revista tecnologística - ed. 203 - out/2012

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Antonio Wrobleski:“topo da pirâmide” ainda comporta mais operadores logísticos CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS Pesquisa: localização e oferta de serviços atrai operadores para os condomínios logísticos Mercado vive boom, com aumento de oferta e procura

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Condomínios Logísticos: Mercado vive boom, com aumento de oferta e procura

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Antonio Wrobleski:“topo da pirâmide” aindacomporta mais operadores logísticos

CONDOMÍNIOSLOGÍSTICOS

Pesquisa: localização e oferta de serviços atrai operadores para os condomínios logísticos

Mercado vive boom, comaumento de oferta e procura

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MERCADO

ILOS

ARMAZENAGEMVeja todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção

Maurício Lima analisa os impactos nos custos e no nível de serviço do transporte rodoviário de cargas brasileiro provocados pela nova legislação profi ssional de motoristas

Empresas do setor de estruturas de armazenagem automatizadas fazem apelo por edifícios que possibilitem maior automação das operações

50 CROSS-DOCKING

TERCEIRIZAÇÃO

OPINIÃO

EVENTO

LIVRO

Acompanhe o vai e vem dos profi ssionais no movimentado mercado de logística brasileiro

Elog auxilia a multinacional Husqvarna a estruturar sua logística para cumprir o objetivo de dobrar de tamanho no Brasil até 2013

Daniel Gobbi Costa fala da importância da auditoria aduaneira para garantir a qualidade dos processos, evitar fraudes e aprimorar o controle interno das empresas

Quinta edição da Brasil nos Trilhos discutiu os novos rumos do transporte ferroviário no Brasil

Livro-documento traz relatos de 40 pioneiros do TRC de Minas Gerais, resgatando a história do setor no Estado

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SUPPLY CHAIN

Diamond Value Chain Consulting, braço de supply chain da Dow, ajudou a Neoplastic a mapear seus processos logísticos e a corrigir distorções, obtendo redução de espera no atendimento e aumento da acurácia do inventário

Capa: Anderson MacielFoto: Divulgação Hines

52 ENTREVISTA

Poucos meses após assumir a presidência da Support Cargo, Antônio Wrobleski fala sobre as estratégias da empresa e sobre o momento de defi nição do mercado brasileiro de logística

ESPECIAL

Representantes do setor de condomínios logísticos analisam o mercado, que vive um boom no País, com muitos projetos em andamento. Na tabela que acompanha a análise, trazemos os principais players, as estruturas e serviços oferecidos

PESQUISA

Levantamento realizado pelo ILOS revela aumento da procura por condomínios logísticos pelos operadores logísticos brasileiros, comprovando que a oferta ainda é insufi ciente, apesar de também crescer

SUMÁRIO

AGENDA

PRODUTOS

Confi ra os mais importantes cursos, seminários, MBAs e demais eventos nacionais e internacionais do setor de logística em nossa agenda

Conheça os principais lançamentos de produtos, serviços e sistemas voltados à logística

Cal

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rnan

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Impulso para a qualidade

Pu bli ca re Edi to ra Ltda.www.pu bli ca re.com.br

Di re to resShir ley Si mão

shir ley@pu bli ca re.com.br

Jor ge Ro ber to Si mãojor ge@pu bli ca re.com.br

Ano XVIII - N.º 203 - Outubro/2012www.tec no lo gis ti ca.com.br

Re da ção, Ad mi nis tra ção e Pu bli ci da deAv. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar

CEP: 04571-010 - São Paulo - SP

Cen tral de Aten di men to:Tel./Fax: (11) 5505-0999

As si na tu raas si na tu ra@pu bli ca re.com.br

Edi to raSil via An tu nes Ma ri no - MTb 18.556

ReportagemAndré Moraes

Fábio PenteadoFernando Fischer

[email protected]

RevisãoSilvia Giurlani

Arte Anderson Goes Maciel

Renato Sales

Pu bli ci da deElá dia San Juan

Marcos FornabaioRodrigo Machado

Taís Coimbra

Ar gen ti naV. y V.S.R.L.

Nuñes - 2820 1429 - Bue nos Ai res - Ar gen ti naTel./Fax: (0054 11) 4702-2800

Pe rio di ci da de Men salCir cu la ção Na cio nal

Con se lho Edi to rial

An tô nio Gal vão No vaes; Ar thur A. Hill; Cé-sar La val le; Hu go Yos hi za ki; Mar cos Isaac; Paulo Fleury; Paulo Roberto Leite; Robert Caracik; Rodrigo Vilaça; Wal ter Zinn.

A Re vis ta Tec no lo gís ti ca não se res pon sa bi-li za pe lo con teú do dos ar ti gos as si na dos, bem co mo pe las opi niões emi ti das pe los en tre vis-ta dos. Re pro du ção to tal ou par cial per mi ti da, des de que ci ta da a fon te. Re gis tra da no 1.º Car tó rio de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos ter mos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Im pren-sa). Mar ca Re gis tra da IN PI n.º 818.454.067.

Ti ra gem au di ta da pe lo

EDITORIAL

4 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Esta edição traz como tema central o fenômeno dos con-domínios logísticos (CLs), estruturas que reúnem uma gama de serviços e facilidades para os usuários, aumen-

tando a qualidade das operações logísticas, cujo mercado vem literalmente explodindo no País. Por isso, chamar de fenômeno não é um exagero.

Vários são os fatores que atraem as empresas – a maioria delas operadores logísticos – para estas estruturas, como sua localização, segurança, qualidade das instalações prediais e a possibilidade de ratear o custo de serviços que, embora considerados acessórios, são importantes para os usuários, como ins-talações de apoio para motoristas e demais funcionários, entre outros.

Como era de se esperar, o aumento da procura fez também aumentar a oferta, não apenas no número de estruturas como no de empresas ofertantes. Muitas que já atuavam no ramo imobiliário, mas em outras áreas, estão mi-grando para o segmento, de olho nas oportunidades que oferece. E não são poucas, já que – como revela uma pesquisa feita pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), também disponível nesta edição – apesar do crescimento da oferta, ela ainda é insufi ciente para atender à demanda, principalmente em algumas regiões do País. Não é à toa que, apesar de o preço do aluguel dentro dessas estruturas ser maior que em armazéns unitários, as empresas estão dis-postas a pagar mais para se instalar em um CL.

Além da pesquisa, esta edição traz uma análise feita por empresas que atuam no setor de condomínios logísticos, mostrando para onde caminha este mercado, e uma tabela com os principais players do segmento. A exemplo dos outros panoramas de mercado publicados pela Tecnologística, este deve se tornar referência, ajudando as empresas a divulgar suas estruturas e os ope-radores logísticos a encontrar aquela mais adequada para suas necessidades.

Mas como nem só de condomínios vive o mercado, esta edição traz, ain-da, dois cases interessantes de soluções encontradas por operadores logísticos para seus clientes: o da Elog Logística para a Husqvarna e o da Dow-DVCC para a Neoplastic, além de uma matéria sobre os armazéns automatizados, uma tendência mundial que também cresce no Brasil e que serve de contra-ponto para os condomínios.

Mais uma edição da Tecnologística para ler e guardar.

Boa leitura e até novembro.

Shirley Simão

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Mirassol Logística chega ao mercado

Empresa aplicou R$ 8 milhões na nova unidade

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Grupo estrutura unidade de negócios visando ampliar a participação da atividade no faturamento

6 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Analisar o mercado e identifi car as oportunidades. Com essas pre-missas, no início do ano o Grupo

Expresso Mirassol começou um trabalho para segregar as operações de transporte das de logística, anteriormente oferecidas sob a marca Expresso Mirassol. Segundo o diretor Comercial da empresa, Carlos Donizete Guimarães, a meta é ampliar a participação das atividades logísticas no faturamento da empresa de 7,5% para 18% já ao fi nal de 2012.

Para isso, o executivo conta que, em junho, foi concebida a Mirassol Logísti-ca. “A companhia já nasce com seis con-tratos, migrados do Expresso Mirassol e oferecendo serviços como transporte, armazenagem, gestão de embalagens, movimentação interna, carregamento, acompanhamento de expedição, pré--sequenciamento de linha, inbound e outbound”, diz.

O objetivo com a segregação das ati-vidades e estruturação da nova unidade de negócios do grupo já foi estabele-cido. “Vamos focar nas demandas dos clientes, oferecendo operações custo-mizadas”, diz. Para isso uma equipe de 130 colaboradores está agora exclusiva-mente dedicada à logística.

Ações

Para prestar suporte à Mirassol Logís-tica, o grupo já estabeleceu o plano estra-tégico de investimentos. Em Campinas (SP), por exemplo, a companhia aplicou R$ 8 milhões e iniciou, no último mês de julho, as operações num armazém de 13.000 m² e 15.000 m2 de área total. “Estamos estudando a possibilidade de expandi-lo”, afi rma o diretor. Hoje, três clientes utilizam a estrutura.

Guimarães anuncia ainda que R$ 4,5 milhões serão aplicados na construção de um pátio de equipamentos. Localizado em Campinas, o empreendimento, que deverá ser disponibilizado em fevereiro de 2013, terá 30.000 m² e será utilizado para o recebimento e expedição para o merca-do interno de máquinas de importação, além de oferecer serviços de reparo e lim-peza dos equipamentos. “Essa operação é destinada a um cliente que já faz parte de nosso portfólio. O que estamos fazendo é aumentar o escopo do serviço”, salienta.

Outra ação defi nida é a inauguração de uma unidade em Pindamonhangaba (SP), estratégia relacionada ao investimento desenvolvido pela companhia em Guaru-lhos, na Grande São Paulo. “Temos uma área de 25.000 m² em Guarulhos e, hoje, utilizamos 16.000 m² como pátio para nossos caminhões, mas vamos transferi-lo para a cidade do interior paulista”, defi ne.

Guimarães frisa que a transferência possibilitará a construção de um arma-zém de 14.000 m² na unidade da Grande São Paulo. “Vamos investir R$ 16 mi-lhões e a estrutura deverá estar concluída no fi nal de 2013”, informa. Para o execu-

tivo, Guarulhos é uma área muito nobre para ser utilizada como pátio de veículos.

Já em Pindamonhangaba, a Mirassol Logística construirá, numa área total de 53.000 m², um armazém de 8.000 m². O restante do espaço será utilizado como estacionamento para os veículos da em-presa. “Entre a compra do terreno e a construção do empreendimento, investi-remos R$ 14,5 milhões”, diz o executivo.

Para suportar estas ações, a empresa também investe em frota. “Concluímos este ano um investimento de R$ 9 mi-lhões. Desse total, R$ 7 milhões foram utilizados para ampliação e o restante para renovação”, calcula. Atualmente, a frota da companhia é de 432 veículos.

Guimarães antecipa outras iniciativas: “Temos três grandes frentes de investi-mento na Mirassol Logística – Rio Grande do Sul, na região de Porto Alegre; Goiás, no município de Catalão; e Minas Gerais, em Belo Horizonte”, resume. De acordo com o diretor Comercial, os projetos estão encaminhados e serão operacionalizados no decorrer do próximo ano.

Mirassol Logística: (11) 2141-1211

MERCADO

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Obra consiste na instalação das vigas do viaduto de acesso ao porto

SEP inicia nova etapa nas obras da

Perimetral em Santos

A Secretaria Especial de Por-tos (SEP) iniciou, no final de agosto, as obras para a insta-

lação de vigas sobre os pilares dos dois viadutos da Avenida Perime-tral da Margem Esquerda do Porto de Santos (SP). O projeto conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e está sendo viabilizado pela SEP com investi-mentos da ordem de R$ 51,9 mi-lhões, devendo ser concluído até janeiro de 2013.

A etapa de colocação das vigas é considerada decisiva para o an-damento das obras e foi precedida pela realocação da linha de alta tensão de 138 mil volts, realizada no dia 19 de agosto. No total, se-rão instaladas 35 vigas, operação que envolve a utilização de quatro guindastes de grande capacidade para o carregamento e içamento das peças, situadas sobre um con-junto de sete vãos a uma altura de até 6,5 metros. O objetivo do via-duto é eliminar o cruzamento da avenida com a linha férrea.

“A construção da nova Perime-tral reordenará o tráfego viário da margem esquerda do porto, otimi-zando o fluxo de caminhões na área portuária e trazendo bem-estar a quem se desloca pela cidade. O em-preendimento vai racionalizar e dar fluidez de tráfego aos veículos de carga em trânsito pela região por-tuária, com a implantação de novo circuito de acesso e saída, eliminan-

do, com o sistema de viadutos, um dos principais gargalos na região, representado pelo cruzamento em nível do atual sistema rodoferroviá-rio”, explica o ministro dos Portos, Leônidas Cristino.

O Sistema Viário da Margem Esquerda do Porto de Santos é um corredor viário estabelecido ao lon-go do perímetro portuário na região entre as instalações do Terminal para Contêineres da Santos Brasil e a Dow Química, com extensão de 2,5 km aproximadamente. O proje-to da Perimetral foi elaborado com a participação da Prefeitura do Gua-rujá, visando o melhoramento das vias já existentes. Além da nova pa-vimentação, as vias contarão, ain-da, com iluminação, paisagismo e sinalização. Está prevista, também, a construção de uma ciclovia junto às pistas para tráfego urbano.

O viaduto de entrada ao porto contará com três faixas de rodagem e o de saída, com duas faixas, am-bos com recuo e defensas laterais. O viaduto de entrada direcionará o fluxo até uma rotatória que o distri-buirá para os terminais portuários. Já o de saída recebe o fluxo proce-dente do sistema viário já existente e os veículos que deixam os pátios da Santos Brasil e da Localfrio.

Porto de Santos: (13) 3202-6565

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A Cone Condomínio de Negó-cios, construtora e locadora de imóveis industriais, está

investindo R$ 1,4 bilhão na constru-ção do Cone Suape, plataforma des-tinada a empreendimentos logísticos e industriais localizada, de acordo com a empresa, em uma área total de 18 milhões de m² não contínua no entorno do Complexo Industrial Portuário de Suape, entre os muni-cípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho (PE).

Em desenvolvimento desde 2007 e ainda sem data para inauguração, o Cone Suape servirá também como uma retroárea, com total integração ao porto. As empresas ali instaladas poderão moldar seus galpões para realizar, além de atividades indus-

triais, operações como recebimento, armazenagem e despacho de cargas.

A intermodalidade também é um diferencial do Cone Suape. Além de estar localizado a apenas 9 km do cais do porto, o empreendimento se encontra próximo aos principais acessos da região, como o Aeroporto Internacional do Recife, a Ferrovia Transnordestina, a BR-101 Sul, a Ex-press Way e a PE-60.

A estrutura contará com espaços destinados aos mais variados tipos de serviço, como armazenagem frigorifi -cada, Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex), armazém para suporte de sazonali-dade e para produtos químicos, pátio para veículos e contêineres, terminal avançado para cargas aéreas e para

granéis sólidos e líquidos, além de ramal ferroviário e helicentro.

O Cone Suape abrigará, ainda, uni-dades destinadas aos mais variados serviços, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, centro de convenções, hotéis, policlínicas, shoppings, res-taurantes, universidades e anfi teatro.

Além disso, o local contará com uma Zona de Processamento de Ex-portação (ZPE), com um tratamento fi scal e cambial diferenciado, permi-tindo o processamento de matérias--primas e a exportação de cargas completamente livres de tributos, ge-rando maior competitividade. Den-tre os principais benefícios estão, por exemplo, isenção de ICMS, dispensa de licenças de órgãos federais para importação e exportação, e redução

de 75% do Imposto de Renda por dez anos.

Todo o projeto está sen-do desenvolvido dentro do conceito Green Building de sustentabilidade, que aten-de às exigências ambientais da região. Alguns fatores de destaque são, por exemplo, a valorização do transporte coletivo e da utilização de bi-cicletas, a preocupação com o uso eficiente dos recursos naturais e o tratamento ade-quado dos resíduos.

Do investimento total de R$ 1,4 bilhão no Cone Suape, cerca de 80% devem ser apli-cados até 2016.

Cone: (81) 3087-8080

Pernambuco contará com condomínio logístico e multiplataforma

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Localizado no entorno do Porto de Suape, empreendimento da Cone terá área total de 18 milhões de m²

Projeção do empreendimento, que está próximo do porto, aeroporto, ferrovia e rodovias

8 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

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Com o novo armazém (ao fundo), a Eadi totaliza 92.000 m2 de área alfandegada

A Wilson, Sons Logística – perten-cente ao Grupo Wilson, Sons – apresentou ao mercado, em 20

de setembro, duas novas estruturas na Grande São Paulo: a expansão da Esta-ção Aduaneira de Interior (Eadi) Santo André e o Centro Logístico São Paulo, ambas já em funcionamento. A inau-guração do CD, que fi ca em Itapevi, foi adiantada com exclusividade pela Tecnologística no início de agosto (veja em www.tecnologistica.com.br/destaque/wilson-sons-tem-novo-cd-na-grande-sao--paulo/). Consumindo investimento de R$ 10 milhões, esta unidade fi ca den-tro de um condomínio logístico e tem 22.000 m2 de área total, incluindo 15.000 m2 de armazém e 7.000 m2 de pátio.

Com a estrutura de Itapevi, foi possível liberar a área contígua à Eadi Santo André, antes utilizada para ar-mazenagem geral, para as operações alfandegadas. Com isso, o porto seco ganhou mais 10.800 m2 de armazém e 7.000 m2 de pátio, totalizando 92.000

m2 de área totalmente alfandegada, sendo um dos maiores recintos desse tipo em operação no País e o maior sob a jurisdição da Alfândega de São Paulo, com 3.800 declarações de importação expedidas por mês.

A nova área, na verdade, já foi al-fandegada no passado, como conta o diretor superintendente da Wilson, Sons Logística, Thomas Rittscher III. “Estamos chamando de realfandega-mento porque esta área já era alfan-degada quando a Wilson, Sons as-sumiu a operação da Eadi, em 1998. Contudo, como na época o comércio exterior estava em baixa e havia ocio-sidade, solicitamos a liberação dessa área para atividades de armazém ge-ral. Agora, com o crescimento tanto das operações ligadas à importação e exportação quanto das de logística interna, a área em Santo André fi cou pequena, estrangulando ambas as operações. Com a transferência das atividades não-alfandegadas para Ita-

pevi e o alfandegamento desta área, podemos atender melhor aos dois mercados, com operações que podem ser complementares ou independen-tes”, explica o executivo.

Como a área já existia, os investi-mentos exigidos não foram muito al-tos. Foi aplicado R$ 1 milhão em uma nova câmara fria, de 600 m3 para aten-der a dois dos setores-foco da empresa, o farmacêutico e o cosmético. Além deles, a Wilson, Sons considera como estratégicos os segmentos de cargas de projetos, envolvendo equipamentos de grandes dimensões, com demandas especiais; o automotivo, que engloba tanto veículos completos como moto-cicletas e autopeças; e o de alimentos e bebidas, especialmente o segmento Premium, de produtos como vinho, por exemplo.

Bola da vez

Para Rittscher, as duas novas estru-turas não são iniciativas isoladas, mas fazem parte da estratégia da empresa de oferecer soluções completas e in-tegradas ao mercado, cobrindo toda a cadeia de suprimentos.

“A logística é a bola da vez, está na pauta dos investimentos no Brasil, com o governo anunciando iniciativas para solucionar os gargalos do setor. Estes nossos movimentos acompa-nham esse contexto e estruturam a empresa para atender melhor ao mer-cado. O CD de Itapevi traz aumento de capacidade para o atendimento às car-gas pós-nacionalização e o Eadi San-to André é um dos melhores recintos

Wilson, Sons inaugura estruturas em São Paulo

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Expansão da Eadi Santo André e de Centro Logísticocomplementam a malha da empresa

10 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

mercado_4.indd 10mercado_4.indd 10 02/10/2012 12:13:2002/10/2012 12:13:20

alfandegados em termos de estrutura e um dos maiores em área também. As duas unidades contam com apoio em termos de transportes, desde a re-moção das cargas das áreas primárias, passando pela transferência, até a dis-tribuição, fechando a cadeia; ambas oferecem tecnologia de ponta em ter-mos de sistemas de controle, gestão e segurança. Com isso, nos posiciona-mos para acompanhar o movimento crescente da logística no Brasil”, afi r-mou Rittscher.

O inspetor-chefe da Alfândega da Receita Federal em São Paulo, João Fi-gueiredo Cruz, concorda com ele. “A RF vê com bons olhos essa ampliação, num momento em que o governo fe-deral deixa clara sua intenção de in-vestir na área de logística, transportes

e infraestrutura. Esse tipo de iniciati-va vem ao encontro deste momento e ajuda a desafogar as áreas primárias – portos e aeroportos – que hoje, como todos sabem, estão superlotadas.” Com relação aos marcos regulatórios do setor, ele concorda que deveriam ser mais claros, para dar maior con-fi ança aos investidores privados. “Nós, da Alfândega, sempre subsidiamos a Receita Federal em Brasília sobre as ne-cessidades do setor. Mas as regras são decisões políticas tomadas em outra esfera”, justifi ca.

Hoje, a Wilson, Sons Logística já conta com 20 unidades, incluindo dois terminais de contêineres, em Rio Grande (RS) e Salvador, e é hoje um dos principais operadores logís-ticos do País, com receita líquida de

US$ 140,5 milhões em 2011, cresci-mento de 37,1% em relação a 2010, representando 20% do faturamento total do grupo, que foi de US$ 698 milhões em 2011.

O diretor superintendente reve-la que está prevista a inauguração de mais um centro logístico em Suape (PE), construído especialmente para a empresa no sistema built to suit (sob medida), que deve estar operando até o fi nal do ano, com área total de 76.000 m2 e 23.000m2 de armazéns. Além dis-so, a Wilson, Sons também participa do processo de licitação de mais duas Eadis, em Salvador e Suape, que funcio-narão em sinergia com as estruturas já existentes nos dois locais.

Wilson, Sons: (21) 2126-4222

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O Grupo Columbia inaugurou, em agosto, um novo centro de distribuição na cidade de

Cariacica, na região de Vitória. Locali-zada às margens da BR 101, a estrutura locada possui acesso fácil a outros Esta-dos e regiões do País. Com 1.000 m² de área total e dez metros de pé-direito, a unidade possui capacidade para arma-zenar 1.000 posições-palete. Além dis-so, está em fase de implantação de es-

truturas porta-paletes e sistema WMS.Segundo o gerente de Planejamen-

to Operacional da Columbia, Pau-lo Santiago, o CD oferecerá serviços como armazenagem, movimentação, cross-docking, etiquetagem e mani-pulação, picking e distribuição e está preparada para receber cargas secas de diferentes tipos.

O novo centro de distribuição tem o objetivo de atender principalmente

aos clientes da empresa que operam no Espírito Santo. “Com a nova uni-dade, a Columbia passa a contar com uma estrutura própria para atender as operações do Estado que, até então, eram realizadas em CDs de parceiros da empresa”, comenta o presidente do Grupo Columbia, Nivaldo Tuba.

Columbia: (11) 3330-6700

Columbia tem novo CD no Espírito Santo

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Unidade instalada na Grande Vitória possui capacidade para 1.000 posições-palete

MERCADO

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DHL anuncia plano de crescimento no setor de óleo e energia no Brasil

Com estimativa de crescer 30% nas operações do segmento, companhia pretende

triplicar faturamento até 2015

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A DHL anunciou, no início de se-tembro, suas intenções de inves-timentos e projeções para o mer-

cado de óleo e energia. Para acompanhar o crescimento de 350% da indústria bra-sileira de petróleo e gás nos últimos dez anos, a companhia revela seu interesse em expandir as operações no segmento.

Dentre algumas regiões seleciona-das para receber os investimentos no setor, como o Oeste Africano, Oriente Médio e América do Norte, o Brasil foi escolhido para concentrar a maior par-te dos esforços da companhia. A DHL deve ingressar, inclusive, no segmento offshore, atividade que pretende ini-ciar em território brasileiro.

“O Brasil é um mercado target para nossos negócios. É uma região em constante desenvolvimento. Quere-mos ampliar a participação nos con-tratos de logística internacional para equipamentos e máquinas de grande porte voltados à instalação e constru-ção dos estaleiros e, posteriormente, a movimentação de insumos, contro-le de inventários e armazém”, explica

o diretor de projetos Oil & Energy da DHL, Thiago Aracema.

Com a identifi cação do aumento da demanda por energia, a DHL expressou também sua preocupação em atender a esse mercado, investindo em fontes alter-nativas e avanços tecnológicos, sempre com foco no meio ambiente.

“A cada ano o setor está ganhando um impulso em termos de investimentos de grandes empresas. Isso signifi ca o dire-cionamento de recursos em novos ativos que, no futuro, impactarão ainda mais no aumento da produção”, afi rma o diretor.

A DHL oferece serviços de transpor-te multimodal internacional de equipa-mentos para a indústria de óleo e gás. Até 2015, a companhia pretende triplicar seu faturamento no segmento, impulsionada pelos investimentos no setor. Em 2010, a DHL faturou aproximadamente 1,2 bi-lhão de euros somente neste segmento. A companhia conta com um total de 500 mil funcionários sendo 300 mil dedica-dos às operações logísticas.

DHL: (19) 3206-2200

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Novo serviço é focado na exportação de contêineres refrigerados

A ID Logistics Brasil regis-trou crescimento de 50% no volume de negócios

no primeiro semestre de 2012, em comparação ao mesmo perí-odo de 2011. Foi alcançado um faturamento de R$ 101 milhões neste ano, contra R$ 67,4 mi-lhões no ano passado.

“Este crescimento é resulta-do do grande número de novas operações iniciadas no segun-do semestre de 2011, fruto do desenvolvimento de novas ati-vidades, tais como transporte e armazém geral, bem como de novas parcerias com grandes empresas, como Flora (Grupo JBS) e MWM”, conta o diretor--geral da ID Logistics Brasil, Ni-colas Derouin.

Já o volume mundial de ne-gócios consolidado da empresa foi de 268 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, registrando um aumento de 26,5% em relação ao mesmo período de 2011, devido princi-palmente ao crescimento orgâ-nico de 21,1%. Nas atividades fora da França – onde está a ma-triz da empresa –, foi registrado um volume de negócios de 99,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2012, um cresci-mento expressivo de 35,6%.

ID Logistics: (11) 3809-3400

No dia 22 de agosto, o Porto Itapoá, localizado em San-ta Catarina, recebeu uma

nova escala em suas operações. Trata-se do serviço Rumba, operado pela Maersk Line, que faz rota en-

tre América do Sul, Mediterrâneo, Oriente Médio e Índia.

O início da operação foi marcado pela atracação do navio Maersk Laust. Além de Itapoá, a rota escala ainda os Portos do Rio de Janeiro, Santos (SP), Paranaguá (PR), Itajaí (SC), Jeddah (Arábia Saudita), Salalah (Omã), Je-bel Ali (Emirados Árabes), Jawaharlal Nehru (Índia), Gênova (Itália), Barce-lona, Málaga e Algeciras (Espanha).

Focado na exportação de contêineres refrigerados para a Europa, Oriente Mé-dio e Índia, o novo serviço conta com

dez embarcações, todas da Maersk, com capacidade que varia de 4.100 a 4.500 TEUs cada. Além do Maersk Laust, ainda operam o Lexa, Luna, Liça, Laura, Leda, Dunbar, Dabou, Danvil-le e Duncan.

O Rumba chega para substituir o serviço Samba, do norte da Europa, que desde fevereiro embarcava cargas no Porto Itapoá. Com isso, o novo ser-viço conta com uma escala estratégica em Algeciras como porto de transbor-do para todas as cargas anteriormente carregadas em Itapoá, quando recebia o Samba. O serviço será escalado sema-nalmente em Itapoá e conta com rota-ção de 77 dias.

Maersk Line: (13) 3035-7777

Porto Itapoá recebe nova escala

ID Logistics Brasil

registra crescimento

de 50%

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Operado pela Maersk Line, serviçoRumba percorre a América do Sul,

Mediterrâneo, Oriente Médio e Índia

16 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

mercado_4.indd 16mercado_4.indd 16 02/10/2012 12:13:3402/10/2012 12:13:34

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O Porto Seco de Uberaba (MG) – também conhecido como Por-to Seco do Triângulo –, estação

aduaneira administrada pela Empresa de Transportes Líder, concluiu, na primeira quinzena de setembro, a ampliação de sua estrutura física. O local passou a con-tar com uma área total alfandegada de 85.000 m², o dobro da estrutura anterior.

A expansão proporcionou a duplica-ção do armazém coberto, que passou a contar com 14.000 m². Agora, a Eadi con-ta com dois armazéns com 15 docas e pé direito de 12 metros. “Locamos um imó-vel ao lado do nosso e interligamos com o armazém já existente”, explica o geren-te executivo do porto, Paulo Carvalho. O espaço destinado à movimentação e armazenagem de contêineres, antes com

24.000 m², passou para cerca de 40.000 m². A área dedicada à armazenagem de produtos químicos também aumentou, passando de 1.000 m² para 1.800 m².

Segundo Carvalho, o investimento tem como objetivo dar suporte ao cres-cimento das operações, visando manter a qualidade das atividades do porto. “Esta-mos localizados em uma das regiões mais ricas do Brasil e em franco crescimento. Trabalhamos para oferecer às empresas que atuam com comércio exterior mais agilidade na movimentação das merca-dorias, proporcionando uma signifi ca-tiva redução nos custos, o que favorece a atração de novos investimentos para a região”, completa o executivo.

O Porto Seco de Uberaba, que opera com cinco empilhadeiras com capacida-

de de 2,5 toneladas e um reach stacker de 45 t, conta com um total de 33 colabo-radores. A estrutura possui, ainda, quatro tomadas para contêineres refrigerados e caminhões frigorífi cos, uma balança ro-doviária com capacidade para 60 t e uma ferroviária para 120 t, sistema de monito-ramento informatizado para controle de fl uxo de pessoas, veículos e mercadorias, alarmes e segurança especializada 24 ho-ras, sistema anti-incêndio e áreas dedica-das para uso exclusivo da Secretaria da Receita Federal, da Unidade de Vigilância Agropecuária do Ministério da Agricultu-ra e de despachantes aduaneiros.

Os valores investidos na ampliação não foram divulgados.

Transportes Líder: (34) 3313-6101

Estação aduaneira passa a contar com 85.000 m² de área alfandegada

A Cummins Brasil, companhia que fabrica motores Diesel, inaugu-rou em Guarulhos, na Grande

São Paulo, um centro de distribuição a fi m de consolidar em um único endere-ço as peças de todas as suas unidades de negócios – New Parts, ReCon, Cummins Power Generation (CPG) e Cummins Filtration. Antes da abertura, a compa-nhia utilizava, para armazenagem e ge-

renciamento dos itens, dois CDs e um armazém externo.

Com investimentos da ordem de R$ 4,5 milhões, o novo local, que conta com uma área total de 11.000 m², sendo 9.500 m² destinados a 9.000 posições-palete, será

utilizado no recebimento e envio de componentes aos clientes fi nais – rede de distribuidores Cummins, distribuido-res independentes e concessionárias. De acordo com a empresa, a expectativa é realizar, este ano, 45 mil embarques.

A unifi cação das operações será realiza-da por etapas: no início de setembro a me-ados de outubro será efetuada a mudança do centro de distribuição da Cummins

Filtration. Já em novembro, a empresa concluirá a reforma do novo escritório e das áreas funcionais. Além disso, esta fase marca o início das operações da equipe de Customer Care no novo CD.

A nova área de estocagem será um pi-loto do conceito Cummins Collaborative Workplace (CCW), ambiente de trabalho que atende à diversidade das organiza-ções e estilos individuais de trabalho, fornecendo uma variedade de opções de espaços para incentivar a inovação e a colaboração. Além disso, o espaço chega para suportar as necessidades requeridas pelo crescimento de mercado de pós--venda doméstico e de exportação.

Cummins Brasil: (11) 3468-4041

Cummins Brasil consolida operações logísticas

Porto Seco de Uberabaduplica estrutura física

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18 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

mercado_4.indd 18mercado_4.indd 18 02/10/2012 12:13:3502/10/2012 12:13:35

mercado_4.indd 19mercado_4.indd 19 02/10/2012 12:13:3602/10/2012 12:13:36

O setor de carga representa 3% da receita da companhia

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A Avianca Cargo, unidade de carga da Avianca Brasil, inaugurou em 18 de setem-

bro seu terminal de embarque. Lo-calizado próximo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o local conta com 400 m² de área opera-cional e, juntamente com a outra unidade da companhia na região, destinada ao recebimento de mer-cadorias, tem capacidade para movimentar 8 toneladas por dia. Eletrônicos e medicamentos repre-sentarão 60% das movimentações. O restante será composto por peças automotivas e perecíveis.

Segundo o gerente-geral de Car-

gas da empresa, Anselmo Mastan-dréa, anteriormente as operações de recebimento e expedição eram realizadas em um único terminal de 300 m². “Nossa movimentação era de 4 t por dia, e devido ao aumento da demanda, resolvemos segregar as operações”, diz. De acordo com o executivo, o segmento de cargas faturou, em 2011, R$ 21 milhões, e a meta para este ano é chegar a R$ 40 milhões.

Para isso, outras ações já estão pre-vistas. Mastandréa adianta que nes-te mês de outubro a companhia irá inaugurar mais três terminais de car-ga. As estruturas estão localizadas no

Rio de Janeiro (Aeroporto do Galeão), Maceió e Ilhéus (BA) e ampliam para 24 o número de unidades de carga da Avianca pelo Brasil.

O vice-presidente de Marketing e Comercial da Avianca Brasil, Tar-císio Gargioni, conta que já há es-tudos para implementar terminais logísticos em outras localidades, es-tando no foco Belém, Goiânia, Vi-tória e Foz do Iguaçu . “Ainda não temos nada certo, mas até o final do ano um destes locais começará a operar”, afirma.

Gargioni revela que, hoje, a car-ga representa 3% da receita da com-panhia. Para 2013, o objetivo é che-gar a 4%, alcançando 5% em 2015. A ampliação da frota está direta-mente relacionada ao crescimento. “Até dezembro vamos introduzir mais cinco aeronaves A 318 e um A 320”, divulga.

Atualmente, a Avianca Brasil utili-za em suas operações cinco Airbus A 320, quatro A 319, cinco A 328 e 14 MK 28. As capacidades de carga são de 5 t, 3 t, 2,5 t e 1 t, respectivamente, com ocupação média, de acordo com Mastandréa, de 4 t. O gerente-geral diz, ainda, que a empresa estuda, a médio e longo prazos, a aplicação de aeronaves cargueiras.

Avianca Cargo: (11) 3202-5656

Avianca Cargo apresenta novo terminal de embarque

Com nova estrutura, empresa passa a ter capacidade para movimentar 8 toneladas por dia

20 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

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mercado_4.indd 21mercado_4.indd 21 02/10/2012 12:13:3702/10/2012 12:13:37

Emissões caíram 19% mesmo com

aumento da quilometragem percorrida

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A Vale anunciou um acordo com a empresa turca Pola-ris Shipping para a venda

de dez navios do tipo Large Ore Carrier, especializados no trans-porte de minério, no valor de US$ 600 milhões.

As embarcações foram adqui-ridas pela Vale em 2009 e 2010, como Oil Tankers e, posteriormen-te, convertidas para Ore Carriers, com capacidade de aproximada-mente 300.000 DWT (em portu-guês, tonelagem de peso morto) com o objetivo de proporcionar uma frota marítima dedicada ao transporte de minério de ferro para os clientes da mineradora.

O acordo de venda prevê, ain-da, o afretamento das embarca-ções pela Vale por meio de contra-tos de longo prazo com a Polaris. Com a negociação, a empresa libe-ra capital e preserva a capacidade de transporte marítimo de minério de ferro, tendo as embarcações à disposição, mas sem os riscos de propriedade e operação.

Vale: (21) 3814-4477

Vale vende navios para

a Polaris Shipping

Embarcações do tipoOre Carrier serão utilizadas pela

própria mineradora

A Veloce Logística anuncia que conseguiu obter uma redução de aproximadamente 19% na

emissão de gases poluentes lançados na atmosfera durante suas operações em 2011. Os dados são do Registro Público de Emissões do Programa Brasileiro GHG Protocol.

Mesmo com os aumentos do volu-me transportado e da quilometragem percorrida pela empresa em 32,7% entre 2010 e 2011, as emissões de gás carbônico cresceram apenas 8%, passando de 52,5 mil toneladas para 56,5 mil t. “Estamos mostrando que é possível transportar mais poluindo menos”, diz o diretor-presidente da Veloce, Paulo Roberto Guedes.

Os principais fatores que cola-boraram para essa redução foram a ampliação das carretas, de 14,6 me-tros de comprimento para 15,4 m, aumentando o volume transportado por quilômetro rodado; a redução da idade média da frota, de 11,3 anos

em 2010 para 9,1 anos em 2011, e 8,3 já em 2012; e de 3,8 anos para 3,2 anos no transporte internacional, entre 2010 e 2011.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o transporte rodoviário responde, dentre todos os modais, por 34% das emissões de CO2 no País. “Este é o modal que apresen-ta a menor capacidade de carga e o maior consumo energético por qui-lômetro rodado em relação ao fer-roviário, hidroviário ou marítimo. É imprescindível desenvolver solu-ções que reduzam os impactos am-bientais do transporte rodoviário”, conclui Guedes.

Pensando nas operações inter-nacionais entre Brasil e Argentina, a Veloce desenvolveu o Sistema de Gestão da Sustentabilidade (SGS), com várias medidas efetivas, como a implantação de sistemas de roteiriza-ção de viagens em distâncias meno-res e com menos consumo de com-bustível; workshops e treinamentos de conscientização junto às trans-portadoras terceirizadas e motoristas agregados para adotarem medidas de redução de poluentes; premiação dos melhores fornecedores da empresa; instalação de posto de combustível, oferecendo diesel menos poluente e 3% mais econômico; e coleta de água da chuva para reutilização na lavagem de carretas. Esta iniciativa demandou investimentos de R$ 15 milhões, valor equivalente a 8% do faturamento da empresa em 2011.

Veloce: (11) 3905-7000

Veloce reduz emissões de sua frota

Empresa adota soluções que colaboram para a diminuição da emissão de gás carbônico na atmosfera

22 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

mercado_4.indd 22mercado_4.indd 22 02/10/2012 12:13:3702/10/2012 12:13:37

A Brasil Terminal Portuário (BTP) recebeu, em setembro, o primeiro lote de equipa-

mentos adquiridos para o terminal multiuso para contêineres e granéis líquidos que a empresa constrói no bairro da Alemoa, em Santos (SP), previsto para entrar em operação em meados de 2013. Esta primeira leva é formada por quatro portêineres e seis transtêineres (RTGs), de um total de oito portêineres e 26 RTGs que serão aplicados às operações do terminal. O investimento em maquinário nes-ta primeira fase é de R$ 1,8 bilhão.

Segundo o diretor-presidente da BTP, Henry Robinson, a ideia é que todos os equipamentos sejam en-tregues até o primeiro trimestre de 2013. As movimentações, porém, começam já em 2012. “Até o final do ano vamos movimentar de ma-neira experimental cerca de 30.000 TEUs por mês”, diz.

O executivo prevê, para o final do primeiro semestre do próximo ano, o início das operações com todos os equipamentos que foram adquiri-

dos. “Nossa capacidade será de 1,2 milhão de TEUs, cerca de 60% das possibilidades operacionais do ter-minal”, afirma. O executivo explica o porquê de adotar este modelo: “O conceito de que o terminal precisa operar a plena capacidade causa ine-ficiência”, ressalta.

Sem revelar detalhes e prazos, Robinson divulga que, para 2014, está previsto o início das operações com granéis líquidos. Também faz parte do plano estratégico ampliar o número de portêineres para 12, expandindo a capacidade de movi-mentação do terminal para 2,2 mi-lhões de TEUs.

O terminal da BTP ocupará uma área total de 490.000 m², sendo 230.000 m² destinados à operação de contêineres. No local, serão instala-das 1.500 tomadas para contêineres reefers. Ao todo, a unidade contará com 1.100 metros de cais contínuo, com quatro berços de atracação e ca-lado de 15 m.

BTP: (13) 3519-4151

BTP recebe mais equipamentos para Alemoa

Terminal começa a operar de maneira experimental até o fi nal do ano

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mercado_4.indd 23mercado_4.indd 23 02/10/2012 12:13:3802/10/2012 12:13:38

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mercado_4.indd 25mercado_4.indd 25 02/10/2012 12:13:3902/10/2012 12:13:39

O Estado do Paraná receberá, em 2013, seu primeiro con-domínio logístico com cer-

tifi cação Green Building, emitido pelo Green Building Council Brasil, que garante a sustentabilidade do projeto. Comercializado pela multi-nacional Cushman & Wakefi eld, o LogTrade estará localizado na cidade de Pinhais (PR).

O condomínio contará com uma área total construída de 136.640 m², com espaços de 1.200 m² a 27.500 m², em um terreno de 320.000 m². Na pri-meira fase, prevista para abril do pró-ximo ano, serão entregues os blocos um e dois do empreendimento, com cerca de 35.000 m² de área construí-da. Serão 26 módulos com pé direito livre de 10 metros e piso com capaci-dade para 6 toneladas por m². Cada módulo contará com três docas com infraestrutura para niveladores e seis vagas de estacionamento privativas para automóveis.

O LogTrade terá estacionamento para caminhões com 82 vagas, além de itens de segurança como portaria blindada e sistema integrado de câ-meras de longo alcance para fi scaliza-ção 24 horas.

O empreendimento está situado próximo às principais vias que levam à Grande Curitiba (BR-116, BR-227 e anel viário Contorno Leste), permi-tindo fácil acesso à capital paranaen-se, a toda sua região metropolitana e ao Porto de Paranaguá.

Cushman & Wakefield: (11) 5501-5455

A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) – entidade que atua no segmento de tradução e

publicações de Bíblias –, inaugu-rou, em 22 de agosto, seu centro de distribuição. Instalado em Itapevi (SP), o empreendimento conta com uma área total de 3.199 m², sendo 1.940 m2 destinados à armazena-gem, com capacidade para estocar 1.716 paletes, podendo chegar a 2.300 paletes.

Segundo o secretário de Logísti-ca, Edgar Carvalho, o objetivo com a inauguração é tornar mais eficaz a operação de distribuição. Ele ex-plica que, antes, os produtos eram expedidos a partir da gráfica ou da encadernadora. “Nossa expectativa, neste primeiro momento, é proces-sar 340 pedidos por mês, gerando um fluxo de 92 mil unidades”, diz. A meta é chegar a 270 mil unidades mensais, disponibilizadas com mais

concentração nas regiões Centro--Oeste, Sudeste e Sul.

Carvalho é otimista quanto à otimização das operações. “Estima-mos que mais de 70% dos pedidos tinham um prazo de entrega acima de 48 horas”, revela. Agora, o exe-cutivo calcula que, para os Estados do Sul e Sudeste, o transit-time seja de 24 horas e até 48 h para as locali-dades da região Centro-Oeste.

O novo espaço foi concebido a partir dos resultados de uma con-sultoria prestada pela Fundação Instituto de Administração (FIA). “No ano passado, distribuímos 6,7 milhões de bíblias e esperamos este ano chegar a 8 milhões”, divulga o secretário de Logística.

SBB: (11) 4195-9590

Paraná terá condomínio verde em

2013

SBB instala CDem Itapevi

Expectativa é processar 340 pedidos por mês na unidade

Área tem capacidade para 1.716 paletes

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26 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

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A empresa de encomendas Braspress inaugurou, no início de setembro, uma

nova filial localizada em Para-navaí (PR). Com R$ 1 milhão em investimentos, a 107ª filial instalada no País possui área total de 3.000 m² e atenderá a toda a região Noroeste do Para-ná, incluindo 30 cidades em um raio de 70 km².

O terminal possui 1.000 m² de área construída e conta com nove docas para carregamento e descarregamento. A unidade tem capacidade para movimentar 140 toneladas de encomendas por mês.

Com 13 colaboradores atuando na fi lial, as operações contam, tam-bém, com uma esteira automatiza-da para cubagem e aferição de peso e três veículos agregados que farão a distribuição das encomendas.

Para o diretor-presidente da Braspress, Urubatan Helou, o novo terminal agilizará o aten-dimento aos prazos de entrega na região em 24 horas.

Braspress: (11) 2223-3500

Braspress abre

fi lial no Paraná

Com investimentos de R$ 1 milhão,

unidade ajudará a diminuir os prazos

de entrega

Obra gera mais de oito mil empregos na região

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) revogou, no dia 14 de setembro, a suspen-

são do processo de licenciamento da expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e a paralisação das atividades relacionadas às obras de duplicação da ferrovia. Com a decisão, a Vale retoma imediatamente as operações de expansão da via, que liga São Luís do Maranhão a Carajás (PA).

A paralisação havia sido estabe-lecida em julho por decisão liminar da 8ª Vara de São Luís, atendendo a pedido feito em ação civil pública contra a Vale e o Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sob alegação de que as obras causariam danos ao meio ambiente e às comu-nidades indígenas.

Para o desembargador Mário César Ribeiro, presidente do TRF1, a paralisação das obras consistia numa interferência indevida nas atividades da administração públi-

ca por parte do Poder Judiciário. “O que fica evidenciado é que a para-lisação das obras poderá ser poten-cialmente mais perniciosa ao meio ambiente e à coletividade em geral do que o seu prosseguimento”, ava-liou o magistrado.

Em nota à imprensa, a Vale fez questão de reafirmar seu compro-misso com as melhores práticas de respeito às pessoas e ao meio ambiente. A companhia informa ainda que o projeto de expansão da EFC prevê a geração de mais de oito mil empregos na região e a criação de mais de 1.400 novos postos de trabalho em sua fase de operação, contribuindo para o de-senvolvimento socioeconômico do Maranhão e do Pará.

Vale: (21) 3814-4477

Vale retoma obrasda Estrada deFerro Carajás

Expansão da ferrovia havia sido paralisada em julho

28 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

MERCADO

mercado_4.indd 28mercado_4.indd 28 02/10/2012 12:13:5202/10/2012 12:13:52

A Associação Nacional dos Fa-bricantes de Implementos Ro-doviários (Anfi r) anuncia que

a produção continua em queda. De janeiro a agosto, as empresas do se-tor produziram 108.853 unidades, contra 126.499 no mesmo período de 2011, queda de 13,95%.

Apesar do cenário, a entidade acredita que a retração pode ser re-duzida até o final do ano. Isso por-que a decisão do governo federal de baixar os juros para financiamento de bens de capital pelo programa Finame, de 5,5% ao ano para 2,5%,

deve refletir positivamente no de-sempenho da indústria de imple-mentos rodoviários. O presidente da Anfir, Alcides Braga, diz que ain-da é cedo para fazer previsões, mas a queda no percentual dos juros dos financiamentos, determinada no final de agosto, foi muito bem recebida pelas empresas do setor. O executivo, contudo, faz um lem-brete: “A indústria leva mais tempo para sentir os benefícios, porque a compra de bens de capital é plane-jada pelas empresas com antece-dência”, diz.

Segmentos

No segmento de pesados (reboque e semirreboque) a queda na produção foi de 13,62% de janeiro a agosto. Já no leve (carroceria sobre chassi), o ín-dice negativo registrado foi de 14,10%. Para o diretor-executivo da Anfi r, Ma-rio Rinaldi, a ligeira alta de 0,5% do PIB no segundo trimestre do ano não trouxe ainda efeitos positivos para o setor, pois foi puxada mais uma vez pelo segmento de serviços.

Anfir: (11) 2972-5577

sala recebe, em tempo real, por meio de um sistema desenvolvido pela própria empresa chamado Sync, todos os dados referentes às entregas, que fi cam dispo-níveis para visualização.

Os motoristas que realizam as entre-gas porta a porta enviam para o sistema, via celular, todos os dados de movimen-tação dos pedidos, desde o momento em que o transporte é iniciado até a en-trega ao destinatário, com informações detalhadas como data e hora, nome e até mesmo grau de parentesco de quem recebeu a encomenda com o destinatá-rio. Além disso, os profi ssionais recebem

treinamento para oferecer atendimento personalizado e interagir com os destina-tários durante as operações, visando pro-porcionar um melhor nível de serviço.

O NR EPP atua com entregas de car-gas de até 20 kg com foco em cosméti-cos, materiais esportivos, livros e CDs em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Atualmente, as operações porta a porta representam 15% da receita da empresa. Aproximadamente 200 colaboradores atuam diretamente no setor, entre aten-dimento e operação.

Patrus Transportes: (31) 2191-1000

Patrus cria núcleo especializado em entregas porta a porta

Até agosto foram comercializadas 108.853 unidades, retração de 13,95% frente aos oito primeiros meses de 2011

Anfi r anuncia queprodução de implementos

continua em queda

A Patrus Transportes criou, em agosto, o Núcleo de Relaciona-mentos Entrega Porta a Porta

(NR EPP), com o objetivo de oferecer um serviço customizado para os setores de venda direta e e-commerce da em-presa. Além disso, a iniciativa cria uma central que reúne informações específi -cas dos dois segmentos.

Localizado na matriz da Patrus, no município de Contagem (MG), o NR EPP conta com uma sala projetada es-pecialmente para servir como central de monitoramento para a gestão das in-formações de entregas porta a porta. A

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 29

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A Totvs e a Opentech anunciaram, no início de setembro, a assinatu-ra de um contrato de distribuição

de software. O acordo incorpora o Siste-ma Integrado de Gestão (SIL) da OpenTe-ch ao portfólio de soluções em Transport Management System (TMS) da Totvs.

Segundo as empresas, a parceria tem o objetivo de unir a experiência da Open-Tech no desenvolvimento de softwares logísticos especializados no gerencia-mento dos riscos no transporte de carga ao potencial de vendas e à vasta gama de produtos e serviços que a Totvs oferece, fortalecendo a participação de mercado de ambas as empresas.

“O contrato com a Totvs representa a validação da qualidade de nossos produ-tos e abre um canal de distribuição sem precedentes para a capitalização do nosso negócio”, afi rma o presidente da Open-Tech, Alfredo Zattar. “Na medida em que nossa oferta de produtos de distribuição e logística fi ca mais completa, aumentare-mos nossa competitividade no setor, ofe-recendo o mesmo padrão de qualidade e nível de integração com o rastreamento desenvolvido pela OpenTech”, completa o diretor-superintendente de Segmentos da Totvs, Gilsinei Hansen.

A Totvs, que atua no segmento de sis-temas para gestão empresarial na Améri-

ca Latina, possui uma base instalada para os sistemas TMS que abrange mais de 650 transportadoras e 12 mil embarcadoras.

Sediada em Joinville (SC), a Open-Tech conta com 400 funcionários e mais de 500 instalações de seus produ-tos em clientes como transportadores, operadores logísticos, distribuidores, atacadistas e embarcadores de todo o País. São mais de 100 mil viagens rastre-adas por mês no Brasil e no Mercosul, com cerca de 30 mil motoristas e veícu-los cadastrados e monitorados.

OpenTech: (47) 2101-6122Totvs: 0800-7722210

Totvs incopora software da OpenTech em suas soluções de TMS

Operador realizará transporte de peças de reposição em Caxias do Sul e Porto Alegre

Kuehne + Nagel assume operações no Grupo Randon

A companhia suíço-alemã Kueh-ne + Nagel anunciou, em se-tembro, um acordo com as

empresas Jost e Freios Master, per-tencentes ao Grupo Randon, para assumir as operações com peças de reposição de ambas as empresas, lo-calizadas em Caxias do Sul (RS) e Por-to Alegre, respectivamente.

O contrato, que faz parte de um processo de terceirização das ativi-dades logísticas da Randon, prevê o gerenciamento das operações de ar-mazenagem e o transporte das peças das fábricas até os armazéns. A prin-cípio, as empresas ocuparão cerca de 3.000 m² nas estruturas do operador logístico em cada uma das cidades, com possibilidade de expansão em curto espaço de tempo, de acordo

com a demanda. “Em Caxias, tínha-mos apenas clientes do setor move-leiro. Começar a atender ao Grupo Randon significa ingressar no seg-mento automotivo”, analisa o ge-rente de Filial da Kuehne + Nagel em Caxias do Sul, André Luiz Pereira.

Para o executivo, a parceria com as duas empresas deve representar um pontapé inicial para outras opor-tunidades de negócios com o mes-mo grupo empresarial e até mesmo com outras empresas que atuam no fornecimento de peças e suprimen-tos. Para as operações com a Jost e a Freios Master, a KN realizou a con-tratação de 40 colaboradores.

A Jost é resultado de uma joint--venture entre a Randon e a empre-sa alemã Jost-Werke, que atua com

tecnologia de quinta-roda e autope-ças para a indústria de caminhões, semirreboques e reboques. A Mas-ter, fabricante de freios pneumáti-cos e hidráulicos para caminhões, ônibus e implementos rodoviários, é fruto de outra joint-venture entre a Randon e ArvinMeritor. “Precisa-mos focar no desenvolvimento e na promoção de nossos produtos, e a Kuehne + Nagel nos ajudará a man-ter este foco, cuidando das entradas e saídas do nosso estoque de repo-sição”, explica o diretor da Freios Master, Esdânio Pereira.

Kuehne + Nagel: (11) 3037-3300

Grupo Randon: (54) 3209-2000

30 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

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Rodoborges aumenta frota com caminhões

Mercedes-BenzEmpresa adquire 25 veículos e já projeta

nova compra até o fi nal do ano

O diretor operacional, Thiago Borges Batista, e o diretor-presidente, Armando Borges Batista

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A Rodoborges Express anun-ciou a compra de 25 cami-nhões Mercedes-Benz do mo-

delo 1933. Entregues no decorrer de setembro, os novos veículos consti-tuem a primeira etapa do programa de ampliação da frota da empresa, que tem como meta adquirir 50 ca-valos mecânicos em 2012.

Ao todo, serão investidos aproxi-madamente R$ 6 milhões no progra-ma. A previsão é de que os demais caminhões sejam entregues em de-zembro de 2012. Os veículos atende-rão às regiões Sudeste, Sul, Nordes-te e Centro-Oeste no transporte de produtos oriundos da indústria.

Segundo o diretor operacional da empresa, Thiago Borges Batista, o investimento em frota não tem apenas o objetivo de atender ao crescente movimento das regiões em que a empresa opera, mas tam-

bém reflete a preocupação com o meio ambiente, já que os veículos adquiridos são equipados com mo-tores que atendem às normas Euro 5 de emissão de poluentes.

A Rodoborges conta com uma frota 100% rastreada composta por 180 veículos – a maioria da marca Mercedes-Benz – que realizam apro-ximadamente 100 mil entregas, transportando cerca de 140 milhões de quilos todos os anos.

A empresa possui quase 200 co-laboradores diretos e 300 indiretos, que atuam em oito filiais e mais de 20 postos avançados de atendimen-to em território nacional, com servi-ços como armazenagem, movimen-tação, processamento de pedidos, retrabalho em embalagens, expedi-ção e entrega dos produtos.

Rodoborges Express: (11) 2195-3636

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ArcelorMittal quer ampliar uso da ferrovia

Sotreq fornece motores e geradores para o Estaleiro Rio Tietê

Transporte ferroviário de contêineres já tirou 15.250 caminhões das estradas desde 2010

Equipamentos serão usados em barcaços para o transporte de etanol

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Em junho de 2010, a siderúrgica ArcelorMittal Tubarão, locali-zada no Espírito Santo, decidiu

investir no modal ferroviário para transportar contêineres com cargas de calcário entre Minas Gerais e o Espí-rito Santo. Hoje, a empresa colhe os frutos da adoção do modal.

O projeto apresenta a vantagem de movimentar grandes volumes com mais efi ciência – como é caso do cal-cário, que demanda um transporte mensal de 22.000 toneladas – além de evitar a emissão de CO2 na atmosfera. A empresa calcula que, até junho deste ano, 15.250 caminhões já deixaram de

circular pelas estradas capixabas e mi-neiras, evitando a emissão 3.588 mil toneladas de CO2.

Outra vantagem que a intermo-dalidade trouxe foi o aumento da segurança no trânsito, com o menor número de carretas de grande peso circulando nas rodovias – uma média de 30 por dia. A degradação do cal-cário ainda atingiu níveis mínimos, abaixo de 3%.

Para a concepção do projeto, a Ar-celorMittal investiu na construção de um terminal em sua unidade, no mu-nicípio de Serra (ES), onde os contêine-res são retirados do vagão por um top

loader ou um reach stacker, e enviados para descarga. Desde abril de 2010, mais de 13 mil contêineres já foram descarregados na unidade.

Por conta do sucesso da operação, a empresa revela planos de diversi-fi car os produtos transportados nos contêineres. A empresa está realizan-do, ainda, investimentos de R$ 600 mil em obras de expansão dos termi-nais de carga tanto em Minas Gerais quanto no Espírito Santo. A conclu-são estava prevista para a segunda quinzena de setembro.

ArcelorMittal: (27) 3348-1333

A Sotreq, revendedora de produtos Caterpillar, fi rmou, em agosto, um contrato com o Estaleiro Rio

Tietê para o fornecimento de 40 moto-res de propulsão e 120 grupos gerado-res que serão utilizados nos comboios construídos pela empresa para realizar o transporte de etanol e derivados de pe-tróleo pela hidrovia Tietê-Paraná.

As embarcações que receberão os motores – do modelo C18 de 600 bhp (brake horsepower) – e os geradores – C4.4 de 58,5 ekW e C9 de 238 ekW –, fabricados pela Caterpillar nos Estados Unidos, estão atualmente em constru-ção em Araçatuba (SP).

De acordo com o consultor de Ven-das para o Mercado Marítimo da Sotreq, Daniel Andrade, o cronograma de entre-ga dos 160 equipamentos se estende até outubro de 2015. “Como o diferencial da

empresa é o suporte ao produto, teremos uma estrutura específi ca da Unidade de Negócios Petróleo e Marítimo no inte-

rior de São Paulo para melhor atender ao cliente”, revela Andrade. A célula estará instalada nas fi liais da Sotreq de Araçatu-ba e Bauru (SP), com equipes de técnicos dedicadas e estoque de peças dimensio-nado para as atividades na região.

Os comboios, que começaram a ser construídos pelo Estaleiro Rio Tietê em agosto, fazem parte de um contrato de R$ 432 milhões com a Transpetro e serão uti-lizados pela Promef Hidrovia, uma empre-sa pertencente à subsidiária da Petrobras. Compostos por quatro barcaças e um em-purrador, cada comboio possui capacida-de para carregar até 7,6 milhões de litros.

Os valores envolvidos na aquisi-ção dos motores e dos geradores não foram revelados.

Sotreq: (18) 2102-7900Transpetro: (21) 3211-9000

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O Diário Oficial da União (DOU) publicou, em 13 de setembro, a resolução

que recomenda a fiscalização do descanso dos motoristas profis-sionais, prevista na Lei 12.619, apenas nas rodovias que apre-sentem condições específicas para o cumprimento das regras.

A decisão, tomada pelo Con-selho Nacional de Trânsito (Contran) em 12 de setembro, prevê a publicação de uma lis-ta com as rodovias preparadas para o descanso dos motoristas em até 180 dias no DOU pelos ministérios dos Transportes e do Trabalho e Emprego.

Segundo o Ministério das Cidades, a decisão do Contran baseia-se no fato de grande par-te das vias federais brasileiras carecerem de pontos de parada que garantam a segurança do motorista, dificultando o cum-primento do tempo de descanso estabelecido pela lei.

Ministério das Cidades: (61) 2108-1000

Contran adia fi scalização

à Lei do Caminhoneiro

Conselho estabelece que rodovias não estão preparadas

para oferecerdescanso seguroaos motoristas

A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu, no dia 12 de setem-bro, em cerimônia realizada

na cidade de Taguatinga (DF), 33 caminhões Cargo com motor Euro 5. Fornecidos pelo distribuidor Max Caminhões, os veículos dos mode-los 2629, 1319 e 816 fazem parte dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

Os novos caminhões serão uti-lizados para a logística de equipa-mentos em operações da FAB que ocorrem em lugares distantes das bases aéreas em todo o País e tam-bém em unidades de apoio, como hospitais de campanha.

“Com os novos caminhões, nos-sa capilaridade vai aumentar bas-tante, apoiando os lugares mais ermos onde, às vezes, não existe a possibilidade de chegar de avião”, explicou o tenente-brigadeiro Hélio

Paes de Barros, do Comando Geral de Apoio da FAB.

De acordo com o brigadeiro en-genheiro Robson Ramos, da Direto-ria de Engenharia da Aeronáutica, em algumas situações, a Força Aérea utiliza o transporte terrestre mesmo quando há pistas para o pouso de aviões de carga. “Às vezes é mais rá-pido e mais barato transportar por caminhão do que por meio aéreo”, ressaltou. A mobilidade é uma das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, que prevê a capacidade das Forças Armadas de se deslocarem rapidamente para regiões de fron-teira, por exemplo.

“É uma grande satisfação aten-der à FAB com o novo Cargo, equi-pando a sua frota com a tecnologia mais avançada do segmento”, dis-se o diretor de Operações de Ca-minhões da Ford América do Sul, Oswaldo Jardim. A solenidade con-

tou com a presença do tenente-brigadeiro Aprígio Azevedo, che-fe do Estado Maior da FAB, além de represen-tantes da Presidência da República, das For-ças Armadas e do Po-der Executivo.

Os valores envolvi-dos na negociação não foram divulgados.

FAB: (61) 3966-9124Ford: 0800 703 3673

FAB recebe 33 caminhões Ford Cargo

Veículos foram adquiridos por meio de investimentos do PAC

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Mira cria grupo de trabalho para debater nova lei dos motoristas

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Empresa realizou viagens-piloto para testar fi cha de controle de jornada

A Mira Transportes iniciou uma série de mudanças internas a fi m de estruturar suas operações

e adequá-las à nova Lei dos Motoristas (12.619). Entre as iniciativas, destaque para a criação de um comitê que se re-úne semanalmente para debater as mu-danças provocadas pela regulamenta-ção, que abrangem tanto os motoristas autônomos (agregados) quanto os mo-toristas contratados via CLT.

Segundo a gerente de Recursos Hu-manos da empresa, Taís Rosa da Silva, o grupo debate as regras e estabelece procedimentos. O primeiro deles refere--se à criação da documentação para os motoristas anotarem suas paradas para descanso. “Criamos o modelo da fi cha e, junto com isso, iniciamos um piloto com quatro motoristas de transferên-cia, que realizam rotas partindo de São Paulo. Com as informações e as experi-ências destes quatro profi ssionais, que

fi zeram diversas viagens já no modelo da Lei, pudemos criar um conteúdo para os nossos colaboradores, que vai balizar a elaboração de diversos materiais didá-ticos e de comunicação para deixarmos todos cientes sobre as novas regras”, diz a gerente.

Os treinamentos já começaram. Taís anuncia que até o momento 80 dos 120 motoristas de longa distân-cia da companhia já passaram por reciclagem. “Apesar de ser uma mu-dança difícil de hábitos e de cultura, a adequação à nova lei teve boa recep-tividade por parte dos profi ssionais. Sentimos que eles estão empenhados em se adaptar à nova rotina e esta-mos preparando tudo para que haja informação e esclarecimento a todos em tempo de adaptar o dia a dia das operações”, afi rma.

Mira Transportes: (11) 2142-9000

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Área onde será instalada a nova fábrica

Foi inaugurado ofi cialmente em 30 de agosto, na sede da Associação Nacional do Transporte de Cargas

e Logística (NTC&Logística) e do Sin-dicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), na cidade de São Paulo, o Centro Cul-tural Palácio dos Transportes (CCPT).

O projeto, idealizado pelas duas en-tidades, tem como objetivo fomentar o conhecimento, o lazer e a cultura, com atrações como ofi cinas, cinema, literatura e espetáculos teatrais, circen-

ses e musicais que buscam valorizar a imagem, a história e a herança cultural do segmento de transporte.

“Estamos emprestando a maior sede do transporte rodoviário de car-gas do País para que a comunidade lo-cal tenha acesso à cultura, que é uma das maiores riquezas do Brasil”, disse o presidente da NTC&Logística, Flá-vio Benatti. Já o presidente da Setcesp, Francisco Pelucio, lembrou que o de-sejo de criar o espaço era antigo. “Há mais de 20 anos eu vinha sonhando

com este projeto, e estou muito feliz por ter sido um dos apoiadores desta grande iniciativa”, revelou.

O CCPT, localizado na Rua da Gá-vea, 1.390, no bairro da Vila Maria, foi inaugurado no dia 15 de setembro, com apresentação da bateria da escola de samba Unidos de Vila Maria e espetácu-lo do grupo teatral Jogando no Quintal. Todas as atividades são gratuitas.

NTC&Logística: (11) 2632-1500Setcesp: (11) 2632-1000

NTC&Logística e Setcesp oferecem centro cultural em São Paulo

A fabricante de implementos rodo-viários Rodolinea anunciou, em setembro, a instalação de uma

nova unidade fabril em Jaguariaíva (PR), com previsão de início de operações até meados de novembro.

“Até dezembro, toda a fábrica esta-rá à plena capacidade, numa área de 230.000 m², que produzirá aproxima-damente dois mil implementos por ano, com uma geração estimada de 200 empregos”, analisa o diretor-geral da Rodolinea, Felipe Hübner.

A planta, que antes fi cava na região de Curitiba, será mantida no Estado por cau-sa do programa Paraná Competitivo, que agrega benefícios fi scais para incentivar o desenvolvimento das empresas paranaen-ses. Outro fator que contribuiu foi a boa infraestrutura que o Estado apresenta na área de transportes, além da facilidade de acesso às demais regiões do País.

A nova fábrica ajudará a alavancar o crescimento da região. “Faremos in-

vestimentos em treinamento e quali-fi cação profi ssional, aumentando as oportunidades para a população local. Essa decisão também se deve ao empe-nho da prefeitura em levar a Rodolinea para a cidade, onde já estava instalada outra empresa do Grupo Hübner, a Bri-carbras”, destaca o diretor-geral.

A empresa revelou, ainda, que mante-rá seu cronograma de produção, mesmo durante a mudança para o interior. “Es-tamos prontos para atender à demanda de produção de implementos canavieiros para a próxima safra, assim como a dos outros produtos que comercializamos”, completa Felipe Hübner.

Negócios

A Rodolinea anunciou a nova loca-lização de sua área fabril pouco mais de um mês após a realização de uma so-ciedade entre o Grupo Hübner, do qual faz parte, e a também fabricante de im-

plementos Noma, de Maringá (PR), que com o acordo passou a contar com 15% de participação na Rodolinea, podendo chegar a 50% nos próximos dois anos.

A associação entre as empresas pa-ranaenses proporciona a troca de tec-nologia entre ambas e ainda permite ganhos logísticos, com a sinergia das estruturas. Apesar do negócio, as duas empresas continuam atuando com suas operações independentes.

Rodolinea: (41) 2105-7000

Rodolinea transfere fábrica no ParanáFabricante muda unidade fabril para o interior do Estado

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Paranaguá passa a operar com cargas superdimensionadas

A carga de bobinas pesava 450 toneladas

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Operações começaram em setembro, após estudologístico de avaliação do terminal

O Porto de Paranaguá iniciou, em setembro, operações com cargas superdimensionadas,

tendo realizado já dois embarques: um de pás eólicas, que chegam a medir 52 metros e pesar de 14 a 22 toneladas, e outro de bobinas de correias transportadoras, fabricadas pela ContiTech, unidade do Gru-po Continental instalada em Ponta Grossa (PR). As bobinas foram ex-portadas para a unidade da Vale em Moçambique, na África.

O embarque das pás eólicas foi feito no navio UAL Capetown, no início do mês, com 60 peças no pri-meiro lote, com previsão para ou-tras duas operações. Cada pá leva cerca de 30 minutos para ser carre-gada. Já a operação com as bobinas foi realizada pelo navio HC Melina,

no sábado, dia 8 de setembro e no domingo, 9. Medindo dez metros de largura por cerca de quatro de altura, cada peça possui 624 m de esteiras feitas de borracha. No total, o lote de equipamentos pesa 450 t.

“Essas cargas de grande di-mensão e peso, conhecidas como cargas-projeto, exigem uma ope-ração que gera oportunidade para os vários trabalhadores portuários avulsos qualificados, e mostra que o Porto está apto a atender à de-manda dos novos negócios, que só aumenta”, afirma o superintenden-te da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

Para operar com esse tipo de car-ga, o Porto passou por um estudo logístico para avaliar se ele apresen-

tava as condições necessárias, reali-zado no último mês de junho. Com a aprovação, começou a receber as cargas – fabricadas no interior de São Paulo –, até então exportadas pelo Porto de Santos (SP).

Agendamento

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) anunciou a im-plantação de um novo sistema de agendamento para a retirada de contêineres de importação e para a entrega de contêineres de exporta-ção. Em vigor desde 15 de setembro, a iniciativa visa proporcionar mais agilidade às operações, estabelecer horários flexíveis, ampliar a segu-rança e reduzir as filas no terminal.

Os agendamentos devem ser fei-tos por meio do preenchimento de formulários específicos no portal do TCP. Para tanto, as empresas precisam ser previamente cadastra-das pelos usuários e validadas pelo SAC do terminal, com o objetivo de garantir a integridade das infor-mações. No entanto, o TCP infor-ma que empresas que possuem ca-dastro prévio já se encontram com os mesmos validados.

Para proporcionar maior contro-le, o sistema armazena, além dos dados da empresa, informações a respeito dos veículos e motoristas que vão trafegar pelo TCP. Com o agendamento feito por meio do portal, basta imprimir a guia gerada pelo sistema e apresentá-la ao en-trar no terminal.

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Além dos formulários de cadastro e agendamento, o portal do TCP traz um passo a passo detalhado de todas as particularidades do novo sistema.

Cais leste

O TCP anunciou ainda, em setem-bro, o início da obra de construção da extensão do cais leste, que ganhará um terceiro berço de atracação, com 315 m. A expansão permitirá ao terminal rece-ber os maiores navios de contêineres que operam no comércio internacional, aumentando sua capacidade dos atuais 1,2 milhão de TEUs para 1,5 milhão de TEUs ao ano até o fi nal de 2013, quan-do as obras serão concluídas.

Orçado em R$ 140 milhões, o projeto faz parte de um plano de in-

vestimentos privados que vem sen-do implantado desde 2011 e con-sumirá recursos de mais de R$ 300 milhões até o término do ano que vem. “Estamos ao mesmo tempo modernizando e ampliando a capa-cidade do TCP para atender às no-vas demandas do mercado, reduzin-do custos para a cadeia produtiva por meio de ganhos de produtivi-dade e escala”, analisa o diretor-su-perintendente do terminal, Juarez Moraes e Silva.

Segundo o executivo, os navios porta-contêineres estão cada vez maiores em comprimento e largu-ra, o que exige uma adequação dos terminais para recebê-los. “Além do espaço no cais de atracação, tam-bém são necessários equipamen-

tos modernos, com maior alcance, como os que o TCP adotou recente-mente e que também serão implan-tados no novo cais”. Em 2011 o TCP investiu R$ 51 milhões em novos equipamentos – dois portêineres post-panamax, seis transtêineres e nove caminhões – que entraram em operação em março de 2012. Para 2013, estão previstos investimen-tos de R$ 110 milhões na aquisição de equipamentos para o novo píer, entre eles quatro portêineres super post-panamax, seis transtêineres e 12 caminhões.

Appa: (41) 3420-1143

TCP: (41) 3420-3300

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A Wilson, Sons, empresa que admi-nistra o Terminal de Contêineres no Porto de Salvador (Tecon Salvador),

anunciou, dia 17 de setembro, a inaugu-

ração do cais de ligação do terminal. Com 240 metros de comprimento e 12 m de ca-lado, a estrutura, operada por três portêine-res panamax, tem como função primordial a atracação de navios de menor dimensão, complementando as operações do Cais de Água de Meninos que, com 377 m de comprimento e 15 m de calado, está apto a receber embarcações de grande porte.

O primeiro contêiner desembarcado na nova área, um reefer de 40’ da BR Foods, chegou a bordo do navio Maestra Mediterrâneo. Foi a primeira vez, após o início das obras de expansão, em 2010, que o Tecon Salvador operou simulta-neamente dois navios portacontêineres

utilizando o Cais de Ligação e o Cais de Água de Meninos.

O novo cais faz parte dos investimen-tos de R$ 160 milhões em obras e aquisi-ção de equipamentos previstos no projeto de expansão do terminal, estabelecidas em contrato com a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) e a Agên-cia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que já garantiram um acréscimo de 44.000 m², totalizando uma área de 118.000 m², além de três portêineres su-per post-panamax e seis RTGs, recebidos em dezembro de 2011.

Tecon Salvador: (71) 2106-1522

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Tecon Salvador inaugura Cais de LigaçãoTerminal passa a contar com estrutura para atender a navios de pequeno porte

A Metar Logística realizou, no mês de agosto, a locação de 141 impressoras E-Class Mark

III, do modelo Advanced, fabricadas pela Datamax-O’Neil. Os equipa-mentos vão operar nas unidades da transportadora em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espí-rito Santo.

Os equipamentos serão emprega-dos na identificação de cargas nas áreas de picking e irão operar em conjunto com 122 leitores de códi-gos de barras do tipo pistola. Dessa forma, a empresa terá, por meio da leitura das etiquetas de identifica-ção, maior agilidade na inserção das informações do embarque e desem-barque das cargas, eliminando erros e otimizando todo o processo.

A negociação foi feita sob con-sultoria da Otka Equipamentos, em-presa que oferece assistência técnica para impressoras de código de bar-ras, leitores ópticos e coletores de dados. “A locação das impressoras, neste contrato com prazo de 36 me-ses, traz o suporte técnico total da Otka e garante à Metar Logística os benefícios do outsourcing”, comen-ta o diretor da Otka Equipamentos, Rogerio Kato.

Para realizar os serviços, a Otka conta com uma equipe técnica trei-nada para atuar como consultora, observando para o cliente as me-lhores condições de funcionamen-to dos equipamentos, inclusive com análise de insumos e indica-ção de parceiros. A Metar Logísti-ca optou pelo aluguel dos equipa-

mentos para eliminar custos com funcionários, aquisição dos ativos e manutenção.

“Percebemos, por meio de de-monstrações e testes da impressora Datamax-O’Neil, feitas pela equipe Otka, um elevado nível de conhe-cimento e solução em automação”, afi rma o gerente de TI da Metar Lo-gística, Elcio Ferreira. Para o execu-tivo, a solução é perfeita para atender às necessidades da empresa, pois as impressoras trazem facilidade com o sensor móvel de etiqueta e com a pla-ca de rede interna, permitindo à Metar gerenciar todos os equipamentos.

Datamax-O’Neil: (11) 2050-4327Metar Logística: (11) 2633-8100

Otka: (11) 2957-5206

Metar Logística loca equipamentos da Datamax

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Empresa investe na frota para atender ao crescimento do mercado local

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A Aliança Navegação e Logística recebeu, em agosto, cinco novos cavalos mecânicos e 30 carretas

para aumentar a atuação no transporte rodoviário na região de Manaus, por meio da Transportadora Aliança. Com a aquisição, o departamento de trans-porte rodoviário da companhia passa a contar com um total de dez cavalos mecânicos e 80 carretas destinados ao mercado local. O valor da aquisição dos equipamentos não foi divulgado pela companhia.

A empresa vem investindo em frota própria para atender ao mercado vare-jista e ao Polo Industrial de Manaus desde 2002, focando no transporte de produtos alimentícios, higiene, limpe-za, material de construção, eletroele-trônicos e resinas, entre outros.

Com os novos equipamentos, a empresa passará a realizar 50 viagens diárias, frente às 35 atuais. “Somos o único armador com frota própria no

serviço rodoviário para atendimen-to a um mercado específi co. Estamos iniciando a implantação do TMS para melhorar ainda mais a gestão dos ca-minhões”, comenta o gerente da fi lial de Manaus, Daniel Malta.

O executivo relata ainda que, atu-almente, a transportadora é respon-sável por 34% dos transportes rodo-viários realizados em Manaus pela Aliança, que também utiliza servi-ços de transportadoras terceirizadas. Malta ressalta que, para o segundo semestre, a própria companhia pas-sará a oferecer o transporte de cargas direcionadas ao complexo portuário, tanto de longo curso como de cabota-gem. “Para 2013, planejamos a aquisi-ção de mais cinco cavalos mecânicos e 20 carretas. Com isso, aumentare-mos o volume diário de transportes em 30%”, completa o executivo.

Aliança: (11) 5185-5600

Aliança investe em frota própria em Manaus

Companhia pretende aumentar os volumes transportados em até 30% em 2013

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A Sascar, empresa desenvolve-dora de soluções para moni-toramento de veículos e ges-

tão de frotas, investiu R$ 300 mil em um novo centro de distribuição em Campinas (SP), inaugurado em agosto. Com 700 m², o novo CD é três vezes maior que o o utilizado pela empresa anteriormente. A es-trutura segue os planos de expansão da Sascar, que pretende dobrar de

tamanho nos próximos anos. De acordo com Luiz Cláudio Ramos, diretor de Operações da empresa, a estrutura foi planejada para dar su-porte a esse crescimento, mantendo a qualidade e agilizando os prazos de entrega.

O CD, que criou 30 empregos di-retos, será responsável pelo envio e retirada dos equipamentos de mo-nitoramento para clientes em todo

o Brasil. Mensalmente, a Sascar mo-vimenta mais de 15 mil itens. A em-presa faz, atualmente, a gestão do rastreamento de mais de 230 mil veículos e fornece assistência técni-ca por meio de 230 representantes e 500 técnicos de campo

Sascar: (11) 4002-6004

O sistema, que está em operação des-de junho, já permitiu uma melhor vi-sibilidade e sinergia das operações da 2 Alianças em suas unidades em São Pau-lo, Rio de Janeiro e Pernambuco. “Com o sistema, conseguimos enxergar o saldo de produtos em qualquer um de nossos armazéns. Agora, temos visibilidade do produto e não somente do volume. Esse processo, do ponto de vista do transpor-tador, é um conceito inovador. As em-presas que estão no mercado não têm essa visão. Elas estão muito mais focadas na gestão do transporte e não no proces-so como um todo”, completa Lau.

O executivo avalia que o TMS permi-tiu melhorar a gestão de fretes. “Cadastra-mos no sistema todos os transportes de entrega contratados pelos nossos clientes.

Essa funcionalidade nos dá condição de identifi car a sinergia entre os trajetos con-tratados nas operações”, revela o gerente de TI. Para ele, essa operação só é possível porque o TMS está integrado ao WMS, que também é da Store Automação e já é utilizado pela 2 Alianças há 12 anos.

Com o recente início da utilização do módulo de roteirização integrado ao Maplink do Google, a 2 Alianças come-ça a traçar a melhor rota para a entrega dos produtos. De acordo com Lau, os ga-nhos gerados fi cam por conta da econo-mia de combustível, redução de desgaste de pneus, diminuição da emissão de po-luentes e otimização das rotas.

2 Alianças: (21) 2139-9300Store Automação: (11) 3087-4400

A 2 Alianças, que atua com arma-zenagem em geral e transporte de carga, investiu R$ 600 mil na

implantação do Transportation Mana-gement System (TMS), desenvolvido pela Store Automação.

Segundo o gerente de TI da empre-sa, André Lau, a solução que está im-plantada no data center da companhia é utilizada na modalidade Software as a Service (SaaS). “Fechamos uma parceria com a Store para que ela desenvolvesse uma ferramenta de gestão de transpor-te baseada nas necessidades de nosso negócio. Somos um armazém geral que atua como transportadora; então ne-cessitávamos de uma solução com duas frentes - gestão de produtos e transpor-tes”, explica o executivo.

Estrutura triplica capacidade de armazenagem da empresa

Sascar abre CDem Campinas

Com investimentos de R$ 600 mil, empresa adquire solução para otimizar operações de transporte

2 Alianças agrega TMS da Store às operações

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A Transdotti Transporte Rodo-viário, sediada na cidade de Colombo, na Região Metropo-

litana de Curitiba, investiu aproxima-damente R$ 10 milhões na renovação de sua frota, com a aquisição de 36 novos veículos, sendo 20 da marca Volvo, 13 da Volkswagen e três da Iveco, todos com a tecnologia Euro 5.

Com a aquisição, a empresa passa a contar com uma frota de 250 veícu-los próprios, entre carretas, truques, baús, siders e abertos, todos rastreados via satélite e com sistema de comuni-cação via rádio. Os novos caminhões serão empregados em operações de cross-docking e transferência entre as fi liais da Transdotti, com previsão de

início entre setembro e outubro deste ano. Com atuação nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a companhia revela que o investimento foi realizado para atender à crescente demanda.

Fundada em 1977, a Transdotti possui ainda quatro fi liais, em São Pau-lo, São Carlos e Campinas (SP); e Join-ville (SC). Além do transporte rodovi-ário de cargas e serviços de milk run e consultoria em logística para projetos especiais, a empresa oferece integra-ção com o modal aéreo por meio da empresa Arrowjet para operações com encomendas urgentes ou de média e longa distâncias.

A Transdotti dispõe de quatro ar-mazéns próprios – com 1.000 m² na

capital paulista, 500 m² no interior, 500 m² em Santa Catarina e 3.000 m² em sua matriz –, onde exerce as atividades de armazenagem, geren-ciamento de estoque, recebimento, movimentação, expedição, embala-gem e montagem de kits.

A empresa, que completa 35 anos de atuação em 2012, comemora a con-quista da certifi cação Sassmaq (Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade), da Associação Brasileira da Indústria Química (Abi-quim), obtida em setembro. A Trans-dotti possui também os selos ISO 9001 e 14000, conquistados em 2004.

Transdotti: (41) 3675-3200

A Aqces ampliou sua atuação no mercado sucroenergético com o início de operações dedicadas para

transporte de açúcar VHP (very high pola-rization) para um novo cliente, cujo nome não foi revelado. O segmento, no qual a empresa atua desde 2010 realizando a co-lheita, o transbordo e o transporte (CTT), vem se destacando na Aqces, que apenas este ano investiu R$ 33 milhões para aten-der às operações das quatro companhias sucroenergéticas que estão em seu portfó-lio, que devem movimentar quatro mi-lhões de toneladas até o fi nal do ano.

Segundo o presidente da empre-sa, Alysson Paolinelli, apenas para atender a este novo cliente, R$ 16 mi-lhões foram aplicados na aquisição de 30 cavalos-mecânicos Mercedes-Benz Axor 2644 Euro 5 e implementos. Os veículos já são aplicados no transporte do produto proveniente de Itumbiara e

Edeia (GO) e Ituiutaba (MG). “Em seis anos, nossa meta é movimentar 2,7 mi-lhões de t para este cliente”, divulga.

Vale lembrar que, além do transporte, a Aqces prestará serviços de gestão de es-toques e já analisa algumas possibilidades. “Estamos estudando a viabilidade de um terminal multimodal”, diz o presidente, sem revelar mais detalhes da estratégia.

Paolinelli explica que esta nova ope-ração é diferenciada, uma vez que de-mandou equipamentos específi cos e a aplicação de diversas tecnologias para aumentar a produtividade. “O aumento de capacidade de carga foi conseguido pela utilização de um equipamento de maior Peso Bruto Total (PBT), além de um trabalho específi co na redução da tara do conjunto, o que garantiu o au-mento da capacidade de carga líquida de 30 t nos antigos conjuntos utilizados para 50 t nos novos”, conta.

O executivo salienta também que o sistema de enlonamento automático das caçambas, além de garantir maior segurança operacional, pois elimina a exposição dos funcionários ao risco do trabalho em altura, agregou agilidade, reduzindo o tempo dessa etapa de 30 minutos para um minuto. Para com-pletar, a companhia investiu em equi-pamentos de telemetria que auxiliam a gerenciar a segurança rodoviária e trans-mitem dados como velocidade, marcha utilizada, rotações por minuto (RPM), freadas e acelerações bruscas.

Com faturamento de R$ 233 milhões em 2011, a Aqces estima um crescimen-to de 28% para este ano. Paolinelli calcu-la que apenas as operações de commodi-ties agrícolas gerem um faturamento de R$ 100 milhões em 2012.

Aqces: (11) 3296-6900

Transdotti adquire novos veículos

Aqces amplia atuação no setor sucroenergético

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A Fundação Memória do Trans-porte (Fumtran) apresentou em setembro o projeto do Mu-

seu Brasileiro do Transporte, que será construído às margens da Rodovia Dom Pedro I, em Campinas (SP). O museu está a cargo da Fumtran, uma organização da Sociedade Civil de In-teresse Público ligada à Confederação

Nacional do Transporte (CNT). “A ideia nasceu em 1996, com meu ma-rido, Adalberto Panzan, e hoje me sinto feliz por poder realizar esse gran-de sonho”, revela Elza Lúcia Panzan, presidente da Fumtran.

O museu contará com espaços desenhados em aço, concreto e vidro. A

entrada principal replica um grande hall de aeroporto, onde um painel eletrônico indicará as programações e exposições. A previsão é de que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2013 e estejam concluídas após 18 meses.

O escritório Athié/Wohnrath desen-volveu o projeto arquitetônico, criando um espaço para abrigar a grandiosidade

do tema e superar dois desafi os: cons-truir uma obra neutra, que traduza toda a realidade do setor de transportes no Brasil, em um terreno urbano, próxi-mo a uma grande via de circulação e transformar parte desse espaço em um centro de convenções contemporâneo, voltado à comunidade e ao mercado, ancorando-se em bases sustentáveis para tornar-se rentável. O museu abor-dará o universo multimodal e as gran-des transformações que o País viveu ao longo das últimas décadas, representa-das em todos os modais.

O projeto ganhou o IX Grande Prê-mio de Arquitetura Corporativa 2012, na categoria Obras Públicas – Cultu-ral, entregue dia 20 de setembro, em São Paulo.

Fumtran: (19) 3281-1928

Fumtran apresenta projeto do Museu Brasileiro do Transporte

Campinas foi escolhida para receber o projeto, que deve fi car pronto no fi nal de 2014

A Log Commerc ial Properties (LogCP), empresa do Grupo MRV que atua no segmento de

empreendimentos logísticos, lançou ofi cialmente, no primeiro semestre de 2012, o projeto do Parque Industrial de Betim, localizado em uma área de 6 milhões de m² no município mineiro. Ao todo, o projeto demandará investi-mentos de R$ 500 milhões.

De acordo com a empresa, o parque, situado no entroncamento da BR-262 com a BR-381, foi conce-bido para suprir a demanda por áre-as urbanizadas prontas para receber

instalações industriais e logísticas na região. O projeto contou com a con-sultoria da Colliers. Segundo o es-tudo, parque deverá estar fi nalizado e 100% em operação em 14 anos e, quando estiver totalmente implanta-do, criará 68 mil empregos na região.

A primeira fase do projeto, ainda sem data defi nida de entrega, prevê investimentos de R$ 200 milhões para a implantação de toda a infraestrutu-ra para instalações industriais. Os de-mais R$ 300 milhões serão destinados à criação de condomínios logísticos. As estruturas contarão com pé-direito

de até 12 metros e resistência do piso de 8 t/m², além de escritórios, restau-rantes, guarita blindada, vestiário, vagas para carretas e caminhões, es-tacionamento e pátio para manobras. As empresas poderão alugar módulos a partir de 1.000 m².

O empreendimento já conta com a confi rmação de duas empresas. A fabri-cante Toshiba instalará uma fábrica no local e a Coteminas, que atua no ramo de tecidos, implantará seu centro logís-tico em uma área de 150 mil m².

MRV Engenharia: (31) 4004-9000

Betim terá parque industrial e logísticoEmpreendimento será implantado em uma área de 6 milhões de m²

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Unidade é o primeiro condomínio logístico de alto padrão na região

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A Prosperitas Investimentos, em-presa gestora de fundos para o mercado imobiliário, e a MPH,

associação de empresários brasileiros ligada ao grupo português Somague, especializado no desenvolvimento de obras de grande porte, entregaram, no início de setembro, a primeira fase do CLB Ribeirão Preto, condomínio lo-gístico e industrial localizado na cida-de do interior paulista.

Situado em uma área de aproxi-madamente 170 mil m² no km 317,5 da Rodovia Anhanguera, o CLB Ri-beirão Preto conta, nesta primeira fase, com 37 mil m² de área construí--da. Até o momento, foram investi-dos R$ 100 milhões nos processos de desenvolvimento e construção.

“Trata-se do primeiro empreen-dimento logístico de alto padrão

na região de Ribeirão Preto”, ressal-ta Clarisse Etcheverry, diretora de Desenvolvimento Industrial e Lo-gístico do Centro Logístico Brasil, marca da Prosperitas para empre-endimentos logísticos e industriais. Segundo a executiva, o condomínio foi planejado para ser entregue em duas etapas. Quando concluído, contará com cerca de 70 mil m² de área construída.

De acordo com o sócio-diretor da MPH, Arnaldo Halpern, o pro-jeto incorpora tecnologias e recur-sos operacionais adotados pelos principais operadores logísticos do mundo. “Por isso, estamos otimis-tas quanto à comercialização da segunda etapa do empreendimento que começa agora”, completa.

Os primeiros ocupantes dos ar-

Prosperitas e MPH entregam CLB Ribeirão Preto

Primeira fase do condomínio logístico e industrial demandou investimentos de R$ 100 milhões

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mazéns do CLB Ribeirão Preto serão a Pearson Brasil, pertencente ao grupo britâ-nico Pearson, empresa que atua nos mercados editorial e educacional, e a farmacêu-tica Raia Drogasil, que, de imediato, abriram 150 pos-tos de trabalho na região. O empreendimento faz parte do projeto de consolidação de dois centros de distribui-ção da Pearson, com 3.700 m², para um espaço de mais de 10.000 m². “O objetivo é concentrar na unidade de Ribeirão Preto o armazena-mento e a distribuição de todos os materiais da com-panhia, tornando todo o

processo mais rápido e eficiente”, conta o diretor de Logística da Pe-arson, Heber Lisboa. A Raia Droga-sil não divulga o tamanho do arma-zém utilizado, mas manterá no CLB Ribeirão Preto seu maior CD, com capacidade para abastecer 400 lo-jas nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Na segunda etapa, prevista para o final de 2013, o empreendimento abrigará mais dois galpões com cer-ca de 15.000 m² e 17.000 m². A co-mercialização dos espaços está sob a responsabilidade da imobiliária Fortes Guimarães

MPH: (11) 3044-4704Prosperitas: (11) 3127-5550

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• O economista Angelo Baptis-ta é o novo presidente da Trans-nordestina Logística. O executivo substitui Tufi Daher Filho, que assumirá uma diretoria executiva na Companhia Siderúrgica Nacio-nal (CSN), mas continuará envol-vido no projeto da ferrovia como membro do Conselho Administra-tivo e também manterá sua cadeira no Conselho de Administração da MRS Logística. Baptista, que antes de assumir a nova função atuava como diretor Comercial e de Novos Negócios da Rumo Logística, é for-mado em Economia pela Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ. (85) 4008-2526

• Francisco Xavier da Silva Nunes assumiu, em agosto, o cargo de su-perintendente de Logística de Carga da Infraero. O executivo, que atua na Infraero há dez anos, sempre no segmento de cargas, já exerceu na empresa as atividades de encarre-gado do Arquivo de Custódia e Es-tatística e coordenador de Facilita-ção e Atendimento ao Cliente. Em 2009, foi coordenador de Sistemas Logísticos e assumiu a gerência de Planejamento e Desenvolvimento Logístico, atividade que continuará exercendo em paralelo com a nova função. Nunes é especializado em Gestão Estratégica da Logística pela Universidade Católica de Brasília (UCB). 0800 725 4445

• A Ativa Logística anunciou, em 5 de setembro, a nomeação de dois novos executivos para os seus qua-dros. Motokazu Nakamura assu-me a função de diretor adjunto dos departamentos Administrativo, Fi-nanceiro, Contábil, Jurídico e de

Recursos Humanos. Já Sonja Mace-do passa a atuar como gerente Farma e será responsável pela gestão de toda a movimentação de farmacêuticos da Ativa. Graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e com pós-gradua-ção em Ciências Contábeis e Finanças pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Nakamura atua há mais de 25 anos em cargos executivos, ten-do passado por empresas nacionais e multinacionais. Sonja, farmacêutica--bioquímica e mestre em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), acumula mais de dez anos na área de logística far-macêutica. A executiva também é coordenadora e docente do curso de pós-graduação latu sensu em Logís-tica Farmacêutica da Faculdade de Administração de São Paulo (FAPI--SP) e vice-presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos atuantes em Logística (Anafarlog), além de ser autora do livro Logística Farma-cêutica Comentada. (11) 2902-5000

• A Honeywell Transportation Sys-tems Americas promoveu, em se-tembro, José Roberto Alves para o cargo de diretor de Operações. Alves ocupava anteriormente a po-sição de gerente da fábrica da Ho-neywell Turbo Technologies em Mexicali, no México, onde traba-lhou por dois anos. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Mogi das Cru-zes (UMC-SP) com especialização em Administração Industrial pela Fundação Carlos Alberto Vanzo-lini (FCAV-USP) e possui ainda MBA em Economia Empresarial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestrado em Ciências pelo Instituto Tecnológi-co de Aeronáutica (ITA-SP), além de certificação Seis Sigma e Lean

Manufacturing. Alves ingressou na empresa em 1995 como supervisor de Engenharia de Manufatura e, ao longo da carreira, assumiu diversas posições, como gerente de Produ-ção e Manufatura e gerente de Ma-teriais. Na nova posição, será res-ponsável pelas fábricas da empresa em Guarulhos e Sorocaba (SP) e responderá diretamente a Giam-piero Ruffatto, vice-presidente da Honeywell Friction Materials, nos Estados Unidos. 0800 0351516

• A Ceva nomeou, em setembro, Richard Vieites para a posição de vice-presidente sênior e gerente da empresa no Brasil. Especializado em Logística Empresarial, Vieites possui mais de 18 anos de experiência no segmento, tendo atuado em diversas posições de liderança nas Américas. Na Ceva desde 1997, o executivo já ocupou os cargos de diretor regio-nal na Argentina, diretor de Ope-rações no Brasil e diretor de Opera-ções e vice-presidente de Operações para o Setor Automotivo nos Esta-dos Unidos. Na nova função, Viei-tes será responsável por integrar as operações de contratos logísticos e gerenciamento de fretes, focado nos cinco setores-chave em que a Ceva atua: automotivo, bens de consumo e varejo, energia, indústria e tecno-logia. (11) 2199-6700

• O Grupo Libra possui, desde setem-bro, um novo diretor de Desenvol-vimento de Negócios para a Região Norte. Sandro Santiago é adminis-trador de Empresas formado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e possui ainda especiali-zação em Inovação e Gestão de Ne-gócios pela Wharton School (EUA), em Políticas, Finanças e Estratégias de Investimentos pela Harris School (EUA), e em Gestão Estratégica para

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CROSS-DOCKING

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Dirigentes Empresariais pelo Insti-tut Européen d’Administration des Affaires (Insead-França). Ao longo de sua carreira, Santiago já traba-lhou na área pública, como secre-tário de Planejamento e Adminis-tração de Manaus, além de prestar consultoria em logística e finanças. Na Região Norte, o Grupo Libra atua por meio da Companhia de Navega-ção da Amazônia (CNA), empresa que realiza operações de transpor-te de granel líquido, como etanol e petróleo cru e seus derivados. O principal desafio do executivo será desenvolver e implementar o plano estratégico de crescimento do grupo na região. (11) 3563-3606

• A Viastore Systems, empresa de origem alemã que atua no forneci-mento de instalações intralogísti-cas, com sistemas de WMS e equi-pamentos automatizados, nomeou o analista de sistemas Paulo Fran-ceschini para presidente da sua recém-criada unidade brasileira. Formado pela Pontifícia Universi-dade Católica de Campinas (Puc-camp), o executivo possui, ainda,

pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e especialização em Negociação e Logística também pela FGV e pelo Instituto de Pós--Graduação e Pesquisa em Admi-nistração (Coppead) da Universida-de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com grande experiência no setor de logística, Franceschini assumiu cargos de liderança em empresas como Ceva e Metrolog. O também analista de sistemas André Fragali foi nomeado para o cargo de geren-te de Soluções da Viastore. Gradua-do pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep-SP), Fragali é especializado em Gestão de TI pela Universidade Estadual de Campi-nas (Unicamp-SP) e em Arquitetura Client-Server pela PUC Campinas. O executivo acumula passagens por empresas como DHL e Entrega Fá-cil. Por fim, Rodrigo Santoro foi contratado para o cargo de geren-te Comercial. Graduado em Enge-nharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI-SP) e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP, Santoro já

passou por empresas como Dema-tic e Officer. (19) 3305-4100

• A TNT Mercúrio anunciou em setembro, Cristiano Koga para o cargo de diretor corporativo de Vendas e Marketing. Graduado em Administração de Empresas com foco em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), Koga possui tam-bém MBA em Administração de Negócios e pós-graduação em Ges-tão de Supply Chain, ambas pela Fundação Getulio Vargas (FGV--SP). Com vasta experiência no mercado de logística, o executivo iniciou sua carreira na Companhia SudAmericana de Vapores (CSAV) e atuou ainda na Panalpina e na Penske Logistics. Koga será mem-bro da Diretoria Corporativa da TNT e passa a responder a Toby Grey, presidente da empresa no Brasil. Entre seus desafios está a cooperação no cross-selling com a TNT Express International, com o objetivo de trazer mais negócios e aumentar a receita da unidade brasileira. (11) 3573-7700

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ENTREVISTA

52 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Tecnologística – O senhor assu-miu há pouco o comando da Sup-port Cargo. Como o senhor anali-sa o momento da empresa?

Wrobleski – Eu assumi a em-presa há pouco mais de seis meses, em março deste ano, e vejo que a Support Cargo atravessa uma fase muito interessante. Ela vem dobran-do de faturamento ano a ano desde 2008. De 2011 para 2012, entrou num patamar em que obter resul-tados como esse é viável, mas exige algumas atitudes estratégicas como as que nós começamos a tomar. A primeira delas foi transformar a em-presa de Limitada para Sociedade Anônima (S.A.). Além disso, esta-mos investindo no capital humano, implementando um plano muito ousado de meritocracia. Estas eu aponto como as ações primordiais.

Hoje, temos 400 funcionários dire-tos e pouco mais de 300 indiretos, que são prestadores de serviços ou autônomos, e empresas que traba-lham diretamente conosco. É fun-damental um trabalho de estímulo e de retenção dessas pessoas.

Tecnologística – O senhor falou de crescimento ano a ano desde 2008. Qual é o resultado esperado para 2012?

Wrobleski – Não gosto de traba-lhar com previsão de crescimento. Nós temos um planejamento estra-tégico e vamos segui-lo. Trabalha-mos com planos plurianuais de cin-co anos, e dentro disso procuramos olhar de quais vertentes temos de par-ticipar, de acordo com a conjuntura do País. Fazemos nosso orçamento com base naquilo que, segundo acre-

ditamos, serão os veios de mercado, e na análise do que ele precisa.

O Brasil continua sendo um país onde o transporte e a logística cres-cem acima do PIB, em linhas gerais. Nós trabalhamos com base nesses números, de forma realista. A em-presa deve crescer de acordo com a expansão do mercado de transporte e logística, que é onde ela se situa. Há companhias anunciando crescimen-to de 20% todos os anos. Não temos mais essa preocupação. Quando disse que o momento é interessante é por-que estamos ultrapassando o nível dos R$ 100 milhões de receita e en-trando num grupo muito específi co e com grandes oportunidades, chegan-do ao patamar que julgamos ideal.

Tecnologística – Qual é este patamar?

A horaé agora

Logo após assumir a presidência da Support Cargo, da qual também é acionista

investidor, Antônio Wrobleski fala com exclusividade à Tecnologística sobre a estratégia da empresa em um mercado que, segundo ele, está defi nindo quais

players ocuparão o que ele chama de “topo da pirâmide” da logística nacional

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Wrobleski – Divido a pirâmide de empresas de logística e transpor-te em três patamares principais: no topo estão as que faturam acima de R$ 1 milhão; em seguida vem o gru-po que fatura entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão; e outro entre R$ 200 e 500 milhões. Este terceiro grupo é o que está surfando em algumas ondas de crescimento, é extremamente com-petitivo e focado no mercado. Nosso projeto é fazer parte dele até 2014.

Temos todas as condições para isso, uma vez que a empresa está muito saudável, pois nasceu com esse DNA de olhar projeto a proje-to, de olhar o ROIC (Retorno sobre o Investimento e Capital) e de traba-lhar com planejamento. Nosso foco é esse. Preocupo-me em participar des-se grupo e usufruir do que ele traz.

Lembro-me de que o ex-ministro Delfim Netto dizia que dinheiro não admite desaforo. E é verdade, prin-cipalmente em nosso segmento, em que tudo é controlado à base de cen-tavos, em que as margens são mui-to estreitas. Se você não se prepara para isso, pode levar tombos irrecu-peráveis. Então é preciso fazer um planejamento cuidadoso e ter uma boa engenharia financeira. É preci-so comprar no momento adequado, crescer quando isso é possível – por-que até mesmo para crescer você deve sempre olhar para o seu retor-no. Se não fizer isso e se descuidar, certamente terá problemas.

Tecnologística – Isso é uma ten-dência no mercado?

Wrobleski – Hoje eu vejo que as grandes empresas do setor passaram a se preocupar com sua saúde finan-ceira e até mesmo com a de seus par-ceiros de negócios. Os embarcadores não querem que os fornecedores te-nham uma participação percentual muito grande de seu faturamento com eles, porque não os querem de-

pendentes deles, o que é saudável. Estou há mais de 20 anos nesse mer-cado e venho de um tempo em que essa preocupação não existia. Um grande embarcador pensava apenas no seu lucro, sem se importar se o fornecedor ficava perigosamente dependente dele. Hoje já não é mais assim. Claro que a preocupação principal é o lucro, mas existe tam-bém o enfoque de ver o quão saudá-veis financeiramente são seus par-ceiros, porque um fornecedor com problemas trará complicações para toda a cadeia. Houve uma mudança muito significativa nesse sentido e a Support Cargo está dentro dessa nova filosofia. Queremos manter a empresa saudável, lucrativa e traba-lhar com empresas saudáveis. Acho que o Brasil oferece oportunidades muito interessantes para empresas profissionais em qualquer ramo de atividade e no nosso também.

Tecnologística – Talvez por não terem essa preocupação com o re-torno financeiro, muitas grandes empresas do setor faliram, mesmo estando cheias de clientes, não é?

Wrobleski – Sem dúvida. O ROIC é a essência de tudo. Qual o moti-vo de um acionista colocar dinhei-ro em determinada empresa? Qual a razão de eu investir num novo

equipamento, num novo nicho ou operação? É o retorno financeiro que isso me dará. Este é o princípio básico. Qual a sua responsabilidade para com as pessoas que trabalham com você? É trazer o retorno, inclu-sive para continuar crescendo, con-tratando e sustentando o negócio ao longo do tempo. Acho que hoje não há mais espaço no mercado para empresas que não trabalham dessa forma. Ainda se admite alguma “pe-quena ofensa” ao dinheiro, desde que se corrija logo em seguida. Do contrário, a empresa não sobrevive.

Tecnologística – O senhor falou que entre as estratégias da Support Cargo está a diversificação. Em quais áreas a empresa atua hoje e em quais pretende atuar?

Wrobleski – Para mim, a logís-tica é dividida em silos. Atuamos nos silos de linha branca, químico e petroquímico, de construção ci-vil, automotivo, alimentos, agro-negócio e siderúrgico. E, como falei antes, qualquer empresário tem de parar e analisar o que vem ocorren-do no País e de quais movimentos deve participar. Nesse sentido, ve-mos muito potencial nos setores de infraestrutura e de e-commerce, um nicho que cresce muito e tem po-tencial de se expandir ainda mais.

E a Support Cargo tem uma ca-racterística que a diferencia da maioria das empresas do mercado, que foram fundadas por empreende-dores, muitos dos quais sem forma-ção acadêmica. Nossa empresa foi fundada por uma pessoa com for-mação em Engenharia Naval e em Física, ambas pela Universidade de São Paulo. Isso fez muita diferença na conceituação da companhia, na forma como ela se iniciou, já tendo processos estruturados, pensando em sistemas e também tendo como característica a inovação.

“Em nosso setor as margens são muito

estreitas e quem não tiver uma boa

engenharia fi nanceira pode tomar tombos

irrecuperáveis”

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ENTREVISTA

54 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Você tem de atuar em silos na ver-tical, mas também atuar na horizontal para atingir seus objetivos de mercado. Nesse sentido, investimos também em sistemas, pessoas e processos, que for-mam o tripé básico da logística. Sem um deles, a estrutura não se sustenta.

Tecnologística – É nisso que vo-cês vêm investindo mais?

Wrobleski – Sim, é um investi-mento constante. Em sistemas, a empresa desenvolveu e utiliza uma ferramenta que se chama Nexus, que funciona em conjunto com o sistema de gerenciamento de trans-portes e verifica a funcionalida-de dos equipamentos, permitindo ainda a gestão do inventário e au-

tomação de documentos de contro-les internos. Os processos também mudam de acordo com o mercado, como agora com essas novas legisla-ções de CIOT, da regulamentação de motoristas e assim por diante.

E pessoas, que são hoje o maior desafio de qualquer empresa de qualquer área no Brasil, o que é ain-da mais sensível no setor de logísti-ca, porque nós operamos dentro de nossos clientes. Somos a base dos clientes. E não há como atendê-los sem as pessoas. Você pode imple-mentar uma cultura dentro de sua empresa, mas ela também tem de estar de acordo com a cultura de seus clientes, que normalmente são companhias bem maiores que a sua.

Tecnologística – E é um segmen-to intensivo no uso de pessoas.

Wrobleski – Ele continua inten-sivo, embora já tenha sido mais. Hoje, áreas como carga e descarga, processos de armazéns, entre outras, tendem a ser mais automatizadas. Mas existe uma figura central e fun-damental em nosso setor que é o motorista, uma das profissões mais demandadas no Brasil. Dizem que existe um gap de 100 mil motoris-tas no País atualmente. Sem fazer pesquisa formal, mas conversando com outros empresários, vemos que existe realmente uma carência e que as empresas estão tentando formar essa mão de obra, mesmo porque a profissão de motorista está mu-

No mercado desde 1999, a Support Cargo é uma empresa

100% brasileira, especializada em gestão logística integrada, realizan-do atividades que envolvem arma-zenagem, movimentação interna, controle de estoques, consolidação de cargas, cross-docking, logística re-versa, milk run, diagnósticos e pro-jetos especiais, com soluções mul-timodais envolvendo o transporte rodoviário, marítimo, ferroviário e aéreo, além da cabotagem.

Organizada por unidades de negócios especializadas em cada etapa da cadeia de abastecimen-to, a gestão logística é composta por plataformas dedicadas a áreas específicas. Dos segmentos aten-didos pela empresa, a linha bran-ca corresponde a 32% da carteira, seguida pelo de construção civil, com 19%, e alimentício com 17%. A Support Cargo atende ainda aos

setores químico e petroquímico (so-bretudo no formato granel), de agro-negócios, químico e siderúrgico.

Ao todo, a empresa possui mais de 500 equipamentos próprios, emprega 400 colaboradores diretos e 300 indi-retos, e possui 43.000 m² de armazéns. Além da matriz em São Bernardo do Campo (SP), o operador logístico tem fi liais em Camaçari (BA), Suape (PE), Rio Claro e São Carlos (SP), e conta com pontos de apoio em Gravataí (RS), Colombo (PR), Cubatão (SP) e Recife, todos interligados por meio de sistema de gestão administrativa.

A frota é totalmente monitora-da por meio de tecnologia GSM/GPRS, via web e via satélite, com gerenciamento de risco, o que pos-sibilita não apenas a administração das informações logísticas como também o rastreamento e o contro-le da frota, com vistas à segurança. Os veículos possuem sistema com

Brasileira e sustentável

tacógrafo instantâneo, que torna possível analisar a velocidade em-pregada nas operações, checar ho-rários e carga horária trabalhada. As rotas são autogerenciáveis por meio de envio de alertas instantâ-neos em casos de desvio de rota, paradas proibidas e atrasos.

A empresa também se preocupa com a sustentabilidade ambiental, possuindo seguro de contamina-ção ou poluição do meio ambiente, que prevê a limpeza da área con-taminada, o transporte de resíduos para destinação final determinada pelo órgão ambiental e tratamen-to e destinação final dos resíduos. Além disso, participa de vários pro-gramas de responsabilidade social, como o Na Mão Certa e o Olho Vivo nas Estradas, entre outros.

Até 2013, a meta da Support Cargo é alcançar um faturamento de R$ 300 milhões.

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ENTREVISTA

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dando muito. Atualmente, ele não apenas dirige, mas precisa também seguir roteiros, lançar informações no sistema para rastreamento e ge-renciamento, representar a empresa perante o cliente; o motorista, hoje, é gerido via satélite e está dirigindo um equipamento que muitas vezes custa acima de R$ 400 mil. Não é qualquer um que consegue fazer isso com qualidade e responsabilidade.

Tecnologística – Esse é, hoje, o maior desafio do setor?

Wrobleski – Um dos maiores, certamente. O Brasil tem um déficit crônico educacional e nós devemos fazer a nossa parte. Por isso temos, na Support, um programa muito forte de treinamento. Independen-temente do programa utilizado e de quão bom ele seja, o difícil é conse-guir o comprometimento do funcio-nário. E esse é um grande problema: como engajar as pessoas para que

elas recebam, absorvam e façam dis-so o seu lema de vida. O motorista não está sob seu olhar o tempo todo. Ele está fora, na maioria das vezes. Não é só treinar tecnicamente; é preciso ensiná-lo a ter consciência no trânsito e responsabilidade; fazê--lo entender que ele representa a marca da empresa e, às vezes, até a marca do cliente. Por isso eu afirmo que essa nova regulamentação de motoristas profissionais que agora entra em vigor é muito importante, apesar dos impactos de custos que acarretará para o setor.

Tecnologística – O senhor é fa-vorável à Lei nº 12.619?

Wrobleski – Sem dúvida. As em-presas, principalmente as menores e que não dispõem de uma boa estru-tura de treinamento e de rodízio de descanso, vão sofrer no início, mas a médio e longo prazos a lei trará benefícios para todos, inclusive para

a sociedade. Ela já existe em outros países; é uma tendência no mundo. Não podemos admitir um motorista que trabalhe 15 horas por dia ininterrup-tamente.

Devido a essa lei, nós fi -zemos, dentro da Support, uma análise bastante pro-funda, de malha, de locais de descanso e até mesmo dos refl exos da direção pro-longada. E descobrimos coisas muito interessan-tes. Por exemplo, que após quatro horas ao volante, a pessoa – e isso vale para motoristas de carros tam-bém – começa a perder a sensibilidade nas pernas. Veja então o risco envolvi-do em longas jornadas na direção, de que ninguém se dá conta. Respondendo à

sua pergunta, vejo a regulamentação como algo fundamental, embora haja muitas lacunas dentro dela.

Tecnologística – Por exemplo?Wrobleski – Acho que essa legis-

lação se adequa mais ao fraciona-do; na longa distância, ela fica bem complicada e seria preciso discutir melhor a solução. Ela coloca todos sob o mesmo patamar e isso não é a realidade do País. Você não tem onde parar os caminhões; a infraes-trutura brasileira não acompanha a modernidade da lei. E há a questão da frota nacional em que, na média, a idade é altíssima e são ainda pou-cos frotistas que possuem tecnologia embarcada, com dispositivos moder-nos que garantam a segurança.

Por exemplo, toda a frota da Support Cargo é rastreada, com ge-renciamento de risco. O quanto isso é verdade no restante da frota bra-sileira, que é calculada em mais de dois milhões de caminhões? Quan-tos deles são rastreados? Como fa-zer para controlar tudo isso? O au-tônomo não tem nada disso, pois todo esse aparato custa muito caro. Enfim, acho que ainda há pontos falhos nessa legislação, que devem ser mais bem trabalhados. Mas nada disso, a meu ver, é impeditivo para que ela vigore. Não podemos espe-rar que tudo se resolva a um tempo, ou nas condições ideais. Temos de começar a criar essas condições. Te-mos um número absurdo de mortes nas estradas e no trânsito urbano também. Algo precisa ser feito.

Tecnologística – O senhor acha que essa lei vai tirar autônomos do mercado?

Wrobleski – Não acredito que tire muita gente do mercado, até porque o País é muito carente nessa área. Mas ainda é cedo para dizer. Ninguém tem uma análise maior dos impactos dessa regulamentação,

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pois ela é muito recente e seu cum-primento nem começou efetiva-mente a ser cobrado. E estamos nos esquecendo da lei do CIOT1, que saiu quase que simultaneamente à Lei 12.619.

Tenho uma teoria de que, quan-do chegamos ao ponto de ruptura, o homem encontra soluções. E esta-mos neste ponto de ruptura com re-lação ao trânsito no Brasil. Uma ci-dade como São Paulo ter 350 km de congestionamento num dia comum significa que o sistema está entran-do em colapso. Ou achamos uma solução, ou vai parar. O problema é que soluções de infraestrutura não se constroem de um dia para outro.

Mas talvez essas novas legislações, a dos motoristas e o CIOT, nos levem

a prestar atenção aos problemas que não estávamos olhando e isso nos conduza a uma situação melhor nos próximos anos. Elas nos forçam a pensar sobre aspectos que não esta-vam sendo considerados ou, ao me-nos, não por todos, como a questão do descanso dos motoristas.

Tecnologística – Uma das recla-mações recorrentes é que o setor de transporte sempre é onerado e sempre fica de fora das desone-rações que o governo promove. O senhor concorda ?

Wrobleski – Em parte. Ao que tudo indica, teremos em breve uma desoneração com relação à folha de pagamento2. Ao menos é o que o governo está sinalizando. Vamos

ver se o setor será incluído. Mas eu acho que deveria haver uma deso-neração efetiva, e não um tampão. A legislação trabalhista no Brasil é ridícula, com encargos trabalhistas e fiscais absurdamente fora de con-texto, o que não é bom nem para o empregador, nem para o empre-gado. Quando falamos da falta de competitividade do País no cenário mundial, está muito claro o porquê.

Tecnologística – Fala-se muito dos autônomos que ainda traba-lham de maneira informal. Mas, se os embarcadores e operadores logísticos hoje são tão exigentes, quem contrata esses autônomos?

Wrobleski – Nisso voltamos àquela velha história de igualar o

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que é desigual. A realidade que nós conhecemos é a das grandes empresas e elas têm um processo para a con-tratação do transportador autônomo de carga bastante exigente. Não vou dizer restritivo, mas acompanhamos isso muito de perto. Temos política de contratação, que segue a da qua-lidade. Por exemplo, hoje você não consegue contratar um seguro sem ter um gerenciador de risco por trás. E o gerenciador analisa quem é o moto-rista, seja ele autônomo ou próprio. Agora, existe outro mundo, muito distante desse nosso, onde prevalece essa realidade do motorista com cami-nhão de 30 anos de idade, trabalhan-do fora dos horários. Ele já não tem espaço nas grandes empresas, mas certamente existem outras realidades no País nas quais ele se encaixa.

Tecnologística – E onde ele participa?

Wrobleski – O Brasil é muito grande e, para ser sincero, eu não tenho visto mais essas práticas e não sei onde elas se encaixam atu-almente. Talvez esse grupo mais antigo esteja trabalhando em pe-quenos clientes e negócios que não sejam tão exigentes. Você não vê mais essa situação dentro de São Paulo ou nas principais estradas aqui do Sudeste.

Mas, apesar de a idade média da frota nacional estar ao redor de 18 anos, houve uma renovação fantás-tica nos últimos cinco anos. A frota da Support Cargo tem três anos em média e posso afirmar que as gran-des empresas estão com veículos de três a cinco anos, no máximo. Em companhias que têm ISO 14.000, por exemplo, equipamentos usados muito velhos nem entram mais.

A geração de motores Euro V traz outra realidade e temos que entender que ela veio para fi car. A consciência ecológica é mandatória. Acho que o governo fez uma coisa muito inte-ressante que foi o Finame, a base de fi nanciamento do BNDES para equi-pamentos e veículos. Hoje, através dele, você renova a frota, compra ca-minhões com juros de 5% ao ano. E vale para os pequenos também, com juros ainda menores. O autônomo foi benefi ciado e isso propiciou uma grande renovação da frota brasileira.

Tecnologística – O senhor falou que um dos principais gargalos do setor são as pessoas. E além delas, quais são os empecilhos à ativida-de logística? Os impostos?

Wrobleski – A questão tributá-ria todos os setores enfrentam, não é só a logística. Nesse sentido, te-mos de fazer valer um pouco mais nossos direitos, por uma questão de competitividade mundial. O Brasil participa muito pouco do mercado global; nosso nível percentual de ex-portação dentro do PIB é algo muito baixo. No geral, se você comparar o “custo Brasil”, os preços que nós praticamos aqui com o custo de um país do mesmo nível, somos muito mais caros. Mas tem um conceito burro por trás disso que é penalizar muitos para que poucos vivam bem.

Tecnologística – E a infraestrutura?Wrobleski – É certamente pre-

“As novas legislações nos forçam a pensar

sobre aspectos que não estavam

sendo considerados, como o descanso dos motoristas”

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NONONONONOENTREVISTA

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cária. Apenas em termos de compa-ração, o Brasil hoje investe menos de 1,5% do PIB em infraestrutura, enquanto a China investe 10%. Este ano, dizem que será um pouco me-nos, entre 6% e 7%. Mesmo assim, é uma diferença brutal. Todas as grandes economias investem con-sideravelmente na infraestrutura, e não apenas de logística. O Brasil está ficando para trás.

Tecnologística – E isso porque este ano o crescimento vem sendo menor que o esperado. Se estivés-semos crescendo 10% ao ano, a in-fraestrutura não iria suportar.

Wrobleski – Mas talvez se esti-véssemos crescendo tudo isso, te-ríamos nos mexido mais, nos pre-ocupado mais e agido com mais celeridade. Você não pode limitar o crescimento de um país pela infra-estrutura. É preciso pensar adiante, fazer um planejamento integrado. Por exemplo, é preciso deixar longe das cidades o que não precisa passar por elas. Você já imaginou o que se-ria hoje a cidade de São Paulo sem o Rodoanel? Seria impensável. Eu trafego muito pelo Rodoanel e 90% do tráfego é de caminhões. Imagine tudo isso nas marginais e na aveni-da dos Bandeirantes?

Acho que já deveria ser constru-ído um segundo anel viário, pas-sando pela região de Campinas, a uma distância de 100 km da capital, para aqueles veículos que não pre-cisam passar por aqui. Em Dallas, nos Estados Unidos, há vários anéis viários e você só entra na cidade se realmente precisar.

Mas é claro que tudo isso é uto-pia. Nós ainda nem terminamos o Rodoanel e ele será finalizado sem ter nenhuma interligação com fer-rovias ou outro modal de transpor-te. Agora, há um novo alento com esse Programa de Logística para

rodovias e ferrovias anunciado pelo gover-no federal. Embora não saibamos se sua imple-mentação ocorrerá efe-tivamente, pelo menos existe um plano.

Então, voltando aos gargalos do setor, eu acredito que hoje real-mente a grande questão são as pessoas. A nossa educação formal é muito fraca e os requisitos do mercado atual são muito altos. Temos de estar in-seridos do contexto glo-bal e para isso é preciso pessoas bem preparadas. O gargalo é esse. Logís-tica são três letrinhas: SPP – sistemas, pessoas e processos. Sistemas você compra; processos você contrata especialistas e implanta; mas pessoas é mais difícil formar e reter. O P de pessoas in-clui também a retenção.

E, com a velocidade que o mun-do está, com a rapidez com que as informações chegam até nós, você pode imaginar como é difícil montar um plano de retenção de talentos. Na Support Cargo, trabalhamos em cima de projetos. Eu tenho um deter-minado projeto e procuro as pessoas adequadas para ele. E temos um pro-grama muito interessante, chamado key driver, de formação de motoris-tas treinadores que disseminam as melhores práticas para os demais. Investimos um dia por semana nes-se programa. Se você olhar, oito ho-ras por semana é bastante intensivo, mas nós realmente acreditamos que temos de cuidar de nossas pessoas.

Tecnologística – Como o senhor vê o futuro da atividade no País?

Wrobleski – Eu particularmente acredito que, nos próximos cinco anos, o Brasil sofrerá uma mudança muito grande voltada para o crescimento hu-mano. Primeiro terminamos com a in-fl ação, montamos o Plano Real, resol-vendo um problema sério que impedia o crescimento do País e o bem-estar da população. As coisas estão melhoran-do, talvez não na velocidade e com a abrangência que gostaríamos.

Mas o mercado mudou muito e ainda vai mudar mais. Hoje se fala muito em governança corporativa, em operar dentro das regras, e isso já é mandatório, não dá mais para ser diferente. Antes, se o fornecedor fizesse algo errado, o embarcador podia dizer que não sabia, mas hoje isso não cola mais. O que o seu for-necedor faz tem implicações sérias na imagem da sua empresa. Quanto

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vale uma imagem? Vale muito mais que os ativos. Atualmente, não dá mais para contar uma história para o mercado e praticar outra coisa.

O Brasil começa a construir em-presas respeitáveis, grandes, e que surgiram praticamente nos últimos 20, 30 anos. Veja a quantidade de empresas do nosso setor com menos de 50 anos e com faturamento aci-ma de R$ 1 bilhão. Quantas eram há uma década? É uma mudança enor-me de que muitas vezes não nos da-mos conta, porque estamos no meio dela. Essas empresas foram criadas por empreendedores natos, que hoje têm de se adaptar e mudar sua gestão, profissionalizá-la, abrir capi-tal e fazer parte de um mundo mui-to diferente do que era há algumas

décadas, quando o Brasil era uma economia fechada. Acho que temos bons desafios pela frente.

Tecnologística – Se olharmos para o imediato, tendemos a ver só os problemas, mas se analisar-mos ao longo do tempo, a evolu-ção foi grande.

Wrobleski – Exatamente. Acho que estamos mudando muito. O topo de nossa pirâmide ainda comporta 50, 60 empresas do nosso segmento. E para quem quer estar nesse topo, agora é a hora da defi nição, de co-meçar a pensar grande. Não que não haja espaço para os menores; sem-pre haverá. Eu brinco que existem os porta-aviões, mas também as corve-tas, porque os pequenos são neces-

sários. Mas sem pequenez nas ideias. Este é o momento da defi nição.

Silvia Marino

Support Cargo: (11) 4343-2300

1 CIOT – Cadastro para a geração de Có-digo Identifi cador da Operação de Transporte - resolução nº 3.658/2011 da ANTT, que regu-lamenta a remuneração dos caminhoneiros au-tônomos e solicita que os contratantes de frete cadastrem suas operações de transporte através de uma administradora de meios de pagamen-to eletrônico de frete, que é responsável pela geração do CIOT

2 A entrevista foi feita antes do anúncio da desoneração da folha de pagamento realizada pelo governo em setembro

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Em apenas cinco anos, a Neoplastic, uma das maiores fabricantes de embalagens,

sacolas plásticas e filmes flexíveis do Brasil e de geomembrana da América Latina, triplicou de tama-nho. Esse crescimento contínuo e rápido trouxe como consequência a necessidade de reorganizar a em-presa como um todo. Além da meta de otimizar e padronizar os proces-sos internos, alinhando as áreas de manufatura, distribuição e comer-cial para elevar o nível de serviço ao cliente e eliminar os desperdí-cios, havia também o desejo de ob-ter a certificação ISO 9000 e estru-

turar a companhia para aproveitar novas e potenciais oportunidades para crescer ainda mais.

A concretização desses e demais ob-jetivos foi possível graças à contratação da Diamond Value Chain Consulting (DVCC), uma divisão da Dow espe-cializada em consultoria para supply chain. Ainda na fase inicial do projeto, concluída em julho deste ano, foram contabilizados alguns ganhos, dentre os quais a redução de 27% no tempo de espera de atendimento de pedidos e o aumento de 31% da acurácia de in-ventário de matéria-prima.

“Somos clientes da Dow há cerca de 15 anos e mantemos um relacio-

namento estreito com ela tanto na área comercial, como na operacio-nal. Como fazem parte do nosso dia a dia, eles souberam que tínhamos iniciado um trabalho interno de reestruturação, mesmo sem dispor-mos de ferramentas adequadas para isso”, lembra Sandro dos Santos, diretor Industrial da Neoplastic. As-sim, os profissionais da DVCC en-traram em contato com a empresa para apresentar um plano de traba-lho com esse escopo. “Houve uma sinergia imediata, porque logo per-cebemos que não se tratava de uma simples consultoria de processo, uma vez que a equipe possuía gran-

SUPPLY CHAIN

Sem medo de mudarSem medo de mudar

62 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Criada para replicar nos clientes e parceiros o mesmo modelo de melhoria do supply chain empregado internamente na Dow, a Diamond Value Chain Consulting, divisão

de consultoria da empresa, auxiliou uma das cinco maiores indústrias brasileiras do setor de plásticos a mapear seus processos e a corrigir distorções, conseguindo

mobilizar e engajar todos os níveis hierárquicos de todas as áreas da empresa, incluindo a alta direção, obtendo ganhos signifi cativos em curto espaço de tempo

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de experiência na área operacional, estava acostumada com o ambiente fabril e, portanto, conhecia bem a nossa necessidade e falava a mesma língua”, destaca Santos.

O que fez a diferença, segun-do Flávio Barros, diretor da DVCC para a América Latina, foi a pro-posta de iniciar com a realização de um brainstorm com a alta di-reção da Neoplastic, que ocorreu em novembro de 2011. “Por mais que ambas conhecessem bem uma à outra, precisávamos dessa troca de ideias para customizar o pro-jeto, definir uma linha mestra de trabalho e elencar as prioridades”, justifica Barros. Naquele momen-to, foram identificadas claramente quais eram as metas pretendidas pela empresa e definidas as estraté-gias de curto, médio e longo prazos para atingi-las.

Sandro dos Santos lembra que a expansão das atividades da Neoplastic se acentuou a partir de 2009, quando a empresa inaugurou sua terceira fábrica em Jacutinga (MG), criando, no ano seguinte, a quarta unidade fabril em Três Rios (RJ), e ainda, em maio de 2011, um centro de armazenagem e distribui-

ção em Franco da Rocha, na Gran-de São Paulo, onde estão a área ad-ministrativa e mais duas fábricas, para concentrar a parte de logísti-ca e de estocagem de suprimentos e de produtos acabados de todas as unidades. No total, a produção mensal, que em 2010 era de 3.200 toneladas, saltou para as atuais 4.237 t, com capacidade instalada para 5.500 t. “Crescemos muito e rapidamente, de forma desordena-da, e o nosso nível de serviço não conseguiu acompanhar esse ritmo. Tínhamos uma presença forte no mercado, uma marca conhecida, know-how de fabricação e produ-tos de qualidade. Mas precisáva-mos nos reorganizar para transfor-mar tudo isso em valor”, destaca o diretor Industrial da Neoplastic.

Detalhes do projeto

Em dezembro de 2011, deu-se o start da primeira fase do projeto: o de mapeamento dos processos ad-ministrativos, comerciais, produ-tivos e de logística da Neoplastic. Para isso foi realizada uma reunião com os diretores e gerentes de todas as áreas das cinco unidades (quatro

fabris e uma de logística) quando foi feita a divulgação do trabalho que seria realizado, explicando a metodologia, cronograma das ati-vidades, formatos dos encontros e as equipes que iriam compor cada etapa. A partir daí elaborou-se um pré-mapa que foi afixado em várias áreas da empresa, para que todos os funcionários tomassem conhe-cimento do que estava ocorrendo e inclusive pudessem fazer anota-ções nele.

O passo seguinte foi realizar um encontro com 53 representantes de

Non

onon

ono Na fase

inicial do projeto houve

redução de 27% no tempo

de atendimento de pedidos

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 63

Santos: mapa permitiu a todos os funcionários sugerir melhorias nos processos

Alves: workshop serviu para ampliar o

conhecimento sobre as diversas áreas

da empresa

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todos os níveis hierárquicos, de to-das as áreas da empresa, incluindo o pessoal da portaria e da área da qualidade. “Aproveitamos o dia 25 de janeiro, quando se comemora o aniversário da cidade de São Paulo, e levamos esse grupo para o centro de treinamento da Dow, para um workshop”, explica Fábio Alves, líder de projeto da DVCC. Ali as pessoas foram divididas em quatro grupos multisetoriais. “Organiza-mos uma agenda bem ambiciosa para aquele dia. Para começar, cada

pessoa teve de se apresentar para as demais e falar sobre a sua área e as respectivas atribuições. Essa simples ação serviu para ampliar o conhecimento dos participantes sobre a empresa e os seus diversos processos”, destaca Alves.

Na avaliação do diretor Indus-trial, Sandro dos Santos, naquele momento quebrou-se o primeiro paradigma, que é esconder os pro-blemas. “Como todos se expuseram e falaram abertamente sobre o que os incomodava e quais eram as difi-

culdades ou tarefas que dependiam de outras pessoas para serem conti-nuadas, criou-se uma união. Ficou claro que todas as áreas tinham pro-blemas e que havia oportunidades de melhorias a serem feitas para que o trabalho de todos fluísse melhor. E então, eles começaram a acreditar no projeto”, explica Santos.

Finalizadas as apresentações, foram afixados mapas nas quatro paredes da sala, apresentando os processos da empresa, e os partici-pantes receberam post-its coloridos, sendo que cada área foi identificada com uma cor. “Demos um peque-no treinamento para que as pesso-as soubessem colocar nos mapas, por meio dos post-its, os problemas das próprias áreas em que atuavam e sugerir soluções, bem como fa-zer o mesmo nas demais. Assim, o mapa final teria o senso crítico tan-to do fornecedor, como também do cliente de cada área. Todos tiveram a oportunidade de visitar todas as áreas e deixar anotadas suas con-siderações”, detalha Alves. A cada quinze minutos, um grupo era leva-do para o mapa afixado em uma das paredes, e depois sucessivamente para os outros três, até retornar ao primeiro, podendo verificar o que os outros grupos haviam apontado. Também os diretores da empresa participaram dessa etapa do projeto.

Flávio Barros lembra que a DVCC designou seis especialistas para acompanhar o workshop e garantir que todos os 53 partici-pantes fossem bem orientados para que o trabalho atingisse as expec-tativas. “Nas indústrias é comum haver pessoas que conhecem muito bem determinados processos, mas não sabem se expressar. Aí entra-va um dos nossos consultores para ouvir a sugestão e ajudar aquele profissional a anotar de forma ade-quada a informação. Foi um fator

64 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

SUPPLY CHAIN

Criada em 1977 na cidade de Caieiras, na Grande São Paulo, pela família

Hurtado, a então denominada Plásticos Toti iniciou suas atividades com a reci-clagem de polietileno, empregando 20 colaboradores que respondiam por uma produção mensal de 15 toneladas. Com a mudança para Franco da Rocha, em 1992, a empresa alterou a razão social para Neoplastic e iniciou a fabricação de embalagens com polietileno de alta den-sidade, sendo uma das pioneiras no mer-cado. Dois anos depois, foi construída a segunda unidade fabril em Franco da Ro-cha, quando a empresa passou a produ-zir também lonas para proteção de pisos, telhados e cargas de caminhão, atingin-do uma produção mensal de 700 t.Atualmente, a Neoplastic conta com quatro unidades fabris que no conjunto produzem por mês 4.237 t de produtos como embalagens industriais (bobinas para indústria têxtil, sacos para trans-porte e proteção de frascos, fi lmes de polietileno para processos internos, etc); fi lmes agrícolas; lonas de proteção (para pisos, telhados, cobertura de maquinário e para cargas de caminhão); embalagens para revenda e varejo, e geomembranas (para aterros de resíduos domésticos e

industriais, mineração, tanques e silos, confi namento de áreas contaminadas, entre outras aplicações). A maioria da produção é feita sob encomenda.Em maio de 2011, a empresa construiu um centro de armazenagem e distri-buição para concentrar todos os ma-teriais usados na produção e também para estocagem dos produtos acaba-dos das quatro fábricas. Localizado na unidade 2, em Franco da Rocha, o CD ocupa 12 mil m² de área construída que está sendo expandida e deverá to-talizar 15 mil m² em 2013. Em termos de equipamentos, são utilizadas qua-tro empilhadeiras automáticas para 2,5 t, duas da Hyster e duas da Yale; seis paleteiras hidráulicas Paletrans; 100 gaiolas metálicas de armazenagem e separação de produtos, de fabricação própria; uma balança rodoviária com capacidade de 70 t e uma balança fi xa de solo para 2.500 kg, da Toledo; duas balanças móveis de 1.500 kg, marca Navarro; e oito leitores ópticos for-necidos pela Metrologic. No CD são estocados 2.700 itens com volume de 3.500 t, e a movimentação mensal é de 3.500 itens com volume de entrada e saída de 8.000 t.

Trajetória de sucesso

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fundamental para que não se per-desse nada nesse levantamento de oportunidades”, destaca o diretor do DVCC.

Ao final daquele dia foram ge-rados 453 post-its com observações sobre os processos e o consenso ge-ral confirmou a necessidade de mu-danças em todas as áreas. O desafio posterior foi catalogar tudo o que havia sido levantado. “Consolida-mos as informações e as classifica-mos por áreas e por assuntos. De-pois, nos reunimos com os diretores da Neoplastic para definir quais eram as ações que deveriam ser implementadas primeiro para asse-gurar a melhoria dos processos e o que seria pré-requisito para projetos posteriores”, explica Fábio Alves.

Barros destaca que foram con-sideradas prioritárias todas as ati-vidades que eram críticas para a obtenção da ISO 9000. Especifica-mente sobre esse assunto, o diretor esclarece que a certificação não é o foco da DVCC e por esse moti-vo foi contratado um outro par-ceiro da Dow, a Lino Engenharia, para cuidar desse trabalho. “Como a Neoplastic queria ter apenas um interlocutor, assumimos a respon-sabilidade também por essa área. Obviamente é sempre um risco res-ponder por um parceiro, mas como a Lino já havia trabalhado conosco em vários outros projetos dentro da própria Dow, tivemos segurança para fazer isso”, justifica Barros. A primeira auditoria interna foi fei-

ta em 10 de setembro último, e a externa já está marcada para final de outubro, prevendo-se que a cer-tificação será obtida em novembro deste ano.

Os A3 reúnem todas as informações de forma resumida

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Três ciclos de A3

Finalizada a fase de mapeamento, outro ponto importante era defi nir como preparar as pessoas para as fa-ses de implementação das mudanças. “Sugerimos a utilização de uma ferra-menta chamada A3, criada e empre-gada na Toyota, e que consiste num mapa em papel de tamanho A3, onde são apresentadas todas as informações de forma resumida. É uma maneira de mostrar qual é a situação atual, o pro-blema que precisa ser resolvido, onde se quer chegar, a análise da causa raiz, o plano de ação e como será feito o monitoramento dos trabalhos, tudo numa única folha”, explica Alves.

Segundo o líder do projeto, quan-do os japoneses inventaram essa me-todologia, escolheram o A3 porque era o tamanho de página que dava para ser enviado via fax para outras fábricas do grupo. “Poderíamos ter feito 100 slides em Power Point para contar a história do projeto, mas ninguém teria tempo de ler. Por isso escolhemos esse recurso que é uma espécie de melhores momentos do projeto, bastante visual e que ajuda as pessoas a estruturar o pensamen-to”, completa Alves.

Assim, dos 453 post-its da primei-ra reunião geral resultaram 31 proje-

tos A3. “Em cada um desses mapas há o nome do líder daquele projeto, que pode ser de qualquer nível hierárqui-co – de gerente a assistente - e tam-bém das pessoas que irão ajudar na implementação das soluções, além do nome do patrocinador, ou seja, do diretor que irá gerenciá-lo. Esses ti-mes são multisetoriais e todos foram treinados pela DVCC”, destaca Alves. Ele cita alguns exemplos, como um A3 referente ao registro e rastreabili-dade de todos os produtos, envolven-do as áreas de controle de insumos e sumprimentos, de apontamento da produção, e de etiquetagem em có-digo de barras; outro que cuida de especifi cação técnica de tudo o que é produzido nas unidades fabris; um projeto para a parte de distribuição e logística dos produtos; um A3 volta-do à questão do consumo de maté-rias-primas e controle dos estoques, e assim por diante.

O diretor Industrial Sandro dos Santos lembra que quando a DVCC apresentou a ferramenta, fi cou claro que seria necessário criar mecanismos de divulgação em todos os níveis das fábricas. “Se esse mapa fosse coloca-do no sistema de gestão da empresa (o ERP da Totvs) não conseguiría-mos atingir todas as pessoas. Por isso decidimos montar a sala dos A3 na unidade 2 de Franco da Rocha, onde fi cam todos os projetos expostos nas paredes, mostrando o status de cada um deles e os resultados obtidos”, detalha. Essa sala é coordenada por Márcio Melo, gerente do projeto, que comanda a logística dos A3 e todas as agendas, sendo responsável pelo ge-renciamento das reuniões realizadas religiosamente às quartas-feiras, às 15h00, e também pela cobrança do cumprimento das ações propostas.

Alves explica que a fase de imple-mentação dos A3 foi dividida em três ciclos, cada um dos quais com dura-ção de oito semanas, usando a abor-

dagem Steps to Milestone, segundo a qual são estipuladas as tarefas pas-so a passo para o atingimento das metas em ciclos curtos de melhoria. O primeiro ciclo de A3 foi iniciado em março deste ano e o terceiro e úl-timo está sendo finalizado neste mês de outubro. Em todos eles foram fei-tas verificações semanais. “Em ju-lho, fizemos uma auditoria interna para analisar se as melhorias imple-mentadas haviam de fato atingido o esperado e quantos problemas con-seguimos endereçar,” destaca. Um dos principais resultados obtidos foi a acurácia do inventário de matéria--prima que passou de 65% para 96%,

Acurácia do inventário de matéria-prima

saltou de 65% para 96%,

representando um aumento de 31%

66 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

SUPPLY CHAIN

A logística dos A3 é comandada por Melo, que também gerencia reuniões semanais

Barros: foram consideradas prioritárias as

ações críticas para a ISO 9000

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representando um aumento de 31%. Na área de produtos acabados, os da-dos ainda estão sendo compilados, mas segundo Alves pode-se afirmar que a empresa saiu de uma situação em que não havia o controle efetivo e estruturado do estoque, para um nível de 97%.

Projeto paralelo

Para otimizar ainda mais o de-sempenho da empresa, houve a im-plementação de um sistema de au-toapontamento em paralelo. Nesse sentido, estão sendo instaladas, em todos os pontos de produção, balan-ças e um WMS da Toledo, parceira da Neoplastic de longa data. O suporte para identifi cação e controle de lotes é feito no sistema WMS e o controle de estoques e roteirização, no módu-lo OMS do ERP Protheus, da Totvs.

“Automatizamos toda a informa-ção referente à produção. Isso signi-fica que tudo o que é produzido é pesado e etiquetado com código de barras e, por meio de leitores, esses dados são inseridos automaticamen-te no ERP”, explica Santos. Também foi refeita a parte de especificação e

alarme da produção, eliminando os erros de digitação de pedidos de ma-

teriais que eram muito frequentes. “Antes, tínhamos uma série de in-formações que ficavam fora do siste-ma, como ordens de produção, cál-culos, consumo de matérias-primas, apontamentos da produção e uma série de outros dados. Não elimina-mos a interação humana, até porque esse não é nosso objetivo, mas já conseguimos melhorar o sistema de controle”, completa Santos.

Também foi adquirido um sistema de gravimetria da WEH, que controla o fl uxo de consumo de matéria-pri-ma nas máquinas e nos processos. De acordo com o diretor Industrial, em alguns pontos como nos de transfe-rência de insumos do depósito até a fábrica, ainda há bastante interação humana, mas tudo foi revisto, racio-nalizado e integrado ao sistema.

Ajudar as companhias a se tornarem mais efi cientes para produzirem

mais e melhor. Foi com esse propósi-to que surgiu a Diamond Value Chain Consulting há cerca de dois anos e que no Brasil contabiliza oito clientes em carteira. “Na verdade, a Dow já dispu-nha de um grupo para cuidar da me-lhoria do supply chain, composto por profi ssionais oriundos de operações de logística que se tornaram geren-tes de projetos, dando suporte para os trabalhos internos da empresa. O que fi zemos foi replicar esse modelo por meio da DVCC para atender aos nossos clientes e parceiros, de forma a estrei-tar ainda mais o relacionamento com eles”, explica Flávio Barros, diretor da DVCC para a América Latina.O foco dessa unidade de negócios é o desenvolvimento de soluções per-sonalizadas com base na análise da cadeia de valor de cada cliente. Por

meio desse diagnóstico, são iden-tifi cadas oportunidades com uma projeção quantitativa do retorno do investimento. As soluções propostas podem abranger as áreas de planeja-mento, compras, manufatura, arma-zenagem, distribuição, atendimento, além de processos e integração entre empresas e suas unidades produtivas.O DVCC conta com todo o experti-se adquirido pela Dow, uma das mais conceituadas empresas do setor quí-mico, com mais de 30 anos de atua-ção, presente em cerca de 160 países, com 188 sites de produção, respon-dendo por 52 mil empregos diretos e com faturamento anual da ordem de US$ 60 bilhões. Apenas na América Latina, a Dow conta com oito centros de pesquisa, 30 unidades de produ-ção, 15 escritórios, empregando mais de 3.900 funcionários, com vendas anuais de cerca de US$ 7 bilhões.

Soluções para criar valor

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SUPPLY CHAIN

CD centraliza o estoque de materiais e produtos acabados das quatro unidades fabris

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O desalinhamento sobre o que era produzido e o que acabava sendo disponibilizado para a logística en-tregar ao cliente gerava uma perda significativa para a empresa. “Todos os dias, deixávamos de entregar 5% do volume produzido por alguma fa-lha de informação. Com as mudan-ças feitas, a automatização e a reor-ganização dos processos, esse índice caiu para 0,56%, o que é um número administrável e em conformidade com os patamares de boas práticas de produção e distribuição. Mas pre-tendemos reduzir ainda mais esse percentual”, destaca Santos.

Outra redução importante foi no tempo que levava desde o recebi-mento de um pedido por telefone, passando por todas as demais áreas, até a entrega do produto no clien-te, que era em média de 4,5 dias, e que depois da eliminação de uma série de processos desnecessários e retrabalhos foi reduzido em 27%, fixando-se em 3,2 dias. Houve, ain-da, melhorias na comunicação na área comercial, que conta com 19 profissionais internos e cerca de 100 representantes de vendas externos. Antes, cada um desses profissionais

gastava 11% do seu tempo para fazer um relatório. Agora, o processo está automatizado e as informações são transmitidas pelo sistema, via work-flow. “Tudo isso contribuiu para agilizar o prazo de entrega, melho-rando o nível de serviço ao cliente que era uma das principais metas do projeto”, comenta Fábio Alves.

A rastreabilidade dos pedidos, que levava 15 minutos, agora é feita em apenas 3 minutos, e o número de produtos cadastrados no sistema foi reduzido de 20 mil para os atuais dois mil. “O problema era que um mesmo produto acabava sendo cadastrado de várias formas diferentes porque não havia controle adequado. A cada ati-vidade, era gerado um novo cadastro. Com a mudança no sistema, isso foi corrigido”, explica Alves.

Foi otimizado também o cadastro de clientes utilizado pelas transpor-tadoras que atendem à Neoplastic, partindo-se de uma acurácia de 30% para 80%. Segundo Santos, era co-mum o preenchimento mínimo de dados, apenas para liberar ações no sistema e muitos campos ficavam in-completos, o que gerava retrabalhos e perdas. “Aliás, o que detectamos

ainda na fase inicial do projeto foi que o ERP estava sendo subutiliza-do. Inclusive, chegamos a postergar para 2013 o up grade do sistema, que teríamos de fazer este ano. Isso porque avaliamos que precisávamos fazer uma série de mudanças e im-plementações no ERP para só então atualizá-lo”, completa o executivo.

O legado

A Neoplastic investiu cerca de R$ 2 milhões em consultoria, certifi cação, infraestrutura e aquisição de equipa-mentos que, no conjunto, contribuí-ram para a melhoria das operações da empresa. O projeto da DVCC encerra--se na primeira quinzena de outubro, e posteriormente será feita outra au-ditoria interna para avaliar os resulta-dos obtidos e defi nir as ações que não podem retroceder. “Estamos progra-mando também um outro workshop, como o que realizamos no começo dos trabalhos. A ideia é pegarmos aquele primeiro mapa, com os 453 post-its, para que cada pessoa faça o processo inverso, ou seja, retire os post-its des-de que considere que aquela mudança proposta foi de fato realizada”, confi -dencia Alves.

A expectativa é grande, segundo Sandro dos Santos: “Queremos saber se as medidas adotadas atingiram seu público-alvo. É óbvio que há ainda muita coisa em fase de implementa-ção e os resultados fi carão evidentes mais adiante. Mesmo assim, acredito que as pessoas irão retirar os post-its porque o conhecimento foi dissemi-nado dentro da empresa. Agora, ele não está mais em ilhas, como no pas-sado recente. E há o entendimento de que aquela área que não entregava a informação na forma que a outra precisava para dar continuidade ao seu trabalho, já está fazendo isso me-lhor e vai melhorar ainda mais por-que agora existe um compromisso,

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SUPPLY CHAIN

Área atual de 12 mil m2 será expandida para 15 mil m2 no próximo ano

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que não vai acabar com o fi nal dos ciclos dos A3”.

Para disseminar o conhecimento, foi criada uma template para cada área, processo e produto, que foi pre-enchida pelos respectivos profi ssio-nais. Segundo Santos, foram geradas 196 templates que resultaram num compêndio de informações batizado de “O legado”. Nele, estão formaliza-dos todos os procedimentos e infor-mações técnicas de todos os produtos fabricados pela empresa, com suas variações e aplicações. “É o presente que estamos dando para a empresa, que está completando 35 anos de atu-ação”, justifi ca Santos. O acesso a esse legado é feito via totens multimídia que estão sendo instalados em vários locais em todas as unidades, como

nos refeitórios, recepções e na produ-ção, entre outros locais. “Na verda-de, criamos um portal da qualidade onde estão reunidas não só essas in-formações, como várias outras, como notícias sobre futebol, clima, entrete-nimento, comunicações internas da empresa, aniversariantes do mês, etc. É o braço da área de gestão da quali-dade que foi desenvolvido para levar a informação a todos os funcionários”, explica Santos.

Os próximos passos serão expan-dir o uso interno e externo dos rela-tórios gerenciais, e desenvolver fer-ramentas para a força de vendas na área comercial. Na manufatura, as metas são diminuir o tempo de set--up, reduzir ou até eliminar perdas no processo produtivo e implantar um

sistema automático de alimentação de matéria-prima. E no que se refere à distribuição, será implantado um sistema de roteirização automático e um sistema de rastreabilidade junto aos parceiros logísticos. “O sucesso da parceria se deve ao envolvimento dos diretores. Esse patrocínio da liderança motivou os funcionários a participar ativamente das ações de melhoria e com isso permitiram à empresa obter conquistas importantes. Temos certe-za de que isso tudo terá continuidade porque existe empenho e motivação nesse sentido”, fi naliza Barros.

Silvia Giurlani

DVCC: (11) 5184-8722

Neoplastic: (11) 4443-1000

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Foto

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ESPECIAL

72 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Maturação. Essa é uma palavra corriqueira quando conver-samos com executivos de

empresas que atuam no segmento de condomínios logísticos (CLs) – incor-poradoras, construtoras e locadoras. São diversos os temas que permeiam o bate-papo e explicam um pouco por-que a atividade ainda passa por um mo-mento de defi nições. Desde a já conhe-cida importância destas estruturas para o setor logístico brasileiro, passando pelo preço dos terrenos, da importância de uma boa localização, aos rumos que a atividade pode seguir e tendências já observadas, o cenário é amplo.

Isso é bom, porque são inúmeras, ainda, as possibilidades de crescimen-to. No mercado, o otimismo impera e cada um dá sua visão particular, di-

vulgando a estratégia que adota para oferecer produtos condizentes aos di-ferentes tipos de necessidade.

Na Colliers International, assessoria imobiliária que loca espaços em con-domínios, além de participar da análi-se, seleção e escolha de terrenos para a concepção de empreendimentos, essa pluralidade de opções e a dúvida de como agir é visível. O gerente da Divi-são Industrial, Patrick Samuel, explica que os interessados em aplicar recursos no setor chegam em diferentes está-gios. “Recebemos novos investidores, que não têm nenhum conhecimento e desejam saber todos os detalhes do mercado, e empresas que possuem o terreno e necessitam de nosso auxílio para desenvolver os produtos”, diz.

Para a diretora de Desenvolvi-

mento Industrial e Logístico do Cen-tro Logístico Brasil (CLB), marca da Prosperitas Investimentos para em-preendimentos logísticos e indus-triais, Clarisse Etcheverry, o mercado ainda está numa curva ascendente e há muito o que progredir em nível nacional. “As empresas desenvolve-doras de condomínios logísticos de-verão investir muito na profi ssiona-lização, garantindo ao seu cliente o máximo de efi ciência”, analisa.

Segmentação

Samuel garante que já há um cenário sendo defi nido e há, sim, uma segmen-tação no setor. Para ele, o dilema hoje, no momento de se construir um condo-mínio logístico, é qual modulação ado-

Companhias que atuam no segmento de condomínios logísticos analisam os rumos do segmento. Profi ssionais reconhecem que existem tendências despontando no dia a dia das operações. Alguns cenários,

porém, ao que parece, serão mantidos por um bom tempo

À procura de identidade

especial condomínios_5.indd 72especial condomínios_5.indd 72 02/10/2012 16:42:5102/10/2012 16:42:51

Projeto de condomínio da GWI em VinhedoProProProProroProPProroProroPProProjetjetj tjetj ttjetjetejejejetjejetetej o do doo do do do do do ddo dee ce ce ce ce ce ce ondondonddonddondondondoondndonnnddon omíomíomíomííííomíomíomímíomomomomoom ninionionionioinioiionionnioininnioio dadaddadadadadadadadaddaadadda GWGGWGWWWWGWGWGWGWGWGWGWGGWI eI eI eI eI eI eI eI eI eI eII eem Vm Vm Vmm Vm Vmmm VVmm Vm VVm Vm VVm Vm Vinhinhninhinhnhnhnhnhinhniinhinhi hinhhedoedoedoedoedoedoedooodoedededoe

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 73

tar. O executivo acredita que há espaço para dois modelos de operação: as mais robustas, que demandam espaços maio-res, e aquelas que necessitam de áreas menores para as movimentações. “O investidor que deseja entrar no mercado de CLs deve, basicamente, se preocupar com a área disponibilizada”, salienta.

O gerente explica o motivo para isso: “Empreendimentos que possuem grandes áreas de armazenagem locá-veis, por exemplo, tendem a ter uma aceitação junto aos operadores logís-ticos. Esse tipo de empresa quer espa-ço disponível, não levando muito em

consideração outros serviços – como escritório e área de serviço”, analisa. O executivo garante que condomínios destinados a operações menos robus-tas, como indústrias que os utilizam como área de armazenagem externa e varejo com cargas fracionadas, que de-mandam áreas locáveis menores, tam-bém têm excelente aceitação no mer-cado. Samuel, porém, faz um lembrete: “Nossa orientação é de que, num pri-meiro momento, as edifi cações sejam totalmente abertas e, posteriormente, divididas em pequenos módulos”.

Clarisse, do CLB, tem uma opinião semelhante quanto à concepção das áreas. “O condomínio logístico, em es-pecial o galpão e as características técni-cas de área de armazenagem, tem de ser concebido para atender ao segmento logístico em que está inserido, respei-tando os nichos de mercado”, afi rma. A executiva vai mais além e explana sobre as possíveis consequências de um empreendimento mal defi nido. “O investidor estará colocando em risco a atratividade do ativo imobiliário a mé-dio e longo prazo, expondo-o à maior probabilidade de vacância em situações de redução de demanda”, analisa.

Na GR Properties, este conceito pa-rece ser seguido. O diretor-geral, Gui-lherme Rossi, conta que a companhia focará a atuação de seu novo empre-endimento, em Louveira (SP), previsto para ser inaugurado no próximo ano, ao atendimento de operadores logísti-cos que demandam espaços operacio-nais maiores. A companhia ainda não revela detalhes deste condomínio. Já para a movimentação de menor volu-me, Rossi divulga que a empresa pos-sui, em Jundiaí (SP) e Campinas (SP), empreendimentos que disponibilizam módulos de até 2.000 m².

Já o gerente de Incorporação da Hi-nes, Daniel Moura, não acredita que haverá segmentação e as características atuais serão mantidas. “Nós não vamos restringir nossos condomínios a merca-

dos específi cos”, frisa. Essa é também a postura do diretor de Marketing da MBigucci, Marcelo Bigucci. “No futuro, talvez possa acontecer essa segmenta-ção por nichos, mas agora a tendência é ser generalista”, enfatiza.

Áreas

Alguns cenários, porém, parecem ser os mesmos desde o início e, pelo menos em curto prazo, em algumas empresas eles não devem mudar. A localização é um exemplo clássico. Samuel, da Colliers, garante que as regiões de atuação mais comuns – São Paulo e Rio de Janeiro – se manterão como as mais atrativas. “Os investidores ainda preferem estas locali-dades. Além disso, teremos potencial na capital paulista no novo trecho do Rodo-anel – o Leste”, prevê.

Rossi, da GR Properties, tem outra teoria. “As instalações estão nas regiões óbvias, pois os empresários querem mi-nimizar os riscos dos investimentos”, defi ne. Ele reconhece, também, que nas duas grandes capitais brasileiras ainda há possibilidades de crescimen-to. Quanto à não diversifi cação, o di-retor ilustra contando o exemplo do que ocorreu na própria companhia. “Já estudamos investir no Nordeste, mas

Samuel: recebemos investidores de todos

os tipos

Clarisse: mercado está em curva ascendente

especial condomínios_5.indd 73especial condomínios_5.indd 73 02/10/2012 16:42:5102/10/2012 16:42:51

ainda não observamos um movimento que justifi que a aposta na região”, diz.

Já na GWI, o pensamento é dife-rente e o Nordeste aparece como des-taque. De acordo com o gerente de Projetos da companhia, Fábio Silva, a localidade vem se destacando devido à falta de oferta de condomínios logís-ticos. Ainda segundo informações da companhia, o potencial é grande, uma vez que empresas que antes preferiam movimentar seus produtos por meio de distribuidores regionais começam a instalar estruturas a fi m de realizar a operação com profi ssionais próprios.

Moura, da Hines, é outro que ana-lisa com atenção o Nordeste brasilei-ro. “Temos um grupo observando ter-renos”, resume. Ele lembra, contudo, que ainda existe risco por se tratar de uma área não consolidada.

No CLB, Clarisse – apesar de reco-nhecer que a região mais procurada ainda é a Sudeste -, percebe um cres-cimento considerável nas demandas por outras regiões, como Nordeste, Centro-Oeste e Sul do País.

Aposta

Em São Paulo, mesmo com as obviedades, parece que ainda exis-

tem pontos não muito explorados. Na MBigucci, o diretor de Marke-ting encomendou uma pesquisa que apontou a região do ABC como possível foco de investimento. Isso porque foi identificado que faltava oferta de condomínios na região e as estruturas disponíveis eram in-feriores em termos de localização e capacidade de armazenagem.

Na companhia, as ações já co-meçaram para suprir essa demanda com a estruturação de um condomí-nio logístico em Diadema. “O pre-ço de locação que pode ser pratica-do no ABC é mais atraente do que em outras localidades”, garante. Há outras vantagens na região, como a proximidade com o Porto de Santos.

A perspectiva é das melhores. Sem revelar números consolidados, o exe-cutivo divulga que a meta é de que o empreendimento em Diadema, que iniciou as operações neste mês de ou-tubro, represente 10% do desempe-nho fi nanceiro da companhia.

Já o gerente da Divisão Industrial da Colliers afirma que, no ABC, o problema é encontrar terrenos. “A região está próxima a represas e ma-nanciais, onde as áreas disponíveis são pouco aproveitáveis”, lamenta. Samuel explica que são encontrados terrenos com excelentes tamanhos, mas quando são realizadas as análi-ses, a área que poderá ser utilizada é pequena devido a questões ambien-tais. “E os preços pedidos são altos. É uma região muito bem vista por causa da industrialização e por ser acesso ao porto”, define.

Na Hines, o problema é similar. “É difícil encontrar terreno e, quan-do achamos, o preço não compensa. O ABC tem potencial, mas o custo é muito alto”, relata o gerente de Incorporação, Daniel Moura. Mas ele não descarta a chegada da com-panhia na região. “Queremos uma oportunidade, pois é um local onde

Rossi: medo do risco faz investidor focar em regiões mais óbvias

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ESPECIAL

76 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

não teremos problema para comer-cializar”, garante.

O futuro

Enquanto trabalham no atual cenário, os executivos tentam pro-jetar o que pode acontecer. Samuel diz que a Colliers analisa a possi-bilidade de construir condomínios verticalizados e trazê-los para den-tro da cidade de São Paulo. Segun-do ele, o empecilho ainda são as leis de zoneamento, que estabele-cem, por exemplo, limite de altura para as construções.

Há outras barreiras. O gerente diz que a fase ainda é de verificar a composição de valores entre o custo do terreno, da construção e da locação. “Isso precisa ser melhor estudado, mas acho que não vai tar-dar e, em breve haverá novidades nesse setor e teremos esse tipo de prédio”, frisa. De acordo com ele, em algumas regiões de São Paulo, como aquelas próximas às estradas,

e nos municípios de Osasco e Ba-rueri, a tendência são os condomí-nios verticalizados.

Rossi, da GR Properties, tem ou-tra visão. “A verticalização hoje é inviável, já que ainda existem ter-renos baratos disponíveis para a construção de condomínios hori-zontais”, afirma.

Para Marcelo Bigucci, não haverá grandes novidades. “Não vejo a en-

trada dos condomínios nas cidades, pois o preço do terreno é muito alto. Acho que a tendência é de que eles continuem à margem dos grandes centros”, opina.

O presidente da Capital Realty, Ro-drigo Demeterco, faz uma análise mais profunda. Para ele, os condomínios logísticos devem, no futuro, cada vez mais oferecer serviços e a intermodali-dade. A empresa, hoje, conta com duas estruturas em Itajaí (SC) e Esteio (RS). Na unidade gaúcha, a companhia dis-ponibiliza um ramal ferroviário.

Demeterco conta que a intermo-dalidade atraiu para o condomínio um tipo de carga que não opera no outro empreendimento. “Em Esteio, há a movimentação de frango con-gelado para exportação. O produto é enviado por ferrovia até o Porto de Rio Grande”, descreve. Segundo o executivo, a intermodalidade nos condomínios está apenas começan-do, e ele faz um alerta: “Não basta disponibilizarmos apenas o ramal, é preciso que os clientes tenham um projeto para utilizá-lo. É uma ati-vidade um pouco mais complexa e que exige adequação”.

Quanto aos serviços, Demeterco aposta em itens de conveniência, como posto de gasolina. Oferecer áreas gerenciais também é uma das preocupações. “Não utilizamos a pa-lavra galpão; nossos empreendimen-tos são centros de distribuição em ambientes corporativos”, diz. Segun-do o executivo, seus inquilinos utili-zam o condomínio como uma exten-são da sede de suas empresas.

A GWI é outra que aposta em ambientes e estruturas e personali-zados. De acordo com Fábio Silva, a tendência para os próximos anos é oferecer serviços atrativos para os locatários, bem como tentar mitigar o risco do empreendedor, desenvolvendo mais projetos sob medida ( built-to-suit). Além disso,

Business Park 1 é a primeira investida da MBigucci no setor de condomínios

O mercado deve se profi ssionalizar,

com a entrada de empresas multinacionais

com tradição na construção de

condomínios logísticos

especial condomínios_5.indd 76especial condomínios_5.indd 76 02/10/2012 16:42:5302/10/2012 16:42:53

a empresa acredita que os diferen-ciais serão construir condomínios em localizações privilegiadas, com

qualidade construtiva, critérios de sustentabilidade e flexibilidade na adequação da operação do cliente ao espaço locado.

A diretora de Desenvolvimento Industrial e Logístico do CLB acredi-ta que o setor tem se profissionaliza-do e a curva deve se acentuar a curto prazo, com a entrada ou consolida-ção de empresas internacionais líde-res de mercado e com grande tradi-ção no desenvolvimento de parques logísticos e centros de distribuição. “Os empreendimentos precisarão oferecer cada vez mais área líquida de armazenagem versus área locada (sobre a qual se cobra o aluguel), in-fraestrutura completa de qualidade com baixo custo operacional, locali-zação estratégica com ótimo acesso

e preocupações com a sustentabili-dade”, define Clarisse Etcheverry.

Empreendimentos

Investir para acompanhar a evolu-ção do setor é palavra de ordem. São diversos os empreendimentos que sur-gem para suprir a demanda e aquecer cada vez mais a competição no setor.

Na MBigucci, a novidade fica por conta da estrutura em Diadema. Ao todo, a empresa investiu R$ 65 milhões no MBigucci Business Park, primeiro empreendimento da compa-nhia no segmento, que atua fortemen-te nos setores residencial e comercial. O condomínio, que ocupa uma área total de 37.000 m², sendo 26.000 m² de área construída, está dividido em

Demeterco: intermodalismo fará a diferença nos condomínios no futuro

especial condomínios_5.indd 77especial condomínios_5.indd 77 02/10/2012 16:42:5402/10/2012 16:42:54

78 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

ESPECIAL

26 módulos com 1.000 m² cada, com 12 metros de pé-direito e capacidade do piso para 6 toneladas por m².

Já existe projeto para outra unida-de. O diretor adianta que a empresa irá conceber mais um condomínio logís-tico, desta vez na cidade de Santo An-dré (SP). “Investimos R$ 55 milhões e adquirimos um terreno de 109.000 m². Este empreendimento está em fase de estudo, ainda não há estruturas defi ni-das, mas um dos seus diferenciais é a proximidade com a via férrea que liga Jundiaí a Santos”, destaca.

Na Capital Realty, o ritmo de in-vestimentos é acelerado. A compa-nhia prevê, para o segundo trimestre de 2013, a entrega de um novo em-preendimento no Rio Grande do Sul. Denominado Mega Intermodal Cano-as, o condomínio estará localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre, a 12 km da capital gaúcha. O terreno fi ca às margens da rodovia BR-386 – a 3,5 km da BR-116 e a 2 km da BR-448 (Rodovia do Parque), que servirá como alternativa de ligação da Região Metro-politana com Porto Alegre. Com mais de 172 mil m² de área construída, oito

armazéns, pé-direito de 12,5 m e capa-cidade de piso de 6 t por m², a estru-tura demandará investimento de R$ 200 milhões e contará com um desvio ferroviário com pista de rolagem para carga e descarga de contêineres.

O investimento é parte da estraté-gia da Capital Realty para consolidar sua atuação no Sul do País. Há 12 anos no mercado de terceirização imobiliá-ria, a empresa já investiu mais de R$ 300 milhões na região. “Entre con-domínios logísticos e armazéns iso-lados, todos estão em operação e não

há espaços livres em nenhum deles”, explica Demeterco. “Para oferecer novas opções para as empresas, além do lançamento em Canoas, estamos construindo um novo CL em Curitiba e ampliando o de Itajaí.”

O Mega Centro Logístico Curiti-ba estará localizado no município de Campina Grande do Sul, na Re-gião Metropolitana da capital para-naense, e exigirá R$ 160 milhões em investimentos. Quando finalizado, terá 147 mil m² de área construída e abrigará operações de armazena-gem e distribuição. O condomínio estará localizado na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga Curi-tiba a São Paulo e ficará a 1 km do anel rodoviário de Curitiba, estru-tura que faz interconexão com seis estradas federais, além de permitir o acesso às principais entradas da capital paranaense.

Com estrutura padrão A na clas-sificação logístico-industrial, o con-domínio terá armazéns com pé-di-reito elevado de 12,5 m, capacidade de piso para 6 t por m² e possibili-dade de operação em cross-docking.

A entrega da primeira fase do Mega Curitiba está pre-vista para o primeiro se-mestre de 2013.

Na Hines, o gerente de Incorporação, Daniel Moura, divulga que R$ 95 milhões serão aplica-dos na estruturação de um segundo condomínio em Embu das Artes (SP). O local terá 50 mil m² e a expectativa é de que entre em operação no segundo trimestre de 2013. “Nossa previsão é de que ele es-teja totalmente ocupado três meses após a entre-ga”, diz.

Atualmente, a empresa possui 1,5 milhão de m²

A tendência para os próximos

anos é tentar mitigar os riscos

para o empreendedor, com projetos built-to-suit

O Mega Intermodal Esteio, da Capital Realty, conta com ramal ferroviário

especial condomínios_5.indd 78especial condomínios_5.indd 78 02/10/2012 16:42:5502/10/2012 16:42:55

disponíveis, em sete condomínios logísticos – Cajamar, Embu das Ar-

tes e Osasco (SP); dois em Manaus e dois no Rio de Janeiro. “Nestes lo-

cais, nossa taxa de ocupação é de 100%”, garante.

A GR Properties, que possui dois condomínios prontos, um em Jundiaí e outro em Campinas, num total de 64 mil m² de área locável, com 90% de ocupação, também apresenta novida-des. O diretor-geral, Guilherme Rossi, anuncia para o fi nal deste mês de ou-tubro a inauguração do segundo con-domínio em Campinas. Ao todo, serão aplicados R$ 70 milhões, ampliando para 100 mil m² a área disponível para locação. “Em seis meses, esperamos que todo o espaço desse novo condo-mínio esteja locado”, informa.

Para 2013, as iniciativas já estão definidas. Serão dois projetos, um em Louveira (SP) e outro no trecho Oeste do Rodoanel. “Com estes dois

Condomínio Cajamar, da Hines

especial condomínios_5.indd 79especial condomínios_5.indd 79 02/10/2012 16:42:5502/10/2012 16:42:55

empreendimentos ampliamos para 190 mil m² nossa área locável, num investimento total de R$ 200 mi-lhões”, calcula.

Novo player

Um dos caçulas no segmento de condomínios logísticos, a Tó-pico também anuncia seus planos. Segundo a supervisora Comercial, Gisleine Zanetti, a empresa come-çou a atuar no segmento há um ano e meio com a construção do primei-ro empreendimento, finalizado em fevereiro de 2012. “Entramos pelo fato de o segmento estar em franca expansão, além de vermos a opor-tunidade em diversificar nossos ativos em imóveis e a sinergia exis-tente com o setor de locação e ven-da de galpões temporários lonados, em que já atuávamos”, explica.

O Tópico Centro Logístico está localizado em uma área de 42 mil m², é composto por quatro galpões que totalizam 21.379 m² de área construída. São 16 módulos com metragem de 800 m² a 3.300 m². Localizado em Embu das Artes, pró-ximo às Rodovias Regis Bittencourt e Raposo Tavares, o condomínio oferece acesso às principais vias do

Estado de São Paulo, como Rodoa-nel, Imigrantes, Anchieta, Castello Branco, Anhanguera e Bandeirantes. “Este local foi escolhido porque já possuímos outros negócios na região e temos grande apoio da prefeitura local”, afirma Gisleine.

Atualmente multicliente, o em-preendimento foi concebido para abrigar centros de distribuição. “Vis-lumbramos que sua vocação é para atender ao segmento logístico, com a estruturação de CDs”, diz. A super-visora lembra, porém, que hoje os atuais inquilinos não atuam somen-te no segmento logístico. Sem reve-lar detalhes, Gisleine diz que a Tópi-co estuda novos projetos, podendo ser no próprio município de Embu das Artes ou arredores.

Fábio Penteado

Capital Realty: (41) 2169-6850Colliers: (11) 3323-0000

GR Properties: (11) 3709-2660GWI: (11) 3702-3200

Hines: (11) 5504-7600MBigucci: (11) 4367-8600

Prosperitas: (11) 3127-5550Tópico: (11) 2344-1200

O Tópico Centro Logístico, em Embu das Artes, foi inaugurado no início do ano

especial condomínios_5.indd 80especial condomínios_5.indd 80 02/10/2012 16:42:5502/10/2012 16:42:55

especial condomínios_5.indd 81especial condomínios_5.indd 81 02/10/2012 16:42:5602/10/2012 16:42:56

TABELA DE CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS 2012

82 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Informações gerais

Empresa Telefone E-mail Site

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Outros

Alcindo Dell´Agnese(11) 5505-0254arquitetura@adarquitetura.com.brwww.adarquitetura.com.br

30 X 50 10milhões

Anápolis (GO);Camaçari (BA);

Itatiaia (RJ); Guaratinguetá,

Jaguariúna, Louveira,

Santana do Parnaíba e São

Paulo (SP) e Suape (PE)

N N N N S Projeto de arquitetura

Almi(31) [email protected]

13 X 24 2,5 milhões

Unidades nos estados de

Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio

de Janeiro, Paraná, Goiás

e Pará

S S N S(alguns)

S NF

Bresco Investimentos(11) [email protected]

1 X 1 350.000 Campinas (SP) NA NA NA NA NA NF

Capital Realty(41) [email protected]

13 X X X X 4 400.000 Canoas e Esteio (RS);

Curitiba (PR) eItajaí (SC)

N S S S S NF

CBRE(11) [email protected]

33 X X NF 1,5milhão

Em todo o Brasil

S S S S S NF

Centro Logístico Brasil(11) [email protected]

4 X X 11 1,35milhão

Unidades nos estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande

do Sul

S S N N S NF

Click Galpões(11) [email protected]

3 X 12 615.844 Caçapava,Cajamar,

Campinas,Diadema,

Embu, Jundiaí,Indaiatuba e Tamboré (SP)

S S N N S NF

(S) Sim; (N) Não; (NF) Informações não fornecidas pela empresa; (NA) Não se aplica

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84 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Informações gerais

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Serviços oferecidos nos condomíniosIn

corp

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Outros

Colliers International(11) [email protected]

15 X NA NA NA NA NA NA NA NA NA

Cone (81) 3087-8080www.conebr.com

5 X X 7 NF Cabo de Santo Agostinho (PE)

N S S S S NF

Cushman & Wakefi eld(11) [email protected]

15 X 2 160.000 Ribeirão Preto (SP) e Pinhais

(PR)

S S N N S NF

Disk Galpão(11) [email protected]

27 X X 120 390.000 Todo o estado de São Paulo

S S S S S NF

Ello Negócios Industriais(11) 4702-2628atendimento@elloindustrial.com.brwww.elloindustrial.com.br

3 X X X 3 119.000 Cotia (SP) N S N N S NF

Fulwood(11) [email protected]

17 X X 7 500.000 Araçariguama,Atibaia, Itupeva,

Jundiaí, Guarulhos e

Sorocaba (SP) eExtrema (MG)

S S N N S NF

GR Properties(11) [email protected]

5 X 2 161.000 Campinas,Jundiaí,

Louveira eSumaré (SP)

S S N N S NF

GWI Real Estate(11) 3702-3200empreendimento@gwirealestate.com.brwww.gwirealestate.com.br

6 X X 1 61.640 Guarulhos (SP) S S N N S Posto de recarga Visa Vale, limpeza,

locação de equipamentos,

assistência predial, plataformas

niveladoras, área de alimentação

Herzog Imóveis(11) [email protected]

30 X X 12 460.000 Barueri,Diadema,

Guarulhos,Hortolândia,

Itapevi, Jundiaí, São José

dos Campose Santana

de Parnaíba (SP)

S S N N S NF

(S) Sim; (N) Não; (NF) Informações não fornecidas pela empresa; (NA) Não se aplica

TABELA DE CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS 2012

tabela_armazem_nova_4.indd 84tabela_armazem_nova_4.indd 84 02/10/2012 12:46:2302/10/2012 12:46:23

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86 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

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Outros

Hines do Brasil(11) [email protected]

14 X 11 11,3milhões

Araucária (PR); Cajamar, Embu e Louveira (SP); Belford Roxo e Rio de Janeiro (RJ); e Manaus

(AM)

N S N N S NF

Ialog(19) [email protected]

5 X X 2 42.000 Paulínia e Sumaré (SP)

S S S N S NF

Jones Lang LaSalle(11) [email protected]

16 X NA NA NA NA NA NA NA NA NA

Libercon Engenharia(11) [email protected]

11 X 10 727.609 Belford Roxo e Itatiaia (RJ);

Cajamar, Guarulhos,

Jundiaí, Louveira e São

Paulo (SP)

NA NA NA NA NA NA

Log Commercial Properties(31) [email protected]

3 X 23 1 milhão

23 unidades nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio

de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará,

Goiás e Paraná

S S N N S NF

MBigucci(11) [email protected]

29 X X 1 25.980 Diadema (SP) S S N N S NF

Mendonça e Associados(11) 3807-0738mendonca@mendoncaeassociados.com.brwww.mendoncaeassociados.com.br

40 X 88 2milhões

Rio de Janeiro (RJ), São Paulo e várias cidades

no interior paulista

S S S N S NF

PK Center(34) 9166-8382comercial@ctrempresarial.com.brwww.ctrempresarial.com.br

3 X X 1 230.000 Uberlândia (MG)

S S N N S NF

(S) Sim; (N) Não; (NF) Informações não fornecidas pela empresa; (NA) Não se aplica

tabela_armazem_nova_4.indd 86tabela_armazem_nova_4.indd 86 02/10/2012 12:46:2302/10/2012 12:46:23

tabela_armazem_nova_4.indd 87tabela_armazem_nova_4.indd 87 02/10/2012 12:46:2402/10/2012 12:46:24

88 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Informações gerais

Empresa Telefone E-mail Site

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Serviços oferecidos nos condomíniosIn

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Outros

Prologis CCP Logística (11) 3018-6900www.prologis.com

NF X X X 4 749.700 Cajamar eJundiaí (SP) e

Queimados (RJ)

N S N N S NF

Racional Empreendimentos(11) [email protected]

5 X X 2 105.000 São Pauloe Campinas

(SP)

S S S N S NF

Retha Imóveis(11) [email protected]

18 X X X X 22 672.370 São Paulo (SP) e mais 14 cidades

no interior paulista

S S N S S Portaria blindada, segurança 24h,

sistema de eclusa para caminhões e

restaurante

Sanca Engenharia(11) [email protected]

34 X X X 1 92.000 Embu (SP) S S N N S Restaurante

SDI Desenvolvimento Imobiliário(11) [email protected]

7 X X 4 116.738 Duque de Caxias (RJ);Indaiatuba e Tamboré (SP)

S S S N N Garra de Tigre, sistemas de

alarme, sensores de presença, controle

de acesso eletrônico, estacionamento para caminhões

com ampla área de manobra

Topico Centro Logístico(11) [email protected]

2 X X 1 21.380 Embu (SP) S S N N N NF

TZH Empreendimentos(11) [email protected]

1 X X 1 121.189 Jundiaí (SP) S S N N S NF

WTorre(11) 3759-3900www.wtorre.com.br

31 X X X X 45 3,45milhões

São Paulo (SP) e mais 21

municípios nos estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Paraná e Pernambuco

S S N S S NF

(S) Sim; (N) Não; (NF) Informações não fornecidas pela empresa; (NA) Não se aplica

TABELA DE CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS 2012

tabela_armazem_nova_4.indd 88tabela_armazem_nova_4.indd 88 02/10/2012 12:46:2402/10/2012 12:46:24

tabela_armazem_nova_4.indd 89tabela_armazem_nova_4.indd 89 02/10/2012 14:12:1702/10/2012 14:12:17

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS, e apresentada

em setembro durante o 18o Fórum Internacional de Logística, organi-zado pelo mesmo instituto, no Rio de Janeiro, mostrou que os condo-mínios logísticos são o novo “so-nho de consumo” dos operadores logísticos brasileiros, que são atra-ídos para essas estruturas principal-mente pela localização, segurança e serviços compartilhados. Talvez por isso, como também aponta o levan-tamento, a oferta de áreas seja con-siderada insuficiente, apesar do ex-plosivo crescimento registrado nos últimos anos.

A pesquisa caracteriza como condomínios logísticos (CLs) estru-turas voltadas à armazenagem que sejam organizadas em módulos; que compartilhem infraestrutura; com oferta de serviços especiais e cujos custos sejam compartilhados entre os usuários.

Entre as vantagens oferecidas por esses locais, destaque para a

estrutura predial mais moderna, com pé-direito elevado (acima de 12 metros); maior oferta de docas (uma para cada 1.000 m2, no mí-nimo) e piso reforçado (com capa-

cidade maior que 6 toneladas/m2), adaptados às novas necessidades de aproveitamento vertical de área e uso de equipamentos de movimen-tação; questões de sustentabilidade,

É o que revela a pesquisa realizada pelo Instituto ILOS com operadores logísticos, apontando que mesmo com os preços maiores em relação aos

galpões individuais, as empresas buscam cada vez mais os CLs pelas vantagens operacionais e de segurança. O estudo mostra também que apesar

do crescimento da oferta, o Brasil ainda é carente dessas estruturas

Condomínios logísticos ganham a preferência

do mercado

90 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

PESQUISA

A+ A B C

Ar-condicionado •

Sprinklers • • Pé-direito h=12m • • Pé-direito h=9m • • • 1 doca para cada 1.000 m2 • Capacidade do piso > 6 ton/m2 • • Piso nivelado a laser • • Telhado de cimento-amianto • Pátio de manobras • • • Piso antiestático •

Figura 1 - Classifi cação de imóveis industriais

Font

e: IL

OS

pesquisa cond_4_3_R.indd 90pesquisa cond_4_3_R.indd 90 02/10/2012 15:05:3602/10/2012 15:05:36

com prédios mais “verdes”, utilizan-do painéis solares e equipamentos de redução de consumo de energia elétrica e água; segurança reforça-da, com guaritas blindadas e circui-to fechado de TV, além de serviços comuns de limpeza, manutenção, alimentação lazer e serviços diver-sos para motoristas e colaboradores, com custo rateado entre os usuários.

O mercado de condomínios lo-gísticos vem apresentando acelerado crescimento tanto de oferta de áre-as como de procura. A área ofertada cresceu em média 30% ao ano entre 2009 e 2011, passando de 3,4 mi-lhões de m2 para 5,7 milhões de m2, respectivamente. A pesquisa levan-tou que até o final deste ano já serão 8,5 milhões de m2, com as áreas em CLs devendo atingir os 17 milhões de m2 entre 2014 e 2016.

A região com maior oferta de CLs é disparadamente a Sudeste, com 4,9 milhões de m2 seguida de longe pelo Sul, com 490 mil m2; pelo Nor-deste, com 347 mil m2; pelo Norte (117 mil m2) e pelo Centro-Oeste, com apenas 50 mil m2 (dados do primeiro trimestre de 2012). Em contrapartida, o maior crescimento é no Nordeste, com 39% no trimes-tre deste ano; seguido pelo Centro--Oeste, com 24%; pelo Sudeste, com 10%; Norte (2%) e Sul (1%).

Entre os fatores que fazem pe-sar a preferência pelo Sudeste está principalmente a oferta de infraes-trutura de transportes (grande parte dos condomínios está situada à bei-ra dos grandes eixos rodoviários), a proximidade dos mercados consu-midores, a possibilidade de circular sem restrições pelos grandes cen-tros urbanos e os incentivos fiscais.

Preços em alta

Como era de se esperar, a maior procura por estas estruturas e a es-

cassez de áreas (já que o aumento da oferta ainda é insuficiente para atender à demanda), fazem os pre-ços dos aluguéis em CLs aumentar em cerca de 6% ao ano. O valor do metro quadrado no Brasil, em áreas de condomínios considerados classe A e A+ (veja classificação no quadro) passou de R$ 16,6 no final de 2009, para R$ 18,8 no último trimestre de 2011, tendo atingindo R$ 19,3 o m2 no primeiro trimestre de 2012. A pesquisa do ILOS levantou tam-bém que os Estados que apresentam maior oferta são aqueles com maior variação dos preços praticados.

Estes valores dos CLs são, em média, entre 10% e 15% mais caros que os galpões individuais, consi-derando estruturas de qualidade si-milares. A localidade com maiores diferenças de valores entre áreas em CLs e em galpões é o Rio de Janeiro,

(R$ 20,8 m2 x R$ 10 m2, respecti-vamente). As análises comparativas entre os preços dos aluguéis prati-cados no Brasil e em outras grandes cidades do mundo revela que os valores brasileiros só perdem para locais como Tóquio, Cingapura e Londres, superando cidades como Paris, Hong Kong e Amsterdam.

Por que os condomínios?

A pesquisa do ILOS ouviu 60 operadores logísticos para este le-vantamento, sendo que dos respon-dentes, metade era usuária de CLs e outra metade não usava essas es-truturas. De um total de 11 fatores apontados pelos usuários para a es-colha de um CL, as três principais foram – como já dito – a localiza-ção, a infraestrutura física do local e a maior segurança patrimonial.

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 91

Figura 2 - Oferta de espaços em condomínios logísticos Classe A

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Entre as principais desvantagens dos condomínios, também entre 11 itens apresentados, destaque para os altos valores dos aluguéis, o pátio subdimensionado para as operações existentes e dificuldades para expansão da operação dentro do mesmo condomínio. Talvez já pensando nesse problema, muitos dos condomínios que vêm sendo construídos atualmente já preveem áreas de expansão contíguas.

Os serviços oferecidos pelos CLs mais valorizados pelos usuários são a área de apoio ao motorista, a se-gurança patrimonial e os serviços de alimentação (restaurante/refei-tório). Além da óbvia preocupação com a segurança, muitas empresas já enfrentaram problemas em suas áreas individuais. O apoio a moto-ristas e funcionários é importante, até porque a tendência é que essas áreas fiquem cada vez mais distan-tes dos centros das cidades.

Os usuários ouvidos pelo ILOS estão, em média, há oito anos nos condomínios, praticando contratos médios de 4 anos.

A maioria dos usuários ouvidos utiliza condomínios no Sudeste (90% deles têm ao menos uma es-

trutura na região), sendo que 53% usam CLs no Sul, 37% no Nordeste, 7% no Norte e 7% no Centro-Oeste.

Entre as atividades que os usuários mais realizam dentro dos CLs estão a armazenagem (100% deles usam as es-truturas para este fi m), o cross-docking e a consolidação de carga. Já as três operações menos realizadas são etapas do processo produtivo, embalagem e montagem de kits e conjuntos.

Solicitados a dar uma nota para os condomínios utilizados, os responden-tes deram nota média de 7,4 numa escala de 0 a 10. Essa avaliação teve pouca variação nas cinco regiões do País, com ligeira vanta-gem para os condomínios localizados no Norte, com nota 8,0.

É caro, mas eu quero

Confirmando o que já havia sido levantado jun-to às principais empresas que ofertam áreas em CLs, os operadores logísticos

ouvidos acreditam que, realmente, o valor do aluguel por metro qua-drado nesses locais seja mais caro que em armazéns fora dessas estru-turas. Entre os pesquisados, 79% acham os CLs mais caros, enquanto 11% acreditam que o valor é igual, e outros 11%, que os condomínios são mais baratos.

Mas mesmo com os aluguéis su-

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92 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

PESQUISA

Figura 3 - Condomínios logísticos x galpões individuais - comparação de preços

Figura 4 - Regiões nas quais as empresas buscam ou pretendem buscar condomínios logísticos

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periores, 57% dos operadores afir-maram estar dispostos a pagar mais para se instalar em um CL, enquanto 43% não concordaram em pagar essa diferença. As empresas indicaram es-tar dispostas a pagar até 30% a mais pelas áreas dentro dessas estruturas.

Pelo visto, os operadores não levam em conta apenas os custos na hora de decidir pela utilização ou não de um CL, já que 60% dos entrevistados afirmaram que pre-tendem expandir a utilização dos condomínios e outros 37% querem manter a utilização atual. Apenas 3% afirmaram que desejam reduzir o uso de CLs.

Entre os que pretendem expan-dir, 73% querem mais área dentro de condomínios atualmente uti-

lizados, enquanto 23% passarão a usar outras estruturas diferentes das habituais.

As regiões mais procuradas entre os que pretendem expandir o uso de CLs são o Sudeste e o Nordeste, que são também aquelas apontadas como as mais carentes dessas es-truturas, ao lado do Centro-Oeste. A maioria (83%) dos ouvidos pelo ILOS afirmaram acreditar que exista carência de áreas em condomínios em todas as regiões do Brasil.

Já entre os motivos apontados para a não-utilização de um condo-mínio logístico, os mais citados fo-ram os custos, a localização inade-quada das estruturas e o fato de ser o cliente o responsável por decidir pela localização.

Percepção

Na percepção dos participantes da pesquisa, o Brasil ainda é carente de espaços de armazenagem, sendo que não foram apontadas grandes diferenças entre usuários e não-usu-ários com relação a esta carência. A percepção de que falta estrutura de armazenagem é de 87% dos usuários de CLs, e de 80% dos não-usuários. Já 7% dos participantes disseram que os espaços são adequados (contra 10% dos não-usuários que pensam dessa forma); outros 7% de usuários de CLs acreditam que as áreas sejam abundantes no País, percepção que é partilhada por 10% dos não-usuários.

Para a maioria, o mercado de condomínios logísticos no Bra-

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sil está em crescimento (93% de usuários e 100% de não-usuários têm essa percepção), sendo que ape-nas 3% de usuários acreditam que o mercado está estagnado e outros 3%, que ele vem se reduzindo.

Para o presidente do ILOS, Paulo Fleury, este crescimento de oferta e procura por condomínios logísti-cos no Brasil é positivo para o de-senvolvimento da logística, pois permite que operadores de menor porte possam oferecer serviços de melhor qualidade, contando com estruturas de primeira linha a cus-tos menores, pois, embora o valor do aluguel nessas áreas seja maior que em armazéns individuais, as vantagens de uma boa localização, maior segurança e melhores níveis de serviço podem redundar em cus-tos totais menores.

Fleury destacou, ainda, a impor-tância dessas áreas para comple-mentar a malha logística brasileira, uma vez que além de transportar, as empresas necessitam de pontos es-tratégicos que possam servir tanto à consolidação de cargas para redis-tribuição, como de ponto de apoio para outras operações logísticas ou

mesmo de pós-produção.Maior exemplo disso – aponta

o executivo – é que um dos prin-cipais entraves ao cumprimento da nova regulamentação dos motoris-tas profissionais é justamente a área para descanso obrigatório, que em muitas rotas são inexistentes. “O governo deveria mapear e incenti-var a construção de CLs em regiões carentes, que poderiam, além dos serviços logísticos propriamente di-

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tos, suprir esta necessidade de área de descanso para os motoristas.”

Para o presidente do ILOS, o crescimento dos condomínios logís-ticos tem contribuído para a moder-nização da infraestrutura logística brasileira, além de fomentar a mon-tagem de redes de armazenagem eficientes e modernas, tais como o cross-dock e o hub and spoke.

Fleury lembra, ainda, que o que-sito armazenagem, tão fundamen-tal para a logística, ficou de fora do “Plano Nacional de Logística: Rodo-vias e Ferrovias” do governo federal, anunciado no último mês de agosto, que prevê investimentos da malha logística, mas que não considerou áreas de terminais nos projetos. “O crescimento do número e da quali-dade de estruturas de armazenagem deveria ser fomentado pelo gover-no, até como forma de aumento de competitividade da logística brasi-leira”, destacou Fleury.

Silvia Marino

ILOS: (21) 3445-3000

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PESQUISA

Figura 5 - Carência de condomínios logísticos

Figura 6 - Percepção dos OLs: usuários e não-usuários

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ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Em junho de 2012, entrou em vigor no Brasil a Lei 12.619, que dispõe sobre o exercício da profi ssão de motorista profi ssional de veículos automotores.

Além de regulamentar as formas de remuneração des-ses profi ssionais, a nova lei também aborda um tema sensível ao transporte de carga nacional: a jornada de trabalho dos motoristas. Embora tenha o importante as-pecto de regulamentar o transporte rodoviário de carga e tornar as estradas mais seguras, a nova lei traz impactos importantes na operação e no custo das empresas, bem como no nível de serviço oferecido por elas.

Mudanças com a Lei 12.619

Apelidada de Lei do Descanso, a Lei 12.619 regula as jornadas dos caminhoneiros tanto no âmbito da Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT) quanto do Códi-go Nacional de Trânsito. A partir dela, os profi ssionais contratados, comissionados ou autônomos passam a ser obrigados a ter 11 horas de descanso ininterruptas a cada período de 24 horas. No caso dos profi ssionais regi-dos pela CLT, esse tempo de descanso ainda é limitado a um mínimo de 35 horas por semana.

Mesmo durante a jornada de trabalho, os motoristas não poderão mais fazer os tiros longos que vinham rea-lizando frequentemente. A cada quatro horas de direção, os profi ssionais passam a ser obrigados a parar e fazer pelo menos 30 minutos de descanso. No caso do motorista regido pela CLT, deve ser computada, ainda, mais uma hora, no mínimo, para refeição, com o condutor poden-do fazer, no máximo, duas horas extras por jornada.

Cabe ressaltar que os repousos diários dos motoris-tas devem ser realizados com o veículo estacionado, podendo ser feito na própria cabine leito ou em aloja-mentos do empregador, dos clientes ou em hotéis. Mes-mo no caso de revezamento de motoristas trabalhando em dupla, é garantido ao condutor um repouso diário mínimo de seis horas consecutivas fora do veículo ou com ele estacionado.

Em termos de tempo disponível do trabalhador, ou-tro aspecto importante da nova regulamentação são os períodos de tempo de carga, descarga ou fi scalização em relação aos profi ssionais regidos pela CLT. Quando es-tes excederem a jornada de trabalho diária do motorista, deverão ser considerados como tempo de espera.

Impacto da Lei 12.619 nos custos

do transporte rodoviário de carga

Maurício Lima

Figura 1 - Aspectos importantes da Lei 12.619

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A Lei 12.619 também regula a remuneração dos mo-toristas de transporte de carga regidos pela CLT. Ela veta o pagamento por tempo de viagem, distância percorrida e quantidade de produtos transportados, com o intuito de evitar os excessos de carga e de velocidade. A nova lei estipula que a remuneração da hora extra deverá ser de 150% do salário-hora normal, enquanto a da hora de espera será de 130% a título indenizatório, não inci-dindo os encargos trabalhistas. Se o motorista trafegar à noite, deve ser computado um adicional noturno de 20%. Já no caso da hora de reserva, o descanso durante o revezamento deve ser remunerado como uma fração do salário-hora normal, à razão de 30%.

Impactos da nova lei na operação de transporte

As empresas transportadoras reclamam que a nova lei vai exigir uma série de adaptações operacionais e fi nan-ceiras que impactarão o valor fi nal do frete e o serviço ofertado. Acostumados antes a uma jornada diária mé-dia de 14 horas (muitas vezes com “tiros” de mais de 24 horas), os motoristas regidos pela CLT passarão a limitar seus turnos a oito horas diárias, podendo chegar a dez com as horas extras. Até mesmo os autônomos deverão respeitar o descanso diário mínimo de 11 horas ininter-ruptas, além dos intervalos de 30 minutos a cada quatro horas de direção.

Esses impactos fi cam mais claros em rotas que vão exi-gir mais de um dia de transporte. Um exemplo é uma operação que percorre 1.500 km, como a rota do Centro--Oeste a São Paulo. No regime antigo, o transportador le-varia, em média, três dias desde o carregamento do veícu-lo até o descarregamento no seu ponto de destino.

A partir da nova regulamentação, esse mesmo traje-to deverá ser realizado em quatro dias pelas transpor-tadoras, considerando os tempos de carga e descarga.

Diferente da prática anterior, o motorista deverá parar diariamente 11 horas ininterruptas para descansar e, a cada quatro horas de trabalho, ele deverá parar pelo me-nos trinta minutos. No caso dos motoristas regidos pela CLT, o tempo de carga e descarga passa a fazer parte da jornada do motorista ou do tempo de espera e também deverá ser respeitada a parada de, no mínimo, uma hora diária para a refeição, podendo incluir nesse tempo os 30 minutos de descanso. Assim, a viagem que, em mé-dia, durava três dias, passa a demandar pelo menos qua-tro dias, conforme pode ser visto na Figura 3.

A Lei do Descanso vai trazer impactos importantes para os custos de frete das empresas. Com o aumento no tempo de viagem e a maior regulação na remunera-ção dos motoristas, em um trecho de 1.500 km, apenas o cumprimento da lei isoladamente trará um aumento nos custos próximo a 23%, considerando a queda da produtividade do veículo e do motorista.

Nas rotas de longa distância, com cerca de 3.000 km, como a ligação entre São Paulo e Belém (PA), os impac-tos fi cam ainda maiores em relação ao prazo de entrega, afetando o nível de serviço. A nova regulamentação fará com que as transportadoras gastem oito dias, e não mais cinco, para percorrer os 3.000 km que separam as duas cidades, o que trará um impacto de cerca de 32% nos custos do frete. Já em operações de 800 km, como de São Paulo a Ipatinga (MG), a jornada continuará sendo de dois dias, com reajuste médio de 6%.

Mitigação dos impactos pelas empresas

Para atenuar os refl exos provocados pela nova lei, as empresas devem buscar ganhos de produtividade em

Figura 2 - Remuneração com base na Lei 12.619

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Figura 3 - Impacto da nova lei em uma operação de 1.500 km

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ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

98 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

suas operações. Dentre as possibilidades está a redução nos tempos de carga e descarga dos caminhões, histo-ricamente muito longos no Brasil. Após a nova lei, o motorista regido pela CLT que fi car esperando sete ho-ras para carregar um veículo, praticamente terá esgotado a sua jornada naquele dia, reduzindo não apenas a sua produtividade, mas também a do ativo.

O agendamento das entregas também pode ser uma alternativa para as empresas otimizarem o tempo do motorista. Ainda na operação de carga/descarga, outra solução é adicionar motoristas responsáveis exclusiva-mente pelas atividades de manobra. Com a nova Lei, o ideal é o motorista já encontrar o veículo carregado para iniciar a viagem, aumentando a produtividade do condutor e do caminhão.

Novos projetos de planejamento de redes tam-bém podem contribuir para mitigar os impactos da lei 12.619 nos preços de frete rodoviário. Nas rotas mais longas, a troca de mo toristas para revezamento pode ser outra boa alternativa para aumentar a produtivida-de do ativo.

Entretanto, a implementação dessas iniciativas demanda um sistema sofisticado de planejamento e programação. Ao criar programações separadas para motoristas e caminhões, o processo fica muito mais complexo, exigindo uma gestão mais sofisticada, equipes dedicadas ao planejamento e programação do transporte, ou mesmo uma central de tráfego com maior suporte tecnológico.

Conclusão

Independentemente da fiscalização nas estradas, é importante ressaltar que a nova lei tem um aspecto tra-balhista muito forte. Cabe, portanto, às empresas, se adequar às novas regulamentações e fazer os ajustes ne-cessários não apenas para mitigar o impacto nos custos

logísticos totais, mas também para evitar a criação de um passivo trabalhista.

É esperado um aumento do custo do transporte ro-doviário médio de 21% este ano, sendo 14% proporcio-nados exclusivamente pelo impacto da nova lei. Os 7% restantes têm como causa a pressão dos aumentos dos itens de custos, puxados principalmente pelo dissídio dos motoristas e aumento do diesel.

Mais cedo ou mais tarde esta pressão do aumento de custo irá infl uenciar o valor do frete. No entanto, como quem mais contribui para a formação dos preços é a re-lação entre demanda e oferta, hoje o mercado tem certa dicotomia em relação aos preços. Os setores em cresci-mento, como o agronegócio, já sofreram com uma pres-são no aumento do valor de frete. Já os transportadores que atuam em setores mais ligados a bens de consumo com aumento fraco da demanda, ou mesmo nulo em alguns casos, estão bastante cuidadosos com relação aos reajustes, ainda abaixo do aumento de custo.

Embora seja certo o aumento das tarifas, este pode ser mitigado com a melhoria da efi ciência das operações de transporte de carga. Está claro que este aumento só pode ser potencializado com ações conjuntas dos embarcado-res e transportadores. Planejar e programar o transporte serão ações ainda mais importantes nessa nova fase.

A carência de mão de obra, que já afeta as transportado-ras, tem tudo para continuar a ser um dos grandes desafi os. A nova lei traz uma maior complexidade da programação e operação de transporte e, certamente, vai exigir mais disci-plina dos motoristas e uma maior qualifi cação.

Pelo seu lado, o governo federal já cortou as Contribui-ções de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para tentar minimizar o aumento do diesel, mas possivelmen-te terá de pensar em novos reajustes e enfrentar o dilema entre manter, ou mesmo ampliar, a regulação do modal rodoviário. Existe, ainda, o risco da pressão do aumento de frete acabar contaminando a infl ação, dado que a maior parte dos bens no Brasil depende do transporte rodoviário.

Outro problema a ser enfrentado pelo governo está na adequação das estradas para viabilizar a nova legisla-ção. Atualmente, muitas rotas não têm pontos de para-da sufi cientes para garantir o cumprimento da lei pelos motoristas, e os contratos de concessão das rodovias não contemplam a construção desse tipo de instalação, de-mandando futuros ajustes.

Maurício Lima

Diretor de Capacitação do Instituto de

Logística e Supply Chain – ILOS.

[email protected]

Tel.: (21) 3445-3000

Figura 4 - Impacto nos custos e no serviço com a nova lei

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O crescimento econômico que o Brasil tem apresentando nos últimos anos vem im-

pulsionando vários mercados, entre eles o de logística. E, entre as ativi-dades que mais crescem está a arma-zenagem, estimulada pelo aumento do volume de produtos que circulam no mercado, pela necessidade de as empresas buscarem novas áreas fora dos grandes centros, seja pelo alto valor das áreas, seja pela sua escas-

sez. É grande o número de empresas – embarcadores e operadores logísti-cos – abrindo novos armazéns, seja em áreas dedicadas, seja dentro de condomínios logísticos (CLs), opção que – como podemos verificar nesta edição da Tecnologística – vem ga-nhando a preferência do mercado.

No rastro deste crescimento, vêm os fornecedores de soluções de armazenagem, sejam estruturas convencionais ou automatizadas.

Os representantes do segundo seg-mento, o de estruturas automati-zadas, porém, revelam que encon-tram dificuldades para penetrar neste novo mercado, principal-mente o de condomínios logísti-cos. “Acreditamos ser ainda muito prematuro para uma análise de-finitiva, uma vez que os CLs que estão sendo construídos têm carac-terísticas para pequenas operações mais voltadas à distribuição regio-

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ARMAZENAGEM

100 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Os principais players do mercado de estruturas de armazenagem e equipamentos de automação analisam o setor de condomínios logísticos e fazem um apelo

para modifi car o sistema convencional pelo automatizado, com a utilização de tecnologias e softwares, a fi m de tornar o segmento mais rentável e produtivo

Automação já!Automação já!

estanterias_3.indd 100estanterias_3.indd 100 02/10/2012 12:54:2102/10/2012 12:54:21

nal”, revela o gerente de Negócios da Águia Sistemas, Adão Francisco Molina. Segundo o executivo, os condomínios têm sido equipados com estruturas porta-paletes de alturas reduzidas, para serem uti-lizadas por empilhadeiras conven-cionais, tornando-se uma solução rápida e barata para os clientes.

Para o diretor Comercial da TGW, Philipos Kokkinos, existem fatores decisivos que fazem com que os armazéns convencionais se-jam adotados dentro dos condomí-nios logísticos. “A cultura do Bra-sil ainda se baseia em contratos de curto prazo – de um a dois anos. Isso inviabiliza o investimento em estruturas automatizadas”, comen-ta Kokkinos. Para ele, as estrutu-ras autoportantes, que consistem em um sistema de armazenagem no qual as próprias ligas metálicas formam o armazém, funcionam bem no mercado europeu, pois os contratos são de longo prazo – em torno de dez anos, o que torna pos-sível o retorno do investimento. Isso oferece mais segurança para o operador logístico, que se sente

mais à vontade para investir na au-tomação do espaço.

O gerente Comercial da Cassioli, Marcos Costa, também acredita que os contratos curtos prejudicam mui-to a expansão de estruturas automa-tizadas para condomínios logísticos. “Muitas vezes, o retorno do investi-mento de uma estrutura automatiza-da se daria em três ou quatro anos. Os contratos de locação no Brasil são de um ou dois anos e, sem a certeza da renovação, fica difícil investir em automação”, comenta.

Para Kokkinos, as construtoras de condomínios logísticos no Bra-sil poderiam colaborar mais com o mercado de armazéns automati-zados. Segundo o diretor, os terre-

nos em regiões próximas a grandes centros urbanos estão ficando mais caros e, cada vez mais, os condomí-nios logísticos estão se afastando desses polos. Para ele, outro pro-blema que a modalidade tem en-frentado com a distância das gran-des cidades é a mão de obra, que fica cada vez mais cara ao se afastar das regiões metropolitanas. “Com a estrutura automatizada, você economiza em capital humano e no tamanho do terreno”, comple-ta Kokkinos. “As estruturas auto-matizadas otimizam espaço. Onde

tínhamos uma área extensa com vários galpões, surge uma pequena área com apenas um armazém ver-ticalizado”, coloca o executivo.

Novo conceito

O executivo da TGW revela que possui um projeto em andamen-to para a implantação de um novo conceito de condomínio logístico. Uma estrutura autoportante, onde vários operadores logísticos divi-dem o mesmo espaço e, ao invés de alugar galpões, eles compram posições-paletes. A estrutura é to-talmente automatizada com equi-pamentos de movimentação como miniloads e transelevadores para atuar nas operações de armazena-gem, e estanterias verticalizadas. Para ele, esse modelo de condomí-nio poderia ser oferecido tanto para operadores logísticos como para empresas que realizam suas pró-prias operações de armazenagem.

Para Kokkinos, esse tipo de es-trutura oferece várias vantagens, como economia com aluguel de

A cultura de contratos de curto

prazo que prevalece no Brasil inviabiliza

o investimento em estruturas

automatizadas

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 101

Molina: CLs atuais ainda utilizam equipamentos tradicionais

Kokkinos: construtoras de condomínios

precisam mudar mentalidade

estanterias_3.indd 101estanterias_3.indd 101 02/10/2012 12:54:2202/10/2012 12:54:22

terreno e mão de obra, otimização de espaço e maior segurança nas operações, eliminando acidentes entre operadores e empilhadeiras. Outra vantagem é que quando o cliente atinge o pico de suas ope-rações, ele pode comprar mais po-sições-paletes, fazendo assim com que o contrato seja mais longo e permitindo que suas operações pos-sam ser expandidas sem que ele pre-cise sair de lá. “Temos de mudar o conceito atual. Inclusive, a constru-ção de estruturas autoportantes sai mais barata do que a de um prédio de armazém convencional”, com-pleta o diretor.

Ainda segundo o diretor da TGW, a estrutura ofereceria serviços completos de acordo com a deman-da do cliente, como operações de recebimento de mercadoria física e fiscal, descarga, conferência, ende-reçamento, armazenamento, expe-dição por pontos de venda, trans-ferências por unidades, entregas e separação de produtos. “Existem operadores logísticos do exterior que têm interesse em vir atuar no mercado nacional, e este tipo de

empilhadeiras convencionais. Po-rém, o diretor enxerga um cresci-mento das operações com auto-mação de armazéns e na indústria. “Esse mercado vem crescendo mui-to em atividades como movimenta-ções dentro da fábrica, paletização automática e final de linha indus-trial. A demanda aumentou bastan-te neste segmento nos últimos três anos”, revela Afif.

Costa, da Cassioli, explica que, hoje, o mercado está contaminado por pequenas transportadoras que se autodenominam operadoras lo-gísticas mas que, na realidade, os grandes operadores, que dispõem de sistemas operacionais e que po-dem oferecer segurança aos seus clientes, são poucos, e seriam eles que investiriam em armazéns auto-matizados. “Eu tenho tentado con-vencer os administradores de con-domínios para que reúnam todos os usuários e façam uma operação comum, com um armazém auto-matizado”, conta.

O executivo completa dizendo que, atualmente, em centros de dis-tribuição comuns, onde o operador

projeto faz com que eles se sintam atraídos, criando uma competição maior”, analisa o executivo. “Te-mos de quebrar paradigmas e lan-çar ideias”, completa.

Kokkinos explica, ainda, que como 75% dos investimentos de um armazém autoportante são destinados à estrutura, ela tem de ser de alta precisão, regida e construída de acordo com certas normas. “O transelevador é um po-sicionador automático que requer uma precisão absoluta para operar nos casulos”, exemplifica. Ele reve-la, também, que apesar de as estru-turas autoportantes serem muito caras no Brasil, há alguns casos em que elas são importadas da Itália e chegam a custar de 20% a 25% menos em relação às fabricadas no mercado nacional, mesmo com o pagamento de frete e impostos.

Mercado em expansão

O diretor Comercial da Scheffer, Afif Miguel Filho, concorda com a afirmação de que o mercado de condomínios logísticos encontra--se, atualmente, distante da auto-mação devido às estruturas adota-das pelas construtoras, que optam por pé-direito baixo e estanterias apropriadas para operações com

As estruturas automatizadas

trazem benefícios como economia com

aluguel, terreno e mão de obra, além de maior segurança

ARMAZENAGEM

102 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Afi f: demanda pelos armazéns

automatizados cresceu nos últimos anos

Costa: grandes operadores logísticos são um mercado potencial

estanterias_3.indd 102estanterias_3.indd 102 02/10/2012 12:54:2202/10/2012 12:54:22

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logístico é proprietário da sua estru-tura, há investimento em automa-ção. Um modelo em particular está sendo adotado. Trata-se da aplica-ção do carro satélite (shuttle), que realiza a armazenagem em grandes profundidades. “Existe um sistema

de estocagem que se chama drive-in, que elimina a entrada de empilha-deiras dentro da estrutura e agiliza a armazenagem, tornando o processo mais seguro, pois evita o choque do equipamento com a estrutura”, ex-plica o executivo. Para Costa, a van-tagem deste sistema é que ele tem capacidade para armazenar grandes quantidades a longo alcance em es-paços que dificultariam o trabalho manual. “Para todas as operações de drive-in, a tendência é que se utilize o carro satélite”, completa o geren-te Comercial da Cassioli.

Kokkinos concorda que a utili-zação de shuttles é uma tendência na automação de armazéns. Para ele, o equipamento é uma alter-nativa ao transelevador e já figura como tendência no exterior, colo-cando as caixas diretamente na es-tanteria, eliminando a necessidade de paletizar e despaletizar.

Além disso, completa, o shuttle trabalha em duas estanterias por nível e possui a mesma função do minilo-

ad, porém com maior capacidade de armazenagem e retirada. Trabalhando apenas na horizontal, a máquina pos-sui a capacidade de mudar de nível e de corredores. “Para se ter uma ideia, um transelevador faz 50 ciclos por hora; já o shuttle tem capacidade para mil ciclos por hora. Outra vantagem é o valor, já que um transelevador che-ga a custar o equivalente a 15 shut-tles. É o futuro para a automação e separação de cargas”, diz o executivo.

O supervisor de Vendas da Berto-lini, Filipe Cousandier, conta que vê mais possibilidades no mercado de automação para armazéns. “O que dá para evidenciar em nosso segmento é que as soluções que envolvem auto-mação e utilização de softwares para gerenciamento nas estruturas estão sendo cada vez mais solicitadas.” O executivo revela ainda que, depen-dendo do tipo de operação, do pro-duto a ser estocado e de como deverá ser gerenciado no sistema automati-zado, as ferramentas podem variar. Para o mercado de condomínios lo-gísticos, as estruturas convencionais com operações de empilhadeiras são as mais comercializadas.

Em tempos onde a tecnologia agregada às operações de armaze-nagem traz maior lucratividade e produtividade aos operadores logís-ticos, os fabricantes de estruturas para armazenagem e equipamentos de automação apontam que a cul-tura de optar por contratos de cur-to prazo e as atuais estruturas dos condomínios logísticos dificultam muito a implantação dessas tecno-logias e soluções.

André Moraes

Águia Sistemas: (42) 3220-2666

Bertolini: (54)2102-4999

Cassioli: (11) 4525-1001

Scheffer: (42) 3239-0700

TGW: (11) 2283-1944

Sistemas de transelevadores praticamente eliminam a utilização de mão de obra

dentro do armazém

ARMAZENAGEM

104 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Cousandier: soluções variam de acordo com a operação

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Até o final deste ano, a Husqvarna – multinacional de origem sueca especializa-

da na fabricação de equipamentos de força para manejo de áreas ver-des (jardins e florestas), construção civil e irrigação –, deverá cumprir 76% do objetivo de dobrar de ta-

manho até 2013. O plano de cres-cimento, iniciado em 2010 e que previa a expansão dos negócios no Brasil de forma continuada num pe-ríodo de quatro anos (cerca de 20% ao ano), está sendo cumprido à ris-ca, apoiado por uma estratégia bem articulada que inclui o lançamento

de novos produtos, ampliação da rede de revendas e a abertura de ca-nais do varejo. Para atender a essa necessidade, a Elog Logística, que há cerca de cinco anos responde pela operação de armazenagem da empresa, também precisou redese-nhar seu centro de distribuição, no

TERCEIRIZAÇÃO

Flexibilidade para diversifi car e crescer

106 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Comprovando sua capacidade de adequação aos anseios do cliente, a Elog Logística não apenas readequou e ampliou o espaço no seu CD em Alphaville, como também agiu como uma verdadeira parceira da Husqvarna, auxiliando-a a atingir uma meta ambiciosa e a ter tranquilidade para atuar em novas frentes e aumentar

sua presença no mercado

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bairro de Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo. O espaço ocupa-do, que em 2007 era de 1,5 mil m³, saltou para 4,9 mil m³ em 2012.

“Isso demonstra nossa flexibi-lidade e capacidade de nos moldar às expectativas do cliente. No caso específico da Husqvarna, iniciamos com uma operação relativamente pequena e restrita à armazenagem de produtos acabados. Mas quando ela começou a crescer e a trabalhar, além das revendas diretas, com ca-nais do varejo, colocando novas li-nhas de produtos no mercado e a disponibilizar peças de reposição, houve uma mudança de perfil e tivemos de redimensionar nossa estrutura para atendê-la”, explica Eliabe Almeida, gerente de CDs da Elog. Em termos práticos, isso signi-ficou remanejar dois outros clientes para poder concentrar a operação da Husqvarna em um único local, entre outras iniciativas.

As principais mudanças, segun-do Almeida, foram os processos de controle da qualidade e de cami-nhos de picking dentro do armazém. “Tivemos que estudar, junto com o

cliente, como seria a demanda para disponibilizar os novos produtos no mercado brasileiro – tanto os gran-des equipamentos, como as peque-nas partes e peças – em esquema de curva ABC, ou seja, os que têm mais saída ficam na frente, e organizados também de acordo com a época do ano, já que são produtos sazonais (alguns têm maior saída no verão, outros no inverno, dependendo da safra), de forma a agilizar a opera-ção”, detalha o executivo.

Tradição e modernidade

Como uma das mais antigas com-panhias do mundo, com 323 anos de atuação, a Husqvarna está no Brasil desde o começo da década de 1980, contando com uma unidade fabril na cidade de São Carlos (SP) e uma sede administrativa no bairro da Água Branca, na capital paulista.

Segundo Rogério Ramos, gerente de Logística do Grupo Husqvarna para a América Latina, a produção local corresponde a apenas 20% do faturamento da companhia no Bra-sil, e os demais 80% vêm dos produ-tos importados, que são fabricados em outras unidades do grupo loca-lizadas na Europa, Estados Unidos e Ásia. A maioria deles (97%) chega ao País pela via marítima e o restante

pela aérea, sendo utilizado o modal rodoviário, a cargo de 11 transporta-doras parceiras, tanto para o trans-porte dos componentes até a fábrica (para a montagem de algumas linhas de produtos), como para o CD da Elog, onde está centralizada a ar-mazenagem dos produtos acabados, além de partes e peças de reposição, e também para a distribuição para os canais de venda (revendedores auto-rizados e varejistas).

“Até 2010, atuávamos apenas com revendas autorizadas que forne-ciam os produtos para profissionais das áreas de manejo das áreas verdes, e atendíamos diretamente aos clien-tes de construção civil. Nos anos seguintes, passamos gradualmente a diversificar as linhas de produtos, oferecendo também equipamentos para uso doméstico, o que nos levou a atuar com os canais de varejo. Esse foi um dos fatores que contribuíram para cumprir o desafio de dobrar de tamanho até 2013. O segundo fator foi o aumento da variedade de pro-dutos para os canais tradicionais e a venda de equipamentos para irri-gação doméstica, iniciada este ano”, destaca Ramos.

A movimentação das peças de

reposição saltou de um volume

anual de 300 mil para um milhão em cinco anos

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 107

Almeida: redesenho do CD foi feito junto com o cliente

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Ramos: plano de crescimento levou a

repensar a logística

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Hoje, a empresa conta com mais de mil pontos de venda (entre au-torizadas e varejistas) e mais de mil

clientes da linha de construção, tendo entre seus consumidores, usuários ocasionais, profissionais

ARMAZENAGEM

Criada em 1689 para fabricação de mosquetes para o exército

sueco, a Husqvarna diversifi cou sua atuação ao longo dos séculos, man-tendo a perícia técnica adquirida com a produção de armamentos e apostando na inovação para desen-volver uma gama variada de produ-tos, entre os quais se incluem armas de caça, bicicletas, motocicletas, apa-relhos de cozinha e máquinas de cos-tura, entre outros.

Atualmente, seu foco concentra--se em três ramos de atuação: equipa-mentos para manejo de áreas verdes em jardins e fl orestas (motosserras, roçadeiras, tratores cortadores de grama, podadores e sopradores, en-tre outros); linha para construção (ferramentas diamantadas para corte de paredes, de pavimentos e rochas ornamentais; politrizes; furadeiras; robôs para demolição); e equipamen-tos para irrigação doméstica.

O Grupo Husqvarna conta hoje com 25 fábricas espalhadas pelo mundo, respondendo por cerca de 15 mil empregos diretos, e uma rede de 20 mil distribuidores em mais de cem países. Em 2011, obte-ve uma receita líquida da ordem de 30 bilhões de coroas suecas, corres-pondendo a aproximadamente US$ 5 bilhões. Presente no Brasil desde a década de 1980, a empresa preten-de expandir suas vendas principal-mente no segmento de máquinas agrícolas, focando nos setores fl o-restal e de agronegócio (cafeicultura e fruticultura), e também na área de irrigação doméstica, iniciada este ano. Em termos de vendas líquidas no mercado brasileiro, a empresa registrou crescimento da ordem de 57% em 2011 em relação ao ano an-terior, e a expectativa é fechar 2012 com crescimento de 76% sobre o exercício anterior.

Tecnologia como diferencial

Mudanças nos caminhos de picking agilizaram as operações

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dos segmentos rural, florestal e de construção. A empresa também ofe-rece assistência técnica e suporte para todas as linhas de produtos, através de uma rede de parceiros.

Por isso, foi preciso repensar a operação logística. Almeida lem-bra que alguns produtos de grande porte, como é o caso de tratores de cortar grama, chegam desmontados e em caixas de madeira, e precisam ser remontados dentro do CD, o que exigiu uma área segregada para isso. Outro cuidado foi referente às peças de reposição, cuja movimen-tação em cinco anos passou de um volume anual de 300 mil para um milhão. “São cerca de 11 mil SKUs. Há itens muito pequenos, como parafusos, por exemplo, e para oti-

mizar essa operação, criamos kits de cinco, dez e 50 peças para aten-der à rede de assistência técnica da Husqvarna. Esses foram alguns dos ajustes que tivemos de fazer e que

aprendemos junto com o cliente”, ressalta Almeida.

Com a distribuição de produtos para o varejo, também foi preciso pensar na logística reversa, uma vez que há casos de devolução de produtos, ainda que em pequena escala. “A Elog também faz esse tra-balho para nós e separou uma área específica no CD para isso. Quando os produtos retornam, fazemos uma avaliação do seu estado para enca-minhá-los para o retrofit e, poste-riormente, revendê-los ao mercado ou para o sucateamento, se for o caso. Não é um índice grande, mas exige uma rotina a mais na opera-ção logística”, explica Ramos.

Das nove mil linhas/mês de pro-dutos e geração mensal de 1,5 mil

Criação de um terceiro turno

de trabalho contribuiu para

otimizar o carregamento de caminhões

TERCEIRIZAÇÃO

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notas fiscais em 2007, passaram a ser movimentadas no CD 25 mil linhas/mês, e 3,2 mil notas/mês em 2012. Para isso foi preciso au-mentar a equipe, que em 2007 era composta por nove funcionários operacionais e um administrativo, para os atuais 21 profissionais vol-tados à operação e quatro para a área administrativa. “Desenhamos novos processos de entrada, con-ferência, armazenagem e distribui-ção junto com a Elog e mantemos dois funcionários nossos dentro do CD para coordenar a operação. É um diferencial importante e nos dá maior agilidade para a tomada de decisão e para corrigir possíveis desvios que venham a ocorrer”, ex-plica Ramos.

Também foi criado um terceiro turno de trabalho, o que contribuiu para otimizar o carregamento dos caminhões, que é feito em janelas de tempo pré-determinadas – das 16h00 às 18h00 –, em área segre-gada por transportadora. “Com o crescimento da operação, sentimos

a necessidade de abrir um terceiro turno porque apenas com dois se perdia parte do tempo de carrega-mento. Assim, conseguimos agili-zar essas tarefas e ficar com tudo pronto para ser embarcado quando o caminhão de cada transportadora chega à doca no horário determina-do”, justifica Almeida.

Resultados

Para atender à Husqvarna, a Elog utiliza uma empilhadeira retrátil dedi-cada à operação, 16 coletores de dados por radiofrequência, duas transpaletei-ras elétricas e duas balanças de preci-são, entre outros equipamentos. Todos os produtos recebem uma etiqueta com código de barras e o controle de entrada, separação e saída é feito por radiofrequência. A entrada de pedidos e toda a troca de documentos ocorre via EDI (Electronic Data Interchange), e o gerenciamento de inventário está a cargo do WMS desenvolvido pela Elog, que deverá ser migrado para uma nova versão em breve.

Pertencente ao grupo EcoRodovias e BRZ Investimentos, a Elog Logís-

tica foi criada em 2011 para gerenciar os ativos e as operações de logística integrada do grupo, após a aquisição, em dezembro de 2010, de 100% do controle acionário da Armazéns Ge-rais Columbia, tradicional player do mercado, fundada em 1942 no bairro da Mooca, na capital de São Paulo, obtendo autorização para atuar como entreposto aduaneiro em 1974. Além da Columbia, o grupo adquiriu do mesmo grupo a Eadi Sul.Atualmente, a Elog conta com 15 unidades dispostas nos principais

corredores de importação e exporta-ção das regiões Sul e Sudeste do País, entre plataformas multimodais, portos secos, CLIAs e centros de dis-tribuição. Essa estrutura permite à empresa disponibilizar um portfó-lio completo de serviços para aten-dimento de toda a cadeia logística dos clientes, incluindo a gestão de logística integrada, armazenagem, comércio exterior, transportes e in-formação. Seu expertise lhe possibi-lita desenhar projetos customizados para os diversos setores industriais e entregar uma operação adequada ao negócio de cada cliente.

Expertise em logística

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“Na verdade, já utilizávamos es-ses equipamentos, mas em escala menor. Só tivemos que desenvolver o PDV (Pre-Delivery Verification), para conferência dos produtos, o que nos dá um controle maior, principalmente das peças de repo-sição”, destaca Almeida. O gerente da Elog explica que, no inbound, é feita a conferência cega do inventá-rio, ou seja, não há nenhuma lista com a quantidade de produtos que entram no CD. Assim, na operação de separação, o operador da Elog faz a contagem do que vê no estoque e depois compara o resultado com o que está no sistema da Husqvar-na. Se houver alguma divergência, o próprio sistema pede para fazer uma nova contagem, que deve ser executada por um segundo opera-dor, e até um terceiro se houver ne-cessidade. A operação só é liberada quando não houver mais diferença nos dados. Quando termina a con-ferência, a carga segue para o local de carregamento das transportado-ras e sua liberação é mais rápida.

“Com isso, a acurácia do esto-que é muito alta, e a divergência gira em torno de 0,1%. Temos vá-rios check-points e a ideia é zerar

a possibilidade de erro”, comenta Ramos. O gerente da Husqvarna acrescenta ainda que 95% dos pe-didos atendem a todas as condi-ções de datas, valores e quantida-des acordadas, sendo classificados como OTIF (on time in full).

Como a Husqvarna tem planos de continuar crescendo até 2013 e este ano já iniciou a comercializa-ção de uma nova linha de produ-tos – para irrigação doméstica –, a Elog deverá reestruturar o CD de Alphaville como um todo. “Que-remos aproximar essa operação da doca para que o percurso para mo-vimentação dos produtos dentro do CD seja menor e, assim, a ope-ração seja mais rápida e eficiente. Para isso teremos que remanejar cerca de 20% dos 42 clientes que atendemos nesse site”, explica Al-meida. O projeto de reestruturação deve ser iniciado em novembro, com conclusão prevista para mea-dos de 2013.

Silvia Giurlani

Elog Logística: (11) 3305-9999

Husqvarna: 0800 7732377

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Projeto de reestruturação do CD será iniciado em novembro

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Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 113

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Nos últimos anos venho traba-lhando na área de auditoria aduaneira e frequentemente

as pessoas me perguntam: “Por que devemos praticar uma auditoria em nossas operações de comércio ex-terior?”. Para responder a esta per-gunta, sempre é dito que as empre-sas buscam, através das atividades de auditoria, um processo que lhes permita conhecer os pontos falhos e c ontribuir na realização de um diagnóstico para uma melhoria sig-nificativa, buscando alcançar maior competitividade e eficiência em suas operações, garantindo não somente estar em conformidade com o go-verno, o que é por si só uma justi-ficativa suficiente para realizá-las, mas também resgatar elementos que lhes permitam reconhecer os erros e traçar estratégias eficientes em suas operações internacionais.

As tradicionais razões conhecidas pelas empresas para os atrasos ope-racionais, as obscuras identificações dos custos, as constantes falhas nos procedimentos, entre tantos outros fatores, são fundamentais para que os gestores possam deixar de tomar decisões corretas para a melhoria das

operações internacionais, especial-mente quando estas atividades estão imersas em um mundo dinâmico e em constante mudança. Esses fato-res, acompanhados de muitas outras informações, deverão ser extraídos de uma auditoria aduaneira.

Cumpre lembrar que a ocorrên-cia de erros no processo, tanto de importação quanto de exportação, acarreta sanções de ordem econô-mica, bem como aduaneira, e por isso, quando identificados, devem ser imediatamente corrigidos de modo espontâneo. Enganam-se aqueles que acreditam que somente o Fisco tem competência para iden-tificar erros no processo; nos últi-mos anos vêm surgindo empresas de auditoria aduaneira especializa-das em identificar tais erros, orien-tando o contribuinte a denunciar-se espontaneamente sem a incidência de multas de qualquer espécie.

Uma auditoria aduaneira deverá reconhecer, mensurar e esclarecer a experiência de uma empresa para implementar ações que serão consi-deradas como novos mecanismos e que serão refletidas nas legislações, nos procedimentos de controle e

nos costumes comerciais. Assim, deverão ser praticadas para garan-tir uma saúde corporativa e não so-mente para que se tenha uma opi-nião ou um benefício fiscal.

Portanto, para a realização de auditorias nas empresas, o primeiro ponto a ser levantado é o objetivo que a empresa está buscando e de-limitar, se necessário, o escopo par-cial ou com a verificação integral das operações cursadas.

Basicamente, é necessário atin-gir, no mínimo, três objetivos prin-cipais que podem influenciar na decisão sobre a estratégia a ser de-senvolvida em uma auditoria. Pri-meiramente, é preciso encontrar os erros na movimentação ou integra-ção dos arquivos; em seguida, deter-minar o destino dos produtos im-portados (estoques ou inventários) e, por fim, apresentar os pontos que irão contribuir para que a operação internacional seja mais eficaz.

Definição do objetivo de uma auditoria aduaneira

De acordo com os estudos reali-zados sobre a legislação aduaneira e

OPINIÃO

114 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

Auditoria Aduaneira

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ção

Daniel Gobbi Costa

As auditorias aduaneiras possuem uma singular importância na vida das empresas importadoras, exportadoras e agentes alfandegários e, eventualmente, se

tornam uma obrigação para estes

opinião_2.indd 114opinião_2.indd 114 02/10/2012 13:12:3002/10/2012 13:12:30

sua correlação com outras leis e re-gulamentos fiscais, a auditoria adu-aneira deve ser capaz de revisar as informações registradas nos docu-mentos de importação e exportação (DI, BL, fatura comercial e packing--list, entre outros) e elaborar um re-latório de auditoria contemplando os seguintes pontos:

• Identificar erros nos procedi-mentos que podem ser corrigidos;

• Identifi car formas mais efi cientes nas operações de logística internacional.

As fases de uma auditoria aduaneira

A auditoria aduaneira pode tra-zer uma revisão abrangente dos processos de embarque e seus do-

cumentos. Para um auditor, este processo deve começar com uma re-visão dos registros de modo a iden-tificar se a empresa possui todos os documentos referentes ao embar-que realizado.

Um processo de auditoria verifi-ca também se a movimentação físi-ca dos documentos utilizados pelo despachante aduaneiro ou agente está em conformidade com a le-gislação aduaneira, prevendo a ne-cessidade de adequar o pedido aos ditames legais definidos pelos do-cumentos contábeis, evidenciando o movimento de câmbio (pagamen-tos e recebimentos).

A fim de verificar as declarações aduaneiras registradas, inicialmen-te é solicitado um relatório con-

tendo a quantidade total de decla-rações de importação e exportação registradas pela empresa. Depois de localizados todos os arquivos, estes serão analisados para determinar se os anexos oficiais e não oficiais estão completos. Todos os anexos são documentos importantes, pois podem ajudar a especificar o tipo de operação, quantidade de merca-doria, valor, tipo de transação, etc.

Com todos os registros em mãos, o primeiro passo será verificar se a empresa possui um procedimento formal, no modelo de checklist, que assegure que todos os docu-mentos sejam arquivados na pasta, devido à existência de sanções pre-vistas em lei, relacionadas à guarda precária dos documentos. Ainda no

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intuito de evidenciar a regularida-de do processo de importação ou exportação, deverá ser confronta-da a declaração de importação ou exportação com a fatura comer-cial; conhecimento de embarque; packing-list (romaneio); certifica-do de origem (quando existente); o método de valoração aduaneira (observando-se a vinculação entre as partes e sua respectiva influên-cia no preço da mercadoria); o In-coterm utilizado; o país de origem ou destino, procedência e aquisi-ção; os pesos líquido e bruto e os benefícios fiscais relativos ao im-posto de importação, IPI, PIS, Co-fins e ICMS.

De posse de toda a documenta-ção, o auditor passa a executar a

fase I. Nessa, terá a capacidade de extrair informações relativas às ope-rações revisadas e determinar, por exemplo, o tempo gasto na opera-ção de embarque e talvez com isso a empresa passe a adotar as melhores estratégias sobre as rotas, modais com aqueles usados atualmente, principalmente porque as opera-ções deverão ser mais eficientes em tempo e custo. Esta informação irá ajudar a melhorar a logística inter-nacional para benefício dos impor-tadores e exportadores.

Na fase II, o objetivo é trazer a informação dos documentos que integram os registros da operação internacional. Esta fase requer o conhecimento detalhado da legisla-ção aduaneira referente ao período

de abrangência da auditoria, com o objetivo de determinar os erros e as omissões que possam gerar penali-dades expressas ou considerações fiscais. Os pareceres da exatidão da documentação aduaneira devem procurar determinar a afirmação correta a respeito dos:

a) Detalhes do importador ou exportador;

b) Detalhes dos produtos, tais como a quantidade, descrição das mercadorias de origem, e de tarifas;

c) Dados relativos à avaliação, tais como o valor real de propriedade, o tipo de transação tributária, e certos pagamentos e a aplicação preferencial de tarifas para casos excepcionais;

d) Dados sobre procedimen-tos aduaneiros aplicados e as

OPINIÃO

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consequências e/ou obrigações de cada um.

Nesta fase II, a verificação poderá ser amostral, isto é, não é necessá-rio controlar todos os movimentos, porém é aconselhável estabelecer parâmetros que possam alcançar o objetivo e, assim, determinar uma percentagem adequada para que a amostra seja representativa.

É importante a determinação clara de parâmetros sensíveis que ajudarão a localizar erros comuns e evitar a análise individual de cada processo, o que poderá significar uma tarefa interminável dependen-do do tamanho de sua empresa e do número de operações que são reali-zadas a cada ano. A determinação dos parâmetros é sugerida através do valor amostral obtido na aplica-ção da norma ABNT NBR 5426/85, na qual se aplica uma quantidade adicional de 20% como amostra de segurança, obtendo-se, dessa forma, a quantidade de processos a serem auditados. Ainda para a seleção, poderá optar-se pela utilização de diversos critérios de verificação, como por exemplo, valor CIF, for-necedores/clientes, país de origem ou canal de parametrização.

Caso haja o interesse, a empre-sa poderá optar também pela veri-ficação de 100% dos documentos, assim a auditoria deverá realizar a verificação completa da base de da-dos da empresa e estabelecer uma estratégia para a sua correção.

A fase III de uma auditoria adua-neira está relacionada ao controle de inventário. Neste momento, o pro-cesso seria o de determinar os mon-tantes e tipos de mercadorias entre o registro das declarações com o que fi sicamente foi registrado ou apenas poderá ser para determinar se a for-ma de controle de inventário e moni-toramento registrado está consisten-te com deveres fi scais e aduaneiros.

A última fase aplicável, a IV, possui o objetivo de identificar as re-tificações ocorridas nas declarações aduaneiras de importação e expor-tação. Será verificado se a empresa mantém um controle das retifica-ções realizadas, bem como as provi-dências tomadas para evitar novas incidências. Será solicitada para a empresa uma relação atualizada de todas as retificações ocorridas nas declarações aduaneiras, perdimento e abandono das mercadorias, estas classificadas por tipo de erro/ajuste, por pessoa responsável pela elabo-ração da retificação, se despachante aduaneiro ou funcionário e por ini-ciativa própria ou por exigência da fiscalização. Por fim, será verificada a natureza dos erros ocorridos bem como as medidas tomadas para evi-tar novas ocorrências e para retifi-car as declarações aduaneiras.

No que diz respeito à fase IV, esta é geralmente uma das etapas mais negligenciadas por parte dos auditores, e se refere às informações que poderiam mudar a estratégia da logística internacional de importa-ção e exportação, melhorando os serviços que auxiliam na movimen-tação de mercadorias, permitindo estabelecer melhores orçamentos operacionais e reduzir as despesas desnecessárias. Esta parte da audi-

toria também possibilitará identifi-car problemas logísticos, como por exemplo, o prestador não relatar seus problemas de embarques ou deixar de enviar a fatura para a adu-ana, sendo estas as principais razões para atraso dos embarques.

Conclusão

Com o exame detalhado das ope-rações aduaneiras e com a revisão dos procedimentos e controles internos, a auditoria apresentará um parecer para os interessados nessas demonstrações. Este parecer provavelmente relatará recomendações para a empresa, con-tendo os problemas detectados pelos auditores, as consequências desses problemas e a recomendação da audi-toria das medidas de correção a serem tomadas. Com isso, o processo ajuda-rá no desenvolvimento da empresa e contribuirá para o aperfeiçoamento de sua competitividade.

Um trabalho eficiente de audi-toria levará a empresa a alcançar resultados concretos e ganhos sig-nificativos. A auditoria garantirá a qualidade dos processos, ajudará na identificação e gerenciamento de riscos, ajudará no aprimoramen-to dos procedimentos e controles internos, permitirá a detecção de fraudes, cada vez mais comuns no ambiente corporativo, e aprimora-rá o desenvolvimento das pessoas. Enfim, é um serviço que contribui-rá muito para o desenvolvimento das empresas.

Daniel Gobbi Costa

Consultor responsável

na DGC Consulting

[email protected]

Tel: (19) 3327-3238

Um trabalho efi ciente de auditoria aduaneira levará a empresa a alcançar

resultados concretos, contribuindo para o seu desenvolvimento

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beu, nos dias 4 e 5 de setembro, a V edição do Brasil nos Trilhos.

O evento, realizado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferrovi-ários (ANTF), reuniu diferentes atores envolvidos no dia a dia das operações, além daqueles que planejam e vislum-bram as potencialidades do setor. De-bates, propostas e cobranças surgiram durante os dois dias do evento.

O presidente do Conselho da ANTF, Eduardo Parente, ressaltou que o País vive um momento de grande interesse pelo setor. “Há 15 anos, falava-se mal ou com preocupação sobre os rumos do segmento”, diz. O diretor-presi-dente da Valec, José Eduardo Castello Branco1, concordou e completou di-

zendo que, atualmente, há recursos públicos disponíveis e vontade política para investir nas ferrovias. Já o diretor--executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, aproveitou a oportunidade e divulgou que, este ano, o setor deve representar 26% da matriz de transporte brasileira.

Presente à abertura do V Brasil nos Trilhos, o ministro dos Trans-portes, Paulo Sérgio Passos, é mais um dos otimistas. Para ele, o gover-no federal já havia dado sinais da importância que atribui ao setor du-rante o anúncio dos investimentos nas diferentes fases do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Agora, ressalta, o poder público deu um passo mais largo com o anún-cio, realizado no último dia 15 de

agosto pela presidente Dilma Rous-seff, do Programa de Investimento em Logística: Rodovias e Ferrovias.

O ministro lembra que, ao todo, R$ 91 bilhões serão aplicados em 30 anos para a concepção de 12 cor-redores, num total de 10 mil km de vias férreas. “Dessa maneira, dobra-remos nossa oferta de infraestrutura no País”, garante. Passos lembra que, hoje, o Brasil conta com uma malha de 28,7 mil km, sendo que apenas 10 mil km são operacionais.

Cobranças

Apesar do bom momento ressalta-do pela maioria dos presentes, Vilaça, da ANTF, afi rma que ainda há alguns

Evento reuniu, em Brasília, os principais players do segmento ferroviário

EVENTO

118 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

V Brasil nosTrilhos fomenta adiscussão setorial

evento e livro.indd 118evento e livro.indd 118 02/10/2012 13:14:5002/10/2012 13:14:50

pontos que precisam ser urgente-mente solucionados. Um deles está relacionado aos ativos – locomotivas e vagões – oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anôni-ma (RFFSA) e que, de acordo com ele, não pertencem aos atuais concessio-nários. “São 26.700 unidades espa-lhadas pelo Brasil que atravancam as operações”, lamenta.

Para o executivo, o poder públi-co deve assumir suas responsabili-dades e gerenciar o descarte desses equipamentos. A ANTF já fez sua proposta. Vilaça conta que a ideia é realizar, no segmento ferroviário, processo similar ao do aéreo em que os aviões dispostos nos mais diferentes aeroportos brasileiros fo-ram destinados ao sucateamento. “Já firmamos um protocolo de in-tenção junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que tenhamos segurança jurídica de que o modelo adotado nos aeroportos seja aplica-do no setor ferroviário”, diz. Porém, ainda não há uma definição.

Exploração da malha

Outro assunto que dominou as discussões foi o novo modelo que o governo pretende adotar nas vias que serão estruturadas a partir do Progra-ma de Investimento em Logística. O ministro dos Transportes explicou que o governo vai contratar, por meio de licitação, uma empresa res-ponsável pela construção, manuten-ção e disponibilização dos sistemas operacionais. Ainda segundo Passos, haverá uma capacidade de transporte pré-defi nida, absorvida em sua tota-lidade pelo governo. Após isso, o po-der público venderá essa capacidade àquelas companhias que desejarem realizar as operações. “Esses interes-sados podem ser um usuário que que-ria movimentar carga própria, um operador ferroviário independente

ou os concessionários atuais, que po-derão comprar parte da capacidade das novas ferrovias”, anuncia.

O secretário do Programa de Ace-leração do Crescimento do Ministé-rio do Planejamento, Orçamento e Gestão, Maurício Muniz, admite que a ideia é separar a responsabilidade de construção e manutenção da via da operação. Já Passos salienta que a meta com o novo modelo é restabe-lecer a capacidade de planejamento integrado do sistema de transporte. “Há um conjunto de oportunidades para aqueles que atuam no segmento ferroviário. O governo e a iniciativa privada trabalharão para desenvolver uma infraestrutura melhor em termos de logística”, garante.

O diretor-executivo da ANTF diz que a entidade avalia o impacto que essas regras causarão. “Ainda não temos como mensurar o que vai ocorrer”, resume. O diretor de Serviços e Tecnologia da América Latina Logística (ALL), Marcos Cos-ta, acredita que o modelo poder ser interessante. “O governo garante a demanda e a iniciativa privada, os investimentos estruturantes”, enfa-tiza. Para ele, contudo, existem al-guns desafios. “É preciso criar um ambiente de contratos sólidos para a atração de investimentos e ter velocidade na implementação dos trechos, superando, por exemplo, barreiras jurídicas e ambientais.”

Castello Branco, da Valec, faz um lembrete: “Não queremos rasgar os contratos de concessão existentes e baixar a lucratividade dos atuais concessionários. Queremos atrair mais atores para o setor ser cada vez mais dinâmico”, enfatiza. Para ele, não haverá canibalização das concessionárias já atuantes, uma vez que, além de não terem os seus contratos alterados por força de lei, elas poderão transitar nos novos e remodelados trechos dentro do re-

gime de competição ao qual todos estarão submetidos, ampliando as possibilidades de origem e destino da carga transportada.

O papel da Valec

O presidente destaca que a atu-ação da empresa será alterada com esse novo modelo. “A mudança será acentuada, já que a Valec dei-xará de ser a grande construtora das ferrovias planejadas pelo governo. Os projetos, a partir de agora, se-rão repassados para as mãos da ini-ciativa privada, que terá concessão para construir e manter os trechos por um período de 25 anos”, diz. O papel da Valec, explica, será di-recionado para a fiscalização dos projetos, obras e manutenção da via após sua construção, além de ser responsável pela venda e aloca-ção da capacidade da malha.

Castello Branco afirma que será dada prioridade para o modelo denominado Open Access, basea-do em Parcerias Público-Privadas

Outubro/2012 - Revista Tecnologística - 119

Vilaça: é urgente resolver a questão de

ativos antigos da RFFSA

evento e livro.indd 119evento e livro.indd 119 02/10/2012 13:14:5202/10/2012 13:14:52

(PPP). Segundo o executivo, o con-ceito principal do modelo é que, segregando os responsáveis pela manutenção da infraestrutura e pela operação ferroviária, permite--se o compartilhamento da malha entre operadoras diferentes, garan-tindo o melhor aproveitamento da capacidade da ferrovia e gerando economia no transporte das cargas por ferrovia.

Castello Branco destaca outras vantagens do modelo: “O fato de au-mentar a competitividade já será um ganho extraordinário para o País, di-ferentemente do que ocorre com as concessões atuais. A entrada de no-vos players no mercado ferroviário tende a reduzir o frete do modal”.

Outro fator positivo, segundo ele, será a interoperabilidade da malha ferroviária, que possibili-tará que locomotivas e vagões de diferentes empresas circulem pelas novas ferrovias, mediante o paga-mento pelo uso dos trilhos. “Pode-remos padronizar o nível de quali-dade de uma via permanente. Hoje, as empresas privadas têm o mono-

pólio de operação das ferrovias sob sua concessão e mantêm a via per-manente de acordo com sua conve-niência operacional. Este modelo já vem sendo aplicado na Europa e na Austrália, onde os governos optaram por dissociar as licenças de trilhos e material rodante para aumentar a competitividade das ferrovias”, diz.

Para fi nalizar, Castello Branco lembra que o novo modelo trará maior competitividade entre os por-tos, uma vez que facilitará o desloca-mento das cargas pelo País.

Fábio Penteado

ALL:(41) 2141-7555

ANTF: (61) 3226-5434

Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão: (61) 2020-4343

Ministério dos Transportes:

(61) 2029-7000

Valec: (61) 2029-6411

1 Quando a entrevista foi feita, Castello Branco ainda era presidente da

Valec, cargo que deixou no dia 13 de setembro

Passos: Programa de ferrovias irá dobrar a oferta no modal

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A historiadora Ana Maria Noguei-ra Rezende e o jornalista Luciano Alves Pereira lançaram, em agosto, em Belo Horizonte, o livro Transportador Mineiro – História Pioneira, que resgata a história do TRC de Minas Gerais por meio do perfi l de 40 empresas locais do setor ainda com forte atuação no mercado.

O levantamento traz relatos de em-presas de 22 cidades mineiras. Os autores coletaram a memória de representantes das empresas familiares – algumas em sua quarta geração administrativa –, que contaram suas lembranças sobre o TRC.

Com relatos de uma época em que os caminhões mais possantes carregavam apenas oito toneladas de carga, o livro

traz dados curiosos, como a empresa mais antiga na estrada – a Picorelli Trans-portes, surgida em 1931. Segundo Ana Maria, o trabalho não foi fácil, pois são histórias de uma época em que não se contava com a facilidade de registros que existe hoje. As entrevistas orais, realiza-das com os fundadores das empresas ou representantes aptos, precisaram passar por um trabalho de conferência e poste-rior autorização para serem publicadas.

Com tom saudosista, a obra pode ser considerada um livro-documento. Trans-portador Mineiro – História Pioneira – foi reali-zado em parceria com a Federação das Em-presas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) e contou com

o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e da Lei Rouanet. Lançado pela Interiorana Cultural, o livro é patro-cinado pelas empresas Expresso Nepo-muceno, Martins, Expresso Vera Cruz, Fátima Transportes, Jamef Encomendas Urgentes, Tora Logística, Tora Transpor-tes, Transavante e Vic Transportes.

Transportador Mineiro – História Pioneira

Ana Maria Nogueira Rezende

e Luciano Alves Pereira

276 páginas

RS 150,00

Interiorana Cultural

Tel.: (37) 3241-5074

LIVRO

Livro-documento resgata a história do TRC mineiro

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A Hörmann coloca no mercado os novos niveladores automáticos de car-ga e as novas portas seccionais, que vêm complementar a gama de produ-tos oferecidos pela empresa. A primei-ra linha é composta pelos niveladores automáticos HLS, HLS-2 e HTL, e pelos manuais MRS e MLS. Os equipamen-tos são dotados com um mecanismo acionado por cilindros hidráulicos que movimentam uma plataforma de aço, funcionando como rampa de passagem entre edifi cação e veículo. A linha pos-sui capacidade de carga que varia entre 6 e 18 toneladas e pode ser encontrada com pestanas basculantes ou telescópi-cas, que funcionam como extensões da plataforma, acomodando-se na superfí-cie da carroceria e evitando solavancos na passagem da empilhadeira.

Os produtos podem ser customi-zados, com projeto especificado a partir das necessidades da operação que irão atender, devendo ser leva-das em consideração as característi-cas da carga, como peso e dimensão,

Niveladores de carga e portas seccionais, da Hörmann

Expansão do International First,

da FedEx

além da frequência de uso do equi-pamento e a agressividade do am-biente aos componentes.

Já as portas seccionais trazem a vantagem de ocupar pouco espa-ço nas edificações, operando ainda com alto grau de vedação acústica e térmica. Construídas com painel duplo de aço preenchido com poliu-retano, as portas têm guias laterais que acomodam os painéis na parte superior do vão, deixando-o total-mente aproveitável para a passagem. Disponíveis em diversas opções de cores, visores e níveis de automação, os equipamentos podem ser opera-dos por uma central de controle ele-trônico, se necessário.

As portas podem ser produzidas com até 8 metros de largura e 7 m de altura. Além disso, resistem a pres-sões de vento de até 120 km por hora e contam com dispositivos que ga-rantem a sua imobilização imediata em caso de quebra de algum compo-nente estrutural. (11) 3053-9353

A FedEx Express, subsidiária da FedEx que atua no transporte de cargas expressas em mais de 220 países e territórios, expandiu seu serviço de entrega porta a porta com liberação alfandegária e hora marcada para pacotes de até 68 qui-los _ o International First. A novi-dade fica por conta da ampliação dos países atendidos, passando de 11 para 20. Agora, Austrália, Áus-tria, Brasil, Canadá, Dinamarca, Ja-pão, Luxemburgo, México e Porto Rico (exceto para remessas a partir dos Estados Unidos e do Canadá), também são atendidos pelo serviço. O objetivo do International First é atender a clientes globais que preci-sam que suas remessas mais críticas sejam entregues na primeira hora do dia útil do prazo informado.

Dependendo dos países de ori-gem e destino, os clientes instala-dos nas localidades que passam a ser atendidos pelo serviço poderão receber suas encomendas no prazo de um a três dias, no início da ma-nhã (8 horas nos Estados Unidos, 9 h na Europa e 10 h na Ásia, no Ca-nadá e na América Latina).

O International First somente está disponível para alguns códigos postais. No caso do Brasil, o serviço é oferecido para algumas regiões de São Paulo e Campinas (SP). A moda-lidade é ideal para clientes que en-viam itens como documentos jurí-dicos e corporativos, equipamentos eletrônicos, dispositivos médicos e equipamentos da indústria cinema-tográfica. O International First já estava estabelecido nas principais cidades dos EUA, além de Bélgica, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Suíça. 0800 7033339

PRODUTOS

122 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

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A Scania lança no Brasil uma série especial e limitada do modelo R 440 que chega para comemorar os 55 anos da companhia no País. O veículo con-ta com um novo conjunto óptico da linha Scania para caminhões rodoviá-rios. Os faróis são formados por lâmpa-

A Cascade, uma das lí-deres mundiais na fabrica-ção de garras e acessórios para empilhadeiras, ofere-ce o posicionador duplo de garfos 32G. O equipamen-to pode ser encontrado com capacidades de carga que variam de 2.000 kg a 5.000 kg, sendo destinado

a operações com paletes e a aplicações em ambientes severos. O produto oferece melhor visualização da car-ga, maior velocidade e produtividade para as operações. Entre os diferenciais do 32G, destaque para a facilidade na manutenção e para os novos calços Ultra High Mo-lecular Weight, que permitem sua substituição sem a necessidade de desmontar o equipamento. Além disso, os calços têm durabilidade de 10.000 horas de opera-ção. Os garfos Cascade são produzidos dentro de rigo-rosas normas internacionais, possuindo, entre outras, as certifi cações ISO 9001, 2328 e 2330, que garantem qualidade na fabricação, nas características técnicas e nas dimensões de montagem. (13) 2105-8800

Posicionador duplo de garfos 32G, da Cascade

Série comemorativa do modelo R 440, da Scania

das de halogênio H7 e luzes em LED. A edição comemorativa é oferecida nas versões 6x2 e 6x4 e com itens de fábri-ca diferenciados. O modelo é equipado com defl etor de ar, rodas de alumínio e cor metálica azul ultramarino, com o para-choque e as capas dos faróis pin-tados na mesma tonalidade.

No interior da cabine, os bancos são em couro. Há, ainda, um adesivo prate-ado do ‘Grifo Scania’ em boa parte da lateral da cabina e o selo comemorativo com logo de ‘55 anos’. A novidade sai de fábrica, também, com o Scania Opti-cruise, caixa automatizada que ganhou um sistema que gera mudanças de mar-chas mais rápidas, podendo economi-zar até 10% de combustível, além de

poupar os componentes do sistema de transmissão, os pneus e os freios, o que aumenta a segurança do motorista.

O R 440 55 anos também possui o sistema Driver Support, que transmite ao motorista em tempo real dicas im-portantes e avalia o seu estilo de con-dução, principalmente em relação à se-gurança e à economia de combustível. O programa, instalado no computador de bordo, analisa a direção do condu-tor por meio de sensores. As dicas, 16 ao todo, aparecem no painel de instru-mentos e podem ajudar a diminuir o consumo de combustível em até 10%, tornar a direção defensiva um hábito para o motorista e aumentar a durabi-lidade das peças. (11) 4344-9333

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Nova linha de caminhões vocacionais, da Man

A Man Latin America apresenta a sua nova linha de caminhões vocacionais Euro 5, desenvolvidos especialmente para cada nicho de aplicação, construídos com tecnologia EGR, que dispensa o uso de Arla 32. Os caminhões estão divididos em três linhas: a Distributor, voltada para a distribuição de bebidas; a Constructor, para a construção civil; e a Compactor, di-recionada ao segmento de coleta de lixo. A montadora está lançando ainda, den-tro dessa linha, um chassi especial para carros-fortes. Agora, além dos veículos da família VW Worker, passam a integrar a linha de vocacionais da empresa também os modelos da linha VW Constellation.

Distributor

Para atender ao segmento de distribui-ção de bebidas, a Man desenvolveu os mo-delos VW Constellation 17.190 Distributor 4x2 e 6x2, o VW Constellation 24.280 Dis-tributor 6x2, e também o Worker 17.190 Distributor 4x2 e 6x2. Todos contam com itens especiais para facilitar o encarroça-mento e atender às exigências da operação, como cardan adicional para alongamento, suspensão reforçada, preparação para cabi-ne rebaixada e eixos diferenciados.

Equipados com o motor Man D08 com dois estágios de sobrealimentação (dois tur-bocompressores), os caminhões possuem, também, sistema de injeção Common Rail. O modelo ainda oferece excelente desempenho mesmo em baixas rotações e traz uma série de benefícios, como baixo nível de ruído e consumo de combustível, maior intervalo para as manutenções e me-nor emissão de poluentes.

Logística

A Man apresenta o modelo VW Cons-tellation 17.280 Tractor, voltado para o mercado logístico com necessidade de tra-cionamento de semirreboques de até dois eixos, com até 35 toneladas de capacida-de de tração. O veículo é o único cavalo mecânico do mercado com o motor Man D08 e sistema EGR de pós-tratamento de emissões. Entre os itens incluídos no modelo destacam-se a quinta roda para semirreboque, o sistema de freio para car-reta e a válvula reguladora de frenagem.

Constructor

Para atender ao mercado de cons-trução civil, a montadora alemã de-

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senvolveu os novos VW Constellation 26.280 Constructor 6x4 e Constella-tion Constructor 31.280 6x4 e 8x4, com soluções exclusivas para o setor. Uma série de itens adapta os veículos à operação, além de deixá-los prontos para receber implementos betoneira (no VW 26.280) e basculante (no VW 31.280), reduzindo a necessidade de manutenções corretivas, tempo e cus-tos de implementação.

Entre as modifi cações, destacam-se o escapamento vertical, reservatório adicional para pressurização da água da betoneira, chicotes dedicados, além de mudanças nos pneus, embreagem e entre-eixos. Os veículos contam com o motor Man D08.

Volkswagen Compactor

Os veículos da família Compac-tor, voltados para a coleta de resíduos, contam com as principais confi gura-ções solicitadas pelos clientes do seg-mento, como opções para tomada de força Repto (tomada de força traseira para motores eletrônicos), caixa auto-mática, banco para três passageiros, te-clas cegas para acionamento dos equi-pamentos, entre outras. Para garantir a robustez que a operação exige, itens como compressores de maior capaci-dade, freios de maior dimensão, sus-pensões recalibradas e manetim para partida em rampa também fazem parte dos novos modelos.

Para atender ao segmento, foram desenvolvidos os modelos Constella-tion 17.190 Compactor 4x2, ideal para caixas coletoras e compactadoras de 15 m³; Constellation 17.280 Compac-tor 4x2, também para caixas coletoras e compactadoras de 15 m³, e a versão 6x2, para caixas coletoras e compacta-doras de 19 m³, com transmissão auto-mática ou mecânica. (24) 3381-1063

PRODUTOS

124 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

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Niveladora de doca built to suit, da Marksell

Com o objetivo de reforçar sua presença em Salvador, a DHL Express lançou a solução Carga Aérea Expressa. A novidade, com frequência diária e voltada para remessas de importações, tem como meta oferecer um serviço rápido, com total controle e vi-sibilidade em todas as etapas do processo, originadas em mais de 214 países e frete direto para os soteropolitanos com faturamento na moeda local. Outro objetivo do lançamento é disponibilizar uma condição exclusiva de controle e planejamento por meio da rede

Serviço de carga aérea expressa, da DHL Express

própria de rotas da DHL. Des-sa forma, a companhia agrega à sua expertise nos serviços ex-pressos courier, as remessas de carga aérea formal na região de Salvador. O desenvolvimento da solução na Bahia surgiu a partir de um estudo realizado pela DHL Express, que observou uma alta demanda na região por serviços expressos. Além disso, o local oferece incentivos fiscais para grandes empresas dos principais setores como eletroeletrônico, automotivo, óptico, de TI e quí-mico. (11) 3618-3200

A Marksell, companhia que comer-cializa equipamentos para movimen-tação de cargas, apresenta ao mercado a niveladora de doca built to suit (BTS). O produto foi concebido e desenvolvi-do sob medida para atender às neces-sidades dos investidores, construtores e locatários dos empreendimentos

logísticos, pois permite a compra de somente uma parte da estrutura metálica da niveladora de doca, a fi m de adequar sua utilização à ca-pacidade de carga em trânsito nas niveladoras. Anteriormente, o cons-trutor comprava o equipamento dentro do padrão por ele defi nido, que muitas vezes não contemplava a evolução das necessidades do usuá-rio. O nivelador BTS pode ser aplica-do, por exemplo, em condomínios logísticos, uma vez que possibilita a fl exibilidade necessária para mudar as características de movimentação ao longo do contrato de locação. No mercado, a niveladora pode ser en-contrada com acionamento mecâ-nico – com capacidade para até seis toneladas – ou elétrico/hidráulico, que comporta cargas de 6, 9, 12 ou 15 t. (11) 4789-3690

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Balança rodoviária em concreto, da Filizola

A Filizola disponibiliza ao mer-cado a balança rodoviária TR Fácil, construída em concreto e sem a uti-lização de vigas de aço. Com plata-forma que pode variar de nove a 30 metros e capacidade de 40 a 160 to-neladas, a TR Fácil foi projetada para proporcionar instalação facilitada e de custo reduzido.

Baseada na norma NBR 6118, da Associação Brasileira de Normas Técni-cas (ABNT) para projetos de estruturas de concreto – como as construções de pontes – a balança apresenta alta resis-tência, suportando as mais severas con-dições de trabalho, além de operar nos ambientes mais agressivos possíveis.

A TR Fácil possui um programa interno que realiza diagnósticos auto-

máticos em cada uma de suas células de carga, que detectam falhas sem a ne-cessidade de intervenções do operador. Porém, se a empresa deseja realizar o gerenciamento dos processos de recebi-mento e expedição por meio da pesagem dos veículos diretamente na portaria, a Filizola desenvolveu o software Expert Veículos. Comercializada à parte, a fer-ramenta é instalada com o objetivo de identifi car e cadastrar os veículos, além de emitir tickets. De integração simpli-fi cada com sistemas de gestão, o softwa-re permite o cadastramento de clientes, fornecedores e transportadoras.

Com alta resistência às variações climáticas e garantia completa de cin-co anos, a balança possui indicador com gabinete em aço inox, mostrador numérico em LED com dígitos de 13 mm de altura, interface de comunica-ção com impressoras, saídas RS-485, RS-232, Ethernet e Wi-Fi.

A Filizola fornece gabaritos que auxi-liam a construção das estruturas da ba-lança, assegurando a precisão mecânica necessária ao instrumento, podendo ser instalados de forma embutida, semi-em-butida e como sobrepiso. (11) 2134-1360

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A PC Sistemas, que desenvolve soluções tecnológicas de gestão para a cadeia de abastecimento, lança o myFrota, aplicativo integrado ao En-terprise Resource Planning (ERP) da companhia – denominado WinThor – e disponibilizado no modelo Software as a Service (SaaS). A ferramenta che-ga para ser aplicada ao segmento de transportes e possibilita o acompa-nhamento e a gestão das informações geradas nas operações de transporte.

Entre as funcionalidades, destaque para a possibilidade de identifi car o

Aplicativo myFrota, da PC Sistemascusto real da frota por quilômetro ro-dado, reduzir a incidência de desvios e furtos de pneus, melhorar o aproveita-mento da vida útil das peças, além de gerenciar o consumo de combustível.

O aplicativo ainda fornece infor-mações e levanta fatores que com-põem o custo fi nal de cada veículo, comparando os gastos por modelo, marca e rota. Vale lembrar que os dados coletados pelo myFrota po-dem ser acessados por dispositivos móveis, como tablets, smartphones e notebooks. (62) 3250-0200

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O Grupo Tracker agregou novas fun-cionalidades ao seu rastreador Tracker Log, que têm como objetivo dar mais praticida-de para o cliente. O produto agora é imune à ação de inibidores de sinais e permite mo-nitorar e gerenciar todo o sistema de trans-porte e logística, incluindo casco, motorista e plano de gerenciamento logístico.

Outra das novidades é a visualização das informações de forma intuitiva, com acesso rápido aos principais dados do veículo. Para isso, basta passar o mouse por cima do veículo escolhido que rapidamen-te será aberto um pop up com as últimas informações. Outras funções são o mapa inicial com facilidades para a visualização do grid com as últimas posições dos veí-culos e a agenda confi gurável conforme a necessidade do cliente, sendo possível criar

Novas funcionalidades no Tracker Log, da Tracker

eventos como o vencimento da carteira de habilitação do motorista, troca de pneus e óleo, cadastrá-los por datas e confi gurar o sistema para emitir avisos ao usuário.

O produto entrega, ainda, acesso rá-pido a atalhos de informações, relatórios mais fáceis de construir e de extrair (via PDF ou Excel), possibilidade de agrupar veículos para facilitar a criação de regras e visualização no mapa, além da criação e administração de rotas, permitindo a emissão de relatórios gerenciais.

O Tracker Log possui, também, acele-rômetro, antena interna, bateria back-up e o cartão SIM – resistente a temperatu-ras altas, umidade, trepidações e poeira. O rastreador oferece alerta via e-mail e SMS, integração para smartphones (An-droid, Blackberry, Nokia, iPhone), perfi l

de motorista e possibilidades de criação de novos usuários com acessos diferen-ciados. Além disso, emite relatório de crash, telemetria, hábitos de condução e gerenciamento de frotas e possibilita a confi guração de cercas, rotas, alertas e pontos de interesse. (11) 4002-7002

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INTERNACIONAL

CeMat Ásia. De 29 de outubro a 1º de novembro. Xangai, China. Organiza-ção e informações: Princess Operadora.Tel.: (11) 3172-6886feiras@princessoperadora.com.brwww.princessoperadora.com.br

Exporail 2012 – 6th International Railway Technology Exhibition. De 7 a 9 de novembro. Moscou, Rú[email protected]

Missão Técnica Internacional de Logística. De 11 a 17 de novembro. Xangai e Pequim, China. Organiza-ção e informações: Instituto de Lo-gística e Supply Chain – ILOS.Tel.: (21) [email protected]

NACIONAL

Fóruns, feiras e seminários

15ª Negócio nos Trilhos. De 6 a 8 de novembro. Expo Center Norte, São Paulo, SP. Organização e informa-ções: UBM.Tel.: (11) 4689-1935www.ntexpo.com.br

Média e longa duração

Curso de Especialização em Logís-tica Integrada na Agroindústria. Duração de 360 horas. Itapetininga (SP). MBA em Logística Empresa-rial. Duração de 360 horas. São Paulo (SP). Organização e informações: Fat Gestão.Tel.: (11) 3311-2660www.fatgestao.org.br

Gestão em Comércio Exterior. Du-ração: 264 horas, um ano. Curitiba

(PR). Organização e informações: Centro Europeu.Tel.: (41) [email protected]

Formação em Gestão de Transporte e Logística. Duração: 180 horas, dois semestres. São Paulo (SP). Organiza-ção e informações: Ceteal.Tel.: (11) [email protected]

Pós-Graduação em Logística e Ser-viços. Duração: 400 horas. Campi-nas (SP). Organização e informações: FATEC-ID (Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba).Tel.: (19) 2108-9135inscrever@universidadedotransporte.com.brwww.fatecindaiatuba.edu.br/pos

Pós-Graduação em Logística. Dura-ção de três semestres. São Bernardo do Campo (SP). Organização e infor-mações: Fundação Educacional Ina-ciana (FEI).Tel.: (11) [email protected]

Superior de Tecnologia em Logísti-ca. Duração de dois anos. São Paulo (SP). Organização e informações: Fa-culdades Anhanguera.Tel.: 0800 9414444www.vestibulares.br

Curta duração

Gerenciamento de Logística Rever-sa. 26 e 27 de outubro/ 10 e 17 de novembro. Organize o Processo de Logística Reversa. 23 e 24 de no-vembro. Todos em São Paulo, SP. Or-ganização e informações: Publicare Eventos.Tel.: (11) 5505-0999

[email protected]

Administração de Operações Lo-gísticas. Gestão de Frotas. Ambos com duração de 30 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Duração de 18 horas. Logís-tica Integrada. Duração de 24 horas. Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Gestão da Distribuição. Logística de Transportes. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Previsão da Deman-da para o Planejamento de Vendas e Operações. Tecnologia Aplicada à Logística. Compras e Administra-ção de Materiais. Todos com dura-ção de 15 horas. Todos em São Paulo (SP). Organização e informações: Se-nac. Para saber as datas dos cursos, consulte o Senac.Tel.: [email protected]

Emissão e Regras de Documentos Fiscais para Transportadoras e a In-cidência do ICMS. 20 de outubro. For-mação de Especialista em Pneus no Transporte. 27 de outubro. Estatuto do Motorista (lei 12.619), Contrata-ção Legal de Autônomos (conta-frete, vale-pedágio, RNTRC). 27 de outubro. Conhecimento de Transporte de Car-gas Eletrônico – O que muda com a sua entrada em vigor. 24 de novem-bro. Todos em São Paulo, SP. Gestão Estratégica dos Transportes. De 23 a 24 de outubro. Rio de Janeiro (RJ). Or-ganização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS).Tel.: (21) [email protected]

Gestão de Pedidos e Serviços ao Cliente. 23 e 24 de outubro. Legis-

128 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

AGENDA

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lação em Logística. 27 e 28 de no-vembro. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Enaslog.Tel.: (11) [email protected]

ProModel Básico. 22 a 24 de outu-bro. ForecastPro. 26 de outubro. Ambos em São Paulo, SP. Organiza-ção e informações: Belge.Tel.: (11) [email protected]

Legislação em Logística. 23 e 24 de outubro. São Paulo (SP). Organização e informações: Enaslog.Tel.: (11) [email protected]

Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 25 de outubro. PPCP – Planejamento da Produção – Sistemas MPS – MRP – MRPII – ERP. 6 de novembro. Ambos em São Pau-lo, SP. Organização e informações: In Corp – Educação Corporativa.Tel.: (11) 5111-8220atendimento@incorpeducacao.com.brwww.incorpeducacao.com.br

Formação de Especialista em Pneus no Transporte. Em 27 de outubro. São Paulo (SP). Organização e infor-mações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal).Tel.: (11) [email protected]

Planejamento de Vendas e Opera-ções – S&OP. 8 e 9 de novembro.

AMP Empreendimentos ................ 74

ADDMark .................................... 121

Alcis ............................................... 13

Alternativa ..................................... 11

Assine Tecnologística .................. 113

Atlas Translog ................................ 45

Bertolini ...................................... 103

Cascade ....................................... 123

Ceva........................................2ª capa

CLB ................................................ 87

Cone .............................................. 93

Congresso Abiaf .......................... 109

Consmetal ..................................... 12

Cursos CLRB ................................ 129

Cushman ....................................... 77

Dabo Clark .................................. 116

DBTrans ......................................... 59

Eclipse Transportes...................... 127

Flash ............................................ 125

Fórum Logística Reversa................ 89

Galícia ........................................... 07

Gelog ............................................. 33

GKO ............................................... 61

GRP Campinas .............................. 71

GWI ............................................... 75

HBZ ................................................ 31

Herzog ........................................... 81

ILOS ............................................... 99

Itália Engenharia ........................... 80

Iveco ...................................... 48 e 49

Jamef ............................................. 43

Jones Lang ..................................... 83

JSL .................................................. 19

Jungheinrich ............................... 105

L.Amorim ...................................... 58

LogCP .................................... 24 e 25

M.Bigucci ...................................... 85

Matra ............................................. 36

MKS ............................................. 112

Monsanto .............................. 14 e 15

Nautika ........................................ 120

Otimis............................................ 55

Patrus ............................................. 17

Petrobras........................................ 35

Pisani ............................................. 39

Port of Houston............................. 69

Porto Seguro .................................. 21

Rapidão Cometa .....................4ª capa

Rayfl ex ........................................... 41

Rentank ....................................... 111

Retrak .......................................... 108

Rodoborges .................................. 110

SAP ................................................ 27

Scheffer .......................................... 95

Serasa ......................................3ª capa

Somov ........................................... 57

Still ................................................ 09

Sumaré Transportes ....................... 23

Tecnologística Online ................. 124

Tegma ............................................ 05

Tópico ........................................... 79

Tranzilog ..................................... 115

UPS ................................................ 51

Wilson, Sons ................................. 67

Yes Tilt-Up ..................................... 65

Campinas, SP. Gestão Integrada de Custos na Supply Chain. 20 e 21 de novembro. São Paulo, SP. Organiza-ção e informações: Cebralog.Tel.: (11) [email protected]

Curso Intensivo de Logística e Su-pply Chain. 10 de novembro. Pla-nilha de Custos e Formação de Preços no Transporte de Carga. 24 de novembro. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Fat Gestão.Tel.: (11) 3311-2660www.fatgestao.org.br

Veja a agenda completa de cursos, se-minários, MBAs e demais eventos em www.tecnologistica.com.br/agenda

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO

AGENDA

130 - Revista Tecnologística - Outubro/2012

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