apostila historia 2 ano 1 bimestre professor

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História Professor Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 01 2ª Série | 1° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série História Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Discutir o conceito de burguesia no contexto revolucionário. 2. Compreender o pensamento iluminista do século XVIII. 3. Analisar as mudanças associadas à presença da Família Real no Brasil.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

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  • Histria

    Professor

    Caderno de Atividades

    Pedaggicas de

    Aprendizagem

    Autorregulada - 01 2 Srie | 1 Bimestre

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Histria Ensino Mdio 1 2

    Habilidades Associadas

    1. Discutir o conceito de burguesia no contexto revolucionrio.

    2. Compreender o pensamento iluminista do sculo XVIII.

    3. Analisar as mudanas associadas presena da Famlia Real no Brasil.

  • 2

    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

  • 3

    Caro Tutor,

    Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas

    habilidades e competncias do 1 Bimestre do Currculo Mnimo de Histria da 2 Srie

    do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um

    ms.

    A nossa proposta que voc atue como tutor na realizao destas atividades

    com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as

    trocas de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc estimular o desenvolvimento da

    disciplina e independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de

    nossos alunos no mundo do conhecimento do sculo XXI.

    Neste Caderno de Atividades, trataremos de um importante que abrange desde

    a produo de novas ideias, o iluminismo, a Revoluo Francesa que representou o

    incio da Era contempornea at a chegada da famlia real no Brasil. Alguns fatos desse

    perodo so tratados a fim de que possamos entender os efeitos de um movimento to

    importante como esse para a concepo de mundo que temos hoje.

    Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas

    relaes diretas com todos os materiais que esto disponibilizados em nosso portal

    eletrnico Conexo Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedaggico para o

    Professor Tutor.

    Este documento apresenta 3 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por uma

    explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e

    atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as

    Atividades propostas. As Atividades so referentes a dois tempos de aulas. Para reforar

    a aprendizagem, prope-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliao sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho!

    Equipe de Elaborao

  • 4

    Introduo ............................................................................................... 03

    Objetivos Gerais ......................................................................................

    Materiais de Apoio Pedaggico ..............................................................

    Orientao Didtico-Pedaggica ............................................................

    Aula 1: O pensamento iluminista .............................................................

    Aula 2: A Revoluo Francesa ..................................................................

    Aula 3: A Frana ps-revoluo e a vinda da famlia real .......................

    Avaliao ................................................................................................

    Pesquisa ...................................................................................................

    Referncias .............................................................................................

    05

    05

    06

    07

    10

    14

    18

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    23

    Sumrio

  • 5

    Nesse caderno de atividades vamos abordar alguns contedos do primeiro

    bimestre do 2 ano do Ensino Mdio. Aqui, trataremos mais especificamente do sculo

    XVIII e fim da Era moderna com a Revoluo Francesa. Discutiremos o iluminismo e

    tambm sua influncia na ecloso da Revoluo Francesa. As causas da Revoluo

    Francesa e as diferenas sociais da Frana pr-revolucionria so abordadas para que o

    aluno entenda a abrangncia dessa revoluo. A ascenso de Napoleo Bonaparte e

    seu projeto expansionista tambm abordado, principalmente, o seu efeito no Brasil:

    a vinda da famlia real.

    No portal eletrnico Conexo Professor, possvel encontrar alguns materiais

    que podem auxili-los. Voc pode acessar os materiais listados abaixo atravs do link:

    http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/cm_materia_periodo.asp?M=10&P=6A

    Orientaes

    Pedaggicas do CM

    Orientaes Pedaggicas 1 Bimestre

    Recursos Digitais 1 Bimestre

    Orientaes Metodolgicas - Autonomia 1 Bimestre

    Materiais de Apoio Pedaggico

    Objetivos Gerais

  • 6

    Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,

    sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no

    Caderno do Aluno:

    1 - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreend-lo

    sem o auxlio de um professor.

    2 - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na pgina 3.

    3 - Reproduza as atividades para que os alunos possam realiz-las de forma individual

    ou em dupla.

    4 - Se houver possibilidade de exibir vdeos ou pginas eletrnicas sugeridas na seo

    Materiais de Apoio Pedaggico, faa-o.

    5 - Pea que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos

    abordados no texto base.

    6 - Aps a leitura do material, os alunos devem resolver as questes propostas nas

    ATIVIDADES.

    7 - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com

    toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para

    que os alunos possam verificar se acertaram as questes propostas na Atividade.

    Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementao.

    Orientao Didtico-Pedaggica

  • 7

    Caro aluno, voc sabia que existiu um perodo chamado de sculo das luzes?

    Esse perodo no foi chamado assim toa. As luzes eram uma referncia aos novos

    ideais daquele perodo, o sculo XVIII. Nessa aula, voc ir entender que ideias so

    essas e o que elas iluminavam.

    O sculo XVIII foi chamado de sculo das luzes porque foi uma poca quando

    muitos filsofos pensaram a sociedade em que viviam e atravs das suas ideias

    pretendiam iluminar a poltica e a sociedade daquela poca. Esses filsofos eram

    europeus que tinham crticas estrutura que mais tarde foi chamada de Antigo

    Regime. Essa estrutura era o absolutismo, quando o Rei era quem dominava a

    poltica e tambm a economia, prtica chamada de Mercantilismo. Esses tambm

    defendiam maior liberdade poltica, econmica e religiosa, algo muito longe de existir

    naquele perodo.

    O conjunto de ideias defendidas por esses pensadores ficou conhecido como

    liberalismo ou pensamento liberal. O liberalismo defendia, como o prprio nome

    sugere, maior liberdade dos indivduos na sociedade. E essa liberdade abrangia a

    poltica, a economia e a religio.

    A luz fazia referncia razo, capacidade dos seres humanos para

    conhecer, compreender e julgar. Os intelectuais iluministas tinham como ponto em

    comum nas suas teorias a defesa da razo. Dentre outras coisas defendiam tambm a

    liberdade de expresso, a criao de mais escolas, igualdade jurdica e a diviso dos

    poderes. Esse ltimo ponto era contra o Rei, absolutista, que reunia todos os poderes.

    Na Frana essas ideias ficaram conhecidas tambm como ilustrao e por isso o

    sculo XVIII foi de profundas mudanas na forma de ver a sociedade e o papel do

    homem nela.

    Caro aluno, importante conhecer um filsofo iluminista cujas ideias tiveram

    repercusso no s na Europa mas em outros pases e at atualmente. O filsofo que

    Aula 1: O pensamento iluminista

  • 8

    defendeu a diviso dos poderes foi o Baro de Montesquieu (1689-1755) no seu livro

    O esprito das leis. Nessa obra, o filsofo defendia a separao dos poderes do Estado,

    ou seja, no poderia ser concentrado tudo nas mos de uma nica pessoa, no caso, o

    Rei. Segundo Montesquieu, os poderes deveriam ser divididos em trs:

    http://www.infoescola.com/biografias/charles-ontesquieu/

    Com essa diviso, cabia ao Rei o papel de executar as leis e no mais faz-las.

    Para Montesquieu, isso evitaria o abuso dos governantes e protegeria a liberdade

    individual. Caro aluno, se essas ideias se espalhassem imagina como seria num

    continente to pequeno como a Europa e cheia de reis absolutistas? Seria devastador

    e isso aconteceu...as ideias foram colocadas em prtica!

    Prezado aluno, existiram vrios filsofos iluministas no sculo XVIII. Entre eles

    Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Nascido na Sua, Rousseau se mudou para a

    Frana em 1742 e escreveu uma importante obra, O Contrato Social, onde afirmava

    que o soberano deveria conduzir o Estado de acordo com a vontade da maioria do

    povo. Para ele, apenas assim haveria uma sociedade mais igualitria. Leia abaixo mais

    um trecho da sua obra:

    Atividade 1

    Legislativo: responsvel por fazer as leis

    Executivo: quem executa as leis

    Judicirio: responsvel por verificar se

    as leis esto sendo executadas.

  • 9

    Eu concebo na espcie humana duas espcies de desigualdades: uma, que

    chamo natural ou fsica, porque foi estabelecida pela Natureza, e que consiste

    na diferena das idades, da sade, das foras corporais e das qualidades do

    esprito ou da alma; outra, a que se pode chamar de desigualdade moral ou

    poltica, pois que depende de uma espcie de conveno e foi estabelecida, ou

    ao menos autorizada, pelo consentimento dos homens. Consiste esta nos

    diferentes privilgios desfrutados por alguns em prejuzo dos demais, como o

    de serem mais ricos, mais respeitados, mais poderosos (...)

    ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social e outros escritos. Apud.

    RODRIGUES, Jaime; COTRIM, Gilberto. Saber e fazer Histria. So Paulo: Ed.

    Saraiva, 2012.

    Aps a leitura desse trecho, responda sobre as desigualdades que o filsofo

    apontava. Qual desigualdade voc acredita ser a mais grave, as naturais ou aquelas de

    natureza poltica? O que causava a desigualdade poltica?

    O aluno dever apontar que Rousseau v na desigualdade poltica como algo grave,

    uma vez que ela determinada por condies que no foram estabelecidas

    naturalmente, mas sim, pelos homens. Nesse caso, o que causava a desigualdade

    poltica eram os privilgios de uns sobre os outros.

  • 10

    Caro aluno, conforme foi visto na aula anterior, as ideias iluministas criticaram

    o regime absolutista e pretendiam ser uma mudana naquele sistema que no

    agradava a todos. Vamos ver agora quais foram os efeitos da prtica dessas ideias.

    O absolutismo na Frana era um dos mais rgidos e em 1789 o pas vivia uma

    grave crise financeira. Essa crise era provocada, muita das vezes, pelos luxos da

    nobreza (Rei e os membros da sua Corte) e pelos privilgios que alguns setores da

    sociedade tinham, entre eles o de no pagar impostos. Veja no quadro abaixo como

    estava dividida a Frana antes da revoluo e perceba que a maioria no tinha

    privilgio nenhum:

    Composio Nmero de

    componentes

    Situao econmica

    Primeiro

    Estado

    Clero

    Alto clero: cardeais,

    bispos e abades.

    Baixo clero: padres,

    frades e monges.

    120 mil pessoas

    Possua muitas terras

    e cobrava o dzimo e

    taxas sobre batismo,

    casamento e

    sepultamento

    Segundo

    Estado

    Nobreza

    Famlia real + nobreza

    cortes (vivia na corte) +

    nobreza provincial (viviam

    em grandes propriedades

    rurais) + nobreza de toga

    (burgueses que

    compravam ttulos de

    nobres).

    360 mil pessoas

    Vivia custa da

    Monarquia ou da

    explorao do

    trabalho dos

    camponeses

    Aula 2: A Revoluo Francesa

  • 11

    Terceiro

    Estado

    Burguesia

    trabalhadores urbanos e

    camponeses

    23 milhes e 580

    mil pessoas

    Trabalhavam para

    gerar riqueza e os

    impostos. Os

    camponeses eram

    80% da populao

    francesa e pagavam

    impostos

    Monarquia e a seus

    senhores diretos.

    BOULOS Jr. Alfredo. Histria e sociedade & cidadania. Ed. Reformulada. 8 ano. So

    Paulo: FTD, 2012

    Os burgueses eram ligados ao comrcio e no tinham nenhuma nobreza.

    Porm, eram importantes economicamente e, mesmo assim, no tinham nenhum

    privilgio. Os camponeses representavam grande parte da populao e os

    trabalhadores da cidade viviam numa grande misria.

    http://www.chumanas.com/2013/02/revolucao-francesa-questoes-de.html#_

    Nessa charge, do sculo XVIII, h o

    exemplo de como era desigual a

    diviso de direitos e deveres na

    Frana antes da Revoluo. Em cima

    de um pobre homem que mal se

    sustenta esto dois representando o

    clero e a nobreza. O homem que

    carrega os dois representa o

    Terceiro Estado.

  • 12

    As dificuldades financeiras aumentavam a cada dia e o Rei, Lus XVI, no viu

    outra sada a no ser convocar uma reunio entre os representantes de cada estado

    para decidir o que fazer. Ou aumentar impostos ou fazer com que todos, at o

    primeiro e o segundo estado, pagassem. Deciso difcil, no? O terceiro estado no

    concordava em pagar mais impostos e queria uma votao para decidir a esse respeito

    de forma mais justa. Como no houve acordo entre os representantes de cada Estado

    o primeiro e o segundo no queriam perder seus privilgios o terceiro estado se

    retirou da reunio e se reuniu em uma Assembleia Nacional Constituinte. Prezado

    aluno, sabe o significado disso? Era o fim do absolutismo e o Rei agora teria que

    obedecer a uma constituio.

    Agora que j entendemos a diversidade da sociedade francesa no perodo da

    revoluo, vamos fazer a atividade para consolidar nossos conhecimentos.

    http://www.ufrgs.br/Alimentus/pao/curiosidades/bastilha.htm

    Caro aluno, a imagem acima retrata um dos principais momentos da Revoluo:

    a queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Voc sabia que essa data at hoje marca

    a Frana e feriado nacional em comemorao a esse evento? A tomada da Bastilha

    Atividade 2

  • 13

    (priso poltica e para onde iam os inimigos do Rei) foi uma reao popular ao que

    acontecia nas reunies entre os representantes dos Estados. Enquanto o Terceiro

    Estado se retirava da reunio dos Estados Gerais convocada pelo rei e elaborava uma

    constituio, nas ruas o clima no era de calmaria. Pelo contrrio. Os populares

    tambm apoiavam as mudanas e gritavam palavras de ordem e trs pedidos que

    ficaram conhecidos como o lema da revoluo francesa: Liberdade, igualdade e

    fraternidade. Escreva um pouco sobre o que significava esses pedidos numa

    sociedade to desigual como era a Frana antes da revoluo.

    O aluno dever escrever sobre a ideia de liberdade, igualdade e fraternidade.

    Nesse caso, ele deve pensar que a liberdade pregada pelos populares nas ruas era

    uma forma de pedir o fim do absolutismo, uma vez que no havia liberdade de

    expresso. A igualdade tinha sentidos variados. Para a burguesia seria uma

    igualdade jurdica onde entre burgueses e nobres. No entanto, para os populares a

    igualdade era bem maior e pretendia ser o fim das diferenas sociais gritantes. A

    fraternidade est ligada tambm a comunho entre todos, apesar de ser algo muito

    progressista para o perodo.

  • 14

    A Revoluo Francesa foi um processo que durou cerca de 10 anos (1789-1799)

    e foi iniciada aps a reunio do Rei com os representantes dos Estados Gerais.

    Aps o estabelecimento da constituio aprovada pela Assembleia Nacional

    Constituinte em 1791 a Frana passa a ser uma Monarquia Constitucional, ou seja, o

    Rei que antes era absoluto estaria agora submetido a uma constituio que no foi

    feita por ele. Lembra da diviso dos poderes proposta por Montesquieu? Ento, agora

    o Rei apenas executava as leis. Outra mudana importante foi a posio da burguesia.

    Se antes ela no tinha privilgio nenhum, com a Monarquia Constitucional passava a

    ser o grupo mais poderoso da Frana.

    Enquanto ocorria o processo revolucionrio, aqueles que comearam unidos, o

    Terceiro Estado, comeavam a discordar de alguns pontos e apareciam divididos de

    acordo com os seus interesses. Entre esses grupos estavam:

    Girondinos: Representantes da alta burguesia, ou seja, aqueles que tinham

    grandes negcios e que queriam privilgios e temiam que os populares

    pudessem assumir o controle da revoluo. At aceitavam uma aliana com o

    Rei desde que ele no tirasse as conquistas da burguesia.

    Jacobinos: Pequena burguesia, trabalhadores da cidade e do campo. Eles

    defendiam mudanas radicais e mais igualdade entre todos e no para poucos,

    como pretendiam os girondinos.

    Caro aluno, percebeu como a Frana estava diferente desde quando comeou a

    revoluo? As foras se dividiram e no havia apenas uma opinio sobre o destino do

    pas.

    Aps uma fase de domnio dos jacobinos, que ficou conhecida como Fase do

    Terror, a Frana ento passou para as mos dos girondinos que representavam os

    interesses da burguesia. Diante disso, uma nova constituio foi feita eliminando

    algumas medidas do perodo dos jacobinos. Mas o descontentamento ainda era

    Aula 3: A Frana ps-revoluo e a vinda da famlia real

  • 15

    grande e o perigo da continuidade da tenso tambm. Nesse meio tempo, um jovem

    general ganhou prestgio e passou a ser uma alternativa para o comando da Frana.

    Era Napoleo Bonaparte. Aliado dos girondinos e da alta burguesia, ele deu um golpe

    e passou a comandar a Frana. Era o fim da revoluo francesa e incio da Era

    Napolenica.

    Podemos dizer que o mundo no seria mais o mesmo aps Napoleo

    Bonaparte. Vamos ver como suas aes afetaram diretamente o Brasil, sim, o Brasil!!

    Assim que assumiu o poder na Frana, Napoleo pretendia fazer algumas

    mudanas nas leis e tambm melhorar a economia francesa. No entanto, havia a Gr-

    Bretanha que dominava o comrcio europeu. Napoleo, ento, pretendia isolar esse

    pas e assim deixar a Frana dominar esse comrcio. Essa medida tomada por ele ficou

    conhecida como Bloqueio continental, e quem descumprisse, ou seja, continuasse

    comercializando com a Gr-Bretanha, teria seu territrio invadido. Um desses pases

    ameaados foi Portugal. Nessa poca a Inglaterra era a grande parceira econmica dos

    portugueses e Napoleo visava tomar o lugar dos ingleses.

    Como no rompeu com os ingleses, Portugal foi invadido por tropas francesas.

    Mas antes que isso acontecesse a famlia real tomou uma medida radical: vir para o

    Brasil, sua colnia na Amrica. Com apoio dos ingleses, cerca de 10 mil pessoas,

    aproximadamente, incluindo a rainha, prncipes, princesa, comerciantes portugueses e

    a nobreza, entre outros, chegaram ao Rio de Janeiro em 1808.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil

    Essa gravura mostra o embarque da

    Famlia Real no Porto de Belm,

    Portugal, em 29 de novembro de

    1807.

  • 16

    Esse foi um perodo de grandes mudanas no Brasil. O prncipe, D. Joo, tomou

    medidas polticas e econmicas que afetaram o destino da colnia. Uma das primeiras

    foi a Abertura dos Portos s Naes Amigas. Se antes a colnia s poderia

    comercializar com Portugal, agora com a famlia real na colnia os portos estavam

    abertos para outros pases. No entanto, o principal deles era a Inglaterra. Afinal, foi

    esse pas que ajudou na vinda da famlia real para o Brasil. Logo, teria que ter alguns

    privilgios a partir de ento.

    Caro aluno, voc sabia que at 1808 no havia imprensa no Brasil? Isso mesmo,

    no existia nenhum jornal na colnia! Isso s mudou com a chegada do Rei e a

    implantao da imprensa rgia. O primeiro jornal foi a Gazeta do Rio de Janeiro, que

    comeou a circular em 1808. Abaixo tem uma imagem dele:

    http://tipografos.net/jornais/jornais-brasil.html

    D a sua opinio sobre a importncia da imprensa no Brasil tanto nesse perodo de D.

    Joo como atualmente.

    Atividade 3

  • 17

    O aluno dever entender que no havia necessidade de imprensa e livros na colnia.

    A partir do momento que o Rei e toda a sua corte vem para o Brasil era necessrio o

    estabelecimento de uma imprensa rgia que, a princpio trataria das notcias ligadas

    ao Reino. Mais tarde essa imprensa recebeu uma importncia maior ao longo da

    histria do Brasil. O aluno dever tambm discutir para que serve a imprensa

    atualmente e a possvel imparcialidade no trato das notcias.

  • 18

    1 Abaixo temos alguns artigos do Bloqueio continental decretado por Napoleo em

    1806.

    Artigo 1. As Ilhas britnicas so declaradas em estado de bloqueio.

    Artigo 2. Qualquer comrcio e qualquer correspondncia com as Ilhas

    Britnicas ficam interditados.

    (...)

    Artigo 4. Qualquer loja, qualquer mercadoria, qualquer propriedade

    pertencente a um sdito da Inglaterra ser declarada boa presa.

    (...)

    Artigo 8. Qualquer embarcao que, por meio de uma declarao, transgredir a

    disposio acima, ser apresada e navio e sua carga sero confiscados como se

    fossem propriedade inglesa.

    Esse decreto proibia a comercializao dos produtos ingleses com algum pas da

    Europa. Explique como esse bloqueio afetou o Brasil e as relaes entre Portugal e

    Inglaterra.

    O bloqueio acabou favorecendo a Inglaterra uma vez que a vinda da famlia real para

    o Brasil eliminava Portugal como atravessador dos produtos. Era o fim do pacto

    colonial, ou seja, agora a colnia, o Brasil, poderia comercializar diretamente com a

    Inglaterra. Seria importante o aluno entender como a ameaa francesa de invaso foi

    fundamental para o destino da colnia.

    2 - Abaixo um relato da inglesa Maria Grahan que veio ao Brasil em 1822.

    (...) Fui terra fazer compras (...) h muitas casas inglesas, tais como celeiros e

    armazns, no diferentes do que chamamos na Inglaterra um armazm

    italiano, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas

    Avaliao

  • 19

    mercadorias em grosso (atacado) a retalhistas (que vende a varejo) nativos ou

    franceses. Os ltimos tm muitas lojas de fazendas, armarinhos, modistas.

    Quanto a alfaiates, penso que h mais ingleses do que franceses, mas poucos

    de uns e outros. H padarias de ambas as naes, e abundantes tavernas

    inglesas (local onde se vende bebida).

    MATTOS, Ilmar Rohloff de. E ALBUQUERQUE, Lus Affonso S. de. Independncia

    ou morte: a emancipao poltica do Brasil. So Paulo: Atual, 1991. P. 28.

    Muito do que conhecemos sobre o Brasil nesse perodo vem de relatos de pessoas

    como Maria Grahan. Esses viajantes registraram o cotidiano da cidade. Nesse relato

    possvel ver uma caracterstica sobre o comrcio. Cite que caracterstica essa:

    Uma caracterstica que o aluno pode apontar o fato de ter mais produtos e

    comerciantes ingleses.

    3 - Ainda analisando esse relato e aps as aulas sobre o bloqueio continental e a

    relao entre Portugal e Frana, explique por que havia poucos comerciantes ingleses

    se comparados aos franceses.

    Apesar desse perodo as relaes entre Portugal e Frana j ter se restabelecido,

    principalmente aps o congresso de Viena e fim da ameaa de Napoleo, ainda

    assim, os comerciantes ingleses predominaram no Brasil. Isso foi uma herana dos

    privilgios dos ingleses aps 1808.

    4 Em dezembro de 1792, o rei Lus XVI respondeu desse modo acusao de haver

    cometido vrios crimes contra o povo francs:

    - No havia leis que me impedissem

    Lus XVI estava certo uma vez que ele comandava um Estado Absolutista. Interprete a

    frase do rei da Frana aps o incio da Revoluo Francesa e explique melhor luz dos

    ltimos acontecimentos desde o incio da revoluo.

    O aluno dever apontar nessa frase que o Rei chama a ateno para a inexistncia de

    leis no perodo em que governava. Como era o regime absolutista ele no tinha leis

    que pudessem reger suas atitudes.

  • 20

    5- Ainda sobre a frase dita pelo Rei, explique: o que significava uma monarquia

    constitucional? Ele poderia continuar governando sem leis?

    A monarquia constitucional estabelecia que o Rei estaria submetido a uma

    constituio que no seria elaborada por ele, ou seja, poderia no atender aos seus

    interesses e a partir disso ele governaria com leis.

    Observe o mapa a seguir e responda a questo seguinte marcando a alternativa

    correta:

    http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab

    /periodonapoleonico.htm

    6 - O bloqueio continental serviu para:

    a) Proteger a Gr-Bretanha do avano Francs

    b) Impedir que os franceses chegassem em Portugal

    c) Impedir a comercializao da Gr-Bretanha com a Europa

    d) Impedir o avano de Napoleo no mar Mediterrneo

  • 21

    7 - Observando o mapa acima, caro aluno, possvel perceber que Napoleo pretendia

    expandir seus domnios para alm da Frana. Cite um pas tomado pelas tropas

    francesas e outro no qual Napoleo tenha sado derrotado.

    Pas tomado por Napoleo: Parte da Itlia e Holanda. No mapa possvel ver atravs

    da legenda que Napoleo sofreu derrotas na Espanha.

  • 22

    Prezados alunos, na ltima aula vimos como as aes de Napoleo Bonaparte

    afetaram todo um continente, Europa, e tambm fora dele, no caso a Amrica. A

    Famlia real portuguesa veio para o Brasil em 1808 quando ainda era apenas uma

    colnia. Ao chegar aqui, mudanas profundas ocorreram. Diante disso, pesquise a

    respeito do impacto dessa chegada no apenas para o Brasil mas para a prpria cidade

    do Rio de Janeiro. Imagine cerca de 10 mil pessoas chegando de uma s vez numa

    cidade que no tinha estrutura nenhuma! A fim de adaptar a cidade e a colnia para

    abrigar a corte, D. Joo tomou algumas medidas. Pesquise tambm que medidas foram

    essas e o que elas significaram para o Brasil depois de 1808.

    O aluno dever chamar a ateno para as instituies criadas por d. Joo, tais como o

    Jardim botnico, a Biblioteca Nacional, a imprensa. Deve citar tambm os acordos

    econmicos assinados com a Inglaterra e que estabeleceu privilgios de

    comercializao para os ingleses.

    Pesquisa

  • 23

    [1] BOULOUS Jr., Alfredo. Histria. Sociedade e cidadania. 8 ano. So Paulo: FTD, 2012.

    [2] FAUSTO, Boris. Histria concisa do Brasil. So Paulo: EDUSP, 2002.

    [3] HOBSBAWM, Eric J. A era das revolues. 1789-1848. So Paulo: Paz e Terra, 2010. [4] VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina dos. Histria: o longo sculo XIX, volume 2. So Paulo: Editora Saraiva, 2010.

    Referncias

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    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Tavares Maurcio Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento

    Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento

    Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Ivete Silva de Oliveira Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES

    Daniel de Oliveira Gomes

    Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Erika Bastos Arantes

    Renata Figueiredo Moraes Sabrina Machado Campos

    Equipe de Elaborao