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Curso de Jornalismo Artigo Original
A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO: O PAPEL DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NA DEFESA DA CIDADANIA
Public Defender Union: The press office role in defence of citizenship
Leandro Vieira Ribeiro¹, Ana Maria Fleury Seidl Prinheiro²
1 Aluno do Curso de Jornalismo
2 Professora Especialista do Curso de Jornalismo
Resumo
Trata-se de um artigo fundamentado em revisão bibliográfica de autores como Abranches, Moraes, Da Silva, dentre
outros, que abordam temas voltados à assistência jurídica e cidadania. A pesquisa segue metodologias de pesquisa
contidas no livro Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação, de Duarte, além da vivência prática por parte do
autor, membro da assessoria de comunicação da Defensoria Pública da União(DPU). O texto conta uma breve história
da DPU, na qual faz menção aos primeiros registros escritos a respeito de defesa pública do cidadão vulnerável ao
longo da história da humanidade; organização da Defensoria; assessoria de comunicação com missão de propagar a
garantia ao povo do exercício da cidadania.
Abstract
It is a reasoned article on literature review of authors like Abranches , Moraes, Da Silva , among others, that address
themes related to legal assistance and citizenship. The research follows research methodologies in the book methods
and research techniques in communication, Duarte , as well as practical experience by the author, press office of the
member of the Public Defender of the Union ( DPU ) . The text tells a brief history of the DPU , which mentions the first
written records about public defense of vulnerable citizens throughout the history of mankind; organization Defenders ;
press office with the mission of spreading the guarantee to the people of citizenship.
Contato: [email protected]
Introdução
Existem registros escritos
certificando que os primeiros rastros de
defesa dos direitos do cidadão carente
iniciaram-se nos primórdios da humanidade
e se desenvolveram junto à evolução das
sociedades. Nesses vários séculos,
civilizações surgiram e sucumbiram, um
longo processo de desenvolvimento se
desencadeou, até chegar ao Brasil e dando
continuidade ao processo de
desenvolvimento através de inúmeras
alterações, até se tornar o que é hoje,
Defensoria Pública.
A Defensoria Pública da União
(DPU) presta assistência jurídica e atua na
defesa do cidadão hipossuficiente, aquele
sem recurso financeiro para arcar com
honorários advocatícios. É responsável
pela coordenação, orientação jurídica e a
defesa; em todos os graus, judicial e
extrajudicial; dos direitos individuais e
coletivos; de forma integral e gratuita aos
necessitados.
Este artigo científico,
fundamentado metodologicamente em
revisões de bibliografias e aproveitamento
da experiência do autor que compõe a
equipe de assessoria de comunicação da
DPU, aborda uma instituição pública com
aproximadamente 22 anos de existência no
Brasil, que através do desenvolvimento de
um nobre trabalho, busca zelar pela
cidadania, moral e direitos do cidadão.
O objetivo geral é apresentar a
Defensoria Pública da União e mostrar a
extrema importância de sua assessoria de
comunicação na divulgação do trabalho
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desta. Entre os objetivos específicos:
contar a história da Defensoria Pública
cronologicamente desde os primórdios da
humanidade; apresentar a estruturação da
DPU, a assessoria de comunicação e os
trabalhos desenvolvidos por ela em prol da
DPU. Além disso, o trabalho aborda o
exercício da cidadania como eixo dos
trabalhos da Defensoria.
Quanto ao trabalho de divulgação
da DPU, o artigo apresenta todos os meios
utilizados pela assessoria de comunicação
do órgão, levando ao cidadão todas as
informações necessárias, visando agregar
o conhecimento sobre Defensoria Pública.
Este texto cita alguns dos milhares
de casos de atuação da DPU, selecionados
em temas de pouca repercussão na
imprensa, porém de muita discussão no
ordenamento jurídico brasileiro e temas de
grande repercussão midiática, na qual
houve polêmicas de proporção
massificada.
Uma das grandes dificuldades
encontradas pela DPU atualmente é a
precariedade em suas estruturas físicas e
materiais. Existem unidades hoje que
atendem em locais provisórios, com déficit
de funcionários e materiais.
Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida
metodologicamente através de revisão
bibliográfica, visando à divulgação de um
tema pouco abordado. Embasada em
orientação obtida no livro Métodos e
Técnicas de Pesquisa em Comunicação,
artigos organizados por Jorge Duarte.
De acordo com Stumpf (2010, p.
51), “pesquisa, num sentido amplo, é o
planejamento global inicial de qualquer
trabalho de pesquisa que vai desde a
identificação, localização e obtenção da
bibliografia pertinente sobre o assunto, até
a apresentação de um texto sistematizado,
onde é apresentada toda literatura que o
aluno examinou, de forma a evidenciar o
entendimento do pensamento dos autores,
acrescido de suas próprias ideias e
opiniões
A revisão teve como objetivo
evidenciar os fatos que comprovam
historicamente os vestígios de defesa
pública ao longo dos séculos. Enfatizando
a prática do direito como exercício da
cidadania, trabalho exercido pela
assessoria de comunicação e formas de
divulgação do órgão competente pelo tal
exercício no Brasil, que é a Defensoria
Pública da União.
Segundo Stumpf (2010, p. 53), o
pesquisador deve estar determinado a
trabalhar em cima do tema. Para o
discente, o fato de ser intitulado por
determinada formação é motivo necessário
para despertar a ação de pesquisa, no
entanto, a vontade de explanar um
determinado assunto é suficiente para
provocar a busca pelo objetivo.
Para o desenvolvimento da
pesquisa, foram utilizados bibliografias
especializadas, resumos, portais e
dissertações.
A internet foi fundamental para
coleta de material relacionado ao assunto,
sendo utilizada para o acesso a artigos,
sites e bibliografias disponíveis online.
Com o objetivo de deixar claro e de
fácil entendimento, a pesquisa resgata
cronologicamente os resquícios históricos
do tema até as condições contemporâneas
do modelo brasileiro de Defensoria.
O artigo teve como parte do
embasamento, a vivência diária do autor,
membro da assessoria de imprensa da
DPU, na rotina e dinâmica de trabalho,
agregando e transmitindo através do
conteúdo contido no texto, como e de que
forma funciona o trabalho desenvolvido
pela Assessoria de Comunicação(Ascom).
História
A essência da defesa pública é
algo que existe desde os primórdios da
humanidade. A ideia de defensoria esteve
presente em normas e leis de inúmeras
civilizações em diferentes épocas.
Voltemos na Mesopotâmia para
apontar a origem deste serviço público
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registrado no código Hamurabi, escrito
aproximadamente em 1700 a.C.
Para que o forte não prejudique o mais
fraco, afim de proteger as viúvas e os
órfãos, ergui a Babilônia para... falar de
justiça a toda a terra, para resolver
todas as disputas e sanar todos os
ferimentos, elaborei estas palavras
preciosas. (EPÍLOGO DO CÓDIGO
HAMURABI)
O Código Hamurabi foi escrito pelo
sexto rei da Babilônia, na antiga
Mesopotâmia, um agregado de 282 leis do
antigo reino.
Durante o século V, na Grécia
Antiga, anualmente os governantes
designavam alguns advogados para
defender os menos favorecidos. Estes
prestavam assistência jurídica aos mais
carentes. A Grécia passava por um
período de ascensão, consequentemente
forçando uma mudança política, até a
criação de uma democracia que viria a
beneficiar as classes populares.
Na Roma Antiga, por volta de 288 a
377 a.C., ocorreu a primeira iniciativa de
ordem legal de dar advogado a quem não
possuísse meios para constituir um, no
qual ocorreu neste sentido a primeira
inserção em texto legal.
Com o passar dos séculos essa
filosofia de defesa pública foi se
fortalecendo e ficando comum em textos
legais em diversas sociedades.
E mais a frente, outro país que tem
um rastro de defensoria em sua história é a
França. Em 1789, a Revolução Francesa
trouxe os ideais de Liberdade, Fraternidade
e Igualdade, fazendo com que o Estado
constituísse instituições oficiais para
prestação de assistência jurídica aos
pobres. Pouco mais de meio século depois,
na França, foi publicado o primeiro código
de assistência jurídica, oficializando a
denominação ao serviço público de
assistência jurídica ao cidadão.
E assim, ao longo dos séculos e
consequentemente com a evolução das
civilizações, a adesão da assistência
jurídica aos necessitados se tornou mais
comum em diversos países, principalmente
no ocidente. No Brasil os vestígios escritos
da prática de assistência têm origem
portuguesa.
O conceito remoto de defensoria
pública no Brasil teve origem no século
XVI, quando as ordenações Filipinas (texto
legislativo português, promulgado no
reinado de dom Felipe II) foram
sancionadas em Portugal. Muitas de suas
disposições tiveram vigência no Brasil até o
advento do Código Civil de 1916, no qual o
Livro III, Tít. 84, § 10 trata sobre o acesso à
justiça aos que não podem custear um
advogado.
“§ 10 – Em sendo o agravante tão
pobre que jure não ter bens móveis,
nem de raiz, nem por onde pague o
agravo, e dizendo na audiência uma
vez o Pater Noster pela alma Del Rey
Don Diniz, ser-lhe-á havido, como se
pagasse os novecentos réis, contanto
que tire de tudo certidão dentro do
tempo, em que havia de pagar o
agravo (ALMEIDA, 1870).
Em 1870, o Instituto de Advogados
Brasileiro, criou um Conselho com a
finalidade de prestar assistência jurídica
aos necessitados em causas cíveis e
criminais. Mais tarde, em 1890, na
República dos Estados Unidos do Brazil,
durante o mandato do então, chefe
provisório do governo, marechal Manoel
Deodoro da Fonseca, foi assinado o
decreto 1.030, que autorizou o Ministério
da Justiça a criar uma comissão de
patrocínio gratuito aos pobres para causas
cíveis e criminais. Após sete anos, foi
aprovado outro decreto que institui no
Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro,
a organização da assistência jurídica
(Decreto N° 1030, de 14 Novembro 1890).
A Constituição Federal de 1934, Título
III, capítulo II, Art. 113, n.32, faz
menção ao direito gratuito a justiça, “A
União e os Estados concederão aos
necessitados assistência judiciária,
criando, para esse efeito, órgãos
especiais assegurando, a isenção de
emolumentos, custas, taxas e selos.”,
16 anos mais tarde foi editada a lei
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1060, estabelecendo normas para a
concessão de assistência jurídica aos
necessitados (Lei 1060/50 | Lei nº
1.060, de 5 de fevereiro de 1950).
Um grande marco foi a
promulgação da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Assim a
Defensoria Pública no Brasil foi criada pelo
artigo 134 da então Constituição Federal,
com objetivo de garantir os direitos
fundamentais e acesso à justiça do cidadão
hipossuficiente, ou seja, aquele sem
recurso financeiro para arcar com
honorários advocatícios, assim prestando
assistência jurídica, judicial e extrajudicial,
integral e gratuita, através de um defensor
público.
Art. 134. A Defensoria Pública é
instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos
direitos individuais e coletivos, de forma
integral e gratuita, aos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
Constituição Federal (CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988).
O artigo 134 prevê a Defensoria
Pública, o Ministério Público e a Advocacia
Pública, como função essencial à Justiça.
Somente em 1994, foi sancionada a Lei
Complementar N° 80, que organiza a
Defensoria Pública da União, do Distrito
Federal e dos territórios e prescreve
normas gerais para sua organização nos
estados, seguida da Lei 9020/95, que
regulamentava e reconhecia a função de
defensor público. Na época, trabalho que é
exercido hoje pelo defensor público nos
Tribunais Superiores, era realizado pelo
advogado de ofício, os advogados atuantes
nas primeiras instâncias eram os
chamados dativos, profissionais escolhidos
aleatoriamente pelo Juízo e que tinham
seus honorários remunerados pelo Estado
(LEI Nº 9.020, DE 30 DE MARÇO DE
1995).
O primeiro concurso público para o
cargo de defensor público federal realizado
no Brasil aconteceu em 2001 com 84
empossados, em uma estrutura material
precária. Foi nesse período então o início
de outra fase para a Defensoria Pública da
União.
Em, 2007, a Lei. 11.448 conferiu
expressamente a legitimidade para à DPU
propor ação civil pública no que se refere
aos interesses difusos e coletivos dos
consumidores.
Dois anos depois, foi instituída a
LC N°132/09, que alterou dispositivos da
LC N°80/94, e organiza a Defensoria
Pública da União, do Distrito Federal e dos
Territórios e prescreve normas gerais para
sua organização nos Estados.
Com as alterações, em agosto de
2009, tomou posse para o cargo de
Defensor Público-Geral Federal, José
Rômulo Plácido Sales, para o mandato de
dois anos, escolhido pelo então presidente
da república, José Inácio Lula da Silva. (Lei
N° 11448, de 15 de janeiro de 2017)
Finalmente, em 2013, a Defensoria
Pública, por meio da Emenda
Constitucional (EC) n° 74, conquistou sua
autonomia funcional e administrativa,
depois de anos de luta, para então
começar a planejar uma melhor
estruturação física e organizacional.
Atualmente, escolhido pela presidenta,
Dilma Rousseff, o posto de defensor
público-geral federal é ocupado por Haman
Tabosa de Moraes e Córcova.
Organização e Estrutura
Nos termos do artigo 5º da Lei
Complementar 80/94, a Defensoria Pública
da União encontra-se estruturada em
órgãos de administração superior, de
atuação e de execução.
A Defensoria Pública divide-se em
Defensoria Pública da União, dos Estados
e do Distrito Federal. Ambas possuem
diferentes competências, porém o mesmo
objetivo, assegurar os direitos do cidadão
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carente e prestação de assistência jurídica,
de um modo genérico.
A Defensoria Estadual se limita à
Justiça nos Estados, não podendo mover
nenhuma ação contra entidades federais,
atribuídas perante a Justiça Federal. Já a
DPU atende os cidadãos cujo problema é
relacionado com a Justiça Federal, como
por exemplo: irregularidades
previdenciárias, criminais, trabalhistas;
relações de consumo; direitos humanos,
do estrangeiro; questões tributárias; casos
relativos ao Sistema Financeiro, de
Habitação, alimentação, saúde, renda
mínima/Loas; dívidas de cartões de crédito
e cheques especiais.
A DPU é estruturada em três
instâncias:
Segunda Categoria: é primeira
instância, onde o assistido deve se dirigir
para buscar acionar os serviços da DPU,
compete a ela também dar início à ação
judicial nos Juízos Federais, Juízos do
Trabalho, Juntas e Juízes Eleitorais, Juízes
Militares, Auditorias Militares, Tribunal
Marítimo e Instâncias Administrativas. A 2°
Categoria é também a instância inicial na
carreira de um defensor público federal,
todos aprovados em concurso público para
a carreira de defensor público federal
iniciarão nas unidades de 2° categoria.
Primeira Categoria: é a segunda
instância. Atua nos Tribunais Regionais
Federais, Turma dos Juizados Especiais
Federais, Tribunais Regionais do Trabalho
e Tribunais Regionais Eleitorais. É a
segunda etapa na carreira do defensor.
Categoria Especial: é a terceira e
última instância na organização estrutural
da DPU. Atua nos Tribunais Superiores
(Superior Tribunal de Justiça [STJ],
Tribunal Superior Eleitoral [TSE], Superior
Tribunal Militar [STM] e Tribunal Superior
do Trabalho [TST]). Somente os
defensores federais de categoria especial
podem atuar nos Tribunais Superiores, é a
última e mais elevada atribuição da carreira
de defensor público federal, que são
promovidos por tempo de serviço ou por
mérito.
Obs.: Somente o defensor público-
geral federal tem atribuição para atuar
perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
Administrativamente a DPU é
organizada em quatro seções superiores,
com atribuições especificas:
• Defensoria Pública-Geral
da União;
• Subdefensoria Pública-
Geral da União;
• Conselho Superior da
Defensoria Pública da União;
• Corregedoria-Geral da
Defensoria Pública da União.
O Defensor Público-Geral Federal
(DPGF) é a autoridade máxima da
Defensoria Pública da União. Além de
dirigir a instituição, supervisiona e coordena
as atividades e orienta a atuação da DPU.
Organograma da Administração
Superior da DPU:
Azul escuro: Defensor Público-
Geral Federal (DPGU);
Azul claro: Conselho Superior da
DPU, Sub Defensor Público-Geral Federal,
Corregedoria da DPU;
Verde: Gabinete do defensor
público-geral federal, Assessoria de
Planejamento, Assessoria de
Comunicação, Assessoria de Cerimonial e
Eventos, Assessoria de Assuntos
Legislativos, Assessoria Jurídica, Câmaras
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de Coordenação e Revisão e Assessoria
de Atuação no Supremo Tribunal Federal;
Laranja: Secretaria Geral de
Articulação Institucional, Secretaria Geral
de Controle Interno e Auditoria e Secretaria
Geral-Executiva;
Amarelo: Escola Superior da
Defensoria Pública da União;
Bege: Secretaria de Direitos
Humanos, Secretaria de Assuntos
Internacionais, Secretaria de Conciliação
Extrajudicial e Educação em Direito,
Secretaria de Atuação Itinerante, Secretaria
de Atuação no Sistema Penitenciário
Nacional e Conselhos Penitenciários,
Secretaria de Auditoria, Secretaria de
Acompanhamento e Orientação da Gestão,
Secretaria de Assuntos Jurídicos,
Secretaria de Execução Orçamentária e
Financeira, Secretaria de Gestão de
Pessoas, Secretaria de Gestão do
Conhecimento, Secretaria de Logística e
Patrimônio, Secretaria de Orçamento e
Finanças e Secretaria de Tecnologia e
Informação.
Atualmente a DPU possui unidade
em todas as capitais dos Estados, no
Distrito Federal e mais 35 municípios e
conta com aproximadamente 500
defensores federais, um número
considerado baixo em relação à demanda e
às necessidades de atendimento. Outro
problema enfrentado é a necessidade de
reestruturação física e material de todas
elas, pois há uma grande precariedade.
[...] a efetiva estruturação de mais uma
instituição de Justiça não pode passar
ao largo da reflexão sobre o seu perfil e
o atendimento das expectativas sociais,
bem como deve atentar para as
profundas mudanças operadas no
movimento universal de acesso à
Justiça, especialmente nas últimas
décadas. A sociedade clama pela
adequada implementação de uma
interface entre o Estado e a afirmação
dos direitos humanos da camada da
população mais vulnerável. A
sociedade clama, por conseguinte, pela
estruturação de uma Defensoria apta a
desincumbir-se de seu papel com
excelência. Bem por isso, se afigura
acertada a concessão das autonomias
antes referidas, como instrumento de
estruturação da instituição, a fim de
que as demandas sociais sejam
acolhidas e encaminhadas por corpo
de advogados públicos, imune a toda
sorte de contingências e pressões
políticas (VITTO; CASTRO, 2006).
Cidadania
Cidadania é o exercício dos direitos
e deveres do cidadão, resguardados pela
constituição de seu país.
Neste início de século XXI, a
América Latina passa por um momento de
redefinição das agendas governamentais
no que tange às políticas sociais e aos
sistemas de proteção social. A realidade
atual do Brasil reflete paralelamente com
um entendimento distorcido de cidadania,
independente de classe social (RIESCO,
2009).
Em contrapartida, um dos
principais fatores pelo qual milhões de
brasileiros não exercem parte de sua
cidadania ou nem se quer conhecem o
significado da palavra, é atrelado ao estado
de pobreza em que se encontram. O que
desencadeia uma série de fatores que
impedem que o cidadão tenha pelo menos
um mínimo de interesse em conhecer seus
direitos.
Pobreza é destituição, marginalidade e
desproteção. Destituição dos meios de
sobrevivência física; marginalização no
usufruto dos benefícios do progresso e
no acesso às oportunidades de
emprego e consumo; desproteção por
falta de amparo público adequado e
inoperância dos direitos básicos de
cidadania, que incluem garantias à vida
e ao bem-estar (ABRANCHES;
SANTOS; COIMBRA, 1987, p. 16).
Para a Defensoria Pública da
União, cidadania é o eixo dos objetivos que
gira em torno das políticas sociais, nas
quais a instituição baseia sua existência.
Além de manter e levantar constantes
debates em prol das políticas sociais no
Brasil. Os meios disponíveis pela
assessoria de imprensa da DPU têm como
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objetivo principal levar ao cidadão o
conhecimento e a consciência de seus
direitos e lutar para que sejam colocados
em prática.
O Brasil como democracia, prevê
em seu artigo 5° e 6° da Constituição
Federal de 1988, os direitos básicos e
igualitários aos cidadãos,
independentemente de cor, raça, credo e
etnia.
Em defesa de inúmeros cidadãos,
que, injustamente tiveram seus direitos
violados ou restritos, a DPU teve
participação em casos polêmicos e com
grande repercussão na imprensa. Porém
se observado a fundo, os casos menos
polêmicos singularmente, são os de maior
discussão nos Tribunais Superiores e seu
Magistrado, que envolvem o princípio da
insignificância.
Este conceito ou bagatela, tem o
sentido de excluir ou de afastar a própria
tipicidade penal, ou seja, não considera o
ato praticado como um crime, por isso, sua
aplicação resulta na absolvição do réu e
não apenas na diminuição e substituição da
pena ou em sua não aplicação. Exemplo de
situações, de um modo genérico, é de
pessoa que rouba um pedaço de carne
porque está passando por necessidades. A
DPU entende como injusto e
desproporcional uma pessoa que comete
um delito nessas condições ser julgada e
condenada como outra que rouba um
carro, uma bolsa, dentre outros.
O exemplo acima é apenas um de
vários outros que ocorrem pelo país em
outro âmbito do direito. E assim como
existem pessoas que têm problemas com
benefícios sociais de competência estatal.
É o caso de cidadãos com problemas com
o Fundo de Investimento ao Estudante do
Ensino Superior (FIEIS), aposentadoria,
Sistema Único de Saúde (SUS), Justiça
Militar, dentre outros.
Mas a fundo, existem situações de
cidadãos que nem sequer encontram-se
entre a lista de excluídos, ou seja, para o
Estado essas pessoas não existem se
falando de cidadania. É o caso das
mulheres e meninas vítimas de
escalpelamento em embarcações, nas
regiões ribeirinhas na Amazônia. Mulheres
de família que dependem de embarcações
construídas sem o mínimo de instrução de
segurança, acidentalmente tinham seus
cabelos tragados pelo eixo dos motores
descobertos, causando o acidente. Como
consequência, comprometia suas
atividades de rotina, perdiam sua
autoestima, eram rejeitadas pelos seus
maridos ou sofriam preconceito e uma
infinidade de outros problemas que afetam
não só as vítimas como também até
mesmo a comunidade inteira em que vivem
ou viviam. Tema que foi acolhido pela DPU
e que rendeu-lhe o prêmio INNOVARE em
2010.
O prêmio visa congratular e
disseminar práticas inovadoras realizadas
por magistrados, membros do Ministério
Público estadual e federal, defensores
públicos e advogados públicos e privados
de todo Brasil, que estejam aumentando a
qualidade da prestação jurisdicional e
contribuindo com a modernização da
Justiça Brasileira.
Assessoria de comunicação (Ascom)
A assessoria de comunicação ou
assessoria de imprensa foi criada em 1906,
pelo jornalista estadunidense, Ivy Lee
(1877-1934), visando a boa relação do
assessorado e sociedade. Serviço atribuído
ao jornalista, que anteriormente era
executado por profissionais de marketing,
relações públicas, recursos humanos,
dentre outras profissões.
Ivy Lee marcou o surgimento da
assessoria de imprensa, através da
declaração de princípios, em forma de
carta aos editores. É um documento
histórico a ser descrito:
Este não é um serviço de imprensa
secreto. Todo nosso trabalho é feito às
claras. Pretendemos fazer divulgação
de notícias. Isto não é agenciamento
de anúncios. Se acharem que nosso
assunto ficaria melhor na seção
comercial, não o usem... Em resumo,
nosso plano é divulgar, prontamente,
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para o bem das empresas e das
instituições públicas, com absoluta
franqueza, à imprensa e ao público dos
Estados Unidos, informações relativas
a assuntos de valor e de interesse para
o público (KOPLIN e FERRARETTO,
2011).
Em 1964, no Brasil, surgiram os
primeiros vestígios de evolução das
assessorias de comunicação. Na época, o
jornalismo limitado pela censura forçou os
profissionais a inovar. Foi quando, em
1971, em São Paulo, os jornalistas
Reginaldo Finotti e Alaor José Gomes da
Unipress, apresentaram uma inovadora
proposta para as assessorias de imprensa
(DUARTE, 211).
O surgimento do processo democrático
e o seu fortalecimento no Brasil, após a
queda do regime militar, fizeram com
que o profissional de comunicação
obtivesse maior importância no
contexto social, pois a sociedade
passou a exigir respostas às suas
indagações (RIBEIRO,1985, p. 5).
Atualmente, com a globalização,
cibercultura e massificação de acessos, a
assessoria de imprensa ampliou
atribuições, exigindo a introdução de
profissionais de outras áreas na formação
de uma equipe, como Tecnologia da
Informação, Publicidade, Marketing, dentre
outras, que variam de acordo com a
demanda. Embora o papel de assessor de
imprensa ainda pertença ao jornalista.
A Assessoria de Comunicação da
DPU tem como objetivo aproximar da
Defensoria Pública da União o cidadão,
propagando o conceito desta por meio dos
meios de mídia disponibilizados, além de
coordenar a atividade de assessoria de
imprensa, relações públicas e comunicação
interna.
Sediada em Brasília/DF, a Ascom é
estruturada dicotomicamente em
coordenação de imprensa e publicidade,
com missão de prestar assessoramento
aos defensores federais em assuntos
relacionados à comunicação social, além
de coordenar, orientar e supervisionar as
atividades nas unidades da DPU; entre
outras atribuições previstas no artigo 7º do
Regimento Interno (Portaria 88 de 2014),
na Portaria N°2 de 2014 (Assessoria de
Imprensa) e no Manual de Redação e
Estilo.
Atualmente, apesar da pouca
estrutura, a Ascom dispõe de meios
acessíveis de propagação de conteúdo. O
portal eletrônico (www.dpu.gov.br);
programa de rádio, que vai ao ar duas
vezes por semana na Rádio Justiça; além
das redes sociais como ferramenta para
potencializar o alcance de propagação.
Além disso, conta com a comunicação
interna através da Intranet e serviço de
clipping.
O site: é o principal meio de
divulgação dos trabalhos “defensoriais”,
neste são divulgadas as notícias, que são
enviadas pelos jornalistas lotados nas
unidades distribuídas pelo país, além de
conter todas as informações institucionais
necessárias ao público. O site também é
fonte de material para diversos veículos de
comunicação.
O Programa de rádio: a assessoria
de comunicação produz um programa
semanal de rádio chamado ACESSO A
JUSTIÇA – A Defensoria Pública da União
a Serviço do Povo, distribuído
semanalmente a 21 emissoras de rádio,
principalmente comunitárias, de 19
municípios. São produções de cinco
minutos sobre temas relevantes para os
cidadãos, como os direitos do paciente com
câncer, informações sobre aposentadoria,
pensão, auxílio-doença, entre outros. O
programa vai ao ar aos sábados e
domingos, às 11h40, veiculado na Rádio
Justiça. Além de manter parceria com
outras rádios espalhadas por todo território
nacional.
A transmissão em rádios
comunitárias foi uma decisão estratégica,
pois os municípios isolados utilizam estas
emissoras como meio de informação, até
mesmo por causa da frequência,
metricamente dizendo.
Notícias do Dia: o clipping
produzido duas vezes ao dia pela Ascom é
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enviado por e-mail aos defensores,
servidores e estagiários pela manhã e à
tarde.
A varredura das notícias é
realizada minunciosamente visando
excelência no serviço de informação
interna.
YouTube: A assessoria
desenvolveu uma conta na rede social
visando divulgação de vídeos institucionais
e publicações de matérias relacionadas à
defensoria Pública.
Twitter: Notícias e notas em tempo
real, tem como função, “linkar” o público ao
portal da DPU.
Fan Page no Facebook: utilizado
como alongamento de alcance de notícias
e atalho para o portal, assim como o
Twitter. Buscando atingir o maior número
possível de seguidores interessados nos
temas.
Com cerca de 12 mil seguidores, a
página está se desenvolvendo a cada dia,
é possui um forte poder de propagação
publicitária e informativa.
Flickr: Disponibiliza o acesso a
galerias de fotos tiradas nas inúmeras
coberturas realizadas pela assessoria de
comunicação. Uma rede social de
compartilhamento de fotos. Todos os
eventos e acontecimentos envolvendo a
DPU em que a Ascom realizou cobertura é
registrado fotograficamente e
compartilhado no site
https://www.flickr.com/photos/13156782
5@N02/albums, pois as imagens são
capazes de criar sentimentos e sensibilizar
a sociedade, além de descrever fatos.
Intranet: Divulgação de ocorrências
e notícias relacionadas a fatos internos.
Outros meios utilizados pela
Defensoria Pública da União para divulgar
seu trabalho são os projetos desenvolvidos
por equipes internas apoiadas pela
assessoria de comunicação:
O Projeto DPU nas Escolas: atua
junto à comunidade escolar, promovendo a
conscientização dos direitos humanos, da
cidadania e do ordenamento jurídico,
disseminando informações e
conhecimentos fundamentais ao exercício
da cidadania plena, e de garantia à
assistência jurídica integral e gratuita de
qualidade, de forma real e efetiva.
O Projeto DPU nas Universidades:
desenvolve palestras e participa de
atividades em parceria com instituições de
ensino superior, levando o conceito da
DPU, objetivos e conscientizando futuros
profissionais sobre cidadania, agregando
valores éticos e morais.
DPU Cultural: destina-se à
elaboração de produtos culturais como
desdobramento das formas de atuação dos
defensores, expressas por diferentes
linguagens.
O projeto possui aproximadamente
dois anos de existência e ao longo desse
tempo concretizou dois importantes
projetos em prol da DPU. O primeiro foi
realizado em parceria com o curso de
fotografia do Instituto de Ensino Superior
de Brasília (IESB), em que foram
desenvolvidas obras fotográficas com viés
artístico em torno de trabalhos do âmbito
da Defensoria Pública da União. O trabalho
foi apresentado no Fórum Mundial de
Direitos Humanos, em dezembro de 2013,
em Brasília-DF e exposto no Museu
Nacional da República, em maio de 2014,
também na Capital Federal.
O segundo trabalho produzido foi a
I Jornada de Estudos Culturais Negros,
promovida em parceria entre a Defensoria
Pública da União (DPU) e a Fundação
Cultural Palmares, realizada em abril de
2015, em Brasília.
Casos de atuação
Uma boa parte das unidades da
DPU espalhadas pelo Brasil possuem
assessorias de comunicação
representadas por um jornalista, todas
ligadas a sede, em Brasília, desta forma,
todo material produzido é enviado à sede,
antes de ser publicado, o que produz uma
alta demanda.
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Um caso curioso de aplicabilidade
da bagatela foi o de um rapaz, pai de
família, desempregado há meses, que
adentrou em uma loja de departamentos e
tentou furtar uma camisa social e uma
gravata. A justiça o condenou como um
criminoso comum, levando em
consideração o crime que cometera.
Porém, o defensor público que atuava na
defesa do rapaz, utilizou o princípio da
insignificância, considerando a
contextualização dos fatos, uma vez, que o
rapaz cometeu o delito porque tinha uma
entrevista de emprego, e para conseguir o
cargo entendeu que necessitava estar bem
aparentado, além de estar desesperado em
função de sua atual condição e de sua
família que passava necessidade.
A DPU também atua em casos de
grandes proporções midiáticas.
Atualmente, vem atuando em defesa de
moradores do município de Altamira (PA),
que lutam contra a iminente concessão da
licença de operação da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte - que é investigada na
operação Lava Jato - sem que todas as
condicionantes sociais estejam cumpridas
pela Concessionária Norte Energia,
responsável pela obra. Na ocasião, o papel
da DPU é intermediar a negociação entre a
população e a empresa. A negociação com
a concessionária Norte Energia é resultado
dos efeitos da construção da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte sobre Altamira,
cujo impacto está provocando a retirada da
população que mora às margens do Rio
Xingu e também causando dificuldade para
atividades econômicas tradicionais do local,
como a olaria, que é feita em área que está
sendo alagada.
Uma grande dificuldade enfrentada
pela população e principalmente pela
Defensoria Pública é a falta de unidades ou
núcleos de atendimentos em comunidades
e municípios que carecem de atendimento
e esbarram na falta de acesso. Por esse e
outros motivos, a DPU atua com ações
itinerantes, levando a instituição aos
cidadãos carentes com necessidades
imediatas, é o caso da população de
Altamira(PA).
Recentemente, a DPU impetrou
Ações Civis Públicas sobre os mais
diversos temas, como o Fundo de
Investimento Estudantil (Fies), Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), Minha
Casa Minha Vida, Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), questões de
saúde, ingresso nas Forças Armadas etc.
Como previsto na Lei 11.448/2007 que
inseriu na Lei da Ação Civil Pública a
Defensoria Pública como instituição
legitimada para ajuizar ação civil pública
(ACP) em defesa de interesses e direitos
coletivos.
Destaca-se caso do ex-deputado
federal Hildebrando Pascoal, conhecido
popularmente como o Deputado da
Motosserra. De acordo com as denúncias
que chegaram ao Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) do
Ministério da Justiça, ele esquartejava suas
vítimas com motosserra. Em 1999 foi
condenado por liderar um grupo de
extermínio no Acre (AC) e integrar
esquema de crime organizado para tráfico
de drogas e roubo de cargas. A resolução
deste caso teve a participação da
Defensoria Pública da União, pois o ex-
deputado foi defendido por um defensor
público. Não defendendo as práticas do
réu, mas tentando fazer com que a justiça
fosse corretamente aplicada.
Conclusão
O trabalho de mídia realizado hoje,
pela assessoria de comunicação da DPU, é
extremamente relevante. Apesar de
limitado por causa da precariedade
estrutural, é um trabalho que vem gerando
resultados positivos, transmitindo a DPU
como um grande balcão de atendimento
aos que necessitam de assistência jurídica.
As formas de propagação ainda
carecem de impulsionamento e apoio do
Estado para que venham a funcionar com
excelência, pois o material utilizado, os
recursos e a organização das políticas
internas ainda são barreiras no
desenvolvimento de mídia da Ascom. Mas
é um esforço que vem sendo feito
diariamente para levar ao cidadão brasileiro
11
toda informação necessária, com clareza,
sobre seus direitos, através do rádio,
internet e secundariamente da TV.
A solidificação do acesso à Justiça
é vista como necessária para o
fortalecimento da democracia no Brasil,
uma vez que se trata de direito
fundamental de inegável representação em
nosso sistema constitucional, não existindo
possibilidade de se falar em exercício sem
que se instrumentalize a garantia dos
demais direitos previstos em nosso
sistema, fundamentado na igualdade.
O Brasil, atualmente, vive em uma época
de inconstâncias e transformações,
principalmente em seu ordenamento
jurídico, que tem sido ajustado. Grande
parte da sociedade brasileira não poupa
críticas a esta situação e boa parte da
população nem sequer sabe quais são
seus direitos fundamentais e não exerce
sua cidadania.
Agradecimentos
Deus é o principal responsável por
nos contemplar com a vida, nos dando
direito ao livre arbítrio para podermos,
assim, fazer nossas escolhas. Por isso,
acima de tudo, sou grato a Ele por me dar
o direito de escolha e me ensinar muitas
coisas através de pessoas que durante
esse período acadêmico tive o prazer de
conhecer.
Em segundo lugar e sem fugir dos
planos de Deus, fui agraciado por fazer
parte de uma família incrível. Pessoas de
origem humilde, porém, de valores morais
ímpares, na qual tive a felicidade de
agregar esses valores a minha pessoa, o
que foi fundamental para superação de
diversas dificuldades.
Dentre as pessoas que acredito ter
sido de grande importância durante esse
período, gostaria de citar os nomes em
menção a minha gratidão:
Meus avós JOSÉ EDSON
CARNEIRO RIBEIRO, ODETE FEITOSA
RIBEIRO E JOSÉ VIEIRA; meus pais
EDSON JOSÉ FEITOSA RIBEIRO e TÂNIA
REGINA VIEIRA; irmãos LUCIANO VIEIRA
RIBEIRO, LUIZ GUILHERME V. RIBEIRO
e LUCAS V. RIBEIRO; tias MARIA ISABEL
C. RIBEIRO, FLÁVIA FEITOSA e ELAINE
FEITOSA; amigos CARLOS GILBERTO
SILVA FELIX JR e THYAGO REIS
BASTOS DOS SANTOS; mestres
ROMOALDO DE SOUZA, ANA FLEURY
SEIDL, LUIZ CARLOS M. DOS REIS,
LINDIANE REIS, ROGÉRIO, FRANCISCO
F. PAULA JR., CHICO MACEDO, MARIA
RITA ADERALDO, DONATA SÁ
REBELLO, TALITA BRANDÃO,
BERNARDINA LEAL, GUSTAVO ZORTEA
DA SILVA, VÂNIA MÁRCIA D. NOGUEIRA,
HEVERTON GISCLAN N. DA SILVA;
esposa MICHELLE REIS DE NOVAES
BASTOS; um anjinho que passou na minha
vida, LETÍCIA LOPES VIEIRA.
Existem outros nomes importantes
que poderia citar e que sou extremamente
grato.
Referências Bibliográficas
ABRANCHES, S. H.; SANTOS, W. G. dos; COIMBRA, M. A. Política social e combate à
pobreza. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1987.).
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12
DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa e Relacionamento coma Mídia. Atlas, 2003.
DUARTE, Jorge. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação.
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FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas. Manual de Assessoria de Comunicação. 4°
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JusBrasil: www.jusbrasil.com.br
KOPPLIN, Elisa e Ferraretto, Arthur. Assessoria de Imprensa. 4º ed., Porto Alegre-RS:
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Gênese, Sua História e a Função Protetiva do Estado. Rio de Janeiro: Liber Juris, 1984.
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NETO, Diogo Figueiredo Moreira. A Defensoria Pública na Construção do Estado de Justiça.
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OLIVEIRA, Maria Beatriz Bogado Bastos de. A Defensoria Pública como garantia de acesso à
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Presidência da República: www.planalto.gov.br
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35° edição, Malheiros, 2012.
TEIXEIRA, José Fontenelle. Defensoria pública no Brasil – Minuta histórica. Disponível em:
Http://www.jfontenelle.net
VITTO, Renato Campos Pinto de; CASTRO, André Luís Machado – A Defensoria Pública com
instrumento de consolidação da democracia: http://www.apadep.org.br/
Anexo
Algumas amostras de campanhas publicitárias e matérias jornalísticas desenvolvidas e
produzidas pela Ascom-DPU
Trabalhador da construção civil garante direito ao auxílio-doença na Bahia
06 Julho 2015
Salvador – Após tentativas pela via administrativa, M.P.S., 59 anos, obteve o direito à
implantação do auxílio-doença e ao pagamento de cerca de R$ 21 mil, referente aos
valores dos benefícios atrasados desde março do ano passado, data do requerimento
administrativo. A sentença foi proferida pelo juiz federal Durval Carneiro Neto, titular
da 22ª Vara Federal de Salvador (BA).
O assistido sofre de doença degenerativa vertebro-discal lombar que o impossibilita de
continuar exercendo as atividades de pedreiro e mecânico. Há um ano, M.P.S., que
mora com a esposa na cidade de Dias Dávila, Região Metropolitana de Salvador,
procurou assistência jurídica da Defensoria com relatórios médicos e a negativa do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em outubro, perícia oficial designada pela Justiça confirmou a incapacidade parcial e
permanente para o trabalho. De acordo com o perito, M.P.S. não poderá exercer
quaisquer atividades que requeiram força nos membros superiores e sobrecarga na
coluna vertebral lombar.
Além das limitações físicas, a defensora federal Maria Elisa Villas Boas destacou a
idade e escolaridade de M.P.S. “O assistido tem 59 anos de idade, não lhe restando o
vigor físico necessário ao desempenho de sua atividade. Além disso, possui apenas o
ensino médio, grau de escolaridade, atualmente, insuficiente para que seja admitido em
atividades que exijam tão somente tarefas intelectuais”, concluiu.
RGD/MGM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
Assistido consegue habeas corpus no STF por furto de um par de chinelos
29 Julho 2014
Brasília – Condenado a um ano de prisão, em regime semiaberto, pelo furto de um par
de chinelos no valor de R$ 16, em Minas Gerais, J.R.A. conseguiu habeas corpus no
Supremo Tribunal Federal (STF), com auxílio da Defensoria Pública da União (DPU).
A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais havia apelado da sentença
condenatória, que fora denegada pelo tribunal local. Ao julgar recurso especial, a Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não reconheceu a atipicidade da conduta e
manteve a condenação imposta em primeira e segunda instância, tendo em vista que o
acusado já teria sido condenado anteriormente pelo crime de furto.
A Defensoria Pública da União, por meio do titular do 4º Ofício Superior Criminal,
defensor Jair Soares Júnior, argumentou, então, em pedido de habeas corpus interposto
contra acórdão unânime da Sexta Turma do STJ que, apesar de J.R.A. ser reincidente
criminalmente, o valor irrisório do bem roubado e sua imediata restituição à vítima não
caracterizariam a conduta como perigo social.
O ministro relator do STF, Luís Roberto Barroso, acolheu o argumento e deferiu a
medida liminar, suspendendo a condenação imposta nas instâncias inferiores, até o
julgamento do mérito do habeas corpus, considerando “a recente orientação Plenária no
sentido de que acolher o aspecto subjetivo como determinante para caracterização da
contravenção penal equivale a criminalizar, em verdade, a condição pessoal e
econômica do agente, e não fatos objetivos que causem relevante lesão a bens jurídicos
importantes ao meio social”.
A decisão que concedeu a liminar no pedido de habeas corpus levou em consideração,
ainda, as peculiaridades do caso, uma vez que “a condenação transitada em julgado
constitutiva da reincidência do ora paciente refere-se a delito patrimonial sem violência
ou grave ameaça à pessoa, o que sugere a vulnerabilidade social do agente”.
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
Comitê sobre tráfico de pessoas organiza semana de mobilização no DF
03 Julho 2015
Brasília – A Semana de Mobilização pelo Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas,
prevista para o final deste mês, foi um dos temas debatidos durante a 3ª Reunião
Extraordinária do Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos,
realizada na sexta-feira (26). Também foi discutida a proposta para o Seminário
Internacional de Políticas para Justiça, Cidadania e Tráfico de Pessoas, previsto para
acontecer nos dias 24, 25 e 26 de novembro.
O Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos é um fórum de
articulação permanente, composto por órgãos dos poderes públicos e organismos da
sociedade civil, com atribuições de propor normativas distritais e elaborar instrumentos
normativos nos eixos de mobilização e articulação, prevenção e atendimento,
monitoramento e avaliação, que contemplem ações de prevenção, repressão e
atendimento às vítimas de tráfico de seres humanos no Distrito Federal, em
conformidade com a política nacional.
O defensor-chefe no Distrito Federal, Paulo Rogério Cirino, representante da DPU no
colegiado, participou da reunião extraordinária. “É de grande importância a retomada
dos trabalhos do Comitê, tendo em vista a delicadeza do assunto que aflige muitas vezes
de forma silenciosa a população que vive sobre vulnerabilidade social. A DPU se
prontificou nesta última sexta-feira (26) a divulgar as ações do Comitê e acolher as
vítimas do tráfico para reconstituição de suas vidas. Por outro lado sugerimos ao Comitê
a efetivação do plano de enfrentamento lançado ao final de 2014, mediante realização
de planejamento e fixação de datas para ações preventivas e de combate a partir da
identificação dos focos do tráfico feita pela Polícia Rodoviária Federal”, destacou o
defensor.
O Comitê Distrital de Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos é vinculado e
coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e tem
por finalidade definir e acompanhar o desenvolvimento da Política e do Plano Distrital
de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, de acordo com os eixos da Política e do Plano
Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Agenda Semana Comemorativa do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
27.07 – Abertura 9h – Rodoviária;
28.07 – 1º Encontro da Rede Social de Atenção ao Migrante, Refugiado e
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – capacitação e disseminação do formulário e
fluxograma – Escola de Governo;
30.07 – Comemoração do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, das 9h
às 11h – Parque da Cidade.
JCS/MGM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
DPU recebe embaixadora para tratar de assistência jurídica a médicos cubanos
Criado em 01 Julho 2015
Brasília - A Defensoria Pública da União estabelecerá contato com as Defensorias
Públicas dos Estados para discutir a prestação de assistência jurídica aos médicos
cubanos que participam do programa Mais Médicos.
O compromisso foi assumido hoje (1º) pelo defensor público-geral federal, Haman
Tabosa de Moraes e Córdova, durante visita da embaixadora de Cuba, Maria Helena
Ruiz Capote, à instituição.
O governo cubano está preocupado com a insegurança jurídica dos médicos daquele
país que estão no Brasil participando do programa. De acordo com dados da
embaixadora, são mais de 11.400 cubanos no Mais Médicos, espalhados em quase 4 mil
municípios brasileiros, geralmente longe dos grandes centros.
Haman Córdova explicou que nem sempre a DPU terá competência para atuar na defesa
de um estrangeiro, porque a questão pode ser de jurisdição estadual, por isso a
necessidade de ampliar a conversação.
DSO/MGM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
DPU nas Escolas realiza primeira ação do ano no Distrito Federal
14 Maio 2015
Foto: Ricardo Joffily
Brasília - O Projeto DPU nas Escolas realizou a primeira ação deste ano na noite de
quarta-feira (13), no Centro Educacional Lago Norte (Cedlan), em Brasília (DF). O
defensor público federal Heverton Gisclan Neves da Silva ministrou palestra sobre a
Defensoria Pública da União (DPU) para estudantes de ensino médio do período
noturno.
A atividade contou com a presença de professores e cerca de 50 estudantes, que tiveram
a oportunidade de ouvir sobre o conceito de Defensoria Pública, os trabalhos
desenvolvidos na instituição, além de como e em quais circunstâncias acionar os
serviços da DPU. Ao fim da palestra, os participantes esclareceram dúvidas sobre o
tema abordado.
Nos últimos dois anos, o projeto DPU nas Escolas promoveu diversas iniciativas em
instituições de ensino para divulgar o trabalho da Defensoria Pública à comunidade
escolar.
LVR/SSG
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
STF reconhece bis in idem e manda juiz corrigir sentença de assistido da DPU
24 Abril 2015
Brasília - Um assistido da Defensoria Pública da União (DPU) condenado por tráfico
internacional de entorpecente conseguiu habeas corpus (HC) para ter a pena de cinco
anos de prisão reduzida em um sexto. Em decisão liminar contra decisão da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Supremo Tribunal Federal (STF)
reconheceu a tese de que houve dupla valoração da mesma circunstância na fixação da
pena pelo juiz de primeiro grau, o que é chamado no direito de bis in idem.
No caso, houve valoração da natureza e da quantidade da droga em duas fases da
dosimetria da pena. A.P., flagrado com aproximadamente cinco quilos de cocaína em
novembro de 2010, foi condenado pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Guarulhos (SP), que
fixou a pena em cinco anos e cinco dias de reclusão e multa. A decisão foi mantida pelo
Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) e, mais recentemente, pela Sexta Turma
do STJ, que negou provimento ao agravo regimental interposto pela defesa.
Em pedido de medida liminar, a DPU requereu o reconhecimento da causa de
diminuição da pena e correção da sentença, que reduziria a pena em um sexto, fixando-a
em quatro anos e quatro meses de reclusão, sustentando constrangimento ilegal ao
assistido. A tese da DPU foi de que houve repetição da restrição de direito do paciente
sobre o mesmo fato, conhecido como bis in idem.
No caso, o magistrado acrescentou equivocadamente fração de um sexto como
agravante, que correspondia ao mesmo fato do processo de fixação da pena base
(cometendo o bis in idem), assim acusando o réu por tráfico de drogas durante o
processo de fixação da pena base e da fração no aumento de pena, na chamada
dosimetria da condenação. A DPU também pediu a fixação do cumprimento de pena em
regime semiaberto e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direito.
No STF, em decisão monocrática, o relator, ministro Luiz Fux, aceitou em parte o
pedido da DPU, concedeu medida cautelar determinando ao juízo singular que corrija a
sentença, sem que haja repetição da restrição de direito do réu. De acordo com Fux,
"analisando a sentença condenatória, verifico, primafacie, bis in idem, em razão da
valoração cumulativa da natureza e quantidade da droga na primeira e terceira fase da
dosimetria", o que difere da orientação do STF.
Liminar deferida no HC 126.965
LVR/DSO
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
Capacitação de agentes públicos é discutida na I Jornada de Estudos
Criado em 01 Dezembro 2014
Brasília – A necessidade de capacitação dos agentes do Estado para garantir os direitos
das comunidades negras tradicionais foi discutida durante a I Jornada de Estudos
Culturais Negros, promovida em parceria entre a Defensoria Pública da União (DPU) e
a Fundação Cultural Palmares, em Brasília, na quinta-feira (27).
De acordo com o defensor público federal Claudionor Barros Leitão, secretário de
Direitos Humanos da Secretaria-Geral de Articulação Institucional da DPU, apesar dos
avanços sociais, o Brasil continua sendo uma sociedade desigual com uma hegemonia
cultural contrária ao processo de luta dos movimentos sociais. “Há preconceito nas
normais legais e nós precisamos discuti-las. É necessário capacitar os agentes das
comunidades em relação ao arcabouço dos direitos culturais negros para que eles
possam acessar a Justiça”, destacou.
Segundo o diretor do Departamento de Promoção e Fomento da Cultura Negra,
Lindivaldo Junior, pensa-se que a cultura, por ser um campo fértil, não sofre
preconceito. Para ele, “quando os valores civilizatórios de uma comunidade tradicional
não são respeitados, o racismo se revela, é violação de direitos. Precisamos de parcerias
com órgãos públicos ligados ao Direito não só para combater o racismo, mas para
garantir a cidadania e os direitos desses grupos sociais”.
A omissão do Estado com a falta de políticas públicas mínimas, como fornecimento de
água e luz a comunidades já reconhecidas legalmente, foi denunciada pela líder
jongueira, Alessandra Ribeiro Martins, coordenadora da Comunidade Jongo Dito
Ribeiro, na Fazenda Roseiras, em Campinas, São Paulo. A Fazendo Roseiras, de acordo
com ela, sobrevive graças à persistência dos jongueiros e militantes da causa, uma vez
que o Estado, na prática, se omite em relação a suas obrigações.
Preservação da cultura
A pressão econômica, as ameaças de violência e a importância da preservação da
cultura nas comunidades foram ressaltadas pelo defensor público federal Carlos
Eduardo Paz, membro do Grupo de Trabalho (GT) Quilombola. “Se a cultura não
estiver impregnada na comunidade, ela é facilmente dissolvida por valores
artificialmente sobrepostos para satisfazer interesses imediatos dos próprios membros
da comunidade, principalmente em função de necessidades financeiras”. Ele apresentou
o trabalho da DPU junto às comunidades e estimulou as lideranças presentes a buscarem
o apoio dos defensores públicos.
O representante do Quilombo do Mesquita, João Antonio Pereira, também alertou sobre
a necessidade de preservação da cultura das comunidades quilombolas. Segundo João
Antonio, as diversas comunidades localizam-se em território pertencentes a municípios
que por sua vez, acabam atrelando as tradições das comunidades quilombolas à cultura
regional, omitindo sua origem verdadeira. Além disso, há o risco de que a especulação
imobiliária torne a área alvo de interesse financeiro particular em detrimento do valor
histórico, social e cultural do lugar.
“Tenho conhecimentos que nem médicos possuem”, declarou Joana Benedita Pereira,
membro do Quilombo Mesquita, parteira e detentora de conhecimento sobre plantas
medicinais do cerrado.
Direito a manifestações religiosas foi o tema abordado pelo defensor público federal
Robson de Souza, que se utilizou de casos práticos de defesa das manifestações
religiosas da cultura negra no enfrentamento de atos discriminatórios, deixando visível a
existência de intolerância no país. “A Constituição Federal estabelece a liberdade de
culto religioso e o que vemos hoje é o retrocesso de alguns segmentos mais
conservadores contra as manifestações de matriz africanas. Primeiro por ausência de
conhecimento e informações sobre as tradições culturais e religiosas dos negros e
também por absoluta ignorância”.
“Em nosso país é muito comum que as pessoas digam que o povo é receptivo, um país
que acolhe bem toda diferença e diversidade e ao mesmo tempo, há constantes situações
de intolerância, o que é uma grande contradição”, destacou o professor Anderson Oliva,
em reflexão ao quadro atual.
Nelson Fernandes Inocêncio, coordenador do curso de Artes Visuais da Universidade de
Brasília (UnB), falou sobre o museu como espaço de preservação e promoção do
conhecimento da memória negra. “A presença negra não deve ser associada apenas à
escravidão”, ressaltando, assim, as contínuas e positivas contribuições dessa população
ao país.
O Grupo Negra participou do evento em performance interpretativa do poema Gritam-
me negra, de Victória Santa Cruz.
No encerramento, Bernardina Leal, coordenadora do Projeto DPU Cultural, reforçou a
importância da continuidade dos seminários e reiterou o compromisso das instituições
com a publicação escrita dos textos apresentados.
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
Assistido tem liberdade condicional restabelecida no STJ
17 Novembro 2014
Brasília – O assistido A.P.S., que cumpria pena em liberdade condicional, teve o
benefício revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) após ser flagrado com
porte de substância entorpecente para uso próprio, mas conseguiu, com auxílio da
Defensoria Pública da União (DPU), o restabelecimento da pena condicional.
A.P.S. cumpria pena em liberdade desde 21 de novembro de 1997. Em abril de 2001,
ele foi flagrado portando substância entorpecente para uso próprio. Com isso, o
benefício foi revogado após sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que
inovou a fundamentação, aplicando o art. 87 do Código Penal, segundo o qual o juiz
pode revogar a liberdade condicional se o cidadão for condenado por crime ou
contravenção.
A Defensoria Pública da União impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça
(STJ) argumentando que a Lei 11.343/2006 deixou de aplicar pena privativa de
liberdade aos usuários de substâncias entorpecentes, e que, por isso, não mais seria
obrigatória a revogação da liberdade condicional. No entanto, em decisão monocrática,
o relator, ministro Jorge Mussi, manteve a revogação.
Em agravo regimental, a DPU apontou que o debate se restringia à impossibilidade de
revogação do livramento condicional diante do advento do art. 28 da Lei 11.343/2006.
Em nova decisão monocrática, o ministro Jorge Mussi reconsiderou a decisão agravada,
reconheceu que a matéria versaria apenas sobre a aplicação do art. 86, I, do Código
Penal, e destacou que o advento do art. 28 da Lei 11.343/2006 não permitiria a
invocação da referida hipótese obrigatória de revogação da liberdade condicional,
restabelecendo, dessa forma, o benefício concedido ao assistido.
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
STF concede ordem para excluir ilegalidade cometida em dosimetria da pena
12 Setembro 2014
Brasília - Após atuação da Defensoria Pública da União (DPU), o Supremo Tribunal
Federal (STF) determinou que seja estabelecida nova fixação de pena para a boliviana
M.M.V.
A assistida foi condenada a seis anos e 27 dias de reclusão e ao pagamento de 607 dias-
multa após despachar, via Correios, quatro correspondências contendo substância
entorpecente, com destino à Espanha.
De acordo com o defensor público federal Eduardo Flores Vieira, responsável pela
defesa de M.M.V., houve ilegalidade na dosimetria da pena. Diante disso, impetrou
habeas corpus alegando a existência de bis in iden (apenar o réu pelo mesmo crime mais
de uma vez).
O relator do caso, ministro Teori Zavaski, concedeu ordem determinando ao juízo
competente o estabelecimento de nova fixação de pena imposta ao assistido, dentro da
legalidade prevista, fazendo com que o magistrado competente procedesse em nova
dosimetria de pena, considerando a natureza e a quantidade do entorpecente apreendido
em apenas uma das fases da fixação da reprimenda.
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União