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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL Análise do Método do Programa QualityCoast: Estudo de Caso no Município de Balneário Camboriú, SC Rodrigo Xavier Sciorilli Camacho Itajaí, 01 de Fevereiro de 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Análise do Método do Programa

QualityCoast: Estudo de Caso no Município de

Balneário Camboriú, SC

Rodrigo Xavier Sciorilli Camacho

Itajaí, 01 de Fevereiro de 2010

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Análise do Método do Programa

QualityCoast: Estudo de Caso no Município de

Balneário Camboriú, SC

Rodrigo Xavier Sciorilli Camacho

Dissertação apresentada à Universidade

do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos

para obtenção do grau de Mestre em Ciência e

Tecnologia Ambiental.

Orientador: Marcus Polette

Itajaí, 01 de Fevereiro de 2010

i

Dedico este trabalho à minha Família:

Giovana, Sara, Gracia e Francisco.

ii

AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares que, sempre me apoiaram nos momentos que precisei. Giovana,

Sara, Gracia, Francisco, Renata e Pedro e família Varassin;

Ao meu Orientador e Amigo, Marcus Polette, por tudo que vem fazendo por mim ao

longo destes anos;

Aos membros da banca examinadora, Dra. Rosemeri Carvalho Marenzi, e Dr. Paulo

dos Santos Pires, pela colaboração;

À EUCC – The Coastal e Marine Union, em especial à pessoa de Maria Ferreira;

À Universidade Nova de Lisboa, em especial à pessoa de José Carlos Ferreira;

À Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em especial à pessoa de

Francisco Taveira Pinto e Fernando Veloso Gomes;

Aos docentes do Programa de Mestrado em Ciência e Técnologia Ambiental;

À todos os amigos verdadeiros, que próximos ou distantes sempre me acompanharam

nesta caminhada; e

À Deus, o criador, à Vida, e ao Surf, este esporte maravilhoso.

iii

SUMÁRIO

SUMÁRIO .................................................................................................................. III

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. V

LISTA DE QUADROS............................................................................................. VII

LISTA DE ABREVIAÇÕES .................................................................................. VIII

RESUMO...................................................................................................................... X

ABSTRACT ................................................................................................................ XI

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. ÁREA DE ESTUDO............................................................................................. 4

2.1 O MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ .............................................................. 4

2.1.1 Histórico ........................................................................................................ 5

2.1.2 Características da Paisagem ......................................................................... 6

2.1.3 Dinâmica Populacional ................................................................................. 7

2.1.4 Aspectos Econômicos .................................................................................... 9

2.1.5 Os recursos turísticos / atrações na costa de Balneário Camboriú ............ 10

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 17

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 17

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 18

4.1 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS .............................................................................. 18

4.1.1 A Certificação ISO 14001 ........................................................................... 19

4.1.2 O Programa Bandeira Azul ......................................................................... 20

4.1.3 O Programa QualityCoast .......................................................................... 20

5. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 45

5.1 ANÁLISE DO MÉTODO DO PROGRAMA QUALITYCOAST EUROPEU ........................ 46

5.2 ANÁLISE DOS CRITÉRIOS E ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO

QUALITYCOAST NO BRASIL .................................................................................................. 46

iv

5.3 ANÁLISE DA PONTUAÇÃO POR MEIO DO ESTUDO DE CASO .................................... 46

5.4 ANÁLISE DO MÉTODO .......................................................................................... 48

6. RESULTADOS ................................................................................................... 49

6.1 ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E DAS ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO

DO PROGRAMA QUALITYCOAST NO BRASIL .......................................................................... 49

6.2 AVALIAÇÃO DA PONTUAÇÃO DO PROGRAMA QUALITYCOAST EM BALNEÁRIO

CAMBORIÚ ............................................................................................................................ 53

6.2.1 Natureza ...................................................................................................... 53

6.2.2 Meio Ambiente ............................................................................................. 62

6.2.3 Sociocultural................................................................................................ 74

6.2.4 Síntese da avaliação da pontuação do município de Balneário Camboriú 83

6.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO DO PROGRAMA QUALITYCOAST ................................. 87

7. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 89

8. CONCLUSÕES .................................................................................................. 92

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 93

ANEXOS ................................................................................................................... 101

APÊNDICES ............................................................................................................. 111

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização do município de Balneário Camboriú. ........................................ 5

Figura 2: Sinopse comparativa do movimento estimado de turistas para os anos de

2007, 2008 e 2009, em Balneário Camboriú, SC. Fonte: Santur, 2009. .................................... 8

Figura 3: Projeção populacional do Município de Balneário Camboriú (SC) no período

de 2009 a 2030. Fonte: IBGE, 2000. .......................................................................................... 9

Figura 4: Vista geral da praia do Buraco, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,

2005. ......................................................................................................................................... 11

Figura 5: Vista geral da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2006.

.................................................................................................................................................. 11

Figura 6: Vista geral da praia de Taquaras, Balneário Camboriú – SC. Fonte: O autor,

2005. ......................................................................................................................................... 12

Figura 7: Vista aérea da praia do Pinho, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,

2005. ......................................................................................................................................... 13

Figura 8: Vista geral do morro do Careca, Balneário Camboriú. Fonte: O autor, 2009.

.................................................................................................................................................. 14

Figura 9: Monumento Cascata das Sereias, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,

2010. ......................................................................................................................................... 15

Figura 10: Monumento Marambaia, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010. 15

Figura 11: Monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte.

Fonte: O autor, 2010. ................................................................................................................ 16

Figura 12: Escultura na barra Sul, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010. ... 16

Figura 13: A Bandeira QualityCoast. Fonte: EUCC, 2009a. ....................................... 21

Figura 14: Vista geral da ria de Aveiro. Fonte: O autor. .............................................. 41

Figura 15: Vista geral do farol de Noordwijk, Holanda. Fonte: EUCC, 2009b. .......... 43

Figura 16: Fluxograma da metodologia do trabalho. Fonte: O autor. .......................... 45

Figura 17: Divisão do município em oito áreas, para análise de locais tranquilos.

Fonte: Balneário Camboriú 2009a, adaptado pelo autor. ......................................................... 47

Figura 18: Diagrama da trajetória do Programa QualityCoast. Fonte: LEEMANS,

2007, adaptado pelo autor. ....................................................................................................... 51

Figura 19: Vista geral do Parque Natural Municipal Raimundo Malta, Balneário

Camboriú. Fonte: O autor. ........................................................................................................ 54

vi

Figura 20: Vista geral da passarela do pontal Norte, Balneário Camboriú. Fonte: O

autor. ......................................................................................................................................... 56

Figura 21: Vista geral da praia de taquarinhas, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O

autor. ......................................................................................................................................... 61

Figura 22: Permanência dos turistas nos meios de hospedagem, em dias. Fonte:

SANTUR, 2009. ....................................................................................................................... 63

Figura 23: Vista geral do molhe da barra Sul, praia Central - Balneário Camboriú.

Fonte: O autor. .......................................................................................................................... 73

Figura 24: Vista geral da Igreja Santo Amaro, Balneário Camboriú. Fonte: Raimundo

Arossi. ...................................................................................................................................... 75

Figura 25: Resultado das entrevistas quanto à satisfação turística no município de

Balneário Camboriú, SC. Fonte: SANTUR, 2006. .................................................................. 81

Figura 26: Vista geral de placa informativa referente a regras de segurança no mar, no

posto salva-vidas da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor. ........................ 83

Figura 27: Divisão do município em três áreas distintas. Fonte: Balneário Camboriú,

2009. Adaptado pelo Autor. ..................................................................................................... 84

Figura 28: Vista geral da sede da praia dos Amores, local tranquilo, no município de

Balneário Camboriú. Fonte: O autor. ....................................................................................... 86

Figura 29: Vista geral do canal da Barra e seus barcos de pesca artesanal, Balneário

Camboriú. Fonte: O autor. ........................................................................................................ 87

vii

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Caracterização demográfica do município de Balneário Camboriú. ............. 7

Quadro 2: Os critérios QualityCoast. ........................................................................... 22

Quadro 3: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade. ................ 31

Quadro 4: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade. ................ 31

Quadro 5: Classificação do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast. . 42

Quadro 6: Classificação do município de Noordwijk quanto aos critérios QualityCoast.

.................................................................................................................................................. 44

Quadro 7: Adaptação para o Brasil do Programa QualityCoast, em relação aos temas.

.................................................................................................................................................. 50

Quadro 8: Análise dos indicadores para o critério Valores Naturais. .......................... 53

Quadro 9: Análise dos indicadores para o critério informação sobre a natureza. ........ 55

Quadro 10: Análise dos indicadores para o critério Contato com a Natureza. ............. 57

Quadro 11: Análise dos indicadores do critério Políticas Verdes. ............................... 59

Quadro 12: Análise dos indicadores do critério Paisagem. .......................................... 60

Quadro 13: Análise dos indicadores do critério Locais tranqüilos. .............................. 61

Quadro 14: Análise dos indicadores do critério Pressão Turística. .............................. 62

Quadro 15: Análise dos indicadores do critério Envolvimento Comercial. ................. 64

Quadro 16: Análise dos indicadores do critério Balneabilidade. ................................. 65

Quadro 17: Relatório de análise, mês de referência: setembro de 2009. ..................... 66

Quadro 18: Análise dos indicadores do critério Gestão de Águas. .............................. 67

Quadro 19: Análise dos indicadores do critério Mobilidade Sustentável. ................... 68

Quadro 20: Análise dos indicadores do critério Resíduos e Reciclagem. .................... 70

Quadro 21: Análise dos indicadores do critério Resposta às Alterações Climáticas. .. 72

Quadro 22: Análise dos indicadores do critério identidade Cultural e Local. .............. 76

Quadro 23: Análise dos indicadores do critério Lazer e Recreação. ............................ 77

Quadro 24: Análise dos indicadores do critério Participação da Comunidade. ........... 79

Quadro 25: Análise dos indicadores do critério satisfação turística. ............................ 81

Quadro 26: Análise dos indicadores do critério segurança. ......................................... 82

Quadro 27: Síntese da classificação do município de Balneário Camboriú, quanto ao

Programa QualityCoast. ........................................................................................................... 84

viii

LISTA DE ABREVIAÇÕES

Ambiental Saneamento e Concessões Ltda - CONEVILLE

Área de Proteção Ambiental - APA

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí - AMFRI

Coastal Practice Network (CoPraNet)

Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú - COMPUR

Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente – CONDEMA

Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur)

Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA

Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú – EMASA

Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC

Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina - FATMA

Gerenciamento Costeiro do Estado de Santa Catarina – GERCO/SC

Instituto Canário de Ciências Marinhas – ICCM

Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN

Instituto Nacional de Pesquisas Hidrográficas - INPH

International Standardization Organization – ISO

Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT

Organização das Nações Unidas, para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO

Organização Mundial do Turismo – OMT

Organização Não Governamental – ONG

Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA

Programa de Condições de Meio Ambiente e Trabalho - PCMAT

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA

Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN

Santa Catarina Turismo S/A - SANTUR

ix

Sindicato da Indústria da Construção Civil em Balneário Camboriú - SINDUSCON

Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico – SGPA

Sistema de Gestão Ambiental - SGA

Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC

The Coastal & Marine Union – EUCC

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

x

RESUMO

Balneário Camboriú tem como atividade principal, o turístico de Sol e Praia, sendo que este é

muitas vezes sazonal e massivo, contribuindo, em muitos casos, para a perda de qualidade

ambiental e o enfraquecimento de destinos turísticos significativos para a geração de renda e

emprego. O município ainda sofre um violento processo de urbanização e verticalização

imobiliária, saturação do tráfego urbano e rodoviário, ocupação acima dos limites da

capacidade de suporte da praia, sombreamento do espaço praial, pressão imobiliária nas

encostas com o surgimento de assentamentos irregulares, e falta de saneamento em alguns

bairros. Programas de certificação ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira

integrada, visando minimizar os conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos,

como exemplo, o Programa QualityCoast. Este é um programa de certificação para

municípios costeiros, que pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades costeiras

que partilhem os mesmos valores e práticas de desenvolvimento sustentável. O presente

trabalho busca analisar o método do Programa QualityCoast, tendo como base o município de

Balneário Camboriú. A metodologia utilizada consiste na aplicação do método QualityCoast

integrada a uma análise qualitativa e quantitativa a fim de estabelecer critérios e indicadores

ao Programa, para os temas Natureza, Meio Ambiente e Socioeconomia. O resultado obtido

demonstra que o Programa QualityCoast deve ainda ser repensado quanto aos seus critérios

para que possa ser aplicado no Brasil, visto que as legislações européias são mais rigorosas e a

administração pública possui mais recursos para ações de melhoria contínua. O trabalho

contribuiu para a validação do método QualityCoast, no Brasil, onde foi possível realizar uma

quantificação mais direta dos indicadores dos critérios apresentados, por meio de uma

adaptação do método. Sendo assim, foi possível diagnosticar o município de Balneário

Camboriú, verificando os pontos fortes do município em relação aos critérios do Programa, e

ainda sugerir melhorias, para os critérios não tiveram um bom desempenho.

xi

ABSTRACT

Balneario Camboriu is primarily engaged in the tourist resort of sun and sand, and this is

often seasonal and massive, contributing, in many cases, the loss of environmental quality and

the weakening of destinations for significant income generation and employment. The city

still suffers a violent process of urbanization and vertical housing, traffic congestion and

urban road occupation above the limits of carrying capacity of the beach, Beach Grass shader

space, real pressure on the slopes with the emergence of squatter settlements and lack of

sanitation in some neighborhoods. Programs of environmental certification can help in the

process of integrated coastal management, in order to minimize conflict socio-economic,

cultural, environmental and political. We as an example, the program QualityCoast. This is a

certification program for coastal municipalities, which aims to establish a global network of

coastal communities that share the same values and practices of sustainable development.

This study sought to determine the method of QualityCoast Program based on the city of

Balneario Camboriu. The methodology is based on the method QualityCoast an integrated

qualitative and quantitative analysis to establish criteria and indicators for the Program, based

on the themes Nature, Environment and Socio-Economics. The result shows that the Program

QualityCoast must also be rethought as its criteria for who can be implemented in Brazil since

the European laws are stricter and the government has more resources for continuous

improvement actions. The work contributed to the validation of the method QualityCoast in

Brazil, where it was possible to quantify a more direct indicator of the criteria, through an

adaptation of the method. Thus, we could diagnose the city of Balneário Camboriú, noting the

strengths of the council in relation to the criteria of the program, and also suggest

improvements to the criteria have not performed well.

1

1. INTRODUÇÃO

A região costeira brasileira possui 8.500 km de extensão, sendo o turismo uma das

atividades com maior índice de crescimento na última década. De modo geral, o movimento

turístico de Sol e Praia é muitas vezes sazonal e massivo, o que explica as usuais deficiências

de infra-estrutura urbana e de serviços, contribuindo, em muitos casos, para a perda de

qualidade ambiental e o enfraquecimento de destinos turísticos significativos para a geração

de renda e emprego (BRASIL, 2008b).

Os aspectos naturais, ambientais e socioeconomicos sofrem com a pressão que os

setores econômicos exercem sobre os municípios costeiros com potencial turístico, gerando

muitas vezes perda de valores naturais, culturais e históricos, impactos negativos sobre a

qualidade das águas para recreação e abastecimento humano, gestão inadequada de resíduos

sólidos, entre outros (EUCC, 2009b).

Buscando atualizar a gestão costeira no Brasil, é evidente que o Programa Nacional de

Gerenciamento Costeiro - PNGC busca ordenar a zona costeira brasileira tendo como foco as

escalas da União, dos Estados e Municípios. POLETTE (2005) sugere que os municípios

costeiros brasileiros estão distantes da aplicação dos Planos Municipais de Gerenciamento

Costeiro, instrumento este fundamental para ordenar os municípios em escala local.

O município de Balneário Camboriú, objeto do estudo de caso do presente trabalho,

sofre um violento processo de urbanização e verticalização imobiliária, saturação do tráfego

urbano e rodoviário, ocupação acima dos limites da capacidade de suporte da praia,

sombreamento do espaço praial, pressão imobiliária nas encostas com o surgimento de

assentamentos irregulares, e falta de saneamento em alguns bairros (AMFRI, 1999).

Tais problemas levam mudanças do estado do ambiente ao longo do tempo. Deste

modo, são necessárias respostas para permitir um desenvolvimento mais apropriado nesta

porção territorial.

No município existe uma proposta de incremento da faixa de areia da praia Central, no

entanto esta pode acelerar ainda mais os processos de urbanização e especulação imobiliária

no município. Existem ainda propostas de implementação de Unidades de Conservação, que

buscam compatibilizar o desenvolvimento e a conservação, sendo estas iniciativas muito

positivas.

2

Dentro deste contexto a certificação ambiental pode ser um caminho. No Brasil,

Prefeituras Municipais implementam a gestão de qualidade, por meio do certificado ISO

9001, buscando promover a melhoria dos processos internos, elevar o nível de satisfação dos

contribuintes, colaboradores e parceiros (VOLK, 2008), no entanto, este sistema ainda é

deficitário quanto à categoria ambiental.

No caso de municípios costeiros com potencial turístico, Programas de certificação

ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira integrada, visando minimizar os

conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos. Temos como exemplo, o

Programa QualityCoast, idealizado pela The Coastal & Marine Union – EUCC. Este pode

servir como base para um processo de gestão de municípios costeiros, visto que, para as áreas

costeiras as certificações ambientais atualmente são mais utilizadas para ambientes

específicos, ou ainda para a infra-estrutura (marinas, resorts).

O Programa QualityCoast é um programa de certificação para municípios costeiros, e

pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades costeiras que partilhem os mesmos

valores e práticas de desenvolvimento sustentável, integrando as suas riquezas naturais,

sociais e culturais, e ainda mantendo elevados níveis de qualidade turística (ARHTEJO,

2009).

Tal Programa atualmente é aplicado nos municípios costeiros de Noto (Silicia), na

Itália; Kouklia, no Chipre; Cálvia (Majorca) e Fuerteventura (Ilhas Canárias), na Espanha;

Aveiro e Torres Vedras, em Portugal; e Ameland, Goedereede, Katwijk, Noordwijk,

Shouwen-Duiveland e Zandvoort, na Holanda (EUCC, 2009).

O Programa de certificação ambiental QualityCoast busca fornecer medidas para

garantir um certo grau de ordenamento territorial por meio de critérios de avaliação, que

refletem a qualidade ambiental e a qualidade de vida das comunidades costeiras (EUCC,

2009a). A certificação apresentada é ideal neste contexto, pois pode se inserir em uma

proposta que busca compatibilizar os instrumentos da política pública com a certificação

ambiental.

A aplicação do Programa nestes municípios foi realizada por meio de uma análise,

com os temas: Natureza, meio ambiente e socioeconomia, divididos em 20 critérios. Para cada

um destes critérios foram estabelecidos indicadores que permitiram uma avaliação, por meio

de uma atribuição de nota de um a cinco. Desta forma, foi possível qualificar os municípios,

através do método QualityCoast.

3

O presente trabalho busca analisar o método do Programa QualityCoast, tendo como

base o município de Balneário Camboriú. Este trabalho busca, ainda, interpretar a estrutura,

os critérios e o regulamento do Programa QualityCoast; assim como analisar os critérios de

enquadramento do Programa, por meio do estudo de caso, em Balneário Camboriú.

O Programa QualityCoast auxilia na construção de um diagnóstico da realidade atual

buscando oferecer uma opção inicial rumo a melhoria contínua da qualidade ambiental do

município. O Programa apresenta critérios ambientais que quando cumpridos, podem auxiliar

na satisfação das necessidades e desejos de um indivíduo e sociedade.

Este Programa pode, ainda, melhorar a qualidade de vida das populações fixas e

flutuantes ou, ainda, auxiliar no atendimento de um grau de satisfação das necessidades

materiais e espirituais de um indivíduo na sociedade. O conceito refere-se, principalmente,

aos aspectos de bem-estar social que podem ser instrumentalizados mediante o

desenvolvimento das infra-estruturas e dos equipamentos dos centros de população, isto é, dos

suportes materiais do bem-estar.

4

2. ÁREA DE ESTUDO

A Zona Costeira do Estado de Santa Catarina:

O Estado de Santa Catarina, localizado no Sul do Brasil, possui 561,4 km de linha de

costa, sendo que sua zona costeira possui 37.206 km2 de área, constituída por 131 municípios

distribuídos por sete bacias hidrográficas, que drenam diretamente para o oceano Atlântico.

Possui sistemas de drenagem definidos, quase sempre pela presença de rios de grande

magnitude (Itajaí-Açu, Itapocu, Tijucas, Tubarão, entre outros), onde ocorrem os maiores

assentamentos humanos, como é o caso das cidades de Joinville, São Francisco do Sul,

Blumenau, Itajaí, São José, Florianópolis, Tubarão, entre outras (SANTA CATARINA,

2005).

O litoral catarinense por sua vez intensificou o seu processo de ocupação a partir da

década de 1970, com a implantação e pavimentação da BR 101, tal estrada acompanha a linha

da costa. Destaca-se a partir deste período a intensificação e proliferação de empreendimentos

imobiliários nos municípios costeiros, mais especificamente nos seus balneários,

desencadeando inclusive, um processo de proliferação de lotes urbanos nas terras litorâneas,

ocasionando perdas significativas da sua beleza paisagística e comprometimento de sua

qualidade ambiental (AMFRI, 1999).

Os Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu:

A região que compõem a AMFRI – Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí

possui uma área total de 1.531 km². A região conta com um dos mais importantes aeródromos

do Estado, localizado no município de Navegantes. Itajaí por sua vez destaca-se como centro

regional, principalmente, pela função específica de mais importante centro portuário do

Estado. Balneário Camboriú, Itapema, Piçarras, Penha, Porto Belo e Bombinhas, importantes

balneários, foram instituídos como locais de interesse turístico nacional na orla marítima, pela

Lei 6.513/77. Enquanto Camboriú, Ilhota e Luis Alves são caracterizados na região por sua

produção agrícola (AMFRI, op. cit.).

2.1 O Município de Balneário Camboriú

O município de Balneário Camboriú pertence ao litoral Centro-Norte de Santa

Catarina (Figura 1).

5

Figura 1: Localização do município de Balneário Camboriú.

2.1.1 Histórico

De acordo com o acervo do arquivo histórico de Balneário Camboriú, muitas versões

são apresentadas para a origem do nome “Camboriú”, porém a mais conhecida tem origem na

língua portuguesa, onde “camba” significa curva, ficando então representado, local onde

“camba o rio”. A outra versão do significado do nome vem de origem Tupi, onde “Cambori”

significa robalo (peixe comum no local) e o sufixo “u” criadouro, representando então

“Criadouro de Robalo” (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-]).

De acordo com (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2004) a história do município começa,

aproximadamente, há 3.000 anos, com os primeiros habitantes da praia de Laranjeiras: Os

índios Carijós (Tupys Guaranis), como comprovam os fósseis encontrados nesta praia, na

década de 1970. O povoamento da região iniciou em 1826, por Baltazar Pinto Corrêa, de

origem açoriana, iniciando a colonização a partir do atual bairro da Barra.

6

Anos depois vieram os alemães atraídos pelo clima e pelo solo fértil, formando assim

em 1840, uma pequena aldeia denominada Arraial de Bom Sucesso, que pertencia a Porto

Belo. Em 1860 o Arraial passa a ser chamado de Freguesia de Nossa Senhora do bom

Sucesso, em decorrência da construção da Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Neste

ano, passa a pertencer a Itajaí e se torna sede da Vila dos Garcia (BALNEÁRIO

CAMBORIÚ, 2006b).

A criação do município de Camboriú ocorreu em 1884. Neste momento, a Freguesia

passa a pertencer a Camboriú, sendo conhecida como “Barra do Camboriú” (REBELO, 1997).

Em 1894 foi criado o Distrito de Paz da Barra, de Camboriú. A criação do Distrito da Praia de

Camboriú ocorreu em 1959, tendo como sede o bairro da Barra (CORRÊA, 1985).

Ao longo da década de 1960, o Distrito da Praia de Camboriú tornou-se um dos pólos

turísticos mais importantes de Santa Catarina, e neste movimento de progresso, no dia oito de

abril de 1964 é sancionada a lei que cria o município de Balneário Camboriú. Logo após, o

Governador do Estado, Celso Ramos, fixa a data de 20 de julho de 1964 para a instalação do

município (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006a).

2.1.2 Características da Paisagem

A seguir serão apresentadas brevemente, algumas características da paisagem do

município de Balneário Camboriú. Esta apresentação será quanto aos aspectos hidrográficos,

climáticos, florísticos e faunísticos do município.

2.1.2.1 Hidrografia

Balneário Camboriú é banhado pelo rio Camboriú e seu afluente: Rio Peroba. O rio

Camboriú possui uma extensão de 40 km, no entanto apenas dois quilômetros banham o

município (CORRÊA, 1985).

2.1.2.2 Clima

O clima é temperado, sendo que de janeiro a abril são os meses com maior

predominância solar. Nos meses de verão a temperatura pode atingir 40°C, sendo que a média

anual é de 18 – 20°C (GAPLAN, 1986, apud. SANTA CATARINA, 2005). A precipitação

pluviométrica anual é de 900 mm, sendo que de junho a agosto a maior precipitação de

7

chuvas, o que faz do inverno um clima ameno, com água do mar em suave temperatura

(CORRÊA, 1985).

2.1.2.3 Flora e Fauna

A vegetação que ocupa estes ambientes pode ser discriminada em função das

características fisiográficas e da influência do Oceano Atlântico, contendo vegetação

constituída de Floresta Ombrófila Densa e de Áreas de Formações Pioneiras (MARENZI,

2004). Cabe destacar, ainda, que estes locais compatibilizem também com a existência de

espécies de fauna que vivem nestes ambientes.

2.1.3 Dinâmica Populacional

A dinâmica populacional será apresentada, por meio da análise da distribuição espacial

da população, bem como da caracterização demográfica, e ainda da evolução da população

para o município de Balneário Camboriú.

2.1.3.1 Distribuição Espacial da População

Balneário Camboriú possui uma área de 46 km², e uma população de 102.081

habitantes (IBGE, 2010), sendo que no ano de 2000, 100% destes residiam em áreas urbanas

(Quadro 1).

Quadro 1: Caracterização demográfica do município de Balneário Camboriú.

Município

Densidade

Demográfica,

2010 (hab/km²)

Pop. Total,

1991 (hab)

Pop. Total,

2000 (hab)

Pop.

Urbana,

1991 (hab)

Pop.

Urbana,

2000 (hab)

Pop.

Rural,

1991 (hab)

Pop.

Rural,

2000 (hab)

Balneário

Camboriú

2.219 42.458 73.455 42.038 42.038 420 0

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, (IBGE, 2000 & IBGE, 2010).

Em alta temporada, porém, o município comporta uma população de cerca de 800 mil

habitantes (SANTUR, 2009). A Figura 2 apresenta uma sinopse comparativa do movimento

estimado de turistas, para os anos de 2007, 2008 e 2009.

8

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

2007 2008 2009

Movimento Estimado de Turistas (Hab)

Nacionais Estrangeiros Total

Figura 2: Sinopse comparativa do movimento estimado de turistas para os anos de 2007, 2008

e 2009, em Balneário Camboriú, SC. Fonte: Santur, 2009.

2.1.3.2 Evolução da População

Por conseguinte, analisou-se a taxa de crescimento demográfico e vegetativo da

população total nas duas últimas décadas por meio de projeções populacionais, considerando

que, segundo IBGE (2000), a taxa média de crescimento anual do município foi da ordem de

6,28%, visto que a população passou de 42.458 habitantes em 1991, para 73.455 habitantes

em 2000, entretanto considerando o número de habitantes de 2000 e 2009, nota-se que a taxa

de crescimento anual é de 3,72%. Desta forma, no ano de 2009 a população de Balneário

Camboriú chega a 102.081 habitantes (IBGE, 2010), e estima-se que no ano de 2015 a

população total de Balneário Camboriú possa chegar a 127.093 habitantes, cabendo ainda

ressaltar que no ano de 2030 a população de Balneário Camboriú poderá chegar à cerca de

219.815 habitantes (Figura 3).

9

Figura 3: Projeção populacional do Município de Balneário Camboriú (SC) no período de 2009

a 2030. Fonte: IBGE, 2000.

2.1.4 Aspectos Econômicos

O desenvolvimento socioeconomico de Balneário Camboriú iniciou-se com sua

emancipação em 1964, quando o turismo começou a despertar como atividade lucrativa.

Atualmente, o setor terciário assume a maior fatia econômica do município, destacando-se a

atividade turística, que por si só movimenta indiretamente diversos itens da economia,

gerando empregos e garantindo a qualidade de vida dos seus moradores, o que interfere na

economia das cidades vizinhas que são beneficiadas com o grande número de turistas que

Balneário Camboriú recebe (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-])

A hotelaria surgiu em 1928, com a construção do primeiro hotel, uma acanhada casa

de madeira chamada “Hotel do Jacó”, na confluência da Avenida Central com a Atlântica.

Nascia ali o mais importante pólo comercial do município, pois ao redor convergiu toda a

sorte do comércio (CORRÊA, 1985)

Em 1929 foi instalada a primeira casa comercial na Praia de Camboriú era do tipo que

possuía “tudo para dentro de uma casa”, por esta época aproximadamente apareceram uma

padaria e uma casa de panificação, no centro da praia. Em meados de 1940 foi instalada a

primeira confecção da cidade. Blumenau foi há algum tempo atrás a cidade que mais

contribuiu para o desenvolvimento desta cidade, por meio do “turismo doméstico”,

principalmente com as excursões (CORRÊA, op. cit.).

E assim começaram a surgir diversos estabelecimentos comerciais, como restaurantes,

postos de gasolina, farmácias, hotéis, distribuidoras de água, cinemas, entre outros.

10

Atualmente com um sólido fluxo turístico, Balneário Camboriú possui uma estrutura

hoteleira diferenciada, com número satisfatório de leitos para atender os turistas, distribuídos

em hotéis das mais variadas classificações.

O setor primário é pouco representativo na economia do município, a pecuária é

praticamente inexistente, na agricultura contamos apenas com hortifrutigranjeiro, devido à

pequena extensão territorial, e a população 100% urbana (SANTA CATARINA, 2010).

A pesca artesanal é uma constante a colônia de pescadores Z7 foi fundada em 1925,

funcionou normalmente até 1943, teve uma interrupção de suas atividades até 1963 (devido à

segunda guerra mundial) e a atual sede no bairro da barra foi inaugurada em 1978

(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006b).

A construção civil teve na década de 1980, sua maior fase de expansão, e atualmente é

a principal atividade do setor secundário (CORRÊA, op. cit.).

O eixo propulsor da economia do município é o setor terciário (99,21%)

(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-]) com atividades comerciais e turísticas, sendo

responsáveis pelo desenvolvimento de Balneário Camboriú.

2.1.5 Os recursos turísticos / atrações na costa de Balneário

Camboriú

O município de Balneário Camboriú é conhecido internacionalmente pelo turismo de

sol e praia. As praias do município são:

2.1.5.1 Praia do Buraco

A praia do Buraco (Figura 4), também conhecida como praia do “Coco” possui mar

agitado, e é muito procurada por surfistas e bodyboardes. Seus acessos são realizados por

meio de um empreendimento hoteleiro, ou por uma passarela com decks de madeira, que

inicia no pontal Norte da praia Central.

11

Figura 4: Vista geral da praia do Buraco, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2005.

2.1.5.2 Praia Central

A praia Central (Figura 5) possui cerca de 7 km de extensão, esta é a praia mais

urbanizada do município. Tal praia é muito propícia para a prática de esportes, como surf,

bodyboard, corridas, caminhadas e outros esportes coletivos. A praia possui uma completa

infra-estrutura hoteleira, e ainda apresenta diversos bares, restaurantes, casas noturnas, e

variado comércio.

Figura 5: Vista geral da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2006.

2.1.5.3 Praia de Laranjeiras

A praia de Laranjeiras fica a 6 km do centro de Balneário Camboriú, e seu acesso é

feito pela BR-101, seguindo pela Rod. Interpraias. Esta é uma pequena baía, com águas

tranqüilas próprias para banho e esportes náuticos. Nesta praia foram encontrados fósseis de

12

índios tupi-guarani, que viveram há milhares de anos. Tal praia possui 750 metros de

extensão, com uma concentração de bares e restaurantes, e ainda um trapiche para atracação

de embarcações.

2.1.5.4 Praia de Taquarinhas

A praia de Taquarinhas fica a 8 km do centro, esta é uma praia de águas calmas e

cristalinas, e propícias à pesca de arremesso. Tal praia tem 600 metros de extensão, com

areias grossas e paisagem com características totalmente agrestes. O acesso é realizado pela

Rod. Interpraias. Atualmente a criação do Parque Estadual de Taquarinhas pode ser uma

alternativa para manter a conservação deste local, que sofre uma grande pressão do mercado

imobiliário.

2.1.5.5 Praia de Taquaras

A praia de Taquaras (Figura 6) possui 1.150 metros de extensão e fica a 8,5 km de

distância do centro da cidade. Existe no local, um pequeno núcleo urbanizado. O acesso à

praia de Taquaras é realizado pela Rod. Interpraias, após Taquarinhas. Esta é própria para

pesca artesanal e possui águas tranquilas.

Figura 6: Vista geral da praia de Taquaras, Balneário Camboriú – SC. Fonte: O autor, 2005.

13

2.1.5.6 Praia do Pinho

A praia do Pinho (Figura 7) é conhecida internacionalmente como uma praia oficial de

naturismo. Esta fica a 9 km da região central, e é cercada por costões rochosos. A infra-

estrutura é basicamente um camping, uma pousada, e um bar e restaurante.

Figura 7: Vista aérea da praia do Pinho, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2005.

2.1.5.7 Praia do Estaleiro

A praia do Estaleiro está a 11 km de distância do centro da cidade, esta permanece

com características agrestes e é própria para pesca de arremesso. A praia tem característica

dissipativa, com areia grossa. Existe, no local, um núcleo urbanizado. O acesso é realizado

pela Rod. Interpraias.

2.1.5.8 Praia do Estaleirinho

A praia do Estaleirinho está localizada a 12 km da Praia Central, esta possui areia

grossa, e um núcleo urbanizado com pousadas e restaurantes. O acesso é realizado pela Rod.

Interpraias.

2.1.5.9 Parque Unipraias

O parque Unipraias é um aspecto turístico interessante de ser mencionado, visto que o

mesmo é uma opção de experiência de aventura no município. No local é possível se praticar

14

arvorismo, caminhadas por trilhas (passarelas), em meio à mata Atlântica e ainda realizar um

passeio de bondinho aéreo, que liga a barra Sul à praia de Laranjeiras.

2.1.5.10 Morro do Careca

O Complexo Morro do Careca (Figura 8) é um local conhecido por ser apropriado para

o vôo livre. Este está localizado na Praia dos Amores. O local possui acesso asfaltado e

estacionamento. No local são realizados saltos de parapente e asa-delta.

Figura 8: Vista geral do morro do Careca, Balneário Camboriú. Fonte: O autor, 2009.

2.1.5.11 Outros pontos de interesse turístico no município

Outros aspectos interessantes de serem mencionados são: o Parque Natural Raimundo

Gonçalez Malta; o Zoológico da Santur; o molhe da barra Sul; a urbanização ambiental do

pontal Norte; a ilha das Cabras; os passeios de escuna; os passeios de helicóptero; e o Cristo

Luz.

De acordo com a Secretaria de Turismo o município de Balneário Camboriú apresenta

diversos monumentos, entre eles o monumento Cascata das Sereias (Figura 9), uma obra

realizada em 1999, que está localizada na Avenida do Estado, próxima ao Corpo de

Bombeiros. Esta obra foi realizada pelo artista Jorge Schröder.

15

Figura 9: Monumento Cascata das Sereias, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.

O monumento Marambaia foi produzido com peças/sucatas de ferro e alumínio. Esta

está localizada em frente ao Marambaia Cassino Hotel. Sendo uma obra do Artista Paulo de

Siqueira (Figura 10).

Figura 10: Monumento Marambaia, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.

O monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte (Figura 11)

faz parte de uma série de peças realizadas pelo escultor Jorge Schroeder, intituladas como

Força do Inusitado; feitas de bronze soldado e resina acrílica.

16

Figura 11: Monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte. Fonte: O autor,

2010.

Existem ainda: o monumento Escultura, na 4ª Avenida; o monumento aos Pescadores,

na praia de Laranjeiras, a escultura no Molhe da Barra Sul (Figura 12), entre outras.

Figura 12: Escultura na barra Sul, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.

O município de Balneário Camboriú, ainda oferece uma série de eventos e festivais

anuais culturais, esportivos e folclóricos (ANEXO I).

17

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar os procedimentos do método do Programa QualityCoast, por meio de um estudo

de caso, em Balneário Camboriú, SC.

3.2 Objetivos Específicos

Analisar os estudos de caso europeus, de Aveiro – Portugal, e Noordjwik – Holanda, por

meio de resultados já disponíveis e produzidos, a partir de análises realizadas por

terceiros;

Analisar os critérios do Programa QualityCoast, e as estratégias de implementação, do

mesmo no Brasil;

Estruturar / adaptar o processo de avaliação do Programa QualityCoast; e

Avaliar a pontuação para o município de Balneário Camboriú, por meio do Programa

QualityCoast.

18

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Certificações Ambientais

Segundo Kohlrausch et. al. (2004), foi na década de 1940 que surgiram os primeiros

rótulos ambientais definidos como de caráter obrigatório. Estes rótulos tinham como objetivo

informar os efeitos negativos de produtos como: pesticidas, raticidas e fungicidas. Aos

poucos, a obrigatoriedade foi transferida para todos os produtos que possuíssem substâncias

tóxicas controladas, nas quais os rótulos deveriam conter informações sobre a toxicidade do

produto, bem como procedimentos no manuseio e armazenagem.

Foi no final da década de 80 e início da década de 90 que surgiram os Sistemas de

Gestão Ambiental (SGAs). Dentro de um processo de melhoria contínua, vêm se tornando um

grande aliado das organizações que buscam manter seus processos, aspectos e impactos

ambientais sob controle. O objetivo principal de um SGA é controlar sistematicamente o

desempenho ambiental, promovendo sua melhoria contínua.

Atualmente os Programas de certificação ambiental representam uma forma visível de

compatibilizar demanda e oferta de produtos direcionados para uma progressiva melhora da

performance ambiental pelos agentes produtivos. Consumidores pressionam os produtores por

produtos ambientalmente orientados. Os produtores inseridos num processo de competição

procuram oferecer produtos com um diferencial ambiental (SARNEY FILHO, 2000).

No caso de municípios costeiros com potencial turístico, Programas de certificação

ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira integrada, visando minimizar os

conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos.

A decisão de certificar-se não é motivada unicamente por exigências contratuais

estritas ou por uma busca imediata de melhoria de competitividade internacional. As

certificações relacionam-se, para muitas organizações, a um investimento estratégico de

antecipação às pressões econômicas associadas à legislação ambiental, às políticas

governamentais, à imagem perante a opinião pública e à evolução do mercado. A adoção dos

modelos de gestão e a candidatura ao certificado são opcionais (ALBERTON, 2003).

Diante do movimento de globalização das economias, com a necessidade de padrões

internacionais nas trocas e na comunicação entre países, os inúmeros padrões de sistemas de

19

gestão ambiental até então desenvolvidos, são modelos de referência e vem paulatinamente

sendo atualizados.

Os Tipos de Certificação:

Atualmente as certificações estão muito diversificadas, sendo aplicadas em produtos,

resorts, construção civil, praias e outras infra-estruturas. Tendo em vista a importância das

mesmas, no que tange a competitividade do mercado e responsabilidade social e ambiental,

serão apresentados alguns tipos de certificação.

4.1.1 A Certificação ISO 14001

A ISO – International Standardization Organization foi fundada em 1947 para

promover o desenvolvimento de padrões internacionais. É uma federação mundial, não-

governamental, com sede em Genebra, na Suíça. Possui mais de 110 países participantes,

entre eles o Brasil, cuja representante é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Tem como objetivo propor normas que representem o consenso desses diferentes países para

homogeneizar métodos, materiais e seu uso, em todos os domínios de atividades

(ALBERTON, op. cit.).

Conforme Ott & Dalmagro, 2002 (apud. ALBRTON, op. cit.), um dos objetivos da

ISO 14000 é o de homogeneizar a linguagem das normas ambientais regionais, nacionais e

internacionais, agilizando assim as transações no mercado globalizado. A série ISO 14000 se

divide em dois grupos de normas, conforme o objetivo: normas voltadas à avaliação do

produto, abordando o ciclo de vida do produto, a rotulagem ambiental e os aspectos

ambientais em normas e produtos; e normas voltadas à avaliação da organização, abordando

os sistemas de gestão ambiental, a performance ambiental e a auditoria ambiental.

A Norma ISO 14001 é a única norma ambiental que pode conceder certificado às

organizações. Esta norma propõe um conjunto de orientações às empresas para a inserção da

variável ambiental em seu sistema de gestão do negócio. Esta determina que a organização

tenha controle sobre sua interação com o meio ambiente e sobre a geração dos impactos

ambientais significativos, reais ou potenciais. Através da inserção de mecanismos de maneira

integrada e sistemática e da disseminação da responsabilidade ambiental por toda a

organização, visa ao controle e à melhoria contínua do desempenho ambiental (ALBERTON,

op. cit.).

20

4.1.2 O Programa Bandeira Azul

A Bandeira Azul é um símbolo de qualidade que demonstra o esforço de diversas

entidades no sentido da melhoria do meio ambiente, da segurança e da informação de seus

usuários das praias (FEE, 2002). A campanha Bandeira Azul pode ser aplicada em balneários

costeiros e fluviais, portos e embarcações de lazer.

No entanto, é importante salientar que se considerarmos a sustentabilidade como

premissa, o Programa Bandeira Azul deve ainda muito a ser analisado sobre um repensar que

possa legar qualidade ambiental para as praias brasileiras de forma que todos os cidadãos,

independente de diferentes classes sociais possam utilizá-la da forma realmente democrática

(CAMACHO, 2005).

É importante ressaltar que, em um país como o Brasil, onde a desigualdade social

ainda é o grande problema e desafio, seria interessante também a implementação de um curso

de auditores de praias, que possa credenciar pessoas a realizar auditorias de elevada qualidade

técnica, fazendo com que os critérios Bandeira Azul sejam analisados de forma sistemática e

eficiente para que a praia possa receber a rotulagem, evitando desta forma, a aplicação de

interesses clientelistas e deste modo, evitar com que o Programa se torne refém de processos e

natureza política. Este é, portanto, um verdadeiro desafio ético e social (CAMACHO, op.

cit.).

4.1.3 O Programa QualityCoast

O Programa QualityCoast pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades

costeiras que partilhem os mesmos valores e práticas de desenvolvimento sustentável,

integrando os seus recursos naturais, sociais e culturais, e ainda mantendo elevados níveis de

qualidade turística (EUCC, op. cit).

O Programa QualityCoast proporciona formas inovadoras de cooperação entre as

comunidades costeiras de duas formas: por um lado, as comunidades participantes poderão

partilhar as suas experiências e trocar práticas de forma a melhorar o seu desempenho nas

áreas da paisagismo, meio ambiente e desenvolvimento turístico, identidade local e segurança.

Por outro lado, a sua atuação nestes campos estará associada a campanhas internacionais de

marketing turístico através da Bandeira QualityCoast.

21

Este programa foi desenvolvido para comunidades costeiras, em nível municipal.

Pequenos municípios conurbados poderão participar em conjunto de forma a aperfeiçoar a

eficiência e minimizar os custos, podendo também candidatar-se juntos à Bandeira

QualityCoast.

O QualityCoast apóia outros Programas de certificação ambiental para ambientes e

infra-estruturas turísticas. Desta forma, não só o QualityCoast é complementar a estes

programas mas é também o único sistema de certificação de turismo sustentável ao nível de

destinos costeiros, como municípios, pequenas regiões e ilhas.

4.1.3.1 A Bandeira QualityCoast

A Bandeira QualityCoast (Figura 13) é atribuída às comunidades costeiras que

demonstrem um desempenho geral sustentável, que forneçam informação transparentes aos

seus visitantes e que estabeleçam planos de melhoria contínua. Esta é uma certificação

independente sobre o desempenho da comunidade e do seu produto turístico, que se baseia em

20 Critérios QualityCoast. A comunidade deverá fornecer informação relativa a estes critérios

sobre todo o seu território.

Figura 13: A Bandeira QualityCoast. Fonte: EUCC, 2009a.

As comunidades certificadas poderão receber um reconhecimento adicional específico

em três categorias: Natureza, Meio Ambiente e Socioeconomia. As comunidades, às quais foi

atribuído o Certificado QualityCoast serão reconhecidas como Destinos QualityCoast,

estatuto esse que será reavaliado em cada dois anos. Os Certificados QualityCoast, serão

atribuídos pela EUCC, com base na avaliação de um Júri Internacional. Para cada

candidatura, a EUCC designa um júri composto por um mínimo de três elementos: um

membro independente que conhece a comunidade candidata, um membro permanente da

EUCC e um membro da parceria QualityCoast. O Júri trabalha anonimamente, de forma a

garantir a sua independência. O relatório de candidatura será avaliado pelo Júri que

22

classificará cada um dos 20 critérios, entre zero e cinco pontos: zero indicando informação

fornecida muito pobre ou ausente e cinco indicando excelente qualidade.

Finalmente, será calculada a média da pontuação atribuída a cada critério por cada

elemento do Júri e determinado o seu somatório, que corresponderá à classificação final da

comunidade. A avaliação do Júri também resultará em sugestões de melhoramento adicional

e/ou recomendações para trocar informação com outros parceiros. As comunidades que

obtenham uma classificação igual ou superior a 56 pontos receberão o Certificado

QualityCoast.

4.1.3.2 Os Critérios do Programa QualityCoast

Foram adotados 20 Critérios QualityCoast (Quadro 2) de forma a fornecer uma

medida do grau de sustentabilidade das comunidades costeiras e da qualidade da informação

disponível ao público.

Os critérios estão divididos em três categorias:

Natureza, Meio Ambiente, Socioeconomia, os critérios poderão estar sujeitos a

revisões periódicas, processo esse que envolverá os parceiros QualityCoast. Critérios

QualityCoast:

Quadro 2: Os critérios QualityCoast.

Título do Critério QualityCoast

Critério QC 1 Valores naturais

Critério QC 2 Informação sobre a Natureza

Critério QC 3 Contato com a Natureza

Critério QC 4 Políticas Verdes

Critério QC 5 Paisagem

Critério QC 6 Locais Tranqüilos

Critério QC 7 Pressão Turística

Critério QC 8 Envolvimento Comercial

Critério QC 9 Balneabilidade

Critério QC 10 Gestão de Águas

Critério QC 11 Mobilidade Sustentável

Critério QC 12 Resíduos e Reciclagem

Critério QC 13 Respostas as Alterações Climáticas

Critério QC 14 Herança Cultural

Critério QC 15 Paisagens Culturais

Critério QC 16 Identidade Local

Critério QC 17 Lazer e Recreação

Critério QC 18 Participação da Comunidade

Critério QC 19 Satisfação Turística

Critério QC 20 Segurança

Fonte: EUCC, 2009c.

23

4.1.3.2.1 Valores Naturais

Os valores naturais podem ser definidos como a presença de espécies e habitats de

importância internacional que podem ser encontrados em um Município (EUCC, 2009a).

No Brasil os valores naturais são representados pelas Unidades de Conservação e pela

diversidade biológica. Segundo (BRASIL, 2000a), uma unidade de conservação é

representada por um espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder

Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de

administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Ainda segundo (BRASIL, op. cit) diversidade biológica é uma a variabilidade de

organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas

terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem

parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de

ecossistemas.

4.1.3.2.2 Informação sobre a Natureza

Informação sobre a natureza pode ser definida como fontes de informação e infra-

estruturas que promovam a interação com o ambiente natural local e estejam localizadas

dentro ou próximo das áreas naturais de interesse (EUCC, 2009a).

O Norte do País de Gales e a Escócia dispunham de informações sobre a

biodiversidade local, esquemas de reciclagem, trilhas naturais, 21 iniciativas da programação

local para esse tipo de informação, e planos de transportes sustentáveis. Muitos Balneários

expuseram pôsteres sobre o Código do Reino Unido das Tartarugas, que fornecem

informações sobre como proceder quando do encontro com tartarugas marinhas (FEE, 2002).

4.1.3.2.2.1 Exemplo de Atividade de Informação Ambiental, em Santa Catarina:

O Projeto Golfinho

De acordo com (SILVA et al., 2003), o projeto golfinho teve como objetivo expandir

os conhecimentos de oceanografia junto à sociedade, enfatizando sua relação com o meio

marinho. O Projeto Golfinho promove atitudes de respeito e de convivência harmônica com o

ambiente de praia, através de atividades de cidadania e educação ambiental.

24

O Projeto Golfinho buscou envolver e conscientizar os jovens veranistas provenientes

seja da população local, de outros estados brasileiros, ou ainda de outros países, que

freqüentam as praias do litoral catarinense durante a temporada de verão, sobre os perigos que

podem existir num banho de mar, bem como questões ambientais e de cidadania (SILVA et

al., 1999).

A metodologia utilizada no Projeto Golfinho são basicamente mini-oficinas com

diversos temas sobre praias e segurança de banho, realizadas nos meses de verão no próprio

ambiente de praia entre as 8:00 – 9:30 horas da manha, durante sete dias consecutivos, com

uma carga horária total de 14 horas (SILVA et al., 2000).

Os usuários das praias de Santa Catarina citam diversos problemas existentes nas

praias, entre eles cabe salientar os arrastamentos, postos salva-vidas precários, lixo a céu

aberto, grande quantidade de animais domésticos nas praias, queimaduras de água-viva e

ainda a falta de atenção dos pais em relação às crianças, sendo que este aspecto resulta em

cerca de 40% dos acidentes de banho com as crianças em Santa Catarina (SILVA et al.,

2004).

Tal Projeto foi desenvolvido de 1998 até 2004, entretanto foram desenvolvidas, 210

turmas de oficinas em 30 praias de 18 municípios do litoral catarinense. Mais de 5600

crianças e jovens entre cinco e 16 anos foram atendidas, das quais 4100 concluíram os cursos

em suas praias, sendo que 89% dos participantes concentraram-se na faixa pretendida pelo

projeto. Logo, cerca de 92% dos participantes são provenientes do estado de Santa Catarina,

7% de outros estados brasileiros e 1% de outros paises (SILVA et al., 2004).

4.1.3.2.3 Contato com a Natureza

O contato com a natureza pode ser definido como o nível apropriado de acessos

recreativos às áreas naturais e atividades de baixo impacto relacionado com a Natureza

(EUCC, 2009a).

Para Camacho (2005) os locais de difícil acesso para pedestres, como no caso de

paredões de pedra ou costões rochosos, deverão ser equipados com corrimãos e escadas de

forma que o acesso seja facilitado, no caso de restingas deverão ser feitas passarelas suspensas

bem planejadas para evitar erosão e deposito de sedimentos e que as dunas sejam pisoteadas.

O ideal seria que, todas as trilhas, em Unidades de Conservação fossem adaptadas para

pessoas com necessidades especiais, tornando-as acessíveis a uma ampla variedade de

usuários tais como: cegos, cadeirantes e usuários com mobilidade limitada. Para isso, os pisos

25

devem sofrer adequações, devem ser construídas passarelas em alguns trechos devem ser

implantados corrimãos em todo o percurso. É interessante que sejam confeccionadas placas

indicativas de espécies, com o texto em braile, constituindo a experiência de inclusão de

usuários portadores de necessidades especiais no âmbito das Unidades de Conservação

(CAETANO et. al., 2008).

Em trilhas, onde o processo erosivo é intenso, e provocado pela chuva, observa-se a

necessidade da adoção de um sistema de drenagem, para isto se faz necessário a interceptação

e direcionamento dessa água por meio de valas de drenagem. Os resultados da interpretação

das trilhas devem ser avaliados e monitorados para o contínuo aperfeiçoamento desse sistema

de interpretação (CAETANO et. al. Op. cit).

Outra iniciativa interessante no que tange ao contato com a natureza é o Programa

Trilha da vida: (re) descobrindo a natureza com os sentidos. Este foi criado e desenvolvido

desde 1997, pelo LEA/CTTMar/Univali em parceria com a Facinor e a ONG Voluntários pela

Verdade Ambiental (MATAREZI, 2006).

A Trilha da Vida, enquanto proposta de educação ambiental comunitária e em

unidades de conservação, não deve ser confundida como mera atividade de sensibilização,

ultrapassando em muito esta dimensão e apontando para objetivos educacionais,

conservacionistas e terapêuticos. A Trilha da vida foi implementada em diversos locais

através de uma rede de núcleos disseminadores da metodologia (MATAREZI, op. cit.).

Este processo exige uma formação continuada para as equipes executoras em cada um

dos seus núcleos disseminadores. Por fim, é evidenciado o seu potencial transformador e

emancipatório a partir de algumas categorias originadas de relatos de grupos que vivenciaram

a Trilha da vida (MATAREZI, op. cit).

4.1.3.2.4 Políticas Verdes

Políticas verdes podem ser definidas como o nível de proteção dos valores naturais

através de políticas e esquemas de gestão integrada, setorial e transversal (EUCC, 2009a).

As políticas verdes são todas aquelas políticas públicas em que ativistas verdes detêm

papel central. Para o período recente da globalização, existe um reconhecimento internacional

da crise ambiental, a partir da década de 90, em decorrência de uma maior divulgação e do

reconhecimento da situação alarmante dos riscos à civilização, envoltos na depleção da

camada de ozônio, no aquecimento global, na perda da biodiversidade e no crescimento

populacional, as ações verdes organizadas têm sido empreendidas tendo em vista estimular a

26

participação política mais direta dos cidadãos, em contextos sociais marcados por graves

crises de sobrevivência, ao lado de outras ações de resgate cultural de minorias

(ALEXANDRE, 2005).

4.1.3.2.4.1 Políticas Verdes no Brasil

A Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA é uma ação governamental na

manutenção do equilíbrio ecológico, que tem por objetivo a preservação, a melhoria e a

recuperação da qualidade ambiental, visando assegurar, no País, condições ao

desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da

dignidade da vida humana, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser

necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo (BRASIL, 1981).

Desta forma, a PNMA tem como premissas: A racionalização do uso do solo, do

subsolo, da água e do ar; o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; a

proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; o controle e

zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; o incentivo ao estudo e à

pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; o

acompanhamento do estado da qualidade ambiental; a recuperação de áreas degradadas; a

proteção de áreas ameaçadas de degradação; e a educação ambiental a todos os níveis de

ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa

na defesa do meio ambiente (BRASIL, op. cit.).

Outra política que merece destaque é a Lei dos Crimes Ambientais, onde quem, de

qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos na mesma, incide nas penas a

estes cominadas. Estas punições serão aplicadas a pessoas que causem prejuízos à qualidade

do meio ambiente (BRASIL, 1998).

A Lei da Ação Civil Pública, no Brasil, também merece destaque, visto que regem-se

pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por

danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente (BRASIL, 1985).

4.1.3.2.5 Paisagem

Paisagem é um conceito amplo na atualidade, pois esta é utilizada pelas mais diversas

áreas de pesquisa tais como a geografia, arquitetura, artes plásticas, psicologia, meio

ambiente, etc. Há pelo menos uma década, a mesma adquiriu um papel notável na gestão dos

27

recursos naturais, especialmente se considerarmos uma visão mais pragmática e política da

mesma. O fundamental é que este amplo conceito deva ser permanentemente estudado e

analisado, pois exige que a entendamos na sua concepção histórica, social, econômica,

artística e, sobretudo, ecológica (POLETTE, 1999).

Para (EUCC, 2009a) paisagem se define como a presença de paisagem natural e

tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo.

4.1.3.2.6 Locais tranqüilos

Locais tranqüilos podem ser definidos como a presença de áreas onde os visitantes

possam escapar do trânsito, multidões e ruído (EUCC, op. cit). De acordo com a normatização

brasileira, são considerados locais tranqüilos aqueles que não ultrapassam os 40 decibéis.

Os locais tranqüilos têm como atrativos: a beleza cênica do lugar, a busca de um

convívio mais estreito com a natureza, a procura pela tranqüilidade inexistente na cidade, o

“retorno às origens”, o silêncio, a contemplação, um ideal de vida mais simples, prazeroso e

um ritmo menos acelerado que o da cidade, diferentes pessoas convergem para o estes

espaços, promovendo uma nova dinâmica local (RODRIGUES & SOARES, 2010).

Existem pessoas que não querem abrir mão dos confortos urbanos. No entanto, com as

melhorias na infra-estrutura, nas condições de acesso e comunicação permitem que estes

indivíduos morem em locais mais distantes, mantendo suas atividades profissionais no centro

das cidades. Atualmente os agentes imobiliários comercializam frações da natureza em locais

diferenciados, oferecendo qualidade de vida, agregando valor pela disponibilidade de espaço

natural que oferecem. Isso caracteriza a grande especulação imobiliária nas áreas nobres das

cidades, assim como nas cidades litorâneas (RODRIGUES & SOARES, op. cit).

4.1.3.2.7 Pressão Turística

Pressão turística pode ser representada pelo número de visitantes em relação ao

número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua visita. A Secretaria de

Estado de Turismo, Cultura e Esporte, SANTUR – Santa Catarina Turismo S/A, por meio da

Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico desenvolve anualmente uma pesquisa

mercadológica da demanda turística. Estes dados servem como indicadores de pressão

turística nos municípios catarinenses.

28

A pressão turística não só traz novas formas para a reorganização do lugar, mas

deforma o meio e a sociedade local. A idéia de impacto pressupõe que um lugar possua uma

resistência limite, mas do ponto de vista do meio e da população local, como é possível prever

este limite utilizando variáveis quantitativas (fluxo, número de leitos, etc.), a capacidade de

carga se inscreve em uma rede conceptual que nega a produção do lugar, ignora, minimiza ou

submete à natureza, o poder de criação e de inovação da sociedade (LUCHIARI, 1998).

Os modelos de ciclo, de impacto e de capacidade de carga tomam os lugares turísticos

como se estes fossem sistemas fechados, passíveis de terem seus fluxos controlados. A

transferência de modelos da ecologia, da biologia, e da física tem sido utilizada para garantir

medidas de precisão e legitimidade científica. Partindo da constatação de que o ambiente é o

foco de atração do turismo, a proteção ambiental torna-se o pressuposto de uma atividade

turística durável. (LUCHIARI, op. cit.).

4.1.3.2.8 Envolvimento Comercial

Envolvimento comercial pode ser representado pelo grau de envolvimento da

comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento ambiental e

sustentável (EUCC, 2009a). Existem diversas associações empresariais nos municípios

brasileiros, desta forma deve ser analisado se as mesmas apresentam propostas que promovam

o desenvolvimento sustentável dentro de suas áreas de atuação.

De acordo com (BRASIL, 2008a) a Organização Mundial do Turismo – OMT

apresenta estratégias que se traduzem numa única palavra “Ecoeficiência”. Uma empresa

ecoeficiente é aquela que consegue produzir mais e melhor, empregando menos recursos e

gerando menos resíduos.

As empresas de turismo no Brasil vem adotando práticas de gestão ambiental, a

introdução de avanços tecnológicos também tem assegurado a redução das emissões dos gases

de efeito estufa e também a redução da geração de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos).

Ainda, de acordo com (BRASIL, op. cit) seguem algumas recomendações para as empresas

de turismo:

1. Sempre que possível, substitua o transporte aéreo ou de automóvel pelo ferroviário

ou outro meio de transporte coletivo.

2. Operadores turísticos devem incentivar, na construção de seus pacotes, a venda de

viagens com menor emissão de carbono, ou seja, viagens de curta distância ou que envolvam

veículos movidos à fonte energética renovável (biodiesel, biocombustível, etc).

29

3. Quase todas as fontes de energias renováveis são aplicáveis ao turismo, incluindo a

energia eólica, fotovoltaica, térmica solar, geotérmica e de biomassa. Assim, uma empresa de

turismo deve rever a matriz energética do seu negócio. Portanto, antes de decidir qual

tecnologia empregar, é importante pensar não só na otimização de custos, mas em algumas

tecnologias garantem uma menor emissão de gases do Efeito Estufa.

4. Adotar, se viável, um sistema de cogeração de energia, isto é, sistema que propicie a

produção simultânea de energia térmica e energia elétrica a partir do uso de um combustível

mais limpo (como, por exemplo: o gás natural) ou a partir de algum tipo de resíduo industrial

(madeira, bagaço de cana, etc.). O sistema pode alcançar um aproveitamento de até 80% de

energia contida no combustível e transformá-la em vapor, eletricidade, força motriz e de

aquecimento.

5. Para hotéis e restaurantes, outra medida ecoeficiente é incentivar à reutilização de

toalhas de mesa, de guardanapos e de roupas de cama e banho.

6. Instalem sistemas de tratamento de esgoto que permitam o reuso da água resultante

dos chuveiros e lavatórios para irrigação de jardins, por exemplo.

7. Reduzam a vazão da água dos chuveiros, torneiras e válvulas de descargas. Com

essas medidas sua empresa reduzirá o consumo de água significativamente.

8. A burocracia é inimiga do meio ambiente. Reduzam o uso de formulários impressos

e, sempre que possível, faça a impressão de documentos em frente e verso ou utilize materiais

impressos, sem utilidade, como rascunhos. Com isso não só reduzirá os seus gastos com a

compra de papel, mas também gerará menos “lixo seco”. E não esqueça: faça coleta seletiva

de seu lixo, separando corretamente, e, a seguir, doe ou venda para recicladoras.

9. Procurem reduzir o uso de descartáveis, em particular copos e embalagens plásticas.

Nas feiras e eventos, opte pelo distribuição de panfletos e sacolas feitas a partir de material

reciclado.

10. Outra tecnologia limpa refere-se à prática da compostagem. Alguns hotéis já se

utilizam de sistemas de compostagem. Trata-se de um processo biológico de decomposição de

lixos orgânicos (restos de alimentos vegetais, folhas etc) transformados em material estável

tipo “humus”, usado na fertilização de jardins e hortas.

Estas iniciativas são muito interessantes sob o ponto de vista do desenvolvimento

sustentável e quando adotados pelos estabelecimentos de turismo, demonstram um

envolvimento comercial muito interessante, que pode refletir numa elevação da qualidade

30

ambiental, da qualidade de vida das populações e, ainda, da qualidade turística da região onde

se inserem.

4.1.3.2.9 Balneabilidade

Balneabilidade pode ser definida como a qualidade das águas destinadas à recreação

de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água

(natação, mergulho, surf, etc), onde a possibilidade de ingerir quantidades apreciáveis de água

é elevada (CETESB, 2007).

Existem diversos critérios que são utilizados para a avaliação da balneabilidade. Tais

critérios devem ser comparados com valores pré-estabelecidos, e assim pode-se avaliar

dependendo dos resultados das análises, a qualidade das águas do mar. Sendo que as análises

que apresentarem valores superiores aos valores determinados pela legislação serão

consideradas impróprias para banho, e as análises que apresentarem valores inferiores aos pré-

estabelecidos, serão classificadas como próprias para banho.

Cuidar da balneabilidade não é apenas uma preocupação com o potencial turístico das

cidades litorâneas, que deve ser desenvolvido baseado na qualidade de vida que buscamos,

mas também uma questão de saúde pública, e, portanto, não pode ser objeto de discussão

apenas durante a temporada de verão, e sim prioridade para todos os segmentos da sociedade

organizada oficiais ou não (GRANDO, 2005).

4.1.3.2.9.1 Balneabilidade no Brasil

No Brasil, a Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 274 de

2000 classifica as águas doces, salobras e salinas e estipula os níveis de qualidade, avaliados

por parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar as condições de

balneabilidade; considerando a necessidade de serem criados instrumentos para avaliar a

evolução da qualidade das águas, em relação aos níveis estabelecidos para a balneabilidade,

de forma a assegurar as condições necessárias à recreação de contato primário. O Quadro 3

mostra os valores e os parâmetros microbiológicos estipulados pela Resolução CONAMA

274 de 2000.

31

Quadro 3: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade.

Parâmetro

Valores para águas consideradas próprias % de resultados que

podem ultrapassar os

valores das águas

consideradas

próprias

Valores para águas

consideradas

impróprias

Excelente

Muito boa

Satisfatória

Coliformes fecais

(termotolerantes)

250/100ml 500/100ml 1000/100ml 20% >2500/100ml

Escherichia coli 200/100ml 400/100ml 800/100ml 20% >2000/100ml

Enterococos 25/100ml 50/100ml 100/100ml 20% >400/100ml

Fonte: BRASIL, 2000b

A amostragem deve ser realizada, preferencialmente, nos dias de maior afluência do

público às praias ou balneários, a critério do órgão de controle ambiental competente. Os

resultados dos exames poderão, também, abranger períodos menores que cinco semanas,

desde que cada um desses períodos seja especificado e tenham sido colhidas e examinadas,

pelo menos, cinco amostras durante o tempo mencionado, com intervalo mínimo de 24 horas

entre as amostragens (BRASIL, 2000b).

4.1.3.2.9.2 Balneabilidade em Santa Catarina

A Fundação do Meio Ambiente - FATMA realiza uma pesquisa de balneabilidade, que

analisa as águas de cada balneário e determina se estão Próprias ou Impróprias para o banho.

Isto é, se estão contaminadas ou não por esgotos domésticos. A existência de esgoto é

verificada por meio da contagem da bactéria Escherichia colia presente nas fezes de animais

de sangue quente, que podem colocar em risco a saúde dos turistas e da população local

(SANTA CATARINA, 2009a). Em Santa Catarina, a FATMA analisa parâmetros

microbiológicos, conforme mostra o Quadro 4.

Quadro 4: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade.

Parâmetro Valores para águas consideradas impróprias

Escherichia colia Superior a 800/100ml em 60% dos últimos 5 (cinco) resultados, ou superior a 2000/100ml

Fonte: SANTA CATARINA, 2009a.

As coletas são realizadas mensalmente de março a novembro e semanalmente de

dezembro a fevereiro - o pico da temporada de Verão (SANTA CATARINA, op. cit).

4.1.3.2.10 Gestão de Águas

Gestão de águas pode ser definida como a utilização eficiente da água, particularmente

quanto à qualidade da água potável, fornecimento e origem (dependência externa) e

reutilização da água depurada (EUCC, 2009a).

32

4.1.3.2.10.1 Gestão de Águas no Brasil

Grande parte dos municípios brasileiros tem sua gestão de águas nas mãos de

companhias de saneamento, no entanto, no Brasil existe a resolução CONAMA 357/05, que

classifica os corpos de água e as diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Esta classificação não é

suficiente para definir as concentrações de poluentes que podem ser despejadas em

determinados corpos hídricos naturais (BRASIL, 2005).

A escassez de água é um problema que está em pauta ultimamente. Os conflitos entre

os diferentes usos da água, entre eles, abastecimento humano, dessedentação de animais,

industrial, mineração, aqüicultura, geração de energia, entre outros, vem obrigando os Estados

brasileiros a gerirem as águas de seus domínios.

De um modo geral, cada Estado no País vem organizando de forma diferenciada o seu

sistema de administração dos recursos hídricos. Não existe um modelo único. Atualmente, 17

Estados e o Distrito Federal já aprovaram suas leis sobre a Política e o Sistema Local de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (TUCCI, 2001).

Todas essas leis prevêem Comitês de Bacias Hidrográficas, com composição variável

sendo a participação dos usuários denominador comum a todas. Em razão do impedimento

constitucional para os Estados legislarem sobre águas, as Constituições Estaduais e as

decorrentes leis regulamentadoras somente tratam de política, diretrizes e critérios de

gerenciamento dos recursos hídricos. Dessa forma, essas leis trazem disposições sobre a

organização dos Estados para a administração de águas de seu domínio, subordinada à

legislação federal sobre águas e meio ambiente (TUCCI, op. cit.).

4.1.3.2.11 Mobilidade Sustentável

A mobilidade sustentável pode ser definida como a disponibilidade e promoção de

meios de transporte sustentáveis (EUCC, 2009a).

Desta forma, deve existir incentivo às pessoas a utilizarem meios de transporte como

bicicletas, sendo que para isso deverão existir ciclovias e estacionamentos para as mesmas.

Deste modo, estariam sendo evitados congestionamentos e estaria havendo um incentivo

muito benéfico à saúde da população que estaria praticando exercícios físicos para se

locomover.

33

A Programa QualityCoast, por exemplo, visa promover a utilização de meios

alternativos de transporte. É recomendado que o município possua um plano de gestão de

tráfego de modo a reduzir a intensidade de tráfego nas comunidades costeiras, e o impacto de

tal tráfego no uso terrestre e poluição do ar na zona costeira.

A preocupação com o desenvolvimento sustentável tem incentivado o estudo e a

implantação, em diferentes setores, de medidas e procedimentos que contribuam para a

sustentabilidade em áreas urbana. Em relação aos transportes, esta questão pode ser vista

através de uma busca pela mobilidade urbana sustentável. Esta busca deve ter como base o

conceito de desenvolvimento sustentável em que se procura de uma forma geral, definir

estratégias dentro de uma visão conjunta das questões: sociais, econômicas e ambientais

(CAMPOS, 2010).

O crescimento da população urbana tem como conseqüência um aumento da

necessidade por mobilidade e para satisfazer esta demanda não será possível somente crescer

em infra-estrutura, haverá necessidade de se implantar estratégias que reduzam a demanda de

viagens, principalmente por transporte individual e implantar sistemas de transporte coletivo

mais adequados e associados ao contexto sócio-econômico da região (CAMPOS, op.cit).

Assim, para se atingir à mobilidade sustentável há que se definir estratégias e, também

se ter um procedimento ou instrumento de análise que possa avaliar as implicações possíveis

das medidas implantadas na busca pela mobilidade sustentável.

4.1.3.2.12 Resíduos e Reciclagem

De acordo com (EUCC, op. cit.) o critério resíduos e reciclagem é definido como a

existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos. A coleta seletiva deverá ser

empregada nos municípios, para isso deverão existir recipientes para o lixo em boas

condições, e construídos com materiais que não agridam o meio ambiente, e o lixo deve ser

colocado em sacos plásticos reforçados de maneira que não se rompam facilmente. Os

recipientes de lixo deverão estar diferenciados com cores e títulos que indiquem os tipos de

resíduos que deverão ser acondicionados nos mesmos, tais como, vidros e latas (CAMACHO,

2005)

Considerando a preocupação com a questão dos resíduos e reciclagem deve se

considerar que existem investimentos do poder público em relação aos resíduos cuja

reciclagem é de interesse das empresas, que compram os resíduos recicláveis para diminuir

seus custos de produção. No entanto, o ideal é que se considere os 3 R’s: 1º reduzir (consumo

34

e obsolescência planejada); 2º reutilizar; 3º reciclar (interesse das empresas - redução de

custos de produção).

As políticas públicas para o setor devem priorizar novas formas organizativas capazes

de dar autonomia, e poder de modificar sua qualidade de vida, aos indivíduos e grupos ligados

aos serviços de catação, separação e comercialização do lixo urbano.

Podemos dizer, assim, que os pontos críticos das experiências brasileiras em gestão de

resíduos urbanos resumem-se numa incapacidade das políticas públicas de tocar na essência

da crise ambiental, que é a questão da insustentabilidade dos padrões de relação

socioambiental vigentes.

4.1.3.2.13 Respostas as alterações climáticas

Segundo (EUCC, 2009a), as respostas as alterações climáticas são as políticas

dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das alterações

climáticas.

O CO2, o vapor de água e outros gases (CH4, N2O) absorvem a radiação infra-vermelha

refletida da superfície terrestre para o espaço. Estes gases representam menos de 0,1% da

atmosfera. A energia da radiação infra-vermelha refletida é transferida para as camadas mais

altas da atmosfera por mecanismos como a evaporação, correntes de ar, formação de nuvens e

precipitação (HENRIQUES, 2009).

A alteração da composição da atmosfera, por aumento de gases com efeito de estufa,

altera balanço entre a energia recebida e a energia emitida pela superfície terrestre e pela

própria atmosfera. Esta energia não se limita a ficar acumulada na atmosfera. Em resposta o

clima é alterado (HENRIQUES,op. cit.).

Se por um lado, os países desenvolvidos querem estabelecer medidas efetivas de

redução de gases de efeito estufa, e por isso aceitam impor restrições e penalidades às

atividades emissoras em seu próprio território, por outro lado, contudo, circunstâncias

econômicas levam aos países em desenvolvimento a buscar atrair desesperadamente

investimento direto externo, que está essencialmente interessado nas vantagens comparativas

(estáticas) desses países.

35

4.1.3.2.14 Identidade cultural e local

Este critério pode ser definido como a presença e grau de proteção de elementos que

estejam relacionados com as origens e história do destino e que, embora pertençam à herança

cultural da comunidade, já não estão ativos. A presença de paisagens relevantes que sejam

formadas ou criadas por ação humana. E a presença e atenção de um aspecto físico distinto

e/ou ambiente social que seja considerado típico do destino. Atividades e elementos ligados à

tradição que sejam mantidos vivos e integrados no presente (EUCC, 2009a).

A identidade de um povo é constituída no eterno movimento de trocas com o outro,

com aquilo que é diferente. De modo análogo, o turismo representa uma troca. Nesse processo

de troca, o turista visita uma localidade para conhecer, para passear, ou descansar e deixa

parte de sua cultura no local e leva parte do que visita consigo. Essa troca pode ser positiva

para ambos os lados, dependendo da maneira como for planejado, implantado ou monitorado

(PEREIRA, 2003).

O ecoturismo é uma atividade sustentável e, por se preocupar com a preservação do

patrimônio cultural e natural, diferencia-se do turismo predatório, pois incentiva sua

conservação através da interpretação do ambiente e ação educativa do visitante e promove o

bem estar das populações envolvidas (PEREIRA, op. cit.).

No entanto, muitas vezes o turismo vem gerando impactos negativos nos modos de

vida e cultura peculiares das populações locais. Desta forma, o ecoturismo passa a ser uma

ferramenta importante. Ressalta-se ainda, que as atividades de educação ambiental e

sensibilização devem sempre, considerar as características culturais, dos locais turísticos, a

fim de que as mesmas sejam preservadas.

4.1.3.2.15 Lazer e recreação

Lazer e recreação podem ser definidos como a disponibilidade de atividades e infra-

estruturas de lazer e recreativas dentro do destino, com especial atenção para aquelas

associadas à tradição local (EUCC, op. cit).

Outra definição de lazer é um conjunto de ocupações, às quais o indivíduo pode

entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se,

ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação

social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das

obrigações profissionais, familiares e sociais.

36

A recreação é uma das formas de atividade de "passar o tempo" para obter a distração

de um indivíduo, ou seja, relaxamento mental ou físico do corpo. Enquanto o lazer é uma

forma de entretenimento ou descanso, a recreação exige certo desempenho em atividades de

forma a obter diversão. Os jogos de recreação visam apenas o divertimento dos jogadores, não

sendo assim um jogo desportivo, no qual o objetivo é a competição.

Os impactos e as variações da prática de atividades de lazer e recreação junto ao meio

ambiente natural, a partir do turismo, lazer e natureza, num exercício multidisciplinar, tão

atual e necessário para a compreensão das novas tendências de ocupação, ordenamento e

consumo de territórios onde o meio ambiente natural ainda é predominante (MARINHO &

BRUHNS, 2003).

4.1.3.2.16 Participação das comunidades

A participação das comunidades pode ser definida como iniciativas locais que

promovam a participação da comunidade e o envolvimento das partes interessadas na gestão e

tomada de decisões (EUCC, 2009a).

Levando-se em consideração a ausência de políticas públicas, no Brasil, que possam

estabelecer um tipo de interação de comunidade - poder público de maneira mais eficaz, é

necessário pensar a implementação de políticas de bases comunitárias com o objetivo de

conservar e/ou recuperar o ambiente. Uma das mais recentes iniciativas em países

industrialmente avançados tem sido a implementação de políticas públicas que envolvem a

participação da comunidade (TORRES, 2006).

O envolvimento dos atores sociais pode viabilizar o desenvolvimento de projetos que

conduzam ao desenvolvimento de políticas públicas visando a melhoria da qualidade de vida.

Para a implementação de projetos desta natureza, outro fator importante é quanto à formação

da equipe. Esta deve ser mista e interdisciplinar, envolvendo técnicos locais e pessoas da

comunidade (TORRES op. cit.).

4.1.3.2.17 Satisfação turística

O nível de satisfação dos turistas e habitantes relativamente ao destino (EUCC op.

cit.). Este critério deve ser analisado por meio de entrevistas com as populações fixa e

flutuante nos municípios e que possam refletir na satisfação dos mesmos, referente às

questões naturais, ambientais e socioeconomicas.

37

A SANTUR, por meio da Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico,

desenvolve anualmente uma pesquisa mercadológica da demanda turística, estes dados ainda

apresentam resultados sobre a satisfação turística nos municípios catarinenses.

A qualidade da satisfação turística é similar a satisfação das necessidades, expectativas

e desejos da população. Desta forma, o produto turístico e as suas componentes são

determinantes na busca e apreciação pelos turistas (FONSECA, 2007).

Os componentes do turismo devem sempre considerar o que pode satisfazer os anseios

das populações fixa e flutuante, de forma a atingir um grau de satisfação elevado das mesmas,

e, assim, garantir a sustentabilidade deste importante setor.

4.1.3.2.18 Segurança

De acordo com EUCC (2009a) este critério pode ser definido como a existência de um

ambiente seguro e saudável e de medidas preventivas.

4.1.3.2.18.1 Exemplo de atividade de Segurança: O Projeto Gerenciamento e

Segurança nas Praias Catarinenses

No Brasil, existiu o projeto Gerenciamento e Segurança nas Praias Catarinenses. Tal

projeto surgiu em 1995, e teve duração até 2001, este foi um projeto de natureza e finalidade

comunitária, que conta com o apoio de parceiros públicos e privados. O referido projeto pode

prestar um relevante serviço de apoio e participação comunitária no campo do diagnóstico,

educação ambiental, planejamento e gestão costeira na prevenção de acidentes e na segurança

nas praias, beneficiando tanto a sociedade catarinense como o importante universo de turistas

que visitam nosso litoral todo o ano, contribuindo para a vida social e econômica de nosso

Estado (KLEIN et. al., 2000).

Hoefel & Klein (1998) demonstram a importância do levantamento dos determinantes

sócio-ambientais da segurança no banho para diminuir o risco associado ao banho de mar e

salientam que tais determinantes de risco público de uma praia são função da intensidade e

tipo de uso que recebe e de suas características morfodinâmicas.

O projeto Segurança nas Praias teve como principais objetivos à criação de uma base

de informações sobre as características sócio-ambientais e a formulação de um programa de

orientação ao público usuário, definindo o grau de periculosidade dos balneários nas praias do

estado de Santa Catarina (KLEIN et al., 2000).

38

A metodologia utilizada no projeto Gerenciamento e Segurança nas Praias

Catarinenses, fundamentou-se no Programa Australiano de Gerenciamento e Segurança das

Praias, implantado em 1990 a partir de uma parceria entre a Instituição de Salvamento

Australiano (Surf Life Saving Australia) e o Centro de Estudos Costeiros da Universidade de

Sydney. Entretanto, tal projeto foi adaptado para a realidade do litoral catarinense, assim

como para ao programa de salvamento adotado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar

de Santa Catarina (KLEIN et al. op.cit.).

O projeto Segurança nas Praias é constituído fundamentalmente de três etapas: coleta,

organização e análise de dados; aplicação dos resultados obtidos, ou seja, elaboração de

campanhas de prevenção e também os suporte técnico para o treinamento de salva-vidas; e

avaliação e reavaliação dos resultados para as próximas temporadas de verão.

Resultados obtidos em 137 registros de acidentes mostram que: 64% das vítimas são

homens; 56% são veranistas habituais dos locais em que foram atendidos; 70% não sabiam

nadar; 77% foram socorridos em correntes de retorno de intensidade moderada a forte; 88%

dos acidentes ocorreram sob altura de onda entre 0 e 1m, 45% em arrebentações deslizantes e

30% em arrebentações frontais; e 54% dos casos ocorreram em praias do tipo banco/cava

longitudinais, 24% do tipo dissipativo e 16% , do tipo banco e praia rítmicos (HOEFEL &

KLEIN, 1998).

4.1.3.3 A EUCC (The Coastal & Marine Union)

A EUCC - The Coastal & Marine Union é uma associação com 2700 membros em

mais de 40 países. Esta é a maior rede de profissionais e peritos em áreas costeiras da Europa,

com escritórios em sete países. A missão da EUCC é promover a gestão costeira e marinha,

integrando a conservação e o desenvolvimento, preservando a integridade das paisagens, a

herança cultural e a estrutura social das comunidades costeiras, levando em consideração os

efeitos das alterações climáticas (EUCC, 2009a).

Entre 2004 e 2006 a EUCC liderou um projeto de parcerias dentro União Européia, o

Project Coastal Practice Network (CoPraNet), este Projeto envolvendo 20 municípios

costeiros e Instituições de 11 países, que aceitaram no desafio de desenvolver um Programa

internacional de informação e que resultou num sistema transparente de certificação de

qualidade para destinos turísticos. Desde 2003 que este Programa e sistema de certificação

recebeu o nome de QualityCoast. O QualityCoast foi resgistrado pela EUCC como marca

comercial e a utilização deste termo é condicionada legalmente (EUCC, op. cit).

39

4.1.3.4 Estudos de Caso do Programa QualityCoast

4.1.3.4.1O Programa QualityCoast no Município de Noordwijk, Holanda

O município de Noordwijk decidiu participar do Programa QualityCoast, o que lhes

impõe a descrição dos critérios do Programa. Para isso, Noordwijk tem solicitado assistência

técnica da consultoria sem fins lucrativos, CoastInfo. Fundada em 1984 como uma fundação,

a CoastInfo tem apresentado bons resultados em consultoria de gestão costeira e dunas na

Holanda.

Os critérios foram discutidos e avaliados individualmente. A descrição original da

situação em Noordwijk foi tomada como o ponto de partida. Em seguida, os pontos fracos dos

critérios foram listados seguidos de observações sobre a descrição de Noordwijk. Os

resultados dos projetos-piloto foram brevemente discutidos e, em seguida, as adaptações

necessárias foram descritas. Estas adaptações foram ainda resumidas e descritas e os critérios

foram reformulados, de acordo com as particularidades do município.

As descrições de Noordwijk foram os resultados de um trabalho que tem sido

realizado neste município e esses resultados foram utilizados como um exemplo para explicar

as deficiências dos critérios.

Quanto ao critério de disponibilidade de áreas silenciosas no município, por exemplo,

a descrição de Noordwijk denota o número e o tamanho de tais áreas. Entretanto, não há

comparação à área total do destino, embora isto seja descrito em um dos critérios do

Programa, onde a razão entre áreas construídas e não construídas são comparadas

(LEEMANS, 2007).

4.1.3.4.2 O Programa QualityCoast em Cork Harbour, Irlanda

Uma ação-piloto foi realizada para testar as exigências de dados e disponibilidade para

a implementação do Programa QualityCoast, sendo que um conjunto de critérios foram

avaliados para Cork Harbour na costa sul da Irlanda. O’Mahony et. al. (2006) descrevem a

atual atividade turística em Cork Harbour, os desafios relacionados com a aplicação da

metodologia do Programa QualityCoast em Cork Harbour e discutem os resultados do

Projeto-piloto.

40

A questão fundamental frente os instrumentos operacionais para a gestão costeira diz

respeito ao acesso aos dados pertinentes a nível local. Uma série de princípios orientadores foi

proposta para praticantes e gestores de turismo costeiro interessados em utilizar o conceito do

Programa. Desta forma, os dados custo-benefício e escala emergem como princípios

fundamentais para a consideração do desenvolvimento de um programa de informações para

turismo sustentável em áreas costeiras.

4.1.3.4.3 O Programa QualityCoast em Fuertevetura, Ilhas Canárias

(Espanha)

O estudo-piloto sobre a implementação do Programa QualityCoast em Fuerteventura

foi desenvolvido pelo Instituto Canário de Ciências Marinhas (ICCM), em três diferentes

áreas na Ilha de Fuerteventura: Município de Tuineje, Município de Pájara e Ilha dos Lobos

Island (Município de La Oliva). O critério para a escolha dessas áreas teve por base as

características específicas dos municípios e das diversas obras de conservação e

desenvolvimento sustentável que estão sendo desenvolvidos nestas áreas pelo ICCM. Os

Municípios de Pájara e La Oliva são caracterizados como sendo áreas altamente turísticas da

ilha, oferecendo principalmente o turismo de sol e praia. Paralelo a esses destinos, Tuineje é

um município muito menos desenvolvido em termos de turismo, mas com importante

patrimônio natural e cultural e um grande potencial turístico e cultural para atividades rurais

(FERREIRA et. al., 2007).

Cerca de 30% da superfície da Fuerteventura está protegida sob diferentes

denominações. As áreas selecionadas contem importantes áreas marinhas e terrestres de

conservação da natureza. O Departamento de Governo do Ambiente na Ilha de Fuerteventura

está trabalhando ativamente para promover a diversificação das atividades recreativas ligadas

à oferta de áreas protegidas, promovendo a natureza tendo como base atividades

desenvolvidas de forma responsável.

As atividades piloto desenvolvidas pelo ICCM têm investigado a validação dos

critérios selecionados e para esse efeito uma coleta de dados e informações tiveram lugar em

estreita colaboração com as autarquias locais e Governo da Ilha de Fuerteventura. Os

resultados são apresentados em um relatório, que inclui uma melhor definição de alguns

critérios QualityCoast e a proposta de alguns novos (por exemplo, a razão de turistas por área

como uma medida de pressão do turismo).

41

4.1.3.4.4 O estudo de caso de Aveiro, Portugal, segundo (EUCC, 2009c)

O município de Aveiro está localizado na costa oeste de Portugal e situa-se a 50 km ao

Sul da cidade do Porto. Quanto à natureza, o município é caracterizado por um importante

ecossistema aquático do país, o sistema estuarino da ria de Aveiro (Figura 14).

O município possui uma grande diversidade de habitats, incluindo um complexo

sistema de salinas, dunas, praias e florestas coníferas. Os ecossistemas estão em elevado

estágio de conservação. O sistema do estuário é habitat temporário e permanente de espécies

de aves protegidas pelas Diretivas Européias.

Figura 14: Vista geral da ria de Aveiro. Fonte: O autor.

No município é possível caminhar ou pedalar pelas áreas naturais, incluindo a Reserva

Natural das Dunas de São Jacinto, onde existe informação sobre as atividades permitidas, no

local.

Quanto ao meio ambiente, o município de Aveiro possui uma praia rotuladas com a

Bandeira Azul (São Jacinto). O município promove o transporte sustentável, com 230

bicicletas disponíveis gratuitamente para o uso da população, possuindo 8 km de ciclovias, na

área urbana do município, sendo a primeira cidade de Portugal, com este tipo de iniciativa.

Aveiro ainda possui três linhas de ônibus rodando com gás natural, e os canais urbanos do

estuário são utilizados para transporte, por meio de embarcações, sem motores propulsores.

Quanto à socioeconomia a produção do sal utiliza tecnologia de ponta, sendo uma

atividade muito tradicional em Aveiro. As atividades de extração de sal, em Aveiro estão

frequentemente em processo de certificação. Os “Moliceiros” são os únicos barcos que

utilizam colheita de vegetação aquática para fertilização do solo.

42

A gastronomia é rica e diversificada no município com 25 restaurantes, onde os

visitantes podem experimentar os pratos locais, ou ainda os tradicionais doces da região,

sendo o principal, o “ovo mole” de Aveiro. O Quadro 5 mostra a classificação da pontuação

do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast.

Quadro 5: Classificação do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast.

Critério 0 1 2 3 4 5

Natureza

1

2

3

4

5

6

Meio Ambiente

7

8

9

10

11

12

13

Socioeconomia

14

15

16

17

18

19

20

Fonte: EUCC, 2009c.

O município de Aveiro teve melhor desempenho, quanto aos critérios de avaliação do

tema Socioeconomia, onde atingiu 29 pontos, em 35 possíveis (82,9%). Quanto aos critérios

de avaliação do tema Natureza, o município atingiu 22 pontos, em 30 possíveis (73%). O

município teve seu pior desempenho quanto aos critérios de avaliação do tema Meio

Ambiente, onde atingiu 19 pontos, em 35 possíveis (54%).

Aveiro totalizou 70 pontos em 100 possíveis, obtendo desta forma, recebeu a Bandeira

QualityCoast, que é atribuída a municípios com pontuação superior a 56%. Cabe sugerir que

sejam realizadas ações de melhoria, quanto aos critérios do tema Meio Ambiente,

principalmente no que diz respeito a envolvimento comercial, respostas as alterações

climáticas e gestão de águas.

4.1.3.4.5 O Estudo de Caso de Noordwijk, segundo (EUUCC, 2009c)

O município de Noordwijk, Holanda possui uma excelente infra-estrutura para receber

os turistas e ainda apresenta facilidades para a realização de congressos. O município é

43

rodeado pelo mar, com 13 km de praias arenosas, extensos campos de dunas. O município

participa do Programa QualityCoast desde 2008, sendo o primeiro município certificado.

Quanto à natureza suas dunas proporcionam paisagens com grande diversidade de

fauna e flora (Figura 15). O município apresenta diversas trilhas, onde os visitantes podem ter

contato com as áreas naturais do município e ainda é possível excursões em suas florestas.

Quanto ao meio ambiente os diques e as dunas da Dutch North Sea Coast estão

sofrendo pressão com o aumento do nível do mar. No município existem diversas obras de

engenharia pesada, para contensão da erosão costeira. Estas novas tecnologias modificam as

paisagens originais deste município tão peculiar. O mar apresenta qualidade de água adequada

para banho.

Figura 15: Vista geral do farol de Noordwijk, Holanda. Fonte: EUCC, 2009b.

Quanto à socioeconomia o município apresenta duas frentes: O plantio de flores

ornamentais e ainda é considerada uma cidade pesqueira. Atualmente o turismo vem

crescendo na região.

Existem diversas atividades culturais no município, como a “Opera at Sea” e

atividades que resgatam a herança cultural da região. A parada anual das flores em abril é

mundialmente famosa. Os visitantes procuram Noordwijk para excursões, ou para longas

estadas. Este local é considerado acolhedor, limpo e extemamente acessível aos turistas. O

Quadro 6 mostra a classificação do município de Noordwijk, quanto aos critérios do

Programa QualityCoast.

44

Quadro 6: Classificação do município de Noordwijk quanto aos critérios QualityCoast.

Critério 0 1 2 3 4 5

Natureza

1

2

3

4

5

6

Meio Ambiente

7

8

9

10

11

12

13

Socioeconomia

14

15

16

17

18

19

20

Fonte: EUCC, 2009c.

O município de Noordwijk teve melhor desempenho, quanto aos critérios de avaliação

do tema Natureza, onde atingiu 27 pontos, em 30 possíveis (90%). Quanto aos critérios de

avaliação do tema Meio Ambiente, o município atingiu 28 pontos, em 35 possíveis (80%). O

município teve seu pior desempenho quanto aos critérios de avaliação do tema

Socioeconomia, onde atingiu 25 pontos, em 35 possíveis (71,4%).

Noordwijk 80 pontos em 100 possíveis, obtendo desta forma, recebeu a Bandeira

QualityCoast, que é atribuída a municípios com pontuação superior a 56%. Cabe sugerir que

sejam realizadas ações de melhoria, quanto aos critérios do tema Socioeconomia,

principalmente no que diz respeito a herança cultural, e identidade local.

45

5. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia do trabalho tem como base um processo de avaliação para um

município costeiro, considerando três grandes grupos do Programa QualityCoast (Natureza,

Ambiente e Socioeconomia). O método foi aplicado ao município de Balneário Camboriú,

onde para cada um dos vinte critérios do Programa foram estabelecidos indicadores e, desta

forma, foi possível atribuir uma pontuação entre um e cinco para cada um dos critérios.

A Figura 16 apresenta o fluxograma do método aplicado no trabalho. Este foi adaptado

para que a avaliação se tornasse mais quantitativa e, por conseguinte, foi desenvolvido um

modelo de análise crítica do método.

Contato

com a EUCC

Revisão Bibliográfica

Revisão

Bibliográfica

na biblioteca

da FEUP,

QualityCoaste GCI

Avaliação dos

critérios

analisados, do

método e das

estratégias de

implementação

do Programa

QualityCoastno Brasil

Avaliação

da

pontuação

para o

município

de

Balneário Camboriú

Levantamento

bibliográfico

para validação dos dados

Planilhas de

análise, para

avaliação do

QualityCoast

em Balneário Camboriú

Análise dos

estudos de

caso

Europeus:

Aveiro, e

Noordjwik

Estruturação

do processode avaliação

Saídas de

campo nas secretarias

Modelo de

avaliação

crítico do Programa

Figura 16: Fluxograma da metodologia do trabalho. Fonte: O autor.

46

5.1 Análise do método do Programa QualityCoast europeu

A análise do método do Programa QualityCoast partiu de um contato inicial com a

EUCC, onde foi possível conhecer a visão dos mesmos frente ao processo de certificação.

Nesta ocasião foi possível conhecer a realidade européia frente ao Programa, por meio de

saídas de campo ao município de Aveiro (Portugal) e Noordjwik (Holanda). Destaca-se que

para as avaliações dos municípios europeus, os 20 critérios do Programa são divididos em

indicadores e a cada um dos critérios é atribuída uma pontuação de um a cinco (Quadro em

ANEXO II).

5.2 Análise dos critérios e estruturação do processo de

avaliação do QualityCoast no Brasil

Nesta etapa foi realizada uma análise dos critérios do Programa, assim como o

entendimento dos mesmos e, ainda, quais seriam os indicadores adequados para a avaliação.

Desta forma, foi desenvolvido um checklist, com os indicadores dos critérios do Programa.

A partir desta fase, para cada um dos indicadores dos critérios foi estabelecida uma

forma de avaliação quantitativa, onde ficou mais claro a necessidade para todos os critérios

receberem a pontuação de um a cinco. Onde zero representa informação inexistente, um

representa o processo de diagnóstico, dois representa iniciativas por meio de projetos ou

programas, três representa o processo de adoção, quatro representa existência da informação,

e cinco representa existência de informação de forma clara, coerente e adequada à realidade.

5.3 Análise da pontuação por meio do estudo de caso

A avaliação do estágio atual do município de Balneário Camboriú teve como base uma

planilhas reestruturada nesta proposta para a avaliação do Programa QualityCoast em

Balneário Camboriú que por sua vez foi validada por meio de uma série de levantamentos

secundários em websites e bibliografias de instituições públicas e privadas (IPHAN, FATMA,

Prefeitura Municipal, Instituto Ideia, GERCO – SC, IBGE, Câmara dos Vereadores,

Legislações Municipais, Estaduais e Federais, EMASA, Coneville, SANTUR, Corpo de

Bombeiros, Polícia Militar).

Ainda foi realizada uma série de levantamentos primários para validação dos dados:

47

- Locais Tranquilos: Análise dos locais tranqüilos no município, por meio de um

decibelímetro, modelo: Lutron SL – 4001 Sound Level Meter, patrimônio da UNIVALI,

devidamente calibrado, e os parâmetros analisados tiveram como base os parâmetros da

ABNT. Nesta fase o município foi dividido em oito áreas (Figura 17), e dentro de cada uma

delas foram estipulados locais para a realização das medições. Desta forma, os locais

escolhidos foram: A sede da praia dos Amores; o Complexo de Eventos Morro do Careca; o

pontal Norte da praia Central; a Orla da Av. Atlântica, Praia Central, altura da Rua 1111; o

Parque Atrás do Supermercado Angeloni; o Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez

Malta; a Praia do Estaleirinho; a Praia do Pinho; a Praia de Taquarinhas; o Molhe da Barra

Sul.

Cabe destacar que foram realizadas medições em dois dias diferentes (13/12/2008 e

05/01/2009), no auge da temporada de verão, e próximo ao meio dia, para que os resultados

fossem os mais expressivos possíveis.

1

3 2

4 8 7

6

5

Figura 17: Divisão do município em oito áreas, para análise de locais tranquilos. Fonte:

Balneário Camboriú 2009a, adaptado pelo autor.

- saídas de campo para as Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Turismo, Cultura

e Lazer, Planejamento, Biblioteca Municipal, que puderam fomentar a qualidade ambiental do

município costeiro a fim de estabelecer padrões, por meio de um estudo comparativo com

padrões pré-estabelecidos.

Dessa forma, foi possível diagnosticar o município por meio de uma comparação dos

dados coletados, em relação aos critérios de enquadramento do Programa QualityCoast,

visando, assim, estratégias de melhoria.

Levantamentos fotográficos e observações realizadas em saídas de campo também

foram utilizados para a aplicação da proposta, salientando que os critérios foram adaptados à

48

legislação vigente e, desta forma, pôde ser diagnosticada a possibilidade de melhoria dos

critérios do Programa.

5.4 Análise do método

A partir dos resultados obtidos, quanto ao Programa QualityCoast em escala européia,

foi possível estruturar o processo de avaliação, de acordo com a realidade brasileira. Desta

forma, foi possível diagnosticar o município de Balneário Camboriú, e verificar se o modelo é

válido, tendo como base a realidade de um município costeiro brasileiro.

49

6. RESULTADOS

6.1 Análise dos critérios de avaliação e das estratégias

de implementação do Programa QualityCoast no Brasil

Para a realidade brasileira, os critérios foram também divididos em três temas. O tema

natureza não sofreu modificações e foi mantido, conforme o Programa europeu, visto que os

critérios e indicadores foram considerados adequados.

O tema Ambiente passou a ser chamado de Meio Ambiente (terminologia, mais

adequada ao Brasil) e todos os seus sete critérios e indicadores originais foram mantidos e

considerados adequados.

O tema Socioeconomia foi o mais discutível. Este passou a ser considerado como

Sociocultural, pois a palavra oferece uma conotação de que diversos fatores econômicos

deveriam ser analisados, enquanto na realidade, o método do Programa QualityCoast, avalia

muitos aspectos culturais. O tema então passou a ser representado por cinco critérios. Os

critérios herança cultural, paisagem cultural, e identidade local, foram fundidos em um único

critério, denominado identidade cultural e local, pois este foi considerado mais adequado, no

entanto todos os indicadores foram mantidos. O Quadro 7 demonstra como foram

considerados os critérios do Programa QualityCoast, em relação aos temas, adaptados à

realidade brasileira.

50

Quadro 7: Adaptação para o Brasil do Programa QualityCoast, em relação aos temas.

Critérios Europeus Critérios Brasileiros

Natureza Natureza

Valores Naturais Valores Naturais

Informação sobre a Natureza Informação sobre a Natureza

Contato Com a Natureza Contato Com a Natureza

Políticas Verdes Políticas Verdes

Paisagens Paisagens

Avaliação de Locais Tranquilos Avaliação de Locais Tranquilos

Ambiente Meio Ambiente

Pressão Turística Pressão Turística

Envolvimento Comercial Envolvimento Comercial

Balneabilidade Balneabilidade

Gestão de Águas Gestão de Águas

Transporte sustentável Transporte sustentável

Resíduos e Reciclagem Resíduos e Reciclagem

Respostas as Alterações Climáticas Respostas as Alterações Climáticas

Socioeconomia Sociocultural

Herança Cultural

Identidade Cultural e Local Paisagem Cultural

Identidade Local

Lazer e Recreação Lazer e Recreação

Participação da Comunidade Participação da Comunidade

Satisfação Turística Satisfação Turística

Segurança Segurança

Fonte: (EUCC, 2009b).

A trajetória do Programa QualityCoast Brasil, teve como início uma entrevista com os

tomadores de decisão (Prefeito e Secretários Municipais), a fim de entender se há interesse do

município participar do Programa, visto que o mesmo possui caráter voluntário e depende da

municipalidade para ser estabelecido. Ao mesmo tempo, os tomadores de decisão devem

fornecer suporte político e financeiro, para a implementação do mesmo.

A fase seguinte foi o diagnóstico, por meio de um Projeto Piloto e de uma série de

levantamentos de dados, juntos às diversas instituições envolvidas diretamente, em ações,

relacionadas aos critérios e aos indicadores do Programa QualityCoast. Cabe destacar que o

presente trabalho foi desenvolvido até a fase de diagnóstico.

O planejamento é a fase onde as secretarias municipais devem estabelecer estratégias e

ações para a implementação do Programa. A fase de adoção também conta com o apoio das

secretarias municipais e deve ainda contar com o apoio do Prefeito, a autoridade máxima

dentro do município.

Por conseguinte, a fase de implementação ocorre paralelamente às estratégias de

marketing e promoção, por parte das secretarias municipais e ONG’s, e ainda à sensibilização

e informação, onde as instituições devem apresentar os resultados do Programa, para a

população fixa e flutuante do município(Figura 18).

51

Entrevista c/ tomador de Decisão

Suporte Político

S N

Diagnóstico

Projeto Piloto

Levantamento de dados

Planejamento

Adoção

ImplementaçãoSensibilização / Informação

Marketing e Promoção

Avaliação

Fase 1

Fase 2

Fase 3

Fase 4

Fase 5

Fase 6

Fase 7

Fases da Implementação do Programa QualityCoast Brasil Atores Sociais Envolvidos no Processo

Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo

Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo

Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo;Universidade;FATMA;

Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo

Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo

GERCO/SC;EMASA;CONEVILLE;IPHAN;SANTUR;

ONG’s;Câmara de Vereadores;IBGE;Corpo de Bombeiros;Polícia Militar

Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo;Universidade;ONG’s;

EUCC

População Fixa e Flutuante

Figura 18: Diagrama da trajetória do Programa QualityCoast. Fonte: LEEMANS, 2007, adaptado

pelo autor.

Para Balneário Camboriú a representatividade política e os tomadores de decisão seria

a Prefeitura Municipal, por meio das Secretarias de Meio Ambiente, Turismo, Planejamento,

e Educação, estes devem apresentar comprometimento com o processo de certificação e

oferecer suporte político.

Hoje, além da representatividade política do município, os atores envolvidos no

processo de certificação seriam:

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, por meio de trabalhos acadêmicos que dão

suporte de dados / prestador de suporte técnico, para a elaboração da candidatura;

Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA, na promoção de trabalho

voluntário e atividades educacionais e de sensibilização, e outras ONG’s;

Santa Catarina Turismo – SANTUR, fornecendo dados sobre pressão turística e satisfação

turística;

Fundação do Meio Ambiente – FATMA, do Estado de Santa Catarina, fornecendo dados

sobre o monitoramento da balneabilidade;

52

Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú – EMASA,

responsável pela distribuição de água para a população e tratamento de efluentes;

Sindicato da Indústria da Construção Civil em Balneário Camboriú - SINDUSCON

promovendo o envolvimento comercial, no município;

Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú - COMPUR

oferecendo ações para a mobilidade sustentável, no município;

Ambiental Saneamento e Concessões Ltda - CONEVILLE oferecendo a gestão de

resíduos sólidos do município;

Prefeitura Municipal de Itajaí, por meio da disponibilidade de disposição dos resíduos

sólidos do município de Balneário Camboriú, no aterro sanitário de Canhanduba;

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN oferecendo dados sobre os

sítios arqueológicos do município, e garantindo sua integridade;

Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC promovendo atividades sobre

características culturais e locais;

Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, promovendo a

participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;

Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente – CONDEMA promovendo a

participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;

Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur) promovendo a

participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;

Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa Brava promovendo a

participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina oferecendo a segurança nas praias do

município; e

Polícia Militar de Santa Catarina oferecendo a segurança no município.

Cabe, ainda, destacar que o Projeto-Piloto do município de Balneário Camboriú

poderá fortalecer o Gerenciamento Costeiro do Estado de Santa Catarina – GERCO/SC, tendo

como base um Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro, para Balneário Camboriú, e

ainda auxilia o Plano Diretor Municipal.

53

6.2 Avaliação da Pontuação do Programa QualityCoast em

Balneário Camboriú

Nesta fase os critérios originais foram descritos, conforme a EUCC, e em seguida os

indicadores de cada um dos critérios foram avaliados, permitindo, desta forma, obter a

pontuação total do município, e ainda foram sugeridas melhorias para cada um dos critérios.

6.2.1 Natureza

O tema Natureza foi dividido em seis critérios (valores naturais, informação sobre a

natureza, contato com a natureza, políticas verdes, paisagem e locais tranqüilos) e cada um

destes critérios possuiu indicadores que permitiram uma análise geral dos mesmos.

6.2.2.1 Valores naturais

De acordo com (EUCC, 2009a), o critério valores naturais se define como, a presença

de espécies e habitats importantes internacionalmente que podem ser encontrados no destino.

O Quadro 8 apresenta a análise dos indicadores do critério valores naturais, para o município

de Balneário Camboriú, SC.

Quadro 8: Análise dos indicadores para o critério Valores Naturais.

1 2 3 4 5

1. % de área

protegida para fins

de conservação da

biodiversidade

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

2. Nr. de espécies e

habitats protegidos

presentes

0 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 Acima de 81

Referência: Nota

Indicador 1 2

Indicador 2 4

Total 6

Média do critério 3

Fonte: O autor.

Quanto aos Valores Naturais foi verificado que um indicador é a existência de áreas

protegidas para fins de conservação. Balneário Camboriú possui três áreas terrestres

protegidas para fins de conservação, sendo estas a APA Costa Brava, Reserva Particular do

Patrimônio Natural – RPPN Normando Tedesco e Parque Natural Municipal Raimundo Malta

54

(Figura 19) (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1993, BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2000 &

BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1999)

Figura 19: Vista geral do Parque Natural Municipal Raimundo Malta, Balneário Camboriú.

Fonte: O autor.

Destaca-se que o município de Balneário Camboriú possui 22,2% de seu território de

áreas protegidas para fins de conservação. Visto que o APA Costa Brava possui cerca de 10

km², enquanto o Parque Municipal e a RPPN possuem 0,172625 km² e 0,038225 km²,

respectivamente. Destaca-se, ainda, que o município possua 61 espécies protegidas

catalogadas, entre fauna e flora, espécies estas típicas de floresta ombrófila densa (mata

atlântica) e uma área sob domínio de mangue. Observa-se que as espécies foram identificadas

/ levantadas no Parque Municipal.

Pinto (2008) salienta que menos de 3% da superfície do território brasileiro encontra-

se dedicado oficialmente a esse objetivo. A Mata Atlântica, por exemplo, possui menos de 2%

do seu território protegido em unidades de conservação, ou seja, 98% do espaço apresenta

outras formas de uso da terra – agricultura, cidades, estradas, hidrelétricas, remanescentes

florestais, etc.

Destaca-se, ainda, que devido ao conflito entre o setor imobiliário e a área

conservacionista, está sendo discutida a aprovação do Parque Estadual de Taquarinhas, este

seria fundamental, para conservar os ecossistemas presentes e definir os limites da Unidade e

ainda aplicar garantias adequadas de conservação.

Rudzewicz & Lanzer (2008) destacam a importância de um plano de manejo

adequado em uma Unidade de Conservação, este é definido como um documento técnico

mediante o qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o

manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à

55

gestão da unidade (BRASIL, 2000). Podendo, assim, auxiliar na conservação do meio

ambiente, e trazer benefícios socioculturais e econômicos ao lugar.

Cabe sugerir que, todas as unidades de conservação do município obtenham um plano

de manejo adequado, a fim de melhorar o desempenho do município, quanto ao critério

valores naturais.

6.2.1.2 Informação sobre a Natureza

De acordo com (EUCC, 2009a) informação dobre a natureza é definida como: Fontes

de informação e infra-estruturas que promovam a interação com o ambiente natural local e

estejam localizadas dentro ou próximo das áreas naturais de interesse. O Quadro 9 apresenta a

análise dos indicadores do critério informação sobre a natureza, para o município de

Balneário Camboriú, SC.

Quadro 9: Análise dos indicadores para o critério informação sobre a natureza.

1 2 3 4 5

1. Existem

publicações sobre

valores naturais

(folders, livros,

revistas, CDs,

Vídeos)

0 – 2 /ano 3 – 5/ano 6 – 8/ano 9 – 10/ano + 10 ano

2. Existem Centros

de serviços para

áreas protegidas

marinhas e

terrestres

Está sendo

realizado um

diagnóstico para as

áreas mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de construção um

Centro de

referência terrestre

e/ou marinha

Existe um Centro

de referencia

terrestre

e/ou marinha

Existem tanto

centros de serviços

para áreas

protegidas

marinhas assim

como as terrestres

Referência: Nota

Indicador 1 1

Indicador 2 4

Total 5

Média do critério 2,5

Fonte: O autor.

Analisando este critério a informação sobre a natureza, em Balneário Camboriú foi

verificada a existência de publicações insuficiente no município. Deste modo, cabe sugerir

que existam iniciativas, para que os visitantes possuam informações sobre regras de conduta

dentro dos espaços naturais do município, tal como ocorre, no município de Noordwijk, por

meio do Plano de Defesa da Natureza.

Quanto à infra-estrutura, cabe destacar a existência de um centro de serviços de

referência para o Parque Municipal Raimundo Malta, onde é promovida a inteiração com o

ambiente natural local (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).

56

6.2.1.3 Contato com a natureza

EUCC (2009a) define contato com a natureza, como o nível apropriado de acessos

recreativos às áreas naturais e atividades de baixo impacto relacionado com a Natureza. O

Quadro 10 apresenta a análise dos indicadores do critério contato com a natureza, para o

município de Balneário Camboriú, SC.

No que se refere ao contato com a natureza, um indicador é a existência de visitas

guiadas. Em Balneário Camboriú, esta visita é realizada no Parque Natural Municipal

Raimundo Gonçalez Malta, mas existem muitas outras possibilidades não exploradas, e que

podem ser estruturadas pelos órgãos de turismo e meio ambiente, tais como, na Costa Brava,

nas ilhas do estuário do rio Camboriú, entre outras.

Quanto ao indicador existência de passarelas e ciclovias, destaca-se que existem

ciclovias e passarelas no município, mas ainda em quantidades insuficientes para atender o

município como um todo, e estas não acessam as Unidades de Conservação do município.

Destaca-se a passarela no pontal Norte (Figura 20), que permite acesso à praia do Buraco,

numa região de mata Atlântica e as ciclovias da Quarta Avenida e da av. Marginal Oeste, e

ainda, a ciclovia que está sendo implantada na 5ª Avenida (BALNEÁRIO CAMBORIÚ,

2009c).

Figura 20: Vista geral da passarela do pontal Norte, Balneário Camboriú. Fonte: O autor.

Outro indicador para este critério é a existência de voluntariado, cabe ressaltar que o

Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA desenvolve uma série de

atividades de voluntariado, em Balneário Camboriú, embora seu estatuto social permita que o

mesmo desenvolva atividades no âmbito nacional. No entanto, esta é uma iniciativa de uma

Organização Não Governamental – ONG, enquanto que o ideal seria a integração de outras

57

instituições que incentivassem o trabalho voluntariado, por exemplo, por meio de monitores

em unidades de conservação (IDEIA, 2009).

Quadro 10: Análise dos indicadores para o critério Contato com a Natureza.

1 2 3 4 5

1. Presença de

programas

relacionados com a

Natureza (e.g. visitas

guiadas, observação

de aves ou cetáceos,

circuitos pedonais e

ciclovias,

voluntariado,

atividades

educacionais e de

sensibilização

Existe 1 Programa

relacionado com a

natureza

Existem 2

Programas

relacionados com

a natureza

Existem 3

Programas

relacionados com

a natureza

Existem 4

Programas

relacionados com a

natureza

Existem 5 ou

Programas

relacionados com a

natureza

2. % de áreas

naturais acessíveis

apenas por percursos

pedonais

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

3. % de áreas

naturais acessíveis

apenas por ciclovias

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

4. % de areas

naturais acessíveis

apenas por percursos

equestres

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

5. % de areas

naturais com acesso

multi-usos

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

6. Ligação a

circuitos pedonais e

ciclovias de longa

distância

0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%

7. Existência de

programas de eco-

turismo

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um

programa de eco-

turismo

Existem diversos

programas de eco-

turismo

8. Existência de

infra-estruturas e

acessos para

visitantes portadores

de necessidades

especiais

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

as áreas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma infra-

estruturas e

acessos para

visitantes

portadores de

necessidades

especiais

Existem diversas

infra-estruturas e

acessos para

visitantes

portadores de

necessidades

especiais

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 2

Indicador 3 1

Indicador 4 1

Indicador 5 1

Indicador 6 1

Indicador 7 1

Indicador 8 1

Total 12

Média do critério 1,5

Fonte: O autor.

58

Quanto ao indicador existência de atividades educacionais e de sensibilização

ambiental, cabe destacar que, em Balneário Camboriú, o tema meio ambiente está inserido

nas escolas, por meio do Programa Terra Limpa. No entanto, tal Programa deveria abordar de

forma mais incisiva a redução do consumo e o reaproveitamento dos resíduos, não

priorizando apenas a questão da reciclagem (DAGNONI, 2006).

Sugere-se que o município implemente Programas de ecoturismo / interpretação

ambiental, para tornar esta atividade sustentável, tendo em vista o grande potencial que a

porção sul do município possui para tal atividade, visto que a mesma ainda possui suas

características naturais em níveis de alteração de baixo a moderado, quando comparados com

o restante da orla do município (PIRES et. al., 2002).

Cabe, ainda, sugerir que Balneário Camboriú apresente infra-estrutura e acessos para

visitantes portadores de necessidades especiais, para que os mesmos possam ter contato com

os valores naturais do município, tal como ocorre em Aveiro.

6.2.1.4 Políticas Verdes

EUCC (2009a) define políticas verdes como o nível de proteção dos valores naturais

através de políticas e esquemas de gestão integrada, setorial e transversal. O Quadro 11

apresenta a análise dos indicadores do critério políticas verdes, para o município de Balneário

Camboriú, SC.

Um indicador para este critério é a existência de Plano Diretor Municipal, atualmente

o município possui Plano Diretor (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008b), porém este apresenta

conflitos entre áreas designadas para conservação/preservação e áreas construídas,

demonstrando os inúmeros interesses dos setores imobiliários e da construção civil no

município. Simi et. al. (2003) destacam que o município de Balneário Camboriú apresenta

poucas áreas com possibilidade legal de ocupação.

Quanto ao indicador existência de outras políticas verdes, destaca-se a existência da

Política Municipal de Educação Ambiental, que tem por finalidade desenvolver ações que

sensibilizam a criança, o jovem e a comunidade para a conservação e a preservação do meio

ambiente (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008a).

Por outro lado, a ausência de políticas de desenvolvimento do litoral marítimo,

destinadas a conciliar várias demandas, econômicas e sociais com a conservação do meio

ambiente marinho, tornam impotentes as ações no sentido de minimizar os efeitos negativos

da urbanização em Balneário Camboriú (CARMO et. al. 1999).

59

Sugere-se que, os demais atores sociais (potenciais colaboradores do Programa) se

envolvam com os planos acima citados. Sugere-se ainda que, o município implemente o

Projeto Orla, para o ordenamento da orla costeira.

Cabe, ainda, sugerir a implementação de Projetos agro-ambientais, para diminuir a

contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos no município de Camboriú.

Quadro 11: Análise dos indicadores do critério Políticas Verdes.

1 2 3 4 5

1. Existência de

Plano Diretor

Municipal

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um plano

diretor, conflitante

Existe um plano

diretor adequado a

realidade do

município

2. Existência de

Projeto Orla no

município

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe projeto orla

implementado em

fase de intervenção

na orla

Existe projeto orla

3. Existência de

esquemas agro-

ambientais

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um esquema

agro-ambiental

Existem diversos

esquemas agro-

ambientais

4. Existência de

planos de pesca

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um plano de

pesca

Existem diversos

planos de pesca

5. Existência de

outras políticas

verdes

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma política

verde

Existem diversos

diversas políticas

verdes

6. Existência de

entidades envolvidas

nos planos ou

esquemas, acima

citados

0 a 2 3 a 4 5 a 6 7 a 8 Mais de 8

7. Existência de

organizações locais

de turismo e lazer

que promovem o seu

envolvimento nos

planos ou esquemas,

acima citados

0 a 2 3 a 4 5 a 6 7 a 8 Mais de 8

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 1

Indicador 3 1

Indicador 4 1

Indicador 5 4

Indicador 6 2

Indicador 7 1

Total 14

Média do critério 2

Fonte: O autor.

60

6.2.1.5 Paisagem

EUCC (2009a) define o critério paisagem, como a presença de paisagem natural e

tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo. O Quadro 12 apresenta a

análise dos indicadores do critério paisagem, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quadro 12: Análise dos indicadores do critério Paisagem.

1 2 3 4 5

1. Existência de

mapa de uso e

ocupação do solo

Não existe, ou está

sendo realizado um

diagnóstico para o

desenvolvimento do

mesmo

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de construção /

adoção

Existe um mapa

de uso e

ocupação do solo,

mas este é

conflitante

Existe um mapa

de uso e

ocupação do solo

adequado a

realidade do

município

2. % de área

desenvolvida =

(superfície de area

desenvolvida /

superfície

total)*100

Ausência de

informação, ou 100 a

81%

80 a 61% 60 a 41% 40 a 21% 20 a 0%

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 1

Total 5

Média do critério 2,5

Fonte: O autor.

Apesar da existência de paisagens de valor cênico, um indicador para o critério

paisagem é a existência de uma mapa de uso e ocupação do solo. Em Balneário Camboriú

destaca-se a existência de mapa de microzoneamento (ANEXO IV), que busca atender ao

ordenamento do uso do solo, no município, de acordo com o plano diretor municipal

(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008b).

Cabe destacar que nos últimos anos Balneário Camboriú foi o pólo de

desenvolvimento turístico na faixa litorânea Centro-Norte do Estado de Santa Catarina. A

expansão imobiliária desordenada, protagonizada por empresas do ramo imobiliário e à

margem do planejamento, deixou como herança atual uma cidade plenamente urbana.

Entretanto a porção Sul de seu território (Figura 21) apresenta uma qualidade visual de

paisagem mais elevada, com relação às demais áreas do município, devido à maior

movimentação do relevo, ocorrência de vistas panorâmicas, e aumento da cobertura vegetal

arbórea (PIRES, 2005).

61

Figura 21: Vista geral da praia de taquarinhas, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor.

6.2.1.6 Locais Tranqüilos

EUCC (2009a) define locais tranqüilos como Presença de áreas onde os visitantes

possam escapar do trânsito, multidões e ruído. O Quadro 13 apresenta a análise dos

indicadores do critério locais tranqüilos, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quanto ao indicador existência de locais tranqüilos no município, destaca-se que

Balneário Camboriú apresenta diversos locais tranqüilos em seu território, entre elas: a sede a

Associação de Moradores da Praia dos Amores, o Complexo de eventos Morro do Careca, o

pontal Norte da praia Central, o Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta, o

molhe da barra Sul, e as praias da região do Interpraias. O (APÊNDICE I) mostra os

resultados obtidos em campo.

Quadro 13: Análise dos indicadores do critério Locais tranqüilos.

1 2 3 4 5

1. Presença,

dimensão e % de

áreas tranqüilas,

jardins públicos e

parques urbanos no

destino.

Informação ausente Presença de locais

tranqüilos, e / ou

jardins públicos e /

ou parques

urbanos sem

quantificação

Presença de

locais tranqüilos,

e / ou jardins

públicos e / ou

parques urbanos

com a dimensão

e % parcial

Presença de locais

tranqüilos, e / ou

jardins públicos e /

ou parques urbanos

com a dimensão e

%

Presença de locais

tranqüilos, e

jardins públicos e

parques urbanos

com a dimensão e

%

Referência: Nota

Indicador 1 4

Total 5

Média do critério 2,5

Fonte: O autor

Quanto ao indicador área de jardins públicos destaca-se que Balneário Camboriú

possui uma área aproximada de 18.000 m² de jardins, canteiros de avenidas, rótulas, acessos,

etc. (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009b). Este valor não é significativo sob o ponto de vista

62

de áreas verdes urbanas. Visto que existem poucos locais de acesso público, tais como, a

praia, a praça atrás do shoping Atlântico, a passarela do pontal Norte, e o molhe da barra Sul.

Deste modo, faltam praças públicas no município.

6.2.2 Meio Ambiente

O tema Meio Ambiente foi dividido em sete critérios (pressão turística, envolvimento

comercial, balneabilidade, gestão de águas, mobilidade sustentável, resíduos e reciclagem e

respostas às alterações climáticas) e cada um destes critérios possuiu indicadores que

permitiram uma análise geral dos mesmos.

6.2.2.1 Pressão Turística

EUCC (2009a) define pressão turística como o número de visitantes em relação ao

número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua visita. O Quadro 14

apresenta a análise dos indicadores do critério pressão turística, para o município de Balneário

Camboriú, SC.

Quadro 14: Análise dos indicadores do critério Pressão Turística.

1 2 3 4 5

1. Existência de

estatísticas sobre

visitantes e

turistas, por ano

Informação

inexistente

Está sendo

realizado um

diagnóstico para as

estatísticas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma

estatística sobre

visitantes e turistas

2. Número médio

de visitantes

relativamente aos

habitantes no pico

da época alta

Informação

inexistente

Está sendo

realizado um

diagnóstico para as

estatísticas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um número

médio de visitantes

no pico da alta

temporada

Referência: Nota

Indicador 1 5

Indicador 2 5

Total 10

Média do critério 5

Fonte: O autor

Quanto ao critério pressão turística destaca-se a existência de estatísticas sobre

visitantes e turistas, por ano, destaca-se que a Santa Catarina Turismo – SANTUR (empresa

de economia mista vinculada a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte), realiza

uma pesquisa de demanda turística anual que analisa o movimento estimado de turistas, a

receita estimada em reais, a taxa de ocupação da rede hoteleira, a permanência média em

63

hotéis, a permanência média em todos os meios de hospedagem, e o gasto médio diário

estimado por turistas em reais (SANTUR, 2009).

Quanto ao indicador existência de estatísticas sobre visitantes e turistas, por ano, a

SANTUR também realiza esta análise, no entanto o número médio de visitantes no pico da

alta temporada atinge cerca de 800 mil de visitantes (Figura 2) (SANTUR, 2009).

Quanto ao indicador número médio de visitantes em habitantes no pico da alta

temporada a fórmula sugerida pela EUCC é (Nr. de turistas por ano/365 dias) x Média da

duração da estadia (em dias). Deste modo, se considerarmos a Figura 2 que demonstra o

movimento estimado de turistas e a Figura 22 que demonstra a permanência dos turistas nos

meios de hospedagem, em dias, é possível chegar ao seguinte valor: (770.355 ano / 90 dias) x

10,01 dias = 85.590 visitantes, por dia na alta temporada.

0

2

4

6

8

10

12

14

2007 2008 2009

Permanência em todos os meios de hospedagem (dias)

Nacionais Estrangeiros Média

Figura 22: Permanência dos turistas nos meios de hospedagem, em dias. Fonte: SANTUR,

2009.

6.2.2.2 Envolvimento Comercial

EUCC (2009a) define envolvimento comercial como O grau de envolvimento da

comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento ambiental e

sustentável. O Quadro 15 apresenta a análise dos indicadores do critério envolvimento

comercial, para o município de Balneário Camboriú, SC.

64

Quadro 15: Análise dos indicadores do critério Envolvimento Comercial.

1 2 3 4 5

1. Número de

unidades hoteleiras e

outros fornecedores de

acomodações

detentores de eco-

certificação,

oficialmente

reconhecida

0 a 5 5 a 10 10 a 15 15 a 20 Acima de 20

2. Existência de um

Programa que

promove a

sustentabilidade no

setor comercial /

empresarial

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para os programas

mais adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um

programa

Existe mais de um

programa

3. Existência de

políticas municipais

com incentivos

financeiros de forma a

promover esse

envolvimento

comercial /

empresarial

Não existe, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para políticas

municipais mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma

política municipal

Existem diversas

políticas

municipais

Referência: Nota

Indicador 1 1

Indicador 2 5

Indicador 3 1

Total 7

Média do critério 2,33

Fonte: O autor

Existem Programas que promovem a sustentabilidade no setor comercial / empresarial,

em Balneário Camboriú, SC. O SINDUSCON – BC implanta e coordena o PPRA (Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9) e PCMAT (Programa de Condições de Meio

Ambiente e Trabalho – NR 18), por meio de seus engenheiros de segurança. O Sindicato

ainda Confecciona o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho), por

engenheiros de segurança (SINDUSCON, 2010).

No entanto, recomenda-se que existam políticas municipais com incentivos financeiros

de forma a promover esse envolvimento comercial / empresarial. Recomenda-se ainda que as

unidades hoteleiras do município busquem o processo certificação ambiental.

6.2.2.3 Balneabilidade

Balneabilidade no Brasil é definida como o cumprimento dos requisitos da qualidade

das águas para banho, de acordo com a Resolução Conama 274 de 2000. O Quadro 16

apresenta a análise dos indicadores do critério Balneabilidade, para o município de Balneário

Camboriú, SC.

65

Quadro 16: Análise dos indicadores do critério Balneabilidade.

1 2 3 4 5

1. Porcentagem de

águas próprias para

banho (resultados

por época)

1% a 20% 21% a 60% 61% a 80% 81% a 99% 100%

2. Existência de

praia com Bandeira

Azul

0 a 20% das praias 21% a 60% das

praias

61% a 80% das

praias

81% a 99% das

praias

100% das praias

Referência: Nota

Indicador 1 3

Indicador 2 1

Total 4

Média do critério 2

Fonte: O autor

No que se refere à Balneabilidade a porcentagem de águas próprias para banho

(resultados por época). De acordo com Santa Catarina (2009a) o município de Balneário

Camboriú apresenta cerca de 76% de porcentagem de águas próprias para banho, num total de

14 pontos amostrais, em análise realizada durante o mês de junho de 09 e o período de verão

(janeiro de 2010), conforme (APÊNDICE II).

Destaca-se que durante os meses de inverno a qualidade de água para banho é melhor,

em relação aos meses de verão. Fato que pode estar associado ao grande fluxo de pessoas que

freqüentam Balneário Cambóriú, durante o mês de janeiro

Segundo (FEE, 2009) inexistem no município de Balneário Camboriú praias que

possuem Programas de certificação.

Desta forma, recomenda-se que a EMASA amplie a capacidade de tratamento de

efluentes, para que com a chegada do verão, a balneabilidade não seja comprometida.

Recomenda-se ainda que o município procure Programas de certificação de Praias.

6.2.2.4 Gestão de Águas

EUCC (2009a) define gestão de águas como Utilização eficiente da água,

particularmente quanto à qualidade da água potável, fornecimento e origem (dependência

externa) e reutilização da água tratada. O Quadro 18 apresenta a análise dos indicadores do

critério gestão de águas, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quanto à gestão de águas destaca-se que quanto aos aspectos ambientais do

fornecimento e armazenamento de água potável, e qualidade da água para uso público e

industrial, o município de Balneário Camboriú está de acordo com a Portaria 518, de 25 de

Março de 2004, do Ministério da Saúde, que estabelece os padrões de potabilidade (BRASIL,

66

2004 e EMASA, 2009). O Quadro 17 mostra o resultado da análise para o mês de setembro de

2009.

Quadro 17: Relatório de análise, mês de referência: setembro de 2009.

Parâmetros Mínimo Média dos

Resultados Máximo VMP(Portaria 518/MS)*

Turbidez - 0,3 - 0 a 5 NTU

Cor - - - 0 a 15,0 uC

pH - 6,9 - 6,0 a 9,5

Cloro - 0,8 - 0,2 a 2,0 mg/l

Flúor - 0,9 - 0,8 a 1,5 mg/l

Coliformes Totais - - - 0

Coliformes Fecais - - - 0

Fonte: EMASA, 2009.

Como potencialidades destacam-se a existência de um valor de consumo adequado em

relação aos dados de referência para o consumo humano (509,75 litros / pessoa / dia) (nota

cinco), a existência de contadores de água nos dois grandes reservatórios de água

responsáveis pelo abastecimento da população (nota cinco), e ainda a existência de coleta de

esgoto de 85% da população com tratamento adequado antes de ser despejada no meio

ambiente (EMASA, 2009).

Sugere-se que o município implemente programas de poupança de água, afim de

reduzir o consumo total, gerindo de forma adequada este recurso natural escasso. Sugere-se

ainda a reutilização de água depurada para regar jardins, agricultura, etc. De forma a reduzir o

desperdício de água potável, para estes fins considerados menos nobres.

67

Quadro 18: Análise dos indicadores do critério Gestão de Águas.

1 2 3 4 5

1. Aspectos

ambientais do

fornecimento e

armazenamento de

água potável

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

aspectos mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existem aspectos

ambientais do

fornecimento e

armazenamento de

água potável, mas

estes não estão

adequados as

necessidades da

população

Existem aspectos

ambientais do

fornecimento e

armazenamento de

água potável

adequados as

necessidades da

população

2. Qualidade da água

para uso público e

industrial

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

aspectos mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existem aspectos

ambientais do

fornecimento e

armazenamento de

água potável, mas

estes não estão

adequados ao uso

industrial

Existem aspectos

ambientais do

fornecimento e

armazenamento de

água potável

adequados ao uso

industrial

3. Existência de

programas de

poupança de água

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações

mais adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um

programa de

poupança de água

Existem diversos

programas de

poupança de água

4. Consumo litros /

pessoa / dia e relação

preço

Está sendo

realizado um

diagnóstico para a

realização da

medição

adequada

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe o valor de

consumo, mas é

elevado em relação

aos dados de

referência para o

consumo humano

Existe o valor de

consumo adequado

em relação aos

dados de referência

para o consumo

humano

5. Existência de

contadores de água

Está sendo

realizado um

diagnóstico para

os locais mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um contador

de água

Existem diversos

contadores de água

6. Tratamento antes

de ser despejada no

meio ambiente

0 a 20% da

população é

atendida pelo

tratamento

21 a 40% da

população é

atendida pelo

tratamento

41 a 60% da

população é

atendida pelo

tratamento

61 a 80% da

população é

atendida pelo

tratamento

81 a 100% da

população é

atendida pelo

tratamento

7. Existência de

reutilização de água

depurada para regar

jardins, agricultura,

etc

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para os locais

mais adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe reutilização

de água depurada

para regar jardins,

agricultura, etc

Existe reutilização

de toda a água

depurada para regar

jardins, agricultura,

etc

Referência: Nota

Indicador 1 5

Indicador 2 5

Indicador 3 1

Indicador 4 5

Indicador 5 5

Indicador 6 5

Indicador 7 1

Total 27

Média do critério 3,9

Fonte: O autor

68

6.2.2.5 Mobilidade Sustentável

Segundo EUCC (2009a) mobilidade sustentável é definida como a disponibilidade e

promoção de meios de transporte sustentáveis. O Quadro 19 apresenta a análise dos

indicadores do critério mobilidade sustentável, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quadro 19: Análise dos indicadores do critério Mobilidade Sustentável.

1 2 3 4 5

1. Existência de

planos de tráfego,

para reduzir o

trânsito nos

centros urbanos

Está sendo

realizado um

diagnóstico para o

plano mais

adequado

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um plano de

tráfego para

reduzir o trânsito

nos centros

urbanos

Existem diversos

planos de tráfego

para reduzir o

trânsito nos

centros urbanos

2. Existência de

ligações, multi-

transporte

Informação

inexistente, ou está

sendo realizado um

diagnóstico para os

locais mais

adequados

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um ligação

multi-transporte

Existem diversas

ligações multi-

transporte

Referência: Nota

Indicador 1 5

Indicador 2 1

Total 6

Média do critério 3

Fonte: O autor

No que se refere à mobilidade sustentável destaca-se que o município de Balneário

Camboriú segue o Código de Trânsito Brasileiro que determina que as administrações

municipais devem se organizar para planejar, operar e fiscalizar o seu trânsito (BRASIL,

1997). Para atender essa determinação, desde 1999, o município tem seu sistema de trânsito

municipalizado.

A humanização no trânsito tem sido tema de amplas discussões acerca da melhoria das

condições de circulação de todos os agentes do trânsito, tanto pedestres quanto motoristas,

ciclistas, motociclistas e outros. Com o crescente aumento da população brasileira e por

conseqüência o grande crescimento da frota de veículos, faz-se necessário uma política

pública que priorize o homem e não a máquina, resultando na fluidez e na segurança do

trânsito (COMPUR, 2009).

Os Agentes de Trânsito de Balneário Camboriú atuam no controle e na fiscalização do

trânsito o município, e tem como função executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as

medidas administrativas cabíveis por infrações de circulação, estacionamento e parada;

fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a

infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e

arrecadar as multas que aplicar; e ainda fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído

69

produzido pelos veículos automotores ou pela sua carga, além de dar apoio ás ações

específicas de órgão ambiental local, quando solicitado (BRASIL, 1997).

Como sugestões temos a implantação de políticas e planos que promovam a

mobilidade e transportes sustentáveis. E ainda a promoção do investimento em transporte

público, coletivo, dentro do município, a fim de desafogar o trânsito na cidade, principalmente

no período de temporada de verão.

6.2.2.6 Resíduos e Reciclagem

De acordo com EUCC (2009a) o critério resíduos e reciclagem é definido como a

Existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos. O Quadro 20 apresenta a

análise dos indicadores do critério resíduos e reciclagem, para o município de Balneário

Camboriú, SC.

Quanto aos resíduos e reciclagem destaca-se à existência de infra-estruturas para

coleta seletiva de resíduos e de reciclagem, destaca-se que existem infra-estruturas para coleta

seletiva, mas insuficiente para atender a população, visto que os próprios moradores e

condôminos devem separar o lixo, não havendo infra-estruturas para coleta seletiva e

reciclagem que atenda as residências. Desta forma, o município recebeu nota quatro para este

indicador.

Destaca-se ainda que, a empresa responsável pelo serviço no município apresenta

coleta especial de resíduos de serviços de saúde com veículo especialmente adaptado, e com

tratamento e destinação final de resíduos adequado (CONEVILLE, 2009).

Quanto ao número de pontos de coleta seletiva nas áreas urbanas (CONEVILLE,

2009) salienta-se que existem contentores de 240 litros para o acondicionamento dos resíduos

provenientes dos quiosques, pedestres e do serviço de varrição, estes se encontram

distribuídos em pontos específicos, no entanto não se sabe exatamente o número de pontos de

coleta.

Desta forma, sugere-se que o município, ou a empresa responsável pelos resíduos

ofereça o monitoramento da tendência de resíduos, seletivamente coletados, reciclados e

reutilizados, e ainda que haja e coleta especializada de determinados resíduos (óleos, tintas,

resíduos químicos perigosos, etc.) em marinas, hotéis, mecânica de automóveis, hospitais,

indústrias, etc.

70

Quadro 20: Análise dos indicadores do critério Resíduos e Reciclagem.

1 2 3 4 5

1. Existência de

campanhas de

redução da produção

de resíduos

Está sendo

realizado um

diagnóstico para as

campanhas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em

processo de

adoção

Existe uma

campanha de

redução da

produção de

resíduos

Existem diversas

campanhas de

redução da

produção de

resíduos

2. Existência de

infra-estruturas para

coleta seletiva de

resíduos e de

reciclagem

Está sendo

realizado um

diagnóstico para as

áreas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em

processo de

construção uma

infra-estrutura

para coleta de

resíduos e

reciclagem

Existem infra-

estruturas para

coleta seletiva, mas

insuficiente para

atender a população

Existem infra-

estruturas para

coleta seletiva,

suficientes para

atender a população

3. Existência de

monitoramento da

tendência de

resíduos,

seletivamente

coletados, reciclados

e reutilizados

Informação

inexistente, ou está

sendo realizado um

diagnóstico para o

monitoramento

mais adequado

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em

processo de

adoção

Existe

monitoramento da

tendência de

resíduos,

seletivamente

coletados,

reciclados e

reutilizados, mais

ainda insuficiente

Existe

monitoramento da

tendência de

resíduos,

seletivamente

coletados,

reciclados e

reutilizados de

forma adequada

4. Existência de

coleta especializada

de determinados

resíduos (óleos,

tintas, resíduos

químicos perigosos,

etc.) em marinas,

hotéis, mecânica de

automóveis,

hospitais, indústrias,

etc

Informação

inexistente, ou está

sendo realizado um

diagnóstico para as

áreas mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em

processo de

adoção

Existe coleta

especializada de

óleos e/ou tintas

e/ou resíduos

químicos perigosos

em marinas e/ou

hotéis e/ou

mecânica de

automóveis e/ou

hospitais e/ou

indústrias

Existe coleta

especializada de

óleos, tintas,

resíduos químicos

perigosos, em

marinas, hotéis,

mecânica de

automóveis,

hospitais, indústrias

5. Número de

pontos de coleta

seletiva nas áreas

urbanas

Está sendo

realizado um

diagnóstico para os

pontos mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em

processo de

adoção

Existe um número

de pontos de coleta

seletiva nas áreas

urbanas, mas

insuficiente para

atender a população

Existe um número

de pontos de coleta

seletiva nas áreas

urbanas suficiente

para atender a

população

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 4

Indicador 3 1

Indicador 4 1

Indicador 5 4

Total 14

Média do critério 2,8

Fonte: O autor

Um aspecto interessante de ser considerado quanto ao critério resíduos e reciclagem é

o destino final do resíduo coletado no município. O mesmo vai para o aterro sanitário de

Canhanduba, em Itajaí. Tal aterro utiliza tecnologia de ponta, o mesmo possui 10 (dez) Poços

de Monitoramento distribuídos em suas extremidades, sendo 02 a montante e 08 a jusante do

maciço de resíduos, onde são realizadas análises químicas, físico-químicas e bacteriológicas

periódicas, com objetivo de prevenir qualquer dano ao lençol de águas subterrâneas (ITAJAÍ,

2010).

71

No aterro, as máquinas fazem o trabalho de compactação, drenando e realizando a

cobertura dos resíduos com argila, para manter o lixo selado e inacessível a possíveis vetores

de doenças. A perspectiva da vida útil do aterro é de 23 anos, com um acréscimo de mais 5

anos com a implantação da coleta seletiva. O projeto prevê o processamento inicial de 276,76

toneladas por dia de resíduos domésticos e 17,60 toneladas por mês de resíduos de serviços de

saúde (ITAJAÍ, op. cit).

6.2.2.7 Resposta às Alterações Climáticas

De acordo com EUCC (2009a) o critério resposta às alterações climáticas é definido

como Políticas dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das

alterações climáticas. O Quadro 21 apresenta a análise dos indicadores do critério respostas às

alterações climáticas, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quanto à resposta as alterações climáticas, cabe salientar que o município de

Balneário Camboriú apresenta uma grande fragilidade em relação a este critério. Visto que

existe apenas um Programa de recuperação da Mata Ciliar, tal Programa tem como premissas:

atividades de capacitação e sensibilização; produção e plantio de mudas; divulgação e

comunicação; gestão de recursos; estímulos e incentivos legais; fiscalização; monitoramento e

estrutura operacional (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).

Cabe sugerir que o município promova Programas de economia de energia; políticas

que estimulem as empresas e os cidadãos a reduzir suas emissões de carbono; planos para

reduzir a zero a emissão de carbono do setor turístico; políticas de defesa costeira; e planos

para tornar o turismo local menos vulnerável às alterações climáticas.

A prefeitura municipal conta com o Departamento de Fiscalização Ambiental que

realiza fiscalização de rotina e atendimento de denúncias relacionadas à preservação

ambiental, dos costões, da orla marítima, da mata atlântica, da vegetação de restinga, dos

morros, dos bairros, e dos manguezais, tais como: Embargos de construções em áreas de

preservação permanente; apreensão de equipamentos/materiais utilizados na degradação

ambiental; ocupação clandestina do solo; embarcações náuticas; e caça e pesca

(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).

O Departamento de Fiscalização Ambiental, ainda, conta com o Setor de Controle de

Poluição sendo este responsável: pelo controle da poluição do solo, ar, água, sonora e pelas

vistorias de saneamento nas regiões não abrangidas pelo sistema de rede de esgoto; vistorias

para liberação de alvarás em bares, restaurantes, oficinas, postos de gasolina, lavanderias,

72

casas noturnas, entre outros; monitoramento dos Projetos de saneamento alternativo; e o

referido setor realiza ainda palestras nas escolas e no Parque sobre saneamento e fornece

esclarecimentos para terceiros e alunos acerca do assunto (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, op.

cit.).

Quadro 21: Análise dos indicadores do critério Resposta às Alterações Climáticas.

1 2 3 4 5

1. Existência de

políticas e

programas de

economia de energia

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma

política e/ou

programa de

economia de

energia

Existem diversas

políticas e

programas de

economia de

energia

2. Existência de

políticas que

estimulem as

empresas e os

cidadãos a reduzir

suas emissões de

carbono

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma

política que

estimule as

empresas e os

cidadãos a reduzir

suas emissões de

carbono

Existem diversas

políticas que

estimulem as

empresas e os

cidadãos a reduzir

suas emissões de

carbono

3. Existência de

planos para reduzir a

zero a emissão de

carbono do setor

turístico

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um plano

para reduzir a zero

a emissão de

carbono do setor

turístico

Existem diversos

planos para

reduzir a zero a

emissão de

carbono do setor

turístico

4. Existência de

políticas de defesa

costeira

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de ações

e/ou projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma

política de defesa

costeira

Existem diversas

políticas de defesa

costeira

5. Existência de

planos para tornar o

turismo local menos

vulnerável às

alterações climáticas

Informação

ausente, ou está

sendo realizado

um diagnóstico

para as ações mais

adequadas

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um plano

para tornar o

turismo local

menos vulnerável

às alterações

climáticas

Existem diversos

planos para tornar

o turismo local

menos vulnerável

às alterações

climáticas

Referência: Nota

Indicador 1 1

Indicador 2 2

Indicador 3 1

Indicador 4 2

Indicador 5 1

Total 1,4

Média do critério 1

Fonte: O autor.

De acordo com Menezes (2008) algumas ações vêm sendo realizadas para combater a

erosão na enseada da praia Central de Balneário Camboriú. Em 2000 o Instituto Nacional de

Pesquisas Hidrográficas (INPH) realizou estudos para um Projeto de Alimentação artificial da

praia Central de Balneário Camboriú, porém salientou a Prefeitura Municipal, que se tratava

73

de uma etapa inicial, e que outros estudos e coletas de dados deveriam ser realizados para

complementação do mesmo.

No entanto, a Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú decidiu em 2002 iniciar

uma obra de alimentação artificial na porção Sul da praia, utilizando, para isso, sedimentos da

desembocadura do rio Camboriú. Deste modo, verificou-se um aumento da porcentagem de

silte e argila, para toda a superfície do fundo. Esta alteração provavelmente foi causada pela

alimentação artificial, por efeito da lavagem das ondas, nos sedimentos depositados na praia

durante a obra (MENEZES, op. cit).

Nos meses de maio e junho de 2004, a Prefeitura Municipal iniciou a construção de

um molhe na porção Sul da praia Central (Figura 23). Com os objetivos de: Bloquear o

transporte de areia da praia para a desembocadura do rio Camboriú; Manter o canal de

navegação do rio, para viabilizar a construção de uma marina; Criar uma reclamação de terra,

para a construção de uma marina futura, junto à desembocadura do rio; e impedir que possível

água de esgoto que venha do rio Camboriú, adentre a zona de banho da praia Central (INPH,

2000 apud. MENEZES, 2008).

Figura 23: Vista geral do molhe da barra Sul, praia Central - Balneário Camboriú. Fonte: O

autor.

No entanto, a construção do molhe mostrou uma modificação no ponto de difração das

ondulações, dentro da enseada e, por conseguinte, uma modificação do perfil por planta mais

para o continente, o que poderá no futuro agravar os processos erosivos existentes na praia

central (MENEZES, op. cit.).

74

6.2.3 Sociocultural

O tema Sociocultural foi dividido em cinco critérios (identidade cultural e local, lazer

e recreação, participação da comunidade, satisfação turística e segurança) e cada um destes

critérios possuiu indicadores que permitiram uma análise geral dos mesmos.

6.2.3.1 Identidade Cultural e Local

Este critério pode ser definido como a presença e grau de proteção de elementos que

estejam relacionados com as origens e história do destino e que, embora pertençam à herança

cultural da comunidade, já não estão ativos. A presença de paisagens relevantes que sejam

formadas ou criadas por ação humana, e a presença e atenção de um aspecto físico distinto

e/ou ambiente social que seja considerado típico do destino. Atividades e elementos ligados à

tradição que sejam mantidos vivos e integrados no presente (EUCC, 2009a). O Quadro 22

apresenta a análise dos indicadores do critério identidade cultural e local, para o município de

Balneário Camboriú, SC.

No que se refere à identidade cultural e local destaca-se a existência de elementos

arqueológicos, em Balneário Camboriú. O Sistema de Gerenciamento de Patrimônio

Arqueológico – SGPA, do IPHAN apresenta o detalhamento técnico e a filiação cultural dos

sítios arqueológicos brasileiros cadastrados, editada nos termos da Portaria IPHAN nº 241, de

19/11/1998. De acordo com (IPHAN, 2009) o município de Balneário Camboriú apresenta

dois sítios arqueólogos.

O sítio arqueológico Balneário Camboriú I é semelhante ao da "Praia da Tapera", em

Florianópolis, com 100m x 30m, ao longo da praia. Sua camada arqueológica é de 1m de

espessura, composta de húmus preto, conchas e areia, com sepultamentos. Logo este sítio é do

tipo sepultamento e possui uma área estima de 3000m², localizado em uma planície litorânea

na bacia hidrográfica do rio Camboriú. O uso atual da terra é o plantio em terra privada. Esta

estrutura funerária apresenta ainda outros vestígios inorgânicos, tais como conchas; ossos de

peixes, aves e mamíferos (IPHAN, op.cit.).

O sítio arqueológico Balneário Camboriú II, por sua vez encontra-se junto à praia, e é

do tipo sambaqui, berbigueiro, concheiro. Este não apresenta forma delimitada e encontra-se a

céu aberto. Sua altura máxima é de 2 m e sua área estimada é de 2000m². Tal sítio está

75

localizado em uma planície litorânea na bacia hidrográfica do rio Camboriú. O uso atual da

terra é o plantio em terra privada.

Quanto à filiação cultural, salienta-se que ambos os sítios apresentam grau de

integridade entre 25 e 75%, e que estão presentes outros fatores antrópicos, tais como abertura

de estrada e moradia de veranistas. Ainda, segundo (IPHAN, op. cit.) estes sítios são de

relevância média, e foram desenvolvidas atividades de registros nos locais, a instituição

responsável, por eles é o Museu do Homem do Sambaqui, em Florianópolis.

Quanto à existência de edifícios históricos, o município recebeu nota um. O

patrimônio histórico do município, se resume na Igreja de Santo Amaro (Figura 24), esta foi

construída no ano de 1810, em estilo português, em pedra bruta e argamassa feita com óleo de

baleia, esta é tombada como Patrimônio Histórico Cultural pelo Governo do Estado e

Municipal (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006b).

Figura 24: Vista geral da Igreja Santo Amaro, Balneário Camboriú. Fonte: Raimundo Arossi.

Quanto à existência de museus, o município recebeu nota um. O Museu Arqueológico

presente no município possui um acervo de mais de três mil peças em exposição, distribuídas

em cinco temas distintos: Fauna Marinha, Numismática, Geologia, Madeiras, Arqueologia e

Fauna Terrestre (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).

Cabe ainda destacar a presença de 13 monumentos no município (ANEXO V), bem

como existem 19 eventos festivos, esportivos anuais (ANEXO I).

76

Quadro 22: Análise dos indicadores do critério identidade Cultural e Local.

1 2 3 4 5

1. Existência de

elementos

arqueológicos

Informação

inexistente, ou

existe um

elemento

arqueológico,

porém com as

características

originais

modificadas

Existem

elementos

arqueológicos,

porém com as

características

originais

modificadas

Existem

elementos

arqueológicos,

com

características

originais

parcialmente

modificadas

Existe um

elemento

arqueológico, em

bom estado de

conservação

Existem elementos

arqueológicos, em

bom estado de

conservação

2. Existência de

edifícios históricos

0 a 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais

3. Existência de

museus

0 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais

4. Existência de

monumentos

0 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais

5. Existência de

atividades

tradicionais extintas

0 ou 1 atividade 2 atividades 3 atividades 4 atividades 5 ou mais

atividades

6. Existência de área

de paisagem cultural

no município

1 área 2 áreas 3 áreas 4 áreas 5 ou mais áreas

7. Existência de

cenários particulares.

P. e. Salinas, campos

de flores, pastagens.

0 ou 1 cenário 2 cenários 3 cenários 4 cenários 5 ou mais cenários

8. Eventos e festivais

anuais

1 ou 2 eventos 3 ou 4 eventos 5 ou 6 eventos 7 ou 8 eventos 9 ou mais eventos

9. Existência de

elementos

arquitetônicos

modernos

0 ou 1 elemento 2 elementos 3 elementos 4 elementos 5 ou mais

elementos

10. Existência de

esquemas de

certificação de

produtos locais

Informação

inexistente, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

as ações mais

adequadas

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um

esquema de

certificação de

produtos locais

Existem diversas

esquemas de

certificação de

produtos locais

11. Número de

alojamentos locais e

suas características,

p. e. Turismo rural

0 a 2 alojamentos 3 ou 4

alojamentos

5 ou 6

alojamentos

7 ou 8

alojamentos

9 ou mais

alojamentos

Referência: Nota

Indicador 1 3

Indicador 2 1

Indicador 3 1

Indicador 4 5

Indicador 5 1

Indicador 6 1

Indicador 7 1

Indicador 8 5

Indicador 9 1

Indicador 10 1

Indicador 11 1

Total 21

Média do critério 1,9

Fonte: O autor

77

6.2.3.2 Lazer e Recreação

No que se refere a lazer e recreação destaca-se os eventos públicos no município de

Balneário Camboriú, o (ANEXO I) demonstra os 19 eventos promovidos pela Prefeitura

Municipal. O Quadro 23 apresenta a análise dos indicadores do critério lazer e recreação, para

o município de Balneário Camboriú, SC.

Quadro 23: Análise dos indicadores do critério Lazer e Recreação.

1 2 3 4 5

1. Número de

eventos públicos

por época

0 a 2 eventos 3 ou 4 eventos 5 ou 6 eventos 7 ou 8 eventos 9 ou mais

eventos

2. Atividades

dirigidas aos

turistas, que

contenham

elementos

tradicionais no

local, p. e.

Passeios em

barcos

tradicionais

1 ou 2

atividades

3 ou 4

atividades

5 ou 6

atividades

7 ou 8

atividades

9 ou mais

atividades

Referência: Nota

Indicador 1 5

Indicador 2 5

Total 10

Média do critério 5

Fonte: O autor

Quanto à existência de atividades dirigidas aos turistas, que contenham elementos

tradicionais no local, p. e. passeios em barcos tradicionais, destaca-se que existe no município

de Balneário Camboriú o passeio no Barco Pirata. O mesmo atua desde 1987, na barra do rio

Camboriú. O roteiro passa pela ilha das Cabras, situada a apenas 600 metros de distância da

praia Central e, ainda, pela praia de Laranjeiras.

Existe, ainda, o Passeio de Helicóptero, onde é possível ter uma visão aérea do

município e suas paisagens, o piloto realiza manobras ousadas. O passeio tem o embarque no

heliponto da Barra Sul. O tempo de duração é de 08 min. O primeiro percurso inicia na praia

Central Bal. Camboriú, passa pela praia de Laranjeiras e retorna. Existe outro percurso com

12 min de duração, saindo da praia Central de Bal. Camboriú, passando pelas praias de

Laranjeiras, de Taquarinhas, de Taquaras, do Pinho e retornando ao ponto de partida.

O município, por meio da Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC, realiza

atividades busca a valorização dos bens históricos. Esta estrutura é composta pela biblioteca

pública Municipal "Machado de Assis", onde é possível ter acesso ao acervo histórico do

município.

78

A Escola de Arte e Artesanato “Cantando, dançando e Tecendo a Nossa História” é

outra iniciativa da FCBC, criada em junho de 2004 com o objetivo de propor diversos

estúdios para aprendizes e artesões, entre eles fio e pano: tecelagem manual, fuxico,

amarradinho, redes artesanais, tingimento; e música: flauta doce e técnica vocal. O teatro e

artesanato papel em fibras naturais é oferecido gratuitamente à comunidade, contribuindo para

o fortalecimento dos laços culturais e para a preservação das características das etnias que

compõe o município.

A FCBC, ainda, apóia a Feira de Arte e Artesanato, que ocorre na praça Higino Pio ou

na praça da Cultura. Este é um espaço de produções artesanais locais, que desenvolvem as

mais variadas técnicas, com os mais diversos materiais. Constituindo uma enorme variedade

de produtos utilitários, decorativos, ornamentais, de vestuários, entre outros.

Outra ação interessante da FCBC é a Biblioteca Volante “Viajando na Leitura”. Esta

consiste num veículo cultural e educacional que visa incentivar o hábito e o gosto pela

literatura, possibilitando à comunidade local e aos turistas disporem de uma biblioteca

interativa que integra leitura e histórias contadas.

Cabe destacar, a Galeria Municipal de Arte, com sede na FCBC, que tem por objetivo

oferecer uma estrutura adequada aos artistas para exposição de trabalhos e oportunizar a

comunidade o acesso aos acervos de artistas locais, regionais, nacionais e internacionais.

Ainda, quanto à existência de atividades que contenham elementos tradicionais, cabe

destacar a Feira de Literatura que acontece no mês de julho, e abriga espaços interativos,

histórias contadas, lançamentos de livros com seções de autógrafos. Trata-se de um evento

voltado ao público em geral, crianças e adultos com a literatura, formal e multimídia, jogos e

brinquedos educativos.

Por fim, cabe destacar que a FCBC ainda promove o Seminário de Balneário

Camboriú, buscando socializar experiências na cultura das artes e no artesanato, fomentando

uma discussão cultural. No primeiro ano de realização abordou o tema “Cultura, Arte e

Artesanato em Perspectiva”, no segundo “Patrimônio Histórioco em Perspectiva”, e no

terceiro “Arte e Educação em Perspectiva”.

6.2.3.3 Participação da Comunidade

Participação da Comunidade são iniciativas locais que promovam a participação da

comunidade e o envolvimento das partes interessadas na gestão e tomada de decisões (EUCC,

79

2009a). O Quadro 24 apresenta a análise dos indicadores do critério participação da

comunidade, para o município de Balneário Camboriú, SC.

Quadro 24: Análise dos indicadores do critério Participação da Comunidade.

1 2 3 4 5

1. Existência de

oportunidades, tais

como ações de

formação sobre

sustentabilidade

ambiental dirigidas à

comunidade local

Informação

inexistente, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

ações mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma ação Existem diversas

ações

2. Existência de

iniciativas de

voluntariado e

atividades pedagógicas

com escolas

Informação

inexistente, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

as iniciativas mais

adequados

Existem

iniciativas por

meio de projetos

e/ou planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe ma

iniciativa

Existem diversas

iniciativas

3. Número de

mecanismos de consulta

(fóruns, grupos,

comitês), com

envolvimento da

comunidade

0 a 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 Acima de 8

4. Número de pessoas

envolvidas em ações

transpostas para o

trabalho

1 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 Acima de 80

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 4

Indicador 3 2

Indicador 4 3

Total 13

Média do critério 3,25

Fonte: O autor

Quanto à participação da comunidade, o primeiro indicador para este critério foi a

existência de oportunidades, tais como ações de formação sobre sustentabilidade ambiental

dirigidas à comunidade local, cabe destacar que existe uma atividade educacional e/ou

sensibilização em Balneário Camboriú, esta é denominada como Programa Terra Limpa, já

citada anteriormente, tal como as iniciativas de trabalho voluntário (BALNEÁRIO

CAMBORIÚ, 2008a).

Quanto ao número de mecanismos de consulta (fóruns, grupos, comitês), com

envolvimento da comunidade, destaca-se a presença do comitê de gerenciamento da bacia

hidrográfica do rio Camboriú (SANTA CATARINA, 2009b), este é um órgão colegiado de

caráter consultivo e deliberativo, vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Sem vínculos políticos partidários, o Comitê compõe-se por trinta entidades

representantes dos usuários de água, da população da bacia e dos diversos órgãos da

80

administração pública federal, estadual e municipal atuantes na bacia hidrográfica. O comitê

tem como principal objetivo gerenciar de forma descentralizada, participativa e integrada, os

recursos hídricos na bacia hidrográfica (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a). Desta forma, o

município recebeu nota um para este critério.

Quanto ao número de pessoas envolvidas em ações transpostas para o trabalho,

destaca-se que no comitê Camboriú estão envolvidas 30 entidades. (BALNEÁRIO

CAMBORIÚ, 2009a).

Cabe ainda destacar o Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente –

CONDEMA, este é um órgăo consultivo e de assessoramento da Prefeitura Municipal de

Balneário Camboriú, em questőes referentes ao equilíbrio ecológico e ao combate a Poluiçăo

ambiental, em toda área do Município (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1977).

Outra entidade que promove a discussão pública de assuntos ambientais é a O

Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa Brava, são promovidas

diversas reuniões visando garantir um diálogo harmônico entre a sociedade civil e o poder

público, o que facilita no processo de implementação da APA (BALNEÁRIO CAMBORIÚ,

2009a).

Existe ainda o Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur), esta

entidade é de caráter consultivo, mas a intenção é de torná-la deliberativa, com decisões

avalizadas pelo trade local. O principal objetivo do Comtur será buscar recursos para o

turismo, e possibilitar a realização de projetos, como cursos, investimentos em segurança ao

turista, enfim, irá atuar de forma a não ser excluído de verbas e políticas públicas

(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).

6.2.3.4 Satisfação Turística

EUCC (2009a) define o critério satisfação turística como o nível de satisfação dos

turistas e habitantes relativamente ao destino. O Quadro 25 apresenta a análise dos

indicadores do critério satisfação turística, para o município de Balneário Camboriú, SC.

81

Quadro 25: Análise dos indicadores do critério satisfação turística.

1 2 3 4 5

1. Resultados de

sondagens e

entrevistas

Sem informação,

ou resultados de 0

– 20% de

satisfação

21% - 40% de

satisfação

41% - 60% de

satisfação

61% - 80% de

satisfação

81 a 100% de

satisfação

Referência: Nota

Indicador 1 5

Total 5

Média do critério 5

Fonte: O autor.

Quanto ao critério Satisfação Turística cabe destacar que a SANTUR realiza no

município de Balneário Camboriú sondagens e / ou entrevistas com a população fixa e

flutuante informando se o entrevistado pretende retornar ao município no ano seguinte.

Demonstrando desta forma, os dados sobre a satisfação turística da população (Figura 25).

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

2004 2005 2006

Pretende Retornar no Próximo Ano?

SIM NÃO

Figura 25: Resultado das entrevistas quanto à satisfação turística no município de Balneário

Camboriú, SC. Fonte: SANTUR, 2006.

6.2.3.5 Segurança

EUCC (2009a) define o critério segurança como a existência de um ambiente seguro e

saudável e de medidas preventivas. O Quadro 26 apresenta a análise dos indicadores do

critério segurança para o município de Balneário Camboriú, SC.

82

Quadro 26: Análise dos indicadores do critério segurança.

1 2 3 4 5

1. Existência de

Guarda – costeira,

salva-vidas, polícia

Não existe

informação

Existem uma das

três opções

Existem duas das

três opções

Existem as três

opções

Existem duas das

três opções,

completamente

adequadas para a

segurança da

população

2. Existência de

placas informativas

sobre segurança, p.e

regras de segurança

no mar, zoneamento

de atividades,

potenciais acidentes

devido a atividades

náuticas / marítimas

Não existe

informação, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

os locais mais

adequados

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe uma placa Existem diversas

placas

3. Existência de

informações sobre

riscos para a saúde

relativamente a

certas espécies, p. e.

Mosquitos, algas,

etc. práticas,

ambientes, etc. e

medidas para

diminuir estes riscos

Não existe

informação, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

os locais mais

adequados

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um local de

informação

Existem diversos

locais de

informação

4. Existência de

esquemas de

zoneamento de

atividades e de

atividades

permitidas

Não existe

informação, ou

está sendo

realizado um

diagnóstico para

os lesquemas mais

adequados

Existem iniciativas

por meio de

projetos e/ou

planos e/ou

programas

Está em processo

de adoção

Existe um

esquema

Existem diversos

esquemas

Referência: Nota

Indicador 1 4

Indicador 2 4

Indicador 3 1

Indicador 4 1

Total 10

Média do critério 2,5

Fonte: O autor.

Quanto à segurança destaca-se a existência de guarda–costeira, salva-vidas, polícia,

ressalta-se a presença do corpo de bombeiros militar de Santa Catarina no município, este tem

atuação como salva-vidas. Destaca-se ainda a presença da polícia militar de Santa Catarina no

município. (SANTA CATARINA, 2009c e SANTA CATARINA, 2009d).

Ainda, quanto ao critério segurança, cabe destacar que existem placas informativas

sobre segurança, referentes a regras de segurança no mar (Figura 26), sendo que as mesmas se

encontram nos postos salva-vidas do município.

83

Figura 26: Vista geral de placa informativa referente a regras de segurança no mar, no posto

salva-vidas da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor.

Sugere-se que o município implemente um zoneamento de atividades, com potenciais

acidentes devido a atividades náuticas / marítimas; e ainda a promoção de informações sobre

riscos para a saúde relativamente a certas espécies, p. e. mosquitos, algas, etc. práticas,

ambientes, etc. e medidas para diminuir estes riscos; deve-se ainda implantar esquemas de

zoneamento de atividades e de atividades permitidas.

6.2.4 Síntese da avaliação da pontuação do município de Balneário

Camboriú

O município apresentou um desempenho total de 60%, conseguindo, desta forma,

atingir uma pontuação acima à mínima necessária para conseguir a certificação QualityCoast,

que é de 56%. O Quadro 27 mostra a síntese da pontuação para o município de Balneário

Camboriú.

84

Quadro 27: Síntese da classificação do município de Balneário Camboriú, quanto ao Programa

QualityCoast.

Critério 0 1 2 3 4 5

Natureza

1

2

3

4

5

6

Meio Ambiente

7

8

9

10

11

12

13

Sociocultural

14

15

16

17

18

Fonte: o autor.

Para melhor compreensão da área de estudo, cabe ressaltar que o município pode ser

considerado em três áreas diferentes (Figura 27). A primeira área inicia na divisa com o

município vizinho, Itajaí (praia dos Amores), e vai até o pontal Norte da praia Central. Nesta

área cabe destacar a presença do complexo de eventos morro do Careca, o complexo hoteleiro

da praia do Buraco e a passarela do pontal Norte.

Área 1

Área 2

Área 3

Figura 27: Divisão do município em três áreas distintas. Fonte: Balneário Camboriú, 2009.

Adaptado pelo Autor.

85

A segunda área considerada inicia no pontal Norte da praia Central e vai até a barra

Sul da mesma praia. Esta área é onde se encontra a maior concentração urbana do município,

é ainda onde está a maior concentração das atividades dos setores econômicos, tais como o

turismo, o comércio, a construção civil, e o mercado imobiliário do município.

A terceira área considerada inicia no bairro da Barra e vai até a divisa com o

município vizinho, Itapema (praia do Mato de Camboriú). Esta desponta como uma das

últimas porções litorâneas do estudo, que ainda mantém relativa integridade de seus recursos

naturais e paisagísticos. Esta é conhecida como a região da costa Brava, e com suas praias

agrestes, apresenta um grande potencial para o desenvolvimento de um turismo com bases

sustentáveis (PIRES, et. al., 2002). Destaca-se que no bairro da Barra estão presentes as

principais características de identidade cultural e local do município.

6.2.4.1 Natureza

Para o tema natureza considera-se que Balneário Camboriú apresentou um

desempenho inadequado, atingindo apenas 53% da pontuação total considera, o que por si só

representaria estar inadequada à certificação QualityCoast, que exige uma pontuação mínima

de 56%. O município apresenta três Unidades de Conservação implementadas, no entanto as

mesmas ainda não são representativas, com relação à área total do município

O município, ainda carece de mais passarelas e ciclovias que permitam o acesso às

áreas naturais. Destaca-se ainda que mesmo com a presença da Política Municipal de

Educação Ambiental e do Plano Diretor Municipal, o município ainda carece de mais

políticas verdes.

Quantos aos critérios paisagem e locais tranqüilos (Figura 28), cabendo destacar que

não existe a quantificação exata das áreas edificáveis, no Plano Diretor Municipal, o que

dificultou a análise destes.

86

Figura 28: Vista geral da sede da praia dos Amores, local tranquilo, no município de Balneário

Camboriú. Fonte: O autor.

6.2.4.2 Meio Ambiente

O tema meio ambiente apresentou um desempenho regular, com uma pontuação de

57%, quanto aos seus critérios. Como destaque para o tema meio ambiente, temos os valores

de consumo de água e tratamento de efluentes devidamente informados para a população e em

valores coerentes aos estabelecidos pelo Governo do Estado de Santa Catarina. Destaca-se

ainda a representatividade das análises estatísticas realizadas pela Santur, quanto à pressão

turística.

No entanto como fragilidades o município apresenta um baixo envolvimento dos

estabelecimentos comerciais do município em relação às questões de desenvolvimento

sustentável. Destaca-se ainda que pouco vem sendo desenvolvido pelas autoridades locais,

como resposta às alterações climáticas. A balneabilidade durante os meses de verão ainda é

prejudicada, e o trânsito de veículos na alta temporada ainda é um problema para os

moradores locais.

6.2.4.3 Sociocultural

O tema sociocultural apresentou um elevado desempenho, atingindo 72% da

pontuação possível. Como identidade cultural e local o município apresenta a pesca artesanal

desenvolvida desde sempre no município, e como patrimônio histórico o principal destaque é

o bairro da Barra (Figura 29), com a preservação da suas características açoreanas. Destaca-se

ainda a presença de três sítios arqueológicos no município.

87

Figura 29: Vista geral do canal da Barra e seus barcos de pesca artesanal, Balneário Camboriú.

Fonte: O autor.

A questão do lazer e recreação obteve uma excelente pontuação. Visto que atualmente

existem 19 eventos festivos, culturais e esportivos no município, anualmente. Destaca-se

ainda o importante papel da FCBC, no desenvolvimento de atividades tradicionais, das quais

a comunidade e os turistas podem participar.

A participação da comunidade está representada pelos fóruns de discussão do comitê

Camboriú, do CONDEMA, e do Conselho Gestor da APA Costa Brava. No entanto o

município ainda carece de mais esforços neste sentido. A satisfação turística está bem

representada, por meio das análises estatísticas realizadas pela SANTUR. E o município ainda

pode ser considerado seguro, quanto aos usos do mar, com um bom contingente de salva-

vidas nas praias e informação adequada quanto aos riscos do mar.

6.3 Avaliação do Método do Programa QualityCoast

Ao término dos resultados do presente trabalho, ficou evidente que o método do

Programa QualityCoast é válido para a realidade de um município costeiro brasileiro. Desde

que, sofra algumas pequenas adaptações nos critérios e nos indicadores passíveis de

avaliação.

Estas adaptações ocorrerão basicamente, devido às diferenças dos parâmetros das

legislações vigentes no Brasil e na Europa, p. exemplo os critérios balneabilidade e gestão de

águas, entre outros, e ainda devido à quantidade de recursos que as prefeituras de ambos os

locais tem para investir nas ações de melhoria.

Considerando que o QualityCoast é uma motivação para os municípios costeiros com

potencial turístico buscarem a melhoria contínua, não deveremos logo a partida ter para o

88

Brasil, os critérios similares aos do Norte da Europa, visto que o mesmo sairia em

desvantagem.

Desta forma, verifica-se que os critérios do programa QualityCoast Europeu estão

adaptados a legislação européia, sendo esta muito rigorosa e exigente. No entanto, os

municípios europeus possuem muitos recursos para implantar as ações que auxiliam no

Programa, algo que nem sempre acontece com os municípios brasileiros.

Para o Brasil, temos de fazer uma ponderação, entre a realidade, e os recursos

financeiros disponíveis, e ver a situação que melhor se adapta. Nos critérios poderão vir

recomendações, por exemplo: "para o município X manter a Bandeira QualityCoast, estes

deverão assegurar que haverá uma melhoria nos critérios Y e Z”, e assim por diante. Visto

que o Programa é um incentivo á melhoria continua para municípios costeiros que vivem do

turismo e que possuem um compromisso com o desenvolvimento sustentável.

Se compararmos os resultados obtidos entre os municípios de Aveiro, Noordwijk e

Balneário Camboriú, tudo fica mais claro. Considerando que para o presente trabalho foram

realizadas apenas pequenas alterações com relação aos critérios e indicadores do Programa

Europeu, é notável que os dois estudos de caso europeus tiveram um melhor desempenho com

relação ao município brasileiro.

O município de Aveiro atingiu 70% da pontuação total, enquanto Noordwijk atingiu

80%, e Balneário Camboriú atingiu 60%. Analisando estes resultados fica evidente que o

método é válido para o Brasil, pois a diferença entre a pontuação de Balneário Camboriú com

relação à Aveiro é similar a diferença entre o município português com relação à Noordwijk.

89

7. DISCUSSÃO

Quanto à análise do método do Programa QualityCoast, no município de Balneário

Camboriú é evidente que, da forma que os procedimentos foram aplicados o resultado obtido

foi, até certo ponto, empírico. O processo deveria ser mais integrado entre o Laboratório de

Gerenciamento Costeiro Integrado e o Turismo, por meio de grupos de pesquisa. O

envolvimento da Universidade e da Prefeitura deveria ter sido realizado, por meio de acordos

formais, apresentando, desta forma, uma maior mobilidade e extensão / institucionalização.

Considerando que os dados são pontuais e sem caráter de transparência e

compromisso, o autor teve que valer das informações da forma com elas estão disponíveis,

onde muitas vezes, um único parâmetro serviu para validar os resultados. Isto ocorreu, pois o

método é subjetivo e leva a esta inconsistência de dados. Desta forma, seria fundamental um

refinamento do modelo e dos dados na sua origem, dos quais são utilizados para a aplicação

do método.

No entanto, mesmo diante de tantas dificuldades, o município de Balneário Camboriú

atingiu uma média de 60% da pontuação, o que seria suficiente para o município receber a

Bandeira QualityCoast.

Quanto à análise dos estudos de caso europeus ficou claro que o município de

Noordwijk apresentou o melhor desempenho. Trata-se de um município holandês, país sede

da EUCC, e onde foi criado o QualityCoast. Destaca-se, ainda, que Noordwijk foi o primeiro

município a aderir ao Programa, no ano de 2008. Desta forma, trata-se de um município

pioneiro.

O ótimo desempenho de Noordwijk é justificado, pelo fato de que, a região do Norte

Europeu possui uma legislação ambiental muito rigorosa. As mesmas são seguidas fielmente,

e as ações de fiscalização são incisivas. Cabe ressaltar, que o município dispõe de recursos

para a melhoria contínua dos critérios.

LEEMANS (2007) desenvolveu sua tese de Mestrado, em Amsterdam, com o objetivo

de entender quais as possibilidades de melhorar os critérios ambientais, que indicam áreas

costeiras sustentáveis, por meio de métodos quantitativos. Este estudo pioneiro contribuiu

para o balizamento do método quantitativo de avaliação do Programa.

Além dos trabalhos acadêmicos desenvolvidos no município, Noordwijk conta com a

assistência técnica da consultoria sem fins lucrativos da CoastInfo. Isto justifica a qualidade

dos dados disponibilizados pelo município.

90

O município de Aveiro, por sua vez, é pioneiro em Portugal, quanto à implementação

do Programa. O mesmo vem sendo desenvolvido, por meio de uma parceria entre o Governo

Municipal e a Universidade de Aveiro. Para além do pioneirismo, Aveiro é o município que

possui o melhor desempenho, frente ao Programa em nível nacional. Visto que, o mesmo

possui um melhor desempenho com relação ao município de Torres Vedras. Aveiro possui

estrela de excelência quanto ao tema sociocultural. Isto significa que o mesmo obteve um

desempenho excelente quanto ao tema (EUCC, 2009c).

Quanto à análise dos critérios do Programa QualityCoast, pode-se dizer que as

questões ambientais são de fundamental importância. Tais questões estão abordadas mais

diretamente no Programa, através dos temas natureza e meio ambiente. Os critérios abordados

por estes temas, quando cumpridos de forma adequada, podem refletir em soluções que

podem minimizar os impactos negativos gerados pelas inúmeras atividades exercidas nos

ambientes costeiros.

Um elevado número de turistas freqüenta os municípios costeiros durante a temporada

de verão, isso pode gerar problemas na disposição de lixo, nos sitemas de tratamento de

efluentes, e no abastecimento de água. O comprometimento do poder público, com relação às

políticas ambientais pode ser uma solução para estas ameaças (BEAUMORD & DIEHL,

2004).

Os critérios de natureza socioeconomia e cultural também passam a ser fundamentais

num Programa de Certificação que busca uma gestão costeira integrada em nível local. O

QualityCoast aborda critérios que podem auxiliar neste processo.

Bowen & Riley (2003) demonstram que o modelo “Pressão-Estado-Resposta” pode

auxiliar na relação de causa e efeito entre as relações das atividades humanas, com relação ao

meio ambiente. O Programa QualityCoast, por sua vez, apresenta na sua grande maioria

indicadores de estado do ambiente.

Quanto às estratégias de implementação do programa QualityCoast, no Brasil, ficou

claro que o mesmo depende de ações apropriadas da administração pública e do setor privado,

sendo estes, atores fundamentais num processo de gestão em nível local. Fletcher (2007)

identifica e localiza a influencia dos atores sociais envolvidos nas práticas de gestão costeira,

e define que os tomadores de decisão do processo são dependentes de uma estrutura

organizacional envolvida no processo.

No entanto, em um país como o Brasil, onde a desigualdade social ainda é o grande

problema e desafio, um Programa de certificação deve ser aplicado de forma imparcial, para

91

que o mesmo não se torne refém de processos e natureza política. Este é, portanto um

verdadeiro desafio ético e social (CAMACHO, 2005).

92

8. CONCLUSÕES

Ao término do trabalho foi possível concluir que o método do Programa QualityCoast

é válido para um município costeiro brasileiro. O método utilizado em Balneário Camboriú

foi similar ao utilizado nos municípios europeus, com pequenos ajustes quanto à legislação

local, e retirada, ou fusão de critérios e indicadores inadequados à realidade brasileira.

Desta forma, foi desenvolvido um método que, permitiu uma análise mais direta, onde

para cada indicador foi estabelecida uma forma de análise quantitativa, que esclareceu, quanto

à forma de pontuação que os critérios recebem, de um a cinco.

Ainda, foi possível concluir que para a aplicação do Programa no Brasil será

necessária a participação de diversas instituições públicas e privadas. Deste modo, é

fundamental que o mesmo, seja aplicado de forma criteriosa e ética, e não deixando que os

interesses de natureza política interfiram no processo.

Deste modo a aplicação deste modelo em um município costeiro brasileiro poderá

garantir as populações, qualidade de vida e qualidade ambiental, e ainda trazer

reconhecimento e benefícios econômicos ao município. Cabe ainda destacar que a

implantação de um Programa desta natureza irá fortalecer as políticas públicas a nível

municipal.

Quanto à pontuação, o município de Balneário Camboriú atingiu 60%, enquanto os

municípios de Aveiro e de Noordwijk atingiram 70% e 80% respectivamente. O que

demonstra que a Europa apresenta uma legislação, e uma fiscalização mais rigorosa, e que a

administração pública oferece mais recursos para ações de melhoria, com relação ao Brasil.

Desta forma, o desafio está lançado, e compete aos municípios brasileiros se

comprometerem com o cumprimento rigoroso das legislações ambientais vigentes no país, e

ainda disponibilizarem informações e recursos para as ações de melhoria contínua.

Este compromisso poderá garantir, então, uma certificação ambiental, que muito irá

contribuir para o desenvolvimento turístico dos municípios costeiros brasileiros, e ainda, irá

contribuir para o desenvolvimento de outras políticas públicas, tais como as Políticas

Municipal, Estadual e Federal de Gerenciamento Costeiro, os Planos de Ordenamento da Orla

Costeira e ainda os Planos Diretores municipais, entre outros.

93

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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101

ANEXOS

102

ANEXO I – Quadro de Eventos com, datas, horários, locais e promotores,

programados para o ano de 2010, em Balneário Camboriú.

Evento Data Horário Local Promotor

Verão Kebra Tudo AE Até

28/02/10

Diversos Orla Marítima - Próximo a Rua

1031

Acadêmia Boddy

Energy e Mário

Café

Exposição “Aqui se conta, o tempo dá

notícias...” – História dos jornais de

BC - 1960 a 2000

2as a 6as

(em

janeiro)

8h30 às

19h30

Arquivo Histórico de Balneário

Camboriú – Terceira Av, esquina

com rua 2500.

FCBC

Visitação externa - Projeto Brilhos de

Natal - Praça Tamandaré, Pontal Norte

e Barra Sul

Até

11/01/10

- Tamandaré:Vila do Noel; Barra

Sul: Fábrica de Brinquedos;

Pontal Norte: Casa do Papai Noel

PMBC em

convênio com

CDL

Ginástica na Praia 2a a 6ª (em

janeiro)

7h30 Av. Atlântica início rua 1900 -

Visitação Fábrica de Brinquedos -

Projeto Brilhos de Natal

Até

11/01/10

24 horas

por dia

Barra Sul, em frente ao Unipraias PMBC e CDL

Exposição Ondas, Ciclos em Círculos Até

29/01/10

13h às

19h

Biblioteca Pública Machado da

Assis

FCBC

Atividades de verão na praia -

Esportes, ginástica, shows musicais em

palcos alternados - seis estilos musicais

em revezamento

01 a 31

(em

janeiro)

A definir - Sectur - Projeto

Música na Praia

Carnamboriú 2010 - Shows - Trio

Elétrico e Matinê Infantil

12 a

16/02/10

- Orla da Praia Central PMBC e Sectur

Corrida Rústica da Folia 14/02/10 21h30 Praia Central - Largada Praça

Tamandaré

Luiz Felício

Eventos

Toca do Coelhinho 01 a 04

(em abril)

15h às

22h

Barra Sul Sectur

13° Encontro da Feliz Idade do

Mercosul e América Latina

13 a 18

(em abril)

- Balneário Camboriú PMBC e Tudo

Bem Eventos

Os Amigos se Encontram em Balneário

Camboriú

03/07/10 10h às

17h

A def. Sectur

Dia da "Cãominhada" 10/07/10 A. def A. def PMBC e Sectur

18° Santa Catarina Cup - Torneio

Internacional de Futsal

17 a 25

(em julho)

- Balneário Camboriú Tudo bem

Eventos

Campeonato Mundial de Mountain

Bike

07 a

12/09/10

Diversos Balneário Camboriú Federação

Catarinense de

Ciclismo

Comemoração do Povo do Rio Grande

do Sul em Santa Catarina

20/09/10 - - PMBC e Sectur

Aniversário do 12º Batalhão da Polícia

Militar

08/10/10 20 h 12º Batalhão da Polícia Militar 12º Batalhão da

Polícia Militar

3º Encontro Internacional de

Motociclismo em Balneário Camboriú

12 a 15

(em

outubro)

a partir

das 14h

Motoclube 2008

de Balneário

Camboirú

Abertura do Verão - Brilhos de Natal e

Chegada do Papai Noel

28/11/10 Balneário Camboriú PMBC e Sectur

Reveillon 2010/2011 31/12/10 22h Orla Marítima - A definir PMBC - Sectur

Fonte: (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2010)

103

ANEXO II – Quadro de análises das Categorias e Critérios do QualityCoast Europeu.

QC 1 Valores Naturais

Definição Presença de espécies e habitats importantes internacionalmente que podem ser encontrados no

destino.

Quantificação

% de área protegida para fins de conservação da biodiversidade;

Nr. de espécies e habitats protegidos presentes;

Nota :

Garantir que os dados são recentes (e.g. recolhidos nos últimos 5 anos).

Melhoramentos Sugestões:

Ligar o sector turístico a medidas propostas nos Planos Locais de Acção para a Biodiversidade.

QC 2 Informação sobre a Natureza

Definição Fontes de informação e infraestruturas que promovam a interacção com o ambiente natural local e

estejam localizadas dentro ou próximo das áreas naturais de interesse.

Quantificação

Presença de centros e serviços para visitantes, para áreas protegidas marinhas e terrestres;

Presença de publicações sobre os valores naturais existentes na área;

Nota :

É necessária uma lista sobre meios de informação existentes e previstos dirigidos a visitantes

domésticos e internacionais (e.g. publicações, brochuras, newsletters, etc.).

QC 3 Contacto com a Natureza

Definição Nível apropriado de acessos recreativos às áreas naturais e actividades de baixo impacto relacionadas

com a Natureza.

Quantificação

Presença de programas relacionados com a Natureza (e.g. visitas guiadas, observação de aves ou

cetáceos, circuítos pedonais e cicláveis, voluntariado, actividades educacionais e de sensibilização).

Presença de programas de eco-turismo

% de áreas naturais acessíveis apenas por percursos pedonais

% de areas naturais acessíveis apenas por ciclovias

% de areas naturais acessíveis apenas por percursos equestres

% de areas naturais com acesso multi-usos

Ligação a circuitos pedonais e ciclovias de longa distância

Disponibilidade de infraestruturas e acessos para visitantes incapacitados ou deficientes, e.g.

cadeiras-de-rodas especiais para acesso à praia, veículos motorizados.

QC 4 Políticas Verdes

Definição O nível de protecção dos valores naturais através de políticas e esquemas de gestão integrada,

sectorial e transversal.

Quantificação

Existência de esquemas e estratégias de gestão integrada, e.g. Planos GIZC (Gestão Integrada de

Zonas Costeiras), esquemas agro-ambientais, planos de pesca sustentável, esquemas de eco-gestão de

campos de golf, esquemas de gestão ambiental;

Nr. das diferentes entidades envolvidas em cada tipo de plano ou esquema;

Nr. de organizações locais de turismo e lazer que promovem o seu envolvimento nos planos e

esquemas de gestão ambiental;

QC 5 Paisagem

Definição Presença de paisagem natural e tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo.

Quantificação

Informação base relativamente às categorias de utilização e ocupação do solo, particularmente quanto

às categorias de áreas desenvolvidas, não-desenvolvidas e sítios designados para conservação;

Área (a ser) convertida de utilização não-desenvolvida a desenvolvida, entre 2000 e 2015 (prevista);

% de área desenvolvida = (superfície de area desenvolvida / superfície total)*100;

Nota:

Área desenvolvida é definida como sendo a combinação de áreas construídas, estradas e áreas de

estacionamento.

104

Melhoramentos Sugestões:

Apoio a planos e legislação que garantam a protecção de áreas não-desenvolvidas e medidas de

mitigação de desenvolvimento em areas não-desenvolvidas.

QC 6 Disponibilidade de Locais Tranquilos

Definição Presença de áreas onde os visitantes possam escapar do trânsito, multidões e ruído.

Quantificação

Presença, dimensão e % de áreas tranquilas, jardins públicos e parques urbanos no destino.

QC 7 Pressão Turística

Definição Número de visitantes em relação ao número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua

visita.

Quantificação

Estatísticas sobre visitantes e turistas por ano;

Número médio de visitantes relativamente aos habitantes no pico da época alta;

Nota :

Fórmula proposta: (Nr. de turistas por ano/365 dias) x Média da duração da estadia (em dias)

QC 8 Envolvimento Comercial / Empresarial

Definição O grau de envolvimento da comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento

ambiental e sustentável.

Quantificação

Nr. unidades hoteleiras ou outros fornecedores de acomodação detentores de eco-certificação

oficialmente reconhecida; É necessário fornecer uma lista das certificações atribuídas;

Presença de um programa formal promovendo e atingido progresso em termos de sustentabilidade no

sector comercial/empresarial;

Existência de políticas municipais com incentivos financeiros de forma a promover esse

envolvimento comercial/empresarial;

Melhoramentos Pontos de atenção :

Desenvolvimento de esquemas que encorajem os empresários locais a trabalhar em direcção a

sustentabilidade na hotelaria e outros serviços.

QC 9 Qualidade das Águas Balneares

Definição Cumprimento dos requisitos da qualidade das águas balneares, de acordo com a Directiva 76-160-

CEE.

Quantificação

% de águas balneares cuja qualidade é excelente (resultados por época);

% de praias às quais geralmente é atribuída a Bandeira Azul;

Melhoramentos Sugestões:

Relativamente à nova Directiva 2006/7/CE, 15 de Fevereiro de 2006, respeitante à gestão da

qualidade das águas balneares, que revoga a Directiva 76/160/ECC, a metodologia e requisitos deste

indicador serão adaptados assim que a nova Directiva seja incorporada na legislação nacional.

A nova Directiva 2006-7-CE prevê a monitorização de blooms de algas e crescimento de macrófitas.

QC 10 Gestão da Água

Definição Utilização eficiente da água, particularmente quanto à qualidade da água potável, fornecimento e

origem (dependência externa) e reutilização da água depurada.

Quantificação

Aspectos ambientais do fornecimento e armazenamento da água potável;

Qualidade da água para uso público e industrial;

Existência de programas de poupança de água;

Informação quanto ao consumo litros/pessoa/dia e relação preço;

Aplicação de contadores;

% de perdas de água (transporte) e de água utilizada em campos de golf;

% da água que é tratada antes de ser libertada no ambiente e estado de depuração (secundária,

terciária);

Reutilização de água depurada para rega de campos de golf, jardins, agricultura, etc.;

QC 11 Mobilidade Sustentável

105

Definição Disponibilidade e promoção de meios de transporte sustentáveis.

Quantificação

Nr. e descrição das medidas que têm sido tomadas de forma a reduzir o trânsito nos centros urbanos;

Existência (e número) de ligações de multi-transportes

Melhoramentos Sugestões:

Políticas e planos que promovam a mobilidade e transportes sustentáveis.

QC 12 Resíduos e Reciclagem

Definição Existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos.

Quantificação

Existença de campanhas de redução da produção de resíduos;

Presença de infraestruturas de recolha selectiva dos resíduos e de reciclagem, monitorização da

tendência de resíduos produzidos, selectivamente recolhidos, reciclados e reutilizados;

Existência de recolha especializada de determinados resíduos (óleos, tintas, resíduos químicos ou

perigosos, etc., em marinas, hotéis, reparações de automóveis, hospitais , indústrias, etc.);

Numero de pontos de recolha selectiva nas áreas urbanas;

Melhoramentos Sugestões:

Aumento dos acordos relativamente a gestão e recolha selectiva de resíduos com hotéis,

apartamentos e estabelecimentos comerciais.

Encorajamento do sector turístico para trabalhar com as autoridades locais e estabelecer meios de

informação actualizada sobre recolha de resíduos e reciclagem em locais relevantes.

QC 13 Respostas às Alterações Climáticas

Definição Políticas dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das alterações

climáticas.

Quantificação

Existência de políticas e programas de poupança de energia;

Existência de poíticas que estimulem as empresas e cidadãos a reduzir a suas emissões de carbono;

Planos para reduzir a zero as emissões de carbono do sector turístico;

Políticas de defesa costeira compatíveis com o projecto EUROSION (EU);

Planos para tornar o turismo local menos vulnerável às alterações climáticas ;

QC 14 Herança Cultural

Definição Presença e grau de protecção de elementos que estejam relacionados com as origens e história do

destino e que, embora pertençam à herança cultural da comunidade, já não estão activos.

Quantificação

Presença de elementos arqueológicos, edifícios históricos, museus, colecções, monumentos,

exemplos de actividades tradicionais extintas, etc.;

QC 15 Paisagens Culturais

Definição Presença de paisagens relevantes que sejam formadas ou criadas por acção humana.

Quantificação

Área da paisagem cultural no destino;

Paisagens e cenários particulares no destino;

Exemplos: Salinas, campos de flores, pastagens, etc. (áreas de utilização tradicional, que não estejam

sob protecção a nível de conservação da Natureza);

Melhoramentos Sugestões:

Políticas que prevejam a protecção do horizonte aberto na paisagem.

QC 16 Identidade Local

Definição Presença e atenção de um aspecto físico distinto e/ou ambiente social que seja considerado típico do

destino. Actividades e elementos ligados à tradição que sejam mantidos vivos e integrados no

presente.

Quantificação

Número de eventos e festivais anuais;

Presença de elementos arquitectónicos modernos;

Presença de esquemas de certificação de produtos locais;

Número de alojamentos locais e suas características, e.g. turismo rural, alojamento em casas típicas

ou locais;

QC 17 Lazer e Recreação

106

Definição Disponibilidade de actividades e infraestruturas de lazer e recreativas dentro do destino, com especial

atenção para aquelas associadas à tradição local.

Quantificação

Número de eventos públicos e turísticos por época;

Presença de actividades tradicionais nas quais os turistas poderão participar;

Actividades dirigidas a turistas, que contenham elementos tradicionais do local (e.g. passeios em

barcos tradicionais);

QC 18 Participação da Comunidade

Definição Iniciativas locais que promovam a participação da comunidade e o envolvimento das partes

interessadas na gestão e tomada de decisões.

Quantificação

Existência de oportunidades, tais como acções de formação sobre sustentabilidade ambiental

dirigidas à comunidade local;

Existência de iniciativas de voluntariado e actividades pedagógicas com as escolas;

Existência ou não de estratégias por parte da comunidade;

Número de mecanismos de consulta (fóruns, grupos) com o envolvimento da comunidade;

Número de voluntários e grupos na comunidade envolvidos em provisionar serviços;

Número de pessoas envolvidas em acções transpostas para o trabalho;

QC 19 Satisfação Turistica

Definição O nível de satisfação dos turistas e habitantes relativamente ao destino.

Quantificação

Resultados de sondagens e inquéritos;

Melhoramentos Sugestões:

Preparação de inquéritos para os visitantes, e.g. através de hotéis.

QC 20 Segurança

Definição Existência de um ambiente seguro e saudável e de medidas preventivas.

Quantificação

Presença de serviços especiais, e.g. guarda-costeira, salva-vidas, polícia;

Presença e número de placards informativos sobre segurança, e.g. regras de segurança no mar,

zonação de actividades, potenciais acidentes devido a actividades balneares, etc;

Existência de informação sobre riscos para a saúde relativamente a certas espécies (e.g. alforrecas,

mosquitos), práticas, ambientes, etc. e medidas para diminuir esses riscos;

Existência de esquemas de zonação de actividades e de actividades permitidas;

Melhoramentos Sugestões:

Melhoramento e implementação de sinalização nas praias e informação pública.

107

ANEXO III – Lista de espécies de fauna e flora, para o Parque Municipal.

A vegetação do PARQUE ECOLÓGICO MUNICIPAL RIO CAMBORIÚ constitui

um remanescente da FLORESTA OMBRÓFILA DENSA (MATA ATLÂNTICA) e uma área

sob domínio de mangue.

Algumas espécies arbóreas e arbustivas características e representativas são: garapuvu;

gerivá; silva; mamica-de-cadela; embáuba; macuqueiro; figueira-mata-pau; tajuba; palmiteiro;

ipê; mangue-de-formiga; algodão-de-mangue. Também são encontradas belíssimas epífitas

tais como: bromélias, orquídeas, imbês e, pteridófitas (xaxins, cipó-cabeludo).

FAUNA DO PARQUE ECOLÓGICO MUNICIPAL RIO CAMBORIÚ

GAMBÁ DE ORELHA BRANCA Didelphis albiventris

GAMBÁ DE ORELHA PRETA Didelphis marsupialis

TAMANDUÁ-MIRIM Tamandua tetradactyla

GRAXAIM DO CAMPO Dusicyon gymnocercus

MÃO PELADA Procyon cancrivorus

FURÃO Galictis cuja

CAPIVARA Hydrochaeris hydrochaeris

FRANGO D´ÁGUA Gallinula chloropus

QUERO QUERO Vanellus chilensis

ROLINHA PICUÍ Columbina picui

ROLINHA ROXA Columbina talpacoti

ALMA DE GATO Piaya cayana

ANU PRETO Crotophaga ani

ANU BRANCO Guira guira

CORUJA DO CAMPO Speotyto cunicularia

MARTIM PESCADOR GRANDE Ceryle torquata

PICA PAU ANÃO CARIJÓ Picumnus nebulosus

PICA PAU DO CAMPO Colaptes campestroides

JOÃO DE BARRO Furnarius

SUIRIRI PEQUENO Satrapa icterophrys

TESOURINHA Muscivora tyrannus

BEM TE VI Pitangus sulphuratus

108

BORBOLETINHA DO MATO Phylloscartes ventralis

ANDORINHA PEQUENA DE CASA Notiochelidon cyanoleuca

SABIÁ LARANJEIRA Turdus rufiventris

TISIU Volatinia jacarina

COLEIRINHO Sporophila caerulescens

CANÁRINHO DA TERRA Sicalis flaveola

TICO TICO Zonotrichia capensis

PINTASSILGO Spinus magellanicus

GARÇA BRANCA GRANDE Casmerodius albus

GARÇA BRANCA PEQUENA Egretta thula

MARRECA PARDINHA Anas flavirostris

BIGUÁ

JABUTÍ

CAGADO

BEIJA-FLOR

Sapos

Cobras

Lagartos

Aracnídeos

Abelhas

Outros insetos

109

ANEXO IV – Microzoneamento do uso do solo, segundo (BALNEÁRIO

CAMBORIÚ, 2008b)

110

ANEXO V – Quadro com a listagem de monumentos em Balneário Camboriú.

Monumento Localização

Monumento Portal de Informações Turísticas Av. do Estado, nº 5041.

Túneis de acesso ao município Os túneis da 3ª Avenida, 4ª Avenida e da Integração.

Monumento Mão do Trabalhador que Sustenta o Mundo Praça Kurt Amann, na Avenida Atlântica

Monumento Cascata das Sereias Av. do Estado, próxima ao Corpo de Bombeiros

Monumento Marambaia Em frente ao Marambaia Cassino Hotel

Monumento Esculturas No Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte

Monumento Escultura Na 4ª Avenida

Monumento aos Pescadores Rodovia Interpraias, próximo a praia de Laranjeiras

Monumento Sorriso Em frente ao restaurante Kananga na Avenida Atlântica

Monumento Dama Solitária Rua 1501

Monumento Relógio do Sol Avenida do Estado, próximo a Cascata das Sereias

Molhe da Barra Sul – Esculturas Molhe da barra Sul

Fonte: BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a.

111

APÊNDICES

112

APÊNDICE I – Quadros de análises de Locais tranqüilos em Balneário Camboriú.

Quadro 1: Análise dia 13/12/2008.

Área Ponto Coordenadas

geográficas

(UTM)

Data e

Horário

Acesso Nível de

Ruído

Ambiente

[dB(A)]

Descrição

1 1.1 Sede da

Praia dos

Amores

0734779

7016131

13/12/08

10h 30m

Final da Rua

Érico Veríssimo,

Praia dos

Amores

37 A sede da Praia dos Amores

apresenta um parque infantil, pista

de skate, campo de futebol (terra),

e alguns bancos de cimento. A

sede faz limite com uma área

residencial, uma lagoa natural e

mata nativa. Área silenciosa,

porém foi detectado um ruído com

caráter impulsivo (martelagens)

proveniente de uma construção

civil, na área residencial limite. No

entanto este apresentou nível de

pressão sonora de 57 dB(A).

Enquanto uma criança falava, o

nível de pressão sonora atingiu 60

db(A). Salienta-se a ausência de

comunicação ambiental no local.

1 1.2 Complexo

de Eventos

Morro do

Careca

0735620

7015632

13/12/08

11h

Acesso pela Rua

Sergio Millet,

Praia dos

Amores

36 O Complexo de Eventos Morro do

Careca apresenta parque infantil,

bancos de madeira, área para vôo

livre, estacionamento (carros,

motos e bicicletas). Área silenciosa

com nível de ruído de

aproximadamente 36 dB(A)

atingindo níveis de pressão sonora

de 50 dB(A), durante a chegada de

carros no estacionamento e 59

dB(A), com pessoas adultas

conversando. Salienta-se a

presença de informação ambiental,

por meio de placas de informação

para o público, somente em

Português. Ressalta-se ainda a

presença de turistas estrangeiros,

possivelmente argentinos.

1 1.3 Pontal

Norte da Praia

Central

0735125

7014527

13/12/08

13h55m

Av. Atlântica,

Pontal Norte da

Praia Central

53 O nível de ruído ambiente é de 53

dB(A), no deck à margem do

ribeirão Marambaia. Este pode

estar relacionado ao vento sudeste

fraco a moderado que soprava no

local, bem como ao leve ruído

gerado pela movimentação

marítima. Salienta-se a pouca

agitação marítima no local.

2 2.1 Praça na

Orla da Av.

Atlântica, Praia

Central

0734826

7013461

13/12/08

13h40m

Praça na Orla da

Av. Atlântica,

Praia Central,

altura da Rua

1111

64 A praça na orla da praia central,

apresenta um nível de ruído

ambiente de 64 dB(A), devido ao

forte vento sudeste e o ruído

gerado pela movimentação

marítima (agitação moderada). O

nível de pressão sonora atinge

facilmente o valor de 75 dB(A),

durante a passagem de ônibus,

caminhões e motocicletas na

Avenida Atlântica.

3 3.1 Parque

Atrás do

Supermercado

0734159

7014038

13/12/08

11h30m

Acesso pelas

Ruas Síria e

Portugal, atrás

50 O Parque (passagem entre as Ruas

Síria e Portugal), atrás do

supermercado Angeloni é um local

113

Angeloni do

Supermercado

Angeloni

arborizado, agradável visualmente,

no entanto apresenta um nível de

ruído ambiente de 50 dB(A). Este

valor relativamente alto para um

local dessa natureza está associado

a um motor funcionando

constantemente no Angeloni.

Salienta-se que o nível de pressão

sonora atingiu 70 dB(A), durante a

passagem de caminhões na Rua

Síria. Ressalta-se ainda a falta de

comunicação ambiental no local.

4 4.1 Parque

Natural

Municipal

Raimundo

Gonçalez Malta

0734232

7010239

13/12/08

12h

Entrada junto à

Secretaria de

Meio Ambiente

da PMC. Atrás

da UNIVALI

37 O Parque Natural Municipal

Raimundo Gonçalez Malta

apresenta um nível de ruído

ambiente de 37 dB(A), embora

estivesse fechado em 13/12/08,

sábado ao meio dia. No entanto o

local é uma potencial área

silenciosa no município, visto que

com o parque fechado, e a medição

sendo realizado no exterior do

parque, o nível de pressão sonora

não ultrapassou os 40 dB(A).

Salienta-se a presença de

comunicação ambiental, por meio

de placas de informação ao

público, em português.

5 5.1 Praia do

Estaleirinho

0739275

7005913

13/12/08

12h30m

Acesso pela Av.

Inter-praias,

meio da praia do

Estaleirinho, ao

lado do posto

salva-vidas

63 O deck no meio da praia do

Estaleirinho, ao lado do posto

salva-vidas. O nível de ruído

ambiente de 63 dB(A), este valor

está relacionado à forte agitação

marítima nesta praia reflexiva, do

município de Balneário Camboriú.

Salienta-se que o vento soprava de

Sudeste com intensidade

moderada.

6 6.1 Praia do

Pinho

0740506

7009034

13/12/08

12h45m

Acesso pela Av.

Inter-praias,

praia do Pinho,

em frente a sede

do camping.

63 A praia do Pinho, ao lado do posto

salva-vidas. O nível de ruído

ambiente de 63 dB(A), este valor

está relacionado à forte agitação

marítima nesta praia reflexiva, do

município de Balneário Camboriú.

Salienta-se que o vento soprava de

sudeste com intensidade moderada.

7 7.1 Praia de

Taquarinhas

0739903

7011138

13/12/08

13h

Acesso pela Av.

Inter-praias,

canto Sul da

praia de

Taquarinhas

55 O canto Sul da praia de

Taquarinhas apresenta nível de

ruído ambiente de 55 dB(A), esse

valor inferior em relação aos níveis

das praias Central, do Pinho e do

Estaleirinho, está associado à praia

ser protegida das ondulações de

sul/sudeste, predominantes na

região, visto que é uma praia mais

silenciosa, por estar protegida,

ainda do vento do quadrante

sudeste que soprava moderado no

local.

8 8.1 Molhe da

Barra Sul

0737783

7010921

13/12/08

13h20m

Acesso pela Av.

Atlântica, barra

Sul da praia

Central

55 O Molhe da Barra Sul da praia

Central apresenta nível de ruído

ambiente de 55 dB(A), esse valor

inferior em relação aos níveis das

praias Central do Pinho e do

Estaleirinho, está associado à praia

ser protegida das ondulações de

114

sul/sudeste, predominantes na

região, visto que é uma praia mais

silenciosa, por estar protegida,

ainda do vento do quadrante

sudeste que soprava moderado no

local. No entanto durante a

passagem de embarcações o nível

de pressão sonora atinge cerca de

70 dB(A). Salienta-se que e o nível

de pressão sonora atingiu 69

dB(A) durante a passagem do

Barco Pirata, com seu amplificador

de som.

Quadro 2: Análise dia 05/01/2009.

Área Ponto Coordenadas

geográficas

(UTM)

Data e

Horário

Acesso Nível de

Ruído

Ambiente

[dB(A)]

Descrição

1 1.1 Sede da

Praia dos

Amores

0734779

7016131

05/01/09

11h 00m

Final da Rua

Érico

Veríssimo,

Praia dos

Amores

35 A sede da Praia dos Amores apresenta um

parque infantil, pista de skate, campo de

futebol (terra), e alguns bancos de

cimento. A sede faz limite com uma área

residencial, uma lagoa natural e mata

nativa. Área silenciosa, não ultrapassou

os 35 dB(A).

1 1.2 Complexo

de Eventos

Morro do

Careca

0735620

7015632

05/01/09

11h 30m

Acesso pela

Rua Sergio

Millet, Praia

dos Amores

34 O Complexo de Eventos Morro do Careca

apresenta parque infantil, bancos de

madeira, área para vôo livre,

estacionamento (carros, motos e

bicicletas). Área silenciosa com nível de

ruído de aproximadamente 34 dB(A).

1 1.3 Pontal

Norte da Praia

Central

0735125

7014527

13/12/08

14h 30m

Av. Atlântica,

Pontal Norte

da Praia

Central

51 O nível de ruído ambiente é de 51 dB(A),

no deck à margem do ribeirão

Marambaia.

2 2.1 Praça na

Orla da Av.

Atlântica,

Praia Central

0734826

7013461

05/01/09

14h 10m

Praça na Orla

da Av.

Atlântica,

Praia Central,

altura da Rua

1111

63 A praça na orla da praia central, apresenta

um nível de ruído ambiente de 63 dB(A).

O nível de pressão sonora atinge

facilmente o valor de 75 dB(A), durante a

passagem de ônibus, caminhões e

motocicletas na Avenida Atlântica.

3 3.1 Parque

Atrás do

Supermercado

Angeloni

0734159

7014038

05/01/09

12h

Acesso pelas

Ruas Síria e

Portugal, atrás

do

Supermercado

Angeloni

50 O Parque (passagem entre as Ruas Síria e

Portugal), atrás do supermercado

Angeloni é um local arborizado,

agradável visualmente, no entanto

apresenta um nível de ruído ambiente de

50 dB(A). Este valor relativamente alto

para um local dessa natureza está

associado a um motor funcionando

constantemente no Angeloni. Salienta-se

que o nível de pressão sonora atingiu 70

dB(A), durante a passagem de caminhões

na Rua Síria. Ressalta-se ainda a falta de

comunicação ambiental no local.

4 4.1 Parque

Natural

Municipal

Raimundo

Gonçalez

Malta

0734232

7010239

05/01/09

12h 30m

Entrada junto

à Secretaria

de Meio

Ambiente da

PMC. Atrás

da UNIVALI

35 O Parque Natural Municipal Raimundo

Gonçalez Malta apresenta um nível de

ruído ambiente de 35 dB(A). Parque

aberto.

5 5.1 Praia do

Estaleirinho

0739275

7005913

05/01/09

13h

Acesso pela

Av. Inter-

61 O deck no meio da praia do Estaleirinho,

ao lado do posto salva-vidas. O nível de

115

praias, meio

da praia do

Estaleirinho,

ao lado do

posto salva-

vidas

ruído ambiente de 61 dB(A).

6 6.1 Praia do

Pinho

0740506

7009034

05/01/09

13h 20m

Acesso pela

Av. Inter-

praias, praia

do Pinho, em

frente a sede

do camping.

60 A praia do Pinho, ao lado do posto salva-

vidas. O nível de ruído ambiente de 60

dB(A).

7 7.1 Praia de

Taquarinhas

0739903

7011138

05/01/09

13h 30m

Acesso pela

Av. Inter-

praias, canto

Sul da praia

de

Taquarinhas

52 O canto Sul da praia de Taquarinhas

apresenta nível de ruído ambiente de 52

dB(A).

8 8.1 Molhe da

Barra Sul

0737783

7010921

05/01/09

13h50m

Acesso pela

Av. Atlântica,

barra Sul da

praia Central

53 O Molhe da Barra Sul da praia Central

apresenta nível de ruído ambiente de 53

dB(A).

116

APÊNDICE II - Análise de balneabilidade (Verão 09/10 e Inverno 09).

Município Ponto de

coleta

23/12/09 08/01/10 15/01/10 22/01/10 05/06/09 16/06/09 19/06/09 26/06/09

Balneário

Camboriú

Praia de Laranjeiras,

no meio da

praia

P P P P P P P P

Praia de

Taquaras, em

frente à escola

municipal

P P P P P P P P

Praia de Taquaras,

lagoa de

Taquaras

I I I I I I I I

Praia do

Baln.

Camboriú,

pontal norte

I I I I I I I P

Praia do

Baln.

Camboriú, frente à Rua

1001

P P P I P P P P

Praia do

Baln. Camboriú,

frente à Rua

2000

P P P P P P P P

Praia do

Baln.

Camboriú, frente à Rua

3000

I I P P P P P P

Praia do Baln.

Camboriú,

pontal sul - frente à Rua

4900

I I I I P P P P

Praia do

Baln. Camboriú,

frente à Rua

4000

I P P P P P P P

Praia do

Baln.

Camboriú, frente à Rua

3500

P P P P P P P P

Praia do

Baln. Camboriú,

frente à Rua

2500

P P P I P P P P

Praia do

Baln.

Camboriú, frente à Rua

1400

P P P I P P P P

Praia do Baln.

Camboriú,

frente à Rua 51

P P P I P P P P

Praia do

Estaleiro,

entre r. Domingos

Fonseca e

Napoleão

Vieira

P P P I P P P P

117