caderno de téc. em logística (cadeia de suprimentos)
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Cadeia de suprimentosTRANSCRIPT
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Tcnico em Logstica
Mariana Pereira Melo
2013
Cadeia de Suprimentos
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Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Marco Antnio de Oliveira Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Cleanto Csar Gonalves
Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto
Secretrio de Educao
Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretrio Executivo de Educao Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educao Profissional
Josefa Rita de Cassia Lima Serafim
Gestor de Educao a Distncia George Bento Catunda
Coordenao do Curso Maria Helena Cavalcanti
Coordenao de Design Instrucional
Diogo Galvo
Reviso de Lngua Portuguesa Eliane Azevdo
Diagramao
Klbia Carvalho
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INTRODUO ............................................................................................................................ 3
1. COMPETNCIA 01 | COMPREENDER O CONCEITO DE LOGSTICA INTEGRADA ................... 7
1.1. Nvel de Servio ................................................................................................... 10
1.1.1 Medio do Nvel de Servio ............................................................................. 13
1.2. Gesto de Demanda ............................................................................................ 14
1.2.1 Responsabilidade de Prever a Demanda........................................................... 18
1.2.2 Natureza das Previses ..................................................................................... 20
1.2.3 Tcnicas de Previses de Vendas ...................................................................... 22
1.2.4 Requisitos de Uma Boa Previso ....................................................................... 23
2. COMPETNCIA 02 | ENTENDER O CONCEITO E A OPERAO DA CADEIA DE
SUPRIMENTOS ........................................................................................................................ 24
2.1. Viso Geral da Cadeia de Suprimento ................................................................. 24
2.2. Cadeias de Valor .................................................................................................. 28
2.3. A Filosofia Lean ................................................................................................... 29
2.4. O Mapeamento do Fluxo de Valor ...................................................................... 33
3. COMPETNCIA 03 | CONHECER OS PROCESSOS DE FORNECIMENTO ............................... 38
3.1. Funo Compras .................................................................................................. 38
3.1.1 Logstica Reversa ............................................................................................... 43
3.2. Integrao Vertical .............................................................................................. 47
3.3. Papel e Decises de Compras.............................................................................. 49
3.4. Fatores Crticos Para o Sucesso da Parceria ........................................................ 53
3.5. Gesto de Fornecedores ..................................................................................... 53
4. COMPETNCIA 04 | CONHECER OS PROCESSOS DE EXPEDIO ....................................... 55
4.1. COMO A MOVIMENTAO E DISTRIBUIO AFETAM A CADEIA DE
SUPRIMENTOS E A LOGSTICA .................................................................................... 58
4.1.1 Conceitos da Distribuio Fsica ........................................................................ 65
4.2. WMS Warehouse Management System .......................................................... 70
5. COMPETNCIA 05 | COMPREENDER A OPERAO JUST IN TIME ..................................... 72
5.1. Gesto de Estoques ............................................................................................. 72
5.1.1 Razes para Manter Estoques ........................................................................... 75
5.1.2 Estoques De Segurana ..................................................................................... 77
5.1.3 A Gesto de Estoques e o Nvel de Servio ....................................................... 79
5.1.4 Curva Abc .......................................................................................................... 80
Sumrio
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5.1.5 Acurcia dos Dados de Estoque ........................................................................ 81
5.1.6 Recepo e Armazenagem de Materiais ........................................................... 82
5.2. O Sistema Just in Time - Jit ................................................................................. 83
REFERNCIAS .......................................................................................................................... 91
CURRCULO DO PROFESSOR-PESQUISADOR .......................................................................... 97
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Cadeia de Suprimentos
INTRODUO
Prezado aluno,
Espero poder contar com todo o seu empenho nesta disciplina. importante
que voc perceba a relevncia desse assunto para o estudante de logstica e,
principalmente a relao do tema com as outras disciplinas que voc j
estudou ou ainda estudar neste mdulo.
imediato notar a proximidade deste tema com a disciplina de Produo.
Ora, se a cadeia de suprimentos formada por elos do processo interno e
externo da empresa, a rea de Produo elemento chave para garantir o
atendimento aos clientes. para esta rea que os responsveis por
suprimentos compram produtos necessrios para garantir que os itens
estejam prontos para atender os clientes.
Com a rea de Qualidade no diferente. A gesto da cadeia de suprimentos
envolve atividades tal qual garantir que os produtos comprados para
ingressarem no processo produtivo estejam dentro de todas as especificaes
definidas. Garantir a presena de fornecedores confiveis no processo
aumenta as chances desta etapa da operao sofrer menos falhas.
O mesmo pode ser dito para a relao entre Cadeia de Suprimentos e
Estoques. No toa que na competncia 5, antes de ver o conceito de Just
in time voc ter uma explicao sobre os conceitos bsicos de estoques para
compreender melhor a funo e a implementao do sistema JIT.
Quanto sade e segurana a mesma relao se aplica, porm, envolvendo
aqui o elo mais importante da cadeia: o profissional que atua nas operaes
estudadas nesta disciplina. A contratao de fornecedores uma etapa que
tem relao estreita com esta rea, pois, no raro, empresas que no tm
preocupao com a segurana dos seus funcionrios priorizam preos mais
baixos suas contrataes esquecendo-se de critrios bsicos de
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atendimento, como por exemplo, a segurana dos seus colaboradores. Um
exemplo disso a contratao de transportadoras que no respeitam as
normas de segurana e colocam nas ruas veculos que no tm condies de
circular.
Estamos mais envolvidos em cadeias de suprimentos do que imaginamos. E
podemos estar envolvidos com elas de diversas maneiras. Em um momento
somos clientes: como quando vamos a uma loja comprar roupas, ou a um
supermercado comprar itens alimentcios. Em outros momentos podemos
atuar como integrantes do processo produtivo interno, quando recebemos a
demanda de algum professor, mas para realizar a nossa atividade
necessitamos receber antes a parte de algum colega para podermos iniciar a
nossa parte. Podemos ainda atuar como fornecedores, como acontece agora
com este seu professor, que escreve este caderno com o intuito de oferecer
ao aluno o atendimento de uma necessidade: o aprendizado acerca das
operaes nas cadeias de suprimentos.
Como voc pode notar, estamos sempre envolvidos nessas cadeias. Por isso,
to importante entender sobre o seu funcionamento e conhecer quem so os
seus integrantes. Voc perceber, caro aluno, que a expanso da cadeia de
suprimentos abraa elos que antes no faziam parte dela como os
fornecedores que passam a ser integrados a cada dia nas organizaes. Ou
ainda, passa-se a ter uma nova estrutura de cadeia de suprimentos devido a
uma ao estratgica das companhias: a integrao vertical.
Espero que voc esteja preparado para iniciarmos juntos os estudos sobre
Cadeia de Suprimentos.
Na competncia 1, caro aluno, voc aprender sobre a logstica integrada e
entender quais componentes a formam. Aprender tambm sobre um
conceito amplamente divulgado no meio logstico e que muito importante
para permitir a avaliao de desempenho das operaes logsticas: o nvel de
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Cadeia de Suprimentos
servio. A gesto de demanda tambm um conceito visto nesta
competncia.
Na competncia 2, voc ter uma viso geral do que a cadeia de
suprimento. Conhecer tambm o conceito de valor e sero apresentados
definio do mapa da cadeia de valor. Trata-se de um conceito que foi trazido
para este caderno devido sua importncia no meio do estudo da estratgia
nas empresas e foi baseado no pensamento de um estudioso da
administrao estratgica, Michael Porter. Voc tambm ser introduzido no
mundo da filosofia Lean e ver que ela tambm pode ser conhecida como
Sistema Toyota de Produo ou ainda Produo enxuta. Estar familiarizado
com estes conceitos essencial para os atuantes da rea de Operaes e
Logstica, atualmente devido ao fato de muitas grandes organizaes estarem
em processo de mudana de filosofia de operao para adaptao a este novo
sistema.
Na competncia 3, voc conhecer os processos de fornecimento e mais
especificamente as atividades da rea de Compras, responsvel pela
negociao, aquisio de materiais e equipamentos e coordenao e
desenvolvimento dos fornecedores da organizao. Ver tambm como
importante associar os processos de aquisio atuais ao tema
sustentabilidade.
Na competncia 4, so os processos de distribuio e movimentao de
mercadorias que sero o foco. Voc perceber a necessidade de alinhar todas
as aes logsticas estratgia da companhia e, conhecer tambm o WMS
Warehouse Management System.
Na ltima competncia, porm no menos importante, voc ver um pouco
mais sobre a abordagem da produo enxuta ao estudar o conceito de Just in
time. Para consolidar os estudos sobre esta ferramenta do Lean
Manufacturing, voc ver estes conceitos acerca da gesto de estoques.
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6 Logstica
Sendo assim, caro aluno, espero que voc faa bom proveito ao estudar esta
disciplina e, procure utilizar ao mximo as informaes e o conhecimento
adquiridos no curso, integrando o aprendizado entre as disciplinas estudadas,
o que certamente aumentar as suas chances de ter sucesso profissional.
Bons estudos!
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Cadeia de Suprimentos
1. COMPETNCIA 01 | COMPREENDER O CONCEITO DE LOGSTICA
INTEGRADA
Nesta competncia, veremos o conceito de logstica, propriamente dito, assim
como as atividades que compem esta rea da Administrao. Sero
apresentadas tambm definies acerca da Gesto de Demanda, rea que
atua em constante contato, e por vezes conflito com a Logstica das
organizaes.
Conforme o Council of Supply Chain Management Professionals, ou Conselho
dos Profissionais de Cadeia de Suprimentos que a principal associao
mundial de profissionais de gesto de cadeias de abastecimento:
Logstica a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econmico de matrias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informaes a eles relativas, desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o propsito de atender s exigncias dos clientes. (WIKIPEDIA, 2013)
A otimizao dos processos logsticos hoje um ponto crucial para a melhoria
do desempenho das organizaes. Um dos motivos que est na logstica boa
parte das operaes que, se melhoradas, podem oferecer empresa aes
representativas de reduo de custos. No entanto, sabe-se que reduzir os
custos das operaes no pode ser realizado em detrimento dos outros
objetivos de desempenho da companhia tal qual a qualidade.
Conforme Ballou (2009, p. 24) as atividades em logstica dividem-se entre
atividades primrias e atividades de apoio. As primeiras so compostas por:
Transportes, Manuteno de estoques e Processamento de Pedidos.
A atividade de transportes em logstica envolve tarefas como a contratao de
transportadores, o controle dos custos com frete, avaliao da capacidade
Competncia 01
http://pt.wikipedia.org/wiki/Council_of_Supply_Chain_Management_Professionalshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_cadeia_log%C3%ADstica
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utilizada dos veculos. Tal atividade primria representa cerca de um a dois
teros dos custos com logstica em uma organizao (BALLOU, 2009).
Por sua vez, a atividade primria relativa Manuteno de estoques de
carter estratgico para as empresas uma vez que o nvel de estoque de uma
companhia diz muito sobre o capital parado investido em materiais ou
produtos acabados. No raro, quando as empresas necessitam disponibilizar
capital e aumentar a liquidez financeira, aes de reduo de estoques
atravs de campanhas de vendas ou promoes so executadas. Manter
estoques necessrio, pois ele funciona como um colcho ajudando as
empresas a continuarem atendendo aos clientes em momentos de variao.
Tal variao pode ser tanto em relao demanda quanto em relao aos
suprimentos. O objetivo de manter estoques , portanto, conciliar suprimento
e demanda.
Por ltimo temos a atividade de Processamento de pedidos. uma atividade
que em algumas empresas realizada pela rea de logstica propriamente
dita e em outras por reas de apoio dos setores de Vendas ou Comercial. Tem
reflexos sobre o tempo de atendimento dos pedidos dos clientes uma vez que
envolve atividades como anlise de crdito dos clientes, liberao dos pedidos
para faturamento, checagem de disponibilidade de estoques versus itens do
pedido entre outras.
As atividades de apoio, conforme Ballou (2009, p. 26) so: armazenagem,
manuseio de materiais, embalagem de proteo, obteno, programao de
produtos, manuteno da informao.
Competncia 01
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Cadeia de Suprimentos
Atividades de apoio Caractersticas principais
Armazenagem Lida com localizao, leiaute e arranjo fsico das
instalaes.
Manuseio de
materiais
Lida com a movimentao de materiais, engloba
seleo de equipamentos de movimentao.
Embalagem de
proteo
Atua sobre a definio das dimenses das
embalagens e sobre a adequao delas aos
meios de transporte e armazenagem. Objetiva
manusear produtos sem danific-los.
Obteno Relativo atividade de compras e definio e
avaliao de fornecedores.
Programao de
produto
Relacionada programao de produo
adequada s demandas dos clientes.
Manuteno de
informao
Atua no tocante gesto da informao para
garantir dados sobre custos e desempenho
logstico.
Quadro 1 - Atividades de Apoio Fonte: Adaptado de Ballou (2009, pg. 27).
Ballou (2009) afirma que a atividade de logstica de uma empresa precisa
utilizar planejamento e controle para garantir uma boa movimentao e
distribuio dos produtos de forma a garantir um nvel de servio adequado
aos clientes.
Chega-se aqui a um conceito muito importante a ser conhecido por quem lida
com logstica, mas no s, tambm imprescindvel que todos aqueles que
lidem com atendimento aos clientes estejam cientes do que isto significa. o
que veremos no prximo tpico: o conceito de nvel de servio.
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1.1. Nvel de Servio
Para Ballou (2009, p. 73), o nvel de servio pode contemplar vrios conceitos:
a qualidade com que o fluxo de bens e servios gerenciado. o resultado lquido de todos os esforos logsticos da firma. o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos.
A definio do conceito de nvel de servio a ser adotado pelas empresas varia
de acordo com a necessidade delas e dos seus clientes. Para um
supermercado, por exemplo, oferecer bons produtos com uma boa
apresentao deles prezando pela higiene, pode ser o fator principal para se
alcanar o nvel de servio desejado. J para outro a higiene e a variedade de
produtos a serem oferecidos podem ser os critrios prioritrios. Por outro
lado o distribuidor de alimentos que faz entregas para os supermercados deve
escolher como critrio primordial para o bom nvel de servio a agilidade na
entrega e o baixo nvel de inverso e avarias nos produtos (veremos mais a
frente os conceitos de inverso e avarias).
Conforme Ballou (2009) o nvel de servio formado por trs tipos de
elementos: elementos de pr-transao, elementos de transao e elementos
de ps-transao. A figura 1 mostra quais sos os componentes de cada grupo
de elementos:
Competncia 01
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Cadeia de Suprimentos
Figura 1 - Elementos do nvel de servio
Fonte: Adaptado de Ballou (2009, p. 75).
Figura 1 Nvel de Servio Fonte: Criao Professor-Autor
Os elementos de pr-transao apresentam as caractersticas dos produtos e
servios que sero oferecidos aos clientes atravs de polticas por escrito. Em
muitos casos, so feitos acordos de nvel de servio com os clientes, os
chamados SLAs Service Level Agreement. Neles o tipo de servio a ser
oferecido assim como a meta do indicador de atendimento registrado com o
objetivo de aproximar a relao entre fornecedor e cliente e tambm com o
desejo de encontrar oportunidades de melhorias no processo. Definies de
bnus para os clientes caso eles atendam critrios que facilitem a operao
para o fornecedor tambm devem estar descritos no SLA.
Imagine o seguinte exemplo. Uma empresa fornecedora de vigas de
construo chamada Alpha percebeu que a maioria dos clientes sempre
deixava para colocar os pedidos de compra nos ltimos dias do ms. Isso
prejudicava muito a operao da empresa porque nos primeiros dias do ms
as equipes da operao ficavam ociosas e no momento do pico era necessria
a implantao de horas extra com as equipes para conseguir atender o grande
volume de pedidos. Foi desenvolvido ento um SLA com os principais clientes,
NVEL DE SERVIO
ELEMENTOS DE PR-
TRANSAO
- Poltica posta por escrito; - Poltica nas mos do cliente; - Estrutura organizacional; - Flexibilidade do sistema; - Servios tcnicos.
ELEMENTOS DE
TRANSAO
- Nvel de estoque; - Habilidade no trato de atrasos; - Elementos do ciclo de pedido; - Tempo; - Transbordo; - Preciso; - Convenincia do pedido; - Substituibilidade do produto.
ELEMENTOS DE PS-
TRANSAO
- Instalao, garantias, reparos, peas de reposio; - Rastreamento do produto; - Queixas e reclamaes dos clientes; - Embalagem; - Reposio
temporria do produto
durante reparos.
Competncia 01
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12 Logstica
os quais representavam 50% do volume total faturado pela companhia. Desta
forma, os clientes foram orientados a colocar pedidos de forma espaada no
ms e quanto mais cedo a colocao dos pedidos os clientes receberiam um
desconto maior no valor do pagamento. Veja a tabela abaixo com o sistema
de bonificao acordado:
Com esta ao a indstria conseguiu que os grandes clientes colocassem os
pedidos com mais antecedncia e reduziu os custos com hora extra, mesmo
comparado s despesas com os descontos.
Compare os grficos das figuras 2 e 3, que mostram o antes e o depois do uso
da capacidade produtiva conforme a variao da entrada dos pedidos. Note
que a menor variao das entradas dos pedidos reduz a necessidade de horas
extra das equipes.
Figura 2 - Cenrio Antes Vendas x Capacidade Fonte: Criao Professor-Autor
Data de colocao do pedido Desconto
At 05/ms 3%
Entre 06 e 10/ms 2%
Entre 11 e 15/ms 1,50%
Aps 15/ms 0%
Tempo
Capacidade
Entrada de pedidos
Vendas
Cenrio Antes
Necessidade
de horas extra
Capacidade ociosa
Figura 2 - Cenrio Antes Vendas x Capacidade Fonte: Criao Professor-autor
Saiba mais:
Visite o site abaixo e leia orientaes de como criar um
SLA. http://www.
tiespecialistas.com.br/2011/01/como-elaborar-um-sla-the-service-level-
agreement/
Competncia 01
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Cadeia de Suprimentos
Figura 3 - Cenrio Depois Vendas x Capacidade Fonte: Criao Professor-Autor
J com relao aos elementos de transao, pode-se dizer que so os
elementos dos processos internos que faro com que as metas acordadas
com os clientes sejam cumpridas. Como mostrado na figura 1, informaes
quanto ao tempo de atendimento do pedido, por exemplo, e os
procedimentos padro de como deve funcionar a operao para que ele seja
atendido, deve constar deste grupo de itens.
Em se tratando dos elementos de ps-transao, eles se referem aos
indicadores de atendimento relacionados ao ps-compra, ao momento em
que o produto j est fora do ambiente da empresa e j chegou ao cliente
como, por exemplo, o atendimento s queixas e reclamaes deles. Para
analisar como os clientes avaliam a empresa fornecedora ou prestadora de
servios necessrio, porm, haver critrios. Veremos no prximo tpico o
tema medio de nvel de servio.
1.1.1 Medio do Nvel de Servio
As empresas podem encontrar diversas formas de mensurar o nvel de
desempenho. Em se tratando da operao de movimentao e distribuio
Tempo
Capacidade
Entrada de pedidos
Vendas
Cenrio Depois
Competncia 01
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das mercadorias pode-se definir como exemplo, indicadores voltados
disponibilidade do estoque no momento do faturamento, o tempo de entrega
contado a partir do momento da entrada do pedido, o tempo de entrega
contado a partir do momento em que o pedido foi liberado para faturamento
entre outros.
A definio desses parmetros ir depender de quais so as prioridades
competitivas para a companhia. Conforme Reid & Sanders (2005) h quatro
prioridades competitivas que devem ser consideradas pelas empresas. So
elas: custo, qualidade, tempo e flexibilidade. Com base em tais prioridades,
podem ser criados vrios tipos de indicadores e formas de medir o
desempenho das empresas. H vrios tipos de indicadores logsticos sendo
utilizados pelas companhias atualmente. Que tal fazer uma pesquisa sobre
eles? Acesse o site abaixo e leia mais sobre o assunto.
Sabe-se que a logstica de uma empresa uma rea que precisa-se integrar a
diversas outras para garantir o alcance do seu objetivo, que o atendimento
ao cliente. Uma das premissas bsicas para se atuar com logstica integrada ,
portanto conhecer sobre o processo de gesto de demanda. isso o que
veremos nos prximos tpicos.
1.2. Gesto de Demanda
Como citado antes o conhecimento sobre a gesto da demanda essencial
para o profissional de logstica. Corra et al (2006, p. 40) definem a gesto da
demanda conforme abaixo:
A Gesto da Demanda consiste na elaborao de um plano de vendas de longo prazo em termos de famlias de produtos, que seja vivel de ser atendido pela produo, considerando-se as limitaes de recursos materiais e de capacidade.
Saiba mais:
Visite o site abaixo e leia sobre
indicadores de desempenho.
http://www.guiadotrc.com.br/logistica
/indicadores_ desempenho_ logistica.asp
Competncia 01
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Cadeia de Suprimentos
O processo de gesto de demanda tem sido visto como sendo algo essencial
para ser do conhecimento do gestor de logstica para que ele possa realizar
um bom processo de administrao dos recursos. uma etapa da
administrao e da logstica que no cabe responsabilidade dele, no
entanto, por servir de base para que se d incio a um processo produtivo,
de extrema importncia ao sistema de fluxo logstico de materiais e de
informaes.
Um dos motivos que reforam a necessidade de se gerir a demanda o fato
de que poucas empresas so flexveis o suficiente para alterar o seu mix de
produtos, os que so fabricados, distribudos ou comercializados em um curto
prazo com o intuito de atender os seus clientes.
De acordo com Corra et al (2006), o processo de Gesto de Demanda
formado por cinco reas de atuao: habilidade para prever a demanda, canal
de comunicao com o mercado, poder de influncia sobre a demanda,
habilidade de prometer prazos e habilidade de priorizao e alocao.
Na figrua 4 vemos que esses cinco fatores, apesar de cada um apresentar as
suas caractersticas e aes necessrias para que cada funo seja exercida,
esto relacionados. A Gesto de Demanda precisa da atuao em cada um
desses cinco tpicos para ser sustentvel e fornecer para as reas clientes as
informaes necessrias para a tomada de decises. Abaixo descrevemos
sugestes de aes para sustentar um processo de Gesto da Demanda.
Figura 4 - Princpios da Gesto da Demanda Fonte: Adaptado de Corra et al (2006, pg. 239).
Competncia 01
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16 Logstica
Ainda segundo Corra et al (2006), a funo de prever a demanda consiste em
coletar dados, buscar informaes sobre a demanda e saber consolid-las ao
ponto de faz-las base para a tomada de decises. Deve-se:
Utilizar ferramentas disponveis.
Formar e manter base de dados.
Usar modelos matemticos.
Compreender como o comportamento da demanda afetado pelos
fatores internos (promoes) e externos (clima, condies econmicas).
Esta funo exige que se tenham canais de coleta de informaes, o que
estreita a sua relao com outra funo: a comunicao com o mercado. Uma
das formas mais simples para se obter informao do mercado perguntar a
ele, atravs dos seus clientes, quais so os seus desejos e necessidades e
como ele se sente em relao aos produtos e servios disponibilizados para
ele. Alm disso, o principal canal de uma empresa que se comunica com o
cliente o vendedor. Em poucos lugares, porm, eles so ouvidos para dar a
sua opinio sobre o que ele prev como demanda. Utiliza-se muito a base
histrica de vendas, mesmo tendo dentro da prpria companhia uma fonte
importantssima de informaes as pessoas que lidam diretamente com os
clientes. Por este motivo importante a participao dos vendedores e/ou
representantes de venda no processo de gesto de demanda. Esta atividade
no deve ser de responsabilidade de quem no tem contato com os clientes.
A terceira funo que faz parte do escopo da Gesto da Demanda a
influncia de mercado. Esta funo se refere empresa alm de gerar a
previso de vendas tambm tentar influenciar os seus clientes a, por exemplo,
comprar um produto que est com estoque alto, ou ainda tentar adiar ou
antecipar entregas. imprescindvel que a linha de frente da empresa, ou
seja, os prprios vendedores estejam cientes deste seu poder e obrigao.
Vejamos um exemplo. Uma loja de venda de roupas femininas est com um
estoque alto de casacos. J agosto, o inverno est chegando ao fim e no se
tem perspectiva de venda de todo o estoque. Para influenciar os clientes, os
Competncia 01
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Cadeia de Suprimentos
vendedores da loja podem receber a orientao de oferecer antes de
qualquer outra pea, o casaco com estoque alto. Caso no consiga influenciar
o cliente desta forma, poderia ser trabalhada uma poltica de preos
diferenciada para o item atravs de descontos e promoes.
A quarta funo trata da habilidade de prometer prazos. Esta funo se
adapta melhor ao setor industrial, pois a promessa de prazos depende do tipo
de produo praticada, se para estoque, se sob encomenda, entre outras.
J a habilidade de alocar e priorizar recursos pode e deve ser praticada em
qualquer organizao, uma vez que o desejo das empresas atender todos os
clientes em todas as suas necessidades e se sabe que isso no possvel.
Assim como a empresa no costuma conseguir ter todas as prioridades
competitivas como foco (tempo, custo, flexibilidade e qualidade), nem todos
os clientes com todas as suas diferentes necessidades sero atendidos. Trata-
se aqui do conceito de trade-off ou anlise de compensao. Este conceito
utilizado para explicar que quanto mais recursos so dedicados a uma
atividade, menos recursos sobraro para outras. Logo, estimulando esta
habilidade que os recursos sero direcionados para o cliente ou atividade que
melhor retorno trouxer para a companhia.
Podemos citar como exemplo a atividade de um distribuidor de alimentos. Ele
tem dois grupos de clientes cativos um grupo de clientes que compram altos
volumes em perodos espaados e outro grupo de clientes que compram
pequenas quantidades com uma frequncia maior. Um dos clientes do
primeiro grupo (altos volumes) fez uma solicitao de recebimento de uma
carga de macarro. Poucos minutos depois, recebeu-se um pedido de um
cliente do segundo grupo (menor volume, maior frequncia) para que
entregassem a ele uma carga menor do mesmo produto. No estoque do
distribuidor no havia macarro suficiente para atender os dois clientes por
completo.
Competncia 01
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18 Logstica
Fazendo a anlise de compensao, uma das interpretaes que se pode ter
:
O cliente que sempre compra maiores volumes, provavelmente ainda
tem estoque para suprir a sua demanda por um perodo de tempo.
Ao: questionar o mnimo que este cliente precisa receber
imediatamente at a chegada do prximo lote de macarro para que se
possa fazer a entrega restante.
O estoque do cliente que compra lotes menores e com maior
frequncia j deve estar baixo (deve-se conversar com o cliente para
confirmar tal fato). Logo, sugere-se atender por completo o pedido
dele.
As aes sugeridas devem ser avaliadas para cada situao, porm, pode-se
concluir que conhecer o processo do cliente e qual a real necessidade dele do
produto ajudar o gestor de logstica a tomar a melhor deciso em um
momento de crise como o do exemplo citado. No exemplo citado qualquer
um dos clientes seria muito lesado se faltasse macarro na prateleira do
supermercado para os quais eles distribuem produtos. O nvel de servio aos
clientes algo que precisa ser preservado para garantir a sustentabilidade do
negcio.
Veremos nas prximas linhas, um elo muito importante da Gesto de
Demanda: a definio de quem o responsvel por gerar as previses de
vendas.
1.2.1 Responsabilidade de Prever a Demanda
A responsabilidade de prever a demanda no da mesma pessoa que faz a
gesto logstica, esta ltima, no entanto, deve conhecer as etapas da gerao
da previso das vendas para estar apto a participar dele quando preciso.
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Cadeia de Suprimentos
Cabe queles que formam a rea comercial da empresa realizar esta funo.
Em empresas de grande porte, no raro a responsabilidade de prever a
demanda delegada rea de Planejamento. Algumas dificuldades, no
entanto, podem ser listadas quando isso ocorre:
A rea de Planejamento no confia nas informaes de vendas.
A previso resulta em um trabalho baseado em dados histricos.
Ocorre uma falta de comprometimento da rea de vendas.
Planejamento apenas utiliza dados frios e rev a previso com base
na entrada na carteira de pedidos.
As aes da rea comercial no so consideradas.
Ainda nas empresas de grande porte, tambm pode acontecer de a rea
comercial ser a nica responsvel pela gesto da demanda. Apesar de isso
apresentar a vantagem de se ter aquele que est mais prximo ao cliente
elaborando as previses algumas desvantagens tambm podem ser citadas:
Previso superestima vendas para induzir excesso de produo ou de
compras.
A rea comercial no responsvel pelos estoques, logo no se
preocupa se a produo e as compras forem maiores do que o
necessrio gerando sobra de estoques de materiais.
Em alguns casos a rea comercial subestima as vendas para que quando
ela chegue ao resultado ou o supere seja gerada a percepo de um
desempenho superior.
J em outras empresas h uma mescla de responsveis pela gerao da
previso. A rea comercial gera os nmeros e os envia para a alta direo da
empresa (se tratar-se de uma empresa de menor porte esta alta direo pode
ser representada pelo prprio dono). A direo faz uma anlise crtica da
previso gerada, porm a altera conforme o seu desejo. Isso pode gerar um
grande problema, pois faz com que a rea responsvel por produzir ou por
comprar o material para a venda fica sem saber quais dados considerar: se o
Competncia 01
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20 Logstica
enviado pela rea comercial ou o definido pela direo. No incomum que a
anlise crtica da direo eleve as previses de vendas conforme as metas da
empresa tornando-as irreais.
Sendo assim, sugere-se que a previso de demanda seja elaborada pela rea
comercial contando com a colaborao daquelas pessoas que tm contato
direto com os clientes. Essas pessoas costumam ter informaes preciosas
para o negcio.
Independente de quem seja o escolhido para fazer a previso de vendas,
precisa-se conhecer os elementos que denotam a natureza das previses.
1.2.2 Natureza das Previses
Nos corredores da informalidade dentro das empresas, quem costuma
trabalhar com previses de vendas, no raro visto como uma pessoa capaz
de ler uma bola de cristal. Sabemos, porm, que o processo de gerao da
previso e demanda um processo formal que faz uso de tcnicas
quantitativas e qualitativas para atingir o seu objetivo: prever o que vai ser
vendido no futuro para auxiliar os gestores da cadeia de suprimentos,
incluindo o gestor de logstica a tomar decises. Sabe-se que nenhuma
tcnica atualmente utilizada capaz de garantir 100% de acurcia nas
previses, mas h ferramentas no mercado que auxiliam bastante o
responsvel por esta atividade.
A natureza das previses pode se manifestar quanto a alguns fatores, tais
quais:
Tempo e espao: a previso deve informar quando e onde a venda prevista
ocorrer. Exemplo: se uma rede de comrcio de confeces tem lojas em
Garanhuns e em Recife, as previses das lojas devem ter informaes
separadas que apresentem as vendas de casacos no perodo do inverno nas
duas cidades. Isso porque se sabe que a cidade de Garanhuns uma das
Competncia 01
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21
Cadeia de Suprimentos
cidades do estado de Pernambuco que tem menores temperaturas neste
perodo. Recife, por sua vez no to afetada pelo frio como aquela cidade
do interior.
Demanda independente e demanda dependente: os produtos que j esto
prontos para venda, ou seja, o produto final tem demanda independente. J
os produtos que so utilizados na fabricao do produto acabado so
considerados itens de demanda dependente. Como exemplo, podemos citar a
operao de uma marcenaria. Um armrio pronto para venda considerado
um item com demanda independente. O interesse dos compradores e do
pblico que vai determinar quantos armrios sero vendidos. J a
maaneta, as dobradias e todos os materiais usados para que o armrio
ficasse pronto so considerados itens de demanda dependente. A quantidade
destes insumos que sero utilizados variar de acordo com a quantidade de
armrios que sero montados. A figura 5 demonstra este exemplo.
Figura 5 - Demanda Dependente e Independente Fonte: Adaptado de Reid & Sanders (2005, pg. 308).
Competncia 01
Competncia 01
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22 Logstica
Aps conhecer a natureza das previses e de quem a responsabilidade de
cri-la, veremos no prximo tpico quais so os tipos de tcnicas utilizadas
para se prever a demanda.
1.2.3 Tcnicas de Previses de Vendas
Ressalta-se a importncia de haver dados histricos para a realizao da
previso de vendas, tais quais as vendas passadas e o preo praticado.
Escolher a tcnica a ser utilizada, se qualitativa ou quantitativa, tambm
imprescindvel. Alm de definir qual ser o sistema a ser utilizado. No caso de
no haver na companhia um ERP Enterprise Resources Planning (ou SIGE-
Sistemas Integrados de Gesto Empresarial) indica-se o uso da ferramenta
Excel para os clculos de demanda.
Como citado anteriormente, as tcnicas de previso podem ser quantitativas
ou qualitativas. Abaixo temos algumas caractersticas delas:
Tcnicas Qualitativas:
Dependem da expertise de quem prev;
So mais trabalhosas e caras;
Costumam ser usadas quando no h histrico disponvel;
Podem-se utilizar pesquisas de opinio, reunies de especialistas.
Essas tcnicas podem ser usadas, por exemplo, quando se pretende abrir
vendas de um novo produto em um comrcio. Como no se tem histrico de
vendas, estima-se atravs de pesquisas de interesse dos prprios clientes da
loja qual seria a venda prevista.
Competncia 01
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23
Cadeia de Suprimentos
Tcnicas Quantitativas:
Sries Temporais: dados histricos de vendas como base para
determinao de padres que podem se repetir no futuro. Ex.: mdia
mvel, ajuste exponencial.
Modelos Causais: relacionam as vendas com outros fatores (com PIB,
inflao, tempo, populao). Ex.: regresso linear.
Antes de se definir a tcnica a ser utilizada importante definir o horizonte de
planejamento que se deseja enxergar. Veremos no prximo tpico algumas
orientaes sobre alguns fatores necessrios para se fazer uma boa previso.
1.2.4 Requisitos de Uma Boa Previso
Podem-se citar como requisitos para uma boa previso de vendas o
conhecimento dos mercados, assim como da concorrncia; o conhecimento
dos prprios produtos e servios prestados para em momentos de dvidas
dos clientes estar apto a dirimi-las; saber analisar os dados histricos;
trabalhar com fatos e no s com opinies; articular vrias reas para que elas
possam dar a sua contribuio atravs de informaes e esforos para se
alcanar uma maior acurcia das previses.
Na prxima competncia voc conhecer mais sobre a cadeia de suprimentos
e como ocorre a interao entre as atividades de logstica dentro dela.
Competncia 01
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24 Logstica
2. COMPETNCIA 02 | ENTENDER O CONCEITO E A OPERAO DA
CADEIA DE SUPRIMENTOS
A gesto da cadeia de suprimentos :
A integrao dos processos de negcios, desde o fornecedor original at o usurio ou cliente final, gerando produtos, servios e informaes que agregam valor para o consumidor. (AFONSO et al, 2013).
2.1. Viso Geral da Cadeia de Suprimento
A Administrao da Cadeia de Suprimentos, ou Supply Chain Management,
como costuma ser chamada, uma rede de atividades que entregam um
produto acabado ou servios ao cliente (REID & SANDERS, 2005, p. 55). Na
cadeia de suprimentos h alguns elos, tais quais, os fornecedores, as
transportadoras, departamentos internos, empresas externas e sistemas de
informao.
Segundo Reid & Sanders (2005) a cadeia de suprimentos engloba a
coordenao de recursos que se movimentam na cadeia de suprimentos
como um todo, passando pelo fornecedor, distribuidor e clientes finais. Ela
tambm engloba a movimentao das informaes que so necessrias para
fazer com que as aes necessrias operao da cadeia cheguem de um elo
a outro. O fluxo de informaes deve ter a sua importncia ressaltada porque
ele se inicia antes da movimentao de qualquer outro recurso. Antes mesmo
de o produto chegar loja para ir para a prateleira o fluxo de informaes j
havia iniciado. Primeiro, cita-se o fluxo das informaes que seguem do
prprio cliente para o fornecedor. Neste grupo de informaes esto dados
como o CNPJ da empresa, informaes de crdito e de necessidades do
cliente. Quando se trata do fluxo interno de informaes na empresa,
Competncia 02
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25
Cadeia de Suprimentos
percebe-se ainda mais a necessidade de integrar as reas para fazer com que
todos tenham e trabalhem pelo mesmo objetivo.
Ainda conforme Reid & Sanders (2005), uma cadeia de suprimentos formada
pelos elos abaixo:
Fornecedores externos;
Funes internas;
Distribuidores externos.
Algo que importante lembrar que por menor que seja o negcio no qual se
atua, a cadeia de suprimentos existe. A diferena para os padres de grandes
empresas que as atividades so mais bem divididas entre as reas
responsveis. Nas empresas de menor porte, normalmente as mesmas
pessoas executam funes diversas. Exemplo: o gestor de materiais (que pode
tambm ser chamado de chefe de almoxarifado ou de depsito) pode ser a
mesma pessoa que responde pela gesto de demanda da companhia.
Na figura 6 vemos a formao de uma cadeia de suprimentos que est ao
redor da atividade de fabricao de derivados do laticnio.
Competncia 02
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26 Logstica
Figura 6 - Cadeia de Suprimentos de Laticnios Fonte: Reid & Sanders (2005, pg. 57).
Na parte inferior da imagem (parte mais escura), vemos uma vasta lista de
empresas que so fornecedoras de insumos de um mesmo cliente o
fabricante dos derivados de laticnio. Observando a parte mediana da figura
podemos notar a presena de atividades que fazem parte do grupo de
funes internas da empresa, tal qual o processamento do leite e a operao
de embalagem. Na parte superior possvel ver os distribuidores externos
representados pelos varejistas ou comerciantes e os clientes ou consumidores
finais.
Competncia 02
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Cadeia de Suprimentos
Ainda conforme o exemplo acima de Reid & Sanders (2005), as funes
internas de uma companhia como esta so:
Processamento converte leite in natura para distribuio.
Compras seleciona fornecedores, contratos, relacionamento com
fornecedores.
Planejamento e controle da produo converso de matrias-primas
em laticnios.
Manuteno da qualidade qualidade do produto acabado.
Expedio transportadores externos para levar produto acabado do
fabricante interno para destino.
Para gerar a integrao da cadeia de suprimentos, normalmente, inicia-se
com a integrao das funes internas da companhia. Isso ocorre por meio de
integrao de atividades, ou ainda, por meio da integrao do sistema de
informaes. Pode haver tambm reunies nas quais as reas dividam entre si
aes de planejamento estratgico, ttico e operacional para ajudar as outras
reas a se organizarem quanto aos seus objetivos.
Aps a integrao interna passa-se para a integrao com os elos externos da
cadeia tais quais os clientes e fornecedores. O uso de sistemas de informao
gerencial tambm pode ajudar nesta etapa. Alguns clientes e fornecedores
implementam o sistema de transferncia eletrnica de dados ou EDI
Electronic Data Interchange. Desta forma, possvel realizar aes, como por
exemplo, fazer com que os clientes, ao invs de colocarem pedidos para o
fabricante de produtos, apenas carreguem a rede de dados de forma que o
fornecedor visualize o estoque do prprio cliente e ele mesmo decida qual a
quantidade de produto que o cliente precisa receber.
Para continuar a tratar sobre a cadeia de suprimentos adentrar-se- no
prximo tpico em um tema j discutido na academia h alguns anos: a
discusso sobre o que valor.
Competncia 02
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28 Logstica
Sero apresentados conceitos de cadeias de valor e como eles influenciam no
gerenciamento das cadeias de suprimento atualmente.
2.2. Cadeias de Valor
O conceito de valor pode ser tido como um elemento possudo por uma
organizao que seja capaz de faz-la otimizar as suas foras e reduzir as
ameaas do mercado para tal empresa. Desta forma um elemento que gera
valor para uma companhia a faz elevar a sua receita e/ou reduzir os seus
custos (BARNEY e HESTERLY, 2011).
O valor tambm pode ser conceituado em uma relao fornecedor-cliente
como a percepo que o cliente tem sobre o cliente e que justifica a
disposio dele em pagar por tal produto ou servio. Se um cliente adquire
um produto ou contrata um servio porque ele v valor naquilo que
adquiriu.
A cadeia de suprimento vem sofrendo algumas atualizaes, conforme alguns
autores para adequar-se ao conceito de valor.
Segundo Barney e Hesterly (2011):
A cadeia de valor de uma empresa um conjunto de atividades empresariais a que ela se dedica para desenvolver, produzir e comercializar seus produtos e servios.
Para desenvolver tais atividades empresariais necessrio que a empresa
despenda recursos e utilize a sua capacidade. a estratgia organizacional
que ditar em quais etapas desta cadeia mais recursos sero investidos assim
como para qual foco ser direcionado o uso da capacidade de cada etapa do
processo.
Competncia 02
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Cadeia de Suprimentos
Michael E. Porter criou uma forma de se visualizar a cadeia de valor. Aqui as
atividades realizadas dentro da organizao como um todo, no apenas na
rea de logstica, tambm so divididas entre atividades primrias e
atividades de suporte. Veja a figura 7.
Figura 7 - A cadeia de Valor Genrica Desenvolvida por Porter Fonte: Adaptado de Barney & Hesterly (2011, pg. 66).
Vamos agora ao conceito de mapeamento do fluxo de valor conforme a
filosofia Lean.
2.3. A Filosofia Lean
Antes de falar sobre a ferramenta que tem sido cada vez mais utilizada nas
empresas para mapear o seu fluxo de valor, vamos fazer uma introduo
sobre a filosofia Lean.
Competncia 02
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30 Logstica
A filosofia Lean ou o Sistema Toyota de Produo e o Modelo Toyota foram
desenvolvidos no Japo pela montadora de automveis Toyota. Nos Estados
Unidos costuma-se usar o termo Sistema de produo enxuta.
Esta filosofia preza pela reduo dos desperdcios. Essa reduo deve ocorrer
em toda a cadeia na qual est envolvida a organizao estendendo-se
inclusive cadeia de suprimentos. Entende-se como desperdcio, toda e
qualquer atividade que no gere valor ao produto. Sabe-se, porm, que
impossvel eliminar todos os desperdcios existentes na operao e acredita-
se tambm que h alguns tipos de desperdcio que so considerados
necessrios. No entanto, a energia deve ser investida em tentar elimin-los na
sua raiz.
A base da filosofia Lean est na reduo de sete desperdcios listados pela
Toyota. So eles:
Superproduo Produzir mais do que imediatamente necessrio para o prximo processo na produo a maior das fontes de desperdcio, de acordo com a Toyota. Tempo de espera Eficincia de mquina e eficincia de mo-de-obra so duas medidas comuns, que so largamente utilizadas para avaliar os tempos de espera de mquinas e mo-de-obra, respectivamente. Menos bvio o montante de tempo de espera de materiais disfarado de operadores ocupados em produzir estoque em processo que no necessrio naquele momento. Transporte A movimentao de materiais dentro da fbrica, assim como a dupla ou tripla movimentao do estoque em processo, no agrega valor. Mudanas no arranjo fsico que aproximam os estgios do processo, aprimoramento nos mtodos de transporte e na organizao do local de trabalho, podem reduzir desperdcios.
Competncia 02
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Cadeia de Suprimentos
Processo no prprio processo, pode haver fontes de desperdcio. Algumas operaes existem apenas em funo do projeto ruim de componentes ou manuteno ruim, podendo, portanto, ser eliminadas. Estoque Todo o estoque deve tornar-se um alvo para a eliminao. Entretanto, somente podem-se reduzir os estoques pela eliminao de suas causas. Movimentao Um operador pode parecer ocupado, mas algumas vezes nenhum valor est sendo agregado pelo trabalho. A simplificao do trabalho uma rica fonte de reduo do desperdcio de movimentao. Produtos defeituosos O desperdcio de qualidade normalmente bastante significativo em operaes. Os custos totais da qualidade so muito maiores do que tradicionalmente tm sido considerados, sendo, portanto, mais importante atacar as causas de tais custos. (SLACK et al, 2009, p. 456).
Outras caractersticas importantes deste modelo de atuao da Toyota so:
forte utilizao do 5S, prtica constante do envolvimento dos funcionrios nas
tomadas de deciso e a preocupao com a melhoria contnua.
A prtica do 5S iniciou-se no Japo e uma abreviao das palavras abaixo
conforme Slack et al (2009, p. 456):
Seiri significa separar, ou seja, manter apenas o que necessrio;
Seiton significa organizar, manter as coisas organizadas de forma a
serem encontradas quando forem necessrias;
Seiso significa limpar. Lixo no deve ser encontrado no ambiente de
trabalho;
Seiketsu significa padronizar. Manter o padro auxiliar no processo
de organizao e minimizar o tempo para encontrar o que se precisa;
Competncia 02
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32 Logstica
Shitsuke significa sustentar tal organizao de forma a mant-lo e a
perpetu-lo para as geraes seguintes.
Por sua vez, a prtica da Toyota de envolver os funcionrios na tomada de
decises toma como uma das aes o enriquecimento das tarefas. Isso
significa que o funcionrio da empresa que antes era responsvel por apenas
uma atividade especfica passa a ser responsvel por uma tarefa expandida a
outras atividades de forma que ele conhea mais sobre o processo como um
todo. Este conhecimento do processo de forma sistmica ajuda o funcionrio
a tomar decises de maneira autnoma exigindo uma atuao dos
supervisores menos frequente na linha de produo. No entanto, se o
funcionrio da Toyota no se sentir apto a resolver o problema ele aciona a
chamada cadeia de ajuda. Isso significa que ele tem cincia dos problemas
que pode resolver e cincia sobre os quais no pode atuar. H tambm um
tempo pr-determinado que os funcionrios precisam respeitar. Se em
determinado tempo eles no conseguirem resolver um problema eles devem
acionar o superior imediato. Se o superior imediato, por sua vez, no
conseguir resolver o problema no tempo definido previamente ele deve
acionar o chefe dele. Esta cadeia de ajuda seguida at que o problema seja
resolvido na sua causa raiz. A inteno da Toyota com isso fazer com que
todos os problemas sejam resolvidos de forma a no se repetirem. Assim, eles
conseguiram implantar um sistema que visa melhoria contnua, processo
tambm conhecido pela palavra japonesa kaizen. Cada problema identificado
visto como uma oportunidade de melhoria do processo. Isso reduz o
desperdcio, por exemplo, de se produzir um item defeituoso. Vejamos um
exemplo.
Imagine uma fbrica de canetas. A fase de montagem das canetas desta
fbrica possui duas etapas de produo. A etapa 1 de produo do cilindro da
caneta que guarda a carga com tinta (etapa efetuada apenas por mquinas
robotizadas) e a etapa 2 de encaixar a carga dentro do cilindro tambm
efetuada sem a presena de operadores. Antes da etapa 2 h a atuao de um
inspetor de qualidade. Ele testa algumas cargas de caneta antes que elas
Competncia 02
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33
Cadeia de Suprimentos
sejam colocadas dentro do cilindro. Esta inspeo existe porque melhor para
a empresa descubra que a carga est defeituosa antes de ela ser montada
junto com o restante da caneta. Isso evita a produo de canetas defeituosas,
assim como reduz as chances de retrabalho (desmontagem das canetas para
reutilizao do cilindro) e perdas de processo caso o cilindro no possa ser
reutilizado ou quebrar durante a desmontagem a perda ser maior.
Porm, voc pode se perguntar: mas a existncia de um processo de inspeo
no tambm um desperdcio? Afinal, se considerarmos como desperdcio
tudo aquilo que no gera valor para o cliente podemos entender que a etapa
de inspeo uma delas. E isso verdade. Inspeo uma etapa considerada
como desperdcio. A produo do cilindro e da carga ou a montagem da
caneta geram valor para o cliente, pois ali est o produto pelo qual eles esto
dispostos a pagar. No entanto, a checagem da carga no uma ao que faz
diferena para o cliente. O cliente no se interessa em saber se a carga foi
testada ou no, ou se houve ou no uma reunio interna para se divulgar
quantas cargas saram com ou sem defeito da linha de montagem no ltimo
ms. O que o cliente quer ter um produto com um preo o qual ele esteja
disposto a pagar e que atenda o desejo e as necessidades dele. No caso da
fbrica de canetas: os consumidores finais (que no necessariamente so os
clientes diretos da fbrica - os clientes diretos podem ser papelarias ou
livrarias) querem uma caneta que risque e dure tanto quanto prometido pelo
fornecedor.
Vamos agora ao conceito de mapeamento do fluxo de valor.
2.4. O Mapeamento do Fluxo de Valor
O mapeamento do fluxo de valor uma ferramenta da filosofia Lean utilizada
pela Toyota como forma de mapear os processos incluindo o fluxo de
informaes e de materiais desde o cliente at o elo do fornecedor de
insumos. Por este motivo, diz-se que uma ferramenta que mais que um
Competncia 02
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34 Logstica
mapeamento de processos puro e simples, uma vez que engloba a cadeia de
suprimentos expandida.
Trata-se da traduo do termo em ingls VSM Value Stream Mapping e
conforme Slack et al (2009, p. 457) tem como caractersticas:
utiliza uma gama maior de informaes do que o mapeamento de processo; alcana um nvel mais alto (5-10 atividades) do que a maior parte dos mapas de processo; possui em geral um escopo mais amplo, frequentemente abrangendo toda a cadeia de suprimentos; pode ser usado para identificar onde focalizar o aprimoramento de atividades futuras.
Rother & Shook (2009) afirmam que para iniciar uma caminhada para a
melhoria dos processos por meio da reduo de desperdcios um dos passos a
ser seguido o desenho do mapeamento dos fluxos de valor de cada famlia
de produtos da organizao. Eles afirmam que:
O mapa do fluxo de valor lhe permite identificar cada processo ou fluxo, retirando-os dos domnios confusos e esquecidos dos bastidores da organizao e construir uma completa cadeia de valor de acordo com os princpios enxutos.
O Fluxo de valor toda ao (agregando valor ou no) necessria para trazer
um produto por todos os fluxos essenciais a cada produto (ROTHER, SHOOK,
2009). Os fluxos essenciais a cada produto so entendidos como:
(1) O fluxo de produo desde a matria-prima at os braos do consumidor; (2) O fluxo do projeto do produto, da concepo at o lanamento. (ROTHER, SHOOK, 2009).
Competncia 02
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Cadeia de Suprimentos
Vejamos abaixo um modelo de mapa de fluxo de valor de um fabricante de
peas para veculos considerando o fluxo do consumidor at a matria-prima.
Trata-se da empresa Estamparia XYZ. O seu principal cliente tambm aparece
no mapa, que a Montadora So Jorge. O principal fornecedor da XYZ a
Aos So Paulo e tambm est registrado no fluxo.
Na figura 8, voc notar que h certa confuso entre as atividades e que
muitas setas saem da operao de Controle da Produo (retngulo maior no
centro da parte superior da figura). Neste mapa, isto demonstra que esta rea
centraliza as atividades de controle de todas as etapas da operao. Voc
pode notar que a programao de produo para a caixa de estamparia, solda
1, solda 2, montagem 1, montagem 2 e expedio completamente definida
pela rea de controle de produo.
Uma ao que feita ao se desenhar um mapeamento do fluxo de valor
saber quanto do tempo gasto nas atividades se trata de tempo que agrega
valor para o cliente e quanto do tempo no agrega valor.
Nota-se na figura 8 que o tempo considerado como agregador de valor o
tempo de processamento do produto em si que equivale a 188 segundos.
Porm, o tempo completo da operao igual a 23,6 dias, ou seja, dentro
deste processo h muitas oportunidades de reduo de tempo que no
agregam valor para o cliente (notar retngulos no canto inferior direito da
figura Lead time de produo e tempo de processamento).
Ressalta-se que, para calcular este tempo, o mapeamento do fluxo de valor
considera todo o tempo dentro das etapas de produo e tambm os tempos
de espera, alm de tambm considerar os materiais em estoque.
Competncia 02
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36 Logstica
Figura 8 - Mapa do Fluxo de Valor Estamparia XYZ Fonte: Adaptado de Rother & Shook (2009, pg. 32-33).
Pode-se perceber o uso de figuras especficas para definir as operaes que
so demonstradas em um mapa do fluxo de valor. Na figura 9 h uma legenda
para tais sinais.
Competncia 02
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Cadeia de Suprimentos
Figura 9: Legenda Figuras VSM Fonte: Rother & Shook (2009).
Na prxima competncia trataremos um pouco mais sobre o processo de
Compras.
Competncia 02
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38 Logstica
3. COMPETNCIA 03 | CONHECER OS PROCESSOS DE
FORNECIMENTO
Nesta competncia voc conhecer sobre uma rea considerada vital para o
bom desempenho da cadeia de suprimentos: Compras. Trata-se da rea que
atua constantemente em contato com os fornecedores da companhia o que
significa que lidar fortemente com um elo estratgico dos negcios que a
garantia de insumos e de recursos para que o processo produtivo possa
acontecer com o intuito de atender aos clientes.
3.1. Funo Compras
A rea de compras responsvel pela negociao e aquisio de insumos
necessrios para o processo produtivo como matrias-primas e at mesmo
equipamentos, alm de tambm responder pela coordenao dos processos
de desenvolvimento de novos fornecedores e pela sua avaliao (BALLOU,
2009; REID, SANDERS, 2005).
Assim como os processos de previso das vendas e gesto de demanda
exigem que a rea comercial tenha conhecimento do mercado, da
concorrncia e do seu produto, para a rea de compras as exigncias no so
diferentes. imprescindvel que o gestor e equipe desta rea estejam atentos
s aes da concorrncia quanto ao desenvolvimento de novos produtos e de
novos insumos para garantir ficar frente da mesma. Mais do que isso, a
atividade de Compras, se tiver uma atuao forte e concreta dentro da
companhia, pode fazer com que a instituio saia na frente da sua
concorrncia. Caso se tenha, por exemplo, um nmero maior de fornecedores
isso significar maior poder para o cliente, mais agilidade no atendimento por
parte dos fornecedores e consequentemente uma melhor prestao de
servios. Isso far com que os clientes se sintam mais satisfeitos. Por outro
lado, controlar um nmero maior de fornecedores tambm pode significar um
custo maior para a operao. Remetendo ao tema prioridades competitivas
pode-se dizer que a agilidade no atendimento pelo fornecedor, dependendo
Competncia 03
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39
Cadeia de Suprimentos
da percepo do cliente, pode se apresentar para ele como um fator que
indica qualidade da empresa gerando maior simpatia dele em relao ao
produto oferecido.
A rea de Compras precisa tambm estar atenta globalizao e a estudar o
que tem sido valorizado pelos clientes no mundo. No raro atualmente
empresas de pequeno porte exportarem produtos para outros pases mesmo
sem se expandir em termos de tamanho de fbrica ou instalaes. Caso a rea
de Compras esteja alerta a este tipo de movimentaes poder encontrar
excelentes oportunidades de negcios para compra de insumos a preos mais
baixos, por exemplo. Ou ainda oportunidades de parcerias para outros
negcios que interessem empresa (REID, SANDERS, 2005).
Quanto tecnologia da informao, este um fator que afeta cada dia mais a
cadeia de suprimentos e atividade de compras devido velocidade da
inovao no setor. Outro fator importantssimo a ser considerado pelo gestor
de Compras so as normas governamentais. O cumprimento da legislao
condio sine qua non para o bom desempenho de uma organizao. (REID,
SANDERS, 2005).
Por ltimo, deve-se citar a questo ambiental como ponto de ateno. Cada
vez mais as pessoas esto buscando produtos que se encaixem na viso do
que politicamente correto. O comprador de uma companhia, independente
do seu porte, tambm precisa estar atento a fatores como reciclagem de
materiais e sustentabilidade. Lembra-se, porm, que sustentabilidade no
uma questo apenas ambiental e envolve tambm a questo econmica e
social. (REID, SANDERS, 2005).
Competncia 03
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40 Logstica
Figura 10 - Os componentes da Sustentabilidade Fonte: Adaptado de Crane and Matten (2004, p. 33).
O tema sustentabilidade um assunto que chama a ateno ao se discutir
sobre a atividade de compras. Fala-se bastante sobre a necessidade das
empresas se adequarem s aes ditas sustentveis. Tais aes visam a fazer
com que as empresas utilizem recursos da natureza de forma que os
mantenham ainda disponveis para geraes futuras. Como dito antes, porm,
a sustentabilidade tambm envolve questes econmicas e sociais, o
chamado Triple Bottom Line (CRANE, MATTEN, 2004).
O Triple Botton Line se refere ao trip da sustentabilidade. Costuma ser
representado pela figura 10. A questo referente economia pode ser
analisada com a interpretao de que a grande maioria das companhias tem
como principal objetivo o lucro. Para se alcanar este objetivo torna-se
necessrio realizar operaes como compra e venda. A manuteno do
negcio depende do fato de essas operaes ocorrerem de forma vantajosa
para a empresa. Porm, vejamos um exemplo. Se uma empresa, apenas para
conseguir elevar as suas vendas faz uma propaganda enganosa na TV
informando que os seus produtos possuem vantagens em relao aos da
concorrncia que de fato no tm, as vendas inicialmente podem realmente
subir. No entanto, medida que os clientes perceberem que foram
enganados a imagem de tal companhia ficar arranhada a ponto de ver em
um futuro prximo um possvel declnio das suas vendas. Observa-se aqui um
Competncia 03
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41
Cadeia de Suprimentos
exemplo de ao voltada para o quesito econmico, mas que no foi
sustentvel (SROUR, 2008).
J o quesito social pode ser interpretado pelo vis de que a justia social o
modelo que deve ser seguido. Imaginem que uma empresa deixa de efetuar
os pagamentos dos impostos que devem ser pagos ao governo. Pensem
tambm que tais impostos seriam utilizados pra a gerao de bem estar social
atravs de servios de educao e sade para a populao. Se a empresa no
paga os impostos ela pode at parecer ter um benefcio de curto prazo, no
entanto tal benefcio poder se tornar um prejuzo a longo prazo se
considerar que a mesma populao que no teve acesso educao e a um
servio pblico de qualidade, e em um futuro no muito distante, no ter
condies financeiras de adquirir um produto da referida companhia. Trata-
se, portanto, de uma ao insustentvel no s socialmente, mas tambm
economicamente (CRANE, MATTEN, 2004).
O texto abaixo, extrado do site Ecologia urbana traz outra forma de definir
sustentabilidade.
Segundo a Wikipedia: Sustentabilidade um conceito sistmico, relacionado
com a continuidade dos aspectos econmicos, sociais, culturais e ambientais
da sociedade.
Mas afinal de contas; O que sustentabilidade? E o que quer dizer isso?
Sustentabilidade nos dicionrios estar definida como a capacidade de ser
sustentvel. Mesmo parecendo uma redundncia, esse conceito quando
aplicado em relao atuao humana frente ao meio ambiente em que vive
plenamente compreendido e se assenta como uma luva. Nesse contexto,
entendemos que sustentabilidade a capacidade de um indivduo, grupo de
indivduos ou empresas e aglomerados produtivos em geral, tm de
manterem-se inseridos num determinado ambiente sem, contudo, impactar
violentamente esse meio. Assim, pode-se entender como a capacidade de usar
Competncia 03
-
42 Logstica
os recursos naturais e, de alguma forma, devolv-los ao planeta atravs de
prticas ou tcnicas desenvolvidas para esse fim.
Desta forma, pode-se dizer que um empreendimento sustentvel, devolve ao
meio ambiente todo ou parte dos recursos que processou e garante uma boa
qualidade de vida s populaes que nele atuam ou que vivam nas imediaes
ou na rea afetada pelo projeto, garantindo assim, uma longa vitalidade e um
baixo impacto naquela regio durante geraes. (...) importante ter em
mente que adotar as prticas que transformem nossa presena em
determinado lugar o mais sustentvel possvel a nica sada para determos
a degradao ambiental que estamos experimentando nos ltimos anos e as
graves alteraes climticas que vemos causar grandes desastres em diversas
partes do planeta.
necessrio entender o que sustentabilidade muito mais conhecer seu
significado bonito e orientado para empresas e organizaes ligadas ao meio
ambiente. muito importante entender e saber que a adoo de prticas
sustentveis na vida de cada indivduo um fator decisivo para possibilitar a
sobrevivncia da raa humana e a continuidade da disponibilidade dos
recursos naturais.
Ao atuarmos de forma irresponsvel e queimarmos indiscriminadamente
nossos recursos naturais, sem dar tempo ao planeta para se recuperar,
estamos provocando a escassez de recursos necessrios a nossa sobrevivncia
e dificultando a vida de milhes de pessoas. Um exemplo clssico disso a
falta de gua potvel que muitas comunidades vm enfrentando em alguns
pases e que, se uma forma mais grave de escassez se manifestar, acabar
causando guerras pela posse e conquista das fontes de gua potvel
remanescentes.
Se todos entendessem a importncia da adoo de prticas de
sustentabilidade desde muito cedo, todas essas alteraes climticas
poderiam ser evitadas ou retardadas ao mximo e os recursos naturais
Competncia 03
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43
Cadeia de Suprimentos
estariam disponveis e fartos por muito mais tempo. O que daria tempo para a
humanidade buscar formas mais eficientes para resolver esses problemas em
longo prazo.
Aes aparentemente simples e de pouco impacto, quando tomadas por um
grande nmero de pessoas, tornaro a sustentabilidade uma realidade
palpvel e real em qualquer parte onde haja a presena humana e garantir a
sobrevivncia de nossa espcie por muito mais tempo.
O tema sustentabilidade trouxe impactos muito fortes para a logstica ao
ponto de impulsionar a gerao do conceito de Logstica reversa, sobre o qual
trataremos no prximo tpico.
3.1.1 Logstica Reversa
A logstica reversa a gesto do fluxo dos materiais no sentido contrrio
quele que vai dos fornecedores das matrias-primas par ao usurio
(CORRA, 2014, p. 223).
Quando tratamos do mapeamento do fluxo de valor na competncia 2 vimos
que a cadeia de suprimentos possui dois fluxos principais: o fluxo das
informaes e o fluxo dos materiais. Este ltimo segue no sentido dos
fornecedores para os clientes. Isso significa que um insumo entra como um
input em uma determinada empresa para ser transformado e como output ele
sai desta organizao para ser entregue ao cliente ou consumidor final.
Quando tratamos e logstica reversa esse sentido do fluxo de materiais ocorre
no sentido inverso. Note a figura 11. Nela voc pode notar o fluxo de
informaes seguindo do cliente para o fornecedor e o de materiais do
fornecedor para o cliente.
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44 Logstica
Figura 11 Fluxo das Informaes e dos Materiais
Fonte: Criao do Professor-Autor.
O fluxo dos insumos considerando o conceito da logstica reversa retratado
na figura 12.
Figura 12 Sentido do Fluxo dos Materiais na Logstica Reversa Fonte: Criao do Professor-Autor.
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Cadeia de Suprimentos
Dentro do conceito de logstica reversa abordado o conceito de Cadeias de
suprimento de ciclo fechado. So aquelas compostas de fluxos diretos e
reversos formando ciclos que fazem materiais usados retornarem a pontos
anteriores da cadeia para reutilizao ou reprocessamento para nova
utilizao (CORRA, 2014, p. 229)
Isso significa que no somente os produtos que j foram enviados aos clientes
e que, de alguma forma retornam para a cadeia produtiva podem ser
considerados com insumos. Outros produtos que nem chegaram ao estgio
final da sua produo, tambm podem retornar para o processo produtivo
fazendo parte da gesto da logstica reversa na organizao. Vejam a figura
13.
Figura 13 Logstica Reversa Fluxos Diretos e Reversos
Fonte: Adaptado de CORRA, 2014, p. 229
Na figura 13, pode-se perceber que um produto que esteja na etapa de
processamento pode ir direto para o tratamento de emisses e fluentes (que
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46 Logstica
a rea nas empresas responsvel por tratar os resduos do seu processo) ou
podem retornar para a fase de fabricao ou ir direto para a etapa de
Distribuio e Varejo. Imaginemos uma fbrica de embalagens de margarina.
Na etapa de produo das tampas para a embalagem, vrias tampinhas esto
impressas em uma folha plstica. Quando essas tampinhas so recortadas
dessa grande folha plstica a borda das tampas vira um refugo, ou seja, um
resduo do processo que no poder mais ser utilizada de maneira direta no
processo. No entanto, se aquele refugo retornar para o processo anterior de
derretimento do plstico para a produo de novas folhas, o insumo no ser
perdido e, menos resduos precisaro ser tratados.
Esse um dos grandes objetivos da prtica da logstica reversa, evitar que
mais e mais resduos sejam destinados e precisem ser tratados. Dessa forma,
o insumo que seria destinado se torna matria-prima de novo e menos
insumos precisam ser comprados. Essa ao tem um impacto direto nos
custos das companhias. Imaginem que a empresa produtora de embalagens
plsticas para margarina precisar comprar menos plstico porque ela
reutiliza o refugo da prpria fabricao. No Brasil h casos famosos de
logstica reversa. Um deles o caso do PET (polietileno tereftalato). O PET
utilizado para a produo de diversos itens, entre eles est a garrafa plstica.
Ns consumimos diversos produtos embalados com PET, gua, sucos e
refrigerantes so bons exemplos. um produto que pode ser reutilizado para
a fabricao de roupas, produtos qumicos e outros artigos. Em 2012, no
Brasil, segundo a Associao brasileira da indstria do PET, quase 60% do PET
produzido era reciclado (ABIPET, 2014).
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Cadeia de Suprimentos
Figura 14 PET Fonte: Ambiente Brasil, 2014
No tpico a seguir trataremos de um tema importante no s para a rea de
Compras, mas para todos os integrantes da cadeia de suprimentos. A
integrao vertical, ao ser aplicada, costuma ser responsvel por alteraes
significativas nos processos de trabalho dos atuantes de logstica da
organizao.
3.2. Integrao Vertical
Por ser a ao de integrar verticalmente uma operao e uma deciso que
envolve a rea de compras, citaremos aqui o conceito de integrao vertical.
Segundo Reid & Sanders (2005), integrao vertical uma medida do ponto
at o qual a cadeia de suprimento pertence ou operada pelo fabricante. As
atividades deste processo se dividem em:
Atividades Internas: atividades que fazem parte do grupo de funes
internas do fabricante.
Atividades Terceirizadas: atividades que no fazem parte do grupo de
funes internas do fabricante.
Uma empresa pode realizar integrao vertical para trs ou para frente.
Quando ela faz integrao para trs engloba alguma atividade que antes era
realizada pelo seu fornecedor. Por sua vez, quando ela faz integrao para
Competncia 03
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48 Logstica
frente ela passa a ser responsvel pelas atividades que antes eram de algum
elo da cadeia sua frente, tal qual um distribuidor externo.
Logo, pode-se afirmar que quanto mais integrao houver menor ser o nvel
de terceirizao dentro da companhia.
Voltemos a usar o exemplo da fabricante de laticnios. Digamos que tal
empresa decida fazer um processo de integrao para trs. Isso significa que
ela englobar dentre suas atividades alguma operao que antes era realizada
por algum fornecedor especfico. Consideremos que a empresa decide fazer
as suas prprias embalagens porque ao avaliar o fator custo percebeu que se
as produzisse gastaria menos capital do que se as comprasse. Sendo assim,
teremos a mudana do cenrio da cadeia de suprimentos da empresa do
modelo A para o modelo , conforme pode ser observado nas figuras 15 A e B.
Figura 15 A - Cadeia de Suprimentos de Laticnios antes da integrao vertical
Fonte: Adaptado de Reid & Sanders (2005, pg. 57).
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Cadeia de Suprimentos
Figura 15 B - Cadeia de Suprimentos de Laticnios aps integrao vertical
Fonte: Adaptado de Reid & Sanders (2005, pg. 57).
Agora que j tratamos sobre a funo Compras e a integrao vertical,
passaremos ao papel e as decises da rea de Compras.
3.3. Papel e Decises de Compras
Abaixo seguem aes que cabem funo de Compras:
Seleo de fornecedores.
Negociao.
Administrao de contratos de longa durao.
Monitoramento do desempenho dos fornecedores.
Envio de pedido aos fornecedores.
Manuteno de boa relao com os fornecedores.
Competncia 03
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50 Logstica
Alm dessas atividades importante frisar tambm que muitas das decises
que faro diferena nos resultados da companhia cabem a esta rea.
Atividades como desenvolver um relacionamento com os fornecedores
pesquisando quem tem o produto e qual a disponibilidade de entrega garante
o andamento regular do processo. Outros fatores tambm devem ser
considerados como:
Qualidade do produto
Proximidade fsica
Tempo de resposta
Preo
Facilidade nas negociaes
Acordos de servios
Os fatores acima tambm podem ser utilizados para a realizao da avaliao
dos fornecedores.
As decises de Compras costumam estar relacionadas atuao de outras
duas reas estratgicas das companhias: Marketing e Desenvolvimento de
produtos.
Quando as reas de Desenvolvimento de produtos e Marketing decidem
alterar determinada matria-prima utilizada em algum item da empresa para
oferecer aos clientes um produto com caractersticas diferentes das atuais,
por exemplo, a rea de Compras precisa ser envolvida. Isso se deve ao fato de
que como parte do desenvolvimento de um novo insumo, no raro, est o
desenvolvimento de um novo fornecedor ou at mesmo o aumento da
necessidade de relacionamento com um fornecedor j existente. Devero,
portanto, ser tratadas questes relativas :
Qual embalagem o fornecedor utiliza para entregar o insumo?
A rea fabril tem condies de manusear este insumo e nesta
embalagem?
Competncia 03
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Cadeia de Suprimentos
Qual o tipo de veculo ele utilizar para efetuar a entrega? Pois s vezes
a companhia cliente pode no ter espao suficiente para receber
determinado tipo de veculo (um bitrem, por exemplo).
Quais os preos praticados por este novo fornecedor?
H espao suficiente no armazm para condicionar esta nova matria-
prima?
Tambm faz parte das decises de compras, definir quantos fornecedores
atendero a empresa e escolher se melhor manter um fornecedor ou vrios.
Observe o quadro 2.
Argumentos em favor de um nico fornecedor e de vrios
fornecedores
nico fornecedor Vrios fornecedores
O fornecedor pode ser o
proprietrio exclusivo de patentes
e/ou processos essenciais, e,
portanto, ser a nica fonte
possvel.
A concorrncia entre os
fornecedores pode
proporcionar melhor servio e
menores preos.
Com a utilizao de um s
fornecedor, podem-se obter
descontos por quantidade.
A probabilidade de
fornecimento assegurado
maior. Com vrios
fornecedores, diluem-se os
riscos.
Possibilita melhores relaes com
o fornecedor.
Elimina a dependncia do
comprador em relao ao
fornecedor.
Os acordos contratuais podem
proibir a subdiviso de um pedido.
Proporciona maior
flexibilidade de quantidade.
Competncia 03
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52 Logstica
O fornecedor to bom que no
tem concorrentes altura.
Nenhum fornecedor nico
pode ter quantidade
suficiente.
A fonte nica um pr-requisito
para a parceria.
Possibilita que novos
fornecedores sejam testados
sem pr em risco o fluxo de
materiais.
O pedido muito pequeno para ser
dividido entre vrios fornecedores.
As normas governamentais
podem exigir vrias fontes.
Quando a compra implica, uma
matriz, uma ferramenta, um molde
ou um equipamento caro, o custo
da duplicao pode ser proibitivo.
As entregas podem ser
programadas com maior facilidade.
Suporta manufatura Just in time e
o EDI
O fornecedor pode ser mais
responsivo se dispuser de todos os
seus negcios com o item.
A abordagem Just in time pode ser
mais bem utilizada.
Quadro 2 - Argumentos em Favor de um nico Fornecedor e Vrios Fornecedores
Fonte: Adaptado de Reid & Sanders (2005, pg. 62).
A seguir sero apresentados fatores crticos que devem ser observados pelos
responsveis pelas Compras da companhia devido sua criticidade.
Competncia 03
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Cadeia de Suprimentos
3.4. Fatores Crticos Para o Sucesso da Parceria
Reid & Sanders (2005) afirmam que o desenvolvimento de parcerias
exige:
Compromisso da empresa e do fornecedor;
Relacionamento permanente;
Relao na qual ambos se beneficiam e criam uma relao ganha-
ganha.
Segundo Reid & Sanders (2005) h trs fatores crticos para o sucesso das
parcerias: impacto, proximidade e viso. A primeira se refere disposio
existente entre os parceiros para realizar mudanas. Muitas vezes essas
mudanas podem implicar em alteraes drsticas do processo para que se
reduzam os desperdcios, mas sabemos que o processo de gesto de
mudanas pode ser doloroso se no for desejado por ambas as partes.
Quanto proximidade, esta se refere relao ser prxima o suficiente ao
ponto de no haver surpresas nas aes e reaes do parceiro. E a ltima est
relacionada aos objetivos comuns dos parceiros. O fator viso ressalta
tambm o fato de que cada integrante da parceria deve saber o valor dele e
assumir e deixar claro o seu papel na relao.
Todos os fatores acima so relevantes para que se desenvolva um processo de
gesto de fornecedores. Este ser o tema do prximo tpico.
3.5. Gesto de Fornecedores
A gesto dos fornecedores uma atividade da rea de compras que tem
ganhado cada vez mais ateno nos ltimos anos. Principalmente porque o
preo deixou de ser o nico fator de deciso na escolha por um ou outro
fornecedor. Outras variveis passaram a ser consideradas importantes. Alm
disso, a globalizao permitiu s pessoas e s empresas terem acesso a muitas
outras opes de produtos e servios s quais antes no o tinham. Isso gerou
nas organizaes um impulso para a gerao de outros valores na relao
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54 Logstica
consumidor cliente tais quais a confiabilidade e flexibilidade (VILLELA JUNIOR
et al, 2008).
A Toyta pratica uma forma de relacionamento com os fornecedores, prpria
do seu sistema de produo. Ela se esfora em diminuir ao mximo possvel o
nvel de variao dos seus pedidos aos fornecedores. Trata-se de uma
empresa que sabe que se oferecer aos fornecedores informaes mais
precisas e confiveis aumentar as suas chances de ter como retorno
melhores servios prestados. Alm disso, para a Toyota a relao de
importncia dada ao fator custo em relao ao fator qualidade, ou seja,
comprar um produto mais barato mais importante do que comprar um
produto confivel, de 1,7. Isso significa que a pontuao do fator custo em
uma negociao com fornecedores recebe o peso 1,7 enquanto que o fator
qualidade recebe o peso 1. No entanto, em concorrentes do setor
automobilstico essa relao chega a uma proporo em que o custo
representa de 4 vezes o peso que dado ao quesito qualidade. Este talvez
seja um fator preponderante no fato de que, em pesquisas de relacionamento
de fornecedores do setor automobilstico e seus clientes ficou comprovado
que os fornecedores se esforam mais em oferecer produtos de qualidade
para clientes como a Toyota do que para alguns outros clientes que atuam
como concorrente desta (YVER et al, 2010).
Na prxima competncia vocs estudaro sobre os processos de expedio.
Competncia 03
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Cadeia de Suprimentos
4. COMPETNCIA 04 | CONHECER OS PROCESSOS DE EXPEDIO
Nesta competncia veremos como a atividade de movimentar e distribuir
mercadoras e insumos se enquadra no conceito de logstica e perceber a sua
importncia para a cadeia de suprimentos.
Segundo Ballou (2009, p. 17):
A logstica empresarial estuda como a administrao pode prover melhor nvel de rentabilidade nos servios de distribuio aos clientes e consumidores, atravs de planejamento, organizao e controle efetivos para as atividades de movimentao e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
A movimentao e distribuio dos produtos so necessrias porque os bens
no costumam ser produzidos sempre prximos ao seu local de uso pelos
clientes. Por isso a necessidade de encontrar formas de trazer para perto, ou
seja, movimentar tais bens para perto dos consumidores.
Buscar melhorias para aperfeioar o processo de movimentao das
mercadorias um trabalho realizado com afinco pelas empresas de hoje com
o intuito de reduzir custos da operao.
Vejamos um exemplo de reduo de custo com aes de reduo de
movimentao e transporte de materiais. Imagine um supermercado que
possui duas filiais. O nome do grupo Nossa feira. Para ter ganhos na compra
dos itens, o dono do supermercado Nossa feira, o Sr. Jos, costuma efetuar
compras nicas em quantidades maiores para abastecer as duas unidades de
negcio. O Sr. Jos, nas suas negociaes, acorda com os fornecedores que
ele ser o responsvel por efetuar a coleta dos produtos. Existe uma
dificuldade, porm. Como a quantidade comprada muito alta o Sr. Jos no
consegue efetuar os descarregamentos dos veculos nas prprias lojas por no
haver espao fsico suficiente para armazen-los. Sendo assim, ele aluga um
Competncia 04
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56 Logstica
depsito que fica em outro bairro diferente de onde se situam as duas
unidades para estocar os produtos. Depois de descarreg-los, o Sr. Jos
precisa providenciar carros menores que efetuem o carregamento de
pequenas cargas para distribuir os itens entre os supermercados.
Neste rpido exemplo, que uma realidade para vrias empresas do setor
varejista, podem-se notar oportunidades de melhoria, que, sem dvida,
acarretariam redues de custo para a empresa. Ser que se o Sr. Jos fizesse
um clculo comparativo entre o custo que ele tem com os veculos de menor
porte para distribuir os itens entre os supermercados com o ganho de efetuar
compras maiores ele no perceberia que, na realidade, seria melhor comprar
menores lotes e negociar a entrega direto nas unidades pelos prprios
fornecedores?
No caso do comrcio, desde o incio da sua existncia h a necessidade de
movimentar materiais. Conforme Adam Smith, grande cientista da economia
a propenso ao comrcio, ao escambo e troca... comum a todos os
homens (...) (GOLEMAN, 2007, p. 7). Sendo assim, desde que o homem
decida fazer comrcio e precise receber algo em troca preciso realizar a
movimentao de mercadorias.
No vdeo ao lado voc ver um exemplo real de como realizado o transporte
de mercadorias a tantos lugares no nosso pas.
A tendncia de observar os procedimentos atuais de mov