jornal brasil atual - itariri 07

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Jornal Regional de Itariri www.redebrasilatual.com.br ITARIRI nº 7 Setembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Programa da Globo repercute matéria do Brasil Atual-Peruíbe Pág. 6 RADAR É FANTÁSTICO As obras foram concluídas depois de 45 dias Pág. 3 OBRA FÓRUM REATIVADO Em agosto e em outubro, elas juntam a população da cidade Pág. 2 FESTAS SOBÁ E MECA TRÁFEGO A rotatória já registrou acidentes graves e até a morte de um caminhoneiro Pág. 7 UM TREVO DE MORTE EM ANA DIAS A história do itaririense Netinho, das bandas The Clevers e Os Incríveis da Jovem Guarda PERFIL O BATERISTA DO IÊ-IÊ-IÊ

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Itariri 07

Jornal Regional de Itariri

www.redebrasilatual.com.br ItarIrI

nº 7 Setembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Programa da Globo repercute matéria do Brasil Atual-Peruíbe

Pág. 6

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As obras foram concluídas depois de 45 dias

Pág. 3

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Em agosto e em outubro, elas juntam a população da cidade

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A rotatória já registrou acidentes graves e até a morte de um caminhoneiro

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um trevo de morte em ana dias

A história do itaririense Netinho, das bandas The Clevers e Os Incríveis da Jovem Guarda

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o baterista do iê-iê-iê

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2 Itariri

expediente rede Brasil Atual – itariri editora Gráfica Atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 5 mil exemplares distribuição Gratuita

acisoita faz a 39ª festa do sobáE promete organizar em outubro o Churrasco de Meca

Festas

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

jornal on-line

primavera

editorialEsta edição do jornal Brasil Atual – Itariri traz como ma-

téria de capa o perfil de um itaririense (ainda que nascido em Santos) muito famoso no tempo da Jovem Guarda. Trata-se de Luiz Franco Thomaz, o Netinho, baterista das bandas The Clevers e Os Incríveis, nos anos 1960. Na reportagem, Neti-nho relembra os bons momentos da infância que passou no Rio do Azeite, conta de sua ida para São Paulo, como fez para entrar no iê-iê-iê, relembra seu romance com a cantora italia-na Rita Pavone e diz o que prepara para o seu futuro.

O jornal também fala de uma questão importante vivida pela população por longos 45 dias: o fechamento do Fórum da cida-de, que por muito tempo funcionou com a laje de uma das salas escorada por toras de madeira – sem falar que não havia espaço físico para guardar os 15 mil processos da comarca, que estavam atulhados em outra sala! Uma vergonha. Por fim, ourtra reporta-gem chama a atenção para o trevo da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no distrito de Ana Dias. Após dois acidentes graves no local, ambos de madrugada, envolvendo caminhões, o pessoal fez um abaixo-assinado cobrando melhorias na estrada. Mas, até agora, nada. É isso. Boa leitura!

Proposta de orçamento prevê salário mínimo de R$ 670,95 em 2013A proposta do governo federal para o Orçamento de 2013, divulgada no dia 30 de agosto

de 2012, prevê um reajuste de 7,9% para o salário mínimo no próximo ano, que passará a valer R$ 670,95. O salário mínimo é reajustado seguindo uma fórmula que soma a variação da inflação do ano anterior, mais a variação do PIB de dois anos atrás. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%. A proposta de Orçamento para 2013 também traz a projeção de um crescimento de 4,5% para a economia no ano que vem. A expectativa é que a inflação fique em 4,5%, que é o centro da meta do governo.

economia

o dinheiro que chega a itaririCidade continua registrando mais recursos em 2012

O jornal Brasil Atual – Itariri divulga, mensalmente, os valores destinados à cidade pelos governos federal e estadual. Confira o quadro abaixo:

Confira os recursos transferidos pelo governo estadual:2011 2012

ICMS – R$ 2.635,351,74 (12 meses) ICMS – R$ 1.657.393,98 (7 meses) IPVA – R$ 498.999,73 (12 meses) IPVA – R$ 405.416,10 (7 meses)

Tabela em vigor do Imposto de Renda:rendimento em r$ alíquota % dedução em r$

De 637,12 até 2.453,50 7,5 R$ 122,78 De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 R$ 306,80 De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 R$ 552,15 Acima de 4.087,65 27,5 R$ 756,53

2011 2012

R$ 11.651.232,58 (12 meses) R$ 5.918.187,74 (6 meses) R$ 970.936,04 (Média mensal) R$ 986.364,62 (Média mensal)

Confira os recursos transferidos pelo governo federal:

No último dia de agosto, nas dependências da Colô-nia Japonesa, foi realizada a 39ª Festa do Sobá (o ma-carrão japonês), que contou com a presença de cerca de 1.000 pessoas, que saborea-ram o prato preparado pelas mulheres da Acisoita, con-juntamente com a Igreja Ca-tólica e a Colônia Japonesa.

Durante a festa foram apre-sentadas atrações musicais, entre as quais a cantora Lia e sua banda, a dupla serta-neja João Pedro e Kauan e o Grupo de Dança de Rua. A Acisoita informa que em outubro ocorrerá a 19ª Fes-ta de Churrasco de Meca, o peixe espadarte de mar típi-co da região.d

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3Itariri

Fórum reabre após 45 dias fechado

Fechamento gera transtorno

População reclama da falta de expediente da Vara Distrital durante o período

obra concluída

Desde junho, o jornal Bra-sil Atual noticia os problemas existentes no Fórum de Itari-ri há mais de quatro anos. A laje da sala onde funcionava a execução fiscal cedeu nove centímetros e se manteve em pé sustentada por escoras de madeira. A sala do cartório criminal apresentava racha-duras no piso. E não havia espaço para guardar os 15.000 processos que há nas salas do prédio. Por isso, o Ministério Público pediu e o Tribunal de Justiça de São Paulo suspen-deu o atendimento ao público

no local. E as obras só foram concluídas 45 dias depois. Nesse período, o juiz e o pro-motor de Itariri despacharam os casos emergenciais – man-dados de segurança, prisão por pensão alimentícia, apreensão de menores, etc. – na Comarca de Itanhaém.

O supervisor de serviços do Fórum, Edson Luiz, afirma que as reformas emergenciais terminaram, mas a ampliação do espaço para realocar a vasta quantidade de processos está indefinida. “A laje foi repara-da e o piso substituído, mas a

O fechamento do Fórum foi sentido por advogados e moradores das regiões mais pobres e afastadas do Centro. A advogada Idene Dela Cort tem um escritório com a filha no bairro Bela Vista. Ela conta que as pessoas da área rural se deparavam com as portas cer-radas da Vara Distrital e iam até o seu escritório saber o

Prefeitura não disponibilizou a Casa de Agricultura, conforme havia indicado, para ampliar-mos o nosso espaço.” Em nota, a Prefeitura de Itariri disse ter se desdobrado para viabilizar outro local para o Fórum, “a fim de que não ocorresse sus-pensão do expediente forense durante a reforma do prédio”. Segundo o documento, estuda-se “um novo local para equa-cionar o problema de espaço do Fórum, principalmente no que diz respeito ao Serviço Anexo das Fazendas (Execu-ção Fiscal)”.

que se passava. “Quem mora em sítio, não tinha como se informar do que ocorria no Fórum, pois a maioria vive distante daqui e não tem sequer telefone.” Dela Cort ressalta que muita gente foi pre-judicada pela falta de expedien-te nesses 45 dias. “A economia que gira em torno do Fórum foi afetada. Eu fiquei com 18 ações paradas. Alguns colegas, que de-

pendiam só das ações do Fórum de Itariri, tiveram o mês perdi-do, pois não era possível pedir a emissão de qualquer tipo de certidão, como a de honorários, por exemplo.” A advogada pen-sa que os responsáveis poderiam ter contratado mão de obra para trabalhar após às 18 h e nos fins de semana, para que o atendi-mento não fosse interrompido.

Edson Luiz, supervisor do Fórum, reconhece que a po-pulação teve prejuízo nesses 45 dias para entrar com algum processo. Entretanto, o fun-cionário discorda da advoga-da, pois afirma que os prazos dos processos em andamento não foram afetados. “Mesmo sem expediente, nós expedi-mos as certidões que estavam

prontas.” Questionado so-bre por que o Fórum não funcionou em outro imóvel de Itariri, Edson diz que não havia outro local nem tem-po hábil para a mudança de computadores, rede interna e processos. “Levaria meses para o Fórum voltar a fun-cionar. Não compensaria” – finaliza.

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Rede

uma nova comunicação Para um novo brasil

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Ele tocou em bandas da Jovem Guarda e foi um sucesso do iê-iê-ié Por Enio Lourenço e Lauany Rosa

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netinho, um baterista incrível, de fama mundial

Num bairro tranquilo, com ruas largas, arborizadas e casas espaçosas vivem Luiz Franco Thomaz, o Netinho, e a espo-sa Sandra Haick. O sobrado de muros altos, com trepadeiras e portão imponente, passa o dia com janelas e portas trancadas, no mais absoluto silêncio. Os donos se levantam às 18 horas: eles trocam o dia pela noite des-de os tempos em que o baterista tocava na madrugada. Então, as atividades da casa começam.

Netinho nasceu em abril de 1946, na Beneficência Portugue-sa de Santos, mas cresceu em Itariri, numa casa perto do Rio do Azeite, feita pelo avô ma-terno José Ferreira Franco, no tempo dos bailes, que atraíam pessoas da região, das Festas da Banana e do Sobá, dos imigran-tes japoneses, das grandes quer-messes. Itariri era festiva à beça. O Cine Teatro oferecia ótimos filmes e peças, algumas estrela-das por dona Maria Franco Tho-maz, a Mariazinha, mãe de Ne-tinho. “Um dia encenamos Cala a Boca, Etelvina, de Armando Gonzaga, no teatro Coliseu, em Santos. Foi um sucesso.”

A vocacão musical do ga-roto surgiu na igreja católica. Dona Mariazinha badalava os sinos que anunciavam o horário da missa. Um dia, atarefada, ela pediu que ele fosse em seu lu-gar. Foi esse blém-blom que o despertou para a música, que fez com que entrasse na fanfarra do colégio antes da idade permitida. “Ele tocava caixa nas paradas cí-vicas de 7 de setembro e 15 de novembro” – conta Mariazinha.

A ida para um seminário era

quase ritual. Os padres frequen-tavam a casa de dona Mariazi-nha e a convenceram de que no Diocesano São José, em São Vi-cente, as chances de aprendizado do pequeno seriam melhores. Mas Netinho nunca quis ser pa-dre. Em menos de um ano, está de volta a Itariri: não se adaptara à vida clerical. Aos quinze anos, ele volta ao ginásio da cidade e começa um romance com uma moça mais velha, de uma famí-lia rival na política. A diretora da escola era tia da garota e expul-sou o jovem do colégio. Então, o tio dele, João Franco, que era o prefeito, trocou a diretoria do ginásio para Netinho voltar a es-tudar. Houve greve de professo-res para boicotar a nova diretora. O caso gerou tanta confusão, que dona Mariazinha mandou o ga-roto morar em São Paulo, com a tia Guilhermina.

A mudança fez bem pra ele. “Cheguei ao paraíso” – pensava, maravilhado com a cidade. A tia lhe arranjou emprego no Se-nac e ele trabalhava e estudava.

Um dia, ele foi ao badaladíssimo programa Ritmos para a Juven-tude, de Antonio Aguillar, na Rádio Nacional. “Fiquei encan-tado com o movimento e falei que ia ser músico.” À espreita de uma chance, Netinho encontra Urupê, o seu anjo – ou protetor – no seminário, que tocava no The Jordans e o apresentou ao The Clevers, que precisava de um baterista com bateria. Neti-nho então pediu ao avô Franco que lhe desse o instrumento. Ao entrar na banda que pertencia a Aguilar – The Clevers –, o queri-dinho do vovô ganhou enfim seu apelido. No dia de estreia, Neti-nho foi substituído no show por Ventania, um baterista profissio-nal. “Foi uma decepção” – lem-bra. Mas não desistiu. Largou o emprego e deu uma de “gato”: alterou os documentos para tocar à noite nas boates.

O The Clevers não era uma banda conhecida. Ela tocava em até quatro bailes por noite para conquistar fãs. O estou-ro dela se deu com a vinda da

cantora italiana Rita Pavone ao Brasil, convidada pela TV Record. Como não podia tra-zer sua orquestra, ela foi acom-panhada pelo The Clevers. E, assim, ambos viram sucesso nacional. Mas à fama sucede o racha. Numa turnê à Argentina, Aguilar não viajou com o gru-po, o que causou uma rusga en-tre o empresário e os músicos. Confundidos com uma banda americana, o pessoal decide se apresentar como Os Incríveis The Clevers. No Brasil, Aguilar fica fulo e monta um novo The Clevers. “Eles tinham uma dú-zia de fãs e a gente era artista internacional” – diz Netinho, recordando-se de como o nome da banda virou Os Incríveis.

No auge do sucesso, Os In-críveis ganham um programa na TV Excelsior. A intenção era ir na esteira do Jovem Guarda, apresentado por Roberto Car-los, Erasmo Carlos e Wander-léa, na TV Record. “Acabava o programa deles, começava o nosso” – recorda Netinho. De-

pois, a banda ainda viajou para o Japão, gravou em japonês e fez o filme Os Incríveis Neste Mundo Louco, quando Netinho, numa viagem de navio pela In-glaterra, conhece Sandra Hai-ck e se enamora da moça. Em 1970, eles se casam; em 1971, têm o primeiro filho, Sandro; em 1977, a menina Samandhi.

Nos anos 1970, Os Incríveis se separam. Netinho fica com os direitos do nome e da mar-ca. Tenta montar outra banda de mesmo nome, sem sucesso. Surge então o Casa das Máqui-nas, de rock mais pesado, “uma banda de duas baterias” – expli-ca Netinho. O Casa grava em italiano, em espanhol e faria uma turnê ao exterior, quando se desentendeu e terminou.

Netinho volta-se para o lado espiritual e cria o selo Manancial de Amor. Nos anos de 1990, com Eduardo Araújo, produz o show Novo de Novo para comemorar os 30 anos da Jovem Guarda. Durante a divulgação do evento, no pro-grama Jô Soares Onze e Meia, a voz de Netinho falha. Ele não dá entrevista. O médico Carlos Pontes descobre-lhe um câncer nas cordas vocais. Operado, ele reage bem e ainda participa do show na casa Tom Brasil, em São Paulo. Netinho, então, co-meça o projeto A Criança e o Futuro, com o Centro de Apoio à Criança Carente com Câncer (CACC), com mais 40 artistas e grava um CD com renda rever-tida para o projeto. Na última década, dedica--se a escrever o livro Netinho – minha história ao lado das baquetas.

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um canto de criação

Netinho possui em casa uma sala agregada, com sofás con-fortáveis e estantes repletas de discos, CDs, fotos, livros, bibe-lôs e suvenires de sua carreira. O livro Netinho – minha história ao lado das baquetas foi escrito nessa sala, durante as madruga-das, com a ajuda de Samadhi, a filha que mora na Austrália. “Por causa do fuso horário, a gente trabalhava junto, ela de dia e eu à noite, via Skipe, em tempo real” – diz.

O baterista fez sucesso,

ganhou fama e dinheiro, mas nunca mexeu com finanças. Quem cuida das contas e ad-ministra a grana é a esposa Sandra. Até hoje ele não pos-sui conta em banco. Tudo o que adquiriu foi gasto em via-gens, pelo mundo afora. “Lo-tei vários passaportes.”

O filho Sandro herdou o espírito aventureiro do pai e se lançou numa viagem à Tur-quia, para comprar pratos de bateria – segundo Netinho, “os melhores do mundo”.

as lembranças de dona mariazinha, a mãe de netinhoAos 87 anos, dona Ma-

riazinha guarda na memória a história da família, que se confunde com a do municí-pio. A enfermeira aposenta-da, que está trocando Itariri por Santos, lembra que seu pai, o português José Ferrei-ra Franco, o seu Franco, era chefe de obras da Estrada de Ferro Sorocabana, no início do século 20. Com a expan-são da linha de ferro Santos-Juquiá e a construção da es-tação ferroviária em Itariri, o patriarca ficou na região com a família. Foi ele quem construiu a ponte férrea do Rio do Azeite. Depois, com-prou terras, construiu as pri-meiras casas do povoado e

prefeito duas vezes. Para aju-dá-lo numa campanha, dona Mariazinha elegeu-se verea-dora. A cidade se desenvolveu na infraestrutura com a ges-tão dos irmãos. “Na época, só havia água de poço. Meu pai pensara em colocar água enca-nada, mas foi João quem fez a grande reforma no saneamen-

acabou prefeito. “Meu pai foi administrador da vila de Itariri e enfrentou dificuldades para, em 1938, virar Distrito de Paz – subordinado a Itanhaém até 1948. Ele teve problemas com grileiros nos processos das terras devolutas, mas ganhou todos no tribunal de Santos.”

Seu irmão João também foi

to da cidade.” Ela se recorda também da praça do coreto: “João dizia que toda cidade ti-nha uma pracinha para as pes-soas se encontrarem e questio-nava por que Itariri não tinha. Então construiu uma”.

Das lembranças da infân-cia de Netinho, dona Maria-zinha resume que ele era “um menino normal, com saúde e levado. Jogava bola e se di-vertia no rio, saltando da pon-te férrea construída pelo avô”. Ela conta que, aos 11 anos, o menino pegava o caminhão com o qual a família transpor-tava banana para São Paulo e vinha com a irmã do sítio paterno a Itariri. “Ele dirigia para estudar teoria musical e

deixava o caminhão antes da delegacia de polícia. Eu só sossegava quando via o farol apontando de volta.”

Depois, quando monta-ram um conjunto musical na cidade, o convidaram a parti-cipar. “Ele tinha uns 13 anos. Um grupo de senhores, lide-rados pelo maestro espanhol com quem ele tomava aulas de música, veio à minha casa pedir para que o deixas-se tocar com eles. Tanto in-sistiram, que fui obrigada a deixar” – diz entre gargalha-das. “Tudo o que aconteceu em sua vida foi um processo contínuo, sem pular etapas.” E o dom? “Ah, a pessoa nas-ce com isso.”

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Política: uma herança de família

uma paixão. e a fofoca mundial

O baterista já foi convi-dado a candidatar-se a vere-ador da cidade. Curioso, ele participou de uma reunião do partido durante a qual lhe

ofereceram dinheiro para arcar com os gastos da campanha. “Fiquei horrorizado. Não tinha trabalhado para receber tanto dinheiro” – afirma. Netinho

pediu para conversar com a esposa e nunca mais pensou em candidatura. “Gostaria de ser político, mas sou bobo e ia ser passado para trás.”

A mídia descobriu o roman-ce de Netinho e Rita Pavone e a notícia foi capa dos jornais do mundo. “Eu não era muito chegado nela; ela não era tão bonita e eu tinha outras namo-radas” – diz. Netinho então se envolveu com outra cantora italiana, Mary di Pietro. Foto-

grafados juntos, de novo o ba-terista foi notícia mundial. O contrato com Rita Pavone foi rasgado e ele quase foi expulso do The Clevers. “Eu era mole-que, não fazia por mal, mas para aproveitar as maravilhas do mundo” – conta Netinho, em meio a risos.

Netinho prepara o CD duplo Os Incríveis, dividido em Velhos Tempos, com os sucessos da banda original, e Novos Tempos, com mú-sicas inéditas. Ele também

o que vem pela frente pensa num show pela passa-gem dos 50 anos da banda, reunindo artistas que fizeram parte de sua carreira num sítio em Cotia.

Enquanto isso, ele finaliza

o livro Revisando Culpas, em que promete revelar as fases mais badaladas, os se-gredos pessoais, os amores e as brigas dos amigos da Jovem Guarda.

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Política

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CâmaraCom a cassação do vereador Américo Inchihashi pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER), tomou posse para o final do mandato o sr. Eduardo Hanashiro, que ficará no cargo até o dia 31 de

dezembro de 2012. Câmara II

O outro vereador cassado, Carlos Rocha Ribeiro, foi substituído pelo segundo suplente Paulo Rodrigues de Andrade, o “Pastor Pau-lo”, que também ficará no cargo até o último dia do ano de 2012.

Saúde de Peruíbe na TVDesde maio, o jornal Brasil Atual-Peruíbe denuncia irregula-ridades no contrato de R$ 24,6 milhões firmado entre a Prefei-tura Municipal e a Organização Social Educacional Paulistana

(OSEP) – contratada para gerir os serviços de saúde em Peruíbe. No dia 2 de setembro, o programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou reportagem de-nunciando diversos tipos de fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo

Jornal Regional de Peruíbe

www.redebrasilatual.com.br PERUÍBE

nº 14 Agosto de 2012

DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

Estamos no inverno, mas as praias já estão insatisfatórias

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PolUição

PRAiAS iMunDAS

Tribunal de Contas divulga os nomes de quem tem ficha suja

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PolítiCa

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Três candidatas disputam a Prefeitura da cidade

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eleições 2012

A vEZ DA MuLHER

jUreia

Moradores dizem que os guardas do parque invadem casas atrás de armas de caça

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PoPUlação teMe o estado rePressiVo

Entidade é acusada de quarteirizar os serviços de Raios-X e dos refeitórios

saúde

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A SEDE DA oSEP, EM São PAuLo

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Brasil. Uma das suspeitas investigadas foi a OSEP. A quarteirização dos serviços de saúde, assim como a aprovação do contrato sem o conhecimento do Conselho Municipal de Saúde, chamou a atenção desde o início. No entanto, em julho, uma médica revelou ao Brasil Atual que profissionais do quadro da rede pública de saúde eram aliciados pela OSEP para dar plantão fora de expediente, sem o devido registro profissional – o pagamento seria feito por meio de “caixa dois”. A partir de uma câ-mera escondida, a reportagem do Fantástico flagrou uma funcionária da OSEP, durante entrevista de emprego, explicando a uma médica que o pagamento dos plantões era feito sem recibos. A presidenta da instituição, Renata Giantaglia, tentou embargar a reportagem na Justiça – como o jornal Brasil Atual anteci-pou em agosto –, sem sucesso. Como consequência, a Prefeitura de Peruíbe res-cindiu o contrato com a OSEP e informou que a decisão foi tomada após “diversas cobranças e notificações em relação ao não cumprimento de cláusulas básicas do contrato firmado”. A administração pública ressalta que os serviços não serão in-terrompidos e não haverá “nenhuma dispensa nos quadros de servidores, desde que estejam em situação regular”.

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trevo causa preocupação em ana dias

Problema de segurança na Padre manoel da nóbrega

Em quatro meses, rotatória registrou dois acidentes graves e a morte de um caminhoneiro

tráFego

Em junho, o trevo que dá acesso ao distrito de Ana Dias na rodovia Padre Manoel da Nóbrega foi transformado numa rotatória. Após dois acidentes graves envolvendo caminhões na madrugada, o clima é de medo entre os moradores. Eles se organizaram e fizeram um abaixo-assinado, cobrando me-lhorias do poder público naque-le ponto da estrada. A preocu-pação é que o lugar se perpetue como “o trevo da morte”.

O eletricista Gady Vilela teve o muro de sua casa des-truído no primeiro acidente. “Devia ser por volta das 3h30, quando o caminhão com ba-nanas bateu na minha casa. Felizmente, o motorista ape-nas desmaiou.” A mesma sorte não existiu para o colega de boleia que transportava fran-gos congelados para Peruíbe, no dia 18 de julho. O cami-nhão capotou num canteiro ao lado da rotatória, após fazer

a curva e atingir um poste. O caminhoneiro ficou preso en-tre as ferragens e morreu. Já o passageiro que o acompanha-va foi resgatado com vida e encaminhado ao Hospital Re-gional de Itanhaém.

Segundo o comandante da 2ª Companhia do Batalhão de Policiamento Rodoviário Es-tadual, que abrange o litoral sul e o Vale do Ribeira, Fran-cisco Vanderlei da Silva, pela forma como eles se apresenta-

que deve ter contribuído para o seu tombamento.

Gady e outros moradores de Ana Dias acreditam que a falta de sinalização é o proble-ma do trevo. Os itaririenses te-mem pela segurança dos mo-toristas e pedestres. “Fizemos um abaixo-assinado para co-locar uma lombada eletrônica no trevo para chamar a aten-ção dos motoristas. A ilumina-ção e as placas de sinalização também devem ser ajustadas. Eu acredito que essa rotatória não esteja adequada à estrada” – diz o eletricista.

A assessoria de imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) afirmou em nota que “o trevo de Ana Dias foi remodelado com o objetivo de melhorar o tráfego e a segurança local”. O órgão diz, ainda, ter reforçado a si-nalização do local e pede mais prudência aos motoristas que utilizam a rodovia.

Desde abril de 2011, a ro-dovia Padre Manoel da Nó-brega encontra-se em obras de melhoria, recuperação e ampliação de sua capacida-de do km 344 ao km 389,8 – envolvendo os municípios de Itariri, Peruíbe, Pedro de Toledo e Miracatu. As refor-mas foram divididas em três lotes e têm a previsão final de entrega neste mês. O in-vestimento total do Estado de São Paulo é de R$ 53,4 milhões.

vam na ocorrência, em ambos os acidentes os condutores estariam acima da velocida-de permitida, que no trevo é de 60 km/h. Além disso, ha-via chuva na hora do acidente com o caminhão de frangos, o

Contudo, há problemas em trechos já concluídos. Um de-les é entre o km 361 e km 362. Conforme nota do DER, nesse local foi instalada uma terceira faixa para maior trafegabilida-de dos usuários na via. Porém, quem passa nesse quilômetro percebe que não há acostamen-to nem guard-rail, que existe até o quilômetro anterior, para a proteção dos usuários, inclu-sive em trechos de curvas.

O comandante da Polícia Rodoviária do Litoral Sul e

Vale do Ribeira, tenente Fran-cisco da Silva, afirma que não conhece os lotes do projeto de recuperação da rodovia, mas acredita que as irregula-ridades existam pela obra não estar concluída. “A obra prevê a construção de acostamento ao longo de todo o trajeto. A recomendação da Polícia Ro-doviária é que os condutores obedeçam à sinalização, res-peitem os limites de veloci-dade e tenham prudência ao fazer ultrapassagens.” e

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Foto síntese – rio do azeite Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

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Horizontal – 1. Planta usada em projetos paisagísticos 2. Indício, vestígio; Nome de origem tupi, variante de Anahi (bela flor do céu) 3. Universal Boxing Organization; O fruto do urucuzeiro 4. Maneira de executar algo; Extraterrestre 5. Acertara o texto 6. União Europeia; Semelhante a monogamia 7. Fluido que respiramos; Guerra entre o Exército e o movimento de Antônio Conselheiro 8. Sem curvaturas; Escola de Artes e Ofícios; Linguagem de programação Turbo Basic 9. Criticai, reprovai; Cidade de São Paulo 10. Não, em inglês; Adiante! 11. Construção que ampara parede ou abóbada

vertical – 1. Música de Maria Bethânia 2. Produto Interno Bruto; Diz-se de quem ergue 3. Palavra que designa uma pessoa; Forma sincopada de está 4. Alcoólicos Anônimos; Conjunto de normas pedagógicas 5. Albumina vegetal; Associação Rio-grandense de Bibliotecários 6. Que possui o caráter de rotina 7. Beberrão; Magnetismo pessoal 8. Apoiado, firmado; Sigla da Bahia 9. Navio de velas redondas; Gosto muito; Designativo de tudo 10. Equipe; Indica objeto próximo do falante ou com ele relacionado 11. Ou, em inglês; Irmã da mãe; Soca

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Palavras cruzadas

PAGAPANTOSINALANAIRUBOURUCUMSMETODOETSEDITARAIUEUNIGAMIAARCANUDOSRETAEAOTBATAÇAIPOANOARRIBATARCOBOTANTE

sudoku

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