relatÓrio do administrador da insolvÊncia (art.º...
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2015
Nuno Albuquerque
Vera Luciana Oliveira Silva
Moreira
06-08-2015
RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)
Tribunal Comarca de Braga
V. N. Famalicão – Instância Central
1ª Secção do Comércio – J4
Processo n.º 5299/15.5T8VNF
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE ................................................. 4
2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE ................................................................... 4
2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 4
2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA ............................................................... 4
2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 4
3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1
DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 5
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 5
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS
ANOS 5
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 6
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO
FINANCEIRA ................................................................................................................................. 6
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ................................................................. 7
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................... 8
7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ....... 10
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES ............................................ 10
7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A
REGISTO ........................................................................................................................... 10
7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ............................................................... 11
7.4. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 11
7.5. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 12
8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 20
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 20
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1. INTRODUÇÃO
A devedora Vera Luciana Pinheiro Lobo apresentou-se à insolvência, tendo sido
proferida sentença de declaração de insolvência em 29-06-2015.
Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador de insolvência deve elaborar um
relatório contendo:
a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º
1 do artigo 24.º;
b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os
documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos
autos pelo devedor;
c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no
todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência,
e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários
figuráveis;
d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de
insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do
mesmo;
e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a
tramitação ulterior do processo.
Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.
Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu
relatório.
O Administrador da insolvência
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2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE
2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE
Nome Vera Luciana Oliveira Silva Moreira
NIF 225950774
CC 12621481 6 ZY0
Morada Rua do Martelinho, n.º 21, 4740-113 Apúlia
Estado Civil Solteira
2.2. COMISSÃO DE CREDORES
Não nomeada
2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA
Nuno Carlos Lamas de Albuquerque
NIF/NIPC: 188049924
Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga
Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733
E-mail: [email protected];
Site para consulta: Informações sobre o processo
2.4. DATAS DO PROCESSO
Data e hora da prolação da sentença: 29-06-2015 pelas 17h00m
Publicado no portal Citius – 30 de Junho de 2015
Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos.
Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 14-08-2015 pelas 14:00 horas
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3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS
Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar,
entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a
que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que
seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que
se encontra.
A devedora procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do
CIRE, à junção dos seguintes documentos:
a) Assento de nascimento da insolvente e do fi lho;
b) Certificado do Registo Criminal;
c) Relação de credores;
d) Notif icação para penhora;
e) Folha de remuneração de Junho de 2015;
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS
ÚLTIMOS TRÊS ANOS
A insolvente encontra-se desempregada desde 3 de Junho de
2015, data em que terminou um estágio profiss ional real izado na
Junta de Freguesia de Apúl ia e Fão, não auferindo actualmente
qualquer rendimento.
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3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA
As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da
insolvência resultam da anál ise efectuada à informação
colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição
inicial e documentos fornecidos), bem como das dil igências
efectuadas por este.
Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual
situação de insolvência da devedora:
A devedora é solteira e tem a seu cargo um fi lho menor .
Encontra-se desempregada desde 3 de Junho de 2015, data
em que terminou um estágio profissional real izado na Junta
de Freguesia de Apúl ia e Fão, não auferindo actualmente
qualquer rendimento;
Reside em casa dos pais, sendo estes a suportar as despesas
básicas da insolvente e do seu fi lho;
Não possui quaisquer bens móveis ou imóveis.
A conjugação destes fatores, levaram a que a devedora se
visse totalmente impossibil i tada de cumprir com as suas
obrigações.
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA
No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o
Administrador da insolvência efectuar uma anál i se do estado da
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contabil idade do devedor e a sua opinião sobre os documentos
de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo
devedor.
Contudo, o presente dispositivo não tem apl icação porquanto
não sendo o insolvente comerciante, não está obrigado
legalmente a ter contabil idade organizada.
No que se refere à informação financeira prestada pelo devedor
e que se encontra descrita em termos de activos e passivos,
sal ienta o s ignatário, que não foram entregues ao signatário as
declarações de IRS dos úl timos três anos.
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA
Tendo em conta o supra referido, designadamente, a
circunstância da insolvente não ser no momento comerciante,
não se referenciou qualquer empresa de que aquela seja ti tular,
não tendo, por isso, apl icabil idade o presente dispositivo.
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6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES
A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera
sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de
Insolvência.
Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem
como escopo a l iquidação do património de um devedor
insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores .
Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os
bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o
patr imónio do devedor à data da declaração de insolvência,
bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do
processo.
Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda[ 1], da
conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resul ta que, em rigor, a
massa não abrange a total idade dos bens do devedor
susceptíveis de aval iação pecuniária, mas tão só os que forem
penhoráveis e não excluídos por disposição especial em
contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis ,
sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a
impenhorabil idade não seja absoluta.
1Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237.
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São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a
qualquer economia doméstica que se encontrem na residência
permanente do executado (…)”.
Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes
na residência do devedor por se tratar de bens imprescindíveis à
respectiva economia doméstica.
O signatário encetou dil igências no sentido de averiguar a
existência de bens no património da insolvente, nomeadamente
junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e
Repartição de Finanças, não tendo sido local izados quaisquer
bens.
O cenário possível que se apresenta para os credores é , pois, no
sentido do encerramento.
Assim, considerando que:
1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de
valores activos face ao Passivo acumulado;
2. Não havendo Plano de Pagamentos;
O Administrador da Insolvência propõe que se del ibere no sentido
do encerramento por insuficiência de bens da massa insolvente .
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7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES
Nas acções / execuções pendentes contra o insolvente não se
discute qualquer questão cuja decisão que venha a ser
proferida possa afectar a massa insolvente (no sentido de lhe
acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a
apensação das mesmas.
No que se reporta aos processos executivos o pedido de
apensação apenas se justif icará em caso de dif iculdade de
apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no
âmbito desses processos, o que, até ao momento não se
verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos.
7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS
A REGISTO
Das dil igências efectuadas no sentido de averiguar a existência
de bens no património da insolvente, nomeadamente junto da
Conservatória do Registo Predial e Automóvel, não foi local izado
qualquer bem móvel ou imóvel pertencentes à devedora.
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7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO
No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º
do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante
apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas
singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de
forma sucinta, a justificação para a não apreensão.
A devedora encontra-se desempregada desde 3 de Junho de
2015, data em que terminou um estágio profiss ional real izado na
Junta de Freguesia de Apúl ia e Fão, não auferind o actualmente
qualquer rendimento.
7.4. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA
Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do
incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que
declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de
qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) do art.º
36.º do CIRE.
Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não
declarou, desde logo, aberto aquele incidente.
Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após
a real ização da assembleia de apreciação do relatório, a
administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá
alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento
autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da
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qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas
que devem ser afectadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz
conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,
declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvên cia, nos
10 dias subsequentes.
Sem prejuízo, regista-se, desde já a inexistência de indícios que
sejam do conhecimento da administradora e passíveis de
determinar a qualificação da insolvência como culposa.
7.5. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE
A insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos
termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.
Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador
da insolvência pronunciar -se sobre o requerimento.
É possível del inear a seguinte factual idade com interesse para a
emissão do presente parecer, face aos elementos documentais
constantes do processo (petição inicial e informaç ões prestadas
pelo insolvente, sentença que decretou a insolvência , petição
inicial , bem como a relação provisória de credores apresentada
nos termos dos art.ºs 154.º e 155º CIRE):
1. A devedora é solteira e tem a seu cargo um fi lho menor.
2. Encontra-se desempregada desde 3 de Junho de 2015, data
em que terminou um estágio profissional real izado na Junta
de Freguesia de Apúl ia e Fão, não auferindo actualmente
qualquer rendimento;
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3. Reside em casa dos pais, sendo estes a suportar as despesas
básicas da insolvente e do seu fi lho;
4. Não possui quaisquer bens móveis ou imóveis.
5. Os seus credores e respectivos créditos, são os seguintes:
Credores Fundamento Montante Data
Constituição Data
Vencimento
NOS - Comunicações, S.A.
NIPC 502 604 751
Dr. Armando Rodolfo
Silva
156,83 15-12-2010 10-01-2011
Intrum Iustitia Portugal -
Consultadoria e Apoio à
Gestão de Contas
Correntes, Ld.ª
NIPC
Drª Catarina Pereira
catarinafpereira-
1.754,78 25-09-2004 29-07-2005
6. A requerente, de acordo com as informações constantes da
certidão do registo criminal, não foi condenada por
sentença transitada em julgado por algum dos crimes
previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal
nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do
pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a
esta data.
7. A requerente, de acordo com a informação constante da
certidão do registo de nascimento, nunca foi declarada
insolvente nem nunca beneficiou anteriormente de
exoneração do passivo restante.
8. Apresentou-se à insolvência em 23 de Junho de 2015, a qual
foi decretada por sentença proferida no dia 25 do memso
mês.
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Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que ”se o devedor for
uma pessoa singular, pode ser -lhe concedida a exoneração dos
créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos
no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no
encerramento deste”.
Os cri térios de apl icação deste instituto estão previstos nos art.ºs
237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na
assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de
insolvência, cumprir -se-á dessa forma o requisi to da al ínea c) do
art.º 237.º.
Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (apl icáveis por
força do art.º 237º., al ínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido
conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos
termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.
Nada consta nos autos ou foi apurado pel o administrador de
insolvência quanto a ter o devedor fornecido informações falsas a
que se refere a al ínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta
exoneração do passivo restante (al ínea c)).
A apl icação do disposto na al ínea d) do nº 1 do artigo 238.º do
CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações:
o devedor não cumprir o dever de apresentação à
insolvência, com prejuízo para os credores,
ou se não existi r esse dever, se se tiver abstido dessa
apresentação nos seis meses seguintes à verificação da
situação de insolvência, com prejuízo para os credores e
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sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não
existi r qualquer perspectiva séria de melhoria da sua
situação económica.
Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa
singular, não está o insolvente obrigado a apresentar -se à
insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal
como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida
de verif icar a verificação em concreto da parte inicial da al ínea
d).
No que se reporta aos demais requisi tos desta al ínea d), de
preenchimento cumulativo, são os seguintes:
que o devedor/requerente não se apresente à insolvência
nos seis meses seguintes à verif icação da situação de
insolvência;
que desse atraso resul te um prejuízo para os credores;
que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse
ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva
séria de melhoria da sua situação económica.
Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria
escrevem que “para além da não apresen tação à insolvência, a
relevância deste comportamento do devedor, para efeito de
indeferimento l iminar, depende ainda, em qualquer destas
hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor
saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não exis te
«qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação
económica».
Está aqui em causa apurar se a não apresentação do devedor à
insolvência se pode justificar por el a estar razoavelmente
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convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos
de não se tornar necessária a declaração de insolvência”[…]
Importa, pois , verificar se a apresentação do requerente à
insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação
desta s ituação e, em caso negativo, se e desse facto advieram
prejuízos para os credores.
Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na al ínea d) do nº 1 do
artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples
vencimento dos juros, que são consequência normal do
incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum
prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor
em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por
exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no
período que dispunha para se apresentar à insolvência).
Entende-se que o simples acumular do montante de juros não
integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1,
al. d) do CIRE. [ ].
Com efeito, a mora resul tante do atraso no pagamento, em
abstracto, contr ibui sempre para o avolumar da dívida,
designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados,
em especial quando estamos perante dívidas a instituições
financeiras.
Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibil idade de
cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE),
lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e
segs. do Cód. Civil ), o que se traduz no aumento quantitativo do
passivo do devedor.
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Não pode, pois, considerar -se que o conceito normativo de
prejuízo previsto na al ínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inc lua
no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo
em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o
crédito de capital , sob pena de se estar a esvaziar de sentido úti l
a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores).
É que se tivesse sido essa a f inal idade da lei, bastaria ter
estabelecido o indeferimento l iminar do pedido de exoneração
do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se
apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à
verificação dessa situação.
Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis
meses após a verificação da situação de insolvência) não é
suficiente para se poder considerar preenchido o requisi to aqui
em anál ise, uma vez que tal representaria, estar a valor izar-se um
prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria
comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra
compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores
como requisito autónomo do indeferimento l iminar do incidente.
Tratando-se o prejuízo dos credores de um requis ito autónomo
deste indeferimento l iminar, acrescerá o mesmo aos demais
requisi tos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que
traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não
podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já
estão contidas num desses outros requisitos.
Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta do
devedor, devendo apurar-se se esta se pautou pela l icitude,
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honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua
situação económica, só se justif icando o indeferimento l iminar
caso se conclua pela negativa.
Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento l iminar do
pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do
devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei
visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial
do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que
originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo
que estava já impossibil i tado de satisfazer. São estes
comportamentos desconformes ao proceder honesto, l ícito,
transparente e de boa-fé, os quais, a verif icarem-se na conduta
do devedor, impedem que a este seja reconhecida a
possibil idade, preenchidos os demais requisi tos do precei to, de se
l ibertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a
sua reabil itação económica. Como tal , o que se sanciona são os
comportamentos que impossibil i tem, dif icultem ou diminuam a
possibil idade de os credores obterem a satisfação dos seus
créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida
caso tais comportamentos não ocorressem.
Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada
foi apurado no sentido que aponte para que a insolvente não
tenha adotado uma atitude de l icitude, honestidade,
transparência e boa-fé no que respeita à sua situação
económica.
Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer
elemento que aponte no sentido da culpa da devedora na
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criação ou agravamento da s ituação de insolvência – está
também preenchida a al ínea e) do art.º 238.º.
Não consta, ainda, que a devedora tivesse sido condenada por
sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e
punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 1 0 anos
anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração
da insolvência ou posteriormente a esta data – al ínea f) do n.º 1
do artº 238.º do CIRE.
Por úl timo, não resulta que a devedor tenha violado qualquer dos
deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos
no CIRE – al íneas i) e g) do artº 238.º
Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchido s e não
há elementos que levem o signatário a emitir parecer que
pudesse concluir pelo indeferimento do pedido.
Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido
de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite -se
parecer no sentido que deve ser concedido à insolvente a
possibil idade de após o período de cinco anos previsto no art.º.
239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então
não lhe seja possível saldar.
Cap
ítu
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3.º
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55
º C
IRE)
20
8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)
Não foram local izados quaisquer bens, móveis ou imóveis,
pertencentes à devedora.
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)
Em anexo