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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES Por: Luis Carlos Rodrigues dos Santos Orientador Prof. Vinicius Calegari Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O CRESCIMENTO E

DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES

Por: Luis Carlos Rodrigues dos Santos

Orientador

Prof. Vinicius Calegari

Rio de Janeiro

2015

DOCUM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O CRESCIMENTO E

DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

Por: Luis Carlos Rodrigues dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, еm primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada.

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DEDICATÓRIA

Аоs meus pais, minha noiva Cristiane Freitas, minha família е a todos meus

amigos que ajudaram diretamente e indiretamente, cоm muito carinho е apoio,

nãо mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida.

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RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo entender o conceito de motivação

em colaboradores dentro das organizações e como a empresa aumenta sua

lucratividade como pessoas motivadas em seu trabalho; integrar as teorias

motivacionais com o dia a dia dos colaboradores; e, compreender melhor como

as empresas podem motivar seus colaboradores, unindo os objetivos pessoais

com os institucionais.

O procedimento metodológico utilizado para a realização desta

monografia será de caráter exploratório, apresentando definições e o uso da

motivação em equipes e ambientes organizacionais.

O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito

como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,

buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons

resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e

motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.

Palavras-chave: Motivação. Recursos humanos. Liderança organizacional.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho está orientada

pela pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva baseada nas premissas

teóricas de autores acerca do tema ao se tratar de um estudo qualitativo e

interpretativo. Os procedimentos técnicos utilizados são: análise de textos, e

documentos (GIL, 1999). Em um primeiro momento deverá ser feito uma

seleção do tema e das abordagens tratadas por estudiosos, selecionando os

textos e documentos necessários para a construção da pesquisa, através de

leituras de textos em bibliotecas, editoras, internet. Posteriormente será

utilizada a técnica de fichamento do material coletado, de modo a escolher as

melhores passagens e marcos teóricos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Motivação – O conceito 10

CAPÍTULO II - Administração de Recursos Humanos e Desenvolvimento das

Organizações 21

CAPÍTULO III – A Liderança na Organização: Impulsionando a Motivação

26

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 35

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INTRODUÇÃO

O tema “Motivação no ambiente de trabalho” foi escolhido para ser

desenvolvido neste projeto devido à observação de como as organizações

atuais apresentam elevada rotatividade de colaboradores que estão

insatisfeitos com seu emprego. Essa insatisfação é notória quando o individuo

não se sente confortável em seu ambiente de trabalho e, consequentemente

perde sua motivação. E isto afeta diretamente o crescimento empresarial.

Este estudo aborda como as organizações podem e devem motivar

seus clientes internos e fideliza lós, para então obter um ambiente

organizacional produtivo e motivador. Por isso é importante questionar: como a

desmotivação no ambiente de trabalho pode influenciar na produtividade?

Acredita-se que os colaboradores desmotivados no ambiente de

trabalho causam estresse e atraso no avanço de tarefas empresariais. Ou seja,

a organização reduz sua produtividade. Além disso, ocorrem demais situações

como conflitos internos, rotatividade, prazos atrasados e a imagem da empresa

pode se tornar negativa no mercado. Assim é necessário motivar os

funcionários com recompensas e benefícios. Para isso a observação,

questionários e feedback são essências para a empresa saber como irá agir

com seus clientes internos.

Sendo assim os objetivos dessa pesquisa são: entender o conceito de

motivação em colaboradores dentro das organizações e como a empresa

aumenta sua lucratividade como pessoas motivadas em seu trabalho; integrar

as teorias motivacionais com o dia a dia dos colaboradores; e, compreender

melhor como as empresas podem motivar seus colaboradores, unindo os

objetivos pessoais com os institucionais.

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O procedimento metodológico utilizado para a realização desta

monografia será de caráter exploratório, apresentando definições e o uso da

motivação em equipes e ambientes organizacionais.

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CAPÍTULO I

MOTIVAÇÃO

O CONCEITO

O ambiente em que as organizações estão inseridas é cada vez mais

competitivo, as tecnologias avançam rapidamente, as economias estão cada

vez mais integradas e as empresas neste contexto precisam ser dinâmicas e

se adaptar às mudanças rapidamente.

Um mundo de negócios competitivos é importante que as empresas

mantenham seus funcionários muito motivados, pois desta forma eles trazem

retornos maiores para as organizações onde estão inseridos, sendo assim a

motivação funciona como o principal combustível para as empresas. (GIL,

2010)

Robbins (2005, p. 342) define motivação como “disposição de exercer

um nível elevado e permanente de esforço em favor das metas da

organização, sob a condição de que o esforço seja capaz de satisfazer alguma

necessidade individual”.

Para definir motivação DeCenzo e Robbins (2001, p 235.) afirmam que

“motivação seria a disposição de fazer alguma coisa, quando essa coisa é

condicionada por sua capacidade de satisfazer alguma necessidade para o

individuo”.

Gil (2010) corrobora com Robbins (2005) e DeCenzo e Robbins (2001)

ao afirmar que a motivação tem sempre origem em uma determinada

necessidade. Cada um de nós tem necessidades individuais, onde as

motivações são geradas.

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1.1 - Origens da motivação humana

Os indivíduos possuem diversas necessidades as quais são

responsáveis por suas motivações, neste sentido ao longo do tempo surgiram

teorias que buscaram descrever os mecanismos associados a motivação.

A Noção de necessidade permeia a maior parte dos

conceitos no campo da motivação. Sendo considerado o

ponto de partida do comportamento motivacional, a

necessidade, usada no sentido de estado de carência,

esta presente em um bom número de teorias.

(BERGAMINI, 1997, p. 63).

1.1.1 – Abraham Maslow: Teoria da Hierarquia das Necessidades

Algumas teorias motivacionais são muito conhecidas e se destacaram

ao longo dos tempos. Contudo, sem dúvida, a mais lembrada delas é a de

Maslow, onde a motivação é para ele encontrada em todos os indivíduos, de

forma complexa e constante. (LIMONGI-FRANÇA, 2002).

Maslow foi responsável por desenvolver a teoria sobre a hierarquia das

necessidades, através da qual é possível identificar os fatores motivacionais,

neste caso as necessidades insatisfeitas. Maslow afirma que todos possuímos

necessidades insatisfeitas, sempre quando se consegue suprir tal insatisfação,

outra logo ocupa o lugar da mesma. (LACOMBE e HEILBORN, 2008).

Segundo Maslow (apud CHIAVENATO, 2004, p. 66) “as necessidades

humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância no

comportamento humano”.

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Figura 1: Pirâmide das Necessidades de Maslow

Fonte: http://estrategiaemercado.blogspot.com (2011)

Na figura 1 observa-se a pirâmide das necessidades de Maslow sendo

que o atendimento das mesmas pelas pessoas começa da base para o topo.

Quanto aos níveis da pirâmide Lucena (1997, p. 72) caracterizada da seguinte

forma:

[...] (1) Necessidades fisiológicas que dizem respeito à

sobrevivência do organismo; (2) Necessidades de

segurança, que buscam encontrar um ambiente livre de

ameaças; (3) necessidades sociais voltadas à aceitação e

amizade no grupo; (4) necessidades de estima

direcionadas a busca de uma autoimagem positiva e (5)

necessidade de auto-realização principalmente orientada

para o desenvolvimento integral da potencialidade

individual.

Para caracterizar esta pirâmide dentro das empresas Morgan 2008

(apud Lacombi e Heilborn 2008) consideram que as necessidades fisiológicas

estão relacionadas às condições de trabalho, as de segurança com planos de

saúde, aposentadoria, plano de carreira, as sociais com as amizades, a

interação de todos dentro da organização, as de estima ou status com

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valorização do trabalho, autonomia, e por fim as de auto-realização com o

comprometimento e a importância do trabalho na vida do colaborador.

As necessidades seguem um nível hierárquico sendo que um nível

superior não pode ser suprido sem que imediatamente inferior a ele não o

tenha sido deste modo Kondo (1994) enfatiza que “as necessidades humanas

são apresentadas como se fossem manifestadas de maneira gradual seguindo

tal hierarquia”.

1.1.2 – Teoria ERG

A Teoria ERG (Existence, Relatednees, Grow) foi desenvolvida por

Clayton Alderfer, possui semelhanças com a de Maslow, pois Aldefer

acreditava que existência, relacionamento e crescimento também eram fatores

motivacionais sequenciais. (BERGAMINE, 1997).

As necessidades de Alderfer se relacionam com as de Maslow sendo

as de existência com as necessidades fisiológicas e de segurança, as de

relacionamento com os fatores sociais e por fim as de crescimento com as de

autoestima e auto-realização. (BERGAMINE, 1997).

O que diferencia esta teoria da pirâmide das necessidades de Maslow

é o fato de os fatores não respeitarem uma hierarquia, não se precisa suprir

uma necessidade para poder chegar a outra, as 3 necessidades de Alderfer

acontecem de forma simultânea. (LEMONGI-FRANÇA, 2002).

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1.1.3 – Teoria dos dois fatores de Herzberg

A teoria dos dois fatores surgiu em 1950, ao contrário de outras teorias

que usavam a experiência prática dos pesquisadores, através da dedução,

Herzberg resolveu fundamentar sua teoria em uma pesquisa, onde

participaram 200 pessoas entre contadores e engenheiros. (LEMONGI-

FRANÇA, 2002).

Após a realização da pesquisa foi observado que no ser humano

existem dois tipos de fatores que o motivam: fatores motivacionais ou

intrínsecos e fatores higiênicos ou extrínsecos. Como fatores motivacionais

têm-se as condições de trabalho, realização profissional, promoções,

crescimento e como fatores higiênicos tem-se a segurança, o status,

remuneração, qualidade da supervisão. (LACOMBE e HEILBORN, 2008).

Quadro 1 - Fatores higiênicos e motivadores

FATORES HIGIÊNICOS DESCRIÇÃO Salários e Benefícios Inclui bônus e prêmios, carro da empresa,

planos de saúde e itens assemelhados que incrementam o salário.

Condições de Trabalho Envolve as características do ambiente, as instalações, as máquinas, os equipamentos e a quantidade de horas de trabalho.

Politica da Empresa Refere-se não apenas as normas formais (escritas), mas também as regras informais (não escritas) que definem as relações com o empregador e empregado.

Status É identificado por itens como: natureza do cargo, autoridade, relacionamento com os outros e prestigio interno e externo.

Segurança no Trabalho Refere-se não apenas as condições físicas de segurança, mas também a confiança que o empregado tem em relação a sua permanência na empresa.

Supervisão Grau de controle que o empregado tem sobre o trabalho que executa.

FATORES MOTIVADORES DESCRIÇÃO Responsabilidade Sentimento de responsabilidade pelo trabalho

que executa, independentemente de qualquer coerção exterior.

Reconhecimento Reconhecimento da capacidade de trabalho e

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do desempenho no cargo pelos superiores. Desafios Disposição para realizar tarefas reconhecidas

como difíceis Realização Percepção de que o trabalho esta adequado

às expectativas. Crescimento Sensação de estar alcançando ou ter

ultrapassado os objetivos Fonte: Gil (2010, p.208)

A relação entre a teoria de Maslow e Herzberg, de acordo com

Chiavenato (2004, p.70) é que:

A teoria de Maslow baseia-se em uma estrutura uniforme

e hierárquica de necessidades e a de Herzberg em duas

classes de fatores. Ambas repousam na presunção

implícita de que existe ‘uma maneira melhor’ de motivar

as pessoas, seja pelo reconhecimento da pirâmide de

necessidade humanas, seja através da aplicação de

fatores motivacionais e enriquecimento de cargo. Todavia,

a evidência tem demonstrado que diferentes pessoas

reagem a diferentes maneiras, conforme a situação em

que estejam colocadas.

Na figura 2, será apresentado uma comparação dos modelos de

Motivação de Maslow e de Herzberg.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Figura 2 - Comparação dos modelos de Motivação de Maslow e de Herzberg. Fonte: Chiavenato (2004, p. 71) 1.1.4 – Teoria X

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Figura 2 - Comparação dos modelos de Motivação de Maslow e de Herzberg.

Fonte: Chiavenato (2004, p. 71) 1.1.4 – Teoria X e Teoria Y de McGregor

As teorias X e Y são opostas. Na X acredita-se que o ser humano não

gostava de trabalhar, eram preguiçosos, portanto os mesmos tinham que ser

controlados, ameaçados com alguma forma de punição, e se compensados

teria que ser de forma material para trabalharem com vontade. (LACOMBE e

HEILBORN, 2008).

Na Teoria Y acreditava-se que o ser humano precisava ser

compensado de outras formas, como por exemplo, perspectiva profissional,

relacionamentos interpessoais, pois nesta teoria as pessoas precisam que

suas necessidades sejam atendidas para se sentirem motivadas. (LACOMBE e

HEILBORN, 2008).

Para Gil (2010) quando se leva esta teoria para o dia a dia da empresa

não se pode classificar gerentes como X ou Y apenas, na realidade das

empresas estes possuem características de ambas as teorias. Gil (2010, p.

206) ainda afirma que “os adeptos da teoria X tendem a trabalhar afastados de

sua equipe, ao passo que os adeptos da teoria Y costumam partilhar com seus

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subordinados as decisões a serem tomadas e a dar um retorno antes de serem

implantadas as mudanças”.

Chiavenato (1994) corrobora com Gil (2010) ao também comentar que

a teoria X e Y são dois extremos e antagônicos que servem para ilustrar dois

estilos de liderar as pessoas, sendo que os gerentes geralmente se encontram

entre essas duas teorias, onde existem diversos estilos intermediários.

Ainda para Gil (2010), os gerentes não podem ser classificados apenas

como a Teoria X ou Y, eles podem ter o perfil das duas teorias, conforme o

quadro 2.

Quadro 2: Perfil dos gerentes da Teoria X e Teoria Y

TEORIA X TEORIA Y

O gerente admite que:

se não controla diretamente, a equipe não produz às vezes é preciso repreender ou mesmo demitir um funcionário para ensinar os demais para manter o comando é preciso distanciar-se um pouco da equipe a maioria dos empregados não tem ambição e precisa de um empurrão as decisões mais importantes devem ser tomadas por ele, sem a participação dos empregados.

O gerente admite que:

qualquer pessoa pode ser criativa, desde que devidamente estimulada de modo geral, os empregados são merecedores de sua confiança em algumas ocasiões, seus subordinados podem conduzir as reuniões seus empregados são capazes de se autocontrolarem sob condições favoráveis, as pessoas gostam de trabalhar.

Fonte: Gil (2010, p.207)

1.1.5 – Teoria da Expectativa de Vroom

A teoria da Expectativa foi proposta por Victor Vroom em 1964, sua

teoria é voltada especificamente para o ambiente de trabalho. Esta veio a

explicar porque os trabalhadores fazem somente o necessário para manter

seus trabalhos e porque estes não são motivados em seus cargos. (LIMONGI-

FRANÇA, 2002; ROBBINS, 2005).

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Figura 2 - Comparação dos modelos de Motivação de Maslow e de Herzberg. Fonte: Chiavenato (2004, p. 71) 1.1.4 – Teoria X

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Desta forma o individuo é um ser que possui determinados desejos,

crenças, que são colocados em prática para o alcance de determinados

objetivos desde que a força da expectativa (probabilidade) seja seguido de um

resultado satisfatório alto. Expectativa neste caso é o grau em que a pessoa

acredita que seus objetivos sejam alcançados. (LIMONGI-FRANÇA, 2002).

Robbins (2005, p. 355) afirma que a teoria proposta por Vroom diz que:

Um funcionário será motivado a se esforçar no trabalho quando acreditar que seu esforço levara a uma boa avaliação de desempenho; que uma boa avaliação resultara em recompensas organizacionais – como gratificação, aumento de salário ou promoção -; e que essas recompensas satisfarão suas metas pessoais.

A teoria da expectativa de Vroom (apud Robbins 2005) possui três

dimensões que são descritas abaixo

a) Relação esforço-desempenho – esta relação demonstra a probabilidade

que o indivíduo percebe que seu esforço resultara em desempenho.

b) Relação desempenho-recompensa – Esta relação demonstra qual o

grau de desempenho que o indivíduo acredita ser necessário para se

alcançar um resultado esperado.

c) Relação recompensas-metas pessoais – Esta relação demonstra o grau

de recompensas que satisfazem as necessidades dos indivíduos.

“O fundamental para a teoria da expectativa é o entendimento das

metas de um individuo e o elo entre esforço e desempenho, entre desempenho

e recompensas e, finalmente, entre as recompensas e a satisfação das

metas”. (ROBBINS, 2005, p. 356).

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1.2 – Forças motivacionais

Existem certas forças que motivam as pessoas em relação ao

ambiente em que vivem, sendo que estas forças influenciam o trabalho

realizado pelas mesmas, neste sentido McClelland (1961 apud Marras 2000)

prova que existem forças motivacionais que refletem a cultura na qual

cresceram, e que estas se dividem em três forças motivacionais, sendo elas:

a) Motivação para realização: Esta força leva os indivíduos a atingir metas

e a vencer desafios, indivíduos orientados para realização esperam

receber avaliações sobre seu trabalho.

b) Motivação para a afiliação: Nesta força os indivíduos esperam realizar-

se e integrar-se socialmente em seu local de trabalho. Neste caso os

indivíduos alcançam melhores resultados quando são reconhecidos por

seus supervisores, em relação ao seu desempenho no trabalho.

c) Motivação para o poder: Nesta força os indivíduos têm a necessidade de

influenciar pessoas, sendo que existem duas formas de o indivíduo se

motivar em relação ao poder, (1) na busca do poder pessoal, neste caso

os interesses estão acima dos da organização, (2) na busca do poder

institucional, neste caso o indivíduo busca realizações para a empresa

influenciando as pessoas.

Como visto a motivação influencia o comportamento das pessoas em

seu local de trabalho, sendo que estas buscam em seu local de trabalho

satisfazer suas necessidades e a serem reconhecidas quanto ao seu

desempenho, logo quanto mais o empregado sente que seu trabalho é

reconhecido, mais motivado a realizar seu trabalho ele ficará.

Esta motivação ou desmotivação sofrida pelos funcionários tem

influência direta na avaliação de desempenho, que irá determinar como a

pessoa está desenvolvendo seu papel, seja de forma satisfatória ou não em

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seu posto de trabalho, neste sentido no tópico a seguir será discorrido o tema

avaliação de desempenho que é foco desta pesquisa.

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CAPÍTULO II

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS E

DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES

A Administração de Recursos Humanos (ARH) não possui um fato

histórico preciso que defina o seu surgimento, acredita-se que já na época

primitiva, com o homem da caverna, enfrentava-se este desafio. Além da

época primitiva têm-se também os registros bíblicos onde Moisés já passava

por dificuldades na administração de seus seguidores. (WERTHER e DAVES

apud MÔNACO, 2007).

Com o passar do tempo a ARH vem passando por transformações,

com o desenvolvimento da sociedade e, por conseguinte das organizações,

neste sentido é cada vez maior a necessidade de gerenciar as pessoas em

seus postos de trabalho.

Para Marras (2000) a administração de pessoas surgiu da necessidade

de contabilizar o trabalho dos indivíduos no que diz respeito a horas de

trabalho, faltas, atrasos e pagamentos.

Com o advento da revolução industrial o homem era visto como uma

máquina parte de um mecanismo de produção, onde a preocupação era

manter os altos níveis de produção, otimizando tempo, dinheiro e materiais,

deste modo os estudos na área de administração científica eram voltados para

os métodos de produção a fim de otimizá-los. (CHIAVENATO, 2004).

Na visão de Gil (2004 apud Mônaco 2007, p. 38):

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“O movimento de valorização das relações humanas

surgiu em oposição aos princípios e práticas do modelo

clássico de administração, [...] a descoberta do fator

humano no trabalho proporcionou o refinamento das

práticas atribuídas a seção de pessoal. Uma das mais

marcantes é a utopia entre capital e trabalho através da

integração do individuo ao ambiente organizacional.

Em função do advento da revolução industrial em que o homem era

visto como “peça” do processo produtivo e posteriormente com o movimento

que veio valorizar as relações humanas é que Tachizawa; Ferreira; Fortuna

(2004) elaboraram o que chamam de “paradigma pós-industrial”, ou seja, a

relação de confronto dos métodos clássicos de administração frente à

humanização das relações de trabalho.

Neste caso Tachizawa; Ferreira; Fortuna (2004) apóiam o termo

“paradigma pós-industrial” na flexibilidade nas relações de trabalho, na

flexibilidade dos processos, na economia cada vez mais globalizada e nas

inovações tecnológicas.

Com base nesse contexto podemos dizer que as organizações estão

em constante desenvolvimento e crescimento, e para que este crescimento

seja constante, estas necessitam de pessoas para as atividades do seu dia a

dia.

As pessoas passam a maior parte de seu tempo dentro de empresas

desempenhando papéis a que foram designadas, deste modo estas tem uma

contribuição fundamental na vida delas, pois são nas organizações que estas

crescem, se desenvolvem e trabalham. (CHIAVENATO, 2000).

As organizações são criadas para produzir algo: produtos

ou serviços [...]. Embora possuam coisas inanimadas,

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como edifícios, máquinas e equipamentos, instalações,

mesas, arquivos etc., as organizações são, afinal de

contas, constituídas por pessoas. As organizações podem

somente funcionar quando as pessoas estão em seus

postos de trabalho e desempenham adequadamente os

papéis para os quais foram selecionadas, admitidas e

preparadas. (CHIAVENATO, 2009, p. 7).

A ARH tem como principal função manter a integração entre as

pessoas e as organizações, para que sejam alcançados tanto os objetivos

organizacionais como individuais. (GIL, 2010).

Em relação ao surgimento da ARH Gil (2010 apud Mônaco 2007)

acredita que se deu na década de 60 quando esta expressão veio substituiu os

termos “administração de pessoal e “relações industriais, e que esta mudança

aconteceu em virtude de uma visão mais integradora das áreas da

organização, a que se chama de visão sistêmica”.

Frente às relações do individuo com a organização ao longo do tempo

é que surge a Área de Recursos Humanos dentro das empresas, neste sentido

Chiavenato (2000, p. 147) afirma que “a Administração de Recursos Humanos

significa conquistar e manter pessoas na organização, trabalhando e dando o

máximo de si, com uma atitude positiva e favorável”.

Ainda na visão de Chiavenato (2004, p. 130), “o RH é um meio de

alcançar a eficácia e a eficiência das organizações através das pessoas

permitindo condições favoráveis para que estas alcancem seus objetivos

pessoais”.

Para Decenzo e Robbins (2001, p. 3) “a Administração de Recursos

humanos é a parte da organização que trata da dimensão pessoas”.

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A ARH provoca impactos nas pessoas e nas

organizações. A maneira de lidar com as pessoas, de

buscá-las no mercado, de integrá-las, de orientá-las, fazê-

las trabalhar, desenvolve-las ou monitorá-las e controlá-

las – ou seja, a qualidade da maneira como as pessoas

são geridas na organização – é um aspecto crucial na

competitividade organizacional. (CHIAVENATO, 2004, p.

134).

Quando se fala das atividades de RH citadas por Chiavenato (2004) e

Gil (2010) acredita-se que estas atividades contemplem algumas funções, e

que estas funções funcionam como sistemas bastante amplos, que irão

contemplar estas atividades.

Neste caso tanto Gil (2010) como Chiavenato (2004) elencam 5

sistemas ou processos de RH em que classificam as atividades de cada um,

embora a nomenclatura possa ser diferente as atividades envolvidas são as

mesmas a saber:

a) Provisão ou agregação - Este processo está relacionado às atividades

que tem como objetivo agregar pessoas às organizações, sendo

recrutamento e seleção, planejamento de RH, identificação das

necessidades de pessoal.

b) Aplicação – Este processo envolve as atividades relacionadas as

funções que as pessoas irão realizar no ambiente de trabalho em seus

cargos, bem como análise e descrição dos mesmos, e ainda é

responsável pela avaliação de desempenho.

c) Manutenção ou compensação – Este processo está diretamente ligado

ao desenvolvimento do ambiente interno, tanto estrutural como

psicológico de trabalho das pessoas dentro das empresas. Neste

processo têm-se atividades como remuneração, benefícios, plano de

carreira, segurança do trabalho, higiene, relações sindicais.

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d) Desenvolvimento ou capacitação – Este processo tem como função

desenvolver e capacitar as pessoas que já estão inseridas na

organização, entre as atividades estão o treinamento e o

desenvolvimento pessoal e organizacional.

e) Monitoramento ou controle – Este processo esta ligado ao

monitoramento e ao controle das pessoas em suas atividades diárias,

bem como o acompanhamento dos resultados. Entre as atividades

estão às auditorias, sistemas de informações, banco de dados.

Como visto a administração de Recursos humanos é formado por

vários sistemas que por sua vez contemplam inúmeras atividades, como visto

dentro do sistema de aplicação encontra-se a avaliação de desempenho foco

desta pesquisa.

Contudo, antes de revisar a literatura sobre este tema faz-se

necessário levantar também a atividade Descrição de Cargos que esta ligada

também ao processo de aplicação já que a proposta desta pesquisa esta

ligada ao desenho dos cargos da empresa Fun Dive.

Deste modo a seguir será levantada a revisão teórica sobre descrição

de cargos.

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CAPÍTULO III

A LIDERANÇA NA ORGANIZAÇAO: IMPULSIONANDO A

MOTIVAÇÃO

3.1 – Estruturação e descrição de cargos

Como já citado anteriormente, as organizações são formadas por

pessoas que desempenham papéis dentro delas, deste modo Gil (2010)

ressalta que é só a partir do momento que as pessoas começam a

desempenhar seus papéis específicos e que as empresas de fato começam a

funcionar, e é por isso que as organizações necessitam ter os papéis de cada

individuo bem definidos, ou seja, ter a descrição de cargos.

Pode-se definir cargo como um conjunto de funções

definidas em determinada estrutura organizacional. Por

função entende-se um conjunto de tarefas ou atribuições

que são exercidas de maneira sistemática, [...] tarefas ou

atribuições são as atividades individualizadas executadas

por um ocupante do cargo. (GIL, 2010, p. 172).

A estruturação e a descrição de cargos em uma organização procura a

partir da missão organizacional e de cada unidade de trabalho estabelecer

quais as funções, responsabilidades e atribuições das pessoas e também,

onde as pessoas irão atuar dentro da empresa, as contribuições que se

espera, bem como as habilidades e competências básicas para assumir o

cargo. (LUCENA, 1999).

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Marras (2000) corrobora e complementa o pensamento de Lucena

(1999) ao admitir que a descrição de cargos além de registrar as tarefas, as

atribuições e as atividades de cada cargo ainda traz requisitos como

escolaridade, experiência, condições de trabalhos e conhecimentos.

Com relação à descrição de cargos, Bohlander, Shell e Sherman (2003)

definem que esta é uma forma escrita de um cargo em si e de suas

responsabilidades. Quanto a estrutura da descrição de cargos, Bohlander,

Shell e Sherman (2003) identificam 4 etapas:

a) Título do Cargo – O título do cargo é uma escolha muito importante, pois

está relacionado a fatores psicológicos. Além do titulo propriamente dito

ele também deve especificar a hierarquia, por exemplo, auxiliar,

assistente, analista.

b) Identificação do cargo – Esta etapa geralmente segue o título do cargo e

trás especificações como número da CBO, departamento, ao cargo que

se reporta, a descrição do cargo geralmente vem logo abaixo desta

identificação.

c) Atribuições de cargo ou Funções Essenciais – Nesta fase esta descrita

às responsabilidades, as atividades e atribuições do cargo, em alguns

casos nesta etapa incluem-se os equipamentos que o funcionário para

desempenhar seu trabalho, neste caso este é responsável pelas

ferramentas que utiliza.

d) Requisitos e especificações do cargo – Neste momento serão descritos

as qualificações pessoais para o desempenho do cargo. Neste caso

inclui-se grau de instrução, experiência profissional, traços pessoais,

além de requisitos físicos no caso de o cargo necessitar de um biótipo

específico.

Ao levantar os conceitos da descrição de cargos bem como sua

estruturação, Gil (2010) ainda afirma que o alcance de objetivos

organizacionais e as atividades desenvolvidas pelas pessoas dentro da

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organização estão ligadas diretamente ao cargo que desempenham, por isso a

descrição se torna um elemento importante dentro de uma empresa.

Para Decenzo e Robbins (2001) ter os cargos bem descritos e definidos

dentro das organizações não é o suficiente para garantir que os colaboradores

tenham um desempenho satisfatório. A partir de uma avaliação negativa dentro

de seu cargo o colaborador pode se sentir desmotivado, ou então a partir de

uma avaliação positiva se sentir motivado.

Desta forma a seguir serão apresentados alguns conceitos de

motivação, produtividade e clima organizacional ligados a presença do líder,

sendo que todos estes se relacionam aos cargos como visto acima e implicam

em seu desempenho.

3.2 – O papel fundamental do líder

A liderança possui papel fundamental dentro de uma organização, pois,

o líder é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Liderar exige paciência,

disciplina, respeito e compromisso, e acima de tudo responsabilidade tanto

com a organização, quanto com os seus colaboradores. O líder deve

conquistar sua equipe para obter o comprometimento para juntos alcançarem

os objetivos da organização.

Hunter (2006, p. 17) define que: “O líder é o responsável pelo

crescimento e declínio de qualquer coisa”, ou, “Tudo começa no topo” ou

ainda, “Não há equipes fracas, apenas líderes fracos”.

Segundo Robbins (2005, p. 258): “Liderar é a capacidade de influenciar

um grupo para alcançar metas, deste modo, um bom líder estimula seus

seguidores por este motivo, ele tem a obrigação de considerar a ética em

primeiro lugar em suas decisões”. Pode-se concluir que liderança tem tudo a

ver com caráter, com habilidades as quais tem capacidade de influenciar as

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pessoas para trabalharem com entusiasmo visando atingir os objetivos da

organização.

Liderança exige clareza de visão, o bom líder deverá transmitir

confiança para sua equipe, pois ninguém segue um líder que é inseguro, que

não dá exemplos em suas atitudes e atividades desempenhadas. Diante disso,

quando todos são envolvidos numa causa única e este clima de confiança e

comprometimento é construído, os resultados obtidos são melhores, a equipe

se envolve mais no alcance dos objetivos da organização.

De acordo com Hunter (2006, p. 71) apud Peter Drucker: “A exigência

final da liderança eficaz é a conquista da confiança. Se não for assim, não

haverá seguidores”. O líder deve transmitir confiança, desenvolver ações que

conquistam as pessoas, fazendo com que as mesmas acreditam em suas

palavras.

Ainda segundo o autor:

Liderança começa com a vontade, que é a única capacidade

como seres humanos para sintonizar nossas intenções com

nossas ações e escolher nosso comportamento. É preciso ter

vontade para escolhermos amar, isto é, sentir as reais

necessidades, e não os desejos, daqueles que lideramos. Para

atender a essas necessidades, precisa estar disposto a servir e

até mesmo se sacrificar. Quando um líder serve e se sacrifica

pelo outro, estará exercendo a autoridade de influência.

(HUNTER, 2004, p.70).

O autor enfatiza que nem toda pessoa que desempenha a liderança

dentro de uma organização ocupa um cargo formal, seja executivo, gerente ou

supervisor, além deste, existem pessoas que se destacam em meio ao grupo,

e, estes são chamados líderes naturais.

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Segundo Bowditch (2002, p.118):

Líderes naturais podem não ter o papel formal nem a

autoridade da posição de líder nomeado, mas recebem poder

dos demais membros da organização devido a sua capacidade

de conseguir a realização da tarefa ou a manutenção da rede

social do grupo.

Seja este líder eleito pela equipe, ou nomeado pela direção da empresa,

o foco principal de ambos está em primeiro lugar, respeitar as pessoas

estimulando autogerenciamento, pois líder trabalha também como gerenciador

de pessoas, ou seja, precisa desenvolver serviço de alta qualidade, transmitir

informações claras, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo,

permitindo a participação dos colaboradores na tomada de decisões.

Outra característica importante que um bom líder deve considerar é a

comunicação, ou seja, manter sua equipe informada sobre assuntos que os

dizem respeito, ter capacidade de dar e receber feedback, sendo estes com

franqueza e transparência.

De acordo com Oliveira (2007, p. 123):

O líder eficaz é conhecido principalmente por duas habilidades

essenciais: ser “bom comunicador” e “especialista em

administrar conflitos interpessoais”. São pessoas inspiradoras

de confiança, por suas palavras e seus atos.

Hunter apud Graham (2006, p. 112) conclui que: “Parece que as

técnicas que tem maior impacto motivacional são as menos praticadas, muito

embora sejam de uso fácil e menos dispendioso”. Contudo, o líder tem

responsabilidade de propiciar aos funcionários um ambiente saudável, e este

pode ser conquistado através de respeito, elogios sinceros, pois eleva a

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autoestima e motivação do funcionário, fazendo com que o mesmo se esforce

cada vez mais em prol dos objetivos da organização.

3.2.1 – líder carismática e líder transacional

Dentre este contexto, existe a liderança transacional e liderança

carismática, as quais surgiram nos anos 80 e referem-se ao modo de

influenciar o comportamento e atitudes de sua equipe, além de estimular o

envolvimento com a missão, cultura e objetivos da organização.

A liderança carismática está relacionada ao carisma, a palavra tem

origem grega, a qual significa inspiração divina, capacidade de realizar

milagres e predições. Esses líderes compartilham com suas equipes os

objetivos e a missão da organização, conquistam o respeito de seus liderados

estabelecem desta forma exemplos a partir de seus próprios comportamentos.

(FRANÇA et al, 2002).

Para Robbins (1998): líder carismático é o estilo de líder que causa forte

impressão em seus seguidores, pois encoraja e os inspira a desenvolver suas

atividades. Algumas características pessoais diferenciam este estilo de

liderança, as quais são: possuem visão e estão dispostos a correr riscos por

esta visão, são sensíveis as limitações do ambiente.

Robbins (1998 p. 285) afirma ainda que o líder carismático comunica a

sua equipe as suas altas expectativas, promove a inteligência, dá atenção

personalizada, trata cada funcionário individualmente, aconselha e orienta. Já

na liderança transacional, de acordo com França et al apud Burns (1978)

líderes e seguidores elevam um ao outro a níveis mais altos de moralidade e

motivação, procurando aumentar o grau de conscientização dos seguidores

fazendo uso elevado dos ideais e valores da organização.

Segundo Robbins (1998, p. 285):

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Líder transacional conduz ou motiva seus seguidores na

direção das metas estabelecidas por meio do esclarecimento

dos papéis e das exigências das tarefas. Negocia a troca de

recompensas por esforço, promete recompensas pelo bom

desenvolvimento, reconhece as conquistas.

A liderança transacional, nos relacionamentos com seus liderados,

trabalham como um processo de troca, onde existem recompensas específicas

pelo desenvolvimento de determinadas tarefas.

3.2.2 – liderança e poder

Liderança e poder são elementos interligados, pois o líder utiliza do

poder para influenciar as pessoas, é um meio de atingir os objetivos do grupo,

o poder serve como meio para facilitar suas conquistas (ROBBINS, 2005).

Segundo França et al apud Montana e Charnov (2001, p. 261): em um

ambiente organizacional o poder pode ser classificado em:

a) Poder legítimo: cargo ou função predefinido e compartilhado na cultura

da empresa representa o poder que uma pessoa tem para usar e

controlar os recursos da organização.

b) Poder de coercitivo: está relacionado ao medo, a pessoa reage a esse

poder com medo das consequências negativas de seu comportamento.

c) Poder de recompensa: ao contrário do anterior, como o próprio nome

diz, este poder diz respeito a recompensa, pelo bom desempenho em

determinada atividade, para alcance de determinada meta.

d) Poder da informação: posse de dados estratégicos, as pessoas que

detêm este tipo de poder fazem com que as outras fiquem dependentes

delas.

Hunter (2006) descreve que poder é a capacidade de obrigar, fazer com

que os outros a obedeçam à vontade do líder, mesmo que preferisse não fazer

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a ordem determinada. Poder funciona durante um determinado tempo, pode-se

conseguir algo na base da imposição, mas, quando se usa de forma

autoritária, com o tempo desgasta os relacionamentos, tendo como resultado,

pessoas desmotivadas, com baixa autoestima, não conseguindo utilizar

plenamente seus potenciais e até mesmo trazendo prejuízos para a

organização.

De acordo com Hunter (2006, p.32): “O poder pode ser comprado e

vendido, dado e tirado”. Ou seja, os laços de parentesco ou amizade realmente

conseguem colocar uma pessoa numa posição de poder, mas isso já não

acontece com a autoridade – ela é a essência da pessoa, está ligado ao

caráter da pessoa.

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CONCLUSÃO

A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela

varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no

mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou

seja, os motivos humanos,, exibem forças diversas, tanto em pessoas e

situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.

O que é bom hoje, poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da

personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,

expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e

influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,

sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,

tecnológicos, gerenciais e administrativos).

A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de

todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a

sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos

força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da

motivação. Com este trabalho, visamos identificar e explicar as mais

importantes teorias e abordagens disponíveis, com as respectivas críticas,

ligações e inter-relacionamentos. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão

geral e abrangente dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e

diferenciais destas teorias e abordagens, bem como a importância da

motivação para o trabalho.

O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito

como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,

buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons

resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e

motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.

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