serpentes do sertão de pernambuco

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AESA – Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde CESA – Centro de Ensino Superior de Arcoverde Espécies de animais Perigosos encontrados no município de Arcoverde-PE Iraildson José Viana de Barros Filho Crislayne Silva Leite Jéssica Siqueira Albuquerque Lidnéia Pereira de Siqueira Merylane Nunes de Lima Socorro Juliana Antunes

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Projedo de pesquisa cientifica sobre serpentes do sertão de pernambuco, desenvolvido por mim e meu grupo de sala, e sob a orientação do mestre Ednaldo, na faculdade de Biologia de Arcoverde AESA.

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Page 1: Serpentes do Sertão de Pernambuco

AESA – Autarquia de Ensino Superior de ArcoverdeCESA – Centro de Ensino Superior de Arcoverde

Espécies de animais Perigosos encontrados no município de Arcoverde-PE

Iraildson José Viana de Barros FilhoCrislayne Silva LeiteJéssica Siqueira AlbuquerqueLidnéia Pereira de SiqueiraMerylane Nunes de LimaSocorro Juliana Antunes

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Arcoverde/2007

Projeto de pesquisa realizado pelos alunos do 1º período De Biologia da AESA – Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, e CESA – Centro de Ensino Superior de Arcoverde. Sob as orientações do mestre Ednaldo Bezerra de Sousa.

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Sumário

Introdução...............................................................................................................................04Problema.................................................................................................................................23Objetivos.................................................................................................................................23Hipóteses.................................................................................................................................23Cronograma.............................................................................................................................23Referencias Bibliográficas.......................................................................................................24Anexos.....................................................................................................................................25Índice........................................................................................................................................35

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Introdução

Serpentes

Atualmente existem no mundo aproximadamente 2.700 espécies de serpentes conhecidas que estão espalhadas pelos cinco continentes, ilhas e mares, desde a linha do equador até próximos dos círculos polares, aumentando gradativamente o número de espécies nas regiões tropicais. Habitam os mais diversos tipos de ambientes, das selvas equatoriais aos desertos, não sendo encontrada nos pólos, regiões montanhosas muito altas e frias e algumas ilhas. Na América do Norte não ultrapassam o sul do Canadá. Não ocorrem ao sul da Patagônia e nos Andes. Na Europa, mais precisamente na Escandinávia, uma espécie de víbora, se aproxima um pouco do Circulo Ártico. A dispersão vertical se estende desde o nível do mar até locais próximos ao limite inferior do gelo perpétuo nas altas montanhas, chegando no limite máximo de aproximadamente 3.000 metros.No Brasil temos aproximadamente 250 espécies, ou seja, cerca de 10% das espécies conhecidas. Estão distribuídas por todo território, tanto na parte continental com em algumas ilhas. No município de Arcoverde-PE existem 13 espécies. Podem ser encontradas nos mais diversos tipos de ambientes, tanto naturais como aqueles modificados pelo homem. Estas espécies estão agrupadas em nove famílias, sendo que apenas duas são peçonhentas:

*Características- Hábitos: Terrícolas, quando são serpentes terrestres.

Arborícolas, quando são serpentes que habitam as árvores. Aquáticas, quando são serpentes aquáticas. Subterrâneas, quando são serpentes que vivem em baixo da terra.

SENTIDOS

- VisãoA visão nas serpentes não é um órgão de orientaçãode muita precisão. As imagens são interpretadas comalguma distorção. Podemos dizer que, salvo raríssimasexceções, as serpentes são míopes.

- AudiçãoAs serpentes não são dotadas de uma audição muitosensível. Elas não possuem ouvido externo, médio e nemtímpano. São praticamente surdas. Apesar disto, elaspodem perceber vibrações sonoras propagadas pelosolo, que são detectadas por um ossículo em seu crânio,a columella auris.

- OlfatoO olfato é o principal sentido responsável pelaorientação das serpentes. A percepção olfativa érealizada pela língua bífida. As serpentes captam aspartículas de odor dispersas no ar com a língua e

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depois a retraem, levando-a ao céu da boca paraque o Órgão de Jacobson possa enviar a mensagemolfativa ao cérebro. As fossas nasais também fazemparte do aparelho olfativo.

- TatoO sentido do tato não é muito desenvolvido nasserpentes. Há um grande número de corpúsculossensoriais, táteis, térmicos, vibratórios, distribuídospor todo o corpo e situados na epiderme sob acobertura de escamas. Alguns destes corpúsculospodem estar relacionados com a corte pré-nupcial,sendo usados pelo macho para estimular a fêmeaantes da cópula.

- PaladarO paladar nas serpentes não é desenvolvido. Osentido é substituído pelo olfato. Elas ingerem suaspresas por inteiro, sem saboreá-las. A língua nãocumpre a função gustativa.a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a

ANATOMIA

InternaOs órgãos internos estão dispostos de modo a seadequarem ao formato cilíndrico e alongado docorpo das serpentes. Através da evolução, as serpentestiveram a disposição dos órgãos reorganizada emelhor adaptada a este formato. Apesar disto, osprocessos de deglutição, digestão do alimento erespiração são dificultados pela falta de espaço epodem levar o animal à morte por compressão deórgãos e artérias.Com o reduzido espaço, os órgãos pares sofreramum deslocamento evolutivo, onde os órgãos do ladoesquerdo ficaram menores e localizadosposteriormente aos do lado direito.

- Pulmões: a grande maioria das serpentes possuisomente o direito, localizado na parte anterior docorpo, para evitar problemas de respiração ecirculação quando a serpente se alimenta.

- Glote: a abertura dos pulmões também teve suaposição modificada. Nos mamíferos, a glote fica nofundo da garganta e nas serpentes localiza-se maisà frente, na base da língua, facilitando a respiraçãoenquanto se alimentam.

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- Estômago: a posição do estômago também é estratégica para que, quando cheio de alimento e gases(devidos à digestão), não comprima os outros órgãos.Externa

De modo geral, a anatomia externa das serpentesapresenta em comum:- Escamas Córneas- Pálpebras Fixas- Elasticidade Bucal- Troca Periódica de Pele (Ecdise)- Ausência de Ouvido Externo- Caudas Diferenciadas- Ausência de Membros Locomotores

METABOLISMO

As serpentes são animais pecilotérmicos, isto é, suatemperatura corporal depende da temperatura domeio ambiente (além dos répteis, são tambémpecilotérmicos os peixes e anfíbios). Elas compensamesta condição procurando uma fonte de calor, comoo sol; movimentando-se e promovendo a queima degordura proveniente das reservas nutricionais.Estas atividades envolvem consumo de energia eeste gasto precisa ser limitado. A evolução naturalalterou os sistemas de alimentação e reprodução,resultando numa adaptação para resolver oproblema energético.

- Alimentação: As serpentes podem passar meses sem sealimentar e a freqüência de alimentação estáassociada à digestão que pode durar até quinze diasou mais. É mais prático e econômico comer grandesquantidades em um só dia do que sair todos os diase comer pouco, pois o gasto de energia com aalimentação seria muito maior.

- Digestão: No processo digestivo o suco gástrico é muitoforte.São eliminados pelas fezes somente ospêlos, dentes, unhas, fragmentos de ossos, penase peças quitinizadas.

- Excreção: As serpentes perdem pouca água pela urina. Amanutenção de água é importante e a eliminação pelaurina poderia causar rápida desidratação. A urina dasserpentes é pastosa tendo pouquíssima quantidade deágua e grande concentração de ácido úrico.

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DESENVOLVIMENTO

Fêmea Machoa a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a

- NascimentoNas serpentes o desenvolvimento dos filhotes

ocorre de duas maneiras distintas: total ouparcialmente dentro do corpo da mãe,caracterizando uma situação de oviparidade ouviviparidade. No Brasil, que é um país tropical,a maioria das serpentes é ovípara : fazem apostura de seus ovos com casca resistente eflexível, em geral com a forma oval longo.Outras são vivíparas, parindo seus filhotes jáformados. Os recém-nascidos medem cerca de20cm e podem ser idênticos aos pais ouapresentar desenhos e cores diferentes dosadultos, o que lhes dão maior proteção.Crescendo através das trocas de pele vãolentamente adquirindo o padrão dos adultos.Apesar de algumas espécies se reproduziremdurante todo o ano, o nascimento dos filhotesgeralmente ocorre durante a segunda metade daépoca das chuvas.

- Dimorfismo sexualNas serpentes os sexos são separados, mas a

distinção entre macho e fêmea nem sempre ébem aparente. Na sua grande maioria, asfêmeas são maiores que os machos, condiçãoque está relacionada à capacidade deacomodar os filhotes em desenvolvimento ouovos. Geralmente os machos apresentam umafinamento discreto da cauda devido àpresença dos hemipênis alojados no interiorda base da cauda. Já as fêmeas apresentam umestrangulamento abrupto da cauda na alturada cloaca.

- FilhotesA sobrevivência dos recém-nascidos vai depender de

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muita sorte, pois não há uma assistência ou umacompanhamento por parte dos pais, como ocorre comoutros animais. Desta forma, podemos dizer que asserpentes são animais solitários. Cada filhote segue oseu próprio caminho e está à mercê dos muitospredadores, como gaviões, gambás, siriemas e até deoutras serpentes ofiófagas.Como mecanismo de defesa, os jovens de muitasespécies apresentam desenhos e cores diferentes dosadultos, que auxiliam na sua camuflagem em seuhábitat. É o caso da Periquitambóia que, quando jovem,apresenta uma tonalidade vermelha e, quando adulta, éverde. Outro exemplo é a Muçurana que, quando jovem,tem a cor vermelha e, quando adulta, é preta.A Muçurana (Clelia sp.) é um exemplo de serpente ofiófaga,ou seja, que se alimenta de outras serpentes, mesmopeçonhentas. Por auxiliar no controle biológico da populaçãode jararacas foi, por muito tempo, considerada a serpentesímbolo do Instituto Butantan, representando, devido à suaofiofagia, a luta do bem contra o mal.

- Crescimento e a troca de peleA camada externa das escamas das serpentes é

rígida devido à queratina. Como o aumento dasdimensões do corpo não é acompanhado por estapelícula, quando o animal cresce é necessário trocála.As serpentes têm uma pele bem elástica e recobertapor escamas córneas. A escamação cumpre umafunção protetora do corpo, que está constantementeexposto às agruras do ambiente. Tem também umaimportância extraordinária, pois é através do número,disposição e presença ou ausência de certas escamasque as serpentes são identificadas. Esta camadaexterna além de rígida é fina e transparente,formando uma rede chamada stratum corneum, queé trocada periodicamente. Esta muda de pele é umprocesso crítico relacionado com as glândulasendócrinas. A freqüência da muda varia segundo oestado fisiológico, alimentação, saúde e idade.Durante o processo de muda a serpente diminui suaatividade. O aspecto da pele se torna opaco devido apresença de um líquido leitoso entre a pele nova e avelha. Os olhos também ficam opacos em virtude domesmo líquido.No processo de muda ou ecdise a serpente sedespoja da velha pele, esfregando a ponta do focinhoe o resto do corpo em superfícies ásperas. A capaepidérmica vai se desenrolando ao contrário atédesprender-se totalmente. Esta capa é a cópia fielde toda a escamação do corpo inclusive com os

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desenhos de forma bem tênue.

- DimensõesAs serpentes são animais que nunca param de

crescer. Assim, elas precisam trocar a peleperiodicamente. Quanto mais velha é a serpente,menor é a taxa de crescimento e logicamente afreqüência de trocas de pele. O tamanho dasserpentes varia de acordo com a família e espécie.Algumas são muito pequenas e mal chegam aos20 cm quando adultas, caso da Cobra-cega.Outras podem alcançar 10 metros de comprimentocomo a Sucuri .

- LongevidadeNão existem meios para se saber que idade uma

serpente pode alcançar em ambiente natural.Existem registros no quais a idade varia entre 5 e30 anos de acordo com a espécie. A Sucuri porexemplo pode viver uns 35 anos. Serpentes emcativeiro podem viver bem mais do que asencontradas no habitat natural devido aos cuidadosque recebem e as condições sempre favoráveisde alimentação. A literatura científica tem registrode uma Naja que chegou a viver 29 anos.

LOCOMOÇÃOAs serpentes têm a capacidade de deslizar, nadar,

submergir na água ou na areia e escalar planosinclinados quase verticais desde que sejamásperos. A reptação é possível mediante três tiposde movimentos básicos, e um quarto misto. Suaprogressão é facilitada pela flexibilidade da colunavertebral. Por isto as serpentes são os únicosvertebrados que podem retroceder sobre seupróprio corpo. As costelas e escamas ventrais,conectadas por músculos, estão sincronizados paraque se proceda a locomoção.Os movimentos que as serpentes realizam são:Movimento Ondulatório Horizontal ou Serpentino,Movimento Retilíneo, Movimento Sinuoso Lateralou "Sidewinding" e Locomoção Mista, conjugaçãodo Movimento Ondulatório Horizontal eMovimento Retilíneo.A velocidade máxima que uma serpente podedesenvolver é muito variável, em geral nãoultrapassa os 7 km por hora, sendo que emdeterminadas situações podem desenvolver maiorvelocidade em distâncias curtas.

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Dentição

Dentição

Áglifa (A = ausência; Glifós = canal).Presença de dentes maciços, nenhum ligadoa glândula de veneno.

Opistóglifa (Opistós = posterior). Além dosdentes maciços, há um par de dentessulcados, inoculadores de veneno, na regiãoposterior da boca. Raramente mordem comos dentes de trás, estas serpentes fazemparte das não peçonhentas. Mas, há casosde acidentes com inoculação de venenoatravés dos dentes posteriores.

Proteróglifa (Protero = anterior). Presençade um par de dentes pequenos, bemsulcados e fixos na região anterior da boca.

Solenóglifa (Soleno = móvel). Presença, naregião anterior da boca, de um par degrandes (51A) dentes móveis, semelhantesa agulha de injeção, que são projetadospara frente no momento do bote,inoculando veneno.

IDENTIFICAÇÃOA diferenciação correta entre serpentes

peçonhentas e não peçonhentas é o primeiro passopara começar a entender esses animais, preveniracidentes e providenciar os primeiros socorros emcaso de acidente. Características morfológicasnão devem ser usadas isoladamente na

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identificação das serpentes , como normalmentese divulga. Tudo deve ser analisado em conjunto :forma da cabeça triangular, comprimento e tipode cauda, tipo de escamas, padrão de colorido ede desenhos e até mesmoas marcas deixadas pelas mordidas.No Brasil, as serpentes causadoras de acidentescom potencial para desenvolver quadro clínicograve, as peçonhentas, estão divididas em quatrogrupos: Botrópico (Jararacas), Laquético(Surucucus), Crotálico (Cascavéis) e Elapídico(Corais).A função venenosa é uma associação entre asglândulas produtoras de veneno e os dentesinoculadores; neste sentido as serpentes, de um modogeral, estão agrupadas de acordo com a dentição.A identificação prática entre peçonhentas e nãopeçonhentas é feita pela presença da fosseta lorealassociada ao tipo de dentição. A única exceçãosão as Corais.Podemos dizer de maneira geral que todaserpente que tiver fosseta loreal ou coloridovermelho, preto, branco (ou amarelado) sob aforma de anéis no corpo, com presas situadas naparte anterior da boca são peçonhentas, comexceção das falsas corais que, apesar do coloridovermelho no corpo, não são peçonhentas.Tentar diferenciar uma serpente peçonhenta de uma não peçonhenta pela cauda curta e grossa éerrado, visto que este aspecto apenas diferencia osexo da serpente, bem como tipos de cauda variamconforme a espécie, não sendo isoladamente umcritério de identificação.

Tipos de Cauda

1.“Cauda com escamas eriçadas de umasurucucu.”2.“Cauda lisa típica de uma jararaca.”3.“Cauda de uma cascavel com o guizo.”

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VENENO

Veneno é toda substânciacapaz de causar dano ou matar umorganismo. Também échamado de toxina. Osvenenos animaiscompreendemuma misturacomplexa dediversas substânciasorgânicas e inorgânicas. Não se sabe ao certo aorigem dos venenos, mas acredita-se que as primeirassubstâncias ativas foram provavelmente enzimasproteolíticas (substâncias capazes de decomportecido vivo) que auxiliavam na digestão, fazendo comque a alimentação fosse um processo mais fácil eseguro.

ExtraçãoO veneno é produzido por duas glândulas especiais

localizadas na cabeça das serpentes, atrás e abaixodos olhos. São na verdade nada mais que glândulassalivares modificadas, que produzem toxina , comouma espécie de saliva modificada. Estas glândulasestão conectadas a dentes especias (presasinoculadoras) através de pequenos canais ou ductos.Quando ocorre o bote, o veneno é eliminado pelacontração da musculatura que envolve as glândulas.A toxina armazenada nas glândulas tem reserva paravários botes seguidos. Quando se extrai a toxina,esvaziando as glândulas totalmente, elas voltarão aestar cheias num período máximo de duas semanas.Para se obter o veneno, extração, as serpentes sãointroduzidas em um recipiente contendo gás do tipodióxido de carbono (CO2), para que as mesmas fiquem anestesiadas, diminuindo a agitação doanimal e oferecendo mais segurança ao técnicomanipulador. Neste processo de narcose, queacontece em pouco tempo, comprime-semanualmente as duas glândulas na parte detrás dacabeça, aplicando-se uma pressão moderada. Aserpente, já com a boca aberta, tem suas presasapoiadas em um recipiente de vidro envolto em gelopara onde fluirá o veneno.As serpentes passam por esse processo de extraçãomensalmente, por lotes da mesma espécie. Após a

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coleta, o veneno é centrifugado, embalado,congelado e estocado para o uso em pesquisas etambém na imunização de cavalos. Posteriormenteos cavalos serão submetidos a uma sangria, paraque com o sangue seja preparado o soro anti-ofídicoespecífico.O veneno produzido pelas serpentes é um complexoenzimático com finalidades principalmentedigestivas, além de seu efeito defensivo contrapredadores e outros animais que representem perigo.O soro específico para cada grupo de serpentespeçonhentas brasileiras foi pesquisado e produzidopelo Dr. Vital Brazil no começo do século XX, com autilização e processamento do próprio veneno daserpente e hoje é produzido em sua quase totalidadepelo Instituto Butantan, com excelência.

- RemédiosA partir do veneno das serpentes é possível preparar

uma série de medicamentos com várias finalidadesterapêuticas. Cada vez mais pesquisas são realizadaspara um melhor aproveitamento do veneno. Temoso exemplo da fabricação de anticoagulantes ehipotensores, já existentes no mercado. Estão emdesenvolvimento, entre outras pesquisas, a investigação de uma cola biológica cicatrizante,analgésicos e o uso no tratamento de alguns tiposde câncer. Convém lembrar que para se obterestes medicamentos, usa-se frações separadas doveneno total.A produção de medicamentos somente é obtida apartir de pesquisas científicas e tecnológicas em queé possível evitar efeitos colaterais e com controle dequalidade. Portanto, o uso de remédios caseirosobtidos a partir do veneno de animais e a consulta acharlatães são extremamente perigosos.

- DigestãoO veneno é produzido pelas serpentes como um

complexo enzimático com finalidades principalmentedigestivas, além de seu efeito defensivo contrapredadores e outros animais que representam perigopara elas.

- AçãoNas serpentes peçonhentas a capacidade de veneno

está associada às ações tóxicas que neutralizam ematam a presa durante a captura. Portanto, o venenodas serpentes peçonhentas é muito mais potente eperigoso para o homem do que o das serpentes não

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peçonhentas. O mecanismo utilizado pelas serpentespeçonhentas para injetar veneno são os dentes e aação muscular sobre as glândulas.

Aranhas e Escorpiões

São conhecidos atualmente cerca de 85.000 espécies de aracnídeos no mundo, distribuídas em 100 famílias aproximadamente. Representantes da Classe Arachnida são encontrados nos cinco continentes. Entre as 38.000 espécies de aranhas conhecidas no mundo, apenas 20 a 30 são consideradas importantes clinicamente. Os escorpiões estão representados por 1.500 espécies no mundo, com 25 espécies de interesse médico.

No Brasil os aracnídeos estão representados em aproximadamente 500 famílias com cerca de 10.00 espécies descritas. As aranhas e escorpiões, estão distribuídos em todos os ecossistemas brasileiros, estando melhor representados na floresta Amazônica e floresta Atlântica.

AranhasExistem cerca de 4.000 espécies conhecidas no Brasil, e distribuídas em 106 famílias

de aranhas.

HABITATOs aracnídeos vivem em ambientes definidos pelas

limitações de fatores abióticos (condições físicas:temperatura, umidade, vento, intensidade de luz) efatores bióticos (condições bioecológicas) como,tipos de vegetação, suprimento alimentar,competição e inimigos naturais. São estritamenteterrestres, vivendo em todos os ecossistemas (comexceção da Antártida) e ambientes como, desertos,savanas, cerrado, florestas temperadas e tropicais,além de áreas urbanas e rurais.

ANATOMIA EXTERNAOs aracnídeos possuem o corpo dividido em

prossoma e opistossoma, sendo que nas aranhas estasregiões estão unidas pelo pedicélio (estrutura curtacom exoesqueleto flexível, permitindo amplamovimentação do opistossoma em relação aoprossoma). O corpo é recoberto por quitina(substância de consistência sólida e composiçãoproteica) que impede o crescimento do animal,necessitando trocar de pele periodicamente. Algunspossuem glândulas de veneno localizadasinternamente nas quelíceras, pedipalpos ou outraspartes do corpo do animal, utilizadas para defesa ouimobilização de suas presas.

Prossoma - região anterior do corpo. A cabeça e otórax estão fundidos formando o cefalotórax.

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Dorsalmente apresentam um conjunto de 2 a 8 olhosdispostos em uma elevação -cômoro ocular, encontradosem caranguejeiras e escorpiões ou em fileiras -fórmula ocular, nas aranhas verdadeiras.Estão presentes os seguintes segmentos:- um par de quelíceras- um par de pedipalpos- quatro pares de pernas locomotoras

Fiandeiras - Dispõem-se aospares e podem ser compostaspor 2, 4 ou 6, designadas comoanterior, média e posterior.Estas estruturas são utilizadasna construção de teias e bolsade ovos (ooteca) e na apreensãodas presas.

Quelíceras - situados na região frontal, é o primeiropar de apêndices do prossoma constituídos doissegmentos: um basal e uma extremidade diferenciadade acordo com as ordens. Nos escorpiões sãopequenas, constituídas por um segmento basal eextremidade em forma de pinça. Nas aranhas, cadaquelícera é composta por um segmento basal e umferrão inoculador de veneno. O movimento dasquelíceras distingue os dois amplos grupos dearanhas: Mygalomorphae e Araneomorphae

Pedipalpos - situados na região anterior doprossoma, é o segundo par de apêndices, auxiliam naapreensão de suas presas e durante o acasalamento.Os escorpiões possuem cinco segmentos nospedipalpos, sendo o último artículo (mão) modificadoem pinças com um dedo fixo e outro móvel. Nasaranhas são compostos por seis segmentos e osmachos apresentam a extremidade dos pedipalpos oupalpos modificados com função copulatória.

Opistossoma – (abdômen) - região posterior docorpo, cujo formato varia entre as espécies dos gruposdos aracnídeos. Está relacionadao com a digestão,absorção, respiração, excreção e reprodução. Na regiãoposterior e ventral do abdômen das aranhas estãosituadas as fiandeiras. Nos escorpiões subdivide-se emduas regiões: mesossoma e metassoma.

Mesossoma (pré-abdômen): formado porsete segmentos. Ventralmente, nos quatroprimeiros segmentos, estão situados oesterno, a abertura genital e os pentes,

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características usadas para a identificação defamílias e espécies e os órgãos respiratórios.

Metassoma (pós-abdômen oucauda): formado por cinco segmentos.Em sua extremidade há um artículoterminado em ferrão, chamado télson ouvesícula, onde estão localizadas asglândulas de veneno.

AlimentaçãoOs aracnídeos são carnívoros, alimentando-se deanimais vivos como: insetos, aranhas e pequenosvertebrados como: répteis (lagartos e serpentes),anfíbios (pererecas, rãs e sapos), peixes, aves emamíferos (roedores). Algumas espécies podemprovocar canibalismo. Os aracnídeos capturam suaspresas com os pedipalpos e as imobilizam inoculandoveneno através dos ferrões. Enzimas digestivas sãoregurgitadas sobre o alimento que será digerido esugado, completando-se a digestão internamente.

Substrato - é o tipo dematerial utilizado como refúgioou defesa.

Estrato - altura da superfíciedo solo utilizado como refúgioou forrageamento.

Estratégia - mecanismosutilizados para garantir asobrevivência da espécie.

HábitosOs aracnídeos utilizam diferentes substratos,estratos e estratégias para sua sobrevivência. Habitamsob rochas, cascas de árvores e troncos emdecomposição enterrados no solo, entre o folhiço,na copa de árvores e arbustos, dentro de bromélias eoutras plantas onde possam se refugiar e em cavernas.Podem viver no solo ou ocupar estratos em váriasalturas, baseada nas condições climáticas eabundância de alimento. Sua atividade pode serdiurna, crepuscular ou noturna. Algumas espéciespodem ter hábitos sociais ou solitários. Um grandenúmero de espécies de aranhas da infra-ordemAraneomorphae são tecedeiras, vivendo desdeestratos de 0,5 metro até estratos arbóreos. Cadagrupo ou espécie utilizará estratégias diferentes

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durante suas atividades. Podem ser: fossoriais,errantes, arborícolas, ou aquáticas.

Sociais - algumas espéciesvivem em hierarquia entremachos, jovens e fêmeas.Aranhas sociais constroem teiasenormes, onde os integrantescompartilham de todas asatividades, inclusive a divisão doalimento respeitando ahierarquia do grupo.

Tecedeiras - constroem teias com fios de seda dediferentes espessura e composição. Estas teias podemou não ser elaboradas. As dimensões, formato erefúgios são distintos entre as espécies.

Fossoriais - constroem galerias subterrâneas,forrando ou não seu interior com fios de seda. Vivemà espera de presas que passam pela abertura da toca.Em algumas espécies o acasalamento ocorre dentrodas galerias.

Errantes - termo atribuído, principalmente, à aranhase escorpiões. São animais que não possuem sede fixa,não constroem teias e vivem solitários. Suas atividadesgeralmente são noturnas, forrageando os estratos.

Arborícolas - constroem refúgio grudando as folhasou galhos com fios de seda ou produzem uma bolsade seda. Caçam as presas que se aproximarem doseu refúgio.

Aquáticas - adaptada a viver submersa na água,possuem pêlos hidrófobos ao redor do abdômen. Aúnica espécie no mundo, a Argironeta aquática, ocorreno Paleártico. Com a imersão da aranha na água,formam-se bolhas de ar nos pêlos hidrófobos, quesão transferidos para o interior da toca construídana margem ou barranco dentro d'água.

ReproduçãoOs aracnídeos possuem sexo separado e afecundação pode ser interna ou externa. Podemser ovíparos, vivíparos ou partenogenéticos. Osmachos de aranhas possuem aparelhocopulatório modificado nos pedipalpos. Osespermatozóides são produzidos por um par detestículos localizados no abdômen e os

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transferem para o aparelho copulador,utilizando a teia espermática. Após a cópula afêmea guarda o esperma nos reservatórios(espermatecas) e fecunda os óvulos a cadaoviposição. Nos escorpiões, o materialespermático é armazenado em ovidutos, ondeos óvulos serão fecundados à cada gestação.

Ovíparos - desenvolvem-se indiretamente atravésde estágios larvais até a eclosão dos ovos.

Vivíparos - produzem filhotes vivos que se desenvolvemde ovos contidos no interior do corpo da mãe.

Partenogênese - Fenômeno pelo qual os óvulostransformam-se diretamente em embriões que dãoorigem a novas fêmeas.

Teia espermática - os machos quando atingem amaturidade tecem uma teia em posição inclinadapresa ao substrato, depositando nela o esperma,através de uma abertura genital situada na regiãoventral do abdômen. O esperma é então transferidopara os reservatórios dos órgãos copuladores, atravésde repetitivos movimentos, bombeando o espermacontido na teia.

Cópula - A cópula ocorre de acordo com os hábitosde cada espécie. Pode levar minutos, horas ou dias.As aranhas necessitam de contato direto e afecundação é interna. Os machos se aproximam dasfêmeas, tocando-as com seus pedipalpos. Após umritual de acasalamento, o macho introduz o órgãocopulatório no epígino da fêmea. Nos escorpiões nãoocorre a cópula propriamente dita. O macho deposita,através da abertura genital, um espermatóforofixando-o num substrato em posição vertical. Então,conduz a fêmea a posicionar a abertura genital sobreo espermatóforo, originando uma pressão que ejetao esperma, fertilizando-a internamente.

Ovoposição - A fêmea depois de fecundada, teceuma bolsa onde serão depositados os ovos (ooteca).Fêmeas de algumas espécies de aranhas, pregam suasootecas nas teias ou carregam-na presas àsquelíceras ou ainda aderidas às fiandeiras.

Espermatóforo - Estruturatubular quitinizada, com 0,6 a 0,7centímetros de comprimento,

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contendo em sua extremidadeo esperma.

DESENVOLVIMENTOFilhotesNos escorpiões, os filhotes nascem através de parto.À medida que vão nascendo a mãe os recolhe com oauxílio dos pedipalpos e os ajudam subir em suascostas, onde permanecem até a primeira troca depele. Muitas espécies de aranhas cuidam de suasootecas até o nascimento de seus filhotes. Algumasaranhas como, a aranha de grama, têm o mesmocomportamento dos escorpiões. Os filhotes dedeterminadas espécies dispersam-se poraeronatismo, liberando um fio de seda e soltando-seao vento.

Dimorfismo sexualÉ caracterizado por pequenas diferenças na anatomiaexterna dos indivíduos, além do tamanho e coloração.Nas aranhas as fêmeas são maiores do que os machos.As fêmeas apresentam epígino (abertura genital)localizado no abdômen e os machos, órgão copuladornos pedipalpos. Os machos de algumas espécies deescorpiões presentam a mão dos pedipalpos maisvolumosa com um pequeno orifício entre os dedos,utilizados para segurar os dedos das fêmeas duranteo ritual de acasalamento.

Crescimento – troca de peleO corpo dos artrópodos érevestido por quitina, que compõeo exoesqueleto. O crescimento doanimal se deve ao desprendimentodo exoesqueleto periodicamenteaté atingir a maturidade. Uma novapele é formada sob o exoesqueletoe a endocutícula (camada internado exoesqueleto) é digerida eabsorvida. A pressão circulatóriaaumenta, rompendo o exoesqueletoa partir da região frontal doprossoma.Movimentos de contração doanimal e o líquido existente entreas cutículas, fazem a pele velhadeslizar sobre a nova até a sua totaleliminação. O animal estica a novacutícula enrugada e úmida, sendo

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este o período de seu crescimento.Neste momento a coloração estáalterada, bem mais clara que a correal do animal. Seu corpo adquireaparência gelatinosa, estandovulnerável ao ataque de predadores.Após algum tempo, o exoesqueletoenrijece retomando a cor natural.As fêmeas de caranguejeirascontinuam a trocar de pele umaou duas vezes por ano mesmoquando adultas.

SENTIDOSOs órgãos dos sentidos podem ser: receptoresvisuais (olhos), mecanoreceptores e quimioreceptores

VisãoOlhos: os aracnídeos recentes possuem olhos maisdesenvolvidos. São ocelos simples semelhantes àcâmara fotográfica. Os olhos podem estar dispostosem cômoro ocular ou em fileiras -fórmula ocular.

MecanoreceptoresSão formados por pêlos sensoriais pêlos táteis,espinhos erécteis e tricobótrias e fendas sensoriais.Os aracnídeos percebem sensações táteis e vibraçõesem superfícies diferentes (água, ar e terra).Pêlos sensoriais: as aranhas possuem pêlos derevestimento por todo corpo, os quais não possuemterminações nervosas. Estes pêlos podem serhidrófobos, pêlos abdominais especiais para auxiliaros filhotes a prenderem-se na mãe logo após onascimento, pêlos urticantes utilizados como defesaescópulas e tufos sub-ungueais, localizados naextremidade dos tarsos, permitindo subir emsuperfícies lisas.

Pêlos táteis: Presentes no corpo inteiro, são hastesque saem da exocutícula e formam "sockets" deformas diferentes.

Espinhos erécteis: hastes mais espessas daexocutícula, presentes nas pernas, com trêsterminações nervosas. Ficam paralelos à superfíciedo corpo. O animal é estimulado pela ereção doespinho, através do mecanismo hidrostático da hemolinfa (sangue). São importantes para a defesa ecaptura de presas.

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Tricobótrias: localizados no tegumento de váriosartrópodes, com origem e distribuição diferente emcada espécie. São receptores de fracas correntes dear e de determinações sonoras em diferentesfrequências (Tityus serrulatus).

Fendas sensoriais: órgãos abertos em fendas ousensores em ligadas às terminações nervosas. Sãoresponsáveis pelas transmissões mecânicas geradaspelas vibrações dos substratos, pela gravidade e pelosmovimentos do próprio animal. O conjunto de fendasforma os órgãos liriformes.

QuimioreceptoresSão constituídos por pêlos olfativos e órgãostarsais, ligados a terminações nervosas. Sãoresponsáveis pela percepção de odores e paladar,através de atividades relacionadas as cortes, detecçãode inimigos e presas.

Pêlos olfativos: Haste de exocutícula com cavidadeinterna que recebe terminações nervosas, parapercepção dos odores.

Órgãos tarsais: são sensores de umidade e deferormônio sexual, localizados na face dorsal de todosos tarsos.

EscorpiõesSão conhecidas aproximadamente 80 espécies de escorpiões distribuídas em 4

famílias. No Brasil, as espécies perigosas pertencem ao gênero Tityus e T. stygmurus.E no município de Arcoverde-PE existem 3 espécies do mesmo gênero.

Os escorpiões são animais invertebrados. Apresentam o corpo dividido em tronco e cauda; quatro pares de patas, um par de ferrões (queliceras), um par de pedipalpos (em forma de pinça e que serve para capturar o alimento); um ferrão no final da cauda por onde sai o veneno. São também chamados de lacraus, picam com a cauda e variam de tamanho entre 6 a 8,5 cm de comprimento

No mundo todo existem aproximadamente 1.400 espécies de escorpiões até hoje descritas, sendo que no Brasil há cerca de 75 espécies amplamente distribuídas pelo país. Esses animais podem ser encontrados tanto em áreas urbanas quanto rurais.

Os escorpiões são carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos baratas e outros, desempenhando papel importante no equilíbrio ecológico.

Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos podres, dormentes de linha de trem, madeiras empilhadas, em entulhos, telhas ou tijolos e dentro das residências. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os escorpiões podem

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sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil.

Na área urbana estes animais aparecem em prédios comerciais e residenciais, armazéns, lojas, madeireiras, depósitos com empilhamento de caixas e outros. Eles aparecem, principalmente, através de instalações elétricas e esgotos. São sensíveis aos inseticidas, desde que aplicados diretamente sobre eles. As desinsetizações habituais não os eliminam, pois o produto fica no ambiente em que foi aplicado e os escorpiões costumam estar escondidos. O fato de respirarem o inseticida ou comer insetos envenenados não os mata. São resistentes inclusive à radiação.

Seu aparecimento ocorre principalmente devido a presença de baratas, portanto a eliminação destas em caixas de gordura e canos que conduzem ao esgoto é a principal prevenção ao aparecimento dos escorpiões.

Não possuem audição e sentem vibrações do ar e do solo. Enxergam pouco, apesar de terem dois olhos grandes e vários pequenos. Seus principais predadores são pássaros, lagartixas e alguns mamíferos insetívoros.

Soros

O soro antiescorpiônico é uma solução purificada de anticorpos específicos para uso no envenenamento por escorpiões do gênero Tityus. Não pode ser usado para acidentes com aranhas.

Nos casos benignos, onde a dor é suportável, a soroterapia é dispensada pelo médico após a aplicação de anestésicos locais e o desaparecimento da dor.

A soroterapia deve ser feita em:

-Crianças menores de 7 anos;

- Adultos idosos;

- Adultos em que a dor persiste após a aplicação de analgésicos locais.

Em acidentes com escorpiões pode ser usado, eventualmente, o soro antiaracnídico polivalente (que possui uma parte de anticorpos contra o veneno de escorpiões), mas este é, geralmente, menos usado por causar reações alérgicas e choque.

O soro deve ser aplicado o mais rápido possível, com a maior segurança e presteza. É inoculado por via endovenosa e só pode ser feito em hospitais, por médicos e enfermeiros autorizados pelo Ministério da Saúde.

O soro não é fornecido a pessoas para uso em animais ou mesmo para armazenamento em fazendas. Não é fornecido também para o uso em acompanhamentos em viagens.

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Problema

Pessoas são picadas por animais peçonhentos no município de Arcoverde-PE, e 0,02% da população de Arcoverde-PE morrem por falta de atendimento. Por não conhecer determinado assunto. Por tanto foi determinado pelo, 1º período de Biologia da faculdade AESA-CESA, sob orientação do mestre Ednaldo Bezerra de Souza, que esse projeto possa ser divulgado no município de Arcoverde-PE, para que a população tome conhecimento desse assunto.

Objetivos

- GeralQue a população de Arcoverde tome conhecimento sobre o determinado assunto

citado no projeto.

- EspecíficoPara conhecermos melhor e nos aprofundarmos nestas espécies.

Hipóteses

Foi feita uma visita no H.R.A. de Arcoverde-PE, para fazer um levantamento de quantas pessoas são picadas por animais peçonhentos no referido município, por ano 17% da população de Arcoverde são picados e uma faixa de 3% dos 17% morrem por falta de atendimento.

Por esse problema foi levantada a hipótese de que se a população de Arcoverde-PE tomasse conhecimento desse assunto a que se refere o projeto, fariam o procedimento correto ao ser picado por um animal peçonhento.

Cronograma

  Atividades / Períodos1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

1 Levantamento de literatura X

2 Montagem do Projeto X X X X X X

3 Coleta de dados X X X X

4 Tratamento dos dados X X X X X

5 Elaboração do Relatório Final X X X X

6 Revisão do texto X X X

7 Entrega do trabalho X

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Referencias Bibliográficas

Sites da internet: www.google.com.br www.cade.com.br

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Anexos

Espécies de serpentes do município de Arcoverde-PE

ELAPIDAE Micrurus corallinus (Coral verdadeira)Micrurus

Micrurus corallinus (Coral verdadeira)Comprimento Máx.: 1,00mPeçonhenta: SimVeneno: NeurotóxicoSoro: Anti-elapídicoAlimentação: Pequenos répteis, como sapos e pererecas.Reprodução: OvíparaDentilação: ProteróglifaHábito: Diurno

VIPERIDAE, Bothrops e Porthidium (Jararacas)Bothrops

Bothrops erythomelas (Jararaca da Seca)Comprimento Máx.: 0,60mPeçonhenta: SimVeneno: Necrosante Soro: Anti-botrópicoAlimentação: Pequenos répteis, como sapos, e alguns mamíferos, como os ratos e coelhos.Reprodução: Vivípara

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Dentilação: SolenóglifaHábito: Noturno

Porthidium

Bothrops neuwiedi (Jararaca Pintada)Comprimento Máx.: 0,80mPeçonhenta: SimVeneno: Necrosante, hemorrágico, coagulante.Soro: Anti-botrópicoAlimentação: Alguns mamíferos, como os ratos e coelhos.Reprodução: VivíparaDentilação: SolenóglifaHábito: Noturno

Crotalus

Crotalus durissus terrificus (Cascavel)Comprimento Máx.: 1,20mPeçonhenta: SimVeneno: Miotóxico, neurotóxico, coagulante.Soro: Anti-crotálico.Alimentação: Alguns mamíferos, como os ratos e coelhos.Reprodução: VivíparaDentilação: Solenóglifa

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Hábito: Noturno

Lachesis

Lachesis muta (Surucucu) Comprimento Máx.: 2,50mPeçonhenta: SimVeneno: Neurotóxico, coagulante.Soro: Anti-laquético.Alimentação: Alguns mamíferos, como os ratos e coelhos.Reprodução: OvíparaDentilação: SolenóglifaHábito: Noturno

ANOMALEPIDIDAE, LEPTOYPHLOPIDAE e TYPHLOPIDAE (Cobras Cegas)Anomalepididae

Liotyphlops beui (Cobra-cega)Comprimento Máx.: 0,20mPeçonhenta: NãoAlimentação: Insetos e larvas.Reprodução: OvíparaDentilação: ÁglifaHábito: Noturno

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Typhlopidae

Typhlops reticulatus (Cobra Cega)Comprimento Máx.: 0,50mPeçonhenta: NãoAlimentação: Insetos e larvas.Reprodução: OvíparaDentilação: ÁglifaHábito: Noturno

ANILIDAE (Coral Falsa)

Anilius scytale (Coral falsa) Comprimento Máx.: 1,10mPeçonhenta: NãoAlimentação: Pequenos répteis, como cobras de duas cabeças.Reprodução: OvíparaDentilação: Áglifa

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Hábito: Noturno

BOIDAE (Jibóia, sucuri)Boidae

Boa constrictor amarali (Jibóia)Comprimento Máx.: 2,50mPeçonhenta: NãoAlimentação: Répteis, peixes e aves.Reprodução: VivíparaDentilação: ÁglifaHábito: Noturno

Boidae

Boa constrictor constrictor (Jibóia)Comprimento Máx.: 4,00mPeçonhenta: NãoAlimentação: Répteis, peixes e aves.Reprodução: VivíparaDentilação: ÁglifaHábito: Noturno

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Boidae

Eunectes murinus (Sucuri ou Anaconda)Comprimento Máx.: 10,00mPeçonhenta: NãoAlimentação: Répteis, de grande porte, como jacarés, peixes, aves e mamíferos, como veado.Reprodução: VivíparaDentilação: ÁglifaHábito: Diurno

COLUBRIDAE (Cobra cipó, Coral Falsa)

Tropidodryas striaticeps (Cobra cipó / Falsa Jararaca)

Comprimento Máx.: 1,20mPeçonhenta: NãoAlimentação: Répteis, como lagartixas e sapos, e mamíferos, como ratos.Reprodução: OvíparaDentilação: OpistóglifaHábito: Diurno

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Colubridae

Oxyrhopus Guibei (Coral Falsa)

Comprimento Máx.: 0,80mPeçonhenta: NãoAlimentação: Répteis, como lagartixas e pequenas cobras.Reprodução: OvíparaDentilação: OpistóglifaHábito: Diurno

Espécies de aranhas existentes no município de Arcoverde-PE

Ctenidae

Phoneutra nigriventer (Aranha Armadeira)Comprimento Máx.: 15 a 18cmPeçonhenta: SimSoro: Antiaracnídico.Alimentação: Insetos e pequenos répteis.Reprodução: Ovípara

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Hábito: Noturno

Sicariidae

loxoceles (Aranha Marrom)Comprimento Máx.: 3cmPeçonhenta: SimSoro: Antiloxoscélico.Alimentação: Insetos e pequenos.Reprodução: OvíparaHábito: Noturno

Theridiidae

Latrodectus curacaviensis(Viúva Negra)Comprimento Máx.: 1 a 1,5cmAlimentação: Insetos e pequenos e larvas.Peçonhenta: SimReprodução: OvíparaHábito: Noturno e diurno.

Lycosidae

Lycosa erythrognatha (Aranha de jardim)Comprimento Máx.: 6 a 8cmAlimentação: Insetos e alguns répteis, como largatixas.Peçonhenta: NãoReprodução: Ovípara

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Hábito: Noturno e diurno

Theraphosidae

Caranguejeira (Caranguejeira)Comprimento Máx.: 25cmAlimentação: Insetos e pequenos, répteis e alguns mamíferos, como ratos.Peçonhenta: NãoReprodução: OvíparaHábito: Noturno

Nephila

Nephila clavipes (Aranha de Teia)Comprimento Máx.: 3 a 5cmAlimentação: Insetos.Peçonhenta: NãoReprodução: OvíparaHábito: Noturno e diurno.

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Espécies de Escorpiões encontrados no município de Arcoverde-PE

Buthidae

Tityus bahiensis (Escorpião marrom)Comprimento Máx.: 7cmAlimentação: Insetos.Peçonhenta: SimReprodução: VivíparaHábito: Noturno.

Buthidae

Tityus serrulatus (Escorpião amarelo)Comprimento Máx.: 7cmAlimentação: Insetos.Peçonhenta: SimReprodução: VivíparaHábito: Noturno.

Buthidae

Tityus stigmurus (Escorpião do Nordeste)Comprimento Máx.: 7cmAlimentação: Insetos.

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Peçonhenta: SimReprodução: VivíparaHábito: Noturno.

Índice

1 – Introdução_____________________________________________________________042 – Serpentes_____________________________________________________________042.1 – Características________________________________________________________043 – Sentidos______________________________________________________________043.1 – Visão_______________________________________________________________043.2 – Audição_____________________________________________________________043.3 – Olfato_______________________________________________________________043.4 – Tato_________________________________________________________________053.5 – Paladar_______________________________________________________________054 – Anatomia______________________________________________________________054.1 – Interna______________________________________________________________054.2 – Externa______________________________________________________________065 – Metabolismo___________________________________________________________065.1 – Alimentação__________________________________________________________065.2 – Digestão_____________________________________________________________065.3 – Excreção_____________________________________________________________066 – Desenvolvimento________________________________________________________066.1 – Nascimento___________________________________________________________076.2 – Dimorfismo Sexual_____________________________________________________076.3 – Filhotes______________________________________________________________076.4 – Crescimento e a Troca de Pele____________________________________________086.5 – Dimensões____________________________________________________________096.6 – Longevidade__________________________________________________________097 – Locomoção_____________________________________________________________098 – Dentição_______________________________________________________________108.1 – Áglifa_______________________________________________________________108.2 – Opistóglifa___________________________________________________________108.3 – Proteróglifa___________________________________________________________108.4 – Solenóglifa___________________________________________________________109 – Identificação___________________________________________________________1010 – Tipos de caudas________________________________________________________1111 – Veneno_______________________________________________________________1211.1 – Extração____________________________________________________________1211.2 – Remédios___________________________________________________________1211.3 – Digestão____________________________________________________________1311.4 – Ação_______________________________________________________________1312 – Aranhas e Escorpiões____________________________________________________1413 – Aranhas_____________________________________________________________1413.1 – Habitat_____________________________________________________________1413.2 – Anatomia Externa_____________________________________________________1413.3 – Prossoma____________________________________________________________14

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13.3 – Fiandeiras___________________________________________________________1513.4 – Quelíceras___________________________________________________________1513.5 – Peldipapos___________________________________________________________1513.6 – Opistossomos________________________________________________________1513.7 – Mesossoma__________________________________________________________1513.8 – Matassoma__________________________________________________________1613.9 – Pêlos Táteis__________________________________________________________2013.10 – Espinhas Erécteis____________________________________________________2013.11 – Tricobátiros_________________________________________________________2013.12 – Fendas Sensoriais____________________________________________________2113.13 – Quimioreceptores____________________________________________________2113.14 – Pelos olfativos_______________________________________________________2113.15 – Órgãos Tarsais_______________________________________________________2114 – Escorpiões____________________________________________________________2114.1 – Soros_______________________________________________________________2215 – Problema_____________________________________________________________2316.1 – Objetivos___________________________________________________________2316.2 – Geral_______________________________________________________________2316.3 – Específico___________________________________________________________2317 – Hipóteses_____________________________________________________________2318 – Cronograma___________________________________________________________2319 – Referencias Bibliográficas_______________________________________________2420 – Anexos______________________________________________________________2520.1 - Espécies de Serpentes existentes no Município de Arcoverde-PE________________2520.2 – Espécies de Aranhas existentes no Município de Arcoverde-PE_________________3120.3 – Espécie de Escorpiões existentes no Município de Arcoverde-PE________________33

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