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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS SEPLAG/DF 1 www.pontodosconcursos.com.br AGENTES PÚBLICOS Olá, pessoal, tudo bem? O tempo passa, o tempo voa. Nem parece, mas nosso curso se aproxima do fim! Quem diria! É a sinalização de que o concurso está porvir, porém não está assim tão próximo. Como é natural, a ansiedade e a incerteza crescem. Mas junto com essas, façam crescer sempre (e sempre) o ânimo! Portanto, o maior problema não é, isoladamente, a disciplina de Direito Administrativo, mas todo o conjunto de matérias. Bom, o tema de hoje – AGENTES PÚBLICOS – é muito importante. Frase que, diga-se de passagem, é quase um pleonasmo. Todavia, é bom que se registre que a aula não é, exatamente, da Lei 8.112, de 1990, nosso conhecido regime jurídico único dos servidores. É que o tema na prova da SEPLAG vai além. Envolve, igualmente, a ordem constitucional. Desse modo, começaremos com vários conceitos inerentes à matéria AGENTES, para chegarmos à 8.112, de 1990, exatamente como recepcionada pelo Distrito Federal. A aula de hoje é “relativamente” longa, aliás, como todas! Mas, enfim, é necessária. Então, como de praxe, vamos ao nosso índice: 1 – A RAZÃO DE SER DOS AGENTES PÚBLICOS 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS 3 – CONCEITOS BÁSICOS 4 – ACESSIBILIDADE 5 – ESTABILIDADE x ESTÁGIO PROBATÓRIO 6 – O SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS SERVIDORES 7 – O SISTEMA DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES 8 – O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES E vamos à aula, então. Apesar de o curso ser dirigido em exercícios, preferimos apresentá-los, antecipadamente, à parte teórica. As questões serão comentadas em aula complementar (dia 4/2).

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AGENTES PÚBLICOS

Olá, pessoal, tudo bem? O tempo passa, o tempo voa. Nem parece, mas nosso curso se aproxima do fim! Quem diria! É a sinalização de que o concurso está porvir, porém não está assim tão próximo. Como é natural, a ansiedade e a incerteza crescem. Mas junto com essas, façam crescer sempre (e sempre) o ânimo!

Portanto, o maior problema não é, isoladamente, a disciplina de Direito Administrativo, mas todo o conjunto de matérias.

Bom, o tema de hoje – AGENTES PÚBLICOS – é muito importante. Frase que, diga-se de passagem, é quase um pleonasmo. Todavia, é bom que se registre que a aula não é, exatamente, da Lei 8.112, de 1990, nosso conhecido regime jurídico único dos servidores. É que o tema na prova da SEPLAG vai além. Envolve, igualmente, a ordem constitucional. Desse modo, começaremos com vários conceitos inerentes à matéria AGENTES, para chegarmos à 8.112, de 1990, exatamente como recepcionada pelo Distrito Federal.

A aula de hoje é “relativamente” longa, aliás, como todas! Mas, enfim, é necessária. Então, como de praxe, vamos ao nosso índice:

1 – A RAZÃO DE SER DOS AGENTES PÚBLICOS

2 – CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS

3 – CONCEITOS BÁSICOS

4 – ACESSIBILIDADE

5 – ESTABILIDADE x ESTÁGIO PROBATÓRIO

6 – O SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS SERVIDORES

7 – O SISTEMA DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES

8 – O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES

E vamos à aula, então. Apesar de o curso ser dirigido em exercícios, preferimos apresentá-los, antecipadamente, à parte teórica.

As questões serão comentadas em aula complementar (dia 4/2).

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1 – A RAZÃO DE SER DOS AGENTES PÚBLICOS

Vocês já pensaram por que, realmente, existem os agentes públicos? A razão é simples: o Estado tem atribuições a serem cumpridas. E tais atribuições não são efetivamente desempenhadas pelo Estado, pois este é um ser imaterial, ou seja, sem existência física. Desse modo, é necessário que alguém “materialize” a atuação do Estado. Surgem, assim, os agentes públicos.

Antes de classificarmos os agentes públicos, é útil conceituá-los. Para tanto, podemos nos utilizar da doutrina, quanto das normas a respeito. Vamos lá, então.

Doutrinariamente, podemos dizer que os agentes públicos constituem um conjunto de pessoas que, de alguma forma, exercem uma função pública, como prepostos do Estado.

BIZU: VEREMOS QUE AGENTES PÚBLICOS NÃO SE CONFUNDEM PROPRIAMENTE COM SERVIDORES PÚBLICOS. ESTES CONSTITUEM UM CONJUNTO MAIS RESTRITO, FAZENDO PARTE DE UMA DAS CATEGORIAS DE AGENTES PÚBLICOS.

De início, vejamos o conceito de agente público nas normas jurídicas. Com efeito, vamos recorrer à Lei 8.429/1992, popularmente conhecida como "Lei de Improbidade Administrativa":

Reputa-se agente público, para efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

A despeito de a Lei de Improbidade dispor sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito na Administração Pública, o conceito contido em tal norma pode ser utilizado para a definição geral, a qual, conforme se observa, é bastante ampla. O conceito engloba dos mais altos escalões até os que executam as mais simples tarefas.

Apresentado o conceito, passemos à classificação dos agentes públicos.

2 – CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS

Agentes públicos

Servidores públicos

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Inicialmente, ressalte-se o que já dissemos: o conceito de agentes públicos é bastante diferente e bem mais amplo que o de servidores públicos.

A doutrina clássica (a mais “antiguinha”) divide servidores públicos da seguinte forma: políticos; administrativos; honoríficos; delegatários; e credenciados.

Os Agentes Políticos são aqueles incumbidos das mais altas diretrizes estabelecidas pelo Poder Público, em outros termos, são aqueles que desenham o destino da nação. Ocupam os mais elevados postos da Administração Pública, sejam cargos, funções, mandatos ou comissões, com ampla liberdade funcional e com normas específicas para sua escolha. São exemplos unânimes entre os doutrinadores: Membros do Legislativo (Deputados, Senadores e Vereadores), Chefes de Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e assessores diretos destes (Ministros e Secretários).

Nós gostamos de apontar, em turma, que os agentes políticos “transpiram” o poder. São aqueles dos quais você quando falamos em Poder Constituído. Vejamos: quando se pensa em Poder Executivo Federal, qual a 1ª imagem que vem à lembrança? O Presidente da República, o Ministro de Estado. São agentes políticos, como vimos. E assim se sucede no Poder Legislativo.

O amigo se questiona: a classificação acima é dita unânime, então qual a divergência existente? Desvenda ‘Mister M’ (mago dos magos). Vamos a ela.

Há certa discussão doutrinária a respeito da possibilidade de inclusão de alguns agentes na categoria dos agentes políticos, tais como os Magistrados; membros do Ministério Público (Procuradores da República e Promotores do Ministério Público dos Estados), e dos Tribunais de Contas.

Alguns autores mostram-se a favor; outros se apresentam contrários a tal inclusão. Então como se comportar na PROVA?

Informamos que o STF no Recurso Extraordinário 228.977/SP, referindo-se especificamente aos Magistrados, tratou-os como agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica.

Assim, sem maiores discussões, além dos integrantes do Legislativo, Chefes de Executivo (e seus auxiliares diretos), os Magistrados podem ser enquadrados na categoria de agentes políticos.

Quanto aos membros do Ministério Público, ou seja, promotores de justiça e procuradores da república, de modo geral, a corrente prevalecente os situa como agentes políticos, da mesma forma que os Representantes Diplomáticos e outras autoridades que atuem com independência no exercício de suas atribuições.

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Quanto aos membros dos TCs, o STF, em decisão recente, classificou-os como agentes administrativos e não políticos.

Duas são as principais características comuns dos agentes políticos:

a) boa parte de suas competências é obtida diretamente da Constituição; e,

b) de regra, não se submetem às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos. É o caso dos Juízes, os quais não se submetem à Lei nº 8.112/1990, por exemplo.

Já os Agentes Administrativos constituem o maior contigente dos agentes públicos e são os que exercem cargos, empregos ou funções públicos, no mais das vezes, de caráter permanente. Não são membros de Poder do Estado, sequer exercem atribuições políticas ou governamentais. Integram, sim, o quadro funcional dos entes da federação, bem como o das entidades da Administração Indireta.

Os agentes administrativos submetem-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pela entidade à qual pertencem. São agentes administrativos: servidores públicos ocupantes de cargos efetivos; exercentes, exclusivamente, de cargos em comissão; exercentes de empregos ou funções públicos; e os servidores temporários (estes últimos são referidos no inc. IX do art. 37 da CF/1988).

BIZU: TEMPORÁRIOS SÃO AGENTES PÚBLICOS ADMINISTRATIVOS, A DESPEITO DE NÃO OCUPAREM CARGO OU EMPREGO PÚBLICO. Mas, se temporário não ocupa cargo, nem emprego, ocupa o quê? FUNÇÃO TEMPORÁRIA.

No caso da União, a Lei que rege os temporários é 8.745, de 1993. Mas não se preocupem em ler tal norma, pois ela não cai na prova, ok? Depois falaremos um tanto mais sobre os temporários, mas, por ora, continuamos com nossa classificação de agentes.

Por sua vez, os Agentes Honoríficos são cidadãos (particulares) que, em razão de sua condição cívica, sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, são convocados para colaborar transitoriamente com o Estado, sem vínculos empregatícios ou estatutários, e, no mais das vezes, não recebendo remuneração por tal atividade (esta é a principal característica dos honoríficos: não são remunerados em espécie – dindim, no máximo, um ‘vale coxinha’). Mas podem receber compensações, como, por exemplo, folgas por terem trabalhado nas eleições como mesários.

A despeito de os agentes honoríficos (particulares em colaboração) não serem servidores públicos, são agentes públicos que exercem função pública, sendo, por consequência, considerados funcionários públicos, ao menos para fins penais. Vejamos o que estabelece o art. 327 do Código Penal:

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Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) grifo nosso.

Em razão da transitoriedade do vínculo, a função pública desempenhada pelos agentes honoríficos não há de ser considerada para efeitos de acumulação de cargos, funções ou empregos públicos. São agentes honoríficos, por exemplo: jurados, os mesários eleitorais, os comissários de menores.

Os Agentes Delegados ou delegatários são particulares que têm sob sua incumbência a execução de certas atividades, obras ou serviços públicos, por sua conta e risco, enfim, em seu nome próprio. Sujeitam-se às normas e à fiscalização permanente do Estado, em especial do Poder Público delegante (Administração Direta e, excepcionalmente, Agências Reguladoras).

São exemplos de agentes delegatários: concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos; os titulares (“donos”) de cartório; leiloeiros; e tradutores oficiais. Lembramos, por relevante, que, da lista apresentada, os tabeliães submetem-se a concurso público de provas E títulos (art. 236 da CF/1988).

Por fim, os Agentes Credenciados são os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público, em momento ou tempo certo. É o caso, por exemplo, dos peritos credenciados pela Justiça, para que elaborem laudos necessários à tomada de decisão por parte do magistrado. Muitas vezes, o magistrado precisa determinar, por exemplo, a indisponibilidade de bens de um particular, para fazer frente a uma eventual dívida que vai ser satisfeita judicialmente. Só que Juiz não sabe quanto custa um imóvel (“ilustrativamente falando”). Daí ocorre a designação do perito credenciado para fazer a avaliação.

Bom, apenas para finalizar: demos EXEMPLOS de cada uma das categorias desses agentes, os quais são infindáveis. Então, se poupem de ficar se perguntando se este ou aquele agente público é administrativo, honorífico etc. Entendam os conceitos, logo, fica mais fácil acertar na prova,

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ok? Vamos prosseguir com a matéria, tratando de alguns conceitos essenciais ao bom entendimento.

3 – CONCEITOS BÁSICOS

Pessoal: como dissemos, para a SEPLAG-DF, o curso não é de 8.112, de 1990. É de agentes públicos, envolvendo desde a ordem constitucional até a própria Lei. Desse modo, nesse trecho da aula veremos alguns conceitos que se referem tanto à Constituição, quanto ao próprio estatuto. Vambora, então.

3.1 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES

Cargos públicos podem ser vistos como as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem exercidas por um agente regido por estatuto próprio, que, no caso federal, é a 8.112/90.

Esta definição está em linha com o disposto na Lei 8.112/90, que estatui o regime jurídico dos servidores públicos da União, na Administração Direta, bem como nas Autarquias (inclusive as de regime especial) e nas fundações públicas, em âmbito federal, recepcionada pelo Distrito Federal. É importante destacar, desde logo, que:

I) A 8.112 não abrange, à exceção do DF, os servidores das demais esferas federativas, uma vez que estados e municípios tem sua própria autonomia, devendo, portanto, estabelecer seu próprio regime jurídico de servidores; e,

II) A 8.112 não alcança sociedades mistas e empresas públicas da União ou do DF. Assim, o campo de abrangência da 8.112 é a Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas FEDERAIS e, por conveniência, DISTRITAIS.

Apenas para ilustrar, vejamos o art. 2º da Lei 8.112/90, que define cargo público como: o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Sinceramente, esse conceito aí não é muito útil não...Se “escondermos” a parte final (cometidas a servidor) o conceito serve, praticamente, para qualquer coisa, de goleiro de time de futebol até astronauta...

Por isso, parte da doutrina prefere conceituar cargo público como um lugar inserido na organização do serviço público, regido por norma própria (no caso federal, a 8.112) a ser preenchido por servidor público, com funções próprias e remuneração fixada em lei.

BIZU: aqueles que ocupam exclusivamente cargos em comissão também ocupam, obviamente, cargos. Só que tais cargos não são efetivos,

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mas sim comissionados. Mas é importante registrar essa informação, pois COMISSIONADOS NÃO EMPREGADOS PÚBLICOS, NÃO SÃO REGIDOS PELA CLT.

Vejamos o conceito de emprego, então.

O cargo público difere do emprego público essencialmente no que se refere ao vínculo que une o ocupante ao Estado: no caso do cargo público, o vínculo é estatutário (de novo: no caso da União e do DF, a 8.112); no do emprego público, o vínculo é contratual, sob a regência da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Os empregados públicos, a despeito de não terem direito à estabilidade constitucional referente ao exercício de cargo público ou ao regime próprio de previdência dos servidores públicos, devem ser admitidos mediante concurso, ante o que estabelece o inc. II do art. 37 da Constituição Federal.

Questão interessante é essa aqui, olha só: é possível, HOJE, a contratação sob o regime de emprego público (CLT) na Administração Direta, Autárquica e Fundacional do DF?

Bom, isso diz respeito à redação do caput do art. 39 da CF/1988, que teve sua constitucionalidade apreciada mediante a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade – ADI 2135.

Em tal julgado, o Supremo deferiu, cautelarmente, liminar para suspender a vigência do dispositivo, em razão de aparente inconstitucionalidade no rito formal para sua aprovação. Assim, por conta das nuances do processo de controle de constitucionalidade, com a suspensão da vigência do caput do art. 39, volta a valer a redação anterior de tal dispositivo, que é a seguinte:

Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e fundações.

Assim, primeiro de tudo: COM A ADI 2135, A LEI Nº 8112/1990 PODE VOLTAR A SER CHAMADA, POR ENQUANTO, DE REGIME JURÍDICO ÚNICO. Mas vejamos mais detalhes sobre o assunto.

A Lei nº 8.112/1990 institui o chamado Regime Estatutário (legal) dos servidores públicos civis da União, abrangendo servidores públicos em âmbito federal, mais especialmente as pessoas jurídicas de Direito Público da União (e, repetidamente falando, servidores do DF). É um sistema legal, e não contratual, por se tratar de uma Lei, à qual os ocupantes de cargos efetivos em nível federal aderirão.

Seu campo de abrangência diz respeito, repetimos, à UNIÃO e ao DF e não aos estados/municípios, os quais detêm competência para editar suas próprias leis referentes aos servidores de sua esfera, em razão da autonomia concedida pelo art. 18 da CF/1988.

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Cabe, aqui, explicitar o sentido da expressão “Regime Jurídico” constante do art. 1o da Lei nº 8.112/1990. Regime jurídico é um conjunto de regras que regula determinado instituto. No caso, a Lei nº 8.112/1990 trata da vida funcional do servidor público, de seu ingresso originário até sua saída (vacância), com ou sem extinção definitiva do vínculo, conforme veremos mais à frente.

Necessário ressaltar, também, que a Lei nº 8.112/1990, mesmo em âmbito federal, abrange não a totalidade dos agentes públicos, mas somente os servidores públicos das pessoas jurídicas de Direito Público(Administração Direta e Indireta de Direito Público, inclusive, agênciasespeciais), no conceito dado pela Lei, ou seja, os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS. A Lei nº 8.112/1990 não abrange, por exemplo, os agentes políticos (Presidente da República, Deputados, Magistrados, etc), tampouco os particulares que colaboram com o poder público (Leiloeiros, tradutores etc.), ou mesmo empregados públicos (celetistas).

Bom, finalmente, a Função pública, de maneira residual, pode ser definida como o conjunto de atribuições às quais não corresponde cargo ou emprego público. Não se pode dizer que as funções, enquanto desempenho de atribuições, sejam excludentes com relação aos cargos/empregos públicos. De fato, na clássica assertiva do mestre Hely Lopes, todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. Por isso que se diz que é possível a função não corresponda a cargo. Nesse sentido, quando se fala em funções públicas, têm-se claras pelo menos duas situações:

I) Na contratação temporária de servidores, em razão de necessidade temporária de excepcional interesse público (inc. IX do art. 37, Constituição Federal). Em razão da transitoriedade que a contratação visa a atender, muitas vezes em caráter de urgência, dispensa-se mesmo a realização de concurso público, dado que o trâmite normal de um procedimento complexo como o concurso público para seleção de pessoal inviabilizaria o atendimento da situação excepcional;

II) No preenchimento de funções de confiança, referentes à chefia, assessoramento ou outro tipo de atividade para as quais o legislador não haja criado cargos de natureza efetiva. Ressaltamos, desde logo, que há uma distinção conceitual IMPORTANTÍSSIMA para concursos públicos entre as funções de confiança e os cargos em comissão. Mas pedimos permissão para abordá-la tão só no tópico 3.2, abaixo.

Mata rápido essa: temporários fazem concurso? NÃO! Mas como, temporário não faz concurso? Um dia desses eu vi um para o IBGE... Olha só, gente, vamos ler juntos o inc. IX do art. 37 da CF/88, que assim estabelece: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Assim, uma primeira observação: para a contratação temporária exige-se LEI (ante mesmo o princípio da legalidade, que já abordamos noutros momentos, em aulas anteriores).

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A CF exige concurso público para CARGOS E EMPREGOS públicos (inc. II do art. 37 da CF/88), daí, não há necessidade de concurso para os temporários. MAS COMO NÃO? O concursando se pergunta: os TEMPORÁRIOS NÃO TÊM CARGO/EMPREGO? Não! Então, os temporários possuem o quê? FUNÇÕES públicas temporárias. Passemos, então, a falar um pouco mais sobre tais funções temporárias, já que o assunto está se tornando comum em provas recentes.

“DE cara”, destacamos julgados do STF que vem consolidando posição mais conservadora da Corte a respeito das contratações temporárias: estas não podem ser utilizadas indiscriminadamente, para atividades da rotina administrativa.

O caso mais “clássico” (é novo, mas já é clássico) é o relacionado às atividades da Defensoria Pública. Vejamos o que diz a ADIN 3700, apreciada em 2008 e noticiada no informativo do Supremo do modo que se vê:

Contratação Temporária de Advogado e Exercício da Função de Defensor Público

Por vislumbrar ofensa ao princípio do concurso público (CF, art. 37, II), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para declarar a inconstitucionalidade da Lei 8.742/2005, do Estado do Rio Grande do Norte, que dispõe sobre a contratação temporária de advogados para o exercício da função de Defensor Público, no âmbito da Defensoria Pública do referido Estado-membro. Considerou-se que, em razão de desempenhar uma atividade estatal permanente e essencial à jurisdição, a Defensoria Pública não convive com a possibilidade de que seus agentes sejam recrutados em caráter precário. Asseverou-se ser preciso estruturá-la em cargos de provimento efetivo, cargos de carreira, haja vista que esse tipo complexo de estruturação é que garante a independência técnica das Defensorias, a se refletir na boa qualidade da assistência a que têm direito as classes mais necessitadas. Precedente citado: ADI 2229/ES (DJU de 25.6.2004).

O destaque é da nossa parte. O caso é incidental, ou seja, tratou ESPECIFICAMENTE das atividades dos defensores. Daí, mais recentemente, o STF fixou parâmetros para as contratações temporárias de forma mais clara:

ADI N. 3.430-ES RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE.

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I – A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha.

II – Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III – O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções.

IV – Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade.

V – É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos.

VI – Ação que se julga procedente. * noticiado no Informativo 555

O trecho negritado é para que se registre o seguinte: atividades que sejam consideradas ESSENCIAIS não podem ser objeto de contratação direta.

3.2 – CARGOS VITALÍCIOS, EFETIVOS E EM COMISSÃO

Inicialmente, vejamos o que diz o inc. V do art. 37 da CF/1988. Transcrevemos, para ficar mais fácil:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos emcomissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento

Os destaques, mais uma vez, são de nossa parte: funções de confiança são para servidores de cargos EFETIVOS, enquanto que os cargos em comissão devem ser preenchidos por servidores de CARREIRA, nos casos/condições/percentuais mínimos estabelecidos em LEI.

Vamos à breve explicação, a fim de clarearmos o assunto: nós, Cyonil e Sandro, somos servidores de cargos EFETIVOS, ou seja, concursados e,

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nos dias atuais, estáveis, tendo em vista termos cumprido os requisitos constitucionais para tanto. Essa, aliás, é uma das principais características dos ocupantes de cargos efetivos: direito à estabilidade.

Nós fazemos parte, ainda, de uma carreira de servidores do TCU, a carreira de Auditor. Então, usemos a inventividade, e imaginemos que uma Lei determinasse que 80% dos cargos comissionados do TCU tenham de ser ocupados por servidores da carreira de Auditor. Os amigos analistas da Receita Federal, que também são ocupantes de cargos efetivos, não são da carreira de Auditor do TCU, então, não fariam parte desses 80% dos cargos em comissão que devem ser providos, em nossa hipótese, por auditores/TCU. Assim, vários cargos EFETIVOS, não fazem parte de determinadas carreiras.

De outro lado, interessante notar que cargos em comissão podem ser ocupados por pessoas alheias à Administração, o que não ocorrecom as funções de confiança, haja vista estas deverem ser providas EXCLUSIVAMENTE por servidores de cargos EFETIVOS.

Por fim, alguns pontos comuns entre ambos:

I) destinam-se à Direção e ao Assessoramento Superior. É por isso que, recorrentemente, referimo-nos a tais cargos como os de D.A.S. Ressaltamos que tanto os cargos em comissão, como as funções de confiança, devem ter por finalidades atribuições de comando ou de assessoria. Um cargo de motorista não pode ser, por exemplo, um cargo comissionado (exclusivamente), pois não é de comando ou assessoria, apesar de ser um cargo de direção...rsrs....

II) são preenchidos sem a necessidade de concurso público prévio, não oferecendo garantia de permanência do titular no cargo (estabilidade). Dispensam, ainda, motivação para a exoneração de seus ocupantes, com exceção feita, por exemplo, aos Diretores de Agências Reguladoras, que, a despeito de exercerem cargos de direção, não são exoneráveis (demissíveis) ad nutum, uma vez que contam com mandato (lembram-se do caso da Diretora da Anac e a confusão para ela sair da Diretoria? Foi mediante renúncia!);

III) não há nomeação para FUNÇÕES DE CONFIANÇA, mas tão só mera designação. De fato, como para ocupar FUNÇÃO DE CONFIANÇA o sujeito já tem que ser detentor de cargo efetivo, será meramente DESIGNADO para a função de confiança. Vejamos o que diz o § 4o do art. 15 da Lei 8.112:

O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.

Vejam o que o início do exercício da função de confiança é IMEDIATO, e tem início com a publicação do ato que designa para tal. A razão é uma

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só: como o sujeito já possui cargo efetivo, então por que nomeá-lo, novamente? Assim, será DESIGNADO para a função de confiança.

Por fim uma breve nota sobre cargos vitalícios: esses são de previsão constitucional, isto é, cargos vitalícios são aqueles previstos na CF de 1988. Após a aquisição da vitaliciedade, somente por meio de processo judicial com sentença transitada em julgado poderá ocorrer a perda do cargo pelo vitalício. Podem ser citados como exemplos de tais cargos: o dos Magistrados (art. 95, I, CF); o de membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I, “a”, CF) e dos membros dos Tribunais de Contas (art. 73. §3º, CF).

3.3 – CRIAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS:

Aqui, nossa observação é singela: cargos públicos são criados por LEI. Seria, praticamente, só isso. Mas tem um segredinho, como sempre...

Como a criação de cargos se faz por lei (com exceção dos cargos de legislativo, que são criados por Resolução), a extinção também se faz por Lei, ante um princípio válido para o direito, de modo geral, que chamamos de “simetria” (ou paralelismo das formas), é dizer, como se faz, desfaz-se. Se o cargo público é criado por lei, por lei deve ser extinto. Mas é bom recordar que a CF/88 dá a possibilidade de extinção de cargos públicos VAGOS por decreto (vejam o inc. VI do art. 84 da CF/88).

Detalhe: CARGOS PÚBLICOS PREENCHIDOS TAMBÉM PODEM SER EXTINTOS. Só que, neste caso, é necessária a edição de uma LEI, por conta do nosso princípio da simetria.

3.4 – PADRÃO, CLASSE, CARREIRA, CARGOS ISOLADOS E QUADRO.

Essa passagem é para que os amigos possam ter uma breve noção a respeito de como se organizam os quadros de pessoal da Administração Pública. Vamos lá.

Os cargos a serem ocupados por servidores públicos organizados em carreira são distribuídos em padrões e classes.

Classes constituem o agrupamento de cargos da mesma profissão, com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos. Classes, portanto, constituem os “degraus” de crescimento em uma carreira.

Interessante notar que PADRÃO é a subdivisão de uma classe, ou seja, DENTRO DAS CLASSES, TEMOS OS PADRÕES.

Quando um servidor ocupante de cargo organizado em carreira muda de CLASSE é PROMOVIDO. Já quando ele muda de padrão, SEM MUDAR DE CLASSE, é PROGREDIDO. A Lei 8.112/1990 fala só de PROMOÇÕES e não de progressões. E, detalhe: DE ACORDO COM A 8.112, A PROMOÇÃO É FORMA SIMULTÂNEA DE PROVIMENTO E VACÂNCIA. Confiram nos

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arts. 8º e 33 da norma. Depois voltaremos a esse assunto (provimentos e vacâncias). Mas, antes, continuemos a entender a organização dos quadros da Administração.

Carreira é o agrupamento de classes de uma mesma profissão ou atividade, organizadas sob o fundamento da hierarquia. Para o ingresso em uma carreira referente a cargos efetivos, o provimento deverá ser originário (a ocorrer por nomeação), devendo ser precedido, sob a égide da atual Constituição Federal, de concurso público (nesse ponto, uma paradinha, e leiam ao art. 37, inc. II, CF).

De outra parte, há cargos que não se encontram organizados em carreira, sendo únicos em sua categoria. São tais cargos ditos isolados. Exemplos clássicos são os cargos comissionados, em que não há progressão, mudança de remuneração e complexidade ao longo do tempo.

Ao somatório de carreiras, cargos isolados, e, ainda, das funções de um mesmo órgão ou Poder dá-se a denominação de quadro.

E assim se organiza a Administração: cargos organizados em carreira, exemplo, técnico de controle externo do TCU, e cargos isolados, exemplo, auditor, o que substitui os Ministros, do TCU. Ah – um último detalhe: se um sujeito de cargo de nível médio galga todas as classes e níveis de sua carreira, chegando ao topo de tal carreira, mesmo que ele seja excelente, não poderá ser “ascendido” a uma carreira de nível superior, uma vez que o STF vem decidindo que isso é inconstitucional, por se tratar de uma situação que não é mais autorizada pela atual constituição. Ou seja, se o sujeito em questão quiser passar para uma carreira de nível superior, terá de prestar novo concurso.

4 – ACESSIBILIDADE A CARGOS PÚBLICOS

Gente, olha só: quando falamos de acessibilidade, nesta parte do curso, queremos dizer como se faz para termos acesso a cargos e empregos públicos.

Um dia desses, em turma, o amigo Maranhão (vamos falar na 3ª Pessoa, para tornar mais objetivo) fez a seguinte pergunta: pessoal, o que é preciso fazer para ingressar em um cargo efetivo? Daí, um garoto disse: EU SEI! O Sandro respondeu – então diz aí para nós, o que é necessário? O garoto: CURSINHO!!! Claro, foi uma gargalhada geral (apesar de ele não estar de todo errado... rsrsrs...). Em realidade, a resposta seria CONCURSO PÚBLICO. Então, para podermos falar sobre o ingresso dos servidores nos quadros da Administração, a primeira coisa é falar sobre os concursos. É disso que trataremos no tópico abaixo então.

4.1 – A REGRA DO CONCURSO PÚBLICO

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Repassemos, inicialmente, os conteúdos gerais a respeito do concurso público, a partir do regramento constitucional estabelecido no inc. II do art. 37 da CF, que assim dispõe:

A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Várias observações podem ser feitas em relação a este inciso.

Primeiro: a exigência de concurso público ocorre não só com relação aos servidores estatutários, mas também com relação aos empregados públicos. Percebam, mesmo as empresas estatais exploradoras de atividades econômicas (§1º do art. 173 da CF), como as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas, devem contratar seu pessoal por meio de concurso público. Esse, inclusive, é o entendimento do STF. Mas, responde rápido aí: todo acesso a cargo público demanda concurso público. Sem entrar em detalhes, um item assim estaria ERRADO, uma vez que cargos em comissão não demandam concurso. Tenham atenção, então!

Nesse primeiro ponto também ressaltamos que o inc. I do art. 37 da CF, com redação dada pela EC 19/98, dispõe:

os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

Verifica-se a possibilidade de não só os brasileiros, natos ou naturalizados, terem acesso a cargos/empregos/funções públicos, mas também os estrangeiros, de acordo com que dispuserem normas que tratem da matéria. Contudo, tal acesso permitido aos estrangeiros não é amplo e irrestrito: há cargos privativos de brasileiro natos. São eles: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do STF; cargos da carreira diplomática; oficial das Forças Armadas; Ministro de Estado da Defesa; e seis brasileiros que compõem o Conselho da República.

Segundo: o concurso pode ser só de provas ou de provas e títulos, não se admitindo concurso só de títulos (releiam o inc. II do art. 37). O amigo então se questiona: e o famoso exame curricular? Não é cabível? Ressaltamos que as contratações temporárias, por excepcional interesse público, referidas no inc. IX do art. 37 da CF/1988, e que nós falamos anteriormente, não estão sujeitas à regra do concurso público, cabendo, no entanto, conforme o caso, processo seletivo simplificado mediante provas, provas e títulos, ou ANÁLISE CURRICULAR. Da mesma forma, alertamos para a inexigibilidade de concurso para o preenchimento de determinados cargos vitalícios, tais como os de Ministros do STF e do Tribunal de Contas da União, dentre outros.

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Pois bem. Adiante. Podemos ver o concurso como um procedimento administrativo composto de várias etapas, tais como a inscrição, a aprovação e a nomeação do candidato, para citar apenas algumas.

A inscrição não gera ao candidato o direito à realização das provas, haja vista que a Administração pode alterar a data ou mesmo desistir de realizá-las, tratando-se, pois, de uma expectativa de direito dos candidatos.

Na doutrina, boa parte dos autores tem entendido que a aprovação gera ao candidato expectativa de direito à investidura no cargo ou emprego em questão, ou seja, o aprovado em concurso público tem mera expectativa de direito à nomeação. Contudo, as coisas vêm mudando.

Por uma questão de moralidade, de respeito aos cidadãos AINDA BEM que a jurisprudência vem mudando. No STJ, decisões como as seguintes passaram a surgir:

Servidor público - Concurso - Aprovação de candidato dentro do número de vagas previstas em edital - Direito líquido e certo à nomeação e à posse no cargo. (Recurso em Mandado de Segurança n° 19.922)

O nosso destacado “ainda bem” da frase anterior é por conta da certa tranquilidade de que as decisões como essa citada podem trazer para centenas, milhares, de candidatos, os quais aprovados em concurso público, NAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL, simplesmente não são chamados pela Administração. Com tais precedentes, muitos terão chance de não serem “deixados de lado” pela Administração.

Agora, já notaram como passaram a proliferar concursos com cadastros de reserva? Pois é, se não há vagas previstas no edital, não tem como que se falar de direito à nomeação. Essa a razão de concurso com cadastro de reserva. Fiquem atentos! Lembramos que o TCU conta com ouvidoria, logo, se o amigo tem prova de existência de vagas, não se faça de rogado, denuncie, isso porque é, no mínimo, estranho (para não dizer imoral), lançar mão de um concurso de cadastro de reserva, sendo que há necessidade de as vagas serem providas.

Terceiro ponto: a validade do concurso (melhor seria eficácia, mas deixa pra lá) Vejamos o que diz o inc. III do art. 37 da CF/1988:

o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período

Apesar de ser uma questão mais do que batida em concurso atentem que a vigência do concurso é de ATÉ dois anos, PRORROGÁVEL por igual período, ou seja, FACULTADO à Administração prorrogar, tratando-se, portanto, de ato discricionário da Administração.

Uma observação, aliás, três interessantes:

I) o prazo inicial determina a prorrogação. Assim, um concurso pode ter vigência de seis meses, prorrogáveis por mais seis;

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II) o concurso só pode ter seu prazo de vigência prorrogado caso ainda esteja em vigor. Assim, concursos vencidos não podem ser prorrogados, pois não existem mais; e,

III) a contagem de prazo de vigência ocorre a partir da homologação do resultado mesmo, enfim, oportunidade em que a Administração reconhece a legitimidade de todas as etapas do concurso.

Quarto ponto: a questão do ingresso dos deficientes nos quadros da Administração. Vamos nós de novo na CF/1988:

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão

De pronto, percebam que o dispositivo constitucional não isenta os portadores de deficiência de prestar concurso para ingresso nos quadros da Administração. O dispositivo não fixa, ainda, qual é o percentual. O que se preserva, contudo, é o direito de tais pessoas de participarem de concursos públicos, para cargos que sejam compatíveis com as deficiências que portem. A propósito, a Lei 8.112/90, ao regulamentar a matéria, estatui:

Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso (o grifo é nosso).

Percebe-se, pelo dispositivo transposto, que o limite é máximo.

Mas, interessante notar que, a partir de decisões judiciais, pode-se afirmar que nem todo concurso precisa reservar vagas para deficientes. Nesse sentido, tratemos, sinteticamente, do Mandado de Segurança 26310/STF.

Com base nesse entendimento, a Suprema Corte considerou legítimo o edital de concurso para o preenchimento de duas vagas que não reservou nenhuma para deficientes. Entendeu a Corte Suprema que reservar uma vaga, ou seja, cinquenta por cento das vagas existentes, implicaria majoração indevida dos percentuais legalmente estabelecidos. Então, simplesmente a partir desse julgado, podemos dizer que NEM TODO CONCURSO PÚBLICO RESERVARÁ VAGAS PARA DEFICIENTES. Aliás, a própria definição de deficiência por vezes traz polêmica. Veja-se, nesse sentido, a questão dos monoculares.

O STF, ao tratar do RMS 26.071 entendeu que J.F.A., portador de visão monocular, tinha o direito de ocupar o cargo de técnico judiciário do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão foi adotada por unanimidade da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

No caso, os ministros da Turma concordaram com o entendimento do relator de que visão monocular é uma necessidade especial e legitima o portador a concorrer às vagas especiais nos concursos públicos.

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Agora, vejam só: o candidato, a despeito de ser possuidor de visão em um olho só, não era considerado deficiente, por conta das normas que tratam da matéria, pois teria plena capacidade visual no olho direito. Ora, é gritante, pelo menos para nós, que tal situação (monocular), deve ser considerada deficiência, na linha do decidido pelo STF. Destaque-se que esse é mesmo posicionamento do STJ (visão monocular é deficiência, para efeitos de participação em concurso).

É de incumbência de junta médica oficial avaliar se o portador de deficiência possui condições de exercer o cargo pretendido, ou, ainda, informar se o candidato é mesmo deficiente. Caso não seja deficiente, o candidato que houver concorrido para a vaga nessa qualidade terá sua aprovação invalidada, e deverá ser convocado o deficiente seguinte na ordem de classificação, para que se adote o mesmo procedimento de verificação.

Quinto ponto: o estabelecimento de limitações ao acesso a cargos e empregos públicos, ou seja, firmar que só a partir de determinada altura, tal sexo, determinada condição física, e outros, o candidato pode ter acesso ao cargo ou emprego pretendido.

As limitações ao acesso aos cargos/empregos públicos só devem ser aceitas quando razoáveis e em consonância com a ordem jurídica. No caso de veto à participação de candidato, deverá sempre ser motivada. Tal regra encontra-se consolidada na Súmula 684, do STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.

Também não devem ser admitidas as odiosas restrições discriminatórias, em relação à origem, sexo, raça, religião, etc. De toda forma, há necessidade de estabelecimento de requisitos que permitam aferir a aptidão do interessado em ingressar no serviço público. Tais requisitos, em virtude do princípio da legalidade, devem gozar de previsão legal, e não apenas no edital do certame. Nesse quadro, cumpre trazer à lume o RE 184.432-RS, apreciado pelo STF: O edital de concurso não é instrumento idôneo para o estabelecimento de limite de idade para a inscrição em concurso público; para que seja legítima tal exigência é imprescindível a previsão em lei. Nada impede que o edital mencione ou mesmo reproduza o que dispõe a Lei, a título de exigência. O que se veda é realização de exigências exclusivamente por meio de edital.

O momento de exigência dos requisitos para o exercício das atribuições do cargo também é importante: devem ser cumpridos quando da posse (Súmula 266 do STJ), e não no momento de inscrição. Quanto às carreiras específicas da área jurídica, Juízes e Membros do MP, há outras regras. Mas não vêm ao caso, neste nosso curso (de Direito Administrativo! Ok!).

Com relação às limitações de idade, o STF (Súmula 683) permite a sua existência, desde que a natureza das atribuições do cargo as exija.

Por fim, a questão da exigência dos exames psicotécnicos, que pode ser entendida, em certa medida, como uma espécie de limitação.

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Se fossemos citar a jurisprudência do STF a respeito do assunto, passaríamos horas aqui. Mas basta apenas uma súmula para entendermos. É a Súmula 686 da Corte Constitucional, que assim estabelece:

Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

Não há dúvida, portanto: só a LEI possibilita a exigência de exames psicotécnicos.

Bom, claro que há muito mais coisa sobre concursos públicos. Todavia, para nossa intenção, que é vê-los aprovados, nos basta. Passemos aos provimentos, então.

Sexto ponto: o concurso para seleção de servidores é diferente do concurso modalidade de licitação. Pode parecer bobo, mas isso ainda cai em prova... Os de lá (de licitações) têm por objeto a escolha de um ALGO (trabalho – técnico, artístico, científico), e os de cá (Lei nº 8.112/1990), a escolha de ALGUÉM. Não podem ser confundidos.

4.2 – PROVIMENTOS: FORMAS E TIPOS

Podemos dizer que o início da relação do candidato com o cargo público e com a Administração Pública se dá com o provimento.

Provimento é o ato administrativo mediante o qual uma pessoa passar a ser a detentora do cargo, ou seja, é o preenchimento de cargo. A forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando.

Importante que os cargos em comissão também têm provimento. Basta ver o que diz o art. 9º da 8.112, que diz que os provimentos são EFETIVOS (para o cargo efetivo, obviamente) e EM COMISSÃO, para cargos dessa natureza. Daí, algo importante: AS SEIS OUTRAS FORMAS DE PROVIMENTO SÓ SÃO APLICÁVEIS AOS CARGOS EFETIVOS, NÃO AOS CARGOS EM COMISSÃO. Vamos tratar de todas as formas de provimento, começando pela nomeação.

A nomeação, forma de provimento originário, é que inaugura tal vínculo, sendo uma das formas de provimento previstas na Lei nº 8.112/1990 (art. 8º).

Muita gente confunde nomeação com posse. São coisas distintas. NOMEAÇÃO é o primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que o NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo! É o momento em que se investe servidor, coloca a capa com Poderes, algo do tipo ‘Batman’. Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o concurso), a nomeação e a posse não podem ser confundidas, embora só possamos falar em posse se tiver ocorrido, preliminarmente, nomeação (vejam o § 4º do

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art. 13 da Lei nº 8.112/1990). Voltaremos a falar sobre posse no item 4.3, logo em seguida, ok?

Mais uma forma de provimento da Lei nº 8.112/1990: a promoção.

Como dissemos, as formas de provimento, de acordo com a Lei nº 8.112/1990, são sete: nomeação, aproveitamento, promoção, reintegração, recondução, readaptação, e reversão. O concursando pensa: nossa, que coisa chata! Cheio de nomes! Sabe o que nós fazemos para memorizar? N A P RE RE RE RE! O que é isso? As iniciais de cada uma das formas de provimento apontadas pela Lei nº 8.112/1990. Fazer o quê? Tem que dar um jeito de lembrar. Tem um mnemônico, olha aí – o Rei Narciso Reformou o Pátio da Amada Rainha Regina – escolham!

Ah, para cada uma das formas de provimento que começam com RE, colocamos uma palavra-chave para memorização. Exemplo: reintegração – palavra chave: DEMISSÃO. Vejamos, então, cada uma delas, apenas deixando de lado a nomeação, já abordada.

O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviçopúblico de servidor que estava em disponibilidade. Disponibilidade não é nada mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da declaração da desnecessidade deste.

O servidor em disponibilidade permanece com remuneração proporcional ao tempo de serviço, conforme estabelece o § 3º do art. 41 da atual Constituição Federal, até o adequado aproveitamento, em cargo com atribuições compatíveis com o cargo anteriormente ocupado.

Já a promoção é o movimento no âmbito de uma mesma carreira, com adição de vencimentos e de responsabilidades, ocorrendo pela mudança de CLASSE. Lembrem-se do que dissemos (item 3.4): a mudança de CLASSES é promoção, enquanto que a mudança de PADRÕES dentro de uma classe é PROGRESSÃO FUNCIONAL.

Não há promoção com relação a cargos isolados, uma vez que estes não compõem uma carreira. A promoção pode ocorrer por merecimento ou por antiguidade (tempo de serviço). Chamamos atenção, ainda, para dois pontos com relação à promoção:

I) muitos doutrinadores criticam a inserção da promoção como forma de provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao cargo público, sendo discutível, DOUTRINARIAMENTE, ver-se a promoção como forma de provimento. Todavia, PARA FINS DE CONCURSO PÚBLICO, não cabe tal discussão, vez que a Lei nº 8.112/1990 coloca, textualmente, a promoção como forma de provimento;

II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, como de técnico para Auditor da SEPLAG, por exemplo. Nesse caso, a hipótese é diferente. Seria uma espécie de “ascensão”, o que é inadmissível, na visão do STF;

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III) a promoção é também uma forma de vacância, prevista no art. 33 da Lei nº 8.112/1990. Atentem para essa informação, uma vez que o examinador adora “brincar” com as formas simultâneas de vacância e de provimento.

A reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação (desfazimento) da decisão pode ser administrativa ou judicial. Mas, vem a pergunta: e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado aonde? Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu cargo de origem (se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade. Interessante anotar que a condição para a reintegração/recondução do servidor público é a ESTABILIDADE. Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/1988 (vejam o § 2º do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei nº 8.112/1990 assegura ao injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens (remunerações, por exemplo) que faria jus.

A recondução ocorre em duas hipóteses – na reintegração doocupante do cargo e na inabilitação de estágio probatório e a palavra-chave é RETORNO AO CARGO ANTERIOR.

A 1ª hipótese já foi abordada acima. No caso da inabilitação em estágio probatório, o inabilitado deverá ter ocupado cargo anterior, no qual já era estável. Desse modo, ao ser inabilitado no novo cargo, deverá retornar ao anteriormente ocupado.

Interessante questão diz respeito à possibilidade da recondução a pedido. Por exemplo, exponha-se a situação: um Auditor do SEPLAG logrou êxito (foi aprovado) no concurso para Analista do TCDF. O Auditor, que já era estável no serviço público distrital, resolve tomar posse e entrar em exercício no cargo de Analista. Posteriormente, descontente com o novo cargo, revolve pedir para ser reconduzido.

Tal situação é juridicamente possível, dado se tratar de um ato menos gravoso do que a reprovação do servidor no estágio probatório, que poderia dar motivo à recondução. Inclusive, esse foi o entendimento perfilhado pelo STF ao apreciar, dentre outros, o RMS 22.933-DF, de 1998. Portando, não há dúvida: reconhece-se o direito do servidor estável à recondução enquanto durar o estágio probatório do novo cargo. Seja pela inabilitação no novo cargo, ou mesmo em razão de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do servidor, ENQUANTO DURA O ESTÁGIO PROBATÓRIO NO NOVO CARGO. Ah: antes que alguém pergunte, o estágio probatório, PELA JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES, tem duração de 36 MESES. O QUÊ???? É, é isso mesmo!

PERGUNTA CAPCIOSA: É POSSÍVEL RECONDUÇÃO ENTRE ESFERAS DISTINTAS DA FEDERAÇÃO? Noutras palavras: servidor público federal passa em um concurso para um cargo estadual, arrepende-se, pede para voltar. Pergunta-se: é possível a recondução do servidor em questão? Resposta difícil...

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Bom, o TCU tem entendido que sim (se forem curiosos mesmo, pesquisem o processo nº 005.514/2004-9 no site do TCU). E a AGU idem. ENTÃO, REGISTREM: NA VISÃO DO TCU/AGU É POSSÍVEL RECONDUÇÃO ENTRE DIFERENTES ESFERAS DA FEDERAÇÃO.

A readaptação trata da possibilidade de recolocação do servidor que tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para esta forma de provimento), física ou sensível (mental), em suas habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo que ocupava. Portanto, por intermédio da readaptação, o servidor será remanejado para um cargo compatível com sua nova situação laboral.

Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de escolaridade compatível etc. Desse modo, não pode um auditor do INSS – cargo de atribuição de nível superior, por exemplo, ser readaptado na condição de motorista – cargo de atribuição de nível médio, com atribuições nitidamente diferenciadas. Ressalte-se que, na hipótese de inexistência de cargo vago, o readaptando exercerá suas atribuições na condição de excedente. ATENÇÃO: EXCEDENTE é diferente de DISPONÍVEL. Excedente, trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remuneração. Disponível não está trabalhando, recebendo, por conseguinte, remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade(APOSENTADO é a palavra-chave. Aposentou, voltou, volta por reversão). A insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a causa que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. Em tal situação, o servidor em processo de reversão deverá ser submetido ao exame da junta médica oficial, a qual, então, deverá declarar que inexiste (insubsistente) o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Por fim, uma última informação: REMOÇÃO e REDISTRIBUIÇÃO (também chamada ‘relotação’) não são formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público, respectivamente.

A remoção é deslocamento do servidor, com ou sem mudança de sede, para desempenhar suas atribuições em outra unidade do mesmo quadro. Redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou não, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou atividade. Ambos não são hipóteses de provimento ou vacância. Vejam dois exemplos, para situarmos a questão:

Na sala de determinado órgão ‘X’, em São Paulo, tem 10 (dez) cadeiras – cargos -, sendo que apenas 7 (sete) existem pessoas sentadas – servidores. No órgão ‘Y’, localizado no Rio de Janeiro, tem 12 (doze) cadeiras, sendo que apenas 10 (dez) estão preenchidas. Assim, o servidor pode ser removido de São Paulo para o Rio de Janeiro, pergunta-se: quantas vagas foram criadas? Quantos servidores entraram? Não houve

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vacância e sequer provimento, exatamente porque o número de servidores permaneceu constante.

Agora, o órgão ‘X’ precisa de novas cadeiras, bom, como vimos, a criação de novas cadeiras (cargos) depende de lei, no entanto, como existem 12 (doze) cadeiras no RJ, que tal deslocar a cadeira, isso mesmo, que tal redistribuir, promover a relotação das cadeiras? Notem que, igualmente, não houve redução ou acréscimo do quantitativo de servidores, não sendo, portanto, o caso de se falar em vacância ou em provimento.

A remoção pode ocorrer de ofício (no interesse da administração) ou a pedido do servidor.

Na remoção de ofício, caso seja necessária a mudança de sede do servidor, este fará jus à ajuda de custo (com um máximo de até 3 remunerações, conforme regulamento), para compensar despesas ocorridas. Na remoção de ofício, fica garantido o direito do servidor e de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga ou de época (cuidado! Instituições congêneres...não tem o filho do servidor, civil e militar, estudante de faculdade particular, direito de matricular-se na Universidade de Brasília ou públicas em geral, em razão da remoção de ofício, a não ser, obviamente, que o curso só seja oferecido pela instituição pública). Notaram que negritamos a expressão DE OFÍCIO neste parágrafo? É que existem outras formas de remoção, que são bem diferentes.

A remoção a pedido pode a ser a critério da administração ou independente do interesse desta. Na primeira hipótese, o servidor faz o pedido e a Administração avalia a conveniência (é ato discricionário). Já remoção a pedido, independente do interesse da administração, ocorre nas seguintes hipóteses:

- Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da administração. Em outros termos, se o cônjuge passou em concurso ou solicita remoção, ele é quem criou o problema (talvez, não queira mais você! Rsrsrs...), não tendo a Administração o dever de removê-lo, assim entende o STJ;

- Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente que viva às suas expensas, sendo que deverá constar do assentamento funcional do servidor;

- Em virtude de concurso de remoção, em que o número de interessados é superior ao número de vagas na unidade de destino.

Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição implicar o exercício de atribuições do servidor em outro município, será concedido um prazo àquele de 10 a 30 dias contados da publicação do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o servidor

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afastado, ou de licença, o prazo aqui referenciado deverá ser contado a partir do término do impedimento.

Ah – e um último detalhe nessa passagem: PODEM BANIR DA VIDA DE VOCÊS, NO QUE SE REFERE À LEI 8.112/1990, A EXPRESSÃO TRANSFERÊNCIA. EM RAZÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE DO INSTITUTO, AO TEMPO EM QUE ELE EXISTIA, O STF DECLAROU A INCONSTITUCIONALIDADE.

Bom, vamos resumir o que vimos nesse item na já famosa tabelinha:

FORMA DE PROVIMENTO RAZÃO/PALAVRA-CHAVE

Nomeação Provimento originário

Aproveitamento Em regra, retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade

Promoção Crescimento na carreira

Reintegração Demissão. Voltou. Reintegrou.

Recondução Voltar ao cargo anteriormente ocupado.

Readaptação Servidor sofreu limitação em sua capacidade de trabalho. Sendo possível, será readaptado.

Reversão O aposentado voltou ao exercício de cargo ativo.

OBSERVAÇÃO: remoção/redistribuição

Não são formas de provimento, e sim de deslocamento de servidor ou cargo

4.3 – POSSE x EXERCÍCIO

A posse, na verdade, “aperfeiçoa” a nomeação, é dizer, sem posse, de nada vale a nomeação. É por isso que se a doutrina diz que se o nomeado não tornar posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado sem efeito. O prazo para a posse é de trinta dias (ops...25 DIAS, a legislação do DF é diferente, Cuidado!), contados da nomeação.

Ah, três informações importantes:

- na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”, mas sim de um termo, no qual são firmados os compromissos do servidor;

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- é possível posse mediante procuração específica (§ 3º, art. 13, Lei 8.112/1990). Ora, se é possível casamento por procuração, claro que pode se tomar posse procuração;

- não se pode confundir posse com exercício. Este último quer dizer começar a trabalhar. Pode não coincidir com a posse. Olhem só o que diz o § 1º do art. 15 da Lei 8.112: É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. Bom, só para registro: o servidor faz jus à remuneração a partir do EXERCÍCIO e não da POSSE, ok? Tem que trabalhar, feliz e infelizmente...CUIDADO!!! O PRAZO DE EXERCÍCIO NO DF É DE 5 DIAS ÚTEIS!!!

E outra: não é possível exercício por procuração, claro. A Ma“Lan”dra passa em um concurso, passa procuração para o BobOnealtrabalhar no lugar dela...rsrs...

Exercício tem uma relação com a posse como se fosse o casamento e a Lua de Mel. É possível casamento (posse...rsrs...) por procuração. Já para a lua de mel (exercício), é bom entrar em exercício. E que ele seja efetivo...rsrs...

Vambora falar de tema bacana. Acumulação.

4.4 – POSSIBILIDADES DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS.

De antemão, registre-se que a regra geral é que se veda a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos, seja na Administração Direta, seja na Administração Indireta. A regra da não-acumulação abrange, portanto, também autarquias, fundações, empresas públicas, e sociedades de economia mista, em quaisquer esferas da federação (União, estados, Distrito Federal, e municípios).

A partir da EC nº 19/98, a regra da não acumulação passou a abarcar as subsidiárias daquelas entidades, bem como as sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público. Por consequência, a presente regra não é impeditiva de ocupações privadas por parte do servidor público, desde que, obviamente, tais ocupações não sejam incompatíveis com o cargo exercido pelo servidor (p. ex.: a Lei nº 8.112/1990 veda a gerência de sociedades empresariais).

Há que se ter um pressuposto para que possa ocorrer a acumulação remunerada: a compatibilidade de horários. Não existindo compatibilidade de horários, toda e qualquer acumulação de cargos/empregos públicos será vedada. A jurisprudência do TCU admite acumulação com jornada máxima de 60 horas, ou seja, um cargo/emprego público de 40 horas + um cargo/emprego público de 20 horas, por exemplo.

Outro ponto a ser levado em consideração diz respeito à observância dos tetos constitucionais remuneratórios, estabelecidos no art. 37, XI, da

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CF, os quais, no caso de acumulação (acima listados), não poderão ser superados. Aguardem, falaremos, a seguir, sobre tetos remuneratórios (geral e subtetos nos Estados).

De acordo com o inc. XVI do art. 37 da CF é permitida a acumulação de cargos e empregos públicos nas seguintes situações:

a) dois cargos de professor;

b) um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Não há maiores controvérsias no que diz respeito à acumulação de dois cargos de professor. Todavia, não é o que se verifica nas duas outras hipóteses.

Há falta de precisão no que se refere à definição de cargo técnico ou científico, o que tem provocado algumas dúvidas na interpretação que se faz da expressão. A despeito das controvérsias, pode-se afirmar que há possibilidade de cargos de nível médio serem tidos como técnicos, desde que as características de seu exercício possam ser entendidas como técnicas.

Como exemplo de cargos de nível médio que podem ser entendidos como de características técnicas citamos: Programador, Técnico de laboratório, Técnico de Contabilidade, Auxiliar de Enfermagem, e desenhista. Cargos de nível médio, cujas atribuições sejam de baixa complexidade, no mais das vezes fazendo parte da rotina administrativo-burocrática do Estado, não devem ser considerados “técnicos ou científicos”, não podendo, por conseqüência, serem acumulados com outro de professor. São exemplos de tais tipos de cargos, de acordo com o parecer H – 194, da extinta Consultoria Geral da República: Agentes Administrativos, Agente de Portaria, etc.

No mesmo sentido, podemos afirmar que não são todos os cargos de nível superior. Exemplo disso: analistas administrativos, de modo geral, que não tenham por atribuição tarefas técnicas, como analistas da área meio (administrativa) de tribunais judiciais. Logo, não cabe cogitar de acumulação neste caso, pois, ainda que se trate de um cargo de professor, o outro não é visto como técnico (o de analista da área meio do tribunal judicial em referência). Nesse sentido, vejam a questão exigida em prova anterior elaborada pelo CESPE:

10 - (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Suponha que Pedro seja professor em uma universidade pública. Nesse caso, ele poderá acumular o seu cargo de professor com um cargo de analista judiciário, área meio, em tribunal regional federal.

Gabarito: ERRADO

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Como o Pedro da questão é analista da área meio, não poderia acumular o cargo com o de professor, como falamos aqui. Daí o erro da questão. Aliás, esse tema de acumulação de cargos e empregos públicos já foi até tema de prova dissertativa. Mas tudo tem seu tempo. Prossigamos, por ora, em nossas análises.

Falemos um pouco do acúmulo de cargo/empregos públicos por parte de aposentados. Havia certa controvérsia doutrinária se estes poderiam, ou não acumular os proventos da aposentadoria com a retribuição pecuniária do cargo, emprego ou função. Tal dúvida foi dirimida, contudo, com a redação dada pela EC 19/98 ao § 10º do art. 37 da CF, que diz:

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Assim, o aposentado pode acumular os proventos recebidos com:

I) a retribuição pecuniária de outro cargo/emprego/função, desde que a hipótese de acumulação fosse permitida caso em atividade estivesse;

II) cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, etc.); e

III) cargos em comissão.

Há que se destacar, ainda, que as hipóteses de acumulação referem-se a DOIS cargos, empregos ou funções públicos. Assim, não se admite o acúmulo de três ou mais cargos/empregos, ainda que algum deles provenha da aposentadoria. Há apenas uma hipótese de acumulação de três cargos, em virtude da norma temporária contida no § 1ºdo art. 17 da ADCT: dois de médico civil, com outro de médico militar. Mas, em concursos públicos, de cinco anos para cá, não temos visto as organizadoras tratarem do assunto.

A vedação à acumulação também não abrange empregos da iniciativa privada, conforme já dito anteriormente.

Outras hipóteses de acumulação permitida são as seguintes:

a) Mandato de Vereador com as vantagens de cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Deve haver, óbvio, compatibilidade de horários, e servidor deve exercer seu cargo;

b) Ministro do TCU com outra função de magistério (art. 73, §3º, da CF/88);

c) Magistrado com uma função de magistério (art. 95, § único, I, da CF 88); e,

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d) Membro do Ministério Público com outra função pública de magistério (art. 128, § 5º, II, d, da CF/1988).

Mais uma vez, vale a lembrança: É VEDADA A ACUMULAÇÃO DE CARGOS/EMPREGOS/FUNÇÕES PÚBLICOS, ADMITINDO-SE TÃO SÓ OS CASOS DE PREVISÃO CONSTITUCIONAL, DESDE QUE HAJA COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS NO EXERCÍCIO DAS OCUPAÇÕES PÚBLICAS.

4.5 – FORMAS DE VACÂNCIA PREVISTAS NA 8.112/1990

DEFININDO... Vacância é a situação em que o cargo público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por alguém. As formas de vacância previstas na Lei nº 8.112/1990 são (art. 33): exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento. ATENÇÃO: a ascensão e a transferência foram expressamente revogadas pela Lei nº 9.527/1997.

Inicialmente, cabe fazer diferença entre exoneração e demissão. Esta última é uma penalidade, prevista na Lei nº 8.112/1990, bem como no Código Penal (inc. I do art. 92 do CP). Já os casos de exoneração não constituem punições, tratando-se de hipóteses específicas, com previsão na Lei nº 8.112/1990 (arts. 34 e 35).

Destaques pertinentes à vacância:

I) Promoção é, a um só momento, vacância, em cargo inferior, e provimento, em cargo superior, no âmbito de uma carreira. Pode ser por antigüidade ou por merecimento. A despeito de muitos doutrinadores criticarem a inserção da promoção como forma simultânea de provimento/vacância, por razões que, com sinceridade, não são importantes para nossas exposições aqui, MEMORIZEM: PROMOÇÃO – FORMA SIMULTÂNEA DE PROVIMENTO/VACÂNCIA;

II) além da promoção, há outra forma simultâneas de vacância/provimento, de acordo com a Lei nº 8.112/1990 (art. 8º e 33): a readaptação. De fato, ao passar pela limitação na capacidade laboral, o servidor é readaptado, caso possível, noutro cargo, compatível com tal limitação, deixando o primeiro vago, ao tempo que provê o segundo;

III) apesar de não ser indicada expressamente na Lei como forma de vacância, a recondução, em decorrência de inabilitação em estágio probatório, é, de acordo com apontamentos da doutrina, forma simultânea de vacância, dado que o servidor deixará vago o último cargo, no qual foi inabilitado, voltando a prover o primeiro. Nessa última hipótese, o servidor, caso estável, deverá ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, provendo-o de forma derivada.

5 – ESTABILIDADE x ESTÁGIO PROBATÓRIO

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Alguém aí já deve ter pensado: ih, lá vem confusão... Essa interminável história a respeito de estabilidade X estágio probatório... Pois é, como a intenção é só facilitar a vida dos amigos, vamos direto ao “âmago”...

Inicialmente, cumpre registrar que o estágio probatório sempre “andou junto” com a estabilidade, a despeito de serem, conceitualmente, figuras distintas.

Estágio probatório é o período a que deve ser submetido o servidor ESTATUÁRIO nomeado para cargo de provimento efetivo. No estágio probatório, a capacidade e a aptidão do servidor para desempenho do cargo são constantemente avaliadas. Podemos dizer que o estágio probatório funciona como um período para confirmação no cargo.

Respondam rápido aí: ser um bom analista judiciário do TJDFT implica, necessariamente, ser um bom auditor do Seplag-DF? A resposta, evidentemente, é não, pois os cargos possuem atribuição distinta. Por isso que a doutrina diz que a cada novo cargo, novo estágio probatório.

A grande confusão quanto ao instituto em estudo é quanto a sua duração: se de 36 meses (em decorrência da EC 19/98, que alterou o período de aquisição da estabilidade), ou se de 24 meses, conforme consta do texto da Lei 8.112/90. Alguns autores afirmam que o estágio probatório é de três anos, e sua transposição é necessária para a aquisição da estabilidade. Em nível federal, a matéria é extremamente confusa. Todavia, em julgados recentes, os tribunais superiores vêm adotando a posição de que o estágio probatório é de 36 meses. Veja como foi cobrado em prova:

Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos é de 24 meses, visto que tal prazo não foi alterado pela Emenda Constitucional n.º 19/1998, que trata apenas da estabilidade dos referidos servidores.

GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIOS – tanto o STJ, quanto o STF tem adotado, como dito, a posição que o estágio probatório tem duração de 36 meses.

E, como dissemos, a posição do STF é a mesma, em tempos recentes: o estágio probatório tem 36 meses de duração.

Um último detalhe: os critérios de avaliação do estágio probatório constam da Lei 8.112, art. 20, e são: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, responsabilidade e produtividade.

Já a estabilidade é a garantia constitucional dada ao servidor ocupante de cargo efetivo, nomeado em virtude de concurso público, quanto à permanência no serviço público após três anos de efetivo exercício.

Na redação original da CF/88, a estabilidade seria adquirida após dois anos de efetivo exercício, apenas com o decurso do tempo, ou seja, a partir de um critério puramente objetivo, em face do mero transcurso do tempo.

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Contudo, após a EC nº 19/1998, para a aquisição da estabilidade são exigidos três anos de efetivo exercício, ao término dos quais deverá procedida avaliação especial de desempenho por comissão especial instituída para esse fim (caput e art. 41 da CF/1988), pelo que, pode-se afirmar, a estabilidade deixou de ser estritamente objetiva, uma vez que depende da mencionada avaliação especial.

Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condições necessárias para aquisição da estabilidade:

I) aprovação em concurso público. Tal condição exclui a possibilidade de aquisição para quaisquer agentes públicos que tenham vínculos empregatícios provisórios ou transitórios junto à Administração Pública, tais como os contratados temporariamente por excepcional interesse público (art. 37, inc. IX, CF/88).

II) nomeação para cargo de provimento efetivo. Tal condição afasta, por exemplo, a aquisição de estabilidade pelos empregados públicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissão.

III) cumprimento de estágio probatório. Só lembrando que o estágio probatório deve ser visto com duração de 36 meses, pelos entendimentos mais recentes dos tribunais superiores.

IV) avaliação especial de desempenho para fins de aquisição de estabilidade (§4º do art. 41 da CF). Assim, o servidor não adquire estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo, deve se sujeitar à avaliação específica para tanto.

Questão interessante surge na possibilidade de a Administração não proceder à avaliação de que ora se trata. Nesse caso, na ausência de avaliação, seria o servidor estável ou não?

A resposta é que o servidor deve ser considerado estável, em razão da avaliação positiva de forma tácita, para efeitos de estabilidade. Ressalte-se que tal avaliação funcional foi criada em favor da Administração. Contudo, não poderia o servidor ser prejudicado pela inércia administrativa. O STF corroborou essa afirmativa ao apreciar o MS 25.543-DF, em 21.8.2003, registrando que a ausência de avaliação de desempenho não afasta a presunção de estabilidade no cargo.

Diferentemente do estágio probatório, a estabilidade é NO SERVIÇO PÚBLICO, noutra clássica afirmação doutrinária.

A CF/1988 fala das seguintes hipóteses de perda de estabilidade:

I) em virtude de sentença judicial transitada em julgado. Esta hipótese é, praticamente, autoexplicativa – uma sentença judicial irrecorrível pode determinar a perda do cargo pelo servidor;

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II) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Hipótese semelhante à anterior, com a diferença é que, neste caso, a via é administrativa;

III) a 1ª, em decorrência de insuficiência de desempenho (inc. III do § 1º do art. 41 da CF), na forma de Lei Complementar a ser editada (norma de eficácia limitada), de âmbito nacional. Devem ser assegurados a ampla defesa e o contraditório, como condição de validade do processo. Não constitui medida punitiva (não é demissão, é exoneração) e atende o princípio da eficiência; e,

IV) em razão de excesso de despesa de pessoal (art. 169, § 3º, CF/1988), caso descumpridos os limites para tal natureza despesa, estabelecidos na Lei Complementar nº 101/2000 (a tão famosa Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF). Contudo, para que, neste caso, a exoneração do servidor estável ocorra, o ente federativo deverá, preliminarmente, ter adotado as seguintes medidas administrativas:

i) redução ao menos em 20% das despesas com cargos em comissão ou funções de confiança; e,

ii) exoneração dos servidores não-estáveis. De acordo com o art. 33 da EC nº 19/1998, os não-estáveis são aqueles admitidos na administração direta, na autárquica e na fundacional, no entanto, sem concurso público de provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outubro de 1983.

Somente se essas medidas prévias não forem suficientes para o reequilíbrio das despesas de pessoal é que se poderá promover a exoneração dos estáveis, em decorrência de excesso de despesa.

Por fim, lembramos que o cargo objeto da redução será extinto, sendo vedada a criação de cargo, de emprego, ou de funções com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos (e nãocinco, cuidado!). O servidor (estável!) fará jus à indenização, correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço (não é contribuição, cuidado!).

Apesar de pouco exigido em concursos públicos, lembramos que a CF/1988, por meio do art. 19 da ADCT, fixou hipótese excepcional de aquisição da estabilidade por parte de certos agente públicos. Tal instituto tem recebido a denominação por parte da doutrina de estabilização constitucional. O referido dispositivo constitucional afirma que devem ser considerados estáveis todos os servidores públicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da Administração Direta e Indireta de Direito Público, que estivessem em exercício há pelo menos cinco anos na data de promulgação da Magna Carta de 88 e que não houvessem sido admitidos na forma estabelecida no art. 37 da CF (por via de concurso público).

O mesmo artigo deixa claro que a regra da estabilização não se aplica aos cargos, empregos e funções de confiança e aos que a lei declare de livre nomeação e exoneração. Não se aplica, também, aos professores de nível superior, nos termos a serem dispostos em lei.

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Aproveitando a passagem, ressaltamos que a vitaliciedade diz respeito a cargos que apresentam maior garantia de permanência a seus ocupantes. Após a aquisição da vitaliciedade, somente por meio de processo judicial poderá ocorrer a perda do cargo pelo vitalício. Podem ser citados como exemplos de tais cargos: o dos Magistrados (art. 95, I, CF); o de membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I, “a”, CF) e dos membros dos Tribunais de Contas (art. 73. §3º, CF).

A vitaliciedade possui várias semelhanças, bem como diferenças, com relação à estabilidade. Contudo, é só atribuída a determinadas categorias de agentes públicos em razão da especificidade das funções que lhes são acometidas, reconhecidas constitucionalmente.

Do mesmo modo que a estabilidade, a vitaliciedade representa garantia de permanência no serviço público, diferindo, contudo, em relação ao processo de perda: a vitaliciedade, após sua aquisição, poderá ser perdida apenas em decorrência de sentença judicial transitada em julgado; já a estabilidade poderá ser perdida, além de judicialmente, por meio de processo administrativo, no qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa ao servidor, além das hipóteses de exoneração tratadas já tratadas acima. Assim, é de se reconhecer que a vitaliciedade, como instituto jurídico, é de mais difícil perda do que a estabilidade.

6 – O SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

6.1 – FIGURAS PECUNIÁRIAS BÁSICAS

A princípio, necessário se faz estabelecer alguns conceitos iniciais.

Em primeiro lugar, ainda que não mencionado no dispositivo acima transcrito, é necessário dizer que vencimento é a retribuição pecuniária recebida pelo servidor em razão do exercício de cargo público, com valor fixado em lei (art. 40, Lei 8.112/90). Corresponde, portanto, à parcela básica devida ao servidor pelo exercício do cargo.

Vencimentos, assim, no plural, seria “espécie de remuneração, e corresponde à soma do vencimento e das vantagens pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo exercício do cargo público”. Esta definição, dada pelo Prof. Hely Lopes, em muito se aproxima do que a Lei 8.112/90 estabelece como remuneração, em seu artigo 40: “Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei”. Por estar contido na norma, ainda que possa sofrer extremadas críticas quanto à imprecisão do conceito, preferimos o conceito dado pela Lei 8.112/90. De toda forma, conforme a doutrina e a jurisprudência dominante, pode-se concluir que vencimentos e remuneração são conceitos equivalentes. Percebem vencimentos, ou remuneração, os servidores estatutários.

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BIZU: A REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR NÃO PODE SER INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO. O VENCIMENTO PODE. A questão é simples quando se vê a redação do art. 41 da Lei 8.112/1990:

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.

A redação, diga-se, incorpora jurisprudência assentada no STF. Durante muito tempo houve discussão se o vencimento ou a remuneração, afinal, o que não poderia ser inferior ao salário mínimo.

Já subsídio é a espécie remuneratória a ser paga em parcela única obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo, bem como a outros agentes políticos (Membros da Magistratura, Ministério Público e de Tribunais de Contas, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais). Também é obrigatório o regime de subsídio para alguns servidores públicos integrantes de carreiras específicas, quais sejam: Advocacia Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados e do DF, servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. É facultativo a adoção do regime de subsídio, ainda, para os servidores organizados em carreira, desde que assim disponha Lei Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso.

Salário, no serviço público, é a retribuição pecuniária paga aos empregados públicos, da Administração Direta ou àqueles que ocupam emprego na Administração Indireta, e a todos aqueles contratados sob a regência da CLT.

Ainda há duas outras figuras pecuniárias que podem ser pagas a servidores, ou dependentes, conforme o caso: os proventos, que, tecnicamente, são a forma de se pagar o aposentado e as pensões, pagas aos dependentes do servidor, em razão do falecimento deste. Mas com relação a estas duas últimas figuras teremos outras informações a apresentar, quando chegarmos ao trecho do sistema previdenciário dos servidores.

Além das figuras acima, podem ser pagas aos servidores gratificações, adicionais e indenizações. As duas primeiras são incorporáveis à remuneração do servidor na forma da Lei. Já as últimas, as indenizações, jamais se incorporam à remuneração. Tendo em conta o objetivo do nosso curso, que é ser o mais objetivo possível, vamos falar das indenizações, que tem mais chance de cair em prova.

As indenizações são devidas ao servidor em virtude de gastos em que este teve de incorrer em decorrência de exigências do trabalho. Nada mais é do que uma restituição desses gastos. São indenizações: ajuda de custo, diárias e auxílios transporte e moradia.

a) Ajuda de custo:

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Destina-se a custear despesas do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com caráter permanente. Ou seja, o servidor público, removido de ofício, tem direito a este adicional.

Esta verba de caráter indenizatório também é devida àquele que, mesmo não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. Exemplo: o sujeito mora no Rio de Janeiro, não é servidor público, mas é nomeado para um cargo em comissão em Brasília. Terá direito à ajuda de custo.

Na remoção de ofício, correm por conta da administração, ainda, as despesas de transporte do servidor, de sua família, bagagens e bens pessoais.

O valor da ajuda de custo deve ser calculado com base no valor da remuneração, não podendo exceder o correspondente a três meses desta. Destaque-se que o servidor será obrigado a restituir o que recebera a título de ajuda de custo caso, de maneira injustificada, não se apresente na nova sede em 30 dias.

À família do servidor que morrer na nova sede é garantida ajuda de custo/transporte para volta à localidade de origem no prazo de um ano contado da data de falecimento.

Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se os membros do casal são servidores e foram removidos, passando, ambos, a ter exercício na mesma sede nova, a ajuda de custo será devida apenas na proporção relacionada a um destes.

b) Diárias:

As diárias destinam-se a indenizar as despesas extraordinárias com alimentação, pousada e locomoção urbana e deve ser paga ao servidor que se afastar de seu local de lotação (sede) em caráter eventual/transitório (o deslocamento pode ser para localidades no Brasil ou exterior).

Aqui cabe um aviso para os amigos que vem da iniciativa privada: normalmente, em empresas privada, quando o sujeito para fazer um trabalho para a empresa, recebe uma “ponta”, uma quantia, para fazer frente às despesas que surjam na viagem, na qual juntam um moooonte de comprovantes e quando retornam, “prestam contas” desse dinheiro. Se sobrar dinheiro, devolve. Se faltar, depois recebe a diferença. No caso das diárias dos servidores, é diferente. O sujeito recebe a diária, se sobrar, é dele a sobra. Se faltar, tem que se virar...

Bom, prossigamos.

Se o deslocamento for exigência do cargo, não serão devidas diárias. Também não serão devidas diárias se o deslocamento ocorrer dentro de uma mesma região metropolitana (ou assemelhada) ou em áreas de controle integrado, mantidas com países limítrofes.

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A diária é, evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo paga pela metade quando o pernoite do servidor não for necessário, ou quando a União custear, de outra modo, despesas que deveriam ser arcadas com diárias.

Não havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno antecipado, o servidor tem 5 dias de prazo para o recolhimento proporcional das diárias.

Ah – antes que alguém pergunte: os valores das diárias pagas aos servidores do Tribunal são bem razoáveis. Dá para fazer frente às despesas de viagem que surgem.

c) Transporte:

Conhecido como "auxílio transporte", é devido ao servidor que utiliza meio de transporte próprio para a execução de serviços externos, em decorrência das atribuições próprias do cargo. Não deve ser confundido com a diária, cujo fundamento jurídico é outro: o afastamento eventual e temporário do servidor com relação ao local de sua lotação.

Aqui no TCU volta e meia a gente recebe valores dessa indenização. É que a gente usa bastante nosso próprio veículo, o carro, para fazer auditorias. Desse modo, passa a ter direito a essa indenização.

d) Auxílio Moradia (arts. 60-A a 60-E e art. 158, todos da Lei 8.112/90):

Esta é a indenização mais nova na 8.112/90.

O auxílio moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor

Para concessão do presente adicional, deverão ser atendidos os seguintes requisitos previstos no art. 60-B da Lei 8.112/90:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município, onde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

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IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, onde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

Já o art. 60-C estabelece que “o auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a oito anos dentro de cada período de doze anos, ainda que o servidor mude de cargo ou de Município de exercício do cargo”. Assim, a cada doze anos, independente do município de sua lotação, o servidor só faz jus ao auxílio-moradia por um período máximo de oito anos. Após o transcurso do período citado (doze anos), o pagamento do auxílio moradia pode ser retomado, desde que cumpridos, reitere-se, os requisitos do art. 60-B, transposto acima.

O valor do auxílio-moradia é limitado a vinte e cinco por cento do valor do cargo em comissão ocupado pelo servidor e, em qualquer hipótese, não poderá ser superior ao auxílio-moradia recebido por Ministro de Estado, sendo que, até 30 de junho de 2008, o valor será de R$ 1.800,00.

Por fim, no caso de caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.

Essa parte de indenizações é meio “decorebol” mesmo. Mas o mais importante é perceber que as indenizações não se incorporam, JAMAIS, na remuneração do servidor, ok?

6.2 – FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES E REVISÃO GERAL

Tanto os vencimentos quanto os subsídios, para sua fixação e alteração, terão de ser objeto de lei (ordinária) específica, que somente trate desse assunto. Tratando de remunerações, deve ser respeitada a iniciativa privativa de cada poder, sendo que, para os cargos componentes da estrutura de cada Poder, caberá:

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a) No caso do Executivo, a iniciativa deverá ser do Presidente da República;

b) Para os cargos da Câmara dos Deputados, a iniciativa é privativa desta Casa. A regra também vale para o Senado Federal;

c) No Judiciário, a competência é privativa de cada Tribunal (art. 96, II, b, CF/88).

Evidencia-se que as regras acima valem para os cargos públicos, ou seja, valem para a fixação dos vencimentos (remuneração) de tais cargos. Para a fixação dos subsídios de determinados agentes, há regras específicas, a saber:

a) A fixação do subsídio dos Ministros do STF deve estar contida em lei de iniciativa dessa Corte. Não mais existe, assim, a necessidade de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF para a fixação dos subsídios. O Projeto de Lei que proceda a essa fixação deve ser submetido à sanção ou veto do Presidente da República;

b) A fixação do subsídio dos Deputados Federais, dos Senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado é de exclusiva Competência do Congresso Nacional, não sendo o Projeto de Lei decorrente submetido à sanção/veto do Presidente da República.

Assegura-se a revisão geral anual das remunerações e subsídios pagos aos agentes públicos, para todos, na mesma data e sem distinção de índices (art. 37, inc. X). Tal revisão constitui direito dos servidores e não pode ser confundida com revisões específicas, levadas a efeito de forma a reestruturar ou implementar melhores estipêndios a carreiras determinadas. A revisão geral trata-se de um reajustamento genérico, arrimado, em essência, na perda do poder aquisitivo por parte do servidor em decorrência do processo inflacionário; a revisão específica alcança apenas carreiras, ou cargos, com o fito de readequar a remuneração paga a estes a servidores a níveis condizentes com as atribuições exercidas.

A revisão remuneratória geral dos servidores é dever inarredável por parte dos governos de todas as entidades da federação. O STF, ao apreciar diversas ADin’s, já se pronunciara pela inconstitucionalidade por omissão quando se verifica a ausência de lei que determine a revisão geral das remunerações dos servidores. No que se refere à esfera federal, o STF manifestou-se pela mora legislativa, de responsabilidade do Presidente da República, o qual houvera deixado de apresentar o Projeto de Lei necessário à revisão geral das remunerações dos servidores federais (vide ADIn 2.061-DF).

6.3 – TETOS REMUNERATÓRIOS

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Tetos remuneratórios, assunto sempre polêmico! Mas, sem medo, vamos “enfrentá-lo”, tentando ser o mais preciso possível.

“Teto” é o valor máximo que pode ser pago a servidores (em sentido amplo), a título de remuneração/subsídio. O assunto consta do longo inc. XI do art. 37 da CF, o qual é responsável por fixar o teto remuneratório dos servidores públicos, de modo geral:

A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais, ou de qualquer natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e Distrito Federa, o subsídio do Governador, no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores.

Diversas conclusões podem ser extraídas de tal trecho constitucional. Em primeiro lugar é que cada um dos entes da federação possui um teto específico, instituído da seguinte forma:

a) em âmbito federal, o teto é único, e corresponde ao subsídio dos Ministros do STF;

b) em âmbito estadual, os limites remuneratórios são diferenciados por poder, perceba:

No Executivo dos Estados, corresponde ao subsídio do Governador;

No Legislativo dos Estados, ao subsídio dos deputados estaduais e distritais.

Quanto ao Judiciário, na ADIn 3854 o STF fixou um entendimento bastante interessante e importante para fim de concursos públicos. A Corte Constitucional entendeu que, por se tratar de um poder uno, aos membros do Judiciário (Membros de Tribunais Judiciais, Juízes) aplica-se o teto único, correspondente ao subsídio dos Ministros do STF. Mas, ATENÇÃO: ESSE TETO É O QUE VALE PARA OS

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MEMBROS DO JUDICIÁRIO, MAS NÃO PARA OSSERVIDORES DAQUELE PODER. Para estes últimos, em nosso entendimento, a partir da leitura da citada ADIn 3854, continua a valer o teto fixado na CF/1988, ou seja, suas remunerações não podem ser superiores a 90,25% do subsídio dos ministros do STF;

em âmbito municipal, o teto também é único e equivale ao subsídio recebido pelo Prefeito do Município.

Nos três casos acima, a aplicabilidade do teto remuneratório é imediata, em razão do que estatui o art. 17 do ADCT, com redação dada pela EC nº 41/2003, em que se determina que os vencimentos, a remuneração, vantagens e adicionais, assim como os proventos de aposentadoria, sejam reduzidos aos limites estabelecidos, não se admitindo, na situação, invocação de direito adquirido.

Inclui-se, para efeitos de consideração de teto, toda e quaisquer vantagens remuneratórias recebidas, incluindo-se vantagens pessoais. As indenizações (diárias, ajuda de custo e transporte, por exemplo), contudo, não são computadas para efeitos de teto, nesse sentido, a EC n.º 47/2005 foi expressa ao considerar parcela extrateto as verbas de caráter indenizatório.

É de se destacar, também, que os subsídios dos Ministros do STF não podem ser ultrapassados, em regra: é um teto intransponível, portanto. Contudo, nada impede que subsídios de prefeitos e governadores igualem o recebido por aqueles Ministros. Já os Deputados Estaduais/Distritais jamais receberão sequer igual aos membros da Corte Suprema. De fato, o art. 27, §2º da CF estatui que o subsídio dos deputados estaduais/distritais será de, no máximo, 75% do que recebe um deputado federal. Como este último poderia receber subsídio, no máximo, igual ao de um Ministro do STF, tem-se que os deputados estaduais recebem, também no máximo, 75% do teto da União, que é o citado subsídio dos Ministros da Egrégia Corte.

Ressalte-se, ainda, que só serão limitados com base no teto constitucional os salários dos empregados públicos das empresas públicas, sociedades de economia mista, bem como de suas subsidiárias, caso tais entidades recebam recursos da União, dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, §9º, CF), é aquilo que a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF denomina entidades estatais dependentes.

6.4 – EQUIPARAÇÕES E VINCULAÇÕES

O inciso XIII do art. 37 da CF estabelece: é vedada vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Vejamos com mais detalhe o sentido das expressões VINCULAR e EQUIPARAR, a partir de apontamentos doutrinários.

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Equiparar significa a previsão, em lei, de remuneração igual à de determinada carreira ou cargo, enquanto que vincular não significa remuneração igual, mas atrelada a outra, de sorte que a alteração da remuneração do cargo vinculante provoca, automaticamente, a alteração prevista para o cargo vinculado.

É considerada vinculação, também, a subordinação da alteração remuneratória a índices, tais como os de inflação, de arrecadação orçamentária, de reajuste do salário mínimo ou de correção monetária, como no item que analisamos.

No que diz respeito à proibição de vinculação a índices de correção monetária, a atual orientação é pacífica, em virtude da Súmula 681 do STF, que diz: é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

MAS, ATENÇÃO: há hipóteses constitucionais admitidas de vinculação/equiparação. Nesse caso, não há dúvida quanto à legitimidade da imposição, dado que o ordenamento jurídico guarda origem na Carta Maior. Citem-se, a título de exemplo, as seguintes situações:

a) Os Ministros do Tribunal de Contas da União, equiparados aos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, no que se refere a garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens (CF, art. 73, §3º);

b) Os subsídios dos Ministros do STF servirão de base (vinculação) para a fixação do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores (inc. V, art. 93 da CF/1988).

Em síntese: EQUIPARAR/VINCULAR REMUNERAÇÕES OU SUBSÍDIOS NÃO É POSSÍVEL, SALVO SE TAIS EQUIPARAÇÕES/VINCULAÇÕES CONTAREM COM PREVISÃO CONSTITUCIONAL.

Outra relevante questão quanto aos servidores públicos é sobre a irredutibilidade de subsídios e vencimentos, direito hoje constitucionalmente garantido, por força do inc. XV do art. 37 da CF/1988. Tal direito que, a princípio, poderia dar impressão de ser limitado aos cargos públicos, também deve ser estendido aos ocupantes de empregos públicos – que recebem salários, e, ainda, a cargos em comissão e funções gratificadas.

Deve-se ler o direito à irredutibilidade como vedação à redução DIRETA dos vencimentos. De fato, não são resguardados os vencimentos e subsídios quanto à possibilidade INDIRETA de redução, tal como na incidência de novos impostos ou do aumento da inflação. O direito em exame não abrange, todavia, adicionais e gratificações devidas por certas circunstâncias, muitas vezes de natureza transitória, que possam ser absorvidas por conta de vencimentos mais elevados, tal como na implantação de novos planos de carreira. O que se obstrui é a redução do TODO da remuneração, mas não a incorporação dessas parcelas transitórias.

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No caso de mudança de regime jurídico de um agente público também se garante a irredutibilidade dos valores que recebia anteriormente. Assim, caso um servidor “celetista” seja transposto para o regime estatutário, a sua remuneração não poderá ser inferior ao salário de seu emprego.

Por fim, mais uma interessante questão diz respeito à possibilidade de redução de parcelas indevidamente recebidas pelos servidores públicos. O citado inc. XV autoriza a imediata redução dessas figuras remuneratórias. Realçamos, ainda, a alteração do inc. XIV do mesmo art. 37, hoje com a seguinte redação:

Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

Pela redação antiga do dispositivo, vedava-se o cômputo dos acréscimos para concessão de acréscimos posteriores sob idêntico fundamento, o que poderia implicar, por exemplo, o cômputo desses acréscimos para concessão de outros, sob fundamentos diversos, era o que a doutrina denominava efeito ‘cascata’ ou ‘repicão’.

Contudo, pela nova redação do inc. XIV, não há mais dúvida: toda e qualquer vantagem pecuniária percentuais ou calculadas com base em referências – sobretudo adicionais e gratificações – deve ter como base de cálculo o vencimento básico, excluindo-se, por conseguinte, outras figuras remuneratórias da base de incidência para o novo acréscimo.

Acrescentamos ainda que, por ser de norma de eficácia plena, o inciso XV permite a imediata redução das parcelas remuneratórias indevidamente concedidas, respeitado, óbvio, o devido processo legal.

7 – SISTEMA DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

7.1 – AS “3 RESPONSABILIDADES”

Cargos públicos devem ser exercidos com normalidade, ou seja, dentro dos limites da Lei. O indevido exercício do cargo levará o seu ocupante, o servidor, a responder pelas infrações cometidas. Conhecidamente, a responsabilização do servidor pode ocorrer em três esferas: civil (prejuízo material), penal (crimes e contravenções) e administrativa, de acordo com o caso.

Estas esferas, com as respectivas penalidades, ainda que independentes, poderão ser cumulativas, é dizer, um servidor que tenha sofrido uma sanção na esfera administrativa poderá também ser apenado cível e penalmente, em razão de um mesmo fato. Destrinche-se essa última assertiva, tendo em conta, sobretudo, a apuração criminal.

A absolvição penal negando a autoria do crime ou a afirmando ainexistência do fato interfere nas outras duas esferas (civil e

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administrativa). Por que a esfera criminal repercute nas demais? Isso se deve à apreciação das provas na esfera criminal, que é muito mais ampla, mais minudente. De fato, o Juiz criminalista é o mais cuidadoso possível na condução do processo de sua competência e na aplicação da pena de sua alçada, até tendo em conta que as penas “capitais” em nosso país, praticamente, vêm da esfera criminal (não há prisão por dívida/civil no Brasil, salvo aquele caso “bobo” que o examinador não coloca mais em prova: não pagamento de pensão alimentícia). De toda forma, se na esfera criminal houve a absolvição por insuficiência de provas, o resultado não interfere nas demais instâncias, nas quais se poderia muito bem aplicar punições ao servidor infrator. Um pequeno exemplo simplifica.

Suponhamos que haja desaparecido um note book na Secretaria de Fazenda. Feita a denúncia criminal e instaurado o processo judicial, o Juiz responsável absolve o potencial infrator, pela falta de provas cabais que levem à conclusão de aquele servidor seria, efetivamente, o culpado. A situação, que não é tão rara, ocorre, no essencial, por conta de dois princípios: em dúvida, em benefício do réu; e, todos são inocentes até que se PROVE o contrário. Desse modo, havendo dúvida se o servidor seria, ou não, culpado, resta ao Juiz absolvê-lo. Pois bem. Instaurado um processo administrativo (de natureza disciplinar, ressaltamos), a Administração estaria impedida de aplicar uma punição ao faltoso? NÃO. Por exemplo: adverti-lo, em razão de não ter guardado o equipamento em local adequado, no qual ficasse fora do alcance de pessoas mal intencionadas. Em suma: é possível punição administrativa no caso de absolvição criminal POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS, até em razão mesmo da natureza das punições administrativas, bem mais “leves” que as criminais.

Alguns autores gostam de chamar essa situação de “resíduo administrativo”: a infração potencial não poderia ser punida criminalmente, ante a insuficiência de provas para tanto, mas poderia ser punida administrativamente, desde que haja provas para tal fim. Desnecessária, portanto, a conclusão (ou sequer a instauração) de processo criminal para que uma eventual punição administrativa seja aplicada a um servidor faltoso.

Há muita controvérsia doutrinária a respeito da CONDENAÇÃO na esfera penal. A controvérsia está em saber se sentença condenatória, afinal, repercute, ou não, na esfera administrativa. No entendimento majoritário da doutrina, não influência direta da esfera penal, nessa hipótese (condenação). Desse modo, caso o judiciário condene o servidor, a sentença deverá especificar, se for o caso, qual os efeitos na esfera administrativa que irão ocorrer.

A responsabilização civil pressupõe que houve um prejuízo material causado a alguém e tem por fim a reparação do dano. No caso de falecimento do servidor que houver proporcionado o prejuízo, a obrigação de ressarcir se estende aos herdeiros (sucessores) até o limite do valor da herança recebida. ATENÇÃO: ainda não chegamos à matéria, mas bom registrar, desde logo, que o SERVIDOR responde subjetivamente, ou seja, só ser culpado (em sentido amplo, envolvendo dolo e culpa) pelo prejuízo causado a alguém.

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Já a responsabilidade da Administração Pública PODERÁ SER OBJETIVA, caso enquadrada nos casos preceituados no § 6º do art. 37 da CF/88, que ainda carece de aprofundamento. É cedo para adentrarmos o assunto com mais detalhamento, pois teremos aula própria para tratá-lo.

A responsabilização administrativa decorre de infrações da mesma espécie, conforme previsão em norma, no nosso estudo, em especial, a 8.112/90, a qual indica as seguintes punições como passíveis de serem aplicadas aos servidores por ela regidos (art. 127):

a) Advertência;

b) Suspensão;

c) Demissão;

d) Destituição de cargo em comissão ou função comissionada; e,

e) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade

Duas informações finais, antes de cuidarmos das penas que podem ser aplicadas aos servidores:

I) Para os servidores públicos, demissão é punição. Assim, quando alguém não deseja mais permanecer no cargo, não pedirá demissão, mas sim exoneração; e,

II) A exoneração não é um ato punitivo, mas tão só uma forma de vacância prevista na Lei 8.112 (arts. 33 e 34 – leiam). Assim, servidor regido por esta norma não pode ser punido com exoneração, vez que não se trata de punição.

Bom, agora vamos fazer aquilo que “concurseiro” gosta: esqueminha. Olha só, o trecho abaixo sintetiza o que há de mais importante no que diz respeito às punições aplicáveis aos servidores. Então, bastante atenção, ok? Mas, explicando um pouco mais o esquema.

Natureza quer dizer qual a gravidade da punição. A mais leve é a advertência, a mais pesada é a demissão.

Para servidor diz respeito a quem pode receber a punição em questão.

Prazo de prescrição é em quanto tempo a punição prescreve. Mas, ATENÇÃO PARA A CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL – de acordo com a 8.112, a prescrição começa a correr QUANDO O FATO SE TORNA CONHECIDO!!!! (e não da ocorrência do fato. Confiram no art. 142 da 8.112).

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Instrumento de apuração refere-se a qual tipo de processo deve ser utilizado para apurar, e, sendo o caso, punir a infração. Falaremos logo a seguir sobre esses processos.

Autoridade competente para aplicar: quem pode aplicar a pena.

Registro em assentamento: indica quando a punição deve ser “inscrita na ficha” do servidor punido. Tal observação deve ser lida em conjunto com o cancelamento do Registro: caso o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar no período indicado nessa observação, voltará a ser “primário”, isto é, a infração será “apagada de sua ficha”.

Por fim, principal consequência, que é expressão autoexplicativa. Vambora, então, para ver logo essas punições.

a) Advertência:

- Natureza: leve

- Para servidor: Efetivo e não efetivo

- Hipóteses de Infração: descumprimento do art. 117, inc. I a VIII e XIX (recusa de atualização de dados cadastrais)

- Prazo de Prescrição: 180 dias;

- Instrumento de Apuração: Sindicância

- Autoridade competente para aplicar: chefe da repartição ou outras autoridades previstas em regulamento

- Registro em Assentamento: Sim

- Cancelamento do Registro: 3 anos de efetivo exercício, caso o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar no período.

- Principal consequência: Penalidade de Suspensão, no caso de reincidência no período de 3 anos.

OBS: a mais branda das penalidades.

b) Suspensão

- Natureza: grave.

- Para servidor: efetivo, apenas

- Hipóteses de Infração: as mesmas de advertência, no caso de reincidência.

- Prazo de Prescrição: 2 anos (contados do conhecimento do fato, denúncia formal)

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- Instrumento de Apuração: Sindicância, para um máximo de 30 dias. Processo Administrativo Disciplina (PAD) nos demais casos.

- Autoridade competente para aplicar: até 30 dias – chefe da repartição ou outras autoridades previstas em regulamento. Mais de 30 dias, autoridade superior à chefia imediata.

- Registro em Assentamento: sim

- Cancelamento do Registro: após 5 anos.

- Principal consequência: suspensão da contagem do tempo de serviço; cancelamento da remuneração.

OBS:

- Limite máximo de 90 dias. Havendo conveniência, poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração. O servidor deverá permanecer em atividade. (ATENÇÃO: MULTA, DECORRENTE CONVERSÃO DA SUSPENSÃO, NÃO É PENALIDADE AUTÔNOMA! Ou seja, o servidor não pode, com base na 8.112, ser multado. Pode ser SUSPENSO, e a suspensão, a critério da Administração, convertida em multa)

- Servidor que se recusa a submeter a exame médico: caso específico de suspensão (15 dias).

c) Demissão:

- Natureza: Gravíssima

- Para servidor: efetivo

- Hipóteses de Infração: art. 132.

- Prazo de Prescrição: 5 anos;

- Instrumento de Apuração: PAD

- Autoridade competente para aplicar: Os Chefes de Poder, por assim dizer.

- Registro em Assentamento: Sim.

- Cancelamento do Registro: não haverá.

- Principal consequência: quando ocorrer no caso de “a bem do serviço público” (hipóteses dos incs. I, IV, VIII, X e XI, art.132) impedem o servidor de retornar ao serviço público para sempre (na mesma esfera). Há quem diga ser inconstitucional por importar pena de natureza perpétua.

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OBS:

- a cassação da aposentadoria ou da disponibilidade aplica-se ao inativo que tenha praticado, na atividade, falta punível com demissão

- a destituição de cargo em comissão será aplicada nos casos de fatos puníveis com suspensão ou demissão.

Bom, vejamos os processos que podem ser utilizados para punir o servidor público: a sindicância e o Processo Administrativo Disciplinar – PAD.

7.2. MEIOS DE APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR – SINDICÂNCIA x PAD

As sindicâncias e os PAD’s podem ser entendidos como os instrumentos administrativos destinados a apuração das eventuais infrações cometidas por servidores públicos, desde que tais infrações sejam praticadas no exercício das atribuições do cargo ou relacionadas a estas.

Como nos demais processos, sempre que for necessário, haverá contraditório/ampla defesa.

Destaque-se que no transcurso do PAD – bem como da sindicância – deve-se buscar, sempre, a verdade material (ou real). Assim, o julgamento deverá ser proferido com base naquilo que REALMENTE ACONTECEU, e não apenas nas provas constantes dos autos. Em outras esferas, como na civil, por exemplo, o julgamento deve se ater ao vislumbrado nos autos, ou seja, à verdade processual ou formal.

No que diz respeito à produção de provas, vale a regra geral de que incumbe a quem acusa provar a veracidade de suas afirmações, ou seja, como a Administração é quem está acusando o servidor do cometimento de alguma infração, cabe a esta provar a verdade de suas afirmações.

Conforme dispõe o art. 143 da 8.112, a autoridade que tomar conhecimento de eventuais irregularidades cometidas por servidores públicos deverá adotar as medidas necessárias com vistas à imediata apuração, por meio da SINDICÂNCIA ou do PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. Se não proceder assim, a autoridade estará agindo de maneira incorreta e poderá acabar, ela, a própria autoridade, sendo responsabilizada, em razão de omissão de dever (de determinar a instauração do processo).

Por oportuno, tracemos as principais distinções entre o PAD e a sindicância.

Em regra, a sindicância constitui mero procedimento investigatório, equivalente ao inquérito policial, sem a formalização de

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acusação. Contudo, a Administração pode vir a aplicar penalidade a servidor por meio de sindicância. Mas, para tanto, deve abrir ao implicado prazo para apresentação de defesa. A sindicância difere do inquérito policial neste aspecto: neste último, o investigado não pode ser punido NO inquérito; já na sindicância, o investigado pode acabar vindo a sofrer punição no processo em si.

Normalmente, a sindicância é instaurada para apuração de infrações de menor gravidade, que impliquem aplicações de penas de advertência ou de suspensão, esta com prazo de até 30 dias. Não cabe tal tipo de processo, portanto, para aplicação da pena de demissão ao servidor. A sindicância é vista pela doutrina como um processo mais célere e simples que o PAD.

Os resultados possíveis da sindicância:

I) arquivamento do processo;

II) aplicação direta das penalidades de advertência ou de suspensão de até 30 dias; e,

III) instauração de PAD, quando for o caso da aplicação de penalidade mais grave. Nesta última hipótese, os autos (documentos) da Sindicância integrarão o PAD, como peça informativa daquele. Isso se dá, dentre outras razões, por economicidade processual: para que começar a fazer tudo de novo, se é possível o aproveitamento do que já foi feito.

Observamos que, todavia, a sindicância não constitui etapa do PAD, nem deve precedê-lo obrigatoriamente. Assim, determinada apuração pode ser iniciada diretamente com um PAD. Basta que a Administração conclua que o ilícito administrativo é grave o suficiente para a instauração do PAD.

O prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias, prorrogável por igual período, a critério da autoridade superior.

Feitos os esclarecimentos quanto à sindicância, vamos ao PAD, tema sempre presente em provas em concursos Fiscais.

O PAD é o meio legal utilizado pela Administração para a aplicação de penalidades por infrações mais graves cometidas por servidores. A instauração do PAD será necessária para a aplicação das penalidades de demissão, cassação de aposentadoria /disponibilidade, destituição de cargo em comissão/função comissionada ou aplicação de suspensão com período superior a 30 dias. É dividido em três fases, que podem ser assim sintetizadas:

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PAD

As fases do PAD são três, portanto: instauração, inquérito e julgamento. De sua parte, o inquérito se subdivide em três fases: instrução, defesa e relatório. O PAD tem duração de até sessenta dias, permitida sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias exigirem.

Vejamos, em detalhes, como se desdobram estas fases (e subfases, no caso do inquérito).

A instauração do PAD ocorre com a publicação da portaria de designação da Comissão encarregada de proceder à investigação. Referida comissão será integrada por três servidores estáveis, designados pela autoridade competente, a qual indicará, dentre esses membros, o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível que o acusado, ou ter nível de escolaridade também igual ou superior ao acusado.

BIZU: EM LICITAÇÕES, AS COMISSÕES SÃO DE NO MÍNIMOTRÊS E NOS PAD AS COMISSÕES SÃO DE TRÊS SERVIDORES. Atentem para essa informação.

Não podem participar da comissão, seja de inquérito ou de sindicância, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até 3o grau.

As reuniões e audiências a serem realizadas pelas comissões terão caráter reservado, e, sempre que for necessário, a comissão ficará dedicada em tempo integral aos seus trabalhos (os membros podem ter seu ponto dispensado, até a entrega final do relatório).

O inquérito, como visto, divide-se em três subfases: instrução, defesa e relatório.

A Instrução é a fase essencialmente investigatória do PAD. Nela será levantado o maior número possível de fatos, evidências, provas, enfim, tudo que possa confirmar ou desconstituir as acusações que recaem sobre o servidor. Assim, na instrução serão realizadas, caso necessário, diligências, tomar-se-ão depoimentos, serão promovidas acareações, etc. Podem ser solicitados, ainda, laudos periciais, sendo que o pedido de perícia somente deverá ser aprovado pelo Presidente da comissão caso o fato a ser comprovado dependa de conhecimento técnico especializado. De qualquer forma, nada impede que o acusado faça questionamentos quanto à prova

Instauração

Inquérito

Julgamento

Instrução

Defesa

Relatório

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pericial produzida, haja vista a possibilidade de o investigado acompanhar todo o processo, pessoalmente, ou por intermédio de procurador, que não precisa ser necessariamente advogado.

Não há necessidade de o PAD ser antecedido por uma sindicância. Contudo, caso tal situação ocorra (ter uma sindicância antes do PAD), os autos da sindicância (informações, provas) serão juntados ao PAD como peça informativa.

É de se destacar que, no inquérito (especificamente,na instrução), poderão ser arroladas testemunhas, que devem ser ouvidas separadamente, com seus depoimentos reduzidos a termo (transcritos). Na ocorrência de depoimentos contraditórios, a comissão pode promover acareações entre aquelas que se contraditaram.

Depois de ouvidas as testemunhas, deve-se ouvir o(s) acusado(s), devendo ser observadas as mesmas regras válidas para as testemunhas (depoimentos em separado, reduzidos a termo).

Após ouvir as testemunhas e os acusados, a comissão terá que, com base nos elementos probatórios, decidir se o servidor será indiciado ou não. Caso decida pela indiciação, a comissão deverá promover a citação do servidor, que nada mais é que o seu chamamento oficial, para que apresente sua defesa. Caso o indiciado se recuse a apor o ciente na cópia da citação, a data deverá ser declarada em termo próprio pelo membro da comissão que promoveu a citação, com a assinatura de duas testemunhas. Quando o servidor estiver em lugar incerto e desconhecido, a citação será promovida por meio de edital, publicado no Diário Oficial e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido do servidor. Como o servidor estaria em local incerto? No abandono de cargo!

Caso a comissão conclua que a infração cometida configura ilícito penal, cópia dos autos deverá ser remetida ao Ministério Público, para que este impetre a devida ação criminal contra o servidor, caso entenda necessário.

A Defesa é a segunda subfase do inquérito. São os seguintes, os prazos para apresentação da defesa (contados do ciente do servidor, ou da lavratura do termo, quando o indiciado se recuse assinar):

- 1 indiciado: 10 dias.

- Mais de 1 indiciado (não importa quantos): prazo comum de 20 dias, contados da data da ciência do último acusado.

- O prazo para apresentação de defesa pode ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente da comissão, caso sejam necessárias diligências indispensáveis para a preparação da defesa. Ou seja: aos 10 dias firmados no caso de 1 acusado, podem ser acrescidos mais 20 de prorrogação, por exemplo.

- Para a citação por edital, o prazo para apresentação de defesa é diferenciado: será de 15 dias, contados da publicação do edital.

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Contudo, o acusado pode optar por não apresentar defesa. A esse fato, de não apresentação de defesa, dá-se o nome de revelia. Em face do princípio da verdade material, a revelia produz efeitos diversos daqueles verificados na órbita do processo civil, no qual são tidos por verdadeiros todos os fatos invocados contra o acusado revel, o que equivaleria, praticamente, a uma confissão por parte deste.

No PAD, caso o indiciado opte pela revelia, a Administração deverá designar um defensor dativo (necessário, obrigatório) para o servidor. Tal defensor deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter, ainda, nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado (§2º do art. 164 da 8.112/90). No PAD, Não há nenhuma presunção legal de culpa contra o revel, e a defesa será sempre obrigatória, em face das disposições da Lei.

O Relatório é a última subfase do inquérito. Sucede a defesa e deverá conter um resumo com os principais pontos dos autos, nos quais a acusação baseou sua opinião. A principal característica do relatório é a sua definitividade, ou seja, a comissão deve expressar opinião precisa quanto à responsabilidade do servidor quanto aos fatos apurados. Não pode haver relatório de comissão do tipo: “pode ser, mas pode também não ser...”.

Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão deve indicar o dispositivo legal transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Com o fim da fase de relatório, encerram-se os trabalhos da comissão, devendo o relatório ser encaminhado à autoridade competente para o julgamento.

O julgamento é a fase final do PAD e deverá ser proferido pela autoridade competente no prazo de vinte dias contados do recebimento do processo. De toda forma, o não cumprimento do prazo não leva à anulação o processo. Implica dizer: o prazo é dito impróprio, ou seja, o julgamento fora do prazo (a destempo) não resulta na nulidade do processo.

O relatório produzido na fase de inquérito não vincula, de forma absoluta, a autoridade que proferirá a decisão. A lei fala que a autoridade deverá acatar o relatório produzido, salvo se a sua conclusão for contráriaàs provas nos autos. Desse modo, no caso de discordância, há necessidade de a autoridade expor os motivos que levaram à opinião com relação ao relatório produzido pela comissão na fase de inquérito, podendo, assim, agravar, reduzir, ou mesmo isentar o servidor da responsabilidade levantada. Assim, resolvida a questão: a autoridade pode, sim, agravar a pena que lhe é SUGERIDA pela comissão. Não fosse assim, não seria “autoridade” e cumpriria à própria comissão julgar. O “grau’ da autoridade responsável pelo julgamento varia conforme a gravidade da conduta, conforme o art. 141 da 8.112, de 1990.

Por fim, uma instigante questão surge na seguinte hipótese: e se [o velho bom “e se”] o investigado ocupar uma posição relevante no órgão, de forma que, em razão de tal posição, possa vir a interferir no curso das investigações? Neste caso, a 8.112 dá a possibilidade do afastamento preventivo do servidor, que pode ser determinado pela autoridade

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instauradora do processo para que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade. O prazo de tal afastamento será de ATÉ 60 dias, sem prejuízo da remuneração, podendo ser prorrogado por igual período. Observaram que o prazo do afastamento preventivo coincide com o do PAD? Fácil de memorizar...

Destacamos que o afastamento em questão não constitui medida punitiva, mas CAUTELAR, logo, não há prejuízo quanto à remuneração do servidor durante o período do afastamento.

7.3 – O PAD – HIPÓTESES DE RITO SUMÁRIO

Há situações em que o PAD é “rapidinho”, ou seja, em rito sumário – PAD/RS, que conta com previsão no art. 133 da 8.112.

O PAD/RS é adotado em três hipóteses:

I) acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas: neste caso, para que o processo seja regido pela Lei 8.112 há que se ter SEMPRE um cargo também regido pela norma. Ressaltamos que, após a detecção da acumulação irregular, o servidor será notificado para que faça opção pelo cargo em que permanecerá. Fazendo a opção até o último dia para a apresentação de defesa, o servidor será visto como de “boa-fé”, e o desligamento do cargo ocupado irregularmente será tido como pedido de exoneração. O que? O sujeito é pego com a “boca na botija” [em acumulação indevida], daí, se fizer opção por um cargo, caracteriza a boa-fé e fim? Que brincadeira é essa? Pois é, gente, não é brincadeira, é a lei... e não adianta nós criticarmos, é o que está na Lei (vejam o § 5º do art. 133);

II) abandono de cargo: configurada pela ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. Ressaltamos que, nesta hipótese, além do ilícito administrativo há um crime configurado (art. 323 do Código Penal). Todavia, a informação de que se trata de um crime, para nosso curso, é irrelevante, pois não deve cair Direito Penal esse ano no concurso (e alguns de imediato devem ter dado graças! Rsrsrsr...). Basta que fixemos que o abandono de cargo é hipótese de PAD/RS e demissão;

III) inassiduidade habitual: configurada pela falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. ATENÇÃO: doze meses não corresponde, necessariamente, a 1 ano. Explicamos. De 1º de abril a 31 de maio são doze meses, por exemplo. Se nesse período o servidor regido pela 8.112 faltar por sessenta dias (ou mais), ficará materializada a inassiduidade habitual.

7.4 – A POSSIBILIDADE DE REVISÃO DOS PROCESSOS DISCIPLINARES

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Imaginem o seguinte: em um processo disciplinar uma testemunha fundamental ao esclarecimento dos fatos, cujo depoimento provaria, cabalmente, a inocência do acusado não é encontrada. Daí, o servidor acusado vem a ser demitido. Muitos, mas muitos anos depois, a testemunha reaparece. Então, o que fazer? Simplesmente “deixar para lá”, sabendo que a testemunha poderia provar a inocência do acusado? Não, claro que não! Surge, então, a possibilidade da revisão do processo. Vejamos.

Os processos de natureza disciplinar (PAD’s e sindicâncias, na 8.112) que gerem sanções podem ser revistos A QUALQUER TEMPO, desde que surjam fatos, ou circunstâncias novos que justifiquem a inocência do punido, ou a inadequação da penalidade aplicada (princípio da autotutela da administração – vide art. 114 da Lei 8.112/90). Contudo, na revisão o ônus da prova é invertido: cabe ao requerente provar a veracidade de suas afirmações. Destacamos que a simples alegação da injustiça da penalidade aplicada não é motivo para abertura do processo revisional.

O pedido de revisão pode ser feito pelo próprio servidor, ou, no caso de ausência/falecimento/desaparecimento deste, por qualquer pessoa da família, ou, ainda, no caso de incapacidade mental do punido, pelo respectivo curador. O processo de revisão pode ser instaurado, ainda, de ofício, ou seja, por iniciativa da própria Administração Pública, como prevê, expressamente, o art. 174 da 8.112.

O pedido de revisão, em nível federal, deve ser dirigido ao Ministro de Estado ou à autoridade equivalente. Autorizada a revisão, o processo deve ser encaminhado ao dirigente do órgão/entidade no qual teve origem o PAD.

O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão revisora é de sessenta dias. Já o prazo para julgamento (que deve ser proferido pela autoridade que aplicou a penalidade) é de vinte dias, contados do recebimento do processo.

Caso a autoridade conclua pela inadequação da penalidade anteriormente aplicada, proferirá decisão revendo-a, contudo, não poderá agravar a decisão anterior (diz-se que é vedada a reformatio in pejus – reforma em prejuízo).

Destacamos, ainda, que no caso específico de destituição de cargo em comissão (que é uma punição – vejam o art. 127 da 8.112), caso a penalidade aplicada seja desconstituída em decorrência da revisão, simplesmente será convertida em exoneração. Pois bem. Feitas as explanações necessárias, retomemos a questão.

Primeiro de tudo, o que justifica a revisão é o FATO NOVO que tenha eficácia (produza efeitos) sobre a decisão anteriormente produzida, informação que consta da questão: há um fato novo. Contudo, essa “novidade” não pode piorar a situação daquele que terá sua situação revista (veda-se reformatio in pejus – a reforma em prejuízo). Daí, ainda que fosse

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aberta a revisão, não se poderia agravar a situação do servidor, pois há vedação expressa na Lei.

8 – O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR PÚBLICO

Ai, ai, começou a coisa chata... Em turma, o que vemos, muitas vezes é um “muxoxo” (reclamação) geral quando começamos a falar sobre o sistema previdenciário do servidor. Gente, não pode! Esse será o nosso caminho: um dia (com muita fé!) nos aposentaremos, e, daí, precisaremos da previdência!!! Então, nada de reclamar, hein? Rsrs...

8.1 – A PREVIDÊNCIA “GERAL” E A PREVIDÊNCIA “PRÓPRIA” DOS SERVIDORES

De início, vejamos o que diz o § 20º do art. 40 da CF/88:

Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

O grifo é nosso. O dispositivo em questão fala tão só do regime PRÓPRIO dos servidores que ocupem CARGOS EFETIVOS. Todavia, há ainda o REGIME GERAL de previdência social, a que se faz referência no art. 201 da CF/1988.

Deixando de lado a parte final do dispositivo que trata do art. 142 da CF/1988, o qual diz respeito aos militares, possuidores de regras próprias de aposentadoria, pode-se fazer a seguinte afirmação: não é possível o estabelecimento de mais de um regime próprio de previdência de servidores públicos no âmbito de cada uma das pessoas federativas (União, Estados, DF e Municípios – entes estatais).

“De cara”, chamamos atenção para o fato de que o regime próprio de previdência dos servidores públicos, no âmbito das pessoas federativas, abrange tão só os ocupantes de cargos EFETIVOS, ou seja, não alcança os que ocupem, EXCLUSIVAMENTE, cargos em comissão ou temporários, que estarão ligados ao Regime GERAL de Previdência Social. Outras informações importantes:

I) Muita confusão é feita entre SEGURIDADE SOCIAL e PREVIDÊNCIA SOCIAL. A primeira é maior que a última, sendo composta, ainda, por ações de saúde e de assistência social.

II) há características comuns aos dois regimes previdenciários obrigatórios (o próprio, dos servidores; o geral, dos trabalhadores de modo geral – art. 201, CF/1988), a saber:

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a) são de caráter contributivo e solidário. Os sistemas de previdência, em razão dos benefícios que custeiam, possuem ônus a ser sustentado. Desse modo, aqueles que se beneficiarão do sistema devem contribuir para sua manutenção, de maneira a preservar o equilíbrio financeiro e atuarial. Aqui, a contributividade: PAGAMOS para fazer uso dos benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, que são os principais.

Em razão da solidariedade, pode-se afirmar que a contribuição previdenciária não tem por objetivo pura e simplesmente o futuro pagamento do benefício do trabalhador e de sua família. De outro modo, deixamos claro que os beneficiários, ainda que aposentados ou pensionistas, devem continuar a contribuir, de maneira a equilibrar o sistema. A despeito da existência de severas críticas quanto à constitucionalidade da cobrança daqueles que passaram a vida toda contribuindo para auferir benefícios, tal qual servidores aposentados, para os quais faltaria a necessária causalidade da contribuição, o certo é que, de acordo com o STF, tal fato deve ser aceito sob a ótica jurídica da solidariedade. Por oportuno, exponha-se julgado daquela Corte (Adin 3.105/2004), no qual asseverou:

...d) a contribuição instituída [e cobrada dos aposentados] não se faz sem causa, razão por que não se há de falar em confisco ou discriminação sob o fundamento de que ‘não atende aos princípios da generalidade e da universalidade (art.155, parágrafo 2º, I), já que recai só sobre uma categoria de pessoas’: d.1) a EC 41/2003 transmudou a natureza do regime previdencial que, de solidário e distributivo, passou a ser meramente contributivo e, depois, solidário e contributivo, por meio da previsão explícita de tributação dos inativos, ‘observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial’, em face da necessidade de se resolver o colapso havido no sistema, em decorrência, dentre outros fatores, da queda da natalidade, do acesso aos quadros funcionais públicos, do aumento da expectativa de vida do brasileiro e, por conseguinte, do período de percepção do benefício....

Assim, para fins de concurso público, inquestionável: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE SERVIDORES APOSENTADOS, ANTE O PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE, QUE REGE A PREVIDÊNCIA SOCIAL. Realçamos que não incidirá contribuição previdenciária até o limite do teto dos benefícios do regime geral de previdência social;

b) Prezam o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. Para tanto, a Constituição Federal estabelece princípios e critérios que devem ser observados (vide arts. 40 e 201, CF/88); e,

c) Veda-se a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão da aposentadoria e pensão aos albergados por ambos os regimes. Ressalve-se, contudo, que há possibilidade de diferenciação quanto aos portadores de deficiência, bem como quanto

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àqueles que realizem atividades executadas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, estabelecidas em lei complementar (vide § 4º do art. 40 e § 1º do art. 201, CF). Assim, resulta que, de modo geral, consagra-se a proibição de desigualdade de tratamento àqueles que integram um mesmo regime previdenciário, respeitando-se as exceções citadas.

Bom, para efeitos de concursos, dois são os principais benefícios advindos do sistema previdenciário dos servidores: aposentadorias e pensões. Vejamos.

8.2 – APOSENTADORIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Bom, sem dúvida, este é o benefício mais conhecido da previdência, própria dos servidores ou geral. Vamos falar de cada um dos tipos de aposentadoria – a compulsória; a voluntária e a por incapacidade laboral, a qual a CF/1988, bem como a Lei nº 8.112/1990 chamam de aposentadoria por invalidez permanente, em um péssimo momento das normas, dado o tom absolutamente pejorativo imprimido a uma situação já difícil atravessada por alguém que sofreu uma limitação em sua capacidade de trabalho.

Para efeitos de aposentadoria, vários grupos de servidores se formaram a partir das reformas previdenciárias recentes, decorrentes das emendas constitucionais 20/98, 41/2003 e 47/2005.

Inicialmente, tratemos da aposentadoria COMPULSÓRIA, para só depois tratarmos das duas outras formas de aposentadorias, a POR INVALIDEZ PERMANENTE E A VOLUNTÁRIA.

A aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos de idade do servidor, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Nessa situação, em razão de mandamento constitucional (art. 40, inc. II), há presunção absoluta (iures et iure) de incapacidade do servidor quanto ao desempenho de cargo EFETIVO, a qual não admite prova em contrário, é dizer, atingida a idade de 70 anos, o servidor deverá ser aposentado, ato contínuo. Contudo, destacamos que a aposentadoria compulsória alcança os cargos EFETIVOS, não abarcando, por conseqüência, aqueles que ocupam, exclusivamente, cargos em comissão, nos quais poderão se manter além do mencionado limite de idade.

Assim, ao completar 70 anos de idade o servidor SERÁ aposentado do cargo efetivo, sem se falar de direito a permanecer em atividade.

O inc. I do art. 40/CF estabelece a hipótese de aposentadoria por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (grifo nosso). Ocorre invalidez quando da impossibilidade física ou psíquica do servidor para o exercício de seu cargo.

Em razão das alterações ocorridas na ordem jurídica brasileira quanto ao assunto, há uma pergunta que “não quer calar”: como não há mais

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aposentadoria integral para os ingressados nos quadros da Administração Pública a partir da EC 41/2003 (a partir de 1º/1/2004), qual a interpretação a ser dada ao dispositivo transposto com relação a estes?

Bom, quando não decorrente do último trecho do inciso retro-transcrito (exceto...) não há maiores dúvidas: os proventos devem ser proporcionais ao tempo de contribuição. Mas, e no que se refere às exceções? Faz jus à aposentadoria integral o servidor que, ingressado nos quadros da Administração Pública pós EC 41, sofreu acidente em serviço, ou acometido por moléstia/doença que levaram a sua invalidez? A resposta, a nosso viso, está nas mãos do legislador ordinário.

De fato, antes da EC 41/2003, sem nenhum medo de errar, em tais hipóteses o servidor aposentado por invalidez permanente deveria receber proventos integrais. Contudo, a integralidade, na forma antes concebida, não existe mais para os que ingressem APÓS o advento da EC 41/2003, dado que os proventos agora devem ser calculados tendo em conta o que dispõem os §§ 3º e 17º do art. 40 da CF, que estabelecem como base de cálculo as remunerações percebidas pelo servidor no setor público, bem como o que recebera quando na iniciativa privada. Contudo, seguindo o exemplo dado por Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, imagine-se a seguinte situação: determinada pessoa, que nunca trabalhou anteriormente (na iniciativa privada ou no setor público), ingressa nos quadros públicos após a EC 41, em seu 1º dia de trabalho como servidor público com vínculo estatutário, vem a sofrer, em serviço, acidente que leva a sua invalidez. Não há dúvidas de que esse servidor terá direito à aposentadoria, contudo, a ser calculada na forma ainda a ser estabelecida pelo legislador ordinário, o que ainda não aconteceu.

Aposentadoria voluntária pressupõe a manifestação de vontade do servidor para que passe à inatividade. Como requisitos básicos, a CF, após a EC 41/2003, estabelece, indistintamente de sexo, dez anos de efetivo exercício no serviço público (em quaisquer esferas) e cinco anos no cargo no qual o servidor deseja se aposentar. Para homens e mulheres, adicionalmente, são exigidos as idades mínimas de sessenta e cinquenta e cinco anos e tempo de contribuição de trinta e cinco e trinta anos, respectivamente, para que seus proventos sejam calculados a partir do que o servidor recebera na iniciativa privada bem como no setor público, na forma da lei.

A aposentadoria voluntária poderá ocorrer, ainda, aos sessenta e cinco anos de idade, no caso dos homens, e aos sessenta anos, para as mulheres, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Lembramos, ainda, que o §19 do art. 40 da CF criou a figura do “abono de permanência”. Essa nova figura destina-se a compensar os servidores que se encontram juridicamente aptos à aposentadoria voluntária não proporcional (sessenta anos de idade, trinta e cinco anos de contribuição, se homem; cinqüenta e cinco anos de idade, trinta de contribuição, se mulher, além dos dez anos de efetivo exercício e cinco anos no cargo, para ambos), bem como aqueles servidores que ingressaram no serviço público antes da promulgação da EC 20/98, e que podem demandar

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aposentadoria voluntária com base nas regras de transição constantes do art. 2º da EC 41/2003.

Para tanto, tais servidores devem, obviamente, continuar no exercício de seus cargos, fazendo jus ao abono de permanência enquanto estiverem em exercício, até a data em que completar setenta anos de idade, quando será compulsoriamente aposentado. Em síntese: o abono de permanência, como o nome de certa maneira indica, é pago a quem, já podendo se aposentar, permanece na atividade nos quadros públicos.

As hipóteses da aposentadoria voluntária, que ocorre a pedido, podem ser distinguidas em três situações, tendo em conta o referencial da EC 41/2003:

I) do servidor que adentrou os quadros do serviço público após a publicação da EC 41/2003;

II) daqueles que ingressaram no serviço público até 16.12.98 (data de promulgação da EC 20/98); e, III) os que ingressaram no serviço público após a EC 20/98, e antes da EC 41/2003. Vejamos estes grupos.

Reiteramos que os servidores que se encontram nessas situações transitórias são aqueles que já haviam ingressado, ou não, no serviço público à época das duas aludidas EC’s 20 e 41, porém sem possibilidade jurídica de se aposentar. Assim, por razões didáticas, serão analisados em separado cada um destes grupos específicos de transitoriedade. Ressaltamos, por oportuno, que os servidores que já poderiam se aposentar à época das emendas referenciadas têm direito às regras daquele momento, uma vez que implementados os requisitos para o gozo do direito.

O 1º grupo de servidores diz respeito àqueles que se encontram em situação transitória em face da EC 20/98, que serão daqui por diante chamados de “Grupo EC 20/98” Este grupo corresponde àqueles que ingressaram no serviço público antes da vigência da EC 20/98, mas que, no momento de promulgação desta Emenda, não poderiam se aposentar, em razão dos pré requisitos fixados naquele instante.

Quanto aos requisitos de aposentadoria para os servidores do Grupo EC 20/98, o regime transitório permite-lhes aposentar-se com idade reduzida em relação ao mínimo exigido pela EC 41/2003 (60 anos para homens e 55 anos para mulheres), desde tenham:

a) 53 anos de idade, se homem, ou 48 anos, se mulher;

b) 5 anos de efetivo exercício no cargo em que ocorrerá a aposentadoria;

c) tempo de contribuição (ou de serviço, considerado este anteriormente à EC 20), igual, no mínimo, à soma:

c.1) do período de 35 anos, se homem, e 30, se mulher; e,

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c.2) do período adicional de contribuição correspondente a 20% do tempo faltante, ao momento da reforma, para completar o tempo total regular necessário à aposentadoria.

Com relação à última situação, em exemplo torna mais claro seu entendimento: suponha que um servidor (homem) na época de promulgação da EC 20 tivesse 25 anos de contribuição (ou de serviço, já que, para efeitos de aposentadoria, naquele momento, o efeito jurídico era o mesmo). Faltar-lhe-iam, então, 10 anos de para aposentadoria. Para que atenda os requisitos de transição, deverá cumprir o “adicional” (pedágio) de 20%, ou seja, para que se aposente, em vez de trabalhar 10 anos, deverá trabalhar 12 anos, a partir da promulgação da EC 20/98.

Para calcular os proventos dos servidores do Grupo EC 20/98, por primeiro deve-se observar o estatuído nos §§ 3o e 17 do art. 40, CF, ou seja, o cálculo será da forma instituída em Lei. Em seguida, os proventos a serão reduzidos com relação aos limites de idade (60 anos – homens; 55 anos – mulheres), da seguinte forma:

V) 3,5% por ano de diferença, caso os requisitos de aposentadoria fossem cumpridos até 31.12.2005.;

VI) 5% por ano de diferença, caso os requisitos de aposentadoria venham a ser cumpridos após 1.1.2006. Não há para tal grupo de servidores, portanto, direito à integralidade.

Para que fique clara a aplicação dos redutores, exponha-se o seguinte exemplo: um servidor (homem), com 57 anos de idade, vem a implementar os requisitos para aposentadoria em 2007. Nessa situação, seus proventos serão reduzidos em 15% (5% para cada ano de diferença).

O direito de revisão dos proventos é assegurado aos servidores do Grupo EC 20/98 de maneira a assegurar-lhes o valor real, contudo, não se assegura a paridade entre os vencimentos dos servidores ativos e os proventos de tal categoria de inativos. Assim, os servidores do Grupo EC 20/98 não fazem jus, por exemplo, à reclassificação e transformação posteriores dos cargos em que se deram a aposentadoria. Com toda sinceridade, raríssimas são as questões em prova a respeito desse grupo de servidores, ante o nível de detalhamento requerido para compreensão da matéria. Daí, não “estressem” com essas regras. Muito difícil de serem exigidas em prova para o Seplag-DF.

Os que se encontram em situação transitória em face da EC 41/2003, doravante denominados de “Grupo EC 41/2003”, constituído por aqueles que adentraram no serviço público após a EC 20/98 e antes da promulgação da EC 41/2003, sem fazerem jus, contudo, no momento de promulgação desta última Emenda, ao direito à aposentadoria. Este grupo de servidores pode optar entre o regime estabelecido no art. 40, CF, ou ainda pelas regras constantes do art. 6º do texto da EC 41/2003, que fixa os seguintes requisitos mínimos para aposentadoria:

a) 60 e 55 anos de idade para homens e mulheres, respectivamente;

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b) 35 anos de contribuição para homens e 30 para mulheres;

c) 20 anos de efetivo exercício no serviço público, não se fazendo distinção de sexo; e,

d) 10 anos de carreira e 5 anos de efetivo exercício no cargo em que o servidor se aposentar, também sem distinção de sexo.

A vantagem desse último regime com relação à regra geral contida no art. 40 da CF é quanto aos proventos: serão eles integrais e paritários, isto é, não haverá perda remuneratória, correspondendo à totalidade da remuneração do servidor quando na ativa. A desvantagem diz respeito à necessidade de maior tempo de serviço público (20 anos) com relação ao disposto no art. 40, CF.

Ressaltamos que a Emenda Constitucional 47/2005 (chamada corriqueiramente, ao tempo de sua tramitação no Congresso Nacional, de “PEC paralela”) estabeleceu um novo subgrupo, mais benéfico, dentre aqueles que até 16.12.1998 (data de publicação da EC 20/98) houvessem ingressado no serviço público na qualidade de servidor público. De acordo com o art. 3º da referida emenda, tais servidores podem se aposentar com proventos integrais e paritários se cumprirem, cumulativamente, os seguintes requisitos:

I) trinta e cinco ou trinta anos de contribuição, respectivamente, para homens e mulheres; II) vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria (regra indistinta, para homens e mulheres).

A vantagem desse subgrupo é um “redutor” da idade mínima para a aposentadoria: 1 ano a menos de idade mínima, para cada ano adicional de contribuição previdenciária. Um exemplo matemático torna mais fácil de ver a hipótese:

- Para os homens, como já se viu, a idade mínima para a aposentadoria é de 60 anos. Caso um homem esteja enquadrado no último grupo citado e contribua, por exemplo, por 36 anos para previdência, poderia se aposentar com 59 anos de idade; caso contribuísse por 37 anos, com 58 anos poderia se aposentar. E assim sucessivamente.

Nossa! Quantas regras! É, pessoal, por isso que a gente diz que não tem vida mole por aqui! Mas no fim, tudo dará certo. Vocês verão! Mas, por enquanto, vamos fazer o que a gente pode: estudar! Vamos continuar com as pensões.

8.3 – PENSÕES

Passemos, agora, à rápida contextualização das pensões, para esclarecimentos, dado que estas também constituem importante benefício previdenciário.

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A pensão é o pagamento efetuado pelo Estado à família do servidor em atividade ou aposentado em virtude de seu falecimento. Duas observações primeiras com relação a esta figura:

I) Não são pensões de natureza alimentar (que pais pagam em razão de dependente, no caso de separação do casal, por exemplo). Essas (alimentícias) são estudadas pelo Direito Civil.

II) A pensão é um benefício dos DEPENDENTES e não do servidor, que é instituído em razão da morte deste último.

A EC 41 alterou substancialmente o sistema das pensões por morte do servidor. Aspecto fulcral a ser observado é que, a partir da referida Emenda, só se garante a integralidade do benefício até o valor do teto instituído que, em janeiro de 2004 (usamos esse ano, por que o valor era “redondo”), era de R$ 2.400,00, correspondente ao limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. Esse valor deverá ser reajustado de maneira a preservar, permanentemente, seu valor real. Nesse sentido, incidirão sobre tal parcela pecuniária os mesmos índices aplicáveis aos benefícios do RGPS.

Observamos, contudo, a situação específica daqueles que à época da EC 41/2003 já recebiam pensão ou que até a data de publicação da referida Emenda já houvessem cumprido os requisitos para a concessão do benefício. A este grupo peculiar garante-se a integralidade dos valores correspondentes aos proventos/remuneração recebidos pelo servidor falecido, bem assim a paridade do benefício, que deverá ser revisto na mesma proporção e na mesma data em que se promova a alteração dos servidores ativos.

O benefício da pensão por morte do servidor, esteja este em atividade ou não na data do óbito, deve levar em conta a remuneração ou os proventos recebidos pelo servidor naquele momento. O cálculo do valor da pensão é efetuado da seguinte forma:

- até o limite máximo dos benefícios da previdenciários do RGPS, o servidor receberá a totalidade dos proventos/remuneração. Caso exceda esse valor, a pensão corresponderá ao limite do RGPS, acrescido de 70% da parte que o exceder. Para que fique claro, um exemplo, supondo que o teto do RGPS fosse de R$ 2.800,00 exatos (para facilitar o cálculo): se o servidor percebia 4.000,00 de aposentadoria ao falecer, os proventos de pensão serão de R$ 2.800,00 (o limite do RGPS) mais 70% de 1.200,00 (o excedente de R$ 2.800,00 até o valor dos proventos de aposentadoria de R$ 4.000,00), ou seja, a pensão será de R$ 3.640,00 (R$ 2.800,00 + R$ 840,00).

O teto remuneratório estabelecido para o funcionalismo público (inc. XI do art. 37 da CF/88) é plenamente aplicável aos beneficiários de pensão por morte de servidor. Aplicam-se aos pensionistas contribuições previdenciárias sobre a parcela que exceder o valor correspondente ao RGPS, com percentual igual aos servidores ativos.

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Por fim, aos pensionistas dos militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios dar-se-á tratamento próprio, a ser estabelecido por meio de lei específica, tal qual dispõe o § 2º, art. 42, CF.

8.4 – PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DOS SERVIDORES PÚBLICOS

A partir da promulgação da EC 20/98, foi autorizado à União, Estados e Municípios instituir, cada um deles, regime de previdência complementar para os servidores titulares de cargo efetivo submetidos à regra do art. 40/CF. Nessa situação, poderão referidas entidades estatais estabelecer como limite máximo de aposentadorias e pensões do RPPS o limite máximo dos benefícios pagos no âmbito do RGPS, tratado no art. 201/CF.

Importa observar que, para a imposição de tal teto, NECESSARIAMENTE deverá ser instituída, preliminarmente, previdência complementar dos servidores públicos. Ressalte-se, ainda, que o regime complementar dos servidores públicos é diferente do regime também complementar dos trabalhadores submetidos ao RGPS, cuja disciplina constitucional encontra-se no art. 202 da Carta Magna, ou seja, não serão esses “fundos de previdência” hoje existentes no mercado.

A instituição do regime de previdência complementar, a partir da promulgação da EC 41/2003, dar-se-á a partir de lei de iniciativa privativa do Poder Executivo (art. 40, §15, da CF), no que diz respeito a sua esfera estatal. Assim, no que se refere à iniciativa de lei quanto à matéria ora tratada, preserva-se a pluralidade normativa, sendo necessária lei ordinária de cada entidade integrante da federação para o estabelecimento da previdência complementar de sua alçada.

O §15 do art. 40 da Constituição Federal estabelece, ainda, que a gestão do novo regime estará sob a incumbência de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, com os planos de benefícios oferecidos apenas na modalidade de contribuição definida.

A “natureza pública” de tais entidades não quer dizer que elas tenham de ser criadas, necessariamente, com personalidade jurídica de direito público, como as autarquias. De outra forma, significa que a entidade tem a gestão de recursos públicos e visa à atividade de interesse público (previdenciária), e, desse modo, deverão estar submetidas ao controle por parte das entidades estatais.

A expressão “contribuição definida” implica que o benefício de previdência complementar será definido pelo total de contribuições de cada participante. Pode-se afirmar que na modalidade contribuição definida, os riscos são assumidos pelo contribuinte, uma vez que, com relação ao benefício, o valor que será pago variará de acordo com as flutuações de mercado, adequação das aplicações dos recursos, etc. Do ponto de vista atuarial, é a modalidade mais segura para o EMPREGADOR, mas não para o contribuinte, que sabe quanto paga, mas não saberá, com certeza, o que levará, vez que a CONTRIBUIÇÃO é definida, mas não o BENEFÍCIO.

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Por fim, de acordo com o § 16 do art. 40 da CF/88, os servidores ingressados no serviço público antes da instituição da previdência complementar só estarão submetidas a esta mediante prévia e expressa opção: SERVIDORES PÚBLICOS OCUPANTES DE CARGOS EFETIVOS SÓ ESTARÃO SUBMETIDOS À PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR CASO QUEIRAM!

8.5 – OS ATOS SUJEITOS A REGISTRO PERANTE OS TRIBUNAIS DE CONTAS

Este tópico é para fazermos um registro final com relação a um assunto que é muito mais inerente à matéria de controle externo do que ao Direito Administrativo: os atos sujeitos a registro.

De acordo com o inc. III do art. 71 da CF:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

Primeira coisa com relação ao dispositivo acima é perceber a parte negritada: no que se refere a tais atos o que há é o REGISTRO e não o julgamento por parte do Tribunal.

O assunto acima já foi tão debatido que há até súmula VINCULANTE do STF editada a respeito. É a vinculante 3. Olha ela aí, para facilitar a vida dos amigos:

Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

A súmula garante o contraditório em tal situação (atos sujeitos a registro), COM EXCEÇÃO (vejam a parte final da súmula) do ato INICIAL. Falamos disso na aula de atos administrativos, lembram? Os atos sujeitos a registro são atos COMPLEXOS, só se aperfeiçoando com o registro no TCU. Daí, como o ato inicial de registro significa um ato que só “acabou” com o registro no Tribunal, desnecessário o contraditório. Esse é o entendimento do STF.

Mas notem que o contraditório só é necessário, portanto, quando, posteriormente ao registro, um ato mude PARA PIOR a situação do sujeito

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que teve o ato registrado. Exemplo: aposentado terá uma gratificação “cortada” de seus proventos. Daí, necessário o contraditório.

Mas, e se o ato posterior MELHORAR o registro anterior? E aí? Tem que ter contraditório? Olha aí a “novíssima novidade”!!!! súmula do TCU:

“Não se exige a observância do contraditório e da ampla defesa na apreciação da legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão e de ato de alteração posterior concessivo de melhoria que altere os fundamentos legais do ato inicial já registrado pelo TCU.”

NÃO É PRECISO, PORTANTO, CONTRADITÓRIO NOS CASOS DE MELHORIA DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL! Guardem isso, hein? ALTÍSSIMA PROBABILIDADE DE CAIR NA PROVA.

QUESTÕES EM SEQUÊNCIA

1. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) Os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais são: (A) servidores públicos ocupantes de cargos efetivos. (B) apenas os servidores públicos ocupantes de cargos em comissão. (C) agentes honoríficos tendo em vista a relevante função que exercem. (D) agentes políticos. (E) agentes administrativos com investidura especial. 2. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Acerca de agentes e de órgãos públicos, assinale a alternativa correta. (A) O jurado que compõe o tribunal do júri é exemplo de agente delegado, que a administração pública convoca para o desempenho de atividades de caráter transitório, em razão de sua condição cívica. (B) É possível classificar os agentes administrativos em duas espécies: os servidores públicos, que ocupam cargo público e possuem vínculo estatutário com a administração pública, e os empregados públicos, que ocupam emprego público e mantêm vínculo contratual com a Administração. (C) A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania é exemplo de órgão público do Governo do Distrito Federal, possuindo personalidade jurídica própria. (D) Todo órgão resulta do processo de descentralização administrativa. (E) Conforme assinala a doutrina administrativa, somente pode ser denominado agente público o indivíduo que exerce atividade do Estado mediante retribuição financeira. 3. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) Provimento que se faz mediante nomeação, assegurando ao ocupante o direito à permanência no cargo, do qual só pode ser destituído por sentença judicial transitada em julgado, detém caráter: (A) efetivo. (B) em comissão. (C) vitalício.

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(D) especial. (E) eletivo. 4. (2009/FUNIVERSA/GOV/DF – AGENTE POLÍCIA) Quanto ao disciplinamento dos agentes públicos, assinale a alternativa incorreta. (A) Não só as carreiras explicitadas na Constituição Federal podem ser remuneradas via subsídio. (B) Aos servidores que tiverem seu primeiro vínculo estatutário ao serem empossados nos seus cargos em decorrência de aprovação no concurso que ora se realiza, não mais se aplica a possibilidade de se aposentarem voluntariamente com proventos integrais. (C) No bojo de medidas que visam implementar a Administração Pública gerencial, vige, por introduzido pela Emenda Constitucional n.º 19, de 1998, a possibilidade de contratação de pessoal efetivo em entes de direito público via Consolidação das Leis do Trabalho. Na prática, é o fim do regime jurídico único, o RJU. (D) Não se pode afirmar que todos os cargos públicos são ocupados exclusivamente após concurso público. (E) Posto serem de direito público a natureza dos princípios aplicáveis, os servidores públicos não têm direito adquirido à manutenção de direito previsto em estatuto. 5. (2008/FUNIVERSA/PCDF – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa correta, tendo em conta as normas que regem a administração pública. (A) Se a assembléia legislativa de um estado-membro aprovar emenda constitucional que permita, no âmbito da administração estadual, que estrangeiros ocupem cargos, empregos e funções públicas, tem-se que essa norma estará em desconformidade com princípio definido na Constituição República. (B) O servidor nomeado para cargo comissionado em 2008 alcançara estabilidade no serviço público em 20011, só perdendo o cargo, a partir de então, por força de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo em que se assegure ampla defesa, ou ainda por insuficiência de desempenho. (C) Um professor que acumule dois cargos públicos federais não poderá vir a perceber mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência dos servidores públicos da União. (D) Uma autarquia federal só pode vir a ser criada por meio de lei específica – regra aplicável, igualmente, à criação de autarquias municipais. (E) Se um município pagar, aos servidores, adicional de 1% sobre o vencimento para cada ano de serviço, então, quando um servidor completar dois anos no cargo, a base de cálculo do segundo anuênio poderá ser o vencimento acrescido do primeiro anuênio.

6. (2009/FUNIVERSA/ADASA –TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) Os servidores públicos são uma categoria de trabalhadores, sendo característica sua submissão a um estatuto e não a um contrato de trabalho, típico, este, das relações de Direito Privado. Em relação aos servidores públicos, assinale a correta.

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(A) Dada a garantia constitucional da isonomia, os servidores públicos civis são tratados da mesma forma que os militares na Constituição Federal. (B) Acometido de moléstia profissional, é garantida ao servidor público a aposentadoria com proventos proporcionais. (C) O tempo de contribuição no serviço público prestado a um município é considerado para fins de aposentadoria, e o tempo de serviço é computado para fins de disponibilidade, para quem ingressar em um cargo federal. (D) Em respeito ao devido processo administrativo, a exoneração de um ocupante de cargo em comissão deverá ser fundamentadamente justificada. (E) A estabilidade do servidor público acompanha o tempo de seu estágio probatório, qual seja após dois anos de exercício. 7. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Acerca do regime de previdência dos servidores públicos, disciplinado na Constituição Federal, assinale a alternativa correta. (A) Contribuem para a manutenção do sistema de previdência o ente público, os servidores ativos e inativos e os pensionistas. (B) Dado o caráter contributivo e solidário do regime de previdência, o servidor, para fazer jus à aposentadoria, terá como único critério o tempo de serviço. (C) O regime de previdência é assegurado aos ocupantes de cargos efetivos e comissionados da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, abarcando, inclusive, as respectivas autarquias e fundações. (D) A concessão de aposentadoria obedecerá a critérios e a requisitos equivalentes para todos os servidores submetidos ao regime de previdência. (E) É proibida a percepção de mais de uma aposentadoria por conta do regime de previdência próprio dos servidores públicos. Servidores que acumulam cargos na forma admitida pela Constituição Federal deverão, para concessão de aposentadoria adicional, aderir a outro regime de previdência, tal como o regime geral de previdência social 8. (2010/FUNIVERSA) Pedro é agente público e recebe estipêndio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Diante dessa informação, é possível afirmar que Pedro não é (A) vereador. (B) ministro de Estado. (C) diretor de secretaria em tribunal superior. (D) juiz federal. (E) secretário municipal. 9. (2009/FUNIVERSA) Quanto às disposições atinentes à Administração Pública, forte nos dispositivos da Constituição Federal vigente, assinale a alternativa correta. A) Dado edital prevê a validade de um concurso público por um ano, com possibilidade de sua prorrogação. Forte nisso, por expresso permissivo constitucional, é facultada à Administração a possibilidade de dilatá-lo até quatro anos, dentro de seu juízo de conveniência e oportunidade. (B) Atendendo ao princípio da moralidade, é vedada a abertura de concurso público em havendo, ainda, candidatos aprovados de certame anterior e dentro da validade. (C) A acumulação de cargos ou empregos públicos vem expressa na Constituição, permitindo-se, e, desde que havendo compatibilidade de

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horários, exclusivamente o exercício de duas atividades de Magistério; uma de Magistério e um cargo técnico ou científico ou dois cargos de Médico. (D) Qualquer carreira do serviço público poderá ter sua remuneração via subsídio. (E) Posto os aposentados não mais ocuparem cargo, a eles não se aplicam as vedações quanto ao acúmulo de cargos e empregos públicos. 10. (2009/FUNIVERSA) Em relação aos agentes públicos, assinale a alternativa incorreta. (A) É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. (B) A absolvição criminal de servidor público repercute na esfera administrativa quando a absolvição se dá por falta de provas. (C) O direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas estende-se também aos estrangeiros. (D) A proibição constitucional de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas estende-se às subsidiárias de sociedades de economista mista. (E) É assegurado ao servidor público o direito à livre associação sindical e o direito de greve. 11. (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) Assinale a alternativa correta. (A) O prazo de validade do concurso público é de dois anos, não podendo ser prorrogado. (B) Os cargos, empregos e funções públicas somente são acessíveis aos brasileiros. (C) A investidura em cargo ou emprego público, nos termos da Constituição Federal, sempre dependerá de concurso público. (D) Somente lei complementar poderá autorizar a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. (E) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. 12. (2010/FUNIVERSA/SEPLAG/DF – ANALISTA DE GESTÃO EDU) No tocante aos servidores públicos, assinale a alternativa correta. (A) A lei assegura aos servidores da administração direta isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. (B) É direito do servidor público a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e a quarenta horas semanais, facultado ao poder público conceder a compensação de horários e a redução da jornada, nos termos da lei. (C) A Lei Orgânica do Distrito Federal não assegura a instituição de planos de carreira, deixando o tema para a lei complementar. (D) O tempo de serviço prestado por servidor requisitado a qualquer dos Poderes do DF não é computado como exercício efetivo. (E) O servidor público ativo e inativo do Distrito Federal, da administração direta, indireta e fundacional, tem direito à quitação da folha de pagamento até o décimo dia útil do mês subsequente.

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13. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) Assinale a alternativa correta. (A) A publicidade dos atos, programas, obras e serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter sempre caráter educativo, sob pena de punição da autoridade responsável. (B) As pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços, responderão sempre pelos danos causados pelos seus agentes a terceiros. (C) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. (D) Os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, serão estabelecidos por meio de lei complementar. (E) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta somente poderá ser ampliada por meio de lei específica. 14. (2009/FUNIVERSA/ADASA –TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) Assinale a alternativa correta no que tange ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo. (A) Tratando-se de mandato eletivo estadual, o servidor poderá afastar-se de seu cargo, mas não poderá optar pela remuneração. (B) Em se tratando de mandato de prefeito, o servidor deverá afastar-se do cargo, mas não poderá optar pela remuneração. (C) Investido no mandato de vereador, o servidor sempre poderá acumular as remunerações. (D) Tratando-se de mandato eletivo distrital, o servidor poderá ficar afastado de o cargo, podendo optar pela remuneração. (E) Em qualquer caso que exija o afastamento do servidor para o exercício de mandato eletivo, o tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto promoção por merecimento. 15. (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) Tendo como referência a Constituição Federal e os direitos do servidor público no exercício de mandato eletivo, assinale a alternativa correta. (A) Tratando-se de mandato eletivo federal, poderá optar pela sua remuneração. (B) Investido no mandato de prefeito, não será obrigado a se afastar do cargo. (C) Investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo sem prejuízo da remuneração de vereador. (D) Caso o exercício do mandato exija o afastamento do cargo, seu tempo de serviço ficará suspenso. (E) Para efeito de beneficio previdenciário, no caso de afastamento, é o mesmo suspenso enquanto perdurar o exercício do mandato eletivo. 16. (2009/ FUNIVERSA SEPLAG/AFC – adaptada) Acerca dos servidores públicos, assinale a alternativa incorreta. (A) A exigência de concurso público de provas ou de provas e títulos trazida na Constituição vigente pode ser excepcionada. (B) O estrangeiro, na forma de lei, pode ocupar cargo público.

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(C) Quando a demissão de servidor estável for invalidada por sentença judicial, ele será reintegrado; caso haja eventual ocupante dessa vaga e este for estável, será aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. (D) A regra de remuneração por subsídio, composto de parcela única, é obrigatória para os cargos de juiz de direito e Procurador de Justiça. (E) O servidor público da Administração Direta Federal, no exercício de mandato eletivo, se investido no mandato de vereador, terá de afastar-se do seu cargo sem remuneração. 17. (2010/FUNIVERSA) Acerca dos servidores públicos do Distrito Federal, assinale a alternativa correta. (A) É assegurada a participação de servidores públicos na gerência de fundos e entidades para os quais contribuem, na forma da lei. (B) A administração direta e indireta será regida pelo regime jurídico único. (C) Os servidores distritais serão estáveis após três anos da aprovação no concurso público. (D) As autarquias e fundações distritais não serão regidas por regime jurídico único. (E) Os servidores públicos distritais não possuem direito à greve, embora lhes seja outorgada por lei a livre associação sindical. 18. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) Indique a alternativa incorreta. (A) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. (B) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. (C) A investidura em cargo ou emprego público de qualquer natureza depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. (D) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. (E) Provimento é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício do cargo. 19. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) A investidura em cargo público de provimento efetivo pressupõe os seguintes atos necessariamente praticados em sequência: (A) concurso público, nomeação, posse e exercício. (B) concurso público, posse e exercício. (C) nomeação, posse e exercício. (D) nomeação e exercício. (E) concurso público, classificação, convocação e nomeação. 20. (2010/FUNIVERSA) A forma de preenchimento de cargo público que não está expressamente prevista na Lei n.º 8.112/1990 é (A) posse. (B) nomeação. (C) promoção. (D) reversão. (E) aproveitamento.

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21. (2009/FUNIVERSA/ADASA – TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) A nomeação é o único caso de provimento original de cargo. Os demais casos da Lei n.º 8.112/1990 são de provimento derivado, quando decorrente de vínculo anterior entre o servidor e a Administração Pública. Assinale a alternativa que não apresenta uma forma de provimento derivado. (A) Readaptação. (B) Reversão. (C) Recondução. (D) Reintegração. (E) Reavaliação. 22. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Considere as seguintes situações hipotéticas:

• Luíza é servidora pública e exerce atividades relacionadas à digitação de textos. Após grave acidente de carro, Luíza teve ambas as mãos amputadas.

• Catarina era servidora pública estável do Governo do Distrito Federal. Após responder a processo administrativo disciplinar, Catarina foi demitida do serviço público. Posteriormente, Catarina, pela via judicial, teve sua demissão invalidada.

• Diego é aposentado por invalidez permanente, devido a problemas renais. Após se submeter a transplante renal, junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos da aposentadoria.

• Tereza era servidora pública estável da Secretaria de Estado de Gestão Administrativa do Distrito Federal. Após ser aprovada em concurso público para o Tribunal de Contas do Distrito Federal, Tereza pediu exoneração do cargo e iniciou estágio probatório em seu novo cargo no Tribunal. Ao término do período de estágio, Tereza foi inabilitada para o exercício do cargo.

Considerando os fatos descritos, Luíza, Catarina, Diego e Tereza sofrerão, respectivamente, (A) recondução, reversão, readaptação e demissão. (B) reversão, recondução, readaptação e transferência. (C) readaptação, reversão, aproveitamento e recondução. (D) aproveitamento, nomeação, promoção e reversão. (E) readaptação, reintegração, reversão e recondução. 23. (2006/FUNIVERSA/APEX – ANALISTA SÊNIOR – LICITAÇÕES) A reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial é forma de provimento derivado que se identifica como: (A) recondução. (B) aproveitamento. (C) reversão. (D) readaptação. (E) reintegração. 24. (2010/FUNIVERSA) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de trinta e seis meses, durante o qual a sua aptidão e a capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo. Para tanto, a Lei n.º 8.112/1990 estabelece alguns fatores que deverão ser observados.

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Assinale a alternativa que apresenta um fator não incluído nesse conjunto pela referida Lei. (A) assiduidade. (B) disciplina. (C) capacidade de iniciativa. (D) conhecimento. (E) responsabilidade. 25. (2010/FUNIVERSA) A Lei n.º 8.112/1990 refere-se à vacância como as hipóteses em que o servidor desocupa o seu cargo, tornando-se passível de ser preenchido por outra pessoa. Entre as hipóteses de vacância dispostas na Lei, não se inclui (A) falecimento. (B) promoção. (C) readaptação. (D) aposentadoria. (E) transferência. 26. (2009/FUNIVERSA) Relativamente à estabilidade dos servidores públicos prevista na Constituição Federal, assinale a alternativa correta. (A) A estabilidade é adquirida somente após três anos da nomeação pelos ocupantes de cargo efetivo em virtude de concurso público. (B) O servidor estável pode perder o cargo mediante avaliação periódica de desempenho, na forma de lei ordinária, assegurada ampla defesa. (C) Em virtude de sentença judicial, o servidor estável perderá o cargo. (D) O servidor estável poderá perder o cargo em razão do excesso de despesa com pessoal, nos termos previstos na Constituição Federal. (E) Será examinada por comissão específica a necessidade de avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade. 27. (2010/FUNIVERSA) Ressalvados casos específicos, o regime jurídico a que estão submetidos os servidores da administração direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal, nos termos da Lei Distrital n.º 197/1991, é o da Lei n.º 8.112/1990. De acordo com esse Estatuto, assinale a alternativa incorreta. (A) Será concedida ao servidor licença para atividade política, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, pelo período de três meses, a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição. (B) A destituição do cargo em comissão, a suspensão e a advertência são formas de penalidades disciplinares. (C) A investidura em cargo público ocorre com a posse. (D) O servidor somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (E) A vacância do cargo público poderá decorrer de readaptação. 28. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – ADMINISTRADOR - adaptada) Após três anos de trabalho árduo na administração pública do Distrito Federal, Joana conquistou a tão sonhada estabilidade no cargo. Entretanto, acreditando que não poderia mais ser demitida, Joana começou a se ausentar do serviço, ser displicente com suas atividades e descumprir as ordens de seus superiores. Depois de seis meses trabalhando como estável, Joana foi sumariamente demitida do cargo. Acerca dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. (A) A demissão de Joana foi correta.

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(B) A demissão de Joana prescinde de processo administrativo. (C) Joana poderia ser exonerada mediante procedimento de avaliação de desempenho. (D) Se a demissão de Joana for invalidada por sentença judicial, ela deverá ser reconduzida ao cargo anteriormente ocupado. (E) Se a demissão de Joana for invalidada por sentença judicial, ela deverá ser revertida ao cargo anteriormente ocupado. 29. (2009/FUNIVERSA/ADASA – ADVOGADO) Pedro e João, servidores efetivos da ADASA, entraram com o pedido de afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país. Pedro quer se afastar para cursar o doutorado, e João, o mestrado. Ambos os servidores já cumpriram o período de estágio probatório, sendo que Pedro tem três anos e meio de serviço na Agência, e João, três anos. De acordo com disposição da Lei n.º 8.112/1990, assinale a alternativa correta. (A) Pedro e João já têm direito ao afastamento. (B) Somente Pedro tem direito ao afastamento no momento. (C) João terá de trabalhar por mais um ano para adquirir o direito ao afastamento. (D) Nem Pedro nem João têm direito ao afastamento. (E) Pedro terá de trabalhar por mais seis meses para adquirir o direito ao afastamento. 30. (2010/FUNIVERSA/SEPLAG – PROFESSOR EB) Com relação aos direitos dos servidores públicos do Distrito Federal, assinale a alternativa correta. (A) É direito do servidor público a gratificação do titular quando em substituição ou auxílio do mais antigo. (B) O direito de proteção especial à servidora gestante ou lactante não inclui a adequação ou a mudança temporária de suas funções. (C) É direito da servidora o atendimento em creche e pré-escola a seus dependentes de até doze anos de idade incompletos, preferencialmente em dependência do próprio órgão ao qual são vinculados. (D) A duração do trabalho normal de um servidor é de doze horas diárias e quarenta e oito horas semanais, facultado ao Poder Público conceder a compensação de horários e a redução da jornada, nos termos da lei. (E) É direito do servidor público a participação na elaboração e na alteração dos planos de carreira. 31. (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) Relativamente ao regime disciplinar dos servidores regidos pela Lei n.° 8.112/1990, assinale a afirmativa correta. (A) As penalidades de demissão e cassação de aposentadoria serão aplicadas pelo Presidente da República ou, havendo delegação, pelo Ministro de Estado. (B) Ao servidor é proibido manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau. (C) Tratando-se de servidor ocupante de cargo em comissão, a penalidade será aplicada pela autoridade que houver feito a nomeação. (D) Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. (E) Entende por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por trinta dias, durante o período de doze meses.

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32. (2010/FUNIVERSA) Ana Maria, servidora pública, foi suspensa de suas atividades no ano de 2003. Angélica, sua colega de trabalho, sofreu penalidade de advertência um ano antes. Sabendo-se que as duas não cometeram nenhuma outra infração, é correto afirmar que: (A) as duas servidoras tiveram os registros das penalidades cancelados em 2008. (B) Ana Maria teve de esperar cinco anos de efetivo exercício para ver seu registro cancelado. (C) os registros das penalidades não poderão ser cancelados. (D) Angélica não teve a sua penalidade registrada. (E) Ana Maria e Angélica tiveram de aguardar, respectivamente, três e cinco anos de efetivo exercício até que o registro delas fosse cancelado. 33. (2005/FUNIVERSA/PREF.TO – ADMINISTRADOR) Não se faz necessária a instauração de processo administrativo disciplinar para o caso de: (A) cassação de disponibilidade. (B) demissão. (C) exoneração. (D) cassação de aposentadoria. (E) suspensão. 34. (2009/ FUNIVERSA SEPLAG/AFC) Pode-se entender o processo administrativo como a sequência de atos estatais e dos administrados com o fito de se produzir uma manifestação final da Administração, respeitados os princípios e regras próprios. Acerca do processo administrativo disciplinar espécie daquele, assinale a alternativa correta. (A) Em respeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório, tem-se que a falta de defensor ao servidor acarreta a nulidade do procedimento administrativo. (B) Vige, nos processos administrativos disciplinares, o princípio da disciplina reguladora concentrada. (C) Denomina-se relatório a peça da comissão de processo disciplinar que, necessariamente com o suporte fático e jurídico, decide sobre a pena aplicável ao servidor. (D) Não é requisito à abertura de processo administrativo a prévia sindicância. (E) Questão de mérito administrativo, a proporcionalidade na aplicação da pena ao servidor é matéria defesa à revisão pelo Poder Judiciário. 35. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – ADMINISTRADOR) A Lei n.º 9.784/1999 disciplina o processo administrativo no âmbito da administração federal, trazendo expressamente os princípios norteadores da atividade administrativa, entre os quais não se inclui a (A) legalidade. (B) impessoalidade. (C) segurança jurídica. (D) eficiência. (E) moralidade. 36. (2009/ FUNIVERSA SEPLAG/AFC) Acerca das normas gerais do processo administrativo estabelecidas na Lei Federal n.º 9.784/1999, recepcionada, no Distrito Federal, pela Lei Distrital n.º 2.834/2001, assinale a alternativa correta.

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(A) Quando o interessado declarar que a prova que lhe está sendo exigida por um órgão já lhe foi entregue, ou mesmo a outro órgão da Administração, deverá aquele primeiro órgão providenciar, de ofício, a obtenção dos documentos ou de cópias. (B) É princípio expresso do processo administrativo a impessoalidade. (C) De regra, os atos administrativos podem ser delegados ou avocados. (D) Em obediência ao princípio da segurança jurídica, é regra geral a concessão do efeito suspensivo aos recursos administrativos. (E) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que a Administração tiver ciência dos atos praticados, salvo comprovada má-fé. 37. (2010/FUNIVERSA/SEJUS – ADMINISTRADOR) Nos termos da Lei n.º 9.784/1999, não está impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou a autoridade que (A) tenha interesse direto ou indireto na matéria. (B) tenha participado como perito. (C) venha a participar como testemunha ou representante. (D) esteja litigando judicialmente com o companheiro do interessado. (E) tenha menor grau hierárquico para decidir.

Pessoal, aula “pesadinha” não foi? Para a sexta-feira, segue a aula propriamente dita. Como percebemos um grande número de questões de servidores, pensamos em reproduzir um pouco de teoria para vocês. Esperamos que aproveitem?

Ah! O gabarito e comentários apenas serão liberados na sexta. Até lá fiquem curiosos ou com raiva, rsrs...

Estudem e fiquem com Deus,

Cyonil Borges, Elaine Marsula e Sandro Bernardes.

Ou se preferirem

Seano’neal, Lanlan e Maranhão.