-Xénon + LED's)

2008 – Opel Astra 1.7 CDTi 125Cv Edi on

ABERTOS SÁBADOS DOMINGOS E FERIADOS DAS 9H ÀS 20H

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2011- Renault Kangoo 1.5 dCi Super Pack Clim (AC)

2009 - Renault Mégane Coupé 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

2014 – Renault Kangoo Business Energy 1.5 dCi 90Cv (3 Lugares)

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2008 - 207 XA 1.4 HDi Van (Deduz IVA) 72.000 Kms

2010 - Golf VI Variant 1.6 TDi 105Cv ConfortLine

Zona Industrial da Sertã

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29ABRIL 2014 DIVULGAÇÃO

Quando entramos em Abrantes, pelo lado poente, encontramos do lado direito, este bonito palacete, cons-truído no estilo dos solares do centro e norte da Europa, com as suas torres pontiagu-das, revestidas de ardósia em forma de escama e com bas-tante inclinação para que a água da chuva escorra com facilidade.

Foi mandado construir em 1892, por Francisco Edu-ardo Solano de Abreu, ilustre abrantino nascido em 1858 e falecido em 1941. Foi conhe-cida durante muito tempo por Villa Maria Amélia, nome que lhe veio das duas pri-meiras proprietárias: Maria Amélia Fialho Ferreira e Silva, esposa de Solano de Abreu e, como o casal não deixou descendência, depois da sua morte, a posse do imóvel passou para a afi lhada, Maria Amélia Baeta, que também sem fi lhos, o deixou em tes-tamento à paróquia de S. Vi-cente, sua atual proprietária.

Mas nem tudo fi cou pronto em 1892. Em 19 de Julho de 1895, foi inaugurada “uma soberba e esplêndida casa de jantar”, ornamentada com belos quadros a óleo, tendo na ocasião sido servida uma lauta ceia “com sessenta ta-lheres” e com um menu com-

posto por requintada cozi-nha francesa. A Orquestra Filarmónica Primeiro de Ja-neiro abrilhantou o evento, tocando durante a refeição e no baile que se seguiu até de madrugada. Os 65 operá-rios que trabalharam na obra não foram esquecidos e, no domingo seguinte, Solano de Abreu ofereceu-lhes tam-bém um magnífi co jantar.

Em 1896, a 19 de Maio, foi inaugurada a capela particu-lar da quinta que teve como orago o Senhor da Ascensão. Houve novamente festa rija, com jantar e baile, enquanto as classes populares faziam piqueniques nas matas ane-xas e o anfi trião a todos rece-bia com afi bilidade. De resto, quinta-feira da Ascensão foi um dia que, durante muitos anos, os abrantinos associa-ram a este espaço. Havia fes-tas elegantes que os donos da casa ofereciam aos seus convidados, mas também o povo acorria ali para apanhar a espiga, comer opíparos jan-tares à sombra das frondo-sas árvores do parque, can-tar e dançar ao som da mú-sica que sempre por ali havia nesse dia, na altura um feri-ado muito respeitado. É esse ambiente, ao mesmo tempo festivo e familiar, que o Jornal de Abrantes de 20 de Maio de

1917 descreve: ”Uma alegria para o Dr. Solano de Abreu que, no dia da Ascensão, re-cebe sempre com distinção todas as manifestações po-

pulares que passam pela sua agradável vivenda.

E os jardins românticos, com as suas cascatas, enleios, lagos com ilhas de pedra en-

cimadas por estatuetas, can-teiros floridos que nas noi-tes festivas eram decorados com iluminação à veneziana, muito em voga na época,

eram local onde todos gosta-vam de se divertir e conviver.

Nos fi nais da década de cin-quenta do século XX, mesmo depois da morte de Solano de Abreu, a quinta de Vale de Roubão era ainda muito pro-curada pelo povo abrantino, para comer os seus lanches e apanhar a espiga em quinta-feira de Ascensão.

Mas nem só de festas e pi-queniques se fez a vida desta quinta. Tinha anexos, hoje em ruínas, construídos para ha-bitação dos criados e, como agricultor moderno que que-ria ser, Solano dotou-a com equipamentos inovadores, entre os quais um lagar mo-delo onde o azeite era extra-ído da azeitona por um pro-cesso diferente, que chegou a ser premiado. Construiu tam-bém um estábulo para bovi-nos, amplo e asseado de tal modo que as pessoas, em ar de brincadeira, diziam que ali “até apetecia ser vaca”. A man-teiga feita a partir do leite des-tes animais, fi cou famosa en-tre os abrantinos pela sua ex-celente qualidade.

Teresa Aparício

Bibliografia:- Campos, Eduardo, Solano de Abreu, Vida e Obra, edição da Escola Sec. Dr.

Solano de Abreu, Abrantes 2002- Jornais locais da época

Sempre que pretenda viajar para fora do país deve dirigir-se a uma consulta de saúde do viajante. Se viaja com a fa-mília, designadamente com crianças, idosos pessoas com medicação crónica, tenha em atenção os cuidados especi-ais de que necessitam.

As consultas de saúde do viajante servem para:

1. Aconselhar as medidas preventivas a adotar antes, durante e depois da viagem. Estas medidas incluem a vaci-nação, medicação preventiva

da malária, informação sobre higiene individual, cuidados a ter com a água e os alimen-tos que se ingerem, e outros aspectos para que deve estar alerta quando viaja. Também são fornecidas informações sobre a assistência médica e segurança no país de des-tino e aconselhamento so-bre a farmácia que o viajante deve levar consigo;

2. Aconselhar nomeada-mente grávidas, crianças, idosos, indivíduos com doen-ças crónicas sob medicação, entre outros;

3. Prestar assistência mé-

dica/orientar após o regresso;4. Administrar vacinas, in-

cluindo a da febre amarela, e passar o respetivo certifi cado internacional.

As vacinas obrigatórias são:

O Regulamento Sanitário Internacional em vigor esti-pula que a única vacina que poderá ser exigida aos viajan-tes na travessia das frontei-ras é a vacina contra a febre amarela. Nesse sentido, to-dos os Centros de Vacinação Internacional devem admi-

nistrar a vacina contra a febre amarela a todos os utentes que a eles se dirijam, desde que portadores de prescrição médica.

No entanto, alguns países que exigem o comprovativo de vacinação contra outras doenças. É o da Arábia Sau-dita que exige a vacina con-tra a doença meningocócica, aos peregrinos que se diri-gem a Meca. A Arábia Sau-dita exige ainda, como ou-tros países, a vacina contra a poliomielite, a quem é prove-niente de países onde o vírus é endémico.

Outras vacinas aconselhadas são:

Dependem para onde pre-tende viajar. É precisamente para o aconselhar e informar que existem as consultas de saúde do viajante. As vaci-nas mais indicadas, em fun-ção do destino e da atividade que vai exercer são as que protegem contra as seguin-tes doenças: cólera, difteria, encefalite japonesa, encefa-lite da carraça, hepatite A, he-patite B, gripe, raiva, tétano e febre tifóide.

LUGARES COM HISTÓRIA

O Palacete de Vale de Roubão

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Consulta do Viajante e Centro de Vacinação Internacional no Entroncamento

Consultas de Saúde do Viajante e Centros de Vacinação Internacional

Contactos e horário:Há consultas e centros de

vacinação internacional es-palhados por todo o país. No Entroncamento vai fun-cionar a consulta do Via-jante de adultos quinzenal-mente à 3ªfeira das 9-13H e o Centro de vacinação Inter-nacional nº 9 da ARSLV IP à 3ªfeira das 9-13H e à 5ªfeira das 15-18H.

Rua Miguel Bombarda , 2330-017 Entroncamento

Tel: 49 720 940, Fax: 249 719 650

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30 ABRIL 2014CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

A terceira edição dos “Encon-tros Documentais” decorre na Biblioteca José Cardoso Pires, em Vila de Rei, no dia 10 de abril. Tendo como temática principal “Museus – Conservar e Divulgar”, este evento, com início marcado para as 14 ho-ras, começa com uma pales-

tra sobre “A importância dos Centros de Documentação nos Museus”, por Luís Mota Fi-gueira, da Superior de Gestão de Tomar (IPT), seguido por Leonor Loureiro e Cátia Silva, a partir das 15h30, que abor-darão as temárticas: “O espó-lio da Sinagoga de Tomar” e

“Intervenções de conserva-ção e restauro em objetos de papel”. Os “Encontros Docu-mentais” prosseguem com “Os serviços educativos do Mu-seu Agrícola de Riachos” por Mafalda Luz e Filipa Marto, do Museu Agrícola dos Riachos. Após esta sessão haverá um

debate aberto ao público. A iniciativa, organizada pela Bi-blioteca José Cardoso Pires, Arquivo Municipal e Museu Municipal de Vila de Rei, pre-tende proporcionar um de-bate de temas relacionados com a conservação e divulga-ção do património local.

Terceira edição dos “Encontros Documentais” em Vila de ReiAbrantesAté 21 de abril – Exposição “All together” pela AMARTE – Biblioteca Municipal António BottoAté 24 de abril – Exposição “Voando”, cerâmica contemporânea de António Vasconcelos Lapa – quARTel, Galeria Municipal de Arte, terça a sábado, das 10h às 13h e das 14 às 19h4 de abril – Teatro “Dentro das Palavras” com Rui Catalão – Cineteatro São Pedro, 21h30- 4€11 de abril – Dança contemporânea “Rendez Vous” com Victor Hugo Pontes e Hélder Seabra – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 4€12 de abril – OpenSPEECH , trio de música improvisada com Carlos “Bechegas”, Carlos “Zingaro” e Ulrich Mitzlaff – Sr. Chiado, 21h3023 de abril – “Ler os nossos com…” Teresa Aparício – Biblioteca António Botto, 18h24 de abril a 25 de junho – Exposição “Abrantes, 40 anos depois do 25 de Abril – Os rapazes dos tanques” – Biblioteca Municipal António Botto 25 de abril – Concerto com Carlos Alberto Moniz, apresentação do disco “Resistir de Novo” – Cineteatro São Pedro, 21h30 - entrada gratuita 26 de abril – XV fESTA – Festival de Tunas – Cineteatro São Pedro, 21h30 30 de abril a 3 de maio – Jornadas da Juventude subordinadas ao tema “25 de abril, 40 anos: cidadania sem barreiras” Cinema – Org. Espalhafi tas, Cineteatro São Pedro, 21h30: 9 de abril – “Deus, Pátria, Autoridade”16 de abril – “Kinatay”23 de abril – “A Morte de Um Burocrata”Cinema - Sr. Chiado, 21h30:10 de abril – “Bom Povo Português” 11 de abril –“Guerra ou Paz”

ConstânciaAté 6 de Abril – Exposição “Enigmas”, pintura de Laurinda Oliveira – Posto de Turismo 19, 20 e 21 de abril – Festas do Concelho e Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem

SardoalA partir de 5 de abril – Exposição “Rota das 7 Irmãs” – Centro Cultural Gil Vicente12 de abril – Concerto da Filarmónica União Sardoalense – Igreja Matriz, 21h 18 de abril – Teatro de Rua “A Paixão de Cristo” pelo GETAS – Pelourinho à Santa Casa da Misericórdia, 21h3019 de abril – Concerto da Filarmónica União Sardoalense – Centro Cultural Gil Vicente, 17h 20 de abril – Recital de piano – Centro Cultural Gil Vicente Cinema – Centro Cultural, 16h e 21h30:5 de abril – “Hobbit – A desolação de Smaug”

Mação 6 de abril – 8º Passeio Pedestre “Avós e Netos” – Cardigos 7 de abril – Mostra de Cerâmica – Centro Cultural Elvino Pereira9 e 10 de abril – Seminário de Arte Rupestre – Centro Cultural Elvino Pereira

Vila de Rei Até 30 de Abril – “Centro Livro”, venda de livros – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da BarquinhaAté 25 de maio - Exposição “Bustos e Cabeças”, por Rui Sanches – Galeria do ParqueAté 25 de maio – Exposição “Território Comum”, imagens do Inquérito à Arquitectura regional portuguesa (1955-57) – Escola Ciência Viva 12 de abril – Teatro “Irmã Lúcia, uma oração” com Maria José Paschoal - Clube União de Recreios de Moita do Norte, 21h – 5€ 26 de abril – Noite de Fados – Sede do Grupo Folclórico “Os Pescadores de Tancos”, 21h30 – 10€

AGENDA DO MÊS

Documentário “Guerra ou paz”, de Rui Simões, exibido em AbrantesO realizador Rui Simões es-

treia em abril o documentário “Guerra ou paz”, que andará em itinerância pelo país, e será exibido em Abrantes no dia 11 de abril, pelas 21h30. O documentário aborda os milhares de refratários e de-sertores da guerra colonial, pessoas que decidiram sair de Portugal por discordarem da guerra em África, nas ex-co-lónias portuguesas. “Guerra

ou paz” regista testemunhos de portugueses e angola-nos que procuraram asilo fora dos seus países de ori-gem, por se oporem ao Es-tado Novo, à ideologia de Salazar e à política colonia-lista. O documentário estreia na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, e passa também por Santarém a 7 de maio.

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃOCONSULTAS

FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro

GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURALAcordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA

Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros,

Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.

Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTESTelef. 241 371 715 - Fax 241 371 715 - [email protected]

Canções de abril por Carlos Alberto Moniz

As celebrações do 25 de abril em Abrantes contam com atividades variadas que passam por exposições, con-certos, desporto e sessões de cinema. No dia 25 de abril, o destaque vai para Carlos Alberto Moniz que apresenta o novo trabalho discográ-fi co no Cineteatro São Pedro. “Canção dos 40 Anos de Abril” é um disco comemorativo de

Abril e que contém a música “Resistir de Novo”, o hino ofi -cial da Associação 25 de Abril. A música foi escrita por José Jorge Letria e aborda a atual situação de crise, a incerteza do futuro e a emigração. Para este trabalho discográfico, Carlos Alberto Moniz teve as colaborações de Rui Pato, que foi guitarrista de José Afonso, Quarteto Lopes Graça, Banda

Filarmónica Progresso Ma-tos Galamba de Alcácer do Sal, José Mário Branco e tan-tos outros nomes da música portuguesa. A acompanhar o disco vem um livro com do-

cumentos exclusivos e foto-grafi as inéditas sobre a revo-lução de Abril. O concerto em Abrantes tem início marcado para as 21h30 e tem entrada gratuita.

“Vozes da Rádio com o CRIA” é o nome do espetáculo de solidariedade que sobe a palco no próximo dia 2 de maio, às 21h30, no cineteatro São Pedro, em Abrantes.

Com o objetivo de apoiar e assinalar os 37 anos de existência do Centro de Recu-peração e Integração de Abrantes, CRIA, a AA Produções, promotora do evento, vai juntar algumas vozes da rádio do conce-lho de Abrantes e um conjunto de artis-tas musicais numa noite solidária, onde as vivências radiofónicas se misturarão com a história da instituição.

Humberto Lopes, presidente da direção do CRIA, referiu ao JA “ que foi com agrado que a instituição aceitou este espetáculo de angariação de fundos. Sempre que

recebemos verbas angaria-das destinamos sempre as mesmas, em novos investi-mentos, equipamentos ou obras”. Donativos que po-derão ser empregues num conjunto de carências do CRIA: “temos em falta uma televisão para o lar, preci-samos de equipamentos para a sala de estimulação sensorial, jogos didáticos e em temos de obras pretendemos acabar o pavilhão de hipoterapia e um outro pa-vilhão,” explicou o presidente.

Os artistas que subirão a palco serão Piano Voz, Ruy e Nuno Damas, Kwantta, Ana Filipa Rosado, Hugo Sampaio, Dulce Guimarães e Reptiliah.

Os radialis-tas encarrega-dos da apresen-tação do espe-táculo vão ser Fernanda Men-des, Jorge Beirão, Anabela Maia, Miguel Pequeno,

Lídia Aparício, Paulo Delgado, Patrí-cia Seixas, Vasco Damas, Carla Esteves, Jerónimo Jorge, Amélia Bento, Ricardo Beirão, Anabela Almeida, Paulo Carneiro, João Guilherme, Joana Margarida Carva-lho e Mário Rui Fonseca.

Os bilhetes encontram-se à venda no CRIA ou no dia do espetáculo no Cinete-atro São Pedro.

Vozes da Rádio e CRIA juntos numa noite solidária

tadotaçtácFerdesAnaMig

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31ABRIL 2014 PUBLICIDADE

CONVOCATÓRIAPARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Nos termos do artigo 43º, dos estatutos da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntários de Abrantes, convoco todos os sócios para se reunirem em As-sembleia Geral Ordinária, que terá lugar no Quartel Bombeiros de Abrantes, sita na Av. D. João I nº 1160, 2200-233 Abrantes, pelas 21h do dia 16 de abril de 2014, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Análise e deliberação do Re-latório de Contas de 2013

2. Informações da Direção;3. Outros assuntos de interesse

para a Associação.De acordo com o estabelecido

no nº 1 do artigo 44º dos Es-tatutos desta Associação, se à hora marcada, não se verifi car a presença de pelo menos metade mais um dos associados, a As-sembleia funcionará meia hora mais tarde da hora marcada, em segunda convocação, com qual-quer número de presenças.

Obs: A documentação para deliberação, Relatório de Con-tas de 2014, será enviada por correio eletrónico até ao dia 7 de abril 2014

Abrantes, 27 de março de 2014

O presidente da mesa da Assembleia- GeralHumberto Pires Lopes

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTESLargo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIA Dr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio; Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVADr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraREUMATOLOGIADr. Jorge GarciaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana TorresOBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIA Dr. Luís CardigaORTOPEDIA Dr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIA Dr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTA Dr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

16

16

16

António Serra28.04.1923 - 24.02.2014Mação

AGRADECIMENTO

Maria José Ambrósia Gil Pratas Carreiras

AGRADECIMENTO

Hugo Miguel Luís David15.01.1976 - 22.02.2014 Entrevinhas - Sardoal

AGRADECIMENTO

Esposa, Filhos, Netos e Nora, endereçam a todos os Fa-miliares e Amigos que estiveram presentes com o seu ente Querido na sua Cerimónia Final, os mais Elevados Agra-decimentos.O serviço ficou a cargo da Funerária Tavares & Manso Lda. de Cardigos

Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, e por des-conhecimento de moradas, seus familiares agradecem a quantos apoiaram na doença, e acompanharam à ultima morada a sua ente querida, ou doutro modo manifestaram a sua solidariedade nesta hora difícil de suas vidas.

Na incapacidade de agradecer pessoalmente a todos os que se juntaram a nós neste momento de dor, no derradeiro adeus ao nosso filho, irmão, cunhado e tio, vimos por este meio, agradecer o apoio pela presença, pelas palavras e sentimentos de consolo que manifestaram no acompanha-mento a sua última morada.A todos o nosso sentimento de gratidão

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

BOSCH SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS PEGOP

HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00)

PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

EditalCessão de Exploração da Albergaria D. Dinis Hotel ***

Hasta Pública

Ricardo Jorge Martins Aires, Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, torna público que ao abrigo da deliberação tomada em Reunião da Câmara Municipal de 18 de Fevereiro de 2014, e da Assembleia Municipal de 25 de Fevereiro de 2014, se deliberou adjudicar através de hasta pública a Cessão de Exploração da Albergaria D. Dinis Hotel.

Os possíveis interessados deverão apresentar as suas propostas em invólucro fechado e lacrado com indicação no exterior da identifi cação da hasta pública, a denominação “Pro-posta” bem como a identifi cação do concorrente, devendo as mesmas dar entrada na secretaria da Câmara Municipal de Vila de Rei até às 16.00 horas do dia 21 de Abril de 2014.

A abertura de propostas será feita em sessão pública, na Sala das Sessões do Edifício dos Paços do Concelho, na Praça Matos Silva Neves, 6110-174 Vila de Rei, pelas 14.30 horas do dia 22 de Abril de 2014, sendo posteriormente analisadas por um Júri.

Na referida sessão pública apenas poderão intervir/licitar os concorrentes/ou seus represen-tantes devidamente mandatados, que tenham apresentado proposta escrita.

O preço base de licitação para a cessão de exploração é de € 250,00 (duzentos e cinquenta euros), referente ao valor da prestação mensal, durante 4 anos, correspondendo ao total mínimo de € 12.000,00 (doze mil euros), acrescido de IVA.

O critério de adjudicação para a cessão de exploração será o mínimo de 16 Valores obtidos no âmbito das condições expostas na Cláusula 4.ª, em referência ao Capitulo IV constante do Programa de Procedimentos e o do preço mais elevado.

A participação na hasta pública implicará a aceitação por parte dos licitantes do facto de serem conhecedores do conteúdo do Programa de Procedimento e do Caderno de Encar-gos bem como dos documentos anexos e a declaração de vontade de os pretender cumprir integralmente.

Para constar se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afi xados nos lugares públicos de costume.

Paços do Município de Vila de Rei, 18 de Março de 2014O Presidente da CâmaraRicardo Jorge Martins Aires

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