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1 FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA- FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FELIPE ANDRÉ LYRA COUSSEIRO REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL ATUAL E TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO CABEDELO-PB 2017

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA- FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

FELIPE ANDRÉ LYRA COUSSEIRO

REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL ATUAL E TRABALHO

ANÁLOGO AO DE ESCRAVO

CABEDELO-PB

2017

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA- FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

FELIPE ANDRÉ LYRA COUSSEIRO

REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL ATUAL E TRABALHO

ANÁLOGO AO DE ESCRAVO

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo científico

apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela

Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito

parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito do Trabalho

Orientador: Profª Ms. Rafael Pontes

CABEDELO-PB

2017

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Cousseiro, Felipe André Lyra Cousseiro.

REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL

ATUAL E TRABALHO ANÁLOGO AO DE

ESCRAVO/Felipe André Lyra Cousseiro. – Cabedelo, 2017.

30f.

Orientadora: Prof. Ms. Felipe André Lyra Cousseiro.

Artigo Ciêntifico (Bacharelado em Direito) Faculdade de Ensino Superior da Paraiba. 1.Trabalho. 2. Escravidão. 3. Sociedade Moderna. 4. Direito

Trabalhista. 5. Reflexos Jurídicos.

BC/FESP CDU:

A reprodução total ou parcial deste documento só será permitida exclusivamente para fins

acadêmicos e científicos desde que seja referenciado, autor, titulo instituição, e ano de sua

publicação.

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FELIPE ANDRÉ LYRA COUSSEIRO

REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL ATUAL E TRABALHO

ANÁLOGO AO DE ESCRAVO

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos

Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como

exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM _____/_______2014

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profª Ms. Colocar nome completo

ORIENTADOR- FESP

___________________________________________

Profº Dr. Colocar nome completo

MEMBRO- FESP

___________________________________________

Profº Esp. Colocar nome completo

MEMBRO- FESP

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À Meu Deus e amados pais, pelos desafios que travamos unidos.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, que me sustentou em Fé por meio de sua gloriosa palavra, me fazendo

acreditar que ele estava no controle de todas as coisas.

Aos meus Pais que sempre em todos os momentos me ajudaram e me apoiaram

financeiramente em meio as dificuldades, também emocionalmente e assim foram um pilar de

sustentação de amor e vida.

À minha namorada Maria de Lourdes Candido da Silva, que me encorajou a voltar ao

curso de Direito e terminar de realizar o meu sonho, mesmo quando eu já tinha desistido, ela

fez eu ter novos ideais e novas motivações.

Aos meus professores do curso de Direito da FESP que são professores maravilhosos,

inspirações para seguir.

À meu orientador Professor Rafael Pontes que me acolheu em seus braços e fez com

que eu fosse guiado por essa jornada que é o direito e da qual hoje apaixonado vivo.

Aos Funcionários da FESP que sempre foram cordiais e educados, que foram sempre

cuidadosos em cada um de seus passos e que com dom solícito de graça transmitiram

gentileza e auxílio cada um em suas respectivas áreas.

Pelas correções do TCC segundo as regras da ABNT ao meu orientador e também a

professora Socorro que é um exemplo de integridade e capacidade acadêmica.

Aos que me fizeram mal e aos que duvidaram, pois me fizeram alguém mais forte, oro

para que encontrem paz.

À todos que direta e indiretamente contribuíram com minha formação acadêmica e

para a realização desse TCC, desde sonho que se concretiza.

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................1

2. BREVE COMENTÁRIO SOBRE A ORIGEM DO TRABALHO ESCRAVO NO

MUNDO.....................................................................................................................................2

2.1 TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL..............................................................................4

2.2 TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL ATUAL..............................7

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO TRABALHO ESCRAVO......................................10

3.1. REFLEXOS NOS DIREITO CONSTITUCIONAL.........................................................11

3.2. REFLEXOS NO DIREITO TRABALHISTA...................................................................13

3.3. REFLEXOS NO DIREITO PENAL..................................................................................14

4. MÉTODOS ESTATAIS DE COMBATE A SITUAÇÃO ANÁLOGA A DE

ESCRAVO...............................................................................................................................16

4.1. COMBATE AO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL...............16

4.2. A POLÊMICA PORTARIA Nº 1.129 DE 13 DE OUTUBRO DE 2017..........................18

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................19

REFERÊNCIAS

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REFLEXOS JURÍDICOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL ATUAL E TRABALHO

ANÁLOGO AO DE ESCRAVO

Felipe André Lyra Cousseiro*

Rafael Pontes **

RESUMO

O objetivo do presente trabalho é avaliar de forma mais objetiva e cuidadosa os reflexos

jurídicos da escravidão no Brasil, tanto no período colonial quanto na idade contemporânea,

pois, é vital para sociedade moderna compreender os motivos e a realidade que justifica o

assunto. É importante apontar as mudanças e o que já é feito, como o direito trabalhista opera

constitucionalmente, e penalmente em conjunto sobre o referente tema. É um trabalho de

pesquisa que utiliza a metodologia bibliográfica de natureza teórica. É de suma importância

que se compreenda a ideia de uma conjuntura atual, onde ainda resíduos da escravidão vivem

e coexistem na mente das pessoas nos dias de hoje, observar também as mudanças que já

ocorreram que trouxeram benefícios ao povo do mundo. O trabalho pretende dar clareza aos

reflexos jurídicos que influenciam e ao mesmo tempo acompanham as mudanças sociais e

protegem os direitos da sociedade. Em uma sociedade moderna como a que nós vivemos,

onde certos conceitos foram montados com base na estrutura de um tempo onde não existiam

benefícios de trabalho ao escravo, a mudança nos termos, na integração, na visão da sociedade

em relação a escravidão muda a passos largos apesar de sua já significativa mudança, com

base nessa premissa pode se afirmar que a sociedade vive entre a filosofia e a realidade. Em

linhas gerais, é possível compreender o objetivo claro do trabalho em promover a precisão

ideológica e jurídica, contra o trabalho escravo contemporâneo e cientificamente estudar com

propriedade seus problemáticos alicerces.

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho. Escravidão. Sociedade Moderna. Direito Trabalhista.

Reflexos Jurídicos.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na história do Brasil alguns momentos marcaram profundamente o teor da cultura, da

economia, da ciência, do direito e a escravidão veio para ser um dos grandes fatos de terror e

mudança para o desenvolvimento jurídico voltado para o ser humano que vive em uma

sociedade, é por tanto, que não se pode abandonar o estudo da escravidão no que diz respeito

às leis, ao sistema jurídico, a organização do governo, a consciência do povo do território

brasileiro em relação a outros seres humanos.

Neste sentido, o presente artigo se propõe a discutir esses memoráveis assuntos, e

abordar os diferentes aspectos da escravidão, bem como as formas pelas quais ela se perpetua

* Felipe André Lyra Cousseiro, aluno concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades,

semestre 2014.2. e-mail: [email protected]/[email protected]. **

Rafael Pontes, Mestre em direito, Especialista em Direito do Trabalho, Advogado, Professor da Fesp

Faculdades, atuou como orientadora desse TCC. e-mail: [email protected]

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sobe outras faces, sobre outros moldes, e como a lei se comporta diante desta realidade atual,

que é de sobremodo corriqueira e cotidiana para muitos que vivem no mundo e no Brasil.

Apesar do Brasil ter abolido a escravidão, a consciência do povo brasileiro ainda

manteve em seu escopo mais íntimo a utilização do outro, a exploração do outro em

detrimento de ganhos pessoais de qualquer ordem, a escravidão não foi abolida na mente do

brasileiro, que ainda no século XXI se utiliza de uma mão de obra humana, e as coloca em

situação análoga a de um escravo, ou seja, ainda que o código não contenha em sua liturgia o

crime de escravidão, situações parecidas, idênticas, fidedignas a de escravo perduram em

alguns lugares do Brasil ainda nos dias de hoje, pessoas que saem de suas casas para buscar

uma vida melhor, pessoas que vão enganadas, pessoas que são traficadas, pessoas que são

sequestradas, pessoas que são humilhadas e reduzidas em sua humanidade para que se

obtenha ganho, esta situação ainda ocorre nos dias atuais.

Em um mundo que aparentemente evoluiu em tantos sentidos, onde a lei que segue o

caminho trilhado pelos costumes sociais também evoluiu, as atitudes de algumas pessoas

ainda parecem retroceder, é neste sentido que o trabalho se compromete a compreender esse

fenômeno, o que a lei e o que o governo está fazendo para combater essa atitude, e a sua

projeção econômica social, por tanto, é importante estudar um tema tão complexo, e humano

por natureza.

2 BREVE COMENTÁRIO SOBRE A ORIGEM DO TRABALHO ESCRAVO NO

MUNDO

Desde as primeiras civilizações o ser humano passou desenvolver métodos de

produção e de dominação pelo mundo, as pessoas passaram a ser escravizadas como forma de

conseguir mão de obra para construção de templos, cidades e para servidão de muitos

considerados nobres, era um modelo de sistema escravista não pautado na cor, mas, na perca

das batalhas em campo, das guerras, grande parte do mundo se desenvolveu por meio das

guerras e as lutas efetuava vitória para uns e derrota para outros e assim, os que eram

derrotados muitas vezes quando em condições aceitáveis eram levados para as terras inimigas

para trabalhar escravizados pelos povos dominantes, alguns faziam serviços pesados e isso era

um grande problema pois os serviços eram muitas vezes degradantes, mas, não havia uma

legislação que os assegurasse uma vida tranquila de trabalho, boas condições, ou simples

dignidade de um ser humano, geralmente humilhados, trabalhavam duro dia e noite para o

enriquecimento de outrem, para permanecerem vivos, para não sofrer agressões e não ficar

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com fome, os escravos sofreram, mas, foram responsáveis pelas construções das antigas

civilizações e tem participação fundamental na estrutura que foi montada hoje no século XXI

e que surgiu a centenas de anos, AQUINO (2013) diz que:

A escravidão é tão antiga quanto o ser humano. Em principio, estava associada às

guerras em quase todos os povos; os vencidos eram feitos escravos, na Grécia, em

Roma, mas também entre os incas e astecas do México antigo. O guerreiro vencido

ser tornava propriedade do vencedor. Entre muitos povos também se tornava escravo

do credor quem não pudesse pagar as suas dívidas, vendia a sua pessoa ou os seus

filhos e familiares ao credor. Na Grécia praticava-se o rapto, especialmente de

crianças, e as crianças abandonadas pelos pais podiam ser recolhidas como escravos.

No período áureo de Atenas, havia na Grécia 15% de homens livres e 85% de

escravos. Na Mesopotâmia havia escravos de certo nível cultural, eram prisioneiros

de guerra, como muitos judeus deportados para a Babilônia no ano 570 a.C.. No

Império Romano, os escravos faziam trabalhos domésticos, e podiam ter funções

administrativas e burocráticas e até em altos cargos.Em alguns lugares os escravos

podiam trabalhar por conta própria, pagando ao patrão uma parte do que ganhavam e

juntar algum dinheiro para comprar a sua liberdade.

Aponta também SILVA (2012) que:

Na Roma e na Grécia existiam as primeiras relações de trabalho, a estratificação

social é composta por homens livres e escravos. O trabalho escravo predominava. A

prática escravagista surgiu das guerras. Nas lutas contra grupos ou tribos rivais, os

adversários feridos eram mortos. Posteriormente, ao invés de matá-los, percebeu-se

que era mais útil escravizar o derrotado na guerra, aproveitando os seus serviços. A

escravidão foi um fenômeno universal no mundo antigo. Calcula-se que na Itália do

final do século I a.C. os escravos chegaram a dois milhões numa população total de

seis milhões. No período imperial, entre 50 a.C. e 150 d.C., os escravos nos

territórios romanos chegaram a dez milhões numa população total de 50 milhões.

TURCI (2010) diz:

Um indivíduo pode se transformar em um escravo de diversas maneiras: por ser um

prisioneiro de guerra; por contrair uma dívida, que seria paga com seu trabalho (por

um tempo determinado ou pela vida toda); por ter cometido um crime e sendo,

portanto, punido com a escravidão; por se oferecer como escravo em troca de

alimento ou bens para salvação de sua família ou comunidade em grande

dificuldade; por pertencer a povos inimigos ou ser considerado culturalmente

inferior. Desta forma, o escravo, sendo uma propriedade, pode ser vendido,

emprestado, alugado e até morto, segundo as necessidades do seu senhor. A

escravidão foi praticada por diversos povos durante toda a história, de modos

diferentes e específicos. Em algumas civilizações como no Egito Antigo, por

exemplo, o escravo não era a base da produção, sendo o camponês livre obrigado a

prestar serviços ao Estado da forma de corveia (trabalho temporário sem

remuneração). Aos escravos cabia o trabalho doméstico e militar. Ao contrario, na

Roma Antiga, toda produção das grandes fazendas, todo serviço nas obras públicas

(incluindo as diversões nas arenas de gladiadores) recaia sobre a massa de escravos e

por isso chamados a civilização romana de civilização escravista. Em vários haréns,

no Oriente, as concubinas do grande sultão, xeque ou xá, eram escravas e muitas

delas eram negociadas ou capturadas na região do Cáucaso (entre a Rússia e o

Oriente Médio). Por tanto, nem sempre a escravidão foi baseada numa diferença

étnica: as vezes um parente distante precisava de ajuda e se submetia a uma

escravidão temporária. Ou seja, quando queremos refletir sobre a escravidão,

precisamos compreender como ela se desenvolveu para aquele povo específico.

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Havia por tanto essa grande diferença, nem sempre por cor, por etnia, mas por outras

formas, alguém que não era necessariamente escravo se tornava escravo mediante a contração

de dívidas, ou de uma necessidade alimentar, uma derrota em guerra, e mais, em quanto no

Egito muitos dos escravos faziam trabalhos domésticos, na Roma antiga muitos trabalhavam

pesado, em serviços de mão de obra pesada, além de serem lançados no coliseu para diversão

da época, muitas escravas eram também tratadas como concubinas e eram levadas para o

deleite dos governantes, ou seja, a escravidão sempre esteve presente na história da

humanidade, sempre sendo a expressão de um povo que se sente superior ao outro.

É importante compreender que já na Roma e na Grécia e bem antes que isso haviam

pessoas que eram usadas como escravas, ou seja, em uma situação de servidão, subserviência

exagerada que os fazia perder a sua própria humanidade, e que não se restringia a questões de

cor, mas de guerra, de poder, de dinheiro, de dívida e que não era necessariamente uma

questão de cor de pele, ou seja, escravidão é algo antigo, é algo enraizado na mentalidade de

quem governava, e que aparentemente é cultural, era eminentemente uma cultura a ostentação

da escravidão, era um sinal de vitória e por isso, a escravidão era algo evidente e claro que

permeava toda a cultura social, que movimentava a economia e que era descrita em lei, uma

vez que a lei é o reflexo da vida social, a escravidão era presente nos ordenamentos jurídicos,

como algo costumeiro, era algo consuetudinário escravizar.

A Grécia, o Egito, os povos Babilônicos, os assírios, todos já praticavam os atos de

escravidão para trabalhos forçados e degradantes, é uma prática antiga que não é carregada de

técnica mas de moralidade, a legislação na época não definia direitos a uma dignidade aos

escravos pelo fato de serem seres humanos, mas, como acima em manifesto, havia um direito

protecionista ao dominador e propício ao trabalho escravo, restrito a regulamentar o regime

trabalhista escravo, assim dar-se-á origem ao trabalho escravo, nos calores da guerra, na

dívida, nas necessidades, em um tempo onde o trabalhador era um objeto, uma coisa capaz de

ser vendida, comprada, onde o ser humano era considerado sem alma pela sua condição, onde

os direitos voltados para os menos favorecidos.

2.1 TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

Palco de Grandes problemas do século XVI a XIX, o Brasil enfrentou na época

colonial um grande período de formação de conceito escravo na mente da sociedade que ali

vivia e que fora repassada com o tempo, pois se instituiu a o modelo de escravidão que tem

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como objeto de parâmetro para auferir classe e superioridade, servidão entre outras formas de

preconceito, a cor da pele, negros a maioria africanos, eram trazidos para as terras brasileiras

para trabalhar sobe condições horríveis, enganados, humilhados, eram acorrentados tendo seu

direito de liberdade, tolhidos pela ganância da coroa Portuguesa, que lucrava com a venda,

com a troca, com a mão de obra passiva e barata dos escravos negros africanos, assim aponta

CARVALHO (2016):

Entre os séculos XVI e XVII, os engenhos de cana-de-açúcar se constituíram como

principal atividade econômica no período colonial, contudo muitos escravos

trabalhavam (principalmente no Rio de Janeiro, Pernambuco e em outras cidades

litorâneas) como estivadores, barqueiros, vendedores, aprendizes, mestres em

artesanato e serviços domésticos. A partir dos séculos XVIII e XIX, com a ascensão

da mineração em Minas Gerais e Goiás, milhares de escravos foram trabalhar nas

minas e demais atividades (como a agropecuária) que movimentavam a economia

nas regiões auríferas. Outras formas de trabalho escravo foram: a criação de gado no

nordeste brasileiro; os trabalhos desempenhados no tropeirismo (conhecidos como

tropeiros, exerciam atividades comerciais de uma região à outra); e o trabalho de

zelar e tratar dos animais carregadores de mercadorias. Nas cidades, as formas de

trabalho escravo variavam bastante.

Eram trazidos nos navios negreiros, muitos pela ausência de iluminação morriam no

meio do caminho, eram separados de suas famílias, quando doentes eram lançados à morte

sem nenhum pudor ou preocupação. Não trabalhavam os escravos no Brasil colonial apenas

para os senhores de engenho nas fazendas, eles trabalhavam nos diversos setores da

sociedade, é por tanto importante analisar essa questão, para compreender como métodos e

modos de trabalho tão arcaicos ainda podem perdurar nos dias atuais. A igreja também teve

um papel importante na condução da conduta dos escravos e da população, a sociedade era

racista e acreditava que o trabalho era necessariamente algo que fora feito para o negro e por

tanto o negro era inferiorizado, tratado como objeto, muitos até faziam outras atividades, mas,

ainda sim como negro era tratado como sendo inferior, uma coisa. A igreja foi responsável

pelo catecismo dos índios e dos negros afim de que a ideologia Cristã fosse implantada aqui e

isso facilitava de certa forma a entrada de Portugal a um ambiente mais propício a moradia, ao

convívio, um lugar mais civilizado, com as ideias de religiosidade compatíveis com de seu

lugar de origem, bem como acalmava os escravos que passavam a trabalhar com mais

eficiência, não só nos engenhos como fora dito mas, também em outros trabalhos, eram os

escravos de ganho, estes tinham tantas outras atividades, segundo SOUSA (2016), até a

libertação dos escravos, momento pelo qual estes não poderiam mais ser escravizados, dia em

que legalmente os direitos e seus protegidos seriam de fato livres ocorreram muitas lutas,

muitos movimentos, pois não foi a libertação algo instantâneo, demandou tempo e insistência

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tanto do governo exterior, quanto internamente, revoltas, formação de quilombos como

protesto a forma de vida humilhante, já não era tão facilmente aceitável o trabalho escravo

como ensina MACHADO (2016):

A abolição da escravidão foi o desfecho de um processo longo, que por razões

políticas, econômicas e sociais, levou ao desmantelamento da escravidão no Brasil.

Antes da promulgação da Lei Áurea, outras três leis começaram a dificultar e

encarecer a manutenção do trabalho escravo no país. Em 1850, foi promulgada uma

lei que extinguia o tráfico internacional de escravos para o Brasil. Assim, a

quantidade de escravos disponíveis diminuía e a então considerada “mercadoria”

ficava mais cara. É importante lembrar que estes primeiros passos para a libertação

escravocrata no país tiveram forte pressão da Inglaterra, não por questões

humanitárias, mas por motivações econômicas. Aquele país, potência industrial no

final do século XIX, tinha interesse em expandir o mercado consumidor brasileiro e,

para isso, era interessante converter os escravos em mão de obra assalariada. Vinte e

um anos mais tarde, em 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre, que tornava

livre os filhos de escravos que nascessem a partir daquela data. Já em 1885, a lei

Saraiva - Cotegipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, levou à

liberdade os negros com mais de 65 anos de idade.

Diz também GOBMG (2016) que:

Lei Áurea, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, sancionada em 13 de maio de 1888,

foi o diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil. Foi precedida pela lei n.º

2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de 1871, que libertou todas as

crianças nascidas de pais escravos, e pela lei n.º 3.270 (Lei Saraiva-Cotegipe), de 28

de setembro de 1885, que regulava "a extinção gradual do elemento servil". O

processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual e começou com aLei

Eusébio de Queirós de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, aLei dos

Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888. O projeto de lei que

extinguia a escravidão no Brasil foi apresentado à Câmara Geral, atual Câmara do

Deputados, pelo ministro da Agricultura da época,Rodrigo Augusto da Silva, em 8

de maio de 1888. Foi votado e aprovada nos dias 9 e 10 de maio, na Câmara Geral.

A Lei Áurea foi apresentada formalmente ao Senado Imperial por Rodrigo Augusto

da Silva em 11 de maio. Foi debatida nas sessões dos dias 11, 12 e 13 daquele mês.

Foi votada e aprovada, em primeira votação em 12 de maio. Foi votada e aprovada

em definitivo, um pouco antes das treze horas, no dia 13 de maio de 1888, e, no

mesmo dia, levada à sanção da princesa regente do Brasil Dona Isabel. No domingo

de 13 de maio, dia comemorativo do nascimento de D.João VI, foi assinada por sua

bisneta Dona Isabel, e Rodrigo Augusto da Silva a lei que aboliu a escravatura no

Brasil.

Apesar da libertação dos escravos, os negros continuaram a ser tratados da pior forma

possível, passaram a ter de trabalhar para obter sustento, assalariados muitas vezes por preços

que não eram honestos, marginalizando o negro e o tornando novamente escravo, muitos

desejavam continuar nas fazendas onde viviam, pois nada mais sabiam fazer, não tinham

aonde ir e dificilmente o aceitavam, o negro ideologicamente permanecia escravo, eles

mesmos se comportavam como escravos, pois nunca haviam sido livres, passando a enfrentar

muitos outros problemas como aponta TEIXEIRA (2012) quando diz que:

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A lei de 13 de maio de 1888 acabou com a escravidão no Brasil. Mas o que iria

acontecer com os ex-escravos? Para as elites brasileiras, que estavam impregnadas

de indiferenças e preconceitos, o problema era como fazer dos antigos escravos

trabalhadores pacíficos e ordeiros. O jornalista fluminense Carlos Lacerda, por

exemplo, que em 1935 publicou um livreto contando a história do quilombo do

Manoel Congo, criticava ferozmente os ex-escravos por não entenderem significado

da liberdade e não se esforçarem para trabalhar direito. Nas cidades eram

discriminados pelas elites e pelos trabalhadores brancos, tinham os piores empregos,

moravam nos cortiços e suas manifestações culturais continuavam a serem vistas

como bárbaras.

A escravidão no Brasil Colonial era um misto de preconceito e de situações

conflitantes, entre pessoas que eram iguais, mas, que se tratavam como se fossem uma

dominante, outra dominada, um período que trouxe uma dívida histórica e moral com o negro

do Brasil atual, uma época onde a lei era a do mais forte, os negros escravos trabalhavam

muito, eram humilhados e expostos ao pior, a lei só melhorou e em relação ao trabalho muitos

mecanismos sociais se desenvolveram, o direito passou a se tornar mais humano e por tanto

olhar mais para o menos favorecido, o direito se molda ao tempo e por tanto o direito fez o

seu papel ao longo da história, o sofrimento por causa das jornadas exaustivas, por causa da

violência e pela ausência de leis palpáveis que os defendesse em sua humanidade, em sua

integridade marcou o trabalho escravo no Brasil colonial. O Brasil precisou passar por um

grande processo de mudança de pensamento, de ideologias políticas e de conceitos históricos

calçados na ideia de supremacia de uma classe sobre a outra, de uma divisão de classe, o que

é muito perigoso não só para aquela sociedade, naquele tempo específico, como é perigoso

para os dias atuais, eles compreendiam o negro, como algo que é diferente deles, uma coisa,

algo separado deles, seres que não eram seus pares, seus iguais e por tanto se comportavam

como tal, essa compreensão ainda que breve, propedêutica da escravidão no Brasil, nos dá um

panorama de como o Brasil deve ser depois de ter vivido situações como essas de tanta

desumanidade. O Brasil que em tese deveria diante de seu teor histórico no caso, abolir

completamente qualquer forma de escravidão, chega ao século XXI com todos os

instrumentos de atuação de escravatura, onde ela se desenvolve e onde se cria novas formas

de exploração do ser humano, novas formas de escravidão.

2.2 TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL ATUAL

No Brasil atualmente existem muitos conflitos, era desejável, era ao menos de se

esperar que as pessoas que foram libertadas no passado, que viveram em um período

turbulento da história referente a escravizar pessoas, seres humanos com vida, no entanto,

apesar das conquistas trabalhistas e dos processos jurídicos e democráticos que envolveram o

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Brasil e o fez desenvolver-se, nos dias atuais ainda hoje existe os que ignoram completamente

não só as leis mas, o sentimento moral que a questão demanda. Só na Paraíba desde 2011

mais 4 mil denúncias forma feitas e algumas empresas já foram processadas, mas ainda

existem as que estão ativas segundo a revista PROTEÇAO (2016) que escreveu:

Desde 1995, mais de 50 mil pessoas foram resgatadas de condições análogas às de

escravo em operações de fiscalização do Estado brasileiro. Um levantamento

realizado pelo Ministério Público do Trabalho em 19 Procuradorias Regionais

revelou que o número de ações civis públicas relacionadas ao tema mais que dobrou

nos últimos quatro anos: em 2015, 83 empresas foram processadas. No ano de 2012,

foram acionadas 41. Na Paraíba, desde 2011, foram 36 processos envolvendo

trabalho análogo ao de escravo. Entre eles, cinco ainda estão ativos. O levantamento

do MPT também mostrou que foram recebidas cerca de 4 mil denúncias nos últimos

quatro anos. Os trabalhadores normalmente são encontrados nos setores da

construção civil, agropecuária, extrativismo, confecção de roupas e comércio.

Em todo País foi realizado uma pesquisa que revelou dados assustadores referente ao

caso segundo o site da revista proteção a realidade brasileira está de fato comprometida

quando o assunto é trabalho análogo ao de escravo, em quase todos os estados brasileiros o

problema foi percebido, pois não só com Brasileiros como no caso dos Paraibanos que

trabalham em serviços agropecuários, e construções civis e outros, mas é um problema que

assola todo o país como aponta o site G1 que divulgou a informação do Ministério Público

do Trabalho: ´´ Dados do Ministério do Trabalho tabulados pelo G1 mostram que, nos últimos

cinco anos, Minas Gerais lidera a lista de estados com resgates (2.000), seguido por Pará

(1.808), Goiás (1.315), São Paulo (916) e Tocantins (913).´´ (COSTA, 2014). O problema

não está centralizado em um local específico do país mas, em toda extensão geográfica, uma

vez que os resgates não revelam só o combate, mas a necessidade do combate e por tanto a

existência do problema pelo qual se faz necessário a luta, é então notório que esses dados se

tornem visíveis para as investigações, pois é uma realidade da qual não se pode fugir, e que é

necessário maior monitoramento afim de que problemas como esses não venham mais assolar

o Brasil e o mundo.

A fundação Australiana Walk Free, estima que mais de 161 mil pessoas estejam

vivendo em uma escravidão moderna, sobe condições desumanas, em trabalhos pesados, o

problema da escravidão moderna, que fora abolida a muitos anos é que além de persistir no

tempo sua prática, ela é corriqueiramente utilizada por grandes empresas por todo país,

Paraíba, Acre, entre outros estados possuem pessoas humildes que iniciam com um sonho em

comum, a melhor condição de vida para si e para família, e por tanto, saindo já em dívida, se

aventuram perigosamente sobe promessas fingidas de boas oportunidades, lá chegando, se

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encontram com a realidade, pessoas que são usadas geralmente não só na área rural com

plantação de cana, milho, café, com minério, agropecuária, mas, também na área urbana com

calçados, vendas, costuras, é um fato social danoso aos direitos trabalhistas que a tanto foram

conquistados, é danoso também ao trabalhador que vive sobe o medo, sobe ameaças, sobe

situações de dificuldade, trabalhando em jornadas excessivas de trabalho, não tem liberdade

de ir e vir, pessoas que pela necessidade encontram nesses trabalhos a única oportunidade e

assim são tristemente enganadas, diz a (BBC, 2016) que mais de 45, 8 milhões de pessoas no

mundo vivem em situação de trabalho análogo ao de escravo, ou seja, apesar do trabalho

escravo ter sido banido em quase todos os países do mundo, as condições ainda são as

mesmas nos dias atuais.

O número de imigrantes no Brasil cresce a cada ano, motivo pelo qual deve ser

analisado com mais cuidados os casos desses imigrantes, entram no país e sonham, tem

esperanças, deixam suas famílias com certeza não tinham uma vida abastarda em seu país,

chegando no Brasil, deparam-se com a vergonhosa situação análoga a de escravidão, é uma

escravidão moderna, pois os privam de liberdade, entre outras características que são

atribuídas aos trabalhos escravos, os que podem ser computados são, mas, existem os que não

podem ser computados, esses são alarmantes, a Polícia Federal levantou dados que foram

divulgados no site G1 por meio de VALESCO, MANTOVANI, (2016) que informam:

Em 2015, os haitianos lideraram o ranking de chegada ao país pelo segundo ano

consecutivo, de acordo com os dados da Polícia Federal. Foram 14.535 haitianos

registrados pela PF. A nacionalidade é a que mais se destaca pelo crescimento nos

últimos cinco anos. Em 2011, segundo a PF, apenas 481 haitianos deram entrada no

país – ou seja, houve um aumento de mais de 30 vezes. Os bolivianos também

mantiveram a posição de 2014 para 2015: o segundo lugar. Foram 8.407 registros no

país no ano passado, o que representa uma queda de 32% em relação aos dados de

2011, quando 12.465 bolivianos entraram no Brasil. Em 2015, eles são seguidos

pelos colombianos (7.653), argentinos (6.147), chineses (5.798), portugueses (4.861)

paraguaios (4.841) e norte-americanos (4.747).

São pessoas vindas de todos os lugares do mundo, pessoas que migram em busca de

melhores condições e chegando no Brasil não encontram se não o laço do trabalho em

condições análogas a do escravo, e isso é assustador, assustador que esse número tenha

crescido tanto em tão pouco tempo, mas, era notório que isso viesse ocorrer visto que o

elemento essencial do homem não acompanhou o pensamento abolicionista, os bolivianos,

haitianos muitas vezes já chegam no Brasil carregando dívidas, são 481 haitianos e 7.653

colombianos segundo o G1 acima citado, a entrada dessas pessoas ocorre pelo trabalho.

Trabalham em costura, venda de roupas, área agrícola, apicultura, em todas as áreas do

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trabalho de renda ínfima, se aguentando para mandar dinheiro para família e ainda se manter

vivos os imigrantes bolivianos, haitianos, chineses, portugueses, paraguaios e norte-

americanos lutam para entrar no Brasil e aguentar o que der, para sobreviver e muitas vezes

são colocados em lugares degradantes, vivendo muito pouco e sobe ameaças, são compelidos

a permanecer no trabalho, e isso é muito perigoso para o país e para a vida dessas pessoas que

vieram para trabalho. Deste modo, o que podemos perceber é que apesar do crime ´´

escravidão ´´ ter se tornado crime, depois, ter sido abolida essa forma de trabalho, apesar de o

direito ter evoluído e a sociedade viver no século XXI, apesar de muitos tratados, muitas

convenções, reuniões, mecanismos de pesquisa, métodos de prevenção tenham sido criados

para reduzir, extinguir e inibir tais crimes, a escravidão toma uma outra face, um outro nome e

continua se perpetuando em muitos dos estados brasileiros, esses estados passam a comportar

pessoas de vários tipos de lugares, de dentro do Brasil e de fora do Brasil, pessoas, que vem

para trabalhar e acabam por se situarem na condição de escravos do mundo moderno, ou seja,

numa situação que não é a de escravo apenas porque o termo não está mais em uso, ou na

letra da lei, no entanto, encontram-se na condição análoga a de escravo, e há de se perceber

também que é muito atual e que ocorre com frequência, é necessário por tanto compreender o

que a lei tem a dizer sobre isso, como ela se posiciona a respeito de tal situação.

3 CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO TRABALHO ESCRAVO

O direito evolui com a mudança social e os crescimentos econômicos, a sociedade é

unificada pelas práticas de forma mais efetiva quando leis as regulam e as definem de modo

claro e objetivo, muito ao longo do tempo já se fez em favor da luta contra o trabalho escravo,

no Brasil colonial não havia muito definido os papeis do escravo, a constituição de 1824 não

falava de forma clara sobre a pessoa do escravo, apenas, apontava a figura do ingênuo, que

eram considerados os cidadãos brasileiros que nasceram no país e os libertos, pessoas que não

eram livres, mas, vieram adquirir o status de liberdade, como mostra a constituição federal de

1824, Artigo 6º, I que diz:´´ Art. 6. São Cidadãos Brasileiros: I. Os que no Brasil tiverem

nascido, quer sejam ingênuos, ou libertos, ainda que o pai seja estrangeiro, uma vez que este

não resida por serviço de sua Nação.´´ havia uma diferença constitucional não explicita e

também alguns dispositivos normativos que não eram constitucionais regulamentando

procedimentos e atitudes no cotidiano, com o passar dos anos, a lei nº 3.353 em 13 de maio de

1888 passou a tratar como livres todos os escravos deixando obsoleta algumas disposições

sobre o escravo, agora qualquer tipo de escravidão passava a ser não constitucional e crime,

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contrabando de escravos, maus tratos, e tudo que caracterizasse a escravidão passou a ser

crime mediante a mudança jurídica sobre o assunto, não só constitucional e penal, mas no

direito civil em questões de dívida e no direito trabalhista também houve mudanças

significativas a respeito, que passou junto com as outras áreas do direito, o direito do trabalho

passou a militar contra a escravidão e lutar por melhores condições de trabalho da parte que é

indefesa na sociedade como ensina AFONSO (2013):

Há pouco mais de cento e vinte anos, a Lei nº 3.353, de 13 de maio de 1.888,

conhecida como Lei Áurea, aboliu a escravidão no Brasil. Em seguida, durante o

século XX, o Brasil ratificou normas internacionais que definem e proíbem tanto a

escravidão quanto o trabalho forçado. Com efeito, através do Decreto nº 41.721, de

1957, o Brasil promulgou a Convenção nº 29, da Organização Internacional do

Trabalho (OIT), comprometendo-se a abolir o trabalho forçado ou obrigatório em

todas as suas formas [...] A Constituição Federal, no mesmo sentido, veda o trabalho

análogo ao de escravo, ao elencar, dentre os princípios fundamentais da República

Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho

(art. 1º, III e IV); ao garantir a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade e à

igualdade; ao asseverar que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento

desumano ou degradante; ao estatuir que é livre a locomoção no território nacional;

ao assegurar que não haverá penas de trabalhos forçados e cruéis; ao preconizar que

ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; e

ao garantir que não haverá prisão por dívida, salvo a do responsável pelo

inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário

infiel (art. 5º, caput, e incisos III, XV, XLVII, c e e, LIV e LXVII).

O que nos mostra acima uma revolução citada sobe a ótica pura da história, pois o

direito em sua inteireza passou a resistir à escravidão e tomar novos rumos influenciados pela

mudança social, e ao mesmo tempo uma nova conjuntura social e jurídica, onde em todos os

ramos do direito é impossível a sociedade coexistir com o trabalho escravo, e depois da

criação de tantos dispositivos sobre o trabalho escravo e sobre o instituto da escravidão que

prejudicou os direitos das pessoas durante tanto tempo, o ordenamento jurídico passou a

evoluir no sentido de prevenir ao longo do tempo essa atividade, agindo com rigor e punindo

os que são merecedores do ato, também houve mudança significativa na constituição que por

sua vez passou a se estender por todo sistema jurídico, as normas jurídicas então passaram a

evoluir e essa evolução é o reflexo, a consequência jurídica do trabalho escravo e de sua

abolição, a evolução é essa soma, o resultado desses acontecimentos.

3.1 REFLEXOS NOS DIREITO CONSTITUCIONAL

As mudanças foram realizadas em todas as áreas do direito e por tanto é cristalina a

necessidade de se analisar e de se perceber que mudanças foram essas. Um dos fatores

importantíssimos para a evolução dos direitos trabalhistas além da lei áurea que aboliu a

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escravidão, foi o fato dos trabalhos agora serem assalariados e por volta do século XVIII e

XIX a situação se intensificou, pois muitos trabalhadores imigrantes trouxeram suas ideias

para o País criando focos de discussão sobre os direitos trabalhistas e movimentos passaram a

ser criados para falar sobre melhores condições, para uma regulamentação plausível de

jornada de trabalho, acidentes, um salário fixo padrão, a criação de sindicatos entre outros

direitos, passaram a ser desejados e explicitados, isso de fato mudou o cenário brasileiro com

relação ao direito do trabalho e forçou os trabalhadores terem uma postura e os empregadores

também PORTAL (2011) revela que:

O trabalho livre e assalariado ganhou espaço após a abolição da escravidão no Brasil

em 1888 e com a vinda dos imigrantes europeus para o País. Mas as condições

impostas eram ruins, gerando no País as primeiras discussões sobre leis trabalhistas.

O atraso da sociedade brasileira em relação a esses direitos impulsionou a

organização dos trabalhadores, formando o que viriam a ser os primeiros sindicatos

brasileiros. As primeiras normas trabalhistas surgiram no País a partir da última

década do século XIX, caso do Decreto nº 1.313, de 1891, que regulamentou o

trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1912 foi fundada a Confederação

Brasileira do Trabalho (CBT), durante o 4º Congresso Operário Brasileiro. A CTB

tinha o objetivo de reunir as reivindicações operárias, tais como: jornada de trabalho

de oito horas, fixação do salário mínimo, indenização para acidentes, contratos

coletivos ao invés de individuais, dentre outros [...] Depois de anos sofrendo

cassações, prisões, torturas e assassinatos, em 1970 a classe trabalhadora vê surgir

um novo sindicalismo, concentrado no ABCD paulista. Com uma grande greve em

1978, os operários de São Bernardo do Campo (SP) desafiaram o regime militar e

iniciaram uma resistência que se estendeu por todo o País. Após o fim da ditadura

em 1985, as conquistas dos trabalhadores foram restabelecidas. A Constituição de

1988 instituiu, por exemplo, a Lei nº 7.783/89, que restabelecia o direito de greve e a

livre associação sindical e profissional.

A mudança brusca ainda não tinha chegado no seu ápice, a mudança implicou em um

desenvolvimento jurídico importante para o país em termos únicos, pois apesar de haver

mudanças em outros seguimentos do direito, no direito do trabalho o caso era ainda mais

urgente, a criação da das consolidações da lei do trabalho, e as reformas trabalhistas depois da

revolução de 30 foram significativas para o país isso fez com que o Brasil viesse rever alguns

de seus conceitos e de seu modo de agir juridicamente. Getulho Vargas criou o Ministério do

Trabalho, Indústria e Comércio afim de que a sociedade mude para um patamar mais alto no

que se refere a direitos trabalhistas, e na constituição de 1934 os direitos então foram

consagrados nas páginas da constituição, salário, jornada de oito horas diárias, liberdade

sindical, direitos que eram negados e só discutidos passaram a ser realizados.

Com essas mudanças importantes que foram apresentadas muito se acrescentou no

país e as ideias passeavam livremente, as oportunidades eram grandes no que tange ao direito

do trabalho, diversificação de empregos em massa, e sindicatos se formando na constituição

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área urbana e rural passaram a se tornar frequentes, as portas passaram a se abrir, até a de

1964 onde direitos que foram conquistados foram suprimidos e houve então uma regressão de

muitos direitos trabalhistas e sociais no geral, apenas em 1988 com a constituição atual, é que

esses direitos foram novamente preconizados e trouxe a sociedade novamente a um novo

patamar, possuindo muitos direitos dos quais foram negados abruptamente na época do

governo militar.

O que é muito interessante mencionar que, quando um acontecimento social incorre

em modificações econômicas, sociais filosóficas, quando a sociedade passa a ver e a perceber,

a escravidão como sendo um crime, a lei abraça esse sentimento popular e a transforma em

uma constituição, quando a constituição se torna guardiã de preceitos sociais como esses, a

constituição abre portas para a mudança também em vários outros âmbitos jurídicos e sociais

do ordenamento jurídico brasileiro.

3.2 REFLEXOS NO DIREITO TRABALHISTA

Ainda sim é importante observar que a constituição de 1988 devolveu para o país a

possibilidade de obter novamente esses direitos de forma melhorada, o 13º, o FGTS, o direito

a greve, a carga horária de jornada de trabalho menos pesada para os trabalhadores, e entre

muitos outros direitos trabalhistas que foram entregues nas mãos do trabalhador por meio da

constituição de 1988. O processo de mudança brutal de um povo que vivia de maneira escrava

e que tinha seu regime trabalhista pautado na escravidão e no trabalho de pessoas trazidas de

um lugar para viver de forma escrava sobe péssimas formas de trabalho e durante longas

horas sem nada a receber podia ser notado, o reflexo constitucional é claro a iniciar do artigo

1º da Constituição Federal que passa a definir todos os Homens como sendo pessoas iguais e

assim, é possível definir que uma das primeiras mudanças, reflexos constitucionais foi

equipara todos os cidadãos como iguais. A constituição federal de 1988 em seu artigo 1º fala

que a república federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e municípios

e do distrito federal, constitui-se em estado democrático de direito e tem como fundamento a

soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre

iniciativa, o pluralismo político e em seu parágrafo único diz que todo o poder emana do

povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da

constituição e está dessa forma para que possamos compreender que a constituição adotou

princípios que humanizam o ser humano e, por conseguinte, tem como objetivo humanizar

todo o ordenamento jurídico.

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Ainda nos artigos do 7º ao 11º a constituição federal passou a olhar os direitos do

trabalhador como direitos sociais para humanizar esses direitos, humanizar e

constitucionalizar o trabalhador como um ser humano que merece viver de uma forma digna e

isso é um reflexo da abolição, do fim do trabalho escravo, é importante que se observe essas

mudanças, pois, fazem parte de todo um conjunto que passou a se tornar mais ativo para

favorecer o trabalhador como diz PESSOA (2011), esse foi então, o reflexo constitucional do

trabalho, a modificação, a unificação dos direitos, a integração social dos trabalhadores a

busca pela melhoria e a conquista de direitos que foram implantados na constituição, o

trabalhador constitucionalmente segundo o direito do trabalho não é mais uma coisa, não é

mais um ser que serve apenas para ser vendido, ou como escravo afim de obter ganho sem

nenhum direito e em condições degradantes, mas, é um ser humano que passou a ter

notoriedade e respeito, a constituição passou a socializar, humanizar e tornar a vida dos

trabalhadores mais digna e outras evoluções ocorreram ensejando o alcance em outras áreas

do direito, não só no direito do trabalho e na constituição mas, no direito penal e em outros

ramos.

3.3 REFLEXOS NO DIREITO PENAL

Não há sombras de dúvida que o trabalho escravo como no tempo da colônia não

existe mais, que o que existe é um trabalho remunerado, mas, que as condições de trabalho,

condições desse novo regime são semelhantes ao de um escravo no tempo da colônia, o que

ocorre é que como reflexo dessa mudança social, no direito penal, tipificou-se o crime de

trabalho análogo ao de escravo. A lei nº 10.803 de 11 de dezembro de 2003 vem para trazer

clareza quanto ao artigo 149 da lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, até dizia que era crime

fazer com alguém fosse submetido a trabalho análogo a de escravo, mas havia uma lacuna

quanto as formas em que isso aconteça, segundo JUCÁ (2016):

Como é expresso no Código Penal Brasileiro atual no artigo 149, o trabalho escravo

é proibido por lei. Contudo, a redação do texto legal nem sempre foi a mesma,

sendo editada pela Lei nº 10.803 em 11 de dezembro de 2003, a qual trouxe ao

texto uma redução ao princípio da liberdade, que encontrava forte ligação à redação

anterior, devido ao laconismo do dispositivo. [...] Mesmo que implícito no texto

legal, essa relação de trabalho encontra-se como base para todos os outros

elementos, ou seja, sem ela não poderia haver nenhum dos outros elementos, já que

é pela relação trabalhista entre o empregador e o individuo sujeito à condição

análoga a de escravo que surgem os elementos característicos do tipo penal.

Ademais, além da doutrina, há o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que

o crime previsto pelo artigo 149 do Código Penal deve ser visto como crime contra

a organização do trabalho, já que a relação de trabalho é fulcral para haver a

tipicidade do fato.

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É interessante falar sobre essa mudança porque, quando a lei nº 10.803 de 11 de

dezembro de 2003 falou com clareza em que casos o crime de fato acontece, ele acabou com

o problema que existia, pois, antes, não havia como identificar no código esse problema,

porque quando a lei deixa uma lacuna, quando ela não especifica em que casos o crime

acontece, identificar o tipo se torna um trabalho complexo, neste caso, com a clareza da lei,

isso se tornou bem mais fácil, primeiro, a base da característica desse crime pelo artigo 149 do

código penal é que deve haver uma relação de trabalho, deve haver uma redução do ser

humano em qualquer forma, o trabalhador é colocado para trabalhar em péssimas condições,

sobe horas e condições exaustivas, sem nenhum cuidado e nenhum direito, ganhando mal ou

nada, tendo sua liberdade de ir e vir tolhida pelo empregador, deixar claro essas características

facilitou o trabalho do estado no combate a esse crime. Ainda que o tempo tenha passado e as

formas de trabalho evoluindo conforme a sociedade, alavancando a sociedade e o

desenvolvimento e o mundo se informando mais e se importando mais, mesmo a lei tendo

criado tantos mecanismos de ligação e de conexão com a ideia de liberdade e de igualdade

para todos no quadro constitucional, nos dias atuais ainda existem pessoas vivendo nessas

condições e isso é um fato, por tanto, a lei do código penal demonstra a realidade que é

evidente, crueldade, descaso, maus tratos, cerceamento da liberdade é um fato que ainda

existe e fator que descreve o trabalho análogo a condição de escravidão, segundo LEITE

(2015):

Assim, vemos que o trabalho forçado não pode simplesmente ser equiparado a

baixos salários ou a más condições de trabalho, mas inclui também uma situação de

cerceamento da liberdade dos trabalhadores, e para a punição do responsável pela

pratica do delito, verifica-se que tão somente, a presença de um de seus fatores é

suficiente para caracterização do crime. Ressalta-se portanto, que a proteção da

liberdade é um fator primordial, mas não o principal, pois o tipo penal exige, para

sua caracterização, a partir de quaisquer das condutas nele descritas, uma relação de

sujeição que, direta ou indiretamente, atinge, fere, a liberdade da pessoa e direitos

trabalhistas fundamentais. Nota-se que primeiro princípio violado é o da dignidade

da pessoa humana, pois é inaceitável caracterizar um ser humano como mercadoria,

tratando-o como objeto.

É possível então caracterização penal para o ato de tratar um trabalhador como um

escravo submetendo ele a uma vida de trabalho em constante ameaça, sem liberdade de ir e

vir, entre outras situações desagradáveis, existe uma penalidade para o que acontece com o

trabalhador, existe um dispositivo, mais que isso, um ordenamento jurídico capaz de proteger

o trabalhador.

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4 MÉTODOS ESTATAIS DE COMBATE A SITUAÇÃO ANÁLOGA A DE

ESCRAVO

Muitos meios e métodos foram ao longo da história foram criados para erradicar o

trabalho escravo, a convenção nº29 da Organização Internacional do Trabalho para o trabalho

forçado e compulsório, no ano de 1929, a convenção suplementar das nações unidas para

abolição da escravidão, trafico de pessoas e instituições e trabalho análogo ao de escravo do

ano de 1956, que incluiu na convenção n°29 essas formas que existem na idade moderna de

escravidão, tem também o pacto internacional sobre os direitos civis e políticos, em 1990 teve

a Convenção Internacional das Nações Unidas para a Proteção dos Direitos de todos os

Migrantes Trabalhadores e suas Famílias, e no ano 2000, o Protocolo das Nações Unidas para

Prevenir, Suprimir e Punir Traficantes de Pessoas, Especialmente de Mulheres e Crianças, do

ano de 2000 como aponta MOUTINHO, SERNÉGIO (2016):

A Convenção n° 29 da Organização Internacional do Trabalho para o Trabalho

Forçado e Compulsório, de 1929, foi de suma importância para definir algumas

formas da escravidão moderna, especialmente no que se trata do trabalho forçado.

Nessa também são postuladas algumas ações que esse Organismo Internacional

considera relevantes para solucionar esse problema [...] A OIT tratou sobre as piores

formas desse trabalho, e pontuou maneiras de melhorar a situação nos países que

possuem tais problemas. Por fim, o Protocolo das Nações Unidas para Prevenir,

Suprimir e Punir Traficantes de Pessoas, Especialmente de Mulheres e Crianças, do

ano de 2000, adicionado resolução do Conselho de Segurança 53/111, trata sobre

questões de segurança relativas ao tráfico de pessoas. O Conselho de Segurança

tomou diversas decisões, bem específicas, para acabar com o tráfico de pessoas e as

outras formas de escravidão moderna associadas.

Muito tem se desenvolvido e feito para melhorar o combate na luta contra o trabalho

análogo a de escravo, o que tem sido muito bom, pois isso faz com que os países que fazem

parte dos tratados e convenções tenham a responsabilidade em âmbito internacional de

combater o crime, e assim criar mecanismos internacionais e internos para inibir, reprimir,

para erradicar qualquer forma de escravidão.

4.1 COMBATE AO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL

O Brasil demorou a lutar sobre o assunto, no entanto, o Brasil desenvolveu métodos

eficazes de combate ao crime de trabalho análogo ao de escravo, é importante compreender

esse desenvolvimento em um país que foi marcado pelo trabalho escravo, pelo trabalho em

condições sub-humanas, em condições totalmente degradantes, sem saúde, por horas de

trabalho longas, exaustivas, tanto para homens quanto para mulheres, que viveu tantos casos

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de trabalho escravo possua um mecanismo de combate para os casos que ainda no século XXI

se apresenta, o site do SENADO (2011) aponta que:

O Estado brasileiro só se moveu para combater o trabalho escravo empurrado pela

sociedade civil. Entre as primeiras denúncias feitas por dom Pedro Casaldáliga,

então bispo de São Félix do Araguaia (MT) – em meio à ditadura militar, no início

da década de 1970 – e o compromisso com a Comissão Interamericana de Direitos

Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) – em que o país

reconheceu a existência da escravidão no seu território, em meados dos anos 1990 –,

passaram-se quase 25 anos de silêncio e omissão por parte de governos e poderes

públicos. Na iminência de receber uma sanção internacional por conta do caso Zé

Pereira, o Estado finalmente acordou para o combate ao trabalho escravo. Em 1995,

o então presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu oficialmente o problema

e tomou as providências para a criação de uma estrutura que, com ajustes e avanços

alcançados no governo Lula, se mantém na linha de frente no combate à

escravização da mão de obra. Para planejar as ações de combate ao trabalho escravo,

Fernando Henrique criou o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado

(Gertraf), substituído em 2003 pela Comissão Nacional para a Erradicação do

Trabalho Escravo (Conatrae). Também instituiu o Grupo Especial de Fiscalização

Móvel (GEFM), que se transformou no mais importante instrumento de repressão

aos escravagistas. Hoje, o país chega a ser referência para o mundo nesse combate.

Jamais a sociedade civil esteve longe desse processo. Por meio de entidades como a

Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a ONG Repórter Brasil, colaborou ativamente

para os resultados que o país começou a colher. E como ficou claro na audiência

pública no Senado, continua sendo fundamental para cobrar iniciativas do governo

de combate ao trabalho escravo. Afinal, para eliminar o trabalho escravo, o Brasil

ainda tem muito o que fazer.

O Brasil reconheceu em meados de 1990 que existia de fato trabalho análogo ao de

escravo em seu território, devido às primeiras denúncias realizadas ainda na década de 1970,

então firmou compromisso com a comissão interamericana de direitos humanos (CIDH) da

organização dos estados americanos (OEA), foi criado em 1995 o Grupo Executivo de

Repressão ao Trabalho Forçado (Gertraf), em 2003 passou as ser a Comissão Nacional para a

Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), bem como o Grupo Especial de Fiscalização

Móvel (GEFM), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a ONG Repórter Brasil foi muito

importante para o desenvolvimento do combate contra o trabalho análogo ao de escravo,

fazendo com que o Brasil seja visto como um exemplo para o mundo no combate ao trabalho

escravo no mundo atual.

As empresas também entenderam seu papel decisivo no combate ao trabalho

escravo. O Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2005,

é uma prova dessa mobilização empresarial. Além de restringir economicamente os

empregadores que cometem este crime ao não negociar com quem explora o

trabalho escravo, o Pacto visa apoiar ações de promoção do trabalho decente na

cadeia produtiva, de reintegração social dos trabalhadores em situação de

vulnerabilidade e de campanhas de informações sobre o assunto. O Pacto surge após

a divulgação de uma pesquisa realizada pela ONG Repórter Brasil a pedido da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visava demonstrar o grau de

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inserção de mercadorias produzidas com trabalho escravo na economia brasileira e

global. Foram identificados problemas em várias cadeias produtivas, como pecuária,

carvão vegetal, soja, madeira, cana e arroz, entre outras. Com a pesquisa pronta, as

empresas brasileiras e multinacionais pertencentes a essas redes foram convidadas a

discutir o que fazer, num processo coordenado pelo Instituto Ethos. A proposta era

criar um conjunto de compromissos assumidos voluntariamente pelas empresas para

criar mecanismos e metodologias que barrassem fornecedores flagrados no uso do

trabalho escravo, entre outras medidas. Desses diálogos, nasceu o Pacto Nacional

pela Erradicação do Trabalho Escravo, que hoje conta com mais de 400 signatárias,

entre empresas, associações comerciais e entidades da sociedade civil, representando

cerca de 30% do PIB brasileiro.

O que basicamente é explicito, é a negativa de grande parte dos brasileiros ao se

deparar com uma situação como essa a de escravizar pessoas, ou de fazer com que pessoas

trabalhem nas mesmas condições que um escravo, a iniciativa de luta não só partiu do Estado,

mas, das empresas que atendendo sua função social, se uniram para falar sobre o que fazer

nesses casos, estimular condições, e regularização legal do empregador e do trabalhador, e

inibir qualquer ação neste sentido, empresas importantes que formaram o pacto nacional pela

erradicação do trabalho escravo, pacto este que conta com mais de 400 signatárias, as mesmas

representando grande parte do PIB brasileiro, neste sentido, o importante a se dizer é que

existe um combate intensivo neste sentido e que o Brasil se preocupa com a questão. Há de se

falar também no atendimento que é feito as pessoas que estão sofrendo por meio desse crime,

depois de libertos, eles são atendidos e devidamente recebem o atendimento jurídico cabível,

e toda assistência social necessária.

4.2 A POLÊMICA PORTARIA Nº 1.129 DE 13 DE OUTUBRO DE 2017

No dia 13 de outubro de 2017 foi editada a portaria nº1.129 que trouxe uma

conceituação para a questão referente a escravidão contemporânea, os parâmetros para

definição do que é ou não, foram pela portaria reduzidos, o que trouxe uma grande

inconformidade por grande parte da população, dos juristas e das comunidades que lidam com

as questões de trabalho escravo e análogo ao de escravo

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF)

recomendaram ao Ministério do Trabalho que revogue a Portaria 1.129, publicada

ontem (16), no Diário Oficial da União, que estabelece novas regras para a

caracterização de trabalho análogo ao escravo e para atualização do cadastro de

empregadores que tenham submetido pessoas a essa condição, a chamada lista suja

do trabalho escravo [...] Eles lembram que, ao responsabilizar o Estado brasileiro

por não prevenir a prática de trabalho escravo moderno e o tráfico de pessoas por

causa de um caso ocorrido no sul do Pará, entre 1997 e 2000, a Corte Interamericana

de Direitos Humanos estabeleceu que não poderia haver retrocessos na política

brasileira de combate e erradicação do trabalho escravo, deixando claro que a

caracterização de trabalho análogo à escravidão prescinde da limitação da liberdade

de locomoção. A iniciativa do Ministério do Trabalho também gerou reações por

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parte de organizações sociais. Entre os aspectos mais criticados por diferentes

entidades está a determinação de que, a partir de agora, apenas o ministro do

Trabalho deve incluir empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo, esvaziando

o poder da área técnica [...] Procurado, o Ministério do Trabalho alegou que a

publicação da Portaria 1.129 vai “aprimorar e dar segurança jurídica à atuação do

Estado”. Segundo a pasta, as disposições sobre os conceitos de trabalho forçado,

jornada exaustiva e condições análogas a de escravo servem à concessão de seguro-

desemprego para quem vier a ser resgatado em fiscalização promovida por auditores

fiscais do trabalho. Segundo o ministério, a portaria prevê a possibilidade de que

sejam aplicadas multas cujos valores podem superar em até 500% os atuais. “O

combate ao trabalho escravo é uma política pública permanente de Estado, que vem

recebendo todo o apoio administrativo desta pasta, com resultados positivos

concretos relativamente ao número de resgatados, e na inibição de práticas

delituosas dessa natureza, que ofendem os mais básicos princípios da dignidade da

pessoa humana.”

Uns alegam que é um absurdo e ilegal que a portaria venha reduzir conceitos criando

lacunas e dificultando as atividades fiscalizadoras do Estado, uma vez que já haviam essas

questões bem definidas e que foram de modo singular um exemplo de luta e que tornou o

Brasil reconhecido na batalha conta o crime, no entanto, há quem acredite que a portaria foi

benéfica para o trabalhador pelas multas em alto valor e que com relação as jornadas

exaustivas de trabalho em condições análogas de escravo vão dar direito ao seguro-

desemprego que será eventualmente resgatado por meio da representação dos auditores fiscais

do trabalho, logo, é importante que possamos perceber a divergência no caso, o que para um

lado é algo ilegal e que reduz os direitos, reduz a capacidade de identificação do crime para os

fiscais, que é tido como ilegal por reduzir a extensão conceitual do artigo 149 do código

penal, e que viola os direitos humanos bem como os pactos realizados neste sentido, para o

representante do Ministério do Trabalho aparentemente é algo bom para o trabalhador

resgatado. No dia 24 de outubro de 2017 (AQUINO, PONTES, 2017), a Ministra Rosa

Weber, do Supremo Tribunal Federal por meio de uma liminar suspendeu os efeitos da

portaria, pois entende que ela deve ser discutida com mais profundidade e que ela abre a

oportunidade para que haja quebra dos preceitos de direitos humanos e outras reduções que

são inerentes do mínimo de direito do ser humano.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil tem se desenvolvido e o tempo tem passado, a tecnologia, a globalização, os

métodos e meios de evolução cultural, mudanças nas áreas de economia, sociologia, direito, a

cultura brasileira sendo formada a partir das diferenças sociais que vão além da cor da pele, e

a mentalidade das pessoas ainda se encontra estacionada no Brasil colonial, que tratava uns

como superiores e outros como inferiores.

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É por tanto que por esse motivo, o presente trabalho de pesquisa se propõe a entender

o fenômeno da escravidão no mundo moderno, nos dias atuais, seus reflexos e por isso é

importante falar sobre a sua história e seu desenvolvimento, e como nós vamos nos comportar

diante dessa realidade social que se apresenta.

O trabalho escravo foi abolido, no entanto, ainda nos dias atuais existem os que

trabalham nas mesmas condições de um escravo, é por esse motivo que a pesquisa se coloca

na posição de estudar as mudanças no direito, as transformações sociais, as mudanças no tipo

penal, as formações de instrumentos e os meios, e métodos de combate ao trabalho análogo ao

de escravo.

Infelizmente no mundo atual, em pleno século XXI, o mundo e o Brasil têm

enfrentado tais problemas, que ainda perduram aos dias atuais, a boa notícia, se é que pode

existir uma boa notícia, é que o Brasil tem se mostrado muito forte no combate a esse crime,

tem desenvolvido métodos eficazes que fazem toda a diferença no combate ao crime de

escravidão moderna.

REFLECTIONS ON LEGAL SLAVERY IN THE BRAZIL CURRENT AND WORK

ANALOGOUS TO THAT OF SLAVE

ABSTRACT

The aim of this work is to evaluate in a more objective way, and careful reflections of legal

slavery in Brazil, both in the colonial period and in the modern age, therefore, it is vital for

modern society to understand the reasons and the reality that justifies the subject. It is

important to point out the changes and what is already done, as the labor law operates

constitutionally, and to criminal on set about the regarding the subject. It is a research work

that uses the methodology of the literature of theoretical nature. It is of the utmost importance

to understand the idea of a current situation, where also residues of slavery live and coexist in

the mind of the people in the days of today, please also note the changes that have already

occurred that have brought benefits to the people of the world. The work seeks to give clarity

to the reflections legal influence and at the same time accompany the social change and

protect the rights of society. In a modern society as which we live, where certain concepts

have been assembled based on the structure of a time where there were no benefits of work to

the slave, the change to the terms in the integration in the vision of the society in relation to

slavery changes by leaps and bounds despite its already significant changes, on the basis of

this premise we can say that the society lives between the philosophy and the reality. In

general lines, it is possible to understand the clear goal of the work in promoting the accuracy

of the ideological and legal, against the slave labour of contemporary and scientifically

studying the property of their problematic foundations.

KEYWORDS: Work. Slavery. Modern Society. Labor Law. Reflections On Legal. Slave

Labor And Contemporary

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