avaliaÇÃo da aprendizagem saresp 2010

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM LÍNGUA PORTUGUESA SARESP 3º colegial NívEl ABAIxO DO BÁSICO: <250 A marca do nível Abaixo do Básico é a reprodução de informações presentes em partes de textos de pouca complexidade e a mobilização de conhecimentos escolares básicos. QUESTÃO 1 Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto Habilidade avaliada H6 Localizar itens de informação explícita, relativos à descrição de características de determinado objeto, fato ou fenômeno, em um texto. Leia o texto e responda à questão. A ÁGUIA A Águia pode viver 70 anos. Sabe por quê? A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas para chegar a essa idade, aos 40 ela tem de tomar uma séria decisão. É nessa fase da vida que ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apertando contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil... A águia então tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que vai durar 150 dias. Esse processo de renovação consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em ninho próximo a um paredão onde não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só cinco meses depois, sai para o famoso voo de renovação para viver então mais 30 anos. Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor. Somente livre do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz. 1

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Page 1: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

LÍNGUA PORTUGUESA SARESP3º colegial

NívEl ABAIxO DO BÁSICO: <250A marca do nível Abaixo do Básico é a reprodução de informações presentes em partes de textos de pouca complexidade e a mobilização de conhecimentos escolares básicos.

QUESTÃO 1

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto

Habilidade avaliadaH6 Localizar itens de informação explícita, relativos à descrição de características de determinado objeto, fato ou fenômeno, em um texto.

Leia o texto e responda à questão.

A ÁGUIA

A Águia pode viver 70 anos. Sabe por quê?A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas para chegar a essa idade, aos 40 ela tem de tomar uma séria decisão.É nessa fase da vida que ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apertando contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil...A águia então tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que vai durar 150 dias. Esse processo de renovação consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em ninho próximo a um paredão onde não necessite voar.Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só cinco meses depois, sai para o famoso voo de renovação para viver então mais 30 anos.Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.Somente livre do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz.

Fonte: O VOO da águia. Tonotícias, Teófilo Otoni, MG, 15 jan. 2009. Meio ambiente. Disponível em: <http://www.tonoticias.jor.br>. Acesso em: 12 fev. 2009.158

Ao chegar aos 40 anos, a águia tem que tomar uma das seguintes decisões:

(A) continuar como está e reproduzir-se.(B) morrer ou tratar de se renovar.(C) manter seus hábitos e aquietar-se.(D) mudar os hábitos alimentares ou morrer.(E) trocar de ninho ou voar para longe.

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_____________________________________________________________________________NívEl BÁSICO: 250 A <300A marca do nível Básico é a análise de segmentos específicos do texto dissertativo-argumentativo.

QUESTÃO 2

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto

Habilidade avaliadaH8 Diferenciar ideias centrais e secundárias; ou tópicos e subtópicos do texto.

Leia o texto e responda à questão.

GUERRA À DENGUE

A dengue é uma doença transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito que se alimenta quase que exclusivamente do sangue do homem. Por isso, vive em locais onde há pessoas, seja dentro ou no entorno de casas, escritórios, ou de propriedades rurais, como chácaras e sítios. Áreas silvestres ou de matas, como pantanal, mata atlântica ou florestas da Amazônia não atraem o inseto.Ainda não há comprovação da existência de plantas cuja presença física iniba a aproximação do Aedes aegypti. Mas estão em avanço as pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz – Fundação Instituto Oswaldo Cruz, sediada no Rio de Janeiro, com extratos naturais que possam ajudar a controlar o inseto.A instituição tem analisado a toxicidade de substâncias extraídas da flora brasileira, para desenvolvimento de produtos naturais – chamados de biocidas –, com ação efetiva no combate e controle do mosquito da dengue. Entre os testes elaborados, foi comprovada uma propriedade da espécie Piper solmsianum que pertence à família das pimentas (Piperaceae). A píper, planta que não tem um nome popular, mas é típica da Mata Atlântica, contém uma substância capaz de eliminar as larvas do Aedes em até 24 horas. O biocida, que já foi patenteado sob o número BR-PI-0604786-6 e se encontra em testes de campo, não deixa resíduos que alteram o equilíbrio ecológico local.A Piperaceae, em análise desde a metade de 2003, já é reconhecida para o combate ao Trypanosoma crusi, parasita transmitido pelo bicho barbeiro que provoca o mal de Chagas. Outra análise em andamento pela Fiocruz é o da Ocotea cymbarum, planta que pertence à família Lauraceae formada por diversas árvores e arbustos.

Fonte: GUIMARÃES, Anthony Érico. Guerra à dengue. Globo Rural, São Paulo, jun. 2008

A principal contribuição das pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz visa principalmente

(A) anunciar ao leitor que o mosquito da dengue se alimenta quase sempre do sangue humano.(B) comprovar a existência do Aedes aegypti na Mata Atlântica e nas florestas da Amazônia.(C) esclarecer o leitor a respeito de plantas que têm o efeito de repelir o mosquito da dengue.(D) identificar os principais cuidados para a prevenção da doença, evitando o sofrimento.(E) informar o leitor sobre as preferências do Aedes aegypti pelas florestas da Amazônia.

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QUESTÃO 3

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto

Habilidade avaliadaH43 Inferir o conflito gerador de uma narrativa literária, analisando o enunciado na perspectiva do papel assumido pelas personagens.

Leia o texto e responda à questão.

VIDAS SECASDeu-se aquilo porque sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de sinhá Terta, pediu informações. Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho exigisse uma descrição, encolheu de ombros.Sinhá Vitória falou em espetos quentes e fogueiras.– A senhora viu?Aí sinhá Vitória se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote.O menino saiu indignado com a injustiça, atravessou o terreiro, escondeu-se debaixo das catingueiras murchas, à beira da lagoa vazia.O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho uma estória. Tinha o vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a língua, com movimentos fáceis de entender.Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na caatinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de sinhá Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.– Inferno, inferno.

Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 55-60. (Fragmento)

Nesse fragmento de Vidas Secas, o conflito ocorre em virtude

(A) de sinhá Vitória ter discutido com sinhá Terta.(B) de o filho de sinhá Vitória querer ficar sozinho e ela não permitir.(C) da insistência do filho de sinhá Vitória em conversar com os animais.(D) da curiosidade do filho de sinhá Vitória por uma palavra dita pela mãe.(E) de o menino balbuciar expressões complicadas e a mãe desaprovar.

_____________________________________________________________________________NívEl ADEQUADO: 300 A <375

A marca do nível Adequado é a justificativa, ou seja, a aplicação de conceitos específicos da área e a determinação crítica do conhecimento requerido. Vale lembrar que o nível representa o domínio esperado dos conteúdos, competências e habilidades para a série.

QUESTÃO 4

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto

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Page 4: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

_____________________________________________________________________________Habilidade avaliadaH5 Identificar o sentido de palavra ou expressão gramatical (conjunções, advérbios etc.) utilizadas em segmento de um texto, selecionando aquela que pode substituí-la no contexto em que se insere.

Leia o texto e responda à questão.

DEFESA DO CONSUMIDOR REPROVA COMBOS DE FAST-FOOD

Estudo do Instituto de defesa do Consumidor mostra que refeições do tipo combo – lanche, acompanhamento e bebida – vendidas em redes de fast-food podem conter 70% da quantidade de gordura saturada e sal recomendados para o consumo diário, além de grandes concentrações de gorduras trans.

Fonte: DEFESA do consumidor… O Estado de S. Paulo, São Paulo, 08 de agosto de 2008, p. A 17. (Fragmento)

No texto, a expressão além de pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por:

(A) mas.(B) bem como.(C) embora.(D) em virtude de.(E) desde que.____________________________________________________________________________QUESTÃO 5

Tema 3 – Reconstrução da textualidade

Habilidade avaliadaH15 Estabelecer relações entre segmentos do texto, identificando retomadas ou catafóricas e anafóricas ou por elipse e repetição.

Leia o texto e responda à questão.

OS HOMENS DE AMANHÃ

É principalmente durante a adolescência que sentimos necessidade de marcar a diferença, quer pelo que somos, quer pelo modo como nos apresentamos.A maior parte dos jovens procura vestir-se de modo original, utilizando a sua roupa como forma de expressão. De maneira mais simples ou mais “chocante”, procuramos dar um toque pessoal ao que vestimos, criar um estilo próprio, que nos distinga dos outros. Alguns estilos de vestuário estão fortemente ligados a determinadas correntes musicais e sociais. Em certos casos, a aparência de um indivíduo torna-se uma forma de inclusão e noutros, uma forma de exclusão em determinados grupos sociais.Todos os dias somos julgados pela nossa aparência, podendo escolher a imagem que transmitimos aos outros através do nosso estilo pessoal. Algumas características de determinados estilos (como piercings e as tatuagens, por exemplo) foram em tempos vistas como algo bizarro. Atualmente, estão tão banalizadas que foram “absorvidas” pela nossa sociedade.Muitas meninas vivem obcecadas em igualar-se à beleza “vendida” pelas revistas. Sentem que não são bonitas o suficiente, magras o suficiente, perfeitas o suficiente. Desta forma, deixam-se enredar numa busca incessante por uma falsa perfeição que as leva a rejeitar a sua própria imagem. Em suma, a moda não é algo que devemos seguir à risca, querendo transformar-nos no que vemos. Devemos sim, vê-la como algo que podemos adaptar a nós próprios, sem nunca abdicarmos daquilo que realmente somos.

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Page 5: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

_____________________________________________________________________________Fonte: GALVÃO, Carolina. Os homens de amanhã.Disponível em: <http://oshomensdeamanha.blogspot.com/2008/06/texto-de-opiniopesquisa-moda.html>.Acesso em: out. 2008. (Fragmento).

No trecho “torna-se uma forma de inclusão e noutros, uma forma de exclusão em determinados grupos sociais.” (segundo parágrafo), o termo sublinhado se refere a

(A) casos.(B) correntes.(C) estilos.(D) grupos.(E) indivíduos.____________________________________________________________________________QUESTÃO 6

Tema 3 – Reconstrução da textualidade

Habilidade avaliadaH17 Organizar em uma dada sequência proposições desenvolvidas pelo autor em um texto argumentativo.

Leia o texto e responda à questão.

O VOTO OBRIGATÓRIO

RIO DE JANEIRO – Recente pesquisa divulgada na semana que acaba revelou que grande parcela do eleitorado nacional é contra o voto obrigatório. Não se trata, ainda, de maioria, mas de simples tendência que está indicando a conveniência de uma discussão formal sobre o assunto.O voto obrigatório é a causa principal que cria os currais eleitorais, os votos de cabresto. Por um motivo qualquer, o cidadão não tem interesse na vida pública, por falta de educação ou por excesso dela. Obrigado a votar, para não sofrer sanções que não chegam a ser punitivas mas apenas incômodas, cumprem o chamado dever cívico com má vontade, votando em qualquer um, ou em candidatos extravagantes que nem chegam a ser candidatos, como no caso do bode Cheiroso.Grandes massas de eleitores, sobretudo nas cidades pequenas, são facilmente manobradas por coronéis e donos de redutos que formam os grotões – tradicional fonte de votos para políticos fisiológicos que tentam a vida pública para a realização de uma carreira pessoal problemática.Até mesmo no caso da eleição para presidente da República, quando o eleitorado recebe maiores esclarecimentos e está em jogo uma esperança, os indecisos e nauseados são cada vez em maior número, criando a realidade da “boca de urna”, o voto de última hora, apenas para cumprir o dispositivo do voto obrigatório.Nem vale a pena citar os países de tradição democrática em que votar ou não votar é um direito do cidadão livre. Sob regimes ditatoriais, a presença dos eleitores nas urnas chega a 99%.Fonte: CONY, Carlos Heitor. O voto obrigatório. Folha de S. Paulo. São Paulo, 17 ago. 2008. Opinião. (Fragmento)

No texto, há uma série de consequências negativas, trazidas pela obrigatoriedade do voto nas eleições brasileiras. Ao fazer suas proposições, o enunciador elenca alguns “tipos” de voto. A sequência em que estes aparecem no texto é:

(A) voto fisiológico, voto de última hora, voto de má vontade.(B) voto de última hora, voto fisiológico, voto de má vontade.(C) voto de cabresto, voto de má vontade, voto de última hora.(D) voto de última hora, voto fisiológico, voto de cabresto.(E) voto de cabresto, voto de última hora, voto de má vontade.

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Page 6: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

_____________________________________________________________________________QUESTÃO 7

Tema 6 – Compreensão de textos literários.

Habilidade avaliadaH38 Estabelecer relações entre forma (verso, estrofe, exploração gráfica do espaço etc.) e temas (lirismo amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa dramática etc.), em um poema.

Leia o texto e responda à questão.

CASA NO CAMPO

Eu quero uma casa no campoOnde eu possa comporMuitos rocks ruraisE tenha somente a certezaDos amigos do peitoE nada mais...Eu quero uma casa no campoOnde eu possa ficarDo tamanho da pazE tenha somente a certezaDos limites do corpoE nada mais...Eu quero carneiros e cabrasPastando solenesNo meu jardimEu quero o silêncioDas línguas cansadas...Eu quero a esperançaDe óculosE meu filho de cuca legalEu quero plantarE colher com a mãoA pimenta e o sal...Eu quero uma casa no campoDo tamanho idealPau a pique e sapê...Onde eu possa plantar meus amigosMeus discos e livrosE nada mais...

Fonte: RODRIX, Zé; TAVITO. Casa no campo.Disponível em: <http://letras.terra.com.br/elis-regina/45668/>.Acesso em: 25 jan. 2009.

A canção representa um desejo ainda não realizado que se projeta para o futuro. Isso pode ser Observado

(A) pela repetição de um mote no início das estrofes 1, 2 e 5.(B) pela repetição de um estribilho nas estrofes 1, 2 e 5.(C) pela metáfora da estrofe 4 “Eu quero a esperança / De óculos”.(D) pela repetição do pronome pessoal na primeira pessoa.(E) pela metáfora da estrofe 3 “Eu quero o silêncio / Das línguas cansadas...”._____________________________________________________________________________

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Page 7: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

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NívEl AvANÇADO: ≥375

A marca do nível Avançado é a análise mais complexa do texto literário.

QUESTÃO 8

Tema 6 – Compreensão de textos literários

Habilidade avaliadaH39 Estabelecer relações temáticas ou estilísticas de semelhança ou oposição entre textos literários: de diferentes autores; de diferentes gêneros; ou de diferentes épocas.

Leia o texto e responda à questão.

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

Fonte: PESSOA, Fernando. Mar português. In: Mensagem. 10 ed. Lisboa: Edições Ática, 1972.

O poema de Fernando Pessoa retoma, no século XX, uma temática também presente na obra épica Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões, escrita no século XVI. Essa temática é

(A) uma concepção social de feitos mitológicos.(B) o lamento pela condição do homem diante dos perigos.(C) a exaltação das conquistas ultramarinas.(D) a constante tensão entre o amor ideal e o amor real.(E) a veneração religiosa ao perigo do mar._____________________________________________________________________________QUESTÃO 9

Tema 6 – Compreensão de textos literários

Habilidade avaliadaH41 Comparar e confrontar pontos de vista diferentes relacionados ao texto literário, no que diz respeito a histórias de leitura; deslegitimação ou legitimação popular ou acadêmica; condições de produção, circulação e recepção; agentes no campo específico (autores, financiadores, editores, críticos e leitores).

Leia o texto e responda à questão.

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Page 8: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

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HANSEN A BORDO DO NAVIO DE CASTRO ALVES

Castro Alves juntou as tintas mais negras para dar “um quadro dantesco” que ajudou a formar uma consciência contra a escravidão, mas sabemos que esse quadro pecava por muito – e por pouco. Por muito – porque nem sempre todas as circunstâncias referidas no poema se conjugavam. Por pouco porque, ignorante como era o poeta, muitos outros elementos dramáticos, “dantescos”, não foram utilizados.Castro Alves não quis (nem podia) fazer um poema documental. A maldade era tráfico. Trazer o negro custava dinheiro e trabalho, e era do interesse do traficante proteger a sua mercadoria, que lhe dava lucros fabulosos no Brasil. É certo que a ganância permitia que os navios trouxessem carga superior à sua arqueação e que a morte se instalava a bordo para fazer a viagem de volta, reduzindo de um terço o número de fôlegos, eliminados por varíola, escorbuto, beribéri, ou envenenados pela comida deteriorada. Muitos negros, por desleixo dos capitães, chegavam aos navios atacados de bexigas ou de lepra. Enfureceu-se com a dança do convés, que era um costume salutar, pois dava ar puro e movimento aos corpos emperrados e angustiados na estreiteza dos porões, mas apenas observou que a escravaria viajava acorrentada – “presa nos elos de uma só cadeia” – sem tirar todo o proveito poético desse fato. As correntes serviam para inocentar os traficantes – toda a carga humana podia ser lançada ao mar sem deixar vestígios – quando a Marinha Inglesa passou a interceptar os navios de escravos e a processar, com extremo rigor, os seus capitães.CARNEIRO, Edison. Hansen a bordo do Navio de Castro Alves. In: Alves, Castro. Navio negreiro. Brasília: Imprensa Nacional, 1988. (Adaptado)

A afirmação do crítico “Castro Alves não quis (nem podia) fazer um poema documental.” sugere que o poema Navio negreiro, de Castro Alves, na época em que foi escrito,

(A) reproduz o fato histórico do tráfico de escravos.(B) é uma transposição artística do fato histórico.(C) retrata com fidelidade os episódios ocorridos na época.(D) prioriza uma parte específica do fato histórico.(E) é uma visão alienada do fato histórico._____________________________________________________________________________QUESTÃO 10

Tema 6 – Compreensão de textos literáriosHabilidade avaliadaH49 Justificar o período de produção (época) de um texto literário, considerando informações sobre seu gênero, tema, contexto sociocultural ou autoria.

Leia o texto e responda à questão.

I-JUCA-PIRAMA

No meio das tabas de amenos verdores,Cercadas de troncos – cobertos de flores,Alteiam-se os tetos d’altiva nação;São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,Temíveis na guerra, que em densas coortesAssombram das matas a imensa extensão.São rudos, severos, sedentos de glória,Já prélios incitam, já cantam vitória,Já meigos atendem à voz do cantor:São todos Timbiras, guerreiros valentes!Seu nome lá voa na boca das gentes,Condão de prodígios, de glória e terror!

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Page 9: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SARESP 2010

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As estrofes apresentam uma tribo indígena e seus guerreiros como homens valentes, temíveis e cheios de glória. Essa caracterização heroica do indígena é típica

(A) da Era Medieval, século XI, em que se produziam novelas de cavalaria, cujo enredo contava com bravos guerreiros indígenas.

(B) da Era Clássica, século XVII, em que se produziam obras que relatavam as Grandes Navegações e a descoberta da Nova Terra.

(C) da Era Romântica, século XIX, em que se encontrou no índio uma figura nacional para engrandecimento da terra.

(D) do Realismo, século XIX, em que teorias científicas serviram de inspiração a obras literárias.

(E) do Modernismo, século XX, em que se procurou resgatar os valores nacionais para uma produção literária autêntica

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