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SIMP .TCC/Sem.IC. 2018(14);1430-1439 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 1430 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LIPOSSARCOMA EM PAPAGAIO Cristiane Antoniêto Grilli Rafael Prange Bonorino Resumo As neoplasias são doenças frequentemente vistas em algumas espécies de aves. Com o aumento da criação de aves como animais de estimação, torna-se importante o aperfeiçoamento do conhecimento na área e melhora a clínica das aves. Esta revisão literária visa o estudo do lipossarcoma, neoplasia maligna composta de lipoblastos e adipócitos imaturos, apresentando-se firme à palpação, pobremente encapsulada, altamente vascularizada, invasiva e com possibilidade de metástase. A revisão visa comentar, questionar as incidências do lipossarcoma nos psitacídeos em especial o papagaio; patologias semelhantes e como diagnosticá-lo, aspectos clínicos, cirúrgicos e quimioterápicos. A excisão cirúrgica agressiva é o tratamento de escolha para o lipossarcoma, já que os tumores são localmente invasivos. Palavras-Chave: Psitacídeos, neoplasia, cirurgia, quimioterapia. Abstract Neoplasms are diseases often seen in some species of birds. With the increase of the creation of birds as pets, it becomes important to improve knowledge in the area and improves the bird clinic. This literature review aims at the study of liposarcoma, malignant neoplasm composed of lipoblasts and immature adipocytes, being firm to palpation, poorly encapsulated, highly vascularized, invasive and with the possibility of metastasis. The review aims to comment, question the incidence of liposarcoma in psittacines, especially the parrot; similar pathologies and how to diagnose it, clinical, surgical and chemotherapeutic aspects. Aggressive surgical excision is the treatment of choice for liposarcoma, since the tumors are locally invasive. Contato: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A medicina de aves silvestres tem se expandido nos últimos anos graças à grande quantidade de informações existentes sobre a variedade de espécies e seu comportamento, alavancada pelo sucesso dos recentes avanços no manejo destes animais (CUBAS et al., 2014). A crescente popularidade destas aves como animais de estimação, tem criado maiores exigências quanto à obtenção de informações especializadas por parte dos médicos veterinários e, dentre elas, o diagnóstico do lipossarcoma sendo a neoplasia mais observada nas clínicas (RIBEIRO, 2017; ICMBIO, 2011). Nesta revisão, o lipossarcoma foi descrito de uma forma geral e objetiva, enfatizando o papagaio. Assim, o propósito deste estudo foi de oferecer informações sobre essa neoplasia para a interpretação de doenças semelhantes a esta patologia. A revisão detalha o papagaio, com caso de câncer, possíveis tratamentos e o questionamento quanto a quimioterapia (GARNER, 2006). A metodologia utilizada nesse trabalho é a revisão literária sendo assim, os elementos básicos descritos abrangem a revisão dos textos mais importantes para o embasamento do trabalho, e de outras pesquisas que trazem dados importantes, explicação de como o trabalho discorre com os estudos revisados com o objetivo de conhecer a patologia e levantar novas possibilidades de tratamento. 2 ANATOMIA E FISIOLOGIA A família Psittacidae faz parte da ordem dos Psittaciformes, constituídas por araras, papagaios, periquitos, maritacas e outros. As aves dessa ordem estão distribuídas por um território mundial, encontrando-se em todos os continentes tropicais e subtropicais, sendo que o maior número de espécie se concentra na América do Sul e Austrália. De acordo com a União Internacional o Brasil é o país com maior diversidade de psitacídeos (CUBAS et al., 2014). Classificação cientifica Reino Animalia Filo Chordata Classe Aves Ordem Psitaciformes Família Psittacidae Tabela 1: classificação cientifica (NELSON et al., 2015; GUILERMO, 2015) O papagaio tem como característica um bico curvo e penas de várias cores, variando muito entre as diferentes espécies (AGUILAR et al., 2006, FEDUCCIA, 1986). Psittaciformes são reconhecidos pelo formato peculiar do bico e dos pés, além da plumagem densa e colorida. Uma das características mais expressiva é o formato do Como citar esse artigo: Grilli CA, Bonorino RP. LIPOSSARCOMA EM PAPAGAIO. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14);1430-1439

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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);1430-1439 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210

1430

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LIPOSSARCOMA EM PAPAGAIO

Cristiane Antoniêto Grilli

Rafael Prange Bonorino Resumo As neoplasias são doenças frequentemente vistas em algumas espécies de aves. Com o aumento da criação de aves como animais de estimação, torna-se importante o aperfeiçoamento do conhecimento na área e melhora a clínica das aves. Esta revisão literária visa o estudo do lipossarcoma, neoplasia maligna composta de lipoblastos e adipócitos imaturos, apresentando-se firme à palpação, pobremente encapsulada, altamente vascularizada, invasiva e com possibilidade de metástase. A revisão visa comentar, questionar as incidências do lipossarcoma nos psitacídeos em especial o papagaio; patologias semelhantes e como diagnosticá-lo, aspectos clínicos, cirúrgicos e quimioterápicos. A excisão cirúrgica agressiva é o tratamento de escolha para o lipossarcoma, já que os tumores são localmente invasivos. Palavras-Chave: Psitacídeos, neoplasia, cirurgia, quimioterapia. Abstract Neoplasms are diseases often seen in some species of birds. With the increase of the creation of birds as pets, it becomes important to improve knowledge in the area and improves the bird clinic. This literature review aims at the study of liposarcoma, malignant neoplasm composed of lipoblasts and immature adipocytes, being firm to palpation, poorly encapsulated, highly vascularized, invasive and with the possibility of metastasis. The review aims to comment, question the incidence of liposarcoma in psittacines, especially the parrot; similar pathologies and how to diagnose it, clinical, surgical and chemotherapeutic aspects. Aggressive surgical excision is the treatment of choice for liposarcoma, since the tumors are locally invasive.

Contato: [email protected]

1 INTRODUÇÃO A medicina de aves silvestres tem se

expandido nos últimos anos graças à grande quantidade de informações existentes sobre a variedade de espécies e seu comportamento, alavancada pelo sucesso dos recentes avanços no manejo destes animais (CUBAS et al., 2014).

A crescente popularidade destas aves como animais de estimação, tem criado maiores exigências quanto à obtenção de informações especializadas por parte dos médicos veterinários e, dentre elas, o diagnóstico do lipossarcoma sendo a neoplasia mais observada nas clínicas (RIBEIRO, 2017; ICMBIO, 2011).

Nesta revisão, o lipossarcoma foi descrito de uma forma geral e objetiva, enfatizando o papagaio. Assim, o propósito deste estudo foi de oferecer informações sobre essa neoplasia para a interpretação de doenças semelhantes a esta patologia. A revisão detalha o papagaio, com caso de câncer, possíveis tratamentos e o questionamento quanto a quimioterapia (GARNER, 2006).

A metodologia utilizada nesse trabalho é a revisão literária sendo assim, os elementos básicos descritos abrangem a revisão dos textos mais importantes para o embasamento do trabalho, e de outras pesquisas que trazem dados importantes, explicação de como o trabalho discorre com os estudos revisados com o objetivo

de conhecer a patologia e levantar novas possibilidades de tratamento.

2 ANATOMIA E FISIOLOGIA A família Psittacidae faz parte da ordem

dos Psittaciformes, constituídas por araras, papagaios, periquitos, maritacas e outros. As aves dessa ordem estão distribuídas por um território mundial, encontrando-se em todos os continentes tropicais e subtropicais, sendo que o maior número de espécie se concentra na América do Sul e Austrália. De acordo com a União Internacional o Brasil é o país com maior diversidade de psitacídeos (CUBAS et al., 2014).

Classificação cientifica Reino Animalia Filo Chordata Classe Aves Ordem Psitaciformes Família Psittacidae

Tabela 1: classificação cientifica (NELSON et al., 2015; GUILERMO, 2015)

O papagaio tem como característica um bico curvo e penas de várias cores, variando muito entre as diferentes espécies (AGUILAR et al., 2006, FEDUCCIA, 1986).

Psittaciformes são reconhecidos pelo formato peculiar do bico e dos pés, além da plumagem densa e colorida. Uma das características mais expressiva é o formato do

Como citar esse artigo:

Grilli CA, Bonorino RP. LIPOSSARCOMA EM PAPAGAIO. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7

Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14);1430-1439

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bico superior, que é curto, curvado em arco de base larga e se encaixa sobre o bico inferior. Há uma articulação especial entre a maxila e a calota craniana. Garantindo às aves grande mobilidade e força (LIGHTFOOT, 2006; GABAN, 2007).

Diferentemente dos mamíferos, as aves não possuem glândulas sudoríparas. As penas cobrem, uma área tão grande do corpo que essas glândulas não seriam eficazes. A principal glândula cutânea presente na maioria das aves é chamada de glândula uropigiana (glândula da limpeza) (COLVILLE, 2010).

Devido ao rápido metabolismo e ao alto nível energético das aves, o transporte de oxigênio e a remoção de dióxido de carbono dos tecidos devem ser rápidos e eficientes. Para que essa necessidade se cumpra, as aves possuem um sistema respiratório com componentes altamente especializados (KUMAR, 1994).

Sacos aéreos, membranas de parede fina, com pouca vascularização, é transparente. Constitui-se de 80% de volume total do sistema respiratório. Há nove sacos aéreos, sendo quatros agrupados em pares, são eles: torácico, cranial, torácico caudal, cervicais e abdominais. O saco aéreo que não é agrupado em par é o interclavicular (COLVILLE, 2010; NELSON, 2015; GUILERMO, 2015).

Figura 1: Diagrama do sistema respiratório das aves. A,

vista lateral. B Vista ventral (NELSON et al., 2015).

A maioria dos papagaios de vida livre são generalistas quanto a dieta, consumindo grande variedade de espécies e itens vegetais diretamente nas copas das árvores ou até mesmo do solo. De modo geral, a dieta de Psittaciformes envolve sementes, brotos, castanhas, coquinhos,

frutas, flores, outros vegetais e frutos verdes que contém grande quantidade de taninos potencialmente tóxicos (CUBAS, 2014).

Em cativeiro, a maioria dos papagaios são alimentados de forma inadequada. Como consequência desta prática, os distúrbios nutricionais representam um dos problemas de saúde mais frequentes na clínica de aves de companhia. No Brasil, em razão de aspectos culturais, muitas aves recebem dietas compostas basicamente por sementes, as quais proporcionam altos níveis de energia, mas necessitam de nutrientes essenciais (FREITAS, 2011).

Três fatores são observados sobre a dieta dos papagaios em cativeiro em relação as sementes de girassol que indicam sua contraindicação como alimentação para aves em cativeiro. São eles: valor nutricional, contaminação por aflatoxinas e excesso de gordura, pois a semente é deficiente em vitaminas, minerais, aminoácidos, fibras dentre outros elementos. É o principal agente para ocasionar o lipossarcoma em papagaios em cativeiros, pois o seu valor nutricional baseia-se em alta quantidade de lipídeos, em 30g de sementes de girassol, observa-se 15,4g de lipídeos e 176 kcal de energia (HARRISON, 2006).

Os nutrientes da semente de girassol podem provocar lesão no fígado dos papagaios que podem apresentar sintomas de acordo com a quantidade que ingerirem (HARRISON, 2006).

Desses fatores o que apresenta uma probabilidade de lipossarcoma em papagaios é a grande quantidade de gordura na sua constituição da semente de girassol, esse excesso de gordura não será utilizado pelo organismo da ave, levando a um armazenamento excessivo no fígado e ocasionando os tumores (LIGHTFOOT, 2006).

Por causa do excesso de gordura nas sementes de girassóis e a falta de proteínas, o fígado do papagaio fica sobrecarregado com o acúmulo de gordura o que ocasiona uma menor metabolização da proteínas e síntese das proteínas do plasma. Com isso o fígado da ave sofre grande acúmulo de gordura acarretando esteatose hepática podendo atingir graus I, II, III e consequentemente cirrose que pode levar ao lipossarcoma (HARRISON, 2006).

O liposssarcoma ocorrer em células de gordura em qualquer parte do corpo, ocorre com maior frequência em adultos mais envelhecidos, embora possa ocorrer em qualquer idade (REAVIL, 2004).

3 NEOPLASIA Neoplasia é o crescimento celular anormal,

descontrolado e progressivo de um tecido. Os papagaios podem desenvolver diversos tipos de

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neoplasias em diferentes órgãos e tecidos. A medida que aumenta a idade média das aves, aumenta também a incidência de neoplasia. As neoplasias em aves assemelham-se às que ocorrem em outros animais de companhia, pela sua localização e classificação, variando em relação a distribuição e morbidade (CUBAS etal, 2014; LATIMER, 1994).

Segundo Berenblum (1970), definindo que as neoplasias ocorrem quando um tecido com proliferação ativa e células originárias de um tecido normal, experimenta um processo de diferenciação anormal e irreversível. As neoplasias ocorrem quando um grupo de células se liberta dos mecanismos normais de controle do crescimento, cresce independente dos aspectos estruturais e funcionais normais de um tecido ou órgão. O novo crescimento compromete a função do órgão no qual ocorre, ou de órgãos adjacentes, através de pressão ou substituição do tecido normal (THOMSOM, 1983). Diz-se das células neoplásticas que elas são transformadas; elas continuam a se replicar, aparentemente abstraídas das influências regulatórias que controlam o crescimento celular normal. Sua autonomia, contudo, não é completa, pois dependem criticamente do hospedeiro para sua nutrição (KUMAR, 1994).

A diferenciação entre tumores benignos e malignos pode ser feita através de critérios clínicos e anatômicos. Normalmente, tomam-se por base a classificação: diferenciação e anaplasia, velocidade de crescimento, invasão local e metástase (KUMAR,1994; BERENBLUM, 1970), como indicado na tabela abaixo:

Características

Benignos Malignos

Diferenciação/anaplasia

Bem diferenciados/pouca anaplasia

Pouco diferenciado/ grande anaplasia

Velocidade de crescimento

Geralmente progressivo e lento

Irregular, podendo ser lento ou rápido.

Invasão local Ausência ou pouca invasão/bem delimitados

Presença de infiltração progressiva

Metástase Ausentes Alta possibilidade

Tabela 2: Diferenciação entre tumores benignos e malignos (adaptado de KUMAR et al. ,1994).

A clínica de aves é recente se comparada a de pequenos animais, entretanto esta realidade está mudando com a popularização das aves como animais de companhia. A procura por melhores condições de saúde demanda melhores

meios diagnósticos, prognósticos e opções de terapia. As doenças neoplásicas se tornam uma realidade (LIGHTFOOT, 2006; FLETCHER, 1994).

A neoplasia em papagaios é muito comum. Sua causa normalmente está relacionada em grande parte a erros nutricionais constante (alimentos muito gordurosos ou oleosos), favorecendo com isto seu aparecimento (HARRISON, 2006; CUBAS et al., 2014).

3.1 LIPOSSARCOMA

São neoplasias malignas compostas de lipoblastos e adipócitos imaturos, apresentando-se firmes á palpação, pobremente encapsuladas, altamente vascularizadas, invasivas com potencial para metástases. São encontrados em aves podendo apresentar-se como múltiplos nódulos localmente agressivos de coloração amarelada e acinzentada ocorrem geralmente em animais adultos ou velhos e são vistas quase sempre em locais onde existe acúmulo de tecido adiposo, porém metástases podem ser encontradas no fígado (DOSTER et al., 1987; REAVIL,2004; ROBBINS, 1975).

Em alguns casos, os lipossarcoma tendem a ser localmente invasivos, porém possuem capacidade metastática baixa. (MC CARTHY et al., 1996). Segundo Kransdorf (1993), Leitch (1993), Priolli (2003) essas neoplasmas são classificadas conforme o grau e diferenciação celular:

Grau Diferenci ação

Grau I bem diferenciado

Grau II mixoide

Grau III pleomórfico

Grau IV com células arredondadas

Grau V tipo fibroblástico

Tabela 3: Grau de diferenciação células lipossarcoma (adaptado de MC CARTHY et al., 1996).

Histologicamente, no lipossarcoma melhor diferenciado, observam-se células adiposas de aspecto fisiológico misturadas com grandes células anaplásicas com citoplasma abundante quase sempre tem vacúolos, grandes núcleos atípicos. Nas formas, mais agressivas, as células tendem a produzir os fibroblastos anaplásicos (ROBBINS, 1975; BRASILEIRO, 1993).

3.1.1 ANAMNESE E EXAME FÍSICO

A maioria dos papagaios com lipossarcoma apresenta uma massa indolor, a não ser que algum tipo de trauma tenha ocorrido. Dependendo do local de acometimento, os lipossarcomas podem atingir uma extensão maior. Ao exame físico de palpação, a massa pode apresentar-se macia e carnosa, ou extremamente endurecida, isto irá depender quanto o tumor se

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assemelha ao tecido adiposo maduro, ou seja, ao grau de diferenciação do tumor. Fatores que podem sugerir malignidade são (BLACMORE, 1966, KUMAR, 1994):

1) massas > 5 cm de tamanho.

2) Localização profunda da lesão.

3) Massas endurecidas e aderidas à estrutura adjacente (SIM, 1994).

3.1.2 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico inicial é obtido com a anamnese e exame físico, histopatológico por citologia e coleta, é a retirada de parte ou total da massa de forma cirúrgica, e sua análise. Assim o faz por que a massa se apresenta de forma caseosa o que impossibilita a aspiração por agulha. (CUBAS et al., 2014).

3.1.3 EXAMES LABORATORIAIS

A coleta adequada de uma amostra de sangue é fundamental para avaliação hematológica, bioquímica ou para exames biomoleculares. Em papagaios, a coleta de sangue pode ser realizada pela veia jugular direita, preferencialmente em espécies pequenas, e pelas veias dos membros torácicos e pélvicos (CUBAS, et al., 2014; COLVILLE, 2010).

A histologia (isto é, a aparência que tem o tumor ao ser examinado com o microscópio) fornece as primeiras pistas sobre o seu comportamento (CUBAS, 2014; COLVILLE, 2010).

Para a condução de um caso clínico a citologia é um método confiável de exame muito importante para o diagnóstico e planejamento da condução do caso uma vez que não é possível avaliar a arquitetura tecidual, o resultado pode nem sempre ser conclusivo por isso é importante o não substituir o exame histopatológico através da coleta de material e preparação da lâmina, fornecendo um histórico detalhado e confiabilidade do diagnóstico (CARNEIRO, 2013; HORTA, 2013).

O diagnóstico definitivo de neoplasias ocorre principalmente pela avaliação histopatológica de dois quesitos principais, como: características de malignidade e origem/histogênese do tecido neoplásico (REAVIL, 2004).

3.1.4 CIRURGIA

Como nos mamíferos, a técnica cirúrgica em aves deve ser asséptica e o cirurgião deve estar familiarizado com os procedimentos e a anatomia do papagaio. Os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados com maior delicadeza e rapidez, se comparados com mamíferos, devido as diferenças anatômicas e fisiológicas entre estas duas classes de animais. Anteriormente a intervenção cirúrgica

a ave deve ser submetida a avaliação física e realizados exames complementares se indicados. A avaliação pré-cirúrgica criteriosa, a monitoração intra-operatória e os cuidados pós-operatórios são decisivos para o sucesso terapêutico (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

Na preparação do paciente para a operação deve-se respeitar o período de jejum de 2 horas, para que o trato gastrointestinal se esvazie. Nos casos emergenciais o inglúvio pode ser esvaziado, a intubação realizada em posição ereta e o esôfago obstruído com uma sonda ou gaze para prevenir o refluxo alimentar (RUPLEY, 1999; BOWLES et al., 2006).

Se há indicação de antibioticoterapia, esta deve ser iniciada uma a duas horas antes da cirurgia e mantida no mínimo 8 a 12 horas no pós-operatório (RUPLEY, 1999; KEITH, 2012).

O tamanho pequeno dos papagaios requer uma atenção cuidadosa. A cirurgia é uma modalidade que solicita experiência em virtude do pequeno tamanho corpóreo e alta taxa metabólica das aves, a operação nesta classe de animais requer perfeição (ALTMAN, 1997).

Na excisão cirúrgica em papagaios dois aspectos são importantes e requer muita atenção, são eles: a hemostasia e perda de calor. O papagaio pelo seu tamanho reduzido não pode deixar margem para sangramentos e perda de calor (COLES, 1985).

No preparativo da área operatória deverão seguir alguns procedimentos: retirar as penas de forma delicada e o suficiente para a realização da cirurgia, pois penas arrancadas em excesso resultam na diminuição do isolamento térmico; posicionamento do papagaio é recomendado o decúbito ventral ou lateral; inclinação do corpo com a parte cranial em 30 a 40 graus para evitar retorno de fluídos esofágicos nos pulmões; antissepsia da área é recomendado o uso de clorexidine; uso de panos de campos leves; os instrumentais e mãos do cirurgião devem fixar numa posição que não dificulte a respiração do papagaio; caso seja necessário utilizar bisturi de radiofrequência para realização de cirurgias em papagaios; material de microcirurgia por causa do porte pequeno das aves (COLES, 1985; CUBAS, et al., 2014).

O lipossarcoma em papagaios é comumente tratado com a excisão cirúrgica da massa neoplásica, se sua localização assim o permitir, ou com a amputação de membros acometidos. O tratamento consiste na remoção cirúrgica, quando possível. Objetivo principal do procedimento cirúrgico é remover completamente o tumor e prevenir recidivas. O maior problema em aves pequenas é conseguir a margem de segurança preconizada em função da recidiva inevitável

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(CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

3.1.5 BIÓPSIA

Uma vez realizada a cirurgia e retirada do tumor, a biópsia precisa ser realizada para determinar o diagnóstico definitivo do lipossarcoma (CUBAS et al., 2014; COLVILLE, 2010).

A realização da biópsia é decisiva, já que é a maneira pela qual o tecido é adquirido para se fazer o diagnóstico definitivo. A histologia fornece as primeiras pistas sobre o seu comportamento. Através de métodos de biópsia de incisão aberto ou excisional. A biópsia aberta caracteriza-se como um procedimento cirúrgico e é realizada em bloco cirúrgico (CUBAS et al., 2014; COLVILLE, 2010).

3.1.3 TRATAMENTO

As opções de tratamento para os papagaios com lipossarcoma é sempre cirúrgica (NELSON et al., 2015; HARRISON, 2006; LIGHTFOOT, 2006).

A radioterapia é um tratamento que objetiva erradicar um tumor localmente invasivo com baixo potencial de metástase, isso em mamíferos de pequeno porte (cão e gato). não é indicada para papagaios, pois a radiação pode atingir as áreas além do lipossarcoma ocasionando perda de penas, fadigas e estresse a ave (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

Por outro lado, a quimioterapia não constitui em um tratamento curativo, apesar de ser obtida a amenização da doença em mamíferos de pequeno porte (cão e gato). não é indicada para papagaios, os fármacos são muito agressivos, por ser uma espécie pequena, não aguentaria (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

3.1.3.1 QUIMIOTERAPIA

O tratamento quimioterápico normalmente não é utilizado, sendo a cirurgia mais indicado (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

Uma vez que o tumor tenha sido retirado na cirurgia é necessário um seguimento continuado da ave a fim da detecção precoce de qualquer evidência de recidiva local ou metástase à distância. Este processo de seguimento envolve um exame físico cuidadoso (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

Este seguimento continuará, com algumas modificações, durante o resto da vida da ave. Em caso de detecção e recidiva ou metástase, se aplicará o tratamento direcionado para esta situação (CUBAS et al., 2014; NELSON et al., 2015).

4 DISCUSSÃO Para melhor discutir, argumentar e

compreender o lipossarcoma a partir da revisão literária anteriormente descrita, toda a discussão está embasada em um caso clínico ocorrido na aula prática de clínica de silvestres no qual consta na figura 2. Onde um papagaio com um tumor em seu bico está sendo impedido de comer por causa da hipótese de ser um lipossarcoma.

Figura 2: Suspeita de lipossarcoma. Fonte: Arquivo pessoal de aulas no laboratório

Esse papagaio é de cativeiro com dieta exclusivamente de semente de girassol por um longo período de sua vida. Vivia em um ambiente com pouca mobilidade para voos, havendo pouca perda de energia, ou seja, com um índice de alta probabilidade de lipossarcoma por causa da semente e pelo ambiente não ser característico de sua fauna.

Depois da anamnese, exame físico e pela impossibilidade de alimentação por esse papagaio a decisão foi pela ressecção cirúrgica que de acordo com a revisão literária é a modalidade terapêutica mais usual pois outros tratamentos não tem o mesmo efeito desejado.

A quimioterapia em papagaios não é recomendável, pois os dois principais efeitos colaterais relacionados são: toxicidade gastrointestinal e mielosupressão (diminuição da medula óssea que resulta uma baixa no número das plaquetas, dos glóbulos brancos e dos glóbulos vermelhos) devidos ao auto metabolismo das aves causando toxicidades imediatas (GARNER, 2006).

Radioterapia, é um tratamento local eficaz para muitos tumores no cão e no gato. Em papagaios não é indicada, pois a radiação pode atingir as áreas além do lipossarcoma ocasionando perda de penas, fadigas e estresse a ave. (GARNER, 2006).

Na figura 3 e 4, o papagaio foi submetido a cirurgia de remoção do tumor com suspeita de lipossarcoma.

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Figura3: Cirurgia lipossarcoma papagaio Fonte: arquivo pessoal

Figura4: Cirurgia lipossarcoma papagaio Fonte: arquivo Pessoal

De acordo com estudo pré-estabelecido por esse trabalho está evidente que a cirurgia na maioria dos casos deve ser escolhida, entretanto deve-se ressaltar a preocupação com a margem de segurança, cujo o procedimento evite a recidiva do lipossarcoma como mostra na figura 5

Figura 5: Margem de segurança Fonte: https://www.researchgate.net/publication/271910311_Oncologia_em_Pequenos_Animais

No caso mencionado existe uma impossibilidade de utilizar essa margem, portanto a probabilidade da recidiva é alta por não conseguir retirar o tumor dentro da área priorizada.

A problemática dessa ave, foi que houve a recidiva do tumor, culminando em sua morte. Não foi feita a microscopia para que pudesse relatar o

caso como lipossarcoma, mas de acordo com o estudo é muito evidenciado os vestígios desse tipo de tumor.

O prognóstico do lipossarcoma mostra que ele tem uma reincidência elevada quando não usada a margem de segurança, portanto uma dieta diversificada pode evitar a ascensão do tumor.

Importante diferenciar xantoma pois sua característica macroscópica é muito semelhante ao lipossarcoma. O termo xantoma significa massa amarela composta por gordura não é considerado como uma neoplasia verdadeira, mas um aumento de volume inflamatória resultante do acúmulo e macrófagos com lipídeos em seu interior, células gigantes, colesterol livre e diversos graus de fibrose. O prognóstico do xantoma é favorável sendo que ao retirar a dieta hipercalórica, pode ocorrer a recidiva (LATIMER,1994).

Na alimentação cabe ressaltar que a causa provável do lipossarcoma é de fundo nutricional motivada pelo ser humano, diferente de outros tumores, pode ser evitado, oferecendo uma alimentação variada, um local mais amplo, que o animal possa gastar energia, tendo essas condições, previne que o animal tenha lipossarcoma (CUBAS et al., 2014; REECE, 1999).

Os papagaios de vida livre têm uma dieta bastante generalista, se alimentando de sementes, frutas, uma riqueza muito grande de alimentos (CUBAS et al., 2014; FREITAS, 2011).

Os papagaios de cativeiros são alimentados de forma errada por dietas muito calóricas, como são animais restritos ao espaço não tem gasto energético, por isso a possibilidade do lipossarcoma é muito grande (DILLBERGER et al., 1986; CUBAS et al., 2014; AGUILAR et al., 2006).

Leva-se em consideração também a idade do animal quanto mais velho a chance de ocorre esses tumores é muito grande, então associa-se uma dieta calórica num tempo muito prolongado, por ter uma longa idade e um desconhecimento das pessoas em relação a dieta do papagaio (CUBAS, et al. 2014; FREITAS, 2011; EVANS, 1982).

Deve-se considerar uma dieta multi diversificada que acontece na natureza. No ambiente natural não costuma ocorrer esse tipo de tumor, porque os papagaios comem de forma variada e gastam sua energia (CUBAS et al., 2014; FREITAS, 2011).

5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS A excisão cirúrgica agressiva é o tratamento

de escolha para o lipossarcoma, já que os tumores são localmente invasivos.

É importante lembrar que excisões

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incompletas nem sempre irão resultar em recorrência do tumor e que determinadas neoplasias podem recidivar, como é o caso do lipossarcoma, mesmo em pacientes cuja excisão cirúrgica foi completa pelo desprendimento de células neoplásicas no ambiente cirúrgico.

O tratamento de escolha é a cirurgia leva-se em consideração outros tratamentos (quimioterapia, eletroquimioterapia, imunoterapia, terapias alvo-molecular e radioterapia), porém ainda não utilizados em aves em função da fragilidade desses animais. Há de se considerar também a malignidade e margem de segurança que nas maiorias das vezes não é alcançada.

Um fator importante para evitar o

lipossarcoma em papagaios é uma alimentação adequada de forma semelhante ao que o animal poderia encontrar na natureza, através de uma alimentação diversificada e rica, contendo frutas, verduras, sementes especiais para os papagaios, tendo essas condições nutricionais é possível que o animal não tenha lipossarcoma, conciliado com um ambiente amplo para que o papagaio viva como estivesse na natureza.

Agradecimentos:

Agradeço a Deus, por me dar sabedoria, e ao meu esposo Glauco. Agradeço meu Orientador Rafael Prange Bonorino por me orientar nesse trabalho.

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