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CCDD Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Curso Alfabetização e Letramento Disciplina Educação de Jovens e Adultos Tema Educação de Jovens e Adultos: um olhar que envolve as legislações de Ensino no Brasil Professor Cristina Rolim Chyczy Bruno Introdução Neste tema, iremos estudar as leis do ensino no Brasil e seus impactos na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Uma delas é a Lei nº 4.024/61, que organizou o ensino primário de quatro anos, tornando-o obrigatório e gratuito e gerando, assim, expectativas de acesso à Educação de Jovens e Adultos por parte das camadas menos favorecidas da população. Veremos, também, um breve histórico da “Lei da Reforma” – a Lei nº 5.692/71 , com o intuito de desvendar o seu caráter tecnicista e a sua proposição para a alfabetização de adultos por meio de técnicas elementares da escrita. Além disso, discutiremos a “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional” – a Lei nº 9.394/96, destacando seus avanços e suas promessas não cumpridas, como também sua relação com as leis de ensino que a antecederam. E, por fim, estudaremos os propósitos do “Projeto Jorge Hage”, uma promessa de educação articulada ao mundo do adulto trabalhador, discutindo seus emperramentos e suas obstruções. (Vídeo disponível no material on-line) Problematização Maria José é uma profissional que atua na Educação de Jovens e Adultos em uma escola situada em uma grande capital do Brasil, além de, durante o dia, lecionar no ensino fundamental. Maria é uma professora muito envolvida com o que faz, procura cumprir com afinco todas as suas atribuições como docente. À noite, sua turma é bastante heterogênea, há um grupo de cinco jovens entre 17 e 22 anos, cinco senhoras entre 36 e 45 anos, seis senhores entre 36 e 50 anos,

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

1

Curso Alfabetização e Letramento

Disciplina Educação de Jovens e Adultos

Tema Educação de Jovens e Adultos: um olhar que envolve as legislações de Ensino no Brasil

Professor Cristina Rolim Chyczy Bruno

Introdução

Neste tema, iremos estudar as leis do ensino no Brasil e seus impactos

na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Uma delas é a Lei nº 4.024/61, que

organizou o ensino primário de quatro anos, tornando-o obrigatório e gratuito e

gerando, assim, expectativas de acesso à Educação de Jovens e Adultos por

parte das camadas menos favorecidas da população. Veremos, também, um

breve histórico da “Lei da Reforma” – a Lei nº 5.692/71 –, com o intuito de

desvendar o seu caráter tecnicista e a sua proposição para a alfabetização de

adultos por meio de técnicas elementares da escrita.

Além disso, discutiremos a “Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional” – a Lei nº 9.394/96, destacando seus avanços e suas promessas não

cumpridas, como também sua relação com as leis de ensino que a antecederam.

E, por fim, estudaremos os propósitos do “Projeto Jorge Hage”, uma

promessa de educação articulada ao mundo do adulto trabalhador, discutindo

seus emperramentos e suas obstruções.

(Vídeo disponível no material on-line)

Problematização

Maria José é uma profissional que atua na Educação de Jovens e Adultos

em uma escola situada em uma grande capital do Brasil, além de, durante o dia,

lecionar no ensino fundamental. Maria é uma professora muito envolvida com o

que faz, procura cumprir com afinco todas as suas atribuições como docente. À

noite, sua turma é bastante heterogênea, há um grupo de cinco jovens entre 17

e 22 anos, cinco senhoras entre 36 e 45 anos, seis senhores entre 36 e 50 anos,

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além do senhor Alcides, que tem 66 anos de idade. A professora procura

elaborar os planejamentos das aulas sempre contemplando a diversidade

existente, propondo, por exemplo, produções de textos desafiadores e

problemas matemáticos que envolvem o raciocínio lógico, assim todos são

convidados a expor suas estratégias de resolução. Enfim, as aulas costumam

ser sempre atrativas e desafiadoras, para que esses alunos não desistam (mais

uma vez) de estudar. Entretanto, em certa noite, o Senhor Alcides, cansado de

mais um dia de trabalho como vigilante de uma loja de conveniência, dirige-se à

professora e pergunta:

─ Professora Maria José, eu gosto muito de vir à aula, acho que aprendo

bastante, e o que aprendo tem me ajudado no trabalho! Eu já sei conversar com

mais descontração com as pessoas, sem aquele medo enorme de falar errado.

Eu já leio e entendo melhor as recomendações que meus chefes repassam.

Porém eu vejo que estudar exige muito de mim! Eu acho que os governantes de

nosso país deveriam propor leis que nos ajudassem, como um auxílio

alimentação ou, até mesmo, uma redução em nossa jornada de trabalho. A

senhora é testemunha do quanto eu costumo me atrasar para as aulas, além de

não ter nenhum incentivo por parte da empresa em que trabalho. Eu sei que os

estudos vão trazer retornos positivos para mim, mas confesso que não sei se

vou continuar até concluir o ensino fundamental, o que me deixa muito triste e

frustrado.

A professora ficou muito intrigada com a declaração do seu aluno. Para

você, diante do depoimento do Senhor Alcides, qual deve ser a resposta que a

professora deve dar ao aluno? Como essa docente empenhada pode ajudar o

estudante para que ele não desista dos estudos?

Não precisa responder agora. Vamos voltar ao conteúdo teórico do nosso

tema e, ao final, retomaremos essa questão e apresentaremos as possibilidades

de solução para o problema.

(Vídeo disponível no material on-line)

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As Leis que antecederam a atual LDB no Brasil

Os princípios democráticos e a ideia da expansão e da obrigatoriedade do

ensino, também previstos na Constituição de 1988, inspiraram os debates em

torno da Lei nº 9.394, promulgada em 20 de dezembro de 1996. É oportuno

assinalar que a referida lei foi promulgada no Brasil após oito anos de debate no

Congresso Nacional. Ademais, é possível afirmar que, após a Lei nº 4.024/61

(primeira lei de ensino no Brasil), a Lei nº 9.394/96 configura-se como a segunda

lei de ensino, tendo em vista que a Lei nº 5.692/71 constitui-se uma lei de

reforma, que tomou por base de sustentação a Lei nº 4.024/61.

A atual lei do ensino no Brasil é objeto de análise e reflexão no estudo

aqui proposto. Consequentemente, permite construir uma visão das políticas

públicas voltadas à Educação de Jovens e Adultos, favorecendo aos estudantes

que têm esse foco de estudo o vislumbre de uma visão social, cultural e política

do processo de escolarização.

A análise central do estudo está ancorada na análise da Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional – a Lei nº 9.394/96 – e nos possíveis avanços

dessa lei do ensino diante da Educação de Jovens e Adultos. Ainda tomando por

base a legislação em questão, busca-se analisar seus progressos em relação às

leis de ensino que a antecederam.

Para saber mais sobre a Lei nº 9.394/96, clique no ícone a seguir e leia o

texto intitulado: “LDB: uma lei sem lei” (BRZEZINSKI, Iria (Org.) LDB dez anos

depois: reinterpretação sob diversos olhares. São Paulo: Cortez, 2008). A autora

apresenta uma abordagem esclarecedora acerca da Legislação de Ensino no

Brasil, com um olhar crítico e contextualizado.

http://paginacultural.com.br/autores/ldb-uma-lei-sem-lei/

A primeira lei do ensino no Brasil: Lei nº 4.024/61

Trazendo à discussão a Lei nº 4.024/61 – a primeira lei de ensino do país

–, a qual entrou em tramitação em 1948, podemos destacar que, com sua

promulgação, o Estado tomou para si a obrigação do ensino. Assim afirma o

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artigo 2° da referida lei, que “a educação é um direito de todos”. No inciso II,

distingue:

“Pela obrigação do Estado de fornecer recursos indispensáveis para que

a família, e na falta desta, os demais membros da sociedade se desobriguem

dos encargos da educação, quando provada insuficiência de meios, de modo

que sejam asseguradas iguais oportunidades a todos.” (Lei nº 4024-1961)

Para ler a Lei nº 4.024/61 na íntegra, clique no ícone indicado a seguir:

http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/129047/lei-de-diretrizes-e-

base-de-1961-lei-4024-61

Nesse cenário, o Estado assume um papel centralizador, e a educação, a

partir de então, passa a se constituir em um sistema único de ensino. Em face

da promulgação dessa lei, que tornava o ensino público do curso primário de

quatro anos obrigatório e gratuito, gerou, de certa forma, uma esperança por

parte dos educadores que lutavam por um modelo educativo menos excludente,

o qual promoveria a participação das camadas menos favorecidas na vida social

e econômica do país.

Analise a figura a seguir e perceba que ela expressa a possibilidade da

aceitação das demandas populares, que imprimiram novas características à

modalidade de ensino aqui retratada.

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A legislação em questão procura destacar o papel do Estado como gestor

de ações educativas, figurando-se como democratizador do processo de ensino.

É importante frisar, ainda, as distinções entre o que o Estado intenciona

fazer e o que de fato faz, pois as políticas públicas em uma democracia são

também uma questão de ações coletivas. Assim, a primeira lei de ensino por si

só não seria capaz de gerar grandes mudanças no cenário educativo – uma

análise crítica desvenda uma legislação sob o corolário de integração dos

excluídos no sistema de ensino, mas, na prática educativa, tal pretensão não se

efetivou. As expectativas dos educadores em torno da inclusão e da ampliação

da participação social, política e econômica dos estudantes atendidos pela

Educação de Jovens e Adultos foram frustradas.

Clique no ícone a seguir e assista ao vídeo do Prof. Dr. Miguel Arroyo. Ele

profere uma palestra sobre a Educação de Jovens e Adultos como prática

cotidiana de inserção de cidadãos em uma sociedade.

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http://www.youtube.com/watch?v=Qy5Fyz5G3Sk

Se por um lado a Lei nº 4.024/61 estrutura o sistema de ensino nacional

brasileiro e institui a obrigatoriedade da educação de quatro anos do ensino

fundamental, por outro lado precisamos salientar que essa mesma lei também

cumpriu o papel de “ajustar a educação aos reclamos postos pelo modelo

econômico do capitalismo do mercado associado dependente, articulado a

doutrina da interdependência” (SAVIANI, 2007, p. 364).

Tendo como base os nossos estudos e o vídeo anterior, reflita sobre a

seguinte questão:

O acesso e a permanência do jovem, do adulto e do idoso à

educação sofreu profundas transformações em relação à primeira lei do

ensino no Brasil?

Ora, a configuração do capitalismo exige pessoas mais capacitadas para

lidar com as novas exigências do trabalho, que deixa de ser meramente braçal

para exigir maior preparo na manipulação de máquinas. Essa realidade

considera que a tecnologia das máquinas cobra do trabalhador conhecimentos

além da escrita do próprio nome. Com essa configuração social e econômica, há

o aprofundamento das relações capitalistas, “decorrente da opção pelo modelo

associado-dependente, que trouxe consigo o entendimento de que a educação

jogava um papel importante no desenvolvimento e consolidação dessas

relações” (SAVIANI, 2007, p. 364).

A escola passa, portanto, a “ser necessária”, em especial ao adulto que

precisa inserir-se no mercado de trabalho. Em verdade, a educação para o povo

apenas “começou a ser valorizada como processo sistemático quando a

Revolução Industrial passou a exigir o domínio das técnicas de leitura e escrita

por parte de um maior número de pessoas” (PAIVA, 1987, p. 26).

A figura a seguir, lançando mão da sátira, expressa “ludicamente” a

exigência de maior preparo para o trabalho. Acompanhe:

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Perceba que a ilustração anterior mostra, de forma irreverente, que a

Revolução Industrial exigiu um novo perfil de trabalhador.

Qual o impacto dessa demanda para a escola, em especial para a

Educação de Jovens e Adultos?

As exigências de um “novo perfil de trabalhador” acabou impactando em

reformulações na legislação anteriormente retratada. Assim, com vistas a

oferecer uma formação técnica e aligeirada ao adulto não alfabetizado, o ensino

supletivo assentou suas razões e proposições.

Vale destacar que o modelo de ensino supletivo nasceu no bojo de uma

educação tecnicista, implantado pela Lei de Reforma nº 5.692/71. Saviani (1998)

retrata que a ruptura política “levada a efeito pelo golpe militar de 1964 foi

considerada necessária pelos setores economicamente dominantes, para

garantir a continuidade da ordem socioeconômica”. (SAVIANI, 1998, p. 21)

Essa situação socioeconômica demandava mudanças na legislação do

ensino; consta que o governo militar não pensou ser necessário editar uma nova

legislação e, de tal forma, realizou ajustes que julgou pertinentes na legislação

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vigente, promulgando, assim, a Lei da Reforma – Lei nº 5.692, de 11 de agosto

de 1971. Elaborada pelos governos militares, a Lei de Reforma é reveladora

dessa tendência produtivista da educação enquanto elemento útil ao sistema

capitalista. A lei traz, no seu artigo 24, a criação do ensino supletivo, que tem

como objetivos:

a) Suprir a escolarização regular para os adolescentes e os adultos

que não a tenham seguido ou concluído na idade própria;

b) Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de

aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular

no seu todo ou em parte dele;

Art. 25. O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a

atender, desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação

profissional definida.

Conforme citado anteriormente, a Lei nº 5.692/71 implantou o ensino

supletivo, dedicando um capítulo à Educação de Jovens e Adultos, ainda que

sob um prisma tecnicista, pautada, como a própria lei aponta, em técnicas

elementares de leitura no campo da alfabetização.

Assim, a Lei nº 5.692/71 representa a posição do Estado diante de uma

busca de solução técnica para a educação, sob a égide da eficiência e da

produtividade. Percebemos, então, que a teoria constitui-se como “pano de

fundo” da Lei nº 5.692/71, que vê no professor um executor eficiente de “medidas

tomadas na esfera da tecnocracia ocupada por técnicos oriundos da esfera

econômica” (SAVIANI, 1997, p. 33).

No que tange à Educação de Jovens e Adultos:

A partir da Lei nº 5.692/71, houve grande difusão do ensino supletivo

promovido pelo MEC, com a implantação dos Centros de Ensino Supletivo

(CESs). A concepção de ensino supletivo restringia-se à educação

compensatória, de reposição de conhecimentos àqueles que não estudaram na

idade própria, reduzindo o conceito de educação apenas às vivências escolares

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e desconsiderando as especificidades e as experiências de vida do jovem e do

adulto (CURITIBA, 2006, p. 43).

Diante do exposto, fica expresso que as legislações anteriores tratam a

educação de forma reducionista, afinando o modelo educativo às exigências do

trabalho, diante dos contextos históricos vigentes, em especial a Educação de

Jovens e Adultos, que revela, nas legislações, um caráter compensatório e

representa uma espécie de “doação” àqueles que não tiveram acesso à

educação em idade adequada, ou seja, o “mínimo” necessário para que essas

pessoas tenham condições de se inserir em um trabalho que lhes garanta

alguma subsistência.

Um olhar para a história da educação mostra que a Constituição de 1988

representou um marco para a popularização do ensino quando, em seu artigo

208, apresentou o ensino fundamental obrigatório e gratuito e, por se tratar de

direito, “público subjetivo, o entendimento é que o acesso não se circunscreve

ao primeiro acesso à escola, mas se coloca também para os que, por qualquer

razão, a abandonaram” (PEREIRA; TEIXEIRA, 2007, p. 95).

A configuração revela a preocupação com a educação de adultos, tendo

em vista que, na década de 1980, 74.600 pessoas acima de 15 anos foram

consideradas analfabetas no Brasil. (INEP, Mapa do Analfabetismo no Brasil,

2014).

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(Vídeo disponível no material on-line)

A Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996: seus impactos na

Educação de Jovens e Adultos

Podemos afirmar que Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi fruto

de debates que decorreram desde 1988. Em sua primeira versão, a lei teve como

relator o deputado Jorge Hage, o qual Saviani (1998) descreve com o seguinte

perfil:

“Demonstrou competência, tenacidade, capacidade de trabalho,

habilidade de negociação e foi incansável no empenho em ouvir

democraticamente todos os que, a seu juízo, pudessem de alguma forma

contribuir para o equacionamento da matéria em pauta, tendo percorrido o país

a convite ou por sua própria iniciativa para participar de eventos dos mais

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diferentes tipos em que expunha o andamento do projeto e acolhia as mais

diversas sugestões” (SAVIANI, 1998).

Jorge Hage Sobrinho é advogado, professor e político brasileiro. É o atual

ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), órgão da Presidência da

República do Brasil responsável pelos sistemas de controle interno e de

correição, bem como pela supervisão das unidades de ouvidoria do poder

executivo federal e pelas ações de prevenção da corrupção. (FONTE:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Hage)

No que tange à Educação de Jovens e Adultos, o projeto de lei de Jorge

Hage apresentou significativos avanços para essa etapa da educação básica,

pois buscou construir uma educação em harmonia com esse nível de ensino,

evitando o ensino supletivo e a carga de valores que esse termo carregava.

Com base na contribuição de segmentos representados por educadores

à primeira versão da legislação (sob relatoria de Jorge Hage), criou-se uma visão

peculiar da educação voltada ao púbico jovem e ao adulto trabalhador, pois o

projeto considerou que esse segmento da educação possui uma forma singular

de perceber o mundo e conceber a vida. Levando em conta as experiências de

trabalho que essas pessoas possuem, ainda procurou-se criar condições para

que a Educação de Jovens e Adultos fosse estruturada em uma realidade

concreta do adulto inserido na sociedade e no trabalho. Tratou os conteúdos

curriculares, centrando-os na prática social e no trabalho, com metodologia de

ensino-aprendizagem adequada à experiência do aluno.

Trouxe, enfim, enormes avanços, contemplando dimensões relevantes,

como: professores especializados, programas sociais de alimentação e incentivo

às empresas para o oferecimento da educação de adultos. Tais aspectos

revelaram um compromisso genuíno com esse nível de ensino.

No texto do projeto de lei, foi expresso o interesse e as condições para

que os adultos pudessem realizar seus estudos, pois é certo que não basta

implementar programas e oferecer escolas sem o necessário suporte para que

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o aluno ingresse e tenha condições de permanecer e dar continuidade à sua

formação escolar.

Porém o projeto, sob relatoria de Jorge Hage, contrariando interesses de

segmentos, em especial do governo Collor, sofreu emperramentos e obstruções

e, em 1992, foi substituído pelo projeto do então Senador Darcy Ribeiro.

Nesse novo projeto, a educação, de maneira geral e em especial a

Educação de Jovens e Adultos, apresentou-se de maneira antidemocrática e

reducionista e, diante das batalhas de ideologias, o projeto do Senador Darcy

Ribeiro, com algumas inserções do projeto que o antecedeu, logrou êxito e foi

aprovado pela maioria do Congresso Nacional em 1995.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, toma por

base o projeto do Senador Darcy Ribeiro, que na definição de Severino (2007):

“Prevalece o caráter ideológico da lei disfarçado em sua retórica, não respondendo mais uma vez, às reais necessidades da população brasileira em matéria de educação […] fica evidente que a nova lei não decorre de um compromisso político mais amplo e profundo da sociedade brasileira no sentido de se implementar, pela mediação da educação, substantivas na realidade concreta. […] Impõe-se reconhecer que o texto final da LDB é o resultado histórico possível frente ao jogo de forças e de interesses em conflito no contexto da atual conjuntura política da sociedade brasileira.” (SEVERINO, 2007, p. 65, 66, 67).

A crítica dos educadores e da sociedade civil, diante de tal lei, deveu-se

à ausência do compromisso político com os debates e, ainda, todas as propostas

de inclusão dos “excluídos” – como jovens e adultos sem (ou com pouca)

escolaridade – não foram contempladas, considerando-se o que foi apresentado

anteriormente na exposição do projeto de Lei sob relatoria de Jorge Hage como:

“redução de jornada de trabalho em até duas horas diárias, sem prejuízo salarial,

para estudantes trabalhadores; oferta de trabalho em tempo parcial para

adolescentes; intervalos de estudos para trabalhadores.” (PEREIRA; TEIXEIRA,

2007, p. 103).

(Vídeo disponível no material on-line)

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Revendo a problematização

Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir

sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema.

Analise as opções a seguir e sinalize qual é a resposta mais viável para o caso.

a. A Professora Maria José deve, em conjunto com seus estudantes,

escrever uma carta ao Conselho Municipal de Educação pedindo que as

leis educacionais atendam as necessidades dos adultos que trabalham

durante o dia e têm dificuldades de estudar à noite.

b. A professora deve aproveitar essa oportunidade para explicar aos alunos

sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96

–, que rege a educação nacional, aproveitando o momento para retratar

os processos históricos que envolveram a promulgação da lei em

questão.

c. A professora deve propor ao Sr. Alcides uma redução de sua jornada

diária de estudos.

Feedback:

a. O fato de produzir uma carta será bastante positivo à aprendizagem dos

alunos, pois eles irão conquistar ricas aprendizagens, além da professora

estar ensinando aos alunos o verdadeiro sentido da cidadania ao

reivindicar os direitos aos órgãos competentes. Todavia, ela deve explicar

que por si só o Conselho Municipal da Educação não pode mudar as leis

do ensino no Brasil, pois isso depende de instâncias superiores, como

projetos de leis, que devem ser aprovados no Congresso Nacional.

b. É relevante que os estudantes conheçam as leis que regem o ensino no

país, em especial os alunos adultos, que, em posse desse conhecimento,

têm a possibilidade de exigir seus direitos. Diante dessa temática, a

professora também deve abordar o processo histórico que antecedeu a

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Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pois, diante de uma

situação concreta, os alunos terão a oportunidade de compreender que

os fatos não são fruto do acaso, mais, sim, de conquistas e de perdas,

que envolvem lutas de pessoas (reais e concretas) engajadas em causas

coletivas.

c. A professora não tem autonomia de reduzir a jornada de estudos de seus

alunos, pois essa jornada é definida pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional. Porém a professora deve incentivar o aluno para que

ele não desista e, em conjunto com a direção e com a equipe pedagógica

da escola, permitir atrasos ou, em caso de faltas, orientar o Sr. Alcides

que solicite declarações de trabalho, com o objetivo de justificar as suas

faltas, uma vez que suas ausências têm motivos justos.

Síntese

Durante nossos estudos, fizemos uma reflexão abrangente acerca da

legislação vigente, procurando retratar seus propósitos no que tange à Educação

de Jovens e Adultos. Vimos, também, que, se tomarmos como base as

legislações anteriores, a Lei de Diretrizes e Bases representou avanços para a

educação. Essa análise assenta-se no fato de que a legislação em questão traz

a responsabilidade da União frente à Educação de Jovens e Adultos e também

define as responsabilidades dos estados e dos municípios com a educação

básica, considerando que esse nível de educação integra a educação básica.

O artigo nº 37 da Lei nº 9.394/96 assim define a Educação de Jovens e

Adultos: “será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de

estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Considerando que a

idade própria vai dos 7 aos 14 anos de idade, isso implica que o jovem deve ser

maior de 15 anos para ingressar nesse nível de ensino.

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Convém ressaltarmos, entretanto, que os avanços gerados pela Lei nº

9.394/96 são parcos diante da expectativa da sociedade civil, dos educadores e

dos fóruns envolvidos nos debates que precederam a publicação de tal lei. O

teor da legislação em questão não atende o que foi almejado para a Educação

de Jovens e Adultos no já descrito projeto da relatoria de Jorge Hage. Embora

os olhares não possam ser cerrados ao fato de que essa lei amplia o ensino

obrigatório de quatro para oito anos e coloca a Educação de Jovens e Adultos

no mesmo patamar dos outros níveis de ensino, isso representa um avanço, se

tomarmos por base as legislações anteriores de ensino.

O texto final da Lei nº 9.394/96 é um resultado histórico, que representa

os interesses e as aspirações já descritas; mas o fato é que a população

brasileira ainda precisa de educação básica e o analfabetismo ainda demanda,

por parte do governo, a criação de programas paralelos voltados para a

alfabetização de jovens, adultos e idosos, visando a erradicação do

analfabetismo.

No que refere-se à Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista as

legislações de ensino no Brasil, cremos ser necessário considerar esse nível de

ensino em sua especificidade e procurar modos de superação do “mito do direito

de todos à educação, quando o número de brasileiros que chegam às escolas

do país e dos que nela conseguem permanecer é chocante e irrisório” (FREIRE,

2005, p. 159). A escola, em especial a de jovens e adultos, está para a formação

de leitores, em especial leitores críticos da realidade social. Contudo, muitas

vezes, conduz sua ação de forma frágil, vitimada pela implementação de

programas que lhe são impostos, sem que participe de debates e, na maioria

das vezes, fica ausente dos planos de implementação.

Dessa maneira, as análises aqui tecidas procuram situar, de forma ampla,

a legislação do ensino no Brasil, em especial seus objetivos e impactos na

Educação de Jovens e Adultos, como políticas que se materializam em Lei de

Diretrizes e Bases, que, no âmago de suas proposições, são objetos de anseios,

lutas e debates. Por outro lado, quando tais leis são promulgadas, elas não

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apresentam, em seu teor, reflexos de toda a luta que se travou em busca de uma

educação democrática e de qualidade.

Vale mencionar, ainda, que a prática do diálogo, a promoção à

participação e o debate de ideias abrem possibilidades para a reflexão acerca

de políticas afinadas com o tempo histórico em que vivemos e, de alguma forma,

permitem contemplar as necessidades daqueles que não tiveram acesso à

educação no tempo adequado.

(Vídeo disponível no material on-line)

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Referências

BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases

da Educação Nacional. Disponível em:

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm). Acesso em: 15 março de

2014.

_________. Lei n. 5692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para

o Ensino de 1. e 2. Graus, e dá outras Providências. Disponível em:

(http://www.camara.gov.br/sileg/integras/136683.pdf). Acesso em: 31 março de

2014.

_________. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional. Disponível em:

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm). Acesso em: 20 novembro

de 2013.

BRZEZINSKI, I. LDB Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo:

Cortez, 2007.

FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação. Uma introdução ao

pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2005.

INEP. Mapa do Analfabetismo no Brasil. Disponível em:

(http://www.publicacoes.inep.gov.br/). Acesso em: 2 de junho de 2014.

PAIVA, V. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Editora

Loyola, 1987.

PEREIRA, E; TEIXEIRA, Z. A. Educação básica redimensionada. In: B, Iria (org.).

LDB Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 2007.

SAVIANI, D. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. São

Paulo: Autores Associados, 1997.

_________. Educação do senso comum à consciência filosófica. 12. ed.

Campinas, SP: 1998.

__________. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores

Associados, 2007.

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SEVERINO. A J. Os embates da cidadania: ensaio de uma abordagem filosófica

da nova lei de diretrizes e bases da educação nacional. In: BRZEZINSKI, Iria

(org.). L.D.B. Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez,

1997.

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Atividades

A primeira lei de ensino do país entrou em tramitação em 1948. Vale

destacar que, com sua promulgação, o Estado tomou para si a obrigação

do ensino. Sobre a primeira lei de ensino do país, analise as proposições

a seguir, no que refere-se à legislação do ensino, classificando-as em

verdadeiro (V) e falso (F). Em seguida, selecione a alternativa que

apresenta a sequência correta:

( ) A primeira lei de ensino no país é denominada de Lei de Diretrizes e

Bases da Educação – Lei nº 4.024, de 1961.

( ) No cenário da primeira lei de ensino do país, o Estado assumiu um

papel centralizador, e a educação, a partir de então, passou a constituir-se

em um sistema único de ensino.

( ) Em face da promulgação dessa lei, originou-se o curso primário de

quatro anos de duração, obrigatório e gratuito.

( ) A primeira lei de ensino no país trouxe a obrigatoriedade de

oferecimento da Educação de Jovens e Adultos àqueles que não tiveram

acesso à escolaridade na idade apropriada.

a. F – V – F – V

b. V – F – V – F

c. V – V – V – F

d. F – F – V – V

A Lei nº 9.394/96 foi fruto de debates que decorreram desde 1988. Em

sua primeira versão, teve como relator o deputado Jorge Hage. Em

relação ao projeto do deputado Jorge Hage, primeira versão de nossa

última lei de ensino no Brasil, analise as proposições a seguir e, em

seguida, selecione a alternativa que contém as sentenças corretas:

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I – Com o “Projeto Jorge Hage”, criou-se uma visão peculiar da educação

voltada ao púbico jovem e ao adulto trabalhador, pois o projeto considerou

que esse segmento da educação possui uma forma singular de perceber o

mundo e conceber a vida.

II – Com o “Projeto Jorge Hage”, procurou-se criar condições para que a

Educação de Jovens e Adultos fosse estruturada em uma realidade

concreta do adulto inserido na sociedade e no trabalho.

III- No “Projeto Jorge Hage”, tratou-se dos conteúdos curriculares,

centrando-os na prática social e no trabalho, com metodologia de ensino-

aprendizagem adequada à experiência do aluno.

IV – O “Projeto Jorge Hage” trouxe vários benefícios à educação de adultos,

todavia pecou quando não contemplou programas sociais de alimentação

e incentivo às empresas para o oferecimento da educação de adultos.

a. I, II e III

b. I, II e IV

c. I, III e IV

d. II, III e IV

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Relacione a coluna A com a coluna B e, em seguida, selecione a

alternativa que apresenta a sequência correta da coluna B de cima para

baixo.

Coluna A Coluna B

I. Lei nº 4.024, de 1961.

II. Lei nº 9.394, de 1996.

III. “Projeto Jorge Hage”.

IV. Lei nº 5.692, de 1971.

( ) Apresentou incentivo às empresas

para o oferecimento da educação de

adultos.

( ) Incluiu a Educação de Jovens e

Adultos à educação básica.

( ) Imprimiu o tecnicismo à educação

e inaugurou o ensino supletivo.

( ) Trouxe a obrigatoriedade de

ensino de quatro anos, denominado

de ensino primário.

a. II – I – IV – III

b. II – IV – III – I

c. I – II – III – IV

d. III – II – IV – I

O artigo nº 37 da Lei nº 9.394/96 assim define a Educação de Jovens e

Adultos: “será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade

de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Com base

nessa afirmação, é correto afirmar que:

a. O jovem, para frequentar a Educação de Jovens e Adultos, deve ser maior

de 15 anos de idade.

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b. A Educação de Jovens e Adultos é um nível de ensino obrigatório

legalmente.

c. A Educação de Jovens e Adultos constitui-se da última etapa da educação

básica.

d. A Educação de Jovens e Adultos é legalmente oferecida em todas as

empresas que fornecem trabalho para adultos analfabetos.

O capitalismo exige pessoas mais capacitadas para lidar com as novas

exigências do trabalho, que deixa de ser meramente braçal para exigir um

maior preparo na manipulação de máquinas. Com base nessa afirmação,

é correto afirmar que:

I. As escolas estavam preparadas para a configuração do capitalismo e

suas exigências quanto ao preparo do aluno trabalhador.

II. Essa realidade considera que a tecnologia das máquinas cobra do

trabalhador conhecimentos para além da escrita do próprio nome.

III. Com a configuração social e econômica, na ocasião da Revolução

Industrial, há o aprofundamento das relações capitalistas, que trouxe

consigo o entendimento de que a educação jogava um papel importante no

desenvolvimento da economia.

IV. Nesse cenário, a escola passa a ser necessária, em especial ao adulto

que precisa inserir-se no mercado de trabalho.

Selecione a alternativa que contém os itens corretos:

a. I, II e III

b. I, II e IV

c. I, III e IV

d. II, III e IV