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Teoria geral do direito administrativo - resumo de aulas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

1. NOES INTRODUTRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito o conjunto de normas impostas coativamente pelo estado e que vai disciplinar a coexistncia pacfica dos seres em sociedade. Direito Posto o direito vigente em um dado momento histrico.

O direito se subdivide em direito pblico e privado.O Direito Pblico tem como base a atuao do Estado, cuidando especialmente da satisfao do interesse pblico. Ex.: Administrativo, Tributrio, Penal, Processo.O Direito Privado preocupa-se com os interesses particulares, pessoais. Legitima as relaes particulares.

1.1. Ordem pblica X Direito pblicoO conceito de ordem pblica mais abrangente do que direito pblico sendo a primeira imperativa e inafastvel pela vontade das partes, ou seja, as partes no podem modific-la nem afast-la. Ex. Imposto de Renda, Licitao, as regras de ordem pblica tambm esto presentes no direito privado, como os impedimentos matrimoniais, capacidade civil etc.

2.CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO2.1Escola legalista ou exegtica o direito administrativo tem como objetivo o estudo simplesmente de um conjunto de leis. Atualmente estuda-se mais princpios do que as prprias regras.

2.2Escola do Servio Pblico: o direito administrativo tem como objeto de estudo o servio pblico, sendo que neste momento o servio pblico representava toda atuao do Estado, incluindo atividade industrial, comercial etc. Esta escola desenvolveu-se em torno de duas concepes:Servio pblico em sentido amplo: Duguit e Bonnard, abrange todas as funes do estado, incluindo o poder judicirio, independentemente do regime jurdico adotado (pblico ou privado)Servio pblico em sentido estrito: Jze, atividades materiais exercidas pelo Estado para satisfao das necessidades coletivas, desde que submetidas a regime de direito comum.

2.3Critrio do poder executivo: o direito administrativo somente estuda a atuao do poder executivo, ignorando os demais poderes. Neste conceito no se leva em conta a atividade administrativa operada nas funes atpicas dos demais poderes. Tambm no acolhida.

2.4Critrio das relaes jurdicas: o Direito Administrativo rege as relaes jurdicas entre Estado e Administrados. Este critrio amplo demais, pois o DA esta presente em apenas algumas relaes jurdicas.

Os critrios tratados a partir de agora foram aceitos pela doutrina brasileira, mas foram considerados insuficientes.

2.5Critrio teleolgico: o DA representa o conjunto harmnico de regras e princpios. Critrio aceito pela doutrina e introduzido por Osvaldo Aranha Bandeira de Melo. Mas apesar de ser verdadeiro insuficiente.

2.6Critrio residual ou negativo: retira-se a funo jurisdicional retira-se a funo legislativa, e as atividades privadas, logo o que sobrar Direito Administrativo. Tambm um critrio amplo em demasia apesar de ser aceitvel o critrio mas necessita de complementao.

2.7Critrio de distino entre atividade jurdica e atividade social do Estado: o DA se preocupa com a atividade jurdica do Estado, no se preocupando com a atividade social. admissvel tal critrio mais ainda insuficiente.

2.8Critrio da Administrao Pblica: (Helly Lopes Meirelles) Direito Administrativo representa um conjunto harmnico de regras e princpios (Regime Jurdico Administrativo) que disciplina os rgos pblicos e agentes no exerccio da atividade administrativa tendentes a realizar de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado. Quem estabelece os fins do Estado o Direito Constitucional que define as polticas a serem adotadas, e que sero implementadas pelo Direito Administrativo.

Direta: prescinde de provocao. Ex. nomeao de servidor, licitao para compra de materiais, desapropriao de imveis. (afastando da funo jurisdicional que deve ser provocada);Concreta: materializando seus efeitos aos administrados, onde a atuao concreta com destinatrios determinados (excluindo a funo legislativa que elabora suas aes para aplicao em tese);Imediata: imediata se refere funo jurdica, enquanto a mediata funo social.

3.FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Fonte aquilo que leva a criao de uma regra de direito administrativo.a) Lei em seu sentido amplo, qualquer espcie normativa, lei ordinria, lei complementar, Medidas Provisrias, Emendas Constitucionais etc.; contudo estas leis esto Segundo o STF, o nosso ordenamento jurdico escalonado, estruturado de forma hierarquizada (ESTRUTURA HIERARQUIZADA OU ESCALONADA). A esta estrutura aplica-se uma RELAO DE COMPATIBILIDADE VERTICAL, ou seja, as normas inferiores devem ser compatveis com as superiores e todas elas devem ser compatveis com a Constituio Federal.

---------------- CF---------------- LO, LC---------------- Regulamentos, atos praticados pelo direito administrativo

b) Doutrina: o resultado do trabalho dos estudiosos, sendo uma seara de muita divergncia;

c) Jurisprudncia: vrios julgamentos reiterados no mesmo sentido. Uma vez consolidada a jurisprudncia, o Tribunal edita uma smula. Tanto a jurisprudncia, quanto a smula, possuem efeito de orientao, salvo a smula vinculante.A smula vinculante surge a partir da EC 45/04. Tem procedimento prprio e especfico, definido na lei 11.417. Ela impede que qualquer administrador ou outro rgo do Poder Judicirio decida em sentido contrrio a ela. Acaba por engessar estes rgos, mas tambm traz celeridade e economia processual.

d) Costume a prtica habitual que gera uma crena de obrigatoriedade. O direito consuetudinrio no pode criar nem exime de obrigaes.

e) Princpios gerais de direito: so regras previstas no alicerce da cincia, implcitas no ordenamento jurdica e devem ser obedecidas pelos diversos ramos. Ex. ningum pode causar dano a outrem caso contrario ter de indenizar, vedado o enriquecimento ilcito, ningum pode se beneficiar da prpria torpeza.

4.SISTEMAS ADMINISTRATIVOS OU MECANISMOS DE CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO

No direito comparado encontramos os sistemas de Contencioso Administrativo e Jurisdio nica.4.1Contencioso Administrativo: criado na Frana por isso tambm conhecido de Sistema Francs. Os atos administrativo, neste sistema, so revistos ou controlados pela prpria administrao, mas excepcionalmente poder ser controlado pelo Poder Judicirio, ex. nas atividades pblicas de carter privado (casos ligados ao Estado, capacidade de pessoas, propriedade privada, represso penal)

4.2Jurisdio nica ou Sistema Ingls: praticado o ato administrativo somente o poder judicirio poder rev-lo ou control-lo. Sem embargos possibilidade de a prpria Administrao Pblica fazer o seu controle, mas ainda assim ser revisvel pelo judicirio. Adotado pelo Brasil.

Estado: pessoa jurdica de direito pblico, que goza de personalidade jurdica que por sua vez a aptido de contrair direitos e obrigaes.J vigorou no Brasil a teoria da Dupla Personalidade do Estado (bipolar hehe) quando ele estava atuando em atividades pblicas ento sua personalidade jurdica seria pblica, j na atuao privada, privada seria sua personalidade. Teoria j superada.

Estado de Direito: aquele politicamente organizado e que obedece suas prprias leis.

Elementos constitutivos do Estado: povo, territrio, governo soberano, finalidades especficas;

Governo Soberano: comando, direo da pessoa jurdica Estado, a soberania condio de independncia. Soberania = independncia na ordem internacional (l fora fao o que quiser) + Supremacia na ordem interna (aqui dentro quem manda sou eu).

4.3Funes do EstadoFuno uma atividade exercida em nome e no interesse de outrem.Funo Pblica a atividade exercida em nome e no interesse do povo. O nosso administrador exerce funo pblica.O Estado possui funes tpicas e atpicas. Funo tpica aquela principal, precpua, para qual o poder foi criado.Funo atpica aquela secundria. Cada poder tem uma funo principal, mas possui tambm funes atpicas.Poder Legislativo funo tpica: funo legiferante. Para alguns autores, a funo de fiscalizao tambm seria tpica devido a sua longa manus fiscalizatria o Tribunal de Contas. Em regra, legisla de forma geral, erga omnes, abstrata e ainda direta, prescinde de provocao. Somente a funo legislativa tem o poder de inovar o ordenamento jurdico.Poder Judicirio funo tpica: funo jurisdicional, de resoluo de conflitos. Via de regra, atua de forma concreta (no controle de constitucionalidade podemos ter atuao de forma abstrata). funo indireta (precisa ser provocado). Somente a funo jurisdicional produz a verdadeira coisa julgada ou intangibilidade jurdica. No devendo de regra inovar no ordenamento jurdico, atualmente sendo relativizada esta afirmativa face aos vrios instrumentos que invadem a seara legiferante.Poder Executivo funo tpica: administrar, aplicando o sistema vigente. Na funo tpica do executivo no inova o ordenamento jurdico, sendo ainda direta, concreta e revisvel pelo poder judicirio.Coisa Julgada Administrativa significa que no possvel modificar a deciso na via administrativa. Mas isto no significa que ela imodificvel, pois pode ser revista no Judicirio.Funo poltica ou de governo - Para os autores mais modernos (CABM) existe ainda uma quarta funo do Estado so aquelas atividades que no se encaixam nas atividades ordinrias tpicas e atpicas, que so as funes polticas ou de governo, como decretao de estado de stio e de defesa, vetar ou sancionar a lei, declarao de guerra, celebrao da paz.Administrao - a estrutura fsica o aparelhamento do Estado, bens, pessoas, coisas.Critrio formal, orgnico ou subjetivo: so os rgos, agentes e bens que compe a estrutura. (mquina administrativa). Em suma compe a Administrao Pblica, todo o conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas que executa, por determinao legal, a funo administrativa do Estado. Pode ser os rgos constitucionais (administrao direta) ou aqueles criados para dar consecuo a atividade administrativa (administrao indireta). Leva em considerao os sujeitos o QUEM FAZ.Critrio material, objetivo ou funcional: Leva em considerao a atividade o QUE SE FAZ. Atividade administrativa. Nessa concepo material, a administrao pblica abrange as seguintes atividades administrativas:fomento: ex. concesso de financiamentos subsidiados pelo BNDES

polcia administrativa: interdio ou fiscalizao de atividades como restaurantes e bares;

servio pblico: prestao de transporte pblico, sade, etc.;

interveno administrativa: tombamento, servido, desapropriao, Banco Central intervindo no mercado de cmbio;

Levando em considerao ainda a atividade esse conceito desdobra-se em:Atividade-fim: toda aquela que expressa a consecuo do interesse coletivo, a prestao material do servio pblico, a satisfao do interesse pblico primrio, ex.: a prestao de atendimento hospitalar, a prestao de educao, a pavimentao de uma rua, o fornecimento de energia eltrica, gua/esgoto, interdio de restaurante por no atender normas sanitrias, desapropriao de imvel, etc.Configura a administrao pblica externa ou extroversa;

Atividade-meio: toda aquela necessria para se atingir a atividade-fim, atende os interesses pblicos de forma mediata, atende sim de forma imediata os interesses da Administrao (interesse pblico secundrio), ex. promover licitaes, concursos pblicos, nomear servidor, conceder frias a servidor, criar autarquia, etc.;Configura a administrao pblica interna ou introversa;

Sentido amplo e estrito da administraoAspecto subjetivo (formal ou orgnico)Aspecto objetivo (material ou funcional)

Sentido Amplorgos constitucionais e rgos administrativos subordinadosFormulao de polticas pblicas (funo de governo) e execuo destas polticas (funo administrativa)

Sentido Estritorgos administrativos subordinadosExecuo das polticas pblicas (funo administrativa)

4.4.Administrao dialgicaA noo de administrao dialgica deve ser associada a uma forma de permitir o acesso do particular atuao administrativa, impondo condies para que as aes do poder pblico se deem aps prvio dilogo com aqueles que tero seus direitos atingidos com a atuao do Estado. Ou seja, o cidado, juntamente com o Estado, passa tambm a ser responsvel pela busca do bem comum.Essa forma de participao se d, principalmente, com a criao de parcerias firmadas entre o particular e o Estado, cenrio em que se destaca a atuao do terceiro setor, ao exercer atividades de interesse pblico, sem finalidade lucrativa.Isso porque, ao se permitir a participao do particular cuja esfera de direito pode ser afetada pela atuao administrativa, possibilita-se que ele tenha conhecimento prvio de condutas que lhe possam ser prejudiciais, evitando que seja surpreendido com decises Estatais. Tal medida privilegia a segurana jurdica e a proteo da confiana.Por fim, salienta-se que podem ser encontrados como sinnimos de administrao dialgica os termos: administrao negocial ou administrao associada.REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO

1.TEORIA DA PONDERAO DOS INTERESSESSegundo esta teoria para cada situao concreto aplica-se uma regra excluindo as demais regras aplicveis ao caso, se eu escolho a regra A, para as demais resta a nulidade. Quanto aos princpios, no existe um que seja absoluto, no mesmo caso concreto pode-se ter vrios princpios incidente, um princpio no vai excluir o outro, mas perfeitamente possvel que um princpio prevalea frente a outro. Esta corrente no plena na doutrina e jurisprudncia, trata-se de uma situao nova.Ex.: a partir da CF/88 obrigatria a exigncia de concurso pblico. O servidor nomeado para um cargo pblico sem concurso e portanto essa nomeao ser ilegal, devendo o administrador anular o ato ilegal aplicando o princpio da legalidade. Agora o servidor nomeado em 1989 sem concurso, e o caso levado ao STJ vinte anos aps, neste exemplo deve prevalecer o princpio da boa-f do servidor e a segurana jurdica, afastando o princpio da legalidade pela ponderao dos interesses, a anulao seria mais gravoso do que a sua manuteno.

2.Princpios basilares do Direito Administrativo (Pedras de Toques)As Pedras de Toque do Direito Administrativo, expresso cunhada por Celso Antonio Bandeira de Melo, so Supremacia do Interesse Pblico e o princpio da Indisponibilidade do Interesse Pblico:

2.1Supremacia do Interesse Pblico [leitura complementar]Conceito de interesse pblico: interesses que predominam na vida em sociedade, desde que essa represente a vontade da maioria. Conjunto de interesses que os indivduos pessoalmente tem quando considerados em sua qualidade de membros da Sociedade e pelo simples fato de o serem, entificada juridicamente no Estado. V. g. provvel que o indivduo no tenha nenhum interesse em ver sua propriedade desapropriada, mas nem por isso dever ser contrrio ao instituto da desapropriao. Da mesma forma ningum quer submeter-se a multas por descumprimento de regras mas estas so indispensveis para a organizao da sociedade e ao bem estar de cada um.Interesse pblico primrio (interesse pblico propriamente dito): a vontade do povo efetivamente em sua dimenso pblica que transcende aos interesses puramente particulares do indivduo.Interesse pblico secundrio: vontade do Estado enquanto pessoa jurdica;Em regra o interesse primrio e secundrio deve ser coincidente, havendo conflito deve prevalecer o interesse primrio.

Conceito de Supremacia do Interesse Pblico sobre o Privado: uma condio de sobrevivncia do interesse pblico bem como asseguramento do interesse privado. Sobreposio/superioridade do interesse coletivo/pblico em face do interesse particular/individual, vale como pressuposto para vida em sociedade.Em razo da supremacia do interesse pblico o poder pblico possui prerrogativas, e pode quase tudo em face ao interesse do particular (auto executoriedade, clusulas exorbitantes, poder de polcia, desapropriao, requisio, etc.)Existe uma nova corrente que prega a desconstituio do princpio da supremacia do interesse publico, fundamentando na possibilidade de o administrador pblico utiliz-lo de forma a satisfazer interesses pessoais sob o manto do interesse pblico, sendo desculpa para arbitrariedade. Sendo minoritria tal corrente e no aplicada esta corrente.

2.2Indisponibilidade do Interesse PblicoComo freio/contrapeso a supremacia do interesse pblico encontra-se presente a indisponibilidade do interesse pblico. O administrador no pode dispor no tendo liberalidade sendo, o administrador, um mero preposto, exercendo um mnus pblico, devendo atuar conforme a lei, no podendo se apropriar do poder. Ex. a dispensa de licitao indevidamente a disposio do interesse pblico, deixar de realizar concurso pblico.O administrador exerce funo pblica onde o poder no dele, mas sim do povo e o administrador o exerce em nome e no interesse do povo, portanto no pode dispor deste, pois o poder no lhe pertence, mas sim do povo. O administrador no pode criar entraves ou obstculos para a prxima administrao, o que trata a Lei de Responsabilidade Fiscal, est dentro do Princpio da Indisponibilidade.Fraude ao dever de licitar, viola o princpio da indisponibilidade do interesse pblico, pois a administrao deixa de escolher a melhor proposta, a fraude ao dever de concurso tambm pois deixa de escolher os melhores candidatos.Como decorrncia da indisponibilidade do interesse pblico a atividade administrativa submete-se aos seguintes princpios: a) legalidade; b) obrigatoriedade do desempenho da atividade pblica (continuidade); c) controle administrativo ou tutela; d) igualdade ou isonomia dos administrados face a Administrao; e) publicidade; f) inalienabilidade; g) controle jurisdicional dos atos administrativos.3.Princpios Mnimos do DIREITO ADMINISTRATIVO (Art. 37 CF/88)L.I.M.P.E: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, EficinciaArt. 37. A administrao pblica direta e indireta (inclusive SEM e EP) de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)O caput do Art. 37 foi objeto de reforma atravs da EC 19/98 conhecida como a Reforma Administrativa, inserido o princpio da eficincia entre os expressos pela CF.

3.1 Legalidade:O princpio da legalidade est na base de um Estado de Direito, pois ele deve ter suas leis e deve obedec-las. No Brasil est consagrado em trs locais distintos na CF/88, no art. 5, II, Art. 37 e Art. 150:Art. 5. (...) II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade (...)Art. 150. () I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea;Segundo Seabra Fagundes o conceito do princpio da legalidade Aplicar a lei de ofcio.O princpio da legalidade decorre da mxima consagrada no pargrafo nico do art. 1 da CF/88 que dispes Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio. Quer-se com isso o governo das leis e no do homem, expresso extrada do direito ingls rule of law, not of men.Legalidade para o direito privado: o particular pode tudo salvo o que estiver vedado, critrio de no contradio a lei;Legalidade para o direito pblico: o administrador somente pode fazer quilo que est previsto em lei, critrio de subordinao a lei;O carter subalterno lei da atividade administrativa ganha contorno com o disposto no art. 84, IV da CF/88:Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;Mesmos os atos do chefe do poder executivo so reservados apenas para impingir fiel execuo lei, que pressupe aos decretos e regulamentos. No se pode confundir o art. 84 VI com a possibilidade de inovao ou imposio a terceiros de obrigaes no previstas em lei, pelo contrrio s pode se valer de tais dispositivos nos limites por ele desenhado e no interior dos esquemas j legalmente traados de maneira genrica.VI - dispor, mediante decreto, sobre:a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos;b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;

Princpio da reserva de lei sinnimo do princpio da legalidade? ERRADO. Reserva de lei mais restrito do que o princpio da legalidade, o legislador reservar uma matria e designar a esta matria uma determinada espcie normativa, escolha do tipo de norma, ex. esta determinada matria somente pode ser tratada por lei complementar ou lei ordinria.Legalidade em sentido amplo, significa o respeito a leis e regras e princpios constitucionais, violadas as leis, regras e princpios constitucionais deve ser feito o controle, reviso de legalidade dos atos administrativos.O ato ilegal pode ser anulado pela prpria administrao ou pelo judicirio, tendo a adm. o prazo de 5 anos para sua anulao conforme o art. 54 da lei 9.784/99.Pelo critrio da ponderao dos interesses, princpio da legalidade X princpio da Segurana Jurdica (STJ), o judicirio ter o mesmo prazo da administrao pblica para anular os atos ilegais. Mas esta corrente ainda uma tendncia nos tribunais no sendo majoritria.

3.2Princpio da ImpessoalidadeAusncia de subjetividade. ex. concurso pblico, licitao. A impessoalidade a ausncia de subjetividade, no pode buscar satisfazer interesses pessoais de parentes ou de interessados.Concurso pblico no modalidade de licitao, este visa provimento de cargo pblico, j aquele concurso da lei 8.666/93, visa seleo de atividade artstica, tcnico ou cientfico tendo em contra partida prmio ou remunerao.O princpio da Impessoalidade traduz a ideia de que a administrao tem que tratar a todos sem discriminaes, benficas ou detrimentosas, favoritismos e perseguies no so tolerveis, simpatias e animosidades, pessoais, polticas ou ideolgicas no podem interferir na atividade administrativa. Conceito segundo Celso Antnio Bandeira de Melo. Este conceito pode ser aplicado tambm ao princpio da isonomia, devido a correlao lgica entre os princpios administrativos.Ato administrativo sempre impessoal, pois se imputa a entidade que o funcionrio pertence e no ao funcionrio que assina ou lavra o ato.Questo MP/PE: Princpio da impessoalidade e princpio da finalidade, disserte sobre a divergncia Segundo Ely Lopes Meirelles pela doutrina tradicional o princpio da finalidade e impessoalidade so sinnimos, para doutrina moderna a exemplo de Celso Antonio Bandeira de Melo, tais princpios so autnomos, a impessoalidade traduz-se como ausncia de subjetividade, e finalidade significa a busca, pelo administrador, do esprito da lei, a vontade maior da lei, e est ligado ao princpio da legalidade, e no da impessoalidade, pois a busca do esprito da lei basicamente a aplicao da lei em seu sentido finalstico. O art. 2 Lei 9.784/99. Prevalece a posio de Celso Antonio Bandeira de Melo.Art. 2 A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia.

3.3 Moralidade A jurisprudncia no define o princpio limitando-se em assentar que trata-se de um conceito vago/aberto/indeterminado.Mas apesar de vago o conceito o Princpio da Moralidade traduz a ideia de honestidade, obedincia a princpios ticos, boa-f, correo de atitudes, probidade administrativa.O administrador que age de forma imoral prtica improbidade administrativa, violando o Art. 11 da Lei 8.429/92:Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente:Moralidade comum so as condies e regras de acordo com os padres de convvio social que difere da moralidade administrativa pois esta mais rigorosa do que a moralidade comum, pois no exige somente o agir de forma correta mas o administrador deve agir da melhor forma possvel, empenhar a boa administrao. Vislumbra-se, aqui, um ponto de tangncia entre o princpio da moralidade e da eficincia, pois esto interligados.

3.3.1.Vedao do nepotismo atual.A proibio de nepotismo ganhou fora aps a EC 45/04 quando o CNJ (7, 9, 21) e CNMP (1, 4, 7, 21, 28) emitiram resolues vedando esta prtica. Esta proibio ao nepotismo foi levada ao STF atravs da ADC 12, a corte suprema declarou constitucional as a regulamentao deste assunto atravs de resolues, bem como ratificou as resolues e a proibio afirmando que esta vedao tem sua matriz diretamente na constituio, prescindido de lei especifica, sendo fundamentado nos princpios da moralidade, impessoalidade, eficincia e isonomia.Esta controvrsia encontrou seu ponto final na Smula Vinculante n. 13 que proibiu o nepotismo em todos os poderes da repblica, com muitas ressalvas.SMULA VINCULANTE N 13A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana ou, ainda, de funo gratificada na administrao pblica direta e indireta em qualquer dos poderes da unio, dos estados, do distrito federal e dos municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a constituio federal.Parentesco proibido:cnjuge e companheiro

linha reta/colateral por afinidade at o 3 grau inclusive.

Entre quem no pode:Entre nomeante e nomeado [cargo em comisso ou confiana, funo gratificada], no importa a situao do nomeante, concursado.

No pode relao de parentesco entre servidor que ocupe cargo em comisso ou com outro servidor que ocupe cargo em comisso ou FG, na mesma pessoa jurdica mesmo que um esteja em Manaus e outro em Porto Alegre;

A smula vinculante n. 13, segundo iterativa jurisprudncia do STF no tem aplicabilidade aos casos de agentes polticos, trazida a exemplo a RCL 6650 e RCL 7834:AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAO. NOMEAO DE IRMO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. SMULA VINCULANTE N 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLTICA. AGENTE POLTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINRIO 579.951/RN. OCORRNCIA DA FUMAA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submisso do reclamante, Secretrio Estadual de Transporte, agente poltico, s hipteses expressamente elencadas na Smula Vinculante n 13, por se tratar de cargo de natureza poltica. 2. Existncia de precedente do Plenrio do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008. 3. Ocorrncia da fumaa do bom direito.Outra peculiaridade a ser assinalada o entendimento do STF no sentido de que no necessria lei formal para efetivar a exonerao de servidores que guardam parentesco nos trs poderes, conforme RE 579.951:EMENTA: ADMINISTRAO PBLICA. VEDAO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao mbito do Judicirio, a Resoluo 7/2005 do Conselho Nacional da Justia, a prtica do nepotismo nos demais Poderes ilcita. II - A vedao do nepotismo no exige a edio de lei formal para coibir a prtica. III - Proibio que decorre diretamente dos princpios contidos no art. 37, caput, da Constituio Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeao do servidor, aparentado com agente poltico, ocupante, de cargo em comisso.Ainda em sede da discusso quanto a legitimidade para iniciar o processo legislativo a fim de elaborar lei que vede o nepotismo, o RE 570.392 teve repercusso geral reconhecida, mas no mrito aguarda julgamento:EMENTA: Natureza jurdica de regra legislativa municipal cujo objetivo impedir a prtica do nepotismo no mbito da Administrao Pblica local. Competncia para iniciar o processo legislativo. Relevncia e transcendncia caracterizadas. Repercusso geral reconhecida.

3.4PublicidadeDar publicidade nada mais do que dar cincia/conhecimento ao titular do interesse que no caso da administrao pblica este titular o povo.Publicidade diferente de publicao, este ltimo significa divulgao em imprensa oficial, sendo uma das hipteses da publicidade. Questo CESPE: No h publicidade na modalidade de licitao convite. Errado pois o que no h publicao em impressa etc. porm a publicidade requisito de todas as modalidades de licitao. Publicao condio de eficcia do contrato administrativo, o ato administrativo somente comea a produzir efeitos a partir da publicao. E somente a partir da publicidade inicia-se a contagem de prazos. Ex.: Multa de trnsito de radar o prazo para defesa conta a partir do recebimento da notificao, momento em que se d publicidade da notificao. Contrato administrativo no publicado no possui eficcia. Art. 61 pargrafo nico, da lei 8.666/93:Pargrafo nico. A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel para sua eficcia, ser providenciada pela Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem nus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.A publicidade tambm representa um mecanismo de controle de fiscalizao, ex. art. 31 3 CF/88:As contas dos Municpios ficaro, durante sessenta dias, anualmente, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qual poder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.QMP: sujeito pretende comprar uma empresa dirigi-se ao um rgo publico para obter informaes da empresa e lhe so negadas as informaes, qual remdio cabvel? R. (1) NO cabvel habeas data, pois este remdio somente pode ser utilizado para conhecer e retificar informaes da pessoa do impetrante. (2) caber ento Mandado de Segurana, direito lquido e certo de informao.LXXII - conceder-se- "habeas-data":a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;Excees ao princpio da publicidade:Art. 5, X CF: intimidade e dignidade de pessoas so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;

Art. 5, XXXIII CF: segurana social e Estado todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado; [no h divergncia na doutrina]

Art. 5 LX CF segredo de justia: a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; (Ex.: investigao pelo CRM de suspeita de erro mdico quando h bito de paciente, este processo ser sigiloso at julgamento final, processo administrativo tambm se aplica o sigilo deste inciso) [divergncia da doutrina]

Dever de publicar obrigao do administrador, sob pena de improbidade administrativa; expresso na [ler esta lei] Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) Art. 11, IV: IV - negar publicidade aos atos oficiais;Art. 37 1 CF/88: Vedao da promoo pessoal do administrador pblico A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos; [coletinho amarelo]A simples indicao do nome do administrador em placa de obra pblica nem sempre dever ser entendido como promoo pessoal, pode ser caracterizado apenas como informao. Jurisprudncia do STJ.

3.5.Eficincia Ganhou roupagem de princpio constitucional expresso na CF/88 a partir da Emenda Constitucional 19/1998; mas vale lembrar que antes de 1998 a administrao j tinha dever de eficincia como princpio implcito da CF. Este princpio j existia como princpio expresso pela lei ordinria na Lei 8.987/95 (Servios Pblicos), art. 6.Art. 6 () 1 Servio adequado o que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao e modicidade das tarifas.Conceito: representam o princpio da eficincia ausncia de desperdcio, economia, produtividade, agilidade, padro de qualidade.Para viabilizar a aplicao do princpio da eficincia face aos servidores pblicos a EC 19 atrelou a estabilidade ao princpio da eficincia, que resultou na alterao do Art. 41 CF/88, contudo esta depende de regulamentao da legislao ordinria o que at o momento pouco foi feito, no sendo aplicvel de pleno; atualmente necessria para aquisio da estabilidade:nomeao cargo efetivo (compreende concurso pblico)

3 anos de exerccio

avaliao especial de desempenho;

Art. 41. CF/88 So estveis aps trs anos de efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. 1 O servidor pblico estvel s perder o cargo:I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado;II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;III - mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (princpio da eficincia, condio de manuteno de estabilidade) 2 Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de servio. 3 Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estvel ficar em disponibilidade, com remunerao proporcional ao tempo de servio, at seu adequado aproveitamento em outro cargo. 4 Como condio para a aquisio da estabilidade, obrigatria a avaliao especial de desempenho por comisso instituda para essa finalidade. (Princpio da eficincia)

A EC 19/98 a fim da busca da efetivao do princpio da eficincia estabelece regras para racionalizao da mquina administrativa, diminuio de gastos com pagamento de folha de pessoal, Art. 169. CF/88 A despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios no poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar, a lei complementar que estabelece os limites a LC 101/00 LRF no art. 19, preceitua que somente pode ser gasto, para unio at 50% da arrecadao e para estados e municpios 60%. Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituio, a despesa total com pessoal, em cada perodo de apurao e em cada ente da Federao, no poder exceder os percentuais da receita corrente lquida, a seguir discriminados:I - Unio: 50% (cinqenta por cento);II - Estados: 60% (sessenta por cento);III - Municpios: 60% (sessenta por cento).Nos casos em que os entes tivessem acima dos gastos permitidos deveriam estabelecer o corte de pelo menos 20% de cargos em comisso, e de servidores no estveis dependendo da necessidade, ou seja, at 100%, superado isto ainda no atingida os limites da LRF poder ser dispensados os servidores estveis, e ainda, de acordo com a necessidade. Essa ordem, cargos em comisso, servidores no estveis e servidores estveis, deve ser seguido, no podendo passar de uma classe a outra sem cumprir a anterior. Neste caso no se aplica demisso (pena) mas sim exonerao dos servidores.Art. 169 CF/88 (...) 3 Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios adotaro as seguintes providncias:I - reduo em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comisso e funes de confiana;II - exonerao dos servidores no estveis. 4 Se as medidas adotadas com base no pargrafo anterior no forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinao da lei complementar referida neste artigo, o servidor estvel poder perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o rgo ou unidade administrativa objeto da reduo de pessoal. 5 O servidor que perder o cargo na forma do pargrafo anterior far jus a indenizao correspondente a um ms de remunerao por ano de servio. 6 O cargo objeto da reduo prevista nos pargrafos anteriores ser considerado extinto, vedada a criao de cargo, emprego ou funo com atribuies iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.A Lei de Responsabilidade Fiscal, no seu art. 23 1 e 2 com a finalidade de regulamentar o inciso I do 3 do art. 169 CF, referente a reduo em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comisso e funes de confiana, estabeleceu que poderia ser feito de duas formas: a) extinguindo os cargos e funes; e b) reduo dos valores a eles atribudos com a reduo da carga horria. Esta ltima possibilidade foi declarada inconstitucional em sede de Medida Cautelar na ADI 2238-5, que foi votada a unanimidade, com o fundamento na ofensa ao princpio da irredutibilidade de vencimentos (art. 37, XV).Para evitar a utilizao do princpio da eficincia como instrumento de vingana o administrador, na atuao de adequar o gasto com folha de pagamento, extinguindo um cargo este no poder ser recriado, com funes idnticas ou assemelhados, nos prximos quatro anos (prazo de um mandato).A exonerao dos servidores estveis que diz respeito o 4 do art. 168 CF, regida pela lei 9.801/99 (lei com 5 artigos ler).Pensando em servio publico exige-se equilbrio entre os meios e resultados, ou seja, gastar pouco obtendo o melhor resultado possvel.Segundo a doutrina o princpio da eficincia uma utopia, pois foi um mero desabafo do constituinte de 1998, sua aplicao esta muito longe de acontecer, pois este muito fluido muito abstrato para ser aplicado;

3.6.Finalidade (CABM)O princpio da finalidade no decorrncia do princpio da legalidade, uma inerncia dele, est nele contido, pois corresponde aplicao da lei tal qual , ou seja, na conformidade de sua razo de ser, do objetivo em vista do qual foi editada.Assim o princpio da finalidade impe que o administrador praticando o ato em conformidade com a lei e com sua finalidade prpria, que o interesse pblico, mas tambm o faa com a finalidade especfica que ela busca alcanar.Consagra-se o princpio da finalidade de forma autnoma para prevenir interpretaes diversas a que a lei pretendia conferir, no por descuido o administrador mas, muitas vezes, por convenincia, sua raiz constitucional a prpria consagrao da aplicao do princpio da legalidade. Desatender a finalidade enseja o abuso de poder ou o desvio de finalidade, como na utilizao da remoo de servidor a fim de puni-lo.

3.7Princpios relevantes ao Direito Administrativo, fora do art. 37 CF/88

3.7.1.IsonomiaConceito: tratar os iguais igualmente e os desiguais de forma desiguais na medida de suas desigualdades.A definio das desigualdades e igualdades no tarefa fcil, para isso se vai ao caso concreto e verifica-se o fator de discriminao e verifica-se se ele est compatvel com o objetivo da norma, no h violao da isonomia, no estando compatvel est violada a isonomia. Ex.:excluir os deficientes fsicos de cadeira de roda para concurso de salva-vida, est compatvel com o objetivo da norma, logo no h violao da isonomia;

excluir deficientes fsicos do concurso para funes administrativas na polcia civil, viola sim o objetivo da norma e do princpio da isonomia;

concurso para polcia feminina, excluir homens deste concurso atinge o objetivo da norma, no h violao do princpio da isonomia;

estipular exigncia de altura para concurso para delegado de polcia viola o princpio da isonomia;

diferena dos limites de 5 anos em tempo de contribuio e idade para aposentadoria entre homens e mulheres, privilegia o princpio da isonomia pois trata na medidas das desigualdades entre os gneros;

Sumula 683 STF O limite de idade para a inscrio em concurso pblico s se legitima em face do art. 7, XXX, da CF/88 (previso na lei da carreira e deve ser compatvel das atribuies do cargo e no edital) , quando possa ser justificado pela natureza das atribuies do cargo a ser preenchido.

No possvel a exigncia de atividade jurdica somente no edital, se no est na lei da carreira, viola o princpio da isonomia, e deve ser compatvel s atribuies do cargo; para a magistratura est previsto na CF, as demais devem conter esta regra na lei.

Para provas psicotcnicas deve haver previso na lei da carreira e deve ser pautada por critrios objetivos. Sumula 684 STF: inconstitucional o veto no motivado participao de candidato a concurso pblico.

3.7.2Contraditrio e ampla defesaArt. 5 LV CF/88 aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;Estes conceitos so aplicados para administrao pblica apenas aps a CF/88.Contraditrio: significa dar conhecimento da existncia do processo, constituir a relao jurdica processual, bilateralidade processual, notificar, intimar, oficiar, chamar o interessado ao processo. Este princpio est na base de um Estado Constitucional Democrtico, pois no se admite uma pessoa ser processada, demitida, perder bens sem ser ao menos ter conhecimento.Ampla defesa: a consequncia do contraditrio, dar a parte oportunidade de se defender, como condio de forma para prtica do ato administrativo, h exigncia de ato administrativo prvio. Este processo deve seguir o modelo constitucional, sendo-lhe aplicado os princpios do contraditrio e ampla defesa.Desdobramentos ou exigncias para o princpio da ampla defesa:Para que ampla defesa seja efetiva a parte deve ter direito de defesa prvia, antes da condenao; exige a existncia de processo determinado e penas determinadas, um procedimento preestabelecido.

A parte deve ter direito as informaes do processo, direito a cpia do processo, desde que pague os custos da reproduo;

A parte deve ter direito de produo de provas, mas no basta que esta prova conste do processo, ela deve ser avaliada e deve participar do convencimento do avaliador;

Direito de recurso: mesmo que no haja recurso previsto na norma ele deve acontecer de forma inominada. Regra de edital que probe o recurso inconstitucional, fere o princpio da ampla defesa. Em deciso administrativa para que o direito de recurso se efetive a parte deve ter acesso a motivao da deciso. A regra de condicionar o direito de recurso a deposito prvio inconstitucional, pois condiciona a capacidade econmica da pessoa (STJ/STF), esta matria est em sede de repercusso geral sem deciso de mrito ainda AI 698.626 STF;

SMULA VINCULANTE N 21 INCONSTITUCIONAL A EXIGNCIA DE DEPSITO OU ARROLAMENTO PRVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.

A presena e advogado (defesa tcnica) no processo administrativo facultativa, na lei 8.112/90 expressamente prev a dispensabilidade da presena do advogado (defesa tcnica). Durante muitos anos passo a passo o STJ consolidou jurisprudncia no sentido de admitir a presena do advogado em PAD que culminou na publicao da smula 343 obrigatria a presena de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Noutro entendimento, levado pela questo econmica, o STF editou a Sumula Vinculante 5 A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo disciplinar no ofende a constituio, regredindo a regra de 1990, ou seja, a presena do advogado facultativa, matando e enterrando a sumula 343/STJ.

Smula Vinculante n. 3 Nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

A anlise das aposentadorias so atos administrativos complexos, e depende de duas manifestaes de vontade que ocorrem em rgos diferentes, Administrao e TCU, o TCU manifestando pela ilegalidade a ampla defesa se dar perante a administrao e no TCU.Na primeira parte dever ser dado ao terceiro beneficiado o direito de contraditrio e ampla defesa pois ele ser o atingido. Na segunda parte afirma que quando trata de aposentadoria ou penso e se tratar de controle de legalidade no ser dado contraditrio e ampla defesa, perante o TCU, pois esta ser exercida perante a Administrao.O TCU no esta retirando um direito concretizado pelo servidor, pois este somente tem expectativa de se aposentar, sua aposentadoria somente se aperfeioa no momento em que o TCU se manifesta sobre a aposentadoria encerrando o ato complexo at sua manifestao no podemos dizer que j existe aposentadoria, ento o TCU no toma aposentadoria pois esta ainda no existe.O servidor quando requer aposentadoria a administrao analisa e j permite ao interessado afastar-se de sua atribuies, ento tal processo ir ao TCU para anlise de legalidade quando, aps analisada, se consolida o ato administrativo, pois trata-se de ato complexo necessitando de manifestao da administrao e TCU.Em deciso recente, o servidor que se aposentou na administrao e somente aps 10 anos o TCU manifestou-se pela ilegalidade do ato, determinando o retorno ao trabalho. O Supremo, neste caso, decidiu que passados 5 anos o TCU dever dar contraditrio e ampla defesa para cassar o ato de aposentadoria, o STF temperou a smula vinculante n. 3. MS 25.116 e MS 26.053.MS 25.116EMENTA: MANDADO DE SEGURANA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. COMPETNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. NEGATIVA DE REGISTRO A APOSENTADORIA. PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA. (...). A inrcia da Corte de Contas, por mais de cinco anos, a contar da aposentadoria, consolidou afirmativamente a expectativa do ex-servidor quanto ao recebimento de verba de carter alimentar. Esse aspecto temporal diz intimamente com: a) o princpio da segurana jurdica, projeo objetiva do princpio da dignidade da pessoa humana e elemento conceitual do Estado de Direito; b) a lealdade, um dos contedos do princpio constitucional da moralidade administrativa (caput do art. 37). (...). A manifestao do rgo constitucional de controle externo h de se formalizar em tempo que no desborde das pautas elementares da razoabilidade. (...). Transcorrido in albis o interregno quinquenal, a contar da aposentadoria, de se convocar os particulares para participarem do processo de seu interesse, a fim de desfrutar das garantias constitucionais do contraditrio e da ampla defesa (inciso LV do art. 5). 6. Segurana concedida.

MS 26.053EMENTA: MANDADO DE SEGURANA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. APRECIAO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSO INICIAL DE APOSENTADORIA. OBSERVNCIA DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA. NECESSIDADE DE OBSERVNCIA APENAS SE PASSADO MAIS DE CINCO ANOS. SEGURANA CONCEDIDA. I - Caso o Tribunal de Contas da Unio aprecie a legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso aps mais de cinco anos, h a necessidade de assegurar aos interessados as garantias do contraditrio e da ampla defesa. II - Segurana concedida para que seja reaberto o processo administrativo com a observncia do due processo of law.Segundo informativo do STF o prazo inicial dos cinco anos comea a fluir da data que o processo de aposentadoria chega ao Tribunal de Contas da Unio.

3.7.3.Princpio da razoabilidade/proporcionalidade: Agir com lgica, congruncia, ponderao, coerncia tudo isso dentro dos padres normais do homem mdio, proibindo as condutas tresloucadas. Para os administrativistas brasileiros este princpio esta embutido/dentro do princpio da proporcionalidade (equilbrio), este entendimento no pacifico no direito Constitucional, porm mais aceito no Direito Administrativo. Proporcionalidade o equilbrio entre os atos e as medidas adotadas. Ex. o servidor pratica uma infrao leve e lhe aplicada a pena de demisso, esta pena desproporcional, desarrazoada. Dever haver um equilbrio entre os benefcios e prejuzos causados.Os princpios da Razoabilidade e Proporcionalidade esto implcitos na CF/88, mas so expressos na legislao ordinria, principalmente na lei 9.784/99 Art. 2 A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia.Alguns autores afirmam que o princpio da razoabilidade foi expresso na CF/88 com a EC 45/04 no Art. 5 LXXVIII, esta informao no escorreita, pois trata, na verdade, da razovel durao do processo.Os p. da razoabilidade e proporcionalidade esto limitando a liberdade do administrador.Esta matria divergente, conforme Virglio Afonso da Silva a regra da proporcionalidade mtodo utilizado para interpretao dos princpios constitucionais, estando a regra da razoabilidade contida no conceito da regra de proporcionalidade. Sendo esta uma forma interpretativa, deve-se utilizar as 3 sub-regras fundamentais de aplicao: necessidade, adequao e razoabilidade em sentido estrito, somente aps o sopesamento de tais sub-regras extrairamos conceitos de proporcionalidade.O poder judicirio pode controlar qualquer atos/atividades administrativos no que tange a legalidade em sentido amplo, aplicao das leis e regras constitucionais, quando o judicirio rev decises administrativas com base no princpio da razoabilidade ou proporcionalidade estar exercendo controle de legalidade, preceitos constitucionais;A discricionariedade o juzo de valor chamada de MRITO ADMINISTRATIVO (convenincia e oportunidade), e o judicirio NO pode rever o mrito, pois o estaria invadindo o juzo de valor do administrador, quebrando o princpio da separao de poderes.Mas esta liberdade, discricionariedade est limitada pelos princpios da razoabilidade e proporcionalidade. No sendo razovel a deciso poder ter interferncia jurisdicional. No caso de um municpio precisar de escola e hospital e o administrador optar por fazer uma praa, ser desarrazoada esta deciso, podendo ento o judicirio intervir, pois contraria princpio implcito na CF, tornando-se controle de legalidade no mais controle de mrito. ADPF 45 ler a deciso no a ementa.

3.7.4 Princpio da continuidade: O servio pblico a atividade administrativa deve ser uma prestao contnua. Para Celso Antnio uma consequncia da obrigatoriedade da prestao do servio pblico.

a)Direito de Greve de servidores pblicos:No Art. 37, VII CF/88 o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei especfica. Somente ser lei complementar quando o texto da CF/88 assim prever expressamente, em 1998 a EC 19/98 alterou a previso de complementar para lei especfica, portanto, lei ordinria, a meno especfica diz respeito a uma lei que trate somente desta matria. Esta uma norma de eficcia limitada.Como no h lei que regulamente este dispositivo constitucional, as greves de servidores eram tidas como greves ilegais, sendo assim, sofriam descontos em sua remunerao.O STF, tambm admite ser, a norma do art. 37 7 CF, ser de eficcia limitada. Julgando os MI 670/708/712, o Supremo define que para o servidor se aplica a regra geral da iniciativa privada lei 7.783/89 no que lhe couber, mudando a histria do direito de greve, aplicando a estes MIs efeitos concretos, para tentar amenizar a mora legislativa quanto a esta matria.Apesar deste novo posicionamento do STF no soluciona os problemas, pois em vrias situaes a lei da greve privada no consegue dirimir esses problemas, por tratar-se de servio pblico. O STJ vem a frente neste assunto com jurisprudncia mais consistente, devo acompanhar este entendimento.Com a deciso do STF deparamo-nos com um problema, pois MI possui apenas efeito entre as partes, para no haver uma chuva de MIs sobre greve, o supremo modula os efeitos e aplica o efeito erga omnes nestas decises.No cabe demisso de servidor pblico pelo exerccio de greve, esta sano aplicvel apenas a infraes graves, respeitando ainda o contraditrio e ampla defesa.

b)Interrupo de servio pblico:A posio prevalente a possibilidade da interrupo do servio pblico conforme Art. 6 3 da Lei 8.987/95: 3 No se caracteriza como descontinuidade do servio a sua interrupo em situao de emergncia ou aps prvio aviso, quando:I - motivada por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes; e,II - por inadimplemento do usurio, considerado o interesse da coletividade.Para servios essenciais despontam duas correntes sobre a possibilidade de sua interrupo no caso de inadimplemento do usurio. A primeira e minoritria admite que o princpio da continuidade e CDC Art. 22 e 42 no possvel a interrupo, sob pena de expor pessoas a situaes vexatrias.J a segunda corrente, maioria, possvel, o fundamento para a possibilidade da interrupo do servio publico por inadimplemento o prprio princpio da continuidade, pois se for obrigado a prestao de servio aos inadimplentes a prestadora de servio no conseguira arcar com o nus, ento correndo o risco de ter que interromper o servio inclusive dos pagantes. Tambm a respeito do princpio da isonomia, pois deve-se tratar diferentemente os pagante e no pagantes. Ainda a supremacia do interesse pblico.Se o usurio inadimplente a prpria administrao possvel a interrupo do servio pblico, mas com exceo nos casos onde se privilegia outros direitos fundamentais, vida, segurana publica. Ex. hospitais pblicos/particulares, logradouros pblicos, no se pode cortar energia.Exceptio non adimplenti contractus: exceo de contrato no cumprido, uma parte no pode exigir o cumprimento de um contrato se no tiver cumprido a parte do contrato que lhe cabe, este princpio completamente inerente as relaes particulares. Quanto aos servios pblicos caso a administrao no cumpra a sua obrigao no contrato, em nome do princpio da continuidade aplicado de forma diferenciada, somente aps o prazo 90 dias se se tratarem de servios essenciais. Lei 8.666/93 Art. 78 XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administrao decorrentes de obras, servios ou fornecimento, ou parcelas destes, j recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pblica, grave perturbao da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspenso do cumprimento de suas obrigaes at que seja normalizada a situao;

3.7.5.Princpio da Autotutela:Permite administrao fazer a reviso de seus prprios atos.Ilegalidade: anulao dos atos eivados de ilegalidade

Inconveniente: revogao de atos inservveis/inoportunos e no convenientes

O judicirio no pode revogar atos em razo do princpio da Independncia dos poderes, somente poder revogar a prpria administrao que o instituiu.A afirmativa: o Poder Judicirio nunca pode revogar atos inservveis, inoportunos e inconvenientes errada, pois quando o Poder Judicirio atua em sua funo atpica de administrador, poder sim fazer este controle de convenincia, como no exemplo de nomear e exonerar funes comissionadas.Smulas STF 346/473SMULA N 346A administrao pblica pode declarar a nulidade dos seus prprios atos.

SMULA N 473A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.Artigo 53 da Lei 9.784/99:Art. 53. A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.Maria Sylvia di Pietro, anota que alm do poder de reviso dos atos a autotutela caracteriza o dever de cuidar dos prprios bens e do seu prprio patrimnio.

3.7.6.Princpio da especialidade:Sua concepo foi atribuda, inicialmente administrao indireta (autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas e sociedades de economia mista). Para administrao direta criar as pessoas jurdicas da administrao indireta necessria a lei que a autorize ou a crie propriamente, tal lei define a sua finalidade especfica de atuao, as pessoas jurdicas da administrao indireta esto vinculadas s finalidades para as quais foram criadas.Atualmente este princpio aplica-se aos rgos pblicos, ficando este vinculado a finalidade primacialmente prevista.A lei que cria a pessoa jurdica da administrao indireta define as finalidades desta PJ e esta fica vinculada a estas finalidades. E por paralelismo das formas estas finalidades somente podem ser alterados por outra lei.

3.7.7 Presuno de legitimidade (moralidade): + presuno de legalidade (lei) + presuno de veracidade (verdade)Estas presunes so relativas juris tantum admite prova em contrrio, podendo ser contestada e afastada, cabendo o nus da prova a quem o alega, a rigor o administrado pretende afastar esta presuno.A consequncia prtica pela presuno de legalidade a aplicao imediata do ato administrativo.

3.7.8.Princpio da Motivao (CABM) o dever para Administrao justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a relao entre os eventos e situaes que deu origem a providncia tomada, este ltimo serve para verificar se a conduta se amolda a lei que foi utilizado como fundamento.A motivao deve ser prvia ou contempornea ao ato. Nos atos vinculados, onde no existe margem subjetiva de atuao do administrador, basta mencionar o fato e a regra de direito, pois a motivao est implcita, contudo naqueles em que necessrio uma apreciao de fatos e regras jurdicas necessrio uma motivao detalhada, ex. licitaes, processo administrativo disciplinar.O fundamento constitucional deste princpio encontra-se implcito no art. 1, II, quando elenca a cidadania como fundamento da Repblica, no n. deste mesmo artigo que alude que todo o poder emana do povo bem como no art. 5 XXXV que assegura o direito da inafastabilidade da apreciao judicial de leso ou ameaa de leso de direito. Pois o cidado deve ter conhecimento, dos motivos que levam aquele que gere os seus direitos, a praticar determinado ato, bem como o poder judicirio deve conhec-los para control-los.

4.ORGANIZAO DA ADMINISTRAO PBLICA4.1Formas de prestao da atividade administrativaA Atividade administrativa podem ser prestada pelo ncleo, pelo centro da administrao, sendo uma prestao centralizada, realizada pela administrao direta. A administrao direta so os entes polticos (U, E, DF e M).Em busca da eficincia os servios pblicos so retirados do ncleo/centro e transferidos a outras pessoas, que so os particulares e a administrao indireta pelo instituto da descentralizao, onde surge uma nova pessoa [jurdica ou excepcionalmente fsica] para gerir as atividades. Na descentralizao no h hierarquia entre a Administrao Central e a pessoa estatal descentralizada, o que passa a existir um poder chamado controle. Enquanto o poder do hierarca presumido o controle depende de previses legais, e s podem ser exercido na sua amplitude prevista legalmente.A distribuio interna de plexos de competncias decisrias, agrupadas em unidades individualizadas denomina-se desconcentrao. A desconcentrao poder se dar em razo da matria, ex. Ministrio da Sade, Justia, Educao, como em razo do grau de hierarquia, ex. diretor de departamento, chefe de seo, encarregado de setor. Contudo, mesmo sendo na desconcentrao, exercida com hierarquia.A descentralizao da atividade administrativa ou somente descentralizao administrativa diferente da descentralizao poltica, esta quando a CF atribui a Unio certa atividade e a Unio pode conceder aos Estados, da mesma forma a CF atribui ao Estado e este pode conceder ao Municpio, trata-se de descentralizao poltica.

4.1.1.OutorgaTransferir a titularidade (propriedade, domnio sobre o servio) e a execuo do servio pblico (titularidade + execuo) quem recebe a outorga passa a ser dono do servio. A outorga somente possvel mediante lei. A titularidade no pode sair das mos do poder pblico, pela descentralizao por outorga quem vai receber a titularidade a administrao indireta. Segundo a posio majoritria, a outorga de servio pblico somente para as pessoas da administrao indireta de direito pblico ou seja, somente a Autarquias e Fundaes Pblicas de Direito Pblico. Posio minoritria admite a possibilidade da outorga de servios pblicos para qualquer pessoa da administrao indireta.

4.1.2.DelegaoTransferncia da execuo do servio pblico, a administrao retm a titularidade do servio pblico. Pode acontecer de 3 maneiras.Por meio de Lei: chamada delegao legal. Aqui encontramos a administrao indireta e as empresas de direito privado (Empresas Pblicas, Sociedades de Economia Mista, Fundao Pblica de direito privado).

Contrato administrativo: realizada aos particulares (concesso, permisso). Logo, concedida as concessionrias e permissionrias de servios pblicos.

Ato administrativo unilateral: delegado aos particulares. Autorizao de servio pblico. (Txi, despachante).

A administrao pblica pode outorgar a concesso de servio pblico ao particular? Sim, pois o Cespe usou a outro sentido a palavra outorgar. Cuidar, porque a palavra outorgar est no sentido de dar a concesso de servio. Sendo assim, a concesso pode ser dada ao particular.

5ESTADO (PESSOA JURDICA) X AGENTE (PESSOA FSICA)Teoria do mandato: o Estado com o agente constitui a relao atravs de um contrato de mandato, assim como o advogado e seu cliente. No Brasil, no h que se falar em assinatura de nenhum contrato, pois o Estado, sem a pessoa fsica, no consegue manifestar vontade nenhuma. Assim, essa teoria no foi aceita no Brasil.

Teoria da Representao: o Estado seria uma pessoa incapaz, precisaria de um tutor/curador/representante. No Brasil, o Estado no pessoa incapaz, ao contrrio, pessoa capaz, e, portanto, no precisa de representante.

Teoria do rgo/Imputao: todo o poder do agente decorre da lei (imputao legal), e no de contrato ou representao. Quando o agente est praticando funo pblica, a vontade dele se confunde com a vontade do Estado. Esta foi a teoria adotada pelo sistema brasileiro. A relao entre Estado e agente decorre da imputao legal. A vontade manifestada pelo agente a vontade do Estado.

6.rgos Pblicosrgos so unidades abstratas que sintetizam os vrios crculos de atribuies do Estado. Por se tratar de entidades reais porm abstratas, seres de razo, no tem vontade nem ao prprias, que uma qualidade dos seres biolgicos. a subdiviso da administrao publica em centros especializados de competncia, para atender ao princpio da eficincia, apesar do conceito de rgo pblico ser peculiar da administrao direta, mas se aplica a indireta, como no INSS. Lei 9.784/99, art. 1:Art. 1 Esta Lei estabelece normas bsicas sobre o processo administrativo no mbito da Administrao Federal direta e indireta, visando, em especial, proteo dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administrao. 1 Os preceitos desta Lei tambm se aplicam aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho de funo administrativa. 2 Para os fins desta Lei, consideram-se:I - rgo - a unidade de atuao integrante da estrutura da Administrao direta e da estrutura da Administrao indireta;II - entidade - a unidade de atuao dotada de personalidade jurdica;III - autoridade - o servidor ou agente pblico dotado de poder de deciso.

rgo pblico no tem personalidade jurdica, no possuindo aptido ser sujeito de direitos e obrigaes, respondendo pelas obrigaes e direitos a pessoa jurdica a qual vinculada, Unio, Estados e Municpios;Quanto aos contratos administrativos, o rgo realiza a licitao, encontrada a vencedora mas celebrar contrato com a pessoa jurdica vinculadora, tambm o rgo ser o gestor deste contrato. O responsvel pela contrao de direitos e obrigaes sero as pessoas jurdicas vinculadoras. A secretaria de sade realiza a licitao, mas o contrato ser realizado pelo municpio, contudo que assina o contrato o prprio secretrio de sade atravs de delegao legal.Ento em regra o rgo pblico no celebra contrato, mas existe uma exceo, o monstro do Contrato de Gesto do Art. 37 8 introduzido pela EC/19, contrato de gesto: 8 A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da administrao direta e indireta poder ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pblico, que tenha por objeto a fixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade, cabendo lei dispor sobre:I - o prazo de durao do contrato;II - os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e responsabilidade dos dirigentes;III - a remunerao do pessoal.Para doutrina apesar deste dispositivo existir ele inconstitucional, pois no pode haver contrato de gesto entre rgos por no haver personalidade jurdica.Apesar de rgo pblico no ter personalidade jurdica ele possui CNPJ mas apenas para controle de fluxo oramentrio pela Receita Federal.Como no h personalidade jurdica o rgo pblico poder, excepcionalmente, em juzo somente como sujeito ativo para defender suas prerrogativas funcionais, em juzo o rgo pode ter representao prpria. Ex. o prefeito de um municpio se recusa a repassar o duodcimo da cmara municipal (verba de custeio do legislativo municipal), a cmara um rgo pblico e poder ingressar em juzo para defender suas prerrogativas.O exemplo do Procon que pode ir a juzo representando os consumidores, no polo ativo, exercendo sua prerrogativa funcional, mas no pode ir a juzo no polo passivo, por exemplo quando ele aplica multas, quem ser demandado o municpio. Precedente no STJ.

6.1.Classificao de rgos pblicos6.1.1.Quanto a posio estatal:Independente: aquele que goza de independncia, esto sujeitos a controle de um pelo outro, mas no sofre qualquer relao de subordinao, (presidncia da repblica, governo do estado, prefeito, cmaras legislativas, cmaras de vereadores, congresso nacional, juzes monocrticos, tribunais)

Autnomo: possui ampla liberdade, mas subordinado aos rgos independentes, (ministrios, secretarias de estado e municipais). Para os administrativistas o MP e Tribunais de Contas compem esta classificao como autnomo, neste exemplos existe divergncia da doutrina.

Superiores: goza de poder de deciso, mas subordinado aos anteriores (gabinetes de presidente, de governadores, de prefeitos e procuradorias)

Subalternos: aquele que no manda nada mero rgo de execuo, reduzido poder de deciso (almoxarifado, zeladoria, departamento de cpias de recursos humanos etc.)

6.1.2.Quanto a EstruturaSimples: No possui desdobramentos, agregados ou ramificaes, (gabinetes)

Composto: aqueles que possuem ramificaes (delegacia de ensino e as escolas ligadas a delegacia, hospital e postos de sade)

6.1.3.Quanto a sua atuao funcionalSingular/unipessoal: a tomada de deciso feita de modo individual; (presidncia da repblica, juzo monocrtico)

Colegiado: tomadas de decises de forma coletiva (casas legislativas, tribunais)

6.1.4.Quanto as funes que exercemAtivos: que expressam decises estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurdica;

Controle: que controlam as atividades de outros rgos ou agentes

Consultivos: destinados ao aconselhamento e elucidao (pareceres) para que sem tomadas providncias pertinentes pelos rgos ativos

6.2.Competncias PblicasOs rgos, manifestados pelos seus agentes so dotados de competncias pblicas, os titulares destas competncias possuem um dever de prover os interesses da coletividade e para que isto ocorra recebem um poder inerente, por isso correto afirmar que possuem um dever-poder e no ao contrrio. O poder uma forma instrumental de se prover o dever de cumprir o interesse pblico.Conceito de competncia: circulo compreensivo de um plexo de deveres pblicos a serem satisfeitos mediante o exerccio de correlatos e demarcados poderes instrumentais, legalmente conferidos para satisfao de interesses pblicos.Caractersticas das competncias pblicas:de exerccio obrigatrio: para rgos e agentes pblicos, no fica a cargo da vontade pessoal do agente ele 'deve' exercer a competncia a ele outorgada.

irrenunciveis: o agente no pode abrir mo de suas competncias;

intransferveis: no podem ser objeto de transao, sendo possvel repass-las a outrem somente nos casos previstos em lei como delegao, sem que o delegante perca a possibilidade de retomar o exerccio;

imodificveis: pelo agente, este no podendo ampliar ou restringir a sua amplitude, cabendo em casos excepcionais a avocao, pelo superior hierrquico, que uma absoro episdica de competncias de agentes subordinados;

imprescritveis: independentemente se deixar de exerc-las por determinado tempo esta no deixam de existir;

7.ADMINISTRAO INDIRETAAutarquias:

Conselho de classe

Agncia reguladora

Agncia executiva

Fundaes Pblicas:

Agncia executiva

Empresas Pblicas;

Sociedade de Economia Mista;

Associao consrcios pblicos (lei 11.107/05);

7.1.Caractersticas comuns a todas as pessoas da Administrao Indireta:7.1.1. Personalidade jurdicaPessoas jurdicas da administrao indireta goza de personalidade jurdica prpria, sendo sujeito de direitos e obrigaes, respondendo pelos seus atos;

Possuem receita e patrimnios prprios;

Possuem autonomia tcnica, administrativa e financeira. No possui autonomia poltica, capacidade para legislar. Ex. agncia reguladora apenas regula e no legisla, no podendo inovar na legislao apenas se submeter a ela.

7.1.2.Criao e extino:Art. 37 CF/88 XIX - somente por lei especfica [lei ordinria] poder ser criada autarquia [fundao pblica de direito pblico] e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao [fundao pblica de direito privado] , cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;Lei ordinria especfica cria a autarquia estando apta ao mundo jurdico, no sendo necessrio o depsito dos atos constitutivos em registro de pessoas jurdicas, pois no se registra lei, esta por si s possui publicidade necessria.Lei ordinria especfica autoriza a criao de empresa pblica, sociedade de economia mista e fundao necessrio o registro dos atos constitutivos, estatutos, se a natureza for empresarial ser registrada na Junta Comercial, se de natureza civil ser registrada no cartrio de registro de pessoas jurdicas.Lei Complementar NO cria as fundaes apenas vai definir suas reas de atuao, suas finalidades, a ideia uma lei complementar que traga uma lista abstrata de possveis atuaes das fundaes. mister observar, todavia, que essa lei complementar que dever definir as reas em que podero atuar as fundaes pblicas at hoje no foi editada.Pelo paralelismo de formas se a lei ordinria especifica cria ou autoriza a criao tambm dever existir lei para extinguir ou autorizar a extino.

Como, antes da EC 19/1998, todas as entidades da Administrao Indireta exigiam lei especfica para sua criao, aquelas que, sob a gide do dispositivo constitucional primitivo, hajam sido criadas por este instrumento normativo somente mediante a edio de outra lei especfica podero ser extintas. (MAVP, p. 21)

7.1.3.Criao de subsidirias: CF Art. 37, XX - depende de autorizao legislativa, em cada caso, a criao de subsidirias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participao de qualquer delas em empresa privada;Conforme a tica do STF, para criao de subsidirias de entidades da Administrao Indireta, suficiente autorizao genrica estabelecida em lei, no exigindo, para cada nova entidade subsidiria, autorizao legislativa especfica, ADI 1649/DF:EMENTA: AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9478/97. AUTORIZAO PETROBRS PARA CONSTITUIR SUBSIDIRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2 E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIO FEDERAL. INEXISTNCIA. ALEGAO IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 no autorizou a instituio de empresa de economia mista, mas sim a criao de subsidirias distintas da sociedade-matriz, em consonncia com o inciso XX, e no com o XIX do artigo 37 da Constituio Federal. 2. dispensvel a autorizao legislativa para a criao de empresas subsidirias, desde que haja previso para esse fim na prpria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora a prpria medida autorizadora. Ao direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

7.1.4.Criao com Finalidade Especfica: As pessoas jurdicas da administrao indireta tem finalidades especficas, definidas por lei, portanto somente podendo ser modificadas tambm por lei. Aplica-se o princpio da Especialidade, pois as pessoas jurdicas ficam vinculadas as finalidades para que foram criadas.

7.1.5.No possuem fins lucrativos:A finalidade ou objetivo das pessoas jurdicas de direito publico, autarquias, fundaes pblicas, no tem fins lucrativos, mas sim a prestao de servio;Empresa pblica e Sociedade de Economia Mista: por mais absurdo que seja no poder ter fins lucrativos e somente explora atividade econmica em duas hipteses elencadas no Art. 173 CF. Ento haver de fato o lucro mas a sua finalidade no essa mas sim as expressas na CF.CF/88 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

7.1.6.Controle/Fiscalizao:A Administrao Direta no exerce hierarquia sobre a Administrao Indireta, mas sim apenas o controle destas. Segundo posicionamento do STF o Tribunal de Contas controla todas as pessoas jurdicas da administrao indireta, inclusive sociedade de economia mista, at 2005 no prevalecia este entendimento sobre estas pessoas jurdicas da administrao indireta. A CPI tambm um mecanismo de controle da administrao indireta. Superviso Ministerial feita pelo ministrio conforme o ramo da atividade, sade, ministrio da sade, previdncia, MPS. Isto significa o controle de finalidade e tambm o controle oramentrio (receitas e despesas), o controle da Administrao Direta sobre a Indireta. De acordo com a lei de cada uma das PJAI a Administrao Direta poder nomear os dirigentes daquela PJAI.A nomeao e exonerao do dirigente do Banco Central e das Agncias Reguladoras, devero ser aprovadas pelo Senado Federal.

7.2.FundaoConceito: patrimnio destacado por um fundador para uma finalidade especifica. Nada mais do que um patrimnio personalizado.O rtulo vem do fundador, ento sendo constituda por um particular ser uma Fundao Privada, e ser regulada pela lei civil e no compe a administrao (Ex. Fundao Ayrton Senna, Xuxa)Se quem destacar o patrimnio for a Administrao Pblica ser ento, por bvio, Fundao Pblica. Quando da sua constituio a fundao pblica poder ter dois regimes, esta a posio do STF e da maioria da doutrina, podendo ser fundao pblica de direito pblico ou fundao pblica de direito privado.Fundao Pblica de Direito Pblico: uma espcie do gnero autarquia, chamada de Autarquia Fundacional. O regime jurdico adotado ser o mesmo das Autarquias. Tudo que for dito para autarquias valera para esta espcie de Autarquia Fundacional. Neste caso como a autarquia fundacional est dentro da autarquia a LEI CRIA e no autoriza.Fundao Pblica de Direito Privado: denominada Fundao Governamental, segue o mesmo regime das empresas pblicas e sociedades de economia mista. Mix de regime pblico com regime privado, as fundaes pblicas de direito privado no so espcies empresas pblicas e sociedades de economia mista. Aplica-se o que se falar empresas pblicas e sociedades de economia mista. A LEI AUTORIZA a sua criao e no cria.A fundao mencionada no Art. 37 XIX so as Fundaes Pblicas de Direito Privado;Celso Antnio Bandeira de Melo defende que fundaes somente podem ser pblicas para defesa do patrimnio pblico, em contra ponto a Helly Lopes de Meirelles que afirma que somente poderia ser no regime privado.No concurso afiliar-se a tendncia do STF que adota as duas espcies de fundaes pblicas, de direito pblico e privado.O Decreto Lei 200/67 no foi recepcionado pela CF/88 quando institui que fundaes pblicas somente podem ser de direito privado, devido a estas construes pretorianas e doutrinrias.REsp 204.822 / RJADMINISTRATIVO. FUNDAO PBLICA E LEGIO BRASILEIRA DE ASSISTNCIA. NATUREZA JURDICA. PROCURADORES DA LBA. APLICAO A ESTES DO DISPOSTO NO DECRETO-LEI 2.333/87 E DECRETO-LEI N 2.365/87, ALTERADO PELO DECRETO-LEI N 2.366/87. 1. As fundaes pblicas por possurem capacidade exclusivamente administrativa, so autarquias, aplicando-se a elas todo o regime jurdico das autarquias. Doutrina e precedentes. 2. A natureza jurdica da Legio Brasileira de Assistncia de fundao pblica que, em razo da definio antes apontada, classifica-se como espcie do gnero autarquia. Precedentes.

7.3AutarquiasPessoa Jurdica de Direito Pblico, seu regime muito semelhante ao da administrao direta, possuindo personalidade jurdica prpria, criada por lei especfica prpria, a finalidade a prestao de servios pblicos de atividades tpicas de Estado, atividades mais complexas. Ex. INSS, BACEN, INCRA, Universidades Federais, IBAMA, etc.As autarquias por serem pessoas jurdicas de direito pblico podem titularizar interesses pblicos, diferente das SEM e EP que por serem de direito privado, apenas podem receber qualificao para o exerccio de atividades pblicas, no titularizando atividades pblicas.

7.3.1.Regime jurdico das autarquias: a) Relao com a pessoa que as criou;No que concerne a criao das entidades autrquicas o art. 37, XIX, define que s por lei podero ser criadas, da mesma forma por lei devero ser extintas.Controle: o poder que assiste Administrao Central de influir sobre as autarquias com o propsito de conform-las ao cumprimento dos objetivos pblicos a qual foram criadas, harmonizando com a atuao global do Estado. No mbito federal este controle dito superviso ministerial, as entidades esto ligadas superviso do Ministro cuja pasta estejam vinculadas. No existe relao hierrquica, mas apenas de superviso.O controle poder ser de: a) legitimidade, quando o controlador poder verificar a conformao legal dos atos; b) mrito, onde apreciar sob o aspecto da convenincia e oportunidade. Ainda poder ser: a) preventivo, quando para prtica do ato dependa de manifestao do controlador, b) repressivo, tem lugar aps a produo do ato.

b) relao com terceiros:Os atos praticados pelas autarquias sero atos administrativos, possuindo presuno de legitimidade, auto executoriedade e imperatividade, atos de regime pblico.Contratos celebrados por autarquias estaro sujeitas a Licitao, sero contratos administrativos e possuiro clusulas exorbitantes (Art. 37, XXI CF/88 ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaesA responsabilidade civil das autarquias, como regra geral, estar abrangida pela Teoria Objetiva contido na regra do Art. 37 6 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa, existindo a: conduta + dano + nexo = responsabilidade civil objetiva, independente de dolo ou culpa. A responsabilidade da autarquia objetiva e o Estado ser subsidiariamente responsvel respondendo caso a autarquia no possa arcar com os prejuzos. O Estado responde de forma objetiva e subsidiria em face a terceiros.

7.3.2Bens Autrquicos: seguem o regime pblico. tranquilo na doutrina que os bens pertencentes pessoa jurdica de direito pblico so pblicos. Logo, so impenhorveis, inalienveis:Inalienabilidade relativa (forma condicionada): a regra a inalienabilidade, porm, preenchidas algumas condies legais, poder ser o bem alienado. As condies esto no Art. 17 da lei 8.666/93.

Impenhorveis: no podem ser objeto de penhora, arresto e sequestro. Penhora forma de garantia do juzo que acontece dentro de uma ao de execuo. Bem dado em garantia penhorado. Arresto e sequestro so cautelares tpicas, servem para bem indeterminados e bem determinados, respectivamente.

No podem ser objeto de onerao. Onerao significa direito real de garantia, hipoteca, penhor (garantia pignoratcia) e anticrese (bens imveis e bens mveis).

Penhor: garantia real fora do processo judicial, aplica-se a bens mveis, penhor de joias na Caixa. Bem objeto de penhor bem empenhado.

Hipoteca: garantia real fora do processo judicial aplicvel a bens imveis.

Anticrese: utilizao, pelo credor, do patrimnio do devedor e o produto resultante utilizado para pagar o dbito.

No esto sujeitos a prescrio aquisitiva: os bens so imprescritveis, ou seja, no podem ser usucapidos.

Os dbitos judiciais esto sujeitos ao regime de precatrio (art. 100, CF EC 62). O regime de precatrio uma fila de pagamento em ordem cronolgica de apresentao. A autarquia segue a ordem de precatrios tambm, mas cada autarquia tem a sua fila de pagamento. Ex.:Constitudo at 01/07/10 paga 2011

Constitudo aps 01/07/10 paga 2012

Prescrio contra autarquia, em regra geral de cinco anos, com base no Decreto-Lei 20.910/32.

Art. 1 As dvidas passivas da Unio, dos Estados e dos Municpios, bem assim todo e qualquer direito ou ao contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem.Polmica! Em hiptese de reparao civil, o art. 10 do DL 20.910/32 fixa o prazo de 5 anos caso no haja outro mais benfico, com o advento do CC (206, 3) este fixa o prazo de 3 anos, para o Estado este prazo mais benfico pois limita o lapso temporal do prejudicado em requerer a reparao. O STJ estabelece o entendimento de que o prazo de cinco anos, na sua seo de direito pblico. Esta polmica no mais uma polmica, pois est assente no STF/STJ ser o prazo de 5 anos.

7.3.3.Prerrogativas TributriosA CF garante a imunidade tributria (150, VI, a, CF Imunidade recproca). Tal imunidade vale somente para IMPOSTO. O 2, do art. 150 diz que a imunidade tributria recproca extensvel s autarquias. Mas essa imunidade somente para impostos da sua finalidade especfica. Fora essas hipteses, autarquia pagar imposto. Veja:Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: (...)VI - instituir impostos sobre:a) patrimnio, renda ou servios, uns dos outros; (...) 2 - A vedao do inciso VI, "a", extensiva s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios, vinculados a suas finalidades essenciais ou s delas decorrentes.

7.3.4.Prerrogativas processuaisA autarquia, pessoa jurdica de direito pblico, tem o tratamento de Fazenda Pblica, no que concerne as prerrogativas processuais.Prazos dilatados (188, CPC): qudruplo para contestar e dobro para recorrer.

Art. 188. Computar-se- em qudruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pblica ou o Ministrio Pblico.reexame necessrio (duplo grau de jurisdio obrigatrio): o processo deve ser levado ao Tribunal, independentemente do recurso das partes. Excepcionalmente no acontecer o reexame necessrio quando o valor for inferior a 60 salrios mnimos ou a matria j foi analisada pelo pleno do STF. A consequncia do processo que, mesmo devendo ser submetida ao duplo grau, no o fez por qualquer motivo, causa a inexistncia do trnsito em julgado, ou seja, trata-se de condio de validade da deciso.

Art. 475 CPC. Est sujeita ao duplo grau de jurisdio, no produzindo efeito seno depois de confirmada pelo tribunal, a sentena:I - proferida contra a Unio, o Estado, o Distrito Federal, o Municpio, e as respectivas autarquias e fundaes de direito pblico;II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos execuo de dvida ativa da Fazenda Pblica (art. 585, VI). 1 Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenar a remessa dos autos ao tribunal, haja ou no apelao; no o fazendo, dever o presidente do tribunal avoc-los. 2 No se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenao, ou o direito controvertido, for de valor certo no excedente a 60 (sessenta) salrios mnimos, bem como no caso de procedncia dos embargos do devedor na execuo de dvida ativa do mesmo valor. 3 Tambm no se aplica o disposto neste artigo quando a sentena estiver fundada em jurisprudncia do plenrio do Supremo Tribunal Federal ou em smula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.

7.3.5.Regime de pessoal da autarquiaQuem trabalha para a autarquia servidor pblico, no importando se o regime estatutrio ou celetista. Se a pessoa trabalhar em pessoa pblica servidor pblico. Para o servidor pblico no Brasil hoje vale o Regime Jurdico nico onde o quadro de pessoal celetista ou estatutrio, no obrigatrio mas preferencialmente deve-se adotar o regime estatutrio. certo, porm, que, independentemente do regime de pessoal adotado, as autarquias e suas subsidirias so alcanadas pela regra constitucional que exige a realizao de concurso pblico (CF, art. 37, II), bem assim pela vedao de acumulao de cargos, empregos e funes pblicos (CF, art. 37, XVII)

7.3.6.Procedimentos financeirosAs autarquias esto sujeitas contabilidade pblica (Lei 4.320/64 e LC 101/00 Lei da Responsabilidade Fiscal).

7.3.7.Autarquias em espcie:

Conselhos de Classe;

A regra que so autarquias profissionais. Surgiu no nosso ordenamento com natureza de autarquia. Em 1998, a Lei 9.649/98 decidiu modificar a natureza do Conselho, tendo, a partir da, natureza jurdica de direito privado, exercendo atividade por delegao.O Conselho de Classe exerce o chamado poder de polcia, fiscaliza o exerccio profissional, cassando registros de atividade de particulares.A questo foi levada ao STF, objeto da ADIN 1.717, tendo o Supremo decidido que o Conselho de classe exerce o poder de polcia, e o poder de policia no pode ficar nas mos de pessoa jurdica de direito privado, pois compromete a segurana jurdica. Assim, o STF, declara inconstitucional do referido dispositivo.EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS PARGRAFOS DA LEI FEDERAL N 9.649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM DOS SERVIOS DE FISCALIZAO DE PROFISSES REGULAMENTADAS. 1. Estando prejudicada a Ao, quanto ao 3 do art. 58 da Lei n 9.649, de 27.05.1998, como j decidiu o Plenrio, quando apreciou o pedido de medida cautelar, a Ao Direta julgada procedente, quanto ao mais, declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e dos 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8 do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretao conjugada dos artigos 5, XIII, 22, XVI, 21, XXIV, 70, pargrafo nico, 149 e 175 da Constituio Federal, leva concluso, no sentido da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade tpica de Estado, que abrange at poder de polcia, de tributar e de punir, no que concerne ao exerccio de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos impugnados. 3. Deciso unnime.Logo, com o julgamento da ADIN, a natureza jurdica de conselho de classe volta a ser de autarquia.Outras caractersticas:O Conselho de Classe est sujeito a regra de contabilidade pblica.

A anuidade do Conselho de Classe tem natureza tributria. Assim, no sendo paga a contribuio, cobrada atravs de execuo fiscal.

Est sujeita ao controle pelo Tribunal de Contas.

H necessidade de realizao de concurso pblico para contratao de pessoal.

A anuidade da OAB no tem natureza de tributo mas sim de preo pblico, por isso a OAB cobra a sua anuidade atravs de execuo comum, e no fiscal, jurisprudncia consolidada (STJ e STF), a contabilidade ser privada, e o Tribunal de Contas no ir controlar.ADI 3026/STF: O STF diz que a OAB pessoa mpar no ordenamento jurdico brasileiro.EMENTA: AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 1 DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2 PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAO PELA ESCOLHA DO REGIME JURDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAO. IMPOSIO DOS DITAMES INERENTES ADMINISTRAO PBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIO DO BRASIL). INEXIGNCIA DE CONCURSO PBLICO PARA A ADMISSO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGNCIAS. CARTER JURDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIO PBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA MPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDNCIA DA ENTIDADE. PRINCPIO DA MORALIDADE. VIOLAO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIO DO BRASIL. NO OCORRNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, 1, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutrio, a opo pelo regime celetista. Compensao pela escolha: indenizao a ser paga poca da aposentadoria. 2. No procede a alegao de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos Administrao Pblica Direta e Indireta. 3. A OAB no uma entidade da Administrao Indireta da Unio. A Ordem um servio pblico independente, categoria mpar no elenco das personalidades jurdicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB no est includa na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independncia das hoje chamadas "agncias". 5. Por no consubstanciar uma entidade da Administrao Indireta, a OAB no est sujeita a