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    GENSIO DE BEM NETO

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    INTRODUO

    O por que de montar uma apostila?

    O primeiro contato que tive sobre esse assunto, aconteceu quando ainda jovem, quandotrabalhei na Sintex do Brasil Ind e Com como auxiliar de herpetlogo, o amigo e professorDr Paulo Dal Farra Jr, o qual me fez entrar em contato com as serpentes brasileiras, e metransmitiu muito do conhecimento que tenho hoje, inclusive a tcnica de extrao depeonha destes animais. Tambm fez nascer em mim a admirao e o respeito por estessobreviventes de tantos milhares de anos.Com o decorrer dos anos, um grande nmero de literatura, mais a experincia de

    recentemente trabalhar com o Dr Stefan Tutzer, herpetlogo do Instituto Serpentes daColina, despertou em mim o desejo de realizar este trabalho, pois percebemos que quasetoda a literatura ou o que divulgado a respeito deste assunto, no feito para as pessoasem geral, mas sim para tcnicos ou especialistas no assunto. O intuito desta apostila transmitir s pessoas, um pouco da experincia e conhecimentos adquiridos, para quepossam aprender, entre outras coisas, identificar os animais peonhentos, e com issopoderem prestar os primeiros socorros necessrios s possveis vtimas. Tanto servindo spessoas, como tambm para proteger os animais peonhentos ou no- to importantes aomeio ambiente, no controle dos roedores, to nocivos s lavouras, e tambm as pestes quepor eles possam ser propagadas.Se este trabalho resultar na salvao de um indivduo, j ter alcanado o objetivo.

    GBN

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    Os meus agradecimentos

    Aos amigos que transmitiram um pouco do seu conhecimento. Aos amigos que me estimularam no projeto da obra. minha esposa e companheira Dra Antonia V. de Bem, que tantoestimulou, como auxiliou no trabalho de pesquisa na rea de medicina, na pesquisazootcnica e digitao deste trabalho. A ela vo os meus maiores agradecimentos.

    GBN

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    NDICE

    I- Definio de serpentes................................................................... 1II- Espcimes peonhentos encontrados no Brasil............................. 1III- Identificao dos animais peonhentos......................................... 4IV- Definio das serpentes por gnero e tipo de veneno................... 7V- Acidentes, complicaes, tratamento e prognstico..................... 10VI- Acidentes causados por serpentes no peonhentas..................... 14VII- Acidentes causados por serpentes peonhentas............................ 14VIII- Primeiros socorros (prontosocorrismo)........................................ 15IX- Soroterapia soros especficos e polivalentes............................. 16X- Profilaxia dos acidentes ofdicos................................................. 18XI- Da captura do animal ou sua morte............................................. 19XII- Do uso como alimento................................................................. 20XIII- Folclore........................................................................................ 21XIV- Uso cientfico............................................................................... 21XV- Bibliografia.................................................................................. 23

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    I- DEFINIO DE SERPENTESTanatofdio- rptil de sangue frio, desprovido de membros (rastejante), de plpebras e deaparelho auditivo externo. Enrodilha ou enrola-se para no perder calor, pois seumetabolismo no possui um sistema de controle trmico. Por ter a viso deficiente, asserpentes contam com outros rgos sensoriais para compensarem esta deficincia, uma

    delas a lngua bfida ou bifurcada que, com ela sondam o ambiente, captando partculassoltas no ar, levando-as a um orifcio situado no palato, chamado rgo de Jacobson,onde feita a leitura ou identificao dessas partculas.Existem mais de 2300 espcies espalhadas pelo mundo. No Brasil, popularmente chamadasde cobras.

    -Contradio quanto ao nome empregado

    H uma contradio na utilizao do nome cobra, pois cobra o nome prprio dado a umaespcie de serpente encontrada no norte do continente Africano e na sia, cujo nomecientfico Naja hannah, ou Cobra-Rei. a maior serpente venenosa de todo planeta,

    conhecida nossa dos filmes. Quando irritada, se ergue e infla um papo (capelo) com adilatao das costelas perto da glote, aprontando-se para o bote. No Brasil, temos como suarepresentante a serpente do gnero Micrurus, tambm conhecida como Cobra Coral, ouCoral Verdadeira.

    II- ESPCIMES PEONHENTOS ENCONTRADOS NO BRASIL1-Bothrops jararaca2-Crotalus cascavel

    3-Micrurus coral verdadeira4-Lachesis - surucucu

    1- BOTHROPS

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    Este gnero de serpente o mais conhecido e encontrado. Poderamos, numa definiogeral, dizer que este o gnero da jararaca e suas irms, ou seja, todas so jararacas, istoporque suas peonhas so de igual teor txico, com algumas poucas diferenas. Este gnerose subdivide em vrias espcies e algumas mais conhecidas sero descritas abaixo. certoque, entre uma e outra espcie existem diferenas, mas muito pouca no veneno.

    Sua maior ocorrncia vai desde o Rio Grande do Sul at o sul da Bahia, leste do MatoGrosso, e em todo o Nordeste. Ocorre em todo o territrio brasileiro e em boa parte daAmrica do Sul. Neste gnero, encontraremos 22 espcies.Habita os campos, bosques, e, sobretudo, campos cultivados, onde existem grande nmerode roedores, que constituem sua alimentao.Ex: urutu cruzeiro, cotiara, jararaca ilha, jararaca, jararacuu, caiaca, jararaca pintada,boca de sapo, etc, sendo todos Bothops seus nomes cientficos.Ex: B.alternatus, B.cotiara, B.insularis, B.jararaca, B.jararacuu, B.caiaca, B.moojeni.Possuem fosseta loreal.

    2- CROTALUS

    Crotalus durissus, ou cascavel. Nos fixaremos somente neste nome popular, pois assim o chamada na maioria das regies onde encontrada.Peonha do tipo neurotxico ataca o Sistema Nervoso Central-, e hemoltico destruiodas hemcias. A ao neurotxica do tipo nefrotxica atacando diretamente os rins,causado parada renal, e por conseqncia morte.

    Possui, no final da cauda, um dispositivo (guizo ou chocalho) que o faz vibrar, produzindoum som caracterstico. Este dispositivo o resqucio de trocas sucessivas depele, e, a cada troca, aumenta um elo do conjunto sonoro.Encontrada em toda a Amrica, procuram lugares quentes e ensolarados, e evitam florestasmidas e quentes. No Brasil, o gnero Crotalus dividido em 6 espcies.Seu alimento geralmente consiste de pequenos mamferos, e, algumas vezes, inclui tambmpssaros.Possuem fosseta loreal.

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    3- MICRURUS

    Conhecidas simplesmente como cobras corais, ou Corais Verdadeiras. Isto porque na meNatureza existem alguns outros animais que mimetizam as cores desses animais

    peonhentos, para sua proteo diante de predadores, chamadas de corais falsas.Encontra-se em todo o continente Americano, e alimenta-se de pequenas aves e mamferos.A peonha do tipo neurotxico, com os sintomas parecidos com os da cascavel, com adiferena de tambm atacar o aparelho respiratrio, causando a parada do diafragma ,levando morte por asfixia.Animal bonito e admirvel pelos seus anis coloridos, no explicados nem pelosespecialistas, pois um animal subterrneo e de hbitos noturnos. Possui olhos pequenos eredondos, ponta da cauda romba, animal pouco agressivo com movimentos lentos etranqilos, pouco ou nenhum movimento do pescoo por no possuir as vrtebras Atlas eAxis.No Brasil, gnero subdividido em 19 espcies.

    No possuem fosseta loreal.

    4- LACHESIS

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    Conhecidas como surucucu, surucucu pico de jaca, surucucu de fogo e surucutinga.Encontradas nas florestas tropicais escuras e midas, e podem, ocasionalmente, serencontradas em florestas secundrias. a segunda maior serpente venenosa do mundo (a primeira a naja ou cobra rei), masapesar de ser a segunda em tamanho, a de maior peso. Alimenta-se de pequenosmamferos e roedores, proporcionais a seu tamanho, tais como filhotes de paca,e de cotia,

    etc.Sua calda termina em uma vrtebra crnea em forma de espinho, e suas escamas finaisso arrepiadas, denunciando sua presena quando passa no meio dos arbustos ou quandoagita a calda, demonstrando sua agressividade para algum predador ou algum transeuntedistrado. Segundo o dito popular (folclore) nas regies onde habita, este animal tambmpica com a calda.Gnero subdividido em 3 espcies, sendo s uma delas encontrada no Brasil.Possuem fosseta loreal.

    III- IDENTIFICAO DOS ANIMAIS PEONHENTOSNas serpentes peonhentas mais encontradas, notamos alguns detalhes que se sobressaem.Levando-se em considerao o que foi dito at agora, algumas observaes sero feitas paramelhor e mais rpida identificao destes animais:

    -Quanto s corais: faz-se necessrio o exame bucal para diferenciar a coral falsa daverdadeira, isto , verificar se tem presas venenferas ou no, j que, at mesmo osespecialistas que trabalham com estes animais, tm dificuldade de diferenci-los.Lembrando que este exame no deve ser feito por leigo ou pessoa no adestrada com omanuseio do animal, nem mesmo com o animal morto, pois a peonha pode estar ativa, noter desnaturado, e causar acidente fatal. Este procedimento no deve ser utilizado em

    nenhuma circunstncia , com nenhum gnero de serpente, peonhento ou no.

    -Quanto cabea: com exceo feita s corais, cabea de desenho triangular edesproporcional em relao ao pescoo, encontraremos entre os olhos e as fossas nasais(nariz) dois orifcios chamados fossetas loreais ou lacrimais, com funo especfica desentir a mudana de temperatura ou a aproximao de um animal de sangue quente.Outra diferena est nos olhos, com pupilas ovais e verticais como as dos gatos.Obs- esta caracterstica notada em todas as serpentes de hbitos noturnos, sem quenecessariamente seja animal peonhento.

    -Quanto ao corpo:ainda com exceo feita s corais, as serpentes venenosas tm desenhos

    que se mimetizam com o habitat, tornando-as camufladas ao ambiente.Estes desenhosgeralmente tm forma geomtrica, mas como nem tudo regra, existem excees.

    Em linhas gerais, temos:-cabea triangular(desproporcional ao corpo)-fosseta loreal (menos no gnero Micrurus)-pupila vertical (menos no gnero Micrurus)-corpo camuflado(com desenhos)

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    -presena de guiso(somente no gnero Crotalus)-presena de anis coloridos(somente no gnero Micrurus)-escamas arrepiadas e ponta da cauda crnea(somente no gnero Lachesis)

    1- Com fosseta loreal entre a fossas nasais e o olho:a)Com guiso na ponta da cauda Crotalusb)Sem guiso na ponta da cauda Bothrops e Lachesis

    2- Sem fosseta loreal entre a fossas nasais e o olho: a)Com anis coloridos com presas anteriores e fixas Micrurus (corais) b)Com presas posteriores e fixas Opistoglifas (ex: algumas falsas corais) c)Sem presas no peonhenta (ex: jibia)

    3- Tipos de dentio:

    Outra maneira de diferenciar as serpentes venenosas atravs da sua dentio.Existem 4 tipos de dentio nas serpentes:

    -AGLIFAS- (a= ausncia + glyph= sulco)- dente macio, sem canal central ousulco, e no possui presas. Tpico de serpentes no venenosas. So chamados animaisAGLIFODONTES.Ex- jaracuu do brejo, jibias, caninanas, sucuris, etc

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    OPISTOGLIFAS-(ophistos= atrs)

    Possuem um ou dois pares de dentes situados na parte posterior da maxila, afastados dosdemais dentes. Estes dentes possuem um sulco externo por onde escorre o veneno.Raramente acontecem acidentes com estes animais devido posio posterior das presas,pois tm que abrir muito a boca e segurar muito bem a vtima podendo ser consideradascomo serpentes no peonhentas. Animais rpidos e geis.Ex. falsas corais, muuranas e fildrias (cobra verde de jardim).

    -PROTEROGLIFAS-(protero= dianteiro)

    Animais com presas anteriores sulcadas e fixos ao maxilar, o que lhes permite inocular oveneno. Tambm causam poucos acidentes devido ao tamanho da boca, mas com acidentesletais.Ex. corais verdadeiras e naja.

    -SOLENOGLIFAS-(soleno=canal)

    Estes animais possuem presas anteriores dotadas de um canal central por onde passa oveneno, inseridos num maxilar mvel. Ex. jararacas, cascavis e surucucus.

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    IV- DEFINIO DAS SERPENTES POR GNERO E TIPO DE VENENO

    -DEFINIO DE VENENO E PEONHA

    -VENENO-substncia capaz de fazer mal a um ser, independente da via de ao ingerido, injetado, ou inalado podendo levar morte. Em muitos casos sua ao por viaoral, sendo estas substncias absorvidas pelo sistema digestivo.

    -PEONHA- protena altamente complexa que inoculada na corrente sanguneaatravs de dispositivos que o prprio animal tem para esta finalidade dentes ou ferres.Ou seja, as serpentes que possuem presas inoculadoras de veneno so chamadas

    PEONHENTAS, e as que no possuem estes dentes, so chamadas NOPEONHENTAS.Tal definio s possvel entender quando definidos os tipos de peonha e seu modo deao no organismo. A peonha nada mais que uma especializao da saliva da serpente,onde esta adquire o poder de destruio das protenas e de desencadear diversas reaes nosseres vivos para que se possa realizar a digesto. Ento, isto quer dizer que a peonha, paraa serpente, atua como suco digestivo.Encontraremos ento quatro tipos de ao especfica: 1-Proteoltica

    2-Coagulante 3-Neurotxica 4-Hemoltica

    1- AO PROTEOLTICA- caracteriza-se pela destruio das protenas doorganismo. Provoca, no local da mordida, intensa reao que se reconhece pela dor,edema firme (inchao duro), equimose (manchas), rubor (avermelhamento), bolhashemorrgicas (ou no), que pode se seguir de necrose que atinge pele, msculos etendes. As enzimas proteolticas podem, pela agresso s protenas, induzir aliberao de substncias vasoativas, tais como bradicinina e histamina, substnciasestas que, nos envenenamentos graves, podem levar ao choque.

    2- AO COAGULANTE- substncias que, atravs da mordida, penetram nacirculao sangunea, coagulam o fibrinognio (substncia que promove acoagulao do sangue), que se deposita em microcogulos principalmente nospulmes. Assim, o restante do sangue fica incoagulvel por falta do fibrinognio,sem que necessariamente haja hemorragia. Esta aparece quando as paredes dosvasos sanguneos menores so lesadas pela ao proteoltica.

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    3- AO NEUROTXICA- de difcil interpretao fisiopatolgica (efeitomalfico), sendo ainda objeto de investigao. Nos acidentes causados porCROTALUS, clinicamente provoca ptose palpebral (queda de plpebra) e diplopia(viso dupla) poucas horas aps o acidente. J nos indivduos mordidos por

    MICRURUS, alm dos sintomas descritos acima, superpe-se mialgia generalizada(dores nos msculos), mal estar geral, sialorria (salivao abundante), e dificuldadede deglutio. A insuficincia respiratria a causa de bito nos pacientes destegrupo.

    4- AO HEMOLTICA- a atividade hemoltica (destruio das clulasvermelhas do sangue) se expressa sob a forma de hemoglobinria (urinar sangue).Este quadro evolui, quando no convenientemente tratado, para insuficincia renalaguda, causa principal de bito nos pacientes. As alteraes urinrias devido hemlise no aparecem nas primeiras horas, surgindo entre 12 e 24 horas aps o

    acidente.

    AO FISIOPATOLGICA GNERO NOME POPULAR

    Proteoltica Bothrops jararaca,jararacuu,urutu Coagulante jararaca do rabo branco,etc

    Proteoltica Coagulante Lachesis surucucu Neurotxica

    Hemoltica Crotalus cascavel Neurotxica

    Neurotxica Micrurus coral verdadeira

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    Chave geral para o diagnstico clnico dos acidentes ofdicos:

    Sinais e sintomas precoces (imediatamente aps) inchao local, dor viva local, sangramento

    Proteoltico hemorrgico local Sinais e sintomas tardioBothrops bolhas, necrose (gangrena), abscessos

    Sinais e sintomas precoces Coagulante alterao no tempo de coagulao (TC) Sinais e sintomas tardio sangramento de gengivas, olhos e ouvidos

    Sinais e sintomas precoces

    Neurotxico fcies neurotxica:diplopia (viso dupla), ptose palpebral (queda de plpebra), anisocoria (dilataoCrotalus da pupila) e mialgias (dores musculares)

    Sinais e sintomas tardio Hemoltico urina vermelha, cor de gua de carne ou coca cola, oligria (diminuio e parada da urina), insuficin- cia renal aguda

    Sinais e sintomas precoces diplopia, ptose palpebral, anisocoria e mialgias

    Micrurus Neurotxico Sinais e sintomas tardio afeta o aparelho respiratrio e leva morte por asfixia

    asfixia Sinais e sintomas precoces

    Sinais e sintomas precoces: Proteoltico inchao local, dor viva local, sangramento hemor-

    rgico local Sinais e sintomas tardio:

    bolhas , necrose (gangrena), abscessos

    Sinais e sintomas precoces:Lachesis Neurotxico hipotenso, bradicardia (pulso fraco), diarria

    Sinais e sintomas precoces: alterao no tempo de coagulao

    Coagulante Sinais e sintomas tardio: sangramento de gengivas, olhos e ouvido

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    V- ACIDENTES, COMPLICAES, TRATAMENTO E PROGNSTICO

    1-ACIDENTE BOTHRPICOCorresponde a aproximadamente 90% dos acidentes por serpentes peonhentas.

    a)Agente - jararaca

    b)Patogenia e quadro clnico -veneno proteoltico e coagulante.

    CASOBENGNO CASO MDIO CASO GRAVE

    -edema local discreto -edema local evidente -edema local intensoou ausente -sangue incoagulvel sangue incoagulvel-tempo de coagulao (mais de 30 minutos) (maisde30 minutos)prolongado (at 15 -estado geral conservado -mal estado geral-

    minutos) (choque perifrico)

    . c)Tratamento especfico-soro antibotrpico ou frao antibotrpica do soro antiofdico(polivalente).

    CASO BENGNO CASO MDIO CASO GRAVE

    DOSE 100mg 150 a 200mg 400mg ou mais

    VIA 1/1 SC 1/3 SC e 1/3 SC e 2/3 EV 2/3 EV

    obs- SC subcutnea EV endovenosa

    -Tratamento complementar - hidratao - anti-histamnico - antibioticoterapia - analgsicos

    - posio da cabea mais baixa que os ps (diminuir o edema)d)PrognsticoMortalidade nos casos no tratados.......................................................8%

    nos casos tratados.............................................................0,7%

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    2- ACIDENTE CROTLICOCorresponde a aproximadamente 9% dos acidentes por serpentes peonhentas.

    a)Agente - cascavel

    b)Patogenia e quadro clnico -veneno neurotxico e hemoltico.

    CASO MODERADO CASO GRAVE

    -fcies neurotxica: -fcies neurotxica (ptose, diplopia, anisocoria) -dores musculares -estado geral conservado -urina cor de gua de carne -mal estado geral

    fcies neurotxica

    c)Tratamento especfico -soro anticrotlico ou frao anticrotlica do soro antiofdico.

    CASO MODERADO CASO GRAVE DOSE 150 a 200mg mais de 200mg

    VIA 1/3 SC 1/3 SC 2/3 EV 2/3 EV

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    -Tratamento complementar -hidratao (soro) -administrao de diurtico -vacina antitetnica -antiinflamatrios -antibioticoterapia

    -bicarbonato de sdio a 5% (50mg cada 6h)

    d)Prognstico

    Mortalidade nos casos no tratados................................................72% nos casos tratados......................................................12%

    3-ACIDENTE ELAPDICOCorresponde a aproximadamente 0,7% dos acidentes por serpentes peonhentas.

    a)Agente -coral

    b)Patogenia e quadro clnico -veneno neurotxico.

    CASO GRAVE

    -fcies neurotxica -distrbios respiratrios (asfixia)

    c)Tratamento especfico -soro antielapdico.

    CASO GRAVE

    DOSE 100 a150mg

    VIA 1/3 SC e 2/3 EV

    -Tratamento complementar - no tem - no caso deste tipo de acidente, internar

    imediatamente o paciente.

    d)Prognstico

    Mortalidade nos casos no tratados.............................................100% nos casos tratados...................................................15%

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    4-ACIDENTE LAQUTICOa)Agente -surucucu

    b)Patogenia e quadro clnico -veneno proteoltico, coagulante e neurotxico

    CASOBENGNO CASO MDIO CASO GRAVE

    -edema local discreto -edema local evidente -edema local intensoou ausente -sangue incoagulvel -sangue incoagulvel-tempo de coagulao (mais de 30 minutos) (maisde30minutos)prolongado (at 15 -estado geral conservado -mal estado geral-minutos) (choque perifrico) -estado geral conservado -sinais de excitao vagal

    (nervo vago)- bradicar- dia, hipotenso arterial

    e diarria

    TC-(tempo de coagulao)- Normal=at 10 minutosProlongado=de 10 a 20 minutosIncoagulvel=mais de 30 minutos

    c)Tratamento especfico -soro antilaqutico.Poucos casos estudados. A gravidade avaliada pelos sinais locais e intensidade dasmanifestaes vagais ( pulso fraco, presso baixa e diarria). A determinao do TC temsido usada como parmetro de eficcia da dose do soro. Se aps 12h do incio dotratamento o sangue ainda estiver incoagulvel, deve-se realizar soroterapia adicional paraneutralizar 100mg do veneno.

    CASO BENGNO CASO MDIO CASO GRAVE

    DOSE 100mg 150 a 300mg 400mg ou mais

    VIA 1/1 EV 1/1 EV 1/1 EV

    -Tratamento complementar - hidratao - anti-histamnico

    - antibioticoterapia - analgsicos - posio da cabea mais baixa que os ps (diminuir o edema)

    d)Prognstico -Mortalidade nos casos no tratados ..........................................100% nos casos tratados ......de difcil avaliao por serem poucos os casos estudados.

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    VI- ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES NO PEONHENTAS

    Da totalidade dos casos de acidentes com histria de mordida por serpente, 40% socausados por serpentes no peonhentas. O conhecimento deste fato importante, pois aexperincia tem demonstrado que a simples referncia a acidente ofdico tem sido,

    erroneamente, motivo para indicao de soroterapia, sem que os critrios de diagnsticosmais elementares tenham sido, preliminarmente, observados.Essa conduta, fruto do desconhecimento sobre o tema por parte das equipes de sade, almde incorreta, no totalmente incua para o paciente, podendo causar efeitos colaterais.

    a)Exame local da mordida: as serpentes no peonhentas geralmente deixam mltiplossinais de picada, com trajeto em arco.

    b)Avaliao clnica:consiste na procura das alteraes sinais e sintomas- que podem serencontradas nos acidentes ofdicos, decorrentes dos vrios tipos de venenos.Deve- se procurar:

    - Edema local -alterao devido ao proteoltica- Alterao do TC -devido ao coagulante- Fcies neurotxica -devido ao neurotxica

    A ausncia destas alteraes permite o diagnstico de acidente por serpente nopeonhenta, afastando a possibilidade de inoculao de um dos venenos conhecidos.Obs - Deve-se levar em conta possveis alteraes dos quadros clnicos devido a umeventual uso de garrote.Seqelas podem ocorrer algum tempo aps o acidente mesmo com animais nopeonhentos, pois existe uma grande contaminao do local ferido, devido flora bucaldestes animais ser extremamente contaminada, visto que seu alimento decomposto no

    estmago (putrefao).

    VII- ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES PEONHENTAS

    Da totalidade dos casos de acidentes causados por serpentes peonhentas, divide-se assim:-Gnero Bothrops...................................................90%-Gnero Crotalus....................................................9%-Gnero Micrurus...................................................menos de 1%-Gnero Lachesis....................................................menos de 1%

    -Incidncia quanto regio da mordida:

    -Membros inferiores e superiores...........................90% -Cabea, pescoo e ombros.....................................5%

    Estando no cho, a maior parte dos ofdios tem seu bote restrito a 1/3 do comprimento doseu corpo, pois at onde a sua musculatura lhe proporciona o arremesso da cabea,exceo feita s corais, pois estas no desenvolvem este tipo de bote.

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    Obs: Os casos de acidentes na regio da cabea, pescoo e ombro, com o indivduoestando na posio ereta (em p) comum com serpentes arbreas, ou seja, aquelas que sealimentam de aves e sobem em rvores para caar. Ex: Bothrops insularis, Bothropsbilineata (surucucu da patioba), etc.

    VIII- PRIMEIROS SOCORROS (PRONTOSOCORRISMO)

    Conjunto de aes com o objetivo de manter a vida e/ou minimizar sofrimentos e seqelas,prestadas s vtimas de acidentes, at que socorristas especializados tomem conta do caso.Os primeiros socorros em acidentes causados por serpentes venenosas consistem em:

    1-No amarre a perna ou brao, nem faa torniquetes. O garrote impede a circulaosangunea e pode produzir necrose ou gangrena. Muitas vezes o garrote agrava os efeitos da

    mordida. No cortar nem fazer suco no local da mordida.

    2-No administrar soro antiofdico sem acompanhamento mdico hospitalar. Socomuns reaes alrgicas ao soro (choque anafiltico), piores at que a mordida da cobra,pois necessitam de medicao urgente, e pode levar morte mais rpido.

    3-Lavar o local ferido com gua e sabo, fazer a higiene no local, acima e a baixodo mesmo. Se o local apresentar dois furinhos, certeza de que se trata de serpentepeonhenta.

    4-Se houver dor, administrar analgsico. Tambm manter o paciente hidratado comsoro glicosado ou mesmo soro caseiro.

    5-Mantenha o acidentado deitado, com o mnimo de movimentos possveis, pois osmovimentos facilitam a absoro do veneno. Manter o membro ferido em posio elevadapara que no aumente a circulao sangunea no local e espalhe mais rapidamente oveneno.

    6-Procure identificar a serpente (se possvel, matar e levar com o paciente). Se issono for possvel, procurar ver se tem chocalho no final da cauda (cascavel), ou se coloridaem preto, vermelho e branco (coral).

    7-Leve o acidentado para o posto de sade mais prximo, a fim de tomar o soroapropriado.

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    IX- SOROTERAPIA SOROS ESPECFICOS E POLIVALENTES

    Os soros antiveneno (soros heterlogos)so obtidos a partir de soro de eqdeos (cavalos)

    hiperimunizados com venenos especficos. Nos casos onde a soroterapia for indicada, ela o nico tratamento eficaz.

    a)Tipos de soro antiveneno

    O Instituto Butant (So Paulo), prepara para este fim os seguintes soros antivenenos,concentrados e purificados:

    1-Soro Antiofdico polivalente para o tratamento de acidentes causados pormordidas de serpentes dos gneros Bothrops e Crotalus (jararaca e cascavel).

    2-Soro Antibotrpico para tratamento de acidentes comprovados de mordidasde serpentes do gnero Bothrops (jararaca).

    3-Soro Anticrotlico- para tratamento de acidentes comprovados de mordidas deserpentes do gnero Crotalus (cascavel).

    4-Soro Antielapdico para tratamento de acidentes comprovadosde mordida deserpentes do gnero Micrurus (coral verdadeira).

    5-Soro Antilaqutico para tratamento de acidentes comprovadosde mordida de

    serpentes do gnero Lachesis (surucucu).

    6-Soro Antibotrpico-laqutico para o tratamento de acidentes causados pormordida de serpentes dos gneros Bothrops e Lachesis (jararaca e surucucu).

    b)Tcnicaparaconservaodos soros, validadeevencimento

    1-Conservao os soros nuncadevem ser conservados em congelador, e sim nageladeira, onde a temperatura est entre 2 e 8 graus positivos, assim mantm sua potncia

    neutralizadora por vrios anos.

    2-Validade o prazo de validade indicada no rtulo de trs anos, a contar daltima prova de potncia.

    3-Vencimento os soros com prazo de validade vencido no devem serdesprezados, podendo ser usados em situaes de emergncia, considerando porm, comotendo somente a metade da potnciaindicada na embalagem.

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    c)Prova desensibilidadeEsta prtica deve ser efetuada como rotina nos pacientes que sero submetidos soroterapia, e sempreantesda administrao de anti-histamnicos ou corticosterides, pois

    estes ltimos podem mascarar os resultados.

    1-Injetar 0,1ml por via intradrmica de soro na face anterior do antebrao.2-Leitura aps 15 minutos.

    REAO POSITIVA REAO NEGATIVA

    Desenvolvimento de ppula urticariforme Ausncia de ppula local. com prolongamentos, no ponto de inocu- Pode haver eritema, mas sem lao. relevo.

    d)Administrao de soroheterlogo

    Esta fase deve ser sempreprecedida da provaintradrmicade sensibilidade.

    -Com prova intradrmica negativa nos pacientes no sensveis, deve-seproceder a administrao da dose recomendada, nas vias preconizadas. A administrao

    prvia de anti-histamnicos (Fenergan), 1 ampola por via muscular, tem se mostradobenfico, pois, alm de diminuir as reaes adversas, seda o paciente.

    -Com prova intradrmica positiva neste grupo, a administrao do soro deverser efetuada com precaues especiais:

    1-Injetar um anti-histamnico 15 minutos antes da aplicao do soro.

    2-Injetar o soro fracionadamente, iniciando com 0,1 ml e aumentandogradativamente, em intervalos de 10 minutos, para 1 ml e 5 ml. Por fim, injetar a doserestante, utilizando semprea via subcutnea.

    3-Ter mo adrenalina 1/1000 e injetar 1 ml via intramuscular, caso sobrevenhamsintomas de choque anafiltico.

    conveniente ressaltar que, mesmo ante o risco indicado por uma prova de sensibilidadepositiva, no se deve hesitar na administrao do soro especfico.Evitar a via intravenosa nos casos de hipersensibilidade.

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    e)Reaes inerentes soroterapia

    1-Reao imediata Choque anafilticoO choque anafiltico muito raro, porm, deve ser considerado devido a sua gravidade. Asreaes do tipo anafilactide, (que podem ser definidas como choque sistmico ondeocorrem secundariamente introduo de substncias estranhas ao organismo, e uma

    reao antgeno/anticorpo no pode ser demonstrada), so observadas, sobretudo nosindivduos que anteriormente receberam o soro de cavalo, ou apresentem antecedentesalrgicos. Do ponto de vista clnico, pode-se observar exantema, reao urticariforme,espasmo brnquico, edema de glote (com conseqente asfixia), choque perifrico, e, se notratado imediatamente, leva morte.As drogas de escolha no tratamento dessas emergncias so: adrenalina aquosa 1/1000 ecorticosteride (hidrocortisona) por via venosa.

    2-Reao tardia Doena do soroA doena do soro outra reao que pode aparecer entre 6 a 10 dias aps a injeo do soro,e caracteriza-se pela febre, erupo urticariforme, dores articulares e musculares.

    relativamente rara, em virtude da purificao a que so submetidos os soros teraputicos.Esta reao deve ser tratada preventivamente com a administrao de anti-histamnicosdurante 10 dias aps a soroterapia, e corticosterides.

    X- PROFILAXIA DOS ACIDENTES OFDICOSPor uma srie de fatores relacionados ao comportamento das serpentes e do prpriohomem, a preveno dos acidentes ofdicos torna-se extremamente difcil. No entanto,algumas medidas bsicas de preveno podem ser adotadas:

    1-Deve-se evitar, na medida do possvel, andar descalo ou de chinelo, nos locaisem que haja ocorrncia de serpentes. O uso de determinados tipos de calados, como asperneiras e botas de cano alto, pode evitar entre 50 e 75% dos acidentes, j que, geralmente,so os ps e as pernas os locais mais atingidos.

    2-Deve-se ter ateno redobrada no prprio local de trabalho e onde haja matas,capinzais e pomares com muitas rvores, alm dos caminhos habitualmente percorridos.Nestas situaes, ao se passar de um local claro para outro mais escuro, aconselhvel queo indivduo espere alguns instantes, o que far com que sua viso se acostume mudanade claridade e possa perceber a presena de serpentes, ou de movimentos estanhos.

    3-Deve-se manter ateno especial ao subir em rvores ou at mesmo ao colherfrutos, pois existem serpentes que habitam as rvores, o que comprovado pelo registro de5% de acidentes ofdicos com mordida na cabea, rosto, ombros e braos.

    4-O ato de introduzir a mo em buracos na terra ou cupinzeiros, ou revirar montesde terra e lenha, pode representar grande perigo, j que estes locais so, muitas vezes,habitados por serpentes venenosas, e ou seu alimento.

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    5-Quando houver condies, a construo de caladas em torno das moradias eobstruo de grandes frestas, porventura existentes entre a porta e o cho (meio pelo qualmuitas serpentes penetram nas casas), podem evitar acidentes. Da mesma forma, importante manter sempre limpa a rea ao redor das moradias, assim como evitar oacmulo de madeiras, tijolos ou pedras junto habitao. Deve-se, igualmente, evitartrepadeiras que encostem na casa, ou folhagens que penetrem ou alcancem o telhado ou

    forro. Uma preveno simples e eficaz a criao de galinhas, gansos e outras aves, soltasno terreiro, j que estes animais afugentam as serpentes.

    6-Deve-se evitar os acampamentos prximos a plantaes, pastos ou matas. Nosmomentos de lazer, quando se estiver s margens de rios ou lagoas, necessrio ficaralerta. Estes locais, principalmente os barrancos de rios, so habitat usual de cobras eserpentes.

    7-As serpentes venenosas alimentam-se preferencialmente noite. Nesse perodo,portanto, devem ser evitadas as caminhadas nas proximidades de gramados e, at mesmo,jardins.

    8-As emas, seriemas, corujas e gavies, so inimigos naturais das serpentes.Preservar a vida destas aves e os locais onde elas habitam, representa grande proteo aohomem e ao equilbrio ecolgico.

    XI- DA CAPTURA DO ANIMAL OU SUA MORTENa maioria das vezes quando encontramos um animal, nem sempre temos ferramentas paracaptur-lo. Quando no se est prevenido para isto, ou em campanha, devemos nos lembrarque s nossas costas vem um companheiro, que pode se acidentar. Neste caso prudente

    optar pelo sacrifcio do animal.Se optarmos pela captura do animal, esta deve ser feita da maneira mais segura possvel,isto , usando instrumentos adequados a este fim. Estes instrumentos consistem de um lao(lao de Lutz), e de um gancho, de fcil manufatura, uso e transporte.

    Gancho

    Com este gancho, ergue-se o animal pelo meio do corpo que, como outro animal qualquer,tenta se equilibrar. Visto que estes animais tm seus rgos internos tambm alongados(fgado, pulmo) devido ao formato do seu corpo, evitam, na medida do possvel, asquedas, pois estas podem acarretar a ruptura destes rgos. Esta manobra torna a capturamais fcil, e ento se coloca o animal onde desejar caixa, saco, ou longe do caminho.

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    Lao de Lutz

    Com este, como o nome j diz, laa-se o animal logo atrs da cabea e o coloca numa

    caixa, ou no local desejado.Quando no houver escolha, elimina-se o animal com uma pancada forte logo atrs dacabea.Cuidado-um animal com a cabea cortada pode ainda causar acidente.

    XII- DO USO COMO ALIMENTOEm sobrevivncia, usa-se de todos os meios possveis para se manter vivo, sozinho ou emgrupo. O homem sobrevive uma semana sem alimento, trs dias sem gua. Achar gua primordial, e o alimento? o que acharmos. Se a primeira serpente aparecer, porque nocom-la? Um corte atrs da cabea, e outro antes do rabo, e teremos quase um peixe frito,assado ou cozido, nunca cru, pois numa temperatura superior a 50 e at 100 graus, nsdeterioraremos tanto o veneno, quanto alguma doena que, por ventura, o animal tenha.

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    XIII- FOLCLOREColocar animais na pingaColocar fumo ou querosene na picada

    Urutu quando no mata, aleija. E muito mais.So ditos populares que foram se espalhando com o tempo, e que nem sempre devemoslevar em conta.Ateno- nem sempre as serpentes peonhentas injetam todo o veneno e nem sempre asque do bote so venenosas. O fato de uma vtima sobreviver a um acidente, no significaque ela foi curada de cobraou imune ao veneno.No se esquecendo que a peonha um suco digestivo, ela pode morder e no injet-lo, como tambm pode morder e, por uminfeco qualquer, os condutos do dente por onde passam o veneno podem estar obstrudose o veneno no poder passar.

    XIV- USO CIENTFICOAntes do advento dos medicamentos (drogas) sintticos, o veneno dos Bothrops j erausado h dcadas, na produo de remdios (agentes coagulantes) para pacientes portadoresde hemofilia, na atualidade, desenvolveu-se uma cola cirrgica a partir do veneno desteanimal. J o veneno dos Crotalus, usado na confeco de drogas para o corao.

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    LEMBRE-SE, NA NATUREZA NO H VILES. NO MATE AS SERPENTESSIMPLESMENTE POR ESTAREM VIVAS. ELAS MANTM O EQUILBRIONATURAL COMENDO ROEDORES, QUE TRANSMITEM DOENAS E DOPREJUZOS NAS PLANTAES E PAIIS.

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    XV- BIBLIOGRAFIA

    1- Manual de diagnstico e tratamento de acidentes ofdicos ServioRegional de Sade (SP) s/ data

    2- Manual para atendimento dos acidentes humanos por animais peonhentos Secretaria de Estado da Sade Instituto Butant e Hospital Vital Brasil 1982

    3- Ofidismo no Brasil Marcelo Silva Jr 19564- Acleos que matam Wolfgang Bcherl 19795- O fantstico mundo das serpentes Luigi L M Albano apostila prpria s/

    data

    Agudos, 12 de julho de 2001