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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Fluxo de caixa - Ferramenta crítica para o sucesso de uma
empresa.
Evandro Luiz de Freitas Gomes
ORIENTADOR:
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro 2018
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Gestão de Compras e Suprimentos.
Por: Evandro Luiz de Freitas Gomes
Fluxo de caixa - Ferramenta crítica para o sucesso de uma
empresa.
Rio de Janeiro 2018
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AGRADECIMENTOS
As pessoas envolvidas que me ajudaram até este
momento.
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DEDICATÓRIA
Dedica-se aos familiares, minha esposa e meu
cunhado.
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RESUMO
Este estudo tem por objetivo analisar e mostrar a importância do
Fluxo de caixa como ferramenta crítica para o sucesso de uma empresa, com o
intuito entender suas funcionalidades.
Um grande desafio das empresas sejam elas de grande médio ou
pequeno porte e ter seu fluxo de caixa correto e atualizado, pois todo o seu
planejamento começa quando as receitas e as despesas estão alinhadas aos
objetivos traçados pelo setor de planejamento, ter uma gestão de crise para
acontecimentos internos e externos que possam afetar o fluxo de caixa e
manter o mesmo atualizado durante o ano são alguns dos desafios enfrentados
dentro da organização.
Para que essa missão possa ser executada com excelência é
necessário cooperação entre os setores, troca de informações e transparência
dos gestores das áreas envolvidas e uma checagem periódica do fluxo de
caixa e a central de custo dos setores.
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METODOLOGIA
Este trabalho tem como objetivo geral analisar o Fluxo de caixa como
ferramenta crítica para ao sucesso de uma empresa agregada à gestão
financeira objetivando o melhor resultado.
São objetivos específicos:
Identificar as vantagens de utilizar o fluxo de caixa como
ferramenta crítica para o sucesso da empresa;
Identificar como uma boa estratégia agregada a gestão
financeira pode estabelecer a condição ideal para o uso
preciso do fluxo de caixa.
No atual cenário econômico e político que o país atravessa com
incertezas de influências externas, o setor privado encontra-se no meio do
caos, vivenciando uma esperança de crescimento e tendo como realidade
várias empresas de todos os setores quebrando. Acetar na gestão financeira e
no fluxo de caixa não garante que a empresa não irá passar dificuldades, mas
caminho para a solução.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A EMPRESA E SEUS RECURSOS 09
CAPÍTULO II
FLUXO DE CAIXA 13
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 31
ÍNDICE 32
8
INTRODUÇÃO
No cenário do mercado atual, estar desatualizado ou interpretar de
forma equivocada uma informação, pode acarretar em prejuízos gigantescos
ou até o fechamento do negócio. Baseando-se nessa afirmação, o trabalho
mostra como o Fluxo de caixa pode auxiliar, mas não deve ser considera a
garantia do sucesso. Ele é uma ferramenta que merece cuidados.
O Fluxo de Caixa é uma ferramenta com objetivos de capturar e
registar fatos e valores que permitem uma análise e interpretação através da
sua apresentação em relatórios. (SÁ, 2017, p.19)
O dinheiro é primordial recurso para qualquer empresa é inviável
começar sem o mínimo capital inicial e funcionar sem o capital de giro, a
necessidade de recursos financeiros para toda aquisição ou venda do
produto/serviço o dinheiro é o motor sem ele não existe vida empresarial.
(Chiavenato, 2014, p.1).
Segundo Sá (2017)
Com tudo, mesmo as empresas não lucrativas também buscam o lucro no sentido de se tornarem independentes das verbas do governo ou do mantedor. Em todos os casos o lucro é o excedente entre a receita obtida e a despesa efetuada em uma determinada operação. O lucro significa a remuneração do empreendedor que assume os riscos do negócio.
Dentro da busca por vender seus produtos ou serviço com o objetivo
de lucrar e manter sua companhia saudável o Fluxo de Caixa alinhado à
Gestão Empresarial não negligenciado pelo gestor da empresa se tornam
ferramentas de sucesso para solidificação da empresa perante o mercado.
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CAPÍTULO I
A EMPRESA E SEUS RECURSOS
Toda empresa existe para produzir bens ou serviços. As que
produzem bens são denominadas industriais e as que produzem serviços são
denominadas prestadoras de serviço. Para produzir bens ou serviços as
empesas precisam de recurso, quanto mais recursos, melhor o funcionamento
e quanto menos mais dificuldade para alcançar seus objetivos. (Chiavenato,
2014, p.9)
Devemos ter cuidas com os recursos segundo Chiavenato (2014) “O
excesso de recursos significa quase sempre que eles foram aplicados de modo
pouco rentável.” (p.9).
1.1. Recursos
De acordo com Chiavenato (2014), a administração procura aplicar
os recursos de forma rentável buscando alcançar os objetivos traçados existem
vários tipos de recurso e os menos podem ser agrupados de acordo com a
necessidade de cada empresa, objetivos ou metas.
1.1.1. Recurso Empresarias
Os recursos empresarias podem ser agrupados da seguinte
maneira:
Recursos matérias: recursos físicos como edifícios,
prédios, máquinas, equipamentos, ferramentas, matérias,
matérias-primas, etc.
Recursos financeiros: recursos monetários como capital,
dinheiro em caixa ou bancos, contas a receber, créditos,
investimentos, etc.
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Recursos humanos: recursos vivos e inteligentes, isto é, as
pessoas que trabalham na empresa, desde o presidente
até o mais humilde dos funcionários.
Recursos mercadológicos: recursos comercias que as
empresas utilizam para colocar seus produtos/serviços no
mercado, como promoção, propaganda, vendas, pesquisa
de mercado, pesquisa do consumidor, etc.
Recurso administrativos: recursos gerencias que as
empresas utilizam para planejar, organizar, dirigir e
controlar atividades.
Os recursos empresarias gerenciados de forma estratégica e
alinhado aos objetivos da empresa e ao fluxo de caixa, minimizam os riscos de
perdas de todos os tipos, aumentando a produtividade, os lucros e a
manutenção do material humano de qualidade, aplicado, tornando-se uma
possível vantagem contra seus concorrentes.
Os recursos empresarias podem ser apresentados abaixo:
Figura 1. fonte Chiavenato P.10
1.1.2. Tradicionais Fatores de Produção
Os tradicionais fatores de produção podem ser agrupados da
seguinte maneira:
Natureza: representa os meios que proporcionam a matéria-
prima e os materiais de produção.
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Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que opera e transforma a
matéria-prima em produto acabado ou serviço prestado com a
ajuda de maquinas e equipamentos.
Empresa: representa o elemento de aglutinador dos quatros
fatores de produção.
Os recursos empresarias podem ser apresentados abaixo:
Figura 2. fonte Chiavenato P.10
Ao identificar os fatores tradicionais de produção e possível alocar com
precisão os recursos de curto médio e longo prazo, dessa forma ao lançar no
fluxo de caixa cada área vai estar ciente da projeção financeira, mantendo um
controle mais preciso dos recursos.
1.1.3. Recurso empresarias e Fatores de Produção
Segundo Chiavenato (2014, p.10)
Os recursos materiais correspondem ao fator de produção natureza; os
recursos financeiros ultrapassam o fator de produção denominado capital e
os recursos humanos englobam e transcendem o fator de produção
denominado trabalho.
Para que o processo de colocação de bens/serviços no mercado é
necessário que todos os recursos empresarias devem ser utilizados, deles sem
o dinheiro disponibilizado pelo recurso financeiro todos os outros ficam
enviáveis de serem obtidos nas operações da empresa. Todos os recursos
devem ser utilizados de maneira sistêmica e integrada. Chiavenato (2014, p.11)
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Os recursos empresarias podem ser apresentados abaixo:
Figura 3. fonte Chiavenato P.11
Ao analisar os recursos e fatores de produção fica explicito que sem o
controle do fluxo de caixa, corre-se o risco de não produção do produto/serviço
que é o essencial de cada empresa, que está ligada diretamente à vida úti l da
empresa. Acertar no fluxo é manter a empresa viva no mercado.
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CAPÍTULO II
FLUXO DE CAIXA
De acordo com Ávila (2014),
O fluxo de caixa é a ferramenta mais importante de gestão
financeira para qualquer empresa. Não importa o tamanho ou o
setor, todas precisam ter claro controle do que entra e sai do
caixa. Além do que está para vencer a pagar e a receber.
O fluxo de caixa é um processo de uso contínuo e diário, para manter
sua empresa saudável ele deve ser alimentado com informações verdadeiras,
através de fluxo de caixa as empresas têm conhecimento do dinheiro que entra
e que sai. Mantendo o controle das suas ações financeiras, pois os demais
segmentos estão propícios ao uso do investimento e somente o setor financeiro
através do fluxo de caixa pode dar esse respaldo.
2.1. Tipos de Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa segundo Ávila (2014) “O exercício do fluxo de caixa
consiste, como foi dito anteriormente, em contabilizar as movimentações
financeiras.
Podendo ser executado de duas formas:
Regime de caixa: quando a gestão do caixa é feita
utilizando como datas das transações as entradas e saídas
efetivas de valores do caixa. O ponto positivo é que o fluxo
de caixa se torna uma visão fiel das disponibilidades
bancárias da empresa. O ponto negativo é que as análises
podem ter distorções, devido ao pagamento de contas
atrasadas. Uma empresa pode achar que teve lucro em um
mês no qual foi recebido por várias vendas atrasadas, por
exemplo.
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Regime de competência: quando a gestão do caixa é feita
utilizando como datas das transações o momento em que
elas são firmadas. Uma venda em 6x, por exemplo, entra
no regime de competência assim que ela é acordada.
Muitas empresas utilizam a DRE para fazer o controle pelo regime de
competência, as ferramentas necessárias para fazer as análises podem ser
sistêmicas ou planilhas, em ambos os casos em uso de informações precisas
facilitam o entendimento da gestão para uma tomada de decisão em prol da
empresa, minimizando a perda de tempo e dinheiro.
2.2. Demonstração do Fluxo de caixa
Podemos separar o fluxo de caixa em 05 etapas para um
entendimento dos níveis de analises que podem ser efetuados através do fluxo
de caixa.
O plano de contas que tem como objetivo o princípio básico do fluxo
de caixa que é separar a entradas e saídas em categorias, assim como no
exemplo abaixo:
Figura 4. Plano de contas. Fonte (Google imagens)
O lançamento financeiro nada mais é que os registros detalhados
das transações efetuadas, assim como no exemplo abaixo:
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Figura 5. Lançamento f inanceiro. fonte (Google imagens)
Analise dos lançamentos consiste em subtrair do valor das
entradas e somar ao saldo inicial, geralmente no início do mês se tem mais
despesas e do meio para final mais receitas, a análise desses dados permite
uma melhor preparação mensal e consequente anual, podemos entender
melhor analisando a figura abaixo:
Figura 6. Análise dos lançamentos. Fonte (Google imagem)
A análise dos resultados consolidados, após todas as etapas
anteriores serem preenchidas de forma coesa e verdadeira a analise consiste
no panorama geral da empresa mês a mês, podemos entender melhor
analisando a imagem abaixo:
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Figura 7. Análise dos resultados consolidados. Fonte (Google imagens)
A análise dos resultados consolidados exemplificados na figura 7,
fornece informação sobre as receitas, despesas, lucro/prejuízo, acumulado e
lucratividade do mês.
A análise gráfica permite de maneira dinâmica entender os
resultados de forma simples é prática, separados em algumas categorias para
uma análise mico de cada parte, conforme listado abaixo;
Analise financeira geral por mês: entradas e saídas ao longo do ano.
Receitas: por tipo, para que você saiba as entradas mais
relevantes e as mais insignificantes.
Despesas: por tipo, para que você observe flutuações
mensais e faça cortes nas contas corretas.
Contas a pagar e receber: essencial para o planejamento do
fluxo de caixa.
Necessidade de caixa: saldo inicial do período somado as
entradas subtraídas das saídas.
Saldo acumulado: deve corresponder a soma das suas
disponibilidades de caixa (caixinha, bancos, aplicações, etc.).
Os tipos acima estão representados na figura abaixo:
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Figura 8. Análise Gráfica. Fonte (Google imagem)
Segundo Ávila (2014) “O controle do caixa é essencial para uma
gestão financeira eficiente e eficaz. Além de fornecer tranquilidade ao gestor,
possibilita a previsão de entradas e saídas futuras, auxiliando na tomada de
decisão”.
O fluxo de caixa voltou a estar presente na pauta das pequenas e
médias empresas, por causa da crise econômica obrigaram que as mesmas
melhorassem o controle das despesas e receitas e não existe outro caminho
que não passe pelo fluxo de caixa, já as empresas de grande porte estão
buscando cada vez mais profissionais voltados para um melhor controle do
fluxo de caixa com auxílio à tomada de decisão.
2.3. Resultados Econômicos x Financeiros
Segundo Camargo (2017) “Tanto o resultado financeiro
quanto o resultado econômico são indispensáveis para qualquer empresa que
esteja buscando por excelência na gestão empresarial”.
É comum vermos esses dois termos sendo usados como
sinônimos, inclusive por administradores com muita experiência.
Começamos dizendo que a economia não faz parte das
finanças, mas as finanças fazem parte da economia. Segue exemplo abaixo.
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Uma empresa XYZ realizou uma venda na qual o cliente
deveria pagar R$ 12.000,00 durante quatro meses. A imagem abaixo ilustra o
exemplo:
Figura 9. Análise Gráfica. Fonte (Google imagem)
No entanto, o cliente atrasou os dois primeiros pagamentos.
No terceiro mês ele acertou as contas e pagou as três parcelas. No quarto o
pagamento de R$ 12.000,00 foi realizado conforme o acordado. A imagem
abaixo ilustra o exemplo:
Figura 10. Análise Gráfica. Fonte (Google imagem)
O Resultado Financeiro e o Resultado Econômico da
empresa XYZ foi o seguinte:
Figura 11. Análise Gráfica. Fonte (Google imagem)
A primeira linha, “Competência”, refere-se ao registro do
valor no mês em que a venda ocorreu. Veja que regime de competência não
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tem relação com quando e como o produto será pago. Isso representa um fato
econômico.
Nas segunda e terceira linhas temos uma visão de regime de
caixa (previsto e realizado). Sendo o previsto o acordo de pagamento firmado
com o cliente (ou seja, pagamento de quatro parcelas no valor de R$ 12.000,00
nos meses 01, 02, 03 e 04) e o realizado que é quando efetivamente o cliente
realizou o pagamento (ocorrido nos meses 03 e 04). Nesse caso estamos
falando de atos financeiros.
O contrato firmado e a compra efetuada originaram
imediatamente um ato econômico, independentemente de ter ou não
recebimento de dinheiro. No nosso exemplo, nos dois primeiros meses
nenhuma movimentação no fluxo de caixa ocorreu com relação aos
pagamentos do cliente, mas no terceiro mês a empresa teve seu recebimento.
Foi a partir do terceiro mês, portanto, que ocorreu um ato financeiro.
Outra grande diferença entre os dois termos é o tempo. Ao
analisarmos o escopo econômico veremos que tudo ocorre em um mesmo
período. Em nosso primeiro exemplo, assim que a venda foi realizada a
contabilidade já fez o registro dos recebimentos.
Se fizermos a mesma análise, mas pelo escopo financeiro,
veremos que os fatos são provenientes de períodos diferentes. O nosso
segundo exemplo ilustra isso melhor, pois os valores só foram registrados pelo
financeiro quando a empresa efetivamente recebeu o valor da venda.
Por esse motivo é que podemos dizer que uma empresa tem
uma ótima situação econômica, mas uma situação financeira negativa. Isso
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acontece com aqueles negócios cujos clientes que compraram a prazo são
inadimplentes. Nesse caso, a empresa pode ter direitos a receber, mas não
consegue ter saldo em caixa suficiente para cumprir com suas obrigações.
2.4. Necessidade de Capital de Giro
Segundo Anjos (2018) “Para ser bem-sucedido no mercado,
um negócio precisa ter bom capital de giro, o que mantém suas operações de
maneira saudável e duradoura”.
A necessidade de capital de giro (NCG) indica quando o
negócio precisa dispor de capital de giro a fim de manter suas operações
funcionando. Mais do que isso, esta referência mostra se o negócio deve
buscar outras fontes de recursos, como os financiamentos, por exemplo.
Com isso, a NCG também dá uma direção adequada para a busca
de capital — se a empresa carece de buscá-lo externamente, ou se há aportes
internos suficientes para a estratégia que vem pela frente.
O jeito mais simples de calcular a NCG ainda é utilizando o
balanço patrimonial, de maneira semelhante ao que acontece com o cálculo do
capital de giro em si. Nesses casos, entretanto, deve-se considerar o valor das
contas a receber e das contas a pagar, estoque, os valores em caixa e no
banco (além de empréstimos, se houver).
Vale dizer que as contas a receber são os valores que serão
pagos pelos clientes referentes a compras parceladas; já as contas a pagar
dizem respeito às contas que serão pagas aos fornecedores, normalmente com
prazo menor do que as que serão recebidas.
Estoques, dívidas de terceiros para com a empresa de curto
prazo, caixa e depósitos bancários, por exemplo, constituem o Ativo Circulante
– bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro rapidamente.
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Empréstimos, títulos a pagar, salários de sua equipe e impostos, por exemplo,
constituem o Passivo Circulante. Dessa forma, a necessidade de capital de giro
pode ser calculada pela seguinte fórmula:
Figura 12. Fórmula para Cálculo de Capital de Giro. Fonte (Google imagem)
Se o valor da NCG for negativo, isso não significa que ela não
precisa de capital de giro, e sim que ela precisa buscar fontes externas, já que
as contas a pagar são mais caras do que as contas a receber.
Outra análise benéfica para a necessidade de capital de giro
diz respeito ao ciclo financeiro, ou seja, como ocorrem as vendas por parte da
empresa. Isso é especialmente importante quando consideramos o fato de que
muitas empresas vendem a prazo. Ao vender a prazo, a empresa está
financiando essa dívida do cliente até receber o valor devido. Se, aliado a isso,
a empresa tiver que pagar os fornecedores em um prazo menor do que aquele
que recebe dos clientes, então a NCG é ainda maior para que a empresa
sustente suas operações.
Aqui a NCG leva em conta os prazos médios de recebimento
e prazos médios de pagamentos, tendo como resultado o número de dias que
falta para o negócio necessitar de mais capital de giro. Assim, a NCG fica
calculada da seguinte forma:
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Figura 13. Fórmula para Cálculo de Capital de Giro. Fonte (Google imagem)
A necessidade de capital de giro (NCG) é um indicador
importante para a gestão financeira da empresa, já que é responsável por
demonstrar a necessidade ou não de adquirir capital de giro de fontes externas,
bem como o seu valor. A fórmula para seu cálculo dependerá basicamente do
momento em que a empresa se encontra, podendo ser feita de maneira a
pensar no balanço patrimonial ou no ciclo financeiro.
2.5. Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa
Segundo Grisotto (2016) “O fluxo de caixa de uma empresa
poderá ser afetado por uma série de fatores internos e/ou externos”
O administrador deve estar preparado através das indicações
observadas nesta demonstração financeira para tomar as medidas corretivas
em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas empresas.
2.5.1. Fatores Internos
Expansão descontrolada das vendas, implicando em um
volume maior de compras;
Aumento concedido no prazo de vendas como forma de
aumentar o grau de competitividade da empresa e
aumentar a sua participação no mercado;
Capitalização inadequada com a consequente utilização de
capital de terceiros, aumentando o seu nível de
endividamento;
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Compra em volume incompatível com as projeções de
vendas;
Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a
receber em decorrência dos prazos médios de recebimento
e pagamento;
Giro de estoque muito lento, significando o carregamento
de produtos obsoletos ou de difícil venda, imobilizando
recursos da empresa;
Baixa ocupação do ativo fixo, necessitando novas
aquisições;
Distribuição de lucros incompatível com a capacidade de
geração de caixa;
Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de
endividamento incompatível com a estrutura de capital da
empresa;
Política salarial totalmente incompatível com o nível de
receitas e despesas operacionais;
2.5.2. Fatores Externos
Redução das vendas causadas por uma retração do
mercado;
Entrada de novos concorrentes no mercado;
Alteração nas alíquotas de impostos;
Aumento geral do nível de inadimplência;
Aumento dos custos com fornecedores.
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2.5.3. Desequilíbrio Financeiro
Através da ferramenta do fluxo de caixa a empresa poderá
determinar com precisão uma situação de desequilíbrio financeiro, tendo seus
sintomas e causas facilmente identificados:
Insuficiência de caixa;
Captação sistemática de recursos através de empréstimos;
Excesso de investimento em estoque;
Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio
de pagamentos;
Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização);
Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado;
Inflação;
Recessão.
As consequências do desequilíbrio financeiro são:
Maior grau de vulnerabilidade ante as flutuações nas
condições do mercado em que a empresa atua;
Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas e
concordata e falência.
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Algumas medidas para buscar o equilíbrio financeiro são:
Aumento do capital próprio através de aporte de novos
recursos dos proprietários atuais, ou através de novos
sócios;
Aumentar a margem dos produtos e serviços;
Controle rígido de compras, custos e despesas
operacionais;
Controle rígido dos estoques;
Venda de ativos ociosos;
Venda de ativos que não representam o negócio central da
empresa (core business);
Adequação do nível de operações ao nível de recursos
disponíveis;
Adequação do pró-labore e distribuições de lucros à
realidade da empresa;
Aumento da produtividade interna e consequente
adequação da quantidade de pessoal;
Trocar dívidas bancárias caras por opções mais baratas;
Entre outras…
Esta forma simples e eficaz demonstração financeira tem o poder de
salvar vidas empresariais e a falta dele é uma das principais causas de falência
que existem, segundo o próprio Sebrae.
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2.6. Classificação das Movimentações por Atividade
2.6.1. Atividades Operacionais
Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), as atividades
operacionais envolvem todas as atividades de produção e entrega de bens e
serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de
investimentos e financiamentos. Relacionam-se normalmente com as
transações que aparecem na Demonstração de Resultados do Exercício.
Assim, Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p. 399-400), relacionam o
que consideram entradas e saídas nas atividades operacionais:
Entradas:
a) Recebimentos pela venda de produtos e serviços a vista,
ou das duplicatas correspondentes no caso de vendas a
prazo. Incluem também os recebimentos decorrentes dos
descontos das duplicatas emitidas contra as vendas a
prazo efetuadas, de curto ou longo prazo, em bancos;
b) Recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e
sobre aplicações financeiras em outras entidades;
c) Recebimento de dividendos pela participação no
patrimônio de outras empresas;
d) Qualquer outro recebimento que não se origine de
transações definidas como atividades de investimento ou
financiamento, como: recebimentos decorrentes de
sentenças judiciais; indenizações por sinistros, exceto
aquelas diretamente relacionadas a atividades de
investimento ou financiamento, como o sinistro em uma
edificação, por exemplo; e reembolso de fornecedores.
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Entradas:
a) Pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento da
matéria-prima para a produção ou de bens para revenda.
Se comprar a prazo, pagamento do principal dos títulos de
curto ou longo prazos a que se refere à compra;
b) Pagamentos aos fornecedores de outros insumos de
produção, incluídos os serviços prestados por terceiros;
c) Pagamentos aos governos federal, estadual e municipal,
referentes a impostos, multas, alfândega e outros tributos e
taxas;
d) Pagamento dos juros (despesas financeiras) dos
financiamentos (comerciais e bancários) obtidos.
Assim, ficam mais claro os pontos a serem observados tanto quanto
a entrada como saída das atividades operacionais.
2.6.2. Atividades de Investimentos
De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), normalmente as
atividades de investimento, relacionam-se com o aumento ou diminuição dos
ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir seus bens e serviços.
Incluem assim, as concessões e recebimentos de empréstimos, a aquisição e
venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras empresas e a
aquisição e alienação do imobilizado.
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Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p. 400-401), descrevem também
o que consideram como entradas e saídas nas atividades de investimentos:
Entradas:
a) Recebimento do principal dos empréstimos concedidos
ou da venda desses ativos a outras entidades, exceto
ativos financeiros classificados como equivalentes de
caixa;
b) Recebimento pela venda de títulos de investimento a
outras entidades;
c) Recebimento pela venda de participações em outras
empresas;
d) Recebimento pelo resgate de participações pelas
entidades investidas;
e) Venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados
na produção.
Saídas:
a) Desembolso dos empréstimos concedidos pela empresa
e pagamento pela aquisição de títulos de investimento de
outras entidades;
b) Pagamento pela aquisição de títulos patrimoniais de
outras entidades;
c) Pagamento, no momento da compra ou em data próxima
a esta, de terreno, edificações, equipamentos ou outros
ativos fixos utilizados na produção.
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2.6.3. Atividades de Financiamento
Relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores as
empresas. Incluem a obtenção de recursos dos donos e o pagamento a estes
de retornos sobre seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento;
incluem também a obtenção de empréstimos junto a credores e a amortização
ou liquidação destes; e também a obtenção e pagamento de recursos a
credores via créditos de longo prazo ((IUDÍCIBUS, MARTINS E GELBCKE,
2003).
Os autores relatam ainda alguns tópicos do que consideram
entradas e saídas nas atividades de financiamento:
Entradas:
a) Venda de ações emitidas;
b) Empréstimo obtido no mercado via emissão de letras
hipotecárias, notas promissórias, títulos de dívida ou outros
instrumentos, de curto ou longo prazo;
c) Recebimento de contribuições, de caráter permanente
ou temporário, que, por expressa determinação dos
doadores, tem a finalidade estrita de adquirir, construir ou
expandir a planta instalada, incluindo equipamentos ou
outros ativos de longa duração necessários à produção.
Saídas:
a) Pagamento de dividendos ou outras distribuições aos
donos, incluindo o resgate de ações da própria empresa;
b) Pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros);
c) Pagamentos do principal referente a imobilizado
adquirido a prazo.
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CONCLUSÃO
Ao adentrar nível gerencial e estratégico de uma organização é
visível a necessidade estar totalmente ciente das suas despesas e receitas
para curto, médio e longo prazo. Auxiliar na tomada de decisão é apenas uma
das funções do fluxo de caixa. Gerenciar, planejar e atualiza-lo diariamente é
um dos maiores desafios do gestor e de sua equipe.
Em termos de mercado, estar com o fluxo em dia é um diferencial
direto para a captura de recursos que podem subsidiar um projeto ou descobri
uma necessidade financeira para um setor ou até mesmo para a folha de
pagamento ou matéria-prima, mantendo a produção em dia sem risco de
ruptura.
O fluxo de caixa tem um papel importante pois é através dele que é
possível identificar de forma instantânea a saúde financeira da empresa,
realocar recursos e identificar o escoamento do dinheiro, abrindo caminho para
investigação mais a fundo para descobrir as causas.
O fluxo de caixa elaborado de forma transparente e ética é sem
dúvidas uma ferramenta perfeita para a tomada de decisão dentro da
organização, minimizando a chance de erros ou esforços necessários,
poupando tempo e recursos, tornando-se um diferencial de competitividade
entre as empresas, ajudando na manutenção e buscas de posicionamento
mais relevante junto ao mercado que está inserida.
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BIBLIOGRAFIA
ÁVILA, Rafael. Fluxo de Caixa: o que é e como ele pode te ajudar, 2014.
Disponível em:< https://blog.luz.vc/como-fazer/fluxo-de-caixa/#2/>. Acesso em:
30 de jan. 2018.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão Financeira – Uma Abordagem Introdutiva. 3ª.
ed. São Paulo: Manole, 2014.
SÁ, Carlos Alexande. Fluxo de Caixa – A visão de Tesouraria e Controladoria.
5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2017
CAMARGO, Renata. Resultado Financeiro e Resultado Econômico e como
ambos são indispensáveis para a Gestão Empresarial, 2017. Disponível em:<
www.treasy.com.br/blog/resultado-financeiro-resultado-economico>Acesso em:
13 de fev. 2018.
ANJOS, Cezinha. NCG – Necessidade de capital de giro: entenda este
indicador, 2018. Disponível em < https://asseinfo.com.br/blog/ncg-necessidade-
de-capital-de-giro/>. Acesso em: 13 de fev. 2018.
GRISOTTO, Leonardo. Por que o Fluxo de Caixa é Essencial Para o Sucesso
do seu Negócio, 2016. Disponível em: <http://www.leaobravo.com.br/por-que-o-
fluxo-de-caixa-e-essencial-para-o-sucesso-do-seu-negocio/>. Acesso em: 13
de fev. 2018.
ALTINI, Marlene. Demonstração do fluxo de caixa (DFC), 2011. Disponível em:
< http://phmp.com.br/noticias/demonstracao-do-fluxo-de-caixa-dfc/>. Acesso
em: 13 de fev. 2018.
32
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05
METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
EMPRESA E SEUS RECURSOS 09
1.1. Recursos 09
1.1.1 Recursos Empresariais 09 1.1.2 Tradicionais Fatores de Produção 10
1.1.3 Recursos Empresarias e Fatores de Produção 11
CAPÍTULO II
FLUXO DE CAIXA 13
2.1. Tipos de Fluxo de Caixa 13
2.2. Demonstração do Fluxo de caixa 14
2.3. Resultados Econômicos x Financeiros 17
2.4. Necessidade de Capital de Giro 20
2.5. Fatores que afetam o Fluxo de Caixa 22
2.5.1 Fatores Internos 22
2.5.2 Fatores Externos 23
2.5.3 Desequilíbrio Financeiro 24
2.6 Classificação das Movimentações de Caixa por Atividade 26
2.6.1 Atividades Operacionais 26
2.6.2 Atividades de Investimento 27
2.6.3 Atividades de Financiamento 29
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 31