relatÓrio da administradora da insolvÊncia (art.º...

13
2014 Deolinda Ribas Paulo Manuel Macedo de Barros 22-10-2014 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Braga V. N. Famalicão – Instância Central Secção de Comércio Processo n.º 271/14.5TBAMR

Upload: trinhthien

Post on 18-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

2014

Deolinda Ribas

Paulo Manuel Macedo de Barros

22-10-2014

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Tribunal da Comarca de Braga

V. N. Famalicão – Instância Central

Secção de Comércio

Processo n.º 271/14.5TBAMR

Cap

ítu

lo: I

NTR

OD

ÃO

2

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE ................................................. 4

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE ................................................................... 4

2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 4

2.3. A ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA ........................................................ 4

2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 4

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1

DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 5

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 5

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS

ANOS 5

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 6

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO

FINANCEIRA ................................................................................................................................. 7

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ................................................................. 8

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................... 8

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ......... 9

7.1. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 11

7.2. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 12

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 13

9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 13

Cap

ítu

lo: I

NTR

OD

ÃO

3

1. INTRODUÇÃO

Pelo credor Agostinho da Costa e Silva foi requerida a insolvência do devedor Paulo

Manuel Macedo de Barros, tendo sido proferida sentença em 26 de Maio de 2014.

Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um

relatório contendo:

a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º

1 do artigo 24.º;

b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os

documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos

autos pelo devedor;

c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no

todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência,

e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários

figuráveis;

d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de

insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do

mesmo;

e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a

tramitação ulterior do processo.

Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.

Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentar o seu

relatório.

A Administradora da insolvência

Cap

ítu

lo: I

DEN

TIFI

CA

ÇÃ

O E

AP

RES

ENTA

ÇÃ

O G

ERA

L D

o IN

SOLV

ENTE

4

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE

Nome Paulo Manuel Macedo de Barros

NIF 189 938 374

Morada Rua de Rio Bom, n.º 10, 4720-385 Ferreiros, Amares

Estado Civil Divorciado

2.2. COMISSÃO DE CREDORES

Não nomeada

2.3. A ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA

Deolinda Ribas

NIF/NIPC: 175620113

Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga

Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733

E-mail: [email protected]

2.4. DATAS DO PROCESSO

Data e hora da prolação da sentença: 26-08-2014 pelas 12:35 horas

Publicado no portal Citius – 26 de Agosto 2014

Fixado em 20 dias o prazo para reclamação de créditos.

Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 31-10-2014 pelas 14:00 horas

Cap

ítu

lo: A

LISE

DO

S EL

EMEN

TOS

INC

LUÍD

OS

NO

DO

CU

MEN

TO R

EFER

IDO

NA

ALÍ

NEA

C)

DO

N.º

1 D

O A

RTI

GO

24

ª

5

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS

Dispõe a al ínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor

deve juntar, entre outros, documento em que se expl icita a

actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos úl timos

três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o

que entenda serem as causas da situação em que se encontra.

O devedor não deu cumprimento ao disposto no nº 1 do artigo

24º do CIRE, não tendo, apesar de interpelado, quaisquer

documentos.

Apenas junto do requerente da insolvência foi poss ível obter os

seguintes documentos:

a) Contrato de trabalho sem termo;

b) Petição inicial de acção declarat iva sob forma de processo

comum.

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS

ÚLTIMOS TRÊS ANOS

O requerente detinha um estabelecimento industr ial , sito na Rua

de Rio Bom, n.º 10, 4720-385 Ferreiros, Amares, relacionado com a

produção de torneiras e artigos similares que, actualmente, se

encontra encerrado.

Cap

ítu

lo: A

LISE

DO

S EL

EMEN

TOS

INC

LUÍD

OS

NO

DO

CU

MEN

TO R

EFER

IDO

NA

ALÍ

NEA

C)

DO

N.º

1 D

O A

RTI

GO

24

ª

6

Com efeito, no local encontra-se instalado um estabelecimento

de carnes (talho), o qual por se encontrar com as portas

fechadas, não foi possível apurar que relação têm com o

devedor.

Certo é que, apesar de interpelado e de ter recebido a

comunicação que lhe foi dir igida por correio registado com aviso

de recepção (assinou o AR), o requerente não prestou qualquer

tipo de informação à signatária, não tendo sido possível apurar

em concreto a forma como o mesmo desenvolveu a sua

actividade nos últimos três anos.

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA

As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da

insolvência resultam da anál ise efectuada à informação

colocada à disposição da Administradora de Insolvência

(petição inicial e documentos fornecidos), bem como das

dil igências efectuadas por esta.

Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual

situação de insolvência do devedor:

O insolvente deixou de cumprir com as suas obrigações

vencidas para com o requerente da insolvência em

Dezembro de 2013;

O requerente da insolvência encontrava-se ao serviço do

insolvente desde 3 de Junho de 2008, tendo registado

atrasos no pagamento do vencimento desde Março de 2012,

pois, não lhe foram pagas as retribuições dos meses de

Cap

ítu

lo: C

ON

TAB

ILID

AD

E, D

OC

UM

ENTO

S D

E P

RES

TAÇ

ÃO

DE

CO

NTA

S E

DE

INFO

RM

ÃO

FIN

AN

CEI

RA

7

Dezembro de 2013, Janeiro, Fevereiro e Março de 2014 nem

os subsídios de férias e de Natal de 2012 e 2013.

Por esse facto o requerente, em Março de 2014, resolveu

unilateralmente o contrato de trabalho com fundamento na

fal ta culposa do pagamento pontual da retribuição;

O requerente não logrou receber os valores em dívida , pelo

que intentou acção declarativa sob forma de processo

comum contra o insolvente;

O insolvente encerrou definitivamente o estabelecimento

industr ial que explorava em data que não foi possível

determinar.

É desconhecido o paradeiro do insolvente .

Pela administradora de insolvência foi , em 02.09.2014,

dirigida ao devedor carta registada com aviso de recepção

para este, nos termos dos art.º 29.º, n.º 2 e 83.º do CIRE,

proceder à entrega dos documentos referidos no n.º 1 do

artigo 24.º do CIRE, carta esta que foi recepcionada pelo

próprio devedor no dia 11.09.2014.

Pese embora a notificação nos termos dos art.º 29.º, n.º 2 e

83.º do CIRE, nenhum documento foi junto pelo insolvente.

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve a

Administradora da insolvência efectuar uma anál ise do estado da

contabil idade do devedor e a sua opinião sobre os documentos

Cap

ítu

lo: P

ERSP

ECTI

VA

S D

E M

AN

UTE

ÃO

DA

EM

PR

ESA

8

de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo

devedor.

O requerente não prestou qualquer tipo de informação nem

facultou qualquer tipo de documentação à signatária, não tendo

sido possível o acesso a qualquer tipo de informação desta

natureza.

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA

Tendo em conta o supra referido, designadamente, a

circunstância do insolvente não ter prestado qualquer tipo de

informação à signatária, não foi, por isso, apurar se tem

apl icabil idade o presente dispositivo.

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES

A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera

sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de

Insolvência.

Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem

como escopo a l iquidação do património de um devedor

insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores .

Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os

bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o

Cap

ítu

lo: C

enár

ios

PO

SSÍV

EIS

E SU

AS

CO

NSE

QU

ÊNC

IAS

PA

RA

OS

CR

EDO

RES

9

património do devedor à data da declaração de insolvência,

bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do

processo.

A signatária encetou dil igências no sentido de averiguar a

existência de bens no património do insolvente, nomeadamente

junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e

Repartição de Finanças, tendo apenas s ido local izados os bens

infra descritos no inventário, ou seja:

Verba 1: Veículo automóvel de matrícula 48-30-AX, marca

Mitsubishi, modelo Colt 1.3 GLI , ano da primeira matrícula

1992, com o valor estimado de -------------------------- € 1 .500,00

Verba 2: Veículo automóvel de matrícula 63-AD-06, marca

Mercedes-Benz, modelo C220 CDI , ano da primeira matrícula

2004, com o valor estimado de --------------------- ----- € 4.000,00

Nota: O veículo correspondente à verba n.º 2 foi

vendido em 8 de Agosto de 2014 a António Machado

da Silva.

Verba 3: Veículo automóvel de matrícula GQ-93-72, marca

Seat, modelo Ibiza 1200 GL, ano da primeira matrícula 1987,

com o valor estimado de ---------------------------------- € 1 .500,00

Nota: O veículo correspondente à verba n.º 3 foi

vendido em 8 de Setembro de 2014 a Aníbal Pires

Lourenço.

Assim, relativamente aos bens que estiveram na esfera

patrimonial do devedor, encontra-se a Administradora da

Insolvência a averiguar as condições e o teor das transmissões

efectuadas.

Cap

ítu

lo: C

enár

ios

PO

SSÍV

EIS

E SU

AS

CO

NSE

QU

ÊNC

IAS

PA

RA

OS

CR

EDO

RES

10

Assim, haverá que esclarecer as concretas condições dessas

vendas, nomeadamente, se as mesmas não visaram mais do que

enganar e prejudicar os credores, fazendo com que esses bens

não integrassem o respectivo património, evitando possíveis

arrestos ou apreensões judiciais ou, pelo menos, dificul tando -se

quaisquer iniciativas que, visando, esses objectivos, fossem

tomadas pelos credores do insolvente.

Desta forma, por ora, o cenário possível que se apresenta para os

credores é no sentido da l iquidação do activo.

Assim, considerando que:

1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de

valores activos face ao Passivo acumulado;

2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente

de valor inferior às dívidas contraídas;

3. Não havendo Plano de Pagamentos;

a Administradora da Insolvência propõe que se del ibere no

sentido da l iquidação do activo e partilha da massa insolvente .

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

11

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO

7.1. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO

No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º

do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante

apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas

singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de

forma sucinta, a justificação para a não apreensão.

O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos

credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que

abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que

ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE).

Não obstante das dil igências real izadas, não foi possível apurar

se o insolvente aufere qualquer tipo de rendimento.

7.2. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA

Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do

incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que

declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de

qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) do art.º

36.º do CIRE.

Cap

ítu

lo: O

UTR

OS

ELEM

ENTO

S IM

PO

RTA

NTE

S P

AR

A A

TR

AM

ITA

ÇÃ

O U

LTER

IOR

DO

PR

OC

ESSO

12

Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não

declarou aberto aquele incidente.

Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após

a real ização da assembleia de apreciação do relatório, a

administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá

alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento

autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da

qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas

que devem ser afectadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz

conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,

declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvência, nos

10 dias subsequentes.

Regista-se, desde já, haver indícios (fal ta de colaboração,

transmissão de bens a favor de terceiros) que poderão justif icar

que venha a ser declarado aberto esse incidente.

7.3. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE

O insolvente não veio, até ao momento, requerer a exoneração

do passivo restante, pelo que o presente dispositivo não tem

apl icabil idade.

.

Cap

ítu

lo: I

NV

ENTÁ

RIO

(A

rt.s

15

3.º

e 1

55

º C

IRE)

13

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)

Verba 1: Veículo automóvel de matrícula 48-30-AX, marca

Mitsubishi , modelo Colt 1.3 GLI , ano da primeira matrícula 1992,

com o valor estimado de ----------------------------------------- € 1 .500,00

Verba 2: Veículo automóvel de matrícula 63-AD-06, marca

Mercedes-Benz, modelo C220 CDI , ano da primeira matrícula

2004, com o valor estimado de ------------------ --------------- € 4.500,00

Verba 3: Veículo automóvel de matrícula GQ-93-72, marca Seat,

modelo Ibiza 1200 GL, ano da primeira matrícula 1987, com o

valor estimado de ------------------------------------- ------------- € 1 .500,00

Notas:

1. Os veículos não foram local izados, tendo o respectivo valor

sido determinado com base apenas na marca, tipo de modelo

e ano de matr ícula.

2. O veículo correspondente à verba n.º 2 foi vendido em 8 de

Agosto de 2014 a António Machado da Silva

3. O veículo correspondente à verba n.º 3 foi vendido em 8 de

Setembro de 2014 a Aníbal Pires Lourenço.

9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)

Em anexo