apostila historia 7 ano 3 bimestre aluno

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1 História Aluno Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 03 7º Ano | 3° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Ano História Ensino Fundamental II Habilidades Associadas 1. Correlacionar a Expansão Marítima à conquista de diversos povos e à apropriação de novos territórios. 2. Desenvolver atitudes de respeito e tolerância às diversidades culturais. 3. Identificar as diferentes relações de trabalho na América.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

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Page 1: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

1

História

Aluno

Caderno de Atividades

Pedagógicas de

Aprendizagem

Autorregulada - 03 7º Ano | 3° Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Ano

História Ensino Fundamental II 3° 7º

Habilidades Associadas

1. Correlacionar a Expansão Marítima à conquista de diversos povos e à apropriação de novos territórios.

2. Desenvolver atitudes de respeito e tolerância às diversidades culturais.

3. Identificar as diferentes relações de trabalho na América.

Page 2: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o

envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes

preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma

estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar

suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções

para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades

roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é

efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,

também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.

Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior

domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para

o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

ferramentas da autorregulação.

Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se

para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o

aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da

Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às

suas aulas.

Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer

esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

Apresentação

Page 3: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Caro aluno,

Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas

habilidades e competências do 3° Bimestre do Currículo Mínimo de História da 7º Ano

do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período

de um mês.

A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma

autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas

de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no

percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e

independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do

conhecimento do século XXI.

Neste Caderno de Atividades, os alunos conhecerão melhor a abordagem do

Encontro das culturas: África e América e a Colonização Europeia na América. Os temas

estão relacionados ao processo de transformação do mundo em virtude das crises

vivenciadas no Ocidente no século XIV, bem como em decorrência da Expansão

Marítima dos séculos XIV e XV. Assim, esses conteúdos estão conectados pela abertura

das fronteiras e o maior conhecimento em relação à África e à América, bem como pela

investigação sobre outras formas sociopolíticas e, também, pelo interesse do homem

ocidental em repensar a religiosidade cristã.

Este documento apresenta 3 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por uma

explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias

relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e as

atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem,

propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!

Equipe de Elaboração

Page 4: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

4

Introdução .............................................................................................. 03

Aula 01: O modelo europeu moderno de expansão marítima ......................

Aula 02: Diversidades culturais...................................................................

Aula 03: As diferentes relações de trabalho na América ...............................

Avaliação .................................................................................................

Pesquisa ...................................................................................................

Referências .............................................................................................

.

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09

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Sumário

Page 5: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Alô, galera, que pensa a nossa história. Nessa aula vamos descobrir juntos se o

que ainda encontramos com facilidade nos livros didáticos de história corresponde aos

estudos mais recentes da historiografia, teses e dissertações que sintetizam as

pesquisas históricas. Ao estudarmos a história do nosso continente americano, e

especialmente, a história do Brasil pode ficar a impressão de que nossa história só se

inicia quando os europeus chegaram, e essa informação é falsa. Para o ponto de vista

europeu quando Colombo chegou na América, passaram a colonizar essas terras e,

portanto, divulgou-se a ideia de “descobrimento”. Porém, o consenso da maioria dos

historiadores defende a existência de variadas culturas e povos que habitavam a

América antes da chegada de Colombo, desde povos menos complexos nas suas

estruturas sociais e políticas até as civilizações como os Astecas que faziam a cobrança

de impostos.

Exemplo de pirâmides das chamadas civilizações “pré-colombianas” como Astecas

Fonte: http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/maias-incas-astecas/maias-incas-astecas-7.jpg

Para compreender esse episódio importante da nossa história, necessário

recuperar os estudos já realizados sobre o século XIV. Ainda hoje prevalece a lógica de

estudar a América a partir da chegada dos europeus, embora muitas pesquisas, como

já ressaltamos, descrevem importantes informações sobre conhecimentos

Aula 1: O modelo europeu moderno de expansão marítima

Page 6: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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desenvolvidos na América pelos nativos que eram desconhecidos do europeus, por

exemplo, a compreensão de calendários para melhor aproveitar o plantio e a colheita

que já era de conhecimento e domínio dos egípcios muito antes da formação dos

Estados Nacionais Modernos europeus.

A violência foi a regra na relação estabelecida entre os europeus e os povos

americanos, a ocupação e a exploração foram uma das principais tentativas de saída

da crise vivenciada na Europa desde o século XIV. Encontrar alternativas para além do

velho continente, assim como se lançar a novos destinos além-mar passou a ser

constante busca dos Estados Nacionais europeus. A expansão marítima foi uma das

mais marcantes características do mercantilismo (intervenção do Estado Absolutista,

do Rei na economia) desse período e a finalidade principal era encontrar metais

preciosos e tudo mais que fosse do interesse dos europeus. Dessa forma,

interpretamos a ocupação dos colonizadores segundo o que a colônia tinha a oferecer

e não em função do colonizador, ou seja, se encontrassem metais preciosos ou

gêneros agrícolas comercialmente interessantes para o mercado europeu, tal região

passava a ser uma colônia de exploração em que suas principiais características eram

a monocultura, mão de obra escrava, latifúndios e produção para a metrópole.

Destacando não o colonizador ou a sua origem, mas o que existia na colônia para ser

explorada, os ingleses, por exemplo, colonizaram explorando onde hoje é a Jamaica e

povoaram o que atualmente é parte do norte dos Estados Unidos e o Canadá, mas o

objetivo da colonização sendo de povoamento ou de exploração não significava que

nada era explorado onde era povoado e vice-versa. As relações eram sempre de quem

mandava: metrópole europeia e quem deveria obedecer: colônia americana, onde os

colonos tinham pouco ou nenhum direito. Nada era tão simples como pode parecer no

processo de expansão marítima, a visão sobre o mundo e sobre como as coisas no

mundo funcionavam eram ditadas pela igreja católica, até o processo das Reformas.

Entretanto, como estudamos nas aulas anteriores, essa hegemonia católica foi

quebrada por Lutero e demais reformadores ou protestantes. As perseguições

religiosas de ambos os lados eram constantes e muitos europeus fugiram do velho

continente buscando fazer na América um novo mundo, por isso encontramos

também regiões que foram ocupadas pelos europeus com a finalidade de povoamento

ou colonização de povoamento em que as principais características eram a mão de

Page 7: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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obra familiar ou assalariada, minifúndios, policultura e desenvolvimento do mercado

interno, mesmo não exercendo direitos políticos as diferenças entre um tipo de

colonização e outro eram contundentes.

Fonte:http://image.slidesharecdn.com/1ano-expansomartimaeuropiaeabsolutismo-121025211657-phpapp01/95/slide-1-

638.jpg?1351218008

Um dos aspectos mais relevantes do período moderno foi o encontro de

diversos povos como europeus, americanos, africanos e asiáticos. A expansão

marítima oportunizou conhecimentos que só foram possíveis nos encontros, ainda que

realizados com muitos conflitos. Ainda hoje é muito desafiador saber conviver com as

diferenças, respeitar o outro, sua religião, time de futebol, bairro, território... mesmo o

gosto ou desprezo por determinado estilo musical pode representar atitudes

indesejadas de preconceito. Vamos mergulhar nesse assunto na aula a seguir.

Page 8: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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1) As caravelas foram muito importantes na época das Grandes Navegações para

o transporte de especiarias asiáticas (pimenta, gengibre, noz moscada, açafrão, cravo,

canela e seda). Nos porões das caravelas, comerciantes portugueses, genoveses e

venezianos transportaram toneladas de mercadorias das Índias para a Europa,

obtendo fabulosos lucros. Os espanhóis usaram as caravelas para transportar o ouro e

a prata que retiraram do continente americano no século XVI.

A Internet é, de uma vez e ao mesmo tempo, um mecanismo de disseminação da

informação e divulgação mundial e um meio para colaboração e interação entre

indivíduos e seus computadores, independentemente, de suas localizações

geográficas.

Tanto as caravelas, quanto a internet:

A) acentuaram os conflitos religiosos os tornando internacionais.

B) são exemplos de avanços tecnológicos que marcaram e mudaram o mundo

ampliando as fronteiras.

C) são responsáveis pela diminuição na variedade de produtos nos mercados locais e

nos globais.

D) interferiram na vida das pessoas tornando-as escravas da tecnologia.

2) “A viagem de ________ protagonizou a primeira circunavegação de África e o

primeiro encontro direto entre o Atlântico e o Índico, revestindo-se, portanto, de

importância planetária”. Na prática, no terreno, protagonizou antes do mais o primeiro

passo na implementação da rede comercial-marítima portuguesa, a que alguns

chamam Império, nos mares da Ásia”.

O documento REFERE-se à viagem de:

A) Bartolomeu Dias.

B) Pedro Álvares Cabral.

C) Vasco da Gama.

D) Martim Afonso de Souza.

Atividade 1

Page 9: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Diversidade Cultural Brasileira

http://www.brasilescola.com/upload/e/diversidade%20cultral.jpg

Anacronismo pode ser definido como “coisa a que se atribui uma época em

que ela não tinha razão de ser”, segundo o dicionário ou por exemplo, ao

identificarmos na extração de pau-brasil logo no início da colonização lusitana no Brasil

como uma ação não ecológica, estamos sendo anacrônicos porque à época de Cabral,

o navegador português, não existia esse valor, essa preocupação com o meio

ambiente. Quando estamos, moçada historiadora, estudando história, especialmente

aspectos relacionados à cultura, precisamos ter o cuidado para analisarmos os fatos

históricos sem anacronismos. Outro conceito importante para os estudos sobre a

diversidade cultural é o etnocentrismo. Cultura, exemplificando, pode ser entendido

como lentes de óculos para alguém míope segundo o antropólogo Roque Laraia

(1988). Sem os óculos o indivíduo não lê corretamente as palavras, frases e

dificilmente entenderá o contexto. Pois bem, todos os homens e mulheres são

produtores e produtos (resultado) de culturas. Quando nascemos já existe um país,

diversas manifestações de festa, ritos, roupas, comidas entre outros, que foram

produzidos pelo povo ao qual vamos pertencer. Aprendemos a falar uma língua já

definida, ainda que esteja sempre em mudança, somos brasileiros e falamos o

Aula 2: Diversidades culturais

Page 10: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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português, por exemplo. E afinal, o que seria etnocentrismo? Já estudamos

anteriormente esse conceito, mas vamos aproveitar esse interessante tema para

recuperá-lo que nos será útil para os estudos sobre diversidades culturais. Etnia,

segundo o dicionário, define-se “agrupamento de famílias numa área geográfica cuja

unidade assenta numa estrutura familiar, econômica e social comum e numa cultura

comum”. E o etnocentrismo seria também segundo o dicionário: “visão ou forma de

pensamento de quem crê na supremacia do seu grupo étnico ou da sua

nacionalidade”. Segundo os antropólogos, cientistas sociais que estudam o ser

humano e as suas manifestações, todos nós somos em algum nível etnocêntricos em

função da nossa identidade cultural. Vamos pensar assim, digamos que você querido

estudante de história do 7º ano, nessa fase da sua vida já descobriu que na sua família

como em qualquer família nem tudo são flores, ou seja, há problemas que podem ser

de variada natureza, entretanto, mesmo você encontrando motivos para fazer críticas

negativas sobre a sua família são poucos os que aceitam que alguém além de você as

faça, portanto você pode falar mal e mais ninguém. Lembra de uma propaganda de

sandálias onde o ator Lázaro Ramos conversava informalmente com um vendedor de

água de coco sobre os problemas do Brasil, tão bonito e rico com problemas... até que

um suposto argentino com muito sotaque na fala aparece na cena da propaganda e

passa a concordar com o diálogo dos dois brasileiros, sendo logo advertido pelo Lázaro

Ramos indignado, defendendo o Brasil, de que “problema você está falando, nosso

país é perfeito” deixando o estrangeiro sem jeito. Embora cômico, revela o

etnocentrismo que todos nós estamos expostos em face da nossa identidade cultural.

Só o brasileiro, por exemplo da propaganda citada, poderia falar mal do Brasil, e não

aceitaria mais ninguém, muito menos um argentino.

Page 11: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Tu = eu? A alteridade e o respeito as diferenças

http://www.patiodosgentios.com/wp-content/uploads/2011/01/Alteridade.jpg

Compreendendo o etnocentrismo, podemos pensar na questão importante

desse capítulo de estudos, a alteridade, no dicionário encontramos a seguinte

definição: “Qualidade do que é outro ou do que é diferente”. Ao contrário da

identidade do que é nosso, próprio, quem eu sou, pertenço, a alteridade é o outro (o

não eu).

Geografia étnica africana

http://zoomafrica.files.wordpress.com/2011/06/cultura4.jpg

Page 12: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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No mundo da Idade Moderna, em função da expansão marítima, vários povos

se encontraram e consequentemente uma cultura estava em confronto com outras.

Fundamental, moçada fera nos estudos de história, levar em consideração que tanto

na África quanto na América, por exemplo, residiam variados povos e grupos étnicos

com uma enorme diversidade cultural. Foi no encontro com o outro que foram

criados novos nomes, representações sobre o outro que não era de conhecimento até

o momento histórico. Reduzir um “Hauçá” ou “Banto” a africano é desconsiderar as

diferenças que existiam e existem no continente Africano. Assim como um “Ianomâmi”

ou “Inca” são nativos americanos, mas que são diferentes em função de suas

expressões culturais e históricas. Diferentes, nas ciências sociais, não significa melhor

ou pior, apenas diferentes como retrata a letra de funk do Mc Marcinho:

“(...) Nem melhor, nem pior: apenas diferente Bonde de Cabo Frio, demorou fechar com a gente

Se quiser conhecer, só tem uma solução Demorou fechar o bonde dos irmãos

Se quiser puxar o bonde, tem que ter sabedoria Sou 100% humilde, da favela eu sou cria Porque na favela tu tem que saber viver

Porque se tu tirar, os manos cobram de você

http://letras.mus.br/mc-marcinho/126178/

Portanto, o preconceito e o racismo, por exemplo, são fundamentados pela

ignorância desses conceitos que acabamos de conhecer. Há ainda quem acredite e

defenda que o europeu é superior ao brasileiro, ou que o brasileiro é superior ao

paraguaio, ou ainda, se a origem é da periferia ou de uma favela, necessariamente,

apresenta-se como inferior aos do “asfalto”. Se estamos considerando cultura não há

superior ou inferior, apenas expressões diferentes de cultura humana que necessita

ser respeitada.

Page 13: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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ALTERIDADE - Frei Betto O que é alteridade? É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos

seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações

pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.

A nossa tendência é colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para

ele. Ele não sabe. Eu sei melhor e sei mais do que ele. Toda a estrutura do ensino no

Brasil, criticada pelo professor Paulo Freire, é fundada nessa concepção. O professor

ensina e o aluno aprende. É evidente que nós sabemos algumas coisas e, aqueles que

não foram à escola, sabem outras tantas, e graças a essa complementação vivemos em

sociedade. Como disse um operário num curso de educação popular: "Sei que, como todo

mundo, não sei muitas coisas".

Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a

concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem. No entanto, nós que

fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm

corpo, não sabemos o que fazer das mãos. Passamos anos na escola, saímos com Ph.D.,

porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o

defeito do automóvel... e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio

emocional para lidar com as relações de alteridade.

Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual para o

Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre

seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o

conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito

menos, fazer uma crítica ao chefe.

Bem, nem precisamos falar de empresa. Basta conferir na relação entre casais. Haja

reações infantis...

Quem dera fosse levada à prática a ideia de, pelo menos a cada três meses, um setor da

empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que

ninguém ficasse isento dessa avaliação. Como Jesus um dia fez, ao reunir um grupo dos

doze e perguntar: "O que o povo pensa de mim?" E depois acrescentou: "E o que vocês

pensam de mim?"

Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano,

inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil,

pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus. Isso é uma

herança da tradição hebraica. Todo ser humano, dentro da perspectiva judaica ou cristã, é

dotado de dignidade pelo simples fato de ser vivo. Não só o ser humano, todo o Universo.

Paulo, na Epístola aos Romanos, assinala: "Toda a Criação geme em dores de parto por

sua redenção".

Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar essas cinco

instituições pilares da sociedade em que vivemos: família, escola, Estado (o espaço do

poder público, da administração pública), Igreja (os espaços religiosos) e trabalho. Como

Page 14: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática?

O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre:

comunidades. E comunidades de alteridade.

Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que

percebo o outro como outro e a diferença do outro em relação a mim. Então sou capaz de

entrar em relação com ele pela única via possível – porque, se tirar essa via, caio no

colonialismo, vou querer ser como ele ou que ele seja como sou - a via do amor, se

quisermos usar uma expressão evangélica; a via do respeito, se quisermos usar uma

expressão ética; a via do reconhecimento dos seus direitos, se quisermos usar uma

expressão jurídica; a via do resgate do realce da sua dignidade como ser humano, se

quisermos usar uma expressão moral. Ou seja, isso supõe a via mais curta da

comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da sua

experiência de vida e da sua interioridade.

Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto - autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.

No entanto, sabemos que a ocupação e exploração europeia de colonização na

América foi resultado de muita violência e desrespeito às culturas locais, o que vamos

verificar na aula a seguir.

1)

“(...) cabe lembrar que é quase impossível falar da África no singular, de ‘uma’ só África no Brasil: são muitas as origens, as trajetórias, as culturas. A própria noção de ‘africano’ não existia entre os escravos até o século XIX. A identidade de cada povo, que o mundo escravocrata dissolvia, ainda assim prevalecia sobre a ideia da identidade africana, da África como terra de todos. Esta só se desenvolveria na própria África nos séculos XIX e XX, a parti r das lutas de independência *no século XX+.”

LIMA, Mônica. A África na sala de aula. In: Nossa história. Ano 1, nº 4, fev. 2004. p. 85.

Segundo a autora,

A) a África é uma região marcada pela miséria, doenças e conflitos.

B) a África é um continente marcado pela diversidade histórica e étnica.

C) os africanos têm o mesmo passado e a mesma etnia.

D) os africanos, desde a antiguidade, reconheciam-se como africanos.

Atividade 2

Page 15: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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2) A violência marcou a dominação dos europeus sobre os povos pré-colombianos.

http://www.alunosonline.com.br/historia/dominacaoespanhola/

Explique quais foram os efeitos da conquista europeia na América entre os nativos, além

do sofrimento causado pelo uso da violência.

Page 16: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Os nativos “brasileiros” pré-cabral.

http://pt.org/wiki/Ficheiro:Slide27.JPG

Quando os europeus chegaram na América a ocupando no processo de

colonização encontraram civilizações fascinantes e admiráveis. Os europeus,

gradativamente, submeteram as diversas etnias e civilizações americanas ao seus

interesses mercantis de exploração, foram aproveitando e usando formas de trabalho

compulsório (obrigatório) já existentes no modelo cultural local e adaptaram às

necessidades da metrópole europeia. O principal objetivo era a exploração e para isso a

necessidade de conquista. Moçada ligada na história, claro que uma ocupação do

tamanho de um continente não foi realizada sem a ajuda de grupos locais que também

se aproveitavam da chegada dos europeus para estabelecer alianças políticas que

supostamente favoreceriam o seu próprio povo. Mas, como os europeus puderam

ajudar alguns grupos locais? Vejamos o caso da ocupação portuguesa no Brasil, mais

precisamente em torno da baía de Guanabara no Rio de Janeiro. Para os “Temiminós”

de origem Tupi, liderados por Arariboia foi muito interessante a aliança com os

lusitanos, pois com essa “ajuda” foram capazes de expulsar os seus inimigos

Aula 3: Identificar as diferentes relações de trabalho na América

Page 17: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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“Tupinambás” para mais distante das suas terras. Assim como foi fundamental a

participação dos Temiminós para os portugueses para expulsarem do Rio de Janeiro os

franceses que tentavam também ocupar essa região. Dessa forma, quem estava

trabalhando para quem? Os “índios” para os europeus ou estes para os “índios”?

Estátua de Arariboia, chefe Temininó fundador da cidade de Niterói em 1573

http://pt.org/wiki/Ficheiro:Slide27.JPG

Sabemos que foi a força da ocupação militar europeia que submeteu pouco a

pouco os diversos povos americanos a sua forma de pensar, agir, rezar... E uma eficiente

estratégia de ocupação e exploração europeia foi o pretexto de evangelizar os povos

desconhecedores de Cristo, ou cristianização. Não por acaso o símbolo das caravelas,

naus e embarcações à época era a cruz.

Page 18: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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A colonização espanhola na América, Theodore de Bry em 1576. http://www.algosobre.com.br/images/stories/historia/violencia-espanhois-indios_theodore-de-bry.jpg

Os jesuítas, ordem criada pela Igreja católica no processo que já estudamos de

contrarreforma ou Reforma Católica passaram a catequizar os índios, conhecendo suas

línguas, sua cultura, seus valores, porém, com a finalidade de submetê-los aos conceitos

doutrinários católicos e europeus. No contato entre os europeus e americanos, formas

de trabalho foram aproveitadas pelos europeus para a ocupação e exploração dos

territórios. A “Mita” (assim denominado onde hoje fica o Peru) ou “Repartimiento”

(denominação usada no México) foi a adaptação de rituais Incas já realizados antes da

chegada dos espanhóis, por revezamento onde agrupamentos eram deslocados e

recrutados para trabalhar de forma compulsória em minas, por exemplo, por alguns

meses. Evidentemente que as condições de trabalho eram as piores possíveis, expondo

vários grupos étnicos nativos as mais devastadoras doenças. A “Encomienda" era a

troca de trabalho compulsório dos Índios em fazendas ou também em minas em troca

de evangelização, ou aprendizados religiosos. Para receberem a proteção dos padres

jesuítas, por exemplo, os nativos trabalhavam nas terras da igreja ou missões.

Page 19: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

19

1. Os astecas e o incas não foram eliminados nem expulsos pelos conquistadores

espanhóis devido:

a) ao respeito que os colonizadores tinham pela cultura desses povos.

b) a eles terem-se associado aos colonizadores, na exploração dos povos mais fracos.

c) à existência de ouro e prata nas regiões que eles ocupavam e ao interesse dos

colonizadores em explorá-los enquanto mão de obra.

d) à existência de excedente de produção agrícola e de força de trabalho organizada

nessas civilizações.

2. "(...) desde o começo até hoje a hora presente os espanhóis nunca tiveram o mínimo cuidado em procurar fazer com que a essas gentes fosse pregada a fé de Jesus Cristo, como se os índios fossem cães ou outros animais: e o que é pior ainda é que o proibiram expressamente aos religiosos, causando-lhes inumeráveis aflições e perseguições, a fim de que não pregassem, porque acreditavam que isso os impediria de adquirir o ouro e riquezas que a avareza lhes prometia." (Frei Bartolomeu de Las Casas. "Brevíssima relação da destruição das Índias", 1552.) No contexto da colonização espanhola na América, é possível afirmar que:

a) existia concordância entre colonizadores e missionários sobre a legitimidade de

sujeitar os povos indígenas pela força.

b) os missionários influenciaram o processo de conquista para salvar os índios da

cobiça espanhola.

c) colonizadores, soldados e missionários respeitavam os costumes, o modo de vida e a

religião dos povos nativos.

d) os padres condenavam as atitudes dos soldados porque pretendiam ficar com as

riquezas das terras descobertas.

e) os missionários condenavam o uso da força e propunham a conversão religiosa dos

povos indígenas.

Atividade 3

Page 20: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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1. Cite as características encontradas na colonização de exploração.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2. O objetivo destas colônias é o de praticar o comércio em melhores condições do que aquelas em que é praticado com os povos vizinhos, com os quais as vantagens são recíprocas. Estabeleceu que somente a metrópole poderia comercializar com a colônia; e isto com grande razão, porque o objetivo do estabelecimento havia sido a constituição do comércio e não a fundação de uma cidade ou de um império... A desvantagem das colônias, que perdem a liberdade de comércio, é compensada pela proteção da metrópole, que a defende com suas armas.

SÉCONDAT, Charles de – Barão de Montesquieu. Do Espírito das leis. Rio de Janeiro,

Tecnoprint, 1966.

A colonização estava diretamente relacionada ao projeto mercantilista europeu

porque:

a) a colônia estava livre para comercializar com os países europeus.

b) promoveria o desenvolvimento da área situada fora da Europa.

c) a colônia tinha como função a manutenção e o enriquecimento da metrópole.

d) contribuiria para aumentar o comércio entre os países europeus.

3. O processo de colonização europeia da América, durante os séculos XVI, XVII e XVIII

está ligado à:

a) expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais

absolutas e à política mercantilista.

b) disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos

orientais e à política livre-cambista.

c) política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento

do comércio bilateral.

Avaliação

Page 21: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

21

d) criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de

produção e à política liberal.

4. Na América, desenvolveram-se sociedades que deram origem a grandes civilizações;

é o caso da civilização Inca. Sobre ela podemos afirmar que:

a) os incas eram governados por um rei, que tinha como função principal comandar o

exército; daí receber o título de "senhor dos guerreiros", comprometendo-se a ser

responsável com os deuses e seu povo.

b) entre os incas, qualquer indivíduo, por mais humilde que fosse, poderia chegar a

pertencer às classes mais altas, desde que tivesse mostrado bravura e valentia numa

batalha.

c) Tenochtitlãn, sua principal cidade, foi construída numa pequena ilha, do lago

Texcoco, na qual ao invés de estradas usavam-se canais como via de comunicação.

d) o predomínio social nessa civilização cabia a uma elite militar e sacerdotal de

caráter hereditário, comandada pelo Halach Uinic, responsável pela administração e

cobrança de impostos.

e) os incas criaram um sistema de produção agrícola que garantia a sobrevivência da

população, graças a um sistema de divisão das terras cultiváveis em três tipos: terra do

Deus Sol, terra do Inca e a terra dos camponeses.

5.

A abordagem apresentada no texto foi desenvolvida a partir do início do século

XX e originou uma nova perspectiva das ciências sociais em relação ao estudo das

culturas. O Relativismo. Quando acreditamos que a nossa cultura é superior às demais

estamos com um pensamento:

Page 22: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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(A) civilizado

(B) materialista

(C) evolucionista

(D) etnocêntrico

Page 23: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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Caro aluno, agora que já estudamos alguns dos principais assuntos relativos ao

3° bimestre, é hora de discutir um pouco sobre a importância deles na nossa vida.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO CADERNO COTIDIANO 24/04/2013

Projeto que proíbe baile funk na rua é aprovado Proposta passa em 1ª votação na Câmara

FERNANDA PEREIRA NEVESDE SÃO PAULO

A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou ontem projeto de lei

que proíbe a realização de bailes funk em ruas, praças, parques e demais espaços públicos. A proposta foi aprovada em primeira discussão, e só vai à apreciação do prefeito se passar em segunda votação. De autoria de Conte Lopes (PTB) e Coronel Camilo (PSD), o projeto estende a proibição aos bailes funk a espaços privados de livre acesso ao público, como os postos de gasolina e estacionamentos. Os vereadores justificam a proposta dizendo que esses bailes incentivam o consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas, reunindo grande número de menores de idade.

A Polícia Militar iniciou em março uma operação contra os bailes funk na cidade, o que provocou protesto na região de Itaquera (zona leste). Um ônibus foi incendiado.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/105549-projeto-que-proibe-baile-funk-na-rua-e-aprovado.shtml

Compare a reportagem e as razões apresentadas nas aulas anteriores sobre as

atitudes de ignorância e o preconceito cultural e explique as possíveis causas para a lei da cidade de São Paulo, redija um texto após a pesquisa sobre esses assuntos com o seguinte título: “Nem melhor, nem pior: apenas diferente”

Então, vamos lá? Mãos à obra! _______________________________________________________________________

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Pesquisa

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[1] ACKER, Maria Teresa Van. Renascimento e Humanismo. São Paulo: Atual, 1992.

[2] BAKHTIN, Mikhail. Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. 7 ed. São

Paulo: Hucitec, 2011.

[3] BARROS, José D’Assunção. A expansão documental e a conquista das fontes

dialógicas. Revista Albuquerque. V. 3, n. 1, 2010.

[4] BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In:

KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5 ed.

São Paulo: Contexto, 2008

[5] BOULOS JUNIOR, Alfredo. História: Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2009. p.

8-37; 90-113. 7° ano. Capítulos: 1, 2 e 6.

[6] CARDOSO, Ciro Flamarion & VAIFAS, Ronaldo (org.). Novos domínios da história. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2012.

[7] LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

[8] MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1999.

[9] OLIVIERI, Antônio Carlos. Renascimento. 10 ed. São Paulo: Áti ca, 2004.

[10] SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos.

São Paulo: Contexto, 2005.

[11] THOMPSON, Edward. Tempo, disciplina do trabalho e capitalismo industrial. In:

Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998. p.267-304.

Referências

Page 25: Apostila Historia 7 Ano 3 Bimestre Aluno

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COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento

Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

Ivete Silva de Oliveira Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Daniel de Oliveira Gomes Danielle Cristina Barreto

Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Renata Figueiredo Moraes

Sabrina Machado Campos

Equipe de Elaboração