coordenação pedagógica · 1.4 - jean piaget ... jean piaget, lev vygotsky e henri wallon. bons...

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Coordenação Pedagógica Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas

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Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de um

grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo

site

www.Cursos24Horas.com.br

Atenciosamente

Equipe Cursos 24 Horas

Sumário

Introdução......................................................................................................................... 3

Unidade 1 - Abordagem Inicial ........................................................................................ 5

1.1 - O que é Educação? ................................................................................................... 6

1.2 - O que é Pedagogia? ................................................................................................ 15

1.3 - O que é Didática? ................................................................................................... 20

1.4 - Jean Piaget.............................................................................................................. 21

1.5 - Lev Vygotsky ......................................................................................................... 23

1.6 - Henri Wallon .......................................................................................................... 27

Unidade 2 - O Coordenador Pedagógico........................................................................ 31

2.1 - O que é o Coordenador Pedagógico? ..................................................................... 31

2.2 - O que é Orientador Educacional? .......................................................................... 44

2.3 – Desafios à Coordenação Pedagógica..................................................................... 47

2.4 - Formação do Coordenador Pedagógico ................................................................. 52

Conclusão do Módulo I .................................................................................................. 58

3

Introdução

No Brasil, é notável que a educação não vem

recebendo a atenção devida da sociedade e dos governantes.

O trabalho do professor, e por consequência de todo o grupo

que trabalha com ele dentro da escola, é social e

economicamente desvalorizado, o que desestimula muitos

profissionais.

Mas aqueles que trabalham com a educação sabem o papel fundamental que ela

tem no crescimento e desenvolvimento do país, assim como sua importância para o

crescimento individual dos alunos. Sem educação, as crianças e jovens de hoje estão

despreparados para enfrentar o mercado de trabalho e a vida, pois não terão as

ferramentas necessárias para se colocarem no mundo enquanto cidadãos ativos e

possíveis agentes da mudança social.

Daí a importância de um esforço centrado na constante melhoria do processo

educacional. Neste quadro, o papel do coordenador pedagógico se destaca, uma vez que

ele é o profissional, dentro da escola, que faz a formação contínua do professor, e lhe

traz ferramentas novas para atuar dentro da sala de aula.

Quem trabalha com educação sabe que não é possível responsabilizar os

professores e a escola pelas condições em que a educação pública se encontra no Brasil,

uma vez que suas ações estão condicionadas pelas políticas públicas que afetam a

escola. É impossível, para o professor, dar uma aula para cinquenta alunos com a

mesma qualidade do que daria para trinta.

Esse é um pequeno exemplo, ao qual também se somam as condições de

infraestrutura da escola, os baixos salários, a falta de materiais para se trabalhar com os

alunos, entre muitas outras variáveis.

4

Mas é papel dos educadores, na medida em que as condições oferecidas pelo

poder público lhes permite, atuar para a contínua melhoria do processo de ensino e

aprendizagem em sua instituição de ensino.

Este curso é direcionado a coordenadores pedagógicos que já trabalham na área e

visam se aperfeiçoar, e para professores que visam trabalhar nesta função. Além disso,

discutiremos os conceitos básicos de gestão, e a função dos diretores, coordenadores e

professores, como também, a relação destes com o supervisor de ensino, sendo que

todos estes profissionais se beneficiarão com as informações que serão apresentadas.

Veremos que o trabalho do coordenador pedagógico é de fundamental

importância dentro da escola, pois ele é o responsável pela formação contínua dos

professores, sendo um ponto de referência para estes.

Bom curso!

5

Unidade 1 - Abordagem Inicial

Olá aluno!

Nesta unidade veremos o que é a educação, e como a evolução do conceito se

deu através dos séculos e das diferentes sociedades. Também procuraremos conceituar o

que é pedagogia e didática.

Em seguida, serão apresentadas as teorias educacionais de três grandes

pedagogos que guiam o debate sobre educação no Brasil e no mundo desde o começo

do século XX: Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.

Bons estudos!

6

1.1 - O que é Educação?

“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não

aprendo nem ensino."

(Paulo Freire)

A educação é um conceito amplo, que envolve o processo de desenvolvimento

da personalidade, das qualidades físicas, morais, intelectuais e estéticas de um

indivíduo, orientando a ação deste em relação à sociedade, de acordo com o momento

histórico vivido. Isto é importante, pois a educação se dá de diferentes formas ao longo

da história e em diferentes sociedades.

Toda sociedade pressupõe a existência de uma prática educativa, ela é um

fenômeno social e global, sendo necessária para existência da sociedade. Cada

sociedade precisa cuidar da formação dos indivíduos que a compõe, auxiliando no

desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, a fim de prepará-los para as várias

esferas da vida social. A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em

sociedade, mas também assume o papel de prover aos indivíduos os conhecimentos e

experiências sociais que os habilitam a atuar no meio social e transformar este meio de

acordo com as necessidades que ele exige.

Podemos dizer que a educação tem início com os homens do período primitivo,

através da transmissão de conhecimento necessário para a sobrevivência do grupo. A

grande diferença entre o ser humano e os animais, segundo os antropólogos, é que os

homens têm a capacidade de reter experiências obtidas a partir de situações vividas e

transmiti-las aos seus descendentes. Ou seja, o que diferencia os homens dos animais é

a capacidade de transmitir conhecimento e, assim, formar as bases para a construção da

cultura.

7

Na pré-história, não havia escolas e professores; o conhecimento era transmitido

pelos chefes de família e, posteriormente, essa função ficou a cargo dos líderes

religiosos ou sacerdotes. Ao receber as informações sobre como sobreviver como por

exemplo, caçar um animal, como construir uma ferramenta, como não deixar o fogo

apagar, os indivíduos estavam habilitados não somente a repetir as ações de seus

instrutores, como também de criar novos meios de sobrevivência mais eficientes.

Assim, começou a evolução do ser humano e a evolução do conhecimento.

O conhecimento, no período primitivo,

era puramente oral, contando com poucas

formas de registro, como a pintura em

cavernas. Foi no oriente, mais

especificamente na China, que a escrita surgiu

como registro do conhecimento humano.

Assim, a sociedade começou a se organizar de

outra forma mais centralizada, através do

registro das tradições e a manutenção da cultura dominante através da educação. É

importante ressaltar que a educação e o conhecimento da escrita, na China, era restrito,

pois aparecia nos livros religiosos e só os sacerdotes tinham acesso à ela. Depois, outras

sociedades que foram expoentes do desenvolvimento da linguagem escrita foram o

Egito, a Índia, a Babilônia, os fenícios e os hebreus.

Foi na Grécia Antiga que os princípios da educação ocidental tiveram início:

muitos dizem que a Grécia Antiga é o berço da civilização ocidental. Teve como

principais representantes os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. O indivíduo deveria

ser educado para que pudesse desenvolver plenamente sua personalidade e assumir seu

papel enquanto cidadão participante do Estado. Devemos ressaltar que, na Grécia

Antiga, cidadão era um conceito restrito aos homens que não fossem escravos ou

estrangeiros, ou seja, a educação era atribuída exclusivamente a este grupo.

8

Na Roma Antiga, a educação já era voltada para um caráter mais prático, focada

em valores compartilhados pelos romanos, como o direito, que deveriam se apresentar

como superiores a outras civilizações. O objetivo era a formação de um guerreiro,

através da educação moral e física dos indivíduos, e não mais de um cidadão, como na

Grécia Antiga.

Na Idade Média, a educação era conservadora e estava nas mãos da Igreja

Católica, ou seja, apenas os que participavam da Igreja como padres e monges

aprendiam a escrita e os conteúdos das culturas antigas. Neste período houve um

afastamento do estudo do legado da cultura greco-romana. O modelo de escola como

conhecemos, com um professor que ensina a muitos alunos, veio do modo como o

conhecimento era transmitido dentro da instituição. As universidades também surgiram

neste período, e se dedicavam ao estudo mais aprofundado de uma área do

conhecimento como a medicina, o direito e a teologia.

No período Renascentista, que teve início entre o final do século XIV e início do

século XVI, foi retomado o estudo da cultura Greco-romana, mas os estudos ainda eram

concentrados naqueles que detinham o poder, fosse ele econômico, representado pelos

burgueses, fosse ele religioso. O estudo das ciências naturais e exatas também passou a

ser ressaltado, assim como o interesse na arte que representasse os homens, e não

apenas a religião.

No século XVII houve a separação entre a Igreja e o Estado, isso teve reflexo na

educação, pois a escola passou a ser uma instituição que não era mais orientada pelos

princípios religiosos. A centralidade agora é no indivíduo, ao invés da religião. Foram

se desenvolvendo novos conceitos pedagógicos que orientavam o método de

transmissão de conhecimento, e a escola, juntamente com a família, eram as instituições

que formavam o indivíduo para sua inserção na sociedade.

Atualmente, os estudos sobre educação definem duas modalidades para

diferenciar as influências na prática educativa: as influências educativas intencionais e

[C24H1] Comentário: continu

ar

9

as não intencionais. A educação não intencional é aquela que é produto do contexto

social e do ambiente em que as pessoas vivem, e acontece através de experiências,

ideias, valores e práticas que não estão relacionadas especificamente a uma instituição e

não são, necessariamente, intencionais ou conscientes. Vivemos estas experiências

cotidianamente, por todos os meios sociais em que passamos e, quase que sem perceber,

recebemos esta influência e construímos conhecimento de forma quase inconsciente.

A educação intencional, por outro lado, é aquela em que há a intenção de

transmitir conhecimento e saber, através da educação escolar e extraescolar (como em

igrejas, sindicatos, partidos políticos, empresas etc.), o educador está consciente do seu

objetivo e da tarefa que tem que cumprir. É importante ressaltar que a educação na

escola se destaca, uma vez que é pressuposto para as outras formas de educação

intencional, pois é ela que fornece os instrumentos que permitem ao indivíduo a

interpretação crítica e consciente de outras influências educativas. Dessa forma é que se

possibilita ao cidadão a habilitação de ser um membro ativo da sociedade, analisando

criticamente a situação em que vive e podendo se tornar um agente da mudança social.

As diferentes formas de se transmitir conhecimento sejam intencionais ou não

intencionais, se inter-relacionam, pois não há como separar o processo de ensino da

sociedade. A educação não é independente do contexto social em que está inserida.

Dessa forma, ela se torna um fenômeno social, que integra as relações entre as pessoas,

as relações econômicas, políticas e culturais. Em razão desta influência, a prática

educativa é determinada de acordo com exigências sociais, políticas e ideológicas, que

são específicas a cada sociedade, sendo determinada por valores, normas e

especificidades da estrutura social.

Dessa forma, podemos perceber que o processo de transmissão de conhecimento

é resultado de uma série de variáveis que são externas à sala de aula. Por exemplo, um

professor que tem uma sala superlotada, o que é, infelizmente, comum no Brasil, tem

muito mais dificuldade em dar aula e atender às diferentes demandas de cada estudante.

É consenso, entre os educadores, que quanto mais alunos há em uma classe, pior será o

10

processo de aprendizagem, uma vez que não é possível atender às necessidades

individuais dos alunos que têm mais dificuldade, por exemplo.

A média de alunos por sala de aula, no Brasil, é de 27, mas esse número sobe no

Estado de São Paulo para mais de 30 alunos por sala e, na capital, a média é de 40. É

comum, entretanto, encontrarmos escolas com mais de 50 alunos matriculados por sala

de aula. Este é um quadro que retrata a precarização do ensino público não só em São

Paulo, mas em todo o Brasil, devido à falta de políticas públicas que visem a melhoria

no sistema educacional. A partir disso, vemos que a educação não é responsabilidade

exclusiva do professor, mas resultado de todo um conjunto de fatores que possibilite sua

efetividade.

A atuação do professor se dá no campo da escola, em que sua tarefa principal é

garantir ao aluno o domínio de conceitos e o desenvolvimento de suas habilidades e

capacidades intelectuais, tornando-o capaz de ter um raciocínio crítico e lógico, não só

em função da matéria que estuda, mas em relação a todas as esferas sociais em que está

inserido. Dessa forma, o objetivo da escola é a formação de cidadãos ativos e

conscientes de seu papel da sociedade.

É fundamental que todos os membros da equipe pedagógica de uma escola ou

instituição de ensino conheçam quais são as políticas em relação à educação adotadas

em seu estado e em seu país. No que se refere às políticas educacionais globais, em

1993, o Brasil assumiu em Nova Délhi, Índia, em conferência realizada pela UNESCO

– Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –, juntamente

com mais oito países em desenvolvimento (Indonésia, China, Bangladesh, Egito,

México, Nigéria, Paquistão e Índia) a responsabilidade de alcançar 6 metas em relação à

educação:

1. Garantiremos a toda criança uma vaga em uma escola ou em um

programa educacional adequado às suas capacidades, para que a

educação não seja negada a uma só criança por falta de professor,

11

material didático ou espaço adequado - fazemos essa promessa em

cumprimento ao compromisso assumido na Convenção sobre os

Direitos da Criança que ratificamos;

2. Consolidaremos esforços dirigidos à educação básica de jovens e

adultos proporcionada por entidades públicas e privadas, melhorando e

ampliando nossos programas de alfabetização e educação de adultos no

contexto de uma estratégia integrada de educação básica para todo o

nosso povo;

3. Eliminaremos disparidades de acesso à educação básica em função

do sexo, idade, renda, família, diferenças culturais, étnicas e

lingüísticas, e distância geográfica;

4. Melhoraremos a qualidade e relevância dos programas de educação

básica através da intensificação de esforços para aperfeiçoar o

"status", o treinamento e as condições de trabalho do magistério;

melhorar os conteúdos educacionais e o material didático e

implementar outras reformas necessárias aos nossos sistemas

educacionais;

5. Em todas as nossas ações, em nível nacional e em todos os níveis,

atribuiremos a mais alta prioridade ao desenvolvimento humano,

assegurando que uma parcela crescente dos recursos nacionais e

comunitários seja canalizada à educação básica e melhoria do

gerenciamento dos recursos educacionais agora disponíveis;

6. Mobilizaremos todos os setores de nossas sociedades em prol da

educação para todos, endossando por este instrumento o Projeto de

Ação que acompanha esta Declaração e nos comprometendo a revisar

12

nosso progresso a nível nacional e a compartilhar nossas experiências

entre nós e com a comunidade global.

(UNESCO, Declaração de Nova Delhi sobre Educação para Todos, 6 de dezembro de

1993)

Para conhecer na íntegra a Declaração de Nova Delhi sobre a Educação de Nova

Délhi, acesse o site http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139393por.pdf.

Na cidade de Dakar, no Marrocos, em 2000, foi realizado o 2° Fórum Mundial

para Educação, para avaliar os resultados obtidos pelos países que assinaram a

convenção em 1993. Entre os avanços registrados pelo Fórum, podemos citar que:

- a matrícula de meninas em escolas cresceu em 44 milhões entre 1990 e 1998;

- diminuição das taxas de evasão e repetência;

- a taxa de analfabetismo entre homens diminuiu para 15% da população, e de

mulheres diminuiu para 26%;

Tendo em vista que as metas do projeto não haviam sido alcançadas em sua

integralidade, seja por diferenças étnicas, seja por diferenças entre grupos sociais

(principal problema na América Latina e Caribe), o documento também estabelece

metas até o ano de 2015 em relação à educação. Dentre as resoluções tomadas no

Fórum, ficaram estabelecidas as seguintes metas:

1. Expansão e aprimoramento da assistência e educação da primeira

infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis e

desfavorecidas.

2. Garantir que em 2015 todas as crianças, especialmente meninas,

crianças em situações difíceis e crianças pertencentes a minorias

étnicas, tenham acesso a uma educação primária de boa qualidade,

gratuita e obrigatória, e possibilidade de completá-la.

13

3. Assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e

adultos sejam satisfeitas mediante o acesso equitativo à aprendizagem

apropriada e a programas de capacitação para a vida.

4. Atingir, em 2015, 50% de melhora nos níveis de alfabetização de

adultos, especialmente para as mulheres, e igualmente de acesso à

educação fundamental e permanente para todos os adultos.

5. Eliminar, até 2005, as disparidades existentes entre os gêneros na

educação primária e secundária e, até 2015, atingir a igualdade entre

os gêneros em educação, concentrando esforços para garantir que as

meninas tenham pleno acesso, em igualdade de condições, à educação

fundamental de boa qualidade e que consigam completá-la.

6. Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar a

excelência de todos, de modo que resultados de aprendizagem

reconhecidos e mensuráveis sejam alcançados por todos, especialmente

em alfabetização, cálculo e habilidades essenciais para a vida.

7. Mobilizar forte comprometimento político nacional e internacional

com a Educação para Todos, desenvolver planos de ação nacionais e

aumentar significativamente o investimento em educação fundamental.

8. Promover políticas da Educação para Todos dentro de um quadro

setorial sustentável e bem integrado, vinculado de maneira clara à

eliminação da pobreza e a estratégias de desenvolvimento.

9. Garantir o envolvimento e a participação da sociedade civil na

formulação, implementação e monitoramento das estratégias para o

desenvolvimento educacional.

14

10. Desenvolver sistema de direção e administração educacional

sensíveis, participativos e controláveis.

11. Atender às necessidades dos sistemas educacionais afetados por

conflitos, catástrofes naturais e instabilidade, e conduzir programas

educacionais de modo a promover a compreensão mútua, a paz e a

tolerância, e que ajudem a evitar a violência e o conflito.

12. Implementar estratégias integradas para a igualdade entre os

gêneros na educação que reconheçam a necessidade de mudanças nas

atitudes, valores e práticas.

13. Implementar urgentemente programas e ações educacionais para

combater a pandemia do HIV/AIDS.

14. Criar ambientes educacionais seguros, saudáveis, inclusivos e

equitativamente financiados que levem à excelência na aprendizagem,

com níveis claramente definidos de desempenho para todos.

15. Elevar o status, o moral e o profissionalismo dos professores.

16. Utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação para

ajudar a atingir os objetivos da Educação para Todos.

17. Monitorar sistematicamente o progresso na direção dos objetivos da

Educação para Todos e as estratégias nos níveis regional, nacional e

internacional.

18. Apoiar-se em mecanismos existentes para acelerar o avanço na

política da Educação para Todos.

15

Para conhecer na íntegra o texto integral do 2° Fórum Mundial para Educação,

acesse o seguinte endereço:

http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001275/127509porb.pdf

1.2 - O que é Pedagogia?

A Pedagogia, enquanto uma ciência, teve

início no século XIX, sempre buscando estudar a

educação, tanto na sua aplicação quanto seus

aspectos teóricos. Visa a melhoria do processo de

aprendizagem, refletindo sobre a prática e

produzindo conhecimento para esse

desenvolvimento. Entre os temas que aborda,

podemos citar, além da didática, as dificuldades de

aprendizado, as práticas pedagógicas, qual é o papel do aluno no processo educacional e

o papel do professor, além de estudar a legislação do país a respeito da educação. Ela

estuda a educação em seus aspectos sociais, políticos, econômicos e psicológicos,

recorrendo à contribuição de outras áreas de estudo como a história, a economia, a

sociologia e a psicologia, por exemplo.

Mas há muitos séculos a questão da pedagogia é trabalhada por muitos teóricos e

pensadores. Podemos dizer que, dentro da filosofia ocidental em que vivemos, o

primeiro pensador que refletiu a respeito da questão da educação foi Sócrates, na

Grécia, que viveu entre os anos de 469 a 399 a.C.. Para ele, os jovens deveriam ser

educados para serem capazes de conhecer o mundo e a si mesmos. Depois de Sócrates,

Platão (427-347 a.C.), discípulo dele, dizia que a realidade só poderia ser alcançada a

partir da concepção de um plano ideal, que deveria ser atingido. Um discípulo de Platão,

Aristóteles (384-322 a.C.), discordou de seu método idealista, invertendo a ordem pela

qual se poderia adquirir conhecimento: para ele, era a partir do estudo das coisas reais e

objetivas que se poderia adquirir sabedoria.

16

Assim, podemos dividir o pensamento pedagógico, desde Platão e Aristóteles,

entre os realistas e os idealistas. A seguir, veremos um esquema que apresenta os

maiores expoentes de cada corrente ao longo dos séculos.

Fonte: Revista Escola, edição 10/2008.

Disponível em

<http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/pensar-escola-aventura-2500-anos-

423194.shtml>

O critério apresentado no quadro não é absoluto, mas apresenta os autores que

mais influenciaram o desenvolvimento da pedagogia no ocidente. Na Idade Média, a

educação era dominada pelas Igrejas, e neste período podemos perceber a distinção de

dois grandes pensadores que se opunham enquanto realista e idealista: Santo Agostinho,

expoente do Idealismo, e Tomás de Aquino, expoente do Realismo na educação.

A partir do século XIV começa o Humanismo, devido à crescente queda do

feudalismo, que perdeu progressivamente espaço como organização da sociedade para

os Estados Nacionais. Nesta época, temos o pensador holandês Erasmo de Roterdã, para

17

quem a literatura e a liberdade de conhecimento eram instrumentos para o ser humano

conhecer a si mesmo. Neste período, há a transição do pensamento católico, cujo centro

do universo era Deus e a religião, para a centralidade no ser humano, ou seja, no

indivíduo – daí o nome Humanismo.

Neste período houve um grande questionamento sobre a autoridade que a Igreja

Católica exercia. O maior expoente deste questionamento e posterior ruptura com ela foi

Martinho Lutero, fundador da Religião Protestante, ele defendia que o adepto deveria

ter contato direto com Deus através da leitura da Bíblia, e não utilizar intermediários,

papel exercido pelo corpo burocrático da Igreja – padres, bispos e o papa. Ele foi o

articulador da Reforma Protestante, que previa um afastamento da Igreja Católica

Apostólica Romana devido às criticas em seu sistema, para a criação de uma nova

religião que estivesse mais de acordo com suas crenças religiosas.

A influência de Lutero na educação se deu justamente porque ele propunha que

as pessoas deveriam interpretar a Bíblia a partir de sua leitura, pois assim criou as bases

para a consolidação da educação pública e universal.

Durante o século XVII a forma de governo que predominava na Europa era o

absolutismo, quando todo o poder político estava concentrado nas mãos do soberano,

em geral o rei. Neste período, o pensamento racional vinha ganhando cada vez mais

força, com a queda do pensamento religioso. O maior expoente nesta época foi o tcheco

Comênio, que defendia que o ensino deveria respeitar a capacidade do aluno e manter

seu interesse sem severidade, como era adotado pela doutrina educacional jesuítica,

implementada pela Igreja Católica a partir da Reforma Protestante de Martinho Lutero.

No final do século XVII nasce o liberalismo com o inglês John Locke, para

quem as ideias humanas não são inatas, ou seja, não nascem com a pessoa, mas são

construídas a partir da experiência no mundo. Entre o final do século XVII e durante o

século XVIII começa a corrente de pensamento iluminista, que via a sociedade como

aquela em que “as luzes da razão” iluminariam o pensamento dos indivíduos para que

cada um pudesse desenvolver um aprendizado individual.

18

Para alguns filósofos, esse movimento significava o afastamento da natureza e

das experiências ligadas a ela. Rousseau, filósofo suíço, reconstruiu a criança como um

ser em processo, preservando-a da “influência corruptora” da sociedade. Outro que

trabalhou com o assunto foi Friedrich Frobel, que procurava construir o processo

educacional com crianças menores de oito anos de forma que seu desenvolvimento

espontâneo não fosse desrespeitado.

Em 1789, a Revolução

Francesa, derrubou o Absolutismo,

garantindo a expansão da escola

pública para todos em toda França,

fazendo com que as pessoas

tivessem o mesmo acesso às

oportunidades oferecidas pela

educação. De acordo com as ideias

iluministas, com a igualdade no

acesso à educação, todos teriam as

mesmas oportunidades e a diferenciação dos indivíduos se daria de acordo com o mérito

individual.

No final do século XIX se desenvolve o conceito de Escola Nova. Essa ideologia

defende que toda criança está em um processo de desenvolvimento que deve ser

estimulado e respeitado pelos educadores. A Escola Nova representa uma adequação da

educação ao processo de urbanização e industrialização das sociedades, que se deu a

partir da Revolução Industrial no século XVIII. Alguns dos seus representantes foram:

John Dewey, para quem deveria haver democracia dentro da escola, Maria Montessori,

que defendia a pedagogia científica e a motivação do aluno em aprender sozinho a partir

de materiais pedagógicos que o estimulassem. É assim que a pedagogia assume a

condição de uma ciência do conhecimento.

19

O Construtivismo, cujo maior expoente foi Jean Piaget - veremos sobre esse

pensador detalhadamente adiante no curso -, deu prosseguimento à doutrina da Escola

Nova, e sua obra foi referência durante todo o século XX. O maior expoente do

Construtivismo na América Latina foi Emilia Ferreiro, que exerceu grande influência no

pensamento pedagógico brasileiro.

Ao mesmo tempo que se desenvolvia a teoria construtivista, muitos pensadores,

baseados na obra do alemão Karl Marx, elaboraram teorias pedagógicas diversas, como

o russo Anton Makarenko, para quem a produção de bens em um país deveria estar

ligado ao processo educacional. O marxista mais influente neste período foi o bielo-

russo Lev Vygotsky, cuja teoria será explorada adiante neste capítulo, que uniu as

teorias da psicologia à pedagogia.

No Brasil, a maior referência em debates sobre a pedagogia foi o educador Paulo

Freire, que teve amplo reconhecimento internacional, pois defendia um método

educacional centralizado na necessidade de consciência social do aluno e na

importância de se considerar o outro. Para ele, a educação, antes de ser uma questão de

práticas pedagógicas, é uma questão política, ou seja, a educação não muda a sociedade,

mas esta é que exerce a mudança na educação. Segundo Paulo Freire:

“...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a

sua produção ou a sua construção.” (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia,

citado em http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/o-pensamento-

politico-e-pedagogico-de-paulo-freire-463336.html)

Para o coordenador pedagógico, ou para qualquer pessoa que trabalhe

diretamente com coordenação pedagógica, é fundamental dominar as teorias que têm

orientado o pensamento sobre o ensino ao longo dos séculos, pois são essas teorias que

continuarão a guiar o modo como a educação e a pedagogia se organizam no sentido de

transmitir conhecimento.

20

1.3 - O que é Didática?

A palavra didática vem da

expressão grega techné didaktiké, que

significa a arte ou a técnica de ensinar. A

didática é um ramo de estudos da

pedagogia, cujo objeto de estudo é o

processo de ensino. Ela é uma disciplina

que estuda os objetivos, conteúdos, meios

e condições do processo de ensino com a finalidade educacional: uma vez que estes

processos sempre são sociais, a didática se baseia na pedagogia.

A função principal da didática é transformar os objetivos pedagógicos em

objetivos de ensino, selecionando os conteúdos e os métodos adequados para essa

transformação. O objetivo central da didática é estabelecer vínculo entre ensino e

aprendizagem, visando o desenvolvimento intelectual dos alunos.

Há também estreita ligação entre a didática e outros campos do conhecimento

que contribuem para a pedagogia, como a história da educação e a filosofia, uma vez

que estas podem contribuir para a reflexão a respeito das teorias educacionais, quais são

as variáveis que influenciam esta prática e as bases da prática educativa.

O primeiro pensador a teorizar a didática, consagrando-se como sua primeira

referência, foi o tcheco Comênio, que no século XVII escreveu Didactica Magna,

marcando o início da instalação de um processo sistemático da pedagogia e da didática

no ocidente. Seu objetivo era elaborar uma teoria abrangente, que racionalizasse todas

as atividades educativas, até mesmo aquelas que se referiam ao dia a dia da sala de aula.

21

Sua didática se baseava na relação entre professor e aluno, sendo que o primeiro deveria

considerar as capacidades e interesses da criança.

Para ele, a escola deveria ensinar “tudo a todos”, incluindo meninas e pessoas

com deficiência mental ou física que, até então, estavam absolutamente excluídas do

processo educacional formal, baseando o princípio universal de direito à educação que

conhecemos hoje. Na época de Comênio, o sistema de ensino era baseado em uma

didática extremamente rígida, utilizando a palmatória, por exemplo, e não havia o

interesse de ensinar de acordo com as capacidades do aluno.

Devido a sua influência, hoje o ensino é planejado de acordo com as

necessidades dos estudantes, e traz temas da vida social deles para a sala de aula, além

de se abrir ao uso de tecnologias para isso.

1.4 - Jean Piaget

Piaget viveu entre 1896 e 1980 e foi um grande teórico da educação. O foco de

seus estudos era a educação infantil. Este teórico desenvolveu a teoria da epistemologia

genética – o termo epistemologia significa o estudo do conhecimento – que propõe que

o desenvolvimento se dá em etapas, e que todas as pessoas passam por uma série de

fases, as mesmas são ordenadas e previsíveis, para assimilação do conhecimento. Para

ele, a maneira com a qual a criança raciocina passa por estágios.

Para Piaget, existem três conceitos chave na teoria do desenvolvimento

cognitivo da criança: organização/adaptação, assimilação/acomodação e processo

desenvolvimental.

Organização e adaptação

A organização acontece proporcionalmente com o crescimento da criança, pois

ela organiza os esquemas mentais em sistemas mais complexos, ou seja, a criança

22

progressivamente vai sendo capaz de relacionar coisas em sistemas lógicos. A

adaptação é a capacidade de adequar a estrutura mental que a criança já conhece, ou seu

comportamento, de acordo com as exigências que lhe vão sendo apresentadas. Isso

significa que, primeiramente, a criança organiza um sistema para que possa entender o

mundo a sua volta, e depois vai adaptando esse sistema para as situações com as quais

se depara ao longo do seu processo de desenvolvimento.

Assimilação e acomodação

Assimilar nada mais é do que adquirir informações novas que farão parte das

estruturas lógicas que a criança já construiu. Isso significa que, quando ela conhece algo

novo, o primeiro passo para que seja capaz de entendê-lo é encaixar esse objeto em um

sistema organizado anteriormente. O movimento de acomodação se dá em seguida à

assimilação, pois é quando os esquemas mentais se alteram devido à nova informação

recebida, ou seja, a cada assimilação, há um processo de modificação na lógica utilizada

pela criança para organizar seus conceitos ou no seu comportamento.

Processo desenvolvimental

O processo desenvolvimental é o momento em que a criança mantém sua

organização mental em equilíbrio, pois elas estão bem estruturadas.

Todas as crianças, segundo Piaget, apresentam quatro fases de desenvolvimento

cognitivo. Na primeira fase, que vai do nascimento até os três anos de idade, conhecida

como “estágio sensório-motor”, a criança elabora um conjunto de estruturas que orienta

a sua ação em relação a um determinado objeto, fazendo com que ela seja capaz de

construir um conhecimento objetivo da realidade. Ela começa a entender a natureza

física do objeto, ou seja, que ele tem forma, tamanho, peso, textura etc. (não só de um

objeto material, mas o mundo como um todo).

23

No estágio pré-operatório, que vai dos três aos sete anos, a criança passa a

compreender a relação de causa e efeito entre os fatos, e começa a construir uma

dimensão simbólica do mundo. É nesta fase que as crianças passam a perguntar o

porquê de tudo, e que começam a se inserir em brincadeiras que fazem alusão ao

imaginário, ao fantástico.

No terceiro estágio, operatório-concreto, entre os sete e onze anos, as crianças

passam a construir conceitos, fazendo uso de estruturas lógicas, compreendendo

conceitos como os números. Ela ainda não é capaz de fazer abstrações, pois seu

pensamento ainda está atrelado à simbolização do mundo através de objetos concretos.

No quarto e último estágio de desenvolvimento cognitivo, conhecido como

operatório-formal, entre onze e dezesseis anos, o adolescente já é capaz de elaborar

raciocínios abstratos, de assimilar conceitos e de pensar de maneira crítica e reflexiva.

1.5 - Lev Vygotsky

Vygotsky nasceu na Rússia e viveu o período da Revolução Russa, o que teve

uma influência decisiva em sua teoria sobre a educação. A Revolução Russa foi um

movimento liderado por Lênin, em 1914, que derrubou o império czarista russo e o

substituiu por um regime comunista. Vygotsky, no meio destes acontecimentos, aplicou

a psicologia ao estudo do desenvolvimento cognitivo e, segundo sua teoria, este é

resultado de um processo que engloba o meio social e a história vivida do indivíduo. O

autor se utiliza de uma abordagem interdisciplinar, uma vez que foi estudioso de várias

áreas do conhecimento, como o direito, a psicologia e a literatura, o que permitiu que

ele fosse capaz de apresentar uma visão integrada do campo educacional.

Muitos pedagogos, na época de Vygotsky, acreditavam que o consciente tinha

origem no universo espiritual e sensorial do indivíduo; para este, o desenvolvimento da

vida consciente é condicionada de acordo com a história social do ambiente em que vive

a pessoa. O homem muda de acordo com a influência da sociedade, da cultura e da

24

história. A partir disso, Vygotsky procura analisar a interação do indivíduo com a

realidade, procurando explicar como o mundo exterior se reflete no mundo interior

criado.

Sua teoria educacional é conhecida como histórico social, e ressalta o papel da

linguagem e da aprendizagem no desenvolvimento individual. Atividades como a

capacidade de imaginar, de planejar, agir, falar e ter memória, por exemplo, são

consequências da relação que o indivíduo estabelece com o meio ambiente e a

sociedade que o cerca. Isso significa que o desenvolvimento mental do indivíduo se dá

de acordo com a sua socialização no mundo e é dependente deste processo.

O desenvolvimento do processo de aprendizagem se dá de acordo com cinco

processos: a mediação, a linguagem, a cultura, o processo de internalização das

informações recebidas e de acordo com as funções mentais. Vamos ver mais

detalhadamente cada um destes aspectos:

Mediação

A mediação é o processo pelo qual a informação passa do objeto até o

entendimento da criança. Isso significa dizer que o conhecimento não é obtido pelo

contato direto da pessoa com aquilo que ela quer conhecer, com o objeto, mas é

transmitido através de símbolos que a pessoa consegue entender.

símbolos SUJEITO OBJETO

Linguagem

A língua é o meio pelo qual são expressos todos os conceitos de uma cultura. De

acordo com a linguagem é que conhecemos como está estruturada a lógica específica de

cada cultura, quais são seus conceitos e como o mundo é organizado de acordo com

aquele sistema simbólico específico.

25

A importância da linguagem no processo de aprendizado é que ela é o meio pelo

qual os conceitos culturais são transmitidos para as crianças, formando suas estruturas

mentais, ou seja, seus conceitos, a forma como elas organizam o mundo e pensam a

respeito dele. Diferentes línguas são representantes de diferentes sistemas lógicos de

organização da cultura e, portanto, formam estruturas mentais diferentes.

Cultura

A cultura tem muitas formas de definição possíveis, e é objeto de estudos de

diversas disciplinas, como a sociologia, a antropologia e a história, por exemplo. De

maneira geral, podemos defini-la como um conjunto de símbolos, ou seja, de

significados, partilhados por um conjunto de pessoas e que organiza a forma como elas

pensam e agem. A cultura fornece os instrumentos necessários para os indivíduos

interpretarem a realidade e construírem seu conceito do que é real.

Por exemplo, em algumas culturas indígenas, faz parte da realidade a crença de

que se for realizado um determinado ritual em um período do ano, choverá e isso

possibilitará um ano produtivo na lavoura. Para a cultura ocidental em que vivemos,

isso parece impossível, uma vez que as teorias científicas comprovam que chove todos

os anos em períodos determinados. Mas essas são duas visões igualmente válidas da

realidade, pois para a cultura indígena a interpretação do que é real está de acordo com

o sistema simbólico que aquela sociedade compartilha; para nós, a interpretação do que

é realidade é construída de acordo com aquilo que acreditamos, no caso citado, a

ciência.

Na teoria de Vygotsky, a cultura é responsável justamente por fornecer aos

indivíduos os conceitos necessários para interpretar e construir a realidade de acordo

com a sociedade em que vive. É importante pontuar que a cultura não é estática, e

evolui de acordo com a mudança nos conceitos dos indivíduos, que estão

26

constantemente interpretando e reconstruindo os significados, assim como a

interpretação da realidade.

Processos de Internalização

O processo de internalização se refere à absorção de uma atividade que é

observada para que se torne uma prática. Em outras palavras, a internalização poderia

ser descrita no exemplo de uma criança que escuta um adulto falando e começa a imitar

os sons que ele produz para indicar coisas que são suas necessidades básicas, como

tomar água ou comer.

A ação começa em outro indivíduo, e por isso é interpessoal e, com a

internalização, se torna intrapessoal, ou seja, vira uma prática adotada pela pessoa,

sendo fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos, pois, de outra maneira, eles

não teriam como aprender como se comportar ou como suprir suas necessidades básicas

de forma independente.

Funções Mentais

As funções mentais são aqueles processos como a memorização, o pensamento,

a atenção às coisas que ocorrem em torno do indivíduo. Elas são básicas para que possa

existir o processo de aprendizagem, pois sem as funções mentais a pessoa torna-se

incapaz de reter significados complexos e de traduzi-los em ações concretas.

Processo de Aprendizagem

Para Vygotsky o processo de aprendizagem passa por três fases:

- Sincretismo. É quando a criança não é capaz de reconhecer diferença entre os

objetos com os quais ela entra em contato; para ela, todos fazem parte de um mesmo

27

grupo, como se fosse um amontoado de informações que ela é incapaz de organizar.

Nesta fase, a criança ainda não é capaz de reconhecer que há diferença de categorias

entre plantas e animais, por exemplo.

- Pensamento por Complexos. Essa fase passa por dois períodos: primeiramente,

a criança é capaz de agrupar os objetos, mas de acordo com relações às quais ela própria

estabelece entre eles, sem que essas ligações sejam relacionadas com as separações que

nós estabelecemos entre as coisas. Por exemplo, ela pode colocar na mesma categoria o

objeto gato e o objeto caixa de areia que o gato utiliza, pois ela estabelece uma relação

direta entre esses dois elementos a partir da observação, quando que para um adulto

gato e caixa de areia pertencem a conceitos diferentes, uma vez que o primeiro é da

categoria animal e o segundo da categoria objeto. Em seguida, a criança passa para um

estágio em que consegue perceber semelhanças entre as coisas que são sensíveis e que

estão de acordo com a cultura que ela recebe de seu meio social e, assim, é capaz de

identificar os objetos em categorias diferenciadas de acordo com a relação de

semelhança entre eles. Nesta fase, a criança consegue agrupar o “gato” em um conceito

diferente da “caixa de areia”, por exemplo.

- Pensamento Conceitual. É a fase que se dá a partir da adolescência, nessa fase,

os indivíduos ainda não abandonaram totalmente as formas de pensamento mais

primitivas, correspondentes às duas primeiras fases, mas em que seu uso vai diminuindo

à medida que os verdadeiros conceitos se formam. Nesta etapa, as pessoas já são

capazes de entender realmente os significados dos símbolos e construir categorias de

acordo com a cultura e com a linguagem que compartilham com o meio social, fazendo

com que elas estejam habilitadas a obter e produzir conhecimentos teóricos.

1.6 - Henri Wallon

A teoria de aprendizagem de Wallon se aproxima da formulada por Vygotsky e

se afasta da formulada por Piaget, uma vez que para o autor compartilha com Vygotsky

que o ambiente externo é essencial para o desenvolvimento da criança. A origem da

28

inteligência, para Wallon, se dá pela genética herdada pela criança, assim como pela

sociedade que a cerca.

O primeiro sistema de comunicação das crianças seria a emoção, que se dá antes

delas aprenderem a falar. As emoções são derivadas do cérebro da criança, sendo um

processo interno, que é externalizado através da afetividade. Ou seja, a afetividade é um

processo externo, que permite que as emoções da criança sejam comunicadas ao mundo

fora dela.

Os estágios pelos quais a

criança passa não são contínuos e

derivados uns dos outros, como se

apresenta na teoria de Vygotsky,

mas as trocas entre as diferentes

fases são consequência de rupturas

na estrutura simbólica das crianças,

e isso afeta seu comportamento. O

desenvolvimento é descontínuo, e constantemente marcado por contradições e conflitos.

Para Wallon, existem cinco etapas do desenvolvimento humano: a etapa

impulsivo emocional, a sensório motor e projetivo, a personalista, a categorial e a da

predominância funcional. Vamos ver com mais detalhes cada uma dessas fases.

Impulsivo Emocional

Esta etapa acontece entre o nascimento da criança e um ano de idade. Existe um

predomínio da afetividade nas ações do bebê, pois é essa a forma que ele conhece de

reagir ao mundo externo e às pessoas com as quais interage. Essas pessoas são as

intermediárias do contato do bebê com o mundo, ou seja, lhe apresentam o mundo,

através de sons, símbolos, levando-os a lugares com objetos diferentes, a fim de que ele

conheça o maior número possível de objetos e seja capaz de reconhecê-los.

29

Sensório Motor e Projetivo

Esta etapa acontece entre um e três anos de vida. É neste período que a criança

aprende a controlar os movimentos do próprio corpo e passa a compreender o mundo, o

que lhe dá mais independência na manipulação dos objetos e na exploração do mundo,

ao dar os primeiros passos, por exemplo. Ela também passa a ser capaz de dominar a

linguagem e os conceitos simbólicos expressos por ela. O termo “projetivo” se refere ao

fato de que é nesta etapa que a criança passa a projetar seus pensamentos em atos

motores, ou seja, ela pensa em pegar um objeto e isso é traduzido na ação de pegar este

objeto, ou pelo menos na tentativa. Para Wallon, o pensamento se constrói a partir da

ação física da criança.

Personalista

É a fase que acontece entre os três e os seis anos de idade, quando a criança

passa a construir a noção de consciência de si mesma, através da relação que ela

estabelece com outras crianças e com os adultos. Desta forma, ela passa a ter outra visão

do mundo que a cerca e dos outros indivíduos.

Categorial

A fase categorial acontece a partir dos seis anos de idade, e é quando a criança

passa a construir categorias para encaixar os conceitos com os quais entra em contato.

Seu interesse passa a ser dirigido para os objetos, para as coisas, a fim de conhecer o

mundo exterior a ela.

Predominância Funcional

30

A última fase, da predominância funcional, acontece quando são redefinidos os

conceitos da personalidade do indivíduo, de acordo com as mudanças que acontecem no

corpo dos adolescentes devido às mudanças hormonais. Traços da personalidade como a

moralidade, os valores, questões existenciais, são todos trazidos à tona, e definidos nesta fase,

através do processo de ruptura e conflitos característicos das fases de mudança dos

indivíduos.

31

Unidade 2 - O Coordenador Pedagógico

Olá aluno(a).

Nesta unidade veremos detalhadamente o que é o coordenador pedagógico e

quais são suas atribuições dentro da escola.

Veremos também a diferença entre o coordenador e o orientador pedagógico,

uma vez que há grande confusão na literatura e nas escolas sobre as atribuições que

devem ser dadas a esses dois profissionais.

Em seguida, estudaremos quais são os desafios que o coordenador pedagógico

enfrenta no seu cotidiano e qual é a visão dos próprios coordenadores a respeito do dia-

a-dia na escola.

Por fim, mostraremos qual é a formação que o coordenador pedagógico deve ter,

e quais são suas opções para especialização.

Bons estudos!

32

2.1 - O que é o Coordenador Pedagógico?

A coordenação pedagógica,

na escola tem seu foco no processo

de ensino e de aprendizagem, o

que engloba todas as variáveis que

influenciam este processo. Este é o

profissional que acompanha, assiste,

coordena, controla e avalia tudo o

que se relaciona com o ensino e

com aprendizado do aluno em sala de aula.

É importante ressaltar que existe confusão entre o coordenador pedagógico e o

orientador educacional, mas é fácil reconhecer a diferença. O orientador educacional

desempenha um papel muito mais próximo aos alunos, pois ele os orienta, se aproxima

de seus problemas pessoais, auxiliando no seu desenvolvimento, ou seja, sua função é a

formação de valores, de cunho moral, sempre ajudando o estudante através de conversas

com ele e sua família e intervenções, quando necessário. O coordenador pedagógico

está mais ligado à estrutura da escola e de ensino. Veremos mais adiante no curso a

função do orientador pedagógico mais detalhadamente.

Os objetivos básicos da coordenação são a melhoria e o aperfeiçoamento do

ensino na escola e, posteriormente, ele trabalha com liderança e adequação do ambiente

escolar, ou seja, o foco é o desenvolvimento do aluno. A adequação do ambiente se trata

da criação de um clima ou de um ambiente físico propriamente dito que seja estrutural e

psicologicamente favorável ao ensino.

33

Para o coordenador pedagógico, a experiência é essencial, e ela deve ser aliada

aos conhecimentos teóricos referentes à educação, fazendo do coordenador um

profissional mais habilitado a atender às demandas tanto da escola quanto dos

professores de formas mais eficientes. Uma prova disso é a exigência, em editais

abertos pelo governo de todos os estados, de experiência em sala de aula e/ou de

vivência escolar, uma vez que a experiência ensina os desafios do dia a dia da escola e

como superá-los.

Segundo modelo dos teóricos Sergiovanni e Carver, citado em Supervisão

Pedagógica em Ação, a experiência aliada ao conhecimento teórico permite que o

coordenador desenvolva um critério que permita a avaliação de quais são as

contribuições que ele pode oferecer, baseadas na teoria ou na própria experiência.

Assim, ele é capaz de selecionar o que é mais adequado à realidade da escola, a fim de

alcançar objetivos como a autorrealização intelectual, social e emocional dos alunos.

Podemos resumir a coordenação eficiente de acordo com o seguinte esquema:

34

Relações inter-pessoais

Critérios de Avaliação

Troca de informações

Dimensões intuitivas Dimensões teóricas

- Compreensão Teórica

- Pesquisas Empíricas

- Conhecimento científico sobre pessoas, organizações e supervisão

- Experiências vividas, sabedoria, bom senso, observação dos

acontecimentos, reflexão sobre as pessoas e seus comportamentos

- Características particulares do local de ensino

- Objetivos e fins da educação

- Sistema de valores

- Filosofia adotada pela escola

- Concepção de si mesmo

Orientações para ação como resultado da teoria aliada à pratica, passando pelo critério

de avaliação do supervisor

Comunicação Liderança Motivação Mudança Planejamento

35

O coordenador pedagógico

trabalha em várias esferas: no

auxílio ao professor, planejando

com ele como será realizado o

plano de aula, seja ele anual,

semestral ou bimestral; no

acompanhamento do trabalho dos

professores; na coordenação dos

conteúdos que serão ministrados ao longo do ano letivo; no método de avaliação

aplicado e na atualização e desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem,

como por exemplo agregando novas tecnologias ou novas metodologias de ensino à

pratica do professor.

Podemos resumir todas as tarefas do coordenador pedagógico em alguns tópicos,

que demonstram toda a complexidade e abrangência de seu trabalho:

1. Diagnóstico e avaliação da escola, ou seja, sua estrutura, sua origem, qual é a

filosofia de ensino que ela aplica, seu objetivo, quem são as pessoas que a frequentam,

como é a comunidade que se envolve com a escola e as perspectivas para o futuro.

2. Planejamento das próprias funções para atendimento ao diagnóstico

levantado.

3. Realizar o planejamento escolar em parceria com a direção e com os demais

setores da escola.

4. Análise da legislação à qual a escola está submetida, assim como a avaliação

de como ela será implementada.

5. Coordenação e orientação na elaboração do currículo da escola e de seus

programas.

36

6. Orientação e coordenação na elaboração dos pré-requisitos para que os alunos

possam entrar em cada série, ou seja, os critérios que serão utilizados para promover ou

para promover o ingresso do aluno em determinado ano escolar.

7. Orientação na elaboração dos planos de ensino, em parceria com os

professores, a fim de atender aos objetivos e à filosofia da escola.

8. Acompanhamento dos planos e das estratégias adotadas, seja no esquema de

ensino dos professores, seja na própria ação dos professores, sua metodologia e como

está acontecendo a transmissão de conhecimento.

9. Orientação, coordenação e análise de como são realizados os processos de

avaliação, assim como a análise de seus resultados.

10. Orientação, coordenação e acompanhamento dos processos de recuperação

de alunos com defasagem de aprendizado em relação à serie que frequentam.

11. Coordenação e estruturação dos conselhos de classe.

12. Assistência e ajuda aos professores, sempre que achar necessário ou quando

os professores demandarem tal auxílio.

13. Pesquisa constante sobre trabalhos que tratem de educação, pedagogia e

didática, para agregar novos conhecimentos à vida escolar.

14. Coordenação de cursos de atualização para os professores.

15. Avaliação dos objetivos, do currículo, da metodologia, da experiência de

aprendizagem, dos instrumentos de avaliação dos alunos, de recuperação e os resultados

obtidos pela própria coordenação.

37

16. A partir dessa avaliação, verificar se é necessário a reelaboração dos

objetivos ou etapas dos processos que competem ao coordenador, e como ele pode agir

a fim de alcançar os objetivos propostos.

Segundo a Resolução SE - 88, de 19 de dezembro de 2007, do Governo do

Estado de São Paulo, o papel de coordenador pedagógico como entendemos neste curso

é o cargo do professor coordenador. Para entender o papel do professor coordenador,

segundo o artigo 2 da resolução citada, suas atribuições são:

I - acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como os

resultados do desempenho dos alunos;

II - atuar no sentido de tornar as ações de coordenação pedagógica espaço

coletivo de construção permanente da prática docente;

III - assumir o trabalho de formação continuada, a partir do diagnóstico dos

saberes dos professores para garantir situações de estudo e de reflexão sobre a prática

pedagógica, estimulando os professores a investirem em seu desenvolvimento

profissional;

IV - assegurar a participação ativa de todos os professores do segmento/nível

objeto da coordenação, garantindo a realização de um trabalho produtivo e

integrador;

V - organizar e selecionar materiais adequados às diferentes situações de

ensino e de aprendizagem;

VI - conhecer os recentes referenciais teóricos relativos aos processos de

ensino e aprendizagem, para orientar os professores;

38

VII - divulgar práticas inovadoras, incentivando o uso dos recursos

tecnológicos disponíveis.

Pressupostos para a Coordenação Pedagógica

A coordenação pedagógica de uma escola

supõe um conjunto de características para o seu bom

funcionamento. Podemos destacar as cinco variáveis

mais importantes neste processo:

1. O objetivo da coordenação é a realização

dos objetivos da escola, através da melhoria do

processo de ensino e aprendizagem.

2. A ação da coordenação depende,

necessariamente, da interação entre indivíduos.

Assim, ela se torna um processo realizado através

das ações, relações e comportamentos das pessoas.

3. Sendo a coordenação um processo dinâmico, a melhoria da qualidade do

ensino não depende apenas daqueles que desempenham os papéis de coordenação, mas

também das ações, das influências e do envolvimento de todos aqueles que, de alguma

forma, participam do processo.

4. Uma vez que a coordenação é um processo dinâmico, é mais significativo que

seu foco se concentre na ação supervisora. A análise do comportamento da equipe de

coordenação pedagógica aumentará a compreensão do processo como um todo.

5. Como a coordenação tem o objetivo de melhorar a qualidade do ensino, a

ação da mesma implica sempre em mudança; dessa forma, ela é vista como um processo

de mudanças, sendo o coordenador um agente dessa transformação.

39

O que Afeta o Trabalho da Coordenação Pedagógica?

Como saber se a coordenação escolar está realizando um trabalho eficiente?

Muitos autores têm se preocupado com a questão e, para análise da coordenação

pedagógica eficiente, é preciso definir quais são as variáveis que influenciam no

trabalho de um coordenador pedagógico, seja em nível local, seja em nível global.

Podemos distinguir três grupos de variáveis que realizam tal influência: variáveis de

iniciação, variáveis intervenientes e variáveis de produção. Para que o coordenador

pedagógico tenha sucesso em seu trabalho, sempre agregando melhorias ao sistema

educacional da instituição de ensino, é importante que ele conheça essas variáveis para

identificá-las e fazer com que as mesmas sejam trabalhadas no sentido de aumentar a

eficiência de seus resultados.

As variáveis de iniciação são:

1. Conceitos pré-formulados dos coordenadores em relação a si mesmos, em

relação aos seus colegas de trabalho e aos seus subordinados.

2. A adoção de comportamentos administrativos pelo coordenador pedagógico

que ele desenvolveu a partir da observação de autoridades e figuras públicas, o que nem

sempre pode ser adequado à realidade da escola em que está trabalhando.

3. Características da estrutura de organização da escola, tanto de elementos da

sua organização interna quanto aqueles definidos pela legislação, como por exemplo o

respeito às normas e regulamentos, o incentivo na construção de sistemas hierárquicos

de trabalho, exigência de qualificação pessoal etc. Estes elementos influenciam

diretamente no estilo organizacional da unidade de ensino em que o coordenador

pedagógico atua.

40

4. O tipo de autoridade que predomina na unidade de ensino, assim como as

estratégias que a autoridade emprega em seu trabalho.

5. O tipo de objetivo e instruções dadas à escola e os procedimentos utilizados

para o estabelecimento desses objetivos (se eles são impostos externamente à escola, ou

se são produto de discussões entre toda a equipe, por exemplo).

6. Quais são os recursos de treinamento de professores e da equipe pedagógica e

sua adequação à realidade da escola.

As variáveis intervenientes, ou seja, aquelas que são produto da intervenção

externa ao trabalho do coordenador pedagógico, são:

1. A atitude do corpo escolar, ou seja, dos professores, do diretor, do

coordenador, entre outros profissionais, diante do seu trabalho e para com seus

supervisores, seus colegas de trabalho e seus subordinados.

2. Qual é a satisfação pessoal que cada integrante do corpo escolar sente em

relação ao seu trabalho.

3. O quanto as pessoas que compõe o corpo escolar estão comprometidas com os

objetivos e metas estabelecidas pela escola.

4. O quanto os professores, coordenadores, diretor e todos os funcionários da

instituição de ensino confiam na boa execução do próprio trabalho, assim como no

trabalho de seus colegas.

5. Como se dá a comunicação entre professores e equipe de coordenação

pedagógica, se há espaço para conversas, contribuições e trocas de experiências de

ambas as partes.

41

As variáveis de produção, ou variáveis do sucesso escolar, são aquelas ligadas

diretamente ao desempenho da escola. Enquanto as outras variáveis estão relacionadas

de forma indireta, ou seja, exercem influência em um indivíduo ou em uma situação que

futuramente terá consequência no sucesso escolar, as variáveis de produção influem

diretamente neste índice. São elas:

1. O nível de desempenho alcançado de fato por todos que compõe o corpo

escolar.

2. O nível de desempenho alcançado pelos alunos, sendo o mesmo medido

através de avaliações, sejam aquelas aplicadas pela escola ou aquelas que são

elaboradas fora das escolas, tendo como objetivo a medição do desempenho das

mesmas comparativamente.

3. Número de faltas, licenças e readequação do quadro de pessoal da escola.

4. Número de faltas, repetência e evasão escolar dos alunos.

5. Qualidade da relação da escola com a comunidade.

6. Aumento no valor dos recursos humanos disponíveis, ou seja, valorização

financeira do corpo escolar.

Os estudos com escolas ao longo dos anos têm mostrado que, para melhorar a

qualidade do ensino, ou seja, para melhorar as variáveis de sucesso da escola, a ação do

corpo pedagógico da escola deve estar focada sobre as variáveis intervenientes. Estas

variáveis, por sua vez, são diretamente influenciadas pelas variáveis de iniciação. Isso

significa que a condição das primeiras é resultado, em grande parte, das segundas, que

têm grande influência no resultado da escola.

42

A análise das variáveis apresentadas leva a conclusão da importância do tempo,

ou seja, da realização de um trabalho em longo prazo quando o coordenador pedagógico

pretende realizar uma mudança na qualidade de ensino da instituição em que trabalha. A

maneira mais eficiente de realizar esta transformação é o trabalho em parceria com as

pessoas que compõe o corpo escolar, ou seja, a interferência nos fatores humanos que

influenciam a eficiência do ensino. À medida que o processo se desenvolve ao longo do

tempo, em geral, as escolas sentem o resultado do investimento realizado nas pessoas, e

a melhoria da qualidade de ensino é percebida.

A ação supervisora tem suas raízes nas variáveis de iniciação, estabelecendo

seus objetivos a partir das variáveis de sucesso escolar, focalizando a mudança nas

variáveis intervenientes para alcançar os objetivos traçados.

Natureza da Organização Escolar

Para o coordenador pedagógico, é

essencial o conhecimento de como a escola está

organizada e como estabelece suas relações

internas e externas, pois o coordenador realiza

seu trabalho em um ambiente organizacional. A

ação do coordenador se dá dentro de uma

estrutura administrativa e esta exerce influência

na organização total.

Ao analisar a escola sob o ponto de

vista organizacional, percebemos que ela é um

tipo especial de organização, devido aos seus

objetivos específicos e ao fato de ela lidar com pessoas o que, em geral, não permite que

se crie uma “fórmula mágica” que resolva todos os seus problemas. É necessário que o

coordenador pedagógico conheça como se dá a estruturação escolar e as

43

particularidades de cada unidade de ensino, pois ele terá que se adaptar a suas

necessidades.

A escola é uma instituição social, e para sobreviver, precisa atender a dois

requisitos básicos: manter-se internamente e, simultaneamente, ser adaptável ao meio

externo. Isso significa que, ao mesmo tempo em que deve haver um esforço da escola

para responder às necessidades sociais, ela deve se estruturar internamente através da

interação entre os indivíduos e a manutenção de sua organização em longo prazo. Para

isso, o coordenador pedagógico tem o papel de ser sensível às necessidades tanto

internas quanto externas da escola, a fim de realizar as transformações necessárias para

a adaptação.

Segundo o sociólogo T. Parsons, as organizações sociais precisam atender a

quatro fatores para se manterem como tal: a adaptação ao meio ambiente, o alcance dos

objetivos propostos, a integração interna ao contexto mais amplo e a manutenção dos

padrões e dos valores socialmente estabelecidos. A aplicação destes conceitos à escola

ficaria da seguinte forma, conforme ilustrado no quadro:

Necessidade da organização Necessidade da escola

Adaptação ao meio ambiente - aceitação das mudanças sociais

- renovação profissional e cursos de

reciclagem de professores e equipe

pedagógica

- incorporação de novas tecnologias

no processo de ensino

- diálogo com grupos que podem

exercer pressão sobre a escola

Alcançar os objetivos em relação

aos alunos

- auto-realização dos alunos

- qualificação para inserção no

mercado de trabalho

- exercício consciente da cidadania

44

- índices favoráveis em relação à

repetência e evasão escolar

- crescimento e desenvolvimento dos

professores e especialistas em

educação

Integração interna ao contexto

mais amplo

- melhoria das relações com outras

organizações que operam na

organização escolar

- coordenação curricular dentro da

escola e entre outras escolas que

compõem o sistema escolar estadual

- integração e articulação entre a

coordenação pedagógica e divisões

regionais de ensino, delegacias de

ensino e demais unidades

administrativas que compõem o

sistema escolar.

Manutenção dos padrões e dos

valores socialmente estabelecidos

- manutenção da moral vigente na

sociedade que se articula com a

escola

- manutenção da lealdade do corpo

escolar com os objetivos propostos

- socialização dos alunos e dos

educadores para adoção da ética

específica a cada unidade escolar

45

2.2 - O que é Orientador Educacional?

Neste capítulo, vamos definir o que é o

orientador educacional, para que o aluno possa conhecer

a diferença entre este profissional e o coordenador

pedagógico, procurando esclarecer algumas confusões

em relação à terminologia.

Conforme vimos, o orientador educacional

exerce uma função de maior proximidade com os alunos,

auxiliando com seus problemas pessoais, no seu

desenvolvimento enquanto indivíduo, ou seja, na

formação de valores. Se ele achar necessário, irá intervir

através de conversas com o estudante e com sua família.

O orientador educacional trabalha dentro do corpo da gestão escolar, exercendo

o papel de proximidade com o aluno e com a comunidade. Segundo Mirian Paura, da

Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em entrevista

para a Revista Nova Escola:

"O profissional de sala de aula está voltado para o processo de ensino-

aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como

Geografia ou Matemática... Já o orientador não tem currículo a seguir. Seu

compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores,

atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e

criticando."

Devemos ressaltar que nem todas as escolas possuem este profissional, e que em

muitas delas o coordenador pedagógico acaba assumindo esta função, mas o ideal para o

desenvolvimento do aluno é que exista um profissional dedicado especificamente a esse

trabalho.

46

Além disso, o orientador educacional não deve ser confundido com um

psicólogo escolar, pois sua orientação tem relação com as esferas de vivência, escolhas

profissionais e relacionamento com colegas.

A orientação educacional pode atuar de duas maneiras: através da ação direta,

que se dá pelo trabalho em grupo, ou através da ação integrada entre várias equipes,

conforme abaixo:

1) Ação Direta.

- Através do contato direto com o aluno, a fim de prepará-lo para uma

participação ativa na sociedade, através da reflexão sobre o seu papel dentro dela, quais

são os desafios que ele vai enfrentar e como contorná-los.

- Conversar com o aluno sobre quais são suas áreas de interesse, quais são as

matérias em que ele se destaca e no que ele quer trabalhar, ou seja, orientação

vocacional.

- Treinamento de suas capacidades para o desenvolvimento do indivíduo como

um cidadão ativo e consciente.

- Propor e contribuir na realização de atividades que visem integrar a

comunidade à escola, como festas cívicas, programas relacionados à saúde, à cultura e

às atividades artísticas.

- Divulgar programas em que os alunos possam realizar estágios e monitorar a

realização destes estágios.

47

2) Ação Integrada.

- Trabalho com o corpo escolar para que o aluno possa se desenvolver. O

orientador educacional percebe quais são as lacunas que devem ser preenchidas pelos

vários profissionais que trabalham com os alunos, a fim de desenvolver, em cada um,

seu próprio potencial.

- O orientador educacional participa do planejamento escolar, a fim de propor

ideias e de auxiliar no alcance dos objetivos da escola como um todo, no que se refere

ao desenvolvimento do aluno.

- Trabalhar em parceria com a administração da escola, com a coordenação

pedagógica e com o corpo escolar como um todo.

Para ser um orientador educacional, é preciso ser formado no ensino superior na

área de Pedagogia e possuir pós-graduação em Orientação Educacional.

2.3 - Desafios à Coordenação Pedagógica

O coordenador pedagógico enfrenta vários desafios em seu trabalho

cotidianamente, pois ele tem que trabalhar com outras pessoas para chegar aos

resultados pretendidos. Os maiores desafios podem ser resumidos em quatro fatores

centrais:

1. Desagregação da estrutura social, em particular da família.

2. Currículo disciplinar guiado por doutrinas externas à escola e aplicação de

uma avaliação classificatória excludente dos alunos.

3. Condições de trabalho precárias.

48

4. Má formação dos professores e do corpo escolar.

Podemos pensar em outros problemas enfrentados pelos coordenadores

pedagógicos a partir das perspectivas desses próprios profissionais. A Fundação Victor

Civita, criada em 1985 pelo Grupo Editorial Abril, é uma instituição que visa contribuir

para o desenvolvimento da educação no Brasil, através de pesquisas e publicações que

discutem o estágio atual da educação, assim como propostas para seu desenvolvimento.

Em 2010, a instituição realizou uma pesquisa com coordenadores e supervisores

pedagógicos de todo Brasil, a fim de levantar qual seria sua percepção dos principais

problemas enfrentados por esses profissionais. Baseados nesta pesquisa, mostramos

abaixo uma tabela destacando os principais desafios apontados por esses profissionais,

com influência direta no seu cotidiano.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DA COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA (RESPOSTA MÚLTIPLA)

ALUNOS - MOTIVAÇÃO E

DISCIPLINA

47%

Falta de disciplina dos alunos 31%

Baixo desempenho escolar dos

alunos

12%

Violência: os alunos agridem

colegas ou professor

11%

Ausência/falta dos alunos 7%

Falta de motivação/ compromisso/

interesse dos alunos

4%

Progressão continuada 4%

Presença de criança ou jovem

envolvida com comércio de

drogas ou outros delitos na sala de

aula

3%

49

PAIS E COMUNIDADE 43%

Falta de participação dos pais 43%

Problemas sociais acarretam

distúrbios na criança

-

Conflitos entre direção, escola e

pai

-

RECURSOS E

INFRAESTRUTURA

35%

Falta de professores (ter menos do

que deveria)

16%

Falta de conservação das

instalações/infraestrutura

9%

Falta de material didático 8%

Falta de funcionários (merendeira,

faxineira)

6%

Salas muito cheia 5%

Falta de equipamento 5%

PROFESSORES - PREPARO E

MOTIVAÇÃO

31%

Falta de motivação da equipe

docente

13%

Ausência de professores (faltar ao

trabalho)

12%

Equipe docente com pouco

conhecimento didático

5%

Professores resistem a ideias

novas/projetos/propostas

5%

EXCESSO DE

ATRIBUIÇÕES/FALTA DE

TEMPO

15%

Falta de tempo para planejamento 10%

50

Questões administrativas

competem com as questões

pedagógicas

7%

Excesso de relatórios 1%

GESTÃO DA

APRENDIZAGEM/

COORDENAÇÃO

14%

Faltam objetivos e metas de

conteúdo/ aprendizagem que o

professor deva seguir e cumprir

em sala de aula

7%

Indefinição do papel do

coordenado

4%

Falta de preparo do coordenador 2%

Falta de autoridade (não consigo

exercer minha autoridade)

2%

Falta de planejamento

pedagógico/ coordenação

1%

OUTROS 7%

Inclusão (crianças com

deficiências)

3%

Muitas atribuições 2%

Falta de apoio/ respaldo da

Secretaria da Educação/governo

1%

Dificuldade no encaminhamento

de problemas de saúde dos alunos

1%

Nenhum 2%

Dados disponíveis em

http://www.fvc.org.br/pdf/coordenador-apresentacao.pdf

51

Conforme percebemos a partir dos dados da pesquisa, os dois problemas mais

apontados pelos coordenadores pedagógicos estão relacionados ao comportamento dos

alunos e dos pais, sendo a indisciplina dos alunos e a falta de participação dos pais na

vida escolar destes os principais problemas de um coordenador pedagógico. Podemos

relacionar estes problemas à desagregação familiar, apontado no começo deste capítulo.

De acordo com a gravidade de cada problema encontrado, podemos mostrar o

gráfico abaixo, de acordo com a opinião dos próprios coordenadores pedagógicos:

Dados disponíveis em

http://www.fvc.org.br/pdf/coordenador-apresentacao.pdf

A mesma pesquisa também questionou os coordenadores pedagógicos sobre qual

seriam os principais problemas da escola para a boa execução do seu trabalho. De

acordo com o gráfico a seguir, vemos que os principais problemas apresentados na

escola estão relacionados com a infraestrutura e com os recursos destinados à escola,

como falta de verbas, de vagas para os alunos, de material e de espaço para os alunos.

52

Dados disponíveis em

http://www.fvc.org.br/pdf/coordenador-apresentacao.pdf

2.4 - Formação do Coordenador Pedagógico

O coordenador pedagógico exerce funções

muito específicas, que vão desde a elaboração do

currículo escolar em parceria com os diretores e

professores, o contato direto com os pais de alunos,

lidar com os próprios alunos e a formação

continuada de professores. Apesar de exercer

funções tão particulares, o coordenador pedagógico

não tem uma formação específica. Em geral, estes

profissionais são formados em pedagogia,

apresentando especializações ou cursos de formação

específicos para sua área.

53

Para Silvia Carvalho, coordenadora executiva da ONG Avisa Lá, instituição

especializada em educação, em entrevista para Revista Educação, o coordenador

pedagógico deve ter uma ampla experiência como professor no nível de ensino que irá

coordenar, além de uma pós-graduação ou especialização na área em que mais se

identifica.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, que regula os parâmetros

que devem ser seguidos por todas as instituições de ensino no Brasil, a formação dos

profissionais que atuam na educação básica, ou seja, no ensino fundamental, deverá ser

o curso superior ou a pós-graduação na faculdade de Pedagogia, de acordo com o que

segue:

“Art. 64º. A formação de profissionais de educação para administração,

planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a

educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em

nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida,

nesta formação, a base comum nacional.” (Lei de Diretrizes e Bases

(LBD) de 20 de dezembro de 1996)

Um curso superior em Pedagogia, na Universidade de São Paulo – USP, possui o

tempo total de estudo de quatro anos (ou oito semestres), com o total de 1.680 horas

cursadas nas disciplinas obrigatórias e 1.020 horas cursadas nas disciplinas

complementares, ou seja, aquelas que podem ser eleitas para serem cursadas.

A grade obrigatória da faculdade, a partir do ano de 2006, é a seguinte:

54

Semestre

História

da

Educação

I

Sociologia

da

Educação I

Filosofia da

Educação I

Didática I Fundamentos

Econômicos da

Educação

Semestre

História

da

Educação

II

Sociologia

da

Educação II

Filosofia da

Educação II

Psicologia

da Educação

I

Didática II

Semestre

Optativa Optativa Política

Educacional

e

Organização

da Educação

Básica I -

POEB

Psicologia

da Educação

II

Aspectos

Ético-Político -

Educacionais

para Integração

da Pessoa com

Necessidades

Educativas

Especiais – IIE

Semestre

Optativa Optativa Coordenação

do Trabalho

na Escola I

Política

Educacional

e

Organização

da Educação

Básica II -

POEB II

Atividades

Práticas I -

Estágio e

Projetos

Semestre

Optativa Optativa Metodologia

do Ensino de

Matemática

Coordenação

do Trabalho

na Escola II

Atividades

Práticas II -

Estágio e

Projetos

Semestre

Optativa Optativa Educação

Infantil

Metodologia

do Ensino de

Português: a

Atividades

Práticas III -

Estágio e

55

alfabetização Projetos

Semestre

Optativa Optativa Currículos e

Programas

Metodologia

do Ensino de

Arte e

Movimento

Corporal

Atividades

Práticas IV -

Estágio e

Projetos

Semestre

Optativa Optativa Metodologia

do Ensino de

Ciências

Metodologia

do Ensino de

História/

Geografia

Atividades

Práticas V -

Estágio e

Projetos

Dados disponíveis em

http://www2.fe.usp.br/estrutura/pedago/grade.htm

Para os coordenadores pedagógicos de escolas públicas de educação básica, é

oferecido um curso de pós-graduação latu sensu, no formato de Curso de Educação à

Distância, com a carga horária de 405 horas, coordenado pelo Ministério da Educação.

Para mais informações, acesse

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14670&Ite

mid=947.

Segundo o estudo sobre coordenadores pedagógicos da Fundação Victor Civita,

a quantidade total de coordenadores que realizaram cursos de extensão específicos para

a coordenação pedagógica corresponde a 67% dos entrevistados, conforme o gráfico

abaixo:

56

Dados disponíveis em

http://www.fvc.org.br/pdf/coordenador-apresentacao.pdf

Dentre o total de coordenadores pedagógicos entrevistados, 55% eram formados

no curso superior em Pedagogia. Dos outros 45% que são formados em outros cursos,

61% fizeram Pedagogia como segunda faculdade.

Segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados fizeram pós-graduação, sendo que

99% destes fizeram especialização latu sensu e 4% fizeram mestrado, sendo que os

cursos de especialização ou extensão tinham como maiores focos a pedagogia, escolhida

por 20% dos entrevistados, a gestão escolar e a psicopedagogia, com 19% de

preferência dos coordenadores pedagógicos cada.

Segundo estudo da Fundação Victor Civita, os coordenadores pedagógicos se

atualizam em sua profissão das seguintes formas: lendo livros relacionados à assuntos

pedagógicos (74%), lendo revistas especializadas em educação (63%), na participação

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de cursos e palestras ligados à educação (62%), pesquisando na internet em sites de

educação (61%) ou em sites de notícias em geral (32%), lendo revistas ou jornais não

específicos para educação (28%), na discussão com outros coordenadores ou com

professores (21%), e, por fim, lendo livros de interesse geral, como romances ou

biografias (16%).

58

Conclusão do Módulo I

Olá aluno(a)!

Você está quase chegando ao fim da primeira etapa do nosso Curso de

Coordenação Pedagógica oferecido pelo Cursos 24 Horas!

Aqui falamos sobre diversos assuntos pertinentes a educação! Vimos inúmeros

conceitos, inclusive sobre educação, didática pedagogia etc.

Nesse módulo você pode conferir quais são as diversas atribuições de um

coordenador pedagógico, além de saber qual é a diferença entre ele e o orientador

pedagógico.

Para passar para próxima etapa, você deverá realizar a avaliação referente ao

primeiro módulo. Essa avaliação encontra-se em sua sala de aula virtual. Fique

tranquilo(a) e só faça a avaliação quando se sentir preparado!

Desejamos uma bom estudo, boa sorte e boa avaliação!

Até breve!