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REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ESERVIÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

Odílio Sepulcri1

Edison José Trento2

Curitiba-PR

2011

Ministério do

Desenvolvimento Agrário

1 Engenheiro Agrônomo, MSc., Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

2 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

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LEON, M. E. e AMATO, J. N. Redes de cooperação produtiva: uma estratégia de competitividade e sobrevivência para pequenas e médias empresas. I workshop: redes de cooperação e gestão do conhecimento, PRO-EPUSP. São Paulo, 2001.

MARANGON, B.; CAMILO, V. B.; LAMSTER, E. A comercialização de produtos da agricultura familiar. Belo Horizonte-MG/PRORENDA Rural, 2003, 36 p.

MIOR, L.C. Agricultores familiares, Agroindústrias e Redes de Desenvolvimento Rural. Chapecó: Argos, 2005, 338 p.

NEGRINI, F. e VENTURINEI, T. Conceituação e importância das redes de empresas. Santa Maria-RS: UFSM.

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SILVA, Carlos Alberto Vicente da. Rede de Cooperação de micros e pequenas empresas – um estudo das atividades de logística do setor metalúrgico de Sertãozinho-SP. Dissertação de Mestrado. USP: São Carlos, 2004.

TÁLAMO, Jose Roberto e CARCALHO, Marly Monteiro. Seleção dos objetivos fundamentais de cooperação empresarial. Revista Gestão e Produção, v.11, n.2, p.239-250, maio/ago./2004.

WEID, J. E. da. O Brasil rural precisa de uma estratégia de desenvolvimento. Brasília: Convênio FIPE-IICA (MDA/CNDRS/NEAD), 2001.

WITTMANN, L. M.; NEGRINI, F. e VENTURINEI, T. As redes empresariais com uma alternativa para aumentar a competitividade de empresas do setor varejista. Santa Maria-RS: UFSM.

Copyright© 2011, by Instituto Emater

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁInstituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERVinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

Série Informação Técnica nº 084, 2011

Elaboração Técnica Instituto Emater:

Engenheiro Agrônomo, MSc. Odílio Sepulcri, Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR Engenheiro Agrônomo Edison José Trento, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

Revisão Instituto Emater: Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho

Capa/Diagramação/Arte Final Instituto Emater: Marlene Suely Ribeiro Chaves e Roseli Rozalim Silva

Tiragem: 2.000 exemplares

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERServiço de Atendimento ao Cliente - SACTelefone(041) 3250 2166Rua da Bandeira, 500 Cabral - CEP 80035-270 - Caixa Postal 1662Curitiba - Paraná - BrasilE-mail: [email protected]://www.emater.pr.gov.br

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no seu todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9610).

S479 SEPULCRI, Odílio

Redes de organizações para a comercialização de produtos e Serviços da Agricultura Familiar / Odílio Sepulcri; Edison José Trento -- Curitiba: Instituto Emater, 2011. 24 p. : il. (Informação Técnica n. 084) ISBN 978-85-63667-16-8

1. Redes de Organizações Comercializaçao - Produtos - serviços. 2. Agricultura Familiar. I. Sepulcri, Odílio. II. Trento, Edison José. III. Título. CDU 338.433:331.024

Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464

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REFERÊNCIAS

AMATO NETO, J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais. Oportunidades para as pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2000.

ARRUDA, M. Economia Solidária (slids). PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul. FCP-RJ - Fórum de Cooperativismo Popular do RJ RBSES – Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária. 2005.

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BRITTO, J. Redes de fi rmas: modus operandi e propriedades internas dos arranjos interindústrias cooperativos. Departamento de economia FEA/UFF, 1996. (mimeografado).

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CHALITA, M. A. N. e PANZUTTI,N. de P. N. Pools de Condomínios de Produtores Rurais: novas formas de organização do mercado e da mediação social na citricultura. Informações Econômicas. São Paulo. v. 35, n.12, dez. 2005.

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GOBATO, G. Sistemas de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas. Francisco Beltrão-PR: EMATER , 2009. Palestra.

JASPER, R. Comercialização em Rede: experiência no Oeste do Paraná. In: INSTITUTO EMATER. Estratégias metodológicas da extensão rural do Paraná. Curitiba, 2009. p. 135 a 141.

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REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ESERVIÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

Odílio Sepulcri1

Edison José Trento2

Curitiba-PR

2011

Ministériodo

DesenvolvimentoAgrário

1 Engenheiro Agrônomo, MSc., Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

2 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

24

LEON, M. E. e AMATO, J. N. Redes de cooperação produtiva: uma estratégia de competitividade e sobrevivência para pequenas e médias empresas. I workshop: redes de cooperação e gestão do conhecimento, PRO-EPUSP. São Paulo, 2001.

MARANGON, B.; CAMILO, V. B.; LAMSTER, E. A comercialização de produtos da agricultura familiar. Belo Horizonte-MG/PRORENDA Rural, 2003, 36 p.

MIOR, L.C. Agricultores familiares, Agroindústrias e Redes de Desenvolvimento Rural. Chapecó: Argos, 2005, 338 p.

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SANTOS, S. A.; PEREIRA, H. J.; ABRAÃO FRANÇA, S. E. Cooperação entre micro e pequenas empresas. São Paulo: SEBRAE, 1994.

SILVA, Carlos Alberto Vicente da. Rede de Cooperação de micros e pequenas empresas – um estudo das atividades de logística do setor metalúrgico de Sertãozinho-SP. Dissertação de Mestrado. USP: São Carlos, 2004.

TÁLAMO, Jose Roberto e CARCALHO, Marly Monteiro. Seleção dos objetivos fundamentais de cooperação empresarial. Revista Gestão e Produção, v.11, n.2, p.239-250, maio/ago./2004.

WEID, J. E. da. O Brasil rural precisa de uma estratégia de desenvolvimento. Brasília: Convênio FIPE-IICA (MDA/CNDRS/NEAD), 2001.

WITTMANN, L. M.; NEGRINI, F. e VENTURINEI, T. As redes empresariais com uma alternativa para aumentar a competitividade de empresas do setor varejista. Santa Maria-RS: UFSM.

Copyright© 2011, by Instituto Emater

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁInstituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERVinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

Série Informação Técnica nº 084, 2011

Elaboração Técnica Instituto Emater:

Engenheiro Agrônomo, MSc. Odílio Sepulcri, Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR Engenheiro Agrônomo Edison José Trento, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

Revisão Instituto Emater: Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho

Capa/Diagramação/Arte Final Instituto Emater: Marlene Suely Ribeiro Chaves e Roseli Rozalim Silva

Tiragem: 2.000 exemplares

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERServiço de Atendimento ao Cliente - SACTelefone(041) 3250 2166Rua da Bandeira, 500 Cabral - CEP 80035-270 - Caixa Postal 1662Curitiba - Paraná - BrasilE-mail: [email protected]://www.emater.pr.gov.br

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no seu todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9610).

S479 SEPULCRI, Odílio

Redes de organizações para a comercialização de produtos e Serviços da Agricultura Familiar / Odílio Sepulcri; Edison José Trento -- Curitiba: Instituto Emater, 2011. 24 p. : il. (Informação Técnica n. 084) ISBN 978-85-63667-16-8

1. Redes de Organizações Comercializaçao - Produtos - serviços. 2. Agricultura Familiar. I. Sepulcri, Odílio. II. Trento, Edison José. III. Título. CDU 338.433:331.024

Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464

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REFERÊNCIAS

AMATO NETO, J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais. Oportunidades para as pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2000.

ARRUDA, M. Economia Solidária (slids). PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul. FCP-RJ - Fórum de Cooperativismo Popular do RJ RBSES – Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária. 2005.

BRAGA, Suzana, R. Competitividade, alianças estratégicas e gerência institucional. São Paulo: Atlas, 1999.

BRITTO, J. N. de P. Características estruturais e modus-operandi das redes de fi rmas em condições de diversidade tecnológica. Tese de Doutorado. UFRJ: Rio de Janeiro, 2009. 359 f.

BRITTO, J. Redes de fi rmas: modus operandi e propriedades internas dos arranjos interindústrias cooperativos. Departamento de economia FEA/UFF, 1996. (mimeografado).

BRIZOLLA, T. Programa de regionalização do turismo – formação de redes. Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Política de Turismo. Brasília, 2005. 36 p.

CASAROTO, N. F.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. São Paulo: Atlas, 1999.

CHALITA, M. A. N. e PANZUTTI,N. de P. N. Pools de Condomínios de Produtores Rurais: novas formas de organização do mercado e da mediação social na citricultura. Informações Econômicas. São Paulo. v. 35, n.12, dez. 2005.

COODETEC. Institucional. Disponível em: <www.coodetec.com.br/institucional>. Acesso em: 17/11/2010.

COSTA, L.; JUNQUEIRA, V.; MARTINHO, C.; FECURI, J. REDES – Uma Introdução às Dinâmicas da Conectividade e da Auto-Organização. Brasília – DF, 2003. 91p.

FRANÇA, C. L. de. Comércio ético e solidário. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert / ILDES, 2002. 168 p.

GOBATO, G. Sistemas de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas. Francisco Beltrão-PR: EMATER , 2009. Palestra.

JASPER, R. Comercialização em Rede: experiência no Oeste do Paraná. In: INSTITUTO EMATER. Estratégias metodológicas da extensão rural do Paraná. Curitiba, 2009. p. 135 a 141.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5

2 O QUE É REDE ........................................................................................ 6

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES ............................. 8 3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA ....................................................... 8 3.2 AUTOGESTÃO ................................................................................... 8 3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE .............................................................................. 9 3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIA ........................... 9 3.5 COESÃO .............................................................................................. 9 3.6 CONEXÕES DINÂMICAS ................................................................. 9

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ..... 9

5 FINALIDADE DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ................ 11 5.1 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................... 11 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................. 12

6 A PRÁTICA DE REDES PELAS ORGANIZAÇÕES ........................ 12

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................ 16 7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES ............................................................................. 16 7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ...................................................................... 17 7.3 ESTRATÉGIA ................................................................................... 18

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES ................. 20

GLOSSÁRIO .............................................................................................. 21

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 23

22

Redes de empresasPara Eiriz (2001), redes de empresas são uma coleção de atores que estabelecem relações de trocas a longo prazo, e que, ao mesmo tempo, não possuem legitimidade e autoridade para arbitrar e resolver disputas que podem ocorrer durante a troca.

Joint VenturesÉ uma associação legal, geralmente entre duas companhias, fi rmada com a fi nalidade de criar uma cadeia de valor visando novos mercados. As empresas continuarão funcionando de maneira independente, a não ser nos assuntos em que decidirem unir esforços (HAMMEL e DOZ, 2009).

21

GLOSSÁRIOAto cooperativoO ato cooperativo é praticado entre a cooperativa e seus associados e, também, pelas cooperativas entre si, quando associadas para a consecu-ção dos seus objetivos. O Ato Cooperativo torna inexistente a transação comercial e, portanto, o fato gerador de tributos.

Alianças estratégicasPara Lorange e Roos (1996), as alianças estratégicas são empreendi-mentos cooperativos entre empresas que podem assumir diferentes graus de integração ao longo de uma reta em que num dos extremos se encon-tram os mercados e no outro extremo as hierarquias.Segundo Hamel e Doz (1999), alianças estratégicas são associações comuma estratégia de negócios fundamental, que dá forma e estrutura à ali-ança, possui uma visão que orienta sua gestão e evolução e conta com uma infraestrutura interna que a sustenta.Para Noleto (2000), as alianças estratégicas caracterizam-se por serem associações voltadas à conquista de melhores posições e objetivos, en-volvendo a cooperação de duas ou mais entidades, em que todas as par-tes envolvidas se fortalecem através da cooperação mútua, comparti-lhando habilidades e riscos para atingir um fi m comum.

ParceriasSegundo Noleto (2000), parceria signifi ca uma associação em que a somadas partes representa mais que o somatório individual de seus verdadei-ros membros, pois, por meio da parceria, há um fortalecimento mútuo para atingir um determinado fi m específi co, normalmente um projeto ouuma ação.As parcerias e alianças estratégicas podem representar uma ampla gama de relacionamentos entre as organizações, desde projetos ou acordos de curto prazo, como parcerias de fornecimento, relacionamentos de longo prazo, até alianças amplas, nas quais os parceiros acessam as capacida-des um do outro e aprendem com essa troca.

Redes de aliançasSegundo Hamel e Doz (1999), redes de alianças são uma série de víncu-los que se estabelecem entre um grupo de empresas afi ns.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................5

2 O QUE É REDE ........................................................................................6

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES .............................8 3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA .......................................................8 3.2 AUTOGESTÃO ...................................................................................8 3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE ..............................................................................9 3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIA ...........................9 3.5 COESÃO ..............................................................................................9 3.6 CONEXÕES DINÂMICAS .................................................................9

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO .....9

5 FINALIDADE DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ................11 5.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................11 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................12

6 A PRÁTICA DE REDES PELAS ORGANIZAÇÕES ........................12

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................16 7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES .............................................................................16 7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ......................................................................17 7.3 ESTRATÉGIA ...................................................................................18

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES .................20

GLOSSÁRIO ..............................................................................................21

REFERÊNCIAS ..........................................................................................23

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Redes de empresasPara Eiriz (2001), redes de empresas são uma coleção de atores que estabelecem relações de trocas a longo prazo, e que, ao mesmo tempo, não possuem legitimidade e autoridade para arbitrar e resolver disputas que podem ocorrer durante a troca.

Joint VenturesÉ uma associação legal, geralmente entre duas companhias, fi rmada com a fi nalidade de criar uma cadeia de valor visando novos mercados. As empresas continuarão funcionando de maneira independente, a não ser nos assuntos em que decidirem unir esforços (HAMMEL e DOZ, 2009).

21

GLOSSÁRIOAto cooperativoO ato cooperativo é praticado entre a cooperativa e seus associados e, também, pelas cooperativas entre si, quando associadas para a consecu-ção dos seus objetivos. O Ato Cooperativo torna inexistente a transação comercial e, portanto, o fato gerador de tributos.

Alianças estratégicasPara Lorange e Roos (1996), as alianças estratégicas são empreendi-mentos cooperativos entre empresas que podem assumir diferentes graus de integração ao longo de uma reta em que num dos extremos se encon-tram os mercados e no outro extremo as hierarquias.Segundo Hamel e Doz (1999), alianças estratégicas são associações comuma estratégia de negócios fundamental, que dá forma e estrutura à ali-ança, possui uma visão que orienta sua gestão e evolução e conta com uma infraestrutura interna que a sustenta.Para Noleto (2000), as alianças estratégicas caracterizam-se por serem associações voltadas à conquista de melhores posições e objetivos, en-volvendo a cooperação de duas ou mais entidades, em que todas as par-tes envolvidas se fortalecem através da cooperação mútua, comparti-lhando habilidades e riscos para atingir um fi m comum.

ParceriasSegundo Noleto (2000), parceria signifi ca uma associação em que a somadas partes representa mais que o somatório individual de seus verdadei-ros membros, pois, por meio da parceria, há um fortalecimento mútuo para atingir um determinado fi m específi co, normalmente um projeto ouuma ação.As parcerias e alianças estratégicas podem representar uma ampla gama de relacionamentos entre as organizações, desde projetos ou acordos de curto prazo, como parcerias de fornecimento, relacionamentos de longo prazo, até alianças amplas, nas quais os parceiros acessam as capacida-des um do outro e aprendem com essa troca.

Redes de aliançasSegundo Hamel e Doz (1999), redes de alianças são uma série de víncu-los que se estabelecem entre um grupo de empresas afi ns.

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1 INTRODUÇÃO

Num sistema capitalista como o brasileiro, os agricultores familia-res (AF) só conseguem realizar os seus objetivos de melhoria de quali-dade de vida se comercializarem os seus produtos e serviços e, com esse resultado monetário, adquirirem os bens que necessitam.

Individualmente, os agricultores, com relativa facilidade, produzem bem, porém, na hora de enfrentar o mercado, não possuem poder de competitividade, em função do baixo poder de compra e venda, baixas quantidades ofertadas e adquiridas frente ao poder de mercado, pelo gigantismo dos compradores e vendedores, em função da concentração da renda dos agentes das cadeias produtivas nos elos a montante e a jusante da produção agrícola.

Estudos recentes, elaborados pelo Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas, mostram que as maiores restrições dos agri-cultores familiares ao crescimento e desenvolvimento são o acesso ao capital e a necessidade de se associarem, atraindo novos empreendedo-res (REZENDE, 2002).

Em resumo, as condições que inviabilizam a agricultura familiar são: difícil acesso à terra, má qualidade dos solos, arriscadas condições climáticas, ausência de direitos sociais mínimos, ausência de infra-es-trutura produtiva, difi culdades de acesso aos mercados, tecnologia inapropriada e concorrência desigual com os grandes produtores ou im-portações (WEID, 2001, p.58).

O autor destaca que nenhuma dessas condições é imposta por fenô-menos naturais, e sim pelo predomínio de interesses contrários à agri-cultura familiar, os quais poderão ser alterados por políticas públicas dirigidas aos interesses dessa categoria de agricultores.

O mercado não deve ser visto como lócus abstrato de interação esim como ambiente estruturado, que se modifi ca paulatinamente em fun-ção da conduta dos agentes e de seus inter-relacionamentos (BRITTO, 2009).

Os mercados são estruturas sociais que se articulam entre agentes, preços e condições de pagamento específi cos. A análise de situações empíricas exige a compreensão das interações entre esses agentes eco-nômicos, na maioria das vezes confl itivas e longe de serem determina-das por fl uxo contínuo e anônimo de fatores envolvendo a produção, a comercialização e o consumo (CHANLITA e PANZUTTI, 2005).

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES

Fatores críticos de sucesso são aqueles que, uma vez não cumpri-dos, aumentarão os riscos e poderão levar ao fracasso dos resultados programados. Entre eles pode-se citar:- Comprometimento entre as organizações;- Transparência total das ações;- Processo de negociação seguindo a fi losofi a do ganha-ganha;- Credibilidade, fl exibilidade, habilidade nas negociações e “saber

ouvir” por parte dos responsáveis pela articulação e/ou coordenação.

Corrêa (1999) e Casarotto Filho (1999), citados por Olave e Amato Neto (2001), afi rmam que o nascimento e a sobrevivência das redes de-pendem da incorporação de três aspectos: a cultura da confi ança; a cul-tura da competência e a cultura da tecnologia e da informação.

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Diante dessas peculiaridades, os AF enfrentam uma série de pro-blemas para acesso ao mercado, dentre os quais se destacam: a sua tradi-cional desarticulação com o mercado; o desconhecimento e a difi culda-de de acesso aos canais de comercialização; a falta de aceso a informa-ções qualifi cadas e da análise de mercado para tomada de decisão, com menor risco; pouca organização da categoria difi cultando ações coope-rativas e integradas e o defi ciente acesso à formação profi ssional para qualifi car suas ações estratégicas.

As redes de organizações para a comercialização poderão ser um caminho para facilitar o acesso aos diversos mercados, em função da atuação de cada parceiro que as integram. Formam volume diversifi ca-do de produtos, compram e vendem em grandes quantidades, obtendo, dessa forma, melhores preços, em decorrência do aumento do poder demercado, proporcionado pela amplitude da rede e de seu poder de barga-nha.

O presente trabalho pretende orientar sobre a construção de redes de organizações de fi rmas ou de empresas voltadas à comercialização. Traz abordagens sobre o que é rede, princípios das redes de organiza-ções, redes de organizações para a comercialização, fi nalidades das re-des de comercialização, a prática de redes nas organizações, como cons-truir redes de organizações para a comercialização e fatores críticos para o sucesso das redes.

2 QUE É REDE?

As redes, organizadas sob diversas formas, existem em todos os ambientes. Fala-se de rede de cooperativas e suas fi liadas, rede do Insti-tuto Emater e suas unidades municipais, redes de supermercados, re-des de celulares, redes sociais, redes organizacionais, empresa-rede,marketing de rede, trabalho em rede. As cadeias de lojas, bancos, lan-chonetes e atacadistas são consideradas redes, isso sem falar das redes de computadores e a Internet.

Dentre as diversas modalidades é oportuno diferenciar as redes de organizações sociais discutidas pelas ciências sociais e na sociologia moderna e as “redes de fi rmas” abordadas na teoria microeconômica. Apenas as últimas serão objeto de nosso estudo.

Nos últimos anos, a montagem de arranjos cooperativos entre fi r-

- Mobilizar e sensibilizar essas organizações para a ação integrada, por meio de seminários, encontros e outros eventos grupais;

- Buscar a consolidação dessas redes (ação conjunta em comercialização e serviços), por meio de planos comuns, acordos, parcerias, projetos específi cos, convênios, alianças estratégicas e outros instrumentos apropriados;

- Elaborar um plano de ação integrado, defi nir como formalizá-lo e implementá-lo;

- Organizar um sistema de governança democrática e solidária (coor- denação, monitoramento, controle e avaliação);

- Avaliar e retroalimentar o plano e o sistema rede;- Democratizar e socializar os resultados entre os componentes da rede.

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DOS PASSOS ESTRATÉGICOS PARA ACONSTRUÇÃO DE REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO.

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1 INTRODUÇÃO

Num sistema capitalista como o brasileiro, os agricultores familia-res (AF) só conseguem realizar os seus objetivos de melhoria de quali-dade de vida se comercializarem os seus produtos e serviços e, com esse resultado monetário, adquirirem os bens que necessitam.

Individualmente, os agricultores, com relativa facilidade, produzem bem, porém, na hora de enfrentar o mercado, não possuem poder de competitividade, em função do baixo poder de compra e venda, baixas quantidades ofertadas e adquiridas frente ao poder de mercado, pelo gigantismo dos compradores e vendedores, em função da concentração da renda dos agentes das cadeias produtivas nos elos a montante e a jusante da produção agrícola.

Estudos recentes, elaborados pelo Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas, mostram que as maiores restrições dos agri-cultores familiares ao crescimento e desenvolvimento são o acesso ao capital e a necessidade de se associarem, atraindo novos empreendedo-res (REZENDE, 2002).

Em resumo, as condições que inviabilizam a agricultura familiar são: difícil acesso à terra, má qualidade dos solos, arriscadas condições climáticas, ausência de direitos sociais mínimos, ausência de infra-es-trutura produtiva, difi culdades de acesso aos mercados, tecnologia inapropriada e concorrência desigual com os grandes produtores ou im-portações (WEID, 2001, p.58).

O autor destaca que nenhuma dessas condições é imposta por fenô-menos naturais, e sim pelo predomínio de interesses contrários à agri-cultura familiar, os quais poderão ser alterados por políticas públicas dirigidas aos interesses dessa categoria de agricultores.

O mercado não deve ser visto como lócus abstrato de interação esim como ambiente estruturado, que se modifi ca paulatinamente em fun-ção da conduta dos agentes e de seus inter-relacionamentos (BRITTO, 2009).

Os mercados são estruturas sociais que se articulam entre agentes, preços e condições de pagamento específi cos. A análise de situações empíricas exige a compreensão das interações entre esses agentes eco-nômicos, na maioria das vezes confl itivas e longe de serem determina-das por fl uxo contínuo e anônimo de fatores envolvendo a produção, a comercialização e o consumo (CHANLITA e PANZUTTI, 2005).

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES

Fatores críticos de sucesso são aqueles que, uma vez não cumpri-dos, aumentarão os riscos e poderão levar ao fracasso dos resultados programados. Entre eles pode-se citar:- Comprometimento entre as organizações;- Transparência total das ações;- Processo de negociação seguindo a fi losofi a do ganha-ganha;- Credibilidade, fl exibilidade, habilidade nas negociações e “saber

ouvir” por parte dos responsáveis pela articulação e/ou coordenação.

Corrêa (1999) e Casarotto Filho (1999), citados por Olave e Amato Neto (2001), afi rmam que o nascimento e a sobrevivência das redes de-pendem da incorporação de três aspectos: a cultura da confi ança; a cul-tura da competência e a cultura da tecnologia e da informação.

6 19

Diante dessas peculiaridades, os AF enfrentam uma série de pro-blemas para acesso ao mercado, dentre os quais se destacam: a sua tradi-cional desarticulação com o mercado; o desconhecimento e a difi culda-de de acesso aos canais de comercialização; a falta de aceso a informa-ções qualifi cadas e da análise de mercado para tomada de decisão, com menor risco; pouca organização da categoria difi cultando ações coope-rativas e integradas e o defi ciente acesso à formação profi ssional para qualifi car suas ações estratégicas.

As redes de organizações para a comercialização poderão ser um caminho para facilitar o acesso aos diversos mercados, em função da atuação de cada parceiro que as integram. Formam volume diversifi ca-do de produtos, compram e vendem em grandes quantidades, obtendo, dessa forma, melhores preços, em decorrência do aumento do poder demercado, proporcionado pela amplitude da rede e de seu poder de barga-nha.

O presente trabalho pretende orientar sobre a construção de redes de organizações de fi rmas ou de empresas voltadas à comercialização. Traz abordagens sobre o que é rede, princípios das redes de organiza-ções, redes de organizações para a comercialização, fi nalidades das re-des de comercialização, a prática de redes nas organizações, como cons-truir redes de organizações para a comercialização e fatores críticos para o sucesso das redes.

2 QUE É REDE?

As redes, organizadas sob diversas formas, existem em todos os ambientes. Fala-se de rede de cooperativas e suas fi liadas, rede do Insti-tuto Emater e suas unidades municipais, redes de supermercados, re-des de celulares, redes sociais, redes organizacionais, empresa-rede,marketing de rede, trabalho em rede. As cadeias de lojas, bancos, lan-chonetes e atacadistas são consideradas redes, isso sem falar das redes de computadores e a Internet.

Dentre as diversas modalidades é oportuno diferenciar as redes de organizações sociais discutidas pelas ciências sociais e na sociologia moderna e as “redes de fi rmas” abordadas na teoria microeconômica. Apenas as últimas serão objeto de nosso estudo.

Nos últimos anos, a montagem de arranjos cooperativos entre fi r-

- Mobilizar e sensibilizar essas organizações para a ação integrada, por meio de seminários, encontros e outros eventos grupais;

- Buscar a consolidação dessas redes (ação conjunta em comercialização e serviços), por meio de planos comuns, acordos, parcerias, projetos específi cos, convênios, alianças estratégicas e outros instrumentos apropriados;

- Elaborar um plano de ação integrado, defi nir como formalizá-lo e implementá-lo;

- Organizar um sistema de governança democrática e solidária (coor- denação, monitoramento, controle e avaliação);

- Avaliar e retroalimentar o plano e o sistema rede;- Democratizar e socializar os resultados entre os componentes da rede.

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DOS PASSOS ESTRATÉGICOS PARA ACONSTRUÇÃO DE REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO.

Page 8: REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA - Odilio Sepulcri · REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR Odílio Sepulcri1 Edison José Trento2

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mas é um tema que vem sendo intensamente abordado pela literatura da Economia Industrial. Em particular, esses arranjos têm sido discutidos enquanto confi gurações inter-organizacionais, que permitem aos agen-tes econômicos responder efi cazmente aos desafi os impostos pela cres-cente complexidade do ambiente econômico (BRITTO, 1999).

Geralmente há confusão no entendimento dos conceitos de “fi rmas em rede”, e “redes de fi rmas”. Existem redes hierárquicas com centro e periferia e redes horizontais solidárias. As “fi rmas em rede” associam-se a conformações intra-organizacionais que se estruturam como des-dobramento evolutivo da fi rma multi-divisional, a partir do advento de novas tecnologias de informação-telecomunicação. As “redes de fi r-mas” referem-se a arranjos inter-organizacionais baseados em vínculos cooperativos sistemáticos entre fi rmas formalmente independentes (BRITTO,1999).

As “fi rmas em rede” se caracterizam pela sua arquitetura vertical, da decisão centralizada e de seu perfi l não participativo e autoritário degestão, com entidades periféricas excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações, a exemplo das empresas de integração de produtos agrícolas, onde os agricultores se subordinam inteiramente aos grandes complexos agroindustriais.

As “redes de fi rmas”, doravante denominadas de “redes de coope-ração entre organizações”, caracterizam-se pelas suas estruturas hori-zontais, gestão participativa e democrática. Em termos gerais, as redes de organizações pressupõem a existência de objetivos, interesses co-muns ou complementares entre os participantes, caracterizando-se por:

- Serem compostas por diferentes atores, organizações que interagem entre si e detêm, cada qual, um conjunto de recursos;

- Manterem as organizações participantes com um razoável grau de independência formal, contratual entre si;

- Propiciarem relações “não formais” de dependência signifi cativa entre os participantes da rede, as quais se aprofundam na medida em que dinamicamente se desenvolvem os laços entre eles;

- Manterem as interações entre os participantes não em momentos únicos, mas repetidos ao longo do tempo, confi gurando padrões e evoluindo.

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS E EMPRESAS PRIVADAS

7.3 ESTRATÉGIA

A estratégia sugerida para atingir os objetivos (FIGURA 8) está es-truturada em:- Identifi car as organizações em rede e as redes de organização existen-

tes, sejam elas organizações cooperativas ou privadas;- Identifi car as organizações que tenham interesse em participar da pro-

posta de rede;- Aproximar as organizações que manifestaram interesse na proposta e

identifi car os objetivos comuns;

- Em função do rápido desenvolvimento tecnológico, são uma forma de dividir os elevados custos do desenvolvimento de produtos inova-dores;

- A aliança cria atalhos para chegar a uma liderança conjunta de merca-do;

- O diferencial de cada participante é relevante para o fortalecimento da rede de alianças, ou seja, as vantagens oferecidas pelos demais participantes realmente fortalecem a união e a colocam em posição mais vantajosa do que se todos estivessem competindo isoladamente.

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FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM MAPA DE REDE DE ORGANIZAÇÕES

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES Segundo Amaral (2008), os princípios que norteiam essas redes são:

3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUTÁRIAA primeira pré-condição da rede é a participação voluntária de seus

associados ou acionistas, ou seja, decisão de livre arbítrio.

3.2 AUTOGESTÃOO conjunto dos associados ou acionistas controla a gestão dos ne-

gócios de forma autônoma frente à estrutura e ambientes externos.

Resumindo, objetivos como o de interação, relacionamento, ajuda mútua, compartilhamento, integração e complementaridade estarão sem-pre presentes na análise de redes de organizações, ainda que sob diferen-tes enfoques conceituais.

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS

7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

Embora apresentem alguns riscos, as redes de organizações trazem vantagens para os participantes, como:- As redes de organizações em cooperação são estratégias para alcançar

uma posição de mercado impossível a curto período ou de forma isolada;

- Elas criam oportunidades de aprendizado e inovação;- Contribuem com as demais, com seus aspectos positivos e assimilam

aspectos positivos de outras, para o fortalecimento de suas fraquezas;- Permitem mais rapidamente o acesso aos conhecimentos e técnicas

para o desenvolvimento de novos produtos;- Proporcionam a complementaridade entre competências produtivas,

tecnológicas, organizacionais e comerciais;- Facilitam o acesso dos agricultores familiares ao mercado; - Proporcionam a circulação de seus produtos e serviços entre as diversas

redes de organizações, participando de seus mercados, pontos devenda, ampliando a oportunidade de negócios e de empoderamento das pessoas;

- Preservam a autogestão das organizações;

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mas é um tema que vem sendo intensamente abordado pela literatura da Economia Industrial. Em particular, esses arranjos têm sido discutidos enquanto confi gurações inter-organizacionais, que permitem aos agen-tes econômicos responder efi cazmente aos desafi os impostos pela cres-cente complexidade do ambiente econômico (BRITTO, 1999).

Geralmente há confusão no entendimento dos conceitos de “fi rmas em rede”, e “redes de fi rmas”. Existem redes hierárquicas com centro e periferia e redes horizontais solidárias. As “fi rmas em rede” associam-se a conformações intra-organizacionais que se estruturam como des-dobramento evolutivo da fi rma multi-divisional, a partir do advento de novas tecnologias de informação-telecomunicação. As “redes de fi r-mas” referem-se a arranjos inter-organizacionais baseados em vínculos cooperativos sistemáticos entre fi rmas formalmente independentes (BRITTO,1999).

As “fi rmas em rede” se caracterizam pela sua arquitetura vertical, da decisão centralizada e de seu perfi l não participativo e autoritário degestão, com entidades periféricas excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações, a exemplo das empresas de integração de produtos agrícolas, onde os agricultores se subordinam inteiramente aos grandes complexos agroindustriais.

As “redes de fi rmas”, doravante denominadas de “redes de coope-ração entre organizações”, caracterizam-se pelas suas estruturas hori-zontais, gestão participativa e democrática. Em termos gerais, as redes de organizações pressupõem a existência de objetivos, interesses co-muns ou complementares entre os participantes, caracterizando-se por:

- Serem compostas por diferentes atores, organizações que interagem entre si e detêm, cada qual, um conjunto de recursos;

- Manterem as organizações participantes com um razoável grau de independência formal, contratual entre si;

- Propiciarem relações “não formais” de dependência signifi cativa entre os participantes da rede, as quais se aprofundam na medida em que dinamicamente se desenvolvem os laços entre eles;

- Manterem as interações entre os participantes não em momentos únicos, mas repetidos ao longo do tempo, confi gurando padrões e evoluindo.

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS E EMPRESAS PRIVADAS

7.3 ESTRATÉGIA

A estratégia sugerida para atingir os objetivos (FIGURA 8) está es-truturada em:- Identifi car as organizações em rede e as redes de organização existen-

tes, sejam elas organizações cooperativas ou privadas;- Identifi car as organizações que tenham interesse em participar da pro-

posta de rede;- Aproximar as organizações que manifestaram interesse na proposta e

identifi car os objetivos comuns;

- Em função do rápido desenvolvimento tecnológico, são uma forma de dividir os elevados custos do desenvolvimento de produtos inova-dores;

- A aliança cria atalhos para chegar a uma liderança conjunta de merca-do;

- O diferencial de cada participante é relevante para o fortalecimento da rede de alianças, ou seja, as vantagens oferecidas pelos demais participantes realmente fortalecem a união e a colocam em posição mais vantajosa do que se todos estivessem competindo isoladamente.

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FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM MAPA DE REDE DE ORGANIZAÇÕES

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES Segundo Amaral (2008), os princípios que norteiam essas redes são:

3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUTÁRIAA primeira pré-condição da rede é a participação voluntária de seus

associados ou acionistas, ou seja, decisão de livre arbítrio.

3.2 AUTOGESTÃOO conjunto dos associados ou acionistas controla a gestão dos ne-

gócios de forma autônoma frente à estrutura e ambientes externos.

Resumindo, objetivos como o de interação, relacionamento, ajuda mútua, compartilhamento, integração e complementaridade estarão sem-pre presentes na análise de redes de organizações, ainda que sob diferen-tes enfoques conceituais.

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS

7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

Embora apresentem alguns riscos, as redes de organizações trazem vantagens para os participantes, como:- As redes de organizações em cooperação são estratégias para alcançar

uma posição de mercado impossível a curto período ou de forma isolada;

- Elas criam oportunidades de aprendizado e inovação;- Contribuem com as demais, com seus aspectos positivos e assimilam

aspectos positivos de outras, para o fortalecimento de suas fraquezas;- Permitem mais rapidamente o acesso aos conhecimentos e técnicas

para o desenvolvimento de novos produtos;- Proporcionam a complementaridade entre competências produtivas,

tecnológicas, organizacionais e comerciais;- Facilitam o acesso dos agricultores familiares ao mercado; - Proporcionam a circulação de seus produtos e serviços entre as diversas

redes de organizações, participando de seus mercados, pontos devenda, ampliando a oportunidade de negócios e de empoderamento das pessoas;

- Preservam a autogestão das organizações;

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3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade é partilhada, havendo relações de confi ança e reciprocidade, paridade social entre funções de direção e de execução.

3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIAAs decisões são tomadas de forma coletiva pelo conjunto de associ-

ados ou acionistas, por meio de instâncias diversas, livremente formadas e eleitas, assegurando transparência no exercício da direção e fi sca-lização. Orquestradora da diversidade e facilitadora do empoderamento da sociedade.

3.5 COESÃOA coesão é fruto da “comunidade de propósito”, de objetivos co-

muns e valores estabelecidos na construção da rede.

3.6 CONEXÕES DINÂMICASAs relações entre as pessoas e organizações são dinâmicas, o que

evidencia a confi guração aberta da rede, sempre gerando novos conta-tos, novas experiências, ampliando indefi nidamente o leque de oportu-nidades de cada organização participante.

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

A rede de organizações para a comercialização é um arranjo institu-cional para enfrentar a inovação sistêmica e o mercado. As redes podem ser vistas como uma inter-relação de mercado e organização, nas quais os membros são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que deter-mina a ligação entre si. Signifi ca que, através da rede, as fi rmas, as orga-nizações contribuem com os demais através de seus aspectos positivos eassimilam aspectos positivos de outros para o fortalecimento de suas fraquezas. Portanto, é importante o relacionamento na forma cooperati-va entre as empresas, como mecanismo chave de conexão e confi gura-ção da rede.

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO

Pactuados os objetivos e propósitos, é o momento em que os parti-cipantes da rede têm a necessidade de “organizar” as suas ações de for-ma a potencializar o trabalho de cada uma e de obter resultados concre-tos. Esse objetivo pode ser caracterizado nos primeiros movimentos de planejamento da rede ou depois das ações serem iniciadas, ou mesmo durante o próprio processo de implementação. Deverá haver um momen-to em que as redes parem para se autoavaliar e projetar sua própria orga-nização. Esse processo denomina-se “desenho organizacional”.

Nesse trabalho de planejamento as redes estabelecem o que fazer e o modo como irão fazer: defi nem atividades, produtos e serviços, pro-cessos de tomada de decisão, formas de execução, acompanhamento e avaliação das ações e todo um conjunto de procedimentos que orienta-rão o funcionamento da rede. Defi nem, ainda, os mecanismos de circu-lação e troca de informações entre os participantes, a gestão e o uso dos recursos.

7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES

As cooperativas centrais e suas fi liadas são redes de organizações, conforme preconiza o presente trabalho. Porém, o que se pretende é ir além, formando redes intercooperativas para aumentar o poder de mer-cado dessas organizações, especialmente das cooperativas da agricultu-ra familiar, a integração de diversas redes, formando uma grande rede, ou várias redes maiores, surgem como uma estratégia atraente. Tal fato poderá ampliar os seus mercados e proporcionar a participação de todos os benefícios decorrentes de uma rede capilarizada de comercialização. Poderão, também, existir redes de organizações entre cooperativas e or-ganizações privadas e redes somente de organizações privadas, desde que se obedeçam aos princípios organizacionais citados anteriormente.

A integração dessas redes de organizações poderá ser efetivada in-formalmente ou por meio de instrumentos como planos comuns ou con-juntos, ato cooperativo, acordos, parcerias, consórcios, projetos especí-fi cos, convênios, alianças estratégicas, Joint Ventures e outros instru-mentos apropriados.

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O conceito de redes de fi rmas baseia-se, portanto, em uma perspec-tiva analítica que ressalta a dimensão “social” das relações entre fi rmas e seus possíveis desdobramentos sobre a conformação institucional do ambiente econômico e sobre o padrão de conduta dos agentes.

Rede de empresas é um método organizacional de atividades eco-nômicas através da coordenação e/ou cooperação inter-fi rmas (AMATO, 2000). São concebidas como arranjos institucionais que possibilitam uma organização efi ciente de atividades econômicas, através da coordenação de ligações sistemáticas, estabelecidas entre fi rmas inseridas em cadeias produtivas (BRITTO, 1999). As redes podem ser vistas como uma inter-relação entre mercado e empresas, nas quais os mercados são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que determinam a ligação entre si.

As redes de organizações são constituídas não apenas por atores ou agentes, mas também por determinados recursos e atividades por eles mobilizados.

As redes de organizações são defi nidas como formas híbridas de organização entre o mercado, nas quais a coordenação do trabalho se dá a partir da racionalidade estrita de transações independentes ao longo do tempo e a hierarquia, cuja coordenação se dá pelo poder formal.

Uma rede de organizações para a comercialização é uma forma de-liberada de organização cujos parceiros aceitam interagir em função de

objetivos e de um plano comum. É um conjunto de relacionamentos entre empresas a montante, com diversos fornecedores ao mesmo tempo e, a jusante, com diversos clientes, para os vários tipos de produtos das empresas, sendo elas cooperativas ou não.

Nos setores intensivos em tecnologia, simultaneamente ao proces-so de produção, existem parcerias, acordos de cooperação, troca de in-formações entre empresas etc. A maior intensidade das interações entre empresas, organizações refere-se à complementaridade entre competên-cias produtivas, tecnológicas, organizacionais e comerciais.

Portanto, ao propor a formação de rede de organizações, não setrata de construir ou reproduzir redes centralizadas e hierarquizadas ver-ticalmente nas quais há a centralização do poder e do capital, com orga-nizações periféricas, excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações. Todavia, formar redes de organizações de economia so-lidária, em que diversas organizações se aliam em função de uma es-

FIGURA 4 – LOGOMARCA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DAAGRICULTURA FAMILIAR INTEGRADAS

FIGURA 5 – SEDE DA COOPERATIVA DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES DO OESTE DO PARANÁ

Existem vários outros exemplos de redes de comercialização de produtos e serviços agrícolas, como as cooperativas de crédito rural, porém não se pretende esgotar o assunto nesse trabalho.

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3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade é partilhada, havendo relações de confi ança e reciprocidade, paridade social entre funções de direção e de execução.

3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIAAs decisões são tomadas de forma coletiva pelo conjunto de associ-

ados ou acionistas, por meio de instâncias diversas, livremente formadas e eleitas, assegurando transparência no exercício da direção e fi sca-lização. Orquestradora da diversidade e facilitadora do empoderamento da sociedade.

3.5 COESÃOA coesão é fruto da “comunidade de propósito”, de objetivos co-

muns e valores estabelecidos na construção da rede.

3.6 CONEXÕES DINÂMICASAs relações entre as pessoas e organizações são dinâmicas, o que

evidencia a confi guração aberta da rede, sempre gerando novos conta-tos, novas experiências, ampliando indefi nidamente o leque de oportu-nidades de cada organização participante.

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

A rede de organizações para a comercialização é um arranjo institu-cional para enfrentar a inovação sistêmica e o mercado. As redes podem ser vistas como uma inter-relação de mercado e organização, nas quais os membros são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que deter-mina a ligação entre si. Signifi ca que, através da rede, as fi rmas, as orga-nizações contribuem com os demais através de seus aspectos positivos eassimilam aspectos positivos de outros para o fortalecimento de suas fraquezas. Portanto, é importante o relacionamento na forma cooperati-va entre as empresas, como mecanismo chave de conexão e confi gura-ção da rede.

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO

Pactuados os objetivos e propósitos, é o momento em que os parti-cipantes da rede têm a necessidade de “organizar” as suas ações de for-ma a potencializar o trabalho de cada uma e de obter resultados concre-tos. Esse objetivo pode ser caracterizado nos primeiros movimentos de planejamento da rede ou depois das ações serem iniciadas, ou mesmo durante o próprio processo de implementação. Deverá haver um momen-to em que as redes parem para se autoavaliar e projetar sua própria orga-nização. Esse processo denomina-se “desenho organizacional”.

Nesse trabalho de planejamento as redes estabelecem o que fazer e o modo como irão fazer: defi nem atividades, produtos e serviços, pro-cessos de tomada de decisão, formas de execução, acompanhamento e avaliação das ações e todo um conjunto de procedimentos que orienta-rão o funcionamento da rede. Defi nem, ainda, os mecanismos de circu-lação e troca de informações entre os participantes, a gestão e o uso dos recursos.

7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES

As cooperativas centrais e suas fi liadas são redes de organizações, conforme preconiza o presente trabalho. Porém, o que se pretende é ir além, formando redes intercooperativas para aumentar o poder de mer-cado dessas organizações, especialmente das cooperativas da agricultu-ra familiar, a integração de diversas redes, formando uma grande rede, ou várias redes maiores, surgem como uma estratégia atraente. Tal fato poderá ampliar os seus mercados e proporcionar a participação de todos os benefícios decorrentes de uma rede capilarizada de comercialização. Poderão, também, existir redes de organizações entre cooperativas e or-ganizações privadas e redes somente de organizações privadas, desde que se obedeçam aos princípios organizacionais citados anteriormente.

A integração dessas redes de organizações poderá ser efetivada in-formalmente ou por meio de instrumentos como planos comuns ou con-juntos, ato cooperativo, acordos, parcerias, consórcios, projetos especí-fi cos, convênios, alianças estratégicas, Joint Ventures e outros instru-mentos apropriados.

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O conceito de redes de fi rmas baseia-se, portanto, em uma perspec-tiva analítica que ressalta a dimensão “social” das relações entre fi rmas e seus possíveis desdobramentos sobre a conformação institucional do ambiente econômico e sobre o padrão de conduta dos agentes.

Rede de empresas é um método organizacional de atividades eco-nômicas através da coordenação e/ou cooperação inter-fi rmas (AMATO, 2000). São concebidas como arranjos institucionais que possibilitam uma organização efi ciente de atividades econômicas, através da coordenação de ligações sistemáticas, estabelecidas entre fi rmas inseridas em cadeias produtivas (BRITTO, 1999). As redes podem ser vistas como uma inter-relação entre mercado e empresas, nas quais os mercados são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que determinam a ligação entre si.

As redes de organizações são constituídas não apenas por atores ou agentes, mas também por determinados recursos e atividades por eles mobilizados.

As redes de organizações são defi nidas como formas híbridas de organização entre o mercado, nas quais a coordenação do trabalho se dá a partir da racionalidade estrita de transações independentes ao longo do tempo e a hierarquia, cuja coordenação se dá pelo poder formal.

Uma rede de organizações para a comercialização é uma forma de-liberada de organização cujos parceiros aceitam interagir em função de

objetivos e de um plano comum. É um conjunto de relacionamentos entre empresas a montante, com diversos fornecedores ao mesmo tempo e, a jusante, com diversos clientes, para os vários tipos de produtos das empresas, sendo elas cooperativas ou não.

Nos setores intensivos em tecnologia, simultaneamente ao proces-so de produção, existem parcerias, acordos de cooperação, troca de in-formações entre empresas etc. A maior intensidade das interações entre empresas, organizações refere-se à complementaridade entre competên-cias produtivas, tecnológicas, organizacionais e comerciais.

Portanto, ao propor a formação de rede de organizações, não setrata de construir ou reproduzir redes centralizadas e hierarquizadas ver-ticalmente nas quais há a centralização do poder e do capital, com orga-nizações periféricas, excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações. Todavia, formar redes de organizações de economia so-lidária, em que diversas organizações se aliam em função de uma es-

FIGURA 4 – LOGOMARCA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DAAGRICULTURA FAMILIAR INTEGRADAS

FIGURA 5 – SEDE DA COOPERATIVA DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES DO OESTE DO PARANÁ

Existem vários outros exemplos de redes de comercialização de produtos e serviços agrícolas, como as cooperativas de crédito rural, porém não se pretende esgotar o assunto nesse trabalho.

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tratégia de mercado. Mais precisamente, formam um determinado tipo de aliança estratégica entre elas que, nesta nova perspectiva dinâmica, poderá ter dimensões nacionais ou globais.

Os arranjos em redes cooperativas assumiram relevância recente-mente, porque permitem aos agentes econômicos responder efi cazmen-te aos desafi os impostos pela crescente complexidade do ambiente eco-nômico. As cooperativas centrais e suas fi liadas se aproximam desse modelo na prática do ato cooperativo.

Desse modo, busca-se um novo padrão de organizações horizonta-lizadas a exemplo do comércio justo e solidário, onde as trocas se basei-am na consciência da interconexão entre o bem estar de cada um e o bem estar de outros e na escolha de promover benefícios para as partes que aintegram. As condições necessárias para isso são (ARRUDA, 2005):- Transparência dos custos e das margens adicionais (excedente ou

lucro);- Liberdade de negociação dessas margens.

Com esse formato de rede se faz a transição da efi ciência competi-tiva para a efi ciência cooperativa. Para isso, o planejamento de toda a cadeia produtiva de cada produto ou serviço, assim como os trabalhos em rede de organizações são essenciais.

Com a Rede de Organizações para a Comercialização da Agricultu-ra Familiar, os seus produtos e serviços circularão entre as diversas or-ganizações e empresas parceiras, participando de seus mercados, tro-cando experiências. Ampliam-se, assim, as oportunidades de negócios, de aumento de renda, melhoria de qualidade de vida e de empoderamento das pessoas.

5 FINALIDADES DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO

5.1 OBJETIVOS GERAISOrganizar, construir, articular e consolidar as Redes de Organiza-

ções para a Comercialização da Agricultura Familiar, visando a susten-tabilidade cooperativa e ampliar o poder de negociação de seus associa-dos e parceiros.

FIGURA 3 – LOGOMARCA DA COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA

Segundo Gobato (2009), o Sistema de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas (COOPAFI), sediada em Francisco Beltrão-PR, é constituída de uma Cooperativa Central, 17 Cooperativas Singulares, 1,3 mil associados e possui uma marca comum de seus produtos. Está presente no mercado com um mix de mais de 100 produtos. Explora principalmente os mercados locais e regionais.

Para Jasper (2009), a Cooperativa das Agroindústrias Familiares do Oeste do Paraná (COPERAFA), com sede em Nova Aurora-PR, funda-da em 2006, é originária das Associações de Produtores que gerenciavam os Centros de Comercialização de produtos da Fábrica do Agricultor. Conta com 297 associados e tem suas operações de venda informatiza-das, explorando, prioritariamente, os mercados locais, regionais e insti-tucionais. Em 2009 teve um movimento fi nanceiro médio mensal deR$ 150.000,00.

tamento de pesquisa equipado com laboratórios de biotecnologia, entomo-logia, fi topatologia, sementes e solos, formando uma rede complexa de pesquisa.

A Coodetec é responsável por cerca de 23 % do mercado de semen-te de soja, com 46 cultivares; 23 % do comércio de semente de trigo, com 18 cultivares; 2,8 % do mercado de milho, com 12 híbridos e aindaresponde pelo mercado de 35 % de semente de soja do Paraguai(www.coodetec.com.br).

1213

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS- Facilitar o acesso dos produtos e serviços dos produtores familiares

ao mercado;- Aumentar a escala e a regularidade de oferta dos produtos e serviços

da agricultura familiar no mercado;- Melhorar a efi ciência competitiva de forma cooperativa dos produtos

e serviços da agricultura familiar;- Articular, organizar e integrar as organizações em Rede de Comer-

cialização da Agricultura Familiar, para melhoria da logística de distribuição, reduzir custos de serviços especializados;

- Diminuir o risco de extinção das pequenas organizações nos primeiros anos de vida;

- Incrementar o volume ofertado, a qualidade e a constância dos produtos e serviços no mercado;

- Promover e articular o intercâmbio de experiências e de promoção comercial dos produtos da agricultura familiar;

- Fomentar as iniciativas que promovam o acesso dos agricultores familiares ao comércio justo e solidário;

- Facilitar o acesso dos produtos da agricultura familiar ao Programa de Aquisição de Alimentos, Alimentação Escolar e outros mercados institucionais;

- Apoiar o processo de formação e capacitação de dirigentes, técnicos e agentes de desenvolvimento, com foco em rede cooperativa de comercialização.

6 A PRÁTICA DE REDES NAS ORGANIZAÇÕESExistem diversos exemplos de aplicação da prática de redes, tanto a

nível mundial como a nível de Brasil, para a comercialização de produ-tos agrícolas.

Em termos mundiais pode-se citar como exemplo o Consórcio de Queijos Parmigiano Reggiano na Itália que congrega 310 cooperativas, 230 laticínios privados, comercializa 3 milhões de peças de queijos cer-tifi cadas, tem 4.921 produtores de leite, com faturamento de 1,5 bilhões de euros e encontra-se em operação há mais de 80 anos.

FIGURA 2 – INÍCIO DA ZONA DE ORIGEM PARA A PRODUÇÃO DO PARMIGIANO REGGIANOFONTE: www.parmigiano-reggiano.it/ - 1999

O comércio justo, fair trade, conhecido também como comércio ético e solidário é um movimento social e um sistema internacional de comércio, que busca atenuar desigualdades nos países pobres, por meio da venda de produtos feitos em padrões diferenciados e sustentáveis. Demonstra o exercício da cidadania, por meio de decisões individuais de consumo, contra situações injustas e desiguais. É uma prática solidá-ria construída no dia-a-dia pela sociedade, a partir de relações comerci-ais diferenciadas, cumprindo alguns critérios que vão desde a produção, comercialização até o consumo (FRANÇA, 2002).

Estão envolvidos nessa rede de comércio justo cerca de 57 países, 569 associações, 1,4 milhões de agricultores e trabalhadores, 3 mil lojas alternativas, um mix aproximado de 250 produtos. No Paraná, temos alaranja, na região de Paranavaí e a Cooperativa das Artesãs de Seda (COPRASEDA), em Nova Esperança, participando desse comércio.

A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), com sede em Cascavel-PR, atua em vários estados brasileiros e no Paraguai. É constituída de uma Cooperativa Central, 40 cooperativas associadas, sendo duas centrais, congregando 180 mil associados. Possui um depar-

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tratégia de mercado. Mais precisamente, formam um determinado tipo de aliança estratégica entre elas que, nesta nova perspectiva dinâmica, poderá ter dimensões nacionais ou globais.

Os arranjos em redes cooperativas assumiram relevância recente-mente, porque permitem aos agentes econômicos responder efi cazmen-te aos desafi os impostos pela crescente complexidade do ambiente eco-nômico. As cooperativas centrais e suas fi liadas se aproximam desse modelo na prática do ato cooperativo.

Desse modo, busca-se um novo padrão de organizações horizonta-lizadas a exemplo do comércio justo e solidário, onde as trocas se basei-am na consciência da interconexão entre o bem estar de cada um e o bem estar de outros e na escolha de promover benefícios para as partes que aintegram. As condições necessárias para isso são (ARRUDA, 2005):- Transparência dos custos e das margens adicionais (excedente ou

lucro);- Liberdade de negociação dessas margens.

Com esse formato de rede se faz a transição da efi ciência competi-tiva para a efi ciência cooperativa. Para isso, o planejamento de toda a cadeia produtiva de cada produto ou serviço, assim como os trabalhos em rede de organizações são essenciais.

Com a Rede de Organizações para a Comercialização da Agricultu-ra Familiar, os seus produtos e serviços circularão entre as diversas or-ganizações e empresas parceiras, participando de seus mercados, tro-cando experiências. Ampliam-se, assim, as oportunidades de negócios, de aumento de renda, melhoria de qualidade de vida e de empoderamento das pessoas.

5 FINALIDADES DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO

5.1 OBJETIVOS GERAISOrganizar, construir, articular e consolidar as Redes de Organiza-

ções para a Comercialização da Agricultura Familiar, visando a susten-tabilidade cooperativa e ampliar o poder de negociação de seus associa-dos e parceiros.

FIGURA 3 – LOGOMARCA DA COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA

Segundo Gobato (2009), o Sistema de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas (COOPAFI), sediada em Francisco Beltrão-PR, é constituída de uma Cooperativa Central, 17 Cooperativas Singulares, 1,3 mil associados e possui uma marca comum de seus produtos. Está presente no mercado com um mix de mais de 100 produtos. Explora principalmente os mercados locais e regionais.

Para Jasper (2009), a Cooperativa das Agroindústrias Familiares do Oeste do Paraná (COPERAFA), com sede em Nova Aurora-PR, funda-da em 2006, é originária das Associações de Produtores que gerenciavam os Centros de Comercialização de produtos da Fábrica do Agricultor. Conta com 297 associados e tem suas operações de venda informatiza-das, explorando, prioritariamente, os mercados locais, regionais e insti-tucionais. Em 2009 teve um movimento fi nanceiro médio mensal deR$ 150.000,00.

tamento de pesquisa equipado com laboratórios de biotecnologia, entomo-logia, fi topatologia, sementes e solos, formando uma rede complexa de pesquisa.

A Coodetec é responsável por cerca de 23 % do mercado de semen-te de soja, com 46 cultivares; 23 % do comércio de semente de trigo, com 18 cultivares; 2,8 % do mercado de milho, com 12 híbridos e aindaresponde pelo mercado de 35 % de semente de soja do Paraguai(www.coodetec.com.br).

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5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS- Facilitar o acesso dos produtos e serviços dos produtores familiares

ao mercado;- Aumentar a escala e a regularidade de oferta dos produtos e serviços

da agricultura familiar no mercado;- Melhorar a efi ciência competitiva de forma cooperativa dos produtos

e serviços da agricultura familiar;- Articular, organizar e integrar as organizações em Rede de Comer-

cialização da Agricultura Familiar, para melhoria da logística de distribuição, reduzir custos de serviços especializados;

- Diminuir o risco de extinção das pequenas organizações nos primeiros anos de vida;

- Incrementar o volume ofertado, a qualidade e a constância dos produtos e serviços no mercado;

- Promover e articular o intercâmbio de experiências e de promoção comercial dos produtos da agricultura familiar;

- Fomentar as iniciativas que promovam o acesso dos agricultores familiares ao comércio justo e solidário;

- Facilitar o acesso dos produtos da agricultura familiar ao Programa de Aquisição de Alimentos, Alimentação Escolar e outros mercados institucionais;

- Apoiar o processo de formação e capacitação de dirigentes, técnicos e agentes de desenvolvimento, com foco em rede cooperativa de comercialização.

6 A PRÁTICA DE REDES NAS ORGANIZAÇÕESExistem diversos exemplos de aplicação da prática de redes, tanto a

nível mundial como a nível de Brasil, para a comercialização de produ-tos agrícolas.

Em termos mundiais pode-se citar como exemplo o Consórcio de Queijos Parmigiano Reggiano na Itália que congrega 310 cooperativas, 230 laticínios privados, comercializa 3 milhões de peças de queijos cer-tifi cadas, tem 4.921 produtores de leite, com faturamento de 1,5 bilhões de euros e encontra-se em operação há mais de 80 anos.

FIGURA 2 – INÍCIO DA ZONA DE ORIGEM PARA A PRODUÇÃO DO PARMIGIANO REGGIANOFONTE: www.parmigiano-reggiano.it/ - 1999

O comércio justo, fair trade, conhecido também como comércio ético e solidário é um movimento social e um sistema internacional de comércio, que busca atenuar desigualdades nos países pobres, por meio da venda de produtos feitos em padrões diferenciados e sustentáveis. Demonstra o exercício da cidadania, por meio de decisões individuais de consumo, contra situações injustas e desiguais. É uma prática solidá-ria construída no dia-a-dia pela sociedade, a partir de relações comerci-ais diferenciadas, cumprindo alguns critérios que vão desde a produção, comercialização até o consumo (FRANÇA, 2002).

Estão envolvidos nessa rede de comércio justo cerca de 57 países, 569 associações, 1,4 milhões de agricultores e trabalhadores, 3 mil lojas alternativas, um mix aproximado de 250 produtos. No Paraná, temos alaranja, na região de Paranavaí e a Cooperativa das Artesãs de Seda (COPRASEDA), em Nova Esperança, participando desse comércio.

A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), com sede em Cascavel-PR, atua em vários estados brasileiros e no Paraguai. É constituída de uma Cooperativa Central, 40 cooperativas associadas, sendo duas centrais, congregando 180 mil associados. Possui um depar-

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tratégia de mercado. Mais precisamente, formam um determinado tipo de aliança estratégica entre elas que, nesta nova perspectiva dinâmica, poderá ter dimensões nacionais ou globais.

Os arranjos em redes cooperativas assumiram relevância recente-mente, porque permitem aos agentes econômicos responder efi cazmen-te aos desafi os impostos pela crescente complexidade do ambiente eco-nômico. As cooperativas centrais e suas fi liadas se aproximam desse modelo na prática do ato cooperativo.

Desse modo, busca-se um novo padrão de organizações horizonta-lizadas a exemplo do comércio justo e solidário, onde as trocas se basei-am na consciência da interconexão entre o bem estar de cada um e o bem estar de outros e na escolha de promover benefícios para as partes que aintegram. As condições necessárias para isso são (ARRUDA, 2005):- Transparência dos custos e das margens adicionais (excedente ou

lucro);- Liberdade de negociação dessas margens.

Com esse formato de rede se faz a transição da efi ciência competi-tiva para a efi ciência cooperativa. Para isso, o planejamento de toda a cadeia produtiva de cada produto ou serviço, assim como os trabalhos em rede de organizações são essenciais.

Com a Rede de Organizações para a Comercialização da Agricultu-ra Familiar, os seus produtos e serviços circularão entre as diversas or-ganizações e empresas parceiras, participando de seus mercados, tro-cando experiências. Ampliam-se, assim, as oportunidades de negócios, de aumento de renda, melhoria de qualidade de vida e de empoderamento das pessoas.

5 FINALIDADES DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO

5.1 OBJETIVOS GERAISOrganizar, construir, articular e consolidar as Redes de Organiza-

ções para a Comercialização da Agricultura Familiar, visando a susten-tabilidade cooperativa e ampliar o poder de negociação de seus associa-dos e parceiros.

FIGURA 3 – LOGOMARCA DA COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA

Segundo Gobato (2009), o Sistema de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas (COOPAFI), sediada em Francisco Beltrão-PR, é constituída de uma Cooperativa Central, 17 Cooperativas Singulares, 1,3 mil associados e possui uma marca comum de seus produtos. Está presente no mercado com um mix de mais de 100 produtos. Explora principalmente os mercados locais e regionais.

Para Jasper (2009), a Cooperativa das Agroindústrias Familiares do Oeste do Paraná (COPERAFA), com sede em Nova Aurora-PR, funda-da em 2006, é originária das Associações de Produtores que gerenciavam os Centros de Comercialização de produtos da Fábrica do Agricultor. Conta com 297 associados e tem suas operações de venda informatiza-das, explorando, prioritariamente, os mercados locais, regionais e insti-tucionais. Em 2009 teve um movimento fi nanceiro médio mensal deR$ 150.000,00.

tamento de pesquisa equipado com laboratórios de biotecnologia, entomo-logia, fi topatologia, sementes e solos, formando uma rede complexa de pesquisa.

A Coodetec é responsável por cerca de 23 % do mercado de semen-te de soja, com 46 cultivares; 23 % do comércio de semente de trigo, com 18 cultivares; 2,8 % do mercado de milho, com 12 híbridos e aindaresponde pelo mercado de 35 % de semente de soja do Paraguai(www.coodetec.com.br).

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5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS- Facilitar o acesso dos produtos e serviços dos produtores familiares

ao mercado;- Aumentar a escala e a regularidade de oferta dos produtos e serviços

da agricultura familiar no mercado;- Melhorar a efi ciência competitiva de forma cooperativa dos produtos

e serviços da agricultura familiar;- Articular, organizar e integrar as organizações em Rede de Comer-

cialização da Agricultura Familiar, para melhoria da logística de distribuição, reduzir custos de serviços especializados;

- Diminuir o risco de extinção das pequenas organizações nos primeiros anos de vida;

- Incrementar o volume ofertado, a qualidade e a constância dos produtos e serviços no mercado;

- Promover e articular o intercâmbio de experiências e de promoção comercial dos produtos da agricultura familiar;

- Fomentar as iniciativas que promovam o acesso dos agricultores familiares ao comércio justo e solidário;

- Facilitar o acesso dos produtos da agricultura familiar ao Programa de Aquisição de Alimentos, Alimentação Escolar e outros mercados institucionais;

- Apoiar o processo de formação e capacitação de dirigentes, técnicos e agentes de desenvolvimento, com foco em rede cooperativa de comercialização.

6 A PRÁTICA DE REDES NAS ORGANIZAÇÕESExistem diversos exemplos de aplicação da prática de redes, tanto a

nível mundial como a nível de Brasil, para a comercialização de produ-tos agrícolas.

Em termos mundiais pode-se citar como exemplo o Consórcio de Queijos Parmigiano Reggiano na Itália que congrega 310 cooperativas, 230 laticínios privados, comercializa 3 milhões de peças de queijos cer-tifi cadas, tem 4.921 produtores de leite, com faturamento de 1,5 bilhões de euros e encontra-se em operação há mais de 80 anos.

FIGURA 2 – INÍCIO DA ZONA DE ORIGEM PARA A PRODUÇÃO DO PARMIGIANO REGGIANOFONTE: www.parmigiano-reggiano.it/ - 1999

O comércio justo, fair trade, conhecido também como comércio ético e solidário é um movimento social e um sistema internacional de comércio, que busca atenuar desigualdades nos países pobres, por meio da venda de produtos feitos em padrões diferenciados e sustentáveis. Demonstra o exercício da cidadania, por meio de decisões individuais de consumo, contra situações injustas e desiguais. É uma prática solidá-ria construída no dia-a-dia pela sociedade, a partir de relações comerci-ais diferenciadas, cumprindo alguns critérios que vão desde a produção, comercialização até o consumo (FRANÇA, 2002).

Estão envolvidos nessa rede de comércio justo cerca de 57 países, 569 associações, 1,4 milhões de agricultores e trabalhadores, 3 mil lojas alternativas, um mix aproximado de 250 produtos. No Paraná, temos alaranja, na região de Paranavaí e a Cooperativa das Artesãs de Seda (COPRASEDA), em Nova Esperança, participando desse comércio.

A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), com sede em Cascavel-PR, atua em vários estados brasileiros e no Paraguai. É constituída de uma Cooperativa Central, 40 cooperativas associadas, sendo duas centrais, congregando 180 mil associados. Possui um depar-

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tratégia de mercado. Mais precisamente, formam um determinado tipo de aliança estratégica entre elas que, nesta nova perspectiva dinâmica, poderá ter dimensões nacionais ou globais.

Os arranjos em redes cooperativas assumiram relevância recente-mente, porque permitem aos agentes econômicos responder efi cazmen-te aos desafi os impostos pela crescente complexidade do ambiente eco-nômico. As cooperativas centrais e suas fi liadas se aproximam desse modelo na prática do ato cooperativo.

Desse modo, busca-se um novo padrão de organizações horizonta-lizadas a exemplo do comércio justo e solidário, onde as trocas se basei-am na consciência da interconexão entre o bem estar de cada um e o bem estar de outros e na escolha de promover benefícios para as partes que aintegram. As condições necessárias para isso são (ARRUDA, 2005):- Transparência dos custos e das margens adicionais (excedente ou

lucro);- Liberdade de negociação dessas margens.

Com esse formato de rede se faz a transição da efi ciência competi-tiva para a efi ciência cooperativa. Para isso, o planejamento de toda a cadeia produtiva de cada produto ou serviço, assim como os trabalhos em rede de organizações são essenciais.

Com a Rede de Organizações para a Comercialização da Agricultu-ra Familiar, os seus produtos e serviços circularão entre as diversas or-ganizações e empresas parceiras, participando de seus mercados, tro-cando experiências. Ampliam-se, assim, as oportunidades de negócios, de aumento de renda, melhoria de qualidade de vida e de empoderamento das pessoas.

5 FINALIDADES DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO

5.1 OBJETIVOS GERAISOrganizar, construir, articular e consolidar as Redes de Organiza-

ções para a Comercialização da Agricultura Familiar, visando a susten-tabilidade cooperativa e ampliar o poder de negociação de seus associa-dos e parceiros.

FIGURA 3 – LOGOMARCA DA COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA

Segundo Gobato (2009), o Sistema de Cooperativas da Agricultura Familiar Integradas (COOPAFI), sediada em Francisco Beltrão-PR, é constituída de uma Cooperativa Central, 17 Cooperativas Singulares, 1,3 mil associados e possui uma marca comum de seus produtos. Está presente no mercado com um mix de mais de 100 produtos. Explora principalmente os mercados locais e regionais.

Para Jasper (2009), a Cooperativa das Agroindústrias Familiares do Oeste do Paraná (COPERAFA), com sede em Nova Aurora-PR, funda-da em 2006, é originária das Associações de Produtores que gerenciavam os Centros de Comercialização de produtos da Fábrica do Agricultor. Conta com 297 associados e tem suas operações de venda informatiza-das, explorando, prioritariamente, os mercados locais, regionais e insti-tucionais. Em 2009 teve um movimento fi nanceiro médio mensal deR$ 150.000,00.

tamento de pesquisa equipado com laboratórios de biotecnologia, entomo-logia, fi topatologia, sementes e solos, formando uma rede complexa de pesquisa.

A Coodetec é responsável por cerca de 23 % do mercado de semen-te de soja, com 46 cultivares; 23 % do comércio de semente de trigo, com 18 cultivares; 2,8 % do mercado de milho, com 12 híbridos e aindaresponde pelo mercado de 35 % de semente de soja do Paraguai(www.coodetec.com.br).

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5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS- Facilitar o acesso dos produtos e serviços dos produtores familiares

ao mercado;- Aumentar a escala e a regularidade de oferta dos produtos e serviços

da agricultura familiar no mercado;- Melhorar a efi ciência competitiva de forma cooperativa dos produtos

e serviços da agricultura familiar;- Articular, organizar e integrar as organizações em Rede de Comer-

cialização da Agricultura Familiar, para melhoria da logística de distribuição, reduzir custos de serviços especializados;

- Diminuir o risco de extinção das pequenas organizações nos primeiros anos de vida;

- Incrementar o volume ofertado, a qualidade e a constância dos produtos e serviços no mercado;

- Promover e articular o intercâmbio de experiências e de promoção comercial dos produtos da agricultura familiar;

- Fomentar as iniciativas que promovam o acesso dos agricultores familiares ao comércio justo e solidário;

- Facilitar o acesso dos produtos da agricultura familiar ao Programa de Aquisição de Alimentos, Alimentação Escolar e outros mercados institucionais;

- Apoiar o processo de formação e capacitação de dirigentes, técnicos e agentes de desenvolvimento, com foco em rede cooperativa de comercialização.

6 A PRÁTICA DE REDES NAS ORGANIZAÇÕESExistem diversos exemplos de aplicação da prática de redes, tanto a

nível mundial como a nível de Brasil, para a comercialização de produ-tos agrícolas.

Em termos mundiais pode-se citar como exemplo o Consórcio de Queijos Parmigiano Reggiano na Itália que congrega 310 cooperativas, 230 laticínios privados, comercializa 3 milhões de peças de queijos cer-tifi cadas, tem 4.921 produtores de leite, com faturamento de 1,5 bilhões de euros e encontra-se em operação há mais de 80 anos.

FIGURA 2 – INÍCIO DA ZONA DE ORIGEM PARA A PRODUÇÃO DO PARMIGIANO REGGIANOFONTE: www.parmigiano-reggiano.it/ - 1999

O comércio justo, fair trade, conhecido também como comércio ético e solidário é um movimento social e um sistema internacional de comércio, que busca atenuar desigualdades nos países pobres, por meio da venda de produtos feitos em padrões diferenciados e sustentáveis. Demonstra o exercício da cidadania, por meio de decisões individuais de consumo, contra situações injustas e desiguais. É uma prática solidá-ria construída no dia-a-dia pela sociedade, a partir de relações comerci-ais diferenciadas, cumprindo alguns critérios que vão desde a produção, comercialização até o consumo (FRANÇA, 2002).

Estão envolvidos nessa rede de comércio justo cerca de 57 países, 569 associações, 1,4 milhões de agricultores e trabalhadores, 3 mil lojas alternativas, um mix aproximado de 250 produtos. No Paraná, temos alaranja, na região de Paranavaí e a Cooperativa das Artesãs de Seda (COPRASEDA), em Nova Esperança, participando desse comércio.

A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), com sede em Cascavel-PR, atua em vários estados brasileiros e no Paraguai. É constituída de uma Cooperativa Central, 40 cooperativas associadas, sendo duas centrais, congregando 180 mil associados. Possui um depar-

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3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade é partilhada, havendo relações de confi ança e reciprocidade, paridade social entre funções de direção e de execução.

3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIAAs decisões são tomadas de forma coletiva pelo conjunto de associ-

ados ou acionistas, por meio de instâncias diversas, livremente formadas e eleitas, assegurando transparência no exercício da direção e fi sca-lização. Orquestradora da diversidade e facilitadora do empoderamento da sociedade.

3.5 COESÃOA coesão é fruto da “comunidade de propósito”, de objetivos co-

muns e valores estabelecidos na construção da rede.

3.6 CONEXÕES DINÂMICASAs relações entre as pessoas e organizações são dinâmicas, o que

evidencia a confi guração aberta da rede, sempre gerando novos conta-tos, novas experiências, ampliando indefi nidamente o leque de oportu-nidades de cada organização participante.

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

A rede de organizações para a comercialização é um arranjo institu-cional para enfrentar a inovação sistêmica e o mercado. As redes podem ser vistas como uma inter-relação de mercado e organização, nas quais os membros são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que deter-mina a ligação entre si. Signifi ca que, através da rede, as fi rmas, as orga-nizações contribuem com os demais através de seus aspectos positivos eassimilam aspectos positivos de outros para o fortalecimento de suas fraquezas. Portanto, é importante o relacionamento na forma cooperati-va entre as empresas, como mecanismo chave de conexão e confi gura-ção da rede.

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO

Pactuados os objetivos e propósitos, é o momento em que os parti-cipantes da rede têm a necessidade de “organizar” as suas ações de for-ma a potencializar o trabalho de cada uma e de obter resultados concre-tos. Esse objetivo pode ser caracterizado nos primeiros movimentos de planejamento da rede ou depois das ações serem iniciadas, ou mesmo durante o próprio processo de implementação. Deverá haver um momen-to em que as redes parem para se autoavaliar e projetar sua própria orga-nização. Esse processo denomina-se “desenho organizacional”.

Nesse trabalho de planejamento as redes estabelecem o que fazer e o modo como irão fazer: defi nem atividades, produtos e serviços, pro-cessos de tomada de decisão, formas de execução, acompanhamento e avaliação das ações e todo um conjunto de procedimentos que orienta-rão o funcionamento da rede. Defi nem, ainda, os mecanismos de circu-lação e troca de informações entre os participantes, a gestão e o uso dos recursos.

7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES

As cooperativas centrais e suas fi liadas são redes de organizações, conforme preconiza o presente trabalho. Porém, o que se pretende é ir além, formando redes intercooperativas para aumentar o poder de mer-cado dessas organizações, especialmente das cooperativas da agricultu-ra familiar, a integração de diversas redes, formando uma grande rede, ou várias redes maiores, surgem como uma estratégia atraente. Tal fato poderá ampliar os seus mercados e proporcionar a participação de todos os benefícios decorrentes de uma rede capilarizada de comercialização. Poderão, também, existir redes de organizações entre cooperativas e or-ganizações privadas e redes somente de organizações privadas, desde que se obedeçam aos princípios organizacionais citados anteriormente.

A integração dessas redes de organizações poderá ser efetivada in-formalmente ou por meio de instrumentos como planos comuns ou con-juntos, ato cooperativo, acordos, parcerias, consórcios, projetos especí-fi cos, convênios, alianças estratégicas, Joint Ventures e outros instru-mentos apropriados.

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O conceito de redes de fi rmas baseia-se, portanto, em uma perspec-tiva analítica que ressalta a dimensão “social” das relações entre fi rmas e seus possíveis desdobramentos sobre a conformação institucional do ambiente econômico e sobre o padrão de conduta dos agentes.

Rede de empresas é um método organizacional de atividades eco-nômicas através da coordenação e/ou cooperação inter-fi rmas (AMATO, 2000). São concebidas como arranjos institucionais que possibilitam uma organização efi ciente de atividades econômicas, através da coordenação de ligações sistemáticas, estabelecidas entre fi rmas inseridas em cadeias produtivas (BRITTO, 1999). As redes podem ser vistas como uma inter-relação entre mercado e empresas, nas quais os mercados são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que determinam a ligação entre si.

As redes de organizações são constituídas não apenas por atores ou agentes, mas também por determinados recursos e atividades por eles mobilizados.

As redes de organizações são defi nidas como formas híbridas de organização entre o mercado, nas quais a coordenação do trabalho se dá a partir da racionalidade estrita de transações independentes ao longo do tempo e a hierarquia, cuja coordenação se dá pelo poder formal.

Uma rede de organizações para a comercialização é uma forma de-liberada de organização cujos parceiros aceitam interagir em função de

objetivos e de um plano comum. É um conjunto de relacionamentos entre empresas a montante, com diversos fornecedores ao mesmo tempo e, a jusante, com diversos clientes, para os vários tipos de produtos das empresas, sendo elas cooperativas ou não.

Nos setores intensivos em tecnologia, simultaneamente ao proces-so de produção, existem parcerias, acordos de cooperação, troca de in-formações entre empresas etc. A maior intensidade das interações entre empresas, organizações refere-se à complementaridade entre competên-cias produtivas, tecnológicas, organizacionais e comerciais.

Portanto, ao propor a formação de rede de organizações, não setrata de construir ou reproduzir redes centralizadas e hierarquizadas ver-ticalmente nas quais há a centralização do poder e do capital, com orga-nizações periféricas, excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações. Todavia, formar redes de organizações de economia so-lidária, em que diversas organizações se aliam em função de uma es-

FIGURA 4 – LOGOMARCA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DAAGRICULTURA FAMILIAR INTEGRADAS

FIGURA 5 – SEDE DA COOPERATIVA DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES DO OESTE DO PARANÁ

Existem vários outros exemplos de redes de comercialização de produtos e serviços agrícolas, como as cooperativas de crédito rural, porém não se pretende esgotar o assunto nesse trabalho.

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3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade é partilhada, havendo relações de confi ança e reciprocidade, paridade social entre funções de direção e de execução.

3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIAAs decisões são tomadas de forma coletiva pelo conjunto de associ-

ados ou acionistas, por meio de instâncias diversas, livremente formadas e eleitas, assegurando transparência no exercício da direção e fi sca-lização. Orquestradora da diversidade e facilitadora do empoderamento da sociedade.

3.5 COESÃOA coesão é fruto da “comunidade de propósito”, de objetivos co-

muns e valores estabelecidos na construção da rede.

3.6 CONEXÕES DINÂMICASAs relações entre as pessoas e organizações são dinâmicas, o que

evidencia a confi guração aberta da rede, sempre gerando novos conta-tos, novas experiências, ampliando indefi nidamente o leque de oportu-nidades de cada organização participante.

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

A rede de organizações para a comercialização é um arranjo institu-cional para enfrentar a inovação sistêmica e o mercado. As redes podem ser vistas como uma inter-relação de mercado e organização, nas quais os membros são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que deter-mina a ligação entre si. Signifi ca que, através da rede, as fi rmas, as orga-nizações contribuem com os demais através de seus aspectos positivos eassimilam aspectos positivos de outros para o fortalecimento de suas fraquezas. Portanto, é importante o relacionamento na forma cooperati-va entre as empresas, como mecanismo chave de conexão e confi gura-ção da rede.

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO

Pactuados os objetivos e propósitos, é o momento em que os parti-cipantes da rede têm a necessidade de “organizar” as suas ações de for-ma a potencializar o trabalho de cada uma e de obter resultados concre-tos. Esse objetivo pode ser caracterizado nos primeiros movimentos de planejamento da rede ou depois das ações serem iniciadas, ou mesmo durante o próprio processo de implementação. Deverá haver um momen-to em que as redes parem para se autoavaliar e projetar sua própria orga-nização. Esse processo denomina-se “desenho organizacional”.

Nesse trabalho de planejamento as redes estabelecem o que fazer e o modo como irão fazer: defi nem atividades, produtos e serviços, pro-cessos de tomada de decisão, formas de execução, acompanhamento e avaliação das ações e todo um conjunto de procedimentos que orienta-rão o funcionamento da rede. Defi nem, ainda, os mecanismos de circu-lação e troca de informações entre os participantes, a gestão e o uso dos recursos.

7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES

As cooperativas centrais e suas fi liadas são redes de organizações, conforme preconiza o presente trabalho. Porém, o que se pretende é ir além, formando redes intercooperativas para aumentar o poder de mer-cado dessas organizações, especialmente das cooperativas da agricultu-ra familiar, a integração de diversas redes, formando uma grande rede, ou várias redes maiores, surgem como uma estratégia atraente. Tal fato poderá ampliar os seus mercados e proporcionar a participação de todos os benefícios decorrentes de uma rede capilarizada de comercialização. Poderão, também, existir redes de organizações entre cooperativas e or-ganizações privadas e redes somente de organizações privadas, desde que se obedeçam aos princípios organizacionais citados anteriormente.

A integração dessas redes de organizações poderá ser efetivada in-formalmente ou por meio de instrumentos como planos comuns ou con-juntos, ato cooperativo, acordos, parcerias, consórcios, projetos especí-fi cos, convênios, alianças estratégicas, Joint Ventures e outros instru-mentos apropriados.

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O conceito de redes de fi rmas baseia-se, portanto, em uma perspec-tiva analítica que ressalta a dimensão “social” das relações entre fi rmas e seus possíveis desdobramentos sobre a conformação institucional do ambiente econômico e sobre o padrão de conduta dos agentes.

Rede de empresas é um método organizacional de atividades eco-nômicas através da coordenação e/ou cooperação inter-fi rmas (AMATO, 2000). São concebidas como arranjos institucionais que possibilitam uma organização efi ciente de atividades econômicas, através da coordenação de ligações sistemáticas, estabelecidas entre fi rmas inseridas em cadeias produtivas (BRITTO, 1999). As redes podem ser vistas como uma inter-relação entre mercado e empresas, nas quais os mercados são livres, mas todos têm um núcleo forte e fraco que determinam a ligação entre si.

As redes de organizações são constituídas não apenas por atores ou agentes, mas também por determinados recursos e atividades por eles mobilizados.

As redes de organizações são defi nidas como formas híbridas de organização entre o mercado, nas quais a coordenação do trabalho se dá a partir da racionalidade estrita de transações independentes ao longo do tempo e a hierarquia, cuja coordenação se dá pelo poder formal.

Uma rede de organizações para a comercialização é uma forma de-liberada de organização cujos parceiros aceitam interagir em função de

objetivos e de um plano comum. É um conjunto de relacionamentos entre empresas a montante, com diversos fornecedores ao mesmo tempo e, a jusante, com diversos clientes, para os vários tipos de produtos das empresas, sendo elas cooperativas ou não.

Nos setores intensivos em tecnologia, simultaneamente ao proces-so de produção, existem parcerias, acordos de cooperação, troca de in-formações entre empresas etc. A maior intensidade das interações entre empresas, organizações refere-se à complementaridade entre competên-cias produtivas, tecnológicas, organizacionais e comerciais.

Portanto, ao propor a formação de rede de organizações, não setrata de construir ou reproduzir redes centralizadas e hierarquizadas ver-ticalmente nas quais há a centralização do poder e do capital, com orga-nizações periféricas, excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações. Todavia, formar redes de organizações de economia so-lidária, em que diversas organizações se aliam em função de uma es-

FIGURA 4 – LOGOMARCA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DAAGRICULTURA FAMILIAR INTEGRADAS

FIGURA 5 – SEDE DA COOPERATIVA DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES DO OESTE DO PARANÁ

Existem vários outros exemplos de redes de comercialização de produtos e serviços agrícolas, como as cooperativas de crédito rural, porém não se pretende esgotar o assunto nesse trabalho.

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mas é um tema que vem sendo intensamente abordado pela literatura da Economia Industrial. Em particular, esses arranjos têm sido discutidos enquanto confi gurações inter-organizacionais, que permitem aos agen-tes econômicos responder efi cazmente aos desafi os impostos pela cres-cente complexidade do ambiente econômico (BRITTO, 1999).

Geralmente há confusão no entendimento dos conceitos de “fi rmas em rede”, e “redes de fi rmas”. Existem redes hierárquicas com centro e periferia e redes horizontais solidárias. As “fi rmas em rede” associam-se a conformações intra-organizacionais que se estruturam como des-dobramento evolutivo da fi rma multi-divisional, a partir do advento de novas tecnologias de informação-telecomunicação. As “redes de fi r-mas” referem-se a arranjos inter-organizacionais baseados em vínculos cooperativos sistemáticos entre fi rmas formalmente independentes (BRITTO,1999).

As “fi rmas em rede” se caracterizam pela sua arquitetura vertical, da decisão centralizada e de seu perfi l não participativo e autoritário degestão, com entidades periféricas excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações, a exemplo das empresas de integração de produtos agrícolas, onde os agricultores se subordinam inteiramente aos grandes complexos agroindustriais.

As “redes de fi rmas”, doravante denominadas de “redes de coope-ração entre organizações”, caracterizam-se pelas suas estruturas hori-zontais, gestão participativa e democrática. Em termos gerais, as redes de organizações pressupõem a existência de objetivos, interesses co-muns ou complementares entre os participantes, caracterizando-se por:

- Serem compostas por diferentes atores, organizações que interagem entre si e detêm, cada qual, um conjunto de recursos;

- Manterem as organizações participantes com um razoável grau de independência formal, contratual entre si;

- Propiciarem relações “não formais” de dependência signifi cativa entre os participantes da rede, as quais se aprofundam na medida em que dinamicamente se desenvolvem os laços entre eles;

- Manterem as interações entre os participantes não em momentos únicos, mas repetidos ao longo do tempo, confi gurando padrões e evoluindo.

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS E EMPRESAS PRIVADAS

7.3 ESTRATÉGIA

A estratégia sugerida para atingir os objetivos (FIGURA 8) está es-truturada em:- Identifi car as organizações em rede e as redes de organização existen-

tes, sejam elas organizações cooperativas ou privadas;- Identifi car as organizações que tenham interesse em participar da pro-

posta de rede;- Aproximar as organizações que manifestaram interesse na proposta e

identifi car os objetivos comuns;

- Em função do rápido desenvolvimento tecnológico, são uma forma de dividir os elevados custos do desenvolvimento de produtos inova-dores;

- A aliança cria atalhos para chegar a uma liderança conjunta de merca-do;

- O diferencial de cada participante é relevante para o fortalecimento da rede de alianças, ou seja, as vantagens oferecidas pelos demais participantes realmente fortalecem a união e a colocam em posição mais vantajosa do que se todos estivessem competindo isoladamente.

8 17

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM MAPA DE REDE DE ORGANIZAÇÕES

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES Segundo Amaral (2008), os princípios que norteiam essas redes são:

3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUTÁRIAA primeira pré-condição da rede é a participação voluntária de seus

associados ou acionistas, ou seja, decisão de livre arbítrio.

3.2 AUTOGESTÃOO conjunto dos associados ou acionistas controla a gestão dos ne-

gócios de forma autônoma frente à estrutura e ambientes externos.

Resumindo, objetivos como o de interação, relacionamento, ajuda mútua, compartilhamento, integração e complementaridade estarão sem-pre presentes na análise de redes de organizações, ainda que sob diferen-tes enfoques conceituais.

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS

7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

Embora apresentem alguns riscos, as redes de organizações trazem vantagens para os participantes, como:- As redes de organizações em cooperação são estratégias para alcançar

uma posição de mercado impossível a curto período ou de forma isolada;

- Elas criam oportunidades de aprendizado e inovação;- Contribuem com as demais, com seus aspectos positivos e assimilam

aspectos positivos de outras, para o fortalecimento de suas fraquezas;- Permitem mais rapidamente o acesso aos conhecimentos e técnicas

para o desenvolvimento de novos produtos;- Proporcionam a complementaridade entre competências produtivas,

tecnológicas, organizacionais e comerciais;- Facilitam o acesso dos agricultores familiares ao mercado; - Proporcionam a circulação de seus produtos e serviços entre as diversas

redes de organizações, participando de seus mercados, pontos devenda, ampliando a oportunidade de negócios e de empoderamento das pessoas;

- Preservam a autogestão das organizações;

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mas é um tema que vem sendo intensamente abordado pela literatura da Economia Industrial. Em particular, esses arranjos têm sido discutidos enquanto confi gurações inter-organizacionais, que permitem aos agen-tes econômicos responder efi cazmente aos desafi os impostos pela cres-cente complexidade do ambiente econômico (BRITTO, 1999).

Geralmente há confusão no entendimento dos conceitos de “fi rmas em rede”, e “redes de fi rmas”. Existem redes hierárquicas com centro e periferia e redes horizontais solidárias. As “fi rmas em rede” associam-se a conformações intra-organizacionais que se estruturam como des-dobramento evolutivo da fi rma multi-divisional, a partir do advento de novas tecnologias de informação-telecomunicação. As “redes de fi r-mas” referem-se a arranjos inter-organizacionais baseados em vínculos cooperativos sistemáticos entre fi rmas formalmente independentes (BRITTO,1999).

As “fi rmas em rede” se caracterizam pela sua arquitetura vertical, da decisão centralizada e de seu perfi l não participativo e autoritário degestão, com entidades periféricas excluídas do processo de decisão pela assimetria de informações, a exemplo das empresas de integração de produtos agrícolas, onde os agricultores se subordinam inteiramente aos grandes complexos agroindustriais.

As “redes de fi rmas”, doravante denominadas de “redes de coope-ração entre organizações”, caracterizam-se pelas suas estruturas hori-zontais, gestão participativa e democrática. Em termos gerais, as redes de organizações pressupõem a existência de objetivos, interesses co-muns ou complementares entre os participantes, caracterizando-se por:

- Serem compostas por diferentes atores, organizações que interagem entre si e detêm, cada qual, um conjunto de recursos;

- Manterem as organizações participantes com um razoável grau de independência formal, contratual entre si;

- Propiciarem relações “não formais” de dependência signifi cativa entre os participantes da rede, as quais se aprofundam na medida em que dinamicamente se desenvolvem os laços entre eles;

- Manterem as interações entre os participantes não em momentos únicos, mas repetidos ao longo do tempo, confi gurando padrões e evoluindo.

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS E EMPRESAS PRIVADAS

7.3 ESTRATÉGIA

A estratégia sugerida para atingir os objetivos (FIGURA 8) está es-truturada em:- Identifi car as organizações em rede e as redes de organização existen-

tes, sejam elas organizações cooperativas ou privadas;- Identifi car as organizações que tenham interesse em participar da pro-

posta de rede;- Aproximar as organizações que manifestaram interesse na proposta e

identifi car os objetivos comuns;

- Em função do rápido desenvolvimento tecnológico, são uma forma de dividir os elevados custos do desenvolvimento de produtos inova-dores;

- A aliança cria atalhos para chegar a uma liderança conjunta de merca-do;

- O diferencial de cada participante é relevante para o fortalecimento da rede de alianças, ou seja, as vantagens oferecidas pelos demais participantes realmente fortalecem a união e a colocam em posição mais vantajosa do que se todos estivessem competindo isoladamente.

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FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM MAPA DE REDE DE ORGANIZAÇÕES

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES Segundo Amaral (2008), os princípios que norteiam essas redes são:

3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUTÁRIAA primeira pré-condição da rede é a participação voluntária de seus

associados ou acionistas, ou seja, decisão de livre arbítrio.

3.2 AUTOGESTÃOO conjunto dos associados ou acionistas controla a gestão dos ne-

gócios de forma autônoma frente à estrutura e ambientes externos.

Resumindo, objetivos como o de interação, relacionamento, ajuda mútua, compartilhamento, integração e complementaridade estarão sem-pre presentes na análise de redes de organizações, ainda que sob diferen-tes enfoques conceituais.

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DE REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ENTRE COOPERATIVAS

7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO

Embora apresentem alguns riscos, as redes de organizações trazem vantagens para os participantes, como:- As redes de organizações em cooperação são estratégias para alcançar

uma posição de mercado impossível a curto período ou de forma isolada;

- Elas criam oportunidades de aprendizado e inovação;- Contribuem com as demais, com seus aspectos positivos e assimilam

aspectos positivos de outras, para o fortalecimento de suas fraquezas;- Permitem mais rapidamente o acesso aos conhecimentos e técnicas

para o desenvolvimento de novos produtos;- Proporcionam a complementaridade entre competências produtivas,

tecnológicas, organizacionais e comerciais;- Facilitam o acesso dos agricultores familiares ao mercado; - Proporcionam a circulação de seus produtos e serviços entre as diversas

redes de organizações, participando de seus mercados, pontos devenda, ampliando a oportunidade de negócios e de empoderamento das pessoas;

- Preservam a autogestão das organizações;

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5 20

1 INTRODUÇÃO

Num sistema capitalista como o brasileiro, os agricultores familia-res (AF) só conseguem realizar os seus objetivos de melhoria de quali-dade de vida se comercializarem os seus produtos e serviços e, com esse resultado monetário, adquirirem os bens que necessitam.

Individualmente, os agricultores, com relativa facilidade, produzem bem, porém, na hora de enfrentar o mercado, não possuem poder de competitividade, em função do baixo poder de compra e venda, baixas quantidades ofertadas e adquiridas frente ao poder de mercado, pelo gigantismo dos compradores e vendedores, em função da concentração da renda dos agentes das cadeias produtivas nos elos a montante e a jusante da produção agrícola.

Estudos recentes, elaborados pelo Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas, mostram que as maiores restrições dos agri-cultores familiares ao crescimento e desenvolvimento são o acesso ao capital e a necessidade de se associarem, atraindo novos empreendedo-res (REZENDE, 2002).

Em resumo, as condições que inviabilizam a agricultura familiar são: difícil acesso à terra, má qualidade dos solos, arriscadas condições climáticas, ausência de direitos sociais mínimos, ausência de infra-es-trutura produtiva, difi culdades de acesso aos mercados, tecnologia inapropriada e concorrência desigual com os grandes produtores ou im-portações (WEID, 2001, p.58).

O autor destaca que nenhuma dessas condições é imposta por fenô-menos naturais, e sim pelo predomínio de interesses contrários à agri-cultura familiar, os quais poderão ser alterados por políticas públicas dirigidas aos interesses dessa categoria de agricultores.

O mercado não deve ser visto como lócus abstrato de interação esim como ambiente estruturado, que se modifi ca paulatinamente em fun-ção da conduta dos agentes e de seus inter-relacionamentos (BRITTO, 2009).

Os mercados são estruturas sociais que se articulam entre agentes, preços e condições de pagamento específi cos. A análise de situações empíricas exige a compreensão das interações entre esses agentes eco-nômicos, na maioria das vezes confl itivas e longe de serem determina-das por fl uxo contínuo e anônimo de fatores envolvendo a produção, a comercialização e o consumo (CHANLITA e PANZUTTI, 2005).

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES

Fatores críticos de sucesso são aqueles que, uma vez não cumpri-dos, aumentarão os riscos e poderão levar ao fracasso dos resultados programados. Entre eles pode-se citar:- Comprometimento entre as organizações;- Transparência total das ações;- Processo de negociação seguindo a fi losofi a do ganha-ganha;- Credibilidade, fl exibilidade, habilidade nas negociações e “saber

ouvir” por parte dos responsáveis pela articulação e/ou coordenação.

Corrêa (1999) e Casarotto Filho (1999), citados por Olave e Amato Neto (2001), afi rmam que o nascimento e a sobrevivência das redes de-pendem da incorporação de três aspectos: a cultura da confi ança; a cul-tura da competência e a cultura da tecnologia e da informação.

6 19

Diante dessas peculiaridades, os AF enfrentam uma série de pro-blemas para acesso ao mercado, dentre os quais se destacam: a sua tradi-cional desarticulação com o mercado; o desconhecimento e a difi culda-de de acesso aos canais de comercialização; a falta de aceso a informa-ções qualifi cadas e da análise de mercado para tomada de decisão, com menor risco; pouca organização da categoria difi cultando ações coope-rativas e integradas e o defi ciente acesso à formação profi ssional para qualifi car suas ações estratégicas.

As redes de organizações para a comercialização poderão ser um caminho para facilitar o acesso aos diversos mercados, em função da atuação de cada parceiro que as integram. Formam volume diversifi ca-do de produtos, compram e vendem em grandes quantidades, obtendo, dessa forma, melhores preços, em decorrência do aumento do poder demercado, proporcionado pela amplitude da rede e de seu poder de barga-nha.

O presente trabalho pretende orientar sobre a construção de redes de organizações de fi rmas ou de empresas voltadas à comercialização. Traz abordagens sobre o que é rede, princípios das redes de organiza-ções, redes de organizações para a comercialização, fi nalidades das re-des de comercialização, a prática de redes nas organizações, como cons-truir redes de organizações para a comercialização e fatores críticos para o sucesso das redes.

2 QUE É REDE?

As redes, organizadas sob diversas formas, existem em todos os ambientes. Fala-se de rede de cooperativas e suas fi liadas, rede do Insti-tuto Emater e suas unidades municipais, redes de supermercados, re-des de celulares, redes sociais, redes organizacionais, empresa-rede,marketing de rede, trabalho em rede. As cadeias de lojas, bancos, lan-chonetes e atacadistas são consideradas redes, isso sem falar das redes de computadores e a Internet.

Dentre as diversas modalidades é oportuno diferenciar as redes de organizações sociais discutidas pelas ciências sociais e na sociologia moderna e as “redes de fi rmas” abordadas na teoria microeconômica. Apenas as últimas serão objeto de nosso estudo.

Nos últimos anos, a montagem de arranjos cooperativos entre fi r-

- Mobilizar e sensibilizar essas organizações para a ação integrada, por meio de seminários, encontros e outros eventos grupais;

- Buscar a consolidação dessas redes (ação conjunta em comercialização e serviços), por meio de planos comuns, acordos, parcerias, projetos específi cos, convênios, alianças estratégicas e outros instrumentos apropriados;

- Elaborar um plano de ação integrado, defi nir como formalizá-lo e implementá-lo;

- Organizar um sistema de governança democrática e solidária (coor- denação, monitoramento, controle e avaliação);

- Avaliar e retroalimentar o plano e o sistema rede;- Democratizar e socializar os resultados entre os componentes da rede.

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DOS PASSOS ESTRATÉGICOS PARA ACONSTRUÇÃO DE REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO.

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1 INTRODUÇÃO

Num sistema capitalista como o brasileiro, os agricultores familia-res (AF) só conseguem realizar os seus objetivos de melhoria de quali-dade de vida se comercializarem os seus produtos e serviços e, com esse resultado monetário, adquirirem os bens que necessitam.

Individualmente, os agricultores, com relativa facilidade, produzem bem, porém, na hora de enfrentar o mercado, não possuem poder de competitividade, em função do baixo poder de compra e venda, baixas quantidades ofertadas e adquiridas frente ao poder de mercado, pelo gigantismo dos compradores e vendedores, em função da concentração da renda dos agentes das cadeias produtivas nos elos a montante e a jusante da produção agrícola.

Estudos recentes, elaborados pelo Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas, mostram que as maiores restrições dos agri-cultores familiares ao crescimento e desenvolvimento são o acesso ao capital e a necessidade de se associarem, atraindo novos empreendedo-res (REZENDE, 2002).

Em resumo, as condições que inviabilizam a agricultura familiar são: difícil acesso à terra, má qualidade dos solos, arriscadas condições climáticas, ausência de direitos sociais mínimos, ausência de infra-es-trutura produtiva, difi culdades de acesso aos mercados, tecnologia inapropriada e concorrência desigual com os grandes produtores ou im-portações (WEID, 2001, p.58).

O autor destaca que nenhuma dessas condições é imposta por fenô-menos naturais, e sim pelo predomínio de interesses contrários à agri-cultura familiar, os quais poderão ser alterados por políticas públicas dirigidas aos interesses dessa categoria de agricultores.

O mercado não deve ser visto como lócus abstrato de interação esim como ambiente estruturado, que se modifi ca paulatinamente em fun-ção da conduta dos agentes e de seus inter-relacionamentos (BRITTO, 2009).

Os mercados são estruturas sociais que se articulam entre agentes, preços e condições de pagamento específi cos. A análise de situações empíricas exige a compreensão das interações entre esses agentes eco-nômicos, na maioria das vezes confl itivas e longe de serem determina-das por fl uxo contínuo e anônimo de fatores envolvendo a produção, a comercialização e o consumo (CHANLITA e PANZUTTI, 2005).

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES

Fatores críticos de sucesso são aqueles que, uma vez não cumpri-dos, aumentarão os riscos e poderão levar ao fracasso dos resultados programados. Entre eles pode-se citar:- Comprometimento entre as organizações;- Transparência total das ações;- Processo de negociação seguindo a fi losofi a do ganha-ganha;- Credibilidade, fl exibilidade, habilidade nas negociações e “saber

ouvir” por parte dos responsáveis pela articulação e/ou coordenação.

Corrêa (1999) e Casarotto Filho (1999), citados por Olave e Amato Neto (2001), afi rmam que o nascimento e a sobrevivência das redes de-pendem da incorporação de três aspectos: a cultura da confi ança; a cul-tura da competência e a cultura da tecnologia e da informação.

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Diante dessas peculiaridades, os AF enfrentam uma série de pro-blemas para acesso ao mercado, dentre os quais se destacam: a sua tradi-cional desarticulação com o mercado; o desconhecimento e a difi culda-de de acesso aos canais de comercialização; a falta de aceso a informa-ções qualifi cadas e da análise de mercado para tomada de decisão, com menor risco; pouca organização da categoria difi cultando ações coope-rativas e integradas e o defi ciente acesso à formação profi ssional para qualifi car suas ações estratégicas.

As redes de organizações para a comercialização poderão ser um caminho para facilitar o acesso aos diversos mercados, em função da atuação de cada parceiro que as integram. Formam volume diversifi ca-do de produtos, compram e vendem em grandes quantidades, obtendo, dessa forma, melhores preços, em decorrência do aumento do poder demercado, proporcionado pela amplitude da rede e de seu poder de barga-nha.

O presente trabalho pretende orientar sobre a construção de redes de organizações de fi rmas ou de empresas voltadas à comercialização. Traz abordagens sobre o que é rede, princípios das redes de organiza-ções, redes de organizações para a comercialização, fi nalidades das re-des de comercialização, a prática de redes nas organizações, como cons-truir redes de organizações para a comercialização e fatores críticos para o sucesso das redes.

2 QUE É REDE?

As redes, organizadas sob diversas formas, existem em todos os ambientes. Fala-se de rede de cooperativas e suas fi liadas, rede do Insti-tuto Emater e suas unidades municipais, redes de supermercados, re-des de celulares, redes sociais, redes organizacionais, empresa-rede,marketing de rede, trabalho em rede. As cadeias de lojas, bancos, lan-chonetes e atacadistas são consideradas redes, isso sem falar das redes de computadores e a Internet.

Dentre as diversas modalidades é oportuno diferenciar as redes de organizações sociais discutidas pelas ciências sociais e na sociologia moderna e as “redes de fi rmas” abordadas na teoria microeconômica. Apenas as últimas serão objeto de nosso estudo.

Nos últimos anos, a montagem de arranjos cooperativos entre fi r-

- Mobilizar e sensibilizar essas organizações para a ação integrada, por meio de seminários, encontros e outros eventos grupais;

- Buscar a consolidação dessas redes (ação conjunta em comercialização e serviços), por meio de planos comuns, acordos, parcerias, projetos específi cos, convênios, alianças estratégicas e outros instrumentos apropriados;

- Elaborar um plano de ação integrado, defi nir como formalizá-lo e implementá-lo;

- Organizar um sistema de governança democrática e solidária (coor- denação, monitoramento, controle e avaliação);

- Avaliar e retroalimentar o plano e o sistema rede;- Democratizar e socializar os resultados entre os componentes da rede.

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DOS PASSOS ESTRATÉGICOS PARA ACONSTRUÇÃO DE REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................5

2 O QUE É REDE ........................................................................................6

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES .............................8 3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA .......................................................8 3.2 AUTOGESTÃO ...................................................................................8 3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE ..............................................................................9 3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIA ...........................9 3.5 COESÃO ..............................................................................................9 3.6 CONEXÕES DINÂMICAS .................................................................9

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO .....9

5 FINALIDADE DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ................11 5.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................11 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................12

6 A PRÁTICA DE REDES PELAS ORGANIZAÇÕES ........................12

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................16 7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES .............................................................................16 7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ......................................................................17 7.3 ESTRATÉGIA ...................................................................................18

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES .................20

GLOSSÁRIO ..............................................................................................21

REFERÊNCIAS ..........................................................................................23

22

Redes de empresasPara Eiriz (2001), redes de empresas são uma coleção de atores que estabelecem relações de trocas a longo prazo, e que, ao mesmo tempo, não possuem legitimidade e autoridade para arbitrar e resolver disputas que podem ocorrer durante a troca.

Joint VenturesÉ uma associação legal, geralmente entre duas companhias, fi rmada com a fi nalidade de criar uma cadeia de valor visando novos mercados. As empresas continuarão funcionando de maneira independente, a não ser nos assuntos em que decidirem unir esforços (HAMMEL e DOZ, 2009).

21

GLOSSÁRIOAto cooperativoO ato cooperativo é praticado entre a cooperativa e seus associados e, também, pelas cooperativas entre si, quando associadas para a consecu-ção dos seus objetivos. O Ato Cooperativo torna inexistente a transação comercial e, portanto, o fato gerador de tributos.

Alianças estratégicasPara Lorange e Roos (1996), as alianças estratégicas são empreendi-mentos cooperativos entre empresas que podem assumir diferentes graus de integração ao longo de uma reta em que num dos extremos se encon-tram os mercados e no outro extremo as hierarquias.Segundo Hamel e Doz (1999), alianças estratégicas são associações comuma estratégia de negócios fundamental, que dá forma e estrutura à ali-ança, possui uma visão que orienta sua gestão e evolução e conta com uma infraestrutura interna que a sustenta.Para Noleto (2000), as alianças estratégicas caracterizam-se por serem associações voltadas à conquista de melhores posições e objetivos, en-volvendo a cooperação de duas ou mais entidades, em que todas as par-tes envolvidas se fortalecem através da cooperação mútua, comparti-lhando habilidades e riscos para atingir um fi m comum.

ParceriasSegundo Noleto (2000), parceria signifi ca uma associação em que a somadas partes representa mais que o somatório individual de seus verdadei-ros membros, pois, por meio da parceria, há um fortalecimento mútuo para atingir um determinado fi m específi co, normalmente um projeto ouuma ação.As parcerias e alianças estratégicas podem representar uma ampla gama de relacionamentos entre as organizações, desde projetos ou acordos de curto prazo, como parcerias de fornecimento, relacionamentos de longo prazo, até alianças amplas, nas quais os parceiros acessam as capacida-des um do outro e aprendem com essa troca.

Redes de aliançasSegundo Hamel e Doz (1999), redes de alianças são uma série de víncu-los que se estabelecem entre um grupo de empresas afi ns.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5

2 O QUE É REDE ........................................................................................ 6

3 PRINCÍPIOS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES ............................. 8 3.1 PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA ....................................................... 8 3.2 AUTOGESTÃO ................................................................................... 8 3.3 COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE .............................................................................. 9 3.4 GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIA ........................... 9 3.5 COESÃO .............................................................................................. 9 3.6 CONEXÕES DINÂMICAS ................................................................. 9

4 REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ..... 9

5 FINALIDADE DAS REDES DE COMERCIALIZAÇÃO ................ 11 5.1 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................... 11 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................. 12

6 A PRÁTICA DE REDES PELAS ORGANIZAÇÕES ........................ 12

7 COMO CONSTRUIR REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................ 16 7.1 DE ORGANIZAÇÕES EM REDE PARA REDES DE ORGANIZAÇÕES ............................................................................. 16 7.2 VANTAGENS DAS REDES DE ORGANIZAÇÕES PARA A COMERCIALIZAÇÃO ...................................................................... 17 7.3 ESTRATÉGIA ................................................................................... 18

8 FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS REDES ................. 20

GLOSSÁRIO .............................................................................................. 21

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 23

22

Redes de empresasPara Eiriz (2001), redes de empresas são uma coleção de atores que estabelecem relações de trocas a longo prazo, e que, ao mesmo tempo, não possuem legitimidade e autoridade para arbitrar e resolver disputas que podem ocorrer durante a troca.

Joint VenturesÉ uma associação legal, geralmente entre duas companhias, fi rmada com a fi nalidade de criar uma cadeia de valor visando novos mercados. As empresas continuarão funcionando de maneira independente, a não ser nos assuntos em que decidirem unir esforços (HAMMEL e DOZ, 2009).

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GLOSSÁRIOAto cooperativoO ato cooperativo é praticado entre a cooperativa e seus associados e, também, pelas cooperativas entre si, quando associadas para a consecu-ção dos seus objetivos. O Ato Cooperativo torna inexistente a transação comercial e, portanto, o fato gerador de tributos.

Alianças estratégicasPara Lorange e Roos (1996), as alianças estratégicas são empreendi-mentos cooperativos entre empresas que podem assumir diferentes graus de integração ao longo de uma reta em que num dos extremos se encon-tram os mercados e no outro extremo as hierarquias.Segundo Hamel e Doz (1999), alianças estratégicas são associações comuma estratégia de negócios fundamental, que dá forma e estrutura à ali-ança, possui uma visão que orienta sua gestão e evolução e conta com uma infraestrutura interna que a sustenta.Para Noleto (2000), as alianças estratégicas caracterizam-se por serem associações voltadas à conquista de melhores posições e objetivos, en-volvendo a cooperação de duas ou mais entidades, em que todas as par-tes envolvidas se fortalecem através da cooperação mútua, comparti-lhando habilidades e riscos para atingir um fi m comum.

ParceriasSegundo Noleto (2000), parceria signifi ca uma associação em que a somadas partes representa mais que o somatório individual de seus verdadei-ros membros, pois, por meio da parceria, há um fortalecimento mútuo para atingir um determinado fi m específi co, normalmente um projeto ouuma ação.As parcerias e alianças estratégicas podem representar uma ampla gama de relacionamentos entre as organizações, desde projetos ou acordos de curto prazo, como parcerias de fornecimento, relacionamentos de longo prazo, até alianças amplas, nas quais os parceiros acessam as capacida-des um do outro e aprendem com essa troca.

Redes de aliançasSegundo Hamel e Doz (1999), redes de alianças são uma série de víncu-los que se estabelecem entre um grupo de empresas afi ns.

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REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ESERVIÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

Odílio Sepulcri1

Edison José Trento2

Curitiba-PR

2011

Ministériodo

DesenvolvimentoAgrário

1 Engenheiro Agrônomo, MSc., Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

2 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

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Copyright© 2011, by Instituto Emater

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁInstituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERVinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

Série Informação Técnica nº 084, 2011

Elaboração Técnica Instituto Emater:

Engenheiro Agrônomo, MSc. Odílio Sepulcri, Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR Engenheiro Agrônomo Edison José Trento, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

Revisão Instituto Emater: Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho

Capa/Diagramação/Arte Final Instituto Emater: Marlene Suely Ribeiro Chaves e Roseli Rozalim Silva

Tiragem: 2.000 exemplares

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERServiço de Atendimento ao Cliente - SACTelefone(041) 3250 2166Rua da Bandeira, 500 Cabral - CEP 80035-270 - Caixa Postal 1662Curitiba - Paraná - BrasilE-mail: [email protected]://www.emater.pr.gov.br

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no seu todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9610).

S479 SEPULCRI, Odílio

Redes de organizações para a comercialização de produtos e Serviços da Agricultura Familiar / Odílio Sepulcri; Edison José Trento -- Curitiba: Instituto Emater, 2011. 24 p. : il. (Informação Técnica n. 084) ISBN 978-85-63667-16-8

1. Redes de Organizações Comercializaçao - Produtos - serviços. 2. Agricultura Familiar. I. Sepulcri, Odílio. II. Trento, Edison José. III. Título. CDU 338.433:331.024

Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464

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REDES DE ORGANIZAÇÕES PARAA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ESERVIÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

Odílio Sepulcri1

Edison José Trento2

Curitiba-PR

2011

Ministério do

Desenvolvimento Agrário

1 Engenheiro Agrônomo, MSc., Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

2 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁInstituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERVinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

Série Informação Técnica nº 084, 2011

Elaboração Técnica Instituto Emater:

Engenheiro Agrônomo, MSc. Odílio Sepulcri, Mestre em Desenvolvimento Econômico, Especialista em Gestão da Qualidade, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR Engenheiro Agrônomo Edison José Trento, Especialista em Desenvolvimento e Planejamento Agrícola e Cafeicultura Empresarial, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR

Revisão Instituto Emater: Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho

Capa/Diagramação/Arte Final Instituto Emater: Marlene Suely Ribeiro Chaves e Roseli Rozalim Silva

Tiragem: 2.000 exemplares

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATERServiço de Atendimento ao Cliente - SACTelefone(041) 3250 2166Rua da Bandeira, 500 Cabral - CEP 80035-270 - Caixa Postal 1662Curitiba - Paraná - BrasilE-mail: [email protected]://www.emater.pr.gov.br

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no seu todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9610).

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