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0 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/PARFOR ELIANY FREITAS DA SILVA DIOCELIA PINTO O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INCIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ-PA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/PARFOR

ELIANY FREITAS DA SILVA

DIOCELIA PINTO

O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INCIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ-PA

2017

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ELIANY FREITAS DA SILVA

DIOCELIA PINTO

O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal Rural da Amazônia no PARFOR.

Orientador: Prof. D. Sc.Raimundo Thiago Lima da Silva

NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ-PA

2017

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ELIANY FREITAS DA SILVA

DIOCELIA PINTO

O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para

obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal Rural

da Amazônia no PARFOR.

BANCA EXAMINADORA

1_____________________________________________________(Orientador) Professor / UFRA

2_______________________________________________________(Membro)

Professor / UFRA 3_______________________________________________________(Membro)

Professor / UFRA

Julgado em:______/______/______

Conceito:_____________________

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Agradecimentos

A Deus por estar sempre presente nos momentos mais difíceis nos dando força

para que pudéssemos superar cada obstáculo que apareceu no decorrer deste trabalho.

Aos meus pais, por ser a base de tudo que sou e pelo apoio nesta caminhada.

Ao esposo pela compreensão e aos meus filhos onde encontrei força e incentivo

para me tornar uma profissional capaz de enfrentar os desafios educacionais.

Aos mestres pelos conhecimentos adquiridos.

Ao orientador professor. D. Sc. Raimundo Thiago Lima da Silva por ter nos

transmitido um pouco do seu conhecimento a cada encontro que tínhamos.

Aos colegas acadêmicos pela colaboração do trabalho em equipe.

As pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste

trabalho.

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“O que fala semeia; o que escuta recolhe”.

(Pitágoras)

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Resumo

Este trabalho apresenta-se como um estudo que buscou compreender o papel do professor diante de problemas que afetam a aprendizagem do aluno na leitura e na escrita nos anos iniciais de escolaridade. Com o objetivo de entender essas dificuldades, foi feito uma coleta de dados por meio de questionários aplicados aos professores, e a partir de então, foi detectado que por muitas vezes o professor se depara com obstáculos que limitam seu trabalho e retardam o processo de ensino aprendizagem dos alunos. Para esse trabalho realizou-se uma pesquisa de campo quantitativa, descritiva e pesquisa bibliográfica considerando as contribuições teóricas de autores, procurando uma compreensão das atividades de leitura e escrita sugeridas pelos professores, a fim de compreender as causas de tais dificuldades. Com base nas respostas obtidas na entrevista pode-se notar que alguns desafios são enfrentados pelos professores como a não formação continuada, a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos e problemas situacionais percebe-se que problemas como esses afetam diretamente no desenvolvimento dos alunos e para superar, o educador deve agir em conjunto com a comunidade escolar e com a família para analisar ações e criar outras, no sentido de proporcionar uma educação de qualidade ao aluno.

Palavras-chave: Docente; aprendizagem; desafios

Abstract

This work sought to understand the teacher's function in the face of problems that affect student learning in reading and writing in the initial years of schooling. To understand such difficulties, a data collection was performed through a questionnaire applied to teachers, and from then on, it was detected that the teacher faces obstacles limiting his work and delay the students teaching-learning process. The methodology used was a quantitative, descriptive and bibliographical field research considering the authors' theoretical contributions, seeking an understanding of the reading and writing activities suggested by teachers, in order to understand the causes of such difficulties. Based on the answers obtained in the interview it can be noted that some challenges are faced by teachers such as non-continuing education, lack of parental involvement in children's school life and situational problems, it is perceived that problems such as these affect directly students development, and to overcome, the educator must act together with the school community and with the family to analyze actions and create others, in order to provide a quality education to the student.

Key-words:Teacher, learning, challenges.

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Lista de ilustrações

Gráfico1: Faixa Etária dos professores entrevistados, no Município de Nova

Esperança do Piriá-2016........................................................................................

2

26

Gráfico2: Gênero dos professores entrevistados, no Município de Nova

Esperança do Piriá-2016........................................................................................ 27

Gráfico3:Nível de formação dos professores entrevistados, no Município de

Nova Esperança do Piriá-2016.............................................................................. 27

Gráfico4: Experiência profissional dos professores entrevistados, no Município

de Nova Esperança do Piriá-2016 ........................................................................ 28

Gráfico5: Alunos sem habilidades em leitura e escrita ....................................... 29

Gráfico6: Avaliação da leitura e da escrita na sala de aula ................................ 30

Gráfico7: Quantas vezes você trabalha a leitura em sala de

aula......................................................................................................................... 31

Gráfico8: Você rotula o aluno por desconheceras causas das dificuldades de

aprendizagem........................................................................................................ 32

Gráfico9:Você estar preparado para identificar as dificuldades de

aprendizagem......................................................................................................... 33

Gráfico10: A escola que você trabalha oferece curso de capacitação sobre as

dificuldades de aprendizagem............................................................................... 34

Gráfico 11: No processo de ensino preocupa mais com: o cumprimento do

programa, os objetivos que não foram atingidos, aprendizagem dos

alunos.............................................................................................................. 35

Gráfico12:Seus alunos apresentam dificuldades de assimilar os

conteúdos............................................................................................................... 36

Gráfico 13: Você responsabiliza as causas da dificuldade de aprendizagem as

quais fatores......................................................................................................... 37

Gráfico14: Os pais ajudam nas tarefas escolares dos seus filhos...................... 38

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

2. O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA

ESCRITA....................................................................................................................11

2.2 A aprendizagem da leitura e da escrita................................................................11

3. O PAPAEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE EM LEITURA E

ESCRITA................................................................................................................. 14

3.1 Definições de dificuldade de aprendizagem....................................................... 14

3.2 Estratégias do professor para superação das dificuldades em leitura e

escrita..................................................................................................................... 15

4. A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM.................................................................................................. 16

4.1 Aprender e ensinar: uma relação de cumplicidade ........................................ 16

4.2 Interação e aprendizagem: o papel do professor no espaço da sala de

aula.......................................................................................................................... 18

4.3 O afetivo emocional: ferramenta essencial no contexto da

aprendizagem.......................................................................................................... 20

5. CAMPO DE AÇÃO.............................................................................................. 23

5.1 Caracterização da população em estudo......................................................... 23

5.2 Amostragem....................................................................................................... 23

5.3 Instrumentos da coleta de dados...................................................................... 25

5.4 Resultado........................................................................................................... 25

5.5 Procedimentos da pesquisa............................................................................. 25

6.APRESENTAÇÃO DISCUSSAO E ANALISE DOS DADOS

COLETADOS.......................................................................................................... 26

7.CONCLUSÃO....................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 41

APÊNDICE.............................................................................................................. 44

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1. INTRODUÇÃO

A leitura e a escrita são os elementos do ensino-aprendizagem que mais tem

sido discutido ultimamente quando se refere à educação escolar mais precisamente

no sistema público. O assunto é amplo, argumentável e necessário para se alcançar

resultados positivos na ação do educador, que pretende que seus alunos aprendam

de forma segura e eficaz e que correspondam as imposições da sociedade atual.

Embora com as mudanças no sistema de ensino como capacitação de

professores com a finalidade de ter um ensino de qualidade ainda existe um número

elevado de professores que não inovam e continuam ensinando da mesma forma que

foram ensinados com modelos de ensino ultrapassado, fazendo com que muitos

alunos tenham dificuldade em aprender a ler e a escrever, só reproduz, não decifra a

escrita, não escreve sem ajuda do professor, embora consigam desempenhar tais

funções.

Neste trabalho daremos ênfase a Dificuldade na Aprendizagem Escolar (DAE)

em leitura e escrita mais especificamente relacionada a problemas de princípio

pedagógico pertinente a métodos inadequados de ensino que como qualquer outro

tipo de dificuldade também causa a desistência e a reprovação do aluno, interferindo

no seu futuro acadêmico e social.

Desse modo, como o professor deve agir diante das dificuldades na

aprendizagem escolar em relação à leitura e a escrita dos alunos nas series iniciais

do ensino fundamental? Visto que, ler e escrever considera-se requisito fundamental

para que um indivíduo possa ser inserido nas diversas circunstâncias exigidas pela

sociedade, e o domínio pleno dessas habilidades é um recurso fundamental na vida

cotidiana de todos os cidadãos, pois se fazem presente em todos os contextos –

educacionais e sociais.

Para que o aluno obtenha esse domínio a escola como local de aprimoramento

e expansão dos saberes, precisa assegurar ao discente o direito ao conhecimento

para desempenhar as funções necessárias que a sociedade exige.

Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo geral investigar como o

professor das séries iniciais de escolas do Município de Nova Esperança do Piriá lida

diante das dificuldades de aprendizagem, ou seja, problemas que vão, desde a

inadequação pedagógica, a falta de recurso material e humano levando o aluno ao

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desinteresse a desmotivação e situações que possam ser contornadas na própria sala

de aula.

Por conseguinte, os objetivos específicos são entender o processo de aquisição

da leitura e da escrita, identificar o papel do professor diante da dificuldade do aluno

e analisar a relação Professor/Aluno no processo ensino aprendizagem. O interesse

pelo tema da pesquisa surgiu a partir da experiência de estágios supervisionados em

escolas do Município de Nova Esperança do Piriá em turmas de séries iniciais do

ensino fundamental. Onde se observou que a maior dificuldade na aprendizagem dos

alunos era de leitura e escrita embora possuíssem habilidades cognitivas para

desempenhar essas funções.

Crendo serem essas dificuldades reparáveis, por serem oriundas de

procedimentos pedagógicos e infraestrutura dos prédios escolares. Sendo este

assunto de grande relevância por ser um dos motivos de reprovação e evasão escolar

dentre outros agravantes contra o aluno que se depara com essas dificuldades.

Logo, ler e escrever considera-se habilidades primordiais na vida do ser

humano permitindo a absorção de maior conhecimento de si e de e de sua atuação

social de maneira que tenha autonomia de participar das diversas situações que a

sociedade moderna exige. Diante dessa realidade tornou-se um grande desafio

garantir que as crianças aprendam a ler e a escrever assim que entram na escola.

Portanto, para que sejam formados indivíduos capazes de entender e vivenciar

plenamente a cultura escrita e atender às demandas sociais com as quais se deparam

é necessária do professor importante estratégia didática para a prática de leitura.

Sabendo que o processo de ensino e aprendizagem é formado de desafios que a cada

dia se repete na vida dos envolvidos nesta ação em sala de aula.

Para atender aos objetivos, este trabalho teve como delineamento de estudo a

pesquisa quantitativa, descritiva, e qualitativa com predomínio da pesquisa

bibliográfica, e as técnicas de coleta de dados foram a observação que segundo

Marconi e Lakatos (1999), utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos

da realidade. Consiste de ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos. E questionário

fechado. Como apoio para esta pesquisa encontrou-se fundamento nas obras de

autores renomados como Cagliari, Ferreiro, Freire, Libâneo, Soares entre outros que

fortalecem e enriquecem a prática educativa.

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O presente estudo descreve o processo de aquisição da aprendizagem fazendo

um breve relato sobre a história da leitura e da escrita até os dias atuais, caracteriza

algumas dificuldades de aprendizagem, identifica o papel do professor diante dessas

situações e menciona a importância da relação entre professor e aluno em função de

uma aprendizagem significativa.

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2. O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

2.1Breve relato sobre a história da leitura e da escrita

Desde os primórdios da humanidade quando o homem começou a viver em

sociedade houve a necessidade de comunicar-se e posteriormente registrar os

acontecimentos e operações primitivas de comercio, então se construiu

progressivamente sistema de representação por meio de elementos gráficos na forma

de rabiscos e desenhos simbólicos feito nas paredes de pedras das cavernas como

expõem as figuras rupestres. Usavam esse tipo de “escrita” para eternizar algo que

julgasse importante ou para contar algo de suas posses. (VALLE 2009).

Logo esses sinais deixariam de atender as necessidades de comunicação

surgindo diversas formas de escrita, e cada povo possuía seu próprio sistema. Há

estudos comprovados de registros de vários tipos de escrita, ou seja, o

aperfeiçoamento veio acontecendo de acordo com cada povo e sua necessidade de

guardar informações e passar para futuras gerações (Valle 2009).

A escrita faz se de tal modo parte da nossa civilização que poderia servir de definição dela própria. A história da humanidade se divide em duas imensas eras, antes e a partir da escrita. (...) vivemos os séculos da civilização da escrita. Todas as nossas sociedades baseiam-se sobre o escrito. A lei escrita substitui a lei oral, o contato escrito substitui a convenção verbal, a religião escrita se segue a tradição lendária. E, sobretudo não existe história que não se funde sobre textos (HIGOUNET, 2003, 56).

Sobre o decifrar da escrita, como sintetizam, em pesquisa Kilian e Cardoso

(2012, p. 2):

Segundo relatos históricos e arqueológicos foi na Babilônia onde tudo começou. Dessa cidade hoje só restam ruínas na região Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi o precursor de muitos avanços da civilização como, por exemplo, agricultura, arquitetura, comércio, astronomia, direito e escrita. Nesse local, surgiram os primeiros registros do que viria a consumar o nascimento de uma prática revolucionária - a leitura.

Bastos (1982), em meados de 1808 com a vinda da família real para o Brasil e

a abertura dos portos, ocorreram transformações significativas nas relações sociais

econômicas e culturais, o mundo inteiro passava por profundas mudanças, surgindo

à necessidade da instrução para a habilitação da força de trabalho.

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De acordo com os estudos de Kilian e Cardoso (2012), o Brasil não ficou imune

às essas transformações, embora tenha sido mais lenta o importante é que a

sociedade mudou e os nobres e a igreja foram perdendo o poder sobre o povo.

Segundo Cavallo e Chartier (1998) a leitura passou por diversas etapas,

primeiramente sua função era desempenhada por meio da oralidade; posteriormente,

por meio da leitura silenciosa; e, atualmente, apresenta-se com os mais variados

métodos de circulação,especialmente, com a mídia eletrônica.

2.2 A aprendizagem da leitura e da escrita

Ensinar a ler e a escrever em muitos casos continua sendo uma tarefa exclusiva

da escola, e os métodos tradicionais de ensino até hoje são usados pelos professores

em sala de aula, e muitos alunos fracassam já no início da alfabetização.

Sendo que, a forma tradicional de alfabetizar consiste no procedimento onde o

professor transmite seu conhecimento aos alunos os quais são meros ouvintes. O

aluno só reproduz, não lê, não escreve sem ajuda do professor, embora tenha

capacidade intelectual para realizar tais funções.

Conforme Silva (2014), os métodos tradicionais mais conhecidos do ensino da

leitura e da escrita são o sintético (parte das unidades menores para as maiores) e o

analítico (parte das unidades maiores para as menores), dentre os processos

decorrentes desses métodos, a silabação é a fase mais usada pelos professores dos

anos iniciais principalmente no Brasil.

Soares (1999, p. 52) afirma que o aluno:

[...] não é mais um sujeito que aprende a escrever por imitação, por repetição, por associação, copiando e reproduzindo letras, sílabas, palavras, frases, mas um sujeito que aprende atuando, com e sobre a língua escrita [...]”.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o ensino/aprendizagem

no primeiro ciclo do ensino fundamental deve partir do conhecimento que o aluno tem

antes de chegar à escola, do repertório adquirido no meio social onde está inserido.

Esse saber deve ser valorizado e transformado em novos saberes. (PCN, 1997).

Lajolo (1999, p. 27) descreve que “a leitura não se dá apenas através de livros

e sim com a observação e interação do indivíduo no meio social, por isso o incentivo

à leitura necessita ser um processo contínuo, dentro e fora da sala de aula”.

Freire (1989, p. 13) enfatiza:

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A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele… de alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por certa forma de “escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.

Durante alguns anos a leitura não era trabalhada no sentido formar leitores

conhecedores dos seus direitos na sociedade.Diante disso, Leite afirma que:

Para inserirmos um sujeito no mundo da leitura e da escrita é importante compreendermos dois movimentos que se diferem e ao mesmo tempo são simultâneos: o de alfabetizar fazendo com que o sujeito se aproprie da escrita como sistema convencional, alfabético e ortográfico; e de letrar que consiste em desenvolver habilidades sociais de leitura e escrita (LEITE, 2010, p.43).

No entanto toda forma de transmissão de conhecimento é válida. Ferreiro

(2001, p. 31) afirma que “Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão

apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa

aprendizagem”.

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3. O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA

3.1 Definições de dificuldades de aprendizagem

Conforme Garcia (1998) não há consenso na literatura em relação à definição

para as dificuldades de aprendizagem. Numa perspectiva orgânica, as dificuldades de

aprendizagem são consideradas como desordens neurológicas que interferem na

recepção, integração ou expressão de informação e são manifestadas por dificuldades

significativas na aquisição e uso da audição, fala leitura, escrita, raciocínio,

habilidades matemáticas ou habilidades sociais

Segundo Correia e Martins (2005) No ponto de vista educacional, as

dificuldades de aprendizagem são consideradas impedimento para o aluno

desenvolver as habilidades da leitura, escrita ou cálculo ou para a aquisição de

aptidões sociais.

Ballone (2004), afirma que as dificuldades de aprendizagem não devem ser

tratadas como se fossem problemas insolúveis, mas como desafios que fazem parte

do próprio processo da aprendizagem. Também considera necessário identificar e

preveni-las mais precocemente, de preferência ainda na pré-escola.

Não é fácil falar sobre leitura e escrita sem discorrer sobre as dificuldades que

o aluno encontra para conseguir dominar esses códigos como também não se

precipitar em rotular o aluno, sem ter conhecimento das diversas dificuldades de

aprendizagem que existem e em qual tipo de dificuldade o aluno se enquadra.

As razões das dificuldades de aprendizagem são distintas, por sua vez o

professor deve estar atento ao comportamento do aluno diante das atividades

propostas e preparado para reconhecer se o aluno tem algum tipo de dificuldade que

necessita ser encaminhado ao atendimento especializado.

Uma vez que, os artigos mostram a necessidade de formação continuada aos

professores, de valorizar as capacidades dos alunos a partir dos seus conhecimentos

prévios, Todos eles apontam à necessidade de se reverem práticas pedagógicas, de

pensarmos uma educação escolar cada vez mais comprometida com a vida social e

cultural dos alunos, de criar condições para que as mudanças ocorram de modo a

alcançar a melhoria da qualidade do ensino, de forma que o aluno tenha capacidade

para participar da vida ativa na sociedade.

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3.2 Estratégias de ensino do professor para superação das dificuldades de

leitura e escrita

Conforme Machado (1992), o fato é que encontramos na nossa realidade,

alunos que apresentam dificuldades para aprender, sem estimulo, sem motivação e

isso é motivo de preocupação para a família e professores. Até porque esse aluno

merece atenção diferenciada. Seja qual for à causa da dificuldade de aprendizagem

de forma geral, o aluno que falha em conseguir acompanhar o sistema instrucional

rotineiro, desenvolvido em sala de aula, é passível de adquirir sentimentos e

cognições negativas sobre as atividades escolares.

De acordo com Machado (1992) tais sentimentos e concepções, é claro,

desenvolvem-se concomitantemente e são, na maioria das vezes, decorrentes do

processo de interação que se estabelece em sala de aula aparecendo aí à figura do

professor como mantenedora ou mesmo geradora desta situação. Observações do

que acontece, comumente, em sala de aula permitem evidenciar que estas crianças

são percebidas em geral como incapazes, desagradáveis e perturbadoras, recebendo

comunicações negativas e punições frequentes ou então atitudes de rejeição e falta

de oportunidades para participação.

No entanto, para se alcançar resultados positivos em sala de aula o professor

deve ter o conhecimento como propriedade, para saber qual o tipo de dificuldade que

o aluno apresenta como trabalhar com esse aluno as mesmas atividades dos que não

têm dificuldade em aprender, nessa situação o professor de posse dos conhecimentos

adquirido durante o curso de pedagogia, durante as capacitações sobre as

dificuldades de aprendizagem e a ajuda de especialista no assunto poderá mudar

essa situação.

Logo, as causas das dificuldades de aprendizagem podem originar de diversos

fatores. Porquanto neste estudo iremos salientar as estratégias que o professor deve

utilizar em relação às dificuldades advindas de ordem pedagógica, ou seja, o aluno

tem habilidade cognitiva para ler e escrever, porem a dificuldade está em métodos

inadequado de ensino decorrente do processo de interação que se estabelece em

sala de aula.

Entretanto, cabe à escola avaliar o aluno, compreender pedagogicamente suas

dificuldades e desenvolver estratégias para favorecer seu processo de aprendizagem.

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Deve-se observar, portanto: o interesse do aluno, o processo de desenvolvimento da

leitura e da escrita. Ou seja, o aluno tem que ser motivado pela escola, pelo professor,

pela família para que sinta vontade de aprender.

Existem algumas estratégias pedagógicas para favorecer o processo de

aprendizagem de alunos com dificuldades como: desenvolver pequenos projetos,

tornar o material didático mais acessível, utilizar material concreto, diversificar

conteúdo, entre outras atividades significativas.

Sobre a mediação do professor, Nogueira (2008, p. 53) afirma que:

Se pretendermos que os alunos continuem sendo eternos aprendizes, precisamos instrumentalizá-los com procedimentos que coloquem à prova e desenvolvam sua capacidade de autonomia.

Todas estas alternativas irão permitir uma aprendizagem mais fácil e ao mesmo

tempo sistematizada, aliando inúmeros benefícios ao processo de ensino e

aprendizagem dos alunos.

4. A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

4.1 APRENDER E ENSINAR: uma relação de cumplicidade.

Quando paramos para analisar o relacionamento que acontece entre as

pessoas que nos rodeiam, percebemos que esse é um fator imprescindível que

merece ser destacado no processo de ensino e aprendizagem.

E, em se tratando do ambiente escolar, fica mais perceptível ainda que a

relação professor-aluno tem grande significado e não pode ser desconsiderado nas

discussões educacionais.

Nessas discussões educacionais que envolvem as práticas pedagógicas

parece ser relevante ressaltar e dar à devida atenção a relação professor-aluno já que

contribui bastante para o pleno desenvolvimento dos alunos. “(...), a relação professor-

aluno se constitui numa possibilidade para que a criança se recoloque e, a partir do

outro, resinifiquem suas posições e dificuldade”. (SISTO, BORUCHOVITCH e FINI,

2012, p. 163)

Em uma análise mais profunda, esta relação se estende ainda como ponto de

ação e ligação entre a realidade dentro do contexto escolar e a realidade vivenciada

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pelos alunos fora da escola, fazendo com que a escola seja um local de troca de

conhecimento saudável para o convívio social.

Outro ponto a ser destacado diz respeito ao desenvolvimento entre

ensino/aprendizagem que não pode acontecer de uma forma mecânica-instrucional,

ou seja, o simples fato do professor ensinar e o aluno aprender. Precisamos que haja

uma troca de conhecimento recíproca num viés de cumplicidade, onde aconteça troca

de saberes e aconteça transmissão de conhecimento sendo o professor mediador

pela causa.

Nesse sentido, Libâneo ressalta que:

As relações entre professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, ao lado de outras que estudamos (LIBÂNEO, 1994, p.249).

Assim, mesmo tendo uma base complexa, a relação entre os indivíduos

educativos, essa troca é essencial para a realização de possíveis mudanças

educacional e comportamental, até porque o professor não pode focar-se somente no

conhecimento e informações, deve incluir-se no processo de construção da cidadania

do aluno através do relacionamento entre os sujeitos aprendentes, segundo

(MORALES 1998).

Nesse contexto Freire explicita sobre o que seja um bom professor que, por

sua vez, vai além do simples ministrar o conteúdo, mas aquele que consegue fazer

com que esses alunos sejam atraídos pelo conhecimento ministrado.

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento de pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 1996, p. 96).

Diante dessas afirmações e com base também nas experiências do dia-a-dia,

compreende se, portanto que o papel de incentivar uma relação de cumplicidade

positiva em sala de aula no sentido de construir a cada dia um processo que permita

manter um convívio que todos possam se beneficiar, e tarefa do professor que

necessita estar sempre atento ao desenvolvimento do aluno buscando trabalhar

cautelosamente com aquele que necessita de uma olhar mais especial em detrimento

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dos outros, para assim se construir um ambiente onde realmente se busca um

aprendizado eficaz.

4.2 INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM: o papel do professor no espaço da sala de

aula.

Partindo do entendimento de que educar é interagir, é agir com o outro, o que

acarreta necessariamente a transformação dos sujeitos envolvidos na convivência, é

que pensamos em eleger este tópico para compor este trabalho. Acreditamos que

ensinar e aprender são ações de um processo de mão dupla entre sujeitos, que só

terá significado e valor quando alunos e professores estiverem questionando,

refletindo, refazendo, ouvindo, falando, agindo, observando, acolhendo e crescendo

juntos.

Aprendizagem e ensino formam uma unidade, mas não são atividades que se confundem uma com a outra. A atividade cognoscitiva do aluno é a base e o fundamento do ensino, e este dá direção e perspectiva àquela atividade por meio dos conteúdos, problemas, Métodos, procedimentos organizados pelo professor em situações didáticas especificas. (LIBÂNEO, 1994, p.86)

O professor tem papel fundamental no processo de escolarização é o facilitador

da aprendizagem, ele está entre os conteúdos e a aprendizagem construtiva do

conhecimento, a partir de uma abordagem de um contexto geral, estimulando o lado

positivo dos alunos, focando a formação social do individuo.

Sem dúvida, o professor além de ser educador e transmissor de conhecimento, deve atuar, ao mesmo tempo, como mediador. Ou seja, o professor deve se colocar como ponte entre o estudante e o conhecimento para que, dessa forma, o aluno aprenda a “pensar” e a questionar por si mesmo e não mais receba passivamente as informações como se fosse um depósito do educador. (BULGRAEN, 2010, p. 31).

Dando a sua contribuição, Libâneo (1998) afirma que o professor medeia à

relação ativa do aluno com a matéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua

disciplina, mas considerando o conhecimento, a experiência e o significado que o

aluno traz à sala de aula, seu potencial cognitivo, sua capacidade e interesse, seu

procedimento de pensar, seu modo de trabalhar.

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Organizar o contexto escolar para uma prática docente, pensando nesses

pressupostos, é com certeza, perceber o aluno como individuo seres humanos em

constante transformação com sentimentos, valores, desejos, apatias, capacidades e

limitações e não somente como aluno e quantidade em sala de aula, e a partir dessas

relações, tornar-se-á capaz de intervir, atribuindo significados novos para a vida dos

homens. Assim sendo, pensamos no contexto escolar baseado no método de

interação, não se pensam em um local onde cada um faz o que quer, pelo contrario,

precisamos de um espaço de construção, de valorização e respeito, onde o pensar

em conjunto é primordial.

Vygotsky (1994) contribui afirmando que é preciso entender como o aluno se

compõe na relação com o outro, o contexto escolar é um espaço excepcional, reúne

grupos bem distintos a serem agrupados. Educar, é dirigir de um estado a outro, é

modificar numa certa direção o que é suscetível de educação, conforme é explicado

por Libâneo:

O ato pedagógico pode ser, então definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais tanto no nível do intrapessoal como no nível de influência do meio, interação esta que se configura numa ação exercida sobre os sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se aí, a interligação de três elementos: um agente (alguém, um grupo, etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, habilidades) e um educando (aluno, grupo de alunos, uma geração) (LIBÂNEO, 1994, p.56).

A citação supracitada nos faz refletir que o professor como a ponte entre o

conhecimento científico e o aluno, precisa oportunizar possibilidades de uso de

pensamentos críticos para o crescimento cidadão, favorecendo a libertação, o sair da

menoridade, da dependência do seu pensamento ao pensar por e de outra pessoa.

O professor como autoridade maior, na interação da sala de aula, precisa ter

postura ética e compromissada no sentido se saber conduzir todos os fatores da

melhor forma possível, ele precisa pensar em cada ato seu e no direcionamento de

suas ações, em função da aprendizagem de seus alunos.

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4.3 O AFETIVO-EMOCIONAL: ferramenta essencial no contexto da

aprendizagem.

Para início de conversa, convém relatarmos aqui a concepção de afetividade

segundo o Dicionário UNESP do Português Contemporâneo: “AFETIVIDADE: 1.

afeto; carinho; simpatia. 2. Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob

a forma de emoções, sentimentos e paixões”. (BORBA, 2011, p.31)

Borba, na citação acima, deixa claro o significado do termo afetividade ao

mesmo tempo em que enfatiza que é a manifestação de fenômenos psíquicos. E, por

se tratar de fenômenos psíquicos deixa transparecerem que está totalmente

relacionada às ações do ser humano, inclusive aos processos em que envolvem a

aprendizagem que por sua vez podem ser vistas como mudanças de estruturas

mentais/ psíquicas já acomodadas.

Deste modo, a compreensão da afetividade perpassa por entender carinho,

amor, afeição como um estado psicológico que permite mostrar sentimentos, um

vínculo entre seres humanos. E esses sentimentos exercem uma força individual

sobre o ser que gera forças positivas ou negativas. De acordo com Mello, Rubio

(2013), o afeto e afeição, amor, se orienta ao estado interior, sentimento, ou seja, o

afeto está regido por todas as manifestações podendo assim acrescentar ou diminuir

em um modo de agir.

Nesse contexto é benéfico considerar ainda que nenhum professor passa pela

vida de um aluno sem deixar sua marca, positiva ou negativa, segundo Morales

(2006).

O professor pode ser um bom modelo de identificação para seus alunos, deixando marca em alguma dimensão de suas vidas, e ainda mostra qualidades de um bom professor “ser um bom professor e bem aceito pelos seus alunos”. (MORALES, 2006, p. 22)

Portanto, um bom professor necessita dominar bem a gestão do espaço da sala

de aula, as estratégias metodológicas, os conflitos entre outros desafios levando em

consideração os fatores que facilitam o aprendizado, procurando disseminar a

afetividade na relação interpessoal, na relação aluno-conteúdo e entre alunos e

professor com a intenção de que todos se sintam bem e percebem o espaço escolar

como um ambiente aconchegante capaz de proporcionar a aprendizagem necessária

para lhe tornar um cidadão de bem na sociedade.

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Abbeu&Masetto (1990, p. 115), afirma que:

É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidades que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade.

A interação que acontece entre professor e aluno em sala de aula precisa

fundamentar-se no respeito e objetivar o aprender e o ensinar, sabendo que o

aprendizado está sempre relacionado com a afetividade, pois o desenvolvimento do

ser humano não acontece somente no campo cognitivo, o professor precisa no aluno

o desejo pela descoberta do novo que está sendo apresentado.

Desse ponto de vista poderíamos dizer que a afetividade estaria de alguma forma direcionando os interesses (motivação) do indivíduo e controlando a intensidade ou quantidade de energia despendida em cada ato de conhecimento, em razão do valor que lhe é atribuído, ou seja, os sentimentos que aquela atividade desperta no indivíduo. (SISTO, BORUCHOVITCH e FINI, 2012, p. 102).

Para Freire (1996) as relações entre professor e aluno não devem interferir no

dever do professor de mediador do conhecimento tendo em mente que somente

ensinar o ler e escrever não é o bastante, cabe a ele também trabalhar o emocional

do aluno já que a afetividade em sala de aula é uma arma fundamental para o

desenvolvimento cognitivo do aluno.

Veiga (2008) aponta três dimensões da relação pedagógica, são elas: a

linguagem- que é a interação entre professor e aluno; a pessoal-que é o vínculo afetivo

versus o vínculo formal que corresponde à relação pessoal; e por fim a cognitiva- que

é o papel significativo do conhecimento para os alunos. Essas dimensões norteiam o

processo de ensino aprendizagem fortalecendo e integrando o grupo (professor

aluno).

Vygotsky (1994) Para tanto, observamos que toda aprendizagem está

diretamente ligada a um vínculo afetivo, pois acontece a partir da interação do sujeito

com o mundo em que o cerca. E quando se refere ao aprendizado escolar não é

diferente, é necessário que o professor envolva a sua turma considerando a realidade

de cada estudante fora do ambiente escolar em que este vínculo afetivo também está

presente. É difícil de aprendermos alguma coisa se não nos identificamos, ou melhor,

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se não tivermos laços afetivos com o objeto do conhecimento, que pode determinando

os interesses e necessidades individuais.

Logo, de acordo com todas as discussões elencadas acima, fica claro que o

afetivo-emocional é ferramenta essencial e indispensável no contexto do processo

ensino e aprendizagem, visto que esse aspecto faz parte da dimensão humana e está

presente em todos os momentos e ações contribuindo – quando apresenta

sentimentos saudáveis, ou dificultando – quando apresenta aspectos negativos.

Assim a escola precisa ter conhecimento da importância de se dar valor a afetividade

redirecionando os casos em que houver necessidade.

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5. CAMPO DE AÇÃO

A presente pesquisa desenvolveu-se em 3 escolas municipais, situadas na

zona urbana do município de Nova Esperança do Piriá, Estado do Pará. Destas

escolas, uma está localizada no centro da cidade, as demais fazem parte da zona

periférica, atendem em sua maioria uma clientela de classe baixa, moradores dos

bairros circunvizinhos.

A gestão das escolas é participativa, todas possuem Projeto Político

Pedagógico (PPP), Conselho Escolar (CE) constituído e legalizado. O Município,

mantenedor, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que dá

condições para que as escolas sejam autônomas, e que seja atendido às

necessidades da comunidade escolar.

5.1 Caracterização da População em Estudo

A população estudada pertence ao município de Nova Esperança do Piriá, uma

cidade localizada na região nordeste do Pará, localizada a 284 km da capital Belém

do Pará, norte do Brasil. Segundo o IBGE a população é estimada em 20.727

habitantes.

5.2 Amostragem

1. Escola Municipal de Ensino Fundamental Lina Seffer foram entrevistados 6

professores dos anos inicias totalizando 100% dos entrevistados.

Imagem 01: Fachada da Escola Lina Seffer

Fonte: As autoras, 2017

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2. Escola Municipal de Ensino Fundamental Gilvando Nascimento foram

entrevistados 5 professores dos anos inicias totalizando 50% dos entrevistados.

3. Escola Municipal de Ensino Fundamental Josué Vieira de Oliveira foram

entrevistados 6 professores dos anos inicias totalizando 60% dos entrevistados.

Imagem 03: Fachada da Escola Josué Vieira de Oliveira

Imagem 02: Fachada da Escola Gilvando Nascimento

Fonte: As autoras, 2017

Fonte: As autoras, 2017

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5.3 Instrumentos de Coleta de Dados

Questionário com perguntas fechadas, estruturadas em consonância com o

referencial teórico e os objetivos traçados para a investigação.

Participaram desta pesquisa 17 (dezessete) professores do Ensino

Fundamental do 1º ao 5º ano, convidados aleatoriamente.

5.4 Resultados e Análise dos Dados

Foram com base em percentuais estatísticos relatando os resultados do

questionário aplicado aos professores.

5.5 Procedimentos da Pesquisa

Para a amostra utilizada na pesquisa, foram caracterizados e utilizados os

seguintes procedimentos: As escolas municipais da Zona Urbana de Nova Esperança

do Piriá perfazem um total de 08 escolas, das quais 03 participaram da pesquisa. A

ordem de realização da pesquisa foi aleatória. A coleta de dados foi realizada por

meio de questionários para os professores de 1º ao 5º ano. Os envolvidos na pesquisa

iniciaram sua participação na amostragem após ler, tomar ciência do conteúdo

proposto. A identidade dos sujeitos e envolvidos na pesquisa será mantida em sigilo.

Portanto, essa monografia teve inicio em agosto de 2016, e foi finalizada em março

de 2017.

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6. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Esse capítulo tem por objetivo detalhar e organizar os dados coletados no

transcorrer da pesquisa. A fim de responder ao objetivo proposto, separam-se os

resultados em gráficos referentes ao questionário aplicado aos professores.

O gráfico 1, mostra a distribuição dos entrevistados por faixa etária. Sendo que

6% estão entre 19 e 29 anos; entre 30 e 39 anos encontra-se 65%; e 29% acima dos

40 anos. A maior parte está entre os 30 a 39 anos que se soma a 65% do total.

Gráfico 1: Faixa Etária dos professores entrevistados, no Município de Nova Esperança do Piriá – 2016.

Fonte: As autoras, 2017.

Percebe-se uma tendência para que em poucos anos terão vários professores

se aposentando e uma nova leva ingressando na Educação, e é importante que haja

com frequência capacitação sobre as dificuldades de aprendizagem de leitura e

escrita para que esses futuros profissionais, já ingressarem sabendo preparar o aluno

para sociedade letrada que a espera.

O gráfico 2 é referente ao gênero dos professores e mostra que a maior parte

(53 %) dos questionados é do sexo feminino, e 47% é do sexo masculino.

Gráfico 2: Gênero dos professores entrevistados no Município de Nova Esperança do Piriá – 2016.

6%

65%

29%

19 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

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Fonte: As autoras, 2017.

Valendo-se deste numero somente para conhecer a disposição dos

entrevistados por gênero. Sem que sofra, por isso, nenhuma alteração na análise e

considerações finais desta pesquisa.

O gráfico 3, é sobre o nível de formação dos professores entrevistados. Então,

67% têm formação superior completa sendo que 22% destes têm pós-graduação e

11% superior incompleto.

Gráfico 3: Nível de formação dos professores entrevistados no município de Nova esperança do Piriá-

2016.

Fonte: As autoras, 2017

47%

53%

Masculino

Feminino

67%

11%

22%

Superior Completo

Superior Incompleto

Pós-Graduação

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O gráfico de numero 4 expõe quanto ao tempo de atuação dos professores

entrevistados. O qual identificou 82% que atuam de 6 a 11 anos e 18% até 5 anos.

Gráfico 4: Experiência profissional dos professores entrevistados no Município de Nova Esperança do

Piriá – 2016.

Fonte: As autoras, 2017.

Observa-se que há um percentual considerável entre os 6 e 11 anos. Isso

demonstra o conhecimento de quem tem alguns anos de experiência com a educação

e quem ainda está no início da profissão. Esta junção contribui para renovação e

embasamento e ambos oferecerem diferentes saberes ao educando.

No gráfico 5, estão colocados os dados sobre as dificuldades dos alunos em

leitura e escrita, onde foi perguntado aos professores: seus alunos apresentam

dificuldade de aprendizagem em leitura e escrita? 53% responderam sim, e 47%

responderam que alguns dos alunos apresentam tais dificuldades e não houve

respostas em relação aos alunos que não apresentam dificuldades.

18%

82%

0 a 5 anos

6 a 11 anos

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Gráfico 5: Alunos que apresentam dificuldades em relação a leitura e escrita.

Fonte: As autoras, 2017.

Percebe-se que em todas as turmas do 1º ao 5º ano das escolas questionadas

há alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem em leitura e escrita.

Acreditamos que, a única maneira de se reverter essa situação é buscar as reais

causas das dificuldades da aprendizagem. É importante destacar que todos podem e

tem o direito de aprender sejam as crianças que apresentem bom desempenho, ou

aquelas que apresentam algum tipo de dificuldade.

As dificuldades de aprendizagem, [...], estão presentes no cotidiano escolar e trazem prejuízos para a formação de educandos. Aos profissionais da educação cabe diagnosticar estas dificuldades, mas é indispensável que estes saibam como tratá-las e como agir diante delas. (WALDOW; BORGES; SAGRILLO. 2006, p. 466):

Portanto, uma vez compreendida a dificuldade de aprendizagem, logo o

processo de intervenção tem que ser trabalhado promovendo a leitura na vida de cada

aluno, para que possam está preparado para o exercício da cidadania.

No gráfico 6 foi perguntado aos professores: Como você avalia a leitura e a

escrita de seus alunos na sala de aula? Boa, Regular, ótima ou ruim? 65%

consideram Regulares e 35% avaliam como Boa. Nenhuma porcentagem de

respostas sobre a avaliação ótima e ruim.

53%

47% Sim

Alguns

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Gráfico 6: Avaliação da leitura e da escrita na sala de aula

Fonte: As autoras, 2017.

Percebe-se no maior percentual de respostas que o nível de leitura e escrita

dos alunos é considerado não satisfatório. Logo é necessário que os profissionais

envolvidos no processo de aprendizagem, façam uma auto-avaliação e descubram o

que está faltando para esses alunos se tornarem leitores proficientes. Visto que, de

acordo com as respostas dos professores os alunos leem, mas, não com as

competências próprias de um leitor ideal.

Imagina-se que a leitura considerada no nível regular pelos professores seja

aquela leitura em que o aluno lê soletrando palavra por palavra podendo chegar a

comprometer a compreensão, pois até completar o texto lido, dificilmente lembrará o

que foi lido antes. Uma vez que, o indivíduo só pode ser considerado leitor a partir do

momento que passa a compreender o que lê. Essa situação demanda uma

intervenção do professor para provocar no aluno as competências necessárias para

uma leitura adequada.

De acordo com Silva (1998)

Todo professor é um livro e, consequentemente, uma promessa de leitura para seus alunos. A questão é saber se esse livro se renova e se revitaliza na prática do ensino; de que maneira esse livro se deixa fruir pelos alunos-leitores e se esse livro se abre à reflexão e ao posicionamento dos leitores, permitindo a produção de muitos livros e textos (SILVA, 1998, p. 30),

35%

65%

Boa

Regular

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Visto que, a formação do leitor inicia-se tendo como mediador o professor, em

quem encontramos a possibilidade de diversificarmos o conhecimento. Então, o que

de melhor a escola pode oferecer aos seus alunos deve estar voltado para o universo

da leitura.

No gráfico 7, foi perguntado aos professores: quantas vezes você trabalha a

leitura em sala de aula? Todos os dias? Uma vez por semana? De quinze em quinze

dias? Só nas aulas de português? 76% trabalham a leitura todos os dias, 18% Uma

vez por semana e uma pequena porcentagem de 6% só nas aulas de português. Não

houve respostas sobre trabalhar a leitura de quinze em quinze dias.

Gráfico 7: Quantas vezes você trabalha a leitura em sala de aula.

Fonte: As autoras, 2017.

Observa-se pela maior porcentagem de respostas que a leitura ocorre

diariamente. O importante é que todos trabalham a leitura embora uns mais outros

menos. Porém, com um só objetivo que os alunos se tornem bons leitores.

De acordo com Cagliari,

[...] Para conseguir esse objetivo da leitura é preciso planejar as atividades de tal modo que se possa realizar o que se pretende. A leitura não pode ser uma atividade secundária na sala de aula ou na vida, uma atividade para qual o professor e a escola não dedicam mais que alguns míseros minutos. (CAGLIARI, 1994, p.173).

76%

18%

6%

Todos os dias

Uma vez por samana

Só nas aulas de port.

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Portanto, a leitura diária é muito importante, pois ajuda o aluno desenvolver o

habito de ler todos os dias.

A pergunta do gráfico 8 foi sobre se há professor que rotula o aluno de

desinteressado e preguiçoso por desconhecer a causa da dificuldade de

aprendizagem. 69% concordam que sim e 31% não concordam.

Gráfico 8: Você rotula o aluno por desconhecer as causas das dificuldades de aprendizagem

Fonte: As autoras, 2017.

Sabe-se que a dificuldade na leitura e na escrita é um problema comum nas

escolas e a falta de preparo para lidar com essa situação dentro da sala de aula

também é bastante comum. Então é indispensável que o professor esteja preparado

para lidar com as diversas dificuldades vivenciadas diariamente na rotina da sala de

aula. O professor deve ter conhecimento que alguns problemas são temporários e que

o local onde o aluno deve trabalhar para superá-lo é a sala de aula.

Uma vez que, os alunos com dificuldades de aprendizagem aprendem de modo

mais lento mais entendem do mesmo jeito dos outros que não tem dificuldade.

Segundo Luckesi (2002, p. 82), “[...] se o conhecimento ou habilidade é importante e

o aluno não o adquiriu, há que trabalhar para que adquira [...]”. Então, na vez do

professor cometer o descaso de rotular o aluno deve conhecer o estado de

aprendizagem do aluno por meio de avaliação. Dessa forma:

A avaliação diagnóstica é [...] realizada com a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não o domínio dos pré–requisitos necessários, [...] É também utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los. (HAYDT, 1988, p. 16-17).

69%

31%

Sim

Não

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Por conseguinte, a renovação da prática pedagógica tem se tornado

significativo para que o professor possa auxiliar o aluno com dificuldade de

aprendizagem.

No gráfico 9 está a pergunta se os professores estão preparados para

identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e indica que 65% dos

professores entrevistados estão preparados para identificar os problemas de

aprendizagem, e 35% não se encontram capacitados para lidar com essa situação.

Gráfico 9: Você está preparado para identificar os problemas de aprendizagem

Fonte: As autoras, 2017.

É lamentável que ainda exista professor que não reconheça se o aluno precisa

de alguma intervenção para poder realizar as tarefas escolares com sucesso. De

acordo com a Psicóloga, psicopedagoga e terapeuta familiar, Simone Maria de

Azevedo.

Professores atentos, sensíveis, amorosos, estudiosos, éticos, que amam ensinar e aprender tem condições de perceber comportamentos e sinais indicativos de problemas de aprendizagem. [...]No entanto, quando há hipóteses de causas individuais e familiares, o diagnóstico carece de olhares clínicos. Contudo, os professores são importantíssimos no processo interventivo, independentemente do problema. Seu olhar, sua postura, sua afetividade fazem toda a diferença. (SIMONE MARIA DE AZEVEDO, 2014, p.3).

65%

35%

Sim

Não

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Então como se observa na fala da psicóloga Simone, o professor sendo

atencioso, sensível, ensinar com amor, e afetividade é suficiente para perceber se o

aluno precisa de intervenção para suprir algum tipo de dificuldade.

No gráfico 10 foi perguntado aos professores: a escola em que você leciona

oferece curso de capacitação sobre as dificuldades do aluno em sala de aula? Verifica-

se pelo gráfico que a maioria dos entrevistados 94% afirmam que a escola não oferece

curso de capacitação aos professores sobre as dificuldades de aprendizagem,

enquanto 6% disseram sim.

Gráfico 10: A escola oferece curso de capacitação sobre dificuldade de aprendizagem

Fonte: As autoras, 2017.

Sabe-se que é necessário que a Secretaria Municipal de Educação deva

oferecer cursos de capacitação aos professores para que se encontrem preparados

para lidar com situações diversas em sala de aula. Com base nessa necessidade,

Moran destaca:

O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade? Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isto é incontestável. (MORAN, 2004, p.15)

Aos professores é exigido mudança, inovação, mas não é oferecido meio para

que os possam alcançá-lo. Uma vez que, as condições atuais não combinam com a

realidade da maioria dos docentes, porquanto, os professores têm carência de

6%

94%

Sim

Não

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formação com relação às dificuldades de aprendizagem, e demais problemas que

levam ao fracasso escolar.

No gráfico 11 foi perguntado aos professores: No que se refere ao processo-

ensino aprendizagem preocupa mais com: o cumprimento do programa, os objetivos

que não foram atingidos, aprendizagem dos alunos? 71% com a aprendizagem e 29

com o objetivo da aula não atingido. Não houve resposta sobre cumprimento do

programa.

Gráfico 11: No processo de ensino preocupa mais com: o cumprimento do programa, os objetivos que

não foram atingidos, aprendizagem dos alunos.

Fonte: As autoras, 2017.

Nota-se que a maioria dos professores preocupa-se com a aprendizagem dos

alunos, enquanto outros com o objetivo da aula não atingido, ou seja, conteúdo

programado não assimilado pelos alunos. É formidável que o professor se preocupe

com a aprendizagem dos alunos no que se resume também como objetivo da aula

não atingido. Além disso, todos almejam que os alunos aprendam da melhor forma

possível. Mas, para que isso aconteça o professor deve exercer o seu papel que

segundo Libâneo: (2010)

È o de planejar, selecionar e organizar os conteúdos, programar tarefas, criar condições de estudo dentro da classe, incentivar os alunos para o estudo, ou seja, o professor dirige as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem. Não há ensino

29%

71%

Objetivos nãoatingidos

Aprendizagem dosalunos

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verdadeiro se os alunos não desenvolvem suas capacidades e habilidades mentais, se não assimilam pessoal e ativamente os conhecimentos ou se não dão conta de aplicá-los, seja nos exercícios e verificações feitos em classe, seja na prática da vida (LIBÂNEO, 2010, 32).

Portanto, na visão do autor cabe ao professor criar as condições e os modos

de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa.

Foi perguntado no gráfico 12: Seus alunos apresentam dificuldades de

assimilar os conteúdos? E quais dessas dificuldades eles apresentam? Dificuldades

na leitura e na escrita, Leem de forma decodificada, Ainda não sabem ler nem

escrever, não sentem nenhum tipo de dificuldade.

Em conformidade com o gráfico 5, sobre dificuldade na aprendizagem na

leitura e escrita, observa-se neste que 94% dos professores disseram que seus

alunos apresentam dificuldade de assimilar conteúdo por conta de não dominarem a

leitura e escrita, e 6% responderam que os alunos leem de forma decodificada. Não

responderam sobre não saber ler nem escrever e que não apresentam dificuldades.

Gráfico 12: Seus alunos apresentam dificuldades de assimilar os conteúdos

Fonte: As autoras, 2017.

Sabe-se que a leitura e a escrita são fatores indispensáveis no

desenvolvimento individual e social, mas também é o maior entrave para se alcançar

esse desenvolvimento principalmente nas séries iniciais. De acordo com os gráficos 5

e 12, os alunos dos professores entrevistado apresentam dificuldade para ler e

94%

6%

Dificuldade na leiturae na escrita

Ler de formadecodificada

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escrever. Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem se originam de diversos

fatores. Quem sabe seja necessário o professor começar repensando sua prática

pedagógica como também:

É necessário que o professor faça um levantamento das dificuldades apresentadas pelos alunos, utilizando as diversas metodologias disponíveis tais como: textos livres, contagem de histórias ou outras atividades que considerem necessárias. Com essas atividades ele poderá descobrir os elementos que apontam as reais dificuldades e facilidades dos alunos no aprendizado da leitura (MARUNY, 2000, p. 18).

Nesse sentido, cabe ao professor incentivar e estimular a aprendizagem aos

alunos para que eles possam despertar o gosto pela leitura, e assim obter

possibilidades de sucesso.

Perguntou-se: no gráfico 13 a que fatores você atribui às dificuldades de

aprendizagem dos seus alunos? Problemas situacionais, problemas de ordem

pedagógica, problemas de ordem biológica? As respostas apresentadas mostram

65% dos professores atribuem às dificuldades de aprendizagem dos seus alunos a

problemas situacionais, 23% a problemas de ordem biológica e 12% a problemas de

ordem pedagógica.

Gráfico 13: a que fatores você atribui às dificuldades de aprendizagem dos seus alunos

Fonte: As autoras, 2017.

Sabendo que a dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada a uma

série de problemas que pode afetar qualquer área do desenvolvimento cognitivo,

neste caso, os problemas situacionais foram apontados como causador do não

65%

12%

23%Prolemas situacionais

Problemas de ordempedagógica

Problemas de ordembiológica

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aprendizado dos alunos. As nossas escolas atuais vêm sofrendo pela falta de

estrutura adequada aos nossos alunos, e isso acarreta em uma infinidade de

problemas, pela falta de material escolar, didático e infraestrutura e isso tudo reflete

no aprendizado dos alunos.

A deficiência de infraestrutura nas escolas segundo Satyro e Soares (2007)

Afeta diretamente a qualidade da educação. Prédios e instalações inadequadas, a inexistência de bibliotecas, espaços esportivos e laboratórios, a falta de acesso a livros didáticos, materiais de leitura, a relação inadequada ao tamanho da sala de aula e o número de alunos, são problemas que influenciam diretamente no desempenho dos alunos. (SATYRO E SOARES, 2007, p, 7)

Sabe-se, que os problemas de ordem pedagógica também são freqüentes nas

escolas, pois os métodos inadequados de ensino por falta de capacitação dos

professores acabam prejudicando o aprendizado do aluno. Assim como os problemas

de ordem biológica. Porém, antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico, é

preciso que o aluno passe por uma avaliação especializada com profissionais da área

de saúde.

A pergunta do gráfico 14 foi esta: Os pais ajudam nas tarefas escolares de seus

filhos? De acordo com as respostas dos professores a maioria das famílias não é

envolvida no trabalho educativo dos alunos. 76% disseram que os pais não ajudam

nas tarefas escolares dos filhos. Enquanto 24% indicam que sim.

Gráfico 14: Os pais ajudam nas tarefas escolares dos seus filhos

Fonte: As autoras, 2017

24%

76%

Sim

Não

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A interação entre a família e a escola é necessária, para que aconteça o

processo de ensino e aprendizado, pois é no convívio familiar que se aprende os

valores, crenças, costumes e respeito ao próximo, muitos pais não se sentem aptos a

ajudar seus filhos nas tarefas escolares por terem pouco conhecimento, porém o que

necessita ser compreendido e que independentemente do nível de escolaridade que

possuem, os alunos necessitam desse apoio para sentir se valorizados.

Com a participação da família no processo de ensino aprendizagem, a criança ganha confiança vendo que todos se interessam por ela, e também porque você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos da criança (MACEDO, 1994 p.199).

Marchesi (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa

realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a

instituição que mais perto se encontra da escola.

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7. CONCLUSÃO

Portanto, ao longo desta pesquisa, falou-se do papel do professor diante das

dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita, e por meio de estudos bibliográficos

e observação in loco constatamos que no processo ensino e aprendizagem os

métodos tradicionais de ensino até hoje são usados em salas de aulas dos anos

iniciais e por conta disso muitos alunos fracassam já no início da alfabetização. E para

que aconteça uma aprendizagem significativa é necessário que os alunos sejam

alfabetizados e letrados simultaneamente.

Assim, ficou entendido que o papel do professor diante das dificuldades de

aprendizagem dentre outros, é instrumentalizá-los com procedimentos que

desenvolvam sua capacidade de autonomia. Como também a relação professor/aluno

é ferramenta indispensável no contexto ensino e aprendizagem.

Contudo, verificou-se diante da análise dos dados coletados que existem

muitos alunos com dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita. Logo, há

professores que desconhecem as causas das dificuldades.

Entretanto, as escolas não oferecem cursos de capacitação nessa temática.

Visto que, as dificuldades na aprendizagem decorrem de vários fatores, porquanto, os

professores atribuem a problemas situacionais do tipo a estrutura da escola que não

oferece benefício ao aprendizado. Além do mais, não tem o apoio da família no sentido

de ajudar os filhos nas tarefas escolares.

Portanto, o rendimento escolar insatisfatório, e tem sido uma preocupação e

um dos desafios para os educadores de um grande número de alunos nos primeiros

anos do ensino fundamental. Visto que, a problemática do fracasso escolar deve-se a

diferentes fatores isolados ou associados entre si, e somente o professor preparado,

o diagnóstico das dificuldades, e a intervenção prévia pode melhorar a aprendizagem

dos alunos.

Assim, para superar essa situação o educador deve agir em conjunto com a

comunidade escolar e com a família para analisar ações e criar outras no sentido de

proporcionar uma educação de qualidade ao aluno.

Portanto, esta foi somente uma pesquisa preliminar, porquanto, se faz

necessário estudo mais aprofundado sobre esse assunto que é de grande relevância

nas escolas do município de Nova esperança do Piriá.

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APÊNDICE

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Questionário aplicado aos professores das séries iniciais.

1) Idade: ( ) 19 a 29 anos ( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos 2) Gênero: ( ) masculino ( ) feminino 3) Nível de formação: ( ) nível médio completo ( ) nível superior completo ( ) nível superior incompleto ( ) pós graduação completa ( ) pós-graduação incompleta 4) Experiência profissional: ( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 11 anos 5) Seus alunos apresentam dificuldades em relação à leitura e escrita? ( ) sim; ( ) não; ( ) alguns; 6) Como você avalia a leitura e a escrita dos alunos na sala de aula? ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ótima ( )Ruim 7) Quantas vezes você trabalha a leitura em sala de aula? ( ) todos os dias; ( ) uma vez por semana; ( ) de quinze em quinze em dias; ( ) somente nas aulas de português; 8) Você concorda que muitos professores desconhecem as causas das

dificuldades de aprendizagem das crianças e as rotulam de desinteressadas e preguiçosas? ( ) sim ( ) não 9) Você está preparado para identificar os problemas de aprendizagem para que suas intervenções pedagógicas sejam mais adequadas e, ainda quando necessário seja capaz de encaminhar o aluno ao tratamento especializado? ( ) sim( ) não

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10) A escola em que você leciona oferece curso de capacitação sobre as dificuldades do aluno em sala de aula? ( ) sim ( ) não

11) No que se refere ao processo ensino- aprendizagem preocupa mais com: ( ) o cumprimento do programa ( ) os objetivos que não foram atingidos pelos alunos ( ) aprendizagens dos alunos

12) Seus alunos apresentam dificuldades de assimilar os conteúdos e quais dessas dificuldades eles apresentam?

( ) Dificuldade na leitura e na escrita; ( ) Lêem de forma decodificada; ( ) Ainda não sabem ler e nem escrever ( ) Não sentem nenhum tipo de dificuldade

13) A que você atribui às dificuldades de aprendizagem dos seus alunos?

( ) problemas situacionais; ( ) problemas de ordem pedagógicas; ( ) problemas de ordem biológicas;

14) Os pais ajudam os alunos nas tarefas de casa, de leitura e nas demais? ( ) Sim ( ) Não