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Faculdade Boa Viagem Centro de Pesquisa e Pós- Graduação em Administração – CPPA Mestrado em Administração Cristiane Maria Pereira Conde ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: O caso do curso de Administração da Faculdade dos Guararapes RECIFE, 2007

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Faculdade Boa Viagem

Centro de Pesquisa e Pós- Graduação em Administração – CPPA

Mestrado em Administração

Cristiane Maria Pereira Conde

ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS EM UMA INSTITUIÇÃO

DE ENSINO SUPERIOR:

O caso do curso de Administração da Faculdade dos Guararapes

RECIFE, 2007

2

CRISTIANE MARIA PEREIRA CONDE

ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS EM UMA INSTITUIÇÃO

DE ENSINO SUPERIOR:

O caso do curso de Administração da Faculdade dos Guararapes

Orientadora: Professora Lúcia Maria Barbosa de Oliveira, Ph.D.

Dissertação apresentada como requisito complementar

para obtenção do grau de Mestre em Administração do

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração

– CPPA da Faculdade Boa Viagem.

RECIFE, 2007

3

CRISTIANE MARIA PEREIRA CONDE

ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS EM UMA INSTITUIÇÃO

DE ENSINO SUPERIOR:

O caso do curso de Administração da Faculdade dos Guararapes

Dissertação apresentada como requisito complementar

para obtenção do grau de Mestre em Administração do

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração

– CPPA da Faculdade Boa Viagem.

Aprovada em ________/________/________

______________________________________________________________________

Professora Lúcia Maria Barbosa do Oliveira, Ph.D. – FBV (Orientadora)

______________________________________________________________________

Professora Maria de Lourdes de Azevedo Barbosa, Doutora – UFPE (Examinadora Externa)

______________________________________________________________________

Professor Helder Pontes Régis, Doutor - FBV (Examinador Interno)

4

Dedico este trabalho a meus pais, José Maria Pereira Conde e Ismênia Maria de Barros

Conde, que muito bem souberam estruturar o embasamento dos valores que constituem minha

formação e cujo amor e dedicação incondicionais sempre me impulsionaram para seguir em

frente; e a meu filho, Leonardo Conde Pessoa, maior presente de minha existência.

5

AGRADECIMENTOS

Ao final de mais esta etapa da minha vida, quero agradecer primeiro a Deus, por conduzir meus

passos em todos os momentos de minha existência, por ser abrigo e fonte de esperança.

À minha família, em especial meus pais, que sempre me apoiaram e incentivaram minha

formação acadêmica e estiveram incondicionalmente presentes em quaisquer das decisões que tomei

ao longo de minha vida, obrigada, Painho! Obrigada, Mainha!

Ao meu filho, Leonardo, que è meu companheiro desde o ventre e que soube compreender meus

momentos de tensão, todas as minhas ausências e que enche minha vida de estímulos novos a cada

dia. Por você e para você, filho, buscarei novos horizontes sempre!

À minha orientadora, Professora Lúcia Barbosa, exemplo de mestra, preocupada com o

crescimento do aprendente não só nos planos cognitivo e acadêmico, mas, sobretudo, no plano afetivo;

por ter acreditado em mim, sempre. Professora, a senhora tem importância fundamental em minha

vida!

Ao Professor Helder Régis, meu examinador externo, pelo apoio e contribuição ao meu

trabalho, não só em suas aulas, que muito acrescentaram à minha formação, mas pela pessoa que é:

humano, transparente e generoso.

À professora Lourdes Barbosa, pelas observações tão pertinentes dirigidas ao meu trabalho e

que muito contribuíram para o meu aperfeiçoamento.

À Faculdade dos Guararapes, nas pessoas de Valnei do Val e Patrícia Fernandes, por terem

oportunizado a aplicação desta pesquisa.

Ao grande amigo e mentor Djailton Cunha, pelo apoio, incentivo, pela presença, enfim, por sua

amizade e dedicação que enchem meu coração de gratidão.

Às amigas que o Mestrado me presenteou: Mônica Melo, Ana Carolina Medeiros e Conceição

Moraes. Cada uma delas, à sua maneira, esteve comigo nos momentos bons e ruins desta jornada.

À Escola Agrotécnica Federal de Barreiros, na pessoa do Professor Airton Bernardo, pela

disposição em facilitar a finalização deste trabalho.

Aos meus colegas do mestrado, a todos aqueles que fazem a Faculdade Boa Viagem.

E finalmente, mas não menos importante, a todos os meus amigos que de forma direta ou

indireta acompanham minha jornada de carreira e vida e torceram para que este sonho pudesse ser

concretizado. Obrigada de verdade!

6

“Para ser grande: sê inteiro:

Nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim, em cada lago a lua toda brilha,

porque alta vive”.

Fernando Pessoa

7

RESUMO

O presente estudo diz respeito à comunicação organizacional em instituições de ensino

superior. Nesse sentido, tomando por base conceitos fundamentais sobre comunicação nas

organizações e teorias da comunicação (BERLO, 1999; GUILLON e MIRSHAWKA,1995),

objetivou-se verificar como os alunos de curso de graduação em Administração percebem as

estratégias de comunicação de uma Instituição de Ensino Superior. Para isso, foi replicado o

modelo de mensuração da qualidade da comunicação em IES, desenvolvido por Fiúza (2004).

Realizada a revisão teórica e pesquisa com os acadêmicos do curso de Administração da

Faculdade das Guararapes, em que os mesmos responderam a 40 perguntas fechadas e duas

abertas, num total de 285 questionários, procedeu-se às análises quantitativa e qualitativa dos

dados, visando a delinear um quadro da situação atual do processo comunicacional da

instituição com base na percepção dos alunos. Os achados demonstram que a comunicação na

instituição estudada é, sob o ponto de vista do aluno, satisfatória: os indicadores com melhor

avaliação foram o canal de comunicação e o código lingüístico utilizados pelo emissor. Por

fim, sugere-se a continuidade deste estudo, apontando a necessidade de validar os resultados

apontados na pesquisa, em diferentes organizações e sob o enfoque da comunicação

integrada.

Palavras-Chave: Comunicação. Comunicação em instituição de ensino superior. Mensuração

da qualidade da comunicação.

8

ABSTRACT

The present study refers to organizational communication in higher education institutions. In

that sense, based on basic concepts about communication in organizations and theories of the

communication (BERLO,1999 ; GUILLON e MIRSHAWKA, 1995), it was aimed at to

verify as the degree course students in Administration notice the strategies of the

communication of the higher education Institution. For that, the model of measuring quality

of communication in higher education developed by Fiúza (2004) was replied. A theoretical

review and survey was conducted with the students in the course of business administration at

Faculdade dos Guararapes, that responded to a series of 40 closed questions and two opened

questions in a total of 285 questionnaires. It was proceded to the quantitative and qualitative

analysis of data, which interfaced a picture of the current situation of communicational

process in this institution with the students. As conclusions of the study, the scores better

appraised for the students, were the communication channel and the linguistic code. The last

but not the least is the suggestion for continuity of this study since there is a strong need to

validate those results in different organizations and under the focus of the integrated

communication.

Key words: Communication. Communication in higher school. Communication quality

measurement.

9

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1

Figura 2

Tabela 1

Modelo Shannon-Weaver

O processo de Comunicação de Berlo

Distribuição de alunos por período

30

34

49

Tabela 2 Total de alunos respondentes 50

Tabela 3 Confiabilidade variáveis Fiúza 52

Tabela 4 Correlação entre os indicadores 52

10

LISTA DE QUADROS

Quadro1 Teoria da comunicação de Berlo 32

Quadro 2 Funções elementos da comunicação -Fiúza 38

Quadro 3 Indicadores propostos por Fiúza 39

Quadro 4 Parâmetros de conceituação de escores 57

Quadro 5 Idade dos respondentes por período 63

Quadro 6 Componentes com eigenvalue acima de 1 66

Quadro 7 Carga fatorial dos itens que compõem modelo Fiúza 67

Quadro 8 Descrição atributos variáveis relevantes 73

Quadro 9 Percepções do aluno em relação ao emissor 75

Quadro 10 Percepções do aluno em relação ao receptor 80

Quadro 11 Percepções do aluno em relação à mensagem 84

Quadro 12 Percepções do aluno em relação ao código 88

Quadro 13 Percepções do aluno em relação ao canal 92

Quadro 14 Indicadores com melhor avaliação 95

Quadro 15 Categorização dos sentimentos 98

Quadro 16 Categorização das sugestões 102

11

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Total de respondentes 59

Gráfico 2 Respondentes por período 61

Gráfico 3 Gênero dos respondentes 61

Gráfico 4 Gênero dos respondentes por período 62

Gráfico 5 Idade dos respondentes 62

Gráfico 6 Idade dos respondentes por período 63

Gráfico 7 Atuação no Mercado de Trabalho 64

Gráfico 8 Atuação no mercado de trabalho por período 65

Gráfico 9 Troca de informações 68

Gráfico 10 Esclarecer dúvidas 69

Gráfico 11 Linguagem apropriada 69

Gráfico 12 Acesso às informações 70

Gráfico 13 Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos 71

Gráfico 14 Percepções do aluno em relação ao emissor 75

Gráfico 15 Percepções do aluno em relação ao receptor 79

Gráfico 16 Percepções do aluno em relação à mensagem 84

Gráfico 17 Percepções do aluno em relação ao código 88

Gráfico 18 Percepções do aluno em relação ao canal 92

Gráfico 19 Categorização dos sentimentos relacionados 98

Gráfico 20 Estrutura das mensagens 99

Gráfico 21 Atitudes da Instituições 100

Gráfico 22 Divulgação das mensagens 100

Gráfico 23 Categorização das sugestões 102

Gráfico 24 Sugestões emissor 103

Gráfico 25 Sugestões receptor 104

Gráfico 26 Sugestões mensagem 105

Gráfico 27 Sugestões código 105

Gráfico 28 Sugestões canal 105

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................14

1.1 Definição do Problema......................................................................................15

1.2 Objetivos da Pesquisa........................................................................................22

1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................22

1.2.2 Objetivos Específicos.........................................................................................23

1.3 Justificativa........................................................................................................23

1.3.1 Justificativa Teórica ......................................................................................... 23

1.3.2Justificativa Prática.............................................................................................24

1.4 Estrutura da Dissertação.................................................................................... 25

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................27

2.1 Teorias de Comunicação ...................................................................................27

2.2 Teoria da Informação ........................................................................................29

2.3 Modelo de Mensuração da Qualidade da Comunicação de Fiúza..................... 37

2.4 Comunicação nas Organizações ........................................................................41

2.5 Comunicação em Instituições de Ensino Superior ............................................43

3. METODOLOGIA.........................................................................................................46

3.1 Natureza da Pesquisa.........................................................................................46

3.2 Caracterização da pesquisa................................................................................47

3.3 Método da pesquisa...........................................................................................47

3.4 Locus da pesquisa..............................................................................................48

3.5 Delimitação da pesquisa....................................................................................49

3.6 Coleta de Dados ..............................................................................................51

3.6.1 Instrumento da pesquisa ...................................................................................51

3.6.2 Processo de coleta de dados ..............................................................................53

3.7 Análise dos dados............................... ...............................................................55

3.8 Limites e limitações da pesquisa .......................................................................57

4. RESULTADOS ............................................................................................................59

4.1 Perfil dos sujeitos da Pesquisa.............................................................................59

4.2 Adequação Comunicativa do Modelo de Fiúza...................................................65

4.3 Indicadores de Qualidade da Comunicação.........................................................74

4.3.1 Emissor..............................................................................................................74

4.3.2 Receptor............................................................................................................78

13

4.3.3 Mensagem.........................................................................................................83

4.3.4 Código..............................................................................................................87

4.3.5 Canal.................................................................................................................91

4.4 Estratégias de comunicação na Instituição de Ensino Superior.........................96

5. CONCLUSÃO .............................................................................................................108

5.1 Sugestões para pesquisas futuras...................................................................... .114

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................116

APÊNDICES ..................................................................................................................124

APÊNDICE 1 Carta Introdutória.......................................................................................124

APÊNDICE 2 Instrumento Aplicado................................................................................125

ANEXOS ..........................................................................................................................128

ANEXO 1 Indicadores Propostos por Fiúza......................................................................128

ANEXO 2 Instrumento desenvolvido por Fiúza................................................................130

14

1 Introdução

O tema desta dissertação diz respeito à Comunicação Organizacional. Mais

especificamente, esta pesquisa propõe-se a verificar a percepção dos alunos de graduação em

Administração de uma Instituição de Ensino Superior (IES), a partir da replicação do trabalho

desenvolvido por Maria Sílvia Santos Fiúza (2004), em relação ao sistema de comunicação

interna, através de um instrumento de mensuração da qualidade da comunicação.

O interesse em estudar este assunto foi motivado inicialmente pela trajetória

profissional da pesquisadora, docente de IES, envolvida com questões relacionadas à

efetividade das mensagens produzidas por locutores/sujeitos e interlocutores/sujeitos da

prática comunicativa.

Outro aspecto motivador do estudo ora apresentado foi o fato de que as grandes

transformações ocorridas nas diferentes esferas do conhecimento remetem para a valorização

da comunicação como elemento agregador dos sujeitos, que se questionam sobre problemas

de existência, de consciência, de destino e também que observam, que experimentam, que

buscam (MORIN, 2003) .

Nessa perspectiva, questões têm sido suscitadas, ao longo da história da humanidade,

visando à compreensão dos elementos focados na essência da comunicação. Para tanto, é

fundamental a realização de trabalhos teórico-práticos, usando uma metodologia científica

que enfoque as características desse construto.

Este estudo visa, portanto, a contribuir para a ampliação do entendimento dessas

questões. Nesse sentido, o presente capítulo apontará a definição do problema, os objetivos da

investigação, os motivos de ordem teórica e prática que justificam a realização deste trabalho

e a estrutura da dissertação.

15

1.1 Definição do problema

As organizações, aos poucos, têm tomado consciência de que precisam ser ágeis para

acompanhar os movimentos do mercado, e que o aumento da eficiência só será alcançado se

as estruturas estanques derem lugar à integração das diversas áreas da empresa (SILVA,

2005).

Nesse sentido, Tapscot e Caston (1995), assim como Jian e Jeffres (2006) afirmam que

o reordenamento geopolítico mundial passou a demandar uma nova empresa: uma

organização aberta que atue em rede e esteja fundamentada na informação.

Ao mesmo tempo, Chanlat (1993) ressalta que a linguagem constitui um objeto de

estudo privilegiado e sua exploração no contexto organizacional implica permitir que se

desvendem as condutas, as ações e as decisões. Todo discurso, toda palavra pronunciada, ou

todo documento escrito estão inseridos, pois, em maior ou menor grau, nas esferas do agir, do

fazer, do pensar e do sentir.

Se o homem de hoje é diferente, defende Levy (1999), é necessário que as

organizações modernas levem em consideração as mudanças em relação a seus diferentes

stakeholderes. No momento em que as relações tornam-se mais complexas, devido ao

intercâmbio cultural, ao aumento da concorrência e ao mercado instável, a comunicação

torna-se elemento-chave no ambiente organizacional.

Constituindo-se como um ponto de intersecção entre a administração, a psicologia e a

antropologia, os estudos sobre comunicação organizacional encontram dificuldades para

estabelecer os limites de seu campo de conhecimento. Katz e Kahn (1998) desenvolveram o

tema da psicologia social nas organizações e defenderam haver uma relação direta entre a

administração e a comunicação.

16

No campo da administração, a comunicação centra-se na transmissão ótima da

mensagem, ou seja, na busca de meios para garantir que a mensagem emitida na fonte da

informação chegue até o respectivo destinatário (receptor) com a mínima distorção possível

(MATTELART e MATTELART, 2002). Para Levy (1999), sua efetividade é determinada

pela relação móvel que se estabelece entre todos os elementos que participam do processo

comunicativo e este é, em sua essência, marcado pelo dinamismo.

É, pois, papel da organização estimular e ser aberta ao diálogo, pois dessa forma,

produzirá um fluxo informacional responsável e competitivo (KUNSH: 1997; SCHULER:

2004). Behr (2004) chama atenção para o fato de que a organização que estrutura seu sistema

central sob a ótica da qualidade, privilegia a comunicação.

São as idéias de Berlo (1999) que ratificam essa afirmação, ao apontar o papel da

comunicação como norteador de qualquer prática laboral: “A compreensão do processo, das

determinantes e dos efeitos da comunicação melhoram a capacidade básica do homem para

cuidar dos problemas de comunicação que enfrenta no trabalho, seja qual for o tipo de seu

trabalho”. (BERLO, 1999, p.20).

Para Torquato (1991), a comunicação exerce um extraordinário poder para o

equilíbrio, o desenvolvimento e a expansão das empresas. A comunicação estrutura as

convenientes ligações entre o microssistema interno e o macrossistema social, gerando as

condições para o aperfeiçoamento das organizações.

Apesar de considerar-se a comunicação como um elemento de extrema importância

para as organizações, pouco se tem publicado a respeito das relações subjacentes aos

processos comunicativos organizacionais. É o que afirma Schuler (2004): “Percebe-se uma

necessidade não suprida de enfoques pragmáticos à comunicação organizacional, por

exemplo, guiando as empresas no passo-a-passo dessa administração”.

17

Comunicação, sob a ótica de Casado (2002), diz respeito a uma questão puramente

social, na medida em que inclui a transferência e a compreensão de significados. Para a

autora, não existe interação e não existe grupo sem a transmissão de significados, ou seja, sem

a comunicação.

É preciso, segundo defende Torquato (1991), que a organização potencialize a

comunicação como um processo total, que visa ao benefício de todos os agentes envolvidos

na construção dos programas organizacionais. Os atos, os canais, os programas, para serem

eficazes, enfatiza o autor, necessitam de coordenação centralizada com a finalidade de

preservar uma linguagem homogênea e integrada.

O autor acrescenta que a comunicação é o elemento que medeia os interesses dos

participantes, os interesses da empresa, enquanto unidade econômica, e os interesses da

administração. Essa grande característica da comunicação – de mediação de objetivos –

mostra sua magnitude no universo organizacional.

Os estudos sobre a influência da linguagem do emissor sobre o processo de

decodificação e de interpretação por parte do receptor são, dessa forma, nas idéias de Rojo

(2005), muito úteis à organização em se tratando do universo competitivo em que a mesma

encontra-se inserida.

É Schuler (2004) quem reflete sobre o caráter pragmático da comunicação

organizacional: para ela, o sucesso de um administrador depende diretamente de sua

capacidade para se comunicar, para se fazer entender, enfim, para fazer com que sua empresa

se relacione com êxito em seu ambiente.

Segundo a autora, quanto maior o conhecimento sobre a natureza dos elementos

envolvidos na comunicação, maiores as condições que a organização tem de alcançar o

sucesso com relação a quaisquer objetivos propostos.

18

Por isso, Dwyer; Schurr; Oh (1987), assim como Roman (2002) consideram a

confiança como um conceito crítico para a compreensão do processo de comunicação,

principalmente aquele com finalidade persuasiva. Cabe, portanto, à organização, a

responsabilidade de estabelecer um intercâmbio de informações de forma eficaz, clara,

concisa e direta.

Por meio da comunicação, nos dizeres de Fiúza (2004), estabelece-se uma tipologia de

consentimentos, formando congruências, equalização, homogeneização de idéias, integração

de propósitos. A comunicação é, pois, uma ferramenta primordial para alavancar a eficácia e a

produtividade das organizações.

A maioria das pesquisas em comunicação tende a priorizar um dos elementos da

comunicação. A teoria hipodérmica, proposta por Lasswel em 1948, considera o emissor

como único elemento ativo no processo comunicativo; as análises de conteúdo, propostas por

Lazarsfeld e Katz, em 1955, privilegiam a mensagem, entendendo que os indivíduos estão

expostos a um grande número de mensagens e respondem a elas seletivamente; enquanto a

linha da semiótica, defendida por Saussure, o primeiro pesquisador a difundir a lingüística,

ainda em 1915, tende a centrar a informação no receptor, entendendo que uma mesma

mensagem será percebida de forma distinta por cada indivíduo (WOLF,2002, apud SILVA,

2002).

Em “O Processo da Comunicação”, Berlo (1999) enfatiza a importância da relação

entre os elementos que participam do processo comunicativo (fonte, codificador, mensagem,

canal, decodificador e receptor). Ressalta que a comunicação não depende de um ou de outro

componente, mas das relações dinâmicas entre esses elementos.

A obra de Berlo (1999) preocupa-se com a transmissão ótima da mensagem,

eliminando ou diminuindo o chamado ruído. Em oposição ao ruído, que impede que a

mensagem percorra o caminho de um ponto a outro sem distorções, o autor fala em fidelidade,

19

que representa a comunicação efetiva. Para isso, apresenta alguns fatores que precisam ser

considerados em relação à mensagem: o código, o conteúdo e o tratamento. O modelo de

Berlo será apresentado na fundamentação teórica.

Segundo Fiúza (2004), ao discutir a Teoria da Comunicação, no âmbito

organizacional, Berlo a traduz em um modelo, com diferente enfoque, e acrescenta-lhe

pressupostos que determinam sua eficiência, considerando as inter-relações entre os

elementos da comunicação, a possibilidade de sucesso nas relações comunicativas, os níveis

de complexidade envolvidos no processo, comuns às organizações.

Chung e Megginson (1986), Guillon e Mirshawka (1995), assim como Bueno (2003)

acrescentam que a habilidade comunicativa determina a fidelidade da comunicação na medida

em que influencia a capacidade individual de se analisar objetivos e intenção, bem como a

capacidade de codificar a mensagem de maneira a expressar o que se pretende.

Na busca de um elemento norteador para mensurar a qualidade da comunicação, a

partir da perspectiva apresentada por Berlo (1999), aliada aos conceitos apresentados por

Guillon e Mirshawka (1995), além de Chung e Megginson (1986), Fiúza (2004) desenvolveu

um modelo de mensuração da qualidade da comunicação, que considera como elementos

primordiais o emissor, o receptor, a mensagem, o código e o canal.

O modelo desenvolvido por Fiúza (2004), que é replicado neste trabalho, propõe-se a

verificar, sobretudo, a visão que o receptor constrói da mensagem a ele dirigida, por meio da

análise do grau de adequação comunicativa no que diz respeito aos cinco elementos

envolvidos no processo comunicativo ( emissor, receptor, mensagem, código e canal ) em

Instituições de Ensino Superior.

As Instituições de Ensino Superior trazem, em sua essência, a responsabilidade de

produzir conhecimento e crescimento (ANDRADE e AMBONI, 2002). Os autores destacam

que o ensino superior no Brasil, historicamente, não foi possibilitado a uma grande parcela da

20

população. O Brasil, até 1990, concentrava nas Instituições públicas, segundo dados do

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, INEP (2005), 70% de vagas destinadas à formação

superior.

Em todo o Brasil, no ano de 2005, conforme dados do INEP, havia uma oferta de

312.288 vagas nas instituições públicas de ensino superior. Como o Estado não possui

condições de oferecer vagas suficientes para todos os que precisam galgar níveis mais

complexos no campo da educação, reforça Behr (2004), justifica-se o fato da expansão

acelerada de instituições privadas de ensino superior, que aparecem como organizações que,

como quaisquer outras, estão sujeitas às forças do mercado, principalmente em relação à

concorrência e à competitividade.

A partir da década de 1990, com a ampliação do número de vagas para Instituições

privadas de Ensino Superior, criou-se, no Brasil, um cenário extremamente atraente para a

iniciativa privada. Desta forma, tornou-se essencial um aumento do número de instituições de

ensino que pudessem propiciar a disseminação do conhecimento, no que se refere à formação

superior, no Brasil.

Behr (2004) analisa o crescimento de Instituições privadas de ensino superior no

Brasil:

Apesar de ser a educação uma função do Estado, este já não possui condições de oferecer vagas suficientes para aqueles que desejam e precisam galgar níveis mais complexos no campo da educação.É a partir daí que se justifica a existência das Instituições de Ensino superior privadas que, como qualquer outra organização privada, está sujeita à competitividade. (BEHR, 2004, p.11).

Kotler e Fox, já em 1994, analisavam o crescimento do número de IES privadas

ressaltando que a educação vinha sendo encarada como uma das mais promissoras áreas de

mercado deste século. Para eles, de ato unicamente pedagógico, como era vista no passado, a

educação tornou-se um negócio altamente rentável e competitivo, com grandes perspectivas

de crescimento.

21

Segundo dados do INEP, em 2005, após a ampliação de vagas para o setor privado, a

situação foi invertida: o setor privado concentrou mais de 70% das matrículas em cursos de

graduação no país, apresentando um total de 2.117.449 vagas ofertadas. Ao abrir-se o

mercado, as IES passaram, também, a disputar alunos.

Para se ter um parâmetro comparativo, em 1996, de acordo com dados do INEP, o

número de alunos matriculados em instituições de nível superior brasileiras (totalizando

instituições públicas e privadas) não ia além de um milhão e seiscentos mil. Em 2005, (com o

aumento do número de instituições privadas de nível superior) esse número aproximou-se dos

três milhões e trezentos mil, um crescimento de praticamente 100%.

O resultado, na visão de Rojo (2005), é que o setor tem atraído investidores das mais

diversas áreas, o que torna o mercado de IES privadas cada vez mais competitivo,

demandando serviços sempre melhores, com um público cada vez mais exigente.

Cabe à IES, como emissor, priorizar a troca comunicativa com seu público e

desenvolver o processo comunicativo de forma integrada. Segundo Morin (2003), a escola

deve ser um local de aprendizagem do debate argumentado, das regras necessárias à

discussão, da tomada de consciência das necessidades e dos procedimentos de compreensão

do pensamento do outro, da escuta e do respeito às vozes presentes no processo.

Nesse sentido, a Faculdade dos Guararapes que desde 2002 funciona com os cursos

de Administração (habilitação em Análise de Sistemas e Marketing), Direito e Ciência da

Computação, no município de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, apresenta clara

preocupação com a adequação das mensagens veiculadas para seus alunos. Para a Instituição,

conforme aponta seu projeto pedagógico, comunicar de modo claro e objetivo torna-se

imprescindível para integração da Instituição com o aluno.

A Faculdade dos Guararapes, de acordo com seu projeto político pedagógico, foi

criada com o propósito de implantar um modelo educacional diferenciado, centrado no aluno,

22

tendo como metodologia a aprendizagem baseada em problemas, através de um projeto

pedagógico integrado e integrador, atento às necessidades da comunidade local, às mudanças

no campo profissional e às inovações tecnológicas (Projeto Político-Pedagógico, 2001).

Nesse sentido, a instituição percebe que a comunicação produz mudanças que podem

ser positivas ou negativas, conforme a capacidade de entendimento ou de divergência das

partes em interação. A instituição busca, então, estar próxima do aluno, tentando eliminar o

máximo possível a existência de obstáculos ao processo comunicativo.

Assim, o presente trabalho insere-se no ambiente da Faculdade dos Guararapes e

surge, pois, da necessidade de haver um instrumento que direcione e auxilie a IES no sentido

de solucionar problemas, ampliar vantagens associadas à comunicação e melhorar a qualidade

do processo comunicativo entre a instituição e seu corpo discente.

Assim, com base nos argumentos acima expostos, este estudo busca apontar respostas

para a seguinte pergunta de pesquisa: Até que ponto existe uma adequação comunicativa nas

mensagens veiculadas pela Faculdade dos Guararapes para os alunos do curso de

Administração de Empresas, de acordo com o modelo de mensuração da Qualidade da

Comunicação desenvolvido por Fiúza (2004)?

1.2 Objetivos da Pesquisa

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar até que ponto existe uma adequação comunicativa nas mensagens veiculadas

pela Faculdade dos Guararapes para os alunos do curso de Administração de Empresas, de

acordo com o modelo de mensuração da qualidade da comunicação de Fiúza (2004).

23

1.2.2 Objetivos específicos

� Descrever o perfil dos respondentes;

� Analisar a adequação comunicativa do modelo de Fiúza (2004) em relação à percepção

dos alunos do curso de Administração no que se refere às estratégias comunicativas da

Faculdade dos Guararapes;

� Caracterizar os indicadores da qualidade da comunicação, observando os escores

obtidos na avaliação dos alunos;

� Analisar as estratégias de comunicação da IES, na percepção dos respondentes.

1.3 Justificativa

Segundo Roesch (1999), justificar é apresentar razões para a própria existência do

projeto. Essa seção visa a apresentar os motivos de ordem teórica e prática que justificam a

realização desta pesquisa.

1.3.1 Justificativa Teórica

Em se tratando do plano teórico, existe uma carência de estudos sobre qualidade da

comunicação em IES. Conforme Kunsh (2001), apesar da riqueza do construto, há uma lacuna

no que se refere às produções acadêmicas voltadas à área de comunicação organizacional.

24

Estudar a comunicação nas Instituições Privadas de Ensino Superior brasileiras

contribui para a criação de conhecimento mais adequado à realidade local no campo da

administração e, mais especificamente, da Gestão de Pessoas.

Também se torna relevante porque este trabalho considera a comunicação interna no

ambiente das IES com um direcionamento para o aluno como principal receptor das

mensagens veiculadas pela organização, enquanto que a maioria dos estudos generaliza o

receptor. Nesse contexto, o presente projeto pretende contribuir para o enriquecimento da

literatura, especialmente colaborando com a aplicação de um modelo de mensuração da

qualidade da comunicação desenvolvido no Brasil.

A presente pesquisa espera poder acrescentar sua contribuição ao estudo das IES

privadas no Brasil, área que também carece de pesquisas, tendo em vista a recente expansão

dessas organizações, além disso, através do estudo de caso, este trabalho pretende gerar

subsídios para pesquisas futuras.

1.3.2 Justificativa Prática

Berlo (1999), ao analisar o processo de comunicação, ressalta o caráter influenciador

da comunicação, sobretudo no ambiente organizacional. “Comunicamos para influenciar, para

influenciar com intenção”.

No plano organizacional, este estudo poderá ajudar na divulgação de um modelo de

análise que poderá tornar-se base de orientação para as organizações que desejem desenvolver

e implantar programas que avaliem a qualidade da comunicação interna.

25

Especialmente para as IES, esta pesquisa poderá oferecer condições de monitorar

sistematicamente a qualidade da comunicação com foco no discente, facilitando, assim, a

manutenção dos alunos na instituição e a prospecção de novos discentes.

Além disso, esta dissertação se torna relevante para as instituições privadas de ensino

superior na medida em que visa a ser uma demonstração do caráter sistêmico da comunicação

em um ambiente educativo.

O presente trabalho pretende revelar aos gestores da Faculdade dos Guararapes

possíveis estratégias comunicativas eficazes e ineficazes, tendo como foco o discente; e o que

poderá impactar na compreensão que o aluno tem das mensagens veiculadas pela instituição,

permitindo, assim, a partir dos dados apresentados, que a instituição construa mecanismos

para a solução de possíveis problemas.

Dessa forma, a análise da adequação comunicativa poderá indicar ações e decisões

para a Instituição, com fins à vantagem competitiva no mercado.

Por fim, a presente pesquisa é de especial interesse da pesquisadora, pois o estudo de

caso realizou-se em uma instituição privada de ensino superior da qual fez parte como

docente. Assim, o acesso ao levantamento dos dados foi mais fácil e, a partir dos dados

levantados, a pesquisadora espera ampliar /melhorar as estratégias de comunicação utilizadas

em sua prática pedagógica.

1.4 Estrutura da Dissertação

Esta dissertação encontra-se dividida em seis capítulos. O primeiro capítulo introduz o

tema no qual podem ser identificados: o problema e as perguntas de pesquisa, os objetivos

gerais e específicos, a justificativa e a estrutura do trabalho.

26

O segundo capítulo versa sobre a fundamentação teórica dos temas usados ao longo do

estudo. O terceiro capítulo descreve a metodologia a ser utilizada, apresentando a natureza, a

caracterização, o método, o locus e a delimitação da pesquisa, o método da coleta dos dados e

da análise dos dados, e os limites e limitações do estudo.

O quarto capítulo apresenta a análise dos dados levantados; o quinto capítulo refere-se

à conclusão e o sexto capítulo apresenta as referências bibliográficas usadas ao longo da

dissertação.

27

2 Fundamentação Teórica

A comunicação como elemento responsável pela interação comunicativa é o

tema desta pesquisa.

As tradicionais funções do administrador, como planejar, coordenar e controlar

dependem, em grande parte, da comunicação para serem bem-sucedidas. Além disso, as novas

características de mercado realçam as habilidades comunicativas do executivo como sendo

requisitos importantes para a manutenção de bons relacionamentos, elementos essenciais na

gestão das organizações contemporâneas (SILVA, 2005).

Hall (1979) destaca que quanto maior o lugar das pessoas e das idéias em uma

organização, mais importante é o papel da comunicação. Este capítulo apresenta a

fundamentação teórica, com o objetivo de respaldar o tema da pesquisa.

2.1 Teorias da Comunicação

A comunicação está inserida em um campo de estudo multidisciplinar, cujos métodos

de análise foram desenvolvidos pelos diversos ramos do conhecimento filosófico, histórico e

sociológico. Assim, seu conceito não dispõe de autonomia teórica: necessita ser pesquisado

no quadro das teorias da sociedade, à luz de outras áreas do conhecimento (WOLF, 2002).

Para compreender a comunicação no espaço organizacional, é necessário conhecer a

trajetória que as pesquisas em comunicação, no sentido mais amplo, percorreram até hoje. Um

28

resgate das principais teorias da comunicação permitirá perceber os diferentes enfoques das

mesmas, e, dessa forma, aprofundar as teorias presentes no modelo de Fiúza (2004).

O aumento do interesse em compreender os processos de comunicação coincide com a

proliferação das máquinas, após a Revolução Industrial, com as Grandes Guerras Mundiais e

com a difusão das comunicações de massa. Esses acontecimentos desconfiguraram

definitivamente as antigas formas de relações interpessoais, baseadas no contato face a face e

na oralidade, característicos das tribos primitivas ou das pequenas comunidades ditas

civilizadas. As grandes navegações, iniciadas séculos antes, lançaram as sementes do que,

mais tarde, se transformaria em uma complexificação das relações sociais, aproximando

culturas e permitindo trocas simbólicas e de mercadorias (MATTELART e MATTELART,

2002).

A Teoria Hipodérmica, como ficou conhecida a corrente de pesquisa em comunicação

da época da revolução industrial, defendia a idéia de que "cada elemento do público é pessoal

e diretamente 'atingido' pela mensagem” (WOLF, 2002) .

O modelo simples estímulo-resposta (E-R), da teoria behaviorista, presente neste

momento histórico, também foi adotado pela teoria hipodérmica, que defendia uma relação

direta entre a exposição às mensagens e o comportamento: se uma pessoa é 'apanhada' pela

propaganda, pode ser controlada, manipulada, levada a agir (WOLF, 2002).

Em 1948, auge da Teoria Hipodérmica, Lasswell propõe um modelo de comunicação,

baseado na produção do estímulo pelo emissor. Segundo essa teoria, um ato de comunicação

se efetivará na medida em que sejam respondidas as perguntas: “Quem? Diz o quê? Através de

que canal? Com que efeito?”. Assim, vê-se o emissor como um elemento ativo, produtor do

estímulo, e um receptor passivo, que gera a resposta (WOLF, 2002).

29

Mesmo marcado pelas premissas da Teoria Hipodérmica, o modelo de Lasswell

propiciou a superação dessa teoria, pois abriu os caminhos para a análise de conteúdo e para a

análise dos efeitos, que viriam a configurar a pesquisa em comunicação nas décadas seguintes.

Apesar de a concepção de emissor onipotente ainda perdurar durante muito tempo, as

abordagens psicológicas e sociológicas dão o primeiro passo rumo à noção de receptor ativo,

que só se consolidou recentemente.

A abordagem psicológica traz à tona os filtros individuais que interferem na

comunicação (WOLF, 2002). Nessa perspectiva, Mattelart e Mattelart (2002), entendendo que

os indivíduos estão expostos a um grande número de mensagens e respondem (ou não) a elas

seletivamente, as empresas passaram a preocupar-se mais com o modo de transmitir a

mensagem. (MATTELART e MATTELART, 2002).

A teoria da informação será tratada na seção que segue, destacando os modelos teóricos

de comunicação que serão base para este trabalho.

2.2 Teoria da Informação

Em 1949, o americano Claude Elwood Shannon publica, com W. Weaver, a obra The

Mathematical Theory of Communication, precursora da Teoria da Informação. Essa teoria,

que também teve significativa contribuição dos estudos precedentes de Norbert Wiener

(1948), fundador da cibernética, propõe um esquema do "sistema geral de comunicação". O

modelo de Shannon-Weaver, que busca a transmissão ótima das mensagens, é expresso na

30

Figura 1, que mostra o caminho que a mensagem percorre, desde a fonte da informação até o

seu destinatário.

INFORMAÇÃO

TRANS MISSOR

SINAL

RECEPTOR

DESTINO

MENSAGEM SINAL SINAL MENSAGEM RECEBIDO FONTE DE RUÍDO

FEEDBACK

Figura 1 (2) - Modelo Shannon-Weaver Fonte: FIÚZA, 2004

O esquema acima ilustra o fluxo da informação, que é uma unidade semântica clara,

distinta e mensurável, desprovida de interações comunicativas, cujos significados estão nas

palavras e símbolos (sinais). O processo consiste, segundo Shannon e Weaver (1951) apud

Wolf (2002) nos seguintes elementos:

• o emissor como transformador de sinais que tem por finalidade codificar a mensagem

e torná-la compreensível ao destinatário;

• a mensagem é o instrumento que une o emissor ao receptor, permitindo veicular

diversos conteúdos;

• o código é o sistema de regras para tornar inteligível o conteúdo da mensagem;

• o canal é o meio utilizado para transportar a mensagem;

• o receptor é o destinatário da mensagem, foco da comunicação.

31

Em O Processo da Comunicação, Berlo (1999) retoma o modelo proposto por Shannon

e Weaver, enfatizando a importância da relação entre os elementos que participam do

processo comunicativo - fonte, codificador, mensagem, canal, decodificador, receptor. Através

de uma analogia com o teatro, ele ressalta que a comunicação não depende de um ou de outro

componente, mas das relações dinâmicas entre esses elementos:

“Por exemplo, no terreno da comunicação, vejamos o teatro. Que é "teatro"? Aqui, também, podemos alistar os ingredientes: dramaturgo, peça, atores, auxiliares técnicos, espectadores, cenários, luzes, uma sala. Tudo somado, o total é teatro? Decididamente, não. Aqui, também, é a mistura, são as inter-relações dinâmicas entre os ingredientes surgidas durante o processo que determinam se temos o que chamamos de "teatro", (BERLO, 1999, p.26) .

Vale ressaltar, porém, que a maioria das pesquisas tende a priorizar um dos elementos

da comunicação: a teoria hipodérmica foca o emissor, as análises de conteúdo privilegiam a

mensagem, as correntes psicológicas estão centradas no receptor. A obra de Berlo (1999)

preocupa-se com a transmissão ótima da mensagem, eliminando ou diminuindo o chamado

ruído. Em oposição ao ruído, que impede que a mensagem percorra o caminho de um ponto a

outro sem distorções, o autor fala em fidelidade, que representa a comunicação efetiva.

Acreditando na possibilidade de o emissor atingir plenamente os seus objetivos de

comunicação, ele salienta quatro fatores a serem observados, a fim de aumentar a fidelidade:

a) suas habilidades comunicativas; b) suas atitudes; c) seu nível de conhecimento e d) sua

posição dentro do sistema sociocultural (BERLO, 1999). Da mesma forma, o autor apresenta

os fatores que precisam ser considerados em relação à mensagem: o código, o conteúdo e o

tratamento, como se vê no quadro 1,2 a seguir:

32

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

PRESSUPOSTOS DE EFICIÊNCIA

EMISSOR

• habilidades comunicativas (determinantes da

fidelidade da comunicação); • grau de conhecimento que ele possui a respeito

do objeto e do próprio processo da

comunicação. • posição dentro do sistema sócio-cultural; RECEPTOR

• grau de conhecimento que ele tenha sobre o

código e o canal utilizado pela fonte; • forma como percebe o emissor e a mensagem.

MENSAGEM

• conteúdo;

• forma como é tratada. • sintático: sentido lógico; CÓDIGO • semântico: significado; • pragmático: interpretação.

• seleção do canal; CANAL • Adequação ao conteúdo da mensagem; • Adequação ao código utilizado.

Quadro 1 (2)- Teoria da comunicação de Berlo Fonte: BERLO, 1999; Fiúza(2004)- Adaptado pela autora.

Berlo (1999) apresenta fatores que atuam sobre o emissor da mensagem, influenciando

seu comportamento no ato comunicativo, seu objetivo, seus mecanismos codificadores e o

conteúdo das mensagens, da seguinte forma: a habilidade comunicativa determina a fidelidade

da comunicação na medida em que influencia a capacidade individual de se analisar objetivos

e intenções, bem como a capacidade de codificar a mensagem, expressando o que se pretende.

Como expõe o referido autor, o nível de conhecimento veiculado através da mensagem,

considerando que o emissor se comunica influenciado por sua posição no sistema sócio-

cultural, é mais um fator a ser considerado no processo de comunicação.

Portanto, entende-se que é necessário conhecer o tipo de sistema social em que a fonte

opera, o contexto cultural no qual se comunica, as crenças e os valores culturais que lhe

parecem dominantes, as formas de comportamento aceitáveis ou não aceitáveis, exigidas ou

33

não em sua cultura, na medida em que ela cumpre papéis específicos e possui percepções ou

imagens variáveis sobre a posição social e cultural do receptor (BERLO, 1999).

Em relação ao receptor da mensagem, destaca-o como o elo mais importante em

qualquer processo de comunicação, salientando que se a mensagem não o atingir de maneira

compreensível, inútil terá sido o esforço de enviá-la. Para o autor, a preocupação com o

receptor é um princípio orientador para qualquer fonte de comunicação. Ele tem sempre de ser

lembrado, quando se decide sobre cada um dos fatores ligados à comunicação (BERLO,

1999).

Quando a fonte escolhe um código para a mensagem, deve escolher um que seja

conhecido do receptor. Quando a fonte seleciona o conteúdo, a fim de refletir seu objetivo,

seleciona um conteúdo que tenha significação para o receptor. A única justificativa para a

existência da fonte e para a ocorrência da comunicação, é o receptor, o alvo ao qual tudo é

destinado (BERLO, 1999).

No entanto, ressaltando o processo de interação, aponta que, da mesma forma que as

habilidades comunicadoras da fonte são importantes para capacitá-la a interpretar os eventos,

criar e codificar a mensagem, as habilidades relacionadas com o receptor também são

essenciais à efetividade da comunicação, pois delas depende a decodificação da mensagem

recebida. Por isso, não se pode predizer o êxito do ato comunicativo apenas em função das

habilidades da fonte ou do receptor, isoladamente, mas sempre em conjunto (BERLO, 1999).

Além da fonte e do receptor, outro elemento que também influencia a qualidade da

comunicação é a mensagem. Na análise desse componente, três elementos estruturais devem

ser considerados: o código, o conteúdo e a forma como é tratada. A mensagem, se não for

relevante diante dos objetivos do receptor, inútil terá sido o esforço de produzi-la. Assim,

pode-se afirmar, que comunicação eficiente é aquela que transporta informações úteis,

fornecendo subsídios para que o homem possa decidir com maior segurança (BERLO, 1999).

34

O código está diretamente relacionado à mensagem. Ele geralmente é definido como

qualquer grupo de símbolos capaz de ser estruturado de maneira a produzir significados para

alguém (BERLO, 1999).

Para completar a análise sobre o processo de comunicação, o emissor precisa

identificar a melhor maneira de atingir o receptor, ao menor custo possível. Desse modo, a

decisão sobre o tipo de canal utilizado no transporte da mensagem depende de um conjunto de

fatores, entre os quais destacam-se: adequação ao conteúdo da mensagem, ao código utilizado,

às características do receptor, custo etc. A própria fonte também acaba influenciando a escolha

do canal, na medida em que se comunique melhor desta ou daquela maneira. (BERLO,1999).

Assim, o modelo de Berlo apresenta uma visão sistêmica e interacionista do processo,

na qual todos os elementos são protagonistas do processo de comunicação, como é possível

verificar na figura 2.2, apresentada a seguir:

FIGURA 2 (2) – O Processo de Comunicação de Berlo . Fonte : Berlo, David. O processo de Comunicação, 1999

Alguns pesquisadores, dentre os quais se destaca Umberto Eco (s/d), enriqueceram os

modelos de comunicação de Shannon e Weaver e de Berlo através dos conhecimentos

provenientes da semiótica. Centrando-se no código, o modelo semiótico-informacional atenta

35

para o grau em que o destinador e o destinatário partilham as referências relativas aos vários

níveis que criam a significação da mensagem.

A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens

possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer

fenômeno como elemento de produção de significação e de sentido (SANTAELLA, 1983).

O homem só conhece o mundo na medida em que o representa e o percebe, sendo que a

percepção se dá através da interpretação, que configura o mediador entre o objeto que é

percebido e a consciência humana. Os fenômenos podem ser apreendidos por meio de três

categorias: primeiridade (qualidade), secundidade (relação) e terceiridade (representação).

A primeira refere-se à impressão, ao sentimento, a segunda corporifica esse sentimento,

colocando em relação com o objeto, ainda não mediatizada e, a terceira, por sua vez,

corresponde à camada interpretativa que dá sentido consciente ao objeto: corresponde à

camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da qual se represent e se

interpreta o mundo (SANTAELLA, 1983).

Idéia semelhante também é apresentada por Saussure, precursor da semiologia, que fala

em signo, significante e significado (SCHULER, 2004). A utilização das noções da semiótica

no modelo comunicativo contribuiu para desmitificar a possibilidade de transmissão ótima da

mensagem.

Dentro do enfoque das teorias interacionais, corroborando com as idéias de

Berlo(1999), Chung e Megginson (1986) descrevem o processo de comunicação em seis

etapas, a saber:

Etapa 1 – Controle da natureza da mensagem pela fonte (efetuado pelo emissor);

Etapa 2 - Codificação da mensagem (efetuada pelo emissor);

Etapa 3 - Transmissão da mensagem (efetuada pelo emissor);

Etapa 4 - Recepção da mensagem (efetuada pelo receptor);

36

Etapa 5 - Decodificação da mensagem (efetuada pelo receptor);

Etapa 6 - Retroinformação (feedback) do receptor para a fonte

Para esses autores, nos dizeres de Fiúza (2004), sete categorias são determinantes da

eficiência da comunicação organizacional :

1. Idioma apropriado - Palavras, gestos, e símbolos devem ser apropriados ao

nível do receptor de compreensão.

2. Comunicação com ênfase prática - a referência do receptor (suposições e

atitudes) deve ser entendida pelo comunicador, num processo de interação.

3. Desenvolvimento de clima de confiança- Diálogo aberto e franco.

4. Uso de mídia apropriada.

5. Escutar melhor- Não só ouvir, mas escutar o significado total da mensagem.

6. Realimentação (Feedback) - mensagem recebida com precisão.

7. Esforços de comunicação - harmonia com estratégia organizacional.

Para Chung e Megginson (1986), o processo de comunicação é construído com base na

seguinte dinâmica: a comunicação compreende um processo de produção e compartilhamento

de sentidos entre sujeitos interlocutores, realizado através de uma materialidade simbólica (da

produção de discursos) e inserido em determinado contexto do qual se recebem informações.

Fiúza (2004) acrescenta a essa dinâmica o posicionamento de Guillon e Mirshawka

(1995), que defendem que, para que haja qualidade na comunicação nas relações profissionais,

deve haver um processo de interação entre envolvidos, que priorize seis situações: o

cumprimento de promessa de atendimento; deve haver respostas documentadas; atitudes

positivas dos empregados; comunicações pró-ativas; sinceridade e franqueza e, por fim,

confiabilidade do sistema de atendimento.

Entendendo que cada pessoa está exposta a várias realidades ao mesmo tempo, tendo

acesso a códigos distintos e que se sobrepõem uns aos outros, os pesquisadores percebem que

37

a efetividade total da transmissão da mensagem é praticamente impossível. A próxima seção

apresentará, pois, o modelo desenvolvido por Fiúza (2004), a partir das teorias acima expostas,

que visa a melhorar o entendimento do processo de comunicação.

2.3 Modelo de mensuração da qualidade da comunicação

de Maria Sílvia Santos Fiúza

Fiúza (2004) parte do pressuposto de que a comunicação pode ser compreendida como

um comportamento instrumental (ação de comunicar), emergente simbólica e concretamente

na interação social. Segundo a autora, a comunicação em uma Instituição de Ensino Superior é

uma prática que extrapola a mera sobreposição de atividades administrativas isoladas.

Com base nos estudos de Restreppo (1995), a autora defende que as formas de

comunicação desenvolvidas em uma IES podem ser interpretadas a partir de três parâmetros:

• As formas de comunicação que a instituição tem utilizado;

• O modo como a comunicação tem sido avaliada;

• A coerência entre o discurso e as práticas organizacionais.

Assim, considerando a ausência de indicadores para avaliar a qualidade da

comunicação em uma IES, Fiúza (2004) construiu um modelo a partir da associação das

teorias de Berlo (1999), Chung e Megginson,(1986); assim como Guillon e Mirshawka,

(1995), através da análise de conteúdo.

Ao associar os conceitos dos elementos da comunicação apresentados pelas diversas

teorias, a autora construiu um referencial norteador das principais funções de cada elemento, o

que é apresentado no quadro 2.

38

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

ANÁLISE DE CONTEÚDO ( TEORIAS DE BERLO; GUILLON E MIRSHAWKA E CHUNG E MEGGINSON)

FUNÇÕES

EMISSOR 1. habilidades comunicativas; 2 .conhecimento do objeto e do processo da comunicação ;

3 .posição no sistema sócio-cultural; 4. escutar melhor; 5. realimentação (Feedback); 6. cumprimento de promessa de atendimento; 7 .atitudes positivas dos empregados; 8. sinceridade e franqueza;

-determinante da fidelidade da comunicação; -conhecimento e adequação do assunto que deverá ser veiculado através da mensagem; -percepções ou imagens variáveis sobre a posição social e cultural do receptor.

RECEPTOR 1 conhecimento sobre o código;

2 acesso ao canal utilizado pela fonte,

3 percepção do emissor ; 4 percepção da mensagem; 5 confiabilidade no sistema de atendimento.

-conhecer o código empregado na composição da mensagem;

-composição da mensagem;

- importância dada ao receptor no processo de comunicação;

- mensagem deve atingi-lo de maneira compreensível.

MENSAGEM 1. tipo de informação; 2. sistema de informação; 3. atendimento às necessidades; 4.esforços de comunicação em harmonia com estratégia organizacional; 5 .comunicações pró-ativas; 6. comunicação com ênfase prática.

-informação que o usuário deseja encontrar, e que uso fará dela para satisfazer suas necessidades; -apoiar o processo de tomada de decisão, objetivando solucionar problemas, alocar recursos etc.

CÓDIGO 1. sentido lógico ao emissor; 2. significado direcionado à situação; 3. condição de interpretação; 4. idioma apropriado; 5. respostas documentadas .

- reconhecimento de um código em conexão com outros códigos e seus significados; famíliaridade /relevância com o código que está sendo utilizado.

CANAL 1 .seleção do canal pelo emissor; 2. adequação ao conteúdo da mensagem; 3 .adequação ao código utilizado; 4. uso de mídia apropriada e de diferentes mídias.

-transportar a mensagem, de maneira a atingir o receptor.

Quadro 2 (2) – Funções dos elementos da comunicação-Análise de Conteúdo de Fiúza

Fonte:Fiíza, 2004.

A partir da análise do conteúdo acima apresentado, Fiúza (2004) procedeu à ordenação

e à integração deste conteúdo às variáveis (elementos da comunicação) apresentadas por Berlo

39

(1999) – emissor, receptor, mensagem, código e canal - para compor os indicadores de

mensuração da qualidade da comunicação. Os indicadores apresentados no quadro 3 foram

determinados, então, pelo enquadramento conceitual proposto por Berlo (1999), associado ao

funcionamento das categorias apresentadas por Guillon e Mirshawka (1995) e Chung e

Megginson (1986).

VARIÁVEIS

INDICADORES PROPOSTOS PARA MENSURAÇÃO DA QUALIDADE

EMISSOR - habilidade comunicativa de ouvir; - atitudes positivas na emissão: sinceridade, franqueza, cumprimento de promessas; - conhecimento do objeto e do processo da comunicação;

- forma associada à posição no sistema sócio-cultural ;

- busca de realimentação (Feedback).

RECEPTOR - compreensão do código; - conhecimento do canal; - percepção acerca do emissor: posição, critérios; - percepção acerca da adequação da mensagem às necessidades; - confiabilidade no processo comunicativo.

MENSAGEM

- conteúdo adequado contexto da informação; - adequação do tipo de informação ao sistema utilizado; - adequação ao atendimento das necessidades; - harmonia com estratégia organizacional; - comunicação pró-ativa e com ênfase prática.

CÓDIGO - emprego de sentido lógico; - adequação do significado pretendido; - fornecimento de elementos de interpretação; - linguagem apropriada; - adequação das formas empregadas à situação.

CANAL - seleção do canal apropriado ao contexto; - adequação ao conteúdo da mensagem; - adequação à linguagem utilizada; - adequação às formas empregadas; - disponibilização de canais diversos.

Quadro 3 (2) – Indicadores propostos por Fiúza Fonte: Fiúza,2004.

O instrumento de pesquisa desenvolvido por Fiúza (2004), constitui-se de um

questionário com 40 questões propostas (apresentado no anexo 1 ). As questões

40

corresponderiam aos indicadores para as variáveis: emissor, receptor, mensagem, código e

canal. Para cada variável, a autora propôs um objetivo específico, a saber:

1. Emissor – Verificar a percepção dos alunos em relação ao comportamento

comunicativo da instituição de ensino do corpo discente;

2. Receptor – Verificar como o aluno percebe as informações que lhe são

dirigidas pela instituição de ensino;

3. Mensagem – Verificar como o aluno percebe as funções da comunicação na

instituição de ensino;

4. Código – Verificar como as formas de linguagem da instituição são percebidas

pelo aluno;

5. Canal – Verificar como o aluno avalia os meios de acesso às informações na

instituição de ensino.

Das 40 questões que compõem o instrumento, cada variável teve um grupo de oito. A

autora realizou a validação dos indicadores propostos que compuseram seu instrumento de

mensuração da qualidade da comunicação. A confiabilidade do instrumento será apresentada

na metodologia desta pesquisa. A próxima seção abordará a importância da comunicação para

as organizações.

2.4. Comunicação nas organizações

Através da conhecida experiência de Hawthorne, em uma fábrica da Wester Electric,

Elton Mayo descobre a influência dos grupos primários na produtividade, contrariando as

teses tayloristas da organização científica do trabalho. O estudo da influência dos líderes de

41

opinião e do fluxo da comunicação a dois níveis - two-step-flow, de Katz e Lazarsfeld

(WOLF: 2002), também geraram transformações no modo de trabalho das organizações, assim

como o papel das gerências, que intermediavam as informações entre a alta administração e os

funcionários da base da pirâmide organizacional, mereceram destaque (KATZ, KAHN, 1998).

Com o desenvolvimento de pesquisas no campo da comunicação e através da

influência das pesquisas em psicologia e sociologia, as noções de supremacia de apenas um

elemento da comunicação caíram por terra, essas noções começaram a ser questionadas, pois a

realidade empírica mostrava que o emissor não era tão hegemônico quanto se supunha

(FIGUEREDO, 2001).

A grande aceitação da teoria hipodérmica nas organizações provavelmente está

relacionada com sua adequação aos conceitos de eficiência e eficácia organizacionais,

amplamente valorizados na administração. Conseqüentemente, a comunicação no espaço

organizacional revela muitos traços dos conceitos defendidos pela Teoria da Informação

(GOLDHABER, 1991).

Outra contribuição importante das teorias da comunicação à comunicação

organizacional provém dos estudos sobre semiótica e semiologia (SANTAELLA, 1983), que

revelam a importância da percepção individual na construção de todos os tipos de significados,

sejam eles de fatos, objetos ou mensagens transmitidas.

Essas contribuições das pesquisas sobre a comunicação ajudam a compreender a

comunicação no espaço organizacional. Isso porque os membros da organização comunicam-

se constantemente com outras pessoas, seja no trabalho, na família ou na sociedade. E,

considerando que as diferentes dimensões da vida do indivíduo influenciam-se mutuamente, é

importante entender o processo de comunicação em geral, que envolve todas essas dimensões.

O termo Comunicação Organizacional foi cunhado por Daniel Katz e Robert Kahn, em

1978. Tais autores tiveram um papel fundamental na interface entre a administração e a

42

comunicação. Nesse sentido, as quatro funções específicas do fluxo de mensagens em uma

organização são: a) para informar; b) para regular; c) para persuadir; d) para integrar

(DANIELS at al. 1997 apud GOLDHABER, 1991). No que se refere à comunicação interna

nas organizações, destacam-se três modos formais de comunicação: a) descendente; b)

ascendente; c) horizontal (KATZ; KAHN, 1978), além da comunicação informal.

A comunicação descendente envolve o fluxo de mensagens transmitidas dos altos

níveis hierárquicos para os empregados (KATZ; KAHN, 1978). Katz e Kahn (1978)

identificaram cinco tipos de comunicação descendentes: diretivas específicas de tarefa:

instruções de cargo; informações destinadas a produzir compreensão da tarefa e sua relação

com outras tarefas organizacionais: lógica do cargo; informação sobre procedimentos e

práticas organizacionais; feedback para o subordinado sobre seu desempenho; informação de

caráter ideológico para inculcar um senso de missão: doutrinação sobre metas.

A comunicação descendente tem função primordial, uma vez que possibilita a

transmissão do caráter ideológico e, ao mesmo tempo, exerce influência sobre as demais

formas de comunicação. (MOTA; FOSSÁ, 2006). Quando essa forma de comunicação é

deficiente, todo o fluxo de mensagens fica prejudicado.

Contudo, quando abordada em toda a sua complexidade, a comunicação descendente

apresenta barreiras que dificultam o seu funcionamento ideal. Uma dessas barreiras foi

evidenciada por Katz e Kahn, e refere-se à questão da tradução/translação das mensagens

(WOLF, 2002). Goldhaber (1991) destaca alguns aspectos que, se não observados, podem

criar problemas na comunicação descendente: 1) confiar nos métodos de difusão; 2)

sobrecarga de mensagens; 3) momento oportuno; 4) filtragem.

A comunicação ascendente envolve a transmissão de mensagens dos baixos níveis

hierárquicos para a alta administração. Como sustentam Smith et al, a comunicação

ascendente é essencial para o envolvimento dos empregados na tomada de decisão, solução de

43

problemas e desenvolvimento de políticas e procedimentos (DANIELS et al., 1997; BUENO,

2003).

Katz e Kahn (1998) apontam quatro tipos de informações que as pessoas podem

transmitir aos seus superiores através da comunicação ascendente: a) sobre si mesmas; b)

sobre outros e seus problemas; c) sobre as práticas e diretrizes organizacionais; d) sobre como

e o que precisa ser feito. A eficácia da comunicação ascendente está altamente ligada à forma

como a comunicação descendente é trabalhada, incentivando ou não este tipo de comunicação.

A comunicação informal – que não segue os canais formais - é um assunto que tem

despertado polêmica entre os estudiosos. Na visão de alguns, como Walton (1961), a mesma

ocorre quando o sistema de transmissão de comunicação formal é insuficiente (IASBECK,

2002).

Outra corrente de pesquisa, na qual se inclui Chester Barnard (1966), argumenta que a

comunicação informal é inerente e até um aspecto necessário à vida organizacional. Algumas

das características deste tipo de comunicação: elas são rápidas; geralmente contém

informações corretas e se alastram através de redes não lineares. (GOLDHABER, 1991,

ROMAN, 2002 apud Silva, 2002). O item a seguir versará sobre a comunicação em

Instituições de Ensino Superior.

2.5 Comunicação em Instituições de Ensino Superior

Nas Instituições de Ensino Superior (IES) são identificados dois segmentos com os

quais as mesmas estabelecem comunicação. O primeiro segmento é o interno (corpo diretivo,

pessoal técnico-especializado, pessoal administrativo e de apoio, professores e alunos). E o

segundo é o externo, composto dos candidatos ao vestibular, organizações empresariais,

órgãos públicos, organizações não governamentais, organizações religiosas, escolas e colégios

44

de ensino médio, outras IES públicas e particulares, e a mídia (ANDRADE; AMBONI, 2002).

Este estudo contemplará o segmento interno, delimitado, especificamente, na relação

comunicacional interativa entre a Instituição e o aluno.

Durante a década de 90, as instituições de ensino superior - IES – privadas, no Brasil,

ganharam a dimensão de um negócio rentável, como conseqüência da expansão deste mercado

(INEP, 2005). Com um crescimento acelerado do ensino superior no Brasil, o resultado do

Censo da Educação Superior de 2005 abrange um universo de 1.180 instituições de Educação

Superior e 900 mantenedoras, 8.800 Cursos Superiores de Graduação, além dos Cursos

Seqüenciais (INEP, 2005). É justamente este rápido crescimento que traz sérios problemas de

planejamento estratégico às IES (KAPLAN e NORTON, 2000).

Segundo Fiúza (2004), ações e estratégias, no âmbito da universidade demandam

profundo conhecimento dos públicos à qual se destina e com os quais interage, e o

conhecimento de suas expectativas e frustrações. Não se trata de pesquisa de opinião, mas de

ouvir e querer escutar, de olhar e querer ver, de falar e deixar falar e principalmente, promover

ações que transpareçam o reconhecimento e o respeito pela participação e interação efetivas.

Para Bueno (1998), a universidade brasileira não pratica uma cultura de comunicação,

ou seja, ela, de maneira geral, não assume o exercício da comunicação estratégica e, em

conseqüência, não está capacitada para acessar ou ser acessada por seus públicos de interesse

No ambiente educacional, nada gera maior insatisfação e transtorno do que

informações truncadas e erradas, ratifica Rojo (2005), ao afirmar que boa parte dos dados que

chegam à universidade não pode ser transformada em informação devido a uma série de

fatores como sentido duplo, pouca confiabilidade, obsolescência, utilização de diferentes

tecnologias de informação e de comunicação e falta de interatividade entre os sistemas.

A comunicação precisa, então, ser trabalhada para divulgar as ações e as mensagens

através de uma linha direta, um canal de comunicação entre Universidade e seus públicos

45

internos e externos, que apresentam grande valor institucional, pois todos representam

significativamente a formação de opinião da imagem da empresa.

Nas Instituições de Ensino, a comunicação pode influenciar, direta ou indiretamente, a

imagem que o seu corpo discente tem da Instituição e/ou do Curso que freqüenta. Segundo

Kunsh (1997), a compreensão dos conceitos de comunicação apresentados em uma IES está

centrada na integração dos conteúdos das mensagens de comunicação a fim de transmitir uma

idéia única; uma única mensagem através de diferentes instrumentos de comunicação; como

também no planejamento das ações comunicativas como forma de garantir a ação conjunta

dos profissionais e a uniformidade da mensagem.

Nesta pesquisa, a comunicação no âmbito de uma Instituição privada de Ensino

Superior é entendida como elemento de integração e de disseminação de sentidos de modo

coerente, como afirmam Kunsh (1997) e Yannes at al (2002).

Assim, será apresentada, a seguir, a metodologia adotada nesta dissertação para

analisar a adequação das estratégias comunicativas de uma IES.

46

3 Metodologia

Este capítulo apresenta a natureza, a caracterização, o método, o locus e a delimitação

da pesquisa, o método de coleta e de análise de dados e os limites & limitações do estudo.

3.1 Natureza da pesquisa

Esta pesquisa é do tipo descritiva, porque visa à caracterização de determinada

população (GIL, 2002). Os estudos descritivos são normalmente estruturados com o intuito de

descrever, analisar e interpretar as percepções dos respondentes quanto aos temas pesquisados

(VERGARA, 2000).

As pesquisas descritivas são habitualmente utilizadas pelos pesquisadores sociais

preocupados com a atuação prática (GIL, 2002). Nesse tipo de pesquisa, procura-se descrever

fenômenos ou características associadas com a população, estimar proporções de uma

população que tenha tais características, descobrir associações entre as variáveis e investigar e

medir as relações de causalidade entre as variáveis (COOPER e SCHINDLER, 2004).

Optou-se por essa metodologia para descrever a percepção dos alunos de uma

instituição de ensino superior quanto à qualidade da comunicação existente. Não será foco

desse trabalho a mensuração de relações de causa e efeito entre as variáveis estudadas.

47

3.2 Caracterização da pesquisa

O presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso. Pode-se entender os

estudos de caso, segundo Yin (2001), como método de instrução onde ocorre a interação no

debate direto de um problema ou caso relacionados. Para Cooper e Schindler (2004), o estudo

de caso deve estar focado em um fato ou ocorrência específica cuja importância encontra-se

na descoberta sobre o objeto estudado.

O estudo de caso foi realizado na Faculdade dos Guararapes, situada no município de

Jaboatão dos Guararapes / PE, por meio da coleta realizada com os alunos do curso de

Administração, a fim de compreender, através da análise do Modelo de mensuração da

qualidade da comunicação desenvolvido por Fiúza (2004), a percepção do discente com

relação às estratégias comunicativas das mensagens veiculadas pela instituição.

Nessa perspectiva, constata-se que o estudo de caso é uma sistemática de investigação

nas Ciências Sociais, voltada à coleta e ao registro de informações sobre um ou vários casos

específicos, desenvolvendo relatórios críticos estruturados e avaliados, dando espaço à

tomada de ações sobre o objeto escolhido para o estudo (CHIZOTTI, 1991).

3.3. Método da pesquisa

Optou-se por uma metodologia multi-método de pesquisa, que permitiu coletar

informações tanto quantitativas, quanto qualitativas. Isto porque, no entendimento de Demo

48

(2001), todo fenômeno quantitativo tem aspectos qualitativos e vice-versa. Entre quantidade e

qualidade não existe dicotomia, pois são faces distintas do mesmo fenômeno. Nesse sentido,

“métodos quantitativos e qualitativos precisam ser tomados como complementares e como

regra” (DEMO, 2001).

Esse estudo é multi-método porque o questionário adotado compreende questões

fechadas, permitindo o uso de técnicas estatísticas para a análise dos dados, reforçando assim

o método quantitativo. Ao mesmo tempo, a pesquisa envolve aspectos qualitativos, referentes

às questões abertas existentes no questionário, o que remeteu à análise qualitativa (de

conteúdo) das respostas.

3.4 Locus da pesquisa

Este estudo foi realizado na Faculdade dos Guararapes -PE, com os alunos do curso de

Administração de Empresas. Esta Faculdade atua no mercado educacional desde 2002. A

pesquisa foi desenvolvida nas salas de aula. Não foram considerados os demais cursos

existentes na Faculdade.

A escolha da Faculdade dos Guararapes baseou-se no fato de a Faculdade se constituir

em um empreendimento educacional pioneiro no município de Jaboatão dos Guararapes, que

demonstra forte preocupação com a interação comunicativa. Aliada a isto, há a acessibilidade

da pesquisadora com a Instituição, resultante de sua participação no ambiente acadêmico

quando pertencente ao quadro de funcionários da referida instituição.

O curso de Administração da Faculdade dos Guararapes contempla o segundo maior

número de discentes: são 450 alunos matriculados atualmente, conforme dados da própria

49

Instituição, correspondendo a 30% do total de discentes. Como esse curso condensa um

percentual significativo de alunos, as respostas são relevantes à compreensão pretendida.

3.5 Delimitação da Pesquisa

Nesta seção definem-se a população e a amostra deste estudo. De acordo com

Richardson et al. (1999), população ou universo é o conjunto completo de elementos que

possuem determinadas características sobre as quais desejamos fazer algumas inferências.

Neste sentido, a população da presente pesquisa compreende os alunos, matriculados e

freqüentes, dos sete períodos do curso de Administração da Faculdade Guararapes,

perfazendo um total de 431 discentes, cuja distribuição é apresentada na tabela 1:

Freqüência Nº de alunos pesquisados

Absoluta % 2º período 112 25,9 3º período 34 7,9 4º período 84 19,48 5º período 36 8,35 6º período 80 18,56 7º período 73 16,93 8º período 12 2,74

TOTAL 431 100 TABELA 1 (3)- Distribuição de alunos por período

Fonte: Faculdade dos Guararapes,2007

Em função da acessibilidade e da importância do estudo para as partes envolvidas a

análise foi realizada a partir de uma amostra. Para Cooper e Schindler (2004), a utilização de

uma amostragem é viável, pois, além de apresentar custo mais baixo, os resultados tendem a

apresentar maior acuidade, na medida em que os vieses ficam fora da amostra. Assim, foi

utilizada a acessibilidade por conveniência.

50

A amostra mínima a ser considerada neste trabalho foi calculada a partir da fórmula

estabelecida por Richardson (1999, p. 170). O autor define para amostras aleatórias simples a

seguinte expressão:

σ2 . p. q . N

E2 (N - 1) + σ 2 . p. q

Onde:

n = Tamanho da amostra

σ2 = Nível de confiança escolhido, em número de desvios (sigmas).

Foi adotado o nível de confiança de 95% (2σ)

p = Proporção das características pesquisadas no universo, calculada em percentagem

q = Proporção do universo que não possui a característica pesquisada (q = 100 – p)

E2 = Erro de estimação permitido – foi adotado um erro de 5%

N = Tamanho da população (431 alunos)

Baseado nessa fórmula, a amostra mínima para realização dessa pesquisa será:

n = 22 . 50 . 50 . (431) . = 207 respondentes

52 . (431 – 1) + (22 . 50 . 50)

O número de respondentes foi de 285 alunos, superando a amostra mínima, conforme

apresentado na tabela 2:

Freqüência Nº de alunos pesquisados

Absoluta % 2º período 89 31 3º período 26 9 4º período 44 15 5º período 36 6 6º período 68 24 7º período 7 2 8º período 9 3

Não responderam 24 8,0 TOTAL 285 100

TABELA 2 (3)- total de alunos respondentes Fonte: Dados da pesquisa

n =

51

3.6 Coleta de dados

Esta seção compreende duas etapas. Primeiro, será feita a apresentação do instrumento

desenvolvido por Fiúza (2004), utilizado nesta dissertação. E segundo, o processo de coleta de

dados efetivamente.

3.6.1 Instrumento de Pesquisa

O questionário foi o instrumento adotado nesta pesquisa. Isto porque, segundo

Richardson et al. (1999), os questionários descrevem as características estudadas e medem

variáveis específicas de um grupo social.

Neste caso, em especifico, o questionário adotado (Anexo 02), foi o desenvolvido por

Fiúza (2004). Ele compreende 40 itens (indicadores – 8 questões para cada variável) em uma

escala de avaliação itemizada (Likert) de sete pontos, que varia de 1 = discordo totalmente a

7 = concordo totalmente.

Os indicadores apresentados para as variáveis: emissor, receptor, mensagem, código e

canal foram validados a partir da confiabilidade simples através da análise do alfa de

Cronbach, bem como da confiabilidade composta, através da análise fatorial, como é

apresentado na tabela 3, a seguir:

52

Variável Valor da confiabilidade simples Valor da confiabilidade composta

EMISSOR 0,85 0,837692

RECEPTOR 0,895464 0,883340

MENSAGEM 0,924061 0,922566

CÓDIGO 0,928196 0,926294

CANAL 0,781249 0,740879

Tabela 3 (3) – Confiabilidade das variáveis- modelo Fiúza (2004) Fonte: Fiúza,2004.(adaptado pela pesquisadora)

Os resultados apresentados na tabela 3 mostram que o coeficiente de Cronbach, por

meio do seu índice, garante a congruência e a consistência interna entre os itens do mesmo

teste. Cronbach (1951) considera que o coeficiente de alfa vai de 0 a 1, com o 0 indicando

ausência total de consistência interna dos itens e o 1, a presença de consistência de 100%;

assim, considera que o teste é preciso quando atinge um coeficiente de fidedignidade que se

aproxima de 1; ao contrário, quando atinge o coeficiente abaixo de 0,70, o teste é inaceitável.

O instrumento desenvolvido por Fiúza (2004) foi validado ainda através de análise

fatorial exploratória por meio do teste de linearidade, que se baseia em correlação entre os

itens de um mesmo construto, cujo resultado é significativo se ≥ 0,30 como exposto por Hair

et al. (1998). Os dados obtidos estão expostos na tabela 4, a seguir:

Variável

Correlação dos Indicadores

Correlation p ≥ 0,3000

EMISSOR Average inter-item corr.: ,441987

RECEPTOR Average inter-item corr.: ,560771

MENSAGEM Average inter-item corr.: , 672760

CÓDIGO Average inter-item corr.: ,659524

CANAL Average inter-item corr.: ,426989 Tabela 4 (3)- Correlação entre os indicadores

Fonte: Fiúza, 2004. (adaptada pela pesquisadora)

53

Os indicadores apresentaram correlação significativa em todas as variáveis. O

instrumento foi considerado válido por meio de testes empíricos de confiabilidade e validade.

Considera-se, assim, que o instrumento desenvolvido por Fiúza (2004) constitui-se em um

instrumento seguro para a mensuração da qualidade da comunicação.

Para a análise dos dados desta pesquisa, o questionário apresentou também duas

perguntas abertas cujos objetivos foram permitir que os respondentes apresentassem suas

reflexões pessoais acerca das estratégias comunicativas consideradas relevantes e que a partir

daí mostrassem seus sentimentos e oferecessem sugestões, sustentando assim, a dimensão

qualitativa da pesquisa. Por fim, o questionário apresentou as questões demográficas. O

objetivo dessas questões foi caracterizar o perfil dos respondentes da pesquisa.

É importante destacar que a mensuração de qualquer variável exige a aplicação de

ferramentas capazes de quantificar, logo, passíveis de análises estatísticas que possibilitem

conclusões.

Nesta perspectiva, optou-se pela escala tipo Likert, que apenas associa a cada resposta

um valor (de 1 a 7), representando a posição ordenada das respostas, e recebendo adaptação

conceitual. Desse modo, o número absoluto não apresenta significado no fenômeno, pois não

demonstra uma medida direta de qualquer característica do fenômeno, trata-se somente de

uma sistemática indireta de ordenação dos dados (FIÚZA, 2004).

3.6.2 Processo de coleta de dados

No que se refere ao processo de coleta de dados, o primeiro passo foi submeter o

questionário a um pré-teste, que objetivou verificar a adequação semântica do instrumento,

bem como o tempo que cada respondente precisaria dispor para preencher o questionário.

54

A respeito do pré-teste, Cooper e Schindler (2004) afirmam que o mesmo visa a

revelar erros no planejamento da pesquisa. Fazer um pré-teste do instrumento permite o seu

refinamento antes do teste final. Para os autores, essa é a melhor oportunidade do pesquisador

para revisar o texto e solucionar problemas que possam confundir os resultados.

O pré-teste foi aplicado pela própria pesquisadora para um grupo de 10 alunos do

curso de Direito da mesma Instituição. Antes da aplicação, houve uma breve explicação sobre

a pesquisa a ser apresentada e solicitou-se que os alunos respondessem às perguntas com

sinceridade. Informou-se, também, que quaisquer dúvidas com relação ao entendimento

seriam esclarecidas.

Durante a aplicação do pré-teste não houve apresentação de dúvidas por parte dos

alunos respondentes. Verificou-se que o tempo de preenchimento do instrumento variou entre

10 e 20 minutos, o que confirmou a possibilidade de aplicação em sala de aula, visto que não

consumiria tanto tempo da aula cedida pelos professores da Instituição para a aplicação dos

questionários.

Após a aplicação do pré-teste, com a confirmação da clareza com relação ao

entendimento dos itens apresentados e com a definição de quanto tempo seria necessário para

o preenchimento dos questionários, procedeu-se à aplicação do instrumento nas turmas de

Administração da Faculdade dos Guararapes.

Para a sensibilização do universo pesquisado e assegurar a sistemática de coleta de

dados, foi comunicado em cada sala de aula, antes da aplicação do questionário aos

respondentes, que a participação seria voluntária e que eles deveriam ser imparciais, a fim de

que os dados fossem representativos e reais.

Este levantamento foi aplicado com a ida da pesquisadora em todas as salas, sem

qualquer tipo de seleção/identificação. Foram envolvidos alunos do segundo ao oitavo

(último) período do curso de Administração. A aplicação ocorreu na penúltima semana do 2º

55

semestre letivo. A Faculdade dos Guararapes, no segundo semestre de 2007, optou por não

oferecer disciplinas para o primeiro período, o que justifica a não existência de alunos

matriculados neste nível acadêmico.

Durante a aplicação foi realizada uma breve explicação sobre o questionário a ser

preenchido e solicitado que respondessem às perguntas, de forma sincera e consciente. O

questionário foi aplicado de modo coletivo, em cada sala de aula, no entanto, os alunos leram

e responderam individualmente os itens do mesmo. Através das respostas fornecidas pelos

alunos, buscou-se verificar a percepção e o entendimento dos alunos no que diz respeito à

temática estudada.

Para o processamento dos dados foi desenvolvido um banco de dados no excel com

todas as variáveis estudadas, assim como os dados demográficos dos respondentes. Isto

facilitou a próxima etapa da pesquisa, a análise dos dados. Tanto a aplicação do questionário,

quanto o processamento dos dados foram realizados pela própria pesquisadora.

3.7 Análise dos dados

O processo de análise e interpretação dos dados é, entre os vários itens de natureza

metodológica, o que apresenta maior carência de sistematização (GIL, 2002). Como neste

estudo de caso foram utilizados procedimentos de coleta de dados variados, o processo de

análise e interpretação envolveu mais de um modelo de avaliação, podendo ser a qualitativa

de grande importância.

Neste sentido, o método de análise dos dados adotado neste estudo, constou de duas

etapas. A primeira etapa, em função das questões fechadas do questionário, foi

predominantemente uma avaliação quantitativa. A segunda etapa relacionou-se às questões

56

abertas (textos) do questionário com uma abordagem mais qualitativa, a partir da análise de

conteúdo de Bardin (2004).

Para Bardin (2004), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das

comunicações, ou seja, um único instrumento, mas possuidor de uma grande quantidade de

formas diversas e adaptáveis ao campo de aplicação das comunicações.

Para realizar a análise de conteúdo, foram identificados os temas relevantes e

procedeu-se à categorização semântica. A categorização é uma operação de classificação de

elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação, seguidamente, por reagrupamento

segundo o gênero, com os critérios previamente definidos (BARDIN, 2004).

As ferramentas usadas nesta pesquisa para a avaliação quantitativa dos dados

coletados foram: análise estatística descritiva, análise fatorial e análise de conteúdo. Para a

realização dessas análises foram empregados os aplicativos Excel e SPSS 12. Para a

avaliação quantitativa, utilizou-se a análise de conteúdo.

Na utilização da estatística descritiva foram observados: média, desvio padrão e

avaliação gráfica para a visualização do resultado obtido. Na aplicação da análise de

conteúdo, um sistema de categorias foi estabelecido visando obter indicadores que

permitissem a inferência de conhecimentos relativos à percepção dos respondentes face à

temática estudada.

Seguindo a mesma sistemática desenvolvida por Fiúza (2004), foi adotado o critério

conceitual, proporcional aos pontos 1 a 7 da escala, considerando-se a seguinte composição,

como se vê no quadro 4:

57

Item da Escala

Caracterização Conceito

Correspondência Conceitual

1 Discorda totalmente Péssima

2 Discorda muito Muito ruim

3 Discorda Ruim Inadequada1

4 Neutro Ponto de Dúvida Indecisão quanto à inadequação ou adequação

5 Concorda

boa Adequada com limitações que afetam as

interações comunicativas na IES

6 Concorda muito

Muito boa Adequada com limitações que não afetam as

interações comunicativas

7 Concorda totalmente Ótima Excelente Adequação Quadro 4 (3) - Parâmetros de Conceituação dos Escores

Fonte: FIÚZA (2004)

Isso significa que, se a média de respostas for ≤ 3 (péssima, muito ruim, ruim), a

avaliação é negativa (inadequada), mas se a média de respostas for >5 (boa, muito boa,

ótima), a avaliação é positiva (adequada) (FIÚZA, 2004).

Este método de atribuir uma escala de importância para cada escore foi o mais

indicado para se conseguir verificar a importância de cada variável, bem como para se

proceder à análise conceitual das mesmas (FIÚZA, 2004).

3.8 – Limites e Limitações do Estudo

Toda pesquisa científica apresenta limites e limitações. Esta pesquisa, apesar de

vislumbrar importantes contribuições no campo teórico-empírico para os estudos sobre

comunicação empresarial; não foge à regra. Nesse sentido, alguns limites e limitações deste

trabalho são destacados a seguir.

1 Foram agrupados os escores 1,2,3, no âmbito conceitual, por se considerar os resultados inadequados.

58

Este trabalho limitou-se à análise das estratégias de comunicação em IES, mais

especificamente entre os alunos do curso de Administração da Faculdade dos Guararapes.

Não buscou analisar a comunicação interna no âmbito departamental, nem contemplou a

análise de setores específicos. Também não visou a desenvolver ou propor um modelo ideal

do processo de comunicação, analisar ou explicar as competências das pessoas, sejam elas

tácitas ou explicitas.

O modelo de pesquisa adotado foi o transversal, que apesar de fornecer dados que

permitem grandes interpretações da realidade, apresenta limitações. Um modelo de pesquisa

longitudinal seria capaz de fornecer dados ainda mais significativos.

O fato de ser estudo de caso é outra limitação. Isto significa que não se devem fazer

inferências com os resultados, generalizando as conclusões para outras instituições.

A pesquisa realizou-se apenas no meio universitário; não sendo considerados, outros

níveis de educação. Ao mesmo tempo, não foram pesquisados acadêmicos de outros cursos da

mesma instituição.

Por fim, a implicação da pesquisadora também se constituiu em outra limitação. Isto,

porém, não invalida toda a metodologia empregada para a coleta, a análise e a discussão dos

dados, haja vista o reconhecimento da influência e sua análise (causas e conseqüências) na e

para a pesquisa.

59

4 Resultados

Este capítulo é dedicado à apresentação e discussão dos resultados obtidos na pesquisa

de campo. Para tanto, cada um dos quatro objetivos específicos será tratado isoladamente nas

seções seguintes.

Como apontado na metodologia, foram usadas a análise estatística descritiva, a análise

fatorial e a análise de conteúdo (BARDIN, 2004). Todas essas ferramentas permitiram a

interpretação dos dados, possibilitando assim a compreensão do problema de pesquisa: “Até

que ponto existe uma adequação comunicativa nas mensagens veiculadas pela Faculdade

dos Guararapes para os alunos do curso de Administração, de acordo com o modelo de

Fiúza (2004)?”

A próxima seção apresentará o perfil dos sujeitos da pesquisa.

4.1 Perfil dos sujeitos da pesquisa

A presente seção atenderá ao objetivo específico 1: “ Definir o perfil dos

respondentes”.

Os sujeitos da pesquisa são alunos do curso de graduação em Administração de

empresas, da Faculdade dos Guararapes. O número total de alunos distribuídos pelos sete

períodos do curso é de 431. O número de respondentes foi de 285 alunos, correspondendo a

66, % do total. O gráfico 1 apresenta o resultado.

60

Total de Respondentes

0

100

200

300

400

500

Resp

onde

ntes

0

20

40

60

80

100

120

%

Respondentes 431 285

% 100 66

População Respondentes

Gráfico 1 (4) – População & Respondentes Fonte: Dados da pesquisa.

Conforme dito anteriormente, o curso de Administração da Faculdade dos Guararapes

tem uma duração de 4 anos, correspondendo a 8 (oito) períodos. Atualmente apenas as turmas

de primeiro período não estão preenchidas, pois a instituição implementará uma nova grade

curricular a partir de 2008. Como a coleta foi realizada por turmas, os resultados serão

apresentados também nesse panorama.

Os resultados apontam que o maior número de respondentes foram os alunos do

segundo período, cujo percentual total chegou a 34 % (89 alunos). Em seguida, os alunos do

sexto período, com 26 % (68 alunos) de respondentes e em terceiro lugar, o quarto período

com 17% (46 alunos) de respostas. O gráfico 2 ilustra o resultado.

61

Respondentes por Período

0

20

40

60

80

100

Período

Resp

onde

ntes

0

5

10

15

20

25

30

35

%

Frequência 89 26 44 18 68 7 9 24

% 31 9 15 6 24 2 3 8

2 3 4 5 6 7 8S/

períod

Gráfico 2 (4) – Respondentes por período Fonte: Dados da pesquisa.

Os 285 alunos que participaram da pesquisa também foram caracterizados pelo

gênero, estado civil, idade e se trabalham ou não, conforme apresentado nos gráficos a seguir.

O gênero feminino predominou entre os respondentes: 57 % representantes do total de

alunos participantes, conforme gráfico 3.

Gráfico 3 (4) – Gênero dos Respondentes Fonte: Dados da pesquisa

Com relação aos resultados por período, é percebido que no segundo período (17,6 %)

e no sexto (17,2 %) houve uma significativa taxa de respondentes do gênero feminino,

representando 34,8 % do total geral. Observou-se que houve equilíbrio nos períodos segundo,

Gênero dos Respondentes

0

50

100

150

200

Res

pond

ente

s

0

10

20

30

40

50

60

70%

Respondentes 118 163 4

% 41 57 1

Masculino FemininoNão

respondeu

62

terceiro e oitavo, havendo ainda assim, predominância do gênero feminino. O único período

que apresentou maioria masculina foi o sétimo. Os dados são representados pelo gráfico 4:

que apresentou maioria masculina foi o sétimo.

Gráfico 4 (4) – Gênero dos Respondentes por período Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico 5 apresenta o resultado das faixas de idade dos sujeitos da pesquisa. É

percebido que o perfil do aluno do curso de administração está predominantemente na faixa

etária entre 21 e 25 anos, denotando um público jovem.

Idade dos Respondentes

0

20

40

60

80

100

120

Resp

onde

ntes

0

5

10

15

20

25

30

35

40

%

Respondentes 52 105 58 30 18 14 8

% 18 37 20 11 6 5 3

<20 21-25 26-30 31-35 34-40 >41Não

responde

Gráfico 5 (4)– Idade dos Respondentes Fonte: Dados da pesquisa

Gênero dos Respondentes por Período

0

50

Res

po

nd

ente

s

048121620

%

Masculino 43 12 15 4 23 6 4 11

Feminino 46 14 29 14 45 1 5 9

% Masculino 15,1 4,2 5,3 1,4 8,1 2,1 1,4 3,9

% Feminino 16,1 4,9 10,2 4,9 15,8 0,4 1,8 3,2

2 3 4 5 6 7 8S/

período

63

A caracterização dos respondentes por período, com relação à faixa etária, demonstra

que existe uma predominância de alunos com até a idade de 25 anos, no segundo, quarto,

quinto e sexto períodos. O terceiro período apresenta uma população mais jovem: a variação

etária até 20 anos representa maioria. No sétimo período a predominância é com relação aos

alunos acima de 41 anos. E no oitavo período é significativa a existência de alunos entre 26 e

31 anos, conforme mostram o quadro 5 e o gráfico 6.

<20 21-25 26-30 31-35 36-40 >41 Não respondeuRespondente 20 36 20 7 5 1% 7 13 7 2 2 0Respondente 7 6 4 4 2 2% 2 2 1 1 1 1Respondente 12 19 6 5 0 2% 4 7 2 2 0 1Respondente 3 5 3 4 2 1% 1 2 1 1 1 0Respondente 8 29 14 7 4 4% 3 10 5 2 1 1Respondente 0 0 1 1 2 3% 0 0 0 0 1 1Respondente 0 1 5 2 1 0% 0 0 2 1 0 0

S/P Respondente 2 9 5 0 2 1% 1 3 2 0 1 0

Total Respondente 52 105 58 30 18 14 8% 18 37 20 11 6 5 3

IDADE DOS REPONDENTES POR PERÍODO

8

2

Período

3

4

5

6

7

Quadro 5 (4) – Idade dos Respondentes por período Fonte: Dados da pesquisa

Idade dos Respondentes por Período

0

20

40

60

80

100

Resp

onde

ntes

<20 21-25 26-30 31-35 36-40 >41

>41 1 2 2 1 4 3 0 1

36-40 5 2 0 2 4 2 1 2

31-35 7 4 5 4 7 1 2 0

26-30 20 4 6 3 14 1 5 5

21-25 36 6 19 5 29 0 1 9

<20 20 7 12 3 8 0 0 2

2 3 4 5 6 7 8 S/PNão respondeu = 8% Não respondeu = 3

Gráfico 6 (4) – Idade dos Respondentes por Período Fonte: Dados da pesquisa

64

O gráfico 7 mostra o resultado do grupo quanto à atuação no mercado de trabalho. 86

% dos alunos estão inseridos no mercado de trabalho. Este percentual significativo ratifica o

perfil do aluno de IES privada como essencialmente familiarizado com questões profissionais.

Atuação no Mercado de Trabalho

0

50

100

150

200

250

300

Resp

onde

ntes

0

15

30

45

60

75

90

%

Respondentes 240 40 5

% 84 14 2

Trabalha Não trabalha Não respondeu

Gráfico 7 (4) – Atuação no mercado de trabalho Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 8 apresenta a distribuição da atuação no mercado de trabalho por período.

Como apresentado anteriormente, o corpo discente do curso de Administração da Faculdade

dos Guararapes é essencialmente formado por trabalhadores.

O segundo e o sexto períodos se destacam pelo maior índice de alunos atuantes no

mercado, totalizando 55,4 % dos respondentes. Há um destaque para o fato de o segundo

período apresentar a maior freqüência de alunos inseridos no mercado de trabalho.

Todos os outros níveis apresentam uma maioria em atuação no mercado de trabalho.

Infere-se que a estrutura da IES privada, para muitos, só pode ser alcançada se o aluno tiver

recursos financeiros para honrar seus compromissos.

65

Gráfico 8 (4) – Atuação no mercado de trabalho por período Fonte: Dados da pesquisa

A presente seção apresentou o perfil do aluno da Faculdade dos Guararapes. A

próxima seção versará sobre a adequação do modelo de Fiúza (2004) na percepção dos

respondentes.

4.2 Adequação Comunicativa do Modelo de Fiúza

Os resultados apresentados nesta seção expressam a percepção dos alunos do curso de

Administração de Empresas da Faculdade dos Guararapes sobre os elementos do processo

comunicativo abordados no modelo de Fiúza (2004), com relação à adequação comunicativa

da mensagens veiculadas pela IES. Os dados relacionados a essa análise foram tratados

através da análise fatorial.

A avaliação desses dados visa a responder o seguinte objetivo específico: analisar a

adequação comunicativa do modelo de Fiúza (2004) em relação à percepção dos alunos

do curso de Administração no que se refere às estratégias comunicativas da Faculdade

dos Guararapes.

Atuação no Mercado de Trabalho por Período

020406080

100120

Fre

qu

ênci

a

05101520253035

%

Trabalha 78 24 33 14 61 6 9 15

Não trabalha 10 2 11 4 7 1 0 5

% Trabalha 27,4 8,4 11,6 4,9 21,4 2,1 3,2 5,3

% Não trabalha 3,5 0,7 3,9 1,4 2,5 0,4 0,0 1,8

2 3 4 5 6 7 8S/

períodNão respondeu = 5 % Não respondeu = 1,8

66

Para a confiabilidade dos resultados, tanto o instrumento de pesquisa quanto o método

de análise dos dados foram testados previamente. O valor calculado do coeficiente de Alpha

de Cronbach (0,969) apresenta a consistência interna do instrumento. Os valores dos testes

KMO e de Esfericidade de Bartlett – 0,956 e 0,000 respectivamente, demonstram a boa

adequação de possibilidades do tratamento dos dados com o método em questão.

Foi realizada, num primeiro momento, a análise exploratória dos dados e através dos

resultados foram retirados os componentes com maior carga fatorial, no caso, foram cinco.

Esses componentes foram os que apresentaram o eigenvalue acima de 1 e cargas fatoriais

acima de 0,5, respondendo por 62,5% da variação total dos dados, conforme apresentado no

quadro 6 – Componentes retirados do “Modelo de Mensuração da qualidade da comunicação”

com eigenvalue acima de 1.

Initial Eigenvalues Component

Total % of Variance Cumulative %

1 18,657 46,642 46,642

2 2,072 5,180 51,822

3 2,015 5,038 56,860

4 1,236 3,091 59,951

5 1,029 2,572 62,524

Quadro 6 (4): Componentes retirados do “Modelo de mensuração da qualidade da comunicação”com

eigenvalue acima de 1. Fonte: Dados da pesquisa.

A análise dos componentes mais importantes dentro do “Modelo de mensuração da

qualidade da comunicação” foi obtida aplicando o conceito de variável substituta. Para cada

componente retirado da análise fatorial definiu-se o item carga fatorial mais relevante em

relação aos demais, conforme será apresentado no quadro 7, a seguir:

67

Rotated Component Matrix(a)

Component

1 2 3 4 5

Item C23_Troca de informações 0,743

Item C22_Abrir espaço de opinião 0,730

Item E36_Fornecimento de informações externas 0,631

Item E35_Realização de reuniões 0,617

Item C21_Solucionar dúvidas

Item C24_Orientar decisões 0,586

Item E37_Dispoonibilização de murais

Item C18_Permitir a satisfação 0,580

Item E34_Fornecimento de manual

Item B16_Respostas às solicitações

Item C19_Orientar aluno em sua área de atuação

Item E33_Disponibilização de fonte

Item A3_Esclarecer dúvidas 0,759

Item A2_Fornecer informação 0,733

Item A5_Coerência 0,724

Item A1_Atenção em ouvir 0,660

Item B12_Clareza e objetividade 0,578

Item B15_Informações confiáveis

Item A8_Fornecer feedback 0,528

Item A4_Cumprir promessas

Item A6_Estruturar mensagens

Item C17_Garantir compreensão

Item A7_Orientar direitos e deveres

Item C20_Esclarecer atuação dos setores

Item D29_Linguagem apropriada 0,791

Item D27_Vocabulário compreensível 0,771

Item D28_Informações não ambíguas 0,743

Item D26_Exposições em locais visíveis 0,699

Item E38_ Acesso à internet 0,619

Item D30_Informações disponibilizadas 0,552

Item D31_Recursos de linguagem

Item D25_Utilização das formas de expressão

Item B14_Mensagens não agressivas

Item D32_Esclarecimento dos objetivos

Item B9_Acesso às informações 0,785

Item B10_Disponibilização de dados 0,731

Item B13_Divulgação dos canais 0,561

Item B11_Acesso às pessoas

Item E39_Fornecimento de dados acadêmicos 0,795

Item E40_Espaço para atuação do DA 0,611

Extraction Method: Principal Components analyses. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. A Rotation converged in 10 interactions. Quadro 7 (4) – Carga fatorial dos itens retirados do “Modelo de mensuração da qualidade da comunicação”. Fonte: Dados da pesquisa.

68

Após proceder à análise fatorial dos 40 itens presentes no modelo de Fiúza (2004),

verificou-se que todas as cinco dimensões propostas pelo modelo apresentaram relevância

quanto à carga fatorial.

A dimensão 1 (emissor) foi representada pelo item C23 (permitir a troca de

informações com o aluno) A representação da freqüência deste componente é apresentada no

gráfico 9 que segue:

Gráfico 9 (4) - C23 Troca de informações Fonte: Dados da pesquisa

A dimensão 2 (receptor) foi representada pelo item A3 (esclarecer dúvidas). A

representação de sua freqüência é apresentada no gráfico 10 que segue:

Boa Muito Boa Dúvida Ruim Ótima Muito Ruim Péssima

0

50

100

150

200

250

300

Coun

t

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percent

816060

4024

11 9

Item C23 _ Troca de Informações

69

Gráfico 10 (4)- A3-Esclarecer dúvidas. Fonte: Dados da pesquisa.

A dimensão 3 (mensagem) foi representada pelo item D29 (linguagem apropriada à

compreensão das mensagens) A representação de sua freqüência é apresentada nos gráfico 11

que segue:

Gráfico 11 (4)- D 29 – Linguagem apropriada Fonte: Dados da pesquisa.

Boa Muito Boa Ótima Dúvida Ruim Muito Ruim Péssima

0

50

100

150

200

250

300

Coun

t

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percent

111

81

4933

8 2 1

Item D29 _ Linguagem Apropriada

Boa Muito Boa Dúvida Ótima Ruim Muito Ruim Péssima

0

50

100

150

200

250

300

Coun

t

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percent

108

6447

25 2412 5

Item A3 _ Esclarecer dúvidas

70

A dimensão 4 (código) teve como item representativo B9 (facilidade de acesso às

informações) A representação de sua freqüência é apresentada nos gráfico 12 que segue:

Gráfico 12 (4)- A3- B9- Acesso às informações. Fonte: Dados da pesquisa.

A dimensão 5 (canal) foi representada pelo item E39 (fornecimento de dados

acadêmicos e administrativos aos alunos por meio de jornal interno). A representação de sua

freqüência é apresentada no gráfico13 que segue:

Boa Muito Boa Ótima Dúvida Ruim Muito Ruim Péssima

0

50

100

150

200

250

300

Coun

t

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percent

103

57 5633 27

7 2

Item B9 _ Acesso às informações

71

Gráfico 13 (4)- E39 Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos por meio de jornal interno. Fonte: Dados da pesquisa

O resultado demonstra que as dimensões propostas pelo modelo de Fiúza (2004) são

consideradas pelos alunos, visto que todas elas geraram componentes. Apesar disso, os

resultados também sugerem a existência de confusão conceitual por parte dos respondentes.

O componente 1, relativo à dimensão emissor, (representado pelo item C3- permitir a

troca de informações com o aluno) apareceu relacionado aos itens C22 (abrir espaço de

opinião), E36 (fornecimento de informações externas aos alunos por meio de palestras,

encontros e visitas técnicas) e ao item E35 (realização de reuniões para que o aluno possa ser

ouvido).

Esse imbricamento pode denotar que, para o aluno, a veiculação da mensagem está

diretamente relacionada ao papel do emissor. Chung e Megginson (1986) reforçam esta idéia

ao afirmarem que o emissor controla a natureza da mensagem emitida, o tipo de estrutura

utilizada para isto e o canal atravessado pela mensagem.

Já o componente 2, relacionado à dimensão receptor, representado pelo item A3 (

esclarecer dúvidas) apresenta um imbricamento com A2 ( mostrar interesse em fornecer

informações) e B12 (clareza e objetividade das informações/orientações fornecidas). Tal

Dúvida Boa Ruim Muito Boa Ótima Péssima Muito Ruim

0

50

100

150

200

250

300

Coun

t

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percent

66 61 5537 26 23 17

Item E39 _ Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos

72

relação sugere que, na visão do aluno, situando-se na perspectiva de receptor das mensagens

veiculadas pela instituição, é importante que a IES esteja aberta a fornecer-lhe informações; e

que este procedimento seja claro e objetivo, no sentido de esclarecer todas as suas dúvidas.

A respeito dessa questão, Berlo (1999) afirma que os sentidos não são apenas

encontrados nas palavras: eles são constituídos e aprendidos. Dessa forma, a associação

apresentada neste componente é ratificada, na medida em que a retroinformação é o elemento

impulsionador da clareza no processo comunicativo.

O componente 3, relativo à dimensão mensagem, representado pelo item D29, que

diz respeito à linguagem apropriada para a compreensão da mensagem, apresentou-se

imbricado com os itens D27 (vocabulário de fácil entendimento) e E38 ( acesso à internet). A

associação existente entre os dois primeiros itens sugere que, para o aluno, mensagem

compreensível e vocabulário de fácil entendimento sejam elementos includentes.

Na relação com o item E, entretanto, poderia haver dissociação em princípio, não

fossem os dizeres de Berlo (1999), no tocante à compreensão da mensagem. Nas idéias do

autor, para que a mensagem se torne relevante diante dos objetivos do interlocutor, é

necessário que se considere o código, o conteúdo e a forma como tal mensagem é tratada. Ou

seja, linguagem, vocabulário e acessibilidade são elementos significativos para a compreensão

da mensagem.

O componente 4, referente à dimensão código, representado pelo item B9 ( facilidade

de acesso às informações) não apresentou imbricamento. Isso sugere que, no entendimento

do aluno, o papel do código lingüístico é facilitar o acesso ao entendimento das informações,

o código, segundo Berlo(1999) está diretamente relacionado à mensagem e é composto por

qualquer grupo de símbolos capaz de ser estruturado de modo a produzir significado para

alguém.

73

Também não apresentou imbricamento o componente 5, referente à dimensão canal,

que foi representado pelo item E9, “ fornecimento de dados acadêmicos aos alunos por meio

de jornal interno”, sugerindo que o aluno da Faculdade dos Guararapes entende que o jornal é

o meio mais apropriado para a divulgação das mensagens institucionais.

O quadro 8 apresenta uma síntese das dimensões relacionadas e seus componentes

representativos:

Dimensões Componentes Carga Fatorial

Emissor C23 Troca de informações 0,743

Receptor A3 Esclarecer dúvidas 0,759

Mensagem D29 Linguagem apropriada 0,791

Código B9 Facilidade de acesso 0,785

Canal E39 Fornecimento de dados por meio de jornal

0,795

Quadro 8 (4) – Descrição dos atributos das variáveis relevantes aos componentes Fonte: Dados da pesquisa

A análise fatorial exploratória confirmou todos os dados do Modelo de mensuração da

Comunicação de Fiúza (2004), visto que a presença das cinco dimensões foi ratificada. Ou

seja, os indicadores de mensuração apresentados no modelo de Fiúza (2004) são percebidos

como adequados pelos alunos respondentes. Não sendo necessário, portanto, proceder à

análise fatorial confirmatória.

A intenção dessa análise foi responder o objetivo específico 2: analisar a adequação

comunicativa do modelo de Fiúza (2004) em relação à percepção dos alunos do curso de

Administração no que se refere às estratégias comunicativas da Faculdade dos

Guararapes . Sendo assim, ratifica-se a pertinência do Modelo de Fiúza (2004) e apresentar-

se-á, na próxima seção a análise relativa aos indicadores gerados, que responderá ao objetivo

específico 3 .

74

4.3 Indicadores da qualidade da comunicação

Nesta seção proceder-se-á à análise dos dados relativos ao objetivo específico 3 : “

analisar os indicadores gerados, considerando as variáveis: emissor, receptor,

mensagem, código e canal.” Para realizar este procedimento, recorreu-se à análise descritiva

dos dados.

4.3.1 Emissor

A presente pesquisa entende como emissor do processo comunicativo a IES estudada.

Para verificar como os alunos percebem as estratégias comunicativas da instituição,

estabeleceu-se o seguinte questionamento: “Em relação à postura da comunicação ao se

comunicar com o aluno, a faculdade:”. A partir desse questionamento, denominado item

“A”, seguiram-se as oito questões relativas à variável “emissor”:

• A1-Apresenta atenção em ouvi-lo, respeitando-lhe o ponto de vista;

• A2-Mostra interesse em fornecer-lhe informações;

• A3-Esclarece-lhe sobre suas dúvidas;

• A4-Cumpre, com freqüência, promessas de atendimento às suas solicitações;

• A5-É coerente em relação ao que diz e ao que ela realiza;

• A6-Estrutura suas mensagens com base na sua proposta pedagógica;

• A7-Orienta-lhe sobre seus direitos e deveres na instituição; e

• A8-Sempre fornece-lhe feedback às suas solicitações.

75

O maior percentual de avaliação dos alunos relacionado a este item encontra-se no

item 5 da escala likert, apresentando uma média percentual de 38,7%, o que corresponde

conceitualmente à “ boa avaliação”, ou seja, o aluno considera adequada a postura da

instituição. O resultado é ilustrado pelo gráfico 14:

Percepções dos Alunos em relação ao Emissor

0

10

20

30

40

50(%)

MÉDIA 2,4 3,6 11,0 18,3 38,7 18,6 7,5

PÉSSIMA MUITO RUIM DÚVIDA BOA MUITO ÓTIMA

Gráfico 14 (4) –Percepções do aluno em relação ao emissor Fonte: Dados da pesquisa

O quadro 9, abaixo, apresenta a percepção dos alunos para cada questão referente ao

item “emissor”:

ESCORE A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 MÉDIA

PÉSSIMA2,5 1,4 1,8 3,5 2,1 0,4 2,1 5,3 2,4

MUITO RUIM

5,3 3,9 4,2 2,1 3,9 0,7 3,2 5,6 3,6

RUIM13,3 9,1 8,4 13,3 6,7 8,4 14,7 14,4 11,0

DÚVIDA17,2 14,4 16,5 21,8 21,8 17,2 15,8 21,8 18,3

BOA42,8 40 37,9 33,7 37,2 43,5 37,2 37,2 38,7

MUITO BOA

14 22,5 22,5 18,6 20,7 21,1 17,9 11,2 18,6

ÓTIMA4,9 8,8 8,8 7 7,7 8,8 9,1 4,6 7,5

TOTAL (%) 100 100 100 100 100 100 100 100

Quadro 9 (4) - Percepções dos Alunos em relação ao Emissor Fonte: Dados da pesquisa.

Verifica-se que 61,7% dos respondentes consideraram satisfatório o procedimento

comunicativo da instituição no que diz respeito à questão A1, “apresenta atenção em ouvi-lo,

76

respeitando-lhe o ponto de vista”, (42% boa;14% muito boa e 4,9% ótima). 21% foi a

percentagem total de discordância. Afirmaram estar em dúvida 17,2% dos alunos.

A afirmação A2 (mostra interesse em fornecer-lhe informações ) apresentou 75,3% de

considerações positivas (40% boa,22,5% muito boa e 8,8% ótima), o item dúvida teve um

percentual de respostas de 14,4%.

Em relação ao item A3 (Esclarece-lhe sobre suas dúvidas), 69,2% consideraram boa a

atuação da instituição (37,9% boa; 22,5% muito boa e 8,8% ótima). 16,5% afirmaram ter

dúvidas, enquanto que 14,4% corresponderam ao total dos itens que variaram de ruim a

péssimo.

Se a IES “cumpre, com freqüência, promessas de atendimento às suas solicitações”,

item A4, 59,3% dos alunos viram a atuação da instituição como positiva (33,7% boa, 18,6%

muito boa e 7% ótima). 21,8% responderam o item”dúvida” ,enquanto que 18,9% foi o total

negativo.

Na afirmativa A5, se a IES é coerente em relação ao que diz e ao que ela realiza,

65,6% dos alunos avaliaram positivamente a atuação da instituição (37,2% boa;20,7% muito

boa e 7,7% ótima). O item de dúvida apresentou percentual de 21,8%, enquanto que a

avaliação que vai de ruim a péssimo apresentou um somatório de 12,7%.

Ao responder à questão A6 (estrutura suas mensagens com base na sua proposta

pedagógica), os alunos confirmaram a efetivação desta prática: 73,4% dos respondentes

apresentaram avaliação positiva (43,5% boa; 21,1% muito boa e 8,8% ótima). 9,5% foi o total

da avaliação que variou entre ruim e péssimo. 17,2% das respostas concentraram-se no item

dúvida.

A afirmativa A7 (orienta-lhe sobre seus direitos e deveres na instituição) apresentou

59,7% de aprovação (37,2% boa;17,9% muito boa e 9,1% ótima). 20% das respostas

77

concentraram-se nos itens ruim, muito ruim e péssimo; enquanto que 15,8% apresentaram

dúvidas.

Para o item A8 (a IES sempre lhe fornece feedback às suas solicitações), 53% dos

alunos disseram ser este procedimento bom (37,2% bom;11,2% muito bom e 4,6% ótimo).

25,3% dos discentes consideraram a atuação da instituição ruim, enquanto que 21,8%

apontaram o item dúvida.

Nesse agrupamento, verifica-se que todos os indicadores apresentaram índice de

concordância dos alunos entrevistados em relação ao emissor aqui caracterizado como a

instituição de ensino, acima de 50% . Por ordem de avaliação, os maiores escores foram:

1. 75,3% - A2: Mostra interesse em fornecer-lhe informações.

2. 73,4% - A6: Estrutura suas mensagens com base na sua proposta pedagógica.

3. 69,2% - A3: Esclarece-lhe sobre suas dúvidas.

4. 65,6% - A5: É coerente em relação ao que diz e ao que ela realiza.

5. 61,7% - A1: Apresenta atenção em ouvi-lo, respeitando-lhe o ponto de vista.

6. 59,7% - A7: Orienta-lhe sobre seus direitos e deveres na instituição

7. 59,3% - A4: Cumpre, com freqüência, promessas de atendimento às suas

solicitações;

8. 53% - A8: Sempre lhe fornece feedback às suas solicitações.

Estabelecendo-se uma análise comparativa desses resultados, os indicadores de maior

concordância sugerem que o emissor ( instituição) elabora sua comunicação para atender aos

objetivos institucionais e alicerça sua atuação em sua Proposta Pedagógica.

Apesar de o item A8 (sempre lhe fornece feedback às suas solicitações) ter

apresentado um percentual de discordância relativamente maior que os demais, as respostas

sugerem que há por parte da instituição a tentativa de solucionar as dúvidas do aluno, visto

78

que os índices de aceitação apresentados pelos itens A3 e A5 tiveram percentual de aprovação

acima de 65%.

Irazu (2003), ao abordar a comunicação como parte da vida da empresa, que permite o

nexo entre a sua missão, sua visão, seus valores e sua estratégia, bem como suporte vital para

os objetivos do negócio, cita que esta deve se transformar numa ferramenta capaz de avaliar o

impacto que as decisões vão ter na opinião dos diferentes públicos.

Outrossim, Irazu (2003) cita que "...uma comunicação eficiente não deve contar só

com estratégias claras e objetivos definidos e factíveis, mas também deve estabelecer um

critério com o qual medirá e avaliará os resultado”. Baldissera (2000) analisa comunicação

eficiente como o processo que visa ao equilíbrio entre os interesses da organização e dos

públicos envolvidos, baseando- se no conceito: “comunicação é criar vínculos” (p.20).

Desse modo, qualquer ação comunicacional construída pela organização, a partir da

sua realidade, identidade e pelos instrumentos de comunicação (meios e mensagens), permite

a realização do processo no qual o emissor/receptor participa de um “jogo de relações

interativas”, segundo Baldissera (2000, p. 20).

O fato de se mostrar interessada em estabelecer diálogo não efetiva ainda a troca

comunicativa da instituição com o aluno. Os resultados sugerem que a instituição precisa

aprofundar a interação comunicativa e que este procedimento parece estar em andamento.

4.3.2 Receptor

A presente pesquisa entende o aluno como receptor do processo comunicativo. Para

verificar a percepção dos alunos no que diz respeito ao entendimento das mensagens que lhe

são dirigidas pela instituição de ensino, foram analisados os itens que vão de B9 até B16,

referentes à variável “receptor” (aqui denominada item “B”) que partiram do seguinte

questionamento:

79

B. Em relação aos fatores que auxiliam o aluno a entender as mensagens

veiculadas na instituição, há:

• B9. Facilidade de acesso às informações;

• B10. Disponibilização de dados de seu interesse;

• B11. Facilidade de acesso às pessoas que detém informações importantes na

escola;

• B12. Clareza e objetividade das informações/ orientações fornecidas;

• B13. Divulgação dos canais de comunicação disponibilizados pela instituição;

• B14. Fornecimento de mensagens/ não agressivas e objetivas dos setores da

instituição;

• B15. Fornecimento de informações/ orientações confiáveis;

• B16. Respostas às solicitações feitas pelos alunos.

O maior percentual de avaliação dos alunos relacionados a este item encontra-se no

item 5 da escala likert, apresentando uma média percentual de 36,5%, o que corresponde

conceitualmente à “boa” avaliação e sugere que o aluno percebe como adequadas as

estratégias utilizadas pela instituição para que ele entenda as mensagens que lhe são dirigidas.

Este resultado é ilustrado pelo gráfico 15.

Percepções dos Alunos em Relação ao Receptor

0

10

20

30

40(%)

MÉDIA 1,3 2,8 9,1 18,0 36,5 20,4 11,9

PÉSSIMA MUITO RUIM DÚVIDA BOA MUITO ÓTIMA

Gráfico 15 (4) – Percepções dos Alunos em relação ao Receptor Fonte: Dados da pesquisa

80

O quadro 10 apresenta a percepção dos alunos para cada questão referente ao item

receptor.

ESCORE B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 MÉDIA

PÉSSIMA 0,7 0,7 2,5 0,7 1,4 0,7 0,4 3,5 1,3

MUITO RUIM

2,5 1,4 6,7 1,8 0,7 3,2 2,1 4,2 2,8

RUIM 9,5 10,2 17,2 10,5 4,9 4,2 3,5 12,6 9,1

DÚVIDA 11,6 18,9 20,7 20,7 12,3 17,5 21,8 20,7 18,0

BOA 36,1 35,4 29,8 39,3 42,1 38,6 34,4 36,1 36,5

MUITO BOA

20 23,5 14,7 20,7 22,8 22,1 24,6 14,4 20,4

ÓTIMA 19,6 9,8 8,4 6,3 15,8 13,7 13,3 8,4 11,9

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

Quadro 10(4) - Percepções dos Alunos em relação ao Receptor Fonte: Dados da pesquisa.

Ao se agrupar os itens de concordância e discordância, obtém-se o seguinte resultado:

a afirmativa B9 (Facilidade de acesso às informações) apresentou 75,7% de concordância dos

entrevistados (36,1% boa; 20% muito boa e 19,6% ótima). 12,7% discordaram da facilidade

de acesso às informações e 11,6% posicionaram-se como em dúvida.

Os respondentes apresentaram concordância de 68,7% para a afirmativa B10, que

buscava saber como o aluno via a disponibilização de dados de seu interesse pela instituição:

35,4% consideraram boa; 23,5% muito boa e 9,8% ótima. Dos entrevistados, 17,3%

discordaram desta disponibilização, enquanto que 18,9% dos respondentes enquadraram-se na

categoria dúvida.

Sobre a afirmativa B11,” Facilidade de acesso às pessoas que detém informações

importantes na escola”, os respondentes concordaram em 52,9% ( 29,8%:boa; 14,7% muito

boa e 8,4% ótima.Para a variável receptor, esta foi a categoria que apresentou menor índice de

aprovação.26,4% foi o índice de desaprovação e 20,7% foram neutros.

81

66,3% dos alunos consideraram a afirmativa B12 (clareza e objetividade das

informações/orientações fornecidas) como positiva: 39,3% boa; 20,7% muito boa e 6,3%

ótima. 13% não concordaram com a afirmativa e 20,7% responderam o item dúvida.

Em relação à afirmativa B13 “Divulgação dos canais de comunicação disponibilizados

pela escola”, os respondentes apresentaram alta concordância: 80,7% : 42,1% boa; 22,8%

muito boa e 15,8% ótima. 7 % foi o percentual de discordância e 12,3% ficaram neutros.

Sobre o “Fornecimento de mensagens/informações não-agressivas dos setores da

escola”, afirmativa B14, 74,7% apresentaram concordância ( 38,6% boa;22,1% muito boa e

13,7% ótima).8,1% discordaram e 17,5% foram neutros.

Quanto à afirmativa B15 “Fornecimento de informações/orientações confiáveis”,

verificou-se que 72,3% dos respondentes aprovaram ( 34,4% boa; 24,6% muito boa e 13,3%

ótima). Apresentaram discordância 6% e ficaram em dúvida 21,8%.

58,9% dos respondentes concordaram que a IES fornece “Respostas às solicitações

feitas pelos alunos”, afirmativa B16: 36,1% boa; 14,4% muito boa e 8,4% ótima. A

percentagem de discordância foi 20,3% e a de neutralidade 20,7%.

Nesse agrupamento, também se verifica avaliação acima de 50% para todos os

indicadores em relação ao entendimento que o receptor, aqui caracterizado como o aluno, faz

das mensagens que lhe são dirigidas pela instituição de ensino. Por ordem de avaliação, os

maiores escores foram:

1. B13 – 80,7% : Divulgação dos canais de comunicação disponibilizados pela

instituição;

2. B9 – 75,7% : Facilidade de acesso às informações;

3. B14 – 74,7%: Fornecimento de mensagens/ não agressivas e objetivas dos setores

da instituição;

4. B15 – 72,3%: Fornecimento de informações/ orientações confiáveis;

82

5. B10 – 68,7% : Disponibilização de dados de seu interesse;

6. B12 – 66,3%: Clareza e objetividade das informações/ orientações fornecidas;

7. B16 – 58,9% : Obtenção de respostas às solicitações feitas pelos alunos;

8. B11 – 52,9%: Facilidade de acesso às pessoas que detém informações importantes

na escola.

A variável receptor, assim como a variável emissor, apresentou níveis de concordância

acima de 50% . Esses resultados sugerem que a Instituição preocupa-se com o fornecimento

de informações institucionais, o que não implica afirmar que tais informações sejam aquilo

que o aluno espera.

Em relação às estratégias comunicativas, Torquato (2002) argumenta que qualidade da

informação se traduz em integridade, nível de qualidade dos dados, acurácia, nível de

qualidade com que os dados representam a realidade, e completude, a quantidade suficiente de

dados para a compreensão da mensagem.

Nessa mesma abordagem estratégica, Chung e Megginson (1986) analisam que, em

um contexto organizacional, uma informação é útil a partir da sua interação com diferentes

aspectos, como objetivos, expectativas, competências e suportes pré-definidos pela

organização. O que é reforçado por Berlo (1999), ao expor que qualidade comunicacional

envolve mudança de comportamentos, e isso está relacionado ao modo como os

emissores/receptores interagem, constroem e dispõem efeitos de sentido na cadeia de

comunicação.

Mais uma vez, os dados demonstram a tendência de se analisar melhor o processo de

interação comunicativa, visto que os itens que apresentaram menor avaliação estão associados

às necessidades do receptor,tanto no que diz respeito ao feedback, quanto no que se refere à

acessibilidade às pessoas que comandam a IES.

83

4.3.3 Mensagem

Para este estudo, entende-se a mensagem como a informação que é transmitida ao

aluno. A variável mensagem, neste estudo, é considerada como “C”. Para verificar a

percepção do aluno no que concerne à adequação do conteúdo ao contexto, foram analisados

os itens de C17 a C24, a saber:

C. As mensagens veiculadas na instituição são estruturadas para:

• C17. Garantir a efetiva compreensão do aluno acerca da

informação/orientação.

• C18. Permitir a satisfação/ expectativa do aluno.

• C19. Orientar o aluno em sua área de atuação

• C20. Esclarecer sobre a atuação dos setores e planos da instituição

• C21. Solucionar dúvidas do aluno

• C22. “Abrir” espaço de opinião/ argumentação do aluno com a escola

• C23. Permitir a troca de informações com o aluno

• C24. Orientar o aluno sobre decisões institucionais

O maior percentual de avaliação dos alunos relacionados a este item encontra-se no

item 5 da escala likert, apresentando uma média percentual de 35%, o que corresponde

conceitualmente à “boa” avaliação e sugere que o aluno percebe como adequadas as

mensagens que circulam na IES. Este resultado é ilustrado pelo gráfico 16.

84

Percepções dos Alunos em Relação à Mensagem

0

10

20

30

40(%)

MÉDIA 3,6 3,8 11,5 19,6 35,0 18,8 7,8

PÉSSIMAMUITO RUIM

RUIM DÚVIDA BOAMUITO BOA

ÓTIMA

Gráfico 16(4) – percepções dos alunos em relação à mensagem Fonte: Dados da pesquisa

O quadro 11 apresenta a percepção dos alunos para cada questão referente ao item

mensagem.

ESCORE C17 C18 C19 C20 C21 C22 C23 C24 MÉDIA

PÉSSIMA 1,1 1,8 3,5 2,8 4,9 6,7 3,2 4,9 3,6

MUITO RUIM

2,1 3,9 6 4,9 2,5 3,9 3,9 3,5 3,8

RUIM 3,9 7,4 13 10,5 11,9 17,5 14 13,7 11,5

DÚVIDA 16,5 18,6 18,2 22,1 20 18,9 21,1 21,1 19,6

BOA 50,5 41,4 32,3 30,9 33,3 31,2 28,4 31,6 35,0

MUITO BOA

15,4 22,5 18,2 20 23,2 14,7 21,1 15,4 18,8

ÓTIMA 10,5 4,6 8,8 8,8 4,2 7 8,4 9,8 7,8

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

Quadro 11(4) - Percepções dos Alunos em relação à Mensagem Fonte: Dados da pesquisa

Ao se agrupar os itens de concordância e discordância, obteve-se o seguinte resultado:

76,4% dos entrevistados concordaram que a mensagem objetiva “Garantir a efetiva

compreensão do aluno acerca da informação/orientação”, afirmativa C17, (50,5% boa; 15,4%

muito boa e 10,5% ótima). O percentual de discordância foi de 7,1% , e de dúvida 16,5%.

68,5% dos entrevistados concordaram com a afirmativa C18, que a mensagem objetiva

“Permitir a satisfação/expectativa do aluno” (41,4% boa, 22,5% muito boa, 4,6% ótima).

13,1% discordaram desta afirmativa, e 18,6% mantiveram-se neutros.

85

Sobre o objetivo da mensagem de “Orientar o aluno em sua área de atuação”,

afirmativa C19, 59,2% dos alunos avaliaram bem (32,3% boa, 18,2% muito boa, 8,8% ótima).

22,5% dos entrevistados não concordaram com esta afirmativa, e 18,2% foram neutros.

No que diz respeito à afirmativa C20, de que a mensagem formulada pela IES

esclarece sobre a atuação dos setores e planos da instituição, 59,7% dos respondentes

apresentaram concordância (30,9% boa, 20% muito boa, 8,8% ótima) e 18,2% discordaram e

22,1% posicionaram-se de forma neutra.

A afirmativa C21, referente à função da mensagem de “Solucionar dúvidas dos

alunos” apresentou 60,7% de avaliação positiva dos entrevistados (33,3% boa, 23,2% muito

boa, 4,2% ótima). Do total, 19,3% discordaram desta afirmativa, e 20% mantiveram-se

neutros.

A respeito da função da mensagem de “Abrir espaço de opinião/argumentação do

aluno com a escola”, afirmativa C22, 52,9% dos alunos entrevistados apresentaram

concordância em sua avaliação (31,2% boa, 14,7% muito boa, 7% ótima). 28,1% discordaram

desta função da mensagem que circula na IES, e 18,9% foram neutros.

A afirmativa C23, que cita a função da mensagem na IES de “Permitir a troca de

informações com o aluno”, apresentou 57,9% de concordância em sua avaliação (28,4% boa,

21,1% muito boa, 8,4% ótima). 21,1% dos respondentes discordam com esta afirmativa.

Foram neutros 21,1% dos entrevistados.

Sobre a função da mensagem na IES de ”Orientar o aluno sobre decisões

institucionais”, afirmativa C24, houve concordância de 56,8% dos respondentes (31,6% boa,

15,4% muito boa, 9,8% ótima), e discordância 22,1% do total dos respondentes, e

neutralidade de 21,1% deles.

86

Nesse agrupamento, verifica-se que os indicadores de maior concordância dos alunos

entrevistados, em relação à mensagem que a instituição de ensino dirige a ele, por ordem de

avaliação, foram:

1. 76,4% - C17 : Garantir a efetiva compreensão do aluno acerca da

informação/orientação

2. 68,5% - C18: Permitir a satisfação/ expectativa do aluno.

3. 60,7% - C21: Solucionar dúvidas do aluno

4. 59,7% - C20: Esclarecer sobre a atuação dos setores e planos da instituição

5. 59,2% - C19: Orientar o aluno em sua área de atuação

6. 57,9% - C23: Permitir a troca de informações com o aluno

7. 56,8% - C24: Orientar o aluno sobre decisões institucionais

8. 52,9% - C22: Abrir” espaço de opinião/ argumentação do aluno com a escola .

A mensagem, além da fonte e do receptor, é outro elemento que também influencia a

qualidade da comunicação, segundo Berlo (1999). Na análise desse componente, três

elementos estruturais devem ser considerados: o código, o conteúdo e a forma como é tratada.

A mensagem, se não for relevante diante dos objetivos do receptor, ressalta Berlo

(1999), inútil terá sido o esforço de produzi-la. Assim, pode-se afirmar, segundo o autor, que

comunicação eficiente é aquela que transporta informações úteis, fornecendo subsídios para

que o homem possa decidir com maior segurança.

Para a variável “mensagem”, o percentual de aprovação também ultrapassou a casa

dos 50%. Neste caso, alguns dados são diferentes: o item C22 apresenta um índice de

desaprovação de 28,1%, o que sugere que, embora a Faculdade elabore mensagens que

produzem efeito no âmbito institucional, a mesma ainda não conseguiu estabelecer

completamente uma interação escola/aluno pautada no diálogo.

87

4.3.4 Código

A presente pesquisa entende o código lingüístico como o elemento que proporciona

condições para que a mensagem seja interpretada pelo receptor. Para verificar a percepção dos

alunos em relação às formas de linguagem da IES foram analisadas as questões D25 a D32,

referentes ao código, representado aqui por “D”:

D. A estrutura das mensagens fornecidas na instituição apresenta características

como:

• D25. Utilização das formas oral e escrita adequadas ao conhecimento do aluno.

• D26. Exposições em locais de fácil visibilidade das informações escritas

• D27. O vocabulário é de fácil entendimento.

• D28. As informações não são ambíguas, ou seja, elas sempre apresentam um

único sentido.

• D29. Linguagem apropriada à compreensão da mensagem

• D30. As informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas

• D31. Recursos de linguagem (oral, escrito, não-verbal) para incentivar o aluno

a uma atuação acadêmica adequada à proposta pedagógica da instituição.

• D32. Esclarecimento dos objetivos da instituição.

O maior percentual de avaliação dos alunos relacionados a este item encontra-se no

item 5 da escala likert, apresentando uma média percentual de 37,9% o que corresponde

88

conceitualmente à “boa” avaliação e sugere que o aluno percebe como adequados os códigos

lingüísticos utilizados pela instituição. Este resultado é ilustrado pelo gráfico 17.

Percepções dos Alunos em Relação ao Código

0

10

20

30

40(%)

MÉDIA 0,7 1,8 5,8 12,1 37,9 25,9 15,9

PÉSSIMA MUITO RUIM DÚVIDA BOA MUITO ÓTIMA

Gráfico 17(4)- Percepções dos alunos em relação ao código. Fonte: Dados da pesquisa.

O quadro 12 apresenta a percepção dos alunos para cada questão referente ao item

código.

ESCORE D25 D26 D27 D28 D29 D30 D31 D32 MÉDIA

PÉSSIMA 0,7 1,1 0,4 0,4 1,1 1,1 0,7 0,7

MUITO RUIM

1,1 0,7 2,5 0,7 0,7 1,1 4,6 2,8 1,8

RUIM 8,4 6,7 3,2 6,3 2,8 4,6 6,7 7,7 5,8

DÚVIDA 12,3 12,6 7,7 14,7 11,6 10,9 14,7 12,3 12,1

BOA 38,2 30,9 33,7 40 38,6 41,1 36,5 43,9 37,9

MUITO BOA

26 28,8 31,9 23,2 28,4 23,9 23,9 21,4 25,9

ÓTIMA 13,3 19,3 21,1 14,7 17,2 17,5 12,6 11,2 15,9

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

Quadro 12 (4) - Percepções dos Alunos em relação ao Código Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à afirmativa D25, “Utilização das formas oral e escrita adequadas ao

conhecimento do aluno”, 77,5% dos respondentes concordaram em sua avaliação (38,2% boa,

89

26% muito boa, 13,6% ótima). 10,2% dos respondentes discordaram, e 12,3% posicionaram

de forma neutra.

Se a IES faz “Exposição em locais de fácil visibilidade das informações escritas”,

D26, 79% dos alunos entrevistados avaliaram positivamente (30,9% boa, 28,8% muito boa,

19,3% ótima). A percentagem de discordância foi de 8,5% e 12,6% de posicionamento neutro.

Quanto à afirmativa D 27, “O vocabulário é de fácil entendimento”, 86,7% dos alunos

respondentes avaliaram como positiva (33,7% boa, 31,9% muito boa, 21,1% ótima), e 5,7%

deles discordaram. Posicionaram-se, de forma neutra, 7,7% dos respondentes.

A afirmativa D28, “As informações não são ambíguas, ou seja, elas sempre

apresentam um único sentido”, apresentou avaliação positiva de 83,9% dos entrevistados

(40% boa, 23,2% muito boa, 14,7% ótima), 7,4% de discordância e 14,7% de neutralidade de

respostas.

Sobre a utilização da IES de “Linguagem apropriada à compreensão da mensagem”,

afirmativa D29, 84,2% da avaliação dos respondentes foi positiva (38,6% boa, 28,4% muito

boa, 17,2% ótima), 3,9% discordam, e 11,6% foram neutros.

82,5% dos alunos respondentes avaliaram positivamente a afirmativa D30, de que

“As informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas” (36,5% boa, 23,9% muito boa,

12,6 ótima). 6,8% dos alunos discordam desta afirmativa, e 10,9% mostraram-se neutros em

relação a ela.

Em relação ao uso da IES de “Recursos de linguagem (oral, escrito, não-verbal) para

incentivar o aluno à atuação acadêmica”, afirmativa D31, 73% dos alunos apresentaram

avaliação positiva (36,5% boa, 23,9% muito boa, 12,6% ótima), 12,4% deles discordaram, e

14,7% foram neutros.

E sobre a afirmativa D32, se a utilização da linguagem da IES para fornecer

“Esclarecimento dos objetivos da instituição”, 76,5% dos respondentes avaliaram

90

positivamente (43,9% boa, 21,4% muito boa, 11,2% ótima). O percentual de discordância foi

de 11,2%, e 12,3% de neutralidade nas respostas.

Nesse agrupamento, verifica-se que houve maior percentual de avaliação positiva dos

alunos entrevistados, em relação ao código (forma de linguagem e seus respectivos recursos)

que a instituição de ensino usa para se comunicar com ele, por ordem de avaliação, foram:

1. 86,7% - D27: O vocabulário é de fácil entendimento

2. 84,2% - D29: Linguagem apropriada à compreensão da mensagem

3. 83,9% - D28: As informações não são ambíguas, ou seja, elas sempre apresentam

um único sentido.

4. 82,5% - D30: As informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas.

5. 79% - D26: Exposições em locais de fácil visibilidade das informações escritas.

6. 77,5% - D25: Utilização das formas oral e escrita adequadas ao conhecimento do

aluno.

7. 76,5% - D32: Esclarecimento dos objetivos da instituição.

8. 73% - D31: Recursos de linguagem (oral, escrito, não-verbal) para incentivar o

aluno a uma atuação acadêmica adequada à proposta pedagógica da instituição.

A mais simples tarefa de interpretação de qualquer mensagem, segundo o autor, requer

certo grau de familiaridade com o código que está sendo utilizado. Para completar a análise

sobre o processo de comunicação, Berlo (1999) ressalta que o emissor precisa identificar a

melhor maneira de atingir o receptor, ao menor custo possível.

No que diz respeito ao código lingüístico utilizado pela Instituição, os dados sugerem

que, na avaliação dos alunos predomina a opinião de que a Faculdade utiliza formas

acessíveis e compreensíveis de linguagem (sem ambigüidades e compreendida

adequadamente pelo receptor).

91

4.3.5 Canal

Entende-se para a presente pesquisa o canal como o instrumento utilizado para

transportar a mensagem de maneira a atingir o receptor. Para verificar como os alunos

percebem o canal utilizado pela instituição foram analisados os itens E33 a E40, referentes ao

Canal, representado por “E”.

E. Em relação à forma como a mensagem circula na instituição, utiliza-se:

• E33. Disponibilização de mais de uma fonte para que o aluno troque

informações com os setores da escola

• E34. Fornecimento de manual informativo

• E35. Realização de reuniões para que o aluno possa ser ouvido

• E36. Fornecimento de informações externas aos alunos, por meio de palestras,

encontros e visitas técnicas

• E37. Disponibilização de murais para apresentar, visualmente,

informações/orientações aos alunos

• E38. Acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a

escola

• E39. Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos aos alunos, por

meio de jornal interno

• E40. Espaço para atuação do diretório acadêmico.

O maior percentual de avaliação dos alunos relacionados a este item encontra-se no

item 5 da escala likert, apresentando uma média percentual de 28,9% o que corresponde

92

conceitualmente à “boa” avaliação e sugere que o aluno percebe como adequadas os códigos

lingüísticos utilizados pela instituição. Este resultado é ilustrado pelo gráfico 18.

Percepções dos Alunos em Relação ao Canal

0

5

10

15

20

25

30(%)

MÉDIA 5,0 3,8 12,0 16,2 28,0 19,5 15,5

PÉSSIMAMUITO RUIM

RUIM DÚVIDA BOAMUITO BOA

ÓTIMA

Gráfico 18 (4) – Percepção dos alunos em relação ao canal

Fonte: Dados da pesquisa.

O quadro 13 apresenta a percepção dos alunos para cada questão referente ao item

canal.

ESCORE E33 E34 E35 E36 E37 E38 E39 E40 MÉDIA

PÉSSIMA 2,1 3,9 11,6 3,2 2,1 1,1 8,1 8,1 5,0

MUITO RUIM

4,6 1,8 5,6 4,6 1,4 1,1 6 5,3 3,8

RUIM 12,3 8,1 19,6 14,7 8,1 2,5 19,3 11,6 12,0

DÚVIDA 17,9 13,3 16,5 14,4 13 7,7 23,2 23,5 16,2

BOA 32,3 31,9 25,3 29,8 32,6 24,2 21,4 26,3 28,0

MUITO BOA

20 22,8 13,3 21,1 24,6 25,3 13 16,1 19,5

ÓTIMA 10,9 18,2 8,1 12,3 18,2 38,2 9,1 9,1 15,5

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

Quadro 13(4) – Percepções dos Alunos em Relação ao Canal Fonte: Dados da pesquisa.

Ao se agrupar os itens de concordância e discordância, obteve-se o seguinte resultado:

Em relação à afirmativa E33, sobre a “Disponibilização de mais de uma fonte para que o

aluno troque informações com os setores da escola”, 63,2% dos respondentes avaliaram

93

positivamente (32,3% bom, 20% muito bom, 10,9% ótimo), 19% deles discordaram, e 17,9%

mantiveram-se neutros.

O resultado obtido da afirmativa E34, “Fornecimento de manual informativo”, mostra

que 72,9% dos alunos apresentaram avaliação positiva (31,9% boa, 22,8% muito boa, 18,2%

ótima), 13,8% discordaram, e 13,3% mostraram-se neutros com este fornecimento pela IES.

Em relação à “Realização de reuniões para que o aluno possa ser ouvido” na IES,

afirmativa E35, 46,7% dos alunos avaliaram positivamente (25,3% bom,13,3% muito bom,

8,1% ótimo) 36,8% discordaram, e 16,5% foram neutros.

Na afirmativa E36, se há, na IES, “Fornecimento de informações externas aos alunos,

por meio de palestras, encontros e visitas técnicas”, 63,2% dos respondentes apresentaram

avaliação positiva (29,8% bom, 21,1% muito bom, 12,3% ótimo), 22,5% discordaram, e

14,4% foram neutros.

Sobre a “Disponibilização de murais para apresentar, visualmente, informações/

orientações aos alunos”, afirmativa E37, 75,4% dos alunos respondentes avaliaram

positivamente (32,6% bom, 24,6% muito bom, 18,2% ótimo), 11,6% discordaram, e 13%

mostraram-se neutros.

Com o maior índice de todas as médias, os alunos respondentes concordaram em

87,7% que há, na IES, “acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a

escola”, afirmativa E38 (24,2% bom, 25,3% muito bom, 38,2% ótimo), 4,7% deles

discordaram, e 7,7% se mantiveram neutros.

No que diz respeito ao “Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos aos

alunos, por meio de jornal interno”, afirmativa E39, 43,5% dos entrevistados apresentaram

avaliação positiva (21,4% bom, 13% muito bom, 9,1% ótimo), 33,4% discordaram, e 23,2%

foram neutros.

94

E sobre o “Espaço para atuação do diretório acadêmico” na IES, afirmativa E40,

51,5% dos alunos avaliaram positivamente (26,3% bom, 16,1% muito bom, 9,1% ótimo),

enquanto 25% discordaram, e 23,5% se mantiveram neutros.

Nesse agrupamento, verifica-se que houve percentual de concordância acima de 40%

para todos os indicadores na avaliação dos alunos em relação ao canal que a IES disponibiliza

para o seu processo de comunicação. Por ordem de avaliação, obteve-se o seguinte resultado:

1. 87,7% - E38: Acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a

escola.

2.75,4% - E37: Disponibilização de murais para apresentar, visualmente,

informações/orientações aos alunos.

3.72,9% - E34: Fornecimento de manual informativo.

4.63,2% -E33: Disponibilização de mais de uma fonte para que o aluno troque

informações com os setores da escola.

5.63,2% -E36: Fornecimento de informações externas aos alunos, por meio de

palestras, encontros e visitas técnicas.

6.51,5% - E40: espaço para atuação do diretório acadêmico.

7.46,7% - E35: Realização de reuniões para que o aluno possas ser ouvido.

8.43,5% - E39: Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos aos alunos, por

meio de jornal interno.

A decisão sobre o tipo de canal utilizado no transporte da mensagem depende de um

conjunto de fatores, entre os quais destacam-se: adequação ao conteúdo da mensagem, ao

código utilizado, às características do receptor, custo etc. A própria fonte também acaba

influenciando a escolha do canal, na medida em que se comunique melhor desta ou daquela

maneira.

95

Em relação a esses indicadores, os dados apontam que a comunicação “on line” é o

canal que apresenta melhor índice de satisfação do aluno. Este resultado sugere que a

instituição utiliza a internet como um canal para facilitar o fluxo de informações.

As análises ressaltam, ainda, que para esta variável surgiu uma aproximação entre os

conceitos concordância e discordância no que se refere à realização de reuniões e ao

fornecimento de dados acadêmicos através do canal jornal. Esses dados remetem às

avaliações das demais variáveis, cujos resultados enfatizaram a importância que o receptor

confere à troca comunicativa.

Nesse sentido, os dados permitem inferir que o aluno, entendido aqui como receptor,

considera a apresentação de suas opiniões e a troca direta de informações como elementos

fundamentais para a efetivação do processo comunicativo.

De acordo com os dados apresentados, foi possível verificar em quais indicadores o

processo comunicativo da IES revelou-se melhor avaliado pelos alunos, por variável,

conforme se apresenta no quadro 14, a seguir.

Elementos da Comunicação Indicadores com melhor avaliação Emissor Estrutura suas mensagens com base na sua

proposta pedagógica. Receptor Divulgação dos canais de comunicação

disponibilizados pela Instituição. Mensagem Garantir a efetiva compreensão do aluno

acerca da informação/orientação. Código Vocabulário de fácil entendimento Canal Acesso à internet, para que o aluno possa se

comunicar on line com a escola. Quadro 14 (4) – Indicadores com melhor avaliação

Fonte: Dados da pesquisa.

Berlo (1999) analisa que todos os elementos que compõem o processo de comunicação

devem ser considerados de forma integrada, e nunca isoladamente. Em se tratando de avaliar

a eficiência da comunicação, torna-se necessário contemplar múltiplos aspectos: habilidades

comunicadoras da fonte e do receptor, seus níveis de conhecimento sobre o assunto veiculado,

96

papéis no sistema social, o contexto cultural onde se encontram inseridos, adequação do

código, conteúdo da mensagem, compatibilidade do canal, etc.

Entendendo o aluno como receptor do processo comunicativo e que a comunicação

não se concretiza de forma passiva, os itens acima apontados podem se constituir em

excelentes norteadores para o processamento da interação comunicativa. De acordo com a

avaliação do aluno, todos os indicadores analisados apresentaram índice de aprovação acima

de 45%, o que sugere que a IES mostra-se interessada em divulgar as mensagens

institucionais e que suas mensagens são claras.

Esses dados não reduzem a necessidade de se manter o canal de comunicação aberto

entre emissor e receptor. Os índices mostram que o acesso àqueles que detêm a informação

através de reuniões e da troce comunicativa direta ainda não é constante. Os resultados

sugerem que a Instituição tem conhecimento deste fato e parece buscar viabilizar a interação

comunicativa.

Analisar os indicadores gerados, considerando as variáveis emissor, receptor,

mensagem, código e canal foi a intenção desta seção, que buscou atender ao objetivo

específico 3, através da análise descritiva dos dados.

A próxima seção tratará do objetivo específico 4.

4.4 Estratégias de comunicação da IES

Esta seção tem a finalidade de subsidiar o objetivo específico 4: “analisar as

estratégias de comunicação da IES a partir da percepção dos respondentes”. Para isso, o

97

instrumento utilizado para análise qualitativa foi o questionário. Este instrumento continha

uma seção com duas questões abertas que solicitavam:

1- que o aluno descrevesse seu sentimento com relação ao processo de comunicação

das mensagens institucionais para os discentes;

2- que o aluno apresentasse sugestões para melhorar a comunicação das mensagens

institucionais para os alunos.

Em um universo de 285 respondentes, 145 deles, ou seja, 50,87% responderam as

questões abertas. O material resultante possibilitou a interpretação e a sistematização do

pensamento do aluno, suas observações e contribuições para a pesquisa realizada sobre

Estratégias comunicativas em Instituições de Ensino Superior.

As perguntas abertas do questionário referentes aos sentimentos do aluno com relação

ao processo de comunicação da instituição e às sugestões apresentadas para melhorar o

processo comunicativo da IES foram tratadas através da análise de conteúdo. Segundo

Richardson (1999), a questão não-estruturada visa a obter do entrevistado aquilo que ele

considera os aspectos mais relevantes de determinado problema.

O critério de categorização adotado no presente estudo foi semântico, ou seja, os

temas relacionados a uma mesma idéia ou a um mesmo sentido foram agrupados. Assim,

realizou-se um inventário de todos os elementos apresentados e, a partir daí, para cada

questão foram elencadas as diversas categorias.

Na questão 1, foram agrupados sentimentos relacionados à estrutura das mensagens;

às atitudes da instituição; à divulgação das mensagens e outros ( afirmações dissociadas dos

campos semânticos elencados acima). O quadro 15 ilustra a categorização.

98

Frequência % Aspectos Relacionados

Muito Ruim 17 7,7 Muito ruim

Ruim 41 18,5 Ruim, É falha, Deixa a desejar, È ineficiente, Falta clareza, Insatisfatório

Razoável 32 14,4 Razoável, Precisa melhorar

Boa 63 28,4 Boa, Satisfatória, Funciona, Há empenho, Facilitadora, Objetiva, Clara,

Muito Boa 26 11,7 Muito boa, Moderna, Eficiente, Importante

179 80,6

Falta agilidade 7 3,2

Falta atitude 7 3,2 Falta atitude, Não dá feedback, Despreparo

Falta cativar o aluno 6 2,7 Precisa cativar, Falta acessibilidade, inflexibilidade

Desorganização 5 2,3

Outras 4 1,8 Elitiza, insegurança, age de má fé, sou cliente - estou pagando

Sem reclamação 2 0,9

31 14,0

Oferece diversos meios 2 0,9

Faltam meios 2 0,9

Meios deficientes 4 1,8 Site ruim, Lenta

Não há comunicação 4 1,8

12 5,4

222 100,0

Divulgação das

Mensagem

Estrutura da Mensagem

Atitudes da Instituição

Quadro 15(4) Categorização dos Sentimentos Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico 19 apresenta a síntese dos sentimentos categorizados:

SENTIMENTOS RELACIONADOS

0

50

100

150

200

Freq

uênc

ia

0

15

30

45

60

75

90

%

Frequência 179 31 12

% 80,6 14 5,4

Estrutura das Mensagens

Atitudes da Instituição

Divugação das Mensagens

Gráfico 19(4) – Sentimentos relacionados Fonte: Dados da pesquisa

Os resultados obtidos na questão 1 sugerem haver uma avaliação positiva dos alunos a

respeito do processo comunicativo da Faculdade dos Guararapes, visto que 89 afirmações

variam entre muito bom e estrutura facilitadora. Apesar disso, 58 respostas fizeram referência

aos aspectos negativos da estruturação das mensagens: de pouco clara à insatisfatória.

“Estou satisfeita com a comunicação da Faculdade” ( respondente 136).

“Boa comunicação. O acesso é fácil” ( respondente 258).

99

O gráfico 20 apresenta os sentimentos do aluno no que se refere à estrutura das

mensagens:

ESTRUTURA DAS MENSAGENS

0

20

40

60

80

Freq

uênc

ia

0

5

10

15

20

25

30

(%)

Frequência 17 41 32 63 26

% 7,7 18,5 14,4 28,4 11,7

Muito Ruim

Ruim Razoável BoaMuito Boa

Gráfico 20(4) – Estrutura das mensagens. Fonte: dados da pesquisa.

Um número significativo de afirmações, porém, ressalta a preocupação do aluno com

o processo comunicativo: 26 alunos afirmaram que a comunicação precisa melhorar, o que

sugere um meio-termo: não há ineficiência, mas também não satisfaz completamente.

“As informações devem ser transmitidas com mais segurança.” (respondente 126)

“Acredito que a comunicação possa melhorar” (respondente 121).

“A instituição vem melhorando sua comunicação) respondente 124).

Quanto à categoria “atitudes da instituição”, falta de agilidade e desorganização foram

os sentimentos que mais se destacaram. As respostas sugerem que o aluno não percebe as

atitudes institucionais como planejadas, o que denota, para ele, lentidão ou desorganização. É

importante salientar que, confrontando-se com a categoria “estrutura das mensagens”, a

presente categoria apresentou freqüência menor: 28 considerações, enquanto aquela obteve

179.

“As informações são transmitidas na última hora.” (respondente 192)

“Mais antecedência nas comunicações”. (respondente 196)

100

O gráfico 21 apresenta a categorização dos sentimentos relacionados às atitudes da

Instituição.

ATITUDES DA INSTITUIÇÃO

0

2

4

6

8Fr

equê

ncia

0,00,51,01,52,02,53,03,5

(%)

Frequência 7 7 6 5 4 2

% 3,2 3,2 2,7 2,3 1,8 0,9

Falta agilidade

Falta atitudeFalta cativar

o alunoDesorganiza

çãoOutras

Sem reclamação

Gráfico 21(4) – Atitudes da Instituição. Fonte: dados da pesquisa.

A categoria “sentimentos relativos à divulgação das mensagens” obteve uma

freqüência menor: 12 afirmações. Destas, 4 afirmaram não haver comunicação na instituição,

enquanto que 2 disseram haver diversos meios de comunicação . Os demais consideraram a

divulgação lenta (3) e consideraram o site ruim(1).

“A comunicação é lenta.” (respondente 274).

O gráfico 22 apresenta a categorização dos sentimentos relacionados à

divulgação das mensagens.

DIVULGAÇÃO DAS MENSAGENS

0

1

2

3

4

5

Freq

uênc

ia

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

(%)

Frequência 2 2 4 4

% 0,9 0,9 1,8 1,8

Oferece diversos

Faltam meiosMeios

deficientesNão há

comunicação

Gráfico 22(4) – Divulgação das mensagens. Fonte: Dados da pesquisa.

101

Com relação à categorização realizada na questão 1, uma consideração destacou-se

dentre as demais: “sou cliente, estou pagando por este serviço”. A afirmação soou como

destoante visto que, em momento algum, os alunos demonstraram entender a relação

escola/aluno como uma transação comercial. A esse respeito, Morin(2003) afirma que o papel

da educação é instruir o espírito a viver e a enfrentar as dificuldades da vida. Silva Jr (2005)

reforça que a educação é uma atividade formadora de um ser humano adaptável a qualquer

pacto social.

No tocante à questão 2, foram agrupadas as seguintes categorias: atitudes da

instituição ao se comunicar com o aluno; fatores que auxiliem o aluno a entender as

mensagens; a partir de quais situações a instituição deve produzir mensagens; como as

mensagens devem ser veiculadas; meios de circulação das mensagens e outros.

A categorização da questão dois associou-se aos elementos do processo de

comunicação. Assim, a categoria um relacionou-se ao emissor; a dois tem relação com o

receptor; a categoria três associa-se à mensagem; a categoria quatro faz referência ao código e

a última categoria diz respeito ao canal de comunicação. O quadro 16 ilustra a categorização

realizada.

102

Frequência % Aspectos Relacionados

Eqüidade 13 8,2 Eqüidade;Respeito;Incentivar os alunos

Direçao acessível 18 11,3

TreinamentoFuncionários 11 6,9

Melhorar Comunicação 19 11,9 Melhorar comunicação;Transparência;Verdade;Compromisso;Dar feedback;Inovação

61 38,4

Agilidade 9 5,7 Agilidade;Menos burocracia.

Clareza 6 3,8

Bom relacionamento com alunos

6 3,8

21 13,2

Pesquisas de opinião 4 2,5

Ouvidoria 6 3,8

Reuniões 7 4,4

17 10,7

Comunicação visual 1 0,6

Registro escrito 1 0,6

Documentar atendimentos

1 0,63 1,9

Jornal 26 16,4 Jornal, Quadro de avisos

Eventos 9 5,7 Eventos,Mais palestras

É suficiente 3 1,9

Outros 19 11,9 Sala-de-aula;Cartazes,Rádio;Sem sugestões,Panfletos;Outras Mídias57 35,8159 100,0

Canal

Mensagem

Código

Emissor

Receptor

Quadro 16 (4) – Categorização das sugestões. Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico 23 apresenta a distribuição das sugestões dos respondentes, de acordo com

cada categoria:

SUGESTÕES

0

10

20

30

40

50

60

70

Freq

uênc

ia

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

($)

Frequência 61 21 17 3 57

(%) 38,4 13,8 10,7 1,9 35,8

Emissor Receptor Mensagem Código Canal

Gráfico 23 (4) - Sugestões por categorias. Fonte: Dados da pesquisa.

As categorias relacionadas à questão 2 observaram especificamente os elementos do

processo de comunicação teorizado por Berlo (1999). A primeira categoria apresenta o

emissor e agrega as sugestões dos alunos acerca das atitudes da instituição ao se comunicar.

103

Entende-se aqui a instituição como emissor do processo comunicativo. Para Berlo

(1999), o emissor é aquele que tem por finalidade codificar a mensagem e torná-la

compreensível ao receptor.

As considerações apresentadas pelos alunos sugerem a necessidade de acessibilidade à

direção da instituição (18 afirmações), bem como a importância de treinamento dos

funcionários (11). Infere-se, pois, que para o aluno o emissor precisa estar preparado para

transmitir a mensagem.

“Permitir mais abertura dos alunos com a instituição” (respondente 75).

“Mais acessibilidade à direção” (respondente 265).

“Fazer reuniões com os funcionários para mantê-los bem-informados” (respondente

47).

“Aplicar treinamento em comunicação pessoal aos funcionários”(respondente 185).

“Dispor de profissionais qualificados em comunicação”(respondente 250).

O gráfico 24 apresenta a representação das sugestões associadas à variável emissor:

Emissor

0

5

10

15

20

Freq

uênc

ia

0

3

6

9

12

15

(%)

Frequência 13 18 11 19

% 8,2 11,3 6,9 11,9

Eqüidade Direçao acessívelTreinamentoFuncio

náriosMelhorar

Comunicação

Gráfico 24(4)- Sugestões- emissor Fonte: Dados da pesquisa.

A segunda categoria diz respeito à sugestão de fatores que auxiliem o aluno a entender

as mensagens. Seu alvo é, portanto, o receptor. Para Berlo (1999) o receptor é o foco do

processo comunicativo. Nesse sentido, os alunos apresentaram como elementos

104

imprescindíveis para o entendimento das mensagens o bom relacionamento com os alunos, a

clareza, a ausência de burocracia e a agilidade.

“Melhorar relacionamento com os alunos” (respondente 101).

“Informativos claros e curtos e expostos em pontos estratégicos” (respondente 112).

“Melhorar relação com os alunos”. (respondente 130).

“Repassar as informações de forma clara e correta” (respondente 145).

A respeito da variável receptor, o gráfico 25 ilustra a síntese das sugestões realizadas.

Receptor

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Freq

uênc

ia

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

(%)

Frequência 9 6 6

% 5,7 3,8 3,8

Agilidade ClarezaBom relacionamento

com alunos

Gráfico 25(4)- Sugestões- receptor. Fonte: Dados da pesquisa

A categoria mensagem refere-se à situação de produção das mensagens. Berlo (1999)

considera a mensagem o instrumento que une o emissor ao receptor, permitindo divulgar

diversos conteúdos. Para o aluno,reuniões, ouvidoria e pesquisas de opinião seriam excelentes

caminhos para se produzir mensagens.

“Passar as informações para os representantes”.(respondente 124)

“Criação de ouvidoria presencial em sala”. (respondente 119)

“Reunião semestral com os alunos”.(respondente 208)

“Reunião com alunos. Ouvir reivindicações”. (respondente 215)

O gráfico 26 ilustra o percentual se sugestões associadas à categoria mensagem:

105

Mensagem

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Freq

uênc

ia

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

(%)

Frequência 4 6 7

% 2,5 3,8 4,4

Pesquisas de opinião Ouvidoria Reuniões

Gráfico 26(4)- Sugestões-Mensagem Fonte: Dados da pesquisa.

O código lingüístico para Berlo (1999) é o sistema de regras para tornar inteligível o

conteúdo da mensagem. Nesta categoria, foram agrupadas sugestões dos alunos de como as

mensagens devem ser veiculadas. Apenas três alunos fizeram referência à estrutura do código.

Um aluno disse ser a comunicação visual uma excelente ferramenta; outro afirmou que o

padrão escrito da Língua Portuguesa seria essencial sempre, enquanto o terceiro aluno

chamou atenção para a necessidade de se documentar todos os atendimentos.

“Melhorar comunicação visual”. (respondente 211)

“Criar protocolo de atendimento”. (respondente 232)

Sobre a categoria código, as sugestões apresentadas são ilustradas através do gráfico

27:

Código

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

Freq

uênc

ia

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

(%)

Frequência 1 1 1

% 0,6 0,6 0,6

Comunicação visual Registro escrito Documentar atendimentos

Gráfico 27 (4)- Sugestões-código Fonte: dados da pesquisa

106

A categoria “canal” compreende os meios de circulação das mensagens. No

entendimento de Berlo (1999) , canal é o meio utilizado para transportar a mensagem. Dentre

as sugestões dos alunos, aquela que obteve maior freqüência foi o jornal (20), sugeriu-se,

também, a realização de mais palestras (o que pressupõe haver palestras na instituição); o uso

mais freqüente do quadro de avisos, de outras mídias e de panfletos. Três alunos afirmaram

que os canais hoje utilizados são suficientes.

“Gerar palestras, planejar aulas práticas” (respondente 246).

“Aumentar a quantidade de cartazes e folders”(respondente 263).

“Informação diária através de panfleto e mural” (respondente 263).

“Criar jornal para comunicação interna” (respondente 138).

O agrupamento das sugestões relativas à categoria canal é apresentado no gráfico 28:

Canal

0

5

10

15

20

25

30

Freq

uênc

ia

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

(%)

Frequência 26 9 3 19

% 16,4 5,7 1,9 11,9

Jornal Eventos É suficiente Outros

Gráfico 28 (4) - Sugestões canal Fonte: Dados da pesquisa.

Percebe-se, assim, que o emissor e o canal de comunicação foram as categorias que

apresentaram o maior número de sugestões. A respeito do canal de comunicação,

Robbins(2002) afirma que é o emissor quem determina qual o meio através do qual a

107

mensagem será transmitida. A eficácia da comunicação está diretamente relacionada à escolha

do canal:

O sucesso da comunicação de uma pessoa inclui habilidades de fala,escrita,escuta e raciocínio.A quantidade de conhecimentos do emissor sobre o assunto afeta a mensagem que ele pretende transmitir.Assim como as atitudes influenciam o comportamento, nossas crenças e valores nos influenciam enquanto emissores do processo comunicativo. (ROBBINS, 2002, p.278).

As afirmações e sugestões dos alunos ratificam as idéias apresentadas por Robbins

(2002). O emissor precisa estar em sintonia com o receptor para que o processo comunicativo

se realize de forma efetiva. A análise das considerações dos alunos sugere que a instituição

deve enfatizar a relação entre emissor e receptor, além de valorizar o canal “jornal”.

O objetivo desta seção foi embasar o objetivo específico 4: “ Analisar as estratégias de

comunicação da IES, na percepção dos respondentes.” O próximo capítulo a conclusão das

análises realizadas na presente pesquisa.

108

5 Conclusão

O presente estudo teve como objetivo geral verificar até que ponto existe uma

adequação comunicativa nas mensagens veiculadas pela Faculdade dos Guararapes para os

alunos do curso de Administração de Empresas, de acordo com o modelo de mensuração da

qualidade da comunicação desenvolvido por Fiúza (2004).

Procedeu-se às análises quantitativa e qualitativa dos dados para verificar como os

alunos respondentes percebiam a adequação comunicativa das mensagens veiculadas pela IES

estudada.

Berlo (1999) apresenta fatores que atuam sobre o emissor da mensagem, influenciando

seu comportamento no ato comunicativo, seu objetivo, seus mecanismos codificadores e o

conteúdo das mensagens, da seguinte forma: a habilidade comunicativa determina a fidelidade

da comunicação na medida em que influencia a capacidade individual de se analisar objetivos

e intenções, bem como a capacidade de codificar a mensagem de maneira a expressar o que se

pretende.

Corrado (1994) apud Fiúza (2004) analisa que todo esse processo comunicativo, que

envolve inúmeras particularidades, não é mais responsabilidade de alguns, mas ampliou-se,

tornando-se uma prioridade para todos os membros da organização.

Todos precisam trabalhar para cumprir a missão da organização. Todos precisam transmitir aos principais públicos da organização mensagens verossímeis e todos precisam compartilhar os sucessos e os fracassos da empresa. (Corrado, 1994, p.9).

Após se coletarem os dados utilizando o instrumento proposto, pretendeu-se relacioná-

los com as conclusões do esquema teórico, permitindo dessa forma encontrar as respostas

para a problemática desta pesquisa: até que ponto existe adequação comunicativa nas

109

mensagens veiculadas pela Faculdade dos Guararapes na percepção dos alunos do curso de

Administração de Empresas, de acordo com o modelo de Fiúza (2004)?

O resultado obtido possibilita constatar que o aluno da Faculdade dos Guararapes

percebe as estratégias comunicativas da Instituição como adequadas, visto que as maiores

médias dos resultados quantitativos concentram-se nas categorias 5 e 6 (boa e muito boa) da

escala proposta; além disso, a categorização semântica ratificou os dados quantitativos.

Apesar de, no cômputo geral, a avaliação do aluno ter sido apresentada como boa, há

alguns elementos que precisam ser analisados pontualmente.

Para que haja comunicação, é necessária a presença, num sistema, de elementos, como

o emissor, o receptor, o código lingüístico, o canal e a mensagem. São necessários também

processos de leitura e de análise (SCHULER: 2004).

Este trabalho considerou, pois, como elementos necessários ao processamento da

comunicação os cinco elementos-chave do processo de interação comunicativa: o emissor; o

receptor; a mensagem; o código e o canal, que foram aqui categorizados a partir da percepção

do aluno da Faculdade dos Guararapes. As informações da literatura apontam que é

necessário ao emissor considerar a visão do receptor da mensagem; suas necessidades e

opiniões (BERLO: 1999).

Se a comunicação é influenciada pelas habilidades comunicativas do emissor, na

medida em que influenciam a capacidade individual de analisar os próprios objetivos e

intenções e de codificar a mensagem de maneira a expressar o que se pretende ao receptor

(Berlo, 1999), para este estudo, todas as análises tomaram o aluno como elemento norteador,

entendido aqui como receptor. Sua visão do processo comunicativo da Instituição estudada

está refletida nos resultados aqui apresentados.

110

O aluno da Faculdade dos Guararapes é essencialmente jovem, com idade média

variando entre 21 e 25 anos (37%); o gênero predominante é o feminino (57%) e a maioria

está inserida no mercado de trabalho (84%).

Os resultados apontam que o receptor do processo comunicativo considera a

acessibilidade àqueles que detêm a informação na Instituição como premissa para que a

interação comunicativa se estabeleça.

Esta avaliação foi embasada pelo procedimento “seleção da variável substituta”,

através da análise fatorial. Os elementos apresentados sugerem que o receptor espera que haja

clareza do emissor ao tratar das questões institucionais.

No que concerne ao emissor, o item considerado como representativo diz respeito à

permissão da troca de informações. Este item foi considerado pelo aluno como uma

característica daquele que detém a informação. Ressalta-se que, considerando as informações

da literatura, como expõe Berlo (1999), “é necessário ao emissor considerar a visão do

receptor da mensagem, suas necessidades e opiniões”.

O processamento da comunicação no âmbito da IES está atrelado, para o aluno, ao

papel-chave do emissor que é o de esclarecer-lhe as dúvidas. Quanto à mensagem, o aluno

considera que a informação que lhe é transmitida deve ter linguagem apropriada, ou seja, para

ele, a adequação às necessidades e à sua capacidade de entendimento são pré-requisitos para

que se estabeleça a troca comunicativa.

O código lingüístico, para o aluno, deve ser aquele que facilite o acesso às

informações, ou seja, os alunos remetem ao emissor como responsável pelo direcionamento

adequado das informações. Quanto ao canal de comunicação considerado pelo aluno, o jornal

apresentou-se como o meio mais adequado, ou seja, o aluno entende a comunicação como algo

pontual, interacional, objetivo, acessível e claro.

111

Berger; Luckman (1985) apud Fiúza (2004) defendem que para que se efetive a

comunicação é necessária a existência de um processo de interação no qual os significados

sejam compartilhados de forma acessível, através de código e canal adequados aos seres da

relação.

Na Faculdade dos Guararapes, pois, as análises demonstraram que o processo de

interação comunicativa se estabelece e caminha para um efetivo crescimento, visto que, na

percepção do aluno, a Instituição mostra interesse em fornecer-lhe informações e divulgar os

canais para que os alunos cheguem à informação.

Entretanto, o aluno ainda não percebe abertura da Instituição para que o mesmo

expresse suas opiniões, tampouco vê abertura para a realização de reuniões que tenham o

objetivo de ouvi-lo.

Este sentimento foi formalizado não só através das medidas quantitativas. A análise

qualitativa não só ratificou os números apontados, mas também mostrou caminhos que, para o

aluno, seriam responsáveis pelo estabelecimento da interação comunicativa.

O aluno da Faculdade dos Guararapes sugere que a Instituição aproxime-se mais dele:

apresentando-lhe, com maior freqüência, feedback às suas solicitações. Para o

receptor,verdade, clareza e transparência perfazem os elementos norteadores do respeito e da

eqüidade.

Para Baldissera (2000), comunicar é criar vínculos e estabelecer equilíbrio entre os

sentimentos da Instituição e dos públicos envolvidos. Este sentimento de respeito surge com

muita força nas afirmações dos alunos, quando sugerem haver com mais freqüência reuniões e

palestras. Para eles, o jornal é considerado o meio mais adequado para que as informações

pontuais sejam transmitidas.

Segundo Kunsh (1992), a elaboração de uma política de comunicação poderá ater-se a

uma série de etapas que compreendem pesquisa, análise e construção de diagnóstico,

112

determinação de objetivos e metas, esboço de estratégias gerais, implementação de programas

específicos, controle de ações e avaliação de resultados.

Daí a necessidade de atentar ao valor percebido pelo aluno em relação aos serviços

prestados e à satisfação de suas necessidades. Andrade e Amboni (2002) ressaltam a

importância da imagem da instituição frente ao mercado. Pensando nessa perspectiva, Fiúza

(2004) defende que as IES privadas precisam lançar mão daquilo que, por longo tempo, têm

se esquivado de fazer: a utilização de ferramentas administrativas e de marketing, necessárias

para criar competitividade e manutenção no mercado.

Falta à Instituição equilíbrio entre seus interesses e os de seu público-alvo, uma vez que

o aluno percebe que os objetivos institucionais são transmitidos, mas seus anseios não são

compreendidos, visto que 73,4% dos respondentes concordam com o fato de a Instituição

estruturar suas mensagens com base em sua proposta pedagógica, mas esses mesmos alunos (

80%) afirmam que a IES precisa estar aberta ao diálogo e à audição dos problemas do aluno.

Nesta pesquisa, chegou-se à conclusão de que o aluno da Faculdade dos Guararapes

entende que a IES se preocupa com a efetividade do entendimento das mensagens por ela

veiculadas, assim como solicita que a Instituição efetive uma relação comunicativa mais

acessível, privilegiando a interação.

É necessário, pois, que a IES busque uma comunicação integradora, para dialogar com

seu público e para satisfazê-lo. Nos dizeres de Fiúza (2004) : não há sucesso isolado em

qualquer organização, muito menos em Instituições de Ensino Superior. A equipe deve

comunicar, sempre, entre si, de forma articulada.

Os resultados sugerem que existe adequação comunicativa nas mensagens veiculadas

pela Faculdade dos Guararapes, na percepção dos alunos do curso de Administração de

empresas, visto que os alunos avaliaram satisfatoriamente a transmissão dos objetivos

institucionais para seu público-alvo.

113

Berlo (1999), ressaltando o processo de interação, aponta que, da mesma forma que as

habilidades comunicadoras da fonte são importantes para capacitá-la a interpretar os eventos,

criar e codificar a mensagem, as habilidades relacionadas com o receptor também são

essenciais à efetividade da comunicação, pois delas depende a decodificação da mensagem

recebida. Por isso, não se pode predizer o êxito do ato comunicativo apenas em função das

habilidades da fonte ou do receptor, isoladamente, mas sempre em conjunto.

Apesar de evidente importância da comunicação para o desenvolvimento humano e

organizacional, como exposto por Torquato (1991), França (1993), Kunsch (1997,1999), Del

Pozo (1997), Berlo (1999) e outros autores, paradoxalmente, não lhe tem sido dada a devida

importância como ferramenta gerencial, ficando, em muitos casos, relegada a segundo plano

nos processos de planejamento, o que é temerário, pelo fato de que a comunicação é peça

fundamental para a operacionalização dos mesmos ( FIÚZA, 2004).

É necessário, pois, à IES buscar, em sentido integrado, uma comunicação de qualidade,

para encontrar seu público e satisfazê-lo. O contato com o público-alvo deve ser o mais

próximo possível. Administrar esse relacionamento, principalmente sob a forma de programas

de qualidade de comunicação, poderá proporcionar vantagens para a imagem da instituição.

As análises quantitativa e qualitativa apresentaram resultados consonantes. Os

elementos essenciais para que haja adequação comunicativa, na visão do aluno, são aqueles

que dizem respeito à troca de opiniões e à acessibilidade aos que fazem a Instituição.

A análise qualitativa ratificou os resultados gerados pela análise quantitativa: a

comunicação na Faculdade dos Guararapes é satisfatória, mas precisa ser entendida como um

processo bilateral. A esse respeito, sugere-se que um planejamento das ações comunicativas da

Instituição seja planejado para que todos os funcionários tenham condições de estabelecer

diálogo com o aluno. Deve-se cuidar para tornar comum a rede de associações na qual a

114

mensagem é percebida para que diferentes pessoas possam compartilhar um significado

(Schuler: 2004).

Cabe à IES partir dos dados apresentados para ampliar o canal de comunicação no

sentido de construir um meio que permita a melhor fidelidade da transmissão das mensagens

e, assim, buscar implementar um processo de comunicação de fato interativo.

Para concluir, os processos de comunicação da IES estudada atendem aos anseios

institucionais, mas ainda não conseguiram atender aos anseios de seu público-alvo. A partir

dessas constatações, espera-se que a IES estudada obtenha uma visão mais aprofundada do

entendimento que os alunos dão às estratégias comunicativas implementadas pela Faculdade.

A contribuição deste trabalho está no produto final da análise que trouxe respostas

efetivas para a empresa alvo da investigação. Embora sejam respostas interpretativas e, como

tal, sujeitas a pontos de vistas diferentes, são baseadas em análises de manifestações concretas

dos alunos, com procedimentos passíveis de serem replicados.

Por fim, sobre a importância de se efetivar a troca comunicativa em quaisquer esferas

institucionais, são apresentadas as palavras de Morin:

A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensões mútuas. Dada a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão necessita da reforma planetária das mentalidades; esta deve ser a tarefa da educação do futuro (MORIN:2000).

5.1 Sugestões para pesquisas futuras

Como sugestões para futuras pesquisas, podem ser apontadas aquelas que visem a

aprofundar e aperfeiçoar as conclusões obtidas neste trabalho, por meio de análises mais

detalhadas ou mesmo por meio da proposição de planejamento comunicativo para

115

fortalecimento da imagem empresarial e , de modo mais específico, da imagem da instituição

de ensino superior.

Por isso, outros estudos são recomendados, enfocando outras dimensões além da

contemplada nesta pesquisa:

a) busca de ferramentas capazes de gerenciar toda a informação que circula dentro da

Instituição;

b) desenvolvimento de projetos visando ao registro de ações facilitadoras às interações

comunicativas;

c) avaliação da comunicação em outros ambientes organizacionais;

d) avaliação da comunicação em ambientes organizacionais, para verificar se ela é

integrada e se existe adequação comunicativa;

e) redução do número de itens do instrumento através de análise fatorial, para que seja

aplicado e avaliado de modo mais rápido e não menos preciso.

Por fim, ratificando as idéias de que a comunicação não se estabelece de forma

unilateral, mas de forma interativa e entendendo o ser humano como elemento capaz de

gerar sentido intencionalmente, apresenta-se, pois, este trabalho como aberto à ampliação

de análises e ao aprofundamento dos elementos comunicativos que busquem aproximar

mais e melhor as pessoas.

116

117

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125

APÊNDICES

1 Carta introdutória

CPPA/FBV – Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa

Viagem – Mestrado em Administração

Orientação: Prof(a). Lúcia Barbosa, PhD.

Mestranda: Cristiane Conde Prezado (a) aluno (a),

Esta é uma pesquisa de Mestrado em Administração, com foco na área de

Comunicação Organizacional, que pretende analisar as estratégias comunicativas de uma

Instituição de Ensino Superior.

A comunicação organizacional compreende o conjunto de métodos, técnicas, recursos, meios etc., pelo qual a empresa se dirige tanto ao público interno, quanto ao público externo.Sua participação nesta pesquisa é fundamental para o levantamento de dados no que concerne à qualidade da comunicação em Instituições de Ensino Superior .

Os resultados desse estudo constituir-se-ão em um instrumento que possibilitará aos gestores da instituição privada de ensino superior conhecer quais estratégias comunicativas são mais ou menos eficazes, de acordo com a ótica do aluno.

Os resultados desta pesquisa não serão divulgados abertamente. Será mantido sigilo total com relação às respostas. Para a dissertação ou qualquer apresentação pública serão apresentados os dados de forma codificada, não podendo terceiros identificar detalhadamente suas respostas.

Agradeço sua disponibilidade em participar desta pesquisa. Atenciosamente,

Cristiane Conde [email protected]. 81-88570893

126

APÊNDICE 2 Questionário aplicado

ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS DA FACULDADE DOS GUARARAPES

Cada um dos itens abaixo descreve atividades relacionadas às estratégias comunicativas. Atribua conceitos de 1 a 7, de acordo com a tabela a seguir:

LEGENDA CONCEITUAL

1- Péssima 2- Muito Ruim 3- Ruim 4- Dúvida 5- Boa 6-Muito boa 7- Ótima

Item Em relação à postura da Instituição ao se comunicar

com o aluno, a Faculdade : Grau

1 Apresenta atenção em ouvi-lo, respeitando-lhe o ponto de vista.

2 Mostra interesse em fornecer-lhe informações.

3 Esclarece-lhe sobre suas dúvidas.

4 Cumpre, com freqüência, promessas de atendimento às suas solicitações.

5 É coerente em relação ao que diz e o que ela realiza.

6 Estrutura suas mensagens com base na sua proposta pedagógica

7 Orienta-o sobre seus direitos e deveres na instituição

8 Sempre lhe fornece feedback às suas solicitações

Em relação aos fatores que auxiliam o aluno a entender as mensagens veiculadas na instituição, há:

9 Facilidade de acesso às informações.

10 Disponibilização de dados de seu interesse.

11 Facilidade de acesso às pessoas que detém informações importantes na escola.

12 Clareza e objetividade das informações/ orientações fornecidas.

13 Divulgação dos canais de comunicação disponibilizados pela Instituição.

14 Fornecimento de mensagens/informações não-agressivas e objetivas dos setores da Instituição.

15 Fornecimento de informações/ orientações confiáveis.

16 Respostas às solicitações feitas pelos alunos.

127

As mensagens veiculadas na instituição são estruturadas para:

17 Garantir a efetiva compreensão do aluno acerca da

informação/orientação.

18 Permitir a satisfação/ expectativa do aluno.

19 Orientar o aluno em sua área de atuação.

20 Esclarecer sobre a atuação dos setores e planos da instituição.

21 Solucionar dúvidas do aluno.

22 “Abrir” espaço de opinião/ argumentação do aluno com a escola.

23 Permitir a troca de informações com o aluno.

24 Orientar o aluno sobre decisões institucionais.

A estrutura das mensagens fornecidas na instituição apresenta características como:

25 Utilização das formas oral e escrita adequadas ao conhecimento do aluno.

26 Exposições em locais de fácil visibilidade das informações escritas.

27 O vocabulário é de fácil entendimento.

28 As informações não são ambígüas, ou seja, elas sempre apresentam um único sentido.

29 Linguagem apropriada à compreensão da mensagem.

30 As informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas

31 Recursos de linguagem (oral, escrito, não-verbal) para incentivar o aluno a uma atuação acadêmica adequada à proposta pedagógica da instituição.

32 Esclarecimento dos objetivos da instituição.

Em relação à forma como a mensagem circula na instituição, utiliza-se:

33 Disponibilização de mais de uma fonte para que o aluno troque informações com os setores da escola.

34 Fornecimento de manual informativo .

35 Realização de reuniões para que o aluno possa ser ouvido 36 Fornecimento de informações externas aos alunos, por meio de palestras,

encontros e visitas técnicas

37 Disponibilização de murais para apresentar, visualmente, informações/orientações aos alunos.

38 Acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a escola.

39 Fornecimento de dados acadêmicos e administrativos aos alunos, por meio de jornal interno.

40 Espaço para atuação do diretório acadêmico

128

Descreva seu sentimento com relação ao processo de comunicação da Instituição para os alunos. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Apresente sugestões para melhorar a comunicação das mensagens da Instituição para os alunos. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Gostaria que você preenchesse seus dados para fins de pesquisas. Seus dados não serão divulgados individualmente: apenas haverá a divulgação do perfil geral de todos os respondentes. Seus dados: Idade: _________ Gênero: feminino masculino Período: __________ Trabalha: sim não Cargo: ___________________________________

129

ANEXOS

ANEXO 1- INDICADORES PROPOSTOS POR FIÚZA (2004)

VARIÁVEIS INDICADORES PROPOSTOS

PARA MENSURAÇÃO DA

QUALIDADE

OBJETIVO

EMISSOR - habilidade comunicativa de ouvir

- atitudes positivas na emissão:

sinceridade, franqueza,

cumprimento de promessas.

- conhecimento do objeto e do processo

da comunicação

- forma associada à posição no sistema

sócio-cultural

- busca de realimentação (Feedback)

Verificar a percepção do

aluno em relação ao

comportamento

comunicativo da instituição

de ensino com o corpo

discente.

RECEPTOR - compreensão do código

- conhecimento do canal

- percepção acerca do emissor: posição,

critérios

- percepção acerca da adequação da

mensagem às necessidades

- confiabilidade no processo

comunicativo

Verificar como o aluno

percebe as informações que

lhe são dirigidas pela

instituição de ensino.

130

MENSAGEM

- conteúdo adequado contexto da

informação

- adequação do tipo de informação ao

sistema utilizado

- adequação ao atendimento das

necessidades

- comunicação em harmonia com

estratégia organizacional

- comunicação pró-ativa e com ênfase

prática

Verificar como o aluno

percebe as funções da

comunicação na instituicão

de ensino.

CÓDIGO - emprego de sentido lógico

- adequação do significado pretendido

- fornecimento de elementos de

interpretação

- linguagem apropriada

- adequação das formas à situação

Verificar como as formas de

linguagem da instituição são

percebidas pelo aluno.

CANAL - seleção do canal apropriado ao contexto

- adequação ao conteúdo da mensagem

- adequação à linguagem utilizada

- adequação às formas empregadas

- disponibilização de canais diversos

Verificar como o aluno

avalia os meios de acesso às

informações na instituição

de ensino.

131

ANEXO 2 - QUESTIONÁRIO MODELO FIÚZA

LEGENDA CONCEITUAL

1- Péssima 2- Muito Ruim 3- Ruim 4- Dúvida 5- Boa 6-Muito boa 7- Ótima Questão Discordo Concordo Total 1 2 3 4 5 6 7 Total

Em relação à postura da Instituição

ao se comunicar

com o aluno:

1 apresenta atenção em ouvi-lo, respeitando-lhe o ponto de vista.

2 mostra interesse em fornecer-lhe informações.

3 esclarece-lhe sobre suas dúvidas.

4 cumpre, com freqüência, promessas de atendimento às suas solicitações.

5 é coerente em relação ao que diz e o que ela realiza.

6 estrutura suas mensagens com base na sua proposta pedagógica (cultura empreendedora)

7 orienta-o sobre seus direitos e deveres na instituição.

8 sempre fornece-lhe feedback às suas solicitações

132

Em relação aos fatores

que auxiliam o aluno a

entender as mensagens veiculadas

na instituição:

9 facilidade de acesso às informações 10 disponibilização de dados de seu interesse.

11 facilidade de acesso às pessoas que detém informações importantes na escola. 12 clareza e objetividade das informações/ orientações fornecidas.

13 divulgação dos os canais de comunicação disponibilizados pela escola.

14 fornecimento de mensagens/informações não-agressivas e objetivas dos setores da escola. 15 fornecimento de informações/ orientações confiáveis

16 respostas às solicitações feitas pelos alunos.

As mensagens veiculadas

na instituição

são estruturadas

para:

17 garantir a efetiva compreensão do aluno acerca da informação/orientação. 18 permitir a satisfação/ expectativa do aluno.

19 orientar o aluno em sua área de atuação.

20 esclarecer sobre a atuação dos setores e planos da instituição.

21 solucionar dúvidas do aluno.

22 “abrir” espaço de opinião/ argumentação do aluno com a escola.

23 permitir a troca de informações com o aluno.

24 orientar o aluno sobre decisões institucionais.

133

A estrutura

das mensagens fornecidas

na instituição

apresentam característic

as como:

25 utilização das formas oral e escrita adequadas ao conhecimento do aluno.

26 exposição em locais de fácil visibilidade das informações escritas.

27 o vocabulário é de fácil entendimento.

28 as informações não são ambígüas, ou seja, elas sempre apresentam um único sentido.

29 linguagem apropriada à compreensão da mensagem.

30 as informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas.

31 recursos de linguagem (oral, escrito, não-verbal) para incentivar o aluno a uma atuação acadêmica adequada à proposta pedagógica da instituição.

32 esclarecimento dos objetivos da instituição.

Em relação

à forma como a

mensagem circula na instituição, utiliza-se:

33 disponibilização de mais de uma fonte para que o aluno troque informações com os setores da escola.

34 fornecimento de manual informativo

35 realização de reuniões para que o aluno possa ser ouvido.

36 fornecimento de informações externas aos alunos, por meio de palestras, encontros e visitas técnicas.

37 disponibilização de murais para apresentar, visualmente, informações/orientações aos alunos.

38 acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a escola.

39 fornecimento de dados acadêmicos e administrativos aos alunos, por meio de jornal interno.

40 espaço para atuação do diretório acadêmico

134

ANEXO 2 – TABULAÇÃO DOS DADOS

EMISSOR

Em relação à postura da Instituição ao se comunicar com o aluno

1 Conc.

2 3 4 5 6 7 Disc.

TOTAL

Total Total

atenção em ouvir, respeitando o ponto de vista

54 38 73 72 68 40 46 391

interesse em fornecer informações 34 48 64 65 82 62 36 391

Esclarecimento de dúvidas 36 44 60 86 57 62 46 391

Cumprimento freqüente das promessas de atendimento às solicitações

46 60 55 88 44 56 42 391

Coerência em relação ao que se diz e o que se realiza

38 58 61 88 62 50 44 391

mensagens com base na proposta pedagógica (cultura empreendedora)

28 49 68 58 66 68 54 391

Orientação sobre direitos e deveres na instituição

49 66 68 40 64 50 44 391

Fornecimento de feedback às solicitações 56 58 70 56 54 55 32 391

RECEPTOR

Em relação aos fatores que auxiliam o aluno a entender as mensagens veiculadas na instituição

1 Disc

2 3 4 5 6 7 Conc.

TOTAL

Total total

Facilidade de acesso às informações 34 55 46 64 66 68 58 391

Disponibilização de dados de interesse 28 46 56 66 87 66 42 391

Facilidade de acesso às pessoas que detém informações importantes na escola

46 58 59 62 70 44 52 391

Clareza e objetividade das informações/orientações fornecidas

56 56 58 62 57 62 40 391

Divulgação dos canais de comunicação disponibilizados pela escola

34 46 51 66 76 70 48 391

Fornecimento de mensagens/informações não-agressivas dos setores da escola

32 46 62 82 66 55 48 391

Fornecimento de informações/orientações confiáveis

44 48 62 66 61 70 40 391

Respostas às solicitações feitas pelos alunos 44 62 63 60 58 44 60 391

135

MENSAGEM

As mensagens veiculadas na instituição são estruturadas para

1 Disc

2 3 4 5 6 7 Conc.

TOTAL

Total total

Garantia de efetiva compreensão acerca da informação/orientação

43 52 68 48 86 48 46 391

Permite a satisfação/expectativa do aluno 38 49 64 66 80 54 40 391

Orienta o aluno em sua área de atuação 38 44 68 63 70 62 46 391

Esclarece sobre a atuação dos setores e planos da instituição

40 48 65 68 82 48 40 391

Soluciona dúvidas dos alunos 44 56 74 73 62 52 30 391

“Abre” espaço de opinião/argumentação do aluno com a escola

60 62 49 62 78 46 34 391

Permite a troca de informações com o aluno 62 66 47 62 70 46 38 391

Orienta o aluno sobre decisões institucionais 56 48 48 73 66 54 46 391

CÓDIGO

A estrutura das mensagens fornecidas na instituição apresentam características como:

1 Disc

2 3 4 5 6 7 Conc.

TOTAL

Total

total

Utilização das formas oral e escrita adequadas ao conhecimento do aluno

42 45 72 60 76 58 38 391

Exposição em locais de fácil visibilidade das informações escritas

44 26 63 52 68 80 58 391

O vocabulário é de fácil entendimento 34 44 49 58 56 70 80 391

As informações não são ambíguas, ou seja, elas sempre apresentam um único sentido

36 55 44 68 58 80 50 391

Linguagem apropriada à compreensão da mensagem

26 50 51 68 74 72 50 391

As informações disponibilizadas aos alunos são atualizadas

35 40 42 70 58 86 60 391

Recursos de linguagem para incentivar o aluno a uma atuação acadêmica

34 53 50 68 78 70 38 391

Esclarecimento dos objetivos da instituição 24 38 57 62 78 68 64 391

136

CANAL

Em relação à forma como a mensagem circula na instituição, utiliza-se

1 Disc

2 3 4 5 6 7 Conc.

TOTAL

Total total

Disponibilização de mais de uma fonte para que o aluno troque informações com os setores da escola

46 43 56 78 68 60 40 391

Fornecimento de manual informativo 33 44 58 56 82 66 52 391

Realização de reuniões para que o aluno possa ser ouvido

48 64 42 79 66 46 46 391

Fornecimento de informações por meio de palestras, encontros e visitas técnicas

38 38 57 58 74 80 46 391

Disponibilização de murais para apresentar informações/orientações aos alunos

38 46 46 78 57 46 80 391

Acesso à internet, para que o aluno possa se comunicar on line com a escola

24 26 22 60 47 68 144 391

Fornecimento de dados por meio de jornal interno

40 38 42 61 62 66 82 391

Espaço para atuação do diretório acadêmico 72 54 36 67 54 56 52 391