caderno lara breda administrativo i

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  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM

    BIBLIOGRAFIA: **CARVALHO FILHO, Jos dos Santos. Manual de Direito Administrativo. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antnio. Curso de Direito Administrativo. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. AVALIAES: 1 BIM PROVA ESCRITA 7 PONTOS ATIVIDADES 1 PONTO ARTIGO 2 PONTOS (princpio direito fundamental boa administrao pblica) 2 BIM PROVA ESCRITA 6 PONTOS ATIVIDADES 1 PONTO ATIVIDADE apresentao de pesquisa (grupo) sobre classificao de ato adm. 1 PONTO ATIVIDADE elaborao de parecer sobre um caso apresentado 2 PONTOS

    1 BIMESTRE

    SUNDFELD, Carlos Ari. O que Direito Administrativo?

    O direito adm a parte do ordenamento jurdico voltada disciplina da organizao,

    funcionamento e controle da Adm. Pblica e, em consequncia, de suas relaes

    com terceiros. No est codificado e sim disperso por todo lado, inclusive na forma

    de princpios apenas implcitos no ordenamento. O que vai nortear nosso estudo o

    princpio da legalidade, uma vez que a adm pblica s pode fazer o que a lei

    permite, sendo fiscalizada pelo MP e pelo Tribunal de Contas.

    Direito administrativo: interesses pblicos, autoridade, relaes jurdicas verticais,

    legalidade, funo, formalismo, publicidade VERSUS Direito privado: interesses

    privados, igualdade, relaes jurdicas horizontais, liberdade, autonomia da vontade,

    informalismo, intimidade.

    As normas de direito administrativo regulam a realizao do interesse pblico e

    conferem Adm, encarregada de busc-lo, poderes de autoridade, cujo exerccio

    produz relaes jurdicas verticais (em que ela tem uma posio de superioridade

    frente ao particular). Mas esses poderes so muito condicionados: a Administrao

    s os tem quando previstos em lei (legalidade); e seu exerccio no mera

    faculdade, mas dever do administrador, e s pode ocorrer para realizar os fins

    previstos em lei (funo). Para permitir seu registro e controle, a ao administrativa

    est sujeita publicidade e formalismo, exigindo a realizao de procedimentos e a

    observncia de inmeros requisitos formalsticos.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Justamente aqui entram os franceses. Querendo impedir que o Poder Executivo

    ficasse sujeito aos juzes (membros da nobreza contrariada com a Revoluo

    Francesa), os revolucionrios franceses atriburam a misso de julgar os atos da

    Administrao a um rgo que a integrava, o Conselho de Estado. Esse rgo,

    percebendo a incompatibilidade entre as normas do Cdigo Civil e os problemas da

    Administrao, que viria a afirmar a necessidade de, para resolv-los, ser utilizado

    um outro ramo do direito, o administrativo, construdo em oposio ao direito ento

    existente, o civil.

    As especificidades do direito administrativo, enquanto direito da funo

    administrativa que , revelam-se no confronto entre os conceitos de funo

    administrativa (submisso lei) e legislativa (submisso CF).

    O Direito administrativo, resultado no campo do direito da implantao de certo

    modelo poltico, o chamado Estado de Direito, liga-se a este fundamental objetivo: o

    da negao do poder arbitrrio, da o princpio da legalidade em virtude do qual os

    atos administrativos no podero ser fruto dos caprichos das autoridades. Da,

    tambm, a submisso de toda a ao administrativa a diferentes nveis de controle,

    sem o que no h como impedir o arbtrio. O Direito Administrativo um direito

    constitucionalizado, sem mudar o prprio modelo de Estado imposto

    constitucionalmente, simplesmente no h como varrer o direito administrativo da

    face do Pas (artigo 37 CF).

    ESTADO O Dir. Adm. cuida da relao entre o Estado e o indivduo, tentando administr-los.

    Pelo ponto de vista poltico existem vrias crticas a respeito da necessidade da

    existncia do Estado para liderar a vida das pessoas. O que convm a nossa

    disciplina partir do pressuposto que existe o Estado, discutindo seu tamanho (adm.

    pblica) e sua relao com os indivduos (governo). O direito adm. regra a relao

    entre o Estado e os indivduos, surgindo com esse objetivo, mas tambm hoje se

    apresenta para solucionar conflitos entre os prprios entes da adm. pblica.

    Nos tempos atuais se ouve falar muito em Estado Neoliberal, que o Estado

    passando suas atribuies para o setor privado (privatizaes). A grande discusso

    o que o Estado deve fazer, o que acaba influenciando na ideia de qual deve ser o

    tamanho do nosso Estado. No socialismo a palavra forte igualdade, que se

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM consubstancia com o Estado ofertando algumas coisas aos cidados, como os

    chamados direitos sociais. J no capitalismo a palavra forte a liberdade, contudo,

    aqui, o Estado alm da liberdade promete tambm os direitos sociais Welfare state

    (Estado de bem estar social). Quando esses dois modelos entraram em conflito, o

    capitalismo prevaleceu, hora em que o Estado comeou a diminuir seu tamanho,

    economicamente se viu o quanto era pesado oferecer tantos direitos sociais, ou

    seja, comeou a privatizar, o que se chama de Estado Neoliberal. O Estado aqui

    comea a se desfazer daquilo que seria sua atribuio.

    O que importante para o presente estudo o fato, atualmente indiscutvel, de que

    o Estado um ente personalizado, apresentando-se no apenas exteriormente, nas

    relaes internacionais, como internamente, neste caso como pessoa jurdica de

    direito pblico, capaz de adquirir direitos e contrair obrigaes na ordem jurdica.

    Em nosso regime federativo, todos os componentes da federao materializam o

    Estado [...] sendo que a evoluo da instituio acabou culminando no surgimento

    do Estado de direito, noo que se baseia na regra de que ao mesmo tempo em que

    o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele.

    A cada um dos Poderes de Estado foi atribuda determinada funo. Assim, ao

    Poder Legislativo foi cometida a funo normativa (ou legislativa); ao Executivo, a

    funo administrativa; e ao judicirio, a funo jurisdicional. Entretanto, no h

    exclusividade no exerccio das funes pelos poderes, h sim, preponderncia. Os

    poderes Estatais, embora tenham suas funes normais (funes tpicas),

    desempenham tambm funes que materialmente deveriam pertencer a Poder

    diverso (funes atpicas), sempre, bvio, que a CF autorize.

    Ex: o legislativo exerce funo jurisdicional quando o Senado processa e julga o

    presidente da repblica nos crimes de responsabilidade ou os ministros do stf pelos

    mesmos crimes. Exerce tambm funo administrativa quando organiza seus

    servios internos. Ex: o Executivo desempenha funo atpica normativa, quando

    produz, por exemplo, normas gerais e abstratas atravs de seu poder regulamentar

    (artigo 84, IV), ou quando edita medidas provisrias (artigo 62) ou leis delegadas

    (artigo 68). Quanto a funo jurisdicional, o sistema constitucional ptrio vigente no

    deu margem a que pudesse ser exercida pelo executivo.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM GOVERNO

    O governo so pessoas, ideias, partidos polticos que ocupam a gesto do Estado

    por um perodo de tempo, de acordo com o que a sociedade almeja, movendo a

    Adm. Pblica. Definem a forma de atuar a Adm. Pblica.

    ADMINISTRAO PBLICA So as engrenagens que compem o Estado e o fazem funcionar. Toda essa

    engrenagem se movimenta e se relaciona utilizando-se do direito adm, que regula

    toda a Adm. Pblica, que faz funcionar o Estado. A partir das escolhas polticas a

    Adm Pblica muda de forma e de tamanho, apresentando novas formas, com o

    objetivo de fazer toda a engrenagem funcionar melhor. Administrao pblica

    tambm representa o conjunto de aes que compem a funo admnistrativa.

    ESTADO: ENTE PERSONALIZADO Pessoa Jurdica de Direito Pblico capaz de adquirir direitos e contrair obrigaes na ordem jurdica.

    - Artigo 1, 18 e 37 CF

    A administrao pblica divide-se em direta (se d por meios dos rgos, como

    ministrios, secretarias, poderes judicirio, legislativo e executivo, ministrio pblico,

    tribunal de contas) e indireta (que se d por meio dos entes/entidades como

    autarquias agncias reguladoras, fundaes, sociedade de economia mista,

    empresa pblica). Cada um dos entes polticos (estado, unio, municpios e DF) que

    integram a repblica brasileira tem sua adm direta e indireta.

    Criaram as autarquias especiais, que so as agencias reguladoras. Autarquia vem

    de governo prprio, pessoa criada dentro do Estado mas que tem governo prprio,

    destacando uma competncia do Estado para se autogovernar. Ex: INSS. As

    agencias reguladoras so autarquias especiais, realmente com governo prprio,

    porque as empresas estrangeiras queriam vir para o Brasil, investir em telefonia e

    energia eltrica sem ficar a merc do governo brasileiro, sendo autarquias realmente

    com independncia, j que as autarquias ainda sofriam interferncia do executivo,

    no tendo autonomia, o que criava instabilidade, desmotivando investimentos

    estrangeiros, j que por exemplo, a qualquer momento poderia o presidente da

    repblica colocar outro presidente na autarquia e etc.

    - Artigo 41, CC

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Dentro da adm pblica, hora vamos ter pessoas jurdicas de direito pblico e hora de

    direito privado.

    Obs.: MP e Tribunais de conta so poderes? Sim, tambm so rgos

    constitucionais de soberania, ou seja que a prpria constituio deu competncia,

    ento no h porque fazer distino com os poderes legislativo, executivo e

    judicirio. Por isso discute-se se Brasil adotou a diviso tripartite de poderes de

    Montesquieu.

    O Estado compe-se de poderes (distribuio de sua soberania)

    A expresso poder perigosa, melhor falando em funes, basicamente e

    tradicionalmente, se apresentam na funo legislativa, judiciaria e

    executiva/administrativa. Cada uma dessas funes atribuda e um rgo/poder. A

    funo tpica do executivo administrar, que pode ser exercida por qualquer um dos

    poderes.

    - Postulado da independncia e harmonia

    As linhas definidoras das funes exercidas pelos poderes tm carter poltico e

    figuram na CF. Alis, nesse sentido que se h de entender a independncia e

    harmonia entre eles: se, de um lado, possuem sua prpria estrutura, no se

    subordinando a qualquer outro, devem objetivar, ainda, os fins colimados pela CF.

    - A cada rgo se distribuiu funes (tpicas e atpicas)

    O poder judicirio e legislativo tem suas funes tpicas, mas tambm exercem

    funo administrativa de forma atpica. A maioria dos doutrinadores tentam definir a

    funo adm., mas pragmaticamente essa funo se observa de forma residual. A

    funo adm que exercida por vrios rgos, as vezes entra em rota de coliso,

    esperando que seja exercida pelo postulado da independncia e harmonia.

    FUNO ADMINISTRATIVA - a atividade do Estado para realizar seus fins, debaixo da ordem jurdica.

    (Mayer)

    Essa viso do jurista alemo mostrava que a funo administrativa haveria de ter

    duas faces: a primeira relativa ao sujeito da funo (aspecto subjetivo); a segunda

    relativa aos efeitos da funo no mundo jurdico (aspecto objetivo formal).

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Critrios para verificao da funo administrativa:

    a) subjetivo (orgnico): realce ao agente da funo. A depender do agente que

    esta exercendo, defino se administrativa. Esse critrio sozinho no resolve,

    pois posso estar diante de um deputado na assembleia legislativa, mas

    exercendo funo administrativa e no legislativa.

    b) objetivo material: examina o contedo da atividade. Analiso o que o ato adm

    est tratando. o critrio mais utilizado.

    c) objetivo formal: explica a funo pelo regime jurdico em que se situa a sua

    disciplina. Observo o ato que o Estado est produzindo e verifico qual o

    regime jurdico que se situa, a partir de onde vou definir a funo. Ex: prefeito

    editando decreto regulamentar (face de ato adm e face de ato legislativo),

    contudo esse ato legislativo deve obedecer/deve seguir tambm as leis e no

    apenas a CF. As vezes temos atos produzidos por prefeito, submetidos ao

    regime da lei e no apenas da CF e vai ser ato legislativo.

    - *Na prtica se observa a funo administrativa de forma residual

    A partir do momento que o estado age de forma administrativa, aplicamos o direito

    administrativo. Onde no h criao de direito novo ou soluo de conflitos de

    interesses na via prpria (judicial), a funo exercida, sob o aspecto material, a

    administrativa. Mais tecnicamente pode dizer-se que a funo administrativa

    aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, subjacentemente ordem

    constitucional e legal, sob o regime de direito pblico, com vistas a alcanar os fins

    colimados pela ordem jurdica. Dotadas de autonomia e, pois de capacidade de

    autodeterminao, as entidades federativas tero, por via de consequncia, as suas

    prprias administraes, ou seja, sua prpria organizao e seus prprios servios,

    inconfundveis com o de outras entidades.

    Obs: o STF entendeu que no poderia ter adin de lei oramentria, pois uma lei de

    efeito concreto, na essncia no sendo uma norma. Mas o prprio STF entrou com

    adin contra uma lei que diminua o oramento para o poder judicirio. Tem

    determinadas situaes que no sabemos identificar se estamos diante de um ato

    administrativo, legislativo, judicirio, executivo.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM DIREITO ADMINISTRATIVO - Veio a lume com a instituio do Estado de direito final do sc. XVIII

    juntamente com o direito constitucional.

    O Direito Adm., como sistema jurdico de normas e princpios, somente veio a lume

    com a instituio do Estado de Direito, ou seja, quando o Poder criador do direito

    passou tambm a respeit-lo. O fenmeno nasce com os movimentos

    constitucionalistas, cujo incio se deu no final do Sculo XVIII. Atravs do novo

    sistema, o Estado passava a ter rgos especficos para o exerccio da

    administrao pblica e, por via de consequncia, foi necessrio o desenvolvimento

    do quadro normativo disciplinador das relaes internas da Administrao e das

    relaes entre esta e os administrados. Por isso, pode considerar-se que foi a partir

    do sculo XIX que o mundo jurdico abriu os olhos para esse novo ramo jurdico.

    O Dir. Adm. surge juntamente com o final da revoluo francesa e a separao de

    poderes. Quando surge a revoluo francesa e ideia de retirar da monarquia um

    pouco de poder, surge a tripartio, com um poder controlando o outro. O regime

    vigorante era o das monarquias absolutas, em que todos os poderes do Estado

    desaguavam nas mos do monarca, tornando frgeis as relaes entre o Estado e

    os sditos. Com a teoria da separao de poderes concebida por Montesquieu, o

    Estado, distribuindo seu prprio poder poltico, permitiu que em sua figura se

    reunisse, ao mesmo tempo, o sujeito ativo e passivo do controle pblico. Nesse

    ambiente, foi possvel criar normas prprias para execuo desse controle.

    Nessa poca surgiu a ideia de discricionariedade, de poder de polcia e de

    supremacia do interesse pblico. Esses institutos praticamente blindam a

    possibilidade de controlar o que o executivo estava fazendo. Os que estavam no

    poder viram que no tinha como resistir a presso dos burgueses e da sociedade,

    falando que passavam a ser uma democracia com os trs poderes divididos e um

    controlando o outro, contudo permitiram o controle desde que no interferisse, no

    mbito do executivo, na discricionariedade ou no exerccio do poder de polcia ou

    perquirindo a supremacia do interesse pblico. O surgimento do direito adm. na rev.

    francesa e desses institutos que blindavam o Estado, contaminou o mundo inteiro.

    Vrios institutos do direito adm atual est contaminado pelas influncias francesas.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Anteriormente se tinha o Estado de Polcia O Rei no erra

    - Ramo autnomo do direito voltado para a soluo de conflitos entre o Estado

    e os administrados

    - Relao com outros ramos do Direito

    Tentamos estuda-lo isoladamente mas cada vez mais comea a ter relao com

    outras reas, cincias. O direito adm tem uma interface grande com o direito

    constitucional. No Brasil temos o fenmeno da constitucionalizao, por releitura e

    por elevao. A constitucionalizao pela releitura a releitura que se faz das

    normas do direito civil e administrativo luz da constituio, pela utilizao de

    princpios. J a constitucionalizao por elevao quando pegamos temas,

    matrias, enunciados normativos que deveriam estar numa lei e elevamos ao

    patamar constitucional. Ento hoje o direito adm se relaciona muito com o direito

    constitucional tanto pela releitura, tanto porque temos artigos nela que tratam de

    direito administrativo.

    O Direito Administrativo pode ser conceituado como o conjunto de normas e

    princpios que, visando sempre ao interesse pblico, regem as relaes jurdicas

    entre as pessoas e rgos do Estado e entre este e as coletividades a que devem

    servir. um direito novo, j que se trata de disciplina recente com sistematizao

    cientfica, um direito mutvel, porque ainda se encontra em contnua

    transformao e um direito em formao, no se tendo, at o momento, concludo

    todo o seu ciclo de abrangncia.

    REGIME JURDICO ADMINSTRATIVO - A administrao pblica pode se submeter a regime jurdico de direito privado

    ou a regime jurdico de direito pblico.

    A adm pblica ora se apresenta como ente pblico, ora privado. Quando se

    apresenta com regime jurdico publico, temos o regime jurdico administrativo.

    Quando o estado age por intermdio de pessoa jurdica de direito privado, tenho

    concomitantemente uma face que age como privado fosse e outra face com o direito

    administrativo. O Estado quando surge, surge para atender o interesse pblico., o

    estado no interfere nas atividades privadas, mas a prpria constituio, que se

    move por meio da adm. pblica, tambm pode atuar no direito privado.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Art. 173, 1, II, CF

    - Art. 175, caput, p.u

    - Mesmo quando adota modelos privatsticos, sua submisso no integral

    ao modelo privado.

    O Estado quando vai atuar na iniciativa privada, o faz por meio de empresas

    pblicas e tambm das sociedades de economia mista, como se privado fosse, mas

    tendo ainda um pouco de regime pblico. Ex: concurso pblico do banco do brasil

    que atua no mercado privado mas se sujeita ao regime pblico em alguns aspectos.

    O estado pode interferir na esfera privada se for de interesse coletivo e pela

    segurana nacional.

    - Regime Jurdico administrativo: expresso que abrange o conjunto de traos

    que tipificam o direito administrativo colocando a adm pblica numa posio

    privilegiada, vertical, na relao jurdico administrativa.

    - Prerrogativas e sujeies (restries)

    Artigo 173 CF, 1, inciso II. A CF disse que em caso de segurana nacional e

    interesse coletivo, pode o estado intervir na esfera privada, mas se assim o fizer no

    ter prerrogativas, atuando como se privada fosse, exatamente para proporcionar

    igualdade, estabilidade no mercado. Ex: imagine se o banco do brasil tivesse

    imunidade tributria, ou no tivesse que recolher FGTS de seus funcionrios.

    A CF disse que quando atuar na atividade econmica, o estado no vai ter

    privilgios e prerrogativas. O que distingue prerrogativa de privilgio que a

    prerrogativa tratamento diferenciado justificado e o privilgio tratamento

    diferenciado injustificado.

    Essa distino serve para fecharmos o regime jurdico publicista, que caracteriza o

    direito administrativo ao mesmo tempo com sujeies e tambm com prerrogativas.

    Trago uma grande carga de sujeies, mas tambm prerrogativas. O regime jurdico

    administrativo quando envolve o interesse pblico vem com essa bipolaridade, para

    bom funcionamento da administrao pblica e do relacionamento com a sociedade.

    A administrao pblica se sujeita fortemente ao princpio da legalidade, que

    diferente do princpio da legalidade estudado em direitos e garantias fundamentais.

    Ao mesmo tempo que a adm pblica limitada, tem um conjunto de prerrogativas,

    previstas em lei, que distinguem o regime jurdico publicista.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Princpios Fundamentais

    - Legalidade

    - Supremacia do interesse pblico sobre o particular: aqui temos uma crtica

    que segue a mesma ideia da dignidade da pessoa humana, que no estaria

    sendo usada da forma ideal, sendo esvaziado do seu sentido. O interesse

    pblico e qualquer princpio, para ser aplicado, deve ser fundamentado

    racionalmente. Alguns autores defendem que se utiliza muito irracionalmente

    o princpio da supremacia do interesse pblico, sendo invocado em toda e

    qualquer situao.

    A adm pblica deve agir para um fim, ou seja, atender o interesse pblico, contudo

    pode haver desvio de finalidade. Por exemplo, quando se desapropria terrenos sem

    um projeto para o mesmo, quando na verdade se trata de uma situao de

    favorecimento ao dono do imvel. Ex: Acio desapropriou terreno de sua famlia

    para construir sede da administrao.

    SENTIDOS DA ADMINISTRAO PBLICA:

    Sentido objetivo: expresso grafada em iniciais minsculas, trata-se da prpria

    gesto dos interesses pblicos executada pelo Estado, seja atravs da prestao de

    servios pblicos, seja por sua organizao interna, ou ainda pela interveno no

    campo privado, algumas vezes at de forma restritiva.

    Sentido subjetivo: toma-se aqui o sujeito da funo administrativa, ou seja, quem

    exerce de fato. A Administrao Pblica remete a todos os rgos e agentes que,

    em qualquer dos Poderes, estejam exercendo funo administrativa, sendo

    integrantes da Administrao Pblica.

    RELAO RGO/PESSOA: Teoria do rgo, segundo a qual a vontade da

    pessoa jurdica deve ser atribuda aos rgos que a compem, sendo eles mesmos,

    os rgos, compostos de agentes. A caracterstica fundamental dessa teoria

    consiste no princpio da imputao volitiva, ou seja, a vontade do rgo pblico

    imputada pessoa jurdica a cuja estrutura pertence. A teoria tem aplicao

    concreta na hiptese da chamada funo de fato, pois desde que a atividade

    provenha de um rgo, no tem relevncia o fato de ter sido exercida por um agente

    que no tenha investidura legtima, bastam a aparncia da investidura e o exerccio

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM da atividade pelo rgo: nesse caso, os efeitos da conduta vo ser imputados

    pessoa jurdica. A criao e extino de rgos depende de lei, e a estruturao e

    atribuies podem ser processadas por decreto do chefe do executivo.

    PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA - Essncia do direito

    Em toda disciplina temos os princpios como importantes, a fim de nortear a

    aplicao das leis. Sempre se deve fazer o exerccio de encontrar quais os

    princpios vo nortear os atos administrativos. So postulados fundamentais que

    inspiram todo o modo de agir da Administrao Pblica, norteando o Estado quando

    no exerccio das atividades administrativas.

    - Instrumentos normativos de valor genrico

    - Normas fundamentais que inspiram todo o modo de agir da administrao

    pblica: no existe na doutrina unanimidade sobre quais so esses princpios,

    mas sempre vamos procurar analisar todos os princpios envolvidos. Os

    expressos encontram-se no artigo 37 da CF, mas temos tambm os

    reconhecidos.

    - Obs: os princpios revelam as diretrizes fundamentais da Administrao, de

    modo que s se poder considerar vlida a conduta administrativa se estiver

    compatvel com eles.

    - Se quiser conhecer um sistema tem que conhecer seus princpios regedores:

    para entendermos o funcionamento de qualquer sistema temos que entender

    como funcionam seus princpios. Ex: dentro da estrutura militar, o princpio

    forte a hierarquia.

    - *Artigo 2, Lei 9.784: essa lei a lei de processo administrativo federal. A

    diferena de lei federal para lei nacional que a lei federal s vale no mbito

    da unio e a lei nacional vale para todos os entes federados. Essa lei em seu

    artigo primeiro diz isso, que para mbito da adm pblica federal. Contudo,

    comum os manuais de direito adm, na hora que tentam mostrar positivao

    de princpio, utilizarem uma lei federal, o que no quer dizer que no se

    aplique o princpio ao estado e municpios. Em caso de omisso dos estados

    e municpios, pode-se aplicar essa lei para suprir omisses, apesar de ser

    aplicada no mbito da unio.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Art. 2 A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da

    legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,

    moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico

    e eficincia.

    - Artigo 11 da Lei de Improbidade (8.429) diz que configura improbidade

    administrativa ofender qualquer princpio do direito administrativo, elencando

    esses princpios.

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios

    da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de

    honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente:

    I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competncia; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio; III - revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso pblico; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS/POSITIVADOS (artigo 37 LIMPE)

    - Legalidade (Estrita Legalidade) Temos princpios da administrao explcitos na CF no artigo 37, mas temos outros

    esparsos ou implcitos. No a mesma legalidade que estudamos, tendo em vista

    que para a adm tem outro significado. Legalidade estrita como a doutrina se refere

    para se referir a legalidade no mbito administrativo. A legalidade do artigo 5, II

    que ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo seno em virtude de lei.

    Aqui o particular faz tudo que achar que pode desde que no tenha lei proibindo ou

    determinando conduta. Na adm pblica, servidor pblico tem que servir ao pblico, e

    pelo princpio da legalidade tem que seguir o que a lei diz. Enquanto o particular

    pode fazer tudo aquilo que a lei no probe, a legalidade para a adm pblica impe

    ao administrador ou servidor pblico que ele no pode fazer nada, s aquilo que a lei

    autoriza. Esse princpio significa que toda e qualquer atividade administrativa deve

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM ser autorizada por lei. No o sendo, a atividade ilcita. Tal postulado tem por

    origem mais prxima a criao do Estado de Direito, ou seja, o Estado que deve

    respeitar as prprias leis que edita. Havendo dissonncia entre a conduta e a lei,

    dever aquela ser corrigida para eliminar-se a ilicitude. Administrar funo

    subjacente de legislar. O princpio da legalidade denota exatamente essa relao:

    s legtima a atividade do administrador pblico se estiver condizente com o

    disposto na lei.

    - No h liberdade nem vontade pessoal

    - Legalidade x Reserva Legal: temos discusso a respeito disso por conta do

    constitucionalismo. As vezes a constituio fala em lei, mas tambm se refere

    a emenda complementar, se refere a lei no sentido amplo. No adm impera a

    legalidade estrita, mas sempre vem uma discusso quando a legalidade

    estrita e quando a reserva legal. Dentro do direito adm s podemos fazer

    algo se tiver lei autorizativa. A legalidade estrita d o significado de lei no

    sentido lato e o princpio da reserva legal seria lei no sentido estrito.

    Pode um governador por forma de decreto mudar minha forma de trabalhar?

    Se entender que sim, impera a legalidade estrita, se entender que no,

    impera a reserva legal.

    Quando comparadas essas duas expresses, reserva legal algo mais

    exigente em torno do princpio da legalidade. Temos que, diante de uma

    situao verificar se existe lei especfica para determinada conduta ou se

    temos que seguir um decreto, resoluo. Quando dizemos que devemos

    seguir o que est previsto em lei, temos lei em sentido lato e estrito. Uma

    resoluo por exemplo, no lei. A legalidade estrita que o servidor pblico

    s pode fazer o que a lei autoriza. Mas lei no sentido lato ou estrito? Lei

    aprovada no parlamento ou espcie normativa qualquer? Existe consenso de

    que as normas primrias que podem criar ou extinguir direitos (lei , emenda

    constitucional, lei complementar, decreto legislativo, resoluo e medida

    provisria, rol do artigo 59 CF). Dessas normas primrias decorrem normas

    secundrias, que seriam os decretos regulamentares, as resolues. Ento

    quando voltamos a discusso entre legalidade estrita e reserva legal no

    sentido de que existiro situaes que vamos exigir da adm pblica as

    normas primrias, que no vai ser suficiente as vezes uma previso genrica

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM na norma primria. Ex: Joo servidor, tem lei, norma primria, que

    estabelece que tem direito a 30 dias de ferias por ano, depois vem norma

    secundria dizendo que os enfermeiros no tem direito a ferias nos meses de

    jan, fev. Joo quer tirar frias no ms de fevereiro. O chefe deve cumprir esse

    decreto? Vai considerar a legalidade estrita ou a reserva legal? O decreto tem

    o condo de restringir direito previsto em lei? Quando se entende que

    estamos diante de situao de reserva legal, vamos exigir lei no sentido

    estrito, norma primria. Se entendermos que estamos diante de situao de

    legalidade estrita, basta encontrar a norma primria e depois a norma

    secundria. Cada caso um caso, deve-se interpretar se a norma secundria

    decorre da norma primria ou extrapola.

    A lei em sentido formal seria todo e qualquer ato legislativo emanado dos

    rgos legislativos. Seriam os atos normativos advindos do prprio Poder

    Legislativo. Lei em sentido amplo seria toda e qualquer manifestao escrita

    de atos normativos, ainda que no oriundos do Poder Legislativo, como as

    medidas provisrias editadas pelo Presidente da Repblica, chefe do Poder

    Executivo Federal.

    Nesse sentido, a reserva legal significa que determinadas matrias de ordem

    constitucional, sero regulamentadas por leis em sentido formal. Assim,

    somente o Poder Legislativo, atravs de leis em sentido estrito (leis ordinrias

    e complementares), poder tratar da regulamentao das matrias indicadas

    pelo texto constitucional, como reservadas lei infraconstitucional.

    Encontramos o princpio da reserva legal em diversos dispositivos da

    Constituio Federal, como no art. 5, inciso XVIII que estabelece que a

    criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento. Ou

    ainda, como no art. 37, inciso XIX, que determina que somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao (...).

    Portanto, o princpio da reserva legal deve sempre ser entendido como uma

    decorrncia do princpio da legalidade. Sempre que a Constituio Federal

    determinar que a lei discipline alguma matria especfica, estar configurado

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM o princpio da reserva legal, cabendo ao Poder Legislativo, a adoo das

    medidas cabveis, a fim de regulamentar as matrias que a ele foram

    reservadas.

    Em relao ao princpio da reserva legal, apenas conclumos que a reserva

    de lei no deixa de ser uma forma de controle ou at mesmo de partilha de

    competncia legislativa. O texto constitucional ao reservar matrias

    especficas ao trato da lei, teve a inteno de restringir a disciplina de

    assuntos peculiares, porm importantes, para que no fossem

    regulamentados atravs de qualquer espcie normativa.

    - Juridicidade x Legalidade: antigamente quando se pensava em adm pblica,

    deveria agir de acordo com a legalidade. Essa ideia continua, contudo, as

    vezes o simples agir por intermdio da lei pode gerar situaes injustas. Os

    valores de justia comeam a contaminar todo o direito, extraindo-se valores

    ticos e morais. Quando surge ideia de constitucionalizao do direito

    administrativo, comea a se falar que na adm publica no basta apenas

    analise de legalidade (se o ato adm decorreu da lei), mas tambm de

    juridicidade (se o ato adm obedeceu a lei e se ele tambm agiu de acordo

    com a CF). Ex: lei fala que se for encontrado um ocni em estabelecimento

    comercial, poder sofrer advertncia, multa ou fechamento. Foi encontrado

    perna de barata em bolo e agindo dentro da discricionariedade a adm publica

    poderia aplicar uma das sanes. O servidor decreta o fechamento de todas

    as padarias daquela rede. Agiu certo? No proporcional. necessrio

    analisar a juridicidade, a constituio, bero do princpio da proporcionalidade.

    No caso das frias do enfermeiro, temos que nos perguntarmos se possvel

    restringir um direito desde que essa restrio encontre fundamento em

    valores constitucionais, como o interesse pblico. A justificativa para esse ato

    normativo secundrio (decreto) restringir as ferias dos enfermeiros porque

    nesses meses temos aumento na utilizao da rede hospitalar. Pode-se dizer

    que essa norma secundria traz restrio que ocorre em decorrncia de

    valores constitucionais, como o interesse pblico. At que ponto o judicirio

    vai se intrometer nas decises adm?

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Desnecessidade de vinculao do ato administrativo lei

    - STF, ADC 12

    As vezes o agir administrativo pode decorrer de norma secundria, desde que

    amparada constitucionalmente. Isso foi reconhecido nessa ADC, que tratava

    de uma resoluo do CNJ proibindo o nepotismo. legtimo ato normativo

    secundrio que restrinja direitos, desde que essa restrio decorra de

    princpios constitucionais.

    No caso, temos uma resoluo do CNJ, no lei, em que a administrao

    pblica vinculou seus atos contra o nepotismo, vez que apesar de no estar

    previsto em lei, a norma secundria estava amparada constitucionalmente.

    A vedao ao nepotismo estende-se administrao direta e indireta de

    qualquer poderes da unio, estados, distrito federal e municpios. Nela se

    inclui, ainda, o nepotismo transverso.

    Ficaram, porm, fora da proibio as nomeaes de parente para cargos

    polticos, como os de ministro ou secretario estadual ou municipal, e isso em

    virtude de terem esses cargos natureza eminentemente poltica, diversa,

    portanto, da que caracteriza os cargos e funes de confiana em geral, os

    quais tem feio nitidamente administrativa.

    - Impessoalidade - Faceta da isonomia

    O princpio objetiva a igualdade de tratamento que a Administrao deve

    dispensar aos administrador que se encontrem em idntica situao jurdica.

    Nesse ponto, representa uma faceta da isonomia. Por outro lado, para que

    haja verdadeiramente impessoalidade, deve a adm, voltar-se exclusivamente

    para o interesse pblico, vedando que sejam favorecidos alguns indivduos

    em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros.

    Aqui reflete a aplicao do conhecido princpio da finalidade, segundo o qual

    o alvo a ser alcanado pela adm. somente o interesse pblico, e no se

    alcana o interesse pblico se for perseguido o interesse particular, porquanto

    haver nesse caso sempre uma atuao discriminatria. Quando o

    administrador se afasta do escopo que lhe deve nortear o comportamento, o

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM interesse pblico, ocorre desvio de finalidade. A lei que regula a sanso

    popular comina com a sano de invalidade o desvio de finalidade.

    A adm pblica no deve agir visando interesse que no seja o pblico. A adm

    pblica deve agir sem fazer distines. Nessa ideia de impessoalidade, o agir

    adm no deve analisar quem vai estar afetando em determinadas situaes,

    mas apenas o interesse pblico. Teoricamente, quando a adm pblica vai

    desapropriar terreno, no se deve pensar de quem o terreno. Ex:

    desapropriao do parente de Acio Neves. No pode haver desvio de

    finalidade, que ocorre quando, cumprindo objetivo, desvio o ato para cumprir

    interesse outro que no seja somente a finalidade pblica. As vezes, por

    exemplo, a adm pblica est precisando de servidor em presidente Kenedy,

    quem deve ir? Hoje o que se entende justo antiguidade. Vamos imaginar

    que o gestor quer mandar uma pessoa que ele no gosta, que no o menos

    antigo, ento agiu com desvio de finalidade. muito comum essa

    impessoalidade estar positivada nas leis administrativas, como o concurso

    pblico.

    - A administrao pblica no deve fazer distines injustificadas

    - Relaciona-se com o princpio da finalidade

    - Artigos. 18 a 21 da Lei 9.784 (impedimento e suspeio)

    A ideia de impedimentos e suspeies do direto processual encontrado

    dentro do direito administrativo, a fim de garantir a observncia da

    impessoalidade. Nessa lei temos essa meno.

    - Precatrio, concurso pblico, licitao

    O precatrio uma impessoalidade, a ideia de uma forma de pagamento

    que a grosso modo uma fila, assim como o concurso pblico e a licitao.

    - Excees ao princpio da impessoalidade: cotas.

    **Ler decreto 8243/2014 O decreto institui a Poltica Nacional de Participao Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participao Social - SNPS, e d outras providncias. Teria sido emitido com base no "art. 84, incisos IV e VI, alnea a, da Constituio, e tendo em vista o disposto no art. 3, inciso I, e no art. 17 da Lei n 10.683. Contudo, o art. 84, VI da Constituio estabelece que o Presidente pode emitir decretos sobre a organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos, mas o que se v que est criando, ainda que implicitamente. H uma crtica ao conceito de sociedade civil, que significaria movimentos sociais, colocando-os acima da maquina administrative brasileira, pois qualquer ato deve ser aprovado por eles.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Enfim, para resumir: com o Decreto 8.243/2014, (i) os movimentos sociais passam a controlar determinados mecanismos de participao social; (ii) toda a Administrao Pblica passa a ser obrigada a considerar tais mecanismos na formulao de suas polticas. Suponhamos, em um esforo muito grande de imaginao, que o PT perca as eleies presidenciais de 2018 e seja substitudo por, digamos, Levy Fidelix e sua turma. Com a reforma promovida pelo Decreto 8.243/2014 e a ocupao de espaos de deliberao por rgos no eletivos, seria impossvel ao novo presidente implantar suas polticas aerotrnicas: toda deciso administrativa que ele viesse a tomar teria que, obrigatoriamente, passar pelo crivo de conselhos, comisses e conferncias que no so eleitos por ningum, no renovam seus quadros periodicamente e no tm transparncia alguma. Ou seja: ainda que o titular do governo venha a mudar, esses rgos (e, mais importante, os indivduos a eles relacionados) permanecem dentro da mquina administrativa ad eternum, consolidando cada vez mais seu poder.

    - Moralidade / Probidade Administrativa - o administrador no pode dispensar os preceitos ticos que devem estar

    presentes em sua conduta.

    O princpio da moralidade impe ao administrador pblico que no dispense

    os preceitos ticos que devem estar presentes em sua conduta. Deve no s

    averiguar os critrios de convenincia, oportunidade e justia em suas aes,

    mas tambm distinguir o que honesto e desonesto.

    Nesse princpio temos discusso grande, principalmente por conta da lei de

    improbidade administrativa (Lei 8.429), que em seu artigo 11 diz o que

    constitui ato de improbidade. A ideia de moralidade conturbada. O que

    ento imoralidade adm?

    - Moral comum ou moral qualificada (moralidade administrativa preceito

    moral juridicizado)?

    Alguns defendem que no s pelo fato de ter ofendido a lei que isso vai ser

    considerado ofensa a probidade adm, devendo ser uma ofensa qualificada,

    um preceito juridicizado. Uma coisa ofender a moral comum, outra ofender

    a moralidade juridicizada, passvel de responder por improbidade adm. Nesse

    caso, ter um dispositivo declarando que o ato de improbidade adm. ter

    uma lei qualificando uma conduta imoral como sendo uma imoralidade

    administrativa. No pode ser simples conduta que venha a ofender suposta

    moral comum que venha a ofender a moralidade administrativa, devendo

    haver dispositivo legal que qualifique a conduta como mproba. A moral

    juridicizada, ou seja, escrita no direito que pode causar ofensa a

    moralidade adm.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Quando a moralidade consiste em atos de improbidade, que, como regra,

    causam prejuzos ao errio, diploma regulador a lei 8.429, que prev as

    hipteses configuradoras da falta de probidade na Administrao, bem como

    estabelece as sanes aplicveis a agentes pblicos e a terceiros, quando

    responsveis por esse tipo ilegtimo de conduta.

    Existem ento esses dois entendimentos, uns que entendem que a

    moralidade a moral comum e outros que entendem que deve ser a

    moralidade adm. Ex: cmara de vv dava bombom para os visitantes, isso

    ofende a moralidade adm? Talvez ofenda a moral comum. Dentro das

    decises judiciais no h corrente prevalecente que diga que a moral

    comum ou a adm que oriente o princpio da moralidade. A moralidade

    administrativa seria uma moral qualificada. No momento que qualifico

    porque a sociedade como um todo j concorda que errado.

    - Art. 5, LXXIII (ao popular)

    Pela ao popular, qualquer cidado pode deduzir a pretenso de anular

    atos do Poder Pblico contaminados de imoralidade administrativa. A ao

    cabvel pelo simples fato de ofender o princpio, independentemente de haver

    ou no efetiva leso patrimonial.

    - Art. 37, 4

    4 - Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos

    direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o

    ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo

    da ao penal cabvel.

    - Art. 11, Lei 8.429 (L.I.A)

    - Publicidade Tal princpio indica que os atos da Administrao devem merecer a mais ampla

    divulgao possvel entre os administrados, e isso porque constitui fundamento do

    princpio propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos

    agentes administrativos. S com a transparncia dessa conduta que podero os

    indivduos aquilatar a legalidade ou no dos atos e o grau de eficincia de que se

    revestem.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Decorre do princpio republicano

    - Requisito de eficcia do ato administrativo

    Todos os atos da adm pblica devem ser acessveis a toda populao. Durante

    muito tempo era considerado mera formalidade, porque ato para ser eficaz tem que

    ser pblico. Bastava a publicao para que os atos fossem vlidos. Decorre do

    princpio republicano, que se apresenta como uma das caractersticas a ideia de

    responsabilidade e da coisa de todos. Para sabermos o que a grande empresa do

    Estado est fazendo, precisamos que os atos ganhem a devida publicidade. Esse

    princpio comea a ganhar outra feio, a transparncia.

    Embora nascido com timbre de direito individual, atualmente o direito informao

    dos rgos pblicos espelha dimenso coletiva, no sentido de que a todos, de um

    modo geral, deve assegurar-se o direito. Previu a CF, o direito de acesso

    informao, por meio do qual se deve viabilizar o acesso dos usurios a registros

    administrativos e a informaes sobre atos de governo, desde que respeitados o

    direito a intimidade e vida privada e as situaes de sigilo.

    - Princpio Transparncia:

    A transparncia seria uma publicidade qualificada, possibilidade de divulgao com

    o entendimento pelo homem mdio, no basta publicar uma informao, a

    populao tem que entender o contedo da deciso e porque a adm fez aquela

    escolha.

    Para dar concretude a esses mandamentos constitucionais, foi promulgada a lei de

    acesso a informao, aplicvel a toda administrao direta e indireta, a entidades

    sob controle direto ou indireto dos entes federativos e, no que for cabvel, s

    entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos pblicos do oramento,

    diretamente ou mediante contratos de gesto, termos de parceria, convnios,

    subvenes sociais e outros benefcios similares.

    Na lei de acesso, foram contempladas duas formas de publicidade, a transparncia

    ativa, marcada pelo fato de que as informaes so transmitidas ex officio pela adm,

    inclusive pela referencia nos respectivos stios eletrnicos e a transparncia passiva,

    caracterizando-se pelo procedimento em que o interessado formula sua postulao

    ao rgo que detm informao.

    So contempladas na lei as restries de acesso a informao, quando a divulgao

    puser em risco a segurana da sociedade ou do Estado. A CF assegurou o direito de

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM acesso, independentemente de taxas, significa que s em algumas situaes,

    admite-se a cobrana ressarcitria, ou seja, aquela que corresponde ao efetivo

    gasto com o material empregado.

    - Art. 5, XXXIII (Direito a informao), XXXIV (Direito de petio; certido),

    LXXII (Habeas Data)

    O princpio da publicidade pode ser concretizado por alguns instrumentos jurdicos

    especficos, como o direito de petio, pelo qual os indivduos podem dirigir-se aos

    rgos administrativos para formular qualquer tipo de postulao; as certides, que,

    expedidas por tais rgos, registram a verdade de fatos administrativos, cuja

    publicidade permite aos administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento

    de certas situaes.

    Negado o exerccio de tais direitos, ou ainda no veiculada a informao, ou

    veiculada incorretamente, evidenciada estar a ofensa a direitos de sede

    constitucional, rendendo ensejo a que o prejudicado se socorra dos instrumentos

    constitucionais para garantir a restaurao da legalidade o mandado de segurana

    e o habeas data.

    - Art. 37, 1: - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e

    campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou

    de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens

    que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.

    muito comum ver propaganda e est l o prefeito andando, populao

    cumprimentando e promovendo os feitos. Se falar o nome da pessoa, tem

    vrias jurisprudncias dizendo que esta ofendendo dispositivo por promoo

    pessoal. Mas ai falam o atual governo e aparece ao fundo o governador,

    prefeito, presidenta. Isso promoo pessoal ou no? Existe discusso, uns

    falam que o governo prestando contas a sociedade.

    - Lei de acesso informao (Lei 12.527/2011): facilitou o procedimento para

    que qualquer cidado tenha acesso a informao da adm pblica. A ideia de

    transparncia, alm dessa lei tem previso na CF. A publicidade no pode ser

    empregada como instrumento de propaganda pessoal de agentes pblicos.

    Vulnerar esse mandamento significa ofensa aos princpios da impessoalidade

    e da moralidade, como j tem sido decidido nos tribunais, exigindo rigorosa

    necessidade de coibir semelhantes prticas.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM

    Anteriormente a doutrina era mais inflexvel, considerando como invlido o ato

    sem publicidade; ou seja, a publicidade seria requisito de validade.

    Modernamente, tem-se entendido que cada hiptese precisa ser analisada.

    Em vrias situaes a falta de publicidade no retira validade do ato,

    funcionando como fatos de eficcia: o ato vlido, mas inidneo para

    produzir efeitos jurdicos. Se o for, a irregularidade comporta saneamento.

    - Eficincia (artigo 70, caput) , denominado como qualidade no servio prestado. Pretendeu o governo, com a

    incluso desse princpio, conferir direitos aos usurios dos diversos servios

    prestados pela administrao ou por seus delegados e estabelecer obrigaes

    efetivas aos prestadores.

    Para alguns, decorre do dever da boa administrao, foi muito criticado quando veio

    para o ordenamento jurdico por meio da EC 19/98, principalmente pela mprecisao

    do termo, e de que nada adiantaria se no houver por parte da adm efetiva inteno

    de melhorar a gesto da coisa pblica e dos interesses da sociedade, precisando

    mudar a mentalidade dos governantes. A doutrina j falava que a adm pblica tinha

    dever de boa adm pblica. muito utilizado para os rgos de controle cobrarem a

    supresso de determinadas omisses estatais. Essa omisso por vezes combatida

    como sendo ofensiva ao princpio da eficincia. A doutrina e jurisprudncia utilizam a

    ideia do prazo razovel, que muda de julgado para julgado e de acordo com

    situaes concretas.

    Esse principio vem sendo discutido quando o estado faz uma escolha e depois ela

    no se mostra como sendo a mais acertada. Ex: prefeitura vai mudar o transito

    colocando vias de mo nica. Vamos imaginar que a prefeitura mude o fluxo de

    algumas avenidas e depois piora o transito e o MP move ao dizendo que o estado

    agiu de forma ineficiente. As pessoas acabam as vezes banalizando a ideia de

    ineficincia.

    De um lado, h que se respeitar as diretrizes e prioridades dos administradores

    pblicos, bem como os recursos financeiros disponveis e, de outro, no se pode

    admitir que o princpio constitucional deixe de ser respeitado e aplicado. O judicirio

    no pode compelir a tomada de deciso que entende ser de maior grau de

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM eficincia, nem invalidar os atos administrativos invocando exclusivamente o

    princpio da eficincia, s podendo incidir quando se tratar de comprovada

    ilegalidade.

    A eficincia no se confunde com a eficcia nem com a efetividade. A eficincia

    transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da

    atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto, a conduta dos agentes. Por

    outro lado, eficcia tem relao com os meios e instrumentos empregados pelos

    agentes no exerccio de seus misteres da administrao; o sentido aqui

    tipicamente instrumental. Finalmente, a efetividade voltada para os resultados

    obtidos com as aes administrativas; sobreleva nesse aspecto a positividade dos

    objetivos. possvel admitir que haja condutas administrativas produzidas com

    eficincia, embora no tenham eficcia ou efetividade.

    PRINCPIOS RECONHECIDOS

    - Economicidade (art. 70, caput, CF) Economicidade no quer dizer que deve sempre contratar e comprar o produto mais

    barato. Deve-se analisar o custo-benefcio. Nem sempre o melhor preo significa o

    menor preo, vez que deve-se buscar o menor preo, mas com produto de

    qualidade. Tenho um tipo de licitao que o melhor preo, mas o menor preo

    deve ser buscado conjugado a um produto com melhor qualidade. Melhor preo =

    preo + qualidade. A licitao do tipo menor preo, mas no se pode interpretar lei

    isolada e sim de forma integrada a todo o ordenamento jurdico. A adm deve na hora

    de prestar um servio, deve prestar com qualidade, buscando o menor preo, dentre

    produto com qualidade, contratando pelo melhor preo.

    Obs.: o estado obrigado a fornecer lista de passaportes diplomticos concedidos.

    Publicidade, impessoalidade.

    - Indisponibilidade - Impossibilidade de transigir, de deixar aplicar a lei e/ou o contrato.

    Os bens e interesses pblicos no pertencem administrao nem a seus

    agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conserv-los e por eles velar em prol da

    coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses pblicos. A

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Administrao no tem a livre disposio dos bens e interesses pblicos,

    porque atua em nome de terceiros. Por essa razo que os bens pblicos s

    pode, ser alienados na forma em que a lei dispuser.

    O agente pblico no pode dispor de algo que no lhe pertence. Ex: existe

    contrato adm que prev determinado comportamento para o contratado, de

    que deve entregar os computadores no prazo de 15 dias uteis a partir da

    emisso da ordem de fornecimento. A empresa privada entrega no 17 dia e o

    edital diz que em caso de atraso, sofria sano de multa de 2%. Quando

    entrega com atraso, gera direito subjetivo a adm pblica, de aplicar e de

    receber a multa. Ento o direito no pertence ao agente pblico, sim a adm

    pblica. Quando ocorrem situaes como essa, no pode o agente pblico

    negociar a aplicao da lei/contrato. No pode o agente pblico negociar um

    direito que no lhe pertence. Vamos supor que atrasou por conta de queda

    em barreira em estrada, nesse caso o particular tem que apresentar

    justificativa que analisada pela adm pblica.

    As vezes ocorre situao em que aparentemente o gestor esta dispondo de

    algo da adm pblica, mas na verdade a prpria sociedade Ex: refins,

    refinanciamento fiscal, devendo iptu, devendo icms. A adm pblica d

    desconto, chama para parcelar. Quando tem situao como essa porque

    tenho uma lei autorizando o gestor pblico a fazer isso.

    - Devido Processo Legal/Ampla defesa Dentro do direito adm tambm tem seus reflexos e cada vez mais fortes. Para

    exemplificar se avano sinal vermelho, em alguns dias recebo em casa um

    aviso e depois vem a multa. H sete anos, j recebia a multa. Hoje

    recebemos uma notificao para recorrer (antes que o estado aplique a multa

    realmente) ou pagar. Isso foi feito para observar garantias de fcil percepo,

    como a ampla defesa, dentro do processo adm. Tem outras N situaes que

    a adm comea a utilizar muito e comea a colocar em dvida se esta sendo

    observada a ampla defesa e o devido processo legal.

    O poder geral de cautela comea a chegar no devido processo adm. Hoje

    comeamos a falar das cautelares em contratos administrativos. Ex:

    fornecedora de marmitas para presdios e presos passando mal, pode-se

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM aplicar o poder geral de cautela para colocar outro para prestar servio, tendo

    em vista que no se pode esperar a empresa se defender diante da situao.

    Cautelares nos tribunais de contas, que no integram o judicirio, sendo

    tribunal administrativo que adota medidas cautelares, ou seja, antes do

    exerccio da ampla defesa e contraditrio. Afasta-se a ampla defesa e

    contraditrio para garantir/preservar outro direito. O tribunal de contas quando

    adota medida cautelar, est colocando em proteo o errio, o domnio

    pblico. Dentro do CTB tem dispositivo que quando cidado se envolve em

    acidente grave ou est embriagado, tem sua CNH apreendida de maneira

    cautelar.

    - Continuidade Os servios pblicos buscam atender aos reclamos dos indivduos em

    determinados setores sociais. Tais reclamos constituem muitas vezes

    necessidades prementes e inadiveis da sociedade. A consequncia lgica

    desse fato a de que no podem os servios pblicos serem interrompidos,

    devendo, ao contrrio, ter normal continuidade. Ainda que fundamentalmente

    ligado aos servios pblicos, o princpio alcana toda e qualquer atividade

    administrativa, j que o interesse pblico no guarda adequao com

    descontinuidades e paralisaes na adm.

    Guarda pertinncia com o princpio do interesse pblico, indica que a adm

    pblica no pode interromper a prestao do servio. No se pode esquecer

    que o Estado, quando age, age em prol de uma coletividade. Com essa ideia

    de continuidade que as vezes se tem muitas crticas com relao a greve

    dos servios pblicos. Temos diversas situaes onde o princpio da

    continuidade apresenta que no pode haver interrupo na prestao de

    determinados servios. Ex: ainda que o estado no pague o particular, ele

    tem que prestar o servio mesmo que com at 90 dias de atraso no

    pagamento, devido a continuidade. vedado ao particular contratado, dentro

    de certos limites, opor em face da adm. A exceo de contrato no cumprido.

    Na verdade, o princpio em foco guarda estreita pertinncia com o princpio da

    supremacia do interesse pblico. Em ambos se pretende que a coletividade

    no sofra prejuzos em razo de eventual realce a interesses particulares.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM evidente que a continuidade dos servios pblicos no pode ter carter

    absoluto, embora deva constituir a regra geral. Existem certas situaes

    especficas que excepcionam o princpio, permitindo a paralisao temporria

    da atividade, como caso de se proceder a reparos tcnicos ou obras.

    - Motivao/fundamentao - Dever da adm justificar seus atos

    A adm pblica deve agir de forma justificada, de forma motivada, fundamentada.

    Deve sempre lembrar do porque das coisas, porque isso o que legitima a

    democracia. Toda deciso judicial deve ser motivada, e a adm pblica tem por

    clientes toda a sociedade, devendo assim dizer a razo porque praticou cada ato. As

    vezes vamos exigir que a motivao seja explcita, mas as vezes tenho motivo para

    prtica do ato mas no trouxe a motivao para a prtica do ato. Motivao a

    exposio dos motivos. Quando a adm publica esta comprando pincel para os

    professores, deve-se expor os motivos pelo qual esta fazendo determinada compra

    ou adotando determinado posicionamento. O motivo existe sempre, o que as vezes

    no temos a motivao, que a exposio dos motivos. Quando a adm pblica

    no traz a motivao (exposio de motivos) a sociedade pode pedir.

    - Indicao dos motivos de fato e de direito

    Quando recebo notificao de trnsito, verificamos o motivo de fato, que o fato, o

    que ocorreu e o de direito, motivao/fundamentao legal, exposio do

    ordenamento jurdico ofendido. A motivao essencial a ampla defesa, Sem saber,

    no tem como me defender.

    Na doutrina temos ato adm vinculado e discricionrio. O vinculado aquele que no

    tem o gestor pblico uma margem de atuao, de escolha. O ato discricionrio

    concede margem de escolha para o gestor. Ex: infrao de trnsito, todas as

    sanes, so atos vinculados. Ex: nomeao ou exonerao de cargo comissionado.

    Algumas doutrinas afirmam que nos atos discricionrios o motivao no

    necessria, mas isso vem recebendo crticas e sofrendo alteraes, porque fruto

    de poca de direito adm ditatorial. Essas situaes vem sofrendo indagaes e hoje

    o direito adm democrtico exige que todos os atos, quer sejam vinculados, quer

    sejam discricionrios devem ter os motivos, mesmo que no explcitos.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Todo ato tem que ter um motivo, o ideal que ele tenha uma motivao (exposio

    de motivos), para que cada um possa controlar a adm pblica. O motivo pode ser de

    fato e de direito e a motivao a exposio de motivos, que deveria ser ideal

    trazido para o ato.

    Se discute se todos os atos adm tem que trazer os motivos, ou se podem ocorrer

    sem a motivao. Os atos administrativos se apresentam entre atos vinculados e

    atos discricionrios. Os atos vinculados so aqueles que quando o gestor pblico

    resolve agir, s tem um comportamento a seguir, no tem opo, vinculado quela

    situao. O ato discricionrio quando o gestor tem vrias opes para agir, dentro

    de um limite dado pela lei. O ato de sano vinculado, uma vez configurada

    irregularidade, o gestor vinculado a aplicar sano. Vamos imaginar que a adm

    publica resolva fazer concurso para determinado cargo, ela no obrigada a fazer

    concurso para determinado cargo, ento ato discricionrio, o gestor pode escolher

    se vai realizar ou no o concurso. Vamos imaginar que ele resolva fazer o concurso

    para dez vagas, quando resolveu fazer e tenho classificao final, se ele resolve

    nomear um policial, tem que nomear o primeiro lugar, sendo assim um ato vinculado.

    Alguns autores afirmam que nem todos os atos discricionrios necessitariam de

    motivao (exposio de motivos). Sempre que um doutrinador afirma isso, trazem

    exemplo da nomeao/exonerao para cargos comissionados, cargos de

    confiana. A motivao aqui desnecessria, mas os motivos no, mas os motivos

    esto implcitos de tal forma que no preciso ficar expondo. Alguns doutrinadores

    afirmam que nos atos discricionrios a motivao deve ser ainda melhor trabalhada.

    Temos a chamada motivao alinde ou alhures, que ter um ato em determinado

    local e a motivao estar em outro local. Ex: o oramento deixa pro gestor 10

    milhes para investir na rea do esporte infantil, esse gestor vai investir no esporte

    que quiser, um ato discricionrio, mas tendo que trazer a motivao do ato, porque

    uma opo e no outra. Essa motivao alhures vai remeter aos fundamentos

    trazidos as fls. tais do parecer tal, a motivao est em outro lugar no processo.

    Todos os atos (vinculados e discricionrios) tem que ter os motivos e em 99% dos

    casos, a motivao. Dos que no necessariamente tem motivao, a doutrina

    sempre aponta os cargos comissionados.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Teoria dos motivos determinantes

    A teoria dos motivos determinantes est relacionada a prtica de atos

    administrativos e impe que, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser

    respeitado. Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado. Para que haja

    obedincia ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo h de ser legal,

    verdadeiro e compatvel com o resultado. Vale dizer, a teoria dos motivos

    determinantes no condiciona a existncia do ato, mas sim sua validade.

    Se eu aponto os motivos que determinaram a prtica do ato, se depois verificamos

    que eles so falsos, o ato pode ser controlado, criticado, em razo de seu vcio. Ex:

    num concurso para dez vagas, a decima primeira ficou a sobrinha do prefeito, 10

    vagas suficiente, mas o prefeito inventa motivo para nomear sobrinha.

    - Controle do mrito do ato

    At que ponto o judicirio pode se intrometer no controle do mrito da deciso. A

    partir dos motivos pode o Estado, os rgos de controle e a sociedade, exercer o

    controle do mrito do ato administrativo. As vezes pode gerar o desfazimento do ato,

    as vezes uma aplicao de multa, condenao por improbidade.

    - Supremacia do Interesse Pblico - Em que consiste o princpio da supremacia do interesse pblico?

    somatria dos interesses individuais?

    O princpio da supremacia do interesse pblico consiste na atuao da

    administrao pblica com o fim ltimo de garantir que interesses

    privados/individuais no prevaleam sobre o interesses e necessidades da

    sociedade como um todo. A atividade deve ser destinada ao grupo social como um

    todo.

    O interesse pblico no simplesmente o somatrio dos interesses individuais, isso

    demonstraria insuficincia em seu conceito, pois como afirma Justen Filho, reduzir o

    interesse pblico ao somatrio dos interesse privados seria o mesmo que

    reconhecer que no h diferena qualitativa entre eles, mas to somente diferena

    quantitativa, de modo que o interesse pblico ficaria reduzido ao interesse da

    maioria. Sendo assim, pode-se concluir que um interesse desvinculado dos

    interesses de cada uma das partes que compem o conjunto social, uma forma

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM especfica que leva em conta a dimenso pblica dos interesses individuais, ou seja,

    dos interesses de cada indivduo enquanto partcipe da sociedade.

    - Qual a diferena entre interesse pblico primrio e secundrio?

    O interesse pblico primrio consiste na melhor realizao possvel, vista da

    situao concreta a ser apreciada, da vontade constitucional, dos valores

    fundamentais que ao intrprete cabe preservar ou promover . Por sua vez, Barroso

    sustenta que o interesse pblico primrio a razo de ser do Estado e sintetiza-se

    nos fins que cabe a ele promover: justia, segurana e bem-estar social. Por outro

    lado, o interesse pblico secundrio o da pessoa jurdica de direito pblico que

    seja parte em uma determinada relao jurdica, quer se trate da unio, do estado-

    membro, do municpio ou das suas autarquias. Em ampla medida, pode ser

    identificado como o interesse do errio, que o de maximizar a arrecadao e

    minimizar as despesas.

    Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim ultimo da

    atuao da administrao pblica deve ser voltado para o interesse pblico. E se,

    como visto, no estiver presente esse objetivo, a atuao estar inquinada de desvio

    de finalidade. Logicamente, as relaes sociais vo ensejar em determinados

    momentos, um conflito entre o interesse pblico e o interesse privado, mas,

    ocorrendo esse conflito, h de prevalecer o interesse pblico.

    Algumas vozes tem se levantado contra a existncia do princpio, argumentando-se

    no sentido da primazia de interesses privados com suporte em direitos fundamentais

    quando ocorrem determinadas situaes especficas. Se evidente que o sistema

    jurdico assegura aos particulares garantias contra o Estado em certos tipos de

    relao jurdica, mais evidente ainda que, como regra, deva respeitar-se o

    interesse coletivo quando em confronto com o interesse particular. A existncia de

    direitos fundamentais no exclui a densidade do princpio. Este , na verdade, o

    corolrio natural do regime democrtico, calcado, como por todos sabido, na

    preponderncia das maiorias.

    Prefcio Barroso:

    Constitucionalizao do direito: a constituio, compreendida como ordem ordem

    objetiva de valores e como sistema aberto de princpios e regras, transforma-se num

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM filtro atravs do qual se deve ler todo o direito infraconstitucional. luz de tais

    premissas, toda interpretao jurdica tambm interpretao constitucional.

    Qualquer operao de realizao do direito envolve a aplicao direta ou indireta da

    Constituio.

    O interesse pblico primrio a razo de ser do Estado e sintetiza-se nos fins que

    cabe a ele promover: justia, segurana e bem estra social. Estes so os interesses

    de toda a sociedade. O interesse pblico secundrio o da pessoa jurdica de direito

    pblico que seja parte em uma determinada relao jurdica quer se trate da

    Unio, do Estado-membro, do Municpio ou das suas autarquias. Em ampla medida,

    pode ser identificado como o interesse do errio, que o de maximizar a

    arrecadao e minimizar as despesas. Em nenhuma hiptese ser legtimo

    sacrificar o interesse pblico primrio com o objetivo de satisfazer o secundrio.

    Num Estado Democrtico de direito, assinalado pela centralidade e supremacia da

    CF, a realizao do interesse pblico primrio muitas vezes se consuma apenas

    pela satisfao de determinados interesse privados. Se tais interesses forem

    protegidos por qualquer clusula de direito fundamental, no h de haver qualquer

    dvida. Assegurar integridade fsica de detento, preservar liberdade de expresso de

    jornalista, inequivocamente so formas de realizar o interesse pblico, mesmo

    quando o beneficirio for uma pessoa privada. Mesmo quando no esteja em jogo

    um direito fundamental, o interesse pblico pode estar em atender adequadamente a

    pretenso do particular, como por exemplo quando ocorre o pagamento de

    indenizao pelos danos causados por viatura de polcia que bateu em meu carro,

    ou no conserto de um buraco da rua que traz desconforto para um nico

    estabelecimento comercial. O interesse pblico se realiza quando o Estado cumpre

    satisfatoriamente seu papel, mesmo que em relao a um nico indivduo. O

    interesse pblico primrio h de desfrutar de supremacia em um sistema

    constitucional e democrtico, porque no passvel de ponderao.

    O problema surge quando temos em confronto o interesse pblico primrio

    consubstanciado em uma meta coletiva e o interesse pblico primrio que se realiza

    mediante a garantia de um direito fundamental. Ex: liberdade de expresso x ordem

    pblica; direito de propriedade x sistema justo e solidrio no campo; propriedade

    industrial x sade. Nessa coliso o interprete deve observar a dignidade humana e a

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM razo pblica (afastamento de dogmas religiosos ou ideolgicos, utilizando

    argumentos reconhecidos como legtimos por todos os grupos sociais).

    Para que um direito fundamental seja restringido, em favor da realizao de uma

    meta coletiva, esta deve corresponder aos valores polticos fundamentais que a

    Constituio consagra, e no apenas ao iderio que ocasionalmente agrega um

    nmero maior de adeptos.

    Com a dignidade humana, deve-se evitar que o ser humano seja reduzido

    condio de meio para realizao de metas coletivas ou de outras metas individuais.

    Assim, se determinada poltica representa a concretizao de importante meta

    coletiva (como a garantia da segurana pblica ou da sade pblica) mas implica a

    violao da dignidade de uma s pessoa, tal poltica deve ser preterida.

    - Razoabilidade/proporcionalidade Esses princpios o professor adota como sinnimos, assim como o STF. Esse

    princpio, para alguns doutrinadores, surgiu no direito adm, para outros, no direito

    penal. O principio da proporcionalidade no direito adm vem com uma mxima que

    hoje ambientalmente condenvel, de que no se deve matar pardais com bala de

    canho.

    Os subprincpios so adequao (o meio empregado na atuao deve ser

    compatvel com o fim colimado), necessidade (no havendo outro meio menos

    gravoso ou oneroso para alcanar o fim pblico, ou seja, o meio escolhido o que

    causa o menor prejuzo possvel para os indivduos) e proporcionalidade em sentido

    estrito (quando as vantagens a serem conquistadas superarem as desvantagens). A

    adm pblica, em todo agir, deve observar esses subprincpios.

    O fim a que esse princpio se destina exatamente conter atos, decises e condutas

    de agentes pblicos que ultrapassem os limites adequados, com vistas ao objetivo

    colimado pela Administrao, ou at mesmo pelos Poderes representativos do

    Estado. Significa que o Poder Pblico, quando intervm nas atividades sob seu

    controle, deve atuar porque a situao reclama realmente a interveno, e esta deve

    processar-se com equilbrio, sem excessos e proporcionalmente ao fim a ser

    atingido.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM No pode esse princpio interferir no critrio discricionrio de escolha do

    administrador pblico, quando este tiver sua disposio mais de uma forma lcita

    de atuar, oportunidade em que estar exercendo legitimamente seu poder de

    administrao pblica. Em consequncia, sua aplicao exige equilbrio e

    comedimento por parte do julgador, que dever considerar com acuidade todos os

    elementos da hiptese sob apreciao; se no o fizer, ele mesmo ser o agente

    violador do princpio que pretende aplicar.

    - Controle Judicial Artigo 5, inciso XXXV CF. Lei no poder afastar da apreciao do judicirio, leso

    ou ameaa a direito. Toda e qualquer situao envolvendo a adm pblica pode ser

    levada ao poder judicirio para anlise. Esse dispositivo destaca-se apenas para

    tirar qualquer ideia de que antes de ir para o judicirio tem que esgotar esfera adm,

    isso no existe! Uma coisa que se coloca muito em discusso a discusso a

    respeito dos requisitos do acesso ao judicirio versus empecilhos para acessar o

    judicirio. A exigncia de advogado, por exemplo, forma de dificultar o acesso ao

    judicirio? Se vier uma lei dizendo que antes de acessar o judicirio, tem que

    esgotar esfera adm, isso seria um requisito ou uma restrio? Hoje, a questo de

    esgotar a esfera adm, seria encarada como exigncia inconstitucional.

    - Especialidade Vai nos informar a formao da adm pblica direta e indireta. Por esse principio, a

    adm pblica deve se especializar naquilo que faz, devendo ento se separar e

    formar rgos com especialidade para determinadas funes do poder pblico.

    Talvez isso justificaria um governo federal com 37 ministrios. Pelo princpio da

    especialidade a adm pblica direta se faz ministrios, por exemplo e adm publica

    indireta cria a cesan, a caixa econmica, e etc. Pode criar rgos e entidades para

    melhor exercer a funo pblica.

    O Estado tem seus fins a atingir e para tanto o Estado se especializa. Tudo depende

    da vocao do ente poltico para determinar quantas secretarias por exemplo vai ter

    uma prefeitura. A organizao adm brasileira se inspira no princpio da

    especialidade, que vai servir para questionarmos a questo do desvio de finalidade.

    As vezes vamos ver situaes em que uma cmara municipal utiliza carro para levar

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM criana que estava passando mal para hospital. A cmara municipal no tem

    competncia para isso, sua especialidade legislas e fiscalizar. A no obedincia ao

    princpio da especialidade pode gerar ento um desvio de finalidade.

    Antigamente era muito comum o legislativo patrocinar festas, mas isso funo do

    executivo. No funo do legislativo tambm fazer transporte de pessoas

    enfermas.

    - Autotutela A adm pblica comete equvocos no exerccio de sua atividade, podendo ela mesma

    rev-los para restaurar a situao de regularidade. Trata-se de um dever, pois que

    no se pode admitir que, diante de situaes irregulares, permanea inerte e

    desinteressada. Na verdade, s restaurando a situao de regularidade que a

    Administrao observa o princpio da legalidade, do qual a autotutela um dos mais

    importantes corolrios. No precisa, portando ser provocada para o fim de rever

    seus atos, fazendo de ofcio.

    A autotutela vedada, e dentro do direito adm essa autotutela possvel, e ela se

    justifica por base em dois princpios, o da legalidade e o da indisponibilidade do

    interesse pblico. A autotutela seria por exemplo, que um gestor publico, se depara

    com ato e entende viciado, deve rever o ato adm. Quando se depara com ato que

    no entende ser mais conveniente, inoportuno, deve o administrador exercer

    autotutela e revogar.

    Assim, envolve os aspectos de legalidade (em relao aos quais a Administrao,

    de ofcio, procede reviso de atos ilegais) e aspectos de mrito (em que reexamina

    atos anteriores quanto convenincia e oportunidade de sua manuteno ou

    desfazimento).

    - Justia interna

    - Smulas STF 346 e 473 (reconhece o princpio da autotutela na adm

    pblica)

    346: A administrao pblica pode declarar a nulidade dos seus prprios atos.

    437: A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de

    vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou

    revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os

    direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM - Dever da administrao de rever seus atos

    A eterna pendencia da possibilidade de reviso dos atos administrativos revela-se,

    em alguns casos, mais nociva do que a sua permanncia, motivo pelo qual vem se

    impondo limites a autotutela: o direito da adm. de anular atos administrativos que

    tenham irradiado efeitos favorveis ao destinatrio decai em cinco anos, salvo

    comprovada m-f.

    Revogao (inconveniente/inoportuno) anulao (viciado/ilegtimo) Quando o ato viciado, ilegtimo, deve o administrador anular o ato. E quando se

    depara com ato inconveniente, deve revogar.

    As smulas do STF trazem que a adm publica pode revogar os atos e anular. Temos

    que ter cuidado que a smula antiga e utiliza o verbo poder e no o verbo dever.

    Hoje, deve-se ler que DEVE. Poder uma faculdade, dever uma obrigao.

    Vamos imaginar que determinado municpio faa contratao de empresa para dar

    manuteno de aparelhos de ar condicionado de janela por 60 meses. Decorrido 12

    meses, novo prefeito nem sabe que tem esse contrato de manuteno de ar

    condicionado de janela e resolve colocar Split. Vem a empresa e cobra o 13 ms, o

    que o gestor faz? No deve continuar com esse contrato, ento deve revogar o

    contrato/ato porque no mais conveniente e oportuno, porque no existe mais ar

    condicionado de janela.

    Acontece muito com polticas pblicas de colocar uma quadra com redes,

    profissionais para as crianas, vai continuar o projeto? As vezes no, porque no

    houve aceitao da sociedade, s tinham trs crianas, o contrato com os

    profissionais vai ser revogado.

    Vamos imaginar essa mesma situao do aparelho de ar e foi uma contratao que

    ocorreu sem licitao e deveria licitar. O novo gestor resolve analisar o processo de

    licitao que gerou a contratao daquela empresa e ele ve que ocorreu um vcio,

    que a empresa foi contratada sem licitao, deve o gestor ento anular o ato

    administrativo em razo do vcio.

    Tanto a anulao quanto a revogao no um dever que vem de forma

    desmedida, tem outros princpios que limitam a autotutela, como por exemplo a

    segurana jurdica.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Houve poca em que as pessoas se aposentavam e o TCU demorava a registrar a

    aposentadoria da pessoa. E quando ia registrar o TCU via que faltava trs meses

    para a pessoa trabalhar, mas a pessoa j havia ido morar em outro lugar.

    So cinco anos o prazo para rever o ato adm, mas tem exceo se comprovada m

    f, conluio das partes. Essa autotutela exercida considerando o devido processo

    legal adm. Essa autotutela admitida na adm pblica porque no processo adm ele

    s tem dois lados, a adm e o particular ou servidor pblico e o processo judicial

    triangular. A adm faz as vezes de parte e de juiz, agindo nessa bipolaridade. No o

    mesmo agente que vai servir como parte e como juiz, mas os dois integram a

    mesma adm pblica.

    Ex: cidado que apreendeu carro por falta de pagamento de licenciamento. Se eu

    achar que estou certo, administrativamente vou recorrer. Isso vai para uma

    comisso que vai analisar minha verso e a verso do agente, que integra a adm,

    assim como a comisso. Ento essa relao s tem dois lados porque qualquer

    agente ali vai integrar a adm. Administrao x particular.

    - Segurana Jurdica (Proteo confiana) Princpio que alguns julgados do stf trazem como sobreprincpios (princpio que est

    acima dos outros). Ex: transcorrido determinado espao de tempo, no se pode mais

    rediscutir. Alguns doutrinadores trazem a segurana jurdica como sobreprincpio

    porque uma das funes do estado assegurar a paz e a segurana, que tambm

    jurdica e essa vem da ideia da paz, da estabilidade das relaes sociais. Seria um

    sofrimento desumano conviver com a incerteza do passado.

    muito comum servidor pblico trabalhar s a tarde e adm publica mudar carga

    horaria e servidor no tem direito adquirido em relao ao regime jurdico.

    A segurana jurdica na adm publica deve ser feita com maior cuidado ainda, porque

    quando o estado se relaciona conosco, presumimos que o estado est agindo

    corretamente, a ideia do princpio da confiana. Devemos presumir que todo ato

    estatal correto at que se prove o contrrio. Quando um agente do estado agir,

    temos que presumir que aquele ato legtimo. Todo ato estatal goza dessa

    presuno de legitimidade. Os atos adm devem ser cumpridos, a fim de que haja

    uma segurana jurdica do ato adm.

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM Ex: cidado se apresenta perante o estado totalmente de boa f e disse que estava

    com doena, o mdico do estado escreveu que estava doente e deu licena de 60

    dias. O agente no queria 60 dias e quando chegou no 30 dia, estava bom, mas

    estava cumprindo o ato estatal. Passou em outro concurso pblico no 58 dia da

    licena, foi tomar posse e disseram que no estava apto a tomar posse. Ele recorreu

    da situao e o mdico alegou princpio da segurana jurdica.

    - Princpio da proteo confiana

    Presuno de legitimidade

    - Decurso de prazo e boa-f

    - Artigo 54, lei 9784

    Art. 54. O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que

    decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da

    data em que foram praticados, salvo comprovada m-f.

    Discutia-se muito o prazo para rever atos e veio essa lei e trouxe o prazo de 5 anos.

    Essa lei 9784 uma lei federal (s vale para unio), que diferente de lei nacional

    (vale para todos os entes da federao). A jurisprudncia vem entendendo que no

    havendo leis estaduais ou municipais dispondo sobre prazo decadencial para

    exerccio da autotutela, por analogia, aplica-se tal lei tambm no mbito municipal e

    estadual.

    Ex: servidor publico em 2007 conseguiu gratificao sobre sua remunerao, agora

    novo prefeito percebeu que foi concedida de forma ilegal? No pode anular, porque

    passou o prazo de 5 anos, ento em homenagem a segurana jurdica e aplica-se a

    lei por analogia.

    OBS: Se tiver m-f esse prazo de cinco anos no ser observado!!!

    Esse prazo da adm publica rever seus atos, existe um decreto que o DECRETO

    20910/32 que traz um prazo a favor da adm publica, o prazo que ns como

    cidados temos de pleitear algum direito perante a adm publica se sofremos alguma

    leso do estado, entes estatais, trazendo um prazo de 5 anos para buscar reparao

    junto a adm publica. Esse prazo, a poca era prazo interessante para adm publica

    era de 10 ou 20 anos a depender da situao, trazendo assim proteo maior a adm

    publica. Se eu particular, lesiono algum, esse algum pode ingressar com ao em

    virtude da minha leso. Veio o novo CC e estabeleceu prazo de 3 anos, para

    reparao e agora se Joo tem leso decorrente de privado, o prazo 3 anos e se

  • Direito Administrativo I Professor Anderson Pedra

    Lara Carvalho Breda, 6 AM for adm publica 5 anos. Antes o decreto trazia prazo favorvel a adm publica e

    agora prejudicial. Em virtude disso alguns julgados do STJ fixavam que o prazo

    contra a adm publica passa a ser de 3 anos e no mais de cinco anos, para no ser

    prejudicial, porque a razo do decreto era trazer um beneficio a adm publica.

    OBS: Hoje isso no pacificado, mas a tendncia que o prazo continue sendo de

    5 anos.

    Algumas questes processuais com tratamento diferenciado, se justifica porque a

    adm publica quando condenada, quem arca com isso a sociedade toda.

    A ideia de segurana jurdica comea a ganhar muita fora, comeando a se falar da

    chamada modulao dos efeitos, ento as vezes a adm publica se depara com

    situao viciada, mas no d para alegar sua nulidade logo de plano, semelhante

    a modulao estudada em direito constitucional. As vezes nulo, mas s deixa de

    ter eficcia a partir de tal data, porque se declarar nulidade pode gerar

    constrangimento ou comoo na sociedade, em homenagem a segurana jurdica.

    A prescrio e decadncia so fatores jurdicos atravs dos quais a ordem jurdica

    confere destaque ao princpio da estabilidade das relaes jurdicas, ou, como se

    tem denominado atualmente, ao princpio da segurana jurdica.

    Pela segurana jurdica confere-se relevo ao aspecto objetivo do conceito,

    indicando-se a inafastabilidade da estabilizao jurdica; pela proteo a confiana,

    o realce incide sobre o aspecto subjetivo, e neste se sublinha o sentimento do

    indivduo em relao a atos, inclusive e principalmente do Estado, dotados de

    presuno de legitimidade e com aparncia de legalidade.

    Teoria do fato consumado: em certas ocasies melhor seria convalidar o

    fato/situao jurdica ilegtima, do que suprimi-lo da ordem jurdica, hiptese em que

    o transtorno seria de tal modo expressivo que chegaria ao extremo de ofender o

    principio da estabilidade das relaes jurdicas.

    - Direito Fundamental boa Adm. Pblica Esse d