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1 FACULDADES INTEGRADAS ICESP PROMOVE DE BRASÍLIA COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO Redução da Maioridade Penal Laís Oliveira, Rosyneide Soares e Sandra Santos. BRASÍLIA 2014

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FACULDADES INTEGRADAS ICESP PROMOVE DE BRASÍLIA

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

Redução da Maioridade Penal

Laís Oliveira, Rosyneide Soares e Sandra Santos.

BRASÍLIA

2014

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FACULDADES INTEGRADAS ICESP PROMOVE DE BRASÍLIA

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

Redução da Maioridade Penal

Orientador:

Francisco de Paula Lima Júnior

Trabalho de Conclusão de Curso das

alunas Laís Oliveira, Rosyneide Soares e

Sandra Santos, intitulado Redução da

Maioridade Penal, apresentado à banca

examinadora, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Comunicação Social, nas Faculdades

Integradas Icesp Promove de Brasília, sob

a orientação do professor Francisco Paula

de Lima Júnior.

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ICESP – FACULDADES PROMOVE DE BRASÍLIA

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

TERMO DE APROVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso das alunas Laís Oliveira, Rosyneide Soares

e Sandra Santos, intitulado Redução da Maioridade Penal apresentado à banca

examinadora, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Comunicação Social, nas Faculdades Integradas Icesp Promove de Brasília, sob a

orientação do professor Francisco Paula de Lima Júnior.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________

Especialista Francisco Paula de Lima Júnior

Orientador

________________________________________________

Especialista Ana Maria Fleury Seidl Pinheiro

Examinadora

________________________________________________

Doutor Luiz Carlos Menezes dos Reis

Examinador

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AUTORIZAÇÃO

Redução da Maioridade Penal

Laís Oliveira, Rosyneide Soares, e Sandra Santos

As autoras da pesquisa autorizam às Faculdades Integradas Icesp Promove

de Brasília, por intermédio da Direção do Curso de Comunicação Social, a produção

de cópias, emprestar ou mesmo submeter à pesquisa a congressos, revista ou

qualquer outro meio de comunicação científica. Também fica autorizado que a

pesquisa, a critério do Curso de Comunicação Social, seja submetida à análise e

contribuição de outra (s) pessoa (s) e que essa (s) figure (m) como autores da

mesma. Não sendo, portanto, necessário qualquer autorização prévia por parte dos

autores para a execução dos atos de gestão a serem tomados pela Instituição.

BRASÍLIA

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao esposo Aires

Tores e minha família pelo incentivo que

me ajudaram a superar os obstáculos,

encontrados no caminho e principalmente

meus pais que nunca me deixaram

abaixar a cabeça e desistir dos meus

sonhos. Laís Oliveira

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DEDICATÓRIA

Um sonho realizado e dedicado a minha

amada, querida, maravilhosa e excelente

mãezinha. Por várias vezes neste trajeto,

me desanimei e até mesmo me frustrei,

pensei em parar no meio do caminho. Era

quando vinha a lembrança da sua fala

mãe, dizendo: - Tenho seis filhos meu

Deus! Será que nenhum deles irá me dar a

satisfação de ter um filho formado. Mãe,

saiba que essas palavras entraram no meu

coração e jurei a mim mesma que te daria

esse presente, um presente que só uma

mãe pediria, algo simples para muitos,

mas para você de muito valor. Mãe, de

suas palavras eu tirei toda força que

precisava e também determinação para

continuar e prosseguir rumo ao meu

diploma. Aceite essa prova de amor e

também de gratidão que lhe ofereço, pois

senão fosse você, eu não teria chegado

onde estou. Suas palavras de conforto nos

momentos difíceis, seu abraço e todo seu

cuidado comigo foram meu alicerce para

seguir em frente e conseguir te dar o

gosto de ter uma filha formada. Com

amor dedico para o maior amor da minha

vida, você mãe. Te amo.

Rosyneide Soares

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu namorado

(Phelype Malheiros) e a minha linda

afilhada (Isabella Diniz). Pois neste

semestre precisei estar em alguns

momentos ausente para a elaboração

deste tão desejado Trabalho de Conclusão

de Curso.

Sandra Santos

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus pela

força, sabedoria e discernimento que

busquei nele em todos os momentos e que

me foi dado. A minha família e meu

esposo por terem me apoiado e me

incentivado no decorrer deste trabalho. A

minhas colegas e parceiras Sandra Santos

e Rosyneide Soares. Não poderia deixar

de agradecer meu excelentíssimo

professor e orientador Francisco Paula

de Lima Júnior por toda a ajuda para o

desenvolvimento do trabalho.

Laís Oliveira.

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AGRADECIMENTO

Agradeço Ao meu Deus, de coração

verdadeiro agradeço em primeiro lugar,

pois me guardou e me protegeu no

caminho rumo ao meu diploma. Sempre

renovando minhas forças e me dando

motivos para continuar. Agradeço

imensamente à minha mãezinha, que me

apoio nos momentos difíceis, estando

sempre ao lado. Aos meus Famíliares:

Mãe; Rosana; Glebio; Gisley; Gisele;

Keven; Beatriz; Giovana; Izaque;

Ezequiel e Radasa. Que foram, e são, meu

abrigo seguro. Não me canso de

agradecer a Deus, pois ele me da à

oportunidade de desbravar os desafios da

vida.

Rosyneide Soares

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me dado

coragem, sabedoria e discernimento em

todos os momentos da realização deste

trabalho. A minha linda família e amigos

pelo apoio e estímulo neste momento tão

aguardado. Ao professor e orientador

Francisco Paula de Lima Júnior por todos

seus conhecimentos repassados durante

todo o desenvolvimento deste trabalho,

por toda sua dedicação, colaboração e

paciência, vai ficar uma grande amizade,

as minhas parceiras Laís Oliveira e

Rosyneide Soares, e a todos que de

alguma forma contribuíram para a

realização deste produto.

Sandra Santos

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EPÍGRAFE

“Educai as crianças e não será preciso castigar os homens”

Platão

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RESUMO:

O presente trabalho é um documentário que aborda a Redução da Maioridade

Penal no Brasil. O objetivo é analisar os meios propostos por especialistas sobre, a

redução ou não da maioridade penal no Brasil. Considerando que cerca de 99%9, (

pesquisa realizada através de entrevistas com cidadãos comuns o qual circulavam

na rodoviária de Brasília) tal pesquisa, apontou o interesse do público na redução

como forma de diminuir a criminalidade, principalmente a cometida pelos jovens.

Em busca de respostas ao questionamento, pesquisamos além disso, nos

respaldando no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, direito penal, políticas

públicas e medidas socioeducativas.

Como ferramenta de coleta de dados, produzir um documentário, no formato

de “mesa redonda”, com a opinião pública sobre o tema, depoimentos de

especialistas que trabalham diretamente com o assunto, como psicólogos, delegado,

coordenadores de ONG’S, parlamentares e políticos.

Além disso, buscamos nos depoimentos e na análise ao Estatuto da Criança e do

Adolescente-ECA, alternativas e medidas socioeducativas que sirvam, efetivamente,

para evitar que o menor entre no mundo do crime, causando danos às famílias

muitas vezes irreparáveis. Discute-se a redução seria ou não a solução para este

mal que tomou conta da sociedade.

A pesquisa bibliográfica deu fundamentação teórica ao trabalho e

embasamento para analisar a realidade do documentário estudado, o qual buscou

ouvir opiniões de pessoas que atuam na aérea, mostrando a realidade vivida por

esses menores, no qual alguns entrevistados expuseram que a redução não seria a

saída para tal questão, por outro lado, outros disseram que é necessária uma saída

emergente, pois a criminalidade tem crescido vertiginosamente. Por fim, concluímos

mediante depoimentos dos especialistas, no qual todos expuseram seus

conhecimentos sobre o preposto, contribuindo para enfatizar a seriedade do estudo

da Redução Maioridade Penal no Brasil.

PALAVRAS CHAVES:

ECA, Direito penal juvenil, menor infrator, violência urbana, ressocialização,

imputabilidade penal, políticas públicas e medidas socioeducativas

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ABSTRACT :

This work is the result of a literature search and a documentary that addresses the

reduction of Criminal Majority in Brazil. The aim was to show and analyze the

opinions of experts, public administrators, and especially of society about the theme.

Whereas about 90% of the population want this reduction as a way to reduce crime

committed by minors. Furthermore, we examined the ECA (Statute of Children and

Adolescents), consultation to criminal law, public policy and educational measures.

We produce a documentary on the "round table" format, with public opinion about the

theme, testimonials of experts, who works directly with the subject, as psychologists,

delegate coordinators NGO'S, parliamentarians and politicians.

In addition, we seek the testimonies and analysis to ECA, alternatives educational

measures that can be used effectively to prevent the underage of the criminal world.

Also, if the discussion of the reduction of legal age, would be or wouldn't be the

solution to this evil that has taken hold of society.

The literature brought the theoretical foundation and basement work, helping to

sustain serious study on the reduction, or not, of legal age in Brazil.

Keywords:

ECA, Juvenile Criminal Law, Minor Offender, Urban Violence, Re-socialization,

Criminal Liability, Public Policies and Educational Measures.

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SUMÁRIO

0-CAPA...........................................................................................01 1- CONTRA CAPA..........................................................................02 2- TERMO DE APROVAÇÃO.........................................................03 3- AUTORIZAÇÃO..........................................................................04 4- EPIGRAFE..................................................................................11 5- RESUMO.....................................................................................12 6- ABSTRACT.................................................................................13 8- TEMA/TÍTULO.............................................................................13 9- INTRODUÇÃO.............................................................................13 10- PROPÓSITOS...........................................................................14 5- OBJETIVO GERAL.....................................................................14 6- OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................14 7- RELEVÂNCIA DO ESTUDO.......................................................15 8- ESTATÍSTICAS DA REALIDADE...............................................15 9- DELIMITACAO DA PESQUISA..................................................16 10- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................16 11- ECA..............................................................................................16 12- DIREITO PENAL JUVENIL........................................................18 13- MENOR INFRATOR...................................................................19 14-VIOLÊNCIA URBANA.................................................................20 15- RESSOCIALIZAÇÃO.................................................................21 16- IMPUTABILIDADE PENAL........................................................22 17- POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA JOVENS INFRATORES.........24 18- MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS................................................25 19- APLICAÇÃO E NATUREZA JURÍDICA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA..26 20- MODALIDADES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS.............................26 21- DOCUMENTÁRIO.................................................................................28 22- DOCUMENTÁRIO NO MUNDO............................................................28 23- DOCUMENTÁRIO OU GRANDE REPORTAGEM...............................29 24- ANOS 90 – DOCUMENTÁRIO NO BRASIL....................................29-30 25- ROTEIRO................................................................................................31 26- PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO...............................................32 27- CRONOGRAMA......................................................................................33 28- METODOLOGIA DE PESQUISA...........................................................34 29- RANKING, COMPARATIVO DA MAIORIDADE PENAL NOS PAÍSES...................35-41

30-ROTEIRO.................................................................................................42 31- AGRADECIMENTOS/CRÉDITOS..........................................................43 32-CONCLUSÃO.....................................................................................44-45 33- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA....................................................46-47

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01 – TEMA

Documentário sobre a Redução da Maioridade Penal no Brasil, baseado em projetos

de lei.

02 - TÍTULO

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NO BRASIL.

03 - INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) buscou opiniões de

especialistas, políticos, parlamentares, e a população sobre a Redução da

Maioridade Penal no Brasil, discutindo e questionando a responsabilidade penal

juvenil.

Questões que geram polêmica surgem à todo momento no país. Algumas delas

têm mais impacto na sociedade que outras, a questão da redução da maioridade

penal no Brasil é uma delas. A pesquisa feita pelo Datafolha em janeiro de 2014

mostrou que cerca de 84% da população é a favor da redução, a mesma foi

realizada em 396 municípios brasileiros, abrangendo todos os Estados.

O vertiginoso aumento do índice de violência praticada por menores no Brasil é o

principal motivo do acirramento deste debate na sociedade. Atualmente, esse

assunto tem gerado grande interesse, e vem ganhando cada vez mais espaço de

discussão entre pessoas comuns e órgãos competentes do governo que atuam na

proteção do menor no Brasil. A redução da maioridade é sugerida pela sociedade

leiga como única medida alternativa.

Pois nota-se que a população não aceita mais toda essa criminalidade exorbitante

com o envolvimento do menor. Então, a população deseja uma reformulação

na lei, pois da forma que está não pode ficar, primeiramente o povo pede

uma medida emergencial, algo que vá resolver o agora. Pois as tentativas

de reduzir a maioridade penal no Brasil estão fortemente ligadas a um projeto

punitivo mais amplo e abrangente de contenção das camadas mais pobres da

população nas cadeias brasileiras.

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(...) Uma vez constatada a maturidade intelectual e emocional

do agente, ele deve ser penalmente responsabilizado por suas

ações e/ou omissões.(CUNHA, ROPELATO e ALVES, 2006).

Já Luciana de Oliveira Leal, argumenta contra a redução da maioridade penal .

(...) o Brasil não poderia copiar sistemas como o inglês e o

norte-americano, em que crianças são julgadas como se adultos

fossem, pois estes são países desenvolvidos, e o primeiro, ao

contrário, é país em desenvolvimento, em que a educação é

deficiente, o sistema carcerário é desumano, e o percentual

considerável da população está abaixo da linha de pobreza.

Ademais, não é razoável que se considere como causa dos

baixos índices de criminalidade a punição de adolescentes com o

mesmo rigor dos adultos, pois nesses países, desenvolvidos, há

políticas públicas de prevenção, e não apenas de repressão, ao

contrário da atividade estatal brasileira (2003, p. 262).

A população pode até ter a voz leiga pedindo a redução, porém e, do outro lado,

tem as vozes dos profissionais do Direito e da área social que lidam diretamente

com crianças e adolescentes em situação de risco e, defendem a atual legislação,

por entenderem que as medidas socioeducativas do Estatuto da Criança e do

Adolescente –ECA, possibilitam a reeducação do adolescente em conflito com a Lei

.

04 – PROPÓSITOS

4.1 - OBJETIVO GERAL

O nosso propósito foi produzir um documentário para que especialistas e a

sociedade expresse sua opinião sobre a redução da maioridade penal no Brasil. Por

outro lado, buscamos opiniões de especialistas com foco em analisar as medidas

socioeducativas, propostas pelos mesmos. Conhecendo os métodos pelo quais os

órgãos dedicados ao menor infrator, aplicam medidas socioeducativas.

4.2 – OBJETIVOS ESPECIFÍCOS

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Apurar os motivos que levam a sociedade a querer a redução da maioridade penal,

e os porquês dessa decisão. Segundo entrevista e depoimento dado pelo o

especialista em segurança: Daniel Lorenz, a reação da sociedade quanto a essa

problemática da redução, “é terminantemente compreensível, pois a população já

não aguenta mais ser atacada e lesionada por menores infratores” afirmou Lorenz.

Compreender as vertentes a favor e contra a redução, e o impacto que essa

discussão tem gerado na sociedade. Segundo o delegado de polícia civil, Rodrigo

Larizzatti, “reduzir a maioridade não trará a solução, porém, do jeito que está não

pode ficar”. Alguma resposta tem que ser dada a esses menores que cometem

crimes, pois sabem que não seram punidos. È necessária uma grande mudança no

Estatuto da Criança e do adolescente –ECA, para amparar e corrigir de forma justa

esses menores, afirmou o deputado Dr. Michel.

05 – RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Como graduadas em Comunicação Social - jornalismo, entendemos que

abordar um tema que interessa a toda sociedade, em si, já justifica um trabalho

como este. Com base em dados colhidos, mostramos a importância deste trabalho

acadêmico

5.1 ESTATÍSTICAS E REALIDADE

Dados da Secretaria da Criança e do Adolescente do GDF – revelam o

crescimento vertiginoso da violência praticada por menores o qual transforma a

sociedade refém dela mesma. Não existem regiões livres dessa ameaça diária, nem

grupos sociais que se dizem protegidos dessa violência, virou questão nacional.

Vítimas diretas desta triste realidade, a sociedade elegeu a redução da maioridade

penal como a solução para este mal que destrói famílias. Essa é uma realidade que

tem desestruturado muitas famílias em todo Brasil. Em meio a vários projetos que

pedem a Redução da Maioridade Penal, as opiniões se dividem, uns são a favor e

outros contrário a redução como solução ao problema. O fato é que, as políticas

públicas e as ações ou a falta delas por parte dos governos não são suficientes para

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contemplar a todos esses jovens que, por esse motivo, principalmente, entram no

mundo da criminalidade. Especialistas no assunto e servidores públicos que atuam

nesta questão, são contrários à redução, e sugerem que esta não seria a solução do

problema. Cobram a completa aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente -

ECA, o que, segundo eles, serviria para inibir a entrada do menor no mundo do

crime, e, além disso, um vez infrator, este menor teria a assistência socioeducativa

que o devolveria à sociedade de forma segura. “Tudo isso consta do ECA”, afirma

Jefferson Maximino – conselheiro tutelar.

Porém, as estatísticas mostram ainda que o índice de atos infracionais cometidos

por menores infratores são: de 27% roubos; 12% homicídios; 8,7% tentativas de

homicídios e, segundo o Ministério da Justiça os números nos casos de reincidentes

são de 84,2% contra somente 15,8% não reincidentes. A população já começou a

dar sinais de que não tolera mais essa situação, atos de revoltas da sociedade tem

sido vistos em todo país, como os casos dos justiceiros que resolvem por conta

própria punir esses menores, surrando-os e amarrando-os para entregá-los a polícia.

Esse é o retrato do Brasil atual, que pede urgência dos poderes públicos para dar

mais atenção a essa realidade.

06 - DELIMITACAO DA PESQUISA

Este documentário, produzido para discutir um dos temas que mais

interessam diretamente à sociedade, foi delimitado em opinião popular, com um “fala

povo”, depoimentos de especialistas no assunto, como conselheiros tutelares,

pessoas do terceiro setor, delegado de polícia, parlamentares e políticos. Além

disso, buscamos em pesquisas bibliográficas a sustentação acadêmica sobre o

tema.

7 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

7.1 – ECA

João Batista Costa Saraiva (2003) cita o Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA) por meio dos princípios primário, secundário e terciário. No

primário, ele fala sobre as políticas públicas de atendimento à criança e ao

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adolescente – prevenção primária -, trazida nos artigos 4º e 87. No secundário, as

medidas protetivas – prevenção secundária - direcionadas àqueles jovens que se

encontram em situação de risco pessoal e social (art. 98 e 101). Então, por fim, no

terciário, fala das medidas socioeducativas – prevenção terciaria - aplicáveis aos

adolescentes em conflito com a lei (art. 112).

O acionamento destes sistemas faz-se integrado, interessando

ao sistema terciário de prevenção o adolescente na condição

de vitimizador. Enquanto vítima, seja da exclusão social, seja

da negligência familiar, etc., faz-se sujeito de medida de

proteção (do sistema secundário de prevenção, de nítido

caráter preventivo à delinquência) (SARAIVA, 2003, p. 64).

O art.116 do ECA trata sobre ato infracional cometido por menores:

[...] em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a

autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a

coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o

prejuízo da vítima, (ECA, art. 116).

Trata-se de medida que visa a responsabilização psíquica do autor do ato infracional

durante o cumprimento, o que legitima seu caráter repressivo – retributivo, com base

educativa.

Para alguns, a reparação do dano é ato personalíssimo, indistintamente, em

qualquer situação. Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do

Estado (IBCCRIM), 2000, sobre as medidas reparatórias de dano, concluiu:

Como esta medida envolve recursos financeiros que, na maioria dos casos,

provêm da família do jovem, os operadores consideram sua aplicação

pouco recomendável, uma vez que a punição recai especialmente sobre os

pais do jovem. Foi destacado que esta medida se torna muitas vezes

inviável em virtude da situação Sócio econômico de grande número das

famílias cujos filhos são processados pelas Varas Especiais da Infância e

Juventude. Isto é indicativo de que a pobreza presente na sociedade

brasileira interfere no próprio processo de distribuição da justiça, na medida

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em que algo previsto na lei nem sempre pode ser aplicado em virtude da

situação social.

De qualquer sorte, determina o ECA que, preferencialmente, cumpra, o adolescente,

com exclusividade, a ação proposta pelo juiz. Também por isso, foram propostas

soluções alternativas de cumprimento no art. 116 do mesmo e, ainda (e mais uma

vez), subjetivismo judicial , quando as três opções se mostrarem inadequadas ao

caso concreto no parágrafo único do referido dispositivo.

7.2 – DIREITO PENAL JUVENIL

O Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu no Brasil um Direito

Penal Juvenil, formando um sistema de caráter pedagógico. Este cobre o

sistema terciário ou socioeducativo, deste modo, representa uma parte no

estatuto. João Batista Costa Saraiva menciona o sistema de

responsabilização, pelo qual ele designa Direito Penal Juvenil:

Está ínsito ao sistema do Estatuto da Criança e do Adolescente, e seu

aclaramento decorre de uma efetiva operação hermenêutica, incorporando

as conquistas do garantismo penal e a condição de cidadania que se

reconhece no adolescente em conflito com a Lei. (SARAIVA, 2003, p. 71)

Sobre o sistema de responsabilização juvenil instituído pelo Estatuto, ensina Emilio

Garcia Mendez:

A construção jurídica da responsabilidade penal dos adolescentes no ECA

(de modo que foram eventualmente sancionados somente os atos típicos,

antijurídicos e culpáveis e não os atos ‘antissociais’ definidos

casuisticamente pelo Juiz de Menores), inspirada nos princípios de Direito

Penal Mínimo constitui uma conquista e um avanço extraordinário

normativamente consagrados no ECA. Sustentar a existência de uma

suposta responsabilidade social em contraposição à responsabilidade

penal não só contradiz a letra do ECA (art.103) como também constitui -

pelo menos objetivamente – uma posição funcional a políticas repressivas,

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demagógicas e irracionais. No contexto do sistema de administração da

justiça juvenil proposta pelo ECA, que prevê expressamente a privação de

liberdade para delitos de natureza grave, impugnar a existência de um

Direito Penal Juvenil é tão absurda como impugnar a Lei da Gravidade. Se

em uma definição realista do Direito Penal se caracteriza pela capacidade

efetiva – Legal e legítima – de produzir sofrimentos reais, sua impugnação

ali onde a sanção de privação de liberdade existe e se aplica constitui uma

manifestação intolerável de ingenuidade ou o regresso sem dissimulação

ao festival de eufemismos que era o Direito de ‘Menores’”.(AJURIS, ESMP-

RS, FESDEP-RS, 2000, p. 16)

Ainda sobre Direito Penal Juvenil, João Batista Costa Saraiva diz:

[...] que a ´´autonomia´´ do Direito da Criança, sustentada por alguns

operadores do Direito da Infância para afastar a ideia de um Direito Penal

Juvenil, acaba produzindo e contribuindo para reeditar, de forma travestida,

o festival de eufemismos e de desrespeito ao direito de cidadania que

marcou o Código de Menores, fazendo a operação do Estatuto da Criança

e do Adolescente com a lógica da Doutrina da Situação Irregular, fazendo

das medidas socioeducativas instrumentos de política ´´ de bem-estar de

menores´´, de triste experiência nestes brasis.(SARAIVA, 2003, p.132)

O sistema de responsabilidade penal juvenil é construído com uma proteção

integral, além de garantias exclusivas da justiça infanto-juvenil. Então, diante

de tantos resguardos para adultos que cometeram atos ilícitos penais,

porquanto, os direitos se estendem a todos os cidadãos, independentemente

de sexo, idade, cor, raça, credo e situação econômica.

7.3 – MENOR INFRATOR

Segundo dados do Wikipédia “Menores infratores representam 17,4% da população

carcerária do país.” Dados abaixo:

Do total de 345 mil menores infratores e adultos criminosos no Brasil,

25,4% são crianças e adolescentes com menos de 18 anos que estão

internados em estabelecimentos de correção ou cumprindo medidas em

regime de liberdade assistida. Segundo dados da Secretaria Nacional de

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Direitos Humanos levantados pelo Globo, há 60 mil adolescentes

cumprindo medidas socioeducativas no Brasil, sendo 14 mil em regime de

internação e os demais em regime aberto. O Departamento Penitenciário

Nacional registra 285 mil adultos presos no país. A diferença está no tipo

de punição. Entre os adultos há 240.300 presos em regime fechado —

incluindo os ainda não sentenciados, detidos em cadeias e presídios— e

apenas 44.700 em regime semiaberto ou aberto. Entre os adolescentes

infratores, a maioria cumpre as chamadas medidas de meio aberto:

liberdade assistida, prestação de serviços, reparação de danos ou apenas

advertência. Mesmo entre os 14 mil internos, há três mil em regime de

semi-liberdade. Segundo a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da

Criança e do Adolescente, cerca de 70% desses adolescentes acabam se

tornando reincidentes, ou seja, cometendo novos crimes ao deixar os

institutos. São internados os adolescentes que cometem os crimes mais

graves, como homicídio, latrocínio ou assalto à mão armada. Nesses

casos, de acordo com dados da subsecretaria, o tempo médio de

internação de adolescentes infratores é de um ano e meio, Antônio

Gleivérson ,2014, Novo Jornal)

Enfim, se o objetivo for a recuperação dos menores infratores, crianças e

adolescentes, a sociedade precisa ampará-los, oferecendo uma boa educação,

tendo à frente profissionais especializados, preparados, valorizados e motivados

para esse tipo de formação. Isso, a médio e longo prazo, garantirá a todos mais

liberdade e segurança. Tudo isso é o que determina, na teoria, o ECA. “O ECA se

implantado como foi elaborado e aprovado, todas essas ações seriam, na prática,

adotadas e famílias de menores infratores e as sociedade, incluindo as vitimas

desses menores, seriam contempladas”, afirma o conselheiro tutelar Jefferson

Maximino em entrevista para este documentário.

7.4 – VIOLÊNCIA URBANA

A violência urbana desperta na sociedade insegurança e medo. A

desigualdade social gera ações violentas e impulsiona parte da população a desejar

bens de consumo que não pode possuir, por falta de condições financeiras.

Também, o ambiente familiar, para os que convivem com pessoas violentas, faz com

que o indivíduo venha a acostumar-se com a agressividade que o cerca. Neste caso,

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se tratando do menor que tem como natural a violência, esta para Pedrazzini, deve

ser assim analisada:

[...] como parte de um sistema sócio espacial dinâmico cujos elementos

estruturantes seriam a economia liberal globalizada e a cidade como

modelo ambiental hegemônico. Diante desses dois elementos fundadores

da nossa “civilização”, entrariam outros componentes especificamente

sociais (crescimento das desigualdades), políticos (criminalidade da

pobreza), espaciais (fragmentação do território) ou ideológicos (sujeição da

democracia à segurança), os quais se combinam entre si para traçar um

projeto de sociedade selvagem e inquietante, (Pedrazzini, 2006).

A violência urbana faz vítimas todos os dias, com assaltos, agressões físicas,

estupros, sequestros, homicídios e ocorre geralmente nas grandes centros, onde o

número de vítimas é maior.

7.5 – RESSOCIALIZAÇÃO

O ECA prevê para os adolescentes que cometem atos infracionais, medidas

socioeducativas com o intuito de ressocialização, fazendo-os enxergar conforme

sua visão social, um mundo que não é o seu de origem, é o que fica claro nesta

afirmação de Schmidt:

[...] O ECA prevê as medidas de proteção para crianças e adolescentes

que tiverem seus direitos violados pelo Estado, pela sociedade, pela

família, ou também por sua própria conduta, cujo conceito o texto legal não

deixa claro. Para adolescentes que comentem ato infracional, este definido

pela legislação vigente como crime ou contravenção, o estatuo prevê a

medida socioeducativa. (FABIANA, Porto Alegre, 2011, p. 29).

O Brasil tem avançado e conquistado cada vez mais direitos para seus

cidadãos. A grande questão é o respeito e o cumprimento a esses direitos. O ECA

foi um grande passo que tem o intuito de proteger a criança, seus familiares e a

sociedade. Existe, enraizada em nossa sociedade, a convicção de que a pobreza e

o meio social onde o individuo está inserido são as razões do chamado ato

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infracional, ora, essa desculpa não justifica que adolescentes tenham atitudes

contrárias ao modo de vida a ser seguido em sociedade. Sobre isso, afirma Schmidt:

[...] no sentido, constata-se que, antes da aprovação do ECA, um jovem era

privado de sua liberdade para “sair das ruas” e parar de “oportuna a

ordem”, hoje, os jovens são privados de liberdade para se “reeducá-los”,

“protegê-los”, “ajudá-los”, enfim, para que as instituições executem o que a

família não fez. (FABIANA SCHMIDT, Porto Alegre 2011, p. 26).

7.6 – IMPUTABILIDADE PENAL

O principal argumento dos defensores da redução da maioridade penal, como o ex-

deputado federal Alberto Fraga, é que os adolescentes com idade de 16 e 17 anos,

possuem plena capacidade de entendimento e sabem muito bem distinguir o certo

do errado. Afirmam que, na atualidade, os adolescentes não são mais tão “puros e

inocentes”, possuindo uma completa capacidade de entendimento do que é certo.

Ao comentar o artigo 228 da CF (Constituição da República Federativa do Brasil),

Eugênio Couto deixa claro, que a segurança dada aos menores de dezoitos anos:

[...] O artigo 228, ao estabelecer a idade mínima para a imputabilidade

penal, assegura a todos os cidadãos menores de dezoito anos uma

posição jurídica subjetiva, qual seja, a condição de inimputável diante do

sistema penal. E tal posição, por sua vez, gera uma posição jurídica

objetiva: a de ter a condição de inimputável respeitada pelo Estado. Num

enfoque do ponto de vista individual de todo cidadão menor de dezoito

anos, trata-se de garantia asseguradora, em última análise, do direito de

liberdade. É, em verdade, uma explicitação do alcance que te direito de

liberdade em relação aos menores de dezoito anos. Exerce uma típica

função de defesa contra o Estado, que fica proibido de proceder a

persecução penal. Trata-se, portanto, de garantia individual, com caráter de

fundamentabilidade, pois diretamente ligada ao exercício do direito de

liberdade de todo cidadão menor de dezoito anos. E não se pode olvidar

que a liberdade sempre está vinculada ao princípio fundamental da

dignidade da pessoa humana, especialmente e relação às crianças e

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adolescentes, pois fora reconhecidos como merecedores de absoluta

prioridade da tenção da família, da sociedade e do Estado, em face da

peculiar condição de seres humanos em desenvolvimento. (Couto, Juizado

da Infância e Juventude. 2004 nº 2, p.27)

João Batista da Costa Saraiva complementa que:

A política era de supressão de garantias (como o princípio da

legalidade) para assegurar a “proteção” dos menores. Para

Combater um mal, a indistinção de tratamento entre adultos e

crianças, criava-se, em nome do amor à infância, aquilo que

resultou em um monstro: o caráter tutelar da justiça de

menores, igualando desiguais (SARAIVA, 2003, p. 32).

Então, podemos definir que a Constituição Federal, não tem o menor como

um objeto de proteção, e sim como um sujeito de direitos ajustados à sua qualidade

de pessoa em desenvolvimento. A Constituição de 1988 sancionou a maioridade

somente aos 18 anos. “O adulto ou o adolescente que mata uma pessoa comete um

crime ou uma infração, mas tanto um quanto outro acabam com a vida de um ser

humano. O maior e o menor de 18 anos serão julgados por leis diferentes; enquanto

o Código Penal aprecia a gravidade do delito e aplica a pena contra o criminoso, o

Estatuto da Criança e do Adolescente, sob o argumento de reabilitação do menor,

desconsidera a gravidade da infração e apenas admite o internamento do menor.

Assim, o Código Penal trata o adulto de homicida e a Lei n. 8.069/90 considera o

adolescente apenas um mal educado; um vai para a cadeia, outro será internado em

estabelecimento educacional. Em outras palavras, o sistema em vigor separa o anjo,

adolescente com 17 anos e 11 meses e 29 dias, do demônio, adulto com mais de 18

anos”. Diz o Desembargador Antônio Pessoa Cardoso. Os menores estão cada vez

mais, cometendo crimes hediondos, pois são conhecedores da lei que os protegem ,

sabem que as medidas socioeducativas não pode durar mais que três anos , sabem

também que eles não vão ser presos. “Muitos deles tem capacidade mental de

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entender as consequências de suas ações, e as mesmas são dignas de pena”. Diz o

Delegado de Polícia Civil, Rodrigo Larizzatti.

7.7 – POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA JOVENS INFRATORES

As políticas públicas buscam compreender e solucionar problemas

enfrentados pela população, cabendo ao setor público projetar, elaborar e executar

tais políticas. Em muitos casos, elas não são planejadas e executadas de forma

metódica, pois os interesses das classes envolvidas são diferentes. Políticas

públicas devem englobar não só os processos decisórios e os consequentes cursos

dessa ação, como, também, a ausência de decisões e intervenções governamentais.

Desde 1960, o menor deixou de ser responsabilidade de instituições privadas e de

órgãos governamentais, enquadrando em objetivos nacionais a Política Nacional do

Bem-Estar do Menor - PNBM, cuja tutela ficou sob a responsabilidade da Fundação

Nacional do Bem-Estar do Menor - FUNABEM. Por sua vez, esta busca a

preservação e o controle do menor em geral, seja no âmbito político, econômico ou

social. A antiga FEBEM sofreu alterações com o ECA, institucionalizado em 1990.

Segundo Matos, em pesquisa realizada pela UNESCO:

[...] jovens e famílias em contato com atividades alternativas de lazer,

esportes ou acesso ao trabalho apresentam menor índice de envolvimento

com a criminalidade. Essa constatação é compartilhada por diferentes

pesquisas realizadas no país referentes a crianças e adolescentes em

situação de desvantagem socioeconômica (MATOS, 2006).

Os Jovens infratores, nem sempre são de famílias pobres e que conviveram com

violência durante sua formação. Sobre isso, Vasconcelos (2006) afirma:

[...] Há no Rio de Janeiro diversos casos em que não só os jovens

oriundos de classes mais baixas, como também os de classe média alta

são acusados e presos pelo aliciamento e tráfico de drogas, crimes de

internet e assédio sexual. Diversos são os casos em que adolescentes de

boa condição financeira ou não traficam ou consomem drogas, além de

serem acusados de utilizarem a internet para comercializar artigos de

vestuário e tecnológicos, como telefones celulares, palm-tops, ipods etc.

Diversas pesquisas realizadas em instituições de internação de jovens

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infratores no Estado de São Paulo também apresentam mudanças no perfil

desses jovens, até então oriundos exclusivamente das camadas sociais

mais pobres.( VASCONCELOS Rio de Janeiro, 2006. p. 11)

Já, Matos (2006), sobre a origem social do menor infrator, comenta:

[...] que as crianças e adolescente em “conflito com a lei” são amparados

pela legislação brasileira por meio das políticas socioeducativas, que se

objetivam a reintegrá-los à sociedade. Em contrapartida, as ações jurídicas

e institucionais demonstram uma prática por vezes arbitrária e desumana

nas instituições que ainda conseguem manter certa ordem de convívio

pacífico. A tensão é alimentada pelos ânimos dos próprios adolescentes,

dos quais boa parte já se encontra formada por altos padrões de violência.

(MATOS, 2006)

7.8 – MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

São medidas impostas pela justiça com o intuito pedagógico aplicadas em

menores infratores, adolescentes com idade acima de doze anos e abaixo de

dezoito, que tenham cometido atos infracionais.

As medidas são impostas ao adolescente, o mesmo é analisado com

procedimentos psicológicos, sociais, psiquiátricos e pedagógicos. Levando em

consideração o ocorrido, a capacidade de execução, e a gravidade do crime.

No livro, “Adolescente em conflito com a lei, da indiferença à proteção

integral, uma abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil”, João Batista Costa

Saraiva, cita o autor responsável pela apresentação de proposta de Lei para

medidas socioeducativas:

[...] em 1998, o Desembargador Antonio Fernando Amaral e Silva

apresentou uma proposta de Lei de Execução das Medidas

Socioeducativas, buscando regulamentar o processo e o protagonismo dos

diversos atores. A Proposta de Amaral, enfatizando o caráter retributivo da

medida socioeducativa enquanto resposta do Estado à conduta infratora

praticada pelo adolescente, produziu especular reação contrária por parte

de diversos atores do sistema. (SARAIVA 2003, p.135)

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Esse apelo de reeducação se torna obrigatório às instituições públicas, uma

vez que essas tomam para si a responsabilidade de reconduzir esses adolescentes

ao seio da sociedade, e também, proporcioná-los oportunidades através de

programas de incentivo públicos como: cursos profissionalizantes, a volta a escola,

apoio psicológico e quando possível a reiteração a convivência com seus familiares.

Mario Luiz Ramidoff é um dos mais notáveis defensores de que a medida

socioeducativa é eminentemente de caráter pedagógico, ele afirma:

[...] torna-se necessário dizer o que não é uma medida socioeducativa. Por

isso, considerando – se o caráter educativo-pedagógico , pode-se

legitimamente afirmar que a medida socioeducativa não se constitui numa

sanção, vale dizer não possui caráter, essência ou mesmo conteúdo

sancionatório, ainda, que, apenas declarativamente normativo- art 2º, da

proposta lei de diretrizes socioeducativas - enquanto forma normativa que

busque uma maior vinculação dos operadores jurídicos e demais

construtores sociais. A medida socioeducativa é preliminarmente a

estipulação de uma relação conceitual normativa – art 103, do Estatuto da

Criança e do Adolescente – estimativa e limitativa da intervenção estatal

diferenciada em dimensão pragmática, que se utiliza da construção

tipológica penal para assemelhar aquelas situações e circunstâncias que

permitem e exigem a intervenção do Estado.( Curitiba: Juruá 2011, p. 29).

7.8.2 APLICAÇÃO E NATUREZA JURÍDICA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

Apurada a prática de ato infracional, o adolescente deverá ser encaminhado à

autoridade competente. Esta, após enquadrá-lo no devido processo legal, deverá

impor as medida socioeducativas enumeradas pelo art.112 do ECA.

No entanto, o impasse se assentou com a edição da Súmula 108, do Superior

Tribunal de Justiça, que determina “a aplicação de medidas socioeducativas ao

adolescente pela prática de ato infracional, é de competência exclusiva do juiz”.

7.8.3 MODALIDADES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

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Cabe ressaltar as diferentes formas de medidas socioeducativas adotadas pela lei

Estatuto da criança e do Adolescente-ECA. O Art. 112 do eca, é claro quanto as

medidas que devem ser aplicadas aos adolescente infratores, levando-os a

reconhecer que cometeu um delito, são elas: advertência; obrigação de reparo;

prestação de serviços a comunidade; liberdade assistida; inserção em regime de

semiliberdade e internação em estabelecimento educacional – está última medida

adotada pelo o eca, é aplicada ao adolescente em casos graves de delitos, porém,

no Art. 121. Inciso III esclarece e assegura que, “em nenhuma hipótese o período

máximo de internação excederá a três anos”.

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8.0 – DOCUMENTÁRIO

O documentário é o gênero do cinema que mais se aproxima do jornalismo

eletrônico. Embora tenha como característica de transformar o simples em

espetáculo cinematográfico, não deixa de ser poético e subjetivo, carregando a

marca de seu autor. Em outras palavras, apesar de ser uma produção em equipe, o

documentário é de autoria do diretor do filme. E o documentário, como arte

cinematográfica, é uma obra pessoal de seu realizador. O documentarista não deve

ser visto apenas como um meio para transmitir determinada realidade, e pelo fato de

estabelecer um olhar próprio e subjetivo sobre determinado assunto, que um filme

nunca é uma mera reprodução do mundo. Por fim buscamos apresentar um visão

sobre determinada realidade, uma visão própria e imposta por determinado

mecanismo do poder. O autor Fernão Ramos define oque é documentário, em seu

artigo O que é mesmo documentário?

[...] podemos afirmar que o documentário é uma narrativa basicamente composta por imagens-câmera, acompanhadas muitas vezes de imagens de animação, carregadas de ruídos, música e fala (mas, no início de sua história, mudas), para as quais olhamos (nós, espectadores) em busca de asserções sobre o mundo que nos é exterior, seja esse mundo coisa ou pessoa. Em poucas palavras, documentário é uma narrativa com imagens-câmera que estabelece asserções sobre o mundo, na medida em que haja um espectador que receba essa narrativa como asserção sobre o mundo. A natureza das imagens-câmera e, principalmente, a dimensão da tomada através da qual as imagens são constituídas determinam a singularidade da narrativa documentária em meio a outros enunciados assertivos, escritos ou falados. (OQUE É MESMO DOCUMENTARIO? P.22)

8.1 – DOCUMENTÁRIO NO MUNDO

A realidade está a todo instante no documentário, feito assim, por elementos

estéticos tomados como marcas tradicionais do gênero, pois historicamente assim

foram utilizados e trazem em si a memória dessa história de usos e sentidos. É uma

reunião de formulações, discursivas e históricas, que imputa às obras o valor

documentário e atesta sua aparente unidade enquanto realidade. A história do

cinema documentário, tanto no Brasil como em todo o mundo, é apenas uma

pequena parte da história geral do cinema, dedicada ao filme de ficção de longa-

metragem. Teixeira destaca a afirmação do cineasta Arthur de que:

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[...] a forma documentário é inteiramente tributária dessa vertente principal da história do cinema. E essa vertente, a do filme narrativo de ficção, teve sua evolução calcada, desde sempre, numa função social bastante específica, a do espetáculo público”. Enquanto espetáculo público, o filme documentário nunca obteve grandes plateias, sempre foi marginal.( 2004, p.31)

Até o fim da segunda guerra, o documentário brasileiro foi principalmente o filme

educativo, oficial, turístico ou então cine-jornal, como pontuou a pesquisadora Hilda

Machado. Durante os anos 30 e 40, a produção de filmes de não-ficção teve um

caráter basicamente estatal. Segundo Bernardet, em Mendes Catani quase que “

8.2 DOCUMENTÁRIO OU GRANDE REPORTAGEM?

Documentário e grande reportagem, são considerados gêneros da linguagem

audiovisual. Por grande reportagem, compreendemos que são materiais de cunho

jornalístico, produzidos por jornalistas, que apresentam características diferentes

das notícias televisivas do dia a dia, como o tempo de duração – normalmente maior

que nas notícias diárias – e o temário.

Partimos do pressuposto de que os gêneros são formas materializadas de discurso,

as mesmas são definidas e ajustadas pela história e pelos contextos sociais.

Vejamos, então, o que Melo afirma:

[...] gênero é uma força aglutinadora e estabilizadora dentro de uma determinada linguagem, um certo modo de organizar as idéias, meios e recursos expressivos, suficientemente estratificado numa cultura, de modo a garantir a comunicabilidade dos produtos e a continuidade dessa forma junto às comunidades futuras. Num certo sentido, é o gênero que orienta todo o uso da linguagem no âmbito de um determinado meio, pois é nele que se manifestam as tendências expressivas mais estáveis e mais organizadas da evolução de um meio, acumuladas ao longo de várias gerações de enunciadores". (Melo, 2001)

8.3 – ANOS 90 – DOCUMENTÁRIO NO BRASIL

Na década de 90 a produção de documentários só sobreviveu graças às

evoluções técnicas da gravação em vídeo e à exibição em alguns canais educativos.

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Com a rápida evolução da eletrônica e da informática, hoje o vídeo digital está

ganhando um mercado cada vez maior na produção cinematográfica. Foi uma época

marcada pelo fim da divisão mundial entre capitalismo e socialismo. Os ideais de

transformação da sociedade são substituídos pelo neoliberalismo globalizado, no

qual mais do que nunca o fluxo de informações externas compõe o imaginário do

povo e as referências são combinadas resultando num hibridismo, que é junção de

elementos de línguas diferentes que influencia a linguagem cinematográfica

documental dos dias de hoje.

Com a substituição do sistema analógico pelo digital na captação da imagem e do

som e as mais modernas tecnologias de pós-produção estão transformando o filme

documentário. É a era em que vários formatos de vídeo e película se fundem em

materiais finalizados com qualidade suficiente para emissões televisivas e projeções

em salas comerciais. Dessa mistura tecnológica resulta numa grande diversidade de

produtos audiovisuais que devem ser realizados com responsabilidade, ética e em

prol da formação de um espírito crítico dos espectadores. Omar nos lembra:

“A questão de como documentar a realidade brasileira já é uma questão cultural, ou seja, a questão de como deve ser a nossa cultura: e o filme, um elemento dessa cultura, uma proposta de solução para os impasses no desenvolvimento dessa cultura”. (Osmar,1997, p. 181)

Os números de bilheteria do documentário se tornam cada vez mais

expressivos, contando com mais cópias no circuito comercial, algumas

ultrapassando as de filmes de ficção nacional, consagrando cineastas como

Eduardo Coutinho, Evaldo Mocarzel, João Moreira Salles, entre outros. De fato é um

fenômeno nunca antes visto no mercado do documentário, mais longe de tornar o

gênero, assim como o cinema nacional em geral, uma indústria em potencial. O

avanço das tecnologias digitais proporcionou um barateamento dos custos de

produção, mas os produtores independentes, aqueles que não têm vínculo com as

emissoras de televisão ou com as grandes estruturas de produção e distribuição de

conteúdo audiovisual, continuam encontrando dificuldade para viabilizarem seus

projetos e fazê-los chegarem a um público maior.

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8.4 – ROTEIRO

O roteiro de um documentário é tão necessário como na ficção. É certo

também que é um estado provisório, um documentário precisa, sem dúvida, da

escrita de um roteiro com apresentação, desenvolvimento e conclusão, assim com

protagonistas e antagonistas, cenários pré- determinados, uma iluminação, diálogos

mais ou menos previstos e alguns movimentos de câmera ajustados. Como

acontece em filmes ficcionais, os documentários também têm seus roteiros

previamente escritos. Entretanto, em se tratando de filmagens que vão retratar a

realidade, a regra vira exceção.

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9.0- PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO

O documentário sobre a Redução da Maioridade Penal no Brasil buscou por meio

de entrevistas, debater e avaliar crimes praticados por menores. O trabalho conta

com a participação de especialistas, políticos, e membros da comunidade. O

mesmo foi idealizado com a finalidade de proporcionar mais informação para a

população sobre o tema por meio das declarações dos entrevistados.

Em nosso planejamento, analisamos o perfil de cada entrevistado que tinha

conhecimento com relação ao tema, fizemos um roteiro com a preparação das

pautas, dias e horários para entrevistas.

Para a produção utilizamos os seguintes materiais da faculdade Unicesp –

Promove: microfones; câmeras; tripés; refletores e cabos.

Custos para a equipe que produziu o documentário: fitas MiniDV (Sony),

transporte, saídas externas, filmagem e edição. Tivemos dificuldade para conseguir

horário na agenda de alguns entrevistados, este foi o maior obstáculo para produzir

o documentário.

Pautas: foram elaboradas apontando os objetivos exclusivos e gerais do trabalho.

Com a produção do documentário colocamos em prática o que estudamos na teoria

durante o curso de jornalismo sobre produção de documentário, técnicas de TV,

edição, entretanto compreendemos que o conhecimento ainda precisa ser e

aprofundado.

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10 - CRONOGRAMA:

CRONOGRAMA MENSAL

Período: janeiro de 2014 a junho de 2014

JANEIRO – 2014

Escolha do tema

Definição de objetivos

Seleção dos entrevistados

FEVEREIRO – 2014

Plano de pautas

Idealização de edição e imagens.

Seleção de livros e artigos

MARÇO – 2014

Inicio das entrevistas

Verificação das entrevistas

Pesquisa de mais entrevistados

ABRIL – 2014

Produção e edição

MAIO – 2014

Produção e edição

JUNHO – 2014

Conclusão do documentário, escolha de vinheta, músicas, edição final e

confecção do DVD.

11 - METODOLOGIA DE PESQUISA

Para a realização do relatório técnico e do produto final - documentário, é

necessário observar e acompanhar o desenvolvimento do tema. O melhor caminho

para chegar a uma resposta mais próxima possível da realidade, é a análise do

conteúdo do problema, comparando os parâmetros entre os dois lados, os que são a

favor da redução e os que são contra. E, levando em consideração a proporção no

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qual este assunto tem interferido na sociedade. É importante destacar que é preciso

um olhar especialista, para direcionar a investigação aos seus reais motivos, uma

vez que, o que está para ser analisado pede um aprofundamento e conhecimento do

assunto a ser abordado. Portanto, a metodologia foi investigativa e de análise.

Utilizamos a seguinte metodologia:

Pesquisa de campo: A pesquisa de campo procede da observação de fatos e

fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos

mesmos e, finalmente, à análise e interpretação dos dados. Foram realizadas

entrevistas para produção do documentário. “A entrevista tem como objetivo

desenvolver uma compreensão sobre o mundo do respondente”.

O objetivo geral do trabalho foi análise do documentário e as entrevistas dos

especialistas, para discutir a redução da maioridade penal. Todo o trabalho de

conclusão de curso -TCC, foi realizado em Brasília.

12- RANKING – COMPARATIVO DA MAIORIDADE PENAL NOS PAÍSES

Dados oficiais de uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas

para a Infância - Unicef, revela o ranking para responsabilidade penal juvenil em 53

países. Na Rússia, por exemplo, a responsabilidade penal é fixada aos 14 anos,

somente para incidentes na prática de delitos graves. Para os demais delitos, a

idade de início é aos 16 anos. Comparando com o Brasil que no Art. 104 do Estatuto

da Criança e do Adolescente – ECA, determina que são inimputáveis os menores de

18 anos, assim, os mesmos são sujeitos às medidas socioeducativas previstas pelo

ECA.

12.1TABELA DE RANKING EM DIFERENTES PAÍSES: Idade para responsabilidade penal juvenil

Países Responsabilidade Penal Juvenil

Responsabilidade Penal de Adultos

Observações

Alemanha 14 18/21 De 18 a 21 anos o sistema alemão admite o que se convencionou chamar de sistema de jovens

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adultos, no qual mesmo após os 18 anos, a depender do estudo do discernimento podem ser aplicadas as regras do Sistema de justiça juvenil. Após os 21 anos a competência é exclusiva da jurisdição penal tradicional.

Argentina 16 18 O Sistema Argentino é Tutelar. A Lei N° 23.849 e o Art. 75 da Constitución de la Nación Argentina determinam que, a partir dos 16 anos, adolescentes podem ser privados de sua liberdade se cometem delitos e podem ser internados em alcaidías ou penitenciárias.***

Argélia 13 18 Dos 13 aos 16 anos, o adolescente está sujeito a uma sanção educativa e como exceção a uma pena atenuada a depender de uma análise psicossocial. Dos 16 aos 18, há uma responsabilidade especial atenuada.

Áustria 14 19 O Sistema Austríaco prevê até os 19 anos a aplicação da Lei de Justiça Juvenil (JGG). Dos 19 aos 21 anos as penas são atenuadas.

Bélgica 16/18 16/18 O Sistema Belga é tutelar e portanto não admite responsabilidade abaixo dos 18 anos. Porém, a partir dos 16 anos admite-se a revisão da presunção de irresponsabilidade para alguns tipos de delitos, por exemplo os delitos de trânsito, quando o adolescente poderá ser submetido a um regime de penas.

Bolívia 12 16/18/21 O artigo 2° da lei 2026 de 1999 prevê que a responsabilidade de adolescentes incidirá entre os 12 e os 18 anos. Entretanto outro artigo (222) estabelece que a responsabilidade se aplicará a pessoas entre os 12 e 16 anos. Sendo que na faixa etária de 16 a 21 anos serão também aplicadas as normas da legislação.

Brasil 12 18 O Art. 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente determina que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às

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medidas socioeducativas previstas na Lei.***

Bulgária 14 18 - Canadá 12 14/18 A legislação canadense (Youth

Criminal Justice Act/2002) admite que a partir dos 14 anos, nos casos de delitos de extrema gravidade, o adolescente seja julgado pela Justiça comum e venha a receber sanções previstas no Código Criminal, porém estabelece que nenhuma sanção aplicada a um adolescente poderá ser mais severa do que aquela aplicada a um adulto pela prática do mesmo crime.

Colômbia 14 18 A nova lei colombiana 1098 de 2006, regula um sistema de responsabilidade penal de adolescentes a partir dos 14 anos, no entanto a privação de liberdade somente é admitida aos maiores de 16 anos, exceto nos casos de homicídio doloso, seqüestro e extorsão.

Chile 14/16 18 A Lei de Responsabilidade Penal de Adolescentes chilena define um sistema de responsabilidade dos 14 aos 18 anos, sendo que em geral os adolescentes somente são responsáveis a partir dos 16 anos. No caso de um adolescente de 14 anos autor de infração penal a responsabilidade será dos Tribunais de Família.

China 14/16 18 A Lei chinesa admite a responsabilidade de adolescentes de 14 anos nos casos de crimes violentos como homicídios, lesões graves intencionais, estupro, roubo, tráfico de drogas, incêndio, explosão, envenenamento, etc. Nos crimes cometidos sem violências, a responsabilidade somente se dará aos 16 anos.

Costa Rica 12 18 - Croácia 14/16 18 No regime croata, o adolescente

entre 14 e dezesseis anos é considerado Junior minor, não podendo ser submetido a medidas institucionais/correcionais. Estas

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somente são impostas na faixa de 16 a 18 anos, quando os adolescentes já são considerados Senior Minor.

Dinamarca 15 15/18 - El Salvador 12 18 - Escócia 8/16 16/21 Também se adota, como na

Alemanha, o sistema de jovens adultos. Até os 21 anos de idade podem ser aplicadas as regras da justiça juvenil.

Eslováquia 15 18 Eslovênia 14 18 Espanha 12 18/21 A Espanha também adota um

Sistema de Jovens Adultos com a aplicação da Lei Orgânica 5/2000 para a faixa dos 18 aos 21 anos.

Estados Unidos

10* 12/16 Na maioria dos Estados do país, adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão perpétua. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

Estônia 13 17 Sistema de Jovens Adultos até os 20 anos de idade.

Equador 12 18 - Finlândia 15 18 - França 13 18 Os adolescentes entre 13 e 18

anos gozam de uma presunção relativa de irresponsabilidade penal. Quando demonstrado o discernimento e fixada a pena, nesta faixa de idade (Jeune) haverá uma diminuição obrigatória. Na faixa de idade seguinte (16 a 18) a diminuição fica a critério do juiz.

Grécia 13 18/21 Sistema de jovens adultos dos 18 aos 21 anos, nos mesmos moldes alemães.

Guatemala 13 18 - Holanda 12 18 - Honduras 13 18 - Hungria 14 18 - Inglaterra e Países de Gales

10/15* 18/21 Embora a idade de início da responsabilidade penal na Inglaterra esteja fixada aos 10 anos, a privação de liberdade somente é admitida após os 15

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anos de idade. Isto porque entre 10 e 14 anos existe a categoria Child, e de 14 a 18 Young Person, para a qual há a presunção de plena capacidade e a imposição de penas em quantidade diferenciada das penas aplicadas aos adultos. De 18 a 21 anos, há também atenuação das penas aplicadas.

Irlanda 12 18 A idade de inicio da responsabilidade está fixada aos 12 anos porém a privação de liberdade somente é aplicada a partir dos 15 anos.

Itália 14 18/21 Sistema de Jovens Adultos até 21 anos.

Japão 14 21 A Lei Juvenil Japonesa embora possua uma definição delinqüência juvenil mais ampla que a maioria dos países, fixa a maioridade penal aos 21 anos.

Lituânia 14 18 - México 11** 18 A idade de inicio da

responsabilidade juvenil mexicana é em sua maioria aos 11 anos, porém os estados do país possuem legislações próprias, e o sistema ainda é tutelar.

Nicarágua 13 18 - Noruega 15 18 - Países Baixos

12 18/21 Sistema de Jovens Adultos até 21 anos.

Panamá 14 18 - Paraguai 14 18 A Lei 2.169 define como

"adolescente" o indivíduo entre 14 e 17 anos. O Código de La Niñez afirma que os adolescentes são penalmente responsáveis, de acordo com as normas de seu Livro V.***

Peru 12 18 - Polônia 13 17/18 Sistema de Jovens Adultos até 18

anos. Portugal 12 16/21 Sistema de Jovens Adultos até 21

anos. República Dominicana

13 18 -

República Checa

15 18 -

Romênia 16/18 16/18/21 Sistema de Jovens Adultos. Rússia 14*/16 14/16 A responsabilidade fixada aos 14

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anos somente incide na pratica de delitos graves, para os demais delitos, a idade de inicio é aos 16 anos.

Suécia 15 15/18 Sistema de Jovens Adultos até 18 anos.

Suíça 7/15 15/18 Sistema de Jovens Adultos até 18 anos.

Turquia 11 15 Sistema de Jovens Adultos até os 20 anos de idade.

Uruguai 13 18 - Venezuela 12/14 18 A Lei 5266/98 incide sobre

adolescentes de 12 a 18 anos, porém estabelece diferenciações quanto às sanções aplicáveis para as faixas de 12 a 14 e de 14 a 18 anos. Para a primeira, as medidas privativas de liberdade não poderão exceder 2 anos, e para a segunda não será superior a 5 anos.

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12 - ROTEIRO

Legendas:

Arthur Vieira - Médico

Abelardo de Viena - Professor

Rodrigo Larezzatti - Delegado da Polícia Civil

Jefferson Maximiano - Conselheiro Tutelar

Dr. Michel - Deputado Distrital

Alberto Fraga - ex- Deputado Federal

Lúcia Passarinho – Coordenadora da rede solidária Anjos do Amanhã

Adriana Lara de Bretas Pereira – Psicóloga da vara da infância e da juventude

Welington Luíz - Deputado Distrital (PMDB)

Daniel Lorenz - Especialista em Segurança

Washington Mesquita - Deputado Distrital (PTB)

Marlene Pereira - Dona de casa

Francisco Aguiar - Policial Militar

Maria Lindalva - Aposentada

Raimunda Batista - Serviços Gerais

Alexandre de Oliveira - Bombeiro

Benedito Barbosa - Técnico Administrativo

Juarez da Silva – Entregador de supermercado

Rosemari Dias da Silva - Mãe de Yoralle

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Agradecimentos:

Agradecemos primeiramente a Deus, à todos os entrevistados que nos

concederam sua atenção para colaborar com este trabalho, e em especial ao nosso

orientador Francisco de Paula.

Créditos:

Rede Record

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13 - CONCLUSÃO

A criminalidade praticada pelo menor infrator é um problema que aflige,

praticamente, todo o Brasil. No entanto, o que se verifica é a limitação do Estado em

realizar políticas públicas necessárias para se cumprir o que está previsto na

Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A redução da maioridade penal não irá por fim ao problema da criminalidade infantil,

além deste ser tratado como direito fundamental, não podendo ser objeto de

Emenda Constitucional. Além do mais, a legislação do menor vigente no país é

muito eficiente, desde que cumprida pelo Poder Público, possuindo princípios

próprios, assegurando integral proteção do menor.

Como visto, o menor infrator sofre sanções chamadas medidas sócio-educativas,

que se cumpridas do modo previsto na legislação podem solucionar o problema

melhor do que a redução da maioridade penal. Melhor seria se o Estado investisse

em políticas públicas na área de educação, cultura, saúde e lazer, assegurando os

dizeres constitucionais e cumprindo a função de Estado Democrático de Direito,

como afirmam os especialistas ouvidos neste trabalho. Levando-se em consideração

que os direitos da criança e do adolescente não são considerados, como deveriam,

pelo Estado, e que o interesse dos mesmos sempre deverá prevalecer.

Dentre os fatores que permitem tal conclusão estão as violações dos direitos desses

indivíduos por parte do Estado, da sociedade e, na maioria dos casos, da família.

Como demonstrado, fatores como pobreza extrema, violência familiar, infraestrutura

inadequada em espaços públicos, violência sexual, física, dentre outros, podem

provocar desenvolvimento psíquico negativo. Assim, crianças ou adolescentes

subordinados a esses fatores tendem a desenvolver conduta violenta.

Em outro aspecto, inserir esses jovens em um sistema prisional falido, só acarretaria

o aumento do problema. Sabemos que o objetivo de ressocialização das penas que

impõem prisão ao agente criminoso não atinge seu fim. Reduzir a maioridade penal,

visando punir o adolescente autor de ato infracional, não seria capaz de atingir o seu

objetivo. O que a sociedade busca é segurança e, o Estado, de forma simples e

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pouco abrangente, na expectativa de calar o clamor público aprova leis de pouca

eficácia e nenhum resultado.

Por outro lado, afirma-se que para que a criança e o adolescente sejam protegidos,

como preconiza o ECA, é necessário a elaboração de políticas públicas eficazes na

prevenção da violação dos direitos desses indivíduos e de valorização da família

como base da sociedade. Entende-se que quanto mais investimentos forem feitos na

redução de desigualdades sociais, menos problemas a sociedade terá.

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14 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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VIOLÊNCIA PRATICADAS POR MENORES)

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA (DADOS ESTATÍSTICOS)

SARAIVA, João Batista da Costa. Adolescente em conflito com a lei – da indiferença

à proteção integral: uma abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil. Porto

Alegre: Livraria do Advogado, 2003.

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Juizado da Infância e Juventude, nº 2, Porto Alegre: CONSIJ/CGJ

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graduação). Faculdade de Serviço Social da PUC-RS. Porto Alegre, 2007.

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BERNADET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Companhia

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HALLAK, André. O documentário perfurado: um estudo sobre as possibilidades de

abertura e expansão do filme/vídeo documentário. Artigo apresentado em 2009 na

Escola de Belas Artes (UFMG).

LINS, Consuelo e MESQUITA, Cláudia. Filmar o real – Sobre o documentário

brasileiro contemporâneo. Editora Jorge Zahar, 2008.

RAMOS, Fernão. O que é documentário? Disponível em: <

http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=pessoa-fernao-ramos-o-que-

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latinoamericano. Porto Alegre:

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