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1 Curso de Jornalismo Artigo Original A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO: O PAPEL DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NA DEFESA DA CIDADANIA Public Defender Union: The press office role in defence of citizenship Leandro Vieira Ribeiro¹, Ana Maria Fleury Seidl Prinheiro² 1 Aluno do Curso de Jornalismo 2 Professora Especialista do Curso de Jornalismo Resumo Trata-se de um artigo fundamentado em revisão bibliográfica de autores como Abranches, Moraes, Da Silva, dentre outros, que abordam temas voltados à assistência jurídica e cidadania. A pesquisa segue metodologias de pesquisa contidas no livro Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação, de Duarte, além da vivência prática por parte do autor, membro da assessoria de comunicação da Defensoria Pública da União(DPU). O texto conta uma breve história da DPU, na qual faz menção aos primeiros registros escritos a respeito de defesa pública do cidadão vulnerável ao longo da história da humanidade; organização da Defensoria; assessoria de comunicação com missão de propagar a garantia ao povo do exercício da cidadania. Abstract It is a reasoned article on literature review of authors like Abranches , Moraes, Da Silva , among others, that address themes related to legal assistance and citizenship. The research follows research methodologies in the book methods and research techniques in communication, Duarte , as well as practical experience by the author, press office of the member of the Public Defender of the Union ( DPU ) . The text tells a brief history of the DPU , which mentions the first written records about public defense of vulnerable citizens throughout the history of mankind; organization Defenders ; press office with the mission of spreading the guarantee to the people of citizenship. Contato: [email protected] Introdução Existem registros escritos certificando que os primeiros rastros de defesa dos direitos do cidadão carente iniciaram-se nos primórdios da humanidade e se desenvolveram junto à evolução das sociedades. Nesses vários séculos, civilizações surgiram e sucumbiram, um longo processo de desenvolvimento se desencadeou, até chegar ao Brasil e dando continuidade ao processo de desenvolvimento através de inúmeras alterações, até se tornar o que é hoje, Defensoria Pública. A Defensoria Pública da União (DPU) presta assistência jurídica e atua na defesa do cidadão hipossuficiente, aquele sem recurso financeiro para arcar com honorários advocatícios. É responsável pela coordenação, orientação jurídica e a defesa; em todos os graus, judicial e extrajudicial; dos direitos individuais e coletivos; de forma integral e gratuita aos necessitados. Este artigo científico, fundamentado metodologicamente em revisões de bibliografias e aproveitamento da experiência do autor que compõe a equipe de assessoria de comunicação da DPU, aborda uma instituição pública com aproximadamente 22 anos de existência no Brasil, que através do desenvolvimento de um nobre trabalho, busca zelar pela cidadania, moral e direitos do cidadão. O objetivo geral é apresentar a Defensoria Pública da União e mostrar a extrema importância de sua assessoria de comunicação na divulgação do trabalho

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1

Curso de Jornalismo Artigo Original

A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO: O PAPEL DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NA DEFESA DA CIDADANIA

Public Defender Union: The press office role in defence of citizenship

Leandro Vieira Ribeiro¹, Ana Maria Fleury Seidl Prinheiro²

1 Aluno do Curso de Jornalismo

2 Professora Especialista do Curso de Jornalismo

Resumo

Trata-se de um artigo fundamentado em revisão bibliográfica de autores como Abranches, Moraes, Da Silva, dentre

outros, que abordam temas voltados à assistência jurídica e cidadania. A pesquisa segue metodologias de pesquisa

contidas no livro Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação, de Duarte, além da vivência prática por parte do

autor, membro da assessoria de comunicação da Defensoria Pública da União(DPU). O texto conta uma breve história

da DPU, na qual faz menção aos primeiros registros escritos a respeito de defesa pública do cidadão vulnerável ao

longo da história da humanidade; organização da Defensoria; assessoria de comunicação com missão de propagar a

garantia ao povo do exercício da cidadania.

Abstract

It is a reasoned article on literature review of authors like Abranches , Moraes, Da Silva , among others, that address

themes related to legal assistance and citizenship. The research follows research methodologies in the book methods

and research techniques in communication, Duarte , as well as practical experience by the author, press office of the

member of the Public Defender of the Union ( DPU ) . The text tells a brief history of the DPU , which mentions the first

written records about public defense of vulnerable citizens throughout the history of mankind; organization Defenders ;

press office with the mission of spreading the guarantee to the people of citizenship.

Contato: [email protected]

Introdução

Existem registros escritos

certificando que os primeiros rastros de

defesa dos direitos do cidadão carente

iniciaram-se nos primórdios da humanidade

e se desenvolveram junto à evolução das

sociedades. Nesses vários séculos,

civilizações surgiram e sucumbiram, um

longo processo de desenvolvimento se

desencadeou, até chegar ao Brasil e dando

continuidade ao processo de

desenvolvimento através de inúmeras

alterações, até se tornar o que é hoje,

Defensoria Pública.

A Defensoria Pública da União

(DPU) presta assistência jurídica e atua na

defesa do cidadão hipossuficiente, aquele

sem recurso financeiro para arcar com

honorários advocatícios. É responsável

pela coordenação, orientação jurídica e a

defesa; em todos os graus, judicial e

extrajudicial; dos direitos individuais e

coletivos; de forma integral e gratuita aos

necessitados.

Este artigo científico,

fundamentado metodologicamente em

revisões de bibliografias e aproveitamento

da experiência do autor que compõe a

equipe de assessoria de comunicação da

DPU, aborda uma instituição pública com

aproximadamente 22 anos de existência no

Brasil, que através do desenvolvimento de

um nobre trabalho, busca zelar pela

cidadania, moral e direitos do cidadão.

O objetivo geral é apresentar a

Defensoria Pública da União e mostrar a

extrema importância de sua assessoria de

comunicação na divulgação do trabalho

2

desta. Entre os objetivos específicos:

contar a história da Defensoria Pública

cronologicamente desde os primórdios da

humanidade; apresentar a estruturação da

DPU, a assessoria de comunicação e os

trabalhos desenvolvidos por ela em prol da

DPU. Além disso, o trabalho aborda o

exercício da cidadania como eixo dos

trabalhos da Defensoria.

Quanto ao trabalho de divulgação

da DPU, o artigo apresenta todos os meios

utilizados pela assessoria de comunicação

do órgão, levando ao cidadão todas as

informações necessárias, visando agregar

o conhecimento sobre Defensoria Pública.

Este texto cita alguns dos milhares

de casos de atuação da DPU, selecionados

em temas de pouca repercussão na

imprensa, porém de muita discussão no

ordenamento jurídico brasileiro e temas de

grande repercussão midiática, na qual

houve polêmicas de proporção

massificada.

Uma das grandes dificuldades

encontradas pela DPU atualmente é a

precariedade em suas estruturas físicas e

materiais. Existem unidades hoje que

atendem em locais provisórios, com déficit

de funcionários e materiais.

Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida

metodologicamente através de revisão

bibliográfica, visando à divulgação de um

tema pouco abordado. Embasada em

orientação obtida no livro Métodos e

Técnicas de Pesquisa em Comunicação,

artigos organizados por Jorge Duarte.

De acordo com Stumpf (2010, p.

51), “pesquisa, num sentido amplo, é o

planejamento global inicial de qualquer

trabalho de pesquisa que vai desde a

identificação, localização e obtenção da

bibliografia pertinente sobre o assunto, até

a apresentação de um texto sistematizado,

onde é apresentada toda literatura que o

aluno examinou, de forma a evidenciar o

entendimento do pensamento dos autores,

acrescido de suas próprias ideias e

opiniões

A revisão teve como objetivo

evidenciar os fatos que comprovam

historicamente os vestígios de defesa

pública ao longo dos séculos. Enfatizando

a prática do direito como exercício da

cidadania, trabalho exercido pela

assessoria de comunicação e formas de

divulgação do órgão competente pelo tal

exercício no Brasil, que é a Defensoria

Pública da União.

Segundo Stumpf (2010, p. 53), o

pesquisador deve estar determinado a

trabalhar em cima do tema. Para o

discente, o fato de ser intitulado por

determinada formação é motivo necessário

para despertar a ação de pesquisa, no

entanto, a vontade de explanar um

determinado assunto é suficiente para

provocar a busca pelo objetivo.

Para o desenvolvimento da

pesquisa, foram utilizados bibliografias

especializadas, resumos, portais e

dissertações.

A internet foi fundamental para

coleta de material relacionado ao assunto,

sendo utilizada para o acesso a artigos,

sites e bibliografias disponíveis online.

Com o objetivo de deixar claro e de

fácil entendimento, a pesquisa resgata

cronologicamente os resquícios históricos

do tema até as condições contemporâneas

do modelo brasileiro de Defensoria.

O artigo teve como parte do

embasamento, a vivência diária do autor,

membro da assessoria de imprensa da

DPU, na rotina e dinâmica de trabalho,

agregando e transmitindo através do

conteúdo contido no texto, como e de que

forma funciona o trabalho desenvolvido

pela Assessoria de Comunicação(Ascom).

História

A essência da defesa pública é

algo que existe desde os primórdios da

humanidade. A ideia de defensoria esteve

presente em normas e leis de inúmeras

civilizações em diferentes épocas.

Voltemos na Mesopotâmia para

apontar a origem deste serviço público

3

registrado no código Hamurabi, escrito

aproximadamente em 1700 a.C.

Para que o forte não prejudique o mais

fraco, afim de proteger as viúvas e os

órfãos, ergui a Babilônia para... falar de

justiça a toda a terra, para resolver

todas as disputas e sanar todos os

ferimentos, elaborei estas palavras

preciosas. (EPÍLOGO DO CÓDIGO

HAMURABI)

O Código Hamurabi foi escrito pelo

sexto rei da Babilônia, na antiga

Mesopotâmia, um agregado de 282 leis do

antigo reino.

Durante o século V, na Grécia

Antiga, anualmente os governantes

designavam alguns advogados para

defender os menos favorecidos. Estes

prestavam assistência jurídica aos mais

carentes. A Grécia passava por um

período de ascensão, consequentemente

forçando uma mudança política, até a

criação de uma democracia que viria a

beneficiar as classes populares.

Na Roma Antiga, por volta de 288 a

377 a.C., ocorreu a primeira iniciativa de

ordem legal de dar advogado a quem não

possuísse meios para constituir um, no

qual ocorreu neste sentido a primeira

inserção em texto legal.

Com o passar dos séculos essa

filosofia de defesa pública foi se

fortalecendo e ficando comum em textos

legais em diversas sociedades.

E mais a frente, outro país que tem

um rastro de defensoria em sua história é a

França. Em 1789, a Revolução Francesa

trouxe os ideais de Liberdade, Fraternidade

e Igualdade, fazendo com que o Estado

constituísse instituições oficiais para

prestação de assistência jurídica aos

pobres. Pouco mais de meio século depois,

na França, foi publicado o primeiro código

de assistência jurídica, oficializando a

denominação ao serviço público de

assistência jurídica ao cidadão.

E assim, ao longo dos séculos e

consequentemente com a evolução das

civilizações, a adesão da assistência

jurídica aos necessitados se tornou mais

comum em diversos países, principalmente

no ocidente. No Brasil os vestígios escritos

da prática de assistência têm origem

portuguesa.

O conceito remoto de defensoria

pública no Brasil teve origem no século

XVI, quando as ordenações Filipinas (texto

legislativo português, promulgado no

reinado de dom Felipe II) foram

sancionadas em Portugal. Muitas de suas

disposições tiveram vigência no Brasil até o

advento do Código Civil de 1916, no qual o

Livro III, Tít. 84, § 10 trata sobre o acesso à

justiça aos que não podem custear um

advogado.

“§ 10 – Em sendo o agravante tão

pobre que jure não ter bens móveis,

nem de raiz, nem por onde pague o

agravo, e dizendo na audiência uma

vez o Pater Noster pela alma Del Rey

Don Diniz, ser-lhe-á havido, como se

pagasse os novecentos réis, contanto

que tire de tudo certidão dentro do

tempo, em que havia de pagar o

agravo (ALMEIDA, 1870).

Em 1870, o Instituto de Advogados

Brasileiro, criou um Conselho com a

finalidade de prestar assistência jurídica

aos necessitados em causas cíveis e

criminais. Mais tarde, em 1890, na

República dos Estados Unidos do Brazil,

durante o mandato do então, chefe

provisório do governo, marechal Manoel

Deodoro da Fonseca, foi assinado o

decreto 1.030, que autorizou o Ministério

da Justiça a criar uma comissão de

patrocínio gratuito aos pobres para causas

cíveis e criminais. Após sete anos, foi

aprovado outro decreto que institui no

Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro,

a organização da assistência jurídica

(Decreto N° 1030, de 14 Novembro 1890).

A Constituição Federal de 1934, Título

III, capítulo II, Art. 113, n.32, faz

menção ao direito gratuito a justiça, “A

União e os Estados concederão aos

necessitados assistência judiciária,

criando, para esse efeito, órgãos

especiais assegurando, a isenção de

emolumentos, custas, taxas e selos.”,

16 anos mais tarde foi editada a lei

4

1060, estabelecendo normas para a

concessão de assistência jurídica aos

necessitados (Lei 1060/50 | Lei nº

1.060, de 5 de fevereiro de 1950).

Um grande marco foi a

promulgação da Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988. Assim a

Defensoria Pública no Brasil foi criada pelo

artigo 134 da então Constituição Federal,

com objetivo de garantir os direitos

fundamentais e acesso à justiça do cidadão

hipossuficiente, ou seja, aquele sem

recurso financeiro para arcar com

honorários advocatícios, assim prestando

assistência jurídica, judicial e extrajudicial,

integral e gratuita, através de um defensor

público.

Art. 134. A Defensoria Pública é

instituição permanente, essencial à

função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe, como expressão e

instrumento do regime democrático,

fundamentalmente, a orientação

jurídica, a promoção dos direitos

humanos e a defesa, em todos os

graus, judicial e extrajudicial, dos

direitos individuais e coletivos, de forma

integral e gratuita, aos necessitados, na

forma do inciso LXXIV do art. 5º desta

Constituição Federal (CONSTITUIÇÃO

FEDERAL DE 1988).

O artigo 134 prevê a Defensoria

Pública, o Ministério Público e a Advocacia

Pública, como função essencial à Justiça.

Somente em 1994, foi sancionada a Lei

Complementar N° 80, que organiza a

Defensoria Pública da União, do Distrito

Federal e dos territórios e prescreve

normas gerais para sua organização nos

estados, seguida da Lei 9020/95, que

regulamentava e reconhecia a função de

defensor público. Na época, trabalho que é

exercido hoje pelo defensor público nos

Tribunais Superiores, era realizado pelo

advogado de ofício, os advogados atuantes

nas primeiras instâncias eram os

chamados dativos, profissionais escolhidos

aleatoriamente pelo Juízo e que tinham

seus honorários remunerados pelo Estado

(LEI Nº 9.020, DE 30 DE MARÇO DE

1995).

O primeiro concurso público para o

cargo de defensor público federal realizado

no Brasil aconteceu em 2001 com 84

empossados, em uma estrutura material

precária. Foi nesse período então o início

de outra fase para a Defensoria Pública da

União.

Em, 2007, a Lei. 11.448 conferiu

expressamente a legitimidade para à DPU

propor ação civil pública no que se refere

aos interesses difusos e coletivos dos

consumidores.

Dois anos depois, foi instituída a

LC N°132/09, que alterou dispositivos da

LC N°80/94, e organiza a Defensoria

Pública da União, do Distrito Federal e dos

Territórios e prescreve normas gerais para

sua organização nos Estados.

Com as alterações, em agosto de

2009, tomou posse para o cargo de

Defensor Público-Geral Federal, José

Rômulo Plácido Sales, para o mandato de

dois anos, escolhido pelo então presidente

da república, José Inácio Lula da Silva. (Lei

N° 11448, de 15 de janeiro de 2017)

Finalmente, em 2013, a Defensoria

Pública, por meio da Emenda

Constitucional (EC) n° 74, conquistou sua

autonomia funcional e administrativa,

depois de anos de luta, para então

começar a planejar uma melhor

estruturação física e organizacional.

Atualmente, escolhido pela presidenta,

Dilma Rousseff, o posto de defensor

público-geral federal é ocupado por Haman

Tabosa de Moraes e Córcova.

Organização e Estrutura

Nos termos do artigo 5º da Lei

Complementar 80/94, a Defensoria Pública

da União encontra-se estruturada em

órgãos de administração superior, de

atuação e de execução.

A Defensoria Pública divide-se em

Defensoria Pública da União, dos Estados

e do Distrito Federal. Ambas possuem

diferentes competências, porém o mesmo

objetivo, assegurar os direitos do cidadão

5

carente e prestação de assistência jurídica,

de um modo genérico.

A Defensoria Estadual se limita à

Justiça nos Estados, não podendo mover

nenhuma ação contra entidades federais,

atribuídas perante a Justiça Federal. Já a

DPU atende os cidadãos cujo problema é

relacionado com a Justiça Federal, como

por exemplo: irregularidades

previdenciárias, criminais, trabalhistas;

relações de consumo; direitos humanos,

do estrangeiro; questões tributárias; casos

relativos ao Sistema Financeiro, de

Habitação, alimentação, saúde, renda

mínima/Loas; dívidas de cartões de crédito

e cheques especiais.

A DPU é estruturada em três

instâncias:

Segunda Categoria: é primeira

instância, onde o assistido deve se dirigir

para buscar acionar os serviços da DPU,

compete a ela também dar início à ação

judicial nos Juízos Federais, Juízos do

Trabalho, Juntas e Juízes Eleitorais, Juízes

Militares, Auditorias Militares, Tribunal

Marítimo e Instâncias Administrativas. A 2°

Categoria é também a instância inicial na

carreira de um defensor público federal,

todos aprovados em concurso público para

a carreira de defensor público federal

iniciarão nas unidades de 2° categoria.

Primeira Categoria: é a segunda

instância. Atua nos Tribunais Regionais

Federais, Turma dos Juizados Especiais

Federais, Tribunais Regionais do Trabalho

e Tribunais Regionais Eleitorais. É a

segunda etapa na carreira do defensor.

Categoria Especial: é a terceira e

última instância na organização estrutural

da DPU. Atua nos Tribunais Superiores

(Superior Tribunal de Justiça [STJ],

Tribunal Superior Eleitoral [TSE], Superior

Tribunal Militar [STM] e Tribunal Superior

do Trabalho [TST]). Somente os

defensores federais de categoria especial

podem atuar nos Tribunais Superiores, é a

última e mais elevada atribuição da carreira

de defensor público federal, que são

promovidos por tempo de serviço ou por

mérito.

Obs.: Somente o defensor público-

geral federal tem atribuição para atuar

perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Administrativamente a DPU é

organizada em quatro seções superiores,

com atribuições especificas:

• Defensoria Pública-Geral

da União;

• Subdefensoria Pública-

Geral da União;

• Conselho Superior da

Defensoria Pública da União;

• Corregedoria-Geral da

Defensoria Pública da União.

O Defensor Público-Geral Federal

(DPGF) é a autoridade máxima da

Defensoria Pública da União. Além de

dirigir a instituição, supervisiona e coordena

as atividades e orienta a atuação da DPU.

Organograma da Administração

Superior da DPU:

Azul escuro: Defensor Público-

Geral Federal (DPGU);

Azul claro: Conselho Superior da

DPU, Sub Defensor Público-Geral Federal,

Corregedoria da DPU;

Verde: Gabinete do defensor

público-geral federal, Assessoria de

Planejamento, Assessoria de

Comunicação, Assessoria de Cerimonial e

Eventos, Assessoria de Assuntos

Legislativos, Assessoria Jurídica, Câmaras

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de Coordenação e Revisão e Assessoria

de Atuação no Supremo Tribunal Federal;

Laranja: Secretaria Geral de

Articulação Institucional, Secretaria Geral

de Controle Interno e Auditoria e Secretaria

Geral-Executiva;

Amarelo: Escola Superior da

Defensoria Pública da União;

Bege: Secretaria de Direitos

Humanos, Secretaria de Assuntos

Internacionais, Secretaria de Conciliação

Extrajudicial e Educação em Direito,

Secretaria de Atuação Itinerante, Secretaria

de Atuação no Sistema Penitenciário

Nacional e Conselhos Penitenciários,

Secretaria de Auditoria, Secretaria de

Acompanhamento e Orientação da Gestão,

Secretaria de Assuntos Jurídicos,

Secretaria de Execução Orçamentária e

Financeira, Secretaria de Gestão de

Pessoas, Secretaria de Gestão do

Conhecimento, Secretaria de Logística e

Patrimônio, Secretaria de Orçamento e

Finanças e Secretaria de Tecnologia e

Informação.

Atualmente a DPU possui unidade

em todas as capitais dos Estados, no

Distrito Federal e mais 35 municípios e

conta com aproximadamente 500

defensores federais, um número

considerado baixo em relação à demanda e

às necessidades de atendimento. Outro

problema enfrentado é a necessidade de

reestruturação física e material de todas

elas, pois há uma grande precariedade.

[...] a efetiva estruturação de mais uma

instituição de Justiça não pode passar

ao largo da reflexão sobre o seu perfil e

o atendimento das expectativas sociais,

bem como deve atentar para as

profundas mudanças operadas no

movimento universal de acesso à

Justiça, especialmente nas últimas

décadas. A sociedade clama pela

adequada implementação de uma

interface entre o Estado e a afirmação

dos direitos humanos da camada da

população mais vulnerável. A

sociedade clama, por conseguinte, pela

estruturação de uma Defensoria apta a

desincumbir-se de seu papel com

excelência. Bem por isso, se afigura

acertada a concessão das autonomias

antes referidas, como instrumento de

estruturação da instituição, a fim de

que as demandas sociais sejam

acolhidas e encaminhadas por corpo

de advogados públicos, imune a toda

sorte de contingências e pressões

políticas (VITTO; CASTRO, 2006).

Cidadania

Cidadania é o exercício dos direitos

e deveres do cidadão, resguardados pela

constituição de seu país.

Neste início de século XXI, a

América Latina passa por um momento de

redefinição das agendas governamentais

no que tange às políticas sociais e aos

sistemas de proteção social. A realidade

atual do Brasil reflete paralelamente com

um entendimento distorcido de cidadania,

independente de classe social (RIESCO,

2009).

Em contrapartida, um dos

principais fatores pelo qual milhões de

brasileiros não exercem parte de sua

cidadania ou nem se quer conhecem o

significado da palavra, é atrelado ao estado

de pobreza em que se encontram. O que

desencadeia uma série de fatores que

impedem que o cidadão tenha pelo menos

um mínimo de interesse em conhecer seus

direitos.

Pobreza é destituição, marginalidade e

desproteção. Destituição dos meios de

sobrevivência física; marginalização no

usufruto dos benefícios do progresso e

no acesso às oportunidades de

emprego e consumo; desproteção por

falta de amparo público adequado e

inoperância dos direitos básicos de

cidadania, que incluem garantias à vida

e ao bem-estar (ABRANCHES;

SANTOS; COIMBRA, 1987, p. 16).

Para a Defensoria Pública da

União, cidadania é o eixo dos objetivos que

gira em torno das políticas sociais, nas

quais a instituição baseia sua existência.

Além de manter e levantar constantes

debates em prol das políticas sociais no

Brasil. Os meios disponíveis pela

assessoria de imprensa da DPU têm como

7

objetivo principal levar ao cidadão o

conhecimento e a consciência de seus

direitos e lutar para que sejam colocados

em prática.

O Brasil como democracia, prevê

em seu artigo 5° e 6° da Constituição

Federal de 1988, os direitos básicos e

igualitários aos cidadãos,

independentemente de cor, raça, credo e

etnia.

Em defesa de inúmeros cidadãos,

que, injustamente tiveram seus direitos

violados ou restritos, a DPU teve

participação em casos polêmicos e com

grande repercussão na imprensa. Porém

se observado a fundo, os casos menos

polêmicos singularmente, são os de maior

discussão nos Tribunais Superiores e seu

Magistrado, que envolvem o princípio da

insignificância.

Este conceito ou bagatela, tem o

sentido de excluir ou de afastar a própria

tipicidade penal, ou seja, não considera o

ato praticado como um crime, por isso, sua

aplicação resulta na absolvição do réu e

não apenas na diminuição e substituição da

pena ou em sua não aplicação. Exemplo de

situações, de um modo genérico, é de

pessoa que rouba um pedaço de carne

porque está passando por necessidades. A

DPU entende como injusto e

desproporcional uma pessoa que comete

um delito nessas condições ser julgada e

condenada como outra que rouba um

carro, uma bolsa, dentre outros.

O exemplo acima é apenas um de

vários outros que ocorrem pelo país em

outro âmbito do direito. E assim como

existem pessoas que têm problemas com

benefícios sociais de competência estatal.

É o caso de cidadãos com problemas com

o Fundo de Investimento ao Estudante do

Ensino Superior (FIEIS), aposentadoria,

Sistema Único de Saúde (SUS), Justiça

Militar, dentre outros.

Mas a fundo, existem situações de

cidadãos que nem sequer encontram-se

entre a lista de excluídos, ou seja, para o

Estado essas pessoas não existem se

falando de cidadania. É o caso das

mulheres e meninas vítimas de

escalpelamento em embarcações, nas

regiões ribeirinhas na Amazônia. Mulheres

de família que dependem de embarcações

construídas sem o mínimo de instrução de

segurança, acidentalmente tinham seus

cabelos tragados pelo eixo dos motores

descobertos, causando o acidente. Como

consequência, comprometia suas

atividades de rotina, perdiam sua

autoestima, eram rejeitadas pelos seus

maridos ou sofriam preconceito e uma

infinidade de outros problemas que afetam

não só as vítimas como também até

mesmo a comunidade inteira em que vivem

ou viviam. Tema que foi acolhido pela DPU

e que rendeu-lhe o prêmio INNOVARE em

2010.

O prêmio visa congratular e

disseminar práticas inovadoras realizadas

por magistrados, membros do Ministério

Público estadual e federal, defensores

públicos e advogados públicos e privados

de todo Brasil, que estejam aumentando a

qualidade da prestação jurisdicional e

contribuindo com a modernização da

Justiça Brasileira.

Assessoria de comunicação (Ascom)

A assessoria de comunicação ou

assessoria de imprensa foi criada em 1906,

pelo jornalista estadunidense, Ivy Lee

(1877-1934), visando a boa relação do

assessorado e sociedade. Serviço atribuído

ao jornalista, que anteriormente era

executado por profissionais de marketing,

relações públicas, recursos humanos,

dentre outras profissões.

Ivy Lee marcou o surgimento da

assessoria de imprensa, através da

declaração de princípios, em forma de

carta aos editores. É um documento

histórico a ser descrito:

Este não é um serviço de imprensa

secreto. Todo nosso trabalho é feito às

claras. Pretendemos fazer divulgação

de notícias. Isto não é agenciamento

de anúncios. Se acharem que nosso

assunto ficaria melhor na seção

comercial, não o usem... Em resumo,

nosso plano é divulgar, prontamente,

8

para o bem das empresas e das

instituições públicas, com absoluta

franqueza, à imprensa e ao público dos

Estados Unidos, informações relativas

a assuntos de valor e de interesse para

o público (KOPLIN e FERRARETTO,

2011).

Em 1964, no Brasil, surgiram os

primeiros vestígios de evolução das

assessorias de comunicação. Na época, o

jornalismo limitado pela censura forçou os

profissionais a inovar. Foi quando, em

1971, em São Paulo, os jornalistas

Reginaldo Finotti e Alaor José Gomes da

Unipress, apresentaram uma inovadora

proposta para as assessorias de imprensa

(DUARTE, 211).

O surgimento do processo democrático

e o seu fortalecimento no Brasil, após a

queda do regime militar, fizeram com

que o profissional de comunicação

obtivesse maior importância no

contexto social, pois a sociedade

passou a exigir respostas às suas

indagações (RIBEIRO,1985, p. 5).

Atualmente, com a globalização,

cibercultura e massificação de acessos, a

assessoria de imprensa ampliou

atribuições, exigindo a introdução de

profissionais de outras áreas na formação

de uma equipe, como Tecnologia da

Informação, Publicidade, Marketing, dentre

outras, que variam de acordo com a

demanda. Embora o papel de assessor de

imprensa ainda pertença ao jornalista.

A Assessoria de Comunicação da

DPU tem como objetivo aproximar da

Defensoria Pública da União o cidadão,

propagando o conceito desta por meio dos

meios de mídia disponibilizados, além de

coordenar a atividade de assessoria de

imprensa, relações públicas e comunicação

interna.

Sediada em Brasília/DF, a Ascom é

estruturada dicotomicamente em

coordenação de imprensa e publicidade,

com missão de prestar assessoramento

aos defensores federais em assuntos

relacionados à comunicação social, além

de coordenar, orientar e supervisionar as

atividades nas unidades da DPU; entre

outras atribuições previstas no artigo 7º do

Regimento Interno (Portaria 88 de 2014),

na Portaria N°2 de 2014 (Assessoria de

Imprensa) e no Manual de Redação e

Estilo.

Atualmente, apesar da pouca

estrutura, a Ascom dispõe de meios

acessíveis de propagação de conteúdo. O

portal eletrônico (www.dpu.gov.br);

programa de rádio, que vai ao ar duas

vezes por semana na Rádio Justiça; além

das redes sociais como ferramenta para

potencializar o alcance de propagação.

Além disso, conta com a comunicação

interna através da Intranet e serviço de

clipping.

O site: é o principal meio de

divulgação dos trabalhos “defensoriais”,

neste são divulgadas as notícias, que são

enviadas pelos jornalistas lotados nas

unidades distribuídas pelo país, além de

conter todas as informações institucionais

necessárias ao público. O site também é

fonte de material para diversos veículos de

comunicação.

O Programa de rádio: a assessoria

de comunicação produz um programa

semanal de rádio chamado ACESSO A

JUSTIÇA – A Defensoria Pública da União

a Serviço do Povo, distribuído

semanalmente a 21 emissoras de rádio,

principalmente comunitárias, de 19

municípios. São produções de cinco

minutos sobre temas relevantes para os

cidadãos, como os direitos do paciente com

câncer, informações sobre aposentadoria,

pensão, auxílio-doença, entre outros. O

programa vai ao ar aos sábados e

domingos, às 11h40, veiculado na Rádio

Justiça. Além de manter parceria com

outras rádios espalhadas por todo território

nacional.

A transmissão em rádios

comunitárias foi uma decisão estratégica,

pois os municípios isolados utilizam estas

emissoras como meio de informação, até

mesmo por causa da frequência,

metricamente dizendo.

Notícias do Dia: o clipping

produzido duas vezes ao dia pela Ascom é

9

enviado por e-mail aos defensores,

servidores e estagiários pela manhã e à

tarde.

A varredura das notícias é

realizada minunciosamente visando

excelência no serviço de informação

interna.

YouTube: A assessoria

desenvolveu uma conta na rede social

visando divulgação de vídeos institucionais

e publicações de matérias relacionadas à

defensoria Pública.

Twitter: Notícias e notas em tempo

real, tem como função, “linkar” o público ao

portal da DPU.

Fan Page no Facebook: utilizado

como alongamento de alcance de notícias

e atalho para o portal, assim como o

Twitter. Buscando atingir o maior número

possível de seguidores interessados nos

temas.

Com cerca de 12 mil seguidores, a

página está se desenvolvendo a cada dia,

é possui um forte poder de propagação

publicitária e informativa.

Flickr: Disponibiliza o acesso a

galerias de fotos tiradas nas inúmeras

coberturas realizadas pela assessoria de

comunicação. Uma rede social de

compartilhamento de fotos. Todos os

eventos e acontecimentos envolvendo a

DPU em que a Ascom realizou cobertura é

registrado fotograficamente e

compartilhado no site

https://www.flickr.com/photos/13156782

5@N02/albums, pois as imagens são

capazes de criar sentimentos e sensibilizar

a sociedade, além de descrever fatos.

Intranet: Divulgação de ocorrências

e notícias relacionadas a fatos internos.

Outros meios utilizados pela

Defensoria Pública da União para divulgar

seu trabalho são os projetos desenvolvidos

por equipes internas apoiadas pela

assessoria de comunicação:

O Projeto DPU nas Escolas: atua

junto à comunidade escolar, promovendo a

conscientização dos direitos humanos, da

cidadania e do ordenamento jurídico,

disseminando informações e

conhecimentos fundamentais ao exercício

da cidadania plena, e de garantia à

assistência jurídica integral e gratuita de

qualidade, de forma real e efetiva.

O Projeto DPU nas Universidades:

desenvolve palestras e participa de

atividades em parceria com instituições de

ensino superior, levando o conceito da

DPU, objetivos e conscientizando futuros

profissionais sobre cidadania, agregando

valores éticos e morais.

DPU Cultural: destina-se à

elaboração de produtos culturais como

desdobramento das formas de atuação dos

defensores, expressas por diferentes

linguagens.

O projeto possui aproximadamente

dois anos de existência e ao longo desse

tempo concretizou dois importantes

projetos em prol da DPU. O primeiro foi

realizado em parceria com o curso de

fotografia do Instituto de Ensino Superior

de Brasília (IESB), em que foram

desenvolvidas obras fotográficas com viés

artístico em torno de trabalhos do âmbito

da Defensoria Pública da União. O trabalho

foi apresentado no Fórum Mundial de

Direitos Humanos, em dezembro de 2013,

em Brasília-DF e exposto no Museu

Nacional da República, em maio de 2014,

também na Capital Federal.

O segundo trabalho produzido foi a

I Jornada de Estudos Culturais Negros,

promovida em parceria entre a Defensoria

Pública da União (DPU) e a Fundação

Cultural Palmares, realizada em abril de

2015, em Brasília.

Casos de atuação

Uma boa parte das unidades da

DPU espalhadas pelo Brasil possuem

assessorias de comunicação

representadas por um jornalista, todas

ligadas a sede, em Brasília, desta forma,

todo material produzido é enviado à sede,

antes de ser publicado, o que produz uma

alta demanda.

10

Um caso curioso de aplicabilidade

da bagatela foi o de um rapaz, pai de

família, desempregado há meses, que

adentrou em uma loja de departamentos e

tentou furtar uma camisa social e uma

gravata. A justiça o condenou como um

criminoso comum, levando em

consideração o crime que cometera.

Porém, o defensor público que atuava na

defesa do rapaz, utilizou o princípio da

insignificância, considerando a

contextualização dos fatos, uma vez, que o

rapaz cometeu o delito porque tinha uma

entrevista de emprego, e para conseguir o

cargo entendeu que necessitava estar bem

aparentado, além de estar desesperado em

função de sua atual condição e de sua

família que passava necessidade.

A DPU também atua em casos de

grandes proporções midiáticas.

Atualmente, vem atuando em defesa de

moradores do município de Altamira (PA),

que lutam contra a iminente concessão da

licença de operação da Usina Hidrelétrica

de Belo Monte - que é investigada na

operação Lava Jato - sem que todas as

condicionantes sociais estejam cumpridas

pela Concessionária Norte Energia,

responsável pela obra. Na ocasião, o papel

da DPU é intermediar a negociação entre a

população e a empresa. A negociação com

a concessionária Norte Energia é resultado

dos efeitos da construção da Usina

Hidrelétrica de Belo Monte sobre Altamira,

cujo impacto está provocando a retirada da

população que mora às margens do Rio

Xingu e também causando dificuldade para

atividades econômicas tradicionais do local,

como a olaria, que é feita em área que está

sendo alagada.

Uma grande dificuldade enfrentada

pela população e principalmente pela

Defensoria Pública é a falta de unidades ou

núcleos de atendimentos em comunidades

e municípios que carecem de atendimento

e esbarram na falta de acesso. Por esse e

outros motivos, a DPU atua com ações

itinerantes, levando a instituição aos

cidadãos carentes com necessidades

imediatas, é o caso da população de

Altamira(PA).

Recentemente, a DPU impetrou

Ações Civis Públicas sobre os mais

diversos temas, como o Fundo de

Investimento Estudantil (Fies), Exame

Nacional do Ensino Médio (Enem), Minha

Casa Minha Vida, Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço (FGTS), questões de

saúde, ingresso nas Forças Armadas etc.

Como previsto na Lei 11.448/2007 que

inseriu na Lei da Ação Civil Pública a

Defensoria Pública como instituição

legitimada para ajuizar ação civil pública

(ACP) em defesa de interesses e direitos

coletivos.

Destaca-se caso do ex-deputado

federal Hildebrando Pascoal, conhecido

popularmente como o Deputado da

Motosserra. De acordo com as denúncias

que chegaram ao Conselho de Defesa dos

Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) do

Ministério da Justiça, ele esquartejava suas

vítimas com motosserra. Em 1999 foi

condenado por liderar um grupo de

extermínio no Acre (AC) e integrar

esquema de crime organizado para tráfico

de drogas e roubo de cargas. A resolução

deste caso teve a participação da

Defensoria Pública da União, pois o ex-

deputado foi defendido por um defensor

público. Não defendendo as práticas do

réu, mas tentando fazer com que a justiça

fosse corretamente aplicada.

Conclusão

O trabalho de mídia realizado hoje,

pela assessoria de comunicação da DPU, é

extremamente relevante. Apesar de

limitado por causa da precariedade

estrutural, é um trabalho que vem gerando

resultados positivos, transmitindo a DPU

como um grande balcão de atendimento

aos que necessitam de assistência jurídica.

As formas de propagação ainda

carecem de impulsionamento e apoio do

Estado para que venham a funcionar com

excelência, pois o material utilizado, os

recursos e a organização das políticas

internas ainda são barreiras no

desenvolvimento de mídia da Ascom. Mas

é um esforço que vem sendo feito

diariamente para levar ao cidadão brasileiro

11

toda informação necessária, com clareza,

sobre seus direitos, através do rádio,

internet e secundariamente da TV.

A solidificação do acesso à Justiça

é vista como necessária para o

fortalecimento da democracia no Brasil,

uma vez que se trata de direito

fundamental de inegável representação em

nosso sistema constitucional, não existindo

possibilidade de se falar em exercício sem

que se instrumentalize a garantia dos

demais direitos previstos em nosso

sistema, fundamentado na igualdade.

O Brasil, atualmente, vive em uma época

de inconstâncias e transformações,

principalmente em seu ordenamento

jurídico, que tem sido ajustado. Grande

parte da sociedade brasileira não poupa

críticas a esta situação e boa parte da

população nem sequer sabe quais são

seus direitos fundamentais e não exerce

sua cidadania.

Agradecimentos

Deus é o principal responsável por

nos contemplar com a vida, nos dando

direito ao livre arbítrio para podermos,

assim, fazer nossas escolhas. Por isso,

acima de tudo, sou grato a Ele por me dar

o direito de escolha e me ensinar muitas

coisas através de pessoas que durante

esse período acadêmico tive o prazer de

conhecer.

Em segundo lugar e sem fugir dos

planos de Deus, fui agraciado por fazer

parte de uma família incrível. Pessoas de

origem humilde, porém, de valores morais

ímpares, na qual tive a felicidade de

agregar esses valores a minha pessoa, o

que foi fundamental para superação de

diversas dificuldades.

Dentre as pessoas que acredito ter

sido de grande importância durante esse

período, gostaria de citar os nomes em

menção a minha gratidão:

Meus avós JOSÉ EDSON

CARNEIRO RIBEIRO, ODETE FEITOSA

RIBEIRO E JOSÉ VIEIRA; meus pais

EDSON JOSÉ FEITOSA RIBEIRO e TÂNIA

REGINA VIEIRA; irmãos LUCIANO VIEIRA

RIBEIRO, LUIZ GUILHERME V. RIBEIRO

e LUCAS V. RIBEIRO; tias MARIA ISABEL

C. RIBEIRO, FLÁVIA FEITOSA e ELAINE

FEITOSA; amigos CARLOS GILBERTO

SILVA FELIX JR e THYAGO REIS

BASTOS DOS SANTOS; mestres

ROMOALDO DE SOUZA, ANA FLEURY

SEIDL, LUIZ CARLOS M. DOS REIS,

LINDIANE REIS, ROGÉRIO, FRANCISCO

F. PAULA JR., CHICO MACEDO, MARIA

RITA ADERALDO, DONATA SÁ

REBELLO, TALITA BRANDÃO,

BERNARDINA LEAL, GUSTAVO ZORTEA

DA SILVA, VÂNIA MÁRCIA D. NOGUEIRA,

HEVERTON GISCLAN N. DA SILVA;

esposa MICHELLE REIS DE NOVAES

BASTOS; um anjinho que passou na minha

vida, LETÍCIA LOPES VIEIRA.

Existem outros nomes importantes

que poderia citar e que sou extremamente

grato.

Referências Bibliográficas

ABRANCHES, S. H.; SANTOS, W. G. dos; COIMBRA, M. A. Política social e combate à

pobreza. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1987.).

ALMEIDA, Candido Mendes de. Ordenações Filipinas, Livro III, 1870.

Câmara dos Deputados: www.camara.leg.br

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

12

DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa e Relacionamento coma Mídia. Atlas, 2003.

DUARTE, Jorge. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação.

Biblioteca Virtual da Universidade de São Paulo (USP) - Epílogo do Código de Hamurabi:

http://www.direitoshumanos.usp.br

FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas. Manual de Assessoria de Comunicação. 4°

ed. 2007

JusBrasil: www.jusbrasil.com.br

KOPPLIN, Elisa e Ferraretto, Arthur. Assessoria de Imprensa. 4º ed., Porto Alegre-RS:

Editora sagra Luzzatto, 2001.

MORAES, Humberto Peña de; DA SILVA, José Fontenelle Teixeira. Assistência Judiciária: Sua

Gênese, Sua História e a Função Protetiva do Estado. Rio de Janeiro: Liber Juris, 1984.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Direito à Assistência Jurídica: Evolução no ordenamento

brasileiro de nosso tempo. Revista da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, n.3, ano VI, Rio

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NETO, Diogo Figueiredo Moreira. A Defensoria Pública na Construção do Estado de Justiça.

Revista da Defensoria Pública, n. 7. Rio de Janeiro, 1995.

OLIVEIRA, Maria Beatriz Bogado Bastos de. A Defensoria Pública como garantia de acesso à

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Presidência da República: www.planalto.gov.br

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35° edição, Malheiros, 2012.

TEIXEIRA, José Fontenelle. Defensoria pública no Brasil – Minuta histórica. Disponível em:

Http://www.jfontenelle.net

VITTO, Renato Campos Pinto de; CASTRO, André Luís Machado – A Defensoria Pública com

instrumento de consolidação da democracia: http://www.apadep.org.br/

Anexo

Algumas amostras de campanhas publicitárias e matérias jornalísticas desenvolvidas e

produzidas pela Ascom-DPU

Trabalhador da construção civil garante direito ao auxílio-doença na Bahia

06 Julho 2015

Salvador – Após tentativas pela via administrativa, M.P.S., 59 anos, obteve o direito à

implantação do auxílio-doença e ao pagamento de cerca de R$ 21 mil, referente aos

valores dos benefícios atrasados desde março do ano passado, data do requerimento

administrativo. A sentença foi proferida pelo juiz federal Durval Carneiro Neto, titular

da 22ª Vara Federal de Salvador (BA).

O assistido sofre de doença degenerativa vertebro-discal lombar que o impossibilita de

continuar exercendo as atividades de pedreiro e mecânico. Há um ano, M.P.S., que

mora com a esposa na cidade de Dias Dávila, Região Metropolitana de Salvador,

procurou assistência jurídica da Defensoria com relatórios médicos e a negativa do

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em outubro, perícia oficial designada pela Justiça confirmou a incapacidade parcial e

permanente para o trabalho. De acordo com o perito, M.P.S. não poderá exercer

quaisquer atividades que requeiram força nos membros superiores e sobrecarga na

coluna vertebral lombar.

Além das limitações físicas, a defensora federal Maria Elisa Villas Boas destacou a

idade e escolaridade de M.P.S. “O assistido tem 59 anos de idade, não lhe restando o

vigor físico necessário ao desempenho de sua atividade. Além disso, possui apenas o

ensino médio, grau de escolaridade, atualmente, insuficiente para que seja admitido em

atividades que exijam tão somente tarefas intelectuais”, concluiu.

RGD/MGM

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

Assistido consegue habeas corpus no STF por furto de um par de chinelos

29 Julho 2014

Brasília – Condenado a um ano de prisão, em regime semiaberto, pelo furto de um par

de chinelos no valor de R$ 16, em Minas Gerais, J.R.A. conseguiu habeas corpus no

Supremo Tribunal Federal (STF), com auxílio da Defensoria Pública da União (DPU).

A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais havia apelado da sentença

condenatória, que fora denegada pelo tribunal local. Ao julgar recurso especial, a Sexta

Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não reconheceu a atipicidade da conduta e

manteve a condenação imposta em primeira e segunda instância, tendo em vista que o

acusado já teria sido condenado anteriormente pelo crime de furto.

A Defensoria Pública da União, por meio do titular do 4º Ofício Superior Criminal,

defensor Jair Soares Júnior, argumentou, então, em pedido de habeas corpus interposto

contra acórdão unânime da Sexta Turma do STJ que, apesar de J.R.A. ser reincidente

criminalmente, o valor irrisório do bem roubado e sua imediata restituição à vítima não

caracterizariam a conduta como perigo social.

O ministro relator do STF, Luís Roberto Barroso, acolheu o argumento e deferiu a

medida liminar, suspendendo a condenação imposta nas instâncias inferiores, até o

julgamento do mérito do habeas corpus, considerando “a recente orientação Plenária no

sentido de que acolher o aspecto subjetivo como determinante para caracterização da

contravenção penal equivale a criminalizar, em verdade, a condição pessoal e

econômica do agente, e não fatos objetivos que causem relevante lesão a bens jurídicos

importantes ao meio social”.

A decisão que concedeu a liminar no pedido de habeas corpus levou em consideração,

ainda, as peculiaridades do caso, uma vez que “a condenação transitada em julgado

constitutiva da reincidência do ora paciente refere-se a delito patrimonial sem violência

ou grave ameaça à pessoa, o que sugere a vulnerabilidade social do agente”.

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

Comitê sobre tráfico de pessoas organiza semana de mobilização no DF

03 Julho 2015

Brasília – A Semana de Mobilização pelo Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas,

prevista para o final deste mês, foi um dos temas debatidos durante a 3ª Reunião

Extraordinária do Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos,

realizada na sexta-feira (26). Também foi discutida a proposta para o Seminário

Internacional de Políticas para Justiça, Cidadania e Tráfico de Pessoas, previsto para

acontecer nos dias 24, 25 e 26 de novembro.

O Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos é um fórum de

articulação permanente, composto por órgãos dos poderes públicos e organismos da

sociedade civil, com atribuições de propor normativas distritais e elaborar instrumentos

normativos nos eixos de mobilização e articulação, prevenção e atendimento,

monitoramento e avaliação, que contemplem ações de prevenção, repressão e

atendimento às vítimas de tráfico de seres humanos no Distrito Federal, em

conformidade com a política nacional.

O defensor-chefe no Distrito Federal, Paulo Rogério Cirino, representante da DPU no

colegiado, participou da reunião extraordinária. “É de grande importância a retomada

dos trabalhos do Comitê, tendo em vista a delicadeza do assunto que aflige muitas vezes

de forma silenciosa a população que vive sobre vulnerabilidade social. A DPU se

prontificou nesta última sexta-feira (26) a divulgar as ações do Comitê e acolher as

vítimas do tráfico para reconstituição de suas vidas. Por outro lado sugerimos ao Comitê

a efetivação do plano de enfrentamento lançado ao final de 2014, mediante realização

de planejamento e fixação de datas para ações preventivas e de combate a partir da

identificação dos focos do tráfico feita pela Polícia Rodoviária Federal”, destacou o

defensor.

O Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos é vinculado e

coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e tem

por finalidade definir e acompanhar o desenvolvimento da Política e do Plano Distrital

de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, de acordo com os eixos da Política e do Plano

Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Agenda Semana Comemorativa do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas

27.07 – Abertura 9h – Rodoviária;

28.07 – 1º Encontro da Rede Social de Atenção ao Migrante, Refugiado e

Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – capacitação e disseminação do formulário e

fluxograma – Escola de Governo;

30.07 – Comemoração do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, das 9h

às 11h – Parque da Cidade.

JCS/MGM

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

DPU recebe embaixadora para tratar de assistência jurídica a médicos cubanos

Criado em 01 Julho 2015

Brasília - A Defensoria Pública da União estabelecerá contato com as Defensorias

Públicas dos Estados para discutir a prestação de assistência jurídica aos médicos

cubanos que participam do programa Mais Médicos.

O compromisso foi assumido hoje (1º) pelo defensor público-geral federal, Haman

Tabosa de Moraes e Córdova, durante visita da embaixadora de Cuba, Maria Helena

Ruiz Capote, à instituição.

O governo cubano está preocupado com a insegurança jurídica dos médicos daquele

país que estão no Brasil participando do programa. De acordo com dados da

embaixadora, são mais de 11.400 cubanos no Mais Médicos, espalhados em quase 4 mil

municípios brasileiros, geralmente longe dos grandes centros.

Haman Córdova explicou que nem sempre a DPU terá competência para atuar na defesa

de um estrangeiro, porque a questão pode ser de jurisdição estadual, por isso a

necessidade de ampliar a conversação.

DSO/MGM

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

DPU nas Escolas realiza primeira ação do ano no Distrito Federal

14 Maio 2015

Foto: Ricardo Joffily

Brasília - O Projeto DPU nas Escolas realizou a primeira ação deste ano na noite de

quarta-feira (13), no Centro Educacional Lago Norte (Cedlan), em Brasília (DF). O

defensor público federal Heverton Gisclan Neves da Silva ministrou palestra sobre a

Defensoria Pública da União (DPU) para estudantes de ensino médio do período

noturno.

A atividade contou com a presença de professores e cerca de 50 estudantes, que tiveram

a oportunidade de ouvir sobre o conceito de Defensoria Pública, os trabalhos

desenvolvidos na instituição, além de como e em quais circunstâncias acionar os

serviços da DPU. Ao fim da palestra, os participantes esclareceram dúvidas sobre o

tema abordado.

Nos últimos dois anos, o projeto DPU nas Escolas promoveu diversas iniciativas em

instituições de ensino para divulgar o trabalho da Defensoria Pública à comunidade

escolar.

LVR/SSG

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

STF reconhece bis in idem e manda juiz corrigir sentença de assistido da DPU

24 Abril 2015

Brasília - Um assistido da Defensoria Pública da União (DPU) condenado por tráfico

internacional de entorpecente conseguiu habeas corpus (HC) para ter a pena de cinco

anos de prisão reduzida em um sexto. Em decisão liminar contra decisão da Sexta

Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Supremo Tribunal Federal (STF)

reconheceu a tese de que houve dupla valoração da mesma circunstância na fixação da

pena pelo juiz de primeiro grau, o que é chamado no direito de bis in idem.

No caso, houve valoração da natureza e da quantidade da droga em duas fases da

dosimetria da pena. A.P., flagrado com aproximadamente cinco quilos de cocaína em

novembro de 2010, foi condenado pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Guarulhos (SP), que

fixou a pena em cinco anos e cinco dias de reclusão e multa. A decisão foi mantida pelo

Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) e, mais recentemente, pela Sexta Turma

do STJ, que negou provimento ao agravo regimental interposto pela defesa.

Em pedido de medida liminar, a DPU requereu o reconhecimento da causa de

diminuição da pena e correção da sentença, que reduziria a pena em um sexto, fixando-a

em quatro anos e quatro meses de reclusão, sustentando constrangimento ilegal ao

assistido. A tese da DPU foi de que houve repetição da restrição de direito do paciente

sobre o mesmo fato, conhecido como bis in idem.

No caso, o magistrado acrescentou equivocadamente fração de um sexto como

agravante, que correspondia ao mesmo fato do processo de fixação da pena base

(cometendo o bis in idem), assim acusando o réu por tráfico de drogas durante o

processo de fixação da pena base e da fração no aumento de pena, na chamada

dosimetria da condenação. A DPU também pediu a fixação do cumprimento de pena em

regime semiaberto e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de

direito.

No STF, em decisão monocrática, o relator, ministro Luiz Fux, aceitou em parte o

pedido da DPU, concedeu medida cautelar determinando ao juízo singular que corrija a

sentença, sem que haja repetição da restrição de direito do réu. De acordo com Fux,

"analisando a sentença condenatória, verifico, primafacie, bis in idem, em razão da

valoração cumulativa da natureza e quantidade da droga na primeira e terceira fase da

dosimetria", o que difere da orientação do STF.

Liminar deferida no HC 126.965

LVR/DSO

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

Capacitação de agentes públicos é discutida na I Jornada de Estudos

Criado em 01 Dezembro 2014

Brasília – A necessidade de capacitação dos agentes do Estado para garantir os direitos

das comunidades negras tradicionais foi discutida durante a I Jornada de Estudos

Culturais Negros, promovida em parceria entre a Defensoria Pública da União (DPU) e

a Fundação Cultural Palmares, em Brasília, na quinta-feira (27).

De acordo com o defensor público federal Claudionor Barros Leitão, secretário de

Direitos Humanos da Secretaria-Geral de Articulação Institucional da DPU, apesar dos

avanços sociais, o Brasil continua sendo uma sociedade desigual com uma hegemonia

cultural contrária ao processo de luta dos movimentos sociais. “Há preconceito nas

normais legais e nós precisamos discuti-las. É necessário capacitar os agentes das

comunidades em relação ao arcabouço dos direitos culturais negros para que eles

possam acessar a Justiça”, destacou.

Segundo o diretor do Departamento de Promoção e Fomento da Cultura Negra,

Lindivaldo Junior, pensa-se que a cultura, por ser um campo fértil, não sofre

preconceito. Para ele, “quando os valores civilizatórios de uma comunidade tradicional

não são respeitados, o racismo se revela, é violação de direitos. Precisamos de parcerias

com órgãos públicos ligados ao Direito não só para combater o racismo, mas para

garantir a cidadania e os direitos desses grupos sociais”.

A omissão do Estado com a falta de políticas públicas mínimas, como fornecimento de

água e luz a comunidades já reconhecidas legalmente, foi denunciada pela líder

jongueira, Alessandra Ribeiro Martins, coordenadora da Comunidade Jongo Dito

Ribeiro, na Fazenda Roseiras, em Campinas, São Paulo. A Fazendo Roseiras, de acordo

com ela, sobrevive graças à persistência dos jongueiros e militantes da causa, uma vez

que o Estado, na prática, se omite em relação a suas obrigações.

Preservação da cultura

A pressão econômica, as ameaças de violência e a importância da preservação da

cultura nas comunidades foram ressaltadas pelo defensor público federal Carlos

Eduardo Paz, membro do Grupo de Trabalho (GT) Quilombola. “Se a cultura não

estiver impregnada na comunidade, ela é facilmente dissolvida por valores

artificialmente sobrepostos para satisfazer interesses imediatos dos próprios membros

da comunidade, principalmente em função de necessidades financeiras”. Ele apresentou

o trabalho da DPU junto às comunidades e estimulou as lideranças presentes a buscarem

o apoio dos defensores públicos.

O representante do Quilombo do Mesquita, João Antonio Pereira, também alertou sobre

a necessidade de preservação da cultura das comunidades quilombolas. Segundo João

Antonio, as diversas comunidades localizam-se em território pertencentes a municípios

que por sua vez, acabam atrelando as tradições das comunidades quilombolas à cultura

regional, omitindo sua origem verdadeira. Além disso, há o risco de que a especulação

imobiliária torne a área alvo de interesse financeiro particular em detrimento do valor

histórico, social e cultural do lugar.

“Tenho conhecimentos que nem médicos possuem”, declarou Joana Benedita Pereira,

membro do Quilombo Mesquita, parteira e detentora de conhecimento sobre plantas

medicinais do cerrado.

Direito a manifestações religiosas foi o tema abordado pelo defensor público federal

Robson de Souza, que se utilizou de casos práticos de defesa das manifestações

religiosas da cultura negra no enfrentamento de atos discriminatórios, deixando visível a

existência de intolerância no país. “A Constituição Federal estabelece a liberdade de

culto religioso e o que vemos hoje é o retrocesso de alguns segmentos mais

conservadores contra as manifestações de matriz africanas. Primeiro por ausência de

conhecimento e informações sobre as tradições culturais e religiosas dos negros e

também por absoluta ignorância”.

“Em nosso país é muito comum que as pessoas digam que o povo é receptivo, um país

que acolhe bem toda diferença e diversidade e ao mesmo tempo, há constantes situações

de intolerância, o que é uma grande contradição”, destacou o professor Anderson Oliva,

em reflexão ao quadro atual.

Nelson Fernandes Inocêncio, coordenador do curso de Artes Visuais da Universidade de

Brasília (UnB), falou sobre o museu como espaço de preservação e promoção do

conhecimento da memória negra. “A presença negra não deve ser associada apenas à

escravidão”, ressaltando, assim, as contínuas e positivas contribuições dessa população

ao país.

O Grupo Negra participou do evento em performance interpretativa do poema Gritam-

me negra, de Victória Santa Cruz.

No encerramento, Bernardina Leal, coordenadora do Projeto DPU Cultural, reforçou a

importância da continuidade dos seminários e reiterou o compromisso das instituições

com a publicação escrita dos textos apresentados.

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

Assistido tem liberdade condicional restabelecida no STJ

17 Novembro 2014

Brasília – O assistido A.P.S., que cumpria pena em liberdade condicional, teve o

benefício revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) após ser flagrado com

porte de substância entorpecente para uso próprio, mas conseguiu, com auxílio da

Defensoria Pública da União (DPU), o restabelecimento da pena condicional.

A.P.S. cumpria pena em liberdade desde 21 de novembro de 1997. Em abril de 2001,

ele foi flagrado portando substância entorpecente para uso próprio. Com isso, o

benefício foi revogado após sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que

inovou a fundamentação, aplicando o art. 87 do Código Penal, segundo o qual o juiz

pode revogar a liberdade condicional se o cidadão for condenado por crime ou

contravenção.

A Defensoria Pública da União impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça

(STJ) argumentando que a Lei 11.343/2006 deixou de aplicar pena privativa de

liberdade aos usuários de substâncias entorpecentes, e que, por isso, não mais seria

obrigatória a revogação da liberdade condicional. No entanto, em decisão monocrática,

o relator, ministro Jorge Mussi, manteve a revogação.

Em agravo regimental, a DPU apontou que o debate se restringia à impossibilidade de

revogação do livramento condicional diante do advento do art. 28 da Lei 11.343/2006.

Em nova decisão monocrática, o ministro Jorge Mussi reconsiderou a decisão agravada,

reconheceu que a matéria versaria apenas sobre a aplicação do art. 86, I, do Código

Penal, e destacou que o advento do art. 28 da Lei 11.343/2006 não permitiria a

invocação da referida hipótese obrigatória de revogação da liberdade condicional,

restabelecendo, dessa forma, o benefício concedido ao assistido.

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União

STF concede ordem para excluir ilegalidade cometida em dosimetria da pena

12 Setembro 2014

Brasília - Após atuação da Defensoria Pública da União (DPU), o Supremo Tribunal

Federal (STF) determinou que seja estabelecida nova fixação de pena para a boliviana

M.M.V.

A assistida foi condenada a seis anos e 27 dias de reclusão e ao pagamento de 607 dias-

multa após despachar, via Correios, quatro correspondências contendo substância

entorpecente, com destino à Espanha.

De acordo com o defensor público federal Eduardo Flores Vieira, responsável pela

defesa de M.M.V., houve ilegalidade na dosimetria da pena. Diante disso, impetrou

habeas corpus alegando a existência de bis in iden (apenar o réu pelo mesmo crime mais

de uma vez).

O relator do caso, ministro Teori Zavaski, concedeu ordem determinando ao juízo

competente o estabelecimento de nova fixação de pena imposta ao assistido, dentro da

legalidade prevista, fazendo com que o magistrado competente procedesse em nova

dosimetria de pena, considerando a natureza e a quantidade do entorpecente apreendido

em apenas uma das fases da fixação da reprimenda.

Assessoria de Comunicação Social

Defensoria Pública da União