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  • 7/31/2019 Redao Saresp

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    SARESP

    2010

    Manual de Redao

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    Apresentao

    Este manual destina-se a orientar os professores para o uso dos critrios de avaliao das re-daes dos alunos dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie do Ensino Mdio,produzidas na prova de Lngua Portuguesa do Saresp 2010.

    As orientaes para correo das redaes do Saresp 2010 contemplam as Matrizes de Refern-cia para a Avaliao de Lngua Portuguesa, publicadas em 2009, que, ao descrever as competn-cias desejveis dos alunos, articulam-se com a Proposta Curricular da disciplina.

    A metodologia de correo permanece a mesma do Saresp 2009, bem como as planilhas deavaliao descritas por competncias.

    No Saresp 2010, sero propostas as seguintes situaes de produo de textos:

    5 ano do Ensino Fundamental

    Produzir um relato de experincia pessoal vivida com base em proposta que estabelecetema, gnero, linguagem, finalidade e interlocutor do texto.

    7 ano do Ensino Fundamental

    Produzir uma carta pessoal com base em proposta que estabelece tema, gnero, linguagem,finalidade e interlocutor do texto.

    9 ano do Ensino Fundamental

    Produzir um artigo de opinio com base em proposta que estabelece tema, gnero, lingua-gem, finalidade e interlocutor do texto.

    3 srie do Ensino Mdio

    Produzir um artigo de opinio com base em proposta que estabelece tema, gnero, lingua-gem, finalidade e interlocutor do texto.

    Sero avaliadas as seguintes competncias dos alunos:

    COMPETNCIA I Tema Desenvolver o texto, de acordo com as determinaes temticas esituacionais da proposta de redao.

    COMPETNCIA II Gnero Mobilizar, no texto produzido, os conhecimentos relativos aoselementos organizacionais do gnero.

    COMPETNCIA III Coeso / Coerncia Organizar o texto de forma lgica e produtiva, de-monstrando conhecimento dos mecanismos lingusticos e textuais necessrios para sua cons-truo.

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    COMPETNCIA IV Registro Aplicar as convenes e normas do sistema da escrita.

    COMPETNCIA VProposio Elaborar proposta de interveno para o problema abordado,demonstrando um posicionamento crtico e cidado a respeito do tema (competncia avaliada,apenas, no Ensino Mdio).

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    Critrios decorreo das

    redaes doSaresp 2010

    A proposta de redao do Saresp 2010 caracteriza-se pela proposio de um tema em deter-minado gnero, que define um provvel leitor para o texto produzido, uma esfera de circulao

    e uma finalidade social. Sua compreenso essencial, na medida em que ela vai estabelecerparmetros para a produo do aluno e tambm para a aplicao dos critrios de correo peloprofessor.

    Todos os textos produzidos pelos alunos no Saresp 2010 devem ser avaliados segundo os se-guintes critrios de correo:

    Redao em Branco(B) Esse critrio se aplica quando o aluno entregou a folha de redaoem branco ou escreveu at 5 linhas. Nesses casos, o professor deve assinalar, na planilha decorreo, o campo (B).

    Para a utilizao desse critrio, h trs possibilidades que devem ser consideradas:

    1. o aluno no quis fazer a redao (protesto), mas, no cotidiano, em sala de aula, no apresenta

    problemas para produzir textos escritos;2. o aluno no se apropriou do sistema de escrita, ou seja, no cotidiano, em sala de aula, noconsegue produzir textos escritos sem apoio, por isso entregou a folha de redao em branco;

    3. o aluno preencheu o espao de at 5 linhas (com letra de tamanho padro ou letra grande)com palavras ou frases com pouqussima ou nenhuma articulao entre elas, sem a intenode atender a proposta, em especial, no que se refere ao gnero e ao tema.

    Durante o processo de correo, a escola deve organizar o registro dos casos que se enquadramno item 2 para um acompanhamento mais sistematizado das intervenes feitas em sala de aulapara esse grupo de alunos.

    Ateno:

    1. Antes de assinalar, na planilha de correo, o campo (B), aconselhvel consultar oprofessor da classe. Ele poder ajudar a compreender a razo de o aluno ter devolvido aredao em branco.

    2. Redaes pouco desenvolvidas, em geral, no atendem ao tema, nem s especificida-des do gnero, mesmo que haja certa coerncia construda pelo uso de alguns orga-nizadores internos. Nesses casos, se h evidncias de que o aluno teve a inteno deatender proposta, a produo deve ser enquadrada no nvel 1 insuficiente em todasas competncias avaliadas.

    Dvidas devem ser encaminhadas para os Professores Coordenadores das Oficinas Peda-ggicas (PCOP) de Lngua Portuguesa e/ou Ciclo I nas Diretorias de Ensino.

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    Redao Anulada (A) Esse critrio se aplica quando o aluno utilizou o espao indicadopara a redao para se expressar por meio de desenhos, palavras ofensivas, frases de pro-testo, sinais grficos etc. Nesses casos, o professor deve assinalar, na planilha de correo,o campo (A).

    Alm desse caso, h outra possibilidade que deve ser considerada:

    1. o aluno no se apropriou do sistema de escrita, ou seja, no cotidiano, em sala de aula, no

    consegue produzir textos escritos sem apoio, por isso entregou a folha de redao com de-senhos.

    Durante o processo de correo, a escola deve organizar o registro dos casos que se enquadramno item 1, para um acompanhamento mais sistematizado das intervenes feitas em sala de aulapara esse grupo de alunos.

    Ateno: Antes de assinalar, na planilha de correo, o campo (A), aconselhvel consul-tar o professor da classe. Ele poder ajudar a compreender a razo de o aluno ter anuladoa redao.

    Redao em registro No Alfabtico (NA) Esse critrio se aplica quando o aluno aindatem hiptese de escrita no alfabtica. Nesses casos, o professor deve assinalar, na planilhade correo, o campo (NA).

    Para a utilizao desse critrio, h duas possibilidades que devem ser consideradas:

    1. o aluno utiliza letras, mas a forma como as agrupa demonstra uma hiptese de escrita pr-silbica, silbica ou silbico-alfabtica;

    2. o aluno utiliza desenhos ou garatujas como tentativa de um registro escrito.

    Durante o processo de correo, a escola deve organizar o registro dos casos que se enquadramnesse critrio para um acompanhamento mais sistematizado das intervenes feitas em sala de

    aula para esse grupo de alunos.

    Ateno: Antes de assinalar, na planilha de correo, o campo (NA), aconselhvel consul-tar o professor da classe. Ele dever ratificar sua avaliao e poder ajudar a compreendera razo pela qual o aluno continua produzindo registros, a partir de hipteses de escrita noalfabtica na etapa da escolarizao em que se encontra.

    um critrio que tem por finalidade identificar em todos os anos do Ensino Fundamental os alu-nos que ainda no esto alfabetizados. Os professores dos anos finais do Ensino Fundamental edo Ensino Mdio devem sempre consultar os seus colegas dos anos iniciais para compreenderesses registros diferenciados. Textos de alunos com hipteses de escritas silbicas e silbico-alfabticas podem ser lidos e compreendidos.

    Ateno: No processo de correo, preciso distinguir os registros dos alunos que aindano se apropriaram do sistema de escrita alfabtica dos registros dos alunos que apre-sentam problemas de ortografia, separao das palavras, letras pouco legveis, pontuao,coeso etc. As produes deste ltimo grupo devem ser avaliadas pelos critrios da planilhade correo.Dvidas devem ser encaminhadas para os Professores Coordenadores das Oficinas Peda-ggicas (PCOP) de Lngua Portuguesa e/ou Ciclo I nas Diretorias de Ensino.

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    Redao que no atendeu proposta contida no instrumento de avaliao Esse critriose aplica quando o aluno produziu um texto sobre outro tema e/ou em outro gnero ou APE-NAS copiou, literalmente, os textos da proposta. Nesses casos, o professor deve assinalar,na planilha de correo, o campo Insuficiente (nvel 1), em todas as quatro competncias doEnsino Fundamental ou em todas as cinco competncias do Ensino Mdio.

    H trs possibilidades que devem ser consideradas nesse critrio:

    1. o aluno compreendeu a proposta de redao, mas preferiu reproduzir texto com outro tema e/ou gnero elaborado em outro contexto (possivelmente em atividade de sala de aula);

    2. o aluno no compreendeu a proposta de redao, porque apresenta problemas de leitura;

    3. copiou a proposta de redao, provavelmente, pelo motivo anterior.

    O professor da classe pode explicar de forma mais precisa o perfil desse aluno.

    Esclarecimentos complementares sobre a aplicao desse critrioNa avaliao da prova de redao do Saresp no h previso de textos com conceito zero, comoocorre normalmente em outros tipos de avaliao (vestibulares, exames e concursos) que tmcomo objetivo definir quantose quaisparticipantes podem, ou mesmo devem, em virtude deseus desempenhos diferenciados, ser promovidos; ou, ainda, contemplados, com o cargo, ttuloou prmio em jogo.

    A avaliao em Lngua Portuguesa promovida pelo Saresp tem objetivosessencialmentediag-nsticos. Trata-se de aferir as competncias e habilidades em leitura e escrita que os alunospuderam desenvolver, tomando-se como referncias os objetivosdefinidos para os Ensinos Fun-damental e Mdio no currculo da rede estadual de ensino.

    Com base nesse diagnstico, pretende-se, ento, subsidiar um planejamento eficaz da educaopblica estadual, assim como a elaborao de estratgias e programas voltados para o atendi-mento de demandas especficas detectadas pelo processo avaliatrio.

    O atendimento s determinaes da proposta de redao (tema, situao, gnero e/ou tipo detexto etc.) constitui-se em fator bsico de discriminao para se avaliar a produo escolar de umtexto. Por analogia, pode-se comparar essa produo com a resposta a uma pergunta de mltiplaescolha, ou com qualquer outra situao escolar, ou do cotidiano, em que se deve considerar aadequao da resposta ao questionamento feito.

    Uma vez que a planilha de avaliao do Saresp no prev explicitamente fuga proposta deredao nas competncias relacionadas coeso e coerncia (CIII), ao registro (CIV), e pro-posio (CV apenas para o Ensino Mdio), consideramos que o mais adequado a aplicaodos critrios do nvel Insuficiente 1 em todos os textos que apresentam o desenvolvimento deoutra proposta.

    Com esse procedimento, assinala-se a insuficinciada produo, no que diz respeito ao aten-dimento s determinaes temticas e situacionais da proposta. Mas, ao mesmo tempo, no seignora o fato de o aluno ter-se manifestado por escrito, um dado bastante relevante para o diag-nstico geral que o Saresp pretende fazer.

    Redao que atendeu proposta contida no instrumento de avaliao. Esse critrio seaplica quando o aluno produziu um texto com base na proposta de redao. Nesses casos, oprofessor deve assinalar, na planilha de correo, o nvel alcanado para cada uma das com-petncias: CI (tema), CII (gnero), CIII (coeso / coerncia), CIV (registro) e CV (proposio apenas para o Ensino Mdio). A classificao nos nveis deve ser aplicada para cada uma dascompetncias em particular, de acordo com os critrios indicados nas planilhas de correopor ano/srie, considerando-se a seguinte distribuio: nvel 1 Insuficiente; nvel 2 Regular;nvel 3 Bom; nvel 4 Muito Bom.

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    Definio dascompetncias previstaspara a avaliao dasredaes produzidas,de acordo com a propostado Saresp 2010

    COMPETNCIA I Tema Desenvolver o texto, de acordo com as determinaes temticas esituacionais da proposta de redao.

    Nesse caso, o professor deve analisar como ocorreu a compreenso da proposta de redao eseu desenvolvimento no texto produzido. Em outras palavras, o professor deve atentar para adimenso compreensiva do aluno sobre o tema, em um contexto de produo que comeou coma leitura da proposta e manifestou-se plenamente no texto produzido.

    Ateno: Se o aluno no atendeu proposta de redao, isto , escreveu sobre outro tema,sua produo se enquadra no nvel 1 Insuficiente, em todas as competncias.

    COMPETNCIA II Gnero Mobilizar, no texto produzido, os conhecimentos relativos aos

    elementos organizacionais do gnero.Nesse caso, o professor deve analisar como o aluno desenvolveu os elementos organizacionais eestruturais do gnero solicitado na proposta de redao.

    Ateno: Se o aluno no atendeu proposta de redao, isto , escreveu em outro gnero,sua produo se enquadra no nvel 1 Insuficiente, em todas as competncias.

    A competncia II deve considerar, por princpio, a competncia I (tema). Assim, mesmo queo gnero tenha sido atendido, uma redao que versa sobre outro tema deve ser enquadra-da no nvel 1 - Insuficiente em todas as competncias.

    No caso do relato de experincia pessoal (5 ano EF), verificar se h contextualizao inicial dotema, espao e perodo (tempo). E observar ainda se o texto desenvolve os seguintes aspectos:

    identificao do relator como sujeito das aes relatadas e experincias vivenciadas;

    apresentao das aes sequenciando temporalmente, estabelecendo relao com o tema/espao/perodo focalizados no texto, explicitando sensaes, sentimentos, emoes provo-cados pelas experincias. Nesse processo, poder ou no ser estabelecida relao de causa-lidade entre as aes/fatos relatados, pois se trata de aes acontecidas no domnio do reale, dessa maneira, o que define a relao de causalidade so os fatos, em si, ou a perspectiva/compreenso do relator;

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    presena de encerramento, pontuando os sentimentos, efeitos, repercusses das aes rela-tadas na vida do relator e dos envolvidos.

    Deve-se acrescentar tambm que a experincia vivenciada por uma pessoa pode envolver tercei-ros, o que deriva na introduo das vozes desses terceiros no relato elaborado.

    No caso de produo de uma carta pessoal (7 ano EF), deve-se analisar se o texto do alunoapresenta os constituintes estruturais do gnero: determinao do remetente, assunto/ infor-

    mao, marcadores de tempo e espao, interpelao inicial, frmula de cortesia, saudao ouexpresso de votos, frmula de despedida.

    interessante considerar que a carta um gnero hbrido que incorpora diferentes possibilidadesde composio do texto, determinadas pelas escolhas tipolgicas que so definidas pela situaosociocomunicativa em que o texto produzido. A opo pela predominncia de uma sequncianarrativa, ao relatar experincias vividas, por exemplo, no exclui do autor, a possibilidade deutilizao de outras sequncias tipolgicas: injuntiva, expositiva, descritiva ou argumentativa.

    A proposta da redao foi articulada tendo em vista a construo de diferentes sequncias ti-polgicas em torno de um assunto para atender a determinado objetivo. Assim, a produo doaluno deve ter por objetivo causar determinadas impresses no interlocutor, por isso espera-sea descrio de detalhes do fato, seguida de uma argumentao. A informao e a argumentao

    devero estar presentes em conjunto com os constituintes estruturais da carta propriamente dita.Vale ressaltar que o registro lingustico de carter formal ou informal na carta pessoal definidopelas relaes estabelecidas entre os interlocutores e as escolhas feitas pelo autor para se ex-pressar sobre o assunto.

    No caso de produo de artigo de opinio (9 ano EF e 3 srie EM), texto predominantementedissertativo-argumentativo, deve-se analisar se o aluno explicitou uma questo polmica e apre-sentou dados, fatos, informaes, opinies etc. para construir uma argumentao em defesa deseu ponto de vista.

    bom lembrar que o texto predominantemente dissertativo apresenta mudanas de situao enele importam mais as relaes lgicas que as de anterioridade e posterioridade, pois se destinaa analisar, a interpretar e a explicar os dados da realidade. Por isso, trabalha com conceitos abs-

    tratos, com modelos gerais, muitas vezes abstrados do tempo e do espao.A argumentao sua caracterstica mais importante, a qual precisa estar articulada, de modoa no evidenciar contradies. Observar a seleo de diferentes argumentos para fundamentaruma ideia/tese ou contrapor-se a ela, a ordenao e prioridade dos argumentos, a identificaodos argumentos para ilustrar, exemplificar, citar, criticar etc. interessante notar que o gneropode incluir passagens narrativas e aspectos descritivos.

    COMPETNCIA III Coeso / Coerncia Organizar o texto de forma lgica e produtiva, de-monstrando conhecimento dos mecanismos lingusticos e textuais necessrios para sua cons-truo.

    Nesse caso, o professor deve analisar como o aluno organizou o texto (elementos da coerncia e

    coeso presentes na superfcie do texto e recursos expressivos).Em relao ao relato de experincia pessoal vivida (5 ano EF), deve-se verificar se o texto estorganizado na primeira pessoa, seja do singular ou do plural, pois a marca de autoria se revela napessoa do verbo e, alm disso, nos pronomes pessoais utilizados.

    Uma vez que o relato rememora experincias, para a textualizao haver marcas desse proces-so por meio da alternncia entre hoje e ontem, aqui e l. E para a organizao das aes no eixotemporal haver marcas explicitadas por meio dos tempos verbais utilizados e dos articuladorestextuais, tais como: depois, quando, em seguida.

    Como j foi mencionado, as experincias relatadas ocorrem num contexto que poder, ou no,envolver vozes de terceiros. Nessa perspectiva, possvel que sejam introduzidas por meio dodiscurso direto ou indireto. Se houver discurso direto, dever ser introduzido com recursos ade-

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    quados para essa finalidade, como por exemplo, o travesso e os verbos dicendi (perguntar,dizer, responder etc.).

    Pode-se observar, ainda, a presena de expresses que demonstram sensaes, efeitos, reper-cusses da experincia no sujeito relator, como por exemplo, fiquei surpreso.... ; decepcionei-me...

    No caso do gnero carta (7 ano EF), deve-se analisar a manuteno da perspectiva da autoria,

    do remetente, do assunto/informao e dos elementos de tempo e espao, na organizao dasequncia lgica dos enunciados.

    No caso do gnero artigo de opinio (9 ano EF e 3 srie EM), deve-se analisar se o aluno ar-ticula tese, argumentos e proposio, em defesa de seu ponto de vista.

    bom lembrar que a organizao do texto pressupe unidade e coerncia. O que d unidade aotexto no a soma de seus segmentos, mas o modo de organizao das diversas construeslingusticas (componentes sintticos, semnticos, situacionais, discursivos etc.) que orientam osentido para uma mesma direo, determinada por certas condies. Essa unidade se manifestatambm na superfcie textual pelo uso de recursos expressivos de natureza sinttica e semntica(coeso).

    COMPETNCIA IV Registro Aplicar as convenes e normas do sistema da escrita.

    Nesse caso, o professor deve analisar em cada texto como ocorreu o registro do texto de acordocom as regras normativas do sistema da escrita como ortografia, segmentao de palavras, fra-ses, pargrafos, concordncia, regncia e pontuao.

    O professor dever considerar o ano/srie que o aluno frequenta, de modo a adequar os critriospropostos na planilha de correo expectativa de desempenho.

    COMPETNCIA V Proposio (competncia avaliada, apenas, no Ensino Mdio). Elaborarproposta de interveno para o problema abordado, demonstrando posicionamento crtico e ci-dado a respeito do tema.

    Nesse caso, o professor deve analisar em cada texto a competncia do aluno em elaborar pro-postas de interveno relacionadas ao tema em jogo e articuladas discusso desenvolvida no

    texto.

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    Buscamos, a seguir, descrever os nveis para avaliar as produes de forma mais objetiva, ex-pressando o grau de competncia textual dos alunos.

    bom lembrar que o objetivo de correo de produes escritas, em um processo de avaliaoexterna em larga escala, coletar e organizar dados explicativos sobre as competncias escri-toras dos alunos para que diferentes instncias da Secretaria da Educao possam refletir sobreos resultados e definir estratgias de interveno em diferentes nveis. Por isso, a objetividade naobservncia planilha muito importante; critrios subjetivos podem produzir desvios e discre-pncias nos resultados.

    Ateno: A planilha apresentada orienta a avaliao. A correo deve considerar cadanvel (1, 2, 3, 4) de forma autnoma para cada competncia CI, CII, CIII, CIV (para o Ensino

    Fundamental e o Ensino Mdio) e CV (apenas para o Ensino Mdio) de forma que se possaestabelecer um diagnstico detalhado dos conhecimentos desse leitor-produtor de textos.

    Critrios paraenquadramento

    dos nveis nacorreo dasredaes

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    Planilha de Correo 5, 7 e 9 anos EF e 3 srie EM

    O aluno deve demonstrar asseguintes competncias

    Nvel 1Insuficiente

    Nvel 2Razovel

    Nvel 3Bom

    Nvel 4Muito bom

    CI

    Tema

    Desenvolvero texto, deacordo com asdeterminaestemticas esituacionais daproposta deredao.

    Apresentadificuldades emcompreender aproposta de redaoe desenvolve umtexto que tangenciao tema.

    Compreenderazoavelmente a

    proposta de redaoe desenvolverazoavelmente otema, parafraseandoos textos daproposta ouapresentando umasrie de ideiasassociadas (listas)ao tema.

    Compreende bem aproposta de redaoe desenvolve bem otema, apresentandoindcios de umprojeto temticopessoal.

    Compreende muito

    bem a propostade redao edesenvolve muitobem o tema, combase na definio deum projeto temticopessoal.

    CII

    Gnero

    Mobilizar, no textoproduzido, osconhecimentosrelativos aoselementos

    organizacionais dognero.

    Apresentadificuldades emcompreender aproposta de redaoe apresenta indcios

    do gnero.

    Compreenderazoavelmente aproposta de redaoe desenvolverazoavelmenteos elementosconstituintes dognero.

    Compreende bem aproposta de redaoe desenvolve bemos elementosconstituintes dognero, mesmo que

    com desvios.

    Compreende muitobem a propostade redao edesenvolve muitobem os elementos

    constituintes dognero.

    CIII

    Coeso /Coerncia

    Organizar o textode forma lgicae produtiva,demonstrandoconhecimentodos mecanismoslingusticose textuaisnecessrios parasua construo.

    Organizaprecariamente aspartes do texto,apresentandogrande dificuldadeem articular asproposies;e demonstrapouco domniona utilizao dosrecursos coesivos.

    Organizarazoavelmente aspartes do texto,apresentandoredundncias ouinconsistnciasconstantes, mascom alguns elosentre partes eproposies dotexto, demonstrandoum domnio bsicona utilizao dos

    recursos coesivos.

    Organiza bem aspartes do texto,apresentandoproblemas pontuaisna articulao entreas partes e / ouas proposies, edemonstra um bomdomnio no uso dosrecursos coesivos.

    Organiza muito bemas partes do texto edemonstra um bomdomnio no uso dosrecursos coesivos.

    CIV

    Registro

    Aplicar asconvenes enormas do sistemada escrita.

    Apresenta muitasinadequaes noregistro do texto,referentes normagramatical, escritadas palavras, segmentao depalavras e frases e /ou pontuao.

    Apresentainadequaes noregistro do texto,referentes normagramatical, escritadas palavras, segmentao depalavras e frases e/ ou pontuao,mas com indciosde seu domniobsico.

    Demonstra, noregistro do texto,bom domnio dasregras normativasdo sistema derepresentao daescrita, mesmoque apresentealguns desviosrecorrentes no usodessas regras.

    Demonstra, noregistro do texto,bom domnio dasregras normativasdo sistema derepresentao daescrita.

    CV

    Proposio

    (competnciaavaliada,apenas,

    no EnsinoMdio).

    Elaborar proposta

    de intervenopara o problemaabordado,demonstrando umposicionamentocrtico e cidado arespeito do tema,considerando osvalores humanose a diversidadesociocultural.

    Elabora propostade intervenoprecariamenterelacionada ao tema.

    Elabora proposta

    de intervenorazoavelmenterelacionadaao tema, masincipientementearticulada coma argumentaonecessria aoposicionamentocrtico.

    Elabora proposta

    de intervenobem relacionadaao tema, mas aindapouco articulada,do ponto de vistada argumentaonecessria aoposicionamentocrtico.

    Elabora proposta deinterveno muitobem relacionadaao tema e muitobem articulada argumentaonecessria aoposicionamentocrtico.

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    Instrues para

    correo dasredaes

    Procedimentos para Correo da Produo Escrita

    A correo das provas de redao dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie doEnsino Mdio ser externa em uma amostra estratificada de dez por cento das produes dosalunos, utilizando-se os critrios e a metodologia indicados neste manual.

    A escola atuar na correo dos noventa por cento restantes, utilizando, tambm, os critrios e ametodologia indicados neste manual.

    Aps a correo, as provas permanecero na escola para que, depois da anlise dos resultados,a equipe escolar possa definir possveis aes de interveno (a curto, mdio e longo prazo) paraseus alunos.

    Ateno: Aps a correo da escola, a Diretoria de Ensino poder coletar uma amostrasignificativa dos diferentes anos/srie com a finalidade de utiliz-la como objeto de estudo

    nas aes de formao da prpria Diretoria, e tambm com o objetivo de reunir reservatcnica para possveis solicitaes da SEE/CENP.

    1. Formao da banca de correo na escola

    Sugere-se a participao dos Professores e Professores Coordenadores de Ciclo I (1 ao 5 anos),de Ciclo II (6 ao 9 anos) e do Ensino Mdio (1 a 3 sries).

    A correo das produes textuais dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio envol-ve duas fases: correo amostral para consolidao dos critrios e correo propriamente dita.Cada uma delas implica procedimentos diferentes, quais sejam:

    a) Correo amostral para consolidao dos critrios

    A finalidade desta fase propiciar aos membros da banca a oportunidade de refletir sobre oscritrios de correo e de dissipar dvidas, harmonizando procedimentos.

    A correo amostral deve ser feita da seguinte maneira:

    sorteio aleatrio de 40 (quarenta) cadernos de prova de todas as turmas da srie avaliada;

    Ateno: O sorteio aleatrio pode ser feito por meio de diferentes estratgias: sorteio denmeros, contagem alternada (de 5 em 5, de 10 em 10) etc.

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    distribuio das 40 produes entre os membros da banca, que devem estar reunidos emduplas ou trios;

    anlise, em duplas ou trios de professores, das 40 produes;

    discusso em conjunto, com todos os membros da banca, das anlises efetuadas at chegara um consenso sobre o uso dos critrios de correo.

    Ateno: importante que a maioria dos membros da banca esteja de acordo com as de-cises tomadas.

    b) Correo propriamente dita, por turma avaliada

    Procedimentos: formao de duplas ou trios de professores;

    distribuio do conjunto de produo escrita de uma turma para cada um dos professores dadupla ou trio;

    leitura da produo de cada aluno da referida turma, por um nico professor da dupla ou trio; consulta ao(s) professor(es) da dupla ou trio somente nos casos em que o professor-corretor

    necessitar de uma segunda opinio sobre uma determinada produo escrita que ofereadificuldade na aplicao dos critrios para a correo;

    consulta ao professor-coordenador somente nos casos em que a dupla ou trio no for capazde aplicar os critrios para a correo com segurana;

    registro, em cada caderno de prova, no espao destinado ao corretor, do nvel atribudo redao, conforme discriminado nas pgina 2 a 4 deste manual.

    Ensino Fundamental

    PARA USO DO CORRETOR

    Competncia Nvel

    CI. Tema 1 2 3 4

    CII. Gnero 1 2 3 4

    CIII. Coeso/coerncia 1 2 3 4

    CIV. Registro 1 2 3 4

    A anulada

    B em branco

    NA (no alfabtico)

    Ensino Mdio

    PARA USO DO CORRETOR

    Competncia Nvel

    CI. Tema 1 2 3 4

    CII. Gnero 1 2 3 4

    CIII. Coeso/coerncia 1 2 3 4

    CIV. Registro 1 2 3 4

    CV. Proposio 1 2 3 4

    A anulada

    B em branco

    NA (no alfabtico)

    Ateno: importante salientar que esses mesmos critrios sero adotados nas produesdos alunos tanto do Ensino Fundamental como do Ensino Mdio. Deve-se adequar essescritrios a cada ano/srie, ampliando o nvel de exigncia medida que os textos represen-tarem alunos de sries mais avanadas.

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    Textos de autoria de alunos comentados segundo critrios de corre-

    o Saresp

    Textos 1 e 2 Relato de experincia pessoal

    Texto 1

    Passeio ao zoolgico

    Eu fui passear ao zoologico, foi muito legal. Quando entramos no nibus, fizemos muitabaguna eu e minhas amigas Jssica, Karina e outras.

    Chegando l , o pri meir o animal que vimos f oi a coruj a depois os viados, dromedr ios,lees e muito mais.

    Paramos para almoar cada um tinha o seu prprio lanchinho.

    E as professoras que nos levavam eram Zuleide e Cleonice. Elas foram muito legaiscom a gente.

    L no meio daquela confuso eu e a Jssica nos perdemos duas vezes, mas nada de

    muito srio. Rapidinho nos encontramos com a professora, ela nem percebeu.Depois eu e a Jssica, Samanta e Valria fomos andar de trenzinho era R$3,00, que

    caro, no .

    A gente foi 8:00hs, chegamos a zoologico 10:00hs, voltamos de l 3:00hs, chegamosna escola 5:00hs da t ar de, esse passeio aconteceu dia 03/ 10/ 08.

    Foi uma viagem muito divertida espero que todos gostem.

    Beij os Marj ory

    (Mar j ory, 10 anos)

    Anexos

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    Numa classe de 5 ano, aps a realizao de leituras de relatos de experincias pessoais de bonsautores, a professora solicitou que as crianas escrevessem um relato, a partir da seguinte con-signa: Escrevam uma experincia que vocs viveram, algo que foi importante para vocs.

    Considerando que a consigna no define interlocutor para o texto, sua finalidade, o portador depublicao ou o lugar de circulao, o que se pode analisar no que diz respeito a esse aspecto se o texto est adequado s caractersticas do gnero, o relato de experincia vivida. Sendo assim,

    vamos anlise da adequao do texto organizao composicional requerida, aos aspectos rela-tivos textualidade propriamente e aqueles referentes utilizao da variedade padro na escrita.

    Em relao organizao composicional e aos aspectos relativos textualidade, o texto apresen-ta uma contextualizao da experincia que ser relatada, ainda que esta se encontre dispersanos pargrafos 1 e 7. No 1 apresentado o local e, no 7, a data e o horrio da sada e chegada.

    O texto elaborado em primeira pessoa do discurso, ora 1 do singular, ora do plural, conformea necessidade dos fatos relatados, que incluem terceiros na participao. Uma ocorrncia de 3pessoa do singular (7 pargrafo), perfeitamente justificvel do ponto de vista semntico. Dessaforma, podemos dizer que essa organizao possibilita que o relator seja identificado como sujei-to das experincias apresentadas, conforme caracterstica fundamental do gnero.

    Outro recurso utilizado no texto que colabora para a compreenso de que o relato , de fato, de

    experincia vivida, a apresentao da data e horrios de realizao do passeio, incluindo-se ho-rrios de sada e chegada pargrafo 7: A gente foi 8:00hs, chegamos ao zoologico 10:00hs,voltamos de l 3:00hs, chegamos na escola 5:00hs da tarde, esse passeio aconteceu 03/10/08.

    os quais conferem ao relato a impresso de veracidade.

    O discurso organizado no pretrito o que marca as situaes acontecidas e, portanto, a refe-rncia ao passado: Eu fui passear; Quando entramos ; fizemos muita baguna; Paramos paraalmoar; fomos andar de trenzinho, so exemplos dessa marca.

    Os episdios relatados encontram-se organizados em um eixo temporal claro, ainda que haja ainadequao referida acima, no que se refere contextualizao inicial. No entanto, possvelinterpretar que o texto, dentro do critrio utilizado para organizar esse pargrafo, agrupou dadosrelativos a informaes de localizao temporal especfica do evento principal em um nico seg-

    mento do texto.As marcas dessa organizao temporal esto localizadas na sequenciao progressiva dos epi-sdios, o que garantido, em especial, pela utilizao dos articuladores temporais, todos utili-zados de maneira adequada:Quando entramos no nibus...; Chegando l, o... Depois eu e aJssica....

    O texto apresenta, ainda, referncias aos efeitos que as experincias provocaram no relator, comopodem exemplificar as expresses: foi muito legal (1 pargrafo); fizemos muita baguna (1pargrafo, expresso que, colocada em seguida da anterior, explica a apreciao realizada fa-zer baguna pode ter sido um dos aspectos que conferiu ao passeio uma apreciao positiva);Elas foram muito legais (pargrafo 4 referindo-se apreciao que tiveram a respeito darelao das professoras com os alunos e, portanto, com a relatora.); mas nada de muito srio,

    rapidinho; e elas nem perceberam (5 pargrafo referindo-se ao episdio da perda dasalunas dos demais colegas do grupo e de como conseguiram resolver a situao); que caro, no (6 pargrafo referindo-se ao preo do passeio realizado em um dos recursos do parque);foi uma viagem muito divertida (8 pargrafo apresentando a avaliao final da relatora), eespero que todos gostem(8 pargrafo).

    Essa ltima citao merece ateno especial, pois o emprego do tempo verbal no final da fraseparece deixar o enunciado um tanto quanto ambguo: a inteno pode ter sido dirigir-se ao leitorcomo seu interlocutor, ou, ento, pode ter havido um equvoco no emprego do verbo. No primeirocaso, o enunciado pode ser lido como (...) espero que todos [os leitores] gostem [deste relato]e, no segundo, como (...) espero que todos [os colegas] tenham gostado [do passeio].. De qual-quer maneira, uma expectativa de apreciao est apresentada, seja sobre o relato, seja sobre opasseio.

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    No 8 pargrafo, a autora apresenta adequadamente como requer um texto organizadonesse gnero uma apreciao geral sobre a experincia, conforme exposto acima. Deveriaser este o encerramento do texto, para torn-lo mais adequado s caractersticas do gnero. Noentanto, a autora o encerra com a expresso Beijos Marjory sem o emprego da vrgula tpicade bilhetes e cartas.

    O texto tambm apresenta como frequente em relatos de experincia vivida a apresenta-

    o de referncias ao leitor. Alm da que foi referida acima (presente no ltimo pargrafo), tambmencontramos a j citada expresso que caro no (6 pargrafo), que tambm j foi analisada.

    O texto organiza-se em pargrafos, de acordo com um critrio muito claro: o agrupamento, emcada um, de sub-episdios constitutivos do episdio principal, o passeio, intercalado com par-grafos de apreciaes da relatora. Assim, temos:

    a) no 1 pargrafo: apresentao inicial e episdio inicial: entrada no nibus;

    b) no 2 pargrafo: visita aos animais;

    c) no 3 pargrafo: parada para almoo;

    d) no 4 pargrafo: comentrio sobre professoras;

    e) no 5 pargrafo: a perda das alunas em relao aos demais colegas do grupo;

    f) no 6 pargrafo:o passeio de trenzinho;

    g) no 7 pargrafo: o tempo de durao do passeio;

    h) no 8 pargrafo: apreciao final do passeio relatado.

    Do ponto de vista da utilizao dos recursos de coeso referencial, o texto apresenta com certafrequncia a elipse do pronome da pessoa verbal como se pode observar em: Paramos paraalmoar 3 pargrafo; (...) o primeiro que vimos 2 pargrafo.

    Alm disso, emprega, adequadamente, pronomes do caso oblquo: (...) as professoras que noslevaram(4 pargrafo); (...) nos perdemos duas vezese Rapidinho nos encontramos (...) (5pargrafo). O mesmo acontece em relao ao recurso de substituio, utilizado, por exemplo, o

    pronome pessoal em Elas foram muito legais com a gente (4 pargrafo), referindo-se s pro-fessoras, citadas anteriormente.

    Quanto aos aspectos relativos utilizao da variedade padro, o texto encontra-se elaborado,apresentando um registro mais informal da linguagem padro adequado a um suposto contex-to de produo que, quando no explicitado na consigna da atividade, passa a ser o contexto dasituao social na qual a atividade se desenvolve mesmo, ou seja, o contexto escolar: escreve-se para a professora e para os colegas, supondo-se que estes, ou ouviro a leitura dos textosdepois, ou os lero em uma exposio em mural, por exemplo como sugerem as seguintesexpresses: muito legal (1 pargrafo); baguna (1 pargrafo); lanchinho (3 pargrafo);muito legais (4 pargrafo); rapidinho (5 pargrafo); com a gente (4 pargrafo); A gente(7 pargrafo).

    Do ponto de vista da concordncia nominal e verbal, o texto encontra-se, em geral, adequado.A exceo o 7 pargrafo A gente foi 8:00hs, chegamos ao zoologico 10:00hs, voltamos del 3:00hs, chegamos na escola o qual iniciado em 3 pessoa e, em seguida, nas oraesseguintes, a 1 pessoa do plural que aparece no verbo.

    No que se refere regncia verbal, h algumas inadequaes, como sugerem os seguintestrechos: passear ao zoolgico (1 pargrafo); A gente foi[s] 8:00hs, chegamos a zoologico10:00hs, voltamos de l[s] 3:00hs, chegamos na escola[s] 5:00hs da tarde, esse passeio acon-teceu[em] 03/10/08(7 pargrafo), no qual acontecem omisses das preposies s e em.

    No uso de articuladores que no os temporais, h um emprego equivocado de mais, ao invsde mas, no 5 pargrafo, o que pode ter ocorrido em consequncia de uma referncia baseadana pronncia oral da palavra.

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    No que se refere pontuao, pode-se perceber que utiliza a pontuao final com regularidadeempregando, sistematicamente, o ponto final, especificamente, para terminar todos os perodosorganizados, embora no utilize, por exemplo, o de interrogao, necessrio no 6 pargrafo, emque caro, no (?).

    Utiliza a vrgula razoavelmente em enumeraes e aps os articuladores textuais (de tempo, emespecial), como se pode verificar em fizemos muita baguna eu e minhas amigas Jssica, Karina

    e outras(1 pargrafo); Chegando l, o primeiro animal que vimos foi a corujadepois os viados,dromedrios, lees e muito mais.(2 pargrafo).

    H pequenas questes relativas ortografia: viado(2 pargrafo); e acentuao: zoologico(1 e7 pargrafo), embora nibus que tambm uma proparoxtona esteja acentuada.

    Assim, pode-se dizer que, de maneira geral, a aluna desenvolve bem o texto, a partir da proposta,demonstrando conhecimento bsico sobre a lngua escrita, o gnero e os recursos lingusticosadequados.

    Texto 2

    Danando balQuando eu t inha quat r o anos j sabia o que quer ia ser quando crescer .

    Eu ganhei de batizado do meu pai um vestidinho branco, rosa e com detalhesverdes, era muito bonito, mas me batizei cedo ento obveamente quando fiz quatro ovestido ficou muito pequeno.

    Mesmo com o vestido no me servindo mais, eu colocava, era to pequenoque os babados ficavam acima dos j oelhos e assim ficava parecido com um vestido debailarina, a nica era que elas usam meia rosa por baixo e uma sapatilha, mas eu nemligava, quando tocava qualquer msica eu danava com o vestido.

    Mais t ar de j com set e anos f al ei para minha me que gost ar ia de ter aulas debal, mas isso eu nem pr ecisava f alar minha f aml ia j sabia que eu ador ava bal .

    Ent o minha me j ficou atenta a qualquer informao at que um dia ficamossabendo que no centro da cidade na biblioteca o centro cultural de Suzano tinha o queprecisvamos, e quando isso acont eceu eu j t inha set e anos.

    Quando fiz oito, minha me foi tentar fazer minha escrio tinha que ser cedose no a fi l a cr escia. .. e quando chegasse a vez dela as escr ies j haveri am acabado.

    Minha me fez o possvel, mas as vagas acabaram e a gente teve que seconformar e esperar o ano seguinte.

    J no outro ano quando eu tinha nove anos, assim que minha me me deixou naescola correu para l e desta vez ela conseguiu.

    Hoj e eu f ao bal a dois anos j me apr esent ei quat r o vezes e minha pr of essor aest montando mais uma coreografia para o fim do ano, l tenha vrias amigas e mesmocom o bal sendo uma dana diciplinada a gente brinca muito e se diverte, eu amodanar bal.

    (Jssica, 10 anos)

    Da mesma forma que para a produo do Texto 1, aps a realizao de leituras de relatos deexperincias pessoais de bons autores, a professora solicitou que as crianas escrevessem umrelato, a partir da seguinte consigna: Escrevam uma experincia que vocs viveram, algo que foiimportante para vocs. (Texto 2)

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    Em relao Adequao ao Contexto de Produo, as consideraes so as mesmas realizadaspara o texto anterior. Como a consigna no define interlocutor para o texto, sua finalidade, o por-tador de publicao ou o lugar de circulao, o que se pode analisar no que diz respeito a esseaspecto se o texto est adequado s caractersticas do gnero, o relato de experincia vivida.Sendo assim, vamos anlise da adequao do texto organizao composicional requerida,aos aspectos relativos textualidade, propriamente, e utilizao da variedade padro na escrita.

    No que diz respeito organizao composicional e aspectos relativos textualidade, o textocomea com a apresentao de uma situao inicial do relato Quando eu tinha quatro anos jsabia o que queria ser quando crescer.(1 pargrafo) , que a condio para a compreenso detodas as situaes relatadas posteriormente: toda a sina da aluna para conseguir estudar bal. O2 e 3 pargrafos detalham essa situao inicial, procurando explicar as atitudes da relatora que

    justificam a afirmao feita a respeito da aluna-autora: saber o que queria desde os 4 anos deidade. Dessa forma, a referncia inicial ao tema fundamental das experincias que sero relatadas oferecida nos trs pargrafos iniciais do texto, de maneira bastante clara.

    organizado em primeira pessoa do singular, como demonstram os seguintes trechos, entreoutros:eu tinha(1 pargrafo); eu ganhei(2 pargrafo); no me servindo mais(3 pargrafo);mas isso eu nem precisava falar (4 pargrafo); quandofiz oito anos(8 pargrafo).

    No entanto, como o relato envolve a presena de terceiros em especial a me da relatora hdeslizamentos para a 1 pessoa do plural (como em (...) um diaficamos sabendo 5 pargrafo),3 pessoa do singular (como em Ento minha me jficou atenta 5 pargrafo; (...) e a genteteve que se conformar 7 pargrafo), perfeita e adequadamente articuladas pessoa principaldo discurso.

    Esse recurso garante que o texto se organize de maneira que a relatora seja compreendida pelointerlocutor como sujeito das experincias relatadas, como requer um texto organizado no gneroem questo.

    Os episdios so relatados em uma sequncia temporal crescente como requer o gnero or-ganizando situaes vividas pela relatora dos 4 anos de idade aos dias atuais, o que deixa bas-tante clara a progresso do tempo.

    A coerncia e a coeso da sequncia so garantidas pela utilizao adequada de articuladorestextuais de tempo, como por exemplo: Quando eu tinha quatro anos (...) (1 pargrafo); Maistarde j com sete anos (...) (4 pargrafo).

    O texto apresenta, tambm, apreciaes reiteradas dos efeitos de cada episdio na vida da rela-tora, possibilitando a construo da significao geral das experincias relatadas para a mesma.So exemplos dessas referncias:

    a) Mesmo com o vestido no me servido mais, eu colocava (2 pargrafo) considerao quedemonstra o apreo da relatora pelo vestido e a relao com o seu desejo de ser bailarina;

    b) (...) mas isso eu nem precisava falar minha famlia j sabia que eu adorava bal. (4 pargrafo);

    O texto encerrado conferir ltimo pargrafo com comentrios que sintetizam os resultados

    dos esforos de relatora e da me para conseguir o intento da primeira, e com uma avaliaoapreciativa desta, a respeito dos efeitos desses esforos na sua vida, o que coerente com aorganizao interna de um relato de experincia vivida.

    O texto foi elaborado utilizando-se o pretrito como tempo verbal principal (tinha, ganhei, batizei,colocava, adorava, fiz, teve, por exemplo). H, tambm, uma articulao entre esse tempo, eixoorganizador fundamental do relato, e as aes acontecidas em cada um dos episdios que cons-tituem a sequncia, assim como entre as referncias s aes j acontecidas e o estado atual darelatora, em especial no ltimo pargrafo o que localizado temporalmente com o advrbiohoje, e com o emprego do verbo no presente (fao, est montando, tenho, a gente brinca e sediverte, eu amo).

    Embora haja a presena de terceiros nos relatos, no se encontra, no texto, a introduo de seu

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    discurso, no discurso do relator.

    A organizao dos pargrafos obedece a um critrio regulador coerente, que procura apresentaruma situao no pargrafo antecessor e no posterior, ou explicar para detalhar, ou apresentara consequncia da ao exposta anteriormente. Dessa forma, podemos identificar no texto, 5blocos de pargrafos:

    1 bloco:

    a) 1 pargrafo: apresentao da situao inicial do relato (a relatora gostava de bal desde os 4anos de idade) e do motivo implcito aos episdios que sero apresentados (a sina da relatorapara conseguir aprender bal);

    b) 2 e 3 pargrafos:explicao da proposio inicial (j sabia o que queria desde os 4 anos deidade), por relato de episdio menor, que implica na rememorao de fato (ganhou vestidode batismo) e consequncia do mesmo para os 4 anos de idade (mesmo estando pequeno,vestia o vestido e ficava parecendo bailarina), citados no 1 pargrafo;

    2 bloco:

    a) 4 pargrafo: alterao de tempo dos 4 para os sete 7 anos e relato de episdio significativo(comunicao do desejo da relatora);

    b) 5 pargrafo: consequncia do fato anterior (atitude da me);

    3 bloco:

    a) 6 pargrafo:alterao de tempo dos 7 anos de idade para os 8 e relato de novo episdio(tentativa de inscrio no curso de bal);

    b) 7 pargrafo:consequncia do fato anterior (no foi possvel realizar a inscrio apesar dosesforos realizados);

    4 bloco:

    a) 8 pargrafo: alterao de tempo de 8 anos para 9 e relato de episdio com consequncia deao indicado no 7 pargrafo;

    5 bloco:a) 9 pargrafo: alterao de tempo dos 9 anos para os tempos atuais e relato da situao da

    personagem, consequncia da ao realizada no pargrafo anterior.

    Como se pode observar, o critrio utilizado coerente, tanto do ponto de vista semntico, quantodo ponto de vista do eixo temporal, tpico do gnero. Certamente, os blocos poderiam inclusiveser organizados em um nico pargrafo, mas, certamente, no seriam produzidos os mesmosefeitos de sentido como, por exemplo, o destaque que dado no 1 pargrafo ao desejo da rela-tora, motivador da seleo do tema.

    Do ponto de vista da coeso referencial, podemos dizer que o texto emprega tanto elipses, pararetomar referentes apresentados, como, por exemplo, (...) [elipse] era muito bonito, para referir-se a vestido, anteriormente citado e posteriormente retomado; (...) [elipse] falei pra minha me;comoa substituio por pronomes, seja do caso reto ou oblquo (como, por exemplo: (...) nome servindo mais; (...) e quando chegasse a vez dela (...), para referir-se me, citada anterior-mente.

    No que se refere aos aspectos relativos utilizao da variedade padro, pode-se dizer que o tex-to est adequado a ela, com pequenos deslizes reconhecveis. Utiliza um registro pouco formal,mas no muito coloquial demais, o que se confirma na presena, basicamente, da utilizao dea gentepara substituir ns(7 e 9 pargrafos).

    Do ponto de vista da pontuao, podemos dizer que, como o texto anterior, h a utilizao sis-temtica de pontuao final, em especial, do sinal ponto final, especificamente, no havendoutilizao dos demais sinais possveis, considerando-se o texto.

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    Em relao pontuao interna, podemos dizer que h uma utilizao frequente, como no exem-plo a seguir, para separar oraes condicionais Mesmo o vestido no me servindo mais,(...) (3pargrafo); e uma utilizao menos regular, como por exemplo, em Quando eu tinha 4 anos[au-sncia de pontuao] j sabia o que queria ser quando crescer (1 pargrafo); Quandofiz oito,minha (...) (6 pargrafo) para separar articuladores textuais de tempo.

    Em relao concordncia verbal e nominal, podemos dizer que o texto tem rarssimos deslizes,

    como no 1 pargrafo, quando se usa crescer, ao invs de crescesse.Na organizao dos enunciados h algumas omisses, como em (...) a nica[diferena] era queelas usam (...), no 3 pargrafo.

    No que tange s questes ortogrficas, aparecem inadequaes em, por exemplo: escries,para inscriese escrio, para inscrio(6 pargrafo); disiplinapara disciplina(9 pargra-fo); a, para h(9 pargrafo); obveamente, para obviamente(2 pargrafo).

    De acordo com a anlise acima, podemos considerar o texto muito bem desenvolvido, tendosido definidores dessa conceituao, entre outros, os seguintes aspectos: coerncia geral naorganizao interna do texto no que se refere s caractersticas do gnero, a critrios slidos deorganizao dos pargrafos e quase nenhum erro ortogrfico e nenhuma questo de acentuao.

    Texto 3 Produo de uma carta pessoal

    Texto 3

    Cravinhos, 28 de novembro de 2008.

    Ol, Andr

    Tambm estou com muitas saudades, e por aqui, vai tudo bem.Aposto que voc vir adorar a escola. Aqui tem vrias coisas para a gente se

    sentir bem estudando. Por exemplo: esto construindo uma sala de Artes super legal, equando voc vier par a c, pr ovavelment e j t ero t er minado e t em tambm o j ar dim daescola que est cada vez mais bonito.

    A dir etor a, Dona Leonor, sempre apoia pr oj etos como a ar r ecadao de li vr os(6D) e de alimentos (5E), ou at mesmo um zornalzinho criado pelos alunos das sextasA e D.

    Ah, j i a me esquecendo! Ns (6 D) fizemos um teatro super legal, acho at quevoc conhece, ele se chama O fantstico mistrio da feiurinha que conta a histriade uma pr incesa que desaparece sem mais nem menos e s conseguem encont r - l aquando a empregada da escritora chamada para desvendar o caso conta a histria daprincesinha. Vou ficando por aqui e espero que voc goste da minha escola.

    Com carinho,

    Gigi

    Nota: Nomes do municpio e das pessoas fictcios

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    A carta pessoal reproduzida no Texto 3 teve como contexto de produo uma resposta cartaenviada por Andr:

    Oi, colega

    Quantas saudades! Aqui vai tudo bem. E a com vocs?Sabe, minha me falou que ano que vem ns vamos morar perto de vocs. Quer dizerque a gent e vai est udar j untos! No legal? Ser que eu vou gost ar da escola?

    A minha aqui at que legal, tenho muitos amigos e todos os professores meconhecem. O prdio um pouco vel ho, pr ecisa de uma pint ura, mas t em um j ar dim muit obonito. A quadra est em reforma e as aulas de Educao Fsica tm sido no ptio. chat o, porque no d pra j ogar ...

    Tem outra coisa que me incomoda. Minha sala fica no segundo andar do prdio e obanheiro de l est sempre fechado. A, quando eu quero usar o banheiro, preciso ir ato pt io. A Dir etor a f al ou na r eunio de pais que ns suj amos muit o o banheir o e quefalta funcionrio. Minha me entendeu que isto no tem soluo.

    A escola fica num lugar bem al t o, por isso, das j anelas da minha sala eu consigover muitas ruas do meu bairro. Uma vez me distra olhando para fora e quando eu meliguei, meus colegas estavam rindo muito porque meu professor de arte tinha feito umdesenho meu na l ousa como uma rel eit ur a do Pensador .

    Nossa, j escrevi demais! Escreva pr a mim e me cont e como a sua escola, porque quase cer t o que vamos estudar j unt os! Fal e t ambm dos seus amigos e de seusprof essor es. Tomar a que eles sej am legais! Tchau, a gent e se v no Nat al .

    Andr

    A proposta de redao que originou a carta pessoal reproduzida no Texto 3 trazia a seguintecomanda:Na carta, Andr informa seu(sua) colega que, em breve, eles moraro bem prximos.Por conta desse fato, ele pede informaes sobre a sua futura escola. Imagine que voc oamigo ou a amiga de Andr e escreva uma carta para ele informando sobre sua escola. Nose esquea de saud-lo, de contar um pouco sobre o que anda fazendo e tambm de finalizara carta, assinando-a.

    A autora demonstrou compreender muito bem a proposta de redao e elaborou uma carta emresposta ao amigo Andr. Ela compreendeu e desenvolveu o tema organizando e compondo seutexto de acordo com as caractersticas prprias do gnero.

    Em seu texto, so encontrados os elementos bsicos desse gnero. A interpelao inicial consti-tui-se pela interjeio Ol, em geral, utilizada para saudaes e o nome do interlocutor Andrem vocativo.

    Gigi introduz a carta recorrendo ao advrbio tambm que funciona como um conector entre acarta de Andr e sua resposta.

    Na introduo, demonstra a reciprocidade de sentimentos com relao distncia que a separado interlocutor Tambm estou com muitas saudades e ainda responde a uma interpelao deAndr, e por aqui, vai tudo bem. Alm disso, nota-se que ela procura responder a cada tpicoabordado na carta de seu pretenso amigo, construindo uma boa articulao entre seu texto e acarta de seu interlocutor, o que garante que o projeto de produo mantenha-se fiel propostade redao.

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    A saudao final escolhida pela autora registra o grau de proximidade que costuma haver entreos interlocutores de uma carta pessoal, quando utiliza uma expresso que sugere apreo e pro-ximidade Com carinho e assina Gigi .

    importante notar que a autora revela um bom domnio na elaborao de textos escritos, quandoconsegue inserir uma breve sequncia narrativa em sua carta para contar a histria do fantsticomistrio da feiurinha.

    Adequada e coerentemente ao gnero carta, o texto est organizado por algum que relata emprimeira pessoa do singular, como possvel verificar em tambm estou(1 pargrafo); Apostoque (2 pargrafo); j ia me esquecendo (4 pargrafo).

    A coerncia e a coeso so garantidas pela utilizao de articuladores textuais como Tambmestou com muitas saudades; Aposto que voc ir adorar; e quando voc vier para c; Ah! Jia me esquecendo entre outros.

    A autora trabalha seu texto com um vocabulrio caracterstico da linguagem cotidiana oral, muitoapropriado ao gnero carta pessoal.

    Quanto aos aspectos notacionais, verifica-se que a autora no comete desvios significativosda norma padro. Os dois deslizes ortogrficos (super legal e zornalzinho) no comprometem oentendimento do texto, que, alis, est bem organizado pela paragrafao e uso da pontuao,ainda que a utilizao das vrgulas merea ateno.

    Textos 4, 5 e 6 Produo de artigo de opinio

    A prova escrita do 9 ano tinha como proposta escrever um artigo de opinio com o tema Aescola pblica em discusso: a escola que eu tenho e a escola que eu gostaria de ter. Para de-senvolver o tema havia trs textos publicados em um blog da internet.

    Texto 4Minha escola

    Bom, na minha escola h timos professores!

    Mas tambm h professores pssimos.

    Sem falar na educao dos alunos, tem alunos que brigam com os professores o tempotodo, mas tambm tem aqueles bons alunos, mas so bem poucos.

    As classes so pssimas, tem classe que quando chove, chove mais dentro do que fora,e com isso os alunos tem que ir embora para suas casas.

    O espao da minha escola bom, tem um espao enorme com rvores e flores, temduas quadras bem grandes, disso no tenho o que reclamar!

    A merenda tambm tima, s os banheiros que no so muito bons, falta muitahiginie

    Mas se cada um de ns colaborassemos um pouco, minha escola seria tima!

    (Alice 9 ano)

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    O texto demonstra uma incompreenso quanto ao tema proposto. Os assuntos abordados (alu-no, professor, merenda, espao fsico, jardim da escola) so compatveis com a temtica esco-la, entretanto, a aluna despreza, na execuo de seu projeto pessoal, a questo polmica quedeveria fazer parte da produo textual. Nada foi dito a respeito da escola ideal, ela apenas serefere sua escola real.

    Quanto ao gnero, o texto de Alice no traz caractersticas de um artigo de opinio, uma vez que

    deixa de argumentar e contra-argumentar sobre escola real e escola ideal; no h argumentosnem opinies que defendam seu ponto de vista. A rigor, o texto evolui em sequncias descritivas,situando a produo no interior da tipologia descrever. Vale ressaltar que j no ttulo Minha esco-la a autora anuncia essa tendncia descritiva.

    Alm disso, em que pese a coerncia construda na exposio das ideias, os articuladores tex-tuais utilizados para organizar e fazer evoluir o texto no so caractersticos da argumentao.Trata-se, portanto, do uso de elementos coesivos a servio de tipologia e gnero textuais incom-patveis com a proposta de redao.

    Quanto ao registro, notam-se algumas ocorrncias inadequadas para o texto escrito. H, no textode Alice, alguns vocbulos prprios da linguagem oral que no cabem em produes escritas namodalidade padro da lngua portuguesa. o caso de Bom no incio da frase (e do texto), umrecurso tpico da conversao.

    Existem, tambm, como exemplos de oralidade, o uso do verbo ter no sentido de haver / existir(cinco vezes); o uso frequente de frases curtas, de repeties, tais como: mas (quatro vezes),professores (trs vezes), alunos (quatro vezes), escola (trs vezes), em uma redao deapenas 17 linhas (no original do aluno), as quais poderiam ter sido evitadas por meio do uso deanafricos. Encontram-se marcas da conversao, tambm, na forma de construir o enunciado,como, por exemplo, no trecho do 3 pargrafo: Sem falar na educao dos alunos, tem alunosque brigam com os professores o tempo todo, mas tambm tem aqueles bons alunos, mas sobem poucos..

    Ainda com referncia aos registros, pode-se apontar alguns desvios das normas grficas e deacentuao (higinie, colaborassemos, os alunos tem que ir embora).

    Na concluso do texto Mas se cada um de ns colaborssemos um pouco, minha escola sertima!no possvel identificar quem so as pessoas que esto com a aluna-autora no uso dopronome ns (Alice e outros alunos da escola, Alice e seus professores, Alice e a comunidadeescolar ou Alice e todos os responsveis pela escola instituies pblicas e comunidade esco-lar?). Ainda nesse trecho, vale ressaltar um desvio da norma relacionada conjugao dos verbosutilizados no enunciado. Na primeira orao, a autora lana uma idia hipottica com o uso doverbo colaborar no subjuntivo colaborssemos. Esse tipo de construo solicita, por conse-guinte, o uso do verbo ser no futuro do pretrito seria, na segunda orao. Na medida em quea autora afirma categoricamente (minha escola ser tima), enfraquece a ideia de possibilidade,de vir a ser, colocada no incio do enunciado, causando estranheza para o leitor. A mudana depessoa no discurso, de primeira do plural se [...] ns colaborssemos para minha escola sertima tambm colabora para o estranhamento do leitor.

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    Texto 5

    O j ovem e sua car r eir a profissional

    Todos os j ovens ao conclui r o ensino mdio t em a dur a desizo de escolher o quef azer do seu f ut uro em que ar ea ele vai at uar , j unto com isso vem o dilema de quantocustara essa realizao.

    Em sua vida, a carreira poder ser promissora, se rendea frutos, trazer felicidade.O curso possue vagas para novos trabalhadores, pois a cada ano so vrias turmas querealizam esse curso, na regio poder atuar?

    O preo desse desse curso pode ser financiado em escolas privadas por meio deprogr anamas gover nament ais com fies, programa na escola familia, e bolsas das faculdades,j em f acul dades, est aduais e f eder ai s o al uno int er essado deve ser mui t o at ent o, poi ss vagas nessas instituies so muito concorridas.

    O j ovem deve avali ar o mercado de t r abal ho de sua r egi o podendo assim aval iar suaschances nesse mercado na rea a ser escolhida, avaliando, que o mercado de trabalho

    est sempre em constante modifi

    cao. Dir ceu 3 sri e - EM)

    O Texto 5 O jovem e sua carreira profissional um texto produzido pelo aluno Dirceu, da 3srie do Ensino Mdio, para atender proposta de redao, a seguir:

    Escreva um artigo de opinio sobre o tema: Os jovens, ao trmino do Ensino Mdio devem seconcentrar mais na escolha da profisso ou no vestibular? O que os jovens devem levar em contana hora da escolha: satisfao pessoal, sucessofinanceiro, mercados futuros ou tudo?

    Nessa redao, nota-se que o projeto do aluno para a elaborao de um texto argumentativo

    apresenta problemas principalmente de ordem estrutural e temtica. O texto desenvolve-se comassuntos encadeados de forma incipiente e desarticulada.

    O pargrafo introdutrio anuncia que dois aspectos sero desenvolvidos ao longo do texto: aescolha da carreira pelos jovens, a qual refletir em seus futuros, e o custo financeiro que essadeciso trar. Entretanto, o que parecia ser o projeto pessoal do autor para a elaborao do textono efetivado.

    No desenvolvimento das ideias anunciadas, Dirceu consegue apenas tangenciar o tema propos-to. Seu esforo traduz-se na utilizao de palavras e expresses que somente estabelecem umarelao semntica com referncia aos assuntos presentes na proposta (escolha da profisso,satisfao pessoal, sucesso financeiro). Alguns dos conflitos dos jovens sobre os caminhos queprecisaro percorrer para concretizar seus projetos (as escolhas que tero de fazer, a rea em quedesejam atuar, o custo que isso pode representar), poderiam ter sido mais explorados, aprofun-

    dados e problematizados.As escolhas que o autor faz para organizar suas ideias no conseguem constituir um texto coe-rente. So vrios os fatores que colaboram para a desarticulao do texto, como, por exemplo,a frase com sentido incompleto: ...na regio poder atuar? Essa pergunta no se articula coma frase anterior e se transforma em obstculo para o entendimento do leitor. Outro aspecto quecontribui para a desarticulao do texto vem da dificuldade enfrentada pelo autor em escolher co-nectores adequados para a composio dos enunciados, como na frase Em sua vida, a carreirapoder ser promissora, se rendea frutos, trazer felicidade.

    H tambm a falta de articuladores textuais para ligar um pargrafo ao outro, prejudicando aunidade da composio textual e proporcionando ao leitor a impresso de que os pargrafos soenunciados independentes.

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    Quanto ao registro, a redao apresenta muitas repeties de palavras (desse duasvezes, avaliar trs vezes em nico pargrafo, curso trs vezes). Tais repeties emergem deum repertrio lingustico e semntico inexpressivo o que pode sinalizar poucas experincias comatividades de reescrita, explorando o uso de sinnimos, ou de elementos anafricos.

    H, ainda, erros grficos (desizo, fies, rendea, progranamas); de acentuao (Todos [...] tem...,area, custara(futuro), familia, s vagas) e tambm de conjugao verbal (trazera, possue).

    Finalmente, a redao, alm de no atender totalmente o tema proposto, no apresentauma concluso sobre os argumentos elencados pelo aluno, o que prejudica e compromete todaa estrutura desse texto argumentativo.

    Texto 6

    Indeciso

    Hoj e, o mundo r egido por um capit al ismo sel vagem. Par a acompanh- l o, pr ecisamos

    f azer muit as escolhas, uma vez que, abandonados nessa sel va , a sobr evivncia dependede cada um. Dentre tantos caminhos a percorrer, o mais difcil escolher qual estradaa seguir quando, ao trmino do ensino mdio, nos deparamos com um percurso, que atento era uma linha reta, de duas vias. De um lado est o caminho para o vestibular,do outro, para a escolha da profisso.

    Sem dvida, enfrentar essa situao complicado, porque no basta optar por umadas vias, preciso considerar vrios outros fatores como satisfao pessoal ou sucessofinanceir o. Muit os adolescent es no conseguem escolher ent r e estudar ou tr abal har , j que o estudo ir complementar o currculo, porm, sem dinheiro no se consegue cursaro ensino superior, devido a mensalidade, livros, etc. E nesse ponto da vida que muitosdesistem de caminhar.

    De fato, fazer escolhas no fcil, ainda mais na faixa etria dos 17 a 20 anos.H pessoas que com 24 anos no fazem idia do que esperam e pretendem da vida. Aindeciso um monstro que assombra toda a sociedade e depende de cada um de nsenf r ent - l a da melhor maneira possvel. Devemos seguir nossas int uies, j que no hescolhas certas ou erradas. Optar por aquilo que acha ser bom e vlido para o futuro uma arma perfeita para combater a tal da indeciso.

    Desse modo, precisamos no s seguir a intuio, mas tambm os fatores que devemoslevar em conta na hora das escolhas: satisfao pessoal, sucesso financeiro, profissional,enfim, tudo. Afinal, se fracassarmos em um dos caminhos, sempre poderemos regressar ecomear novamente!

    Kelly 3. srie Ensino Mdio

    A partir do ttulo Indeciso, a autora chama a ateno do leitor, despertando sua curiosidadepara conhecer o texto e de certa forma, j anuncia que vai abordar fatos ou situaes em que anecessidade de fazer escolhas estar em discusso. Nesse sentido, no desaponta totalmente oleitor, na medida em que este vai se localizando em relao s escolhas a que a autora se refere,as mesmas explicitadas na comanda para a produo de um artigo de opinio, que prope aquesto: Os jovens ao trmino do Ensino Mdio devem se concentrar mais na escolha da profis-so ou no vestibular?

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    No primeiro pargrafo, Kelly procura explicar a necessidade de se fazer escolhas para a sobrevi-vncia num mundo regido por um capitalismo selvagem, partindo da questo colocada e apre-sentando argumentos para tentar explicitar seu ponto de vista, sem perder o foco na opinio deque fazer escolhas no fcil.

    A autora demonstra compreender o tema, planeja e desenvolve seu texto com base nas palavrase expresses apresentadas no enunciado: O que os jovens devem levar em conta na hora da

    escolha: satisfao pessoal, sucessofi

    nanceiro, mercados futuros ou tudo?Kelly no parte de uma questo polmica, como esperado em um artigo de opinio, masapresenta uma ideia que traduz sua opinio sobre o tema. A autora tece alguns argumentos orabaseados em crena pessoal, como A indeciso um monstro que assombra toda a sociedade[...] , ora baseados em relao de causa e consequncia como se observa em Muitos estudantesno conseguem escolher entre estudar ou trabalhar [...], porm, sem dinheiro no se conseguecursar o ensino superior, [...].

    Nota-se a ausncia da construo de uma argumentao baseada em dados estatsticos, ou naintroduo de outras vozes para que a sequncia argumentativa possa ser encaminhada para oconvencimento do leitor.

    A ttulo de exemplificao, para justificar e reforar a ideia de que enfrentar uma situao de

    escolha difcil, a autora organiza e articula os argumentos de forma coerente, com uso com-petente de elementos coesivos caractersticos do gnero textual em questo. Para tal, faz usode mecanismos lingusticos e escolhas lexicais prprios da lngua escrita, e apresenta um textoadequadamente produzido no apenas em seus aspectos ortogrficos, mas tambm em relao concordncia e regncia.

    Como a autora no traz outra(s) voz(es) com opinies que possam se contrapor sua, no hcontra-argumentos em seu texto e o encaminhamento concluso se d com a insistente repeti-o das ideias, por meio das expresses incansavelmente apresentadas nos pargrafos anterio-res, cuja origem o prprio enunciado para a produo textual.

    Na concluso do texto, Kelly confirma sua proposio e assume seu papel de enunciadora, aoutilizar a 1 pessoa do plural: Desse modo, precisamos no s seguir a intuio, mas tambm os

    fatores que devemos levar em conta na hora das escolhas [...]. uma maneira de apresentar suaproposta de mobilizao do leitor, incluindo-se e revelando sua voz, mas, deriva para os clichsdos chamados textos de autoajuda, ao enfatizar que Afinal, se fracassarmos em um dos cami-nhos, sempre poderemos regressar e comear novamente!.

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    O clculo do conceito global da redao feito pela Instituio contratada, com base nos concei-tos atribudos pelo corretor no processo de anlise das redaes a partir dos critrios estabeleci-

    dos para correo explicitados neste Manual.No Ensino Fundamental, so avaliadas quatro competncias e, no Ensino Mdio, cinco compe-tncias. O professor, na correo da redao, atribui um nvel para cada uma das competncias,de acordo com os critrios indicados na grade de correo, considerando-se a seguinte distri-buio:

    Nvel 1 Insuficiente

    Nvel 2 Regular

    Nvel 3 Bom

    Nvel 4 Muito Bom

    Para cada um desses nveis de desempenho atribudo pontos, a saber: Nvel 1 2,5 pontos

    Nvel 2 5,0 pontos

    Nvel 3 7,5 pontos

    Nvel 4 10,0 pontos

    Depois disso, feita a soma dos pontos obtidos por aluno em cada uma das competncias ava-liadas. Essa soma multiplicada por 2,5 (no caso do Ensino Fundamental) e por 2,0 (no caso doEnsino Mdio). Esse critrio busca diferenciar o desempenho dos alunos do Ensino Fundamentalem relao ao do Ensino Mdio, exigindo mais dos alunos que esto no final da Educao Bsica.

    A partir do resultado obtido desse clculo atribudo o conceito global da redao, de acordocom as faixas de desempenho atribudas para o Ensino Fundamental e Ensino Mdio, abaixodescritas:

    Procedimentopara clculo do

    conceito globalda redao

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    FAIXAS DE DESEMPENHO PARA ATRIBUIO DO CONCEITO GLOBALDA REDAO ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO

    Intervalo de nota Classificao Nvel Descrio do Nvel

    Menor que 50 Insuficiente Abaixo do BsicoOs alunos demonstram desenvolvimentoprecrio das competncias e habilidadesescritoras desejveis para o ano/srieescolar em que se encontram.

    Igual a 50 e menorque 65

    Suficiente

    Bsico

    Os alunos demonstram desenvolvimentomnimo das competncias e habilidadesescritoras, mas possuem as estruturasnecessrias para interagir com a propostacurricular na srie subsequente.

    Igual a 65 e menorque 90 Adequado

    Os alunos demonstram domnio pleno dascompetncias e habilidades escritorasdesejveis para o ano/srie escolar em

    que se encontram.

    De 90 at 100 Avanado Avanado

    Os alunos demonstram conhecimentos edomnio das competncias e habilidadesescritoras acima do requerido para o ano/srie escolar em que se encontram.

    Exemplos do clculo do Conceito Global da Redao

    Exemplo 1: Ensino Fundamental desempenho de um aluno em cada competncia

    Competncias avaliadas Nvel atribudo Pontos

    Competncia I Tema 1 2,5

    Competncia II Gnero 2 5,0

    Competncia III Coeso/coerncia 2 5,0

    Competncia IV Registro 3 7,5

    Soma 20,0

    Aps a soma dos pontos das quatro competncias o resultado ser multiplicado por 2,5para colocar numa escala de 0 a 100.

    Conceito Global da Redao: soma dos pontos:

    (2,5+5,0+5,0+7,5)=20,0 x 2,5=50,0 Nvel Bsico

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    Exemplo 2: Ensino Mdio desempenho de um aluno em cada competncia:

    Competncias avaliadas Nvel atribudo Pontos

    Competncia I Tema 3 7,5Competncia II Gnero 2 5,0

    Competncia III Coeso/coerncia 3 7,5

    Competncia IV Registro 3 7,5

    Competncia V Proposio 4 10,0

    Soma 37,5

    Aps a soma dos pontos das cinco competncias o resultado ser multiplicado por 2,0

    para colocar numa escala de 0 a 100.

    Conceito Global da Redao: soma dos pontos:

    (2,5+5,0+5,0+7,5+10,0)=37,5 x 2,0= 75,0 Nvel Adequado