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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14); 43-54 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 43 CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TAXA SELIC: DETERMINANTE OU NÃO NA FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DE CRÉDITO PESSOAL? SELIC FEE: DETERMINING OR NOT IN THE TRAINING OF THE PERSONAL CREDIT INTEREST RATE? Giseli M Gonçalves Matheus Henrique Krasota de Oliveira Hélio Carneiro Ferreira RESUMO Este trabalho busca analisar a correlação da taxa Selic e a taxa de juros de crédito pessoal para verificar se a mesma é determinante ou não na redução e elevação dos juros bancários. Por meio de conceitos e embasamento teórico levantar-se-á a relevância e interação dos agentes econômicos envolvidos no assunto, levando em consideração os aspectos da política monetária. Portanto, o método de pesquisa a ser utilizado no presente artigo será o bibliográfico e documental, pois os dados foram extraídos de artigos, livros e web sites. Sendo assim, dados extraídos do Banco Central do Brasil serão abordados para análise do assunto do presente artigo usando o método de correlação de Pearson para avaliar a relação das variáveis dependentes e independentes corroborando dessa maneira os resultados estatisticamente. Por fim, após analisar as informações, conclui-se que o sistema financeiro possui muitos agentes e variáveis envolvidos, portanto, seria inconclusivo reduzir esta responsabilidade a um único fator, como apurado pelo coeficiente de determinação. Palavras-Chave: Taxa Selic; Taxa de Juros; Banco Central do Brasil. ABSTRACT This paper seeks to analyze the correlation of the Selic rate and the interest rate of personal credit to verify if it is determinant or not in the reduction and increase of bank interest. By means of concepts and theoretical basis the relevance and interaction of the economic agents involved in the subject will be raised, taking into account the aspects of the monetary policy. Therefore, the research method to be used in this article will be the bibliographical and documentary, since the data were extracted from articles, books and websites. Thus, data extracted from the Central Bank of Brazil will be approached to analyze the subject of the present article, using the Pearson correlation method to evaluate the relationship of the dependent and independent variables, thus corroborating the results statistically. Finally, after analyzing the information, it is concluded that the financial system has many agents and variables involved, therefore, it would be inconclusive to reduce this responsibility to a single factor, as determined by the coefficient of determination. Keywords: Selic Fee; Interest Rate;Brazilian Central Bank. EMAIL: [email protected] INTRODUÇÃO O Brasil, neste momento, vive um período marcado por inflação estável e taxa básica de juros relativamente baixa para os parâmetros do país. No entanto, a economia está estagnada e os níveis de emprego baixos. Nestes casos, observa-se que as decisões para estas adversidades derivam da política econômica. Do ponto de vista macroeconômico, pode ser dividido em dois instrumentos básicos: política monetária e fiscal. A estabilização da inflação e da taxa de juros é uma busca constante na política monetária, assim como equilíbrio de outras variáveis vinculadas à exemplo do índice de emprego, estabilização da moeda e recolhimento de compulsório. Com a adoção do sistema de metas de inflação, passou a se utilizar a taxa Selic para fazer este controle e se manter dentro da meta, taxa esta que é utilizada como referência para várias transações no mercado financeiro. Ocorrem operações bancárias todos os dias em nosso país na casa dos milhões, entre depósitos, saques e transferências e é normal que ao final do dia haja um desequilíbrio nas reservas destes bancos, alguns estarão com excedente, outros com déficit. Então no final do dia, os bancos com déficit terão de pedir empréstimo para os bancos com reservas em excesso, farão “empréstimos" de curtíssimo prazo com lastro em títulos públicos. Essas transações ao final do dia entre instituições financeiras dão origem a taxa Selic Efetiva, que deve ser próxima a taxa Selic Meta. Para que este objetivo seja atingido, o Banco Central (Bacen) faz operações diárias de mercado aberto, comprando e vendendo títulos do Tesouro. O presente estudo, portanto, busca analisar a correlação entre a taxa Selic e o crédito pessoal, se sua elevação ou redução, determina a alteração na taxa de juros de empréstimos pessoais para pessoas físicas. Serão trazidos fundamentos teóricos de algumas variáveis e explicação dos papéis de alguns agentes financeiros envolvidos no Como citar esse artigo: Gonçalves GM, Oliveira MHK, Ferreira HC. TAXA SELIC: DETERMINANTE OU NÃO NA FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DE CRÉDITO PESSOAL?. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 43-54

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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

TAXA SELIC: DETERMINANTE OU NÃO NA FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DE CRÉDITO PESSOAL? SELIC FEE: DETERMINING OR NOT IN THE TRAINING OF THE PERSONAL CREDIT INTEREST RATE?

Giseli M Gonçalves Matheus Henrique Krasota de Oliveira

Hélio Carneiro Ferreira

RESUMO Este trabalho busca analisar a correlação da taxa Selic e a taxa de juros de crédito pessoal para verificar se a mesma é determinante ou não na redução e elevação dos juros bancários. Por meio de conceitos e embasamento teórico levantar-se-á a relevância e interação dos agentes econômicos envolvidos no assunto, levando em consideração os aspectos da política monetária. Portanto, o método de pesquisa a ser utilizado no presente artigo será o bibliográfico e documental, pois os dados foram extraídos de artigos, livros e web sites. Sendo assim, dados extraídos do Banco Central do Brasil serão abordados para análise do assunto do presente artigo usando o método de correlação de Pearson para avaliar a relação das variáveis dependentes e independentes corroborando dessa maneira os resultados estatisticamente. Por fim, após analisar as informações, conclui-se que o sistema financeiro possui muitos agentes e variáveis envolvidos, portanto, seria inconclusivo reduzir esta responsabilidade a um único fator, como apurado pelo coeficiente de determinação. Palavras-Chave: Taxa Selic; Taxa de Juros; Banco Ce ntral do Brasil. ABSTRACT This paper seeks to analyze the correlation of the Selic rate and the interest rate of personal credit to verify if it is determinant or not in the reduction and increase of bank interest. By means of concepts and theoretical basis the relevance and interaction of the economic agents involved in the subject will be raised, taking into account the aspects of the monetary policy. Therefore, the research method to be used in this article will be the bibliographical and documentary, since the data were extracted from articles, books and websites. Thus, data extracted from the Central Bank of Brazil will be approached to analyze the subject of the present article, using the Pearson correlation method to evaluate the relationship of the dependent and independent variables, thus corroborating the results statistically. Finally, after analyzing the information, it is concluded that the financial system has many agents and variables involved, therefore, it would be inconclusive to reduce this responsibility to a single factor, as determined by the coefficient of determination. Keywords: Selic Fee; Interest Rate;Brazilian Centra l Bank.

EMAIL: [email protected] INTRODUÇÃO O Brasil, neste momento, vive um período marcado por inflação estável e taxa básica de juros relativamente baixa para os parâmetros do país. No entanto, a economia está estagnada e os níveis de emprego baixos. Nestes casos, observa-se que as decisões para estas adversidades derivam da política econômica. Do ponto de vista macroeconômico, pode ser dividido em dois instrumentos básicos: política monetária e fiscal. A estabilização da inflação e da taxa de juros é uma busca constante na política monetária, assim como equilíbrio de outras variáveis vinculadas à exemplo do índice de emprego, estabilização da moeda e recolhimento de compulsório. Com a adoção do sistema de metas de inflação, passou a se utilizar a taxa Selic para fazer este controle e se manter dentro da meta, taxa esta que é utilizada como referência para várias transações no mercado financeiro. Ocorrem

operações bancárias todos os dias em nosso país na casa dos milhões, entre depósitos, saques e transferências e é normal que ao final do dia haja um desequilíbrio nas reservas destes bancos, alguns estarão com excedente, outros com déficit. Então no final do dia, os bancos com déficit terão de pedir empréstimo para os bancos com reservas em excesso, farão “empréstimos" de curtíssimo prazo com lastro em títulos públicos. Essas transações ao final do dia entre instituições financeiras dão origem a taxa Selic Efetiva, que deve ser próxima a taxa Selic Meta. Para que este objetivo seja atingido, o Banco Central (Bacen) faz operações diárias de mercado aberto, comprando e vendendo títulos do Tesouro. O presente estudo, portanto, busca analisar a correlação entre a taxa Selic e o crédito pessoal, se sua elevação ou redução, determina a alteração na taxa de juros de empréstimos pessoais para pessoas físicas. Serão trazidos fundamentos teóricos de algumas variáveis e explicação dos papéis de alguns agentes financeiros envolvidos no

Como citar esse artigo: Gonçalves GM, Oliveira MHK, Ferreira HC. TAXA SELIC: DETERMINANTE OU NÃO NA FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DE CRÉDITO PESSOAL?. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 43-54

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processo. Ainda, serão apresentados dados de um recorte temporal de 5 anos da Taxa Selic e da taxa de juros de empréstimo pessoal, retirados do Bacen e uma análise destes dados para comprovação ou não da teoria proposta neste estudo. Para tanto, o artigo está dividido nesta introdução, contextualização do cenário econômico geral, objetivo geral e específico, justificativa e problema de pesquisa ou hipótese de pesquisa, revisão de literatura trazendo a história e conceitos, metodologia, instrumentos e técnicas para coleta de dados, análise dos dados coletados do Bacen e considerações finais sobre o estudo. CONTEXTUALIZAÇÃO A taxa Selic tem se tornado uma constante nas notícias do dia a dia, de aumento de preços, das taxas de juros e crescimento econômico, portanto, importante de modo geral para toda sociedade. A Política Monetária deixou de ser um assunto somente do meio acadêmico, após período de forte inflação em nosso país nas décadas de 1980 e 1990 e passou ser de interesse nacional, devido ao impacto na vida de toda população. Nas notícias dos telejornais era possível acompanhar as notícias da previsão de inflação, e aos poucos muitas pessoas passaram a acompanhar as tentativas do governo em mantê-la sob controle. Pois quando a inflação está elevada pode acarretar vários problemas econômicos como a desvalorização da moeda do país, redução em investimentos no setor produtivo, elevação da taxa de juros e aumento do desemprego. Uma das principais ferramentas utilizadas para o controle da inflação e preços é o regime de metas de inflação, criado por meio do DECRETO No 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999, que estabelece a sistemática de "metas para a inflação" como diretriz para fixação do regime de política monetária e dá outras providências.Quem determina a meta de inflação é o Conselho Monetário Nacional(CMN), órgão com a finalidade de garantir o bom funcionamento do sistema financeiro. O seu colegiado é composto pelo Ministro da Fazenda e do Planejamento, Desenvolvimento e pelo presidente do Bacen. Então, o CMN tem a função de definir a meta de inflação e o Bacen tem a obrigação de gerenciar o sistema financeiro da melhor forma para que a meta proposta seja cumprida. O Comitê de Políticas Monetária(Copom), órgão vinculado ao Bacen e ele próprio, possuem finalidades de estabelecer e cumprir diretrizes da política monetária. Tais órgãos são responsáveis pelas tomadas das decisões estratégicas para manter a estabilidade econômica do Brasil, uma delas é determinar a taxa Selic, por meio do Copom, tal decisão é soberana e não necessita aprovação do governo.

A taxa Selic, ou taxa básica de juros da economia, é utilizada pelo Bacen para o equilíbrio do sistema financeiro como um todo. De acordo com Assaf Neto(2009,p.145),“esta taxa, fixada pelo Banco Central, é a taxa de referência no mercado financeiro, exercendo influências diretas sobre o volume da dívida pública, oferta de crédito, nível de inflação, entre outros indicadores econômico importantes". Este estudo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, buscará subsídios para avaliar a relevância da taxa Selic na formação dos juros bancários e em que medida existe relação entre as duas. Será realizado levantamento estatístico para avaliar a correlação entre a taxa Selic e a taxa de juros do crédito pessoal, no período de janeiro de 2013 a março de 2018, período em que a taxa Selic estava no início de um crescente, chegando ao seu auge em setembro de 2015 e caindo gradativamente a partir de novembro de 2016. Serão utilizados dados do Bacen sobre a taxa Selic e taxa de juros de crédito pessoal de um banco público e pressupostos teóricos de autores como Roberto Kerr e Alexandre Assaf Neto que discursam sobre mercado financeiro, Ron Larson e Betsy Farber autores de estatística e métodos quantitativos além de consulta a artigos científicos publicados. OBJETIVO GERAL

• Avaliar o nível de influência, variação e correlação da taxa Selic em relação aos juros bancários na modalidade de crédito pessoal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conceituar Taxa Selic. • Discriminar taxa Selic e Selic Meta. • Apontar fatores macroeconômicos que

possuem alguma influência na formação da taxa de juros.

• Apontar agentes financeiros envolvidos na formação das taxas de juros.

• Monitorar o funcionamento da Taxa Selic ao longo do período janeiro de 2013 a março de 2018.

• Comparar a variação da Taxa Selic com a evolução dos juros no período de janeiro de 2013 a março de 2018.

• Verificar a correlação e variação da taxa de juros de crédito pessoal e a taxa Selic.

JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DE PESQUISA Com a realização deste estudo, acredita-se ser possível demonstrar, de maneira científica, informações relevantes sobre o funcionamento da

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taxa básica de juros e o quanto ela reflete na determinação da taxa de juros de crédito pessoal, neste caso, para pessoa física, e por fim, seus desdobramentos na sociedade por meio da concessão de crédito. De acordo com Ruiz (2014), a pesquisa científica é a execução concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e escrita segundo as regras dos métodos consagrados pela ciência. Com isso percebe-se a relevância deste tema, pois, no âmbito econômico, a taxa Selic exerce influência sobre o consumo das pessoas, sejam físicas ou jurídicas, com isso determinando o controle de preços e até mesmo o controle da inflação. Nesse contexto, adquirir conhecimento a respeito deste mecanismo da Economia pode se tornar uma vantagem competitiva para as organizações determinarem os melhores preços para seus produtos, além de tomar decisões precisas para investir seu capital na operação com o retorno mais atrativo. Para os consumidores em geral, entender melhor este tema lhes dará expertise para identificar o melhor momento para comprar ou poupar. A compreensão sobre o assunto poderá proporcionar uma melhora na eficácia da gestão financeira de pessoas físicas e jurídicas. REVISÃO LITERÁRIA A ECONOMIA E O MERCADO FINANCEIRO De acordo com Vasconcellos (2002, p. 21), a Economia é definida como:

A ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas.

Sendo assim, entende-se que a economia tem como objetivo estudar a escassez de recursos e a forma de economizá-los. A partir disto, Vasconcellos afirma que, na Economia, existem agentes superavitários e agentes deficitários. Nesta perspectiva, os agentes superavitários possuem recursos excedentes disponíveis, e os deficitários são aqueles que possuem menos recursos, pois seus gastos superam os recursos disponíveis. Desse modo, cria-se uma relação na qual os superavitários emprestam recursos para os deficitários (VASCONCELLOS, 2002, p. 194). A relação citada acima pode ser caracterizada como mercado financeiro, pois segundo Kerr (2011) este mercado tem como objetivo atender as demandas de capitalização das instituições e o financiamento de consumo de indivíduos. Nele são oferecidos empréstimos, financiamentos e depósitos à vista.

Para Keynes (1996), o capitalista precisa analisar o cenário e suas variantes, antever a evolução futura em meio as incertezas deve optar se um investimento é viável ou não, baseado na estimativa de taxa de retorno em relação a outros investimentos no sistema financeiro. Caso a perspectiva de taxa de retorno do investimento seja maior que a taxa obtida no mercado financeiro então ele se sente motivado à realização desse investimento.Logo, o empresário ou pessoa física calculará o retorno do investimento e o risco envolvido para então decidir qual a melhor escolha para investir o seu dinheiro. O investidor ao procurar a melhor decisão sobre investir ou não em um empreendimento, utiliza a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) e, por meio dela, estabelece o mínimo que está disposto a ganhar ao investir. De acordo com Kerr (2011), ao estudar um projeto de investimento o indivíduo faz uso da TMA para considerar se empregará uma importância em um projeto que deverá render um fluxo de caixa, renumerando assim o dinheiro investido de forma satisfatória, isso levando em conta o risco envolvido. Pois quanto mais arriscado o projeto maior deverá ser o retorno enquanto um projeto menos arriscado pode apresentar um rendimento menor e ainda assim ser aceito. Percebe-se que o potencial investidor analisa as variáveis externas, como taxa de juros oferecida pelo mercado e retorno de possíveis investimentos para então concluir se será mais vantajoso poupar ou consumir. Caso a taxa de juros esteja elevada, e o retorno de um possível projeto não supere esta taxa de juros, os investidores optarão por investir seus recursos no mercado financeiro em um investimento que apresente maior segurança e liquidez. Já um cenário de taxa de juros reduzido, pode induzir as pessoas ao consumo. O MERCADO FINANCEIRO, SEUS MECANISMOS E AGENTES Diante do exposto, pode-se verificar que no mercado financeiro as instituições financeiras emprestam recursos para que as organizações ou os indivíduos supram suas necessidades de consumo, no entanto, para que isso ocorra, o tomador do crédito fica sujeito a um instrumento denominado juros ou em termos percentuais taxa de juros que é definida como "a remuneração que o tomador (captador) de um empréstimo paga ao doador (aplicador) de recursos" (ASSAF NETO, 2018, p. 131). Conforme o conceito de taxa de juros, compreende-se que este é um importante instrumento para o funcionamento da Economia, pois é com base nela que os agentes econômicos farão planos de poupar ou gastar suas reservas, outros ainda contrair empréstimos e financiamentos.

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Com isso, o Bacen foi criado com o objetivo de assegurar o equilíbrio econômico sendo utilizado pelo Estado para mediar o sistema financeiro. Entre suas competências pode-se citar a de compra e venda de títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o intuito de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros (PINHEIRO, 2014, p. 67). Segundo Lagioia (2011, p. 59), o Banco Central do Brasil (Bacen) é:

Uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964, o Banco Central do Brasil é resultado da transformação da antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que tinha como objetivo implícito preparar a organização do futuro Banco Central do Brasil.

Pinheiro (2014), afirma que o Bacen atua como o principal órgão executivo do sistema financeiro, sendo assim, este exerce a secretaria executiva do CMN, tendo como responsabilidade cumprir as regulamentações que regem o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as regras criadas pelo citado conselho. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), os títulos públicos são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos pelo governo federal a fim de obter recursos junto à sociedade, para financiar suas despesas. Neste contexto, uma das ferramentas utilizadas pelo Bacen para cumprir seus objetivos de controle de inflação e taxa de juros é a taxa Selic, sigla que significa "Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”, o qual é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos" (BCB, 2018). A taxa Selic ou a taxa Básica de Juros é definida pelo Copom, em reuniões que ocorrem no mínimo a cada 45 dias. Acontecem 8 reuniões anuais, com intervalo de 40 dias. Assim ficou definido a partir de 2006, por meio do Comunicado nº 13.821, de 31/10/2005. Anteriormente,as reuniões eram realizadas mensalmente. Segundo Lagioia (2011, p. 41):

Copom significa Comitê de Política Monetária do Banco Central. Foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. Sua criação buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório. São membros do Copom, o Presidente e os Diretores do Banco Central.

Sendo assim, a decisão sobre a taxa de juros Selic cabe exclusivamente ao Bacen, não sendo necessária a aprovação do Presidente da República ou Ministro da Fazenda.Contudo, a meta de inflação quem determina é o CMN, baseado na análise do cenário econômico.

Tendo em vista que a taxa Selic é um instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controle da taxa de juros e a inflação dentro da política econômica do país, o uso dela dependerá da política monetária do momento: restritiva ou expansionista. Consequentemente, Pinheiro (2014), diz que os juros têm uma importância considerável no processo de intermediação financeira, afinal afetam diretamente os custos financeiros e expectativas de investimento dos agentes econômicos porque quando estão elevados estimulam a poupança quando são baixos, estimulam o consumo. Com base na importância dos juros, faz-se necessário abranger a definição de spread bancário, então, Assaf Neto (2018), conceitua esse termo como a diferença do custo ao se realizar um empréstimo e valor que será pago ao poupador. Os principais fatores que definem o spread que o banco cobra são: liquidez, risco de operação, oferecimento de garantias e maturidade. Por fim, percebe-se que o mercado financeiro é repleto de operações seja para investimento ou para poupança, no entanto, nesta pesquisa abordaremos o crédito pessoal que é conceituado por Kerr (2011) como um empréstimo em dinheiro cujo, em alguns casos, não terá comprovação de renda, geralmente, mas não é imprescindível que haja garantia por meio de um cheque pré-datado. Para tanto, esse tipo de crédito apresenta o maior custo devido ao seu alto risco para as instituições financeiras. POLÍTICA MONETÁRIA Para Lagioia (2011), nas políticas econômicas do país, as ações do governo ocorrem por meio de políticas monetárias, políticas fiscais e políticas cambiais. É por meio delas que este toma decisões para manter o equilíbrio e a estabilidade da economia bem como definir a taxa básica de juros denominada Selic. Em vista disso, o Estado busca proporcionar desenvolvimento econômico, o pleno emprego e a sua constância, estabilizar o montante financeiro das transações econômicas com o exterior, controlar os preços e a inflação e por fim, objetiva também a distribuição de riquezas e rendas. A política monetária é um dos elementos que compõem o tripé da política econômica do país, juntamente com a política fiscal e cambial. Por pertinência ao assunto do presente artigo, somente a política monetária será abordada. De acordo com Vasconcellos (2002), a política monetária é a área de atuação do governo para controlar a quantidade de moeda, a taxa de juros e a oferta de crédito. Conforme mencionado anteriormente, a política monetária pode ser tanto restritiva quanto expansionista,portanto, Morcillo (2007) afirma que quando o Bacen executa uma política monetária

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restritiva tem como objetivo a diminuição de moeda corrente em circulação e tornar empréstimos mais caros, com taxas de juros mais elevadas. Com isto desacelerando a economia e evitando a inflação. Ao contrário já na política monetária expansionista tem o objetivo de aumentar o volume de moeda corrente disponível em circulação, reduzindo a taxa de juros, tornando empréstimos mais acessíveis com o intuito de aquecer a economia e o consumo, como conseqüência promovendo o crescimento econômico. Os principais instrumentos utilizados pelo Bacen para o controle da inflação são: depósito compulsório, operações de open market e redesconto bancário. TAXA SELIC Segundo Carvalho (2007), a Selic é um sistema para registro e custódia de transações com títulos públicos e depósitos interfinanceiros. Ainda de acordo com o citado autor, a taxa Selic baliza a troca de reservas entre instituições financeiras. E se faz necessário distinguir a Selic Meta - definida pelo Comitê de Política Pública (Copom), da Selic Efetiva - resultado da média de transações interfinanceiras. A taxa Selic Meta é definida nas reuniões do Copom. Nelas são apresentadas e debatidas as diretrizes políticas para atual cenário da economia, faz-se avaliação da taxa a ser implementada com seu viés (de alta, redução ou neutra). Sempre levando em consideração a meta para inflação do momento. Pois no Brasil, a partir do Decreto 3088/99, "Estabelece a sistemática de "metas para

a inflação" como diretriz para fixação do regime de política monetária e dá outras providências". Segundo Bresser-Pereira e Gomes (2009), o sistema de metas de inflação foi adotado no Brasil em 1999 para ser a nova âncora nominal do Brasil, substituindo o sistema de taxa cambial. Na Tabela 1, pode-se acompanhar a meta da inflação para o período 2013 a 2019. Para justamente haver um melhor planejamento, acompanhamento e cumprimento da meta da inflação por meio da taxa de juros básica do Brasil. O sistema de metas de Inflação foi instituído no Brasil desde 1999, no então governo Fernando Henrique Cardoso, juntamente com o Ministro da Fazenda Pedro Sampaio Malan, que assinaram o Decreto 3088/99. A implementação deste sistema ocorreu em vista da necessidade do país recuperar sua credibilidade externa, pois vinha sendo atingida por crises externas constantemente na vigência do regime anterior baseado no sistema de âncora cambial. Percebe-se pela Tabela 1, que em momentos os quais a inflação ultrapassa os pontos percentuais (p.p.) estipulados, ocorre o uso da taxa Selic como ferramenta de ajuste. Ao elevar a taxa de juros básica espera-se que haja um desaquecimento no consumo e consequentemente a demanda em baixa promova queda nos preços reduzindo assim a inflação. TABELA 1

Fonte: Dados do Bacen, disponível em: <https://www.bcb.gov.br/Pec/metas/TabelaMetaseResultados.pdf>. CORRELAÇÃO A correlação é a relação entre duas variáveis. Os dados podem ser representados por pares ordenados a exemplo de x e y, onde x é a variável independente e y a variável dependente. O gráfico 4, neste artigo, apresenta os dados em pares ordenados (x, y), também chamado de mapa de dispersão. Em um mapa de dispersão, os pontos no plano coordenado do gráfico são dispostos da seguinte forma: eixo horizontal refere-se a variável X, eixo vertical refere-se ao eixo Y.

Este tipo de diagrama apresenta a alteração que uma variável sofre quando outra se modifica. Os mapas de dispersão podem apresentar alguns tipos de correlação, como seguem os exemplos a seguir: FIGURA 1 – Tipos de Correlação

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Fonte: ALLYSON; FILHO; VASCONCELOS, 2011. A utilização somente do mapa de dispersão pode ser considerada subjetiva, uma maneira mais precisa de medir o tipo e o grau de correlação linear entre as variáveis pode ser realizado pelo cálculo do coeficiente de correlação, representado por r, chamado também de Coeficiente de Correlação de Pearson (Karl Pearson,1857-1936).

r= �∑�� − (∑�)(∑�)��∑�² − (∑�)² ��∑�² − (∑�)²

n ==> nº de pares; ∑xy ==> soma da multiplicação dos pares xy; ∑x ==> soma dos valores de x; ∑y ==> soma dos valores de y; ∑x² ==>os valores de x ao quadrado e depois somados; ∑y² ==>os valores de y ao quadrado e depois somados. O coeficiente de correlação vai de -1 a 1. Caso x e y tiverem forte correlação positiva o r estará próximo de 1, caso x e y apresentarem uma forte correlação negativa r estará próximo de -1. E no caso de não existir correlação ou está for fraca estará próximo de 0 conforme figura 1 (LARSON; FARBER, 2008). METODOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Conforme o modelo de classificação de pesquisa proposto por Diehl e Tatim (2004), no que tange as bases lógicas da investigação, esta pesquisa classifica-se como fenomenológica devido ao fato de estudar o fenômeno da taxa básica de juros dentro do período de janeiro de 2013 a março de 2018. Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa é quantitativa e qualitativa devido ao fato de abranger dados estatísticos e buscar explicar a relação entre os fatores mencionados no parágrafo anterior e o seu possível impacto no mercado financeiro. Fonseca (2002) corrobora tal classificação ao afirmar que o método quantitativo busca à matemática para compreender as causas de um fenômeno e as relações entre as variáveis. Já Diehl e Tatim (2004), afirmam que o método qualitativo é aquele no qual deve-se entender e ordenar os processos vividos pelos grupos sociais, ou seja, não se prende a metodologia numérica.

Conforme os conceitos apresentados acima, percebe-se que ambas as abordagens são diferentes, porém, não há impeditivo para que elas sejam aplicadas na mesma pesquisa, neste sentido Fonseca (2002) diz que a utilização destas permite que a coleta de dados seja maior do que se poderia colher usando apenas um método. De acordo com os objetivos de estudo, esta pesquisa é explicativa, pois tem como objetivo verificar se a taxa Selic é um fator determinante ou não na taxa de juros do crédito pessoal, ou seja, demonstra a razão e o porquê dessas variáveis. Gil (2010) afirma que o estudo explicativo tem como objetivo verificar fatores que determinam ou auxiliam no acontecimento de fenômenos. Levando em consideração o propósito, entende-se que o presente artigo faz uso da avaliação de resultados. Diehl e Tatim (2004) delimitam tal método como a comparação seja de uma situação passada ou após a implantação de um sistema ou plano. Segundo o procedimento técnico, esta pesquisa é classificada como bibliográfica, pois de acordo com Fonseca (2002, p. 32) “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como: livros, artigos científicos, páginas de web sites”. Cervo e Bervian (2002) complementam ao afirmar que a pesquisa bibliográfica busca explicar algo por meio de referências teóricas divulgadas em documentos com o objetivo de conhecer e avaliar as contribuições, sejam elas culturais ou científicas do passado, acerca de determinado assunto, tema ou problema. Conforme afirmam Diehl e Tatim (2004), este trabalho também faz uso do procedimento técnico documental ao abordar materiais sem tratamento analítico, ou que possibilitam sua reestruturação conforme o objetivo do trabalho. Portanto, o projeto será executado junto ao segmento bancário, utilizando como amostra a modalidade de crédito pessoal para pessoa física,com a finalidade de verificar a influência da taxa básica de juros no crédito pessoal, utilizando-se do método da correlação de Pearson, para determinar se há ou não uma correlação entre a variável independente que neste caso é a taxa Selic e a variável dependente que é a taxa de juros do crédito pessoal. INSTRUMENTOS E TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS Os dados para tabelas e gráficos foram retirados de sites, principalmente do Bacen. Coletou-se os dados para o período desejado, criamos tabelas, foram realizadas conversões da taxa Selic de ano para mês, utilizando para isso a fórmula de taxas de juros equivalentes. A Tabela 1, HISTÓRICO DE METAS PARA INFLAÇÃO NO BRASIL, foi extraída do site Bacen,

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recorte do período de 2013 a 2019, demonstra o histórico de metas para o período desejado. O Gráfico 1, TAXA SELIC, originou-se de dados do site Bacen, nas sub abas Sistema de Metas para Inflação, Copom, Histórico da taxa de juros com recorte do período de janeiro de 2013 a março de 2018. Os dados do Gráfico 2, TAXA DE JUROS CDC, foram coletados no site do Bacen, nas sub abas Sistema Financeiro Nacional, Informações Sobre Operações Bancárias, Taxas de Operações de Crédito, Taxas de Juros de Operações de Crédito, no histórico posterior a 01/01/2012, no segmento de Pessoa Física, na modalidade Crédito Pessoal não Consignado, tipo de encargo pré-fixado. Utilizou-se os dados de fevereiro de 2013 a abril de 2018, para verificar o efeito pós taxa Selic. O Gráfico 3, TAXA DE JUROS SELIC X TAXA DE JUROS, utilizou dados anteriores, contudo foi aplicada a fórmula de taxas equivalentes para transformá-la de taxa Selic ano para taxa Selic ao mês para melhor acompanhamento da evolução de ambas. O Gráfico 4, GRÁFICO DE DISPERSÃO para análise da correlação, utilizou a taxa Selic,

como variável independente, no eixo x e a variável dependente que é a taxa CDC, representada no eixo y, ambas anualizadas. ANÁLISE DE DADOS O levantamento de dados das taxas de juros de crédito para pessoa física de bancos comerciais e taxa Selic foram extraídos do site do Bacen, abrangendo o período de janeiro de 2013 a março de 2018, período em que a taxa Selic estava no início de uma crescente, chegando ao seu auge em setembro de 2015 e caindo gradativamente a partir de novembro de 2016. O intuito deste recorte de tempo é justamente observar o comportamento da taxa de juros do banco analisado em relação à oscilação da taxa Selic Meta. Para esta análise, utilizou-se a taxa de juros de Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Será avaliado, no cenário explorado, se há uma correlação entre a taxa Selic e a taxa de juros praticada pelos bancos, utilizando a fórmula de coeficiente de correlação, apresentação do gráfico de dispersão e finalizando com coeficiente de determinação.

Gráfico 1- TAXA SELIC

Fonte: Elaborado pelos autores. Em janeiro de 2013, verifica-se que a taxa Selic Meta se encontra no nível de 7,25% e no decorrer dos meses, houve um aumento gradativo de 0,25% a 0,75% conforme resolução de cada reunião do Copom, até alcançar 14,25% em julho de 2015 e assim permanecer até outubro de 2016, quando a taxa começa recuar. Em outubro de 2016, a taxa reduziu para 14% ao ano e nas reuniões subseqüentes com reduções periódicas por decisão do Copom até recuar para 6,5% em março de 2018 e permanecendo assim até o momento como se observa no gráfico 1. O Copom se reúne a cada 45 dias para deliberar sobre a situação econômica e se a taxa deverá reduzir, aumentar ou permanecer igual. Após a reunião o Copom emite uma Ata informativa que é lida por diversos agente econômicos com muita atenção, para saber o que foi discutido, e tomar conhecimento do viés que o Bacen decidiu

sobre a taxa para próxima reunião. Um viés de alta, haverá um aumento da taxa Selic na próxima reunião. Viés de baixa, haverá redução da taxa para próxima reunião ou ainda de neutralidade. De acordo com Kerr (2011, p.64):

A taxa Selic costuma ser informada em termos efetivos anuais e, como é uma taxa diária que incide apenas nos dias úteis, o Bacen estabelece que o ano tem 252 dias úteis. Assim sendo, quando o Copom anuncia uma taxa Selic Meta de 10,75% ao ano over (a.a.o.), sabe-se que isso corresponde a uma taxa diária over de (a palavra over, nesse contexto, indica que a taxa incide diariamente nos dias úteis).

Fórmula para calcular taxa Selic over:

�� = �(1 � ��)�� − 1� � 100

Onde: �� ==> taxa Selic over diária

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�� ==> taxa Selic anual � ==> 1 dia útil de Selic over �==> nº de dias úteis no ano

�� = �(1 � 0,1075) !"! − 1� � 100

Resposta: 0,0405% a.d.o. O Bacen publica diariamente a taxa Selic efetiva, esta deriva da média das transações diárias interbancárias e ela necessariamente não é igual a taxa Selic Meta.

Gráfico 2 - CDC

Fonte: Elaborado pelos autores. As taxas de CDC foram coletadas do Bacen respeitando um período de aproximadamente 30 dias após a coleta da taxa Selic, para que se pudesse verificar possíveis impactos. Observa-se no gráfico que no início do ano de 2013 a taxa de juros de crédito pessoal estava em torno de 3,24% ao mês, e nos meses

subseqüentes observa-se uma elevação de 1,86 p.p, quando atingiu seu auge em dezembro de 2016 e a taxa de juros encontrava-se em 5,10% a.m. Após este período percebe-se uma redução nas taxas de poucos p.p. a cada período acompanhando a taxa Selic de forma gradativa como observado no gráfico 2.

Gráfico 3 - TAXA SELIC X TAXA DE JUROS CDC

Fonte: Elaborado pelos autores. Na análise gráfica 3 observa-se que no momento que a taxa Selic chega ao seu auge de 14,25% a.a. em julho de 2015 até agosto de 2016, e utilizando a fórmula de equivalência da Selic obtém-se a taxa de 1,12% a.m. para Selic, a taxa de CDC oscilará entre 4,46% a.m. e 5,01% a.m. no

mesmo período. Após outubro de 2016 a taxa Selic inicia um período de redução como já visto, mas observando o gráfico atentamente há momentos em que a taxa de CDC inclusive supera os 5,01% mesmo a taxa Selic já tendo reduzido.

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Gráfico 4 - CORRELAÇÃO - DIAGRAMA DE DISPERSÃO: TAX A SELIX X CDC

Fonte: Elaborado pelos autores. O gráfico indica a dispersão das variáveis que, na medida em que a taxa Selic aumenta ou reduz, a taxa de CDC acompanha o movimento, no entanto em uma proporção menor. Observando a Figura 1, sobre gráficos de dispersão, nota-se que os dados apurados produziram um gráfico com correlação positiva moderada. Para apurar dados com mais exatidão aplicou-se a fórmula de coeficiente de correlação, utilizando os dados da taxa Selic e taxa de CDC anualizados para o período de 5 anos, aplicados à fórmula do coeficiente de Correlação Pearson. Conforme a Tabela 2, esse coeficiente demonstra a força de associação entre as variáveis envolvidas, e o sinal positivo ou negativo indica a direção da relação. TABELA 2 Selic X CDC Correlação de Pearson 0,46

Fonte: Dados da pesquisa.

O resultado apresentado pelo coeficiente indica uma relação positiva moderada entre as duas variáveis, de acordo com interpretação de

Smailes-McGrane (2006), conforme se verifica na tabela 3. TABELA 3 INTERVALOS CORRELAÇÃO

+1 Correlação positiva perfeita +0,8 < +1 Forte correlação positiva

+0,4 < +0,8 Correlação positiva moderada -0,4 < -0,8 Correlação negativa moderada -0,8 <-1 Forte correlação negativa

-1 Correlação negativa perfeita

Fonte: Adaptado de Smailes;McGrane (2006). Em busca de mais esclarecimentos tanto qualitativas quanto quantitativas, calculou-se ainda o coeficiente de determinação. Segundo Larson & Farber(2008), o coeficiente de determinação obtém-se elevando o resultado do coeficiente da correlação ao quadrado (r²). Elevado o coeficiente da correlação 0,46², obteve-se o resultado 0,21, o que significa que 21% da variação da taxa de CDC pode ser explicada pela relação entre Selic e CDC. Os 79% remanescentes da variação são inexplicáveis e se devem a outros fatores ou a erros amostrais. TABELA 4

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Selic X CDC Coeficiente de

Determinação 21%

Fonte: Dados da pesquisa.

Por fim, em uma relação de causa-efeito, onde observa-se a taxa Selic como causa, sua elevação ou redução, e o efeito, seria observado na mesma proporção na taxa do CDC, a primeira informação que se busca é a correlação, é um indício, como visto, quantitativo e bastante válido, mas para que haja incidência de causalidade precisamos do fator temporal, que a causa ocorra antes do efeito para que seja válida a relação causa-efeito. Como já informado, os dados da taxa CDC foram extraídos do Bacen com intervalo da taxa Selic de aproximadamente 30 dias, para justamente ser possível esta observância. CONSIDERAÇÕES FINAIS A compreensão sobre o assunto poderá proporcionar uma melhoria na gestão financeira de pessoas físicas ou jurídicas. No presente artigo, buscou-se evidências da relevância da taxa Selic na formação da taxa de juros bancários, por meio de referencial teórico e estatístico. Cálculos para o período apurado mostram fraca correlação da Selic X CDC. Contudo, a taxa Selic possui extrema importância no cenário econômico, como analisado na tabela 1, onde indica a meta da inflação ideal para 2013 a 2018 de 4,5%, com variação de 2 p.p. para cima ou para baixo de 2013 a 2016. Já em 2017 e 2018 a variação reduziu para 2,5 p.p., observando o ano de 2015 constata-se uma inflação de 10,65%, ultrapassando o teto máximo da inflação que seria de 6,5% a.a. naquele momento. No Gráfico 1, a taxa Selic apresenta para o mesmo período o seu auge, inicio de 2015 a taxa Selic estava à 12,25% chegando à dezembro nos 14,25%, indicando a ação do Copom e Bacen para controle da inflação. A qual mostrou surtir efeito, visto que a inflação em 2016 reduziu para 6,29%, ainda acima da meta, mas dentro do limite superior. Neste contexto é possível observar a importância da Selic no controle da inflação. Observando o gráfico 3, há uma redução da taxa de juros bancários ao passo que a taxa Selic reduz, no entanto, de forma mais lenta que o desejável. A redução acontece lentamente, fato observado e monitorado pelo Bacen, o Copom pode reduzir a Selic e o Bacen operar open market de títulos do tesouro para forçar os juros para baixo, mas a decisão final dos juros bancários é das instituições financeiras. A instituição bancária, em um primeiro momento, capta o recurso de agentes superavitários, definido o custo deste capital irão analisar uma série de outras variáveis para

posterior definição da taxa de juros para concessão de empréstimos. O somatório destas variáveis será o spread bancário. A principais variáveis do spread bancário são risco de crédito/inadimplência; tributos fiscais; custos administrativos e lucro do banco. A análise de outros requisitos se faz necessária, visto que a política econômica se mostra complexa com todas suas variáveis prováveis além dos agentes financeiros envolvidos em todo o processo, o spread bancário talvez mostre um estudo interessante para determinar o fator de maior preponderância na composição dos juros bancários. E no spread bancário, uma das variáveis de maior relevância continua sendo o risco de crédito/inadimplência, por isso a importância de um cenário econômico estável de longo prazo, onde o investimento seja fomentado e haja pleno emprego. O trabalho de Manhiça e Jorge (2012) traz um estudo sobre a taxa básica de juros e o spread bancário no Brasil, no período de 2000 a 2010, em níveis que o colocavam no topo da lista dos países emergentes, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). O estudo traz resultados da taxa básica de juros como influência no spread bancário, quando elevada ela aumenta o risco país, gerando incerteza o que contribui para alta de juros em geral, pois Selic remunera os títulos do Tesouro, sendo assim aumenta a dívida pública que compõem ativos dos bancos e ainda lastreiam operações no mercado interbancário, todos estes elementos contribuem para elevar o spread dos bancos. A redução da taxa básica de juros, portanto, reduz o spread bancário e consequentemente o custo de crédito no Brasil. E para Carvalho (2007), a expectativa de elevação de taxa básica de juros significa um risco para o banco, pois eleva o custo de captação, tanto junto a clientes quanto ao Bacen, podendo causar um spread negativo à instituição. Em apontamentos, do então presidente do Bacen, Ilan Golgfajn, em maio deste ano, ele declara que o mercado de crédito apresenta melhoras, que as taxas de juros de Custo de Crédito (ICC) e o spread bancário seguem em queda, mas não na velocidade desejada. A redução do custo de crédito é um assunto de extrema relevância para o Bacen, e estão empenhados na implementação de uma agenda BC+, que são ações para baixar o custo do crédito. Ele aponta algumas causas que tornam o custo do crédito alto no Brasil:

• o alto custo operacional e regulatório; • a falta de boas garantias; • a necessidade de mais informações no

sistema; • os subsídios cruzados; • os altos compulsórios;

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• as distorções na estrutura de concorrência, entre outros.

O presidente do Bacen menciona, ainda, ações que fazem parte da Agenda BC+ que podem contribuir para apresentar melhoras no mercado de crédito, a exemplo da implementação da melhoria das garantias, como a criação do registro eletrônico das mesmas, redução do compulsório que o Bacen já tem colocado em pratica dando mais liquidez ao mercado, incentivo ao desenvolvimento do mercado de capitais, o que representa uma fonte alternativa e mais barata de financiamento, alterações no cartão de crédito e no cheque especial visando reduzir os juros, votação do cadastro positivo que já passou na câmara e no senado, duplicata eletrônica, estimulo a concorrência entre bancos, cooperativas e fintechs, incentivo nos meios de pagamento regulamentando as tarifas para cartão de débito (Bacen, 2018). Alguns estudos mostram que parte da justificativa da taxa de juros não baixar na mesma proporção que a taxa Selic deve-se ao fato de não termos ainda um banco de dados confiável para ser utilizado na análise de risco dos clientes. A alternativa que os bancos encontraram foi manter a taxa de juros alta por conta da inadimplência. Um instrumento que poderia ser útil nesta situação seria o Cadastro Positivo, pois demonstraria o histórico de crédito do cliente, ou seja, se é bom pagador ou não. Mas, no Brasil, este banco de dados ainda é pouco utilizado por falta de regulação adequada, quanto ao sigilo da informação e responsabilidade civil. O que se vê utilizar muito é o cadastro negativo, onde constam os apontamentos em aberto de inadimplentes (IDEC, 2018). E ainda por meio de análises estatísticas, mais precisamente, com o cálculo do coeficiente de correlação foi possível justificar quantitativamente a resposta ao objetivo proposto inicialmente de determinar se haveria uma influência significativa na formação dos juros bancários. Como apurado, tanto pelo gráfico de dispersão quanto grau de correlação existe uma relação positiva moderada entre as variáveis. No intuito de ratificar nossa conclusão buscamos ainda no coeficiente de determinação o grau de variação da taxa do CDC que poderia ser explicada pela relação Selic X

CDC, resultado que se mostrou relativamente inferior em relação às variações inexplicáveis e se devem a outros fatores não aprofundados neste trabalho. Portanto, durante todo este artigo descreveu-se sobre a importância da taxa Selic e toda sua aplicabilidade, percebeu-se que o mercado é complexo e que seria simplista reduzir a elevação ou redução da taxa de juros a um único fator, por mais relevante que este seja. E por fim, procurou-se trazer o que o próprio Bacen vem procurado implementar para auxiliar nesta redução dos juros dos bancos, pois percebem ser também um atraso para o desenvolvimento econômico de empresas e do próprio país.

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