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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA - FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO DANIELLA DE CARVALHO CAVALCANTI APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: DIVERGÊNCIAS ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E O REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU JOÃO PESSOA 2014

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA - FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

DANIELLA DE CARVALHO CAVALCANTI

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: DIVERGÊNCIAS ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E O

REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU

JOÃO PESSOA 2014

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DANIELLA DE CARVALHO CAVALCANTI

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: DIVERGÊNCIAS ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E O

REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito da Seguridade Social Orientador: Prof. Ms. José Antônio Coelho Cavalcanti

JOÃO PESSOA 2014

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C376 Cavalcanti, Daniella de Carvalho

Aposentadoria por invalidez: divergências entre o regime geral de Previdência Social e o Regime Jurídico Único - RJU./ Daniella de Carvalho Cavalcanti. João Pessoa, 2014.

17f. Orientador: Prof. Ms. José Antônio Coelho Cavalcanti. Artigo (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino

Superior da Paraíba – FESP. 1. Seguridade Social 2. Aposentadoria por Invalidez 3.

Previdência Social I. Título.

BC/FESP CDU: 34:331.836 (043)

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DANIELLA DE CARVALHO CAVALCANTI

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: DIVERGÊNCIAS ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E O

REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.

Aprovado em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Ms. José Antônio Coelho Cavalcanti

Orientador

________________________________________

Membro

________________________________________

Membro

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre comigo, concedendo-me proteção, bênçãos e força.

Aos meus pais, Joaquim Cavalcanti de Melo Filho e Eliane de Lourdes de

Carvalho Cavalcanti, pelo total apoio, força, paciência, incentivo e carinho.

À minha irmã Patrícia de Carvalho Cavalcanti, que em todos os momentos

fazia questão de dizer que eu era capaz, e que conseguiria mais essa vitória e pelo

apoio dispensado na minha vida.

Ao meu irmão Leonardo de Carvalho Cavalcanti, pela paciência, apoio e

amor.

À minha família, por estarem sempre presente para o que fosse preciso e

principalmente por sempre torcer pelas minhas realizações.

Aos professores José Antônio Coelho Cavalcanti e Socorro Menezes, pela

paciência, força e principalmente pela preciosa orientação durante toda a concepção

e realização do meu artigo.

Aos demais professores do curso, por todos os ensinamentos e por toda

colaboração dada no intuito de aprimorar os nossos conhecimentos.

Aos funcionários do INSS Gilberto Firmino de Sousa Júnior e Francisca

Pinangé Alves de Lima, pelas informações passadas com clareza e paciência.

Aos colegas de classe, por fazerem parte desse momento importante da

minha vida.

A todos, que de alguma maneira contribuíram para a realização do presente

artigo.

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SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................... 1

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................................................................... 3

2.1 DEFINIÇÃO DE BENEFÍCIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................. 3

3 CONCEITO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ...................................... 4

4 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA

SOCIAL - RGPS ................................................................................................. 5

4.1 INÍCIO DO BENEFÍCIO ...................................................................................... 6

4.2 EXTINÇÃO DO BENEFÍCIO ............................................................................... 7

4.3 JURISPRUDÊNCIAS .......................................................................................... 8

5 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU .. 9

6 PARALELO ENTRE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME

GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU 13

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 14

ABSTRACT ............................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16

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APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: DIVERGÊNCIAS ENTRE O REGIME GERAL

DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E O REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU

DANIELLA DE CARVALHO CAVALCANTI** JOSÉ ANTÔNIO COELHO CAVALCANTI**

RESUMO

O presente artigo fundamentado no direito de seguridade social visa analisar a questão da Aposentadoria por Invalidez, desde sua origem, fazendo uma explanação de sua evolução histórica, esclarecendo quando será seu termo inicial bem como demonstrando quando ocorrerá a extinção do benefício. O estudo é embasado no benefício concedido ao trabalhador que for considerado incapaz para exercer uma atividade laboral, sendo essa incapacidade atestada mediante um exame feito por um médico perito. Tendo como objetivo demonstrar as diferenças existentes no nosso direito pátrio entre o benefício da Aposentadoria por Invalidez no regime geral da Previdência Social e o Regime Jurídico Único dos Servidores. A pesquisa traz as inovações estabelecidas pela emenda constitucional 70. Em suma um estudo mais aprofundado sobre o tema é de extrema importância para a sociedade, pois qualquer pessoa pode ser acometida por uma invalidez inesperada e assim sendo, precisa saber como fazer para obter o benefício previdenciário da aposentadoria por invalidez. Palavras-chave: Seguridade Social. Aposentadoria por Invalidez. Previdência

Social.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como desígnio através de uma pesquisa, fazer uma

análise aprofundada sobre o benefício da aposentadoria por invalidez, discorrer

sobre as diferenças existentes entre a aposentadoria no regime geral da previdência

social e o regime jurídico único.

Serão demonstradas as definições de previdência social, dos benefícios da

previdência, bem como o conceito do benefício da aposentadoria por invalidez. Este

último terá maior ênfase, uma vez que é o tema principal do presente estudo,

esclarecendo o momento em que é possível fazer o pedido de tal benefício, assim

como expor o momento oportuno para sua utilização.

* Graduanda de Direito da FESP Faculdades. 2014. E-mail: Daniella Cavalcanti [email protected].

** Professor da FESP Faculdades.

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No direito da seguridade social que é possível fazer este estudo sobre o

benefício da aposentadoria por invalidez, com o intuito de conceder um benefício.

aquele segurado que for considerado incapaz de exercer suas atividades por meio

de uma perícia médica feita pela previdência social.

Cumpre assinalar que os objetivos do presente artigo são o de definir o

benefício social da aposentadoria por invalidez, explicar a aposentadoria por

invalidez no regime geral da previdência social e no regime jurídico único - RJU.

Este estudo se deu através de uma pesquisa bibliográfica complexa,

fundamentada nos livros, manual de direito previdenciário, direito previdenciário

esquematizado, curso de direito da seguridade social, resumo de direito

previdenciário, assim como nos artigos 40 e 201 da Constituição Federal, nos artigos

42 a 47 da lei 8.213/91 que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência

social, a lei 8.112/90 que versa sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis

da união e na emenda constitucional 70/2012 que estabelece novos critérios de

cálculo e correção dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores

públicos.(BRASIL..., 2014).

Além da pesquisa bibliográfica, foi realizada uma pesquisa de campo na

previdência social com o auxílio dos servidores do setor de gestão de pessoas da

instituição2, que fizeram esclarecimentos pertinentes sobre o tema na prática,

esclarecendo como se deu a evolução do benefício social da aposentadoria por

invalidez.

Além do que já foi mencionado é extremamente importante dizer que a

metodologia aplicada seguiu as normas estabelecidas pela ABNT assim como foi

executado em conformidade com o regulamento do trabalho de conclusão do curso

– TCC da faculdade de ensino superior da Paraíba – FESP.

Assim sendo, após todas as explanações iniciais é possível dizer que o

estudo aborda questões importantes no âmbito do direito da seguridade social ao

mostrar que tal aposentadoria é um instrumento utilizado para auxiliar o cidadão em

momento de dificuldade e buscará dirimir todas as dúvidas existentes quanto a

aposentadoria por invalidez aplicada no regime geral da previdência social fazendo

uma distinção com o que ocorre no Regime Jurídico Único - RJU.

2 Nesse levantamento de dados contamos com o apoio de Gilberto Firmino de Sousa Júnior e Francisca Pinangé Alves de Lima que contribuíram para que esse estudo se tornasse mais rico, didático e completo.

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2 PREVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência social é uma temática que envolve abordagem no campo

jurídico. Assim, este estudo contempla a área do direito da seguridade social com

foco de análise sobre os aspectos materiais e processuais atinentes a previdência

social. Desta forma é possível dizer que Ibrahim (2012, p. 01) conceitua a

seguridade social como sendo:

[...] a rede protetiva formada pelo Estado e particulares, com contribuições

de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.

Com relação à previdência social é possível conceituar dizendo que é um

seguro social, mediante contribuições previdenciárias, com a finalidade de prover

subsistência ao trabalhador, em caso de perda de sua capacidade laborativa.

Ibrahim (2012, p. 11) define a previdência social como “técnica protetiva mais

evoluída que os antigos seguros sociais, devido à maior abrangência de proteção e

à flexibilização da correspectividade individual entre contribuição e benefício”.

O Ministério da Previdência Social traz o seguinte conceito: “A previdência

Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que

tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados”. (BRASIL...,

2014).

Diante dos conceitos acima mencionados, é possível dizer que a previdência

pode ser considerada como sendo uma garantia de sobrevivência fornecida pelo

Estado para as pessoas que perdem a capacidade de trabalho por qualquer motivo,

ficando em consequência disso sem receber a remuneração necessária para sua

sobrevivência.

2.1 DEFINIÇÃO DE BENEFÍCIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Pode ser conceituado como uma prestação pecuniária que a previdência

social dispensa ao trabalhador obstaculado na sua remuneração pelas deficiências,

ou seja, são as prestações asseguradas pelo órgão previdenciário aos beneficiários

seja em dinheiro como auxílios, aposentadoria e pensão, ou utilidades em serviços.

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São considerados como beneficiários do regime geral de previdência social –

RGPS segundo o artigo 10 da lei 8.213/91, os segurados e os seus dependentes

(BRASIL, 1991).

Segundo Leitão (2013, p.129) os segurados “são as pessoas físicas que, em

decorrência do exercício de atividade laborativa (segurado obrigatório) ou mediante

o recolhimento voluntário de contribuições (segurado facultativo), vinculam-se

diretamente ao RGPS”. E os dependentes “são as pessoas físicas que possuem

vínculo com o segurado e, em decorrência dessa relação, são abarcadas pela

proteção social previdenciária”.

Diante de tais esclarecimentos, é possível dizer que o segurado é a pessoa

que tem vínculo real com a previdência social, com direito e deveres para ambas as

partes da relação.

3 CONCEITO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

É um benefício de prestação continuada concedido aos trabalhadores que

forem considerados incapazes de executar sua atividade, seja por doença ou

acidente, sendo pago tal beneficio enquanto permanecer nessa condição de

incapacidade.

A própria previdência social traz um conceito de aposentadoria por invalidez

dizendo: “é um direito dos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem

considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer

suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento”. (BRASIL...,

2014).

Segundo Ibrahim (2012, p. 345):

A aposentadoria por invalidez é concedida ao segurado que estando ou não

em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e

insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a

subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanece nessa condição.

Cumpre ainda acrescentar que, aposentadoria por invalidez, segundo destaca

Leitão et. al. (2013, p. 293) será concedida: “ao segurado que for considerado

incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta

a subsistência (= incapaz total e permanentemente para qualquer trabalho).”

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É importante dizer que a invalidez pode ser definida como sendo a

incapacidade total, que impede totalmente o segurado de exercer toda e qualquer

atividade com intuito de obter renda. Se um segurado atuar em várias atividades e

ficar incapaz para atuar em uma delas, o mesmo não terá direito ao benefício da

aposentadoria por invalidez uma vez que o não preencheu o requisito básico da

incapacidade total e permanente do segurado.

4 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA

SOCIAL - RGPS

No que tange ao regime geral da previdência social, para ter direito a esse

benefício o indivíduo precisa estar inscrito no instituto nacional de seguro social –

INSS, e principalmente em dia com os pagamentos das contribuições, sendo

necessário o pagamento de pelo menos 12 meses de contribuição como carência

para a obtenção do benefício, porém alguns casos independem da carência como

ocorre em casos de acidente de qualquer natureza, doenças especificadas pelo

Ministério da saúde e em casos de doença profissional.

Assim o cidadão só terá direito ao benefício da aposentadoria por invalidez se

a doença surgir depois de se filiar a previdência social salvo nos casos de

agravamento. A lei 8.213 no seu artigo 42 estabelece que:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (BRASIL..., 2014).

Para que seja concedida tal aposentadoria se faz necessário que o segurado

seja submetido a um exame médico-pericial realizado por um profissional médico do

quadro efetivo do instituto nacional de seguro social - INSS, profissional este que irá

estabelecer se existe condição de incapacidade ou não do segurado.

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Se o médico considerar que o segurado encontra-se incapaz para o trabalho

lhe será concedido o benefício da aposentadoria por invalidez, porém se o mesmo

verificar que a invalidez do segurado é em razão de uma doença preexistente a

filiação do segurado o mesmo não terá seu benefício concedido.

Já em casos que o segurado possuía uma doença preexistente que tenha

agravado no decorrer da atividade laboral e o mesmo se tornar incapaz em razão

desse agravamento o benefício será merecido sendo de qualquer forma necessária

a realização de uma perícia médica que analisará o caso concreto.

Ao segurado que achar necessário ficará facultada a possibilidade de ir ao

local da perícia médica acompanhado pelo seu médico de confiança, porém a

decisão quanto à incapacidade ou não do segurado ficará exclusivamente por conta

do médico perito habilitado pelo instituto nacional de seguro social - INSS.

O beneficiário será reavaliado pela perícia da previdência social de dois em

dois anos para que a previdência informe se o mesmo continuará a receber o

benefício ou se já está apto a voltar a realizar suas atividades laborais normalmente.

A partir do momento em que o beneficiário receber o laudo do médico perito

informando que se encontra capaz para retornar ao trabalho o mesmo deixará de

receber tal benefício.

É importante destacar que o fato gerador para a aposentadoria por invalidez

será a incapacidade total e permanente do segurado para qualquer trabalho que

garanta sua subsistência.

4.1 INÍCIO DO BENEFÍCIO

A aposentadoria por invalidez começa a ser devida ao beneficiário a partir do

momento em que for constatada a incapacidade total do segurado pela perícia

médica. Em caso de segurado em gozo de auxílio-doença o termo inicial do

benefício encontra-se previsto no artigo 43 da lei nº 8.213/1991 será exatamente a

partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença. (BRASIL..., 2014).

Quanto ao segurado empregado começa a contar no décimo sexto dia do

afastamento da atividade laborativa ou a partir da data de entrada do requerimento

conforme estabelece o artigo 43, parágrafo 1º alínea “a” da lei que dispõe sobre os

planos de benefícios da previdência social, que determina: “[...] a) ao segurado

empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade ou a partir da

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entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento

decorrerem mais de trinta dias”. (BRASIL..., 2014).

Já nos casos de pertinentes aos empregados domésticos, trabalhadores

avulsos, contribuintes individuais, especial e facultativo, o benefício começará a

contar a partir da constatação da incapacidade ou da data do seu requerimento

conforme dispõe o artigo 43 paragrafo 1º alínea “b”.

[...] b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias. (BRASIL..., 2014).

No caso do segurado empregado vale salientar que os primeiros quinze dias

de afastamento ficam por conta da empresa conforme previsto no artigo 43

parágrafo 2º da mesma lei. Se o benefício for requerido na esfera judicial seu termo

inicial será na data da citação ou também podendo ser na data de requerimento

administrativo se o mesmo tiver sido indeferido. (BRASIL..., 2014).

Com relação ao valor do benefício, em regra seguirá o que estabelece o

artigo 44 da lei que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social onde

o benefício será equivalente a 100% do salário de benefício.

Já o artigo 45 da mesma lei versa sobre a aposentadoria valetudinária que

ocorre nos casos em que o segurado necessita de assistência permanente de uma

terceira pessoa, como ocorre em situações de cegueira total, perda de pelo menos

nove dedos da mão, paralisia dos dois membros superiores ou inferiores, perda de

um membro superior e outro inferior sem que tenha possibilidade de utilizar uma

prótese, alterações das faculdades mentais com grave perturbação social, nesses

casos o valor da aposentadoria por invalidez será de 100% do salário benefício

acrescido em 25% em razão da necessidade de auxílio permanente de terceiro.

4.2 EXTINÇÃO DO BENEFÍCIO

A cessação do benefício ocorrerá no momento em que o segurado por

invalidez retornar voluntariamente para suas atividades, na data da morte do

segurado ou ainda quando for receber um laudo da perícia médica informando que o

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segurado já recuperou sua capacidade para o trabalho, estando assim apto para

exercer suas atividades.

Será cancelado o benefício no momento em que o segurado retornar as

atividades de forma voluntária, se após esse retorno as suas atividades laborativas

continuar, e o beneficiário a receber o benefício da aposentadoria, será o mesmo

obrigado a fazer a devolução das quantias recebidas indevidamente a título de

aposentadoria por invalidez.

4.3 JURISPRUDÊNCIAS

A jurisprudência majoritária diz que para aferir a invalidez requerida, é

necessário que seja feita uma avaliação das condições pessoais no caso concreto,

com o intuito de que mesmo em casos que a perícia médica negar a invalidez

poderá o juiz analisar as condições pessoais e sociais do caso concreto para a

concessão da aposentadoria por invalidez, in verbis:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ACÓRDÃO EMBASADO EM OUTROS ELEMENTOS ALÉM DO LAUDO PERICIAL. POSSIBILIDADE. 1. A concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei nº 8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado, ainda que o laudo pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o trabalho. Precedentes. 2. Agravo regimental não provido.(STJ, AgRg no REsp 1338869 / DF, Rel. Min. CASTRO MEIRA, 2ª Turma, DJe 29/11/2012).(BRASIL..., 2014).

Com relação às aposentadorias por invalidez que são concedidas por via

judicial, o STJ estabelece que seu cancelamento ocorrerá por via judiciária,

conforme segue abaixo:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ CONCEDIDA JUDICIALMENTE. CANCELAMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃOREVISIONAL. IMPRESCINDIBILIDADE. ART. 471, I, DO CPC. PARALELISMODAS FORMAS. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Deferida a aposentadoria por invalidez judicialmente, pode a autarquia previdenciária rever a concessão do benefício, uma vez tratar-se de relação jurídica continuativa, desde que por meio de ação judicial, nos termos do art. 471, inciso I, do Código de Processo Civil, e em respeito ao princípio do paralelismo das formas. 2. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1201503 / RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 6ª Turma, DJe 26/11/2012). (BRASIL..., 2014).

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Quanto à majoração da aposentadoria por invalidez, a jurisprudência

estabelece:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ADICIONAL DE 25%. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO RETROATIVA. DATA DO AGRAVAMENTO DA CONDIÇÃO DO SEGURADO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Pretensão do autor para seja reconhecida a retroação dos efeitos da decisão que lhe conferiu o direito ao acréscimo de 25%, em virtude da necessidade de assistência permanente, à data do agravamento da incapacitação, decorrente, in casu, de um derrame cerebral. 2. A regra geral firmada para a concessão da aposentadoria por invalidez deve prevalecer, também, no que toca ao acréscimo previsto no art. 45 da Lei de Benefícios. À evidência, a percepção do benefício pressupõe a demonstração da necessidade de assistência permanente, aferível, tão somente, com a postulação administrativa e o consequente exame médico-pericial. Precedente da Quinta Turma. 3. Recurso especial improvido. (REsp 897824 / RS, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 6ª Turma, DJe 14/11/2011). (BRASIL..., 2014).

Conforme jurisprudência acima mencionada, pode-se dizer que a majoração

do valor do benefício da aposentadoria por invalidez se encontra pacificada no

percentual de 25% para os casos em que o segurado necessite de assistência

permanente de uma terceira pessoa, além de estabelecer que será devido tal

adicional a partir do momento em que a situação do segurado se agravar.

5 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU

Antes de adentrar a aposentadoria por invalidez no regime jurídico único –

RJU atualmente aplicado no Brasil é importante fazer uma breve explanação de

como ocorreu à evolução previdenciária dos servidores públicos. Inicialmente é

possível dizer que os servidores públicos no Brasil em momento algum foram

amparados pelo regime previdenciário aplicado à iniciativa privada, isso porque o

servidor sempre foi considerado como sendo um bem do Estado e em razão desse

fato seria protegido pelo mesmo.

Desta forma os servidores públicos obteriam sua aposentadoria totalmente

custeada pelo erário sem que houvesse a necessidade de fazer qualquer tipo de

contribuição prévia. Com o advento da Constituição Federal de 1891 que os

funcionários públicos passaram a ter direito legal a aposentadoria por invalidez,

porém só em casos de invalidez decorrente de um serviço exercido para a nação.

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Em 1937 a Constituição trouxe o acréscimo de que os proventos seriam

integrais em casos de invalidez obtida pelo funcionário publico com mais de 35 anos

de serviço em razão de um acidente no exercício de sua função. A Constituição de

1988 adotou um conceito de seguridade social onde o poder público e a sociedade,

trabalham conjuntamente para obtenção dos direitos sociais. (BRASIL..., 2014).

Os servidores públicos que têm um regime único diferenciado, passou a partir

desse momento a ter direito a um salário mínimo fixado e garantido, ao décimo

terceiro, remuneração do trabalho noturno, salário família, jornada de trabalho não

superior a 44 horas semanais, repouso semanal remunerado, gozo de férias, licença

a gestante e licença paternidade, redução dos riscos do trabalho bem como passou

a ser proibido qualquer tipo de discriminação salarial seja por sexo, raça, idade ou

estado civil do servidor, direito que antes era garantido apenas aos membros do

regime geral da previdência social. A aposentadoria por invalidez do servidor

encontra-se garantida no artigo 40 da Constituição Federal de 1988. (BRASIL...,

2014).

A lei 8.112 que foi publicada em 11 de dezembro de 1990, versa sobre o

regime jurídico dos servidores públicos trouxe um capítulo específico tratando sobre

os benefícios devidos a esses segurados. (BRASIL..., 2014).

É importante esclarecer que à aposentadoria se enquadram no regime próprio

dos servidores públicos - RJU, apenas aqueles servidores titulares de cargos

vitalícios e os de cargo efetivo. O artigo 186 cita os tipos de aposentadoria existente

e estabelece em quais casos o servidor público poderá ser aposentado.

Após essa explanação inicial feita com relação à evolução da aposentadoria

por invalidez no regime jurídico único dos servidores públicos é possível dizer que

esse benefício fica condicionado à incapacidade total e permanente do servidor para

o trabalho. Essa incapacidade será comprovada por meio de uma perícia médica

nos mesmos moldes do que ocorre no regime geral da previdência social.

O servidor público é o interessado em obter o benefício da aposentadoria por

invalidez sendo dessa forma o sujeito ativo, ou seja, aquele que busca seu

interesse, tendo como sujeito passivo da relação o poder público do respectivo

servidor, responsável pelo pagamento dos proventos da aposentadoria por invalidez.

A aposentadoria por invalidez no regime jurídico único – RJU começa a ser

devida ao beneficiário a partir da data da publicação do respectivo ato, essa

aposentadoria é precedida de uma licença para que o servidor faça um tratamento

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de saúde de duração máxima de 24 meses, após esse período de licença o servidor

será submetido a uma perícia médica.

Essa perícia médica tem o objetivo de analisar se o servidor encontra-se apto

para retornar as suas atividades laborais ou para constatar a incapacidade total e

permanente para o trabalho. Ao constatar que o servidor não apresenta mais

condição de regressar ao seu cargo o mesmo será aposentado por invalidez.

No artigo 40 da Constituição Federal estabelece que os proventos recebidos

pelos servidores públicos aposentados por invalidez será em geral proporcional ao

tempo de contribuição, já nos casos de invalidez em razão de moléstia profissional,

acidente durante o trabalho, doenças contagiosas, graves ou incuráveis os

proventos serão integrais. O artigo 186, parágrafo primeiro da lei 8.112/90 traz um

rol das doenças consideradas graves, contagiosas ou incuráveis, conforme segue:

§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se

refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada. (BRASIL..., 2014).

É importante mencionar que a jurisprudência majoritária do STJ, considera o

rol mencionado como sendo meramente exemplificativo uma vez que diariamente

surgem novas doenças consideradas graves que também fazem jus ao benefício da

aposentadoria por invalidez, como segue:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. APOSENTADORIA PROPORCIONAL. REVERSÃO PARA INTEGRAL. DOENÇA GRAVE E INCURÁVEL. ART. 186 DA LEI 8.112/90. ROL EXEMPLIFICATIVO. PROVENTOS INTEGRAIS. POSSIBILIDADE. 1. Não se pode considerar taxativo o rol de doenças descrito no art.186, I, § 1º, da Lei n. 8.112/90, ante a impossibilidade de se prever todas as doenças consideradas graves, contagiosas e incuráveis, sob pena de ofensa ao Princípio da Isonomia e de "negar o conteúdo valorativo da norma inserta no inciso I do art. 40 da Constituição Federal" (Precedentes: REsp 1.199.475/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 26/08/2010 e REsp 942.530/RS, Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 29/03/2010). 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1235327/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/08/2012, DJe 08/08/2012). (BRASIL..., 2014).

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A Emenda Constitucional 41/2003, trouxe alterações significativas quanto ao

regime próprio dos servidores públicos no que tange a aposentadoria por invalidez,

uma vez que elimina a garantia constitucional da integralidade como critério de

cálculo dos proventos, passando assim a ser o benefício calculado sobre a média

das remunerações, que serviram de base para as contribuições ao longo da vida

profissional.

A Emenda Constitucional 41/2003, ainda pois fim a garantia de paridade com

os ativos que anteriormente era utilizada para os reajustes das aposentadorias,

passando a ser feito apenas um reajustamento anual dos proventos.

A Emenda Constitucional 70/2012, manteve o que estabelecia o artigo 40 da

Constituição Federal com relação aos proventos, como sendo em regra proporcional

ao tempo de contribuição e integral quando tratar de doenças graves, incuráveis ou

contagiosas e nos casos de acidentes durante o trabalho. (BRASIL..., 2014).

Porém tal emenda acrescentou o artigo 6º-A a EC 41/2003, com a seguinte

redação:

Art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se aposentar por invalidez permanente, com fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal. (BRASIL..., 2014).

Que estabeleceu novos critérios utilizados para o cálculo e reajustes dos

proventos, garantindo aos servidores que ingressaram ao serviço público antes da

emenda 41/2003 que o cálculo dos proventos da aposentadoria seria feito com base

na ultima remuneração e que os reajustes teriam direito a paridade, ou seja, os

servidores que ingressaram até 31/12/2003 seriam reajustados no mesmo dia e na

mesma proporção em que se der o reajuste dos servidores que se encontram em

atividade. Segue jurisprudência pertinente:

Ementa: ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DOENÇA GRAVE. TUTELA ANTECIPADA. EFEITO SATISFATIVO. NÃO OCORRÊNCIA. EC 41 /2003. EC 47 /2005. EC 70/12. PROVENTOS. INTEGRALIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. 1. A Emenda Constitucional 41 /2003 extinguiu o direito à paridade dos

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proventos para os servidores que ingressaram no serviço público após a sua publicação. No entanto, a EC 47 /2005 garantiu a integralidade e a paridade dos servidores que ingressaram no serviço público até a publicação da EC 41 /2003. 2. Com a edição da EC 70/12, em 29 de março, foi assegurado aos servidores públicos aposentados por invalidez o recebimento de proventos equivalentes à última remuneração, a chamada integralidade. Pela nova regra, os servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003 devem ter seus proventos calculados com base na remuneração do cargo efetivo, e não mais com base nas 80% maiores contribuições. 3. Consta dos autos que foi concedida ao autor aposentadoria por invalidez em decorrência de cardiopatia grave, conforme atestou a Junta Médica da Polícia Federal, razão pela qual a parte autora faz jus ao recebimento dos proventos de aposentadoria em sua integralidade. 4. A correção monetária incide sobre o débito previdenciário, a partir do vencimento de cada prestação, nos termos do conforme Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal. 5. Os juros de mora devem incidir no percentual de 0,5% (meio por cento) ao mês, a partir da citação, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494 /97, na redação dada pela MP 2.180-35/2001, e, a contar da vigência da Lei 11.960 /2009, deverá incidir a taxa de juros da caderneta de poupança. 6. Apelação improvida. Remessa oficial, parcialmente provida, nos termos dos itens 4 e 5. [TRF-1 - APELAÇÃO CIVEL AC 21225 GO 0021225-77.2006.4.01.3500 (TRF-1) publicado em 16/11/2012]. (BRASIL..., 2014).

De acordo com a emenda 70/2012, as aposentadorias por invalidez que foram

concedidas aos servidores após 31/12/2003, serão recalculadas com o intuito de se

adequar a nova base de cálculo estabelecida em que os proventos serão calculados

pela média aritmética simples de 80% das maiores remunerações contributivas, e os

reajustes desses servidores não sofreram alterações seguindo assim os critérios

existentes no artigo 40 da Constituição Federal. (BRASIL..., 2014).

É importante esclarecer que o servidor que só ingressou no serviço público

após 01/01/2014, não terão direito a paridade de proventos com os ativos, sendo

seus reajustes feitos através de uma correção anual.

6 PARALELO ENTRE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NO REGIME GERAL

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O REGIME JURÍDICO ÚNICO - RJU

No caso da aposentadoria por invalidez no regime geral único para a

obtenção do benefício é necessário que o segurado cumpra a carência estabelecida

de 12 contribuições mensais junto ao instituto nacional do seguro social - INSS,

sendo dispensadas em caso de acidente de qualquer espécie e doenças

profissionais.

Nesse regime o sujeito ativo será o segurado e o sujeito passivo o INSS, a

renda mensal será de 100% do salário de benefício podendo ainda ter o acréscimo

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de 25% para os casos em que o segurado necessite do auxílio permanente de outra

pessoa.

O benefício da aposentadoria começa após o 16º dia de afastamento do

trabalho, a partir da cessação do auxílio-doença e também pode iniciar no momento

que for constatada a incapacidade como ocorre nos casos dos empregados

domésticos, ou pela sentença judicial que decrete que o segurado é incapaz para

exercer suas atividades laborais.

Já a aposentadoria por invalidez no regime jurídico único não existe carência

para a obtenção do benefício, tem como sendo o sujeito ativo o servidor público e o

sujeito passivo será o poder público em que servidor esteja vinculado. O termo inicial

do benefício será a data da publicação do ato que considera o servidor aposentado

por invalidez.

Os proventos recebidos pelo servidor em regra serão proporcionais, porém

existem casos estabelecidos por lei que estabelecem que os proventos serão pagos

de forma integral, é importante dizer que os cálculos dos proventos serão feitos

conforme as alterações trazidas pela EC 70/2012.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito de seguridade social consiste num conjunto integrado de ações entre

a previdência social, a assistência social e a saúde. Tem o intuito de amparar e

assistir o cidadão e sua família, garantindo uma tranquilidade para o futuro. A

previdência social é o órgão que dará suporte ao segurado em caso de invalidez

mediante contribuição. A aposentadoria por invalidez é um benefício de natureza

previdenciária restrito aos segurados e servidores públicos que façam contribuições

mensais para o sistema previdenciário.

De modo que, o tema é de grande valia uma vez que a aposentadoria por

invalidez é essencial para o cidadão que por uma situação avessa a sua vontade se

ver obrigado a encerrar suas atividades laborais de forma repentina.

Assim sendo, todos os estudantes de direito, advogados, defensores, demais

representantes da justiça, bem como a população em geral têm obrigação de saber

o que é e como é possível obter o benefício previdenciário da aposentadoria por

invalidez existente e principalmente como será tal benefício aplicado para os

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funcionários no regime geral da previdência social - RGPS e para os servidores

públicos.

O trabalho teve como intuito principal, fazer um estudo embasado pela

disciplina de seguridade social do tema referente à aposentadoria por invalidez, o

que foi bastante enriquecedor para esclarecer ao indivíduo que a aposentadoria por

invalidez só será concedida se a incapacidade for atestada por um médico perito.

Essa necessidade de um exame realizado por um perito é uma forma de

assegurar a todos os contribuintes que os valores de suas contribuições serão

aplicados como forma de garantir a sobrevivência e o bem estar social, sendo

necessário para a obtenção do benefício tanto no regime geral da previdência social

como no regime jurídico único dos servidores públicos.

Enfim, em ambos os regimes o interesse é sempre voltado ao bem estar e a

justiça social do indivíduo que se encontra incapaz de exercer qualquer tipo de

atividade laboral. Essa proteção dispensada ao cidadão ainda é inferior às

necessidades atuais, uma vez que pode até garantir a subsistência do segurado,

porém fica muito aquém no tocante ao bem estar e a justiça como valores supremos

da sociedade.

RETIREMENT FOR DISABILITY: DIVERGENCES BETWEEN THE GENERAL

SOCIAL SECURITY SYSTEM AND SINGLE LEGAL REGIME

ABSTRACT

This article, based on the Social Security Law aims to examine the issue of disability retirement since its origin, making an explanation of its historical evolution, clarifying when will his initial term as well as demonstrating the termination of benefits occurs. The study is grounded in the benefit granted to a worker who is deemed unable to engage in a work activity, and this inability attested by means of an examination by a medical expert. Aiming to demonstrate the differences in our homeland right between the benefit of Retirement Disability in general Social Security and Unified Legal System Servers. The research brings innovations established by constitutional amendment 70. In short further study on the topic is of extreme importance to society, because anyone can be affected by an unexpected disability and therefore need to know how to get social security benefits for disability retirement. Keywords: Social Security. Disability Retirement. Social Security.

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Apresentação. Rio de Janeiro, agosto/2002.2011. ______. NBR 6023: Informações e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, agosto/2002. ______. NBR 6028: Informações e documentação – Resumo – Elaboração. Rio de

Janeiro, agosto/2003. ______. NBR 6022: Informações e documentação – Artigo em publicação periódica

científica – Elaboração. Rio de Janeiro, agosto/2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 28 fev. 2014. ______. Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios

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servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8112cons.htm>. Acesso em: 28 fev. 2014. ______. Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm>. Acesso em: 02 mar. 2014. ______. Emenda Constitucional nº 70, de 29 de março de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc70.htm>. Acesso em: 02 mar. 2014. ______. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/politica-de-previdencia-social>. Acesso em: 02 mar. 2014. ______. Disponível em: <http://agencia.previdencia.gov.br/e-aps/servico/381>. Acesso em: 02 mar. 2014. CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Curso de direito da seguridade social. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 12. ed. Rio de

Janeiro: Impetus, 2012. LEITÃO, André Studart. Manual de direito previdenciário. São Paulo: Saraiva, 2013. SANTOS, Marina Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado. 3. ed. São

Paulo: Saraiva, 2013.