relatÓrio da administradora da insolvÊncia (art.º...

33
2015 Deolinda Ribas Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro e Anabela Ribeiro Lima 27-03-2015 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Braga Guimarães – Instância Central 1.ª Secção do Comércio – J1 Processo n.º 907/15.0T8GMR

Upload: vuliem

Post on 02-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

2015

Deolinda Ribas

Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro

e Anabela Ribeiro Lima

27-03-2015

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Tribunal da Comarca de Braga

Guimarães – Instância Central

1.ª Secção do Comércio – J1

Processo n.º 907/15.0T8GMR

Page 2: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NTR

OD

ÃO

2

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES ............................................. 5

2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES .............................................................. 5

2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 5

2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA ............................................................... 5

2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 5

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1

DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 6

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 6

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS

TRÊS ANOS ........................................................................................................................ 7

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 7

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO

FINANCEIRA ................................................................................................................................. 9

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ............................................................... 10

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................. 10

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ....... 13

7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES ............................................ 13

7.2. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS NOS

ÚLTIMOS TRÊS ANOS .................................................................................................... 13

7.3. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A

REGISTO ........................................................................................................................... 15

7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ............................................................... 16

7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 18

Page 3: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NTR

OD

ÃO

3

7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 19

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 31

9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 33

Page 4: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NTR

OD

ÃO

4

1. INTRODUÇÃO

Os devedores Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro e Anabela Ribeiro Lima

apresentaram-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 19 de Fevereiro

de 2015.

Nos termos do art.º 155.º do CIRE, a administradora da insolvência deve elaborar um

relatório contendo:

a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º

1 do artigo 24.º;

b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os

documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos

autos pelo devedor;

c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no

todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência,

e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários

figuráveis;

d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de

insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do

mesmo;

e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a

tramitação ulterior do processo.

Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.

Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu

relatório.

A Administradora da insolvência

Page 5: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

DEN

TIFI

CA

ÇÃ

O E

AP

RES

ENTA

ÇÃ

O G

ERA

L D

OS

INSO

LVEN

TES

5

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES

2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES

Nome Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro

NIF 196 274 117

Nome Anabela Ribeiro Lima

NIF 213 509 300

Morada Travessa dos Patos, n.º 74, Brito, 4805-063 Guimarães

Estado Civil Casados no regime de comunhão de adquiridos

2.2. COMISSÃO DE CREDORES

Não nomeada

2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA

Deolinda Ribas

NIF/NIPC: 175620113

Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga

Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733

E-mail: [email protected]

2.4. DATAS DO PROCESSO

Data e hora da prolação da sentença: 19-02-2015 pelas 14h00m

Publicado no portal Citius – 20 de Fevereiro 2015

Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos.

Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 14-04-2015 pelas 14:00 horas

Page 6: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: A

LISE

DO

S EL

EMEN

TOS

INC

LUÍD

OS

NO

DO

CU

MEN

TO R

EFER

IDO

NA

ALÍ

NEA

C)

DO

N.º

1 D

O A

RTI

GO

24

ª

6

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS

Dispõe a al ínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor

deve juntar, entre outros, documento em que se expl icita a

actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos úl timos

três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o

que entenda serem as causas da situação em que se encontra.

Os devedores apenas procederam, de acordo com o disposto no

nº 1 do artigo 24º do CIRE e pese embora terem sido notificados

na, à junção dos seguintes documentos:

a) Relação de credores;

b) Relação de bens;

c) Recibo de vencimento do insolvente marido;

d) Comprovativos de despesa de electricidade, saúde e água;

e) Notif icações de Agentes de Execução;

f) Nota de débito da Caixa Geral de Depósitos;

g) Notif icações de cobrança / injunção;

h) Citação em Ação Especial para Cumprimento de

Obrigações Pecuniárias;

i) Contrato de mútuo real izado com o Banco Mais;

j) Notif icação de incumprimento para com a Cofidis;

k) Requerimento de injunção;

l ) Mapa da central de responsabil idades de crédito;

m) Declaração confessória de dívida;

n) Relação de acções pendentes;

Page 7: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: A

LISE

DO

S EL

EMEN

TOS

INC

LUÍD

OS

NO

DO

CU

MEN

TO R

EFER

IDO

NA

ALÍ

NEA

C)

DO

N.º

1 D

O A

RTI

GO

24

ª

7

o) Actividade desenvolvida nos úl timos três anos;

p) Causas da insolvência;

q) Comprovativo de recepção de valores;

r) Cópia dos documentos de identif icação dos insolventes;

s) Comprovativo de recebimento do abono de famíl ia;

t) Declarações de IRS – Modelo 3 de 2011, 2012 e 2013;

u) Relação de pagamentos e recebimentos mensais .

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS

ÚLTIMOS TRÊS ANOS

O requerente marido exerceu a função de gerente até 23-02-2015

na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal, Ldª”, sendo

actualmente funcionário da sociedade, auferindo o vencimento

mensal bruto de € 505,00.

A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca de 5

anos e não aufere qualquer subsídio ou rendimento.

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA

As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da

insolvência resultam da anál ise efectuada à informação

colocada à disposição da Administradora de Insolvência

(petição inicial e documentos fornecidos), bem como das

dil igências efectuadas por esta.

Page 8: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: A

LISE

DO

S EL

EMEN

TOS

INC

LUÍD

OS

NO

DO

CU

MEN

TO R

EFER

IDO

NA

ALÍ

NEA

C)

DO

N.º

1 D

O A

RTI

GO

24

ª

8

Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual

situação de insolvência dos devedores:

O requerente marido exerceu a função de gerente até 23 -

02-2015 na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal,

Ldª”, onde continua a ser sócio, sendo actualmente

funcionário da sociedade, auferindo o vencimento mensal

bruto de € 505,00.

A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca

de cinco anos e não aufere, de momento, qualquer subsídio

ou rendimento;

Os insolventes residem em habitação arrendada com os seus

4 fi lhos menores de 16, 12, 8 e 2 anos;

Dada a falta de rendimentos do agregado famil iar, só com a

ajuda dos famil iares conseguem fazer face às suas despesas

básicas;

As despesas médias do agregado famíl iar são 550,00 € para

renda (despesa não documentada), 150,00 € de

electricidade, 45,00 € de água, 150,00 € de despesas

escolares (despesa não documentada), 650,00 € para

al imentação e higienização (despesa não documentada),

80,00 € (despesa não documentada) e 50,00 € para

medicação.

A conjugação destes factores levou a que os Requerentes se

vissem totalmente impossibil i tados de cumprir com as suas

obrigações.

Page 9: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: C

ON

TAB

ILID

AD

E, D

OC

UM

ENTO

S D

E P

RES

TAÇ

ÃO

DE

CO

NTA

S E

DE

INFO

RM

ÃO

FIN

AN

CEI

RA

9

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve a

Administradora da insolvência efetuar uma anál ise do estado da

contabil idade do devedor e a sua opinião sobre os documentos

de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo s

devedores.

No que se refere à informação financeira prestada pel a devedora

e que se encontra descrita em termos de activos e passivos,

foram entregues as declarações de IRS dos anos de 2011, 2012 e

2013, das quais resulta, o seguinte:

I R S

Valores declarados 2011 2012 2013

Rendimento Cat. A/H € 10.304,43 € 5.820,00 € 5.335,00

Rendimento Cat. B € 0,00 € 0,00 € 0,00

Rendimentos capitais € 0,00 € 0,00 € 5,20

Mais valias al ineação

onerosa imóveis

€ 0,00 (€ 5.480,00) € 0,00

Alienação onerosa de partes

sociais

€ 0,00 € 0,00 € 0,00

Juros de retenção poupança € 0,00 € 0,00 € 0,00

Page 10: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: P

ERSP

ECTI

VA

S D

E M

AN

UTE

ÃO

DA

EM

PR

ESA

10

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA

Tendo em conta o supra referido, designadamente, a

circunstância dos insolventes não serem no momento

comerciantes, não tendo, por isso, apl icabil idade o presente

dispositivo.

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES

A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera

sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de

Insolvência.

Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem

como escopo a l iquidação do património de um devedor

insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores

Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os

bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o

património dos devedores à data da declaração de insolvência,

bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do

processo.

Page 11: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: C

enár

ios

PO

SSÍV

EIS

E SU

AS

CO

NSE

QU

ÊNC

IAS

PA

RA

OS

CR

EDO

RES

11

Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda[ 1], da

conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resul ta que, em rigor, a

massa não abrange a total idade dos bens do devedor

susceptíveis de aval iação pecuniária, mas tão só os que forem

penhoráveis e não excluídos por disposição especial em

contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis ,

sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a

impenhorabil idade não seja absoluta.

São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a

qualquer economia doméstica que se encontrem na residência

permanente do executado (…)”.

Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes

na residência dos devedores por se tratar de bens imprescindíveis

à respectiva economia doméstica.

A signatária encetou dil igências no sentido de averiguar a

existência de bens no património dos insolventes, nomeadamente

junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e

Repartição de Finanças, tendo sido local izados os bens e

participação societária infra descritos no inventário.

Contudo, relativamente aos bens que, nos úl timos anos, estiveram

na esfera patrimonial dos devedores, encontra-se a

Administradora da Insolvência a averiguar o teor das transmissões

efectuadas a favor de terceiros neste período, designadamente,

o bem imóvel composto correspondente à fracção predial

1Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237.

Page 12: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: C

enár

ios

PO

SSÍV

EIS

E SU

AS

CO

NSE

QU

ÊNC

IAS

PA

RA

OS

CR

EDO

RES

12

designada por “BE” , correspondente a uma habitação Tipo T3 no

1.º andar esquerdo, com garagem individual na cave, ,

identif icada pelo n.º 18-Bloco E, sito na freguesia de Caldelas,

concelho de Guimarães, descrito na Conservatória do Registo

Predial de Guimarães sob o n.º840- BE. A transmissão em causa foi

objecto de registo a favor de Joaquim Tomás Moreira Barbosa e

Maria da Conceição da Cunha Fernandes em 21.08.2012.

Assim, haverá que esclarecer as concretas condições da

al ienação efectuada, nomeadamente, se a mesma não visou

mais do que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que

esse bem imóvel não integrasse o respectivo património, evitando

possíveis arrestos ou apreensões judiciais ou, pelo menos,

dificul tando-se quaisquer iniciativas que, visando, esses

objectivos, fossem tomadas pelos credores dos insolvente.

Sem prejuízo, o cenário possível que se apresenta para os

credores é, pois, no sentido da l iquidação do activo.

Assim, considerando que:

1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de

valores ativos face ao Passivo acumulado;

2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente

de valor inferior às dívidas contraídas;

3. Não havendo Plano de Pagamentos;

A Administradora da Insolvência propõe que se del ibere no

sentido da l iquidação do ativo e parti lha da massa insolvente .

Page 13: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

13

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO

7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES

Nas acções / execuções pendentes contra os insolventes não

se discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser

proferida nessas acções possa afectar a massa insolvente (no

sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que

não se requer a apensação das mesmas.

Igualmente no que se reporta aos processos executivos o

pedido de apensação de processos executivos apenas se

justif icará em caso de dificuldade de apreensão para a massa

insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o

que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a

apensação dos mesmos.

7.2. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS

NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS

Anal isadas transmissões efectuadas a favor de terceiros nos

úl timos anos, resulta ter ocorrido uma transacção / venda do bem

imóvel correspondente à fracção predial designada por “BE” ,

correspondente a uma habitação Tipo T3 no 1.º andar esquerdo,

com garagem individual na cave,, identif icada pelo n.º 18-Bloco

E, si to na freguesia de Caldelas, concelho de Guimarães, descrito

Page 14: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

14

na Conservatória do Registo Predial de Guimarães sob o n.º840-

BE.

A transmissão em causa foi objecto de registo a favor de Joaquim

Tomás Moreira Barbosa e Maria da Conceição da Cunha

Fernandes em 21.08.2012.

Pela simil itude do nome, depreende-se que a adquirente será

famil iar próximo da insolvente mulher.

Assim, haverá que esclarecer as concretas condições do acto

supra referido, nomeadamente, se o mesmo não visou mais do

que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que esse

bem não integrasse o respectivo património, evitando possíveis

arrestos ou apreensões judiciais ou, pelo menos, dificul tando -se

quaisquer iniciativas que, visando, esses objectivos, fossem

tomadas pelos credores dos insolventes.

De facto, o acto supra referido, na falta do devido

esclarecimento quanto às suas concretas condições, poderá vir a

ser acto passível de Acção de Impugnação Paul iana, nos termos

do art.º 127.º do CIRE (sendo certo que, pelo decurso do tempo,

já não será poss ível vir a ser resolvido em benefício da massa

insolvente, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do ar t.º 120.º e art.º 123.º do

CIRE).

Page 15: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

15

7.3. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS

A REGISTO

Das dil igências efectuadas no sentido de averiguar a existência

de bens no património dos insolventes, nomeadamente junto da

conservatória do registo predial e automóvel, foi possível local izar

os seguintes bens:

Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Datsun,

modelo 1200 4 portas Delux, quadro n.º KDB110020169,

matrícula EH-99-32

Nota: Foi pres tada informação pe los insolventes que o veículo supra

ident i f icado foi entregue à sucata, em 1994, na sequência de um acidente

de viação.

Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca

Volkswagen, modelo Golf, com a cil indrada de 1.390 cm³, a

gasol ina, matrícula 47-13-PU, com valor de ---------- € 1.950,00

Nota: Valor de venda apurado em consul ta do s i te de venda

www.standvi r tual .com, em 30 de Março de 2015 .

Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Seat,

modelo Cordoba (6k5-AEX-2), com a cil indrada de 1.390

cm³, a gasol ina, matrícula 96-58-HR, com valor de -- € 600,00

Nota: Valor de venda apurado em consul ta do s i te de venda

www.custojusto.pt , em 28 de Março de 2015 .

Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estado de

conservação das viaturas supra indicadas, supondo-se para a sua

valorização que estejam no estado razoável de uso.

Participação social na sociedade “Urbalpinismo, Unipessoal,

Lda.” correspondente à total idade do capital social , no

valor nominal de -------------------------- --------------- ---- € 5.000,00

Page 16: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

16

Nota: A participação social supra identif icada carece de

aval iação quanto ao valor real da sociedade.

7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO

No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º

do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante

apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas

singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de

forma sucinta, a justificação para a não apreensão.

O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos

credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que

abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que

ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE).

Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina -se que a

impenhorabil idade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos

vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante

auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas

auferidas a tí tulo de aposentação ou qualquer outra regal ia

social) tem como l imite máximo o montante equivalente a três

salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como

l imite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento

(e o crédito exequendo não seja de al imentos), o montante

equivalente ao salário mínimo nacional.

Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso

particular em que é requerida a exoneração do passivo restante,

estabelece a lei o princípio de que todos os rendim entos que

Page 17: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

17

advenham ao devedor consti tuem rendimento disponível , a ser

afecto às f inal idades previstas no art. 241º do C.I .R.E.

(cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém

desse rendimento disponível – e logo dessa afectação do

património do devedor ao cumprimento das obrigações para

com os seus credores – o razoavelmente necessário para o

sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado

famil iar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão

fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo

nacional.

Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o

facto da norma do C.I .R.E. não mencionar qualquer l imite

mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado –

o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno

do devedor e seu agregado.

Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº

3, b), i) do C.I .R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem

como l imite mínimo o que seja razoavelmente necessário para

garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do

devedor e seu agregado famil iar.

Ora, verif ica-se, in casu, que o requerente marido é funcionário

da sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal, Lda.”,

auferindo o vencimento mensal bruto de € 505,00 e a insolvente

mulher não exerce qualquer atividade há cerca de 5 anos e não

aufere qualquer subsídio ou rendimento.

Face ao entendimento supra manifestado e ao valor do salário

auferido pelo insolvente marido, considera-se não dever ser

Page 18: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

18

aprendido qualquer montante do salário auferido por aquele,

pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo sustento

condigno do agregado famil iar .

7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA

Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do

incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que

declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de

qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) doa rt.º

36.º do CIRE.

Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não

declarou , desde logo, aberto aquele incidente.

Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após

a real ização da assembleia de apreciação do relatório, a

administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá

alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento

autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da

qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas

que devem ser afetadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz

conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,

declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvência, nos

10 dias subsequentes.

Não se emite, por ora, o respectivo parecer quanto à

qual ificação da insolência, pois, haverá, como referido supra,

que esclarecer as concretas condições da transmissão a favor

de terceiros do bem imóvel que se encontrava registado a favor

Page 19: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

19

dos insolventes, nomeadamente, se o mesmo não visou mais do

que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que esse

bem não integrasse o respectivo património

7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE

Os insolventes vieram requerer a exoneração do passivo

restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.

Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador

da insolvência pronunciar -se sobre o requerimento.

É possível del inear a seguinte factual idade com interesse para a

emissão do presente parecer, face aos elementos documentais

constantes do processo (petição inicial e informações prestadas

pelos Requerentes, sentença que decretou a insolvência bem

como a relação provisória de credores apresentada nos termos

dos artºs 154.º e 155º CIRE):

1. O requerente marido exerceu a função de gerente até 23 -

02-2015 na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal,

Lda.”, onde continua a ser sócio, sendo actualmente

funcionário da sociedade, auferindo o vencimento mensal

bruto de € 505,00 ;

2. A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca

de 5 anos e não aufere qualquer subsídio ou rendimento;

3. Os insolventes residem em habitação arrendada com os seus

4 fi lhos menores de 16, 12, 8 e 2 anos;

Page 20: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

20

4. Dada a falta de rendimentos do agregado famil iar, só com a

ajuda dos famil iares conseguem fazer face às suas despesas

básicas;

5. As despesas médias do agregado famíl iar são 550,00 € para

renda (despesa não documentada), 150,00 € de

electricidade, 45,00 € de água, 150,00 € de despesas

escolares (despesa não documentada), 650,00 € para

al imentação e higienização (despesa não documentada),

80,00 € (despesa não documentada) e 50,00 € para

medicação

6. Os seus credores e respectivos créditos, são os seguintes:

Credores Fundamento Montante Data de

Constituição Data de

Vencimento

Banco BPI, S.A.

NIPC 501 214 534

Livranças subscritas

pela sociedade

Atlântico Mármores -

Comercialização de

Mármores, Lda e

avalizadas pelos

insolventes

49.033,01 24-10-2007 15-05-2013

Banco BPI, S.A.

NIPC 501 214 534

Contrato de crédito

não hipotecário

avalizado pelos

insolventes

11.707,74 03-02-2010 ND

Banco BPI, S.A.

NIPC 501 214 534 Contrato de compra e

venda com hipoteca 227.184,59 23-01-2008 05-08-2014

Banco BPI, S.A.

NIPC 501 214 534

Saldo devedor em

contas de depósitos à

ordem

733,96 ND ND

Banif - Banco

Internacional do

Funchal, S.A.

Contrato de crédito 10.418,40 03-04-2008 03-06-2013

Page 21: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

21

NIPC 511 202 008

Banif - Banco

Internacional do

Funchal, S.A.

NIPC 511 202 008

Contrato de abertura

de conta de depósitos

à ordem n.º 30333097

41,95 22-11-2004 02-08-2011

Banif - Banco

Internacional do

Funchal, S.A.

NIPC 511 202 008

Contrato de crédito

avalizado pelos

insolventes

10.058,07 15-07-2011 ND

Barclays Bank

PLCNIPC 980 000 874 Crédito declarado pelo

insolvente 1.200,00 ND ND

Caixa Geral de

Depósitos, S.A.

NIPC 500 960 046

Contrato de

empréstimo n.º PT

00350669001764991 -

€ 25.064,39 -; contrato

de abertura de crédito

n.º PT

00350669001523492 -

€ 69.074,90 -; contrato

de financiamento n.º

PT

00350669600078296 -

€ 2.778,07 -; contrato

de abertura de crédito

em conta corrente n.º

PT

00350669001688592 -

€ 49.253,81 -; livrança

n.º

500166773090332725

- € 13.446,55 - Todos

avalizados pelos

insolventes

159.617,72 18-06-2007 07-01-2012

Caixa Geral de

Depósitos, S.A.NIPC

500 960 046

Contrato de

empréstimo n.º PT

003506699001726791

418.935,40 11-02-2010 02-03-2010

Page 22: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

22

- € 33.604,85 -;

contrato de

empréstimo n.º PT

0035066900173891 -

€ 52.089,88 -; contrato

de empréstimo n.º PT

00350669001739991 -

€ 321.741,13 -;

contrato de

mepréstimo n.º PT

00350669001728391 -

€ 2.081,94 -; contrato

de empréstimo n.º PT

00350669001727591 -

€ 9.417,60; Todos

afiançados pelos

insolventes

Caixa Geral de

Depósitos, S.A.

NIPC 500 960 046

Contrato de abertura

de conta bancária n.º

066904668500

194,24 29-01-1997 ND

Garval - Sociedade

de Garantia Mútua,

S.A.

NIPC 506 209 199

Garantia autónoma n.º

2010.00976 - €

9.706,61 -; garantia

autónoma n.º

2010.00414 - €

38.856,97 -; garantia

autónoma n.º

2012.00080 - €

21.224,46 - Todas

avalizadas pelos

insolventes

69.788,04 11-02-2010 ND

Novo Banco dos

Açores, S.A.NIPC 512

061 840

Contratos de mútuo

com hipoteca e fiança

prestada pelos

insolventes, com

valores em débito de €

112.289,81 e €

7.380,80,

respectivamente

119.670,61 23-03-2007 22-12-2014

7. Encontram-se pendentes contra os requerentes os seguintes

processos judiciais:

Page 23: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

23

Processo n.º 3412/13.6TBGMR, Instância central de

Guimarães, Secção de execução J2, da Comarca de

Braga, em que é exequente a Caixa Geral de

Depósitos;

Processo n.º 4595/12.8TBGMR, Instância central de

Guimarães, Secção de execução J1, da Comarca de

Braga, em que é exequente a MEO - Serviços de

Comunicações e Multimédia, S.A. ;

Processos de execução fiscal números:

i. 0418201401057952;

i i . 0418201401250043;

i i i . 0418201401287257;

iv. 0418201401317490;

v. 0418201401317504;

vi. 0418201401323563;

vi i . 0418201401351516;

vi i i . 0418201481058020;

ix. 0418201481058845;

x. 0418201481077130;

xi . 0418201481084749;

xi i . 0418201501014374;

xi i i . 0418201501015400;

xiv. 0418201501025260.

8. Apresentaram-se à insolvência no início em 4 de Fevereiro

de 2015, a qual foi decretada por sentença proferida em 19

do mesmo mês.

*-*

Isto dito:

Page 24: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

24

Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que ”se o devedor for

uma pessoa singular, pode ser -lhe concedida a exoneração dos

créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos

no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no

encerramento deste”.

Os cri térios de apl icação deste instituto estão previstos nos art.ºs

237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na

assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de

insolvência, cumprir -se-á dessa forma o requisi to da al ínea c) do

art.º 237.º.

Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (apl icáveis por

força do art.º 237º., al ínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido

conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos

termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.

Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora de

insolvência quanto a ter a devedora fornecido informações falsas

a que se refere a al ínea b) ou ter beneficiado anteriormente

desta exoneração do passivo restante (al ínea c)).

A apl icação do disposto na al ínea d) do nº 1 do artigo 238.º do

CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes s ituações:

o devedor não cumprir o dever de apresentação à

insolvência, com prejuízo para os credores,

ou se não existi r esse dever, se se tiver abstido dessa

apresentação nos seis meses seguintes à verificação da

situação de insolvência, com prejuízo para os credores e

sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não

Page 25: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

25

existi r qualquer perspetiva séria de melhoria da sua situação

económica.

Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa

singular, não está o insolvente obrigado a apresentar -se à

insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal

como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida

de verif icar a verificação em concreto da parte inicial da al ínea

d).

No que se reporta aos demais requisi tos desta al ínea d) , de

preenchimento cumulativo, são os seguintes:

que o devedor/requerente não se apresente à insolvência

nos seis meses seguintes à verif icação da situação de

insolvência;

que desse atraso resul te um prejuízo para os credores;

que o devedor soubesse, ou pe lo menos não pudesse

ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva

séria de melhoria da sua situação económica.

Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria

escrevem que “para além da não apresentação à insolvência, a

relevância deste comportamento do devedor, para efeito de

indeferimento l iminar, depende ainda, em qualquer destas

hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor

saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe

«qualquer perspetival séria da melhor ia da sua situação

económica».

Está aqui em causa apurar se a não apresentação da devedora à

insolvência se pode justificar por el a estar razoavelmente

Page 26: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

26

convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos

de não se tornar necessária a declaração de insolvência”[…]

Importa, pois , verificar se a apresentação da requerente à

insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação

desta s ituação e, em caso negativo, se e desse facto advieram

prejuízos para os credores.

Ora, o conceito de preju ízo pressuposto na al ínea d) do nº 1 do

artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples

vencimento dos juros, que são consequência normal do

incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum

prejuízo de outra ordem, projetado na esfera jurídica do credor

em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por

exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no

período que dispunha para se apresentar à insolvência).

Entende-se que o simples acumular do montante de juros não

integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1,

al. d) do CIRE. [ ].

Com efeito, a mora resul tante do atraso no pagamento, em

abstrato, contribui sempre para o avolumar da dívida,

designadamente em virtude dos juros que lhe estão associado s,

em especial quando estamos perante dívidas a instituições

financeiras.

Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibil idade de

cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE),

lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. art s. 804 e

segs. do Cód. Civil ), o que se traduz no aumento quantitativo do

passivo do devedor.

Page 27: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

27

Não pode, pois, considerar -se que o conceito normativo de

prejuízo previsto na al ínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua

no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo

em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o

crédito de capital , sob pena de se estar a esvaziar de sentido úti l

a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores).

É que se tivesse sido essa a f inal idade da lei, bastaria ter

estabelecido o indeferimento l iminar do pedido de exoneração

do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se

apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à

verificação dessa situação.

Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis

meses após a verificação da situação de insolvência) não é

suficiente para se poder considerar preenchido o requisi to aqui

em anál ise, uma vez que tal representaria, estar a val orizar-se um

prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria

comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra

compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores

como requisito autónomo do indeferimento l iminar do incidente .

Tratando-se o prejuízo dos credores de um requis ito autónomo

deste indeferimento l iminar, acrescerá o mesmo aos demais

requisi tos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que

traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não

podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já

estão contidas num desses outros requisitos.

Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta da

devedora, devendo apurar-se se esta se pautou pela l icitude,

Page 28: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

28

honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua

situação económica, só se justif icando o indeferimento l iminar

caso se conclua pela negativa.

Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento l iminar do

pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do

devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei

visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial

do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que

originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo

que estava já impossibil i tado de satisfazer. São estes

comportamentos desconformes ao proceder honesto, l ícito,

transparente e de boa-fé, os quais, a verif icarem-se na conduta

do devedor, impedem que a este seja reconhecida a

possibil idade, preenchidos os demais requisi tos do preceito, de se

l ibertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a

sua reabil itação económica. Como tal , o que se sanciona são os

comportamentos que impossibil i tem, dif icultem ou diminuam a

possibil idade de os credores obterem a satisfação dos se us

créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida

caso tais comportamentos não ocorressem.

Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada

foi apurado no sentido que aponte para que a insolvente não

tenha adotado uma atitude de l icitude, honestidade,

transparência e boa-fé no que respeita à sua situação

económica.

Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer

elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na

Page 29: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

29

criação ou agravamento da situação de insolvência – está

também preenchida a al ínea e) do art.º 238.º.

Sem prejuízo e considerando que não se mostra junta aos autos a

certidão de registo criminal nem o assento de nascimento dos

devedores, importará que seja apurado se os devedores foram,

alguma vez, condenados por sentença transitada em julgado por

algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do

Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo

do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a

esta data – al ínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE, bem como se

alguma vez fora declarados insolventes ou beneficiaram do

insti tuto da exoneração do passivo restante.

Com salvaguarda da necessidade de serem juntos aos autos as

certidões de registo criminal e os assentos de nascimento, os

demais pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos

e não há elementos que levem a signatária a emitir parecer que

pudesse concluir pelo indeferimento do pedido.

Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido

de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite -se

parecer no sentido que deve ser concedido aos insolventes a

possibil idade de após o período de cinco anos previsto no artº.

239, n.º 2 do CIRE, se exonerem dos compromissos que até então

não lhes seja possível saldar, sob condição de, após ser junta

certidão de registo criminal, se comprovar que os devedores

nunca foi condenada por sentença transitada em julgado por

algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do

Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo

Page 30: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

30

do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a

esta data – al ínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE).

Page 31: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NV

ENTÁ

RIO

(A

rt.s

15

3.º

e 1

55

º C

IRE)

31

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)

Verba nº 1

Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Seat, modelo

Cordoba (6k5-AEX-2), com a cil indrada de 1.390 cm³, a gasol ina,

matrícula 96-58-HR, com valor de ---------------------- ---------- € 600,00

Valor de venda apurado em consul ta do si te de venda

www.custojusto.pt, em 28 de Março de 2015.

Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estad o de

conservação da viatura supra indicada, supondo-se para a sua

valorização que esteja no estado razoável de uso.

Verba nº 2

Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Volkswagen,

modelo Golf, com a cil indrada de 1.390 cm³, a gasol ina, matrícula

47-13-PU, com valor de ---------------------- ------------------ ---- € 1.950,00

Valor de venda apurado em consul ta do si te de venda

www.standvirtual.com, em 30 de Março de 2015.

Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estad o de

conservação da viatura supra indicada, supondo-se para a sua

valorização que esteja no estado razoável de uso.

Verba nº 3

Participação social na sociedade “Urbalpinismo, Unipessoal, Lda.”

correspondente à total idade do capital social , no valor de ---------

----------------------------- ----------------------------------------------- € 5.000,00

Page 32: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NV

ENTÁ

RIO

(A

rt.s

15

3.º

e 1

55

º C

IRE)

32

Nota: O valor supra identif icado carece de aval iação quanto ao

valor real da sociedade.

Page 33: RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º …n-insolvencias.com/sites/ninsolvencias/files/insolvencias... · Contudo, relativamente aos bens que, nos últimos anos, estiveram

Cap

ítu

lo: I

NV

ENTÁ

RIO

(A

rt.s

15

3.º

e 1

55

º C

IRE)

33

9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)

Em anexo