apostila historia 2 ano 3 bimestre aluno

23
Aluno História C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 3 3 2ª Série | 3° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série História Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Contextualizar o processo de independência das Treze Colônias, da América Espanhola e da América Portuguesa. 2. Caracterizar o processo de Independência do Brasil.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

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  • Aluno

    Histria

    CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

    PPeeddaaggggiiccaass ddee

    AApprreennddiizzaaggeemm

    AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0033 22 SSrriiee || 33 BBiimmeessttrree

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Histria Ensino Mdio 3 2

    Habilidades Associadas

    1. Contextualizar o processo de independncia das Treze Colnias, da Amrica Espanhola e da Amrica Portuguesa.

    2. Caracterizar o processo de Independncia do Brasil.

  • 2

    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

  • 3

    Caro aluno,

    Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas

    habilidades e competncias do 3 Bimestre do Currculo Mnimo de Histria da 2 Srie

    do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um

    ms.

    A nossa proposta que voc, aluno, desenvolva estas Atividades de forma

    autnoma, com o suporte pedaggico eventual de um professor, que mediar as trocas

    de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc desenvolver a disciplina e

    independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do

    conhecimento do sculo XXI.

    Neste Caderno de Atividades, o aluno vai compreender o processo da

    independncia dos pases da Amrica, colonizados por europeus. Assim, ser possvel

    perceber como foram distintos os processos de independncia dos pases da Amrica do

    Sul e da Amrica do Norte.

    Este documento apresenta 03 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por

    uma explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e

    atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

    Atividades so referentes a um tempo de aula. Para reforar a aprendizagem, prope-

    se, ainda, uma avaliao e uma pesquisa sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho!

    Equipe de Elaborao

  • 4

    Introduo ..........................................................................................................3

    Aula 1: A independncia dos Estados Unidos ...................................................... 5

    Aula 2: A independncia da Amrica espanhola .................................................. 9

    Aula 3: A independncia do Brasil ...................................................................... 14

    Avaliao ............................................................................................................ 18

    Pesquisa .............................................................................................................. 21

    Referncias ......................................................................................................... 22

    Sumrio

  • 5

    Caro aluno, o continente americano foi colonizado por pases europeus a partir

    do sculo XVI. Nessa aula, iremos ver como ocorreu a independncia da Amrica

    inglesa. Voc sabia que pas surgiu dessa colonizao? Os Estados Unidos da Amrica

    a resposta correta dessa pergunta. Mas vamos ver como esse pas surgiu.

    As primeiras colnias inglesas se

    estabeleceram na costa leste, s

    margens do atlntico e, inicialmente,

    foi atravs da ocupao de uma rea

    chamada de Virgnia, em homenagem a

    rainha Elisabeth I, a Rainha virgem

    que a Amrica do Norte comeou a ser

    ocupada pelos ingleses. Essa

    colonizao comeou em 1607 e se

    formou nos anos seguintes sendo

    chamada de Treze colnias, que mais

    tarde formariam os Estados Unidos.

    http://www.colband.com.br/ativ/nete/cida/arte/cine/cinema2001/3bim/2h3/texto1.htm

    Mas nessas Treze colnias o processo de colonizao no foi uniforme.

    Ocorreram algumas diferenas na ocupao da Amrica do Norte pelos ingleses. Por

    exemplo, no Sul o predomnio era de senhores ricos que fugiram da Inglaterra e que na

    Amrica se tornaram grandes proprietrios de terras e de escravos. Essas colnias

    ficaram marcadas por um conservadorismo e pela escravido na explorao do

    territrio. A produo agrcola dessa rea era destinada ao mercado externo. A

    produo era de tabaco, algodo e arroz.

    Aula 1: A independncia dos Estados Unidos

  • 6

    Na rea norte das Treze Colnias houve uma ocupao diferente da regio sul.

    Foi uma rea ocupada por puritanos e pobres que fugiram da misria da Inglaterra e

    das perseguies religiosas. A rea foi chamada de Nova Inglaterra. Nessa rea, os

    colonos praticavam uma agricultura baseada em pequenas e mdias propriedades com

    a plantao de vrios produtos (milho, trigo, cevada e frutas). Havia certa autonomia

    por parte na administrao da colnia apesar de estarem submetidos s leis inglesas.

    Porm, uma observao preciso ser feita, caro aluno. Quem ocupava essas

    terras antes da chegada dos ingleses? Assim como em toda a Amrica, no local onde

    hoje conhecemos como Estados Unidos estavam os indgenas. Mas no houve uma

    boa relao entre indgenas e ingleses, afinal, os ingleses queriam ocupar a terra sem

    se preocupar com quem aqui habitava. Por isso, muitos indgenas foram mortos ou

    tiveram que fugir para o interior, longe dos ingleses.

    No entanto, a partir do sculo XVIII comeou uma imposio maior por parte da

    Inglaterra nas regras de comrcio na colnia. Um exemplo disso foi a proibio de

    fbricas na colnia. Os ingleses no queriam que houvesse concorrncia para os

    produtos que produziam em suas indstrias. Lembre-se, era o perodo da Revoluo

    Industrial e as colnias inglesas deveriam consumir os produtos vindos da Inglaterra e

    no elas prprias produzirem.

    A Inglaterra contava com as suas colnias na Amrica do Norte para se

    recuperar financeiramente aps uma guerra que havia travado com a Frana (1756-

    1763). Como os colonos na Amrica tinham certa autonomia no pretendiam depois

    de algum tempo se submeter s regras impostas pelos ingleses. Entre essas novas

    regras estavam a cobrana de novos tributos e taxas de importao. Ou seja, todos os

    produtos que os colonos importassem deveriam ter um imposto que seria pago aos

    ingleses. Isso gerou uma grande insatisfao e manifestao contra os impostos

    cobrados. Os protestos surtiram efeito num primeiro momento. Mas nem todos os

    impostos foram eliminados e as coisas s pioraram depois porque os colonos no

    queriam pagar o imposto sobre o ch importado da Inglaterra. Fizeram boicote ao ch

    ingls e invadiram navios que traziam ch a fim de pressionar ainda mais os ingleses.

    Num primeiro momento todos os representantes das Treze Colnias se reuniram para

    pedir o fim das leis intolerveis, como ficaram conhecidas as leis impostas pela

    Inglaterra aos colonos. Mas esses representantes, reunidos no Primeiro Congresso

  • 7

    Continental, tinham diferentes opinies quanto ao destino da colnia e sua ligao

    com a Inglaterra. Alguns eram fiis ao Rei da Inglaterra e outros queriam uma

    liberdade maior.

    Antes da realizao do Segundo Congresso Continental, tropas inglesas

    entraram em choque com aqueles que queriam uma liberdade maior, chamados de

    patriotas. Assim, o congresso rompeu com a metrpole e passou a funcionar de

    forma permanente e como um governo das Treze Colnias. Em 1775, deu incio a

    guerra pela independncia das Treze Colnias. Em 4 de julho de 1776 ocorreu a

    publicao da Declarao de Independncia das Treze colnias, que haviam se

    tornado Estados Unidos da Amrica. Esse foi o incio de uma guerra entre os Estados

    Unidos e a Inglaterra. Entre 1778 e 1781, as tropas americanas receberam a ajuda de

    outros pases da Europa, Frana, Holanda e Espanha, na sua guerra contra a Inglaterra.

    Esses pases tinham interesse no enfraquecimento da Inglaterra e por isso apoiavam a

    independncia dos Estados Unidos. Essa participao foi importante para a vitria das

    tropas americanas. Os ingleses foram derrotados apenas em 1781 e dois anos depois

    foi assinado um acordo de paz com o reconhecimento, por parte da Inglaterra, da

    independncia dos Estados Unidos. Em 1788 foi elaborada uma constituio que, aps

    algumas emendas, ainda a que vigora nesse pas.

  • 8

    http://www.arqnet.pt/portal/teoria/declaracao.html

    Na imagem acima temos uma imagem da declarao da independncia dos Estados

    Unidos e abaixo um trecho. Leia com ateno e responda abaixo as questes:

    (...) todos os homens so criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienveis, entre estes esto a vida, a liberdade e a procura da felicidade. (...) a fim de assegurar esses direitos, governos so institudos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; (...) sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alter-la ou aboli-la e instituir novo governo (...). a histria do atual rei da Gr-Bretanha compe-se de repetidas injrias e usurpaes, tendo todas por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. (...)

    1 Segundo essa declarao, quais so os direitos do homem?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    2 Qual a funo dos governos?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    3 Qual era o papel do povo quando um governo no era satisfatrio aos seus

    interesses?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    Atividade 1

  • 9

    Caro aluno, voc sabe que a Amrica do Sul foi colonizada por portugueses e

    espanhis. J vimos tambm que muitas ideias revolucionrias estavam agitando a

    Europa no sculo XVIII e no demoraria muito para parte delas chegarem ao outro

    lado do Atlntico. Nessa aula, iremos estudar a colonizao de uma parte da Amrica

    feita pela Espanha.

    No incio da colonizao, a Amrica espanhola foi dividida em vice-reinos e

    capitanias, com um vice-rei para cada vice-rei e que deveria administrar a colnia e

    responder coroa espanhola.

    http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32774

    Rio da Prata: Argentina, Paraguai e Uruguai

    Nova Granada: Colmbia, Equador e Panam

    Nova Espanha: Amrica Central, Mxico e parte dos Estados Unidos

    Aula 2: A independncia da Amrica espanhola

  • 10

    Peru: Peru, Bolvia e parte do territrio chileno

    Capitanias: Chile, Venezuela e Cuba.

    Quem dominava a administrao pblica eram os peninsulares ou chapetones,

    como eram chamados brancos vindos da Espanha para assumir cargos administrativos

    na colnia. Havia tambm os criollos, brancos nascidos na Amrica que dominavam a

    economia, sendo grandes proprietrios de terras e escravos. Mesmo tendo um poder

    econmico forte, os criollos no tinham nenhuma influncia poltica porque todos os

    cargos estavam nas mos dos espanhis. Havia tambm os mestios e mulatos (os

    descendentes de espanhis com ndias e negras, respectivamente), maioria da

    populao. E, por fim, compunha tambm essa sociedade colonial os escravos

    africanos que se concentravam na regio do Caribe.

    No final do sculo XVIII, a Espanha aumentou os impostos sobre as colnias

    para melhorar suas finanas que estavam arrasadas por conta do seu envolvimento em

    algumas guerras. Alm disso, o pas ainda foi invadido pelo exrcito de Napoleo

    Bonaparte que tomou tal atitude a fim de impedir que Espanha e Portugal

    continuassem comercializando com a Inglaterra (essas eram aes do bloqueio

    continental decretado por Napoleo e que estudamos anteriormente). Sob o domnio

    dos franceses, a Espanha ficou isolada e sem contato com suas colnias na Amrica.

    Enquanto isso, nas colnias, a notcia da deposio do rei espanhol pelas tropas

    francesas chegou e permitiu que os colonos pudessem ter maior liberdade no

    comrcio, uma vez que no poderiam comercializar com a Espanha, ocupada pelos

    franceses. Essa liberdade de comrcio tambm os estimulou a lutar pela liberdade

    poltica, ou seja, pela sua independncia. Uma das primeiras atitudes dos criollos foi

    retirar dos cargos polticos as autoridades nomeadas pela coroa espanhola e organizar

    juntas governativas. Quando o trono espanhol voltou a ser ocupado por um rei

    espanhol, em 1814, voltou a represso liberdade da colnia e isso s fez aumentar o

    sentimento separatista. Alm disso, os colonos estavam influenciados pelos

    acontecimentos na Frana, revoluo francesa, e pela independncia dos Estados

    Unidos. Somado a isso estavam tambm as ideias iluministas que chegaram colnia e

    estimulavam o sentimento de liberdade. Tudo isso, caro aluno, daria como resultado o

    incio da separao. Mas vamos ver como isso se deu em alguns casos.

  • 11

    Uma das principais marcas do processo de independncia da Amrica

    espanhola so as diversas manifestaes populares contra o governo espanhol. Nessas

    manifestaes estavam a reivindicao de melhores condies de vida e muitas foram

    lideradas por indgenas e mestios.

    Em 1810 ocorreram insurreies pela independncia na regio da Venezuela,

    Chile e Vice-reinos do Rio da Prata (Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolvia). Destaque

    para os lderes San Martn e Simn Bolvar. O primeiro era um criollo e liderou os

    movimentos de independncia da Argentina, Chile e Peru. Em 1813 comeou a liderar

    as lutas pela independncia na Argentina.

    O segundo lder, Simn Bolvar, comandou o processo de independncia da

    Gr-colmbia, que se tornou Venezuela, Equador e Colmbia. Bolvar defendia a

    centralizao do poder e pregava a formao de uma confederao com a unio de

    todos esses pases. Os conflitos nessa regio comearam em 1808 e se seguiram at

    1819 quando as tropas de Bolvar conseguiram conquistar Bogot, capital do vice-reino

    de Nova Granada. Assim, foi proclamada a Repblica da Gr-colmbia e Bolvar foi

    eleito presidente. Mas nos anos seguintes, o territrio se fragmentou originando

    quatro pases.

    Na Amrica do Norte, o Mxico teve como lder o padre Miguel Hidalgo que

    comandou os levantes populares (indgenas e mestios) a partir de 1810. Mas no ano

    seguinte as tropas espanholas derrotaram os revoltosos e prenderam Hidalgo que foi

    executado pelos espanhis. A luta pela independncia no terminou e continuou sob a

    liderana de outro padre, Jos Maria Morelos. Em 1813, proclamou a independncia

    do Mxico mesmo no sendo reconhecido pelo governo espanhol. Morelos foi preso

    pelas foras leais Espanha e morto em 1815. Outros movimentos se seguiram e um

    militar criollo aliou-se aos revolucionrios e proclamou a independncia estabelecendo

    uma Monarquia Constitucional em 1821, mas teve pouca durao. Em 1824 essa

    Monarquia foi deposta e um grupo de militares proclamou a Repblica mexicana. E

    sob o domnio da elite crioula o Mxico independente se formou.

    A ilha de Cuba, tambm colnia da Espanha, era grande produtora de acar no

    sculo XVIII e as elites cubanas tinham certa autonomia comercial uma vez que lhes

    eram permitidas a comercializao com os Estados Unidos. Logo, no havia um forte

    sentimento separatista entre os cubanos. Mesmo assim, entre os anos de 1868 e 1878

  • 12

    ocorreu a primeira guerra de independncia. O lder foi um dono de engenho que

    libertou seus escravos para eles lutarem pela independncia. Essa revolta foi

    esmagada pelo exrcito espanhol. A segunda guerra ocorreu entre 1895 e 1898. A

    causa da revolta foi o aumento dos impostos cobrados pela Espanha e os custos que os

    criollos tinham que arcar para manter o exrcito espanhol em cuba. Esse segundo

    movimento foi comandado por Jos Mart, poltico e escritor criollo. Aps algumas

    batalhas ganhas pelos separatistas, os Estados Unidos invadiram a ilha e declaram

    guerra Espanha. A independncia de Cuba foi reconhecida pelos espanhis em 1901

    e o pas passou a ser administrado por um governo provisrio norte-americano.

    Apenas no ano seguinte, Cuba teve um presidente cubano.

    Prezado aluno, podemos ento perceber como houve uma diferena nos

    processos de independncia da Amrica espanhola, grande parte deles dominados

    pelas elites criollas que estabeleceram seus interesses na busca pela independncia e

    no pensaram na formao de um pas forte descendente das colnias espanholas.

    Faamos as atividades a seguir para fixar nossos conhecimentos.

  • 13

    Discurso de Angostura, Venezuela, 1819

    Os cidados da Venezuela gozam todos, pela constituio, intrprete da natureza, de uma perfeita igualdade poltica. Minha opinio , legisladores, que o princpio fundamental de nosso sistema depende imediata e exclusivamente da igualdade estabelecida e praticada na Venezuela. (...) mas todos devem praticar a virtude, e nem todos a praticam; todos devem se valorosos, e todos no o so; todos devem possuir talentos, e todos no os possuem. Daqui decorre a distino efetiva que se observa entre os indivduos da sociedade mais liberalmente estabelecida. (...) a natureza faz os homens desiguais em gnio, temperamento, foras e caractersticas. As leis corrigem esta diferena porque colocam o indivduo na sociedade para que a educao, a indstria, as artes, os servios, as virtudes lhe deem uma igualdade fictcia, propriamente chamada poltica e social. Simn Bolvar. Escritos polticos. Campinas: Editora da Unicamp, 1992.

    Esse texto um discurso de Simn Bolvar e trata da Venezuela durante o processo de

    independncia. Responda as questes seguintes baseadas na leitura do texto:

    1 Para o autor, qual seria a base do sistema a ser implantado na Venezuela?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    2 Qual o reconhecimento que o autor faz da sociedade que se formava?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    3 Qual seria a funo das leis nesse processo de igualdade?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    Atividade 2

  • 14

    Caro aluno, o processo da independncia da Amrica portuguesa, o Brasil, foi

    bem diferente do que ocorreu nas Treze colnias, Estados Unidos, e na Amrica

    Espanhola. No Brasil, o processo foi comandado pelo prprio colonizador, um

    portugus. Porm, no quer dizer que no ocorreram vrios movimentos populares

    pedindo a independncia do Brasil ou de algumas provncias. Sim, houve alguns, mas

    nenhum saiu vitorioso. E veremos, a partir de agora, como um portugus fez a

    independncia do Brasil.

    A chegada da famlia real ao Brasil em 1808 influenciou o processo de

    independncia uma vez que algo indito ocorrera numa colnia. O Rei e toda a sua

    Corte estavam vivendo na colnia e isso significava que haveria mudanas nas relaes

    metrpole-colnia. Uma mudana importante foi o fim do exclusivismo colonial. Ou

    seja, se antes o Brasil s poderia comercializar com a sua metrpole, no caso, Portugal,

    com a chegada da famlia real o Brasil estava livre para comercializar com qualquer

    pas. No entanto, quem predominava nesse comrcio era a Inglaterra. Mesmo assim,

    isso criou uma dinamicidade na vida social da colnia. Porm, isso descontentou

    aqueles comerciantes que ficaram em Portugal. Afinal, nem todos vieram para c e

    quem ficou do outro lado do Atlntico ,alm de ver o Rei indo embora, viu tambm a

    perda dos privilgios de sculos. A vida em Portugal no foi nada fcil depois de 1808 e

    alguns anos mais tarde o Rei, D. Joo VI seria cobrado pelos portugueses.

    Caro aluno, e foi assim que comeou o processo de independncia do Brasil.

    Uma Revoluo no Porto, em Portugal, estourou e dentre as reivindicaes pedia o

    retorno do Rei para Portugal e a volta da condio de colnia para o Brasil. Lembre-se,

    caro aluno, em 1815 o Brasil foi elevado categoria de Reino Unido a Portugal e

    Algarves, ou seja, o pas no era mais um simples colnia, mas fazia parte do Reino

    Unido. Em 1820, o movimento ocorrido na cidade do Porto ficou conhecido como

    Revoluo liberal e pretendiam submeter o Rei a uma constituio. At ento, o

    regime que vigorava em Portugal era o Absolutismo e no havia constituio. Em

    Portugal, muitos aderiram s ideias dos revolucionrios. O Rei, ao contrrio dessas

    Aula 3: A independncia do Brasil

  • 15

    exigncias, queria ficar no Brasil e tentou adiar ao mximo o seu retorno. Mas, no

    teve como adiar por muito tempo essa volta e em 1821 o rei retornou deixando o seu

    filho como Prncipe regente. Tal atitude no satisfez os revoltosos que pretendiam o

    retorno de toda a famlia e a volta do Brasil ao status de colnia. `

    Enquanto isso, no Brasil, muitos setores da sociedade no pretendiam voltar a

    ser colonos porque j tinham vivido uma liberdade e uma autonomia e no queria

    perd-la. Desse modo, se organizaram em partidos polticos a fim de se defenderem

    das tentativas portuguesas de recolonizao. O Partido Brasileiro, organizado para

    pedir a permanncia do Prncipe Dom Pedro, fez um abaixo assinado pedindo que ele

    no voltasse para Portugal.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Fico

    O dia 9 de janeiro de 1822 ficou conhecido como o Dia do fico por conta da

    deciso de D. Pedro em permanecer no Brasil. Dessa forma, o Prncipe contrariava os

    interesses dos portugueses em Portugal, mas ao mesmo tempo ganhava o apoio da

    elite brasileira na conduo do pas e, consequentemente, a sua independncia. E ela

    no tardou. No dia 7 de setembro de 1822, enquanto estava em viagem a So Paulo, o

    Prncipe decretou a independncia do Brasil.

  • 16

    http://www.tribunabm.com.br/07-de-setembro-dia-da-independncia/

    Essa separao garantiu a permanncia dos privilgios de alguns grupos sociais,

    comerciantes, por exemplo, a continuidade da escravido e nenhuma melhoria de vida

    para a maioria dos brasileiros. Alm disso, o pas conseguiu permanecer com sua

    extenso territorial, diferente, por exemplo, do que ocorreu na Amrica Espanhola.

  • 17

    O quadro abaixo foi feito por Pedro Amrico em 1888 e se chama Grito do

    Ipiranga. Ele retrata o momento da independncia do pas feito por d. Pedro. Veja o

    quadro com ateno e responda as perguntas abaixo:

    http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/janeiro/9-dia-do-fico-5.php

    1 - H algum sinal de batalha no quadro? Explique

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    2 - Alm de tropas que sadam, direita, o Prncipe, h tambm outros atores.

    Identifique.

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    3 - Quem est no centro da imagem? Explique a funo dessa centralidade

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    Atividade 3

  • 18

    1 - A colonizao da Amrica do Norte sofreu algumas diferenas quanto ao domnio

    dos ingleses na regio. Cite as diferenas entre a colonizao no Norte e a do Sul.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    2 - Como foi a relao entre ingleses e indgenas na ocasio da ocupao da Amrica

    do Norte?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    3 - Cite o fato que marcou uma diferenciao do processo de independncia do Brasil

    em comparao ao que aconteceu na Amrica espanhola e inglesa.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    4 - ENEM 2007 - Em 4 de julho de 1776, as treze colnias que vieram inicialmente a

    constituir os Estados Unidos da Amrica (EUA) declaravam sua independncia e

    justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para

    a poca, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos

    inalienveis: o direito vida, liberdade e busca da felicidade. Afirmavam que o

    poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos

    governados. Esses conceitos revolucionrios que ecoavam o Iluminismo foram

    retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na Frana.

    (Emlia Viotti da Costa. Apresentao da coleo. In: Wladimir Pomar. Revoluo

    Chinesa. So Paulo: UNESP, 2003 (com adaptaes).

    Avaliao

  • 19

    Considerando o texto acima, acerca da independncia dos EUA e da Revoluo

    Francesa, assinale a opo correta.

    A - A independncia dos EUA e a Revoluo Francesa integravam o mesmo contexto

    histrico, mas se baseavam em princpios e ideais opostos.

    B - O processo revolucionrio francs identificou-se com o movimento de

    independncia norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.

    C - Tanto nos EUA quanto na Frana, as teses iluministas sustentavam a luta pelo

    reconhecimento dos direitos considerados essenciais dignidade humana.

    D - Por ter sido pioneira, a Revoluo Francesa exerceu forte influncia no

    desencadeamento da independncia norte-americana.

    E - Ao romper o Pacto Colonial, a Revoluo Francesa abriu o caminho para as

    independncias das colnias ibricas situadas na Amrica.

    5 - (UEM/PR) A Lei do Selo, o Monoplio do Ch e as Leis Intolerveis, impostos

    por Jorge III, esto ligados:

    A - Revoluo Gloriosa 1688;

    B - Independncia dos Estados Unidos 1776;

    C - Revoluo Francesa 1789;

    D - ao Bloqueio Continental 1806;

    E - Independncia da Argentina 1816

    6- Sobre a Independncia dos Estados Unidos da Amrica, assinale a alternativa

    correta:

    A - A origem do movimento da independncia deve ser encontrada no

    desenvolvimento uniforme das Treze Colnias Inglesas.

    B - O crescimento do comrcio triangular, praticado pelas colnias de povoamento

    situadas no Sul, gerou atritos com a metrpole.

    C - O Segundo Congresso Continental de Filadlfia decretou a separao dos Estados

    Unidos, atravs da Declarao de Independncia redigida por Thomas Jefferson.

    D - A poltica de conciliao adotada pela Inglaterra retardou o processo de

    Independncia da Treze Colnias Inglesas.

  • 20

    7 - Apesar de utilizarem um discurso de libertao dos povos americanos da

    dominao espanhola, indicando que haveria liberdade e melhoria nas condies

    sociais, os lderes das independncias das colnias hispano-americanas tinham, na

    verdade, interesses na manuteno de uma estrutura de poder poltico e econmico

    que beneficiava apenas as elites coloniais. Qual das alternativas abaixo indica

    corretamente o nome pelo qual ficaram conhecidas estas elites?

    A - Chapetones.

    B - Burgueses.

    C - Aristocratas.

    D - Criollos.

  • 21

    Caro aluno, houve durante o perodo colonial vrios conflitos entre colonos e

    administradores coloniais. Grande parte desses conflitos pedia a separao de Portugal

    e uma maior autonomia quanto a administrao. Um desses conflitos foi a

    Inconfidncia Mineira que foi reprimida antes mesmo de explodir. Faa uma pesquisa

    sobre os objetivos dos inconfidentes e seus principais personagens.

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    Pesquisa

  • 22

    [1] FAUSTO, Boris. Historia Concisa do Brasil. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo, Imprensa oficial do Estado, 2002. [2] LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. So Paulo: Companhia das letras, 2006. [3] VAINFAS, Ronaldo. FARIA, Sheila C. FERREIRA, Jorge. SANTOS, Georgina. Histria: o longo sculo XIX, volume 2. So Paulo: Editora Saraiva, 2010.

    Referncias

  • 23

    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Tavares Maurcio Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento

    Bianca Neuberger Leda

    Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES

    Daniel de Oliveira Gomes Danielle Cristina Barreto

    Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Renata Figueiredo Moraes Sabrina Machado Campos

    Equipe de Elaborao