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Curso de Pedagogia Artigo Original ALFABETIZAÇÃO MÉTODO NATURAL LITERACY NATURAL METHOD Bruna Soares da Silva Menezes 1 , Maitê de Melo Parente 1 , Renata Silva Almendra² 1 Alunas do Curso de Pedagogia 2 Professora Mestre em História Resumo Introdução: O objetivo do presente trabalho é abordar a importância do Método Natural na alfabetização de crianças e como ele pode ser utilizado no âmbito escolar. Nos dias atuais precisamos de algo inovador para fazer a diferença no modo de ensinar e este artigo busca discutir o Método Natural como modelo de aprendizagem que traz a contextualização para dentro da sala de aula como algo motivacional para o aluno se sentir parte do conteúdo. Apresentamos as características do método, suas atividades pedagógicas e os resultados de uma pesquisa de campo realizada numa escola que tem o método como base para alfabetização de crianças. No decorrer do presente trabalho constatamos que para se alfabetizar é necessário primeiramente um ambiente estimulador que permita que a criança faça parte do contexto em que a criança vive. Professores capacitados, conteúdos, materiais didáticos, atividades e brincadeiras que despertam o interesse dos alunos. Palavras-Chave: método natural; aprendizagem; alfabetização; educação infantil. Abstract Introduction: The aim of this study is to discuss the importance of the Natural Method literacy of children and how it can be used in schools . Nowadays we need something new to make a difference in the way of teaching and this article aims to discuss the Natural Method as learning model that brings context into the classroom as something motivating for the student feel part of the content. We present the characteristics of the method , its educational activities and the results of a field survey carried out in a school that has the method as a basis for literacy children. Without work during the present paragraph is found que Literacy And Necessary first hum stimu- lating environment que Allow a Child to Join context que a Child lives . Trained teachers , Content, Teaching materials, activities and games que arouse the interest of students . Keywords: natural method; learning; literacy; childhood education. Contato: [email protected] e [email protected] Introdução A proposta do presente artigo é possibilitar ao leitor um maior entendimento do método natural de ensino, assim demonstrando sua contribuição no processo de alfabetização e desenvolvimento infantil. O ambiente que utiliza o método natural envolve um trabalho educativo pleno de experiências estimulantes e integradas dos aspectos físico, social, emocional e intelectual do desenvolvimento humano. É um ambiente preparado para educar, por meio de um trabalho diversificado e livre, que permite o atendimento às crianças em diferentes níveis de desenvolvimento, estimula a formação de atitudes de vida democrática e padrões de raciocínio investigador e questionador e exercita hábitos de organização de estudo independente. Assim, busca-se manter um ambiente calmo, apesar dos alunos poderem conversar, levantar e trocar de atividade livremente. O método natural busca promover um clima de interação afetivo-social, que é essencial ao estímulo do desenvolvimento de cada um e de todos. Dessa forma, a arte é compreendida como um meio de educar de forma integral, saudável e harmoniosa, valorizando sempre a criatividade e a livre expressão. A finalidade do método natural reside, unicamente, em promover estímulos necessários ao desenvolvimento integral e harmonioso de cada aluno, respeitando os aspectos físico, emocional, social e intelectual, que precisam ser atendidos de acordo com características próprias de sua vida, que é dinâmica e está em processo de transformação. Assim, enquanto a turma está ocupada em diversas atividades, de sua própria escolha, a professora dá atenção individualizada a cada criança. A atenção individual é a tônica do trabalho diversificado livre. A Escola Natural enseja esse desenvolvimento pleno do individuo, com vistas a sua satisfação pessoal, autonomia e bem estar social. Para se ter alunos críticos, devemos rever os métodos trabalhados hoje em dia, que ainda privilegiam propostas tradicionais e conteudistas, em que os professores são detentores do conhecimento e os alunos apenas apreendem os

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Curso de Pedagogia Artigo Original

ALFABETIZAÇÃO MÉTODO NATURAL LITERACY NATURAL METHOD

Bruna Soares da Silva Menezes

1, Maitê de Melo Parente

1, Renata Silva Almendra²

1 Alunas do Curso de Pedagogia 2 Professora Mestre em História

Resumo

Introdução: O objetivo do presente trabalho é abordar a importância do Método Natural na alfabetização de crianças e como ele pode ser utilizado no âmbito escolar. Nos dias atuais precisamos de algo inovador para fazer a diferença no modo de ensinar e este artigo busca discutir o Método Natural como modelo de aprendizagem que traz a contextualização para dentro da sala de aula como algo motivacional para o aluno se sentir parte do conteúdo. Apresentamos as características do método, suas atividades pedagógicas e os resultados de uma pesquisa de campo realizada numa escola que tem o método como base para alfabetização de crianças. No decorrer do presente trabalho constatamos que para se alfabetizar é necessário primeiramente um ambiente estimulador que permita que a criança faça parte do contexto em que a criança vive. Professores capacitados, conteúdos, materiais didáticos, atividades e brincadeiras que despertam o interesse dos alunos.

Palavras-Chave: método natural; aprendizagem; alfabetização; educação infantil.

Abstract

Introduction: The aim of this study is to discuss the importance of the Natural Method literacy of children and how it can be used in schools . Nowadays we need something new to make a difference in the way of teaching and this article aims to discuss the Natural Method as learning model that brings context into the classroom as something motivating for the student feel part of the content. We present the characteristics of the method , its educational activities and the results of a field survey carried out in a school that has the method as a basis for literacy children. Without work during the present paragraph is found que Literacy And Necessary first hum stimu-lating environment que Allow a Child to Join context que a Child lives . Trained teachers , Content, Teaching materials, activities and games que arouse the interest of students .

Keywords: natural method; learning; literacy; childhood education.

Contato: [email protected] e [email protected]

Introdução

A proposta do presente artigo é possibilitar ao leitor um maior entendimento do método natural de ensino, assim demonstrando sua contribuição no processo de alfabetização e desenvolvimento infantil. O ambiente que utiliza o método natural envolve um trabalho educativo pleno de experiências estimulantes e integradas dos aspectos físico, social, emocional e intelectual do desenvolvimento humano. É um ambiente preparado para educar, por meio de um trabalho diversificado e livre, que permite o atendimento às crianças em diferentes níveis de desenvolvimento, estimula a formação de atitudes de vida democrática e padrões de raciocínio investigador e questionador e exercita hábitos de organização de estudo independente. Assim, busca-se manter um ambiente calmo, apesar dos alunos poderem conversar, levantar e trocar de atividade livremente. O método natural busca promover um clima de interação afetivo-social, que é essencial

ao estímulo do desenvolvimento de cada um e de todos. Dessa forma, a arte é compreendida como um meio de educar de forma integral, saudável e harmoniosa, valorizando sempre a criatividade e a livre expressão. A finalidade do método natural reside, unicamente, em promover estímulos necessários ao desenvolvimento integral e harmonioso de cada aluno, respeitando os aspectos físico, emocional, social e intelectual, que precisam ser atendidos de acordo com características próprias de sua vida, que é dinâmica e está em processo de transformação. Assim, enquanto a turma está ocupada em diversas atividades, de sua própria escolha, a professora dá atenção individualizada a cada criança. A atenção individual é a tônica do trabalho diversificado livre. A Escola Natural enseja esse desenvolvimento pleno do individuo, com vistas a sua satisfação pessoal, autonomia e bem estar social. Para se ter alunos críticos, devemos rever os métodos trabalhados hoje em dia, que ainda privilegiam propostas tradicionais e conteudistas, em que os professores são detentores do conhecimento e os alunos apenas apreendem os

ensinamentos. Acreditamos que os pedagogos precisam de um método renovador como este, que trabalhe todas as áreas para que o aluno possa se desenvolver como um ser social, assim contribuindo para nossa sociedade. Portanto, a proposta deste trabalho foi fazer uma pesquisa de forma mais aprofundada das características do método natural de aprendizagem, com o foco na alfabetização de crianças. Por meio da pesquisa de campo, realizada com os professores da Escola Cabo Frio, que têm o método natural como referência, investigamos quais foram as dificuldades encontradas por estes educadores e pela escola em adotar o método natural de alfabetização.

Apesar de este ser um tema novo, com uma escassez de estudos teóricos, buscamos a fundo grandes autores como Gilda Rizzo, que foi umas das criadoras do Método Construtivista e da Alfabetização Natural. Rizzo tem seu trabalho publicado nos livros Alfabetização Natural (1999); Fundamentos e Metodologia da Alfabetização: Método Natural (1985); Escola Natural: Uma Escola para a Democracia (1986), entre outros.

Gilda Rizzo contribuiu para que o método tivesse seu espaço no ambiente educacional, on-de a escola natural é organizada de forma demo-crática e social, onde o professor oferece estímu-los para que a criança se desenvolva como um ser integral, desde a sua infância. Emília Ferreiro também se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. Tanto as descobertas de Piaget como as de Emília levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas cons-troem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa con-clusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. Pouco se ouve falar do método natural e ainda não são muitas as escolas que trabalham com este método. Mas acreditamos que a escola que escolhe esse método de ensino faz a diferen-ça, por se tratar de uma metodologia eficaz e dife-renciada. O método natural se diferencia por res-peitar o espaço da criança, por oferecer atividades e brincadeiras que fazem parte do contexto em que a criança vive.

Dessa forma, optamos por aprofundar no estudo do método natural de alfabetização de crianças por julgarmos que este tema ainda seja bastante inovador nos cursos de Pedagogia. Ainda há pouca bibliografia que descreve o método natural, suas formas de

trabalho e características específicas. A proposta é apresentar parte dessa bibliografia, compartilhando com a comunidade acadêmica esse material, aliando com uma pesquisa “in loco” a ser realizada em uma escola que utiliza o método natural em seu projeto político pedagógico.

O objetivo deste trabalho foi analisar o método natural de alfabetização de crianças e as dificuldades encontradas pelos educadores em sua utilização. Com a finalidade de reconhecer os modelos de atividades que uma escola natural oferece, identificar a diferença do método natural entre outros métodos de alfabetização trabalhados nas escolas tradicionais, descrever a influência do método construtivista sobre o método natural, explicar a rotina e as atividades pedagógicas do método, apresentar as dificuldades dos educadores na aplicação do método natural.

Histórico do Método Natural a partir do Construtivismo

A partir das ideias de Jean Piaget (1896-1980), o construtivismo procura instigar a curiosi-dade do aluno para que ele possa encontrar as respostas a partir dos seus conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os colegas. Jean Piaget, um dos mais importantes pes-quisadores de educação e pedagogia, nasceu na cidade de Neuchâtel (Suíça) em 09 de agosto de 1896 e faleceu em 17 de setembro de 1980. Seus estudos sobre pedagogia revolucionaram a edu-cação, pois derrubou várias visões e teorias tradi-cionais relacionadas à aprendizagem. Suas ideias estão presentes em diversos ambientes escolares. Suas teorias buscam formar cidadãos criativos e críticos, sendo que o profes-sor não é tido apenas como o centro da aprendi-zagem, isso é não apenas ensina os alunos, mas antes de tudo, os orienta no caminho da aprendi-zagem autônoma. Em seus estudos, Jean Piaget percebeu que as crianças não raciocinam como os adultos. Essa percepção levou Piaget a recomendar aos adultos que adotassem uma forma de educação diferenciada ao lidar com essas crianças. Na visão de Piaget as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento. Emília Ferreiro, que foi aluna de Piaget, ampliou a teoria para o campo de escrita e leitura e concluiu que a criança pode se alfabetizar sozi-nha, desde que o ambiente seja estimulante para o contato com letras e textos. Emília Ferreiro nasceu na Argentina em 1936, e doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação de Jean Piaget. Emília se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo,

campo de estudo inaugurado pelas descobertas biólogo suíço Jean Piaget. Tanto as descobertas de Piaget como as de Emília levam a conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivis-mo. O construtivismo propõe que o aluno parti-cipe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimu-lo à dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo. O construtivismo enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um trampo-lim na rota da aprendizagem. Essa linha de alfabe-tização construtivista não adota a rigidez nos pro-cedimentos de ensino. As atividades são desen-volvidas com temas que despertam o interesse naquele momento, sem que haja uma preocupa-ção em seguir um currículo rígido.

Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está pronto, acaba-do, e de que, especificamente, o co-nhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o sim-bolismo humano, com o mundo das re-lações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dota-ção prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação, não há psi-quismo nem consciência e, muito me-nos, pensamento. (BECKER, 1994, p. 88)

O método natural surgiu a partir da linha de pensamento do construtivismo, por anos, vários pesquisadores renomados e importantes para a educação contribuíram para o aparecimento deste novo método. O termo natural veio emprestado do méto-do inicialmente de alfabetização, e abrangeu a escola que se propôs a estender essa filosofia às séries seguintes. Aquela onde o conteúdo é cons-truído a partir do conhecimento existente no grupo, trocado entre os alunos e acrescido pelas leituras e pesquisa. É fixado pelos diferentes registros escritos, ilustrados e/ou dramatizados, feitos por redação própria do aluno e não apenas ditado pelo professor, lido no livro e treinado pelo exercício de respostas aos questionários impressos no livro ou em apostilas, como ocorre na escola tradicional, que reflete nítida e exclusiva valorização da me-mória. Gilda Rizzo é a principal referência à fren-te deste método, pois este é fruto de uma produ-ção coletiva, criado a partir dos resultados de uma pesquisa sobre linguagem e vocabulário da crian-ça brasileira, sob a coordenação da professora Heloisa Marinho, do Instituto de Educação (Rio de

Janeiro). Essa metodologia foi sendo criada ao longo de vinte anos, com muitos resultados não previstos. Ela reuniu todas as informações encon-tradas e analisou o que era importante e aos pou-cos foram surgindo livros e embasamento teórico para a realização do método natural. Um grande pensador e filósofo que contri-buiu para as bases do método natural é o suíço Jean-Jacques Rousseau. Preocupado com uma educação popular e democrática, Rousseau es-creveu em 1762 o livro Emílio. Esta obra, dirigida ao povo, revolucionou a educação ao trazer novas propostas e ideias que combatiam o método tradi-cional em voga no momento, que era bastante excludente e privilegiava apenas o ensino da elite (Dalbosco, 2009). Grande parte da bibliografia sobre o método natural de ensino baseia-se nessa importante obra de Rousseau e a tem como ponto de partida. Além de ter seu pensamento filosófico como fundamento para amparar esse método pedagógico inovador diante do tradicionalismo que imperava na educação. De acordo com Cláudio Dalbosco, que estudou profundamente o pensamento de Rous-seau, em seu artigo “Primeira Infância e educação natural” (2007), o autor apresenta que:

Embora seja um ser em potencial, a criança é incompleta em relação ao adulto e, por não ser dona de si mesma precisa ser guiada pela intervenção do adulto, a quem compete em última instância moldar seu comportamento. (DALBOSCO, 2007, p.320-321)

Ainda há bastante resistência e muitas pessoas criticam e não confiam em escolas que trabalham com o método natural. Isto porque escutam de pais ou parentes próximos de crianças que estão em escolas tidas como construtivistas, que não se aprende a ortografia correta, ou que o aprendizado é mais lento, pois se espera que a criança aprenda sozinha. Ao contrário do se que fala por aí, Gilda Rizzo afirma que o método é eficaz. Essa autora, em seu artigo Alfabetização Natural (1988), nos ensina que:

A Escola Natural é uma escolha inteligente de pais que acreditam que seu filho saia mais fortalecido e seguro pela apropriação do conhecimento construído por ele mesmo, do que se tivesse apenas memorizado e tem certeza que a democracia, assim como delicadeza, não se aprende decorando frases copiadas do quadro de giz, mas sim aprende vivendo democraticamente. São pais que desejam construir uma sociedade futura efetivamente democrática composta por cidadãos democráticos, seus filhos, criados em regime democrático, dentro de sua sala, dentro do espaço escolar, inseridos no seu grupo. Pais que esperam isso da

educação de seus filhos. (RIZZO, 1988, p. 24)

A resistência a métodos inovadores de alfabetização não atinge somente os pais e familiares das crianças. Os professores também são bem resistentes às grandes mudanças e, assim, se recusam a adotar outro método de alfabetização, pois não dão continuidade à sua formação e acabam se equivocando em sala de aula de modo que não respeitam o desenvolvimento da criança em seu tempo necessário. Ainda de acordo com Dalbosco (2007), o Método Natural:

Deve deixar a linguagem nascer e se desenvolver espontaneamente na cri-ança, de acordo com sua idade e da forma mais simples possível. Nada de apressar o processo de aprendizado da fala, querendo com isso ensinar-lhe pa-lavras e estruturas gramaticais que ainda estão fora de sua capacidade cognitiva. (DALBOSCO, 2007, p.329)

Para uma educação eficaz é necessário que os professores repensem como estão trabalhando em sala. As crianças mudaram e não é qualquer conteúdo que irá chamar sua atenção. Assim, destacamos que o construtivismo trabalha para que elas tenham interesse em ir à escola e em realizar as atividades. Devemos dar o espaço que a criança precisa para se desenvolver como um ser criativo e critico. Assim, Rousseau afirma que:

A ênfase dada ao papel desempenha-do pelas provações na formação da criança ocorre em conformidade com o principio de que ela deve ser criada li-vremente em contato com a natureza, tendo espaço para brincar, para movi-mentar e exercitar seu corpo. (ROUS-SEAU apud DALBOSCO, 2007, p. 327)

A escola que aplica o Método Natural tem uma sala toda especial dando liberdade para que os alunos se comuniquem, já que são dispostos em rodas, estantes onde o aluno tem total liberdade de escolher o material a ser utilizado, cantinhos de leitura, os cadernos acumulam apenas as informações úteis para o aluno. A avaliação é feita de forma integral, possibilitando, assim, ter uma noção do aprendizado real e integral dos alunos. É um método inovador no qual o professor deve ter um conhecimento para que seja aplicado da forma correta em sala de aula, pois precisamos fazer algo para a melhoria da educação, iniciando pela alfabetização.

Atividades pedagógicas do Método Natural

A escola que adota o Método Natural classifica as turmas da creche como Agrupamentos Verticais (AVs). O principal objetivo é colocar na mesma turma crianças de faixas etárias diferentes, não ultrapassando a diferença de um ano. Assim, as crianças mais novas serão estimuladas pelas crianças mais velhas. Cada seguimento tem um objetivo a ser cumprido dentro do processo de leitura e escrita, até mesmo as crianças de AV1, que são as crianças mais novas. Dentro dessa turma, se encontram crianças de quatro meses a dois anos e são realizadas atividades bem curtas e com incentivo de estimular a fala. Inicia-se no AV1 a conversa nas rodinhas, o momento das histórias e das músicas e atividades de nomeação de objetos, pessoas e imagens.

No dia a dia do AV1 a maioria das atividades da rotina se inicia através da música. Os alunos ficam atentos aos sons cotidianos, relacionados às atividades simples como banho, escovação e alimentação. A música é trabalhada diariamente de forma a se tornar a principal motivação e estímulo para os pequenos. Tintas coloridas são materiais didáticos bastante utilizados nas turmas de AV1. As crianças são estimuladas a usar o próprio corpo, (os pés e as mãos) para fazer os desenhos, participando intensamente das atividades propostas.

No AV2 se encontram crianças de dois a três anos. Neste seguimento as atividades vão se intensificando no dia a dia, aumentando o nível de desafios, dificuldades e concentração necessária. Nesta fase, no 1° semestre, é apresentada a listinha de chamada com o nome de cada uma das crianças. Esta lista é apresentada em forma de cartões individuais para que todos possam desenhar e assim reconhecer seu desenho e com o passar do tempo reconhecer a letras de seu nome.

Esse material ainda possibilita a explo-ração de conceitos sobre conjuntos, subconjuntos, pertence, não pertence, elementos etc. e estimula a percepção de mais e menos elementos, pela com-paração estabelecida pela proximidade das duas tiras. O trabalho com opera-ções de botar e tirar, para os conjuntos ficarem com o mesmo número de ele-mentos, também pode ser realizado. (RIZZO,1988, p.56)

. No 2° semestre, inicia-se o movimento de

escrita da 1° letra do próprio nome e intensifica-se a observação das letras do próprio nome e do nome dos amigos, com a percepção das letras iguais e diferentes.

O dia se inicia sempre com uma rodinha, onde toda a turma conversa sobre o final de semana. As crianças contam suas histórias e expõem seus sentimentos. Neste momento é trabalhada a fala e há um estímulo para que as crianças se expressem na vida de maneira a respeitar o próximo. Pode-se debater sobre o dia da semana, introduzindo em seu tempo

cronológico mais opções, como saberem quais são os dias de ir a escola e o que cada dia representa em sua semana. Uma criança pode ser convidada para ir na janela e falar para toda turma como está o tempo, assim ensinando os alunos a identificarem como está o clima .

Em seguida apresenta-se a listinha de chamada onde é explorado bastante o nome de cada aluno, colocando como foco a primeira letra de cada nome.

O conhecimento da forma escrita do próprio nome tem um interesse consi-derável de todos os indivíduos. A curio-sidade que as crianças demonstram pela forma escrita de seus nomes é in-tensa e esse fenômeno também pode ser constatado dentre os adultos anal-fabetos. Em ambos os caos há eviden-te interesse em aprender a reproduzir a forma gráfica do próprio nome. Um analfabeto não pode ignorar esse sen-timento espontâneo e deve tirar dele o maior proveito, criando recursos sim-ples mas que ponham os alunos em contato direto com seus nomes. (RIZ-ZO, 1986, p.54)

Exemplos e comparações são a chave para o sucesso do aprendizado. Dessa forma, gravuras e ilustrações são usadas cotidianamente para incentivar as crianças. Em todos os seguimentos, é proposto o estudo de um projeto. Nesse estudo, os pais contribuem com novidades, as crianças têm oportunidade de falar o que sabem a respeito daquele tema e, a partir de seus conhecimentos, o assunto é de fato iniciado.

No decorrer da semana, planejam-se e executam-se as atividades que são referentes ao projeto. Os temas podem ser variados e abranger várias áreas do conhecimento, como por exemplo, animais mamíferos, meio ambiente, meios de transporte, etc. A partir destes assuntos são construídas várias atividades lúdicas, utilizando materiais presentes em sala de aula e também objetos de sucata. São realizadas atividades individuais e coletivas. Essas atividades do projeto são chamadas de técnicas, pois a cada dia são criadas com materiais diferentes, dando a oportunidade de criação e incentivando a criatividade e imaginação. A parte de matemática neste seguimento é trabalhada de forma suave. São apresentados os números de 0 a 5, trabalhando-se noções de cheio e vazio, grandezas e medidas. Todas as atividades feitas em relação à matemática são expostas na sala juntamente com as de leitura e escrita, para que eles possam visualizar e fixar o que foi explicado durante a semana.

No AV3, na rodinha, intensifica-se o trabalho apresentando o som da letra inicial de cada criança e, durante o trabalho diversificado, é dado continuidade ao trabalho de escrita, escrevendo todo o nome de cada um.

Paralelamente a este trabalho, é realizada a identificação, quantificação e movimento dos números de 0 a 9.

A atenção dada ao movimento de cada letra do nome e número é feita individualmente e gradativamente, com diferentes recursos lúdicos, entre eles a caixa de areia e lousa mágica, que são usados de maneira informal para a realização dos movimentos de letra e número. Com esses materiais diferenciados a criança se interessa e tem prazer em aprender.

É importante lembrar que esse atendimento individual só consegue ser realizado no mesmo momento das chamadas mesinhas diversificadas. Enquanto a professora está com o aluno realizando esta atividade, os demais estão nas “mesinhas diversificadas”. Isso quer dizer que em sala de aula são realizadas atividades diferentes simultaneamente. Nas salas de AV1, as mesinhas diversificadas acontecem no máximo em duas mesas, uma delas com atividade e a outra com um jogo escolhido pela professora. Esses jogos tem como finalidade desenvolver alguma área, seja ela cognitiva ou motora. O educador deve dividir o tempo de forma que atenda a todos os alunos da sala individualmente, pois eles são pequenos e precisam de uma atenção maior.

O trabalho diversificado livre se carac-teriza exatamente pela organização de um meio ambiente educativo tal, cuja dinâmica ofereça condições de atendi-mento as necessidades de ordem físi-ca, social e emocional dos alunos e es-tímulo ao seu desenvolvimento integral, tomando-os como agentes e pacientes de todo o processo de aprendizagem. (RIZZO, 1986, p.32)

Nas salas de AV2 podemos ter até cinco

mesinhas diversificadas. Geralmente, em uma mesa há uma atividade referente ao projeto, em outra uma atividade sobre leitura e escrita e no restante, jogos. A cada semana são oferecidas atividades diferentes, de modo a cumprir o planejamento da semana. No AV3 não há muitas modificações, mas se intensificam algumas atividades relacionadas a leitura e escrita. Essa maneira de se trabalhar facilita o controle que o professor tem sobre a turma, pois todos os alunos realizando uma mesma atividade se torna algo maçante e desestimulador. Os alunos que terminam antes ficam ociosos e de alguma forma atrapalham o restante da turma. Já com as mesinhas diversificadas, cada aluno termina em seu tempo e logo que acabam podem passar por outras mesinhas. De acordo com o planejamento, o tempo é programado de forma que todos os alunos possam realizar todas as atividades que foram propostas para aquele dia.

Na pré-escola a dinâmica não muda muita coisa. No 1° período, continua-se o trabalho com o som da letra inicial de cada criança. Em seguida,

durante os projetos realizados, os alunos escolhem algumas palavras para compor o estudo sonoro e o movimento das letras do alfabeto que por ventura não foram trabalhadas nos nomes das crianças.

No 2° semestre, é enfatizada a caçada sonora e registro lúdico das vogais. Paralelo a este trabalho, é realizada a identificação, quantificação e movimento de cada letra do nome e número. Tal atividade é feita individualmente e gradativamente, com diferentes recursos lúdicos, garantindo assim a compreensão e realização do movimento de escrita correto. Também são trabalhadas apresentações sobre os projetos, que são feitas pelas crianças que passam a trabalhar um determinado projeto por mais tempo, assim detalhando e conhecendo mais sobre o assunto. Todos os seguimentos trabalham os mesmos temas, só que em ordem diferente. Os temas surgem de acordo com o que a turma está interessada em aprender. Para as apresentações, os alunos confeccionam painéis, bonecos, jogos, ou seja, várias atividades. No final de cada projeto eles apresentam para seus familiares e para todos da pré-escola.

No 2° período, cada projeto é escolhido por meio de votação entre as crianças. Elas escolhem uma ou mais palavras que desejam aprender a escrever. Há uma ficha de controle da professora, para garantir que todas as letras do alfabeto (incluindo algumas dificuldades, como nh, ç, rr, gu...) sejam trabalhadas. Nesta fase, são adotados um livro de linguagem e um de matemática e também um caderno de caçada, que é construído de acordo com as palavras que irão aprender no decorrer do ano. Individualmente, cada aluno cola figuras relacionadas à palavra que aprenderam e escrevem o nome da figura. E, por fim, há também um caderno de vocabulário que completa o material de apoio necessário às atividades de consulta e verificação que caracterizam o método natural. Assim, cada aluno dever possuir um caderno especial para o registro das palavras do vocabulário básico.

Como as crianças da pré-escola já estão mais maduras e responsáveis, a dinâmica já é algo bem diferente dos outros seguimentos. As palavras que eles aprendem são escolhidas por eles. Se de alguma maneira isso não ocorrer espontaneamente, a professora deve estimulá-los, seja por meio de uma brincadeira ou passeio. Muitas pessoas que não vivenciam o método acham essas atitudes desnecessárias, mas o resultado que podemos presenciar é algo impressionante.

As mesinhas diversificadas são apresentadas no 2° período de uma forma mais intensa, onde as atividades são realizadas com duração bem maior do que a dos outros seguimentos. Isso é feito porque a concentração das crianças permite atividades mais elaboradas como a do livro didático. Até mesmo o livro é

adaptado para o método. Tanto o livro de matemática como o de linguagem é contextualizado com o que é proposto no aprendizado dos alunos.

Outra dinâmica que diferencia o 2° período são as atividades que são levadas para casa. A ideia não é nomeá-las como ”dever de casa”, pois se trata de crianças pequenas. Embora sejam as crianças mais velhas da escola, há toda uma preocupação em não sobrecarregá-las. Trata-se, então, de atividades bem tranquilas, explicadas previamente na rodinha, com exemplos de como podem ser feitas. Geralmente são atividades bem lúdicas, que devem ser feitas inteiramente pelo aluno. É pedido aos pais que não interfiram nessas atividades, pois deste modo a criança se torna um cidadão comprometido com as tarefas propostas. No dia seguinte a atividade é corrigida na rodinha e é dado um reforço positivo para a turma. Também no final de alguns projetos, os alunos do segundo período confeccionam atividades muito lúdicas e atrativas, como em uma feira de ciências as crianças apresentam o que aprenderam para toda família e amigos da escola.

Pesquisa de Campo

A escola

A escola escolhida para aplicação da pesquisa localiza-se na SGAN 608 modulo “A” via L2 norte. A escola possui treze salas onde funciona a creche, que atende crianças de 4 meses a 4 anos de idade. As salas são adequadas para cada faixa etária, os banheiros são adaptados e a sala dos bebês possui um dormitório grande e arejado. Na pré-escola são seis salas para atender crianças de cinco e seis anos de idade. Estas salas têm balcões da altura das crianças, para que eles possam ter acesso aos materiais didáticos. A escola possui três parques: um de areia, um de madeira e um parque diferenciado para dias especiais, que é chamado de linha de movimento. Neste último parque, há um labirinto, um pula-pula e escorregadores. Cada área da escola, tanto a creche como a da pré-escola, utilizam seus pátios em atividades livres. A escola também possui sala de nutrição, recreação, biblioteca, sala de informática e um circo grande, onde são realizadas as aulas de judô e capoeira. Toda a escola possui cerca de 700 alunos e aproximadamente 40 professores. A pesquisa – amostra

A análise e apresentação dos dados a seguir foram feitas a partir das respostas coletadas por meio de questionários elaborados pelas autoras e aplicado a dez professoras da instituição privada de ensino onde a pesquisa foi realizada.

Os gráficos 1, 2 e 3 apresentam o perfil

dos entrevistados. Assim, das 10 professoras que responderam o nosso instrumento de pesquisa, podemos perceber uma total predominância do sexo feminino. Mais de 1/3 de nossa amostra possuía uma média de idade entre 20 a 30 anos, sendo que o restante tem uma idade que varia entre 31 e 40 anos. Todas as professoras possuem graduação completa, não havendo ninguém que possua especialização, mestrado ou doutorado.

Gráfico 1 - Perfil do entrevistado - Sexo

Gráfico 2 - Perfil do entrevistado - Idade

Gráfico 3 - Perfil do entrevistado - Formação

A 4ª questão do questionário, que indagava aos docentes se havia dúvidas na aplicação do método, não foi respondida por nenhum dos professores. Tratava-se de uma

pergunta objetiva com espaço para que os respondentes escrevessem dissertativamente. Gráfico 4 : Conhecimento sobre o Método Natural

De acordo com as respostas das dez professoras da pesquisa, sobre seu conhecimento prévio acerca do Método Natural (gráfico 4) apenas uma afirmou conhecer o método antes de atuar nessa escola. Todavia, após trabalhar diretamente com o método, todas garantem a eficácia desse modelo de alfabetização para o desenvolvimento das crianças. É notável a necessidade de capacitação dos professores para atuar na alfabetização de crianças através desse método. Percebemos que todas as respostas sobre especialização e cursos foram negativas, evidenciando que ainda é muito difícil encontrar cursos especializados sobre esse método. No gráfico 5, verifica-se o que a professora apontaram como aspectos diferenciais do método natural. Assim, conforme evidenciado no gráfico a seguir, 21% das professoras destacam que o maior diferencial do método é respeitar os conhecimentos prévios dos alunos. Já 21%, apontam o respeito ao tempo de aprendizagem de cada aluno e o espaço livre das salas destinado às rodas de conversa. Das entrevistadas 19% julgam que o diferencial está relacionado também à estrutura física, destacando que as estantes e armários para a guarda dos materiais estão sempre acessíveis aos alunos. Por fim, com 18%, foi destacada a inclusão da família nos projetos da escola.

Gráfico 5 – Aspectos que diferenciam as escolas

Gráfico 6 – Métodos de Alfabetização

0%0%0%0%

100%

0%

MétodosTradicional Montessori

Tecnicista Progressista

Natural Piagetiano

Ao serem questionadas sobre os métodos de alfabetização, as 10 professoras responderam de forma unânime que o método natural é o mais correto para ser desenvolvido nos dias de hoje (gráfico 6). Isso mostra que as docentes estão totalmente satisfeitas com os resultados do método e convencidas de que ele é eficaz. Conforme Gilda Rizzo afirma, os pais que optam por escolas que trabalham com o método natural fazem uma escolha inteligente, pois acreditam que seus filhos saiam mais fortalecidos e seguros pela apropriação do conhecimento construído por eles mesmos, do que se tivessem apenas memorizado. Os pais passam a ter certeza que a democracia, assim como delicadeza, não se aprende decorando frases copiadas do quadro de giz, mas sim aprende-se vivendo democraticamente.

Da mesma forma, todas as professoras afirmam que a escola oferece uma lista de projetos a serem realizados no decorrer do ano. Acredita-se que esses projetos oferecidos pela escola são de suma importância para um aprendizado de qualidade dos alunos.

De acordo com as respostas 100% das professoras afirmam que são necessários mais recursos como palestras e cursos que abordem e capacitem os professores que optam por trabalhar com esse método. A pesquisa de campo teve um caráter exploratório e descritivo, além de uma avaliação quantitativa dos dados. Para a coleta dos mesmos foi utilizado um questionário contendo onze questões sendo uma delas objetiva. Observou-se, portanto que os professores possuem um conceito formado e positivo em relação ao tema abordado. Diante das respostas podemos perceber o quanto o método se faz necessário no ambiente escolar. Mas que ainda é necessário mais capacitação para que as escolas apliquem o método da forma correta.

Conclusão

O método natural foi idealizado a partir de estudos que tiveram embasamento na linha do construtivismo. Dessa forma, sabemos que este método é algo concreto, que tem suas raízes fixadas em grandes autores como Emilia Ferreiro e Jean Piaget. Esses pensadores da educação fizeram história em seu meio por terem contribuído com estudos muito eficazes a respeito da alfabetização.

Uma das teorias de Jean Piaget que se concretiza e se encontra dentro do método natural é a que os professores devem formar cidadãos criativos e críticos, sendo que o professor não é tido apenas como o centro da aprendizagem, isso é, não apenas ensina os alunos mas, antes de tudo, os orienta no caminho da aprendizagem autônoma.

Já Emília Ferreiro, que foi aluna de Piaget, ampliou a teoria para o campo de escrita e leitura e concluiu que a criança pode se alfabetizar sozinha, desde que o ambiente seja estimulante para o contato com letras e textos. E com todo estudo e experiências vividas durante o trabalho notamos todos estes aspectos na escola onde realizamos a pesquisa. Concretizamos que o ambiente estimulador ajuda para que a criança absorva o conteúdo de maneira mais rápida, pois a todo momento ela será estimulada a reparar no que está a sua volta e que tudo faz parte do que ela está aprendendo.

A partir de todo estudo realizado para a elaboração desse artigo, notamos que o que mais destaca o método natural dos demais são as atividades pedagógicas, que dão o espaço necessário que a criança necessita para absorver e aprender o conteúdo. Ainda escutamos poucas coisas sobre método natural e ainda não são muitas as escolas que se propõem a trabalhar com este método por acharem difícil ou algo sem planejamento.

Mas acreditamos que a escola que escolhe esse método de ensino faz a diferença, pois se trata de uma metodologia eficaz e diferenciada. O método natural se diferencia por respeitar o espaço da criança, por oferecer atividades e brincadeiras que fazem parte do contexto que a criança vive.

As atividades são realizadas respeitando a faixa etária das crianças. Assim, os alunos sabem o que é necessário não simplesmente para mostrar aos pais que sabem muitos conteúdos e que tudo foi concretizado no tempo certo. De maneira simplificada, podemos dizer que o objetivo do método é ensinar para criança aquilo que seja significativo dentro de sua idade para que ela possa colocar em prática o que aprendeu.

O método natural busca promover um clima de interação afetivo-social, que é essencial ao estímulo do desenvolvimento de cada um e de todos. Dessa forma, a arte é compreendida como um meio de educar de forma integral, saudável e harmoniosa, valorizando sempre a criatividade e a

livre expressão. Como pesquisadoras do assunto,

achamos o método eficaz para a alfabetização de crianças, pois a forma de alfabetizar mostra para o aluno a importância que ele tem, dando a liberdade para ele levar novidades e expressar sua opinião do assunto do conteúdo a qualquer hora do estudo. Hoje as escolas precisam se atualizar e encantar o aluno com sua forma de ensinar. Comprovamos isto com nossa pesquisa de campo, onde vimos como o método natural pode ser eficaz no aprendizado das crianças.

Nos resultados da pesquisa, constatamos que a maioria das educadoras antes de entrar na escola não conhecia de fato o método natural. Vimos também como é difícil encontrar cursos profissionalizantes específicos para esse assunto. Assim, o assunto precisa se expandir cada vez mais para dar a oportunidade para aquelas pessoas que não conhecem ainda. Sabemos que muitos professores e muitas escolas tem resistência em aceitar o método natural. Outro fator que precisamos melhorar e muito são cursos que capacitem as pessoas para atuar de maneira adequada nas escolas, ou seja, dentro dos objetivos do método natural.

Estamos realizadas por saber que o método traz uma nova forma para o modo de alfabetizar crianças. Esta forma não é nada complexa, basta simplesmente levar para sala de aula conteúdos que fazem parte da realidade do aluno, buscando construir o conhecimento baseado no que ele já conhece.

A finalidade do método natural reside, unicamente, em promover estímulos necessários ao desenvolvimento integral e harmonioso de cada aluno, respeitando os aspectos físico, emocional, social e intelectual, que precisam ser atendidos de acordo com características próprias de sua vida, que é dinâmica e está em processo de transformação. Muitas escolas têm como objetivo ensinar o máximo de conteúdos que conseguem simplesmente para satisfazer a vontade dos pais ou para mostrar que a escola e exemplar pelo número de projetos que foram realizados. Os professores acabam ensinando por ensinar, somente com o propósito de cumprir com o fechamento de cada conteúdo. Sabemos que os professores precisam de cursos que os profissionalizem nessa área da alfabetização para que cada vez mais os professores sejam capacitados para atender ao que realmente os alunos precisam aprender.

Agradecimentos:

Primeiramente agradecemos a Deus por ter nos ajudado nessa caminhada. Agradecemos a toda nossa família pelo apoio. E principalmente pela toda equipe de

professores que esteve presente nessa jornada pelo conhecimento adquirido pelas experiências vivenciadas.

Referências:

1- BECKER, Fernando. O que é o construtivismo? Ideias, n.20. São Paulo: FDE, 1994 p. 87-93.

Disponível em:

//www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias 20 p087-093 c.pdf 2- DALBOSCO. Cláudio Almir. Paradoxos da Educação Natural no Émile de Rousseau: os

cuidados do adulto. In: Revista Educação. Campinas, nº106, janeiro/abril de 2009.

3- DALBOSCO. Cláudio Almir. Primeira Infância e educação natural em Rousseau: as neces-

sidades da criança. In: Revista Educação. Porto Alegre, ano XXX, nº2, maio/agosto de 2007.

4- MELLO. Márcia Cristina de Oliveira. O pensamento de Emília Ferreiro sobre alfabetização.

In: Revista Moçambras: Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa. São Pau-

lo, ano 1, nº. 2, 2007.

5- MORAIS. Artur Gomes. Concepções e Metodologias de Alfabetização: Por que é preciso ir

além da discussão sobre velhos “métodos”?. In:

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_moarisconcpmetodalf.pdf

6- RIZZO, Gilda. Alfabetização Natural. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

7- ____________. Escola Natural Uma Escola Para a Democracia. Rio de Janeiro: Francisco

Alves, 1986.

8- SANCHIS. Isabelle de Paiva e MAHFOUD. Miguel. Construtivismo: desdobramentos

teóricos e no campo da educação. In: Revista Eletrônica de Educação. Nº1, maio/2010

Pesquisa de Campo – TCC 1 Curso de Pedagogia

Alfabetização Método Natural

O termo natural veio emprestado do método inicialmente de alfabetização e abrangeu a escola que

se propôs a estender essa filosofia às séries seguintes. Aquela onde o conteúdo é construído a partir do

conhecimento existente no grupo, trocado entre os alunos e acrescido pelas leituras e pesquisa. É fixado

pelos diferentes registros escritos, ilustrados e ou dramatizados, feitos por redação própria do aluno e não

apenas por texto ditado pelo professor, lido no livro e treinado pelo exercício de respostas a questionários

impressos no livro ou em apostilas, como ocorre na escola tradicional, que reflete nítida e exclusiva

valorização da memória. Hoje, nossa metodologia é conhecida como “construtivista”.

Estamos realizando uma pesquisa para obter uma melhor compreensão da relevância do tema

alfabetização Método Natural para o curso de Pedagogia. Esta pesquisa foi concebida para constatar o

conhecimento que os professores de hoje tem sobre o novo método de alfabetização “Método Natural”.

Suas respostas serão importantes para nos ajudar a obter uma compreensão exata que os professores têm

sobre o novo método de alfabetização.

Perfil do entrevistado:

1) Sexo: m Feminino Masculino Idade: Sim 20 a 30 31 a 40 41 a 50 mais de 50. Formação: Graduação Especialização – Área ____________________ Mestrado – Área ________________________ Doutorado – Área _______________________

2) Antes de trabalhar em uma escola que usa o Método Natural você já conhecia esse modelo de alfa-betização? Sim Não

3) Depois de conhecer o Método Natural você como educadora acha esse método eficaz para o de-senvolvimento da criança? m Sim Não Talvez

4) Qual sua principal dúvida em trabalhar com o Método Natural? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________

5) Você já fez especialização que envolva o Método Natural? Sim Sim Não

6) Se sim, foi fácil de encontrar algum curso que explique o Método Natural? Sim Sim Não

7) Qual Método você gosta e acha fácil de trabalhar?

Método Tradicional Método Natural (Construtivismo) Método Montessori Método Tecnicista Método Progressivista Método Piagetiano

8) A escola Natural oferece uma lista de projetos a serem realizados durante o decorrer do ano, você acha isso necessário para o desenvolvimento do aluno?

Sim Sim Não Talvez

9) Qual o aspecto que diferencia a escola natural de outras escolas? O respeito com os conhecimentos prévios do aluno. O respeito com o tempo de aprendizagem que cada aluno tem. Inclusão da família nos projetos da escola. A sala mantém um espaço livre para as rodas de conversa. Estantes e armários para guarda do material sempre acessível ao aluno. Todas as alternativas anteriores.

10) Você acha este método é o mais correto para ser aplicado nos dias de hoje? m Sim Não al Talvez

11) Você acha importante ter mais cursos e palestras que falem e apresente o Método Natural para os pedagogos? Sim Sim Não Talvez