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CCDD Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema Sindicalismo Projeto Pós-graduação Curso MBA em Recursos Humanos Disciplina Relações Trabalhistas e Sindicalismo Tema Sindicalismo Professor Silvano Alves Alcantara Introdução No tema de hoje abordaremos o sindicalismo, regulado pelo Direito Coletivo do Trabalho, tratando, assim, das entidades sindicais, de suas composições e formas de atuação. Na sequência, acompanhe o vídeo de introdução do tema com o professor Silvano no seu material digital. Bons estudos! Problematização Certo empregado aderiu à greve organizada pelo sindicato de sua categoria dentro dos parâmetros legais. Seu empregador, revoltado, dispensou-o por justa causa, alegando que o fato de ter aderido à greve poderia ser considerado como falta grave. Considerando essa situação hipotética, quais as possíveis análises a serem feitas? Antes de responder a esse questionamento, acompanhe o conteúdo apresentado a seguir e reflita sobre a melhor resposta. Essa situação será apresentada novamente adiante. Autonomia e Liberdade Sindical As garantias trabalhistas previstas na Constituição da República de 1988 alcançam, também, a esfera coletiva, que define a liberdade de associação

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

1

Tema – Sindicalismo

Projeto Pós-graduação

Curso MBA em Recursos Humanos

Disciplina Relações Trabalhistas e Sindicalismo

Tema Sindicalismo

Professor Silvano Alves Alcantara

Introdução

No tema de hoje abordaremos o sindicalismo, regulado pelo Direito

Coletivo do Trabalho, tratando, assim, das entidades sindicais, de suas

composições e formas de atuação.

Na sequência, acompanhe o vídeo de introdução do tema com o

professor Silvano no seu material digital.

Bons estudos!

Problematização

Certo empregado aderiu à greve organizada pelo sindicato de sua

categoria dentro dos parâmetros legais. Seu empregador, revoltado,

dispensou-o por justa causa, alegando que o fato de ter aderido à greve

poderia ser considerado como falta grave.

Considerando essa situação hipotética, quais as possíveis análises a

serem feitas?

Antes de responder a esse questionamento, acompanhe o

conteúdo apresentado a seguir e reflita sobre a melhor resposta. Essa

situação será apresentada novamente adiante.

Autonomia e Liberdade Sindical

As garantias trabalhistas previstas na Constituição da República de 1988

alcançam, também, a esfera coletiva, que define a liberdade de associação

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tanto para o empregado quanto para o empregador.

Junto ao direito coletivo vem, em primeiro lugar, mais um direito

individual, o de livre associação, que permite ao empregado ingressar em sua

entidade representativa de classe.

O caput do art. 8º, CF, determina que é livre a associação profissional ou

sindical, deixando o entendimento de que se trata somente de associação

relativa ao empregado ou às categorias profissionais.

Acreditamos, porém, que é somente uma afirmação para que se tenha

como reforço essa garantia, pois a liberdade de associação é também dada à

classe econômica, ou seja, dos empregadores, como veremos a seguir.

E como é exercida essa liberdade?

Primeiramente, já no inciso I do art. 8º, o ditame constitucional se dá no

sentido de assegurar a abertura de qualquer sindicato, sem que seja

necessária a autorização do Estado. É claro que se está falando de autorização

especial, pois deverá, como qualquer outra associação, ter o registro de seus

atos, incluindo-se os constitutivos, devidamente registrados no órgão

competente, dando publicidade sobre aquilo que faz a toda a sociedade de

maneira geral.

Ainda, o mesmo inciso veda categoricamente a interferência e a

intervenção do Poder Público nas entidades sindicais. Aqui, deixamos claro

que, como em qualquer outra situação, existe a condição de que tais entidades

estejam atuando dentro dos parâmetros legais.

Fica evidenciado, dessa forma, que o Poder Público não poderá criar

qualquer obstáculo para que seja constituída uma entidade representando

determinada categoria profissional, ou econômica, nem fazer qualquer tipo de

ingerência em sua gestão, desde que essa entidade esteja atuando dentro da

legalidade.

Logo na sequência, em seu inciso V há a determinação de que ninguém

será obrigado a se filiar ou a se manter filiado a qualquer sindicato. Sendo

assim, as negociações coletivas são efetuadas com o objetivo de determinar

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melhores condições de trabalho para as categorias envolvidas.

Em relação à classe de trabalhadores, tudo o que for decidido nas

negociações coletivas incorporará todos os contratos individuais de trabalho, se

um ou outro trabalhador já não tiver situação melhor.

Estamos falando em categoria, portanto, em grupos de trabalhadores.

Isso independe, por conseguinte, de associação à entidade de classe.

No vídeo a seguir, disponível no material digital, teceremos algumas

explicações sobre a garantia dada a todos os trabalhadores, que pertençam a

determinada categoria, de terem os mesmos direitos conseguidos por sua

associação de classe, independentemente de sua filiação.

Sabemos que é livre a associação nas entidades de classe, podendo e

querendo o participante de determinada categoria ingressar nos quadros de

seu sindicato, permanecer durante o período que queira e sair quando assim

entender.

Aquele que participa diretamente de seu sindicato terá privilégios em

relação aos não participantes. Assim é em toda e qualquer associação que

beneficiará seus associados. Até mesmo o aposentado filiado terá o direito de

assim continuar, podendo votar e ser votado nas organizações sindicais.

Cada entidade de classe, em qualquer nível, deverá ser comandada por

integrantes daquela classe. Os dirigentes serão escolhidos em chapas

compostas por vários cargos, desde o candidato a presidente até os suplentes

de cada cargo, em eleições especialmente convocadas para esse fim.

E o empregado eleito como dirigente sindical? Ele perde o vínculo

empregatício com o seu empregador? Quem paga seu salário?

O Decreto Lei n. 5.452/1943 (CLT) determina, em seu art. 543, que o

empregado eleito para cargo de administração ou de representação

profissional não poderá ser impedido de exercer suas funções, muito menos

ser transferido para local que lhe seja impossibilitado ou mesmo que dificulte o

seu desempenho como tal. É claro que se a transferência for por ele solicitada,

ou mesmo aceita, perderá o mandato.

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O parágrafo 2º do mesmo artigo define como licença não remunerada o

tempo em que o empregado com funções sindicais precisar se ausentar do

trabalho para desempenhar suas funções. Esse é um caso típico de suspensão

do contrato de trabalho, no qual há paralisação do trabalho e o empregador

não está obrigado a remunerar o empregado.

Completa o inciso que, então, salvo assentimento da empresa ou

cláusula contratual que disponha de maneira distinta, o empregador

remunerará o empregado. Ou seja: se o empregador consentir, ou se houver

alguma cláusula contratual que determine o contrário, o empregado receberá

seu salário normalmente, mesmo não havendo trabalho.

O empregado continuará, portanto, com o vínculo empregatício junto a

seu empregador, que terá a obrigação de remunerá-lo, mesmo que não preste

seus serviços diretamente, pois estará a serviço da classe, continuando com os

mesmos direitos e devendo retornar posteriormente.

Existem, assim, três possibilidades: o empregador o remunera

integralmente, o sindicato o remunera integralmente ou ambos remuneram

parte do salário do empregado com funções sindicais, para que ele não tenha

prejuízo algum.

Ao dirigente sindical, mesmo se for suplente, é garantida a estabilidade

desde o registro de sua candidatura até um ano após o mandato, se eleito for.

Organização Sindical

Como falado anteriormente, as garantias trabalhistas previstas na

Constituição da República de 1988 alcançam também a esfera coletiva.

Pois bem, então o que é um sindicato? Para que é criado?

Apresentamos, a seguir, a posição sempre esclarecedora do mestre

Amauri Mascaro Nascimento (2011, p. 1.302), que assim entende: “Sindicato é

uma organização social constituída para, segundo um princípio de autonomia

privada coletiva, defender interesses trabalhistas e econômicos nas relações

coletivas entre os grupos sociais”.

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Deparamo-nos com mais uma vitória conseguida pelos trabalhadores e –

já há muito tempo – alargada também ao empregador. A voz, ou o grito, é mais

bem ouvido quando não é solitário.

Um trabalhador sozinho tem, quando muito, o poder de barganha sobre

o seu contrato individual de trabalho, mas ele faz parte de uma categoria, de

uma classe de trabalhadores. E se desunidos fossem, cada um, em princípio,

teria de defender os seus próprios interesses, ficando à mercê do empregador.

Aliás, foi assim durante um bom tempo histórico.

A partir do momento em que os trabalhadores tiveram o direito de se

associar, criando uma entidade composta por membros da mesma categoria,

com objetivos exatamente iguais e falando a mesma língua, conseguiram

inúmeras vitórias, abarcando todos os integrantes.

Em nossos dias, vemos que essas entidades de classe possuem

funções variadas. De imediato, a Constituição de 1988 informa que é obrigação

dos sindicatos a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da

categoria, defesa essa que pode acontecer nas esferas judiciais ou

administrativas. As demais funções podem ser encontradas especialmente no

Decreto-Lei n. 5.452/1943 (CLT), que define os deveres do sindicato no seu art.

514.

Podemos compreender, por assim dizer, que a função precípua do

sindicato é a defesa da classe. E, atreladas a essa grande função, outras

aparecem para complementá-la.

A função negocial é evidenciada claramente quando das negociações

coletivas, momento em que a classe de trabalhadores e a classe econômica

conferem às suas entidades representativas o poder de ajustar as melhores

condições de trabalho ou de remuneração entre si.

Tal ajuste é extensivo a toda a categoria, independentemente de

associação. E, somente para relembrar, a Lei Maior/88 reconhece as

convenções e os acordos coletivos de trabalho em seu art. 7º, inciso XXVI.

Outra função que também tem pertinência é a assistencial, no sentido de

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que são obrigados a prestar os serviços mais variados, relacionados à

educação, saúde, assistência social e jurídica, criação de cooperativas – até

mesmo de crédito –, entre outros, diretamente ou por meio de convênios

múltiplos, inclusive com o Poder Público.

Entre as funções do sindicato, ainda encontramos a de arrecadação,

sendo aquela que dá o direito à entidade de cobrar da categoria os valores

necessários para que possa, acima de tudo, representá-los mais

condignamente e também para lhes proporcionar uma assistência mais eficaz.

E, se a defesa dos interesses de toda a categoria é encargo do

sindicato, poderiam ser criados tantos sindicatos quantos os interessados

quiserem?

Voltamos à abordagem que já fizemos anteriormente acerca de que

mais forte será e mais poder de negociação terá aquele que, unido com os

seus pares, falar e reivindicar os mesmos direitos. Se os trabalhadores se

reunirem em associação legalmente constituída para esse fim, terão esse

respaldo, pois assim estarão fortalecidos.

Pensando ainda em união, não seria prejudicial que essas associações

se fragmentassem, não seria uma divisão de forças – tanto para uma quanto

para outra categoria – profissional ou econômica?

Com esse pensamento, a Constituição de 1988 determinou a vedação

da criação de mais de uma organização sindical, de qualquer grau, que

represente a mesma categoria dentro da mesma base territorial, não podendo

ser esta inferior à área de um município. É a aplicação do princípio da

unicidade sindical – ou do sindicato único, como queiram alguns.

Quando a Constituição fala em “qualquer grau”, também surge certa

dúvida, que esclarecemos. A legislação subdivide as associações sindicais em

sindicatos, federações e confederações, criando um verdadeiro sistema, cada

uma com suas tarefas específicas, mas todas voltadas para o mesmo interesse

comum: o melhor para aquela(s) classe(s) que representam.

As federações podem ser criadas a partir de um número mínimo de

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cinco sindicatos que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades

ou profissões idênticas, similares ou conexas, sendo faculdade dos sindicatos a

sua instituição.

Em princípio, as federações devem ser criadas no âmbito de cada

Estado-membro, podendo eventualmente englobar mais de um Estado, ou até

mesmo existir em nível nacional. Já as confederações podem ser criadas

quando três ou mais federações assim decidirem, ficando a sua sede

obrigatoriamente na capital da república.

As federações e as confederações são denominadas associação sindical

em grau superior.

E como sobrevivem as entidades de classe?

Já falamos na função de arrecadação que as associações também

possuem. E aqui vamos procurar dirimir outra grande dúvida que paira em

relação à obrigatoriedade das contribuições dos membros da categoria aos

seus sindicatos.

Sabemos que vários tipos de contribuições são criados pelos ou para

sindicatos, entre eles temos: a contribuição sindical, a assistencial e a

confederativa. E quem se obriga a pagá-las? Todos aqueles que fazem parte

da categoria ou somente os associados?

Boas perguntas. Comecemos, então, com as previsões constitucionais.

O inciso IV do art. 8º assim define: “[...] a assembléia geral fixará a

contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em

folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical

respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”.

Na análise do inciso em comento, podemos entender que pelo menos

duas contribuições estão em debate. Salientamos que todas essas

contribuições cabem tanto para a categoria profissional quanto para a

econômica.

A contribuição confederativa deverá ser criada pela assembleia geral,

justamente para custear todo o sistema.

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É pacífico em toda a jurisprudência dos Tribunais Regionais do

Trabalho, como também no TST, que a contribuição confederativa, desde que

instituída por convenções coletivas de trabalho, é devida, mas tão somente

para aqueles que são regularmente associados às suas entidades de classe.

Quanto a isso não existem discussões.

Com relação a isso, diz o Precedente Normativo 119 – TST:

A Constituição da República, em seus artigos 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados.

Seguindo com os tipos de contribuições, trazemos ao estudo a

contribuição assistencial, também chamada de taxa assistencial ou taxa de

reversão.

Assim como a contribuição confederativa, essa taxa deverá ser criada

por meio das negociações coletivas. Ela tem como fato gerador o sindicato ter

participado dessas negociações para, assim, poder cobrir custos adicionais

eventualmente contraídos.

Nesse caso, por mais que o sindicato tenha participado de negociações

que serão aproveitadas por toda a classe, pois a mesma Constituição de 1988

determina que é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações

coletivas de trabalho, também pela interpretação do mesmo precedente

normativo é entendida como não obrigatória para os não associados.

Trazemos, agora, o estudo do final do inciso IV: “independentemente da

contribuição prevista em lei”. Quando a previsão constitucional chama a

atenção para a contribuição prevista em lei, está se referindo à contribuição

sindical propriamente dita, também denominada de “imposto sindical”, a única

compulsória. Todos os que pertencem à categoria são obrigados a recolher

essa taxa, independentemente de associação.

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A legislação em questão é o Decreto-Lei n. 5.452/1943 (CLT), que assim

define, em seu art. 579:

A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591.

Essa contribuição deverá ser paga uma vez por ano e corresponde a um

dia de salário, no caso do empregado, que deverá ser descontado diretamente

na folha de pagamento no mês de março de cada ano. Já dos profissionais

liberais ou dos autônomos será descontado um valor determinado por lei. No

caso da categoria econômica, o valor da contribuição é calculado em razão do

capital social de cada empresa. Ainda, a Consolidação das Leis do Trabalho,

em seu art. 578, quando trata da contribuição sindical, denomina-a de “imposto

sindical”.

Salientamos que a contribuição sindical é a única obrigatória e que todos

devem pagá-la, mesmo que não sejam associados a suas entidades de classe.

Você pode ver no vídeo disponível no material digital uma explicação

mais aprofundada da contribuição sindical.

Culturalmente, ainda estamos de certa forma engatinhando no

sindicalismo, por mais que ele seja reconhecido e consolidado há várias

décadas e mesmo que já tenhamos bons exemplos de que é uma base forte e

robusta para o atendimento das pretensões das categorias.

Em virtude dessa compreensão, em alguns países onde as

organizações sindicais são encaradas com maior apreço e valor, elas

determinam e autorizam cláusulas em suas convenções nas quais obrigam o

empregador a não admitir trabalhador que não seja sindicalizado (denominadas

de “closed shop”), ou mesmo demiti-lo caso saia de seu sindicato (chamadas

de “union shop”).

Negociações Coletivas

As negociações coletivas são genericamente conhecidas como tudo

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aquilo que é feito entre as entidades representativas dos empregados e

empregadores, com o intuito de determinar as condições de trabalho

pertinentes às categorias envolvidas e que, uma vez ajustadas essas

condições, vinculam todos os participantes.

De acordo com Barros (2013, p. 1.325):

[...] na negociação coletiva, nenhum interesse de classe deverá prevalecer sobre o interesse público, não podendo, entretanto, ser transacionados preceitos que resguardam a saúde do obreiro, como os relativos à higiene e segurança do trabalho, e também os que se referem à integridade moral, situando-se aqui o direito à honra, à intimidade, à boa fama, à privacidade.

As determinações acordadas nas negociações coletivas têm o poder de

normatizar toda a relação entre os grupos e incidem diretamente em todos os

contratos individuais de trabalho, salvo se algum já não possuir melhores

condições.

Delgado (2011, p. 1.277) enaltece a negociação coletiva, afirmando:

A importância da negociação coletiva trabalhista transcende o próprio Direito do Trabalho. A experiência histórica dos principais países ocidentais demonstrou, desde o século XIX, que uma diversificada e atuante dinâmica de negociação coletiva no cenário das relações laborativas sempre influenciou, positivamente, a estruturação mais democrática do conjunto social.

A CLT, em seu art. 611, trata de duas formas de normas coletivas, que

podem ser formuladas ao término da negociação coletiva. São a convenção

coletiva e o acordo coletivo de trabalho. Você verá mais sobre elas a seguir.

Convenção coletiva de trabalho

O Decreto-Lei n. 5.452/1943 (CLT) define a convenção coletiva de

trabalho, no caput de seu art. 611, como sendo:

o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

No entender de Carrion (2012, p. 543), a convenção coletiva prevê

direitos e obrigações para os contratos individuais em vigor ou que venham a

ser celebrados. Como se diz, é mais uma lei do que um contrato.

Vemos, pois, uma das particularidades da CCT, na qual, após uma

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negociação coletiva ocorrida entre as entidades representativas de ambas as

categorias – a profissional e a econômica –, define por meio da convenção

coletiva tudo aquilo que deverá integrar todos os contratos individuais de

trabalho relativos à classe que representam, em vigor até aquele momento,

bem como aqueles que vierem a ser celebrados.

Acordo coletivo de trabalho

A CLT, no parágrafo 1º do artigo 611, faculta às entidades da classe

representativa dos empregados a possibilidade de firmarem acordos coletivos

com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, para que

possam estipular condições de trabalho que digam respeito somente a essa(s)

empresa(s) e seus empregados.

Esclarecemos que não existe hierarquia entre a convenção e o acordo,

uma vez que são normas distintas, sendo a convenção coletiva mais

abrangente, pois regula as condições de trabalho de toda uma categoria. O

acordo coletivo é mais restrito, regulando somente as condições atinentes aos

trabalhadores de determinada(s) empresa(s) e seu(s) empregador(es).

Greve

É sabido que em toda e qualquer relação conflitos podem acontecer.

Dentro de um contrato individual de trabalho, algumas situações conflituosas

podem aparecer, fazendo com que o empregado e o empregador tenham de

encontrar a melhor solução.

Na esfera da relação coletiva do trabalho, tampouco é diferente, pois

vários tipos de conflitos podem ocorrer, colocando os grupos em polvorosa.

Esses conflitos acontecem quando não se conseguiu chegar a um

denominador comum, uma vez que uma classe reivindica alguma condição e a

outra não admite.

Tida como o maior conflito existente entre os grupos, a greve já passou

historicamente por vários patamares. No princípio, era considerada atividade

criminosa, passando a ser antissocial e, gradativamente, foi sendo

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descriminalizada. Hodiernamente, a greve é encarada como direito a ser

exercido.

Garantida aos trabalhadores pela Constituição de 1988, ela está

devidamente regulamentada pela Lei n. 7.783/1989. No entanto, qualquer

trabalhador pode exercer esse direito? Será que alguns empregados de uma

determinada empresa podem, sozinhos, “entrar” em greve?

Para que esse direito seja exercido, alguns requisitos se apresentam.

Inicialmente, lembramos que estamos estudando a relação coletiva, então tudo

aqui se refere exclusivamente ao direito dos grupos, das classes. É também

salutar explicarmos como é o procedimento da greve, para que não venha a

ser “ab initio”, ou seja, desde o início considerada como ilegal.

Quando certa categoria de trabalhadores está descontente com alguma

situação relacionada ao ambiente de trabalho – quer seja de melhores

condições ou mesmo reivindicações salariais –, o caminho é a tentativa de

negociação que, no mais das vezes, acontece diretamente. E, depois, tudo ali

decidido se transforma em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Mas e quando isso não acontece? O que se tem a fazer? Resta aos

trabalhadores entrar em greve.

E o que é a greve?

A lei regulamentadora a define, em seu art. 2º, como sendo “a

suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação

pessoal de serviços a empregador”.

Contudo, a doutrina prefere melhorar essa conceituação, para que não

exista dúvida. É o caso de Delgado (2011, p. 1.341), que conceitua a greve

como sendo:

a paralisação coletiva provisória, parcial ou total, das atividades dos trabalhadores em face de seus empregadores ou tomadores de serviços, com o objetivo de exercer-lhes pressão, visando a defesa ou conquista de interesses coletivos, ou com objetivos sociais mais amplos.

Trata-se, enfim, de uma paralisação temporária dos serviços, que tem

como objetivo a busca dos interesses dos trabalhadores. Essa paralisação é

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devidamente autorizada pela lei, que determina sua formalização.

O primeiro requisito para que a greve possa acontecer é chamado por

alguns autores de fase preliminar. É a tentativa de conciliação. Trata-se do

momento primeiro e obrigatório, para que os grupos possam adequar seus

anseios. Não chegando a um consenso, passa-se para uma nova fase.

Nessa etapa, uma assembleia geral dos trabalhadores deve ser

convocada pelo sindicato com a finalidade específica de se decidir ou não pela

greve. Tudo o que ali for decidido deve ter embasamento legal, para que a

classe não sofra outras consequências.

Decidindo-se pela greve, uma comissão deverá ser constituída para

tratar especificamente desses interesses, mesmo que extrapole a esfera

administrativa, chegando até o Poder Judiciário.

O empregador também não poderá ser pego de surpresa. Ele tem o

direito de saber com antecedência da paralisação que ocorrerá. Essa

comunicação deve ser dada com uma antecedência mínima de 48 horas para

os serviços entendidos como normais; e de pelo menos 72 horas para os

serviços considerados essenciais.

Nas atividades essenciais, todos os envolvidos – empregadores,

empregados e seus sindicatos – ficam obrigados, por meio de mútuo acordo, a

garantir no período de greve a prestação dos serviços indispensáveis e

inadiáveis à população de maneira geral. Não sendo possível, o próprio Poder

Público assim deverá fazê-lo.

Essas atividades são aquelas que não podem parar, pois sua suspensão

pode colocar em perigo a vida, a saúde ou a segurança das pessoas.

Trazemos algumas delas como exemplo: o serviço médico e hospitalar; o

abastecimento de água; a produção e a distribuição de energia elétrica, gás e

combustíveis, entre outras, que o próprio bom senso nos recomenda.

Aos grevistas são dadas certas garantias, atreladas a determinadas

proibições. Pode-se tentar convencer os trabalhadores a aderir ao movimento,

desde que, para isso, sejam empregados meios pacíficos, sem pressão

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alguma, pois nenhum trabalhador pode se sentir obrigado a participar. Não se

pode, em qualquer hipótese, proibir o acesso ao trabalho daqueles que não

quiserem aderir ao movimento.

A greve pode se estender por vários dias e, mesmo que o sindicato

tenha certa reserva para sustentar o movimento grevista, poderão ser

arrecadados fundos para que os grevistas possam suportar mais

tranquilamente os dias de reivindicações.

Outra garantia aos grevistas é a proibição de que a empresa force, por

qualquer meio, o empregado a comparecer ao trabalho, bem como rescinda o

contrato de emprego no período da greve, desde que esta esteja ocorrendo

sem abusos.

Se o empregador não poderá demitir, não poderá também contratar

substitutos.

E em relação aos salários e às demais obrigações que o empregado

deixou de cumprir? A legislação determina que as demais situações devem ser

decididas por meio de acordo com o empregador.

Recomenda-se o bom senso, pois um meio termo sempre deverá ser

encontrado para que nenhuma das partes tenha maiores prejuízos do que os

que já tenha suportado.

No vídeo a seguir, disponível no material digital, teceremos algumas

explicações sobre a greve. Não perca!

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Revendo a problematização

Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir

sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Caso queira, leia o

caso novamente antes de responder. Caso contrário, analise as alternativas a

seguir e dê a sua resposta.

a. A adesão à greve justifica um motivo de suspensão do empregado, mas

não motivo imediato para a aplicação de dispensa por justa causa.

b. O empregado praticou ato de insubordinação e/ou abandono de

emprego ao aderir à greve, justificando a dispensa por justa causa.

c. A adesão à greve é um direito constitucional assegurado a todos os

trabalhadores.

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Feedback

a. É prerrogativa do empregador, exercendo seus poderes de direção e

disciplinador, punir o empregado quando este praticar algum ato que

seja merecedor dessa punição, inclusive com a suspensão, mas dentre

esses atos não encontramos a adesão à greve.

b. Dentre as figuras de justa causa podemos encontrar a insubordinação e

o abandono de empregado, mas a simples adesão à greve não

configura qualquer dessas figuras.

c. O ordenamento jurídico assegura ao empregado o direito de greve e,

desde que ela atenda aos requisitos legais, o empregador não tem o

direito de rescindir o contrato por justa causa daquele empregado que

aderiu à paralisação.

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Síntese

No vídeo de síntese, que está disponível no seu material digital, faremos

uma abordagem geral sobre o sindicalismo, tratando dos institutos estudados

neste tema. Não perca!

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Referências

BARROS, A. M. de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário

Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso

em: 10 fev. 2014.

_____. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis

do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 10

fev. 2014.

_____. Lei n. 7.783, de 28 de junho de 1989. Diário Oficial da União, Brasília,

29 jun. 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.

htm>. Acesso em: 10 fev. 2014.

BRASIL. Precedente Normativo n. 119, de 2 de junho de 1998. Diário da

Justiça, Brasília, 20 ago. 1998. Disponível em: <http://www3.tst.jus.br/jurispru

dencia/PN_com_indice/PN_completo.html#Tema_PN119>. Acesso em: 10 fev.

2014.

CARRION, V. Comentários à consolidação das leis do trabalho. São Paulo:

Saraiva, 2012.

DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011.

NASCIMENTO, A. M. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Saraiva, 2011.

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Atividades

As negociações coletivas, na seara da relação laboral, foram garantidas 1.

na Lei Maior/88, reconhecendo o acordo e a convenção coletiva de

trabalho. Podemos entender que são respectivamente:

a. A negociação feita entre os sindicatos representativos da classe patronal

e profissional e a negociação acontecida entre um empregador e o

sindicato profissional.

b. A negociação acontecida entre um ou mais empregadores com uma

comissão de empregados e a negociação feita pelos sindicatos

representativos das duas categorias.

c. Negociações acontecidas com o objetivo de melhorar as condições de

trabalho do obreiro que, para ter validade, deverão ser homologadas

pelo Poder Judiciário.

d. A negociação acontecida entre um ou mais empregadores com o

sindicato profissional e a negociação feita pelos sindicatos

representativos das duas categorias.

A greve, em nosso ordenamento jurídico, já foi considerada como crime. 2.

A partir de várias conquistas, na atualidade é entendida como direito.

Sobre a greve é correto afirmar que:

a. A assembleia sindical, convocada especialmente com essa pauta, é

soberana para decidir sobre a paralisação, não necessitando de outros

requisitos.

b. Nunca será considerada legal se não for requerida junto ao Poder

Judiciário, com antecedência mínima de 24 horas antes da paralisação.

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c. Poderá ser considerada legal se atender a alguns requisitos, entre eles a

tentativa de conciliação, a assembleia geral e o aviso prévio.

d. Para as atividades essenciais, o aviso prévio a ser dado ao empregador

deverá ser, no mínimo, de 48 horas de antecedência à paralisação.

A organização sindical, mas comumente conhecida como sindicato, tem 3.

a sua criação garantida constitucionalmente, sendo:

a. A associação de membros de uma profissão ou de empregadores,

destinados a defender seus interesses laborais e econômicos comuns.

b. A associação de empresas de determinado ramo da economia,

destinadas a defender seus interesses.

c. A associação informal de membros de uma profissão ou de

empregadores, destinados a defender interesses de um indivíduo.

d. A associação de membros de uma profissão ou de empregadores,

destinados a defender apenas interesses de cada indivíduo.

O ordenamento jurídico subdivide as associações sindicais em 4.

sindicatos, federações e confederações, criando um verdadeiro sistema,

cada uma com suas tarefas específicas, mas todas voltadas para o

mesmo interesse comum, ou seja, o melhor para aquela(s) classe(s) que

representam. Para que seja possível a criação de uma federação é

necessário:

a. Um número mínimo de treze sindicatos que representem a maioria

absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou

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conexas, sendo faculdade dos sindicatos a sua instituição.

b. Um número mínimo de cinco sindicatos que representem a maioria

absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou

conexas, sendo faculdade dos sindicatos a sua instituição.

c. Um número mínimo de quinze sindicatos que representem a maioria

absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou

conexas, sendo faculdade dos sindicatos a sua instituição.

d. Um número mínimo de três sindicatos que representem a maioria

absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou

conexas, sendo faculdade dos sindicatos a sua instituição.

Interpretando-se a previsão constitucional trazida em seu artigo 8º, no 5.

que concerne à livre associação nas entidades de classe, pode-se

entender que:

a. Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a um sindicato.

b. Somente o empregador tem a liberdade de escolha de filiar-se ou de

manter-se filiado a um sindicato.

c. Somente o empregado tem a liberdade de escolha de filiar-se ou de

manter-se filiado a um sindicato.

d. Ninguém será obrigado a filiar-se, mas a partir de sua filiação não

poderá se desligar sem o consentimento do sindicato.