jornal de abrantes - edição janeiro 2015

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POLÍTICA VILA DE REI Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de SOLIDARIEDADE JANEIRO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5527 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Onda solidária reconstrói habitação DR Publicidade JÁ ABRIU Venha conhecer as melhores especialidades de Kebab em Abrantes Encosta da Barata, bloco E, no cruzamento do Pingo Doce Uma casa que foi totalmente destruída pelas chamas e fez dois desalojados, no início de dezembro, em Entrevinhas, no concelho de Sardoal, está a ser integralmente reconstruída. Pág. 18 Nelson de Carvalho renuncia ao cargo na Assembleia Municipal Nelson de Carvalho renunciou ao mandato de presidente e deputado invocando razões pessoais e profissionais. Vai candidatar-se ao CRIA. Pág. 14 Concelho vai ter lagar e destilaria Autarquia anunciou um investimento na ordem dos 300 mil euros na construção de um lagar e uma destilaria, com zona de embalamento, através da criação de uma Coope- rativa Agrícola de Interesse Público. Pág. 16 P bli id d Nova edição do ESTAJornal Publicidade

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Jornal de Abrantes, Constância, VN Barquinha, Sardoal, Mação e Vila de Rei

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Page 1: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

POLÍTICA VILA DE REI

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

SOLIDARIEDADE

JANEIRO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5527 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Onda solidária reconstrói habitação

DR

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JÁ ABRIUVenha conhecer as melhores especialidades

de Kebab em AbrantesEncosta da Barata, bloco E, no cruzamento do Pingo Doce

Uma casa que foi totalmente destruída pelas chamas e fez dois desalojados, no início de dezembro, em Entrevinhas, no concelho de Sardoal, está a ser integralmente reconstruída. Pág. 18

Nelson de Carvalho renuncia ao cargo na Assembleia Municipal Nelson de Carvalho renunciou ao mandato de presidente e deputado invocando razões pessoais e profissionais. Vai candidatar-se ao CRIA. Pág. 14

Concelho vai ter lagar e destilaria Autarquia anunciou um investimento na ordem dos 300 mil euros na construção de um lagar e uma destilaria, com zona de embalamento, através da criação de uma Coope-rativa Agrícola de Interesse Público. Pág. 16

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4 JANEIRO 2015ABERTURA

Diferentes formas de desejar Bom Ano

Todos os anos, quando nos despedimos de um e nos aproximamos de outro, desejamos que os 12 meses seguintes tragam coisas boas para quem nos rodeia. É inevitável. Muitas vezes serão votos genuínos, aqueles que nestas alturas expressamos. Mas noutras vezes mais não fazemos do que cumprir um ritual, expressando desejos e retribuindo mensagens só para manter a tradição.

As mensagens, raramente originais, que circulam pelos telemóveis e os votos, impessoais e indiferenciados, feitos nas redes sociais dizem muito pouco. Sobretudo, não se comparam à alegria de abrir os postais de Boas Festas que, em tempos, nos chegavam à caixa de correio. E o telefone fi xo ganhava outra vida por estes dias, porque nele se ouviam vozes distantes, de família e amigos que tinham emigrado ou que simplesmente viviam longe.

Mesmo que os canais sejam agora diferentes e que não tenham o mesmo encanto, servem para aproximar as pessoas, nestas e noutras alturas. Como também este Jornal de Abrantes serve de intermediário, transportando votos de autarcas e de cronistas. Mas para alcançarmos tudo o que nos é desejado, teremos que começar por estar bem connosco. É meio caminho andado para se ter sucesso pessoal, familiar e profi ssional. E também ajuda muito no que à saúde diz respeito. Então, fi ca um desejo de paz interior que se traduza em energia para mudar o que está mal. Desistir é que nunca!

Hália Costa Santos

IDADE 47 anos. NATURALIDADE /RESIDÊNCIA Nasci em Água das Casas, uma aldeia-presépio no norte do concelho de Abrantes, e resido em Abrantes (cidade)PROFISSÃO Professor, porque se nos mantivermos próximo dos mais novos envelhecemos mais lentamente (ou convencemo-nos disso), o que é uma grande responsabilidade, porque trabalho na instituição mais importante do país, a escola; militante da cultura, seja ela património histórico ou do domínio das fi cções

UMA POVOAÇÃOÁgua das Casas, não podia ser outra. Porque lá nasci, lá vivi uma infância inesquecível e lá conheci/conheço o sentido da palavra comunidade na sua plenitudeUM CAFÉ Café 53, em Abrantes, porque ainda é um espaço aprazível, onde gosto de tomar um café em momentos de dolce far niente. Mas também porque preenche o imaginário de várias gerações de estudantes que fizeram o ensino secundário nesta cidadePRATO PREFERIDO Um certo cabrito assado no fornoUM RECANTO PARA DESCOBRIR Não um, mas vários, que podemos descortinar se seguirmos os trilhos pedestres da nossa região: cascatas, ribeiras, pontes, fontes, ermidas, azenhas, moinhos... recantos que nos preenchem a almaUM DISCO Cantigas do Maio, de Zeca Afonso, pela qualidade da música e

por remeter para o código de uma alvoradaUM FILME Podiam ser tantos, mas sugiro Feliz Natal, um filme que nos conta a trégua de Natal, da frente ocidental da 1.ª Guerra Mundial, há exatamente 100 anos. Os políticos e os generais escolhem a guerra, mas a maioria dos soldados optaria pela pazUMA VIAGEM Praga. Conhecida como “cidade das cem cúpulas”, tem um património magnífi co, onde múltiplos estilos arquitetónicos se encontram de mãos dadas. A riqueza patrimonial marcou-me, mas foi pelas suas cores que me apaixoneiUMA FIGURA DA HISTÓRIA? Aristides de Sousa Mendes, porque soube colocar o valor da vida humana à frente de interesses políticos e pessoais, porque é o “Schindler Português”, ainda que apenas tenha tido direito a um filme pobre (“O Cônsul de Bordéus”) sobre uma vida tão ricaUM MOMENTO MARCANTE? O

nascimento do meu fi lho, o momento em que perdi a “imortalidade” que julgava ter e o egoísmo que de facto tinhaUM PROVÉRBIO Quem corre por gosto não cansaUM SONHO Sonho com o dia em que os políticos e outros responsáveis p e l a s d e c i s õ e s d o m u n d o, consequentemente do nosso país ou da nossa pólis, tenham sempre como fundamento para as suas decisões o bem comum, enfim, as pessoas. Começo a desacreditar se alguma vez o verei realizado...UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Um passeio, a pé ou de bicicleta, pelo trajeto marcado da Grande Rota do Zêzere, nos concelhos de Vila de Rei, Abrantes e Constância. Para ver, dar corda às pernas e, porque não, aconchegar o estômago com as muitas iguarias que podem ser apreciadas nos restaurantes do percurso

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes

e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

@lenacomunicacao.pt

Editora e proprietária

Media On - Comunicação Social, Lda.

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos,

Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornal abrantesde

Armando Borges66 anos

Oficial do exército reformado

Tem que haver uma alternativa política sob pena de estarmos a destruir o país. Qual será a al-ternativa e como se vai desen-volver não é fácil de prever, mas tem de haver uma solução.

José Loureiro48 anos

Reformado

Penso que não haverá altera-ção. Mesmo que mude de par-tido vai ter sempre o mesmo fim. Esperança tenho sempre, mas não acredito muito numa alteração ou alternativa política num futuro próximo.

Ricardo Mendes33 anos

Funcionário Público

Eu penso que sim. Acredito que sim e tenho esperança nessa al-teração. Penso que os últimos acontecimentos revelaram que pode haver justiça política em Portugal.

FOTO DO MÊS

INQUÉRITO

EDITORIAL

SUGESTÕES

José Martinho Gaspar

Será que ainda vamos a tempo? Última visualização (19-12-2014)

Tem esperança e /ou acredita numa alternativa política?

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5JANEIRO 2015 ENTREVISTA

DORA MARIA DIZ QUE, PELO FACTO DE SER PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE, “O FADO GANHOU MAIS RELEVO E UMA PROJEÇÃO MAIS INTENSA NO MUNDO INTEIRO”

“Considero-me uma privilegiada”O novo disco da Fadista Abrantina Dora Maria chama-se “Encontros” e é editado em todo o país a 14 de janeiro. Com produção de José Cid e Custódio Castelo, o traba-lho é apresentado em Lisboa numa conferência de impren-sa no dia do lançamento, e apresentado ao vivo à região a 23 de janeiro, no Cine Teatro São Pedro, em Abrantes. Este será um dia que Dora Maria considera um dos mais im-portantes da sua vida, como contou ao JA.

PAULO DELGADO

Depois de “Mar de Tanto Amar” e de muitos concer-tos pelo país e não só, qual é o balanço do seu primei-ro disco e de tudo o que ele proporcionou na sua carrei-ra?

O balanço que faço é mui-to positivo. O “Mar de Tanto Amar” fez-me crescer muito como ser humano e muito mais como artista. Fez-me co-nhecer novas musicalidades, muitos artistas, muitas gentes, muitas terras e tudo isto faz com que um artista progrida e ganhe maturidade. Foram três anos muito bons, mas senti que estava na hora de mergu-lhar em novas águas.

Pegando nas suas palavras, “mergulhar em águas no-vas” quer dizer que vem aí um disco novo, já neste mês de janeiro de 2015 que se chama “Encontros ”, que pro-mete voos mais altos, ou não fosse a produção entregue a grandes nomes da música nacional. Como é que surgiu esta oportunidade?

É isso mesmo! “Encontros” representa vários encontros que tive com várias poetas e músicos entre os quais os pro-dutores deste trabalho, José Cid e Custódio Castelo. Esta

oportunidade surgiu de uma forma muito natural. Tinha fa-lado com o Custódio Castelo para fazer a produção deste trabalho e ele aceitou. Depois, numa conversa informal, pedi ao José Cid que me compu-sesse alguns temas para este trabalho e ele não só aceitou, como se ofereceu para o pro-duzir. Como a amizade prima neste trabalho, o José Cid e o Custódio Castelo resolveram trabalhar juntos na produção e direção deste trabalho, o que o tornou também mui-to especial, pois pela primeira vez estes dois grandes nomes da música do mundo se jun-taram num projeto. Para mim é uma enorme honra pois, se aceitaram trabalhar comigo, foi porque me reconheceram valor artístico e é um privi-légio também dizer que são meus Amigos e que tudo têm feito para me apoiar .

Além do José Cid e do Custó-dio Castelo, existem outras importantes colaborações neste trabalho…

Sim! Muitas mesmo. Con-sidero-me uma privilegiada. Quando comecei na recolha dos temas, obviamente que contactei os poetas e compo-sitores de quem mais gostava e com quem me identifi cava. Todos eles responderam afi r-mativamente ao meu convite, o que me deixou imensamen-te feliz. Este trabalho apre-senta vários temas inéditos. Conta com poemas de Tiago Torres da Silva, Pedro Pinhal, Carlos Baleia, Virgem Suta, Ja-naína Pereira, João Chora, Di-nis Muacho, Jorge Fernando, Maria Luisa Baptista e, claro, dos próprios José Cid e Cus-tódio Castelo. Também quis homenagear um dos grandes poetas do nosso concelho e, como tal, gravei um fado com palavras de António Botto.

Seria pouco provável espe-rar que num disco da Dora Maria houvesse por exem-plo uma participação/dueto do Jorge Benvinda, vocalista dos Virgem Suta. Este tipo de parceria tem em vista

uma mudança de estilo da Dora Maria, tendo embora o fado sempre como pano de fundo?

Sim, é isso mesmo. Este tra-balho apresenta várias musi-calidades que se encontram com a minha interpretação fa-dista. Os Virgem Suta já tinham composto um tema para a Ana Moura no seu novo traba-lho e eu gostei. Como admiro muito o trabalho deles, no dia que eles estiveram no Cine-Teatro São Pedro em concerto, desafiei-os a comporem um tema para mim. O desafi o do dueto veio depois. Na verda-de, e em jeito de brincadeira lhe digo, foi um desafi o maior para o Jorge porque ele nunca tinha cantado fado.

Com a passagem do Fado a Património Imaterial da Hu-manidade, o que é que mu-dou?

O que mudou foi principal-mente a visão de que quem não estava muito desperto para o fado. O fado ganhou mais relevo e uma projeção

mais intensa no mundo intei-ro.

Segundo o JA sabe, este seu projeto conta com o apoio do Museu do Fado, que a nível nacional representa “todo o fado”! Um apoio im-portante para si…

Sim. Muito importante mes-mo. É com muita alegria que anuncio aqui que dia 5 de fe-vereiro apresentarei no Audi-tório deste local emblemático do Fado, o meu concerto “En-contros”. É uma honra o Mu-seu do Fado me ter acolhido.

E agora Dora Maria, está preparada para tudo o que aí vem?

Meu Deus! Quero estar. Te-nho que estar. Vou estar! Te-nho muita fé e confiança de que com este trabalho encon-tremos um lugar no panora-ma musical nacional e fadis-ta. Foi e está a ser um projeto em que a minha entrega, tra-balho e dedicação tem sido diária e constante. Há aqui mesmo muito trabalho. Neste

momento a minha vida profi s-sional passa pela música, pelo que não basta ter talento, te-mos que trabalhar, aprender, construir-nos todos os dias para que as coisas nos acon-teçam.

Dia14 de janeiro, este disco vai deixar de ser só seu, para passar a ser de todo o país, porque chega às lojas nes-se dia!

Gostei da forma como colo-cou a questão: deixar de ser meu para passar a ser de to-dos…É isso mesmo! Que ale-gria. É de facto o dia em que o trabalho vai chegar às lojas e em que irei fazer uma apresen-tação para a Imprensa em ge-ral, Fadistas e alguns Amigos na Casa do Alentejo em Lis-boa, onde se fará apenas uma pequena apresentação ao vivo deste projeto. O “grande dia” (um dia muito emocionante para mim) será em Abrantes no dia 23 de janeiro no Cine-Te-atro São Pedro, onde vai acon-tecer o concerto de apresenta-ção pelas 21h30. Guardei para a gente da minha terra este dia e será um dos dias mais im-portantes da minha vida, com certeza. Aguardarei a presença de todos para celebrar comi-go este acontecimento. Neste concerto, e porque faz todo o sentido que assim seja, Jose Cid, Custódio Castelo e Jorge Benvinda serão meus convida-dos especiais.

A partir do dia 23 de janei-ro o espetáculo seguirá para outros palcos importantes do país, como a casa da Música no Porto, o Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, o Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, e outros que estamos a agendar ainda no país. Estamos tam-bém a trabalhar em datas para apresentar a nova digressão nalguns palcos internacionais onde já cantei e alguns outros onde espero vir a cantar.

DR

• Dora Maria aguarda o público da sua terra, Abrantes, para celebrar o seu novo disco

Page 6: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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6 JANEIRO 2015

Tenho consciência e conhecimento de causa que os últimos anos não têm sido fáceis para a maioria dos portugueses. Confrontadas com a grave crise económica que tem assolado o país, muitas são as famílias que têm tido a enorme capaci-dade de resistir às adversidades. Com esta preocupação em mente, a inserção de medidas de caráter social tem merecido a especial atenção do atual Executivo desta Câmara Munici-pal e assim continuará a ser. A inclusão de programas destina-dos não apenas aos mais carenciados, mas também aos mu-nícipes que têm sentido, nos últimos tempos, uma redução dos seus rendimentos são exemplos maiores desta preocu-pação. A partir de janeiro de 2015 o Município de Sardoal pas-sará a assumir o custo relativo às refeições escolares, consu-midas nos refeitórios do Agrupamento de Escolas de Sardoal, de todas as crianças do Jardim de Infância, 1º e 2º Ciclos de Es-colaridade. Esta medida enquadra-se, também, na estratégia defi nida para atrair jovens casais a fi xarem-se neste Concelho e na preocupação em inverter a nossa pirâmide geracional. Recentemente aprovámos um Programa Municipal de Incen-tivo à Natalidade que visa dar uma resposta positiva às con-sequências que o decréscimo da natalidade poderá provocar no desenvolvimento socioeconómico deste Concelho.

Contudo, o futuro passa, igualmente, pela forte aposta no desenvolvimento das nossas potencialidades: a promoção da nossa Semana Santa e do nosso Património Cultural e Religi-oso continuará a fazer parte dos nossos planos e o apoio ao desenvolvimento empresarial neste Concelho continuará a fazer parte da agenda.

Ao aproximarmo-nos de um Novo Ano, resta-me desejar em meu nome pessoal e no do Município de Sardoal, um Bom Ano a todos os colaboradores e leitores do Jornal de Abrantes e deixar o convite para que nos visitem. As nossas portas es-tão sempre abertas e “no Sardoal ninguém é de fora”!

O Presidente da Câmara Municipal de Sardoal,

António Miguel Borges

“É hora de olhar com sabedoria para o ano que passou, analisar, aprender, plantar novas sementes”

Um ano novo traz sempre a esperança de que o que está para vir é melhor. Falo de sonhos individuais, de projectos pessoais que cada um adia na esperança da oportunidade certa, de sonhos que se vão construindo e, no caso de uma Autarquia, de planos muito concretos que delineamos com vista ao bem comum dos Munícipes e do Concelho.

Para 2015 os nossos maiores objectivos são o aprofunda-mento do Concelho como socialmente justo; a melhoria das condições e qualidade no ensino; suster a desertifi ca-ção humana; criar condições para o desenvolvimento de actividades geradoras de emprego e também a valorização do meio rural e as suas respectivas actividades produtivas. O que desejamos, em concreto, é uma melhoria geral das vidas dos nossos Munícipes. Dentro do que nos é possível lutamos para que aconteça.

O desejo sincero de um 2015 cheio de sucesso para todas as Empresas, para cada Agente Económico do Concelho de Mação, para que continuem a gerar trabalho e riqueza.

A certeza e os votos de um novo ano recheado de acti-vidades e êxito para todas as Associações que desempe-nham um importante trabalho social, cultural e recreativo no Concelho de Mação.

A enorme consideração ao trabalho feito pelas IPSS do Concelho, pelo valor humano e social que têm, pelas vidas que encaminham, que animam, que sustentam, que acari-nham. Desenvolvem um trabalho incalculável, impagável. Que 2015 lhes traga força renovada para levar os seus pro-jectos a bom porto.

Os votos da continuação de um excelente trabalho a to-dos os Agentes, Profi ssionais e Instituições que promovem um Concelho com mais Educação, mais Saúde e mais equi-líbrio.

Por fi m, a cada Munícipe do Concelho de Mação, deixo o desejo sincero de que consiga, em 2015, a estabilidade, a saúde, o trabalho e a felicidade que merece. Temos espe-rança num Futuro melhor. É hora de olhar com sabedoria para o ano que passou, analisar, aprender, plantar novas se-mentes e colher um próspero 2015!

A todos os colaboradores e leitores do Jornal de Abrantes os Votos Sinceros de um Bom 2015.

O Presidente da Câmara Municipal de Mação,

Vasco Estrela*Artigo escrito s

ob o antigo acordo ortográfico

“Que o novo ano traga consigo novas esperanças, sonhos e objetivos”

A chegada de um novo ano é sempre uma boa oportuni-dade de felicitar familiares e amigos, desejando-lhe os mai-ores êxitos para o futuro. Quero assim, também eu, aprovei-tar esta oportunidade para, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, desejar a todos os Vilarre-genses, onde quer que se encontrem, os mais sinceros vo-tos de felicidade para 2015.

Que o novo ano traga consigo novas esperanças, novos sonhos e novos objetivos. Que nos dê mais pensamentos positivos, capacidade de corrermos em busca daquilo que realmente queremos e força para enfrentarmos as difi culda-des que ainda estão por vir.

Aos Vilarregenses quero assegurar que o ano de 2015 irá continuar a colocar Vila de Rei na rota do crescimento e de-senvolvimento, tendo sempre como principal preocupação a qualidade de vida e o bem-estar dos habitantes do nosso Concelho. Este continuará sempre a ser o nosso objetivo primordial.

Continuarei sempre ao lado dos Vilarregenses para que, juntos, possamos superar difi culdades e obstáculos, tor-nando Vila de Rei num Concelho mais forte, dinâmico e ativo.

Desejo a todos um ano de 2015 repleto de concretizações.

O Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei,

Ricardo Aires

“A nossa sociedade precisa de um renovado espírito de solidariedade”

Nesta época natalícia voltamos a viver mais uma Festa em que esquecemos os problemas do dia-a-dia, e em fa-mília e com os amigos festejamos o Natal e preparamos a chegada do ano de 2015.

Mas esta é uma época que, para além dos festejos, nos deve proporcionar momentos de refl exão. Nos tempos difí-ceis em que vivemos a quadra natalícia traz-nos o chama-mento superior de agir em função do interesse público, da partilha e da redução de desigualdades.

Julgo que hoje, mais do que nunca, a nossa sociedade precisa de um renovado espírito de solidariedade. Atra-vés de atos simples podemos melhorar a vida do nosso próximo, na nossa aldeia, vila, cidade ou país. Ao fazê-lo estaremos a contribuir para uma sociedade melhor e mais justa.

O Natal é nada mais que o recordar do melhor que existe dentro de cada um de nós: amizade, amor, esperança, so-lidariedade e compaixão. Estas são as principais capacida-des que o ser humano dispõe para vencer todos os obstá-culos que encontre no seu caminho.

Nesta quadra gostaria de, em nome da Câmara Munici-pal de Vila Nova da Barquinha desejar a todos festas felizes, com tudo o que faz desta época a mais especial do ano: a família, o estreitamento de laços de fraternidade, o espírito de paz e harmonia e a solidariedade.

Votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

O Presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha,

Fernando Freire

MENSAGENS DOS PRESIDENTES DE CÂMARA

Os desejos dos autarcas para 2015

“O futuro passa, pela forte aposta no desenvolvimento das nossas potencialidades”

Page 7: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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7JANEIRO 2015 MENSAGENS DOS PRESIDENTES DE CÂMARA

“Reavivar o espírito de entreajuda, tolerância e generosidade”

Natal é tempo de juntar a família. Mas também de reavivar o espírito de entreajuda, tole-rância e generosidade e replicá-lo ao longo do ano.

Esta época do ano costuma ser um terreno fértil para apelarmos à solidariedade. Mas não

basta escrevê-la. Precisamos de a pôr em prática. Desejo que esta quadra proporcione a todas e a todos tempo de harmonia e de refl exão

para que possamos, em comunidade, trabalhar em prol de um concelho com mais quali-dade de vida e mais solidário.

Confi amos que o futuro poderá ser melhor se os valores que evocamos nesta altura forem

assumidos como aqueles que nos podem conduzir a uma sociedade mais justa e próspera. Citando o poeta Ary dos Santos:

“Natal é em DezembroMas em Maio pode serNatal é em SetembroÉ quando um homem quiser…” Desejo a todos que este período seja fruído num verda-

deiro espírito natalício, com os votos de renovada energia para 2015.

Maria do Céu Albuquerque

Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

“É tempo de reganhar energias e coragem para enfrentar o futuro”

O início de um novo ano, mesmo quando não deixe muitas saudades o que fi cou para trás, é sempre um momento de otimismo e de esperança. É tempo de reganhar energias e cora-gem para enfrentar o futuro, para vencer as difi culdades, para construir uma vida melhor.

Neste início de 2015 quero desejar aos leitores do Jornal de Abrantes e à população em geral muita saúde, muita força e muita determinação para que, no ano que temos pela frente, consigam alcançar os seus objetivos e sonhos ou, no mínimo, resolver os seus proble-mas maiores, como o desemprego, a falta de recursos para viver, a desesperança.

Uma palavra de apreço às instituições cívicas que, nas condições socioeconómicas particu-larmente difíceis em que vivemos, prestam voluntariamente o seu apoio à comunidade e de encorajamento para que prossigam esse esforço abnegado e muito nobre a bem da nossa gente, em especial dos que mais sofrem e dos que mais precisam.

Aqui fi cam também os meus votos de que os empresários – pequenos, médios e grandes – invistam mais na nossa terra, criando emprego, gerando riqueza e contribuindo para a re-solução dos problemas económicos e sociais que atormentam um número muito grande de pessoas. O interior do país, cada vez mais despovoado e deprimido, bem precisa desse

esforço empresarial revitalizador que contará sempre com o bom acolhimento das autarquias e o contributo das po-pulações.

E que haja concórdia, harmonia e paz – condições essenci-ais, a par da saúde, para podermos ser felizes.

Bom ano de 2015 para todos!

Júlia AmorimPresidente da Câmara Municipal de Constância

Desejamos a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo

Page 8: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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8 JANEIRO 2015

Pedem-me que faça um balanço do ano de 2014. A verdade é que cada vez se torna mais difícil olhar para trás e pensar no que acon-teceu.

Tal como era esperado o País entrou em 2014 com poucas esperanças de que pudessem chegar melhorias ao nível do emprego, do de-sempenho económico e da redução das desigualdades sociais.

A meio do ano assisti-mos a uma encenada saída da Troika. Mascarada, claro está, porque todos sabemos que os senhores da Europa e do FMI andam nos basti-dores a controlar o Governo e a lançar avisos quando os impulsos eleitoralistas esti-cam a corda.

Num ano marcado por conturbadas danças de cadeiras no Partido Soci-alista (com umas eleições europeias pelo meio que apimentaram a festa no Largo do Rato), assistimos a um segundo semestre como até hoje nunca tínha-mos visto.

Foi em plena época estival que a Justiça portuguesa mostrou aos portugueses e ao sistema político que, à míngua de dinheiro, é o po-der judicial quem manda. Desde a derrocada do BES, passando por Duarte Lima e pelos Vistos Gold, termi-nando no estrondoso caso de José Sócrates, foram os tribunais que fi zeram His-tória.

Ainda não sabemos a di-mensão das investigações em massa a que temos as-sistido.

Seja como for, há algo que parece estar a mudar. Há uma vontade assustadora da magistratura para esgra-vatar até ao tutano a origem dos «porquês». Um ponto que, para mim, deixa todos (cidadãos, Estado, sistemas político e judicial) baralha-dos. Não sabemos se esta-mos a assistir ao que agora chamam de «justicialismo», ódios ou meras teorias cons-pirativas. E se juntarmos a isto uma reforma contur-bada do Mapa Judiciário (com um centro-direita no poder), talvez as conclu-sões não sejam assim tão simples.

2014 é de facto o ano da Justiça. Seja para o bem ou para o mal. Não sabe-mos é para onde tende a mudança. Sabemos apenas que algo está a mudar no escrutínio aos agentes que ocupam as cadeiras dos po-deres económico, fi nanceiro e político.

O próximo ano é de elei-ções. E uma coisa é certa: mesmo que não saibamos se as nossas vidas vão mu-dar para melhor, mesmo sem saber como progredirá a economia e o país, a ver-dade é que 2015 será um ano de viragem. Ou ruma-mos para o caminho certo, continuando a pôr termo às más práticas, ou regres-samos à estrada da morte, onde desfi lam desleixos e o «deixa-andar» do costume.

Haja esperança. Um Feliz Ano Novo a todos!

OPINIÃO

2014:o ano da justiça

2014 e os desafios para o futuro

George Orwell profetizou e nós já o estamos a viver.

A Troika “deixou-nos” a meio de 2014, mas qual “Big Brother”, continuará de olho em nós durante este ano de 2015…e não sejamos ingénuos, durante muitos dos anos seguin-tes!

Por isso, o grande desafi o que temos para este ano e para os anos seguintes, é termos a certeza de que cada vez mais com menos termos que fazer aconte-cer mais e mais vezes…estimulando o nosso lado criativo, para acrescentar-mos valor e nos diferencia-rmo-nos pelo que nos dis-tingue positivamente.

O desafi o que enfrenta-mos localmente não é di-ferente do desafi o nacio-nal, apenas o teremos que redimensionar ao nível de escala.

A implementação de um modelo de desenvol-vimento integrado e sus-tentado da Região que há mais de uma década defendi até à exaustão, a ponto de ter cansado quem por essa altura me ouvia, dava-nos agora jeito para enfrentarmos as difi -

culdades que se avizinham com outra segurança, com outra tranquilidade e com outra garantia de sucesso.

Perdemos tempo e não alterámos a nossa reali-dade.

Continuamos sem di-nâmica industrial e sem dinâmica comercial e por isso temos um número preocupante de desem-pregados a nível local.

E aqui, na minha opinião, reside a prioridade que deve ser “atacada” por to-das as instituições que têm poder para o fazer.

É fundamental o esta-belecimento de parcerias ativas que possam imple-mentar um conjunto de medidas de combate ao desemprego para que a Região não continue a de-fi nhar.

E se soubermos apro-veitar a qualidade dos vi-nhos, dos azeites, da do-çaria e dos enchidos como “marca” da região e utili-zarmos este argumento para o comunicar ao país e no mundo talvez se criem as bases para voltarmos a saber o que é o desenvol-vimento local.

Ana ClaraJornalista

Vasco DamasGestor

Um olhar atento para trás mostra que são muitos os acontecimentos positivos

Diríamos que o ano que agora chega ao fi m foi um ano com contornos únicos. Ao olhar retrospetivamente para 2014 fi ca a sensação de termos vivido enredados numa teia onde “ o bem” e “ o mal”, de forma vigorosa e incessante, se disputa-ram num jogo estonteante e algo perverso, tendo am-bos revelado uma energia e uma força impressionan-tes. Assim, 2014 ofereceu-nos, em contínuo, 2 expe-riências fortes e contras-tantes: a do pessimismo angustiante e destrutivo e a do otimismo reconfor-tante e renovador. Prova-velmente, a nossa memória dará maior protagonismo à chuva quase ininterrupta de surpresas desagradáveis que, quer no plano nacio-nal, quer no internacional se abateu sobre nós. Mas ape-sar disso, os acontecimen-tos positivos também foram muitos e extremamente relevantes. A violência, ex-pressa sob múltiplas for-mas, foi, sem dúvida, uma das marcas mais negativas. Colocou-nos diante daquilo que de pior o Ser Humano é capaz. E a expressão da falta de respeito pelo outro não fi cou por aqui, tendo

a corrupção assumido es-pecial protagonismo em 2014. Tratando-se de 2 can-cros sociais profundamente negativos - pelos nefastos efeitos que produzem - ti-veram a virtude, dada a di-mensão que assumiram, de abalar muitas consciências. E embora o “ peso” do nega-tivo pareça sempre maior, um olhar atento para trás mostra que são muitos os acontecimentos positivos que, pela sua força e ener-gia, constituem importan-tes sinais de mudança e se assumem como restaurado-res da confi ança e da espe-rança tantas vezes compro-metidas. Temos a convicção de que vivemos um mo-mento crucial e que depois de 2014 nada fi cará como dantes. Todos percebemos que a mudança é urgente. Mas perceber não chega: é necessário agir! Impõe-se que cada um de nós se as-suma como agente de reno-vação e como actor dessa mudança desejada. É ne-cessário que cada um tenha coragem para sair da sua zona de conforto e de co-locar o que de melhor tem ao serviço dos outros. É esse o desafi o para 2015! Mãos à obra!

Margarida TogtemaProfessora

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9JANEIRO 2015 OPINIÃO

O olhar sobre o ano que passou depende de cada um e das suas vivências, não existe uma refl exão co-letiva sobre o que se pas-sou no último ano, cada um de nós fará uma apre-ciação diferente, tenden-cialmente olharemos para os factos passados mais recentes e com mais faci-

lidade lembrar-nos-em-os daqueles que mais nos tocaram. O ano passado foi mais um ano em que se manteve a grave crise eco-nómica que nos últimos anos tem assolado o nosso país, os factos passados principalmente no último semestre mostraram que além da crise económica também podemos consi-derar que Portugal está a atravessar uma grave crise de valores, valores como solidariedade, honesti-dade, ética profi ssional e pessoal foram colocados em causa, muitas vezes por aqueles que os portugue-ses consideravam acima de qualquer suspeita.

Desejo que o novo ano de 2015 seja o inicio da vi-ragem da crise, é verdade que ninguém espera que seja possível dum mo-mento para o outro resol-ver todos os problemas

que ao longo dos anos foram surgindo no nosso país, o meu desejo é que o novo ano traga novas ma-neiras de fazer politica no nosso país, deste modo além dos desejos de saúde e felicidade, gostaria de desejar para o Novo Ano a implementação de “boas politicas” para o nosso país, politicas baseadas no respeito pelo outro, colo-cando os cidadãos no cen-tro das decisões e como alvo dos atores partidários. É também importante que a sociedade portuguesa seja levada a sair dos dis-cursos depressivos e seja levada a participar ativa-mente na desejada mu-dança, todos somos impor-tantes, todos deveríamos tomar partido de modo a ajudarmos a combater a crise, que é do estado, mas que também é de cada um de nós.

Um novo ano carece de “boas políticas”

RUA DAS ESCOLAS | ALFERRAREDE | ABRANTES | TEL. 241 360 460

O Bricomarché de Abrantes agradece a sua preferência

e deseja-lhe um Feliz Ano Novo

Piedade Pinto Enfermeira

Presente e futuro

Prestes a fi ndar, do ano em curso vão sobrar no es-taleiro os restos do navio após naufrágio de doze me-ses. As águas límpidas dei-xam ver fragmentos de ac-tos censuráveis praticados contra direitos adquiridos, acordos assinados solene-mente, convenções em prol dos mais fracos. As mesmas

água espelham instituições em ruínas, escombros de realizações falhadas, carões crispados, rostos confor-mados, olhares impotentes envoltos em raiva, encolhe-res de ombros a enunciar a plena assumpção do salve-se quem puder. Procurou-se um porto seguro, mesmo Seguro soçobrou ante a pre-mência silenciosa que le-vou Costa a surfar a crista da onda. Do outro lado as águas rumorosas indiciam tempestade em volta de Passos com Portas de saída. No cômputo geral um ano a esquecer, em termos pesso-ais a lembrar pelas piores ra-zões. E o Novo Ano? Sem tá-bua de salvação a queda no abismo é certa. Como con-seguir a salvífi ca tábua? Só a concebo através de fundo e prolongado esforço de cida-dania, a todos os níveis, em exercício de crescente exi-gência de boas decisões dos

nossos representantes polí-ticos de vária tipologia par-tidária, principiando o exer-cício exigente nas próximas escolhas eleitorais, escruti-nando os perfi s e compe-tências de todos os candi-datos. Temos de nos obri-gar a analisar os currículos profi ssionais, e as práticas políticas dos detentores de cargos públicos, de forma a verifi car a dicotomia do dito e feito por cada um.

Nesta altura não me inte-ressa fulanizar, muito menos elencar desejos materiais a concretizar a nível local; prefi ro apelar aos eleitores no sentido de prometerem a eles próprios labor cons-tante a fi m de escolherem seriamente evitando remor-dimentos posteriores a imi-tar o acto de torcer a orelha e ela fi car-lhe nas mãos por estar seca.

Feliz Ano Novo.

Armando Fernandes, Investigador/Consultor Cultural

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10 JANEIRO 2015FLORESTA

A limpeza e o ordenamento da mancha fl orestal do con-celho de Mação resultaram este ano no corte de milha-res de pequenos pinheiros, árvores que a autarquia local oferece à população como árvore de Natal.

Os pinheiros, colocados jun-to à entrada da Câmara Mu-nicipal, mais de mil até mea-dos de dezembro, resultam da limpeza da fl oresta desen-volvida pelo Gabinete Flo-restal de Mação, sendo esta uma iniciativa que remonta ao ano de 2007, altura em que ocorreram trabalhos no Alto da Caldeirinha para o desen-volvimento de uma Zona de Boas Práticas Florestais.

“Este ano, e como a popula-ção já se mentalizou que não precisa de ir à floresta cor-tar árvores, muitas vezes de forma desordenada, alargá-mos o conceito e colocamos pinheiros também à entrada

das juntas de freguesia para a população se servir”, disse ao JA o vereador e coordenador do Gabinete Florestal da au-tarquia.

“A ideia foi bem acolhida pela população que, ano após ano, já sabe que pode contar com o seu pinheiro de natal, natural, e proveniente da lim-peza da fl oresta. Este ano le-vantaram cerca de mil árvo-res”, destacou António Louro.

Composto por 80% de man-cha florestal numa área de perto de 400 quilómetros quadrados, o ordenamento florestal é “uma das maiores preocupações” dos respon-sáveis autárquicos de Mação, concelho como historial de grandes incêndios fl orestais.

“Nas zonas percorridas por incêndios, e onde há regene-ração natural de povoamen-tos de pinheiro bravo, nas-cem, todos os anos, 40 a 50 mil árvores por hectare”, des-tacou aquele responsável.

“É necessário retirar nestas áreas, de forma ordenada, as árvores em excesso, sendo que nesta altura festiva dispo-nibilizamo-las para as pessoas terem a sua árvore de Natal, aliando a vertente pedagó-gica à defesa e proteção das nossas gentes e do nosso ter-ritório”, reforçou.

A autarquia também convi-dou este ano os comercian-tes a montar e decorar um pi-

nheiro de Natal no exterior do seu estabelecimento, com o objetivo de “enriquecer a ilu-minação natalícia e cativar potenciais clientes para o co-mércio local” da vila.

Bruno Raínho, comerciante de material informático, disse que foi buscar dois pinheiros à entrada da Câmara Munici-pal, um para sua casa, um ou-tro para decorar a entrada do seu espaço comercial.

“O centro histórico fi ca mais bonito assim, com um ambi-ente mais natalício, e também fi ca mais económico para nós, que não temos de ir cortar ou comprar a algum lado um pi-nheiro de Natal”, observou.

Negociante de mármores, granitos e fl ores, Maria Jesus Fernandes, foi das primeiras comerciantes do centro histó-rico a ir levantar os pinheiros, “logo à sua chegada”.

“Todos os anos vejo que tra-zem mais pinheiros, sinal que as pessoas foram-se habitu-ando e esperam que os servi-ços municipais tragam as ár-vores apropriadas para esta quadra”, observou.

O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD) disse, por sua vez, que a ini-ciativa tem vários objetivos, o primeiro dos quais colocar em destaque a questão da limpe-za da fl oresta e do excesso de árvores existentes.

“Ao fazermos isto, estamos a dizer às pessoas que temos aqui um problema e que é preciso agir e ter atitudes em conformidade”.

“Por outro lado”, acrescen-tou, “estamos a contribuir para que o espírito natalício esteja presente no concelho, dinamizando e interagindo com a população e comércio tradicional”.

Mário Rui Fonseca

Limpeza de fl oresta de Mação resulta em milhares de pinheiros de Natal para a população

• O ordenamento fl orestal “é uma das maiores preocupações”, afi rmam os responsáveis autárquicos Vasco Estrela e António Louro

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11JANEIRO 2015 BALANÇO CULTURA

CULTURA 2014

As grandes apostas culturais e o que ainda falta fazerContinua um ritmo intenso de iniciativas, com múltiplos agentes, mas com pouco pú-blico. Algumas novidades apareceram, mas a paisagem não é de promessa, é mais do tipo “cá vamos indo”. Com di-fi culdade em dar o salto.

Em 1995, um grupo de pes-soas criou a Palha de Abran-tes, porque “não havia nada” de oferta cultural na cidade. Quase 20 anos depois, há uma vida cultural intensa, talvez excessiva para os pú-blicos existentes. Essa dife-rença é o registo de fundo deste ano. Há muita coisa a acontecer, muitas pessoas e entidades a programar. Mas, em geral, há pouca adesão àquilo que se faz. Porque não se tem trabalhado na forma-ção de públicos, exceto na leitura com crianças, e por-que continua a ser incipiente o marketing cultural.

Algumas novidades

A Escola Dr. Manuel Fernan-des trouxe talvez a maior pro-messa: o curso de música, do 5º ao 9º anos, e o profi ssional de teatro (artes do espetá-culo), no secundário. A somar às artes plásticas na Solano de Abreu e ao cinema docu-mental na ESTA, fi camos com uma melhor oferta no ensino ofi cial.

Outra novidade, a reaber-tura do “cinema comercial”, que se soma ao Espalhafi-tas. Não se sabe ainda com que futuro, mas é de registar. A produção de cinema em Abrantes, tanto do Espalhafi -tas como da ESTA, obteve vá-rios prémios de significado: vai longe o apreço por um trabalho que passa desperce-bido ao pé da porta.

Reapareceu a revista “Tudo como dantes?”, agora em for-mato digital. É bem vinda.

No património, realce para a reabertura do castelo de Al-mourol, com uma nova alma, e a descoberta de importan-tes frescos na igreja do cas-telo de Abrantes.

A segunda edição do “Crea-tive Camp”: mexeu mais com a cidade, mas não conseguiu afi rmar-se, nem no concelho (cidade criativa, sem criativos da cidade!?), nem lá fora. Será

que continua à procura da identidade que o salve?

José-Alberto Marques cele-brou os 50 anos de vida lite-rária. Podia ter tido mais bri-lho.

E, como é já quase hábito, novos livros foram editados. Não haverá muitas cidades neste país com tantos auto-res publicados como por cá.

Estrangulamentos

O balanço do ano pode ser “cá vamos indo”, mas à es-pera de dar um salto, ou vá-rios. Sem isso, ficamos mais ou menos na mesma.

1. Nota-se uma estrutural falta de “marketing cultu-ral”. Há mesmo quem rejeite a ideia: “nós fazemos, quem quiser que apareça”. O mar-keting comercial ou indus-trial ouve o mercado para produzir o que o mercado pede ou aceita. A cultura não pode ser isso. O marketing cultural consiste em ir à pro-cura de públicos para aquilo que os criadores produzem. Sem isso, muitas vezes é dei-tar dinheiro à rua.

2. Há nesta região uma in-suficiência também estru-tural na gestão associativa (com raras exceções): puro amadorismo, falta de práticas qualificadas. Sem um salto qualitativo na gestão, não há

salto qualitativo na produ-ção, nem na circulação dos produtos. Nem mesmo de-mocracia cultural.

3. É incompreensível que hoje, num mundo digital, as bibliotecas desta região, públicas e escolares, conti-nuem sem estarem ligadas em rede, com os respetivos fundos abertos a todos. É um desperdício imperdoável.

4. Tardam a chegar proje-tos de clara cooperação “en-tre” autarquias. Cada uma funciona para seu lado, sem conseguir escala interna, me-

nos ainda externa. Mais uma vez, são recursos menos bem aproveitados.

5. Aquilo que poderia ser uma cooperação intermu-nicipal tem-se revelado um grande equívoco. O Herity foi chamado a “certificar” o património da região. Veio, certifi cou e a região disse: “O nosso património está certifi -cado”. Engano. O Herity avalia o estado das coisas em qua-tro vetores num dado mo-mento e por um período de dois anos. E nalguns casos “certifica” que as coisas não

estão bem. O dinheiro gasto no processo exige medidas de melhoria e acompanha-mento continuado. Sem isso é bluf.

6. Faltam-nos criadores a jo-gar num tabuleiro de nível superior. José-Alberto Mar-ques tem um lugar a nível na-cional. Quem mais entre nós? Por isso, a nossa cultura regi-onal ativa é mais de consumo que de produção, muito mais de importação que de ex-portação. Não é importante apostar nos nossos criadores, potenciar-lhes a evolução e

ajudá-los a afi rmarem-se no exterior? Veja-se o que fez a Gulbenkian nas artes.

A música

… é um caso especial, de pujança e criatividade, com alguns nomes a afirmarem-se bem longe.

Grandes projetos

Ao olharmos para o nosso território, vemos algumas grandes apostas – municipais – que ambicionam posicio-nar os respetivos concelhos num contexto mais geral. A Barquinha investe na arte contemporânea; o Entronca-mento, nos comboios; Torres Novas, no Teatro Virgínia e na Feira Medieval; Mação tem o Instituto Terra e Memória e a arqueologia; Sardoal quer apostar no turismo religioso; Constância tem Camões e a astronomia; Abrantes fala no “museu ibérico” e tateia a in-tervenção criativa em espaço urbano. De Vila de Rei não se nota ainda uma opção es-truturante. São apostas legí-timas. Mas talvez mereçam uma articulação entre muni-cípios, para se tornarem pro-jetos ancorados na região, não?

A gastronomia

… continua em forma, mas sem grandes novidades

Ah, e...

… aqueles casos que não referi, mas de que o leitor está melhor informado. Se-jam, então, tidos na devida conta.

2015

A Palha de Abrantes celebra 20 anos e a cidade prepara o seu centenário.

O Turismo Religioso acelera no Sardoal?

O projeto do Turismo Mili-tar vai sair da casca?

E quais dos estrangulamen-tos vão desatar o nó?

Alves Jana

• Há uma vida cultural intensa, mas, em geral, há pouca adesão dos públicos

• O curso de teatro na Escola Dr. Manuel Fernandes foi uma das novidades do ano

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Page 12: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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12 JANEIRO 2015DESPORTO

ABRANTES 2014

Desportos individuais e coletivos revelam dinâmica de afi rmação e conquistaO balanço desportivo no ano de 2014 foi bastante positivo para as diversas vertentes do desporto abrantino, quer a título individual quer a nível coletivo

Com a crise económica ins-talada e generalizada, as res-trições orçamentais são uma realidade, os clubes e as asso-ciações abrantinas não bai-xam os braços e têm realizado um excelente trabalho, não só na formação de milhares de atletas, entre eles, muitas crianças e jovens. Instituições que têm tido um papel pre-ponderante no lançamento de atletas e técnicos numa carreira profi ssional. Na mai-oria das vezes, todo este tra-balho é valorizado através do voluntarismo de centenas de pessoas, que se dedicam ao ensino e apoio de diver-sas modalidades desportivas, onde a recompensa do seu trabalho é essencialmente o mérito dos atletas e o reco-nhecimento do seu clube ou associação. Pois são a estes a quem devemos tirar o cha-péu pela sua força de von-tade, persistência e determi-nação, porque certamente se tais pessoas não existissem e trabalhassem de forma tão afincada, os resultados se-riam muito diferentes.

De destacar também todo o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Abran-tes, quer na formação de atle-tas e técnicos, quer pela reali-zação de acções de formação e workshops, no sentido de dinamizar o desporto abran-tino.

Nas modalidades individu-ais, destaque para Mariana António do Sporting Clube de Abrantes, a ser eleita a grande fi gura do ano 2013 na revista “Atletismo” de Janeiro. Em 2014, sagra-se campeã nacional de juniores em pista coberta nos 60m barreiras e também campeã nacional de juvenis nos 300m barreiras, vitórias esta conseguida em Abrantes. Já em pleno verão conquista a medalha de ouro nas estafetas nos jogos CPLP, realizados em Luanda.

Larissa Vieira, campeã naci-onal de juniores e esperanças nos 100m barreiras e na es-tafeta 4x100m. Tiago Aperta, foi campeão nacional de es-peranças no lançamento do dardo e Marco Rodrigues na estafeta 4x100m em Braga.

No hipismo tivemos Maria Constantino, do Centro Hí-pico Quinta do Cabrito, que se sagrou campeã nacional de Iniciados, no Campeonato Nacional da Juventude.

A dignificar e a honrar o concelho de Abrantes, esteve também o tramagalense Oc-távio Vicente, homenageado

pela Federação Portuguesa de Triatlo, numa cerimónia que decorreu no Cine Teatro de S. Pedro, em Abrantes.

A apresentação do livro de Pedro Basílio, onde família, amigos, atletas e dirigentes testemunharam um exem-plo de força e querer, perante a adversidade de quem se viu privado de um membro inferior, em consequência de um acidente de viação e que, mesmo assim, nunca desistiu de perseguir os seus sonhos.

Com o início da Primavera, tivemos uma Susana Estriga no topo mundial, ao sagrar-

se vice campeã mundial de veteranos de atletismo na prova dos 60m barreiras (es-calão W35), atleta que an-tes já havia conquistado os títulos de campeã nacional de veteranos 60m barrei-ras e nos 200m, e que seria o prenúncio da boa forma que viria a proporcionar a conquista de medalhas, na Hungria. A junta de fregue-sia do Tramagal, sua terra na-tal, homenageou-a, atribu-indo o galardão de desporto na Gala Antena Livre/ Jornal Abrantes.

A abrantina Joana Marchão

em representação do Clube Atlético Ouriense, juntou ao título nacional de seniores a vitória na Taça de Portugal de futebol feminino.

No futsal, o Clube Despor-tivo “Os Patos” foi campeões em benjamins, infantis, juve-nis e juniores, tendo conquis-tado ainda a taça distrital de juvenis.

Os Dragões de Alferrarede venceram o troféu Disciplina do Distrital da 2ª Divisão Se-niores (Futebol).

O Clube Náutico de Abran-tes teve excelentes resulta-dos nas suas modalidades,

com destaque para Mada-lena Silva, que foi vice cam-peã nacional de 50m bruços (Absolutos).

Na canoagem tivemos o Clube Desportivo “Os Patos” em plano de destaque, com a sua atleta mais represen-tativa, Francisca Laia, a sag-rar-se campeã nacional de seniores, pela 1ª vez, e logo nas distâncias olímpicas de 200 e 500m, tendo também conquistado a medalha de bronze em K2 500m (sub-23), fazendo equipa com Maria Cabrita, no campeonato da Europa de velocidade.

Feitos que poderiam en-cher páginas de jornais, mas foram esquecidos por to-dos os órgãos de comunica-ção social. Há que fazer refe-rência ao blog Desporto em Abrantes, que foi a excepção à regra e que tornou possível este apontamento.

Foi com esta dinâmica des-portiva, onde certamente fi -cou muito por destacar, que comprovamos o trabalho re-alizado na área do desporto, que enalteceu a juventude abrantina e promoveu o con-celho de Abrantes. A promo-ção do desporto e a continu-idade destas actividades tem sido uma prioridade da Câ-mara Municipal, nomeada-mente através do programa Finabrantes, apesar das tão propaladas dificuldades or-çamentais nacionais. Não se-rão estas dificuldades, cer-tamente, que vão impedir a forte dinâmica desportiva abrantina, nem o talento ge-nuíno da juventude e o tra-balho persistente dos clubes e associações. Unidos, e com o reconhecimento e parceria ativa da autarquia, mostra-mos todos que há uma causa mais forte e mais nobre em volta deste trabalho e que nos move a todos: o gosto pelo desporto e pela forma-ção de milhares de crianças e jovens. Sim, porque são eles que constituem a sociedade portuguesa do presente e onde depositamos as espe-ranças de futuro.

Carlos Serrano

Page 13: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

JANEIRO DE 2015EDIÇÃO Nº 35www.estajornal.com

DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

ABRANTESCriminalidade desceu quase 30% em quatro anos

SKELETON SEA Limpeza do oceano dá origem a projeto cultural com lixo recolhido nas praias. O objetivo é também agitar as consciências para o problema da poluição.

O Clube Desportivo e Recreativo de Al-ferrarede “Os Dragões” tem sido diri-gido por um jovem. Embora reconheça que ainda há trabalho por fazer, Nuno Mateus faz um balanço positivo, nomea-damente ao nível financeiro, de infraes-truturas e de resultados. A obtenção da Taça Disciplina foi uma grande vitória.

A Bi-Dom é uma academia que surgiu em Abrantes pela mão de Mauro Moura e de uma comunidade de artistas de diversas áreas. Não vive de subsídios mas, para além das aulas e de outros projetos, a Bi-Dom faz trabalho comunitário, no-meadamente nesta época natalícia, com animação no Hospital.

Carlos Ferreira, professor do Entron-camento, tem estudado a importância do caminho de ferro. Conclui que hoje em dia o comboio é sobretudo um fator de transporte e de criação de subúrbios. “Devido à crise do setor público e dos caminhos de ferro” o Entroncamento “está a tornar-se cada vez mais uma zona de migração”.

Um “feito histórico” nos

“Dragões”

Bi-Dom, um projeto criativo

original

O comboio tem resolvidodificuldades do emprego

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Nas 12 freguesias à responsabilidade da GNR

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02 ESTA JORNALJANEIRO 2015

SARA RIBALONGA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

L Tiago Basílio: “Desde cedo

que sempre tive uma inclinação

para este tipo de profissão.”

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FOTOGRAFIASARA RIBALONGA

assim tão bem vistos pois temos que tomar atitudes que, aos olhos das pessoas, são menos agradáveis. Nós compreendemos isso, mas há falta de ordem interna. Eu sempre achei essa comparação muito interessan-te porque, na prática, resume-se a isso. Por isso digo que, se calhar no dia a dia, a nossa profissão não é tão reconhecida, mas quando as pessoas sentem falta, medo ou estão em pe-rigo, sabem ir a um posto da GNR.E como é que é a vossa relação, ou seja, da GNR com os habitantes de Abrantes?Como comandante de posto, já há quatro anos, posso dizer que eu e os meus homens temos trabalha-do para aprofundar essa relação. Sempre que posso, visito as fre-guesias, falo com os presidentes das Juntas, acompanho as patru-lhas e recebo as pessoas quando vêm aqui ao posto. É um dever que eu tenho e que procuro sem-pre atender. Penso que isso, com o tempo, tem contribuído para uma melhoria e um estreitar de relações entre a comunidade e a GNR local.Acha que a cidade de Abrantes tem muitos problemas a nível de crimina-lidade? Quais os mais comuns?Nas 12 freguesias que estão à respon-sabilidade da GNR de Abrantes – Al-deia do Mato, Alvega, Martinchel,

Mouriscas, Pego, Rio de Moinhos, São Miguel do Rio Torto, São Vi-cente, Souto, Concavada, Fontes e Carvalhal - diria que, desde há qua-tro anos, a criminalidade geral tem descido quase 30%, não obstante as condições das pessoas, estando a vida também a piorar com o desem-prego e os cortes salariais. O furto e a violência doméstica são os cri-mes que, no último semestre deste ano, têm aumentado. Ainda esta-mos a tentar saber o porquê deste aumento, mas penso que seja pelas condições das famílias que tendem a piorar em termos socioeconómi-cos, estando a atingir um auge e um fulminar dessa situação e que tem como resultado as agressões a mem-bros do agregado familiar.

Quais são as medidas tomadas pela GNR para combater a criminalidade e manter a segurança dos cidadãos? Em primeiro lugar estará sempre o policiamento de proximidade. Visitar as freguesias, falar com os presidentes das Juntas, e saber que problemas afetam essas freguesias para assim podermos atuar. A GNR não pode estar afastada da comu-nidade, tem que saber e sentir o pulso aos problemas da comuni-dade para assim poder responder. Eu escalo as patrulhas e o tipo de patrulhas, moto, auto ou apeadas, e esta última é muito importante para o policiamento de proximi-dade, pois uma patrulha quando anda a pé interage com as pessoas. Falamos com os mais idosos, que estão mais isolados do resto da comunidade, para saber se está tudo bem, tentando, assim, criar um entrosamento que nos leva ao ganho de confiança da população local, e que nos é muito impor-tante na investigação de alguns crimes. Depois, através dos estu-dos das informações conseguimos recolher um tipo de policiamento mais orientado para esses proble-mas, partindo do geral para o par-ticular. Talvez por isso, esta dimi-nuição de criminalidade se esteja a dar, temos trabalhado para isso.

Qual foi a situação mais complicada que teve desde que começou a exer-cer a sua profissão?Os primeiros 10 anos da minha profissão foram passados no corpo da intervenção da GNR, na altura chamava-se Batalhão Operacional, e agora Unidade de Intervenção, e era uma unidade que intervinha quando havia alterações de ordem púbica. No decurso desses 10 anos fiz também três missões interna-cionais em Timor Lorosae, talvez as mais complicadas tenham sido lá. Após os 10 anos fiz o meu curso de sargento tive este último desafio de comandar o posto, resolver os problemas que existem em 12 fre-guesias e ter o retorno que é esta diminuição da criminalidade, que temos conseguido. Não diria que é a situação mais complicada, mas é o desafio mais importante da mi-nha carreira.Sente que o facto de ser GNR mudou a sua personalidade, ou ajudou-o a crescer, visto ter de lidar com várias situações complicadas no dia a dia?Mudar a personalidade não mu-dou, digamos que é um prolon-gamento da minha personalidade. Sem dúvida que, como qualquer pessoa, amadurecemos e apren-demos coisas. Isso aconteceu e vai continuar a acontecer.

Tiago Basílio, comandante da GNR de Abrantes há quatro anos, aposta numa relação de proximidade com a comunidade

“Quando as pessoas sentem falta, medo ou estão em perigo, sabem ir a um posto da GNR”

COMANDANTE do posto da GNR de Abrantes conta como iniciou a sua carreira e que medidas são tomadas para a segurança e uma boa rela-ção com a população local. Tiago Basílio, de 38 anos, encontra-se na Guarda Nacional Republicana (GNR) há 18 anos efetivos. Desde pequeno mantinha o perfil para este tipo de profissão, derivado do facto de ter sido sempre uma criança “certinha”. Continuando a rever-se perfeitamen-te nesta sua função é, há quatro anos, o comandante do posto da GNR de Abrantes. Comandar e gerir o posto é o desafio mais importante da sua car-reira. Nas doze freguesias que tem à sua responsabilidade, a criminalidade já diminuiu 30%.

Qual é que é a razão de ter escolhido esta profissão e o que é que o incen-tiva a manter-se no ativo?Desde sempre acreditei na ordem e na justiça, sempre achei que a so-ciedade, para continuar estável e a sustentar-se a ela própria, tem que ter alguém que mantenha a ordem e a justiça. A GNR, os tribunais e o Ministério Público contribuem para isso mesmo. Agora uma nota mais pessoal: a minha mãe, desde que eu comecei a andar, por ve-zes dizia-me: “Parece mesmo que estás na tropa.” Porque via-me sempre direito, certinho, a fazer as coisas arrumadas e a gostar da boa educação. Desde cedo que sempre tive uma inclinação para este tipo de profissão e assim que vim para a GNR revi-me perfeitamente nesta função. Por estes motivos a moti-vação é constante.De que forma acha que a população olha para a vossa profissão, no geral?Sinceramente, talvez nos dêem mais importância quando preci-sam de nós. Há um psicólogo que pertence às forças armadas norte--americanas que fez uma compa-ração que eu acho muito prática e verdadeira, entre a sociedade e um rebanho, em que as pessoas seriam as ovelhas e todas têm um pastor, que seria a lei. No meio das ovelhas anda o cão pastor. A sua função é mantê-las na ordem e livrá-las dos lobos que as atacam, principalmente as mais indefesas e que fogem ligei-ramente do carreiro. À semelhança dos lobos os cães pastores, também têm dentes e, portanto, as ovelhas têm medo dos cães pastores por-que andam armados, tal como os bandidos. Às vezes também é ne-cessário usar um tom de voz mais rigoroso e, como tal, pôr as pessoas na ordem, quer seja na circulação rodoviária ou noutras situações. Por isso, no dia a dia, talvez não sejamos

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A GNR não pode estar afastada da

comunidade

Page 15: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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DANIEL BENTO ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

L A equipa de “Os Dragões” a receber a Taça Disciplina, um “feito histórico”

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O que te fez candidatar a presidente do clube?O que me fez candidatar aos Dra-gões foi o facto de já estar há mui-tos anos ligado ao futebol. Também foi por fazer parte desta casa há quatro ou cinco anos como trei-nador de camadas jovens e ver que não estavam a ser reunidas as condições para a prática desporti-va das crianças.O clube estava numa situação com-plicada?Estava. Em termos financeiros, es-tava muito complicado e continua. Já conseguimos, com o esforço e dedicação de todos, pagar muitas mazelas que foram deixadas por outras direções. Não querendo culpar ninguém, contraíram-nas e nós estamos a conseguir pagá-las. Foi mais numa ordem de reestru-turação que nos fez avançar para isto.O que mudaste na estrutura do clube?Quando cheguei quis que as coisas fossem claras e transparentes. Na estrutura cada um assume e de-sempenha a sua função. Uma vez por semana há reunião de direção, onde cada membro expõe os casos do seu departamento e tentamos encontrar a solução dos proble-mas.De que tipo de pessoas te rodeaste?Rodeei-me acima de tudo de pes-soas experientes, capazes, credí-veis. Tentei rodear-me de pessoas que estivessem bem vistas, pessoas que estivessem bem na socieda-de, com bons cargos em termos

profissionais e muito experientes. Para me ajudar a mim que sou muito novo, com a experiência deles, para conseguirmos arranjar um ponto de equilíbrio.Os objetivos que traçaram para o clu-be já foram atingidos?Não. Os nossos objetivos eram, em termos financeiros, conseguir colocar o clube numa situação estável. Não está a ser fácil, mas em maio, na próxima Assembleia Geral e fim do nosso mandato, vai estar melhor. Quisemos também mudar o que as pessoas pensam do clube pois durante anos fomos vistos como “arruaceiros”.Remodelaram o pavilhão, já estão a tirar algum lucro?A ideia de remodelar o pavi-lhão surgiu ao reparar que, no concelho, é um recurso escasso. Tendo o nosso e havendo procura, cheguei à conclusão de que o pavilhão poderia ser uma boa fonte de rendimento. Mas, ainda não estamos a tirar proveito dis-so, porque existem custos. Agradecendo a toda a mão de obra que ali tivemos, ajuda de colegas e de amigos mas, para se pintar e o chão estar bom, tem de se pagar. Em breve iremos começar a tirar o devido partido disso.Que estão a fazer para atrair jogado-res jovens?Aí é que a coisa fica um bocadinho mais difícil. Hoje em dia, ninguém gosta de jogar num “pelado”. Mas tentamos fazer ver que vir para um clube histórico, como é o Pego, o Tramagal e como somos nós, talvez seja a melhor solução. Não prome-temos nada, mas ajudamos quem

vem de longe com o dinheiro do transporte. Por isso, não tem sido fácil conseguirmos arranjar uma equipa competitiva, sem tirar o mérito aos atletas do clube. Não é fácil um júnior que venha de um relvado, vir para um “peladão”.Acreditas que se o campo fosse sin-tético atraía mais gente? Sim, sem sombra de dúvidas. Isso tem sido uma das lacunas e tem sido um dos pontos mais discu-tidos entre nós, presidentes dos três clubes, e o senhor vereador do Desporto. Mas temos de perceber que são três clubes, são três terras com algum peso na nossa cidade e não é fácil colocarem (relvado

sintético) nos três. Como também percebo que seria injusto colocar num e não colocar nos outros dois. Puxando a brasa à minha sardi-nha, se tiverem de colocar, que coloquem no meu. Temos de ter consciência da situação em que o país vive, não vai ser fácil nos pró-ximos anos.Como é hoje o ambiente entre os jo-gadores?Hoje é bom! Dentro do balneá-rio, dos atletas que cá estavam o

ano passado, quase nenhum nos abandonou. Outro bom indício foi o facto de vencermos a Taça Disci-plina. Foi um feito histórico. Este clube já tem alguns títulos, mas esta Taça nunca tínhamos vencido. Felizmente foi no ano passado. É uma equipa humilde e trabalhado-ra, dos Escolinhas aos Veteranos. O ambiente é saudável, é muito bom, é uma família.Sendo atleta e presidente do clube, como concilias?Não é fácil. No ano passado foi mais grave, tivemos de optar por despedir um treinador e tive que assumir também o cargo. Ficou estipulado que, durante o treino

e jogo, sou jogador, têm que me chamar à atenção quando acharem que o devem fazer. No momento em que o treino acaba e o jogo termina, sou presidente.Ao fim de 79 anos, o clube tem um hino. Como surgiu?Era um dos meus sonhos. Joguei num clube que ti-nha e achei que num clube com 79 anos, com um largo historial, estava na altura de o fazer. Pedi ajuda a dois amigos músicos e penso que

correu bem.Que diz o hino sobre o clube?Diz tudo. Sejamos últimos ou pri-meiros, vamos estar sempre jun-tos. É um dos lemas que temos, “com espírito e união, seja em último ou primeiro”. Penso que o hino diz muito do que é o clube.O que ainda pretendes trazer para o clube?Um dos meus objetivos era con-seguir trazer todos os escalões de formação novamente para o cam-

po CUF. Dar início a mais algumas atividades que já foram imagens deste clube: o Rancho Folclórico, o Cicloturismo, a pesca, a caça. Trazer essas modalidades de volta. Consegui este ano trazer mais um escalão de formação, mas ainda falta muito.Estando no final do mandato, que balanço fazes?Faço um balanço positivo. A nível financeiro conseguimos recupe-rar algumas mazelas que o clube tinha. Em termos de estruturas e de infraestruturas, conseguimos recuperar alguns pontos funda-mentais. Em termos desportivos, não tão bons quanto esperaria. Fa-zendo um balanço de toda a parte financeira e desportiva, o balanço é extremamente positivo.Gostarias de continuar o projeto que iniciaste?Sou muito sincero, gostaria. Mas existem valores que são mais for-tes que a nossa vontade. Tenho de ponderar muito bem. Candidatei--me para ajudar os Dragões e to-dos juntos conseguirmos fazer al-guma coisa, não para me chatear. Neste momento sinto que há pes-soas que não sabem diferenciar o Nuno Mateus, o puto que sempre jogou à bola, e, depois, o presi-dente dos Dragões, que por vezes tem de ir contra algumas vonta-des. Assumo que também não sei diferenciar em algumas situações. Para já, não me recandidato. Que-ro ser visto como o Nuno Mateus, amigo de todos e não como o que tem de se chatear, porque tenho de pensar que sou o comandan-te dos Dragões, uma instituição que tem 79 anos. Assim não vou continuar.

Nuno Mateus fala sobre a sua experiência enquanto presidente do clube “Os Dragões”

“O ambiente é saudável, é muito bom, é uma família”

“”

“Hoje em dia ninguém gosta de jogar num

‘pelado’”

COM APENAS 31 ANOS é o presidente mais jovem de sempre do Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “Os Dragões”. Antes de começar mais um treino, revela as mudanças feitas no clube até ao atual momento deste ano, que é o último do seu mandato e o que ainda gostaria de trazer para o clube.“A nível financeiro conseguimos recuperar algumas mazelas que o clube tinha.”

D FOTOGRAFIADR

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04 ESTA JORNALJANEIRO 2015

FILHA DE UM CASAL que sempre foi ati-vo politicamente, Anabela Freitas é a atual presidente da Câmara Municipal de Tomar. Optou pelo Partido Socia-lista porque considera que é o partido que melhor responde ao que defende numa sociedade, nomeadamente a igualdade de oportunidades. Ocupou vários cargos no PS e foi deputada na Assembleia da República. A experiên-cia que obteve até chegar à autarquia tomarense permitiu-lhe aprender a saber ouvir, a gerar consensos e criar pontes. Diz que neste momento as contas do município estão “mais ou menos controladas” e garante que vai honrar as promessas que fez aos tomarenses.

Considera que no cerne da sua vitória nas últimas eleições autárquicas es-teve o marketing utilizado, o desgaste da força política que teve a gestão da autarquia a seu cargo durante década e meia (o PSD) ou a consistência das suas propostas?Penso que foi um misto das três coisas. Efetivamente, 16 anos pro-vocam desgaste junto da opinião pública, as pessoas queriam mudar, mas só mudamos se houver consis-tência no outro lado, porque o mais fácil é acomodarmo-nos. Penso que o programa eleitoral com o qual me apresentei às eleições toca num conjunto de pontos sensíveis para nós, tomarenses, nomeadamente a questão do Flecheiro, que não é de fácil resolução mas que tem que ser resolvida. Na questão do marke-ting, penso que fomos inovadores, criámos um contacto direto com as pessoas. Algumas das cartas que a candidatura enviou iam com o nome da pessoa. Não é fácil, mas também tem muito a ver com a mi-nha maneira de ser. O ser mulher teve peso, ou dito de outra forma, a política no feminino é diferente da política no masculino, e se sim, em que medida? Acho que contribuiu de algum modo, mas não substancial. Penso que as mulheres estão conotadas como sendo mais ponderadas e tendo mais bom senso e de sabe-rem ouvir. Acho que isso contri-buiu, se bem que no meu entender não tenha sido o fator decisivo.Passado um ano da sua eleição, com um “governo” de coligação da CDU, como avalia o trabalho feito até ao momento? A avaliação da implementação do nosso programa, ao fim de um ano de mandato, conta com 35% de implementação. Temos tido alguns revezes, nomeadamente a questão financeira tem sido muito complicada para nós. A situação do município financeiramente estava má, mas não sabia que estava tão má. Existia um conjunto de dívi-das não refletidas nos orçamentos.

Aos 60 anos, António Domingues é, pela segunda vez, pre-sidente do Rotary Club de Abrantes (RCA). Enfermeiro refor-mado, dedica parte do seu tempo a ajudar quem mais precisa. ”Não esperamos muito dos outros, mas damos o que temos.” Vê muitos jovens com garra e entusiasmo no bem comum, mas outros “ fazem do seu umbiguinho o centro do universo” e não se importam. É assim, com o humor que lhe é caracte-rístico, que António Domingues fala sobre o RCA, um grupo de profissionais que se dedica ajudar quem mais precisa, em especial nas áreas da saúde e da educação.António Domingues explica que o RCA “atua preferencialmen-te junto da população mais carenciada e, também, significa-tivamente junto dos jovens, nomeadamente, na organização de cursos de liderança” e na atribuição de bolsas de estudo.Por outro lado, o RCA tem como prioridade continuar a apoiar o Interact, um clube de jovens rotários que se formou há cerca de um ano e que, com o mesmo lema, tem vindo a organizar iniciativas para angariar fundos e bens para instituições que apoiam crianças e jovens. Sobre a sensibilização dos jovens para as causas sociais, An-tónio Domingues defende que há um pouco de tudo: “Existem jovens que não se preocupam com a sociedade, vivem cen-trados no seu egocentrismo e ‘fazem do seu umbiguinho o centro do universo’, mas felizmente há outros que se dedicam ao bem social com garra e entusiasmo. Têm preocupações com o seu semelhante e um mundo melhor, dando tudo de si.”Fazendo um balanço positivo deste seu segundo mandato como presidente do RCA, António Domingues lembra que o principal lema do Rotary é dar “dar de si antes de pensar em si”. E acrescenta: “Não esperamos muito dos outros, mas da-mos o que temos.” Pela frente, o RCA tem o desafio de “fazer face às muitas necessidades do dia a dia, e, com a ajuda da comunidade, resolvê-las”.Em época natalícia, o RCA apoia habitualmente institui-

ções de solidariedade social da comunida-de e, recentemen-te, promoveu uma iniciativa de apoio ao núcleo da Liga Portuguesa Contra o Cancro.Aproveitando o mo-mento, António Do-mingues lança aos abrantinos um apelo à solidariedade: “A mensagem que dei-xo é que as pessoas ‘saiam de si’, vejam as pessoas à sua vol-ta, identifiquem as dificuldades e que ajudem na medida do possível. Quem mais ajuda não é quem mais pode, é quem se sente mais realizado ao dar um pouco de si ao seu semelhante. Há muitos ricos que par-tilham a sua riqueza, mas há muitíssimos que podiam partilhar umas migalhas e não o fazem.”

Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, aposta no contacto direto com os munícipes

“O nosso ‘core business’ é o turismo”

António Domingues fala dos projetos do Rotary Club de Abrantes (RCA)

Resolver as necessidades do dia a dia com o apoio da comunidadeJOSÉ ROSA

ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

DENÍZIO BOAVENTURA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Neste momento temos as contas mais ou menos controladas, im-plementámos um conjunto de pro-cedimentos internos, porque sem eles as faturas facilmente não eram contabilizadas.Assumiu compromissos com os to-marenses, nomeadamente em rela-ção ao Flecheiro, ao mercado mu-nicipal, à atração de investimento e criação de emprego, à criação de condições para a fixação de jovens no concelho. Tem condições para os honrar nesta legislatura e quais os desafios que tem encontrado na execução do programa eleitoral que apresentou aos tomarenses nas au-tárquicas de 2013?Tenho condições para os honrar. O Flecheiro é o caso mais gritante. Ali habitam 300 pessoas, a solução passa pela integração de famílias em habitação social, outras serão reencaminhadas para parque nó-madas, passará por soluções mis-tas e por um plano de intervenção social articulado com a Segurança Social. A questão do mercado ficará resol-vida em breve.Trabalhamos também para a fixa-ção de jovens no concelho, alterá-mos o regulamento do Parque In-dustrial, que tinha 38 anos. Junto do ISEP colocámos Tomar na Bolsa de locais a investir, vamos levar a reunião de Câmara, o conceito

“Start Tomar”, uma parceria en-tre o NERSANT e o Instituto Po-litécnico a implantar na Casa dos Cubos. Quem se queira instalar terá um espaço, uma incubadora de empresas. Estamos a investir na economia local dando visibilidade às muitas pessoas da nossa região que fazem compotas, bolos, etc e que a Câmara pode e deve ajudar.E qual é a importância dada ao tu-rismo?O nosso “core business” é o turis-mo. Pertencemos ao Turismo do Centro e estão já criadas bases para apresentarmos projetos ao Eixo de Património e Cultura quando abrirem as candidaturas. Quere-mos afirmar-nos nacional e inter-nacionalmente através da nossa marca, a marca templária e criar uma rota internacional, a “Rota dos Templários”, que começará ou terminará em Tomar. Aposta-mos também no turismo judaico. Tomar tem a mais antiga mesqui-ta do Séc. XV, em bom estado de conservação do país. Obtivemos financiamento para fazer obras de conservação na sinagoga, preten-demos também obter parcerias de investigação com universidades is-raelitas beneficiando da instalação da IBM em Tel Haviv. Queremos estabelecer ligação entre as duas e levar a cabo o conceito de “Smart Cities” investindo na prevenção de riscos de cheias e incêndios. Tomar é o segundo concelho do distrito com maior risco de incêndios e cheias, os recursos são escassos, há que geri-los com eficácia.Vai voltar a candidatar-se nas próxi-mas eleições? Ainda é cedo. O mais difícil nem tem sido a questão do trabalho, mas gerir a minha vida pessoal. Tenho um filho com 12 anos e, a esta distância, dar uma resposta certa para um lado ou para o outro é prematuro.

“”

“Estamos a investir na

economia local”

L Presidente do RCA pede que todos ajudem na medida do possível

L Autarca tomarense

diz que tem condições para

“honrar os compromissos”

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Como surgiu a ideia de fazer um livro a partir da sua tese de Mestrado?O Mestrado correu-me muito bem. A tese foi muito inovadora na altura, abordou um tema que nun-ca tinha sido abordado em Portu-gal. A nível de metodologia usei muitos conhecimentos das Ciên-cias Sociais e não só da História. Isso permitiu-me uma abordagem diferenciada e clássica daquilo que é o trabalho do historiador. Era inovador também a nível regional, nunca tinha sido feito um trabalho original sobre história local que a relacionasse com os caminhos de ferro. Por essa inovação, o arguen-te da minha tese disse-me que era importante publicá-lo. Foi sobre-tudo pela qualidade do trabalho e do incentivo que os professores deram à publicação.Conciliou as Ciências Sociais com a história demográfica e ferroviária regional…Sim, eu gosto muito da história re-gional, da história dos caminhos de ferro e da ligação entre ambas. Não sou muito da história política, nem da factual. Para mim, o fas-cínio está na história das mentali-dades, na história cultural, demo-gráfica e nos comportamentos das pessoas. Na intervenção que fiz no colóquio “A formação da grande família ferroviária” joguei clara-mente no campo da demografia, no campo das famílias e dos seus comportamentos, o que se tornou fascinante.Como é que considerava a evolução do nosso distrito a nível demográfi-co hoje em dia, sem a influência das ferrovias da altura?O nosso distrito, definido pelo José Matoso, é uma das regiões menos caraterísticas do país. A influência de um grande centro como Lisboa acaba por condicionar a sua evolu-ção. O Ribatejo tem, efetivamente, sido condicionado. Os transportes e o caminho de ferro, particular-mente, contribuíram muito para isso, através de migrações sazonais sobretudo no sentido de Lisboa e

Vila Franca. Para além disso, per-deu muito daquilo que era a im-portância das elites locais. Havia elites em Abrantes, em Tomar, na Golegã e na Chamusca que, assen-tes na agricultura e na propriedade rural, eram poderosas. Podíamos dar vários exemplos como Carlos Relvas e a sua importância na Go-legã, na implantação da Repúbli-ca e a que ele tem na fotografia. Poderíamos falar de várias figuras regionais que têm grande influên-

cia política, com cultura própria, e que defendiam os seus próprios in-teresses. Estas elites sofreram com a decadência da agricultura, dos contextos políticos, com o peso do setor secundário e terciário na indústria na economia nacional. O comboio que, em outros tempos, foi fator de desenvolvimento e di-nâmicas, neste momento é mais fator de transporte de pessoas e de criação de subúrbio.Portanto o que em tempos contribui para o desenvolvimento está a con-

tribuir para a decadência, digamos assim, da região.Sim, embora o termo decadência me custe de alguma forma a acei-tar. Mas, na realidade, o comboio tem vindo a facilitar as dificulda-des de emprego local, de fixação de pessoas, o que tem contribuído para as migrações. Se nós virmos no Entroncamento a quantidade de pessoas que desde as 6h30 co-meça a encher os comboios para Lisboa, nós percebemos isso facil-

mente, assim como o movimento contrário a partir das 18h00. Ainda considera o Entroncamento como uma cidade dormitório, como foi em tempos?Sim, embora haja um esforço atual dos autarcas que se candidataram em devolver a cidade às pessoas. O Entroncamento nunca conse-guiu criar dinâmicas económicas próprias, capazes de dar trabalho às pessoas que vinham cá, tam-bém devido à crise do setor públi-

co atual e dos caminhos de ferro. Esta zona está-se a tornar cada vez numa zona de migração. Neste momento verifica-se um fenóme-no idêntico em Torres Novas, em Abrantes, etc. Em contrapartida, não podemos esquecer que há per-centagens altíssimas de população de 65 anos, em alguns concelhos estão a ser mais de 50 a 60% das pessoas.Que semelhanças e diferenças en-contra entre o Entroncamento de hoje e o Entroncamento do séc. XIX?

Não há comparação possível. O Entroncamento, quando aparece no séc. XIX, é uma zona de entron-camento de linhas. É o aproveitar das condições naturais para ligar a linha que vai para Espanha e a que vai para o Porto. O Entronca-mento é um entroncamento téc-nico, onde só vivem ferroviários e pouco mais. Se nós fizermos um levantamento como fiz das pes-soas que viveram no séc. XIX, 90 a 95% são ligados ao caminho de ferro. Existiam apenas uns Casais agrícolas, o Casal das Vaginhas era o mais importante deles to-dos. Hoje o Entroncamento é uma realidade de 23 ou 24 mil pessoas, é o segundo maior núcleo urbano do distrito, apesar de ser um dos concelhos mais pequenos. Hoje, não sei se os ferroviários serão já o mais importante. Nós, para falar-mos do séc. XIX, estamos a falar do entroncamento técnico, portanto é o nada que se vai enchendo com as pessoas que vêm trabalhar para esse caminho de ferro.A população de séc. XIX que nessa altura vivia no Entroncamento era uma comunidade muito fechada so-bre si própria. Acredita que o mesmo se verifica na população atual?Não. No séc. XIX há vários grupos. Um é de pessoas especializadas nos caminhos de ferro, que são estran-geiros a começar pelos espanhóis, franceses, belgas. Depois há muita gente que vem do norte e do lito-ral para aqui. Outro é de locais, que tinham trabalhos que não são para gente especializada. Os trabalha-dores que eram de região são liga-dos à economia, sobretudo do rio, pescadores que sazonalmente vêm para o rio Tejo e depois acabam por se fixar. A vida deles é uma vida de grande pobreza e quando aparece o caminho de ferro essas pessoas são contratadas ao dia. Vivem sobretudo nas terras circundantes e mantêm as relações familiares. Os que vêm de fora mantêm grandes dinastias de ferroviários. Fecham-se entre si, o filhos vão trabalhar nos caminhos de ferro. Hoje não é assim. Hoje a população é completamente aber-ta, não há nada que já a caraterize como noutros tempos.

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MARTA GONÇALVES ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

A demografia e sociedade do Entroncamento, dos caminhos de ferro aos dias de hoje

“O fascínio está na história das mentalidades, na história cultural, demográfica e nos comportamentos”

“”

“Hoje a população é completamente

aberta”

CARLOS FERREIRA, nascido no Entroncamento, é licenciado em História e Ciências Sociais e mestre em História Regional e Local. Foi diretor de um Centro de Formação de Escolas, da FERNAV e da IFP (escola profissional) e atualmente é docente na Escola Secundária do Entroncamento. É o autor de “Os Trabalhadores da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugue-

zes no Entroncamento 1860-1910”, o resultado de uma tese de Mestrado que relacionou a História local com os caminhos de ferro. Entre muitas outras coisas, diz que “o comboio que, em outros tempos, foi fator de desenvolvimento e dinâmicas,

neste momento é mais fator de transporte de pessoas e de criação de subúrbio”.

L Carlos Ferreira no escritório de sua casa, onde dedica horas ao estudo da História

D FOTOGRAFIAMARTA GONÇALVES

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ALEXANDRA ARROJA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

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FOTOGRAFIANUNO FONTINHA

não existia. Com as redes sociais conseguimos estar muito mais próximos de quem nos ouve. Sou fascinada, todos os dias, pelas pes-soas que conheço que dizem que acompanham o nosso trabalho e que gostam daquilo que fazemos. Outra coisa que, ainda hoje, me fascina é poder conhecer os meus artistas preferidos e as bandas que eu adoro. É muito giro e faz parte do trabalho, mas ainda bem. Como é trabalhar com os seus co-legas, como por exemplo o Vasco Palmeirim, Nuno Markl, etc? (risos) Para vocês que nos ouvem existe esse peso, mas para mim não. Porque antes de serem o Vasco Palmeirim e o Nuno Markl já eram meus colegas. Para os ouvintes é uma exposição diferente. Já tra-balho com o Nuno há 15 anos e o Vasco para mim continua a ser o mesmo Vasco que era quando veio para a Comercial. Eles continuam a ser para mim o que sempre fo-ram. Não mudaram, apesar da exposição deles ter mudado con-

João Arrais iniciou a sua carreira profissional aos 12 anos, como ator, na telenovela portu-guesa “Jura”, da SIC. Com o passar do tempo, o ator interpretou várias personagens no tea-tro, cinema e televisão. Atualmente, com 19 anos, faz a personagem “Pedro” da telenovela “Mar Salgado”, também da SIC. Entrou para o mundo do artístico por pressão dos pais, mas agora tem a certeza absoluta de que este será o seu futuro. E já sonha com uma carreira internacional.Até agora, a carreira tem corrido bem a João Arrais: “Ao contrário de muitos dos meus colegas, tenho a sorte de estar sempre a

trabalhar, de estar a fazer não só televisão, mas também cinema e agora estou a come-çar no teatro, mas nada de especial. Feliz-mente, tenho estado sempre ativo, o que é ótimo.” Nem sempre tem sido fácil conciliar o trabalho com a escola, mas diz que, “com empenho”, é possível “fazer tudo ao mesmo tempo”.De todos os trabalhos que teve, João Arrais destaca “três ou quatro”. O primeiro traba-lho, o “Kiko” no “Jura”, foi marcante. “Olhan-do para trás, havia muita coisa a melhorar, foi o meu primeiro projeto e é qualquer coisa de especial.” Quando fez a primeira longa me-tragem, “Os Mistérios de Lisboa”, “também foi algo muito especial, foi quando comecei a minha carreira mais internacional, entre muitas aspas”. O projeto mais difícil até agora

Ana Isabel Arroja partilha a sua experiência profissional na Rádio Comercial

L “No início odiava ir a castings”

João Arrais iniciou a sua carreira profissional como ator aos 12 anos

“Quem corre por gosto não cansa e eu adoro fazer o que faço”

cima do facto de ter estado al-gumas vezes com a minha banda preferida. E de no ano passado ter tido um momento maravilhoso com eles aqui no estúdio da Co-mercial depois de 12 anos a desejar que acontecesse. Portanto, ter ali os 30 Seconds To Mars a cantar as músicas que eu pedia, em acústico, e dedicarem-me essas músicas foi maravilhoso. Mas não foi um mo-mento só meu, foi também de mais alguns ouvintes da Comercial que ganharam um passatempo e pu-deram estar ali comigo. Também já me aconteceram algumas coi-sas engraçadas, como por exem-plo, desligar uma rádio durante a emissão. Mexi numa cadeira e, sem querer, a ficha que estava na tomada desligou-se (risos). Curio-samente, nunca me aconteceu es-pirrar em direto! Consigo sempre aguentar até estar em off. Mas já tive ataques de risos, de tosse, já me engasguei até. Há sempre coi-sas engraçadas e caricatas que nos acontecem, faz parte.

L Ana Isabel Arroja é animadora da rádio Comercial há vários anos“Foi o descobrir

de uma paixão”

sideravelmente. É muito divertido trabalhar com eles porque são pes-soas criativas, acima de tudo, e são muito engraçados.Como é a sua relação com o público cá fora?É uma relação quase como se fos-se de amizade. Ali no facebook, que eu chamo a minha “Comu-nidade Arrojada”, acabamos por falar todos os dias e trocar ideias e é uma relação de amizade face-bookiana (risos). Não sou apolo-gista de criar uma personagem. Eu sou muito aquilo que as pessoas veem no facebook! Tento respon-der a quase toda a gente. É óbvio que não consigo, mas tento. E também me esforço para que as pessoas percebam que não exis-te uma barreira entre mim e elas, acima de tudo, somos pessoas. As pessoas reconhecem-me na rua e pedem fotografias e dizem que me acompanham na Comercial e no facebook. Tudo isso nos aproxima muito e tento preservar ao máxi-mo essa proximidade.

Qual é a sua opinião quanto ao futuro da rádio, tendo em conta o aumento de plataformas de comunicação dis-poníveis hoje em dia?É muito positivo. Sou super apo-logista das redes sociais desde que elas sejam usadas positivamente. As plataformas digitais e as redes sociais vieram ajudar, e muito, a rádio. Precisávamos de um im-pulso diferente e isso ajudou-nos a chegar a um público que nos era um bocadinho distante. Neste momento, estamos num patamar quase equiparado à televisão, já não se fala só em rádio como o “parente pobre” da televisão. No entanto, acho que se perdeu um pouco da magia da rádio, e tenho pena por isso. Agora cabe-nos a nós tentar manter essa magia o mais viva possível. Não é fácil, mas diria que é um desafio muito interessante, tendo em conta que hoje em dia estamos tão expostos. Por último, um episódio que a tenha marcado profissionalmente?(risos) É impossível passar por

ANA ISABEL ARROJA é uma das principais animadoras da Rádio Comercial, a rádio mais ouvida de Portugal. Diariamente é acompanhada por mais de 1 milhão de ouvintes, e soma, no momento, quase 40 mil seguidores no facebook, onde partilha histórias pessoais, como as Pérolas Arrojadas, mas também assuntos profissionais. Intitula a sua página como a sua “Comunidade Arrojada”.

Quando percebeu que queria traba-lhar na rádio?Quando experimentei fazer rádio sem estar à espera de fazer. Foi-me dada oportunidade, através da mi-nha escola secundária, de começar a fazer uma rubrica semanal numa rádio local. Fui selecionada e con-tinuei a fazer a rubrica com mais três ou quatro colegas. Foi porque eu gostava muito de ler em voz alta nas aulas e, também, porque era muito faladora. O que eu queria fazer para o futuro não tinha nada a ver com rádio, acabei por experi-mentar e até hoje nunca mais dei-xei de fazer rádio. Foi o descobrir de uma paixão. Uma paixão que depois se foi aperfeiçoando. O que a mais fascina, hoje em dia, na rádio?Hoje em dia o que me mais fasci-na na rádio é o contacto próximo com o público, que antigamente

foi nas “Linhas de Wellington”, porque foi “completamente assustador”. Foi complica-do, mas guarda com carinho a personagem que interpretou, porque “era um mendigo, assim meio autista, também deficiente, as-sim uma coisa que pelo meio ninguém sabia ao certo o que aquilo era”. Atualmente está “a adorar fazer o “Pedro” e tem sido espe-tacular”. Quanto à situação financeira dos atores em Portugal, João Arrais diz que, como em todas as profissões, há todo o tipo de casos. “Exis-tem atores que vivem incrivelmente bem. Há uns que vivem razoavelmente e gastam tudo, são aqueles impostores que depois gastam mais do que ganham e aí vão para a televi-são queixar-se que não têm dinheiro. Como qualquer profissão há uns que ganham muito bem e uns que ganham muito mal, e é assim que se tem de viver.”João Arrais tem “muitos sonhos e muitas coi-sas” que quer fazer no seu futuro. “Uma delas era uma carreira no estrangeiro, começando no Brasil, subir para as Américas, nos Estados Unidos, ou ir para a Inglaterra. É difícil, não é fácil, não é impossível. A minha intenção é continuar a fazer o que faço aqui, se tudo correr bem, e fazer umas longas metragens para o próximo ano e lançá-las para todos os festivais. São esses os meus objetivos.”

RAQUEL TEIXEIRAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

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PEDRO FERREIRAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

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MAURO MOURA, fundador e proprietário da academia criativa Bi-Dom, explica o aparecimento desta academia cul-tural em Abrantes. Diz que o concelho tem carências a nível cultural e que este projeto pretende tornar mais rica a vida das pessoas. Na Bi-Dom, traba-lha uma comunidade de artistas de diversas áreas, dando aulas, fazendo animação e respondendo a desafios. São vários dons que se cruzam.

Qual é que foi a razão por teres criado esta academia e porquê o nome Bi--Dom?Esta academia surgiu através de uma ideia entre colegas, no intuito de prestar serviços a nível cultural. Estive nos Açores e quando vi que não ia voltar para lá decidi fazer a academia aqui, visto que há uma grande falta de Cultura. Juntei pes-soas com quem já tinha colaborado ao longo dos anos. Juntámo-nos e pusemos mãos à obra. Isto nasceu quase sem recursos, sem dinhei-ro, mas apenas da mão e da cria-tividade das pessoas que quiseram colaborar e já vai mais de um ano.O nome Bi-Dom foi complicado pois tínhamos de arranjar um nome que significasse muita coi-sa e que desse para dar sentido a isto. Um dia estávamos a tentar descobrir um nome, procurámos por todo lado, incluindo revistas e jornais. E houve uma colega que perguntou: “Por que não bidom?” Mas nem se estava a referir exa-tamente a um bidom, mas sim a outro objeto. E nós dissemos: “Eia, Bi-Dom!” O nome tem vários sig-nificados, daí estar separado. O Bi

Por trás do vidro que separa o frio que sente na rua e o calmo e acolhedor ambiente da casa de chás está Helena Duque. A ouvir música e concentrada a rabiscar num caderninho. Enquanto bebe o seu chá parece cheia de inspi-ração e carinho por aquilo que escreve. Simpática, confidencia que “o tempo é muito escasso” e que, apesar das novas responsa-bilidades que tem (que resultam da entrada no ensino superior), escreve porque faz parte de si enquanto pessoa. Em relação ao seu primeiro livro, “Heroína”, afirma que ainda ninguém lhe disse esperar o final que reser-vou e que essa é uma das coisas que a “faz gostar tanto do livro”. Um conselho a alguém que goste de escrever? Helena, de forma espontânea, diz que se nós gos-tamos e se temos um amigo que gosta também, devemos arriscar pois “nunca se sabe onde é que

um sonho nos poderá levar”.“Comecei a escrever esta história por-que sempre gostei muito de escrever. O que me levou a es-crevê-la foi simplesmen-te o gosto pela escrita, pela leitura e por tudo o que envolve esses dois mundos.” É

desta forma que Helena Duque explica como se iniciou a aven-tura de escrever e publicar um livro, ainda na adolescência. Numa aula de Matemática, “es-tava aborrecida e tive a ideia para esta história”. O processo “demorou mais ou menos três anos a ficar concluída, sofreu muitas alterações ao longo dos anos”, porque também a jovem autora foi amadurecendo o seu “pensamento sobre certas coi-sas”.

Depois de concluído, Helena Du-que enviou o livro para diversas editoras e esperou, num proces-so que não foi fácil. “Felizmente, houve uma que me respondeu, que foi a Chiado Editora. E a partir daí apenas segui os passos que eles me indicaram… Revi o livro, desenhei uma capa em conjunto com o designer deles e tratei de pormenores como a sinopse ou a contracapa.” Depois foram as sessões de apresentação e au-tógrafos, tendo o lançamento contado com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes.Quanto às reações ao seu livro, Helena diz que “têm sido pou-quinhas, mas têm sido positivas e construtivas. As pessoas não se limitam a dizer se o livro está bom ou mau. Não apenas relati-vamente ao livro, mas também em termos profissionais e pes-soais, reagem para que possa melhorar aquilo que faço ou aquilo que gosto de fazer”. A jovem escritora acrescenta: “As pessoas no geral ficaram con-tentes por mim, até porque não é todos os dias que temos alguém do nosso meio, pelo menos no abrantino, que é tão pequenino, a publicar um livro. Tive uma reação muito querida e muito disponível, para comigo e para com o livro.”Helena Duque acredita que a sua idade não influenciou a reação dos leitores à sua história, que tem como protagonista Maria e Alice e que “gira à volta do amor, com amores desencontrados e futuros e uma babilónia de as-suntos pessoais”. Mesmo assim, houve uma senhora que confes-sou não estar à espera “que o livro fosse tão bom”, tendo em conta a juventude da autora.Para o futuro literário, Helena já tem “muitas ideias e projetos definidos”, mas a faculdade tem ocupado boa parte do seu tem-po. “Vou escrevendo, é algo que me dá muito prazer, faz parte de mim enquanto pessoa, mas não tenho nada em que esteja a tra-balhar e que pense ‘isto poderia dar um livro’. Isso não tenho.” Mesmo assim, fica a esperança: “Gosto de acreditar que um dia mais tarde conseguirei pôr cá para fora algo que as pessoas leiam como leram este livro.”

Helena Duque, jovem abrantina, fala sobre o seu livro “Heroína”

Mauro Moura, fundador da academia criativa Bi-Dom

“A Cultura é aquilo que nos distingue”

“O gosto pela escrita e pela leitura”

quer dizer que é mais do que um, e o Dom tem a ver com os dons, que é um bocado do que se passa aqui.Como é que as pessoas estão a aderir à oferta de aulas que a Bi-Dom tem?Está a correr bem. Claro que al-gumas aulas são melhores que as outras porque algumas das pessoas já sabem ao que aderem. Quanto a outras aulas, as pessoas não fazem sequer a ideia do que são e às vezes até estranham: “O quê? Também há aqui aulas de fotografia? Aulas de cinema?” No ano passado ainda distribuímos bastantes ‘flyers’ nas escolas e em outros sítios, fizemos muitas atividades de divulgação, visto que ninguém sabia que isto existia. Este ano temos mais alu-nos do que tínhamos quando co-meçámos, portanto é sinal que, se calhar, os nossos professores não estão a fazer um mau trabalho e que as aulas não são assim tão más quanto isso. Portanto, só dá a en-tender que está bem encaminhado.Que novos projetos têm?Este ano, o Bi-Dom vai estar pre-sente na cidade de Abrantes com o Pai Natal, como no ano passado, mas com novidades: uma fanfarra a tocar. Vamos visitar o Hospital de Abrantes, como fizemos no ano passado, temos um pequeno espetáculo com os nossos palha-ços, workshops, o Zé Mágico, com quem já trabalhamos há algum tempo, entre outras coisas. As pes-soas já se começaram a habituar que nós temos este tipo de servi-ços e nestas alturas contactam-nos sempre. Portanto, é tudo um pou-co original e é assim que demons-tramos o nosso trabalho.O que sentem quando vão visitar as pessoas ao Hospital?

É engraçado, no ano passado de-mos balões e chocolates. As pes-soas aceitaram aquilo como se eu lhes tivesse a dar a mão ou como se lhes tivesse a dizer que amanhã vão para casa porque já não estão doentes. Essas pessoas estavam a dar importância a coisas tão in-significantes que até nos chega a incomodar. Nós fizemos isto com dedicação e amor, mas é interes-sante ver as pessoas a darem tanta importância a coisas pequenas.Têm alguma parceria com a Câmara de Abrantes para realizar projetos culturais?Não é bem uma parceria, simples-mente contactam-nos. As pessoas normalmente perguntam isso. Isto não é uma empresa, é uma asso-ciação. Não vivemos de subsídios nem nada do género. Todos tra-balhamos por nossa conta, é uma comunidade de artistas. Estamos sempre abertos para aceitar al-guém que queira introduzir algo novo, desde que tenha formação, experiência e um portfolio rico.Qual é a mensagem que pretendes passar através deste projeto?A academia não é só minha, mas sim de um grupo, colaboramos sempre uns com os outros sem-pre que aparecem novos projetos e não só. A mensagem é o verdadei-ro propósito disto, senti que havia uma grande carência a nível cultu-ral e dos hábitos culturais. Nós que-remos habituar as pessoas a proje-tos com qualidade e fazer com que a Cultura seja vista com outros olhos. A Cultura é aquilo que nos distin-gue. Se fizermos tudo igual a outras culturas, não temos nada que nos destaque perante outros países e é isso que queremos mudar.

EDUARDA CHARNECAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

L ”Vou escrevendo, é algo que me dá muito prazer”

L Mauro Moura, nas filmagens de um dos seus projetos

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FOTOGRAFIAEDUARDA CHARNECA

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08 ESTA JORNALJANEIRO 2015

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Alexandra Arroja, Daniel Bento, Denízio Boaventura, Eduarda Charneca, José Rosa, Marta Gonçalves, Pedro Ferreira, Raquel Teixeira, Sara Ribalonga, Vera Oliveira | PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira Tiragem: 15000 exemplares

L Os plásticos, as borrachas, os metais e outros materiais encontrados na praia dão origem a esculturas

JOÃO PARRINHA, com 53 anos, é inter-nacionalmente conhecido pelas suas esculturas, música e pela sua ligação ao surf, trabalhando em áreas como o cinema, televisão e vídeos musi-cais. O seu mais recente trabalho é a Skeleton Sea, um “grupo que faz e quer fazer a diferença”. Este é um dos projetos mais inspiradores sobre o mar, que visa sensibilizar as pessoas para a limpeza dos oceanos através do reaproveitamento de materiais usados.

Como surgiu a inspiração para lançar este projeto? A inspiração para este projeto nas-ce antes da Skeleton Sea. Como artista plástico eu já trabalhava em escultura e por ser surfista já passava muito tempo nas praias do mundo. Conhecendo também um amigo, fotógrafo profissional também surfista, juntámos um bo-cadinho as ideias, de artista e sur-fista, ao criarmos esculturas com materiais que encontrávamos na praia. Finalmente, o projeto nasce em 2005 e começámos por ser três artistas: eu, o alemão Xandi Kreu-zedere e o espanhol Luis de Dios.Qual o público alvo? Atinge um público em geral de to-das as idades. Nós focamo-nos nos jovens e crianças porque é mais fácil mostrar-lhes o grande pro-

blema da quantidade de lixo e de poluição que cada vez cresce mais. Portanto, queremos mostrar-lhes este problema, fazer com que eles mudem um bocadinho as suas mentalidades e que mudem até as mentalidades dos pais.Dependendo dos objetos que encon-tra, da sua dimensão ou da sua forma. Tenta misturar os vários géneros de materiais? Ou existe um certo padrão na procura?Infelizmente, nós encontramos de tudo nas praias e por essas costas fora. Desde plásticos, a borrachas, a metal, seja o que for, é algo im-pressionante. Misturamos as coi-sas, misturamos todo o género de materiais e acrescentamos outras matérias, como colas ou resinas, que não se encontram na praia. Como é possível transportar a enor-me quantidade de materiais?É difícil, por vezes, transportá--los porque podem ser materiais muito grandes ou peças enormes que encontramos na praia. Nesses casos, em que encontramos peças maiores, temos a ajuda de amigos. E a sua relação com o oceano, como a explica? Acha que de certa forma jun-tou o útil ao agradável com a junção da sua paixão pelo surf e o seu gosto de preservar a praia?Sem dúvida. É esse o foco prin-cipal. Adoro o mar, estou mui-to ligado ao mar desde criança e mantenho essa ligação muito forte até hoje. O surf é realmente um desporto que mexe comigo, que

faz parte da minha vida e, como todos nós, gosto de chegar a uma praia e vê-la limpa. Logo aí, sentia que tinha de fazer qualquer coisa, tinha que fazer a diferença e mudar um pouco esta atitude das pessoas que deixam lixo nas praias. É valorizado pelo seu trabalho? Sen-te-se realizado com o que tem feito até aos dias de hoje?Sem dúvida. Acho que fazemos a diferença, mesmo sendo peque-na, porque o lixo está espalhado pelo mundo. Por exemplo, já tive vários feedbacks de pessoas que mudaram a sua vida por quererem estar mais ligadas ao mar à conta do trabalho que fazemos e isso dá--me uma grande alegria. Sinto que faço parte de um grupo que faz e quer fazer essa diferença. Portan-to, sinto-me orgulhoso por aquilo que faço e acho que faço também uma diferença.Este movimento de mostrar o impac-to do plástico no planeta, de limpar praias e de transformar o lixo em arte, aborda também outra perspe-tiva que é a dos animais. Durante as suas limpezas nas praias já encontrou animais mortos devido à poluição?Claro, encontramos várias vezes, sobretudo gaivotas e alguns peixes. Realmente, é triste ver o que está a acontecer. Os animais comem, por exemplo, plástico espalhado, dentro e fora de água, as gaivotas comem este lixo pensando que é alimento e depois morrem com o estômago cheio porque não o

digerem. Com os peixes acontece a mesma coisa. Há uma série de ani-mais, que nem sequer estão ligados ao mar, mas que, nos pastos junto a estradas, por exemplo, digerem o plástico misturado com a erva. Isto é um problema enorme que as pessoas não têm consciência que é um problema que temos de tentar combater. Como é que o público se pode evolver no projeto?Podem-se envolver fazendo parte das limpezas de praia, por exem-plo, ou somente ter o cuidado de não atirar objetos para o chão. Todos os dias vejo pessoas que atiram papéis para o chão. E plás-ticos, sacos ou beatas de cigarro. Isto é uma constante diária. Logo aí, se todos tivéssemos cuidado e puséssemos o lixo onde ele deve estar, era um bocadinho de dife-rença que se fazia.Quando vamos à praia, podemos apanhar algumas coisas. O lixo que está na praia, normalmente plástico, está limpo, nem sequer cheira mal, porque está lá há tanto tempo, como tampas de garrafa ou N coisinhas que se vão partindo. É fácil de apanhar, não é nojento e se todos fizéssemos um bocadinho, com certeza que fazíamos uma mudança. Como avalia o balanço e o alcance da Skeleton Sea?É positivo e tem crescido porque as pessoas veem neste proje-to algo que tem consistência. O

projeto não é só este, de apanhar lixo nas praias e convertê-lo em arte, mas também um incentivo à criatividade. Nós, nos workshops com as pessoas, fazemos olhar para este material numa outra perspetiva e mostrar-lhes que realmente podemos fazer qual-quer coisa com essas peças e estes materiais que encontramos. Se-rão um lixo para muita gente mas para nós é matéria-prima para se fazer outras coisas.O que falta fazer para que algo mude? Qual a mensagem que devemos reter para que algo mude?Para mudar seria uma coisa de fundo. Em relação ao problema enorme do plástico, seria mais a nível político porque só assim é que seria possível gerir a forma como este é fabricado. Se o plásti-co fosse biodegradável, ele ao fim de quatro a seis meses dissolvia-se num pó que era natural e deixava de ser plástico. As coisas conti-nuarão sempre por aí. É um pouco utópico achar que vamos mudar e limpar isto tudo, porque já existe tanto lixo que eu não sei como é que isto pode mudar. Uma maneira de transformar um bocadinho seria, portanto, apa-nhar o que já cá está, mas mudar o que vai ser criado. A mensagem do projeto, que fique no ar, é uma mensagem de consciencialização para este problema e a de man-ter os nossos oceanos e as praias limpas.

“É lixo para muita gente

VERA OLIVEIRA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

mas para nós é matéria-prima”

D FOTOGRAFIADR

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13JANEIRO 2015 EDUCAÇÃO

As questões do cheque-ensino, dos cortes no apoio à investigação científica no Ensino Superior, da munici-palização da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário a título experi-mental, o descalabro da co-locação de professores no ensino público obrigatório no início deste último ano letivo e, ainda, a publicação dos “rankings” de escolas e a prova de avaliação para professores foram as ques-tões que estiveram em cima da mesa neste ano civil que agora termina. Vejamos, sin-teticamente, as três primeiras questões, pelo que trazem de novidade, num quadro em que as restantes são repeti-ções de situações ocorridas nos últimos anos, com a agra-vante da questão da coloca-ção dos docentes, em setem-bro deste ano, ter sido a mais caótica dos últimos 20 anos.

O problema do cheque-ensino, que foi introduzido há uns anos atrás na Suécia, foi desta vez lançado aqui por obra e graça da “troika” e teve desde logo um sim, por parte de Nuno Crato, só que se sabe que nunca pas-sará de uma mera intenção, já que a palavra de ordem é austeridade e cortes nas des-pesas e ninguém com um mínimo de bom senso leva a sério tais declarações. As-sim, não constituiu qualquer surpresa o facto da aprova-ção legislativa feita em se-tembro de 2013, em conse-lho de ministros, criando no estatuto do ensino particu-lar e cooperativo os denomi-nados contratos simples de apoio à família (eufemismo para o cheque-ensino) - pre-vistos para entrar em vigor em 2014 - terem ficado até agora no tinteiro.

Nos dois últimos anos os cortes orçamentais no En-sino Superior ascenderam a 380 milhões de euros, produ-zindo um estrangulamento financeiro em muitas insti-tuições, a que se junta a me-nor procura de estudantes. Quem está a ser mais afetada é a área da investigação cien-

tífi ca: no ano de 2013, houve um corte de 40% no número de bolsas para doutoramento e pós-doutoramento, num universo em que a grande maioria dos investigadores são eternos bolseiros, que di-fi cilmente terão acesso a um contrato de trabalho, só lhes restando a emigração. Em

2014 foram divulgados os re-sultados da primeira avalia-ção feita aos centros de in-vestigação que concluíram que de um universo de 322 unidades de investigação, foram condenadas à morte a curto prazo 154, perto de metade. Com este processo, e considerando que as uni-

dades de investigação são o principal centro de apoio à produção científica, o nú-mero de investigadores já sentenciados à exclusão é de cerca de 5 mil, num total de perto 15.500. Os 1904 inves-tigadores das 71 unidades já liquidadas serão despedidos gradualmente nos próximos

seis anos.A municipalização da Edu-

cação deu os seus primeiros passos no fi nal do ano letivo anterior, com a tentativa dos ministérios de Nuno Crato e Poiares Maduro de lan-çar um regime experimen-tal num número limitado de concelhos, entrando em ne-gociações com os municí-pios e mantendo as escolas, numa primeira fase, comple-tamente fora deste processo. Com o caos instalado no MEC e em muitas escolas nos me-ses de setembro e outubro, só em novembro começa-ram de novo as movimenta-ções em torno desta questão, sendo intenção do Governo, já no final do seu mandato, lançar este processo a par-tir dos inícios de 2015, num contexto metodológico algo voluntarista e anárquico, que tem sido também pautado pelo secretismo, pela ausên-cia de um suporte legislativo enquadrador, pela indefini-ção de uma série de ques-tões mais ou menos decisi-vas, como são as ligadas às transferências fi nanceiras da administração central para a local e ao seu enquadra-mento orçamental nos mu-nicípios, as que estão ligadas aos bónus fi nanceiros conce-didos pela diminuição do nú-mero de docentes, ao plane-amento e gestão curriculares, à responsabilidade no equi-pamento e manutenção das escolas, entre outras ques-tões que não são menores. Abrantes, Constância e Ma-ção parecem querer embar-car nesta aventura que se tem revelado nos seus come-ços bastante nebulosa. Resta saber o que pensam os pro-fessores e as escolas destes concelhos.

Rolando F. Silva

Educação e ensino em balanço

• A prova dos professores foi um dos momentos polémicos do ano

• Três municípios da região parecem querer assumir mais responsabilidades de gestão educativa

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14 JANEIRO 2015POLÍTICA

Nelson de Carvalho renuncia ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Abrantes

Maria do Céu Albuquerque entra no Secretariado Nacional do PS

O p r e s i d e n t e d a A s -sembleia Municipal de Abrantes, Nelson de Car-valho (PS), renunciou ao mandato invocando razões pessoais e profi ssionais, se-gundo uma carta do pró-prio a que a Antena Livre teve acesso. Vai candidatar-se ao CRIA.

Na carta de renúncia, Nel-son de Carvalho, que havia sido eleito para o cargo em outubro de 2013, justifi ca a decisão com “opções pes-soais de vida e do tipo de atividade profi ssional e de envolvimento cívico que pretende assumir”.

Nelson de Carvalho, de 60 anos, afirma no docu-mento que entregou no dia 27 de novembro de 2014 nos Serviços de Apoio da Assembleia Municipal de Abrantes que vai assim co-locar “um ponto fi nal na in-tervenção social e cívica em termos de participação

e envolvimento direto nos órgãos do município e da política local”.

Nelson de Carvalho foi presidente da Câmara Mu-nicipal de Abrantes, no dis-trito de Santarém, durante 16 anos (1994-2009), sem-pre eleito pelo PS.

O ex-autarca manifesta, no entanto, disponibilidade para continuar a sua “parti-cipação e intervenção cívi-ca num outro plano”, parti-cularmente na área da eco-nomia social.

Contactado pela Antena Livre, Nelson de Carvalho adiantou que vai concorrer ao cargo de presidente da direção do Centro de Re-cuperação e Integração de Abrantes (CRIA), instituição particular de solidariedade social (IPSS) que trabalha na área das pessoas com deficiência e na sua inte-gração na sociedade e no mercado de trabalho.

“A renúncia a este cargo liberta-me um pouco para o exercício da atividade profi ssional, que vai exigir muito tempo e dedicação, e também para o eventu-al exercício de gestão do CRIA, tendo em conta que vou apresentar uma lista e concorrer às próximas elei-ções”, justifi cou.

Um cargo que, a ser elei-to, apresenta responsabi-lidade de gestão para um período de quatro anos.

A próxima reunião da Assembleia Municipal de Abrantes vai decorrer em fevereiro de 2015, ocasião em que se elegerá um novo presidente deste órgão autárquico.

Joana Margarida Carvalho/Mário Rui Fonseca

O líder socialista, António Costa, promoveu uma reno-vação total no Secretaria-do Nacional do PS, órgão do qual estarão ausentes mem-bros da anterior equipa de António José Seguro, mas também dirigentes da atual bancada parlamentar.

A presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, é uma das escolhas do novo líder do Partido Socialista, António Costa, para integrar o secre-tariado nacional do partido.

A lista para o Secretariado Nacional do PS proposta por António Costa apresenta um total de 15 membros efeti-vos, dos quais só o vice-pre-sidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, já fez par-te de anteriores equipas de direção (lideradas por José Sócrates).

Todos os restantes 14 ele-mentos são novos, com particular destaque para a presença de Luís Patrão,

ex-secretário de Estado e ex-chefe de gabinete dos primeiros-ministros António Guterres e José Sócrates.

Entra também no Secreta-riado Nacional do PS um dos mais destacados deputados socialistas na área das fi nan-ças, João Galamba, conside-rado um dos “jovens turcos” deste partido e que entrou no parlamento por convite do ex-secretário-geral José Sócrates.

António Costa escolheu ainda para o Secretaria-do Nacional os ex-secre-tários de Estado Bernardo Trindade e Fernando Rocha Andrade, a vereadora da Câ-mara de Lisboa Graça Fonse-ca, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, e o ex-governador civil de Bragança Jorge Gomes.

Na nova equipa, estará tam-bém o ex-secretário de Es-tado e vereador da Câma-ra do Porto Manuel Pizarro, a presidente da Câmara de

Abrantes, Maria do Céu Al-buquerque, e a ex-autarca de Vila Franca de Xira Maria da Luz Rosinha.

António Costa convidou ainda para o órgão de dire-ção restrita do PS o deputa-do e presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Es-trangeiros, Sérgio Sousa Pin-to, o constitucionalista Pedro Bacelar, a sindicalista Wanda Guimarães e, fi nalmente, Por-fírio Silva, que é um dos seus mais próximos conselheiros políticos de Costa e que foi várias vezes candidato à lide-rança da JS na década de 80.

A p re s i d e n t e d a C M Abrantes, Maria do Céu Albu-querque, é apoiante de An-tónio Costa desde o início do processo que levou à saída de António José Seguro da li-derança socialista, tendo dis-putado a distrital do PS de Santarém nas eleições para as distritais deste ano, ganhas por António Gameiro.

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15JANEIRO 2015 SAÚDE

Utentes dos Serviços Públicos de Abrantes recolhem 7 mil assinaturas em defesa da maternidadeA Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Conce-lho de Abrantes (CUSPCA) anunciou no dia 10 de de-zembro a recolha de quase 7000 assinaturas pela defesa e manutenção da materni-dade no hospital de Abran-tes.

O porta-voz da CUSPCA, Manuel Soares, regozijou-se com os resultados da cam-panha em defesa da materni-dade, tendo observado que “as 6895 assinaturas recolhi-das só foram possíveis com a colaboração de muito do co-mércio local”, uma iniciativa que, destacou, “teve para já o mérito de o Ministério da Saúde vir dizer que não está decidido o encerramento da maternidade” em Abrantes, concelho com cerca de 40 mil habitantes.

Integrada no Centro Hospi-

talar do Médio Tejo (CHMT), as diversas valências e ser-viços estão repartidos, em regime de complementari-dade, entre as três unidades hospitalares que constituem o CHMT - Abrantes, Tomar e Torres Novas -, estando a maternidade instalada no hospital de Abrantes, a cerca de 150 quilómetros de Lis-boa.

O porta-voz da CUSPCA jus-tifi cou o lançamento de um abaixo-assinado para “reafi r-mar a necessidade de cuida-dos de proximidade e qua-lidade”, tendo destacado as “constantes informações ofi -ciais que colocam em causa a permanência de muitos ser-viços hospitalares, nomeada-mente a maternidade”.

O coordenador da CUSPCA afirmou, no entanto, “conti-nuar a temer pelo encerra-mento da maternidade num

futuro mais ou menos pró-ximo”.

“A publicação da Portaria 82/2014, que visa a reclassifi -cação das unidades hospita-lares, o contínuo decréscimo

de partos na maternidade de Abrantes (muito longe dos 1500, que é o número mínimo referenciado como ideal para um serviço de qua-lidade), a incerteza quanto

a anunciados encerramen-tos, e a apatia das sucessivas administrações do CHMT na promoção e dinamização da maternidade de Abrantes” são os motivos apontados.

As assinaturas recolhidas ao longo dos últimos dois me-ses vão ser enviadas ao Mi-nistro da Saúde, e o resultado obtido vai ser dado a conhe-cer aos grupos parlamenta-res, autarcas e aos responsá-veis das unidades de saúde da Região.

“A importância social e hu-mana do serviço de mater-nidade para o concelho de Abrantes e para toda a re-gião, merece que continue-mos atentos e mobilizemos as populações em sua de-fesa”, reforçou Manuel Soares, tendo defendido ainda que a cobertura de todo o terri-tório concelhio, ao nível de cuidados primários de saúde, “obriga à existência de unida-des de saúde móveis e à colo-cação de médicos de família nas freguesias com mais po-pulação”.

Mário Rui Fonseca

• O abaixo-assinado serve para “reafi rmar a necessidade de cuidados de proximidade e qualidade”

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16 JANEIRO 2015EMPRESAS

Vila de Rei vai ter novo empreendimento turístico junto à Albufeira de Castelo do Bode

Cooperativa de Vila de Rei aposta em lagar, destilaria e zona de embalamento

A Câmara de Vila de Rei anunciou a instalação de um novo empreendimento turís-tico no concelho, junto à Al-bufeira de Castelo do Bode, no âmbito de um investi-mento privado vocacionado para a exploração do turismo rural.

A denominada “Herdade Foz da Represa”, projeto de empresários holandeses, passa pela instalação de in-fraestruturas turísticas na zona da Cabecinha, em Vila de Rei, e projeta a reconstru-ção e alteração de algumas ruínas existentes no local, e que irão permitir a criação de uma zona para receção, zona de estar, wine bar (para pro-vas de vinhos portugueses) e um ponto de venda de pro-dutos locais.

O empreendimento turís-tico, a instalar na localidade que assinala o centro geodé-sico de Portugal, prevê ainda a construção, nas proximida-des, de um estabelecimento de alojamento local - Bouti-que Resort -, com 10 peque-nas unidades de 30 metros quadrados (bungalows), a instalação de infraestruturas

para a existência de um “wel-ness centre”, com biopiscina, sauna, banho turco, zona de massagens e jacuzzi, e de um pátio exterior para a organi-zação de casamentos e ou-

tros eventos.O projeto pretende igual-

mente ser vocacionado para atividades náuticas (canoa-gem e mergulho) e despor-tos ao ar livre (BTT, trekking e

pedestrianismo).Integrado em zona impe-

ditiva de construção por via do Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo de Bode (POACB), o projeto, que

aguarda há um ano por li-cença para avançar, teve este mês “luz verde” depois da aprovação do Conselho de Ministros de um pedido do município para a suspensão

parcial do POACB, na área tu-rística entre Macieira e Cabe-cinha.

Em declarações ao JA, o ve-reador do Turismo da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César, do PSD, congra-tulou-se com o investimento que vai ser realizado no con-celho, tendo observado que a nova infraestrutura irá con-seguir “potenciar e qualifi car a atração turística”.

“É um projeto que nos agrada pela qualidade e pela oferta diferenciadora, para além de atrair públicos espe-cífi cos diversifi cados, aliando o turismo ao património na-tural, aos recursos endóge-nos do território, aos sabores e saberes dos produtos lo-cais”, destacou.

Com uma área de cerca de 190 quilómetros quadrados e integrando a maior man-cha de pinheiro bravo da Eu-ropa, o município de Vila de Rei está rodeado pelas águas da albufeira de Castelo de Bode, com cinco praias fl uvi-ais classifi cadas e mais de 50 quilómetros de vista panorâ-mica sobre a albufeira.

Mário Rui Fonseca

A Câmara de Vila de Rei anunciou um investimento na ordem dos 300 mil euros na construção de um lagar e uma destilaria, com zona de embalamento, através da criação de uma Cooperativa Agrícola de Interesse Público.

Em causa está a constru-ção de um lagar comunitá-rio, para produção e emba-lamento do azeite produzido naquele município, uma des-tilaria, para aproveitamento dos medronheiros e produ-ção de compotas e aguar-dente de medronho, e ainda uma zona de embalamento, para comercialização e esco-amento dos produtos.

Com a criação da Coopera-tiva Agrícola de Vila de Rei, a constituir através de capitais públicos, de autarquia, juntas

de freguesia, pessoas a título individual e produtores as-sociados, as novas valências vão abranger os produtores locais que terão um “acesso mais próximo e menos dis-pendioso a este tipo de infra-

estruturas”, destaca a autar-quia, em nota de imprensa.

O vice-presidente da Câ-mara de Vila de Rei, Paulo Cé-sar, disse à Antena Livre que a Cooperativa Agrícola é uma “estrutura única e a primeira

cooperativa no concelho” e que fará, no âmbito regional, “a articulação e gestão da ar-mazenagem, transformação e comercialização dos pro-dutos agrícolas”, gerando ga-nhos em termos de competi-

tividade.“Em Vila de Rei toda a gente

tem uma porção de terreno e toda a gente produz, de forma mais ou menos inten-siva, mas, ao nível da pro-dução e embalamento, não

existia uma ferramenta única e que servisse o interesse co-mum, no que respeita à fl o-resta e agricultura”, observou, tendo adiantado que as no-vas infraestruturas deverão estar operacionais em mea-dos de 2015.

A título de “exemplo e de sinal para os produtores”, os serviços municipais procede-ram esta semana à plantação do seu primeiro hectare de medronheiros, com cerca de 1 000 árvores plantadas, num terreno da autarquia locali-zado em Saborosa, perto da aldeia de Milriça.

O município de Vila de Rei pretende que esta plantação de medronheiros se estenda, num futuro próximo, por um total de 16 hectares.

Mário Rui Fonseca

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17JANEIRO 2015 EMPREENDEDORISMO

A iniciativa da Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo, parque de ciência e tecnolo-gia localizado nas antigas ins-talações União Fabril do Azo-to da CUF, em Alferrarede, está integrada nas celebra-ções do seu 10.º aniversário.

Até ao dia 13 de fevereiro está a decorrer o 3º Concur-so de Projetos Empresariais INOV.POINT. Esta iniciativa do TAGUSVALLEY – Tecno-polo do Vale do Tejo preten-de reforçar o tecido empre-sarial da região e incentivar o surgimento de iniciativas empreendedoras de base tecnológica no Médio Tejo.

O concurso destina-se a ideias de negócios nos se-tores Agroalimentar, da Metalomecânica, Energia e Tecnologias de Informa-

ção e Comunicação, e po-dem concorrer pessoas sin-gulares, maiores de 18 anos, bem como coletivas cons-tituídas há menos de três anos, com o objetivo de ex-plorar um projeto inovador ou de base tecnológica com aplicabilidade no mercado e com o intuito de o implemen-tar no Médio Tejo.

As candidaturas apresenta-das são sujeitas a uma primei-ra seleção, onde serão identi-fi cadas as que passarão à se-gunda fase do concurso. Os promotores dos projetos que integrarem esta segunda par-te do concurso devem desen-volver uma estratégia de co-municação, os modelos de negócio e de fi nanciamento da ideia de negócio.

Os critérios de avalia-ção na primeira fase pren-

dem-se com fatores como o Curriculum Vitae (CV ) académicos e profissional dos concorrentes (com um peso de 20 por cento); Inte-resse estratégico para a Re-gião Centro (30 por cento); e

diferenciação do projeto rela-tivamente às soluções conhe-cidas no mercado (este pon-tuado com 50 por cento).

Serão premiadas as três me-lhores ideias com serviços de apoio e incubação no Tecno-

polo do Vale do Tejo.Para se candidatar ao 3º

Concurso de Projetos Em-presariais deve ir ao sítio da Internet do TAGUSVALLLEY (www.tagusvalley.pt), preen-cher o formulário disponível

e enviar ou entregar no Tec-nopolo do Vale do Tejo junta-mente com a documentação solicitada para esta ação.

Este parque empresarial re-sultou da aposta da Câmara Municipal de Abrantes (em novembro de 2003) em es-timular o empreendedoris-mo e a competitividade na região do Médio Tejo, ten-do por base a Inovação e a Tecnologia.

A promoção de atividades de investigação e formação com interesse empresarial, a valorização pela partilha de informação, conhecimento e boas práticas existentes, e a cooperação em processos de melhoria da qualificação da população ativa são outros dos princípios de trabalho do Tecnopolo do Vale do Tejo.

MRF

O BNI Estratégia de Abrantes promoveu um jantar de na-tal de solidariedade a favor do Patronato Santa Isabel. A ação solidária aconteceu no passado dia 12 dezembro, em S. Lourenço, e resultou numa angariação de 3.100 euros para a instituição.

Ao longo da noite, os em-presários promoveram uma coleta de roupa e calçado usado, procederam à entrega de um computador e ainda entregaram um conjunto de prendas às nove raparigas da instituição.

Alberto Margarido, prove-dor da Santa Casa da Miseri-córdia de Abrantes, entidade que é responsável pelo Patro-nato, explicou que são estas ações solidárias que permi-tem a continuação de um tra-balho social para com as rapa-rigas que são apoiadas pela instituição de acolhimento temporário.

“A sociedade civil está a mo-bilizar-se cada vez mais em torno desta causa, numa al-

tura difícil para com as em-presas, as famílias, para com todos. Neste momento, o Pa-tronato está com nove jovens, entre os 12 e os 18 anos. Aos 18 anos muitas destas jovens têm saído da instituição para ingressarem em estudos su-periores ou profi ssionais”, ex-plicou o Provedor.

Joaquim Matias Dias, pre-sidente do BNI Estratégia, adiantou que este jantar soli-dário que já se realiza desde o ano de 2011, sempre a favor

de uma instituição social do concelho, demonstra “que há uma preocupação por parte dos empresários em ajudar a sociedade”.

“Este ano, a escolha recaiu no Patronato e inovámos, não só entregámos a verba an-gariada, como também, um conjunto de prendas de Natal, bem como aspiramos conse-guir mais computadores para entregar à instituição”, acres-centou Joaquim Matias Dias.

Joana Margarida Carvalho

Tecnopolo do Vale do Tejo promove concurso de projetos empresariais

BNI Estratégia entrega 3.100 euros ao Patronato St. Isabel

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• Serão premiadas as três melhores ideias segundo Pedro Saraiva, diretor executivo (na foto)

• BNI Estratégia entregou roupa, calçado, um computador e um conjunto de prendas ao Patronato

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Uma casa que foi totalmen-te destruída pelas chamas e fez dois desalojados, no início de dezembro, em En-trevinhas, no concelho de Sardoal, está a ser integral-mente reconstruída por um movimento de solidarieda-de da população local.

O incêndio, que demorou 25 minutos a devastar o tra-balho de uma vida de João e Isaura, ambos de 57 anos de idade, desalojou o casal ha-bitante da pequena aldeia, com cerca de 90 habitantes, tendo a família perdido to-dos os seus bens, para além de João ter sido hospitaliza-do com queimaduras gra-ves.

“Em poucos minutos isto ardeu tudo, fi quei sem casa e sem nada para vestir e para calçar, sem comer e sem dinheiro. Só restaram as paredes”, lembrou à agên-

cia Lusa Isaura Filipe, desde o dia 6 de dezembro a vi-ver em casa de uma irmã, na mesma aldeia.

O marido, João, condicio-nado fi sicamente por um re-cente AVC (acidente vascu-lar cerebral) não conseguiu escapar à rápida propaga-ção das chamas, estando internado desde então em Lisboa devido a queimadu-ras de primeiro e segundo graus na face, na cabeça, no pescoço e numa perna.

Leopoldina Fernandes, 73 anos, a primeira vizinha a dar o alerta, disse à Lusa que quando chegou à habitação o “fumo saía por todo o lado, pelas portas e pelas janelas”.

“Foi um pânico completo, só me deu para vir para o meio da rua gritar por socor-ro”, lembrou.

Vitor Neto, vice-presidente da Associação de Melhora-mentos e Amigos de Entre-

vinhas (AMAE), destacou a “espontaneidade reativa” da população, tendo a AMAE promovido de imedia-to uma reunião para “con-certar esforços e fazer uma listagem de todas as tarefas a executar”.

Para a reconstrução da ha-bitação, a AMAE conta com o trabalho de mais de 25 pro-fi ssionais de diversas áreas, desde pedreiros a serventes, instaladores de gás, coloca-dores de salamandras, colo-cadores de chão flutuante, canalizadores, ladrilhadores e eletricistas, entre outros.

“Ver toda esta gente aqui a trabalhar e a colaborar nes-ta ação deixa qualquer um sem palavras. Eu não podia deixar de vir”, disse Francis-co Lopes, pedreiro aposen-tado, 69 anos.

António David, encarre-gado de construção civil, também aposentado, des-

tacou a “missão de apoio a uma família que teve um azar”, tendo sublinhado que a intervenção está a decor-rer “com espírito de entrea-juda, humanitário e em har-monia”.

“Vamos estar aqui a tra-balhar até reconstruirmos a habitação a estas pessoas”, vincou.

“Nunca pensei que hou-vesse tanta gente para fa-zer tanto bem, e o meu Na-

tal vão ser estes dias em que me estão a ajudar na casa”, destacou Isaura Filipe. “Este gesto solidário era o melhor Natal que estas pessoas po-deriam dar”.

MRF/LUSA

SOCIAL JANEIRO 2015

DR

28 idosos de Rio de Moinhos correm risco de fi car sem apoios

Onda solidária reconstrói habitação em Sardoal de casal desalojado por incêndio

O Centro de Apoio a Ido-sos de Rio de Moinhos ne-cessita de uma nova equipa diretiva para um próximo mandato, com a duração de três anos.

No passado mês de no-vembro, foi realizada uma Assembleia-Geral com o intuito de encontrar uma nova direção que levasse por diante os destinos da instituição. No entanto, n i n g u é m co m p a re ce u. Neste momento, o prazo limite para a apresenta-ção de uma lista será até o próximo mês de março de 2015, altura em que a atual direção irá apresentar as contas relativas ao man-dato anterior.

João Dono, fundador e presidente da instituição, não reúne condições para voltar a recandidatar-se de-vido à lei que limita o nú-mero máximo de manda-tos. O atual dirigente ad-

mite a intenção de poder “passar o seu cargo a pes-soas com ideias novas. É preciso sangue novo na di-reção.”

Atualmente, esta institui-ção tem à sua responsabili-

dade 23 idosos. No que diz respeito às valências, o Cen-tro de Apoio a Idosos pres-ta serviço ao domiciliário desde 2006, e ainda tem 5 idosos na valência de Cen-tro de Dia. Numa totalida-

de de 5 postos de traba-lho dedicados a estas duas valências, é no serviço ao domicílio que se concen-tram os maiores apoios. Dos serviços fazem parte a higiene pessoal e domi-

ciliar, as refeições do dia, o tratamento de roupa e ain-da a assistência farmacêu-tica.

Filomena Lopes, uma das técnicas que realiza estes serviços ao domicílio, em que os trabalhos atingem tanto o esforço do corpo como o da alma, garante que quando foi convidada para trabalhar nesta insti-tuição sentiu que fi nalmen-te iria começar a fazer aqui-lo que gostava.

“Foi como se me tivesse calhado o euro milhões, a sorte grande. Gosto muito do que faço e espero que seja encontrada uma solu-ção em breve para o cen-tro. Não são só os nossos empregos que estão em causa. Mais que isso, são todos estes idosos que po-dem perder estes apoios essenciais, principalmente nesta fase da vida,” conta a técnica.

O Centro de Apoio a Ido-sos de Rio de Moinhos sur-giu através da doação de um edifício, ainda na dé-cada de 90, e mais tarde, através da doação de uma carrinha para o transporte dos idosos à Sta. Casa da Misericórdia em Abrantes. Em 2003, iniciou oficial-mente atividade e come-çou a cumprir o seu pro-pósito.

João Dono demonstra preocupação com o facto de ainda ninguém ter aceite os seus convites para assu-mir o seu cargo, nem tão pouco alguém demons-trar interesse em apresen-tar uma lista. Revela ainda que “seria muito triste ver um projeto tão antigo aca-bar, por ninguém se chegar à frente para assumir este cargo.”

Sandra Eunice Reis

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• População mobilizou-se na ajuda ao casal desalojado

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19INVESTIMENTOJANEIRO 2015

SANTA MARGARIDA DA COUTADA

Uma nova resposta social em Constância

O novo lar da Santa Casa da Misericórdia de Constân-cia, sediado na freguesia de Santa Margarida da Cou-tada, vai abrir dia 29 de de-zembro, já com um acordo firmado com a Segurança Social, anunciou António Teixeira provedor da insti-tuição.

Integrado na freguesia mais populosa, o novo equi-pamento direcionado à ter-ceira idade, vem dar uma nova resposta social ao con-celho, mas também às locali-dades vizinhas.

Com um investimento de cerca de 1 milhão 612 mil euros, apoiado pelo Pro-grama Operacional Potencial Humano, POHP, com 75% a fundo perdido, o novo lar terá a capacidade para aco-lher 40 idosos em interna-mento, e irá criar, “consoante o número de admissões, 17 novos postos de trabalho”, adiantou o responsável.

Numa primeira fase, o novo lar vai dedicar-se ao interna-mento e numa segunda fase, irá abranger outros serviços como o apoio domiciliário,

o centro de dia e o centro de noite.

A CM de Constância cedeu o terreno para a construção do novo equipamento, ofe-receu os estudos e projetos envolvidos no processo, e ainda comparticipou o novo empreendimento em 300 mil euros. Também, a Junta de Freguesia de Santa Mar-garida e a população local apoiou o projeto. António Teixeira referiu que “foi gra-ças a este congregar de es-forços e vontades que foi

possível dar uma nova res-posta à comunidade mais idosa”.

O Provedor admitiu ainda que “a lista de espera da Santa Casa era grande e ha-via de facto a necessidade de uma nova alternativa, ga-rantindo uma proximidade na assistência, que anteri-ormente estava dificultada com os serviços apenas cen-tralizados na vila de Cons-tância”.

Joana Margarida Carvalho

• Provedor da Santa Casa da Misericórdia salienta o “congregar de esforços”

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A Câmara Municipal de Abrantes aprovou a atribu-ição de apoios no âmbito do FinAbrantes Medida 2 Desporto, para a época desportiva 2014/2015, no montante global de cerca de 180 mil euros.

O município atribuiu para as atividades desportivas federadas, que contam com a participação de cerca de 27 clubes e associações, em 19 modalidades diferentes, com cerca de 1400 atletas, 175 mil euros.

Na área das atividades desportivas ou recreativas de lazer, que reúnem nove coletividades em seis mo-dalidades diferentes, onde estão integrados 253 parti-cipantes, o valor atribuído foi de cerca de 6.744 euros.

“Para nós este incentivo reveste-se de grande im-portância. De tal modo, que a nossa estratégia para 2014 - 2020 é dar continui-dade ao FinAbrantes, sem-pre com exigência e com o objetivo de estimular a prática desportiva”, ad-mitiu Maria do Céu Albu-

querque, presidente da CM Abrantes.

A assinatura dos protoco-los com os clubes e associa-ções concelhias realizou-se no passado dia 5 de dezem-bro, no Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “Os Dragões”, em Rossio ao Sul do Tejo.

Arrelvamento e novo pavilhão sem previsão de arranque

Maria do Céu Albuquer-que referiu ao JA que não sabe quando é que autar-quia poderá proceder ao arrelvamento dos campos pelados onde existem equi-pas na II Divisão Distrital, nas freguesias de Tramagal, Pego e Alferrarede.

“Temos três campos de relva sintética e temos de saber muito bem onde va-mos fazer investimento mediante as circunstâncias do país. Pedimos aos clubes que se organizem, que po-nham a atividade despor-tiva a funcionar, de forma

regular e efetiva para que depois possamos pensar em conjunto numa forma de melhorar estes equipa-mentos desportivos”, expli-cou a presidente.

Sobre o novo pavilhão ini-cialmente previsto para a cidade desportiva, com in-vestimento na ordem de 1,5 milhão de euros, Maria do Céu Albuquerque admi-tiu que não “é uma priori-dade para nós, não é fi nan-ciável, pois o quadro comu-nitário não nos vai permitir fi nanciar um equipamento desta natureza”.

“Temos uma cidade des-portiva, outros pavilhões nas escolas e temos equi-pamentos que numa lógica supra municipal devem ser considerados. Contudo, está no nosso plano estra-tégico a construção de um pavilhão, não sabemos é para quando e onde o va-mos instalar”, vincou Céu Albuquerque.

Joana Margarida Carvalho

Câmara de Abrantes incentiva prática desportiva com 180 mil euros

Page 28: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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20 JANEIRO 2015REGIÃO

A Organização Mundial de Sa-úde considera que combater a obesidade tem um impacto na manutenção da esperança média de vida com qualidade. Estima-se que a prática de 150 minutos semanais de atividade física mo-derada reduza signifi cativamente o número de mortes por doença cardíaca a partir dos 30 anos de idade. Para se atingir este mon-tante é necessário fazer cerca de 20 minutos de atividade física di-ária, podendo repartir-se por dois períodos de 10 minutos. Estes 150 minutos de atividade física mode-rada podem ser substituídos por 75 minutos de atividade física de

intensidade vigorosa.A atividade física de intensidade

moderada carateriza-se por au-mento de pulsação e por sudação. Neste tipo de atividade consegue-se falar pausadamente, mas não se consegue, por exemplo, can-tar. Na atividade física de intensi-dade vigorosa existe um grande aumento da pulsação, sudação in-tensa e tem-se difi culdade em fa-lar sem fazer pausas para respirar. Neste tipo de atividade podem incluir-se a corrida, andar de bici-cleta ou nadar vigorosamente, jo-gar ténis, basketball ou futebol.

Sabemos que o excesso de peso, o tabagismo, a hipertensão arte-

rial, o sedentarismo e a prática de uma alimentação com excessos são os principais fatores causado-res de doenças cardíacas.

As doenças como a diabetes, a hipertensão arterial, os proble-mas cardiovasculares e vários ti-pos de cancro têm como fator de risco comum a obesidade, em es-pecial quando a gordura acumu-lada se encontra na região da cin-tura. Numa sociedade em que, cada vez mais aquilo que se con-sidera “peso normal” está a níveis considerados como excesso de peso, as estratégias para emagre-cer têm tido resultados modestos. O combate à obesidade torna-se

um problema de saúde pública, pois os estudos existentes mos-tram que a obesidade e a pré-ob-esidade estão a aumentar.

A perda de peso está relacio-nada com a capacidade que cada um tem para investir numa mu-dança de hábitos de vida: fazer uma alimentação saudável e equi-librada e a prática de atividade fí-sica regular.

Para perder peso é preciso mu-dar de vida! Algumas recomen-dações:

• Altere o estilo de vida, com a adoção de uma alimentação equi-librada conjugada com a prática de atividade física moderada.

• Se necessário consulte um nu-tricionista, que ajudará a identi-ficar a raiz do problema e as so-luções.

• Deve ter cuidado com as dietas radicais. Podem acarretar riscos graves para a saúde.

• Combata o sedentarismo entre os mais novos e lute contra a ideia que nos foi transmitida pelos nos-sos antepassados, de que “uma criança gordinha é a mais resis-tente/saudável”, porque a gordura já não é formosura.

Nuno Barreta, Enfermeiro da USP do Médio Tejo

Mudar de vida, para perder peso!ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Maria do Céu Albuquerque, pre-sidente da CM de Abrantes, anun-ciou o encerramento da Pousada da Juventude da cidade.

A autarca explicou que a notifi -cação chegou por parte da Movi-jovem, entidade que faz a gestão do espaço, que “considera que du-rante esta época de inverno, há menos afl uência ao equipamento, que o défi ce de exploração é um valor com algum significado, e que por isso não se justifi ca man-ter o espaço aberto”.

Segundo Maria do Céu Albu-querque, a Câmara Municipal de Abrantes ainda ponderou asse-gurar a manutenção do equipa-mento até ao próximo mês de março, altura em que há o com-promisso de voltar abrir o espaço, contudo a autarca explicou que a solução apresentada pela autar-quia não foi bem aceite.

“A Movijovem propôs à Câmara que assegurasse o défice de ex-ploração até ao próximo mês de março, por sua vez a Câmara acei-tou e propôs que a pousada fosse utilizada gratuitamente para as nossas iniciativas autárquicas.

Contudo, não nos pareceu haver uma abertura para o efeito, mas continuamos disponíveis para dis-cutir outras soluções”, explicou a presidente.

Atualmente, a Pousada da Ju-ventude, com capacidade para 70 visitantes, reúne um conjunto de problemas estruturais e carece de uma reabilitação profunda.

“A pousada precisa de uma grande reabilitação. No nosso en-

tendimento, tem de haver a garan-tia de fundos comunitários para este tipo de intervenções, uma vez que o investimento é muito grande. Certo é que não pode-mos assumir mais custos que não são da responsabilidade da autar-quia”, vincou Maria do Céu Albu-querque. O anúncio do encerra-mento foi realizado na reunião do executivo camarário, no dia 2 de-zembro. JMC

Pousada da Juventude encerrada ao público

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A Associação de Melhoramentos do Tramagal (AMFT) inaugurou no dia 20 de dezembro um parque infantil, o único que fi ca a fun-cionar na vila, junto aos atuais campos de ténis, na zona despor-tiva da vila.

O projeto, que orçou em cerca de 125 mil euros, foi compartici-pado em 75% por fundos comunitários (20% pela autarquia e 5% pela AMFT), e prevê ainda a criação, no futuro, de um campo mul-tiúsos no espaço contíguo e que permita a prática de diversos ti-pos de modalidade.

António Veiga, presidente da AMFT, disse que o novo parque infantil “acrescenta oferta e qualidade de vida à população”, um equipamento que vem colmatar uma lacuna na vila, com cerca de 5 mil habitantes, e que não tinha um único equipamento do género em funcionamento.

Um memorial aos Combatentes da Grande Guerra vai ser colo-cado no espaço ocupado pelo antigo parque infantil, no Largo dos Combatentes.

Page 29: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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21JANEIRO 2015 VILA DE REI

A Câmara de Vila de Rei quer a atribuição do estatuto de “Conjunto de Interesse Na-cional ou Público” às co-nheiras existentes no conce-lho, tendo formalizado um protocolo com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) para suporte técnico especi-alizado.

MÁRIO RUI FONSECAO protocolo assinado com

o IPT prevê a constituição de uma equipa para prepa-rar um dossiê de candida-tura das conheiras - minas de exploração de ouro a céu aberto - à classificação de “Conjunto de Interesse Naci-onal ou Público”.

As conheiras são “visí-veis nas margens da ribeira do Codes e do rio Zêzere, constituindo amontoados

de enormes conhos” (sei-xos) resultantes da explo-ração do ouro por aluvião, presumivelmente na época romana e anteriores.

O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César (PSD), disse à Antena Livre que, com a classifi cação pretendida po-derão ser tomadas “novas medidas de preservação e conservação daqueles aglo-merados de pedras que tes-temunham a exploração au-rífera, impedindo a vanda-lização” que alguns destes locais têm vindo a sofrer ao longo dos anos.

“Apesar de termos defen-dido as conheiras com o estatuto de património de interesse municipal, já vi-mos acontecer de tudo um pouco, como o roubo de

conhos para construção ci-vil, plantações de eucalip-tos nestas áreas, utilização dos espaços como lixeiras a céu aberto, entre outros”, apontou.

Os vestígios da exploração de ouro em Vila de Rei ocu-pam toda a zona centro e sul do concelho, e ocupam uma área de cerca de metade de um total de 194 quilómetros quadrados que constituem aquele município do distrito de Castelo Branco.

“Vila de Rei ainda hoje é co-nhecida como a terra que dá ouro, e, no tempo dos roma-nos, este concelho era uma mega fábrica de extrair ouro, com um património, histó-rias e legados como os po-ços que construíram com profundidades enormes, as barragens para armazena-

mento de água e os canais de água para distribuição e lavagem de terras”, desta-cou.

“Isto era uma autêntica ci-dade que só vivia para a ex-ploração aurífera e os roma-nos descabeçavam montes

inteiros para a lavagem de terras e perseguição dos fi -lões”, enfatizou o autarca.

Com o reconhecimento de interesse público nacional, o autarca afirma conseguir “proteger, divulgar e criar um projeto histórico e turís-

tico”, com percursos pedes-tres e um Centro de Inter-pretação, que permita ao vi-sitante tomar conhecimento do que são as conheiras, e da forma como era extraído e processado todo o método de extração.

Vila de Rei quer classifi cação de conheiras no concelho

• Os vestígios da exploração de ouro ocupam toda a zona centro e sul do concelho vilarregense

Page 30: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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22 JANEIRO 2015CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Abrantes

Até 3 de janeiro de 2015 – Exposição “Realidades e Mitos”, pintura de Joaquim de Carvalho – Biblioteca Municipal António Botto Até 3 de Janeiro de 2015 – Exposição bibliográfi ca de José Alberto Marques – Biblioteca Municipal António BottoAté 8 de janeiro de 2015 – Exposição de Presépios pelos alunos de Educação Visual e Educação Mora e Religiosa Católica da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes - Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes de segunda a sexta, das 17h às 21h30Até 23 de janeiro de 2015 – Galeria Aberta, trabalhos de artistas locais – QuARTel, Galeria Municipal de Arte31 de janeiro – “Chaos”, espetáculo de magia com Luís de Matos – Cineteatro São Pedro, 21h30

Constância

A partir de 21 de dezembro – Exposição “Física do Voo” – Centro de Ciência Viva, das 14h30 às 18h2 a 31 de janeiro – Mostra bio-bibliográfi ca de Valter Hugo Mãe – Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h30Dvdteca à Quarta – Biblioteca Alexandre O´Neill, às 15h:14 de janeiro – “Princesa Sofi a – Era uma vez uma princesa”21 de janeiro – “Matraquilhos”28 de janeiro – “Os Maias – Cenas da vida romântica”

Mação

Até 7 de janeiro de 2015 – Exposição “Presépios em espaço público”

Sardoal

Até 7 de março de 2015 – Exposição alusiva ao Teatro do GETAS – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil VicenteAté 2 de janeiro de 2015 – Iniciativa “Doce Natal” – Biblioteca Municipal de Sardoal, das 14h30 às 16h30Vila de Rei Até 7 de janeiro de 2015 – Centro Livro Natal, venda de livros – Biblioteca Municipal José Cardoso PiresAté 7 de janeiro de 2015 – Venda de Natal, exposição de trabalhos realizados pelos utentes da Fundação João e Fernanda Garcia – Biblioteca Municipal José Cardoso PiresAté 6 de janeiro de 2015 – Exposição do VIII Concurso de Presépios Tradicionais e Presépios de Montra – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da Barquinha

Até 11 de janeiro – Exposição “Confi dencial/Desclassifi cado: Missa Campal”, fotografi a de Manuel Botelho – Galeria do Parque

AGENDA DO MÊS

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O mágico Luís de Matos, que anda em digressão pelo país a apresentar o espe-táculo “Chaos”, vai estar no Cineteatro São Pedro, em Abrantes, no dia 31 de janeiro, às 21h30. Numa experiência mágica de cerca de 90 minutos, Luís de Matos vai interagir com o público de forma espon-tânea, numa viagem pessoal e intrans-missível. Neste espetáculo, os mais estra-

nhos elementos interagem de forma sur-preendente, numa coleção de mistérios tornados realidade em cada representa-ção, constituindo uma viagem pessoal, in-transmissível e memorável.

Sobejamente reconhecido a nível na-cional e internacional, Luís de Matos é o mágico português mais premiado, tendo sido distinguido em 2013 com o “Magic

Golden Grolla”, um dois mais prestigiados prémios italianos atribuído aos melhores artistas na área do cinema, televisão, mú-sica e magia.

Os bilhetes custam 10€ e podem ser comprados no Posto de Turismo de Abrantes ou na bilheteira do Cineteatro São Pedro, no dia do espetáculo.

32 anos de teatro do GETAS em exposição no Cá da Terra

Luís de Matos espalha o “Chaos” em Abrantes

“GETAS - 32 Anos de Teatro” é a exposição que está patente no Cá da Terra, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, até ao próximo dia 7 de março.Integrada na celebração do 1.º aniversário deste espaço, esta mostra é uma homenagem ao trabalho que o GETAS tem desenvolvido na arte teatral desde a sua fundação e apresentará alguns fi gurinos usados nas peças mais em-blemáticas produzidas por este grupo.

Cenários e adereços de peças como “Jorge Dandin”, de Moliére, “A Severa e o Fado”, de Júlio Dantas, ou “O Mor-gado de Fafe em Lisboa”, de Camilo Castelo Branco, estão em exposição, mostrando, mesmo que resumidamente, os 32 anos de atividade do grupo fundado em 1982.

O GETAS – Centro Cultural de Sardoal é uma associação cultural sem fi ns lucrativos e a sua atividade não se re-sume apenas ao teatro, passa também pela dança, artes plásticas, fotografi a, música e outras promoções de cara-ter sociocultural.

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

BOSCH SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS PEGOP

HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00)

PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

Para celebrar esta época festiva, a equipa da Antena Livre e do Jor-nal de Abrantes jun tou-se para o seu tradicio-nal jantar de Natal, no passado dia 19 de de-zembro, no restaurante Tasquinha das Marga-ridas. Num momento de lazer, de descontra-ção e de encontro, reu-niram-se os colaborado-res e profissionais dos dois órgãos de comuni-cação.

Page 31: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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23JANEIRO 2015 PUBLICIDADE

CLINICA MÉDICA E REABILITAÇÃO

CONSULTAS

FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro

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Caixa de Previdência (ARS Santarém), ADSE, ADMFA, ADME, ADMG, CTT, SAMS, P. TELECOM,EDP, Seguradoras, Medis Saúde, Espirito Santo Seguros,

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Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTESTelef. 241 371 715 - Fax 241 371 715 - [email protected]

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTESLargo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIA Dr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio; Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVADr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraREUMATOLOGIADr. Jorge GarciaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana TorresOBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIA Dr. Luís CardigaORTOPEDIA Dr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIA Dr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTA Dr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

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Maria da Conceição BentoN. 06.03.191F. 30.11.2014Coalhos – Pego

AGRADECIMENTO

Seus filhos, netos, bisnetos e restante família, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se digna-ram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, no cemitério de Rossio ao Sul do Tejo, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.A todos o nosso profundo reconhecimento.

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia nove de

Dezembro de dois mil e catorze, exarada de folhas dezasseis a folhas dezoito, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E VINTE-A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores MARIA ISABEL AMÉLIA JÚLIO e marido JOAQUIM CARVALHO, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ele da freguesia e concelho de Sardoal, residentes na Rua do Zêzere, número 822, em Maxial, Fontes, Abrantes, DECLARARAM, que, com exclusão de outrém, ela é dona e legítima possuidora do Prédio rústico, sito em Horta de Baixo, na freguesia de Fontes, do Concelho de Abrantes, composto de horta, com área de cento e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte e de Nascente com Francisco Balbina Nunes, de Sul com Natividade dos Santos C. Fernandes e de Poente com Herdeiros de Manuel António e Herdeiros de José Lopes, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 186 da secção Al.

- Que o prédio ora justifi cado está inscrito na matriz em nome dela justifi cante mulher e que no Processo de Inventário que correu termos no Tribunal Judicial da Comarca de Abrantes, 3.ª Secção, com o número 39/1964 – por óbito de João Júlio dos Santos, avô paterno da justifi cante mulher- foi-lhe adjudicada, entre outros, METADE da Verba Quatro (“terra de semear, no sítio da Horta de Baixo, freguesia de Souto, a confrontar pelo nascente com ribeiro, norte Manuel António Aivado, sul e poente Amador Júlio, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo quatro mil novecentos e trinta e cinco, com o valor matricial corrigido de mil quinhentos e oitenta escudos. Não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial desta Comarca”), ainda no estado de solteira, menor (treze anos de idade).

- Que, com a passagem do Cadastro Geométrico no concelho de Abrantes, aquela METADE indivisa da verba Quatro do Inventário de 1964, deu origem ao prédio hoje matricialmente inscrito sob o artigo 186 da Secção Al.

- Que, ela justifi cante mulher, se encontra na posse do referido prédio desde a data do Processo de Inventário (1964), há mais de quarenta e nove anos portanto, usufruindo de todas as utilidades pelo mesmo proporcionada, cultivando-o, lim-pando-o, colhendo os frutos, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exerce um direito de propriedade próprio e legítimo, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, de modo pacífi co, contínuo e público, sendo reconhecida por toda a gente como sua dona, pelo que se pode afi rmar que adquiriu o identifi cado prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais.

- O outorgante marido, confi rmou que a sua mulher é possuidora do referido imóvel, desde mil novecentos e sessenta e quatro, e que era à data solteira.

- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

Abrantes, 9 de Dezembro de 2014A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre(Jornal de Abrantes n.º 5527 de Janeiro de 2015)

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SANTARÉM

INSTÂNCIA CENTRAL2.ª SECÇÃO DE COMÉRCIO- SANTARÉM

Processo de Insolvência nº 621/14.4TBABTInsolvente: Ana Mafalda Moura Rodrigues Vieira

ANÚNCIO DE VENDA FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado

o dia 19 de Janeiro de 2015, pelas 10.00 horas, para abertura de propostas a realizar no escritório da Administradora de Insolvência – Dr.ª Olivia Passos, as quais terão de ser entregues até esse dia e hora pelos interessados na compra do seguinte imóvel:

Verba Única: Fração autónoma designada pela letra “C”, no rés-do-chão, des-tinada a habitação, do prédio urbano afeto ao regime da propriedade horizontal, sito na Urbanização da Samarra, Lote 15, Lugar de Samarra, União das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João), e Alferrarede, concelho de Abrantes, a confrontar a norte com Rua D, a sul com Rua B e Lote 16, a nascente com Rua E e Lote 16 e a poente com Lote 14, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o n.º 2099/19940615-C e inscrito na matriz urbana sob o artigo n.º 5929-C (este artigo proveio do artigo 5802 resultante da união das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João), e Alferrarede), com o valor patrimonial de € 50.700,00.

O imóvel será vendido no estado jurídico em que se encontra, ao proponente que apresentar proposta superior a 85% do valor base atribuído de € 75.000,00 (setenta e cinco mil euros).

É fi el depositária do bem, a Administradora da Insolvência, Dr.ª Olivia Passos, com escritório na Rua Bombeiros Voluntários, nº 12, 4º BU, em Águeda, Telefone: 234 603111 Fax: 234 604904, e os interessados poderão vê-lo, mediante marcação prévia com a Sr.ª Administradora da Insolvência.

As propostas, em subscrito fechado, devem mencionar no exterior do envelope “contém proposta”, identifi car o número do processo de insolvência, e vir acompa-nhado da identifi cação completa do proponente, fotocópia do Bilhete de Identidade e/ou número de contribuinte, endereço e contacto.

Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem “Massa Insolvente de Ana Mafalda Moura Rodrigues Vieira”, no montante correspondente a 20% do valor anunciado para a venda.

Águeda, 09 de Dezembro de 2014.A Administradora de Insolvência,Olivia Passos(Jornal de Abrantes 5527 de Janeiro de 2015)

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Page 32: Jornal de Abrantes - Edição Janeiro 2015

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