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SIMP .TCC/Sem.IC. 2018(14);1511-1518 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 1511 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA SUSPEITA DE ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS SUSPECT OF SNAKEBITES IN HORSES Jadson José Gomes da Silva Thayná Ribeiro Sousa Augusto Ricardo Coelho Moscardini Mirna Ribeiro Porto Resumo Aproximadamente 3.000 espécies de serpentes são catalogadas no mundo. No Brasil, das 321, 36 são peçonhentas. As serpentes brasileiras são encontradas nas áreas rurais do país, e recidivos acidentes ocorrem em animais de produção. Nesse trabalho, três casos de acidente ofídico em equinos do Distrito Federal (DF) são relatados, descrevendo as alterações clínicas e patológicas. Os cavalos adultos, de raças distintas, sofreram as incidências no mesmo período sazonal, entre novembro e janeiro. Foram realizadas as necropsias e análise histopatológica de fragmentos dos tecidos colhidos. Os achados clínicos, macroscópicos e microscópicos, ratificaram alterações descritas na literatura. Dois animais apresentaram necrose muscular e renal, com lesões macroscópicas discretas. O outro cavalo apresentou síndrome hemolítica e nefrose, com edema hemorrágico severo na região da cabeça. Tais alterações foram associadas a acidente crotálico e botrópico, respectivamente. Nos casos A e B, observando os achados evidentes ao exame físico, as alterações clínico-patológicas e anatomopatológicas, além do diagnóstico histopatológico e destacando as alterações microscópicas de congestão, a necrose e hemorragia em musculatura esquelética e a nefrose tubular aguda, concluiu-se que os acidentes ofídicos foram possivelmente causados por serpentes do gênero Crotalus spp. No caso C, percebendo a condição da hemólise intravascular e das lesões macroscópicas e histológicas, caracterizadas por congestão e hemorragia severas, localizadas principalmente no rim, admite-se um quadro sugestivo de acidente ofídico causado por serpente do gênero Bothrops spp. Palavras-chave: Equino; cascavel; jararaca; serpentes; envenenamento. Abstract Approximately 3,000 species of snakes are cataloged in the world. In Brazil, of the 321, 36 are venomous. Brazilian snakes are found in rural areas of the country, and recurrent accidents occur in production animals. In this work, three cases of ophidian accidents in horses of the Federal District (DF) are reported, describing the clinical and pathological alterations. Adult horses, of different breeds, suffered incidences in the same seasonal period between November and January. Necropsies and histopathological analysis of tissue fragments were performed. Clinical, macroscopic and microscopic findings have confirmed changes described in the literature. Two animals presented muscular and renal necrosis, with discrete macroscopic lesions. The other horse presented hemolytic syndrome and nephrosis, with severe hemorrhagic edema in the head region. Such alterations were associated with crotalic and botropic accidents, respectively. In cases A and B, in addition to the histopathological diagnosis and highlighting the microscopic changes of congestion, necrosis and hemorrhage in skeletal muscles and acute tubular nephrosis, the clinical-pathological and anatomopathological alterations that ophidian accidents were possibly caused by snakes of the genus Crotalus spp. In case C, perceiving the condition of intravascular hemolysis and macroscopic and histological lesions, characterized by severe congestion and hemorrhage, located mainly in the kidney, a picture suggestive of ophidian accident caused by snake of the genus Bothrops spp. Keywords: Equine; rattlesnake; jararaca; snakes; poisoning. Contato: [email protected]; [email protected]; [email protected] Introdução No mundo, há aproximadamente 3.000 espécies de serpentes e o Brasil abriga 321 delas, das quais 36 são peçonhentas (Grego, 2008; Lima et al., 2013). Na região Centro-Oeste, as espécies encontradas são a Bothrops jararacussu, a Bothrops neuwiedi e a Crotalus durissus collilineatus, conhecidas como jararaca e cascavel, respectivamente (Pinho & Pereira, 2001). Verifica- se que espécies botrópicas habitam ambientes úmidos, com presença de plantações e pastagens, além daqueles não habitados pelo homem e, atacam inesperadamente. Já as cascavéis têm como seu habitat específico, locais caracterizados por campos abertos, lugares secos, arenosos e rochosos e não têm o hábito de atacar, acusando sua presença pelo ruído peculiar do guizo ou chocalho, presente na cauda. Ambas as espécies possuem hábitos noturnos (Raposo et al., 2001; Nogueira & Andrade, 2017). Acidentes eventuais com serpentes dos gêneros em discussão ocorrem em equinos e bovinos em áreas rurais do Brasil, causando morte de animais e perdas econômicas aos produtores (Raposo et al., 2001). Nos animais de produção, verifica-se que os locais mais atingidos são os membros, o focinho e o abdômen (Souza et al., 2011). Sensibilidade dolorosa e edema no local da inoculação são os sinais clínicos iniciais, mas é possível observar petéquias e equimoses na pele, e lesões puntiformes hemorrágicas únicas ou duplas podem auxiliar no diagnóstico, sinalizando o local da inoculação. (Silva & Lofego, 2006; Sousa et al., 2011; Buchanam, 2014). Em animais de estimação, o ofidismo pode ocasionar males irreversíveis (Cintra et al., 2014). Atuais estatísticas atinentes a episódios de acidentes ofídicos em animais domésticos não condizem com a realidade, isso porque suas notificações não são obrigatórias na medicina Como citar esse artigo: Silva JJG, Sousa TR, Moscardini ARC, Porto MR. SUSPEITA DE ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 1511-1518

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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);1511-1518 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

SUSPEITA DE ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS SUSPECT OF SNAKEBITES IN HORSES

Jadson José Gomes da Silva Thayná Ribeiro Sousa

Augusto Ricardo Coelho Moscardini

Mirna Ribeiro Porto Resumo Aproximadamente 3.000 espécies de serpentes são catalogadas no mundo. No Brasil, das 321, 36 são peçonhentas. As serpentes brasileiras são encontradas nas áreas rurais do país, e recidivos acidentes ocorrem em animais de produção. Nesse trabalho, três casos de acidente ofídico em equinos do Distrito Federal (DF) são relatados, descrevendo as alterações clínicas e patológicas. Os cavalos adultos, de raças distintas, sofreram as incidências no mesmo período sazonal, entre novembro e janeiro. Foram realizadas as necropsias e análise histopatológica de fragmentos dos tecidos colhidos. Os achados clínicos, macroscópicos e microscópicos, ratificaram alterações descritas na literatura. Dois animais apresentaram necrose muscular e renal, com lesões macroscópicas discretas. O outro cavalo apresentou síndrome hemolítica e nefrose, com edema hemorrágico severo na região da cabeça. Tais alterações foram associadas a acidente crotálico e botrópico, respectivamente. Nos casos A e B, observando os achados evidentes ao exame físico, as alterações clínico-patológicas e anatomopatológicas, além do diagnóstico histopatológico e destacando as alterações microscópicas de congestão, a necrose e hemorragia em musculatura esquelética e a nefrose tubular aguda, concluiu-se que os acidentes ofídicos foram possivelmente causados por serpentes do gênero Crotalus spp. No caso C, percebendo a condição da hemólise intravascular e das lesões macroscópicas e histológicas, caracterizadas por congestão e hemorragia severas, localizadas principalmente no rim, admite-se um quadro sugestivo de acidente ofídico causado por serpente do gênero Bothrops spp. Palavras-chave: Equino; cascavel; jararaca; serpentes; envenenamento. Abstract Approximately 3,000 species of snakes are cataloged in the world. In Brazil, of the 321, 36 are venomous. Brazilian snakes are found in rural areas of the country, and recurrent accidents occur in production animals. In this work, three cases of ophidian accidents in horses of the Federal District (DF) are reported, describing the clinical and pathological alterations. Adult horses, of different breeds, suffered incidences in the same seasonal period between November and January. Necropsies and histopathological analysis of tissue fragments were performed. Clinical, macroscopic and microscopic findings have confirmed changes described in the literature. Two animals presented muscular and renal necrosis, with discrete macroscopic lesions. The other horse presented hemolytic syndrome and nephrosis, with severe hemorrhagic edema in the head region. Such alterations were associated with crotalic and botropic accidents, respectively. In cases A and B, in addition to the histopathological diagnosis and highlighting the microscopic changes of congestion, necrosis and hemorrhage in skeletal muscles and acute tubular nephrosis, the clinical-pathological and anatomopathological alterations that ophidian accidents were possibly caused by snakes of the genus Crotalus spp. In case C, perceiving the condition of intravascular hemolysis and macroscopic and histological lesions, characterized by severe congestion and hemorrhage, located mainly in the kidney, a picture suggestive of ophidian accident caused by snake of the genus Bothrops spp. Keywords: Equine; rattlesnake; jararaca; snakes; poisoning.

Contato: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Introdução

No mundo, há aproximadamente 3.000 espécies de serpentes e o Brasil abriga 321 delas, das quais 36 são peçonhentas (Grego, 2008; Lima et al., 2013). Na região Centro-Oeste, as espécies encontradas são a Bothrops jararacussu, a Bothrops neuwiedi e a Crotalus durissus collilineatus, conhecidas como jararaca e cascavel, respectivamente (Pinho & Pereira, 2001). Verifica-se que espécies botrópicas habitam ambientes úmidos, com presença de plantações e pastagens, além daqueles não habitados pelo homem e, atacam inesperadamente. Já as cascavéis têm como seu habitat específico, locais caracterizados por campos abertos, lugares secos, arenosos e rochosos e não têm o hábito de atacar, acusando sua presença pelo ruído peculiar do guizo ou chocalho, presente na cauda. Ambas as espécies possuem hábitos noturnos (Raposo et al., 2001; Nogueira & Andrade, 2017).

Acidentes eventuais com serpentes dos gêneros em discussão ocorrem em equinos e bovinos em áreas rurais do Brasil, causando morte de animais e perdas econômicas aos produtores (Raposo et al., 2001). Nos animais de produção, verifica-se que os locais mais atingidos são os membros, o focinho e o abdômen (Souza et al., 2011). Sensibilidade dolorosa e edema no local da inoculação são os sinais clínicos iniciais, mas é possível observar petéquias e equimoses na pele, e lesões puntiformes hemorrágicas únicas ou duplas podem auxiliar no diagnóstico, sinalizando o local da inoculação. (Silva & Lofego, 2006; Sousa et al., 2011; Buchanam, 2014).

Em animais de estimação, o ofidismo pode ocasionar males irreversíveis (Cintra et al., 2014). Atuais estatísticas atinentes a episódios de acidentes ofídicos em animais domésticos não condizem com a realidade, isso porque suas notificações não são obrigatórias na medicina

Como citar esse artigo: Silva JJG, Sousa TR, Moscardini ARC, Porto MR. SUSPEITA DE ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 1511-1518

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veterinária (Barni et al., 2012). A relação entre quantidade de peçonha

inoculada (variável e imprevisível) e o intervalo até o tratamento determinará a evolução do caso, sendo importante resaltar que não existe imunidade adquirida (Tokarnia & Peixoto, 2006). Tal efeito está relacionado com a espécie e o tamanho da serpente; com o tamanho, idade e espécie da vítima e com a localização da inoculação, que varia de acordo com o comportamento do animal, que na maioria das vezes é na cabeça, contudo, os membros torácicos, pélvicos e o úbere também são frequentemente atingidos (Bicudo, 2002). A toxina crotálica possui ação nefrotóxica, neurotóxica e miotóxica, enquanto que a botrópica possui ação proteolítica, coagulante, anticoagulante e vasculotóxica (Nogueira & Andrade, 2017).

Esse estudo tem por finalidade descrever e comparar três casos diagnosticados como acidentes ofídicos, ocorridos com cavalos. Os casos foram definidos como caso A, caso B e caso C e suas respectivas casuísticas. Materiais e Métodos

Três casos de acidente ofídico em equinos no Distrito Federal (Quadro 1) foram estudados e relatados. Dados como sinais clínicos, lesões macroscópicas e microscópicas, época do ano e a região geográfica foram analisados e discutidos nesse trabalho.

Quadro 1 – Casos de acidentes ofídicos espontâneos no Distrito Federal.

CASO RAÇA IDADE (Anos) SEXO PELAGEM

LOCAL Cidade Coordenadas

A BH 08 Macho Alazã Riacho Fundo I 15°52'46.9"S 48°01'35.0"W

B SRD 16 Macho Castanha Riacho Fundo I 15°52'46.9"S 48°01'35.0"W

C PSI 10 Macho Castanha Granja do Torto 15°41'31.5"S 47°52'55.9"W BH= Brasileiro de Hipismo; SRD= Sem raça definida; PSI= Puro Sangue Inglês.

Resultados

O animal A foi colocado no piquete de capim Cynodon, em perfeito estado de saúde, no fim da tarde do dia cinco de dezembro de 2015 e foi encontrado no início da manhã do dia seguinte, apresentando letargia, decúbito esternal permanente, hiperemia das conjuntivas, edema discreto na região dos lábios e narinas (Figura 1) com presença de um pequeno orifício na região das narinas (Figura 1C – seta), evoluindo para o óbito em poucos minutos.

Na necropsia o subcutâneo da região do

focinho apresentou tumefação gelatinosa, com

discreta área hemorrágica (Figura 1B e 1C). Não foram descritas as alterações macroscópicas do demais órgãos. Microscopicamente, os fragmentos dos órgãos apresentavam congestão difusa moderada a acentuada e edema. Os rins apresentavam nefrose tubular aguda multifocal moderada, discretos trombos, nefrite intersticial e pielite histiocítica e linfoplasmocítica multifocal moderada. O encéfalo e medula espinhal apresentavam hemorragia perivascular multifocal discreta. No coração havia hemorragia intersticial (miocárdio) multifocal discreta. O fígado exibia hepatite linfoplasmocítica periportal discreta. O intestino estava com hemorragia multifocal moderada na submucosa e o baço apresentava atrofia linfóide.

Na manhã do dia 24 janeiro de 2016, o equino B foi encontrado, ao retornar do pasto, apresentando edema acentuado em todo o membro torácico esquerdo, dificuldade de locomoção, letargia, dor na região edemaciada do membro, atonia de língua e dificuldade respiratória. Foi realizado tratamento de suporte com dexametasona, flunexina meglumina, gluconato de cálcio, dimetilsufóxido e cerca de 30 litros de soro ringer com lactato, além de soro anti-ofídico. O animal evoluiu para decúbito lateral permanente e morreu na noite do mesmo dia.

O membro torácico esquerdo apresentava edema gelatinoso difuso e moderado (Figura 2A),

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com hemorragia local e discreta (Figura 2B) na região dorsal do carpo Os rins estavam congestos e aumentados de tamanho (Figura 2C). Também não foram descritas as lesões macroscópicas dos demais órgãos. Os achados microscópicos revelaram congestão difusa moderada e edema em todos os órgãos analisados. Nos rins havia nefrose tubular aguda multifocal discreta e trombose glomerular. No fragmento de músculo esquelético observou-se necrose e hemorragia multifocal moderada. O coração apresentava áreas multifocais de hemorragia moderada. No baço havia hemossiderose multifocal moderada intra e extracelular nos cordões e seios esplênicos. E o fígado apresentava-se sem alterações dignas de nota.

O caso C trata-se de um animal com

histórico de recuperação de fratura de pelve e recente soltura em piquete, apresentando melhora, andando e se alimentando bem. Por volta das seis horas do dia seis de novembro de 2017, o animal foi encontrado morto em decúbito lateral direito. O animal apresentava edema marcado de lábios e pálpebras do olho esquerdo (Figura 3), com quantidade acentuada de sangue nas cavidades oral (Figura 3A), nasal e ocular. O tecido subcutâneo das regiões da cabeça, do pescoço e do membro torácico esquerdo estava creptante. Notou-se extravasamento de líquido sanguinolento pela pele íntegra nos locais de aumento de volume e nas pálpebras superiores (Figura 3B) e membros. A traqueia apresentava quantidade acentuada de conteúdo espumoso. Os pulmões apresentavam petéquias e sufusões distribuídas multifocalmente na superfície pleural e no parênquima. O coração apresentava sufusões discretas no epicárdio. O baço estava congesto, apresentando evidenciação de polpa vermelha. Os rins apresentavam áreas multifocais de petéquias na região subcapsular. Os linfonodos estavam enegrecidos. Todos os órgãos apresentavam acentuada embebição hemoglobínica pela hemólise. A urina estava acastanhada. Durante

todo o tempo decorrido da necropsia, o sangue do animal permaneceu fluido sem coagular.

As alterações microscópicas mostraram hemorragia entre fibras musculares necróticas do fragmento do lábio, sem alterações morfológicas marcantes. O pulmão apresentava congestão moderada a acentuada difusa. Na região subepicárdica havia áreas multifocais moderadas de hemorragia. O linfonodo exibia hemossiderose moderada centrofolicular. No córtex renal observou-se necrose de coagulação nos túbulos proximais, material homogêneo levemente eosinofílico (proteína) na luz dos túbulos e dos glomérulos, congestão e hemorragia multifocais no intertício. O baço apresentava hemorragia e congestão difusa, com hemossiderose acentuada de permeio. No cerébro havia congestão e edema perivascular difuso. No lúmen de inúmeros vasos sanguíneos havia quantidade discreta de hemácias íntegras de permeio a debris eritrocíticos (hemólise). Os demais órgãos não apresentaram alteração microscópica de significado.

Figura 3 - Equino do caso C. Acidente ofídico pelo gênero Bothrops spp. A: Hemorragia e cianose na gengiva e mucosa oral. B: Edema e hemorragia palpebral

Fragmentos de sistema nervoso central dos

três animais foram encaminhados à Diretoria de Vigilância Ambiental do DF para diagnóstico de raiva, obtendo resultados negativos. As alterações macro e microscópicas dos casos analisados estão compiladas no Quadro 2. Discussão

O diagnóstico de envenenamento ofídico é dificultado, pela não observação do momento da picada, pela ausência da lesão da picada e, também, pela não captura/ identificação do animal agressor. Porém, a sugestão de acidente ofídico é baseada na evolução dos sinais clínicos, presença de serpentes na região e resposta ao tratamento, já que a confirmação por meio de exames laboratoriais é rotineiramente inutilizada. Os três casos aqui relatados tiveram seus diagnósticos baseados nas alterações macro, microscópicas e evolução clínica rápida.

A

Figura 2 - Equino do caso B. Acidente ofídico pelo gênero Crotalus spp.: A: Edema em subcutâneo do carpo; B: Hemorragia em região distal do carpo; C: Congestão renal.

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Pela impossibilidade de se realizar o diag-nóstico toxicológico da peçonha, os diagnóstocos dos casos relatados são fechados como suspeitas.

Em um estudo experimental em equinos, um animal que teve inoculação de 1 mg/kg da peçonha de B. neuwiedi (espécie envolvida neste estudo), morreu com evolução de 70h41min (Sousa et al., 2011). Um equino que teve diagnóstico sugestivo de acidente ofídico por serpente do gênero Bothrops, veio a óbito dois dias após a constatação do acidente e início do tratamento (Lima et al., 2013). Outro equino foi encontrado morto em piquete e, após análise

clínica, de necropsia e a observação de alterações histopatológicas, constatou-se tratar-se de acidente ofídico botrópico (Raposo et al., 2001). Tais ocorrências corroboram com o tempo de evolução do caso C, descrito neste relato, onde o animal foi encontrado morto em piquete e, mesmo não sendo possível estabelecer o intervalo preciso até o óbito, tendo em vista que a inoculação ocorreu de forma natural, é provável que o óbito tenha acontecido num intervalo de, no mínimo, 18 horas, pelo fato de o animal ter sido visto em boas condições de saúde no pasto, na tarde do dia anterior.

Quadro 2: Alterações macro e microscópicas em caval os mordidos por cobras Crotalus spp. (A e B) e Bothrops spp. (C).

LESÃO TECIDO

MACROSCOPIA MICROSCOPIA

CASO A CASO B CASO C CASO A CASO B CASO C

Subcutâneo EDM EDM, NEC EDM NA NA NA

M. Esquelético NDN NEC, HEM NDN NDN HEM, NEC NDN

Rim CON CON HEM CON, NEC, INF,TRO CON, NEC, TRO CON, NEC, HEM

Pulmão CON, EDM CON, EDM EDM, HEM CON, EDM CON, EDM, INF CON, EDM

Traqueia NDN NDN EDM NA NA NA

Coração CON, HEM CON, HEM HEM CON, HEM CON, HEM, TRO,

INF HEM

Fígado CON AUT NDN CON, INF NDN NDN

Baço CON CON CON CON, NEC CON, HSD CON, HEM, HSD

Intestino CON, HEM NDN NDN CON, HEM AUT, EDM NDN

Linfonodo NDN NDN CON NA NA NA

S. Nervoso COM CON NDN CON, HEM COM CON, EDM

AUT: autólise; CON: congestão; EDM: edema; HEM: hemorragia; HSD: hemossiderose; INF: inflamação; NA: não avaliado; NDN: nada digno de nota; NEC: necrose; TRO: trombose.

Noutro experimento de envenenamento cro-tálico em equinos, um animal que recebeu a dose de 0,12 mg/kg de veneno crotálico, por via subcu-tânea, foi a óbito. Outros dois equinos, recebendo a dose de 0,066 mg/kg também por via subcutâ-nea, tiveram resultados diferentes, onde o primeiro animal também foi a óbito, num intervalo de 27h27min e o segundo animal recuperou-se num intervalo 12 dias após a inoculação (Lopes et al., 2012). Tal resultado leva a um entendimento de que a dose ministrada, associada ao estado imu-nológico do animal podem ser fatores de impor-tância para o resultado de um quadro de acidente ofídico. Como não se sabe a quantidade inoculada nem o horário exato da inoculação nos animais deste trabalho de conclusão de curso e como es-tes não apresentavam histórico de doenças, suge-

re-se que a quantidade inoculada tenha sido maior que 0,066 mg/kg, levando-os a óbito.

No que diz respeito a raças, não se verificam divergências dignas de nota (Sousa et al., 2011; Lima et al., 2013). Tratando-se das raças intrínsecas a este trabalho de conclusão de curso, todos os equinos envolvidos foram a óbito, assim, também não há discrepâcias a serem comentadas. Nos animais que foram atendidos ainda com vida, em relação a sinais clínicos, o animal B demonstrou dor na região edemaciada, apresentou atonia de língua e dificuldade respiratória, alterações não observadas no animal A.

Trinta equinos, atendidos num período de 20 anos, apresentaram resultados de acidentes ofídicos causados por serpentes do gênero

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Bothrops. Os animais foram catalogados e distribuídos em jovens, com menos de dois anos, e em adultos, com mais de dois anos. Os adultos foram mais atingidos, com 76,7% (13 machos e 10 fêmeas), onde, nesse universo, 60% (18 animais) foram agredidos na cabeça, notadamente no focinho. Sem considerar a idade e levando-se em conta a região atingida, 16,7% (cinco animais) foram atacados nos membros e 10% (três) na região do abdome (Gonçalves et al., 2011). Isso remete, possivelmente, ao fato de que o acidente ofídico esteja relacionado com a rotina alimentar de pastejo, já que a maior ocorrência das lesões foi na cabeça. Tal fato concorda com o que se verifica nos casos deste trabalho de conclusão de curso, onde a maioria dos ataques atinge também a cabeça, dois dos três casos.

Os casos descritos neste trabalho de conclusão de curso ocorreram na mesma época estacional (entre a primavera e o verão), porém em anos subsequentes, quais sejam, dezembro de 2015 (caso A), janeiro de 2016 (caso B) e novembro de 2017 (caso C). Da mesma forma, no estado de Goiás, foi percebido um aumento nos acidentes ofídicos entre os meses de outubro e abril, que coincide com os períodos de maior pluviosidade e temperatura, além da atividade agropecuária (Pinho et al., 2004), que não é o caso dos relatos presentes, uma vez que os equinos permanecem em sistema semiextensivo por todo o ano. A maioria dos acidentes ofídicos é relatado no período entre a primavera e o verão (Bernardi et al., 2011), isso, possivelmente, porque as baixas temperaturas das outras estações restringem o metabolismo e consequentes atividades das serpentes (FUNASA, 2001). Estes casos legitimam as condições em que os animais deste estudo se encontravam quando sofreram o ataque ofídico.

Um experimento de envenenamento botrópico em equinos, apresenta dados de animais sintomáticos, com pesos variáveis, inoculados com quantidades de peçonha. Um animal pesando 198 kg e recebendo dose de 0,205 mg/kg (40,59 mg em dose total), foi a óbito e, outro animal com peso de 143 kg e inoculado com 1,6 mg/kg (228,8 mg em dose total), recuperou-se (Sousa et al., 2011). Neste relato, não foi possível relacionar a ação da toxina específica com o peso dos animais e nem mensurar o volume de peçonha inoculada, então, é possivelmente aceitável que a reação a peçonha tenha mais relação com a resposta imunológica de cada indivíduo do que com o peso do animal.

Realizou-se um experimento de envenena-mento crotálico em bovinos, onde demonstraram que menores concentrações dessa peçonha (do-ses de 0,03 e 0,015 mg/kg) inoculadas nos ani-

mais, foram letais e comentaram que, consideran-do essa menor dose letal e o volume médio de peçonha que 75% das serpentes desse gênero fornecem nas extrações (cerca de 50 mg), uma cascavel, em tese, teria capacidade de levar à morte um bovino de 3.333 kg, então, tal serpente sul-americana, indubitavelmente, desde que quei-ra inocular quantidades significativas da sua peço-nha, pode provocar a morte de qualquer bovino, independentemente de sua idade e peso (Graça et al., 2008). Tal fato leva a crer que, respeitando as disparidades entre as espécies e considerando que a idade tem relação direta com o peso do animal, tal serpente teria as mesmas condições de matar um equino, como nos casos descritos neste trabalho.

Nos achados macroscópicos, observam-se alterações que são vistas em vários outros estu-dos. Sousa e seus colaboradores (2008), em seu experimento de envenenamento botrópico em equinos, fazem menção a apatia, aumento de volume na região da inoculação, que se prolongou por todo o membro atingido, extravasamento de líquido serossanguinolento pela pele integra dos locais de aumento de volume e presença de san-gue na cavidade oral, o que corrobora com os sinais presentes de envenenamento causado pela mesma espécie envolvida neste trabalho.

Quanto aos achados microscópicos, nos acidentes botrópicos, ressaltam-se hemorragia peritubular e periglomerular multifocal moderada (Tokarnia et al., 2014), enquanto que nos casos relatados houve congestão difusa moderada, es-pecialmente nos capilares glomerulares. Altera-ções renais são possíveis de acontecer, sendo, uma das alterações a necrose de túbulos renais (Nogueira & Andrade, 2017), como ocorrido em um dos animais relatados neste trabalho de con-clusão de curso. Em vários estudos, em se tratan-do de acidente crotálico, as principais alterações são renais, encontradas através de necropsia e de exames laboratoriais. Alterações renais encontra-das ocorrem por conta da mioglobinúria secundá-ria a rabdomiólise, promovendo uma lesão tóxica tubular direta (Nogueira & Andrade, 2017), além de outras alterações que podem ser relacionadas aos túbulos renais e ocorrem frequentemente (To-karnia et al., 2014). Tais alterações foram verifica-das em ambos os casos de acidentes crotálicos deste trabalho, onde se observou congestão, ne-frose e presença de trombos. Foi visto ainda, no animal B, alterações na musculatura, que reforçam a ideia de que as alterações renais são decorren-tes da rabdomiólise.

Vacuolização difusa moderada de hepatóci-tos já foram descritas (Tokarnia et al., 2014), po-rém tal alteração não foi verificada nos animais deste trabalho de conclusão de curso e, inclusive,

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em um deles, o fígado não sofreu nenhuma altera-ção digna de nota. Congestão, hemorragia, he-mossiderose e necrose podem ser observadas em fragmentos de baço (Nogueira & Andrade, 2017). Os equinos deste trabalho apresentaram conges-tão e hemossiderose esplênica, sendo que no animal A também havia necrose e no C, hemorra-gia, reforçando os diagnósticos de acidente por serpente Crotalus e Bothrops, respectivamente.

A peçonha crotálica age de três maneiras. A ação neurotóxica do veneno, atua na estimulação vagal, causando bradicardia, hipotensão e diarreia e, sobre o Sistema Nervoso Central e Periférico, causando paralisia flácida e face miastênica e, pode ainda causar lesões na junção neuromuscu-lar e em fibras musculares, ocasionando o blo-queio neuromuscular, o que pode levar o animal a óbito por paralisia respiratória. Outra ação deste veneno é a miotóxica, responsável por lesionar fibras musculares, que pode ser local e/ou sistêmi-ca e pode afetar diversos órgãos, causando ne-crose. A ação miotóxica ainda pode estar associa-da de forma indireta a outra ação do veneno, que é a nefrotóxica, desencadeando alterações renais diversas, sendo essa a ação da peçonha mais evidente entre as alterações (Nogueira & Andrade, 2017). Os animais A e B puderam ser observados ainda com vida e, assim, um dos sinais clínicos apresentados foi a dispnéia, provavelmente pela ação neurotóxica da peçonha e, no caso B, havi-am diversos órgãos necrosados, possivelmente, devido a ação miotóxica do veneno.

O veneno botrópico possui ação proteolítica que refere-se a propriedade citotóxica nos tecidos, resultante da atividade de enzimas e de substân-cias mediadoras de resposta inflamatória, que irão causar lesões locais como o edema encontrado no caso relatado. Outra ação é a vasculotóxica, que está associada com a lesão do endotélio vascular, causada pela influência das hemorraginas, rom-pendo os vasos e, consequente, formação de edema, além de hemorragias, que podem ser lo-cais ou sistêmicas. Existe, ainda, a ação coagulan-te, conhecida como tipo trombina, que ativa o fator I da cascata de coagulação, o fibrinogênio, que será convertido em fibrina e irá participar na coa-gulação do sangue. A parte coagulante deste ve-neno possui a capacidade de ativar o fator X da cascata de coagulação e a protrombina, o que irá promover o consumo dos fatores V, VII e de pla-quetas. Tal fato causará um aumento do tempo de coagulação, o que poderá ser interpretado como uma condição de incoagulabilidade sanguínea (Tokarnia et al., 2014; Nogueira & Andrade, 2017).

Todas as alterações descritas anteriormente pude-ram ser observadas no caso C deste trabalho de conclusão de curso.

No Goiás, as serpentes do gênero Crotalus foram responsáveis por 14% dos acidentes ofídi-cos. Em vários estudos, este gênero causa aciden-tes em menor proporção se comparado ao gênero Bothrops, diferente do que é apresentado neste relato, onde houve um número maior de acidente crotálico (Pinho et al., 2004).

Conclusão

Os sinais macroscópicos e a rápida evolu-ção clínica são as alterações chave para a suspei-ta de oofidismo. A peçonha das cascavéis é evi-denciada por edema e hemorragia discreta no local da mordida e, pela necrose muscular conse-quente da ação proteolítica e do decúbito pela dor e pelos sinais neurológicos. Já as jararacas cau-sam hemorragia e edema marcados localmente difusos e em tecidos íntegros.

As alterações microscópicas ajudam a em-basar a suspeita clínica e são, basicamente, dife-renciadas pela necrose (Crotalus) e hemorragia (Bothops). Os acidentes por ambas as serpentes evoluem para necrose aguda renal devido à rab-domiólise e hemólise, associada à ação da peço-nha, respectivamente.

Mesmo havendo poucos dados sobre aci-dentes ofídicos com animais domésticos, é impor-tante realizar o diagnóstico com cautela. O diag-nóstico diferencial pode ser realizado incluindo-se a raiva, clostridioses, intoxicação por plantas, into-xicação por organofosforados, inoculação de toxi-nas de insetos e condições alérgicas quando há edema local.

É imprescindível o conhecimento sobre os diferentes fatores que interferem na ocorrência regional desses acidentes. Ainda que não existam meios efetivos de prevenção, deve-se atentar para uma criteriosa observação e acompanhamento dos animais, sejam estes pets ou animais de produção, para que se otimize o tratamento e minimize as possíveis perdas. Agradecimentos

Os agradecimentos são dedicados ao Laboratório de Patologia Animal da Universidade de Brasília, pela realização dos exames histopatológicos e à professora Doutora Mirna Porto, pela orientação deste trabalho.

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