jornal de abrantes - edição novembro 2014

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de POLÍTICA ESPECIAL POLÍTICA ENTREVISTA INVESTIMENTO NOVEMBRO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5525 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Produtos regionais estão em expansão De Alvega para vários países partem as amoras da Manuela, o Inov`Linea abre as suas portas a novos produtores e as tigeladas tradicionais de Abrantes agora já podem percorrer o mundo. Págs. 11 a 14 Autarca de Barquinha quer reativar a base de Tancos Fernando Freire defende a reativação da base área nº3 de Tancos para aeroporto ci- vil e de transporte de mercadorias. Pág 8 Autarquias apresentam orçamentos mais baixos As autarquias da região aprovaram orça- mentos municipais mais baixos para 2015 e referem-se a uma indefinição face ao pró- ximo quadro comunitário de apoio. Pág 4 PSD de Abrantes aponta fortes críticas ao PS A Comissão Política do PSD acusa a autar- quia liderada pelo PS “de falta de estratégia e de um plano de ação”. Pág 9 Eurico Consciência foi homenageado O advogado aos 78 anos de idade mantém- se em atividade e refere que “é uma sorte poder ajudar as pessoas”. Pág. 3 Sandra Eunice Reis

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Jornal de Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Constância e VN Barquinha

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Page 1: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

POLÍTICA

ESPECIAL

POLÍTICAENTREVISTA INVESTIMENTO

NOVEMBRO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5525 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Produtos regionais estão em expansãoDe Alvega para vários países partem as amoras da Manuela, o Inov̀ Linea abre as suas portas a novos produtores e as tigeladas tradicionais de Abrantes agora já podem percorrer o mundo. Págs. 11 a 14

Autarca de Barquinha quer reativar a base de TancosFernando Freire defende a reativação da base área nº3 de Tancos para aeroporto ci-vil e de transporte de mercadorias.Pág 8

Autarquias apresentam orçamentos mais baixosAs autarquias da região aprovaram orça-mentos municipais mais baixos para 2015 e referem-se a uma indefinição face ao pró-ximo quadro comunitário de apoio. Pág 4

PSD de Abrantes aponta fortes críticas ao PS A Comissão Política do PSD acusa a autar-quia liderada pelo PS “de falta de estratégia e de um plano de ação”.Pág 9

Eurico Consciência foi homenageadoO advogado aos 78 anos de idade mantém-se em atividade e refere que “é uma sorte poder ajudar as pessoas”.Pág. 3

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2 NOVEMBRO 2014ABERTURA

IDADE 30 anosNATURALIDADE / RESIDÊNCIA Venezuela / Abrantes

PROFISSÃO Engenheiro ProcessoUMA POVOAÇÃO Mação porque faz-me sentir em casa.UM CAFÉ O qual possa estar com os meus amigos.PRATO PREFERIDO Arroz de pato feito pela mãe.UM RECANTO PARA DESCOBRIR Alto douro, pela sua paisagem.UM DISCO Damien Rice – “O”.UM FILME The Bucket List – pela sua históriaUMA VIAGEM A Barcelona em boa companhiaUMA FIGURA DA HISTÓRIA? (E PORQUÊ) Henry Ford pela

introdução de várias técnicas de produção em massa na indústria modernaUM MOMENTO MARCANTE? (E PORQUÊ) A primeira vez que entrei no estádio da Luz para ver um jogo das competições europeias. O ambiente que se cria não se consegue explicar, só sentindoUM PROVÉRBIO A ganhar se perde e a perder se ganhaUM SONHO Fazer uma viagem pelos continentes do mundoUMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Prova de karting, seguido de almoço com família e/ou amigos

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes

e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

@lenacomunicacao.pt

Editora e proprietária

Media On - Comunicação Social, Lda.

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos,

Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornal abrantesde

Manuel Brites74 anos

Aposentado

“A tradição em si era boa! Só que a mesma terminou, com a retirada do feriado.

Continua a ser um dia santo para mim, mas no geral não é.”

Conceição Florindo48 anos

Cabeleireira

“Acho fantástico. Até tenho pena de já não poder andar a “pedir os bolinhos”, porque adorava. Desde pequena que pedia os bolinhos e concordo que a tradição se man-tenha.”

Maria de Fátima55 anos

Empregada de balcão

“ É uma tradição que sempre exis-tiu e acho bem continuar. Embora tenham retirado o feriado, consi-dero que é necessário preservá-la, pelas crianças.”

FOTO DO MÊS

INQUÉRITO

Hino aos velhos

EDITORIAL

Os nossos velhos, tenham tido muita ou pouca formação, têm sempre muito para dar. Porque os anos que viveram também lhes deram muitas oportunidades de olhar para as coisas, uma vez e outra e mais outra. Por isso, passaram a vê-las com olhos mais abertos, mais iluminados, mais focados. A experiência dada pelo tempo que passa é dos nossos velhos, mas pode ser nossa também, se quisermos aprender com ela.

Carlos Pinto Coelho, o grande jornalista que se tornou conhecido pelo programa “Acontece”, na RTP2”, veio várias vezes à Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA). Numa delas, referiu-se a quem tem mais idade como ‘os velhos’. E alguns jovens fi caram surpreendidos, habituados que estavam a usar expressões como “idosos” ou “terceira idade”. Mas Carlos Pinto Coelho, que nunca chegou a ser velho, apesar de toda a sua experiência e de tanto que tinha para dar, ensinou-os a não ver ofensa na palavra “velho”.

Envelhecer é avançar no tempo e ganhar com isso. Ser velho é, também, assumir a generosidade da partilha, passando aos que se seguem ideias, histórias, conselhos e experiências que só lá muito para a frente conseguimos ter. Mas, se as ouvirmos antes de lá chegarmos, fazemos o nosso avanço no tempo de forma mais sensata. Por isso, sempre que perdemos os nossos velhos, quando ainda tinham tanto para partilhar, sentimos que perdemos a oportunidade de envelhecermos melhor.

Perder um velho não é só deixar partir quem já viveu a sua vida. Perder um velho é perder uma grande oportunidade. Os nossos velhos fazem-nos falta sempre, mesmo quando se apagam como uma vela que chega ao fi m. Mesmo sendo a lei da vida, é difícil aceitar que não houve tempo para absorver tudo. E quando morrem na sequência de atos bárbaros, sem justifi cação possível, o incómodo é imenso. Não resolve nada, mas apetece fazer este hino aos velhos.

Hália Costa Santos

SUGESTÕES

António Manuel dos Santos Dias

Algumas das instalações deixadas pelo Creative Camp edição 2014 estão hoje destruídas. A pergunta que se impõe é: qual é a sua utilidade agora?

O que pensa da tradição de “Pedir os Bolinhos”?

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3NOVEMBRO 2014 ENTREVISTA

EURICO CONSCIÊNCIA CHEGOU A ABRANTES HÁ 50 ANOS

“É uma sorte, a de poder ajudar as pessoas”ALVES JANA

Fez 78 anos em fi nais de ou-tubro, mantém-se em ativi-dade e foi homenageado a 18 de outubro pelo Conselho Distrital da Ordem dos Advo-gados como “advogado de referência” e “homem de con-vicções”.

Que quer isso dizer? Hoje há demasiados “pro-

fi ssionais” de advocacia, cerca de 30.000 no ativo. A Áustria, com a mesma população, tem 6.000. Isso agravou a luta dos advogados pela vida e levou a uma degradação da profis-são em termos da responsabi-lidade deontológica. À medida que vamos envelhecendo, va-mos percebendo que quan-to mais sabemos mais igno-ramos. Mas, em termos deon-tológicos, há mais de 50 anos como advogado, nós pensá-vamo-nos como uma elite, no ainda hoje desejável bom sen-tido, um escol de pessoas com um grande sentido de respon-sabilidade e obrigadas a cor-responder ao que a comunida-de esperava delas. Hoje, infe-lizmente, não é assim de todo, o que não quer dizer que não haja excelentes Advogados (com A grande).Quais são as suas convic-ções?

Em primeiro lugar, a lealda-

de: os homens devem ser le-ais, não devem ser hipócritas, traidores, não devem passar rasteiras. E em Abrantes há muitos rasteirantes. E o senti-do de responsabilidade. São, para mim, os valores funda-mentais. E depois a tolerân-cia.

Foi presidente da Câmara antes do 25 de Abril.

O meu sogro, homem de boa memória, era o cacique local em Meda e por isso con-vidaram-me para presidente da Câmara. Disse que aceita-va se pudesse dizer na posse que “não tenho nada que ver com este regime e tomo pos-se como administrador da mi-nha terra deixando as funções políticas para o meu sogro”. O governador civil falou com o ministro, Santos Júnior, e eu tomei posse. Mas dei-me mui-to mal, não com os ministros, mas com o governador civil. E passados três meses pedi a demissão. Não fui autoriza-do a demitir-me e abandonei o cargo. Acabei por retomar funções e concorri para notá-rio em Abrantes, para terem de me deixar sair.Como era Abrantes quan-do chegou, em 1964?

Era um cartório muito re-questado, pois ganhava-se bem: com os emolumentos, mais do dobro do juiz da co-

marca. Eu vim para regressar a Meda ao fi m de um ano. Mas gostei muito de Abrantes. Era uma cidade pequena, mas ti-nha um equipamento urbano notável: hospital, casa de saú-de, colégios masculino e femi-nino, escola comercial e indus-trial, e tinha outras escolas se-cundárias (Alvega, Tramagal e Mouriscas). Eu tinha já dois fi -lhos e outro para nascer. Deci-dimos fi car por aqui, “não va-mos outra vez para o deserto”, porque lá em cima era mes-mo um deserto, sem hospital, sem escolas… Fomos fi cando. E como eu sou um lírico, ado-rei a paisagem, a orografi a de Abrantes. E quando ia fazer 33 anos, deixei o notariado e re-tomei a advocacia, em 1970. Depois ainda deslocámos a família para Oeiras, pelo que abri escritório em Lisboa, que mantenho.

E Abrantes, hoje…Tem perdido, é uma terra

em declínio. Tem a ver tam-bém com as pessoas que es-tão nos lugares de que de-pende o desenvolvimento ou retrocesso de uma comu-nidade. Fizeram-se coisas bo-nitas, mas perderam-se de vista as coisas realmente im-portantes para o desenvol-vimento. Abrantes chegou a ter mais de 50.000 habi-tantes e hoje não chega a

40.000. E não é um problema de interioridade, que é rela-tiva, a um quarto de hora do eixo Lisboa-Porto. Por exem-plo, Castelo Branco nunca perdeu população, com uma interioridade muito maior.

Como advogado, qual é a sua actividade dominante, a sua especialidade?

Costumam dizer de mim “especialista em seguros e acidentes de viação” [área em que tem vários livros publi-cados, vários com reedição]. Hoje há muito menos aci-dentes que há 20 anos, por causa das auto-estradas, os automóveis são muito mais seguros e sobretudo porque desapareceram as motoriza-das. Eu fiz centenas, se não milhares, de julgamentos de acidentes de viação. E mais tarde fui advogado de vá-rias companhias de seguros. Conheço o problema de um lado e do outro.

Com 78 anos, ainda exerce. Não pensou reformar-se?

Se eu me mantiver fisica-mente mais 15 anos, são 15 anos mais que eu advogarei. Não haja dúvida. Alguém já disse que não há profissão mais nobre que a de advoga-do. É uma sorte, a de poder ajudar as pessoas. É isso que eu sinto.

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• Eurico Consciência, um “advogado de referência”

Eurico ConsciênciaNasceu em Meda (Guar-

da) em 1936. Estudou no Porto e depois formou-se em Direito em Coimbra (1959). Regressou à sua ter-ra onde casou e foi notá-rio e advogado, sub-dele-gado procurador da Repú-blica e depois presidente de Câmara até se fi xar em Abrantes em 1964, como notário. Em 1970 passa a exercer advocacia aqui e depois também em Lis-boa) e mantém múltiplas intervenções na sociedade local e regional.

Fundador do PS de Abrantes e depois candi-dato a presidente da Câ-mara pelos GDUP.

Membro da direção da

ARA, do Sporting Clube de Abrantes, do Cine Clube de Abrantes.

Colaborador dos jornais Correio de Abrantes, de que foi diretor antes do 25 de Abril, do Jornal de Abrantes, do Primeira Li-nha, d’ O Ribatejo e do Ex-presso.

Professor de Direito Co-mercial e Economia Polí-tica na E.I.C.A. e de Intro-dução ao Direito na Uni-versidade Internacional (Abrantes).

Publicou vários livros de Direito, sobretudo na área do Direito dos Seguros e um livro de recolha de cró-nicas.

Tem sido o homem das mil e umas intervenções. Por exemplo na ARA – Associação de Desenvolvimento da Região de Abrantes. O que era?

E m 1 9 6 6 c o m e m o r o u - s e o cinquentenário de Abrantes cidade e eu fui participando. O Dr. João Salguei-ro era Sub-Secretário de Estado do Pla-neamento e Vítor Constâncio era diretor do Secretariado Técnico da Presidên-cia do Conselho, então uma instituição magnífi ca que atraía as melhores cabe-ças que saiam das faculdades. A ARA foi criada como estrutura regional de su-porte de uma plano de desenvolvimen-

to regional. Aqui era a cobaia e depois seria para estender a todo o país. Eu era o secretário geral. Prepararam-se as condições para a criação do chamado Triângulo Abrantes-Tomar-Torres No-vas, pensando numa cidade com cerca de 200.000 habitantes. Havia uma co-missão com duas pessoas de Abrantes, duas de Tomar e duas de Torres Novas. A coisa estava a andar muito bem, mas a certa altura, por razões políticas, lo-cais, houve querelas pessoais… (ri-se) “aquele tipo está a subir mais que eu”… E a coisa rebentou numa reunião no Hotel, eu saí porta fora.

Como era a Oposição ao regime, em Abrantes?

O chefe da Oposição era o Dr. Seme-do, uma jóia de homem. Era uma ter-ra de “brandos costumes”: a Situação e a Oposição confraternizavam. Havia eleições, lá ia o Dr. Semedo e o Dr. Or-lando Pereira, e o Manuel Dias, que é tão cioso da sua contribuição… Arran-javam uma sessão de propaganda da Oposição. Depois do 25 de Abril viu-se que a mulher do Dr. Orlando era do Partido Comunista.

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4 NOVEMBRO 2014DESTAQUE

A Câmara de Abrantes aprovou, no dia 24 de outu-bro, a proposta de orçamen-to para 2015, no valor de 27,6 milhões de euros, menos 6 milhões do que o orçamen-to deste ano. “Este é um orça-mento muito baixo, dos mais baixos dos últimos 10 anos”, disse à Antena Livre a presi-dente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Al-buquerque, tendo apontado para a “redução de receitas através dos impostos munici-pais e as difi culdades ineren-tes a um novo quadro comu-nitário de apoio que teima

em começar”.O Plano de Atividades, In-

vestimentos e Orçamento para 2015 foi aprovado com os votos favoráveis da maio-ria PS, a abstenção do eleito da CDU e o voto contra da ve-readora do PSD.

A autarca disse ainda que o Plano e Orçamento para 2015 foi “condicionado pela continuação das medidas de austeridade que o país atra-vessa e pela manutenção do desinvestimento em projetos estruturais e potenciadores do desenvolvimento” econó-mico e social, com refl exo na

vida dos cidadãos, das insti-tuições e das empresas.

“Este é um orçamento tam-bém fortemente condiciona-do pela expectável acentu-ada diminuição de receitas, sobretudo, e pela incerteza quanto aos mecanismos de fi nanciamento a disponibili-zar pelo novo Quadro Comu-nitário”, frisou.

A autarca lembrou que 2015 será “o primeiro de 7 anos” em que o município de Abrantes contribui do seu orçamento para o Fundo de Apoio Municipal criado pelo Governo para apoio aos mu-

nicípios em difícil situação fi -nanceira (Abrantes contribui com 1,2 ME).

Céu Albuquerque disse que 50% daquele montante do orçamento diz respeito a des-pesas de funcionamento da autarquia, como ordenados com os funcionários, refei-ções escolares, transportes, e apoios às juntas de fregue-sia, entre outras, e os restan-tes 50% estão divididos para uma componente do pla-no de atividades, culturais, desportivas e outras, e outra componente relativa a inves-timentos em curso.

“Em 2015, e até que o novo quadro comunitário de apoio comece a funcionar, vamos concluir os projetos em cur-so, na ordem dos 5 milhões de euros, como o novo cen-tro de saúde de Abrantes, o núcleo museológico do Tramagal e o novo mercado diário de Abrantes”, frisou a autarca, tendo realçado as “boas contas” de um municí-pio que apresenta um “prazo médio de pagamento de 25 dias” a fornecedores.

“Este é um município cumpridor dos limites de endividamento nos termos

da Lei das Finanças Locais e continua a diminuir o núme-ro de colaboradores ao servi-ço”, referiu, dizendo que em 30 de setembro de 2014 a re-dução foi de 3,7%, face ao pe-ríodo homólogo de 2013.

A presidente do município assegurou que a Câmara de Abrantes “não vai despedir ninguém e poderá mesmo vir a contratar pessoal, em-bora no quadro de uma forte conjuntura de restrição”.

Mário Rui Fonseca e Joana Margarida Carvalho

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A Câmara Municipal de Ma-ção aprovou o orçamento para 2015, da ordem dos 11 milhões de euros, com o pre-sidente do município, Vasco Estrela, do PSD, a sublinhar o “condicionamento” gerado pela indefinição em relação aos fundos comunitários.

O próximo quadro de apoios comunitários “vem quase im-possibilitar que as autarquias possam fazer obra (física) da forma como era habitual”, frisou, tendo o autarca refe-rido a “alteração de paradig-ma”, para justifi car opções que vão, no essencial, centrar-se na prestação de serviços de proximidade, de apoio às pes-soas, às instituições sociais, à

educação e cultura, e às em-presas e agentes económicos.

No documento, é ainda vin-cada a aposta na cultura, atra-vés da “afi rmação do concelho como polo de conhecimento”, por via do ensino especializa-do ministrado no Museu do Sagrado do Vale do Tejo e no Instituto Terra e Memória.

Vasco Estrela defendeu ain-da o processo de reformu-lação do Gabinete Empre-endedor de Mação (GEMA), através de novas instalações e melhoria na prestação de serviços, e reputou de “funda-mental” a elaboração do Pla-no Estratégico - Mação 2025, um documento de “extraordi-nária importância” para a defi -

nição futura da política e ação autárquica para os próximos anos.

O documento prevê ainda a conclusão da elaboração de cadernos de especificações dos principais produtos tradi-cionais de panifi cação, paste-laria e doçaria, a operaciona-lização do percurso pedestre junto ao Rio Tejo, desde Orti-ga até ao limite do concelho de Abrantes, criação de um outro percurso entre Vale de Abelha e a Albufeira da Bar-ragem de Belver (Ortiga), e dinamização da Marca Mação e dos produtos endógenos a ela associados.

MRF

A Câmara de Vila de Rei aprovou por maioria as Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2015, uma verba de 5,4 mi-lhões de euros, a mais baixa da última década.

Ricardo Aires, autarca so-cial-democrata, disse ao JA que o orçamento está “foca-do” em áreas muito concre-tas de apoio à comunidade, levando a efeito “políticas de proximidade e de apoio aos mais necessitados, às famí-lias e às instituições sociais”.

No documento, aprovado pela maioria dos votos do PSD e com a abstenção do PS, pode ler-se que a autar-quia de Vila de Rei projeta

para o próximo ano a con-clusão do projeto de cons-trução e infraestruturas de um centro geriátrico no concelho, a construção de um parque urbano ambien-tal na Eirinha/Carrascal, a re-

abilitação da antiga cadeia para fi ns culturais, a criação de uma quinta pedagógica em São João do Peso, um parque de campismo em Fernandaires e um parque aventura em Água Formosa.

O documento prevê ainda a construção de um edifício para a instalação de um la-gar e destilaria, com zona de embalamento e aquisição de respetivo equipamento, a construção de um helipor-to, a requalificação do Par-que de Feiras municipal, e a benefi ciação do acesso ao centro geodésico de Portu-gal, entre outros.

MRF

Mação privilegia em 2015 apoios sociais e economia local em orçamento de 11 ME

Vila de Rei com 5,4 ME no orçamento para os mais carenciados e infraestruturas

Abrantes aprova um dos orçamentos mais baixos da última década

• Opções para 2015 condicionadas pela austeridade, pelo “desinvestimento em projetos estruturantes” e pela diminuição de receitas

Page 5: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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5SAÚDENOVEMBRO 2014

Problema informático afetou Extensãode Saúde de Santa MargaridaUm problema informático levou ao encerramento par-cial da extensão de saúde de Santa Margarida, em Cons-tância, tendo sido resolvido três dias depois pelos Servi-ços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

MÁRIO RUI FONSECA

Um problema informático afetou a normal prestação de serviços dos médicos e dos 2.543 utentes da exten-são de saúde de Santa Mar-garida da Coutada, Cons-tância, que, ao longo de três dias, tiveram de se deslocar para a extensão de saúde do Tramagal, freguesia vizi-nha situada já no concelho de Abrantes, a cerca de sete quilómetros, para a presta-ção de consultas.

“Foi um problema na rede de internet, um problema de performance que tinha a ver com a infraestrutura existente e que condicio-nou os aplicativos”, disse a responsável pela comunica-ção da SPMS, entidade res-ponsável pela gestão e ma-nutenção dos sistemas de informação do Ministério da Saúde.

“O problema não era de acesso aos ficheiros dos utentes mas eventualmente no programa de prescrição de medicamentos, devido a um ‘up grade’ que efetuá-mos recentemente. Com a substituição do link, e em articulação com o ACES do Médio Tejo, as consultas vol-taram três dias depois à nor-malidade em Santa Marga-rida”, assegurou Ana Davó.

A presidente da Câmara de Constância, Júlia Amorim, disse que “as preocupações tornadas públicas levaram o SPMS a acelerar as medidas para solucionar o problema, tendo-se deslocado ao local um técnico de informática”.

A autarca defendeu ainda que, “caso o problema per-

sista, e até que a situação se resolva defi nitivamente, a Extensão de Saúde “devia voltar a trabalhar com o an-terior sistema de prescrição de receituário”.

A diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, Sofi a Theriaga, confi r-

mou que “o problema prin-cipal situou-se ao nível da plataforma do programa de Prescrição Eletrónica Mé-dica” (PEM) uma aplicação informática desenvolvida pela SPMS destinada à pres-crição eletrónica de medi-camentos, cuidados respi-ratórios domiciliários e de

meios complementares de diagnóstico.

Esta ferramenta, disponí-vel tanto nas instituições de cuidados de saúde pri-mários como em ambiente hospitalar, possibilita o en-vio de dados para o sistema central.

“É uma plataforma exi-gente e que obriga a uma maior largura de banda do que aquela que existia na extensão de saúde de Santa Margarida. O Ministério já havia dado instruções esta semana para voltarmos ao antigo sistema informático mas agora, com a instalação de um novo sistema pelos técnicos da SPMS, espera-mos que a extensão de sa-úde já possa trabalhar nor-malmente e sem sobressal-tos”, disse.

CM

Con

stân

cia

• Responsável espera que a extensão de saúde agora “já possa trabalhar normalmente e sem sobressaltos”

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Page 6: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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6 NOVEMBRO 2014SAÚDE

Ministério da Saúde assegura manutenção da maternidade em Abrantes

Valor “ofensivo” pago aos enfermeiros “transcende” administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo

O Ministério da Saúde ga-rantiu não ter tomado qual-quer decisão no sentido do encerramento da materni-dade de Abrantes, em res-posta a uma pergunta levan-tada pelo deputado social-democrata Duarte Marques.

“O Ministério da Saúde rei-tera que, não só não foi to-mada qualquer decisão no sentido do encerramento da maternidade do hospi-tal de Abrantes, que integra o Centro Hospitalar do Mé-dio Tejo (CHMT), assim como não se encontra em curso ou em preparação qualquer procedimento no sentido de um eventual encerramento”, pode ler-se no documento assinado pelo chefe de ga-binete do ministro da Saúde, Paulo Macedo.

O deputado Duarte Mar-ques, eleito por Santarém, disse à Antena Livre que as perguntas que colocou à tu-tela surgiram “na sequência de uma preocupação reve-lada pela concelhia do PSD de Abrantes”, que o havia alertado para um abaixo-as-

sinado que circula em várias localidades daquele conce-lho, em defesa da manuten-ção da maternidade.

“Estranhei a pertinência do abaixo-assinado, porque já por diversas vezes o pró-prio ministro da Saúde tinha desmentido notícias seme-lhantes”, notou o deputado social-democrata, tendo co-locado ao ministro duas per-guntas relacionadas com a maternidade do hospital de Abrantes.

“Perguntei se estava pre-visto o encerramento da maternidade do hospital de Abrantes e se este Governo tomou alguma decisão rela-tivamente a esta matéria”, ex-plicitou o deputado, tendo afi rmado que a resposta do Ministério “desmente a es-peculação feita pelo Partido Socialista de Abrantes, que numa lógica de terror polí-tico tentou passar a imagem que o Governo se preparava para encerrar a maternidade do Hospital de Abrantes”.

“Os recentes comunicados e informações difundidas por

dirigentes do PS do concelho de Abrantes visam apenas en-ganar a opinião pública, fugir à verdade e prosseguir uma política de medo e de criação de casos junto da população da região e que é servida pela maternidade do Hospital de Abrantes ”, reiterou.

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Abrantes, Bruno Tomás, des-mentiu “categoricamente” qualquer relação de dirigen-tes do PS com o abaixo-assi-nado que circula há várias se-manas na cidade.

“É redondamente mentira o que afi rma o deputado Du-arte Marques, pois os diri-gentes socialistas de Abran-tes não têm nada a ver com o abaixo-assinado que está a decorrer no concelho, sendo este promovido por uma co-missão de utentes”, afi rmou. “Temos conhecimento do documento, que circula em locais públicos, respeitamo-lo, mas o PS e os seus dirigen-tes não o promoveram nem são responsáveis pelo seu conteúdo”, vincou o dirigente

socialista. A Comissão de Utentes dos

Serviços Públicos do Conce-lho de Abrantes (CUSPCA) deu início à recolha de um abaixo-assinado em de-fesa da manutenção da ma-

ternidade do Hospital de Abrantes. Em comunicado, a CUSPCA refere que o docu-mento, que será dirigido ao Ministério da Saúde com o conhecimento dos represen-tantes do poder autárquico

da região, das unidades de saúde e de todos os grupos parlamentares, foi colocado a circular “no maior número de locais públicos de todo o concelho”.

Mário Rui Fonseca

O Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP) criticou a contratação de oito enfer-meiros para o Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT) com vencimentos de 510 eu-ros por mês, pouco mais de três euros por hora.

O valor pago aos profissi-onais de enfermagem con-tratados através de uma empresa é um assunto que transcende o Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT), assegurou o Conselho de

Administração (CA), em res-posta às críticas do Sindicato dos Enfermeiros Portugue-ses (SEP).

O Sindicato de Enfermeiros havia denunciado e criticado a contratação de oito enfer-meiros para o Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT) com vencimentos de 510 eu-ros por mês, um valor que afi rmam ser de “absurda ex-ploração”, tendo responsa-bilizado o CA do CHMT pela contratação de oito enfer-

meiros, através da Empresa Sucesso 24, para um horário de 40 horas por semana com um vencimento que repro-vou por considerar “não só muito baixo, como ofensivo”.

“Esta absurda exploração dos enfermeiros está a apro-fundar o já instalado senti-mento de indignação e re-volta dos enfermeiros do centro hospitalar, em con-creto, na urgência de Abran-tes onde foram colocados cinco destes colegas”, notou

Helena Jorge, do SEP.O CA do CHMT respondeu

hoje às questões levantadas pelo SEP, tendo confirmado que, por “prementes necessi-dades operacionais” daquele Centro Hospitalar, recorreu-se, em agosto deste ano, à contratação de oito profi ssi-onais de enfermagem, que assegurassem funções até 31 de dezembro próximo.

O CA faz saber que esta con-tratação foi efetuada através de uma empresa que opera

na área da colocação de pro-fi ssionais de saúde, tendo as-segurado que “a média men-sal que o CHMT paga por cada enfermeiro à empresa de prestação de serviços é de 1.184,00 euros”.

O CA do CHMT conclui o es-clarecimento notando que o valor pago pela referida em-presa aos profi ssionais de en-fermagem contratados é um “assunto que transcende este Centro Hospitalar”.

Helena Jorge, do SEP, de-

fendeu a responsabiliza-ção do CHMT e do Ministé-rio da Saúde pela “conivên-cia” com a atual situação, “de profunda humilhação, não só para quem veio trabalhar nestas condições como para quem trabalha a seu lado, com as mesmas competên-cias e qualificações, e é um profundo desrespeito pela classe de enfermagem”.

Mário Rui Fonseca

• “Preocupação revelada pela concelhia do PSD de Abrantes” leva deputado a esclarecer dúvidas

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8 NOVEMBRO 2014REGIÃO

Autarca da Barquinha quer reativação da base aérea de Tancos para aeroporto civil e de mercadorias

A REDE DE ESTRADAS E O FLUXO DE TURISTAS, INCLUINDO OS QUE VÃO A FÁTIMA, JUSTIFICAM PROPOSTA DE FERNANDO FREIRE

O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha de-fende a reativação da base aérea nº 3 (BA3), situada em Tancos, para aeroporto civil e transporte de mercadorias, argumentando que seria um fator indutor de desenvolvi-mento.

No âmbito de um colóquio que decorreu no dia 23 de outubro no Centro Cultural da de Vila Nova da Barqui-nha, e em que se debateram as oportunidades e desafi os para o turismo e para a cul-tura na perspetiva do novo ciclo de fundos comunitá-rios, Fernando Freire, presi-dente da autarquia, defen-deu a reativação da base área nº 3 (BA3) por forma a poder ser utilizada na dinamização do tecido económico da re-gião, uma intervenção muito aplaudida pelos congressis-tas presentes, como autarcas, agentes turísticos, empresá-rios, historiadores e investi-gadores do Instituto Politéc-nico de Tomar (IPT).

Em declarações à Antena Li-

vre, o autarca disse que a BA3 pode ser “indutora de desen-volvimento e dinamização do tecido económico da re-gião através do seu uso para transporte de mercadorias, e de dinamização da atividade turística pelo transporte de civis”.

A ideia, assegurou, foi já apresentada e defendida por unanimidade em sede de Conselho da Comunidade In-termunicipal do Médio Tejo, e consta da lista de projetos re-

levantes no âmbito da estra-tégia 2020 da região do Mé-dio Tejo, a realizar através do Programa Operacional Regio-nal do Centro e no Programa de Desenvolvimento Rural.

Fernando Freire apresentou no colóquio os fundamentos que sustentam a defesa da re-ativação da BA3 para uso ci-vil, nomeadamente a sua cen-tralidade a nível nacional, a existência de um nó ferroviá-rio central no Entroncamento, um suporte significativo de

rede de autoestradas e itine-rários principais (A13 e A23), a existência de uma plataforma logística em Riachos, e a pro-ximidade da A23 com acesso ao aeroporto a uma distância de 200 metros.

Por outro lado, notou, a pro-ximidade da estação ferroviá-ria de Almourol (2000 metros) e do Entroncamento (6000 metros), a distância relativa entre Tancos e Fátima (A13 e A23), a 20 minutos de Fátima, tendo destacado ainda o tu-

rismo religioso naquela lo-calidade, com cerca de 5 mi-lhões de visitas por ano, para além da capacidade de atra-ção do Convento de Cristo, Castelo de Almourol e Torre de Dornes.

“Também ao nível empresa-rial e do transporte de merca-dorias se justifi ca a implemen-tação desta medida, pela ele-vada penetração no mercado internacional de empresas do Médio Tejo ao nível da indús-tria automóvel, curtumes e

têxteis, a exploração fl orestal, a madeira, o mobiliário e o pa-pel”, reforçou o autarca.

O presidente da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, disse, por sua vez, que os “pi-lares” da promoção do tu-rismo na região a que preside, com mais de 100 municípios, “assentam na promoção e defesa da cultura, história e património”, vetores que en-tende que ajudam a compre-ender o que distingue um determinado destino – o seu estilo de vida, a sua arte, as suas populações.

“Tem-se verifi cado que o su-cesso dos eventos desenvol-vidos no âmbito do Turismo Cultural assentam, essencial-mente, na arte de envolver as comunidades, reforçando a sua identidade cultural e sen-timento de pertença”, notou Pedro Machado.

“O desafio está em saber transmitir e interpretar essa oferta cultural, da forma mais genuína possível, junto dos visitantes”, defendeu.

Mário Rui Fonseca

A Comunidade Intermunici-pal do Médio Tejo (CIMT) anun-ciou que vai lançar até fi nal do ano novas páginas de internet das autarquias que a integram, numa estratégia de comunica-ção que pretende ser mais efi -caz e de mais fácil utilização.

“Pretendemos gerir conteú-dos de forma mais efi ciente e célere ao nível de uma respos-ta adequada às atuais neces-sidades das autarquias o que, até à data, tem tido uma série de entraves, pouco compatí-vel com os níveis de efi cácia e efi ciência exigíveis nos dias de hoje”, disse o secretário execu-tivo da CIMT.

Miguel Pombeiro adiantou que a CIMT e as autarquias do Médio se encontram na “fase fi nal de desenvolvimento” dos novos sítios da internet, num investimento global na ordem dos 130 mil euros – comparti-

cipados pelo FEDER - e que in-clui servidores, plataforma de alojamento dos sítios e seu de-senvolvimento.

“Cada vez mais a afirmação do nosso território detém nas tecnologias da informação e da comunicação uma ferra-menta essencial para a pro-moção do Médio Tejo, pelo que entendemos que a cria-ção destes sítios vem favore-cer e acentuar a integração dos municípios na CIMT, fomentar uma maior proximidade e in-teração entre os seus muníci-pes e contribuir para a criação de economias de escala”, subli-nhou Pombeiro.

A CIMT integra os municípios de Abrantes, Alcanena, Cons-tância, Entroncamento, Fer-reira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.

Autarquias do Médio Tejo investem 130 mil euros em novos sítios da Internet

Os Serviços Municipaliza-dos de Abrantes (SMA) de-ram por concluídos os tra-balhos de requalificação e infraestruturação da Estrada nacional (EN) 118, na locali-dade de Alvega, e a conse-quente reabertura à circula-ção rodoviária no passado dia 15 de outubro, seis me-ses depois do início dos tra-balhos.

As obras, que principiaram no dia 24 de março e repre-sentaram um investimento de 500 mil euros por parte dos cofres dos SMA, respon-sável pela empreitada, cons-taram da instalação de no-vas infraestruturas de água, esgotos domésticos e pluvi-ais, telecomunicações e ele-tricidade, passeios e novo pavimento, visando resolver também um problema de cotas de soleira, explicou ao

JA, Manuel Jorge Valamatos.Valamatos, que também

é vereador na Câmara de Abrantes, disse que a obra obrigou a “bastantes cons-trangimentos” e ao desvio de trânsito, durante os seis meses do período de execu-ção, tendo destacado a “pos-

tura e compreensão” das gentes de Alvega num pro-cesso que “interferiu” com o dia-a-dia da comunidade e com o comércio e negócios na aldeia.

“Hoje, depois dos constran-gimentos inerentes a uma intervenção deste género,

podemos dizer que estamos todos satisfeitos pelo modo como decorreram os traba-lhos e que deixaram a fre-guesia de Alvega mais qua-lifi cada, ao nível das áreas in-tervencionadas”, vincou.

MRF

Aldeia de Alvega renasce após reabertura da circulação na EN 118

• Oportunidades e desafi os para o turismo e para a cultura debatidos em colóquio

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• Apesar dos constrangimentos causados pela obra, a população reagiu com “compreensão”

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9NOVEMBRO 2014 POLÍTICA

PSD de Abrantes acusa PS de “falta de estratégia para o concelho”

O PSD de Abrantes acusou a Câmara Municipal liderada pela maioria socialista de “fal-ta de estratégia e de um pla-no de ação” para os próximos anos de mandato.

Em conferência de impren-sa, realizada no passado dia 20 de outubro, na sede do partido, Rui Santos, presiden-te da Comissão Política do PSD em Abrantes, António Lopes da comissão e Margari-da Togtema, líder da bancada social-democrata na Assem-bleia Municipal, apontaram fortes críticas à política do PS que, nas palavras dos respon-sáveis, “passa pela mesma postura dos anos anteriores”, ou seja, “sem uma estratégia para o concelho”.

A reforma do Mapa Judiciá-rio foi um dos assuntos abor-dados na conferência de im-prensa. Rui Santos explicou que “o PS não teve em conta

a proposta apresentada pelo PSD quando se começou a falar da reforma nas Assem-bleias Municipais,” admitindo que “hoje o PSD tem conhe-cimento que Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, apresentou há relativamente pouco tem-po, uma proposta que vem ao encontro da nossa, na As-sembleia da República, com o objetivo de recuperar algu-mas valências judiciais para a cidade”. Antes da aplicação da reforma judicial, o PSD de-fendia a divisão das instân-cias centrais civil e criminal entre as cidades de Abrantes e Tomar. Já o PS considerava que Abrantes deveria manter todas as instâncias que a ci-dade reunia.

Sobre a baixa natalidade e a desertificação a que se assiste no concelho e na re-gião, Rui Santos admitiu que

o PSD tem apresentado al-gumas propostas para mini-mizar estas duas realidades: “Propusemos que houvesse uma descida nos impostos aplicados, uma vez que, se-gundo a presidente, as fi nan-ças da autarquia estão bem, e assim poderia existir um be-nefício para com os muníci-

pes. A proposta foi chumba-da na sessão de Câmara e na Assembleia”

No campo da educação e sobre a revisão da Carta Educativa, o presidente da comissão política referiu que “não entende como é que autarquia não tem capacida-de para fazer a revisão da sua

carta educativa e que tem de a entregar a uma empresa de fora da região. A isto chama-mos falta de estratégia”.

Margarida Togtema referiu um outro assunto relativo à freguesia de Rio de Moinhos, explicando que foi retirado o transporte escolar das 15h30, ficando os alunos apenas com a alternativa de trans-porte às 17h00. “Não hou-ve dinheiro para assegurar este serviço, completamente sem pensar no futuro, pois estamos a falar nas crianças, aquelas que serão os muníci-pes do futuro”.

Rui Santos chamou ainda atenção para as acessibilida-des do concelho, dando o exemplo de Aldeia do Mato: “A falta de asfaltamento na localidade onde se encontra uma das praias fl uviais mais movimentadas do concelho não se compreende”. O pre-

sidente da comissão política ainda levantou outras ques-tões e afirmações sobre as unidades turísticas do con-celho: “Abrantes não tem um hotel. Qual é o estado da Pou-sada da Juventude? O que está a ser feito para que esta unidade não feche de vez?”

Margarida Togtema finali-zou a conferência referindo que “não há um plano con-creto de ação que estabele-ça metas e objetivos e com instrumentos de avaliação na autarquia de Abrantes”. Ad-mitindo ainda outras preo-cupações, “a falta de transpa-rência é algo que nos preocu-pa, pois a título de exemplo continuamos à espera de sa-ber quem redigiu o contrato da RPP Solar. Parece-nos ser um assunto que não interes-sa mexer”.

Joana Margarida Carvalho

• António Lopes, Rui Santos e Margarida Togtema identifi cam situações que consideram ter sido mal conduzidas

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10 NOVEMBRO 2014REGIÃO

MÁRIO RUI FONSECA

O concelho de Abrantes vai fi car totalmente abaste-cido de água a partir da al-bufeira de Castelo do Bode até 2020, tendo os SMA ad-judicado a primeira fase do processo de construção do sistema.

A adjudicação da primeira empreitada foi decidida no dia 29 de outubro pelo Conse-lho de Administração (CA) dos Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA), representan-do um investimento global da ordem dos dez milhões de euros, que deverá estar con-cluído em 2020.

Em declarações à Antena Li-vre, Manuel Jorge Valamatos, presidente dos SMA, disse que o projeto dá início a um novo ciclo de investimento para o período de 2014-2020, visan-do levar a toda a margem sul do concelho a água de Caste-lo do Bode, “com mais quali-dade e em maior quantidade”, a partir da albufeira que inte-gra parte do espaço territorial de Abrantes.

“É um projeto muito impor-tante, num espaço territorial com 714 quilómetros quadra-

dos, e vai implicar a constru-ção de mais de 70 quilóme-tros de condutas e eliminar, gradualmente, os inúmeros sistemas de captação, como furos e drenos, e o tratamen-to e distribuição existentes, concentrando todo o abaste-cimento de água num único sistema, a partir de Castelo do Bode”, vincou.

Composto por 19 fregue-sias, algumas delas agrega-das em União de Freguesias, e

com cerca de 40 mil habitan-tes, apenas a zona norte do concelho de Abrantes é hoje abastecida a partir da maior albufeira de Castelo do Bode, que abastece também a po-pulação de Lisboa, à exceção das freguesias de Mouriscas, Fontes e Carvalhal.

Até 2020, o objetivo dos SMA é assegurar o abasteci-mento faseado de todas as localidades das freguesias de Tramagal, Rossio ao Sul do

Tejo, Pego, Bemposta, Conca-vada, São Miguel do Rio Tor-to, Alvega, São Facundo e Vale das Mós, integrando as infra-estruturas existentes e a cons-trução de outras, necessárias à viabilização deste objetivo.

A primeira fase dos traba-lhos tem um prazo de execu-ção de seis meses para a ins-talação de condutas ao longo de uma distância de cerca de cinco quilómetros.

MÁRIO RUI FONSECA

Uma mulher, de 77 anos, morreu na madrugada de quinta-feira, dia 30 de outubro, no hospital de Abrantes, na sequência de um alegado assalto ocorrido na noite anterior em Alferrarede.

O alegado assalto a uma residência em Tapadão, Alferrarede, no concelho de Abrantes, ocorrido na noite de quarta-feira, 29 de outu-bro, culminou com agressões a um casal de idosos – a mu-lher de 77 anos e o homem de 89 anos -, que foram “ma-nietados e amarrados” e ti-veram de ser transportados

para o hospital da cidade.“Os dois idosos foram en-

contrados amarrados, víti-mas de agressões”, e a mu-lher teve de ser reanimada pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Mé-

dica (INEM) destacados para o local, disse ao JA o porta-voz da PSP de Santarém, Jor-ge Soares.

“Entrámos na casa dos ido-sos na quarta-feira à noite”, face a um alerta “de que algo

não estaria bem no interior da habitação e deparámos com este quadro de violência sobre duas pessoas de idade avançada, e em que a senho-ra estava inanimada”, acres-centou aquele responsável.

A PSP constatou que os as-saltantes terão entrado na habitação “por uma porta das traseiras, deixando-os [aos idosos] amarrados e prostra-dos no solo de uma das divi-sões da residência”.

As duas vítimas foram transportadas ao hospital de Abrantes, onde a mulher morreu cerca das 05h00.

A ocorrência está a ser in-vestigada pela Polícia Judi-ciária.

Mulher de 77 anos morreu vítima de assalto e sequestro em Abrantes

Abrantes investe dez milhões para levar água do Castelo do Bode a todo o concelho

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• O objetivo da obra é fazer um abastecimento de água, em quantidade e qualidade, num único sistema, a partir de Castelo do Bode

• Conclusão da obra adiada mais uma vez

• Quadro de violência sobre duas pessoas de idade avançada”, em habitação de Alferrarede

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Mercado Diário de Abrantes sem data de abertura

A obra do Mercado Diário de Abrantes, orçada em cer-ca de 700 mil euros, estava para ser concluída e inau-gurada ao longo deste mês de outubro, segundo ti-nha anunciado a autarquia. Contudo, Maria do Céu Al-buquerque, presidente da CM de Abrantes, já avançou “que não vai ser possível, com certeza”.

“Estamos a pressionar o empreiteiro no sentindo de concluir a obra dentro do prazo estipulado, mas vai ser difícil. O empreitei-ro está consciente que as limitações a esta altura são grandes e que nos condi-cionam até à execução fi-nanceira do quadro comu-nitário em vigor”, explicou a autarca.

“Este é um projeto difícil do ponto de vista da sua ar-quitetura e a par disso as empresas têm tido dificul-

dades para cumprir os seus objetivos. Nós sabemos que devemos criar todas as condições técnicas e fi nan-ceiras, no entanto há coi-sas que extravasam a nossa atuação”, adiantou ainda a presidente.

Maria do Céu Albuquer-que não conseguiu referir ao JA uma nova data para abertura do equipamen-to, mas admitiu que o ob-jetivo da Câmara é “que a obra seja concluída o quan-to antes para instalarmos o mercado diário e o ‘welco-me center’, para podermos alimentar a vida do centro histórico”.

Recorde-se que a constru-ção do novo mercado di-ário de Abrantes ganhou novo fôlego depois da fa-lência da empresa que ti-nha iniciado as obras.

JMC

GALLO lança escala de intensidades de sabor de azeite

A Gallo lançou uma nova escala de intensidades de sabor de azeite, que preten-de simplifi car o processo de escolha dos consumidores.

Em nota de imprensa, a empresa explica que a nova escala de intensidades de sabor de azeite demonstra a especialidade da marca e permite simultaneamente melhorar a experiência dos consumidores. Para além disso, com esta nova escala a Gallo pretende possibili-

tar a escolha do azeite com base na sua preferência e necessidades dos consumi-dores.

A nova escala de inten-sidades de sabor é visível através de um ícone pre-sente nas embalagens Gallo e conta com quatro diferentes graus de inten-sidade de sabor: Extra Sua-ve (meia gota), Suave (uma gota), Clássico (duas gotas) e Reserva (três gotas).

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Partem de Casa Branca, na fregue-sia de Alvega, concelho de Abran-tes, para o mundo. São saborosas e pretas como noite, tratam-se das amoras da Manuela.

Foi no ano de 2009 que Manuela Ruivo, engenheira agrícola, come-çou este projeto. Inicialmente o ob-jetivo estava centrado na produção de framboesas e ervas aromáticas para extração de óleos, contudo foi nas amoras que Manuela Ruivo en-controu potencialidade a nível in-ternacional.

Em junho de 2013 estabeleceu uma parceria com uma multinaci-onal chamada Driscoll`s, que desde então lhe garante a comercialização das suas amoras para os vários mer-cados espalhados no mundo, em concreto para os mercados alemão e holandês.

Quando iniciou a sua plantação, com plantas que chegaram dos EUA, Manuela Ruivo não previa que, em junho de 2014, tivesse amoras para a comercialização. O que é certo em que em junho passado a engenheira obteve cerca de 6 mil

quilos de pequenas amoras, “com um sabor extraordinário”, como re-fere. “As condições climatéricas e as técnicas que tive de desenvol-ver e de estudar foram com certeza dois aliados nesta conclusão”, con-ta ao JA.

Foram dois meses “de muito tra-

balho” pois, segundo explica, “a co-lheita obedecia um trabalho muito cuidadoso e bastante particular e todos os dias tinha de me dirigir a Almeirim para deixar as amoras. Era de lá que as mesmas seguiam para os mercados internacionais”.

A aposta no mercado interna-

cional é, para Manuela Ruivo, determinante: “São mercados onde o produto é bastante valorizado e onde as amoras são compradas a mais alto preço, sendo esta uma área que ainda está a proliferar.”

Manuela Ruivo trabalha ainda com uma organização de produ-

tores, chamada Luso Morango, e apostou também nos apoios do PRODER, que lhe possibilitaram al-gum investimento, pois em apenas um hectare, dedicado à plantação das amoras, já foram investidos cer-ca de 250 mil euros.

A produção de amoras ao ar livre de Manuela é quase única, uma vez que somente existe uma similar no distrito de Santarém e no país.

A engenheira já está a preparar a cultura para a próxima produção de 2015. No próximo ano, aspira ter cerca de 15 mil a 20 mil quilos de amora e o objetivo passa também pelo aproveitamento de todas as potencialidades do produto, com a criação de doces e de licores.

Manuela Ruivo conta com o apoio do seu pai e de dois estagiários na sua dedicação ao meio agrícola. Juntos, na última produção de ju-nho, garantiram amoras para vários locais do concelho e para a criação de um gelado de amora, na gelata-ria Paulo Dias em Abrantes.

Joana Margarida Carvalho

Chama-se FOOD FAB LAB e é o mais recente projeto do Inov`Linea, no Tagus Valley, em Alferrarede, no concelho de Abrantes.

Lançado há praticamente um mês, o FOOD FAB LAB representa uma nova alternativa a quem se dedica ou pretende dedicar a atividade de transformação alimentar e que ca-rece de um espaço para o fazer.

O processo agora é simples, a co-zinha e a nave industrial do Inov`-Linea estão disponíveis à comu-nidade. O público-alvo são todos aqueles que pretendam dedicar-se à produção de compotas, bola-chas, croquetes, entre outros pro-dutos transformados, “desde que não passem pelos produtos que

contenham álcool ou pescado,” ex-plicou Joana Grácio, coordenadora do Inov`Linea.

Este serviço integrado do FOOD FAB LAB não consiste apenas num espaço: os técnicos do Inov `Linea estão também disponíveis para prestar o apoio técnico e todo o aconselhamento ao nível da legis-lação em vigor, no que diz respeito à rotulagem, à segurança e ao licen-ciamento do produto. São estes re-quisitos necessários, hoje em dia, para quem pretende iniciar uma ati-vidade profi ssional neste âmbito e, assim, usufruir deste novo projeto.

“Sentimos a necessidade de iniciar o FOOD FAB LAB devido à procura e aos pedidos de ajuda de algumas

pessoas que queriam iniciar ativi-dade. Já temos cerca de quatro in-teressados, três da região e um está instalado em Lisboa. Temos produ-tos que passam pelas marmeladas, sobremesas com fruta e de origem animal”, contou ao JA a responsá-vel.

Com o objetivo de alavancar as pequenas atividades de produção alimentar da região e a nível naci-onal, o FOOD FAB LAB é “um incen-tivo a todos os que querem iniciar uma atividade de transformação ali-mentar, mas que devido às contrari-edades e às exigências legais e de espaço não o fazem e acabam por desistir”, fi nalizou Joana Grácio.

Joana Margarida Carvalho

Amoras de Manuela partem de Alvegapara mercados internacionais

InovLinea abre as portas à comunidade com projeto inovador

• Nave industrial e cozinha disponíveis para quem queira produzir compotas, bolachas, croquetes ou outros produtos transformados

• A próxima produção poderá permitir uma aposta em doces e licores

• Manuela Ruivo, engenheira agrícola: “A colheita obedeceu a um trabalho muito rigoroso.”

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ESPECIALPRODUTOS REGIONAIS

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12 NOVEMBRO 2014ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Um empresário de Abrantes de-senvolveu e investiu num processo de ultracongelação que vai permitir que os doces tradicionais da região, as tigeladas e a palha de Abrantes, possam ser exportados sem perder as qualidades para degustação.

“Estes doces têm mercado em todo o país e também no estran-geiro mas o problema era conseguir responder às solicitações e iniciar um processo de exportação, man-tendo a frescura de um produto feito à base de ovos e que começa a perder as suas qualidades em cerca de 48 horas”, disse à Antena Livre Nuno Neto, gestor de empresas e proprietário de uma fábrica pani-ficadora e de diversos estabeleci-mentos na área dos doces e dos bo-los, na região de Abrantes.

“Uma encomenda de tigeladas demora quase um dia a chegar ao Porto ou ao Algarve, a partir de Abrantes. Pouco mais de 24 horas restam ao revendedor para que este produto não comece a secar e a perder as suas qualidades, o que

inviabilizava a ideia de negócio e o consumo destes produtos na sua plenitude”, notou o empresário, que herdou o negócio dos seus pais e dos seus avós.

Com o apoio de uma empresa es-pecializada, Nuno Neto desenvol-veu um “equipamento inovador” que permitiu trabalhar o conceito de ultracongelação com as tigela-das e a palha de Abrantes, e em que estes doces serão ultracongelados bastando estar à temperatura am-biente para descongelarem e serem degustados em qualquer hora e em qualquer parte do mundo.

“A máquina que vai permitir levar os doces em fase líquida para dentro dos fornos ainda está em fase fi nal de montagem, deverá estar a produ-zir no início do ano, mas a exposição desta ideia no SISAB” - salão interna-cional do setor alimentar e bebidas que se realizou em Lisboa -, “já deu origem à assinatura de um contrato de fornecimento com o Grupo SO-NAE, o que vai possibilitar que as ti-geladas e a palha de Abrantes come-

cem a estar disponíveis nas grandes superfícies comerciais nacionais a partir do próximo ano”, assegurou.

Com uma capacidade atual de produção de 3 mil tigeladas e 500 “palhas de Abrantes” por dia – “um processo de fabrico que requer muita mão-de-obra” – a ideia “Sim-plesmente Divinal” de Nuno Neto, nome dado à nova empresa que constituiu, vai permitir passar para uma produção de 10 mil tigeladas e 2 mil “palhas de Abrantes” diárias.

“A mostra da ideia no salão inter-nacional permitiu ainda abrir as pri-meiras portas para o denominado mercado da saudade, ou seja, para os países com comunidades emi-grantes signifi cativas e que procu-ram muito por estes produtos típi-cos regionais”, notou ainda o gestor, tendo revelado que o processo de exportação destes doces está a co-meçar a ser trabalhado com empre-sários sedeados em França, Bélgica e Luxemburgo.

“Não há palha de Abrantes em mais lugar nenhum do que aqui,

em Abrantes, e tigeladas como as nossas são muito afamadas, pelo saber de experiência feito”, defen-deu, tendo feito notar que as enco-mendas e a procura das tigeladas e da palha para outros mercados de-ram “outro ânimo” para realizar o in-vestimento necessário.

O investimento, na ordem dos 235 mil euros, contou com o apoio de 140 mil euros por parte da Tagus – Associação de Desenvolvimento

Local, entidade que coordena os fundos dos quadros comunitários no âmbito do PRODER.

A empresa vai criar quatro novos postos de trabalho e apostar ainda na criação de uma imagem, emba-lagem e site para divulgação e co-mercialização nacional e internaci-onal dos produtos fabricados, com o apoio de empresas sedeadas no Tecnopolo do Vale do Tejo.

Mário Rui Fonseca

Processo de ultracongelação vai levar tigeladas de Abrantes a todo o mundo

A Merceneta é a mais recente mer-cearia do centro histórico da cidade de Abrantes. Um espaço que abriu ao público no início do mês de ou-tubro, no dia 6, e que representa uma viragem na vida de um jovem casal.

Teresa Amaral é natural da Eri-ceira e tem família no concelho de Abrantes, formou-se Biologia Molecular e Genética e estava em-pregada quando decidiu há cerca de um ano mudar a sua vida. Deslo-cou-se para Abrantes, para os terre-nos agrícolas da sua família, para se dedicar à vida no campo onde até chegou a integrar o projeto Prove da TAGUS.

Pedro Pereira é natural de Abran-tes, estava na Força Aérea como mi-litar, mas já estava cansado da sua vida profi ssional e decidiu também voltar à terra, para se dedicar ao meio agrícola.

Este gosto e interesse comum aca-bou por dar origem a uma relação entre os dois jovens. Ao deixarem as suas atividades profi ssionais para trás, iniciaram uma vida em con-junto dedicada à produção e venda de produtos hortícolas. Aos sába-dos começaram por vender no mer-

cado diário e as participações na Feira Franca tornaram-se constan-tes.

Não satisfeitos, no verão passado, iniciaram a procura de um espaço para a venda dos seus produtos. O centro histórico foi a opção. Pri-meiro, “porque gostamos do cen-tro”. Depois, “porque nos mudámos para cá para viver”. Por último, “ por-que temos noção deste despovo-amento que se faz sentir nestes lo-cais”, explica Teresa Amaral ao JA.

Abrem, assim, em pleno coração da cidade, a Merceneta. Uma loja com um conceito próprio, onde há uma diversidade de produtos hor-tícolas produzidos pelos jovens, e também alguns produtos da re-gião como os vinhos, os enchidos, o pão os queijos, entre outros. A aposta nos produtos da região é de-terminante para Pedro Pereira, pois “ao estarmos na região, faz sentido apostar naquilo que é produzido por cá”.

Para além da Merceneta, o jovem casal ainda faz entregas ao domi-cílio no centro da cidade e tem a intenção de alargar este serviço a uma maior área de abrangência no concelho.

A venda de vinho ao litro, de pão com chouriço, de chás, de frutos secos desidratados e sementes, é uma particularidade que demarca o novo espaço.

Pedro confessou ao JA que aprecia mais o trabalho no campo no meio

agrícola, já Teresa gosta imenso do contacto com o público, desta nova realidade comercial que hoje estão a vivenciar.

O jovem casal está expectante e acredita nesta nova aposta e nesta vida dedicada ao comércio tradi-cional.

Horário da Merceneta: 8h30 – 13h0014h30 – 19h30

Joana Margarida Carvalho

Uma nova mercearia no centro histórico

• Teresa e Pedro mudaram de vida para se dedicarem à agricultura e ao comércio

• A Merceneta aposta nos produtos da região

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Page 13: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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NOVEMBRO 2014 13ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Com gestão e exploração dos ir-mãos Carrolo, Susana e Pedro, a Quinta da Beata do Tramagal tem hoje 600 cabras leiteiras a produ-zir mais de 200 mil litros de leite por ano, a par de uma queijaria artesanal que produz queijos gour-met 100% de leite de cabra.

MÁRIO RUI FONSECA

São mais de 600 as cabras que integram a exploração leiteira da Quinta das Beatas, no Tramagal, mas muitas delas atendem pelo nome próprio: Rosa, Alice, Flor, Ritinha, Xica, Cornita, Xuxa, Ménita, Nana e Valentina (“batizada” no dia da re-portagem do JA), que levantam as orelhas e ocorrem de imediato ao chamamento de Susana Carrolo, 41 anos, mentora, proprietária e trata-dora de uma cabraria cujo projeto remonta a 2002, quando iniciou o negócio da venda de leite de cabra com o seu irmão, Pedro, de 36 anos.

Formados em engenharia zootéc-nica, os dois irmãos, imbuídos de espírito empreendedor, desde cedo sabiam o que queriam fazer em ter-mos do investimento e das apostas a desenvolver que assegurassem o sucesso no segmento da produção de leite de cabra.

“Apostámos desde logo nas ca-bras murciano granadinas (uma das

principais raças de aptidão leiteira em Espanha, oriundas da região de Múrcia e Granada), porque é uma raça que alia a produtividade à qua-lidade do leite, com mais gordura e proteínas”, destaca Pedro Carro-lo. “Por outro lado”, observa, “é uma cabra rústica que gosta de calor e que se adapta muito bem ao nos-so clima”.

Aliado o “desenho mental” do pro-jeto a um investimento inicial na or-dem dos 250 mil euros, numa quin-ta que era já propriedade da família, os dois avançaram para a fase de exploração numa “conjuntura mui-to difícil que não facilitou a queima de etapas e consolidação do proje-to”. Na altura “o mercado ibérico es-tava saturado de leite de cabra, com muitos produtores e com os preços a cair a pique, pelo excesso de ofer-ta, numa conjuntura em que os pre-ços da matéria prima estavam mui-tos altos e sempre a aumentar”, lem-bra Susana Carrolo.

Passados os períodos conturba-dos de consolidação de uma em-presa jovem que se queria manter no mercado, “com muitas dificul-dades e ginásticas de algibeira”, o empreendimento ganhou um novo fôlego em 2012, quando fecharam muitas das produções que existiam e começou a faltar no mercado o leite de cabra, a par de uma baixa

de preços na matéria prima.“Conjugados esses fatores, e de-

pois de termos conseguido sobrevi-ver a um período muito crítico, mas onde nunca descurámos a qualida-de do produto, desde então (2012) que a empresa entrou numa fase de aceleração dos ritmos de produção e hoje estamos a trabalhar a todo o vapor”, destaca Pedro Carrolo. O in-vestimento total realizado na em-presa da Quinta das Beatas é hoje de 500 mil euros, segundo a estima-tiva dos empresários.

Com duas ordenhas diárias através de um moderno equipamento pró-prio para o efeito e com três épocas de reprodução por ano, com as ca-bras a parir no Natal, Páscoa e Verão, os irmãos Carrolo conseguem assim “equilibrar” a quantidade de leite produzida ao longo do ano.

Com quatro funcionários, entre eles Pedro e Susana, um estagiário profi ssional e um contratado a tem-po inteiro, para além de várias par-cerias de estágios com a Escola Pro-fi ssional de Desenvolvimento Rural (EPDRA), a produção diária é de 600 litros por dia, cerca de 200 mil litros de leite por ano, com toda a produ-ção vendida por antecipação à in-dústria da região Centro.

A aposta mais recente, para além de projetos ao nível de compotas e doces de fi go da Índia, centra-se

numa queijaria artesanal gourmet, “Brejo da Gaia”, numa lógica de “oti-mização e acrescento de valor” ao produto central, o leite de cabra, um projeto que arrancou este ano e que contou com um investimen-to na ordem dos 50 mil euros, e que mereceu o apoio fi nanceiro da Câ-mara Municipal de Abrantes, atra-vés do programa Finicia, e com ju-ros bonifi cados.

“É um queijo com 100% de leite de cabra, que não queremos produ-zir em grandes quantidades, sendo mais um produto gourmet e para vender aqui na Quinta ou no mer-cado tradicional regional”, explica Susana, apesar dos contactos da Bélgica para exportação, a par do

interesse manifestado por outros empresários de outros pontos do país.

“Produzimos por encomenda e à medida que vamos vendendo, e estamos ainda em fase de lança-mento, mas temos alguma varieda-des menos convencionais, ao nível da mistura com ervas aromáticas, ou o queijo curado com vinho do Tramagal, ou ainda o Cabrada, um folhado de queijo com nozes e mel”, refere a engenheira zootécnica.

“Tudo isto representa um projeto muito exigente, que requer uma de-dicação e uma entrega total duran-te os sete dias da semana, mas este é o nosso projeto de vida”, afi rmam, de mãos dadas, os irmãos Carrolo.

Região Centro consome 200 mil litros de leite de cabra do Tramagal

O QUEIJO CURADO COM VINHO OU FOLHADO DE QUEIJO COM NOZES E MEL SÃO DUAS DAS NOVAS APOSTAS DA QUINTA DA BEATA

• Os queijos gourmet são feitos só com leite de cabra

• Os irmãos Carrolo fazem a exploração da Quinta da Beata

• Duas ordenhas diárias através de um moderno equipamento próprio

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Page 14: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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14 NOVEMBRO 2014ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Embora as tradições já não sejam o que foram há umas décadas atrás, o pão-por- Deus era, ou ainda é, um peditório ritual feito pelas crianças que saem à rua em pequenos gru-pos (em princípio, até aos 10 anos de idade) e em que, antigamente, os pobres também participavam, estando associado a antigas práti-cas relacionadas com as cerimónias do culto dos mortos.

Sendo também conhecido por “pedir o(s) bolinho(s)”, consoante as terras onde tem lugar este peditó-rio, está ligado ao antigo costume de oferecer alimentos aos defuntos: pão, bolos, vinho e doces, antiga-mente, a que se juntam agora, nas terras onde ainda se faz, broas, ro-mãs, frutos secos, nozes, tremoços, amêndoas, castanhas e muitas ve-zes, rebuçados e outras guloseimas.

Logo vemos que isto remete para a época do Outono, ou mais pre-cisamente para o dia 1 de Novem-bro (um dos feriados religiosos que “caíram” por imposição deste go-verno), no chamado Dia de Todos-os-Santos.

O peditório que as crianças fazem é acompanhado por versos canta-dos, que podem variar de lugar para lugar, mas que J. Leite de Vascon-celos fixou do seguinte modo no “Cancioneiro Popular Português”, em relação à região de Coimbra:

Bolinhos, Bolinhós,Para mim e para vós,Pelos vossos fi nadosQue estão enterradosAo pé da vera cruz

Para sempre. Amen, Jesus.Truz; truz; truz.

Há portanto uma ligação entre o Dia de Todos-os Santos e o Dia de Finados, que a Igreja Católica fi -xou para o dia seguinte, ou seja o dia 2 de Novembro. A comemora-ção do primeiro desses dias está li-gada aos que que abraçaram o cris-tianismo dos primeiros tempos na Roma Antiga e foram martirizados, quase sempre até à morte, antes desta religião ter sido declarada a

religião ofi cial do Império Romano, no séc. IV.

Hoje, na era da globalização, ou seja, aqui no espaço do ocidente europeu, a aldeia global cada vez mais norteamericanizada (na eco-nomia, política, literatura, televisão, cinema, cultura, roupa, comida e até já mesmo nas tradições) e, por-tanto, o que está a dar é comemorar a tradição anglo-saxónica equiva-lente a esta e que é o Dia das Bru-xas, ou mesmo, a sua referência em língua inglesa, já usada por mui-

tos, o Halloween, que se realiza na noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro.

Só que, originalmente, o Hallo-ween estava, provavelmente, ligado às tradições célticas dos povos que habitaram a França e as ilhas da Grã-Bretanha entre os séculos VI e VIII, realizava-se entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e era uma festa pagã dos druidas que não tinha nada a ver com bruxas, mas sim com o Sa-mhain, ou seja, a Festa dos Mortos, e que era marcada no tempo pela

morte ou declínio do sol no fi m do Verão e que representava, portanto, o começo do Inverno.

Mas quem tem razão é o Padre Fontes, que conseguiu meter o Dia das Bruxas no mapa turístico de Vi-lar das Perdizes e do concelho de Montalegre, atraindo centenas ou milhares de turistas todos os anos à cerimónia de esconjurar as bruxas. Eu já lá estive uma vez e digo-vos que vale a pena lá ir…

F. S.

Do Pão-por-Deus ao Dia das Bruxas

A 13ª edição da Feira Nacional de Doçaria Tradicional reuniu as igua-rias portuguesas representadas pe-los doceiros das várias regiões do país em Abrantes. Este certame, de referência nacional, foi realizado no Mercado Criativo, antigo mer-cado diário, no centro histórico da cidade, e contou com cerca de três dezenas de doceiros.

Pedro Saraiva, técnico coordena-dor da TAGUS, entidade que em par-ceria com a CM de Abrantes organi-zou o certame, referiu que “afl uíram à feira cerca de 4 mil visitantes, pois tivemos sempre bastante público durante os três dias e nomeada-mente na sexta-feira que habitual-

mente era um dia mais fraco. Faze-mos uma apreciação bastante posi-tiva no geral”.

Sobre a mudança de espaço, o res-ponsável admitiu que “as pessoas e os próprios expositores ficaram agradados com o novo espaço. De-vido à sua localização, este equipa-mento é mais visível, o que fez com que mais pessoas de passagem pa-rassem para afl uir à feira”.

Recorda-se que a Feira Nacional de Doçaria Tradicional era realizada na antiga rodoviária que está a ser convertida na nova Unidade de Sa-úde Familiar.

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ABRANTES

Feira Doçaria juntou milhares no centro histórico

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Page 15: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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15NOVEMBRO 2014 EDUCAÇÃO

A 21 de Junho de 2011 to-mou posse o XIX governo constitucional, presidido por Passos Coelho, e em 25 de Novembro do mesmo ano efetuou-se um seminário na Figueira da Foz, sob o tema: Das Cartas Educativas ao Pro-jeto Educativo Local: Novas Perspetivas sobre a Munici-palização da Educação, des-tinado a debater esta proble-mática, mas que foi subordi-nado ao incongruente título: Projeto Educativo vs. Projeto Educativo Local.

Participantes: represen-tantes das câmaras munici-pais de Óbidos e da Figuei-ra da Foz, da Universidade de Coimbra, da Comissão Parlamentar de Educação e José Manuel Canavarro (ex-Secretário de Estado do governo de Santana Lopes e consultor ou ex-consultor do grupo GPS, que é dono de 26 escolas privadas, a maioria das quais com alunos subsi-diados pelo Estado). Na altu-ra essa reunião passou com-pletamente despercebida na opinião pública.

Em 11 de Janeiro de 2014, discursando no dia do feria-do municipal de Óbidos, o novo presidente da Câmara Municipal, Humberto Mar-

ques, que era vereador por alturas do seminário, anun-ciava: Colocámos um desa-fi o ao Governo: a escola pú-blica em Óbidos precisa de autonomia pedagógica! (…) O desafi o foi aceite! É neste contexto que vos digo que o ano de 2014 é um ano de grande esperança, mas, so-bretudo, de muita exigência para todos: pais, alunos, pro-fessores, animadores, auxilia-res de ação educativa, asso-ciações, empresas, juntas de

freguesia, executivo da câ-mara municipal, entre outros, pois estamos no momen-to da construção conjun-ta do nosso próprio modelo educativo, para se aplicar no próximo ano letivo.

Tão bombásticas declara-ções também não encon-traram nenhum eco na opi-nião pública nacional, mas um despacho da Lusa no fi -nal do passado ano letivo dava como adquirido que o processo da municipalização

iria ser implementado, a títu-lo experimental em algumas escolas em 2014/2015. A jor-nalista Natália Faria, no Públi-co do dia 4 de Julho escrevia: O Ministério da Educação e Ciência (MEC) está por estes dias em reuniões consecuti-vas com mais de uma dezena de municípios nos quais quer avançar com a descentraliza-ção de competências na área da educação, ao nível do en-sino básico e secundário. O MEC queria que a chamada

“municipalização das esco-las” (com os municípios a as-sumir responsabilidades na defi nição da oferta curricular e, eventualmente, na gestão dos próprios docentes) ar-rancasse já no ano letivo de 2014/2015.

Também na primeira sema-na de Julho, a pedido de al-guns professores das esco-las de Abrantes, o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) realizou na Es-cola Secundária Dr. Manuel Fernandes um debate, mo-derado pelo seu presidente, António Avelãs, que contou com a presença de cerca de 50 professores, para a discus-são do tema municipaliza-ção, e que teve a participa-ção de Paulo Sucena (antigo Secretário-geral da FENPROF e membro do Conselho Na-cional de Educação), Celes-te Simão (na qualidade de Vereadora da Educação da CM de Abrantes) e de eu pró-prio, que fui convidado para o efeito.

Em 29 de Setembro de 2014, o Vereador da CDU, Avelino Manana, apresentou uma proposta de recomen-dação à Câmara do seguinte teor, que apresentamos resu-midamente:

(1) Que avalie ponderadamente os riscos associados à municipali-zação da educação;

(2) Que admita discutir a trans-ferência de outras competências para a autarquia desde que enqua-drada numa Lei de Financiamen-to e Autonomia das Escolas e que seja objeto de debate público e negociação com as organizações representativas das comunidades educativas;

(3) Que qualquer alteração (…) seja antecedida de um amplo pro-cesso de auscultação e envolvi-mento da comunidade educativa [do concelho] ;

(4) Que em nenhum momento possa ser posta em causa a auto-nomia da gestão escolar, concre-tamente a organização curricular e pedagógica das escolas, recusan-do-se qualquer processo que signi-fi que a retirada de poderes de ges-tão aos agrupamentos de escolas;

(5) Que seja rejeitada em absolu-to a entretanto anunciada intenção do Governo de transferência de qualquer competência para os mu-nicípios relativa ao pessoal docen-te, designadamente recrutamento, salários, carreiras, avaliação do de-sempenho, exercício da ação disci-plinar ou qualquer outra tutela.

Esta proposta foi aprovada por unanimidade.

Rolando F. SilvaEscrito de acordo com a antiga ortografi a

Cronologia de uma “municipalização” adiada?

• A Câmara de Abrantes aprovou, no fi nal de setembro, uma moção que, entre outros aspetos, pretende que se garanta a autonomia da gestão escolar

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Page 16: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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16 NOVEMBRO 2014

No âmbito do projeto de promoção da leitura e de en-contros com autores, a Bi-blioteca Municipal António Botto, em Abrantes, organi-zou, no dia 9 de outubro, um ateliê com a ilustradora Ma-dalena Matoso e 24 crianças do 1º ciclo da Escola Nº 2 do Agrupamento Nº 2, acompa-nhadas pela professora Lídia Falcão.

Para além de dar o conhe-cer o seu novo livro, intitu-lado ´´O meu vizinho é um cão´´, escrito por Isabel Mi-nhós Martins, Madalena Ma-toso, também fundadora da editora Planeta Tangerina, salientou a importância das ilustrações nos livros, uma vez que também contam his-tórias para além da história escrita. Quanto à forma de conceber um livro, explicou que é “essencial existir um es-boço antes de se começar a

criar uma história’’. A ilustra-dora revelou também a razão de o seu livro ter uma paleta de cores reduzida, argumen-tando que quer ‘’trazer para os livros de agora o que eles tinham no antigamente’’.

Depois da conversa com os alunos abrantinos, Madalena Matoso entregou o nome de um animal a cada um deles

e pediu-lhes para imagina-rem o que esse animal leva-ria numa mala, se fosse via-jar. As crianças desenharam os objetos que imaginaram, produzindo, cada uma delas, uma mala de cartão que leva-ram para casa.

Roberto Ferreira, aluno de Comunicação Social da ESTA

EDUCAÇÃO

“A Equitação chega a todos”

Três jovens iniciaram há seis meses o projeto da Es-cola de Equitação Itinerante, que abrange vários conce-lhos da região. Transpor-tando os cavalos, procuram levar esta experiência a to-das as pessoas.

Marta Onofre e Inês Xa-vier, de 19 anos, encontram-se agora a iniciar a sua ati-vidade, após finalizarem o curso de Gestão Equina na Escola Profissional de De-senvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) e o Curso de Especialização Tecnoló-gica (CET) em Cuidados Ve-terinários, em Santarém. Jo-ana Onofre, de 16 anos, tam-bém faz parte da equipa, mas ainda se encontra a fre-quentar o curso de Gestão Equina.

Com o apoio das câmaras de Abrantes, Sardoal, Vila de Rei, Mação e Gavião, preten-dem pôr o seu projeto em prática. Marta Onofre ex-plica que o objetivo é “fazer chegar a equitação a todos”. Transportando dois cavalos numa carrinha própria, fa-zem chegar esta atividade a estes e a outros concelhos. A ideia é permitir que quem tem interesse, mas não não vive perto de centros hípi-cos, possa praticar equita-ção e conviver com os ca-valos.

As jovens estabeleceram uma parceria com o Cen-

tro Equestre de Abrantes que lhes permite partilhar aquele espaço, onde dão aulas de iniciação e vol-teio a quem tenha mais de seis anos de idade, encami-nhando os alunos, numa fase mais avançada, para os dois os instrutores João Botto e Pedro Manso, tam-bém neste centro.

Para além da atividade no Centro Equestre de Abran-tes, o caráter de itinerante é dado pelo facto de se deslo-carem a escolas e a institui-ções de solidariedade social, trabalhando com pessoas com necessidades educa-tivas especiais ou portado-ras de defi ciências, com pes-soas em idade sénior e com crianças. Este tipo de ativi-dade começa sempre pela interação com o animal.

Apesar de ser um projeto recente, a Escola de Equi-tação Itinerante já realizou duas atividades de demons-tração. A primeira foi na praia fl uvial da Ortiga, na Festa da Família organizada pela As-sociação de Pais e Encarre-gados de Educação do Agru-pamento de escolas Verde Horizonte de Mação, na qual participaram cerca de 200 pessoas. A segunda ativi-dade foi no Aquapólis, em Abrantes, pela causa da As-sociação de Defesa dos Ani-mais do Concelho de Abran-tes (ADACA), gestora do canil

intermunicipal de Abrantes, Constância e Sardoal.

Os municípios e as popula-ções têm-se mostrado bas-tante recetivos a este novo projeto e o interesse pelo mesmo tem vindo a crescer de dia para dia.

Em breve a Escola de Equi-tação Itinerante irá realizar uma terceira atividade de demonstração, com a fina-lidade de apresentar o seu trabalho, trazendo mais pes-soas para o “mundo dos ca-valos”, que agora passa a es-tar mais acessível.

Os objetivos de Marta, Inês e Joana são imensos. Um deles é que a equitação possa ser disponibilizada como oferta integrada nas Atividades Extracurricula-res (AEC’s) das escolas do 1º cilco para, assim, poderem chegar a mais crianças.

Neste momento a Escola de Equitação Itinerante dis-ponibiliza já os seguintes serviços: Aulas de Equita-ção, Festas de Aniversário, Campos de Férias e Passeios a Cavalo. Os contactos po-derão ser feitos através do Facebook (https://www.fa-cebook.com/EEItinerante) ou da página de internet da Escola (http://eequitacaoi-tinerante.wix.com/eeitiner-ante#!quem-somos/main-Page).

Sara Ribalonga, aluna de Comunicação Social da ESTA

A ilustração dos livros explicada aos mais pequenos

• Para além das aulas, a Escola de Equitação Itinerante também organiza atividades como festas de aniversário e passeios a cavalo

• A ilustradora Madalena Matoso com crianças de Abrantes

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O Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Pro-dução Artística para a Con-servação e Restauro já arran-cou e vai ser lecionado em Sardoal, numa parceria en-tre a autarquia e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT). A cerimónia que marcou o iní-cio deste curso decorreu no Centro Cultural Gil Vicente, com a presença do Secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes.

Na sessão, Miguel Borges, presidente da autarquia sar-doalense, referiu que “exis-te uma riqueza enorme patrimonial no concelho” e que através deste curso po-derá surgir a criação de em-prego. Miguel Borges lançou ainda um desafi o aos presen-tes acerca do desenvolvimen-to de um Centro de Estudos e Interpretação do Património no concelho.

Eugénio Pina de Almeida, presidente do IPT, salientou que este curso “é o resultado de uma conjugação de von-tades e objetivos estratégicos que visam dinamizar os re-cursos endógenos da região”.

O Secretário de Estado do Ensino Superior dirigiu o seu discurso, em primeiro lugar, aos alunos, realçando a im-portância de serem os pio-

neiros neste curso, enquan-to “oportunidade única para viverem uma experiência educativa enriquecedora”.

O Curso Técnico Superior Profi ssional irá funcionar nas instalações do Centro Cultu-ral Gil Vicente e no antigo “La-gar dos Paulinos” e surge no seguimento de um protocolo assinado entre a Câmara Mu-nicipal e o IPT.

Segundo a autarquia de Sar-doal, o TeSP em Produção Ar-tística para a Conservação e Restauro tem como objeti-vo dotar os participantes de um conjunto de competên-cias de técnicas tradicionais

de produção artística, contri-buindo para a preservação e recuperação do patrimó-nio cultural e artístico e de-marcando o caráter único e diferenciador da herança cul-tural de cada região. No fi nal desta formação, os alunos fi -carão habilitados a desen-volver as técnicas específi cas necessárias para iniciar uma atividade profi ssional sua, ou para integrarem uma empre-sa, através de um estágio as-segurado pelo IPT.

Os 21 candidatos já foram admitidos na primeira fase de candidatura deste curso.

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Curso Técnico Superior Profi ssional arranca em Sardoal

• Secretário de Estado José Ferreira Gomes (ao centro) salientou a importância de uma “experiência educativa enriquecedora”

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Page 17: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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17NOVEMBRO 2014 REGIÃO

O Gabinete de Apoio Social (GAS) de Rio Moinhos é a mais recente valência da Junta de Freguesia desta localidade, no concelho de Abrantes. Di-namizado por Olga Serrano, psicóloga, e pela equipa que compõe a Comissão Social da Freguesia, o GAS é destinado ao combate do isolamento, da solidão, da pobreza e da exclusão social.

O mais recente projeto des-te gabinete chama-se Esco-la dos Sorrisos e do Esque-cimento, destinada a pesso-as com mais de 55 anos, que tem reunido um conjunto de atividades. Desde o passa-do mês de setembro, a esco-la tem sido dinamizada por duas voluntárias, que promo-vem dois ateliês, um desti-nado aos trabalhos manuais, outro destinado à escrita e à leitura e que têm abrangido cerca de 33 idosos.

“Os idosos costumam di-zer que vêm aqui para sor-rir…eles cantam, brincam uns com os outros, partilham experiências…é muito giro,” contou Olga Serrano ao JA, adiantando que a escola con-tinua aberta a inscrições. A iniciação à informática será o próximo ateliê a ter início para breve.

Para além do atendimen-to ao público, e após a rea-lização de um questionário na localidade, Olga Serrano já diagnosticou alguns pro-blemas na freguesia, ao ní-vel da carência alimentar, de-semprego, solidão e violência doméstica.

No que diz respeito à carên-

cia alimentar, a psicóloga ex-plicou que todos os casos são encaminhados para a Confe-rência São Vicente Paulo, que tem apoiado com bens ali-mentares. Todas as outras si-tuações são encaminhadas para as diferentes entidades competentes, como a Segu-rança Social, o IEFP e a Câma-ra Municipal.

“Por vezes surgem necessi-dades menos complicadas, que passam pelo preenchi-mento de papéis, pensões de sobrevivência, criação de currículos ou simplesmente a necessidade de conversar. Te-nho feito um pouco de tudo”, explica a psicóloga.

“Estes gabinetes são muito importantes, pois para além do encaminhamento para as entidades competentes, são também núcleos onde as pessoas encontram um con-selho, uma palavra de orien-tação”, confessa Olga Serrano.

O GAS tem também uma atividade direcionada na área da saúde que, tal como a Es-cola dos Sorrisos, é concreti-zada graças ao voluntariado,

e que passa pela realiza-ção de medições de tensão, colesterol e glicémia nas loca-lidades de Amoreira e Pucari-ça, pertencentes à freguesia de Rio de Moinhos.

Olga Serrano conta que o GAS já se associou a uma cau-sa social: “Em março último, deparámo-nos com senhor da freguesia que precisava de uma cadeira de rodas. Rapi-damente procedi ao contacto de várias entidades e a uma pesquisa na internet para en-contrar uma solução. Acabei por encontrar uma empresa sediada no Porto, que numa ação puramente solidária, acabou por oferecer a cadeira de rodas ao idoso.”

Hoje o objetivo do GAS pas-sa pela criação de um centro de recursos que poderá fun-cionar como uma loja solidá-ria e que poderá dar respos-ta a outras necessidades da freguesia.

Horário GAS: 09h00 às 18h00, todos os

dias úteis da semana

Joana Margarida Carvalho

Gabinete de Apoio Social, uma porta que pode signifi car uma ajuda

RIO DE MOINHOS

Hélder Silvano demitiu-se do cargo de coordena-dor das comemorações do Centenário da Elevação de Abrantes à condição de ci-dade, efeméride que será ce-lebrada no dia 14 de junho de 2016.

Hélder Silvano apresentou a sua carta de demissão no passado dia 18 de setembro à Câmara Municipal e apon-tou como razões: “divergên-cias insanáveis e divergên-cias de opinião”. Hélder Sil-vano referiu-se a “formas diferentes de atuar, de agir e de fazer” e, por isso, enten-deu “que deveria demitir-me a tempo útil do cargo”.

“Tenho uma forma muito peculiar de trabalhar e te-nho algum receio, ao aper-ceber-me de outras formas

de trabalho que têm surgido hoje em dia, e que possam pôr em perigo um momen-to único como é este cente-nário”, adiantou.

Hélder Silvano também apresentou a sua demis-são do cargo que assumiu no Conselho Consultivo, ór-gão que iria acompanhar e monitorizar as ações muni-cipais para o próximo perí-odo de programação dos Fundos Comunitários (2014-2020), e que foi apresentado no passado dia 14 de junho, nas cerimónias ofi cias do dia da cidade.

Hélder Silvano afi rmou ain-da que não recebeu qual-quer resposta por parte do município relativa à sua car-ta de demissão.

Por sua vez, Luís Filipe Dias,

vereador com o pelouro da cultura na CM de Abrantes, explicou a posição da autar-quia, alegando as mesmas justifi cações que Hélder Sil-vano: “Houve algumas dife-renças de opinião e agora devemos valorá-las olhos nos olhos e adequadamen-te. Como é óbvio, ficámos tristes com esta situação, mas a vida continua, as prio-ridades estratégicas conti-nuarão e teremos todas as condições para assinalar o centenário de Abrantes a elevação a cidade.”

O vereador não se quis pronunciar acerca da próxi-ma estratégia da autarquia que servirá de preparação às cerimónias do centenário.

Joana Margarida Carvalho

Uma urna funerária foi o prémio atribuído aos Congruity, de Abrantes, a banda ven-cedora do concurso nacional de bandas de música alternativa que decorreu no dia 1 de novembro, organizado pela Sociedade Re-creativa e Musical de Bemposta, Abrantes.

O Coffi n Festival (“coffi n” signifi ca caixão, em português), na sua oitava edição, apre-sentou-se como um encontro nacional de música alternativa, com bandas de gara-gem que, em concurso, demonstraram num concerto ao vivo, perante cerca de 300 pessoas, as suas capacidades. A banda mais votada pelo júri e pelo público presente, os Congruity, foi a merecedora do prémio que dá o nome ao evento: um caixão.

A iniciativa, com entradas livres, regressou à sala de espetáculos da coletividade da Bemposta depois de estar interrompida du-rante alguns anos, um festival que “nunca esteve morto”, disse ao JA o presidente da direção, Filipe Oliveira. A organização prevê que o Coffi n Festival, para “não saturar”, vol-te a decorrer dentro de dois anos.

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Hélder Silvano demite-se do cargo de coordenador do centenário de Abrantes

Banda Congruity ganha caixão em concurso de música em Bemposta

• A psicóloga Olga Serrano tem feito “de tudo” para ajudar, desde o campo da saúde até aos afetos

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• Prémio original em festival alternativo

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Page 18: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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18 CULTURA E PATRIMÓNIO NOVEMBRO 2014

O Plano Nacional do Turismo Militar vai entrar em fase de operacionalização

MÁRIO RUI FONSECA

O Plano de Implementação Nacional do Turismo Militar (PINTM) vai entrar em fase de operacionalização até ao fi nal deste ano, assegurou o tenente-coronel Luz Costa, na sua intervenção num co-lóquio sobre potencialida-des do turismo e da cultura.

A sessão, que decorreu no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, juntou autar-cas, agentes turísticos e cul-turais, empresários e pro-fessores do Instituto Poli-técnico de Tomar (IPT) num debate sobre as oportuni-dades e desafi os para o tu-rismo e para a cultura, tendo aquele militar, em represen-tação do Exército para a Re-gião Centro, destacado a “mais-valia” do património histórico e cultural de âm-bito militar para o “desenvol-vimento integrado de uma oferta cultural e patrimonial” na região do Médio Tejo e no País.

Conferir atratividade ao património militar nacional

e potenciar turisticamente fortificações, castelos e quartéis em todo o território é o objetivo da proposta de Carta Nacional do Turismo Militar, que está a ser ela-borada pelo IPT, a nível do ensino superior, pelo Exér-cito, através da Brigada de Reação Rápida, sediada em Tancos, e pelo município de Vila Nova da Barquinha, que agrupa no seu território di-versas corporações milita-res, a Base Aérea nº 3, e res-guarda ainda mais de 1500 hectares de área de servidão militar.

Em declarações ao Jornal de Abrantes, o tenente-cor-onel Luz Costa disse que, ao longo do processo, que re-monta a 2008, “foi identifi-cado mais de um quilóme-tro linear de documentação para estruturar e operar ci-entificamente um espólio imenso ao nível do patrimó-nio histórico e cultural de âmbito militar que temos de estudar, organizar e contex-tualizar”, justificando assim o adiamento da apresenta-ção e aprovação do PINTM,

prevista para o mês de maio, para, “previsivelmente” até ao fi nal deste ano.

“O turismo militar pre-tende ser um instrumento que se coloque ao serviço da comunidade científica, dos operadores turísticos e do público em geral, um vasto património que é tutelado por vários ministérios, e que se deve ainda juntar a Força Aérea e a Marinha, patrimó-nio esse que ainda não está integrado na oferta turística das mais de vinte localida-des e regiões onde temos aquartelamentos militares”, observou.

“O que pretendemos é criar uma rede integrável e visitável, nas ofertas turís-ticas e culturais existentes, para que os operadores tu-rísticos saibam com o que podem contar a nível nacio-nal, com um fi o condutor ao nível dos cerca de 20 quar-téis existentes e com os Mu-seus da Marinha e do Ar, por exemplo, e projetando esta marca a nível internacional, certificando-a, e tendo em conta a apetência de um pú-

blico muito específi co para consumir este tipo de oferta cultural”, vincou Luz Costa.

A elaboração do conceito e a construção da proposta de intervenção tem utilizado o território de Vila Nova da Barquinha como laborató-rio devido à histórica e forte presença de unidades mi-litares no denominado Po-lígono de Tancos, como a Escola Prática de Engenha-ria (EPE), a Escola de Tropas Aerotransportadas (ETAT), a Unidade de Aviação Ligeira (UAL), da qual faz parte a Brigada de Reação Rápida, e a ligação aos Templários, exemplificada pelo castelo de Almourol.

“Tem lógica que o muni-cípio de Vila Nova da Bar-quinha possa constituir-se como região piloto para im-plementação do PINTM, e essa é a proposta que apre-sentámos no relatório do documento fi nal para apre-ciação”, adiantou à Lusa o tenente-coronel Luz Costa.

• “Conferir atratividade ao património militar nacional e potenciar turisticamente fortifi cações em todo o território é o objetivo,” ideia que fi cou presente no Centro Cultural de VN da Barquinha

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Igreja do Castelo de Abrantes revela pinturas “fabulosas” do fi nal do século XV

MÁRIO RUI FONSECA/ALVES JANA

Trabalhos de conservação e restauro na capela-mor da igreja de Santa Maria do Cas-telo revelaram uma “desco-berta fabulosa”, nas palavras do pesquisador responsável: pinturas raras dos finais do período do século XV/início do século XVI.

José Artur Pestana, da em-presa Mural da História, um dos membros responsável pelos trabalhos em curso de conservação e restauro na capela-mor da igreja de Santa Maria do Castelo, em Abran-tes, foi taxativo nas suas decla-rações: “Estamos perante uma descoberta fabulosa”.

O “fabuloso”, para este pro-fi ssional na arte da conserva-ção e restauro, é uma pintura escondida por detrás de uma parede de azulejos, que se es-tende ao longo da parede, e que fi cou a descoberto após

a retirada de alguns azulejos que estariam soltos e em risco de cair da parede.

“Com a remoção dos pri-meiros azulejos, cuja data re-monta a uma época pós ter-ramoto de 1755, fi cou pintura a descoberto. Mas não é uma pintura qualquer. É uma boa e rara pintura datada dos fi-nais do século XV, início do século XVI, e que em Portu-gal apenas existem peque-nos fragmentos. Aqui, e pelas sondagens efetuadas, a pin-tura é enorme e estende-se ao longo de toda a parede o que é uma riqueza para esta igreja e para toda o patrimó-nio nacional da pintura deste período”, vincou.

Artur Pestana defendeu a re-moção completa dos azule-jos, “de fácil restauro e acomo-dação”, para permitir abrir em toda a linha o horizonte dos “frescos” agora postos a des-coberto.

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Page 19: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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19CULTURA E PATRIMÓNIONOVEMBRO 2014

“Tudo pronto” para lançar concurso público para o MIAA

Rota ibérica em BTT vai ligar o Tejo da nascente à foz

A Câmara de Abrantes vai investir 5 milhões de euros na construção do Museu Ibérico de Arque-ologia e Arte (MIAA), um equipamento tido como “central” no processo de regeneração urbana da cidade, defendeu a presi-dente da autarquia.

MÁRIO RUI FONSECA

Em declarações ao Jornal de Abrantes, à margem da V Jornadas Internacionais do MIAA, que se realizou em Abrantes nos dias 17 e 18 de outubro, a presiden-te da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquer-que, referiu ter “tudo pron-to” para lançar o concurso público para a construção daquele equipamento, que estimou possa estar con-cluído “dentro de dois a três anos”.

A autarca disse que ape-nas aguarda pela oportuni-dade de acesso aos fundos comunitários para subme-ter o projeto a candidatu-ra e iniciar uma obra que afirmou ser “fundamental para a revitalização do cen-tro histórico”, no âmbito de um projeto mais vasto de regeneração urbana da ci-dade e que assenta na re-qualificação e musealiza-ção do Convento de São Domingos, situado naque-

la zona da cidade, e pela dinamização de outros es-paços, ao nível do MIAA.

O investimento, segun-do afi rmou a presidente da Câmara Municipal, “permi-tirá uma afirmação cultu-ral muito forte no contex-to nacional e internacional, tornando público o aces-so a uma coleção de valor inestimável e de foro pri-vada, além da criação de um grande centro cultural que complementará as vá-

rias funções do centro his-tórico, como as residen-ciais, administrativas e co-merciais”.

Com um investimento ini-cialmente estimado de 13 milhões de euros, o proje-to original de criação do museu desenhado pelo arquiteto Carrilho da Gra-ça implicava a construção de uma torre de 27 metros para acolher as cerca de cinco mil peças que inte-gram as coleções da Funda-

ção Estrada ao nível de ou-rivesaria, armaria e arte sa-cra dos séculos XVI a XVIII, um projeto, entretanto, re-dimensionado.

“O projeto foi redimen-sionado, mas vamos hon-rar um conjunto de com-promissos assumidos”, as-segurou a autarca, tendo feito notar que, “atenden-do à atual conjuntura, seria irresponsável” avançar para este investimento nos mol-des em que estava inicial-

mente previsto.Desde 2008 e até ao dia

de hoje a autarquia já inves-tiu cerca de 1,5 milhões de euros nos estudos, elabora-ção e conceção do projeto, da autoria de Carrilho da Graça, a par de processos de investigação, promoção e divulgação das diversas coleções do acervo.

O futuro museu irá incluir coleções de numismática, arquitetura romana, me-dieval e moderna, relógios

de várias épocas e uma ex-posição de arqueologia e história local, para além de ourivesaria ibérica com ar-tigos recolhidos no que foi o antigo território da Lusi-tânia.

Uma das alas do MIAA será formada por artefac-tos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas e povos que viveram no território que hoje é Portugal.

A coleção das cerca de cinco mil peças arqueoló-gicas referentes ao período anterior à fundação da na-cionalidade e relacionados com a Lusitânia, foram “re-colhidas e adquiridas em leilões” ao longo de meio século, em vários pontos da Península Ibérica.

O acervo da Fundação Es-trada será cedido à Câma-ra de Abrantes através de protocolo.

Associado ao Museu Ibé-rico, o espaço terá um cen-tro de investigação que as-segure a continuidade do estudo das coleções ali ex-postas e que sirva de polo dinamizador de projetos de investigação e de par-cerias com universidades, museus nacionais e estran-geiros.

A plataforma associativa lu-so-espanhola Tajo/Tejo Vivo anunciou a primeira edição de uma travessia Ibérica em BTT entre a nascente e a foz do rio Tejo, num percurso de mais de 1.200 quilómetros, a realizar de 15 a 30 de maio de 2015.

Em declarações à Antena Livre, à margem da apresen-tação no Festival Bike, em Santarém, da rota Transibé-rica em Bicicleta Todo o Ter-reno (BTT), o técnico coor-denador da Tagus - Associ-ação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Inte-rior, uma das entidades por-tuguesas envolvidas no pro-jeto, disse que a iniciativa visa a promoção e afi rmação dos territórios ribeirinhos do Tejo como destino turístico,

numa lógica de desenvolvi-mento local.

“O projeto e as 13 etapas do percurso foram valida-dos em edição piloto realiza-da na primavera deste ano, e que serviu para conhecer melhor o território, os par-

ceiros e as questões logísti-cas e de alojamento”, disse Pedro Saraiva.

Segundo aquele responsá-vel, para a edição “número um” a organização necessi-tou apenas de fazer “peque-nos ajustes” num percurso

dividido por 13 etapas e onde o Tejo “estará sempre presente”, uma por dia numa média de 100 quilómetros diários, e que vai ter início na Serra de Albarracín (Espa-nha) e terminará 1.210 qui-lómetros depois, na foz, em

Lisboa.“O percurso foi desenhado

através de antigos caminhos rurais e estradas secundá-rias, atravessa diversos par-ques naturais e tem sempre o rio Tejo como pano de fun-do”, acrescentou.

Pedro Saraiva disse ainda que a “Transibérica em BTT Tejo Vivo” se baseia numa “estratégia concertada de aproveitamento e promo-ção dos recursos dos territó-rios abrangidos”, projeto que pretende “combater o êxo-do rural, estimular a fi xação da população e acrescentar quantidade e qualidade na oferta turística”.

“O objetivo é criar uma rota turística integradora, numa temática que tem mercado e procura no âmbito do des-

porto natureza e aventura, e numa lógica de criação de novos fatores que sejam in-dutores de desenvolvimen-to, valorização e promoção da cultura das povoações que cresceram junto ao rio Tejo”, vincou.

A prova, com inscrições li-mitadas, é organizada pela Tejo Vivo - Rede para a Va-lorização dos Territórios Vin-culados ao Tejo, projeto de cooperação ibérica que re-úne 18 associações de de-senvolvimento local (ADL) e organizações não-governa-mentais (ONG) de Portugal e Espanha, e tem apoio da ini-ciativa comunitária LEADER, do Programa de Desenvolvi-mento Rural (ProDeR).

MRF

• O projeto foi redimensionado atendendo à atual conjuntura, passando de 13 para 5 milhões de euros

• Os percursos pretendem contribuir para o desenvolvimento da cultura e do turismo

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Page 20: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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20 NOVEMBRO 2014REGIÃO

“Comichão na cabeça … não, obrigado”A saúde e o bem-estar das

crianças continuam a ser uma preocupação dos ser-viços de saúde neste início de ano letivo. Parece-nos im-portante alertar as famílias para os cuidados a ter relati-vamente à “Pediculose” (in-festação por piolhos), uma problemática que todos os anos afeta muitas das crian-ças que frequentam os esta-belecimentos de ensino dos nossos Concelhos.

Os piolhos são incómodos, causam comichão irritante e propagam-se de forma rá-pida. São pequenos parasi-tas que se ligam aos cabelos para picar a pele e alimentar-se do sangue. A transmissão ocorre por contágio através de contacto direto, cabeça a cabeça ou com roupas con-taminadas. Isto signifi ca que mesmo os melhores amigos,

ao segredarem na escola, ao trocarem chapéus, ao parti-lharem pentes e escovas, po-dem desencadear o processo de infestação. A infestação por piolhos pode acontecer a qualquer pessoa, não signi-fi ca falta de higiene.

Detetar a presença destes parasitas implica um exame ao couro cabeludo, particu-larmente atrás das orelhas e na nuca, locais onde se alo-jam facilmente.

A partir do momento em que estes parasitas são dete-tados, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, pois esta afeção dissemina-se ra-pidamente.

É muito importante tratar toda a família, usando um tratamento adequado.

Deve lavar a cabeça com champô próprio (exis-tem várias marcas no mer-

cado). Após a lavagem, deve pentear o cabelo com um pente fino, molhado em vi-nagre para remover os res-tantes ovos (lêndeas). Final-mente, deve lavar muito bem o pente e a escova com o mesmo champô.

Não se esqueça de pedir ao seu filho para não partilhar chapéus na escola, e não usar os mesmos pentes dos ami-gos. Observe regularmente e com atenção a cabeça da cri-ança e utilize o pente fi no.

Informe a escola se a cri-ança tiver piolhos, de modo a que todos os alunos sejam tratados e se interrompa o ci-clo de reinfestação.

Para se controlar uma epi-demia escolar é necessário que todas as crianças tomem este tipo de atitude.

Ana Paula Gonçalves Enfermeira na USP

Maria Isabel Vicente Teixeira Machado (1951-2014) nas-ceu em Angola e em 1975 veio para Abrantes, onde ti-nha as suas raízes, em con-creto no Pego. Gerações de alunos conheceram-na como professora de Matemática na Escola D. Miguel de Almeida, onde chegou a ser presidente do Conselho Diretivo e tam-bém dirigiu a formação de professores de Matemática. Da sua atividade profi ssional estava já aposentada.

Entretanto, tornou-se tam-bém conhecida e igualmente respeitada como membro da Junta de Freguesia de S. Vi-cente, durante 20 anos, até há um ano, sempre sob a pre-sidência de Aníbal Melo.

“Normalmente, na Junta é o presidente e os outros. Não era assim com a Isa-bel: foi sempre muito ativa, muito presente, sobretudo nas campanhas de solidarie-dade, que coordenava. Tam-bém colaborava sempre com empenho, por exemplo, nos prémios de atletismo, sobre-tudo na fase de preparação de tudo o que era necessá-rio”, recorda Aníbal Melo. “Foi o único elemento que esteve sempre comigo ao longo dos

cinco mandatos, um como secretária e mais quatro como tesoureira. Tinha sem-pre as contas em ordem em todas as reuniões, com toda a documentação necessária. E era cuidadosa quando se tra-tava de avançar para algum projeto, chamando a atenção para o controlo dos custos.” Aníbal Melo acrescenta ainda que “viveu sempre como quis e controlou a sua vida até ao momento da morte, deci-dindo o que queria e o que não queria que lhe fi zessem”.

Partiu cedo, mas com uma folha de serviços bem cheia. E deixou uma imagem de sim-patia e respeito na memória dos que a conheceram.

Alves Jana

ISABEL MACHADO

Uma cidadã que parte

O Rotary Club de Abran-tes prestou, no passado dia 28 de outubro, num jantar comemorativo, uma home-nagem ao professor Ma-nuel João Gonçalves, distin-guindo-o como profi ssional do ano.

António Domingues, pre-sidente do Rotary Club de Abrantes, explicou que esta homenagem incidiu no plano de atividades do Ro-tary a nível internacional,

no qual o mês de outubro é dedicado aos serviços pro-fi ssionais, e onde é sempre distinguido um profi ssional pela sua carreira.

O professor Manuel João Gonçalves referiu que esta homenagem “representou um reencontro entre ami-gos” e que foi com bastante agrado que recebeu a dis-tinção.

Em nota de imprensa, o Rotary Club de Abrantes re-

fere que Manuel João Gon-çalves foi professor de Edu-cação Física e treinador de atletismo. Dedicou grande parte da sua vida aos jovens, às sucessivas gerações de atletas, tendo treinado inú-meros campeões nacionais, entre o desporto escolar e o federado. Foi ainda treina-dor nacional em seis campe-onatos do mundo em atle-tismo escolar.

JMC

Rotary Club distingue o professor Manuel João Gonçalves

• António Domingues, presidente do Rotary Club de Abrantes, e Manuel João Gonçalves, o profi ssional homenageado

No próximo dia 5 de no-vembro, pelas 14h30, a Escola Superior de Tecno-logia de Abrantes (ESTA) recebe Marcelo Rebelo de Sousa para uma ses-são aberta ao público em que abordará o tema “A Comunicação”.

A convite dos estudan-tes da licenciatura em Co-municação Social, Mar-celo Rebelo de Sousa responderá a questões li-gadas ao panorama au-diovisual português, ao papel das televisões na imposição da agenda me-diática e ao desafi o que, neste campo, é constitu-ído pela internet e pelas redes sociais. O balanço das mudanças introdu-zidas pelos canais priva-dos, cerca de duas déca-das depois do seu apa-recimento, e o ensino da Comunicação Social em Portugal serão outros dos temas abordados.

O professor Marcelo foi diretor do jornal Expresso e ganhou popularidade como comentador na es-tação de rádio TSF. Atual-mente é comentador da TVI.

Marcelo Rebelo de Sousa na ESTA

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ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Page 21: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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21NOVEMBRO 2014

Teresa Aparício acaba de lançar um livro (edição Pa-lha de Abrantes) em que nos traz rica informação sobre 41 pontes do concelho de Abrantes, sobretudo, e ainda Constância, Gavião, Mação, Sardoal, Vila de Rei e Sertã.

São sobretudo pontes já ve-lhinhas, uma ou outra já de-saparecida. Teresa Aparício salva-as do desaparecimento total e traz-nos muitas his-tórias, que recolheu, cheias de vida de um tempo que já lá vai.

As pontes são objectos ar-quitetónicos e de engenha-ria, exemplos de um modo de fazer as coisas e têm valor museológico. Mas são tam-bém formas condensadas do modo de viver do tempo em que foram construídas e das gerações que delas se servi-ram. Esta obra dá boa conta disso. Lê-se quase como um romance em fascículos da história de um povo.

O projeto, disse a autora na apresentação, nasceu há mais de 20 anos, quando co-meçou a publicar no jornal Nova Aliança, onde então co-

laborava, pequenos textos que visavam chamar a aten-ção para as pontes que “es-tavam esquecidas e em pro-cesso de degradação”. Passa-

dos vinte anos, constata que “foi em vão” tal esforço, por-que “as pontes estão ainda mais degradadas e uma ou outra já desaparecida”. Por isso, se este livro dá testemu-nhos de formas de vida do passado, ele é também desa-fi o a que não deixemos mor-rer as nossas pontes.

Teresa Aparício é colabora-dora do Jornal de Abrantes, onde publica os Lugares com História, de que saiu já uma edição (Câmara M. Abrantes), já aqui assinalada. Além disso, a autora tem vindo a publicar, na revista Zahara, um importante conjunto de trabalhos sobre profissões em extinção. Ao todo, é um imenso trabalho de recolha e divulgação da nossa cultura popular, que dá à autora uma particular sensibilidade para estas matérias e que merece ser acompanhado. E lido, é claro.

Alves Jana

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MEMÓRIAS DAS PONTES, UM LIVRO DE TERESA APARÍCIO

Testemunho e desafi oPSD celebra 40 anos de partido

O PSD celebrou 40 anos do partido em Abrantes, no espaço de restauração Cascata, no passado dia 25 de outubro. A cerimónia, que juntou José Matos Rosa, sec-retário-geral do partido, os deputados eleitos pelo dis-trito de Santarém, a concelhia, membros e simpatizan-tes, foi dedicada aos 40 anos do partido e aos 40 anos de democracia.

CERNACHE DO BONJARDIM

9/2012 – Ford C-Max 1.6 Tdci 95 CV Titanium

11/2008 – Mercedes-Benz C 200 CDi BlueEfficiency (77.000 Kms)

1/2011- Volkswagen Passat Variant 1.6 Tdi 105 CV Trendline (GPS)

9/2010- Mazda BT-50 2.5 MZR-CD 143 Cv F-Style Sport 3L

Mercedes-Benz C220 CDi 170Cv Avantgard 7G-Tronic

6/2012-Mercedes-Benz C250 Cdi Avantgarde

3/2014- Volkswagen Golf VII 1.6 Tdi Confortline (Caixa de 6 Velocidades)

4/2014 -Audi A4 Avant 2.0 Tdi 136 Cv Kit S-line

4/2014 - BMW 116d Line Sport EfficientDynamics 350 Kms

6/2013 – Volkswagen Amarok 2.0 TDI 163 Cv 4Motion (18.000 Kms)

7/2014 – Peugeot 208 1.4 Hdi Active (NOVO)

3/2014 - Audi A3 Sportback 1.6 TDi Sport Kit-Sline (Novo Modelo)

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4/2014 – Nissan Qashqai 1.5 dCi 110 Cv N-Tec (Novo modelo)

6/2011- Volkswagen Amarok 2.0 Tdi 163Cv 4Motion

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6/2010 - Audi A3 Sport 1.6 TDi 105 Cv Attraction

3/2011- BMW 318 D Limousine 143 CV

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Page 22: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

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22 NOVEMBRO 2014CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Abrantes

Até 15 de dezembro – Exposição “8000 anos a transformar o barro. Cerâmicas do MIAA” – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo, de terça a domingo das 9h às 13h e das 14h às 18h Até 3 de janeiro de 2015 – Exposição “Realidades e Mitos”, pintura de Joaquim de Carvalho – Biblioteca Municipal António Botto 7 de novembro – Stand up comedy com António Raminhos – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 4€ 8 de novembro a 5 de dezembro – Exposição “Gravura/A ofi cina, a técnica e o impressor de Tomás Dias – quARTel, Galeria Municipal de Arte13 de novembro a 3 de janeiro de 2015 – Exposição “José Alberto Marques – 50 anos de vida literária” – Biblioteca Municipal António Botto14 de novembro – Teatro “Táxis d´os nossos dias” com Anabela, Rosa do Canto, Joaquim Nicolau – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€ 21 de novembro – Música “Pelas bandas de Abrantes com a Filarmónica Alveguense – Cineteatro São Pedro, entrada gratuita 22 de novembro – Noite de fados com Gonçalo da Câmara Pereira e Dora Maria – Casa do Povo de Rio de Moinhos – 20h 26 de novembro – II Jornadas Biblioteconómicas de Abrantes – Biblioteca Municipal António Botto, 9h às 18h28 de novembro – Teatro de marionetas “Casa dos Ventos” – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 4€6 de dezembro – Teatro de marionetas “Portucale” – Cineteatro São Pedro, 10hCinema – Cineteatro São Pedro, 21h30 – Org. Espalhafi tas:5 de novembro – “Amar, Beber e Cantar” de Alain Resnais 12 de novembro – “Alentejo, Alentejo” de Sérgio Tréfaut 19 de novembro – “Os Maias - Cenas da vida romântica” de João Botelho 26 de novembro – “Gertúlio” de João Jardim

Constância

Até 31 de dezembro – Exposição “Desenhos na prisão”, desenhos de Álvaro Cunhal – Biblioteca Alexandre O´NeillAté 31 de dezembro – Comemoração dos 20 anos da Biblioteca Alexandre O´Neill - Biblioteca Alexandre O´Neill

Sardoal

Até 28 de novembro - Exposição “Resineiros” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente Até 7 de dezembro - Exposição de fotografi a “Centro Cultural – 10 anos” – Centro Cultural Gil Vicente7 de novembro – Teatro de Revista “P´ro Diabo kus carregue” – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 – 12,50€22 de novembro – IV Mostra de Teatro do GETAS – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 22 de novembro – Cinema - “Aviões: Equipa de Resgate” – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h3025 de novembro - Cinema - “Aviões: Equipa de Resgate” - Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h3029 de novembro - IV Mostra de Teatro do GETAS - Centro Cultural Gil Vicente, 21h30

Vila de Rei

Até 29 de novembro – Exposição de fotografi a “O olhar do povo” de Telmo Martins e Hugo Mendes – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires Até 31 de dezembro – Exposição de pintura “Ofícios tradicionais” de Alves Dias – Museu Municipal de Vila de Rei 15, 22 e 29 de novembro – X Quinzena do Teatro – Auditório Municipal Monsenhor Dr. José Maria Félix, 20hA partir de 1 de dezembro – Exposição do VIII Concurso de Presépios Tradicionais e Presépios de Montra – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da Barquinha

Até 11 de janeiro – Exposição “Confidencial/Desclassificado: Missa Campal”, fotografi a de Manuel Botelho – Galeria do Parque 8 de novembro – Apresentação do livro “O gato branco do bar 42”, de Maria João Gonçalves, por Fernando Freire e Emílio Miranda – Auditório do Centro Cultural, 15h

AGENDA DO MÊS

Comédia musical “Táxis d’Os NossosDias” no Cineteatro São Pedro

O Cineteatro São Pedro, em Abrantes, vai receber a comédia musical “Táxis d’Os Nossos Dias”, na sexta-feira, dia 14 de no-vembro, pelas 21h30. O núcleo de taxistas celebrizados na telenovela “Os Nossos Dias”, da RTP, chega ao teatro, numa peça

que se apresenta tão louca como esse grupo de personagens e que aborda a re-alidade portuguesa atual, transformando o tema da crise económica numa verda-deira comédia. A peça conta com as in-terpretações de Anabela, Rosa do Canto,

Miguel Costa, Joaquim Nicolau, Sofi a de Portugal, Pedro Giestas, Ana Guiomar e Rita Frazão.

A história tem início com a Imperial Táxis a descobrir que, como o país, está à bei-ra da bancarrota. Sem dinheiro para pa-gar ordenados, a Central vê-se obrigada a pedir um resgate a uma banqueira ale-mã muito rigorosa, que impõe cortes pro-fundos na despesa, redução de salários e despedimentos. Os taxistas procuram as mais variadas soluções para fazer face às difi culdades, mas quando tudo falha e o desespero aumenta, aparecem as ideias mais radicais: afi nal, se o resgate mais pa-rece um sequestro, por que não seques-trar quem os resgata?

Uma comédia da autoria de José Pinto Carneiro e Mário Cunha, encenada por José Martins. Os bilhetes, com o preço de 10€, podem ser comprados no Posto de Turismo ou na bilheteira do cineteatro no dia do espetáculo.

A X Quinzena do Teatro está de regresso ao Auditório Municipal Monsenhor Dr. José Maria Félix, em Vila de Rei, nas noites de 15, 22 e 29 de novembro. Esta é uma iniciativa de âmbito solidário, uma vez que o público é convidado a doar um género alimentício para apoiar as famílias vilarregenses mais carenciadas.

As sessões têm início marcado para as 20 horas. Na noite de 15 de novembro, sobe ao palco o Grupo de Teatro “Dupla Personalidade”, de Arraiolos”, com a peça “Romeu e Julieta dos Tempos Modernos”. A 22 de novembro é a vez do grupo “A Casa dos Dias Felizes”, de Idanha-a-Nova, apresentar “Yulé – A Árvo-re de Natal” – Teatro Infantil e no dia 29, a peça “Harpagão, o Velho Avarento” é interpretada pelo Grupo de Teatro Olimpo. A Quinzena do Teatro é orga-nizada pela Autarquia de Vila de Rei e tem sido ao longo dos anos um su-cesso em prol dos mais desfavorecidos.

Teatro Solidário em Vila de Rei

“Os Maias – Cenas da vida romântica”, filme do realiza-dor João Botelho, vai ser exi-bido em Abrantes no dia 19 de novembro. O cineteatro São Pedro recebe a adaptação ci-nematográfica de “Os Maias”, de Eça de Queiroz, que está em exibição pelo país desde

Setembro e já conta com mais de 90 mil espetadores, sendo o fi lme mais visto este ano em Portugal. De acordo com a pro-dutora Ar de Filmes, estão pre-vistas duas sessões; uma para estudantes e outra para o pú-blico em geral, sendo ambas acompanhadas pelo realiza-

dor ou por um dos atores. O fi lme teve um orça-

mento de 1,5 milhões de euros e do elenco fazem parte cer-ca de 50 atores, entre os quais João Perry (Afonso de Maia), Graciano Dias (Carlos da Maia), a atriz brasileira Maria Flor (Ma-ria Eduarda), Pedro Inês (João

da Ega), Pedro Lacerda (Tho-maz d’Alencar), Adriano Luz (Conde de Gouvarinho), Ana Moreira (Maria Eduarda Runa), Rui Morrison (Vilaça), Rita Blan-co (D. Maria da Cunha) e Cata-rina Wallenstein (Maria Mon-forte). A voz narrada de Eça de Queirós é a do barítono Jorge Vaz de Carvalho. O romance queirosiano narra a vida de três gerações de uma família da burguesia no século XIX. De-pois de Abrantes, o fi lme tem sessões agendadas até janei-ro de 2015 em cidades como Castelo Branco, Caldas da Rai-nha, Santarém ou Portalegre. Em Abrantes o fi lme é exibido através da Associação Cultural Palha de Abrantes/Espalhafi-tas.

Filme “Os Maias” exibido em Abrantes

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23NOVEMBRO 2014 PUBLICIDADE

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO

CONSULTAS

FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro

GINASTICA DE MANUTENÇÃO E CORRECÇÃO POSTURAL

Acordos em TRATAMENTOS FISIOTERAPIA

Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros,

Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.

Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTESTelef. 241 371 715 - Fax 241 371 715 - [email protected]

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

BOSCH SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS PEGOP

HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00)

PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTESLargo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIA Dr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio; Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVADr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraREUMATOLOGIADr. Jorge GarciaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana TorresOBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIA Dr. Luís CardigaORTOPEDIA Dr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIA Dr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTA Dr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

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Maria Fernanda Farinha Sousa Falcão Freire Rodrigues(XINANDA)25-01-1936 - 17-10-2014Abrantes – Tramagal

AGRADECIMENTOSeu marido, filho, nora, netos e restante família, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se digna-ram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.Tratou: Funerária Nossa Sr.ª da Oliveira, Lda

Construção Civil e Obras Públicas, Lda.

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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ABRANTES

CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA GERAL

De acordo com o n.º 1 do Art.” 30.° do Compromisso, CONVOCO os Irmãos desta Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, para a Reunião Ordinária da Assembleia Geral , que se realiza, Sábado, dia 22 de novembro de 2014, pelas 14HOO, (OU UMA HORA DEPOIS COM QUALQUER NÚMERO DE IRMÃOS - N.º 2 DO ART.º 28.° DO COMPROMISSO) no Auditório do Sector Cultural do LAR - HOSPITAL D. LEONOR PALER CARRERA DE VIEGAS.

ORDEM DE TRABALHOS1.° - Eleição dos Corpos Gerentes - MESA DA ASSEMBLEIA, MESA ADMINISTRATIVA e

CONSELHO FISCAL, para o triénio de 2015-2016-2017; Ficam abrangidos pela doutrina do art.” 26.° - Seco 1 - Capo V do Compromisso, os Irmãos reeleitos;

2.° - Apreciação e votação do Plano de Atividades e Orçamento Ordinário para o ano de 2015;

3.° - Análise e votação de propostas da Mesa Administrativa para alienação de prédios urbanos e rústicos;

4.° - Período de 30 (trinta) minutos para se tratar de qualquer assunto que a Assembleia considere de interesse para a vida da Instituição;

PARA O ATO ELEITORALA MESA ELEITORAL FUNCIONA APÓS O INICIO DOS TRABALHOS DURANTE 2 HORAS

Em seguida será feito o apuramento do resultado eleitoral prosseguindo os trabalhos com os restantes pontos da Convocatório.

Chama-se a atenção aos IRMÃOS de que as listas a que se refere o ponto 1.° da Ordem de Trabalhos, devem ser entregues na Secretaria da Irmandade, ate 5 dias da data marcada para a reunião da Assembleia Geral

ABRANTES, 20 DE OUTUBRO DE 2014O Presidente da Assembleia GeralDr. Humberto Pires Lopes

Page 24: Jornal de Abrantes - Edição Novembro 2014

jornaldeabrantes

TEATRO 01.NOV.14 //10H00CINETEATRO SÃO PEDRO

ALGUNS DEDOS…E OUTROS TANTOS SEGREDOSARTE VIVAEXPOSIÇÃO 07.NOV.14—03.JAN.15BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO

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A OFICINA,A TÉCNICA E O IMPRESSORGRAVURA DE TOMÁS DIAS EXPOSIÇÃO 13.NOV.14—03.JAN.15BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO

JOSÉ ALBERTO MARQUES50 ANOS DE VIDA LITERÁRIA TEATRO COMÉDIA MUSICAL 14.NOV.14//21H30 CINETEATRO SÃO PEDRO

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CASA DOS VENTOSTEATRO E MARIONETAS DE MANDRÁGORA

“Casa dos ventos” é uma casa e é uma viagem. É uma casa em viagem. Qual a dimensão de uma casa? Pode uma pessoa ser uma casa? Necessita uma casa de paredes? Pode uma casa ser um local, uma língua, um país...? Este espetáculo narra uma viagem de duas personagens em busca de manterem a sua forma de estar, o seu espaçode afetos e emoções num mundo em transformação. Numa grande cidade, Alba e Maria tentam atravessá-la carregando um moinho de vento às costas na procura de uma nova colina que lhes garanta um local para viverem. Mas a cidade respira, oprime e fascina. A casa parte da procura da integração das memórias pessoais e coletivas na vida quotidiana, olhando para os legados tradicionais como a possibilidade de construir a imagem de um futuro próprio, repleto de memórias e tradições reinventadas.PREÇO €4 // DURAÇÃO 50’ // M/4