apostila historia 3 ano 1 bimestre aluno

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História Aluno Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 01 3ª Série | 1° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série História Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Comparar o significado geo-histórico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local e regional. 2. Correlacionar o conceito de cidadania no Brasil republicano com as organizações políticas e socioeconômicas do período. 3. Identificar os significados geo-históricos das relações de poder entre as nações. 4. Discutir o genocídio no contexto das Guerras Mundiais: o Holocausto e as minorias dissidentes. 5. Compreender os conceitos de Fascismo e Nazismo.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

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  • 1

    Histria

    Aluno

    Caderno de Atividades

    Pedaggicas de

    Aprendizagem

    Autorregulada - 01 3 Srie | 1 Bimestre

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Histria Ensino Mdio 1 3

    Habilidades Associadas

    1. Comparar o significado geo-histrico das organizaes polticas e socioeconmicas em escala local e regional.

    2. Correlacionar o conceito de cidadania no Brasil republicano com as organizaes polticas e socioeconmicas do perodo.

    3. Identificar os significados geo-histricos das relaes de poder entre as naes.

    4. Discutir o genocdio no contexto das Guerras Mundiais: o Holocausto e as minorias dissidentes.

    5. Compreender os conceitos de Fascismo e Nazismo.

  • 2

    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

  • 3

    Caro aluno,

    Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas

    habilidades e competncias do 1 Bimestre do Currculo Mnimo de Histria da 3 Srie

    do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um

    ms.

    A nossa proposta que voc, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma

    autnoma, com o suporte pedaggico eventual de um professor, que mediar as trocas

    de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc desenvolver a disciplina e

    independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do

    conhecimento do sculo XXI.

    Nesta primeira aula, conversaremos sobre o Brasil no perodo posterior

    Proclamao da Repblica, regime que sucedeu a monarquia em 1889. Analisaremos o

    incio da nossa Repblica, destacando a aprovao da primeira constituio

    republicana brasileira em 1891, os diferentes contextos polticos e socais do perodo e

    principalmente, a questo da luta por cidadania, apontando as diversas formas de

    participao poltica na Repblica Velha ou Primeira Repblica. Na aula seguinte,

    abordaremos as Grandes Guerras Mundiais, buscando compreender os motivos que

    levaram aos conflitos e o desenrolar desses eventos. Falaremos ainda sobre o

    surgimento dos estados totalitrios em pases europeus, mais especificamente, na

    Alemanha e Itlia, aps a Primeira Guerra. Terminamos esse caderno tratando de um

    tema muito instigante e importante, porm muito triste e delicado da nossa Histria: a

    poltica assassina implantada por Hitler contra as minorias tnicas na Alemanha: o

    Holocausto.

    Este documento apresenta 3 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por uma

    explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e as

    atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

    Atividades so referentes a dois tempos de aulas. Para reforar a aprendizagem,

    prope-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliao sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho! Equipe de Elaborao

  • 4

    Introduo ............................................................................................... 03

    Aula 01: A Constituio Republicana........................................................

    Aula 02: As Guerras Mundiais...................................................................

    Aula 03: O Holocausto..............................................................................

    Avaliao .................................................................................................

    Pesquisa ...................................................................................................

    Referncias .............................................................................................

    .

    05

    10

    17

    22

    26

    27

    Sumrio

  • 5

    Caro aluno, a imagem ao lado

    representa um dos mais importantes

    smbolos de nossa Repblica: o Braso

    de armas do Brasil. Este smbolo indica,

    em sua inscrio, que a partir de 15 de

    novembro de 1889 foi inaugurada uma

    nova forma de governo em nosso pas,

    que ps fim ao regime monrquico.

    Mas o que isso significa, afinal? Quais foram as mudanas trazidas por esse

    novo regime poltico?

    Numa Repblica, o chefe de Estado o presidente, escolhido por meio do voto

    do povo em eleies peridicas, e seu mandato tem um tempo determinado de

    durao. No Brasil, entretanto, a proclamao da Repblica resultou de um golpe

    comandado pelos militares e nossos dois primeiros presidentes foram os marechais

    Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Floriano Peixoto (1891-1894). A eleio do

    primeiro presidente civil, Prudente de Morais, s ocorreria em 1894.

    Aula 1: A Constituio Republicana

  • 6

    http://historiativanet.wordpress.com/tag/proclamacao-da-republica/

    Uma das primeiras medidas do novo governo republicano foi a elaborao de

    uma nova Constituio promulgada em 1891. Esta Constituio determinava que o

    Brasil seria uma Repblica Federativa, ou seja, formada por Estados com autonomia

    para criar impostos e organizar foras militares prprias, entre outras atribuies; que

    os poderes estariam divididos em Legislativo (responsvel pela elaborao das leis),

    Executivo (encarregado de executar as leis) e Judicirio (encarregado de verificar o

    cumprimento das leis e solucionar conflitos entre os cidados); que as eleies seriam

    diretas para os cargos Legislativo e Executivo, e apenas os homens maiores de 21 anos

    e alfabetizados poderiam votar; o Estado e a Igreja passaram a ser instituies

    separadas, o que significa dizer que o Brasil deixou de ter o catolicismo como religio

    oficial e se tornou um Estado Laico, como at hoje.

  • 7

    http://educaja.com.br/2011/02/primeira-constituicao-republicana-24-de-fevereiro-de-1891-2.html

    Apesar de ter abolido o voto censitrio vigente durante o Imprio (onde s

    poderia votar quem possusse determinada renda), a Constituio republicana no

    ampliou a participao popular nas decises polticas. A maioria da populao

    brasileira no podia votar. Entre estes estavam os analfabetos, as mulheres, os

    religiosos e os mendigos. Alm disso, o voto durante as primeiras dcadas da

    Repblica no era secreto como hoje. O sistema de voto aberto facilitava o controle do

    processo eleitoral pelos chefes polticos locais que elegiam candidatos de sua

    preferncia em acordo com as lideranas polticas estaduais. Esta primeira fase da

    Repblica brasileira, tambm conhecida como Repblica Velha (1889-1930), seria

    marcada justamente pelo poder dos chamados coronis (grandes proprietrios de

    terras que exerciam poder na sua localidade) e das oligarquias estaduais (grupos que

    controlavam o poder local). Era muito comum que os coronis usassem de jagunos

    para intimidarem os eleitores a votarem nos candidatos de sua preferncia. Era o voto

    de cabresto decidindo as eleies, especialmente no meio rural.

  • 8

    http://www.klickeducacao.com.br/simulados/simulados_mostra/0,7562,POR-1873-28-121-

    2003,00.html

    At 1930, esse sistema de votao nos currais eleitorais, garantiu que o poder

    se mantivesse nas mos das mesmas pessoas. O perodo foi dominado pela chamada

    poltica do caf-com-leite, onde representantes das oligarquias paulista (produtora de

    leite) e mineiras (produtores de leite) se revezaram no poder.

    Analise a imagem abaixo:

    http://www.tocadacotia.com/cultura/escolar/as-eleicoes-podem-cair-no-vestibular-saiba-como

    Atividade 1

  • 9

    Compare o sistema eleitoral no perodo da Repblica Velha ou Primeira Repblica e

    nos dias de hoje a partir da imagem.

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    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

  • 10

    Caro aluno, voc j ouviu falar nas grandes Guerras Mundiais? J viu algum

    filme que se passe em alguma dessas guerras? Provavelmente sim. Tanto a Primeira

    quanto a Segunda Guerra Mundial so temas recorrentes no cinema. Muitos deles

    retratam os horrores da guerra, os soldados no campo de batalha, o desespero de suas

    famlias, a vida desses combatentes antes da Guerra, entre outros dilemas. Mas, afinal,

    voc j se perguntou os motivos destas guerras? Que pases estavam lutando e quais

    seus interesses? Quem eram esses soldados? Quais as consequncias dessas guerras

    para a maioria da populao dos pases envolvidos? Enfim, sobre essas e outras

    questes que vamos conversar nessa aula.

    Soldados Barricadas

    http://parasabermaisdehistoria.blogspot.com.br/2013/02/primeira-guerra-e-fernando-pessoa.html%20

    O final do sculo XIX e incio do sculo XX foram marcados por um clima de

    otimismo na Europa. Acreditava-se que a Europa industrializada vivia o auge do

    progresso e crescimento econmico. Por isso, este perodo foi chamado de Belle

    poque, termo que simbolizava o crescente otimismo europeu.

    No entanto, esse clima de confiana escondia graves problemas econmicos e

    fortes tenses sociais. Aps a consolidao da partilha do continente africano entre as

    potncias europeias no fim do sculo XIX, durante a Conferncia de Berlim, grande

    parte do mundo, viu-se dividido e submetido s grandes potncias europeias

    (principalmente Inglaterra e Frana). Essa poltica de dominao de territrios ficou

    conhecida como IMPERIALISMO. No momento em que comeou a faltar terras sem

    domnio, as grandes potncias iniciaram uma disputa entre si para garantir a expanso

    Aula 2: As Guerras Mundiais

  • 11

    de suas reas de controle econmica e poltica. Essa rivalidade se intensificou com a

    entrada na disputa de naes que se industrializaram e se modernizaram

    posteriormente, como Alemanha, Itlia e Japo.

    http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/plano-de-aula-historia-neocolonialismo-africa-

    733475.shtml

    Cientes da importncia de manter o domnio dos territrios conquistados e na

    busca por aumentar ainda mais suas reas de influncia, as grandes potncias

    europeias iniciam uma corrida armamentista, produzindo uma verdadeira mquina

    de guerra, ampliando as tecnologias voltadas para possveis conflitos e aumentando

    as fileiras de seus exrcitos. Era a Paz Armada, onde os pases, mesmo em tempo de

    paz, se preparavam para uma guerra que se anunciava.

    A partir desse momento, a Europa desenvolveu a chamada poltica de

    alianas. Atravs da assinatura de acordos poltico-militares, os pases se dividiram

    em blocos polticos:

  • 12

    http://revistadehistoriaorates.blogspot.com.br/2013/06/triplice-alianca-e-triplice-entente-

    o.html

    Com a formao dos blocos de alianas, a Europa se transforma em um

    verdadeiro barril de plvora que explodiria com o incio da Primeira Guerra Mundial

    em 1914. A Primeira Guerra Mundial durou 04 anos e contou com metralhadoras,

    submarinos, tanques, avies e gases venenosos. Este conflito resultou em grande

    destruio e na morte de milhares de pessoas.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u466294.shtml

    Aps a Primeira Guerra mundial, a Europa se viu destruda por uma crise

    econmica e social. Muitos pases perderam parte de seu territrio, a economia

    voltada para a mquina de guerra sofreu forte abalo causando desemprego, inflao

    e fome em muitos pases europeus, especialmente Itlia e Alemanha. Alm disso, as

  • 13

    perdas humanas foram enormes e as mortes no campo de batalha causavam nos

    europeus uma sensao de desolamento.

    Essa conjuntura favoreceu o surgimento de regimes autoritrios na Europa,

    que, a partir de um discurso nacionalista, prometiam uma volta por cima s

    frustraes da 1 Guerra Mundial, alm de fortalecer o Estado intervencionista e

    combater a ameaa revolucionria de esquerda. Esses regimes totalitrios

    denominados de FASCISMO se espalharam por vrios pases da Europa. Na Itlia, o

    fascismo foi representado pelo lder italiano Benito Mussolini. Na Alemanha, Adolf

    Hitler foi o smbolo do fascismo, que neste pas ganhou o nome de nazismo.

    Tanto o Fascismo como o Nazismo so regimes antidemocrticos que

    concentravam poderes nas mos do lder do governo. Defendiam um nacionalismo

    exacerbado a partir da ideia de que o seu pas era o melhor e tinha mais fora. Para

    isso, se utilizava de uma poderosa mquina de propaganda do regime e, por outro

    lado, de censura, coibindo qualquer crtica ao governo. Contudo, uma das

    caractersticas mais marcantes do nazi-fascismo foi a poltica de excluso e violncia

    com as minorias (judeus, homossexuais, ciganos, negros, etc.). Um horror, no !!!

    Mas calma, falaremos sobre isso mais detalhadamente na nossa prxima aula.

    O surgimento desses regimes totalitrios foi um dos fatores que

    desencadearam a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Adolph Hitler pretendia expandir

    o territrio alemo reconquistando territrios perdidos na Primeira Guerra,

    desrespeitando Tratado de Versalhes.

    O Tratado de Versalhes um

    documento assinado pelos pases que

    participaram da Primeira Guerra

    Mundial em que apontava os termos

    de paz na Europa pondo fim

    oficialmente guerra. Determinava

    que a Alemanha assumisse a

    responsabilidade por ter causado a

    Primeira Guerra e obrigava o pas a

    pagar uma dvida aos pases

    prejudicados, alm de outras

    exigncias como o reconhecimento da

    independncia da ustria.

  • 14

    Assinatura do Tratado Versalhes

    http://www.brasilescola.com/historiag/tratado-versalhes.htm

    O marco inicial da guerra ocorreu quando o exrcito de Hitler invadiu a Polnia,

    resultando na declarao de guerra Alemanha pela Frana e Inglaterra. A poltica de

    alianas militares foi reestabelecida dessa forma: Aliados (liderados por Inglaterra,

    URSS, Frana e Estados Unidos) e Eixo (Alemanha, Itlia e Japo ).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial

    Assim como na Primeira Guerra Mundial, os pases em conflito sofreram

    importantes perdas materiais e humanas, estas ainda maiores neste momento. Foram

    milhes de mortos e feridos, cidades destrudas, cidades e zonas rurais devastadas.

    Aliados

    Unio Sovitica Estados Unidos

    Reino Unido

    Eixo

    Alemanha Japo

    Itlia

    Vtimas

    Soldados: mais de 16 milhes Civis: mais de 45 milhes

    Total: mais de 61 milhes

    Vtimas

    Soldados: mais de 8 milhes

    Civis: mais de 4 milhes

    Total: mais de 12 milhes

  • 15

    Porm, o pior legado da Segunda Guerra Mundial foi a poltica de extermnio de

    minorias, especialmente os judeus, promovido por Hitler na Alemanha. Esse o

    assunto de nossa prxima aula.

    (UFRJ. 2004 - adaptado) Leia atentamente os relatos abaixo:

    "A mesma velha trincheira, a mesma paisagem,

    Os mesmos ratos, crescendo como mato,

    Os mesmos abrigos, nada de novo,

    Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma,

    Os mesmos cadveres no front,

    A mesma metralha, das duas s quatro,

    Como sempre cavando, como sempre caando,

    A mesma velha guerra dos diabos."

    (soldado ingls)

    "Estamos to exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que

    poderia acontecer seria os ingleses avanarem e nos fazerem prisioneiros. Ningum se

    importa conosco. No seremos substitudos. Os avies lanam projteis sobre ns.

    Ningum mais consegue pensar. As raes esto esgotadas - po, conservas, biscoitos,

    tudo terminou! No h uma nica gota de gua. o prprio inferno."

    (soldado alemo)

    Fonte: Marques, Adhemar Martins et at (orgs.). Histria Contempornea atravs de textos. So

    Paulo, Contexto, 2000, pp. 118 e 120.

    Atividade 2

  • 16

    Os fragmentos apresentam o depoimento de dois soldados, um ingls e o outro

    alemo, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Apesar de estarem em lados

    opostos no conflito, percebemos alguns traos que os assemelham. Identifique duas

    caractersticas que estejam presentes em ambos os textos e expressem os sentimentos

    comuns dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra Mundial. Em seguida, escreva

    suas impresses sobre o que imagina ser uma guerra.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

  • 17

    Vimos na aula anterior que Adolph Hitler empreendeu uma poltica de

    extermnio de minorias na Alemanha aps a Primeira Guerra Mundial: o Holocausto.

    Essa poltica pretendia uma limpeza tnica, poltica e sexual, tendo como alvo, entre

    outros, os ciganos, os eslavos, os deficientes, homossexuais e, principalmente, os

    judeus.

    A ideologia nazista legitimava essa prtica, pois apoiava a ideia de que os

    alemes pertenciam raa ariana, considerada pelos tericos do Nazismo como uma

    raa superior e pura. Hoje, sabemos que essa ideia de raa superior falsa. Afinal,

    todos ns, seres humanos, formamos uma s raa. Somos todos iguais, ao mesmo

    tempo em que somos nicos no mundo. No h outra pessoa como voc, aluno. Quanta

    responsabilidade, hein!!!! O que distingue os grupos de homens a cultura. Ela

    diversa no tempo e no espao, construda por ns, est em constante transformao.

    Assim, como no podemos falar em raa superior, tambm no h cultura melhor ou

    superior, elas so apenas diferentes.

    http://oz-entretdis.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html

    A ideologia nazista foi amplamente propagandeada pelos meios de comunicao

    e se difundiu facilmente entre a populao alem. Segundo essa ideologia, para que a

    raa ariana e, portanto, os verdadeiros alemes, conquistassem sua supremacia, as

    outras raas deveriam ser exterminadas. Dessa forma, uma poltica baseada no dio

    tnico se instalou na Alemanha.

    Aula 3: O Holocausto

    Os idealizadores do Nazismo se

    apropriaram de ideias de cientistas

    europeus do sculo XIX, que afirmaram

    que o povo alemo era descendente

    dos arianos, um antigo povo que

    tinham pele branca e deram origem

    civilizao europeia.

  • 18

    A princpio, as comunidades de ciganos e judeus que viviam na Alemanha foram

    encurraladas em guetos e obrigadas a viver margem da sociedade. No entanto, com o

    avanar do poder nazista, todos os indesejveis foram enviados a campos de

    concentrao, onde eram obrigados a trabalhar e recebiam tratamento desumano. Era

    muito comum que famlias fossem separadas e que as pessoas fossem mortas de forma

    muito cruel, como na cmara de gs. Existem relatos tambm de que muitos judeus

    serviram de cobaias para experincias cientficas realizadas nos campos de

    concentrao.

    Campo de Concentrao de Auschwitz Polnia.

    http://www.noticiasdabota.com/2009/01/dia-da-memoria-holocausto.html

  • 19

    Vale lembrar que a perseguio genocida de Hitler principalmente aos judeus

    ultrapassou os limites da Alemanha, eles foram perseguidos tambm em pases que

    estavam sob o domnio alemo ou em pases simpatizantes do regime nazista.

    Em 1945, a Alemanha foi derrotada pelos Aliados e os horrores do Holocausto

    foram expostos para o mundo. Os principais lderes nazistas foram julgados e

    condenados pelo Tribunal de Nuremberg, muitos condenados morte por crimes de

    guerra. Hitler no chegou a ser julgado, pois havia morrido antes do rendimento alemo

    em seu bunker na cidade de Berlim. A hiptese mais difundida sobre sua morte que

    ele teria se suicidado ao perceber que a derrota era eminente.

    Genocdio = extermnio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo

    tnico, racial ou religioso. Podendo ser entendido ainda como aniquilamento de

    grupos humanos, o qual, sem chegar ao assassnio em massa, inclui outras formas

    de extermnio, como a preveno de nascimentos, o sequestro sistemtico de

    crianas dentro de um determinado grupo tnico, a submisso a condies

    insuportveis de vida etc.

    Fonte: Dicionrio Houaiss online. Disponvel em http://200.241.192.6/cgi-

    bin/houaissnetb.dll/frame Acesso 22/07/13.

  • 20

    Leia a reportagem abaixo:

    Agora em Niteri: Homens sero indiciados por agresso a nordestino e apologia ao

    Nazismo

    Publicado em Domingo, 28 Abril 2013

    A polcia do Rio vai indiciar cinco homens de um grupo de sete pessoas detido na manh de

    hoje (27) na Praa Araribia, no centro de Niteri, na regio metropolitana do Rio, sob a

    acusao de agredirem um homem nordestino e fazer apologia ao nazismo. Os outros dois

    integrantes do grupo so uma jovem, que seria apenas namorada de um dos integrantes e foi

    liberada, e um menor de idade, que foi apreendido.

    Detidos por guardas municipais de Niteri, aps terem sido denunciados por populares que

    testemunharam a agresso fsica, os sete foram levados para a 77 Delegacia Policial, no bairro

    de Icara. De acordo com a delegada Helen Sardenberg, os cinco homens vo responder por

    crimes de intolerncia racial, propaganda nazista, leso corporal, formao de quadrilha e

    corrupo de menores, todos inafianveis. A vtima, identificada como Sirlei dos Santos, de

    33 anos, prestou depoimento na delegacia.

    Segundo a polcia, Davi Ribeiro Morais, de 39 anos, Carlos Luiz Bastos Neto, de 33, Thiago

    Borges Pita, de 28, Caio Souza Prado, de 23 e Philipe Ferreira Ferro Lima, de 21, vestiam

    camisas com referncias a um grupo neonazista e exibiam no corpo tatuagens da cruz sustica.

    No carro onde o grupo estava tambm foram encontrados panfletos e outros materiais de

    propaganda nazista.

    Atividade 3

  • 21

    http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/18380-homens-serao-indiciados-

    por-agressao-a-nordestino-e-apologia-ao-nazismo

    Aps refletir sobre a reportagem, escreva que aspectos das ideias nazista podemos

    perceber em nossa sociedade atual?

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    _______________________________________________________________________

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  • 22

    1) Leia o texto abaixo e responda as questes:

    Para os brasileiros, o poder obtido por aqueles que so eleitos algo definitivo. Mesmo que

    na teoria o pas seja uma Repblica democrtica, na qual o poder dos representantes dos

    cargos legislativos e executivos tem origem na vontade do povo, na prtica o povo parece ter

    pouca conscincia disso. H uma ideia de que o poder absoluto nas mos dos governantes.

    No toa, a populao acaba por fazer um grande alvoroo em torno do poder executivo, de

    forma especial da figura do presidente da Repblica, como se este fosse um salvador, uma

    pessoa que por simples decreto conseguiria resolver todos os problemas da nao. Se na

    teoria nosso pas democrtico, na prtica, a mentalidade da populao, somos ainda uma

    monarquia. Em grande parte, isso acaba por permitir que o poder Legislativo seja encarado

    como algo sem importncia e a eleio desses representantes seja apenas realizada para

    cumprir uma obrigao

    (MANZANO, Rodrigo dos Santos. Democracia de poder absoluto. Filosofia, ano VI, n. 82, maio 2013.

    Texto Adaptado).

    a) No texto, o autor afirma que ns, brasileiros, de modo geral, temos a ideia de que o

    poder dos governantes, em especial do presidente, absoluto. No entanto, vimos que

    a Constituio republicana estabeleceu a diviso de poderes, atribuindo ao presidente

    um poder especfico. Que poder o presidente da Repblica representa e qual a sua

    funo?

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    b) Cite uma diferena entre regime republicano e monarquia.

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    Avaliao

  • 23

    2) Vivemos atualmente sob um regime democrtico, onde todos os cidados, acima

    de 16 anos, tm direito de votar. Podemos afirmar que na Repblica Velha todos os

    cidados tinham direito de participao poltica? Explique.

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    3) O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram abolio da

    escravatura com as seguintes palavras: Cinco aes ou concursos diferentes cooperaram para

    o resultado final: 1.) o esprito daqueles que criavam a opinio pela ideia, pela palavra, pelo

    sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos meetings[reunies pblicas], da

    imprensa, do ensino superior, do plpito, dos tribunais; 2.) a ao coercitiva dos que se

    propunham a destruir materialmente o formidvel aparelho da escravido, arrebatando os

    escravos ao poder dos senhores; 3.) a ao complementar dos prprios proprietrios, que,

    medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suasfbricas; 4.) a

    ao poltica dos estadistas, representando as concesses do governo; 5.) a ao da famlia

    imperial.

    Joaquim Nabuco. Minha formao. So Paulo: Martin Claret, 2005, p. 144 (com adaptaes).

    Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolio da escravatura foi o resultado de

    uma luta:

    a) de ideias, associada a aes contra a organizao escravista, com o auxlio de

    proprietrios que libertavam seus escravos, de estadistas e da ao da famlia imperial.

    b) de classes, associada a aes contra a organizao escravista, que foi seguida pela

    ajuda de proprietrios que substituam os escravos por assalariados, o que provocou a

    adeso de estadistas e, posteriormente, aes republicanas.

    c) partidria, associada a aes contra a organizao escravista, com o auxlio de

    proprietrios que mudavam seu foco de investimento e da ao da famlia imperial.

  • 24

    d)poltica, associada a aes contra a organizao escravista, sabotada por

    proprietrios que buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ao

    republicana contra a realeza.

    e) religiosa, associada a aes contra a organizao escravista, que fora apoiada por

    proprietrios que haviam substitudo os seus escravos por imigrantes, o que resultou

    na adeso.

    4) A Repblica no Brasil comeou em 1889 com a proclamao liderada pelo lder

    Marechal Deodoro da Fonseca. Sobre o golpe republicano correto afirmar que:

    a) foi um movimento organizado por membros da elite militar sem a adeso de outros

    setores da sociedade.

    b) foi um movimento que teve como principal objetivo aumentar o poder da nobreza

    imperial, visto que foram mantidos seus privilgios.

    c) foi um movimento voltado implantao de uma Repblica popular que procurou

    integrar todos os membros da sociedade de forma harmnica.

    d) foi um movimento liderado pelos militares apoiado da elite agrria.

    e) foi um movimento liderado pela elite agrria cafeeira que conduziu sozinha todo o

    processo republicano.

    5) Qual o objetivo das alianas militares no contexto da chamada Paz Armada?

    a)Exercitar o poder poltico e econmico na sia e na frica

    b)A assinatura do Tratado de Versalhes que tinha como base a rsponsabiblizao da

    Alemanha pelos prejuzos da Primeira Guerra Mundial

    c)Garantir maior poder blico e poltico com intuito de contra-atacar pases rivais e

    defender os pases aliados

    d)Serviu como estopim para o incio da Primeira Guerra Mundial

  • 25

    6) O Holocausto cometido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial se

    baseava em crenas pseudocientficas que apontavam os germnicos (os alemes em

    particular) como:

    a) Um povo de origem indo-europeia, iguais a todos os demais povos do mundo.

    b) Um povo de origem ariana, iguais a todos os demais povos europeus e asiticos,

    sendo superior apenas aos africanos.

    c) Um povo de origem latina, cuja raa seria superior de todas as demais que existem

    na Terra.

    d) Um povo de origem judaica, superior aos arianos.

    e)Membros da raa ariana, surgida no norte da Europa e superior a todos os demais

    povos, principalmente os judeus.

    7)Defina Imperialismo e relacione o conceito com a Primeira Guerra Mundial.

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    8)Quais as principais caractersticas dos regimens totalitrios que emergiram na Europa

    do entreguerras?

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    Caro aluno, um dos assuntos tratados por ns nesse caderno foi a questo da

    cidadania. Privilegiamos aqui a poltica eleitoral muito prpria do meio rural. Nos

    grandes centros urbanos, as pessoas no estavam to sujeitas ao poderio dos coronis.

    No entanto, os moradores das grandes cidades no estavam livres dos mecanismos de

    excluso. Ajude-nos a completar esse caderno fazendo uma pesquisa sobre a questo

    da cidadania no meio urbano durante a Repblica Velha. Procure saber sobre formas

    de participao poltica da populao que vivia nas cidades. Uma dica: Voc pode

    abordar algum movimento organizado, como os movimentos sindicais surgido nesse

    perodo ou uma revolta popular como a Revolta da Vacina, uma das mais famosas

    revoltas populares da cidade do Rio de Janeiro. Faa sua escolha e mos obra!

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    Pesquisa

  • 27

    [1] CARVALHO, Jos Murilo de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a Repblica que no

    foi. So Paulo: Companhia das Letras, 1987.

    [2] FILHO, Daniel Aaro Reis (Org). O Sculo XX: o tempo das crises. Rio de janeiro:

    Civilizao Brasileira, 2008.

    [3] FAUSTO, Boris. Histria do Brasil. 13 ed. So Paulo: EDUSP, 2009.

    [4] HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve sculo XX. So Paulo: Companhia

    das Letras, 1995.

    Referncias

  • 28

    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Tavares Maurcio Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento

    Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento

    Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Ivete Silva de Oliveira Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES

    Daniel de Oliveira Gomes

    Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Erika Bastos Arantes

    Renata Figueiredo Moraes Sabrina Machado Campos

    Equipe de Elaborao