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SISTEMA RENDA RURAL GESTÃO DA PROPRIEDADE RURAL FAMILIAR (Com apoio de Planilha Eletrônica – EXCEL)*

Odílio Sepulcri1 Milton Satoshi Matsushita2

RESUMO

O Sistema Renda Rural é organizado em um conjunto de planilhas desenvolvidas em EXCEL, com objetivo de diagnosticar e planejar a propriedade rural familiar, de forma sistêmica, para agregar valor à propriedade e à família rural, com a melhor utilização de seus recursos produtivos, utilização de tecnologia apropriada a cada caso, frente aos objetivos dos gestores familiares.

O Sistema oferece uma ferramenta eficaz de visualização e entendimento da estrutura, funcionamento e resultados da propriedade rural familiar, gerando indicadores para sua análise. Mostra o capital total da propriedade, a variação patrimonial do período em estudo, como estão sendo alocados seus recursos produtivos, a exemplo do uso mensal da mão de obra, uso mensal do solo, recursos financeiros e fluxo de caixa. Com relação aos resultados, a análise econômica proporciona indicadores da renda bruta mensal e anual; custo variável mensal e anual, custos totais, margem bruta mensal e anual, a renda líquida de todas as atividade exploradas e do total da propriedade.

O sistema possibilita, ainda, a obtenção do ponto de equilíbrio operacional, a margem bruta por equivalente homem, por hectare e por real aplicado no custo variável, bem como o retorno sobre o capital total.

As informações geradas pelos relatórios (indicadores de capital, uso do solo e da mão-de-obra, receitas e custos, análise econômica e fluxo de caixa) e gráficos (fluxo de caixa, uso mensal do solo e da mão-de-obra, renda bruta e margem bruta mensal) mostram aos agricultores o melhor caminho para a combinação ótima dos recursos produtivos disponíveis na propriedade, sua organização econômica, tecnológica e financeira. De tal forma a obter-se maior renda e maior estabilidade do sistema de produção, diminuindo seus riscos, com o processo de diagnóstico e planejamento adotados. TERMOS PARA INDEXAÇÃO Renda rural, análise técnica e econômica, diagnóstico e planejamento da produção, análise de resultados.

*Trabalho apresentado no II Seminário Sul-Brasileiro de Administração Rural – Administração rural para o século XXI. 13 a 15 de Agosto de 2002. Centro de eventos da Universidade de Passo Fundo –RS, e publicado em seus respectivos aniais, p 279-291. 1 Eng. Agr. Pela UF Pelotas, com especialização em Gestão da Qualidade pela UFPR. Extensionista da Emater-Paraná. e-mail: [email protected] Fone: (0xx41) 3250-2252 Fax: (0xx41) 3250-2101. Endereço: Rua da Bandeira, 500 – Bairro Cabral 80.035-270 – Curitiba – Paraná. 2 Eng. Agr. Pela UFPR. Mestre em Administração pela UFRGS. Especialista em análise de Sistema pela PUC-PR e Informática na Agropecuária pela Ufla. Extensionista da Emater-Paraná. e-mail: [email protected] Fone: (0xx41) 3250-2241. Fax: (0xx41) 3250-2101. Endereço: Rua da Bandeira, 500 – Bairro Cabral 80.035-270 – Curitiba - Paraná

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1. INTRODUÇÃO

A eficiência da produção agropecuária (aumento da produtividade com a redução dos custos unitários, geração de lucro e crescimento) pode ser melhorada usando-se o conhecimento a custo zero e de baixo custo e com o aporte de capital.

O uso do conhecimento a custo zero, juntamente com a realocação e maximização dos recursos produtivos disponíveis, permitem melhorar a eficiência dos processos produtivos (tecnológicos, operacionais e administrativos), reduzindo ou eliminando os custos ruins (aqueles custos que não agregam valor à produção), como as perdas, desperdícios, retrabalho, ociosidade, má qualidade, uma melhor gestão dos fatores de produção disponíveis, entre outros. O uso do conhecimento e da tecnologia, com o aporte de capital, possibilita dar ênfase aos custos bons, aqueles que agregam valor ao produto (ração concentrada, genética, vacinas, fertilizantes, etc.), proporcionando o aumento da produtividade e a redução dos custos unitários.

A tomada de decisão do que plantar ou criar, como, quando, quanto, onde, porque e quanto custa , passa primeiramente pela análise de mercado e pelo diagnóstico da propriedade frente aos objetivos do produtor e de sua família (gestores da propriedade). A análise de mercado deve ser baseada no comportamento dos preços para cada produto, em função da oferta e da procura, quais os canais de comercialização existentes, qualidade do produto exigida pelo cliente ou consumidor, custos de comercialização, as ações da concorrência, entre outros. O diagnóstico da propriedade, fundamentado em fatos e dados, deve analisar o sistema produtivo como um todo (componentes do sistema, fluxos de entradas e de saídas, interações entre os componentes, tecnologia, procedimentos, custos e decisões administrativas), considerando, internamente, os pontos fortes e os pontos a melhorar (gargalos da produção) e, externamente, as oportunidades de negócio, as ameaças e riscos existentes no agronegócio.

Para que o aconselhamento seja eficaz precisa ser feito de forma participativa e dialógica, com base nos objetivos, nos problemas concretos dos agricultores e de suas propriedades e da possibilidade de realização, preservando os gestores como decisores e atores do processo. 1.1- Justificativa Tem-se constatado no trabalho da EMATER – Paraná que a complexidade de operação dos aplicativos ou do software é o grande fator impeditivo da adoção da tecnologia de informação para o diagnóstico e planejamento da empresa rural. Existem inúmeros Software disponíveis no mercado para as mais diversas atividades agropecuárias, porém a grande maioria não é utilizada pelos agricultores, por tratar-se de programas complicados, difíceis de operacionalizá-los, com um grande número de indicadores de resultados, que acabam interferindo em muitos outros itens de produção, gerando resultados complexos, difíceis para compreensão. O sistema Renda Rural, organizado através de um conjunto de planilhas EXCEL, pretende proporcionar aos agricultores familiares, que têm acesso ao microcomputador, uma ferramenta simples, fácil de operacionalizar, para diagnosticar e planejar a propriedade rural, de forma sistêmica, agregando valor à mesma. 1.2- Objetivos o Sistema Renda Rural tem os seguintes objetivos:

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1.2.1- Geral Propiciar aos agricultores familiares uma ferramenta simples, de fácil operacionalização, na realização do diagnóstico e do planejamento da propriedade, para a obtenção de melhores resultados, dentro de uma visão sistêmica, em conformidade com os seus objetivos. 1.2.2- Específicos

- Oferecer aos agricultores familiares uma ferramenta de simples operacionalização para diagnóstico e planejamento sistêmico da propriedade familiar, gerando relatórios e gráficos de fácil interpretação;

- Disponibilizar uma metodologia eficaz de entendimento da estrutura, funcionamento e análise de resultados da propriedade;

- Propiciar a visualização da propriedade, pelo gráfico "fotografia da propriedade", gerando informações que facilitem a tomada de decisão;

- Identificar os principais gargalos que impedem a agregação de valor ao negócio familiar;

- Gerar indicadores técnicos, econômicos e financeiros para medir o desempenho das atividades produtivas e compará-los com propriedades semelhantes, ou com seu próprio desempenho histórico;

- Melhorar a eficiência (alta produtividade com baixo custo) do processo produtivo, reduzindo as variações, desperdícios, retrabalhos, corrigindo procedimentos e erros observados nos gargalos do processo produtivo;

- Disponibilizar uma ferramenta em apoio à simulação do planejamento;

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada na interpretação dos dados é composta dos procedimentos a seguir:

2.1 - Caracterização dos sistemas de produção e sel eção do público

As unidades de produção podem ser classificadas de vários tipos, em função de o meio rural não ser um todo homogêneo. No trabalho de Yu & Sereia (1993), sob o título "Tipificação e Caracterização dos Produtores Rurais do Paraná - 1980", utilizando de critérios tais como: contratação de força de trabalho; tecnificação; capitalização, receita e despesas; classificaram os produtores do Estado do Paraná nas categorias a seguir: produtores de subsistência (PS); produtores simples de mercadoria (PSM); empresário familiar (EF) e empresário rural (ER).

Para a aplicação do Sistema Renda Rural é necessária a seleção do público, dentro dos critérios estabelecidos anteriormente, ou seja, somente para os que se enquadram como agricultores familiares (PS, PSM e EF).

2.2- Coleta e processamento de informações A coleta de informações é efetuada, mensalmente, através de um conjunto de planilhas, estruturadas com base em premissas econômicas e técnicas que, depois de organizadas, digitadas e processadas, são analisadas obtendo-se o diagnóstico (análise ex-post). Após, são simuladas e formuladas estratégias, via plano de intervenção (análise ex-ante), visando corrigir os gargalos observados, dentro dos objetivos preconizados pelos gestores da propriedade.

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2.3- Interpretação da terminologia utilizada e cons iderações sobre custo de produção A interpretação da terminologia utilizada, sua interpretação e aplicação estão detalhadas em um manual específico, à disposição dos usuários. Custo total de produção - CT

Fundamentando-se na teoria de custos de produção (UFLA, 2000), entende-se como custo total de produção a soma de valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços) utilizados no processo produtivo, incluindo os respectivos custos alternativos ou de oportunidade. Ao se analisar os custos de produção, torna-se necessário fazer diferenciação entre curto e longo prazo, facilitando o processo de planejamento, visualizando-se ou indicando o horizonte de tempo. No curto prazo, os recursos produtivos são classificados em custos fixos e variáveis. Custos fixos - CF

São aqueles correspondentes aos recursos produtivos que têm duração superior ao curto prazo, mais de um ciclo produtivo. Sua renovação será, portanto, a longo prazo, após tantos ciclos produtivos quanto permitir sua vida útil. Em geral, enquadram-se nesta categoria máquinas, benfeitorias, equipamentos, impostos e taxas fixas, calagem, lavouras permanentes, animais e outros investimentos produtivos. Custos variáveis - CV

Referem-se aos recursos produtivos que têm duração inferior ou igual ao curto prazo, sendo a sua reposição feita a cada ciclo do processo produtivo. Geralmente são considerados custos variáveis os fertilizantes, agrotóxicos, combustíveis, conservações, mão-de-obra, serviços de máquinas, equipamentos, etc.

Os custos totais são ainda decompostos em custos operacionais totais e custos alternativos ou de oportunidade. Custos operacionais totais – COT Referem-se a todos os custos variáveis acrescidos dos custos fixos, à exceção dos custos de oportunidade; Custos alternativos ou de oportunidade - CA

É quanto estaria rendendo o capital utilizado na exploração, caso fosse aplicado na melhor alternativa de investimento existente. Custos totais - CT

Constituem-se na soma dos custos fixos e variáveis. Dos custos totais obtêm-se os custos médios ou unitários, que representam o custo de uma unidade do produto.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1- Indicadores de resultados

Os indicadores para análise de resultados utilizados no presente trabalho são os seguintes: Renda bruta ou receita total - RB

A renda bruta ou receita corresponde ao valor obtido da produção vendida, mais autoconsumo, mais subprodutos, mais variação de estoque. Margem bruta - MB

Refere-se ao valor obtido pela subtração dos custos variáveis da renda bruta, a seguir: (MB = RB - CV); Ponto de equilíbrio operacional - PEO

O ponto de equilíbrio corresponde à quantidade mínima a ser produzida e vendida, em certo período, para que se possam cobrir os custos totais (PE = CF / MB unitária). O ponto de equilíbrio pode ser calculado também em relação aos custos variáveis e aos custos operacionais totais.

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Margem líquida – ML Refere-se ao valor obtido pela subtração dos custos operacionais totais da renda bruta (ML = RB – COT) Lucro - L

Lucro é o que sobra de uma determinada empresa, no final de um determinado período (um ano, por exemplo), mantendo a empresa como ela era no início desse período (com o mesmo patrimônio líquido). O lucro pode ser apurado pela diferença entre a renda bruta e o custo total (L = RB - CT); Rentabilidade sobre o capital total imobilizado

Corresponde ao retorno sobre o capital total aplicado na atividade no período de um ano (Rentabilidade = Lucro / Capital total). 3.2- Diagnóstico O Sistema Renda Rural possibilita, através do diagnóstico da propriedade rural familiar, analisar e visualizar, de forma sistêmica, todos os fatores de produção, como eles estão alocados nas diversas atividades da propriedade rural, bem como seus resultados econômicos. Isto poderá ser observado na “fotografia da propriedade” (anexo.........) onde estão dispostos seis gráficos como segue: Gráfico de uso mensal do solo (ha.)

Neste gráfico observa-se o total da superfície agrícola disponível, em hectares no ano, e sua utilização, mês a mês, pelas atividades exploradas. Observa-se, ainda, se existe área ociosa e em quais meses ocorre. Gráfico de uso mensal da mão-de-obra

Este gráfico mostra o total de mão-de-obra disponível na propriedade e sua alocação nas diversas explorações durante os meses do ano e se há falta ou excesso. Gráfico da renda bruta mensal (R$)

Neste gráfico observa-se a renda bruta por exploração da propriedade e a sua distribuição mensal . Verifica-se em que meses há ou não receitas. Gráfico de custo com desembolso mensal (R$)

Observa-se neste gráfico o total de desembolsos da propriedade durante o ano e a sua distribuição mensal por exploração. Gráfico da margem bruta (R$)

Este gráfico mostra a margem bruta por exploração e sua distribuição mensal. Gráfico do fluxo de caixa acumulado (R$)

O fluxo de caixa mostra todas as entradas e saídas mensais de dinheiro e o saldo acumulado no ano da empresa rural. Análise econômica (anexo..........)

No relatório de análise econômica verifica-se as informações referente a capital total, receitas por atividade e total, custos variáveis por atividade e total, custos fixos totais, margens (bruta, total e líquida) e índice de rentabilidade.

3.2.1- Resumo do Diagnóstico Após ter sido feito o estudo de toda a propriedade, o diagnóstico é sintetizado por atividade e para toda a propriedade considerando:

- Situação atual – onde estou; - Situação desejada – onde quero chegar; - Caminho a percorrer – o que falta para chegar lá.

3.2.2- Análise interna da propriedade Organizar as informações do diagnóstico dentro dos itens a seguir:

- Pontos fortes observados na propriedade. Estes pontos deverão ser relacionados por fator de produção e por produto;

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- Pontos a serem melhorados. Relacionar os pontos alavancadores dos resultados que agregam valor ao produto e à propriedade;

- Restrições à obtenção dos resultados. Sempre há um recurso que limita o rendimento esperado da atividade. Como tirar o máximo possível desse recurso?

3.2.3- Análise externa da propriedade (ambiente)

Para KOTLER (1999), as principais oportunidades no mercado são: fornecer algo escasso; fornecer, de maneira nova ou melhor, um produto ou serviço existente; fornecer um novo produto ou serviço. Organizar as informações externas dentro dos itens a seguir:

- Oportunidades e perspectivas. Verificar no ambiente de negócio, numa visão de decisão estratégica, oportunidades de maior retorno via expansão da produção, produtividade, agregação de valor, maior retorno pela redução de custos, entre outras.

- Riscos e ameaças. O que pode não dar certo ou impedir a obtenção dos resultados planejados e como diminuir tais riscos;

3.3 Planejamento De posse do diagnóstico da propriedade e dos objetivos da família elabora-se o planejamento anual. O Sistema Renda Rural é uma ferramenta que permite simular várias alternativas para potencializar e maximizar a renda da empresa rural, podendo-se escolher a melhor delas. Dessa forma, o planejamento funciona como uma ferramenta de tomada de decisão, possibilitando agregar valor à propriedade, pela melhor escolha.

Diante deste diagnóstico e do comportamento do mercado, o produtor deve decidir : - Mantém-se o sistema de produção atual através do aporte de conhecimento,

melhorando sua eficiência, reduzindo perdas, eliminando desperdícios, retrabalho e atividades que não agregam valor;

- Melhora-se o sistema atual através do aporte de conhecimento e de capital para investimentos produtivos;

- Muda-se o sistema atual através de modificações estruturais e de escala, com aporte de conhecimento e de capital.

3.3.1- Proposta técnica e econômica Os passos a seguir tentam organizar as etapas para a elaboração da proposta técnica e econômica:

- Manter os pontos fortes; - Aprimorar os pontos a serem melhorados; - Desenvolver ações que aproveitem as oportunidades; - Desenvolver ações e incrementar tecnologias que minimizem os riscos e as restrições

do sistema de produção.

3.3.2- Passos para o planejamento

O planejamento é um processo permanente e contínuo, portanto não termina com a montagem de um plano anual de trabalho, para um determinado ano agrícola. Toda ação deve ser planejada de forma participativa (modo participativo de tratar o saber), de gestão do tempo e dos recursos produtivos, de priorização dos problemas, de tal modo que o plano seja um compromisso de todos da família. É um processo que potencializa o uso dos recursos produtivos disponíveis, na busca da lucratividade (competitividade, produtividade, qualidade, sustentabilidade e baixo custo), produzindo resultados que atendam os objetivos do agricultor.

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Planejar é encontrar o melhor caminho, é organizar o mapa de navegação, é o ato de pensar, comparar, refletir, tomar decisões e agir, organizar e exercitar antecipadamente, com baixo custo, o que deverá ser feito para obter os resultados esperados: O que produzir? Para que produzir? Quanto produzir? Onde produzir? Quando produzir? Como produzir? Para quem produzir? Quanto custa para produzir? Que resultados econômicos obter?

De posse dos conhecimentos do diagnóstico até aqui obtidos da propriedade e com os conhecimentos das demandas de mercado, a família está preparada para planejar seu negócio, pelas ações a seguir:

- Definir os objetivos da família do produtor e o que falta para chegar lá; - Analisar e escolher a melhor alternativa que agrega valor para cada caso; - Elaborar o fluxograma dos processos produtivos; - Definir as metas a serem atingidas (quantificação dos objetivos); - Definir o padrão tecnológico e operacional a ser adotado (qual tecnologia e como

aplicá-la); - Definir os indicadores de controle de desempenho das atividades; - Fazer orçamento do custo de produção e orçamento caixa; - Fazer a análise de viabilidade dos investimentos previstos; - Fazer os cronogramas de atividades e de necessidade de mão-de-obra; - Capacitar os trabalhadores nos padrões definidos e no controle dos indicadores; - Medir e comparar os indicadores com os padrões definidos no plano; - Fazer as correções necessárias; - Coletar e registrar dados; - Monitorar, analisar e avaliar os indicadores de resultado comparando-os com os

objetivos e metas planejadas; - Padronizar, proceder a melhoria contínua e reiniciar novo ciclo do próximo ano.

4. CONCLUSÕES O Sistema Renda Rural permite as seguintes conclusões: 4.1.1- Maximização da Margem bruta total Para uma propriedade familiar já estruturada os custos fixos, como o próprio nome diz, já estão estabelecidos. Para maximizar sua renda torna-se necessário intensificar e maximizar o uso da estrutura fixa (máquinas, instalações, equipamentos, animais, terra, etc.), reduzindo os custos fixos e calcular quais as combinações de explorações que maximizem sua margem bruta total, a tal ponto de cobrir todos os custos fixos, portanto, gerando lucro. Para GOMES (1977), no curto prazo, o agricultor deve estar mais preocupado é com margem bruta; no médio prazo com a margem líquida e no longo prazo com o lucro; simular e combinar as explorações para a maior margem bruta total

Para CHARAM (2001), ganhar dinheiro no mundo dos negócios é uma combinação de três partes: geração de caixa, retorno sobre os ativos ou rentabilidade (uma combinação de margem de lucro e velocidade) e crescimento.

A geração de caixa é a capacidade de a empresa gerar dinheiro suficiente para cobrir todos os seus compromissos e crescer. É, talvez, a mais importante. Para tanto se devem prever todas as entradas e saídas de dinheiro para o ano agrícola. Ao subtrair-se as despesas das receitas, tem-se a quantidade de dinheiro que deverá sobrar ou faltar para o período. Esta ferramenta permite organizar o plano financeiro para financiar a produção, se necessário for.

O retorno sobre os ativos ou rentabilidade: pode-se pensar que ganhar dinheiro é somente obter lucro, mas é mais que isso. Retorno = margem de lucro (%) x velocidade (R = M x V). Quanto maior a velocidade ou o volume produzido anualmente, maior o retorno.

Crescimento: o crescimento é fundamental para a progresso e o desenvolvimento. É oportuno comparar os resultados da propriedade com as demais semelhantes e verificar

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como ela se posiciona. Só haverá crescimento se as receitas cobrirem os seus custos totais (variáveis e fixos), gerando lucro e reinvestindo na mesma. Para tanto seu crescimento deve ser comparado ao longo dos anos, dentro de uma série histórica. 4.1.2- Os riscos da atividade A agricultura está sujeita a muitos riscos, especialmente os climáticos e de mercado. Existem várias ferramentas para avaliar tais riscos. Eles podem ser avaliados de uma forma bem prática, através do ponto de equilibro operacional (quantidade de produto a ser produzida e vendida para cobrir todos os seus custos operacionais). Se a renda bruta esperada ficar muito próximo do ponto de equilíbrio, portanto sensível a pequenas variações de renda, significa maior risco da atividade. Obviamente o risco diminui à medida em que este ponto se afasta da renda bruta esperada. 4.1.3- formulação de estratégias

O Sistema Renda Rural possibilita, fundamentando-se nas conclusões do diagnóstico, elaborar estratégias de intervenção dentro dos objetivos de seus gestores, exercitar sua execução, antecipadamente, a baixo custo através de simulações, reduzindo riscos e erros, no futuro, ao incrementá-la na prática. REFERÊNCIAS CHARAM, R. O que o presidente de sua empresa quer que você sai ba: como sua empresa funciona na prática. São Paulo. Negócios Editora LTDA, 2001 (p. 33 - 69). EMATER - Paraná. Realidade municipal 2000/01 . Curitiba, 2000. GOMES, S. T. Indicadores de eficiência técnica e econômica na produção de leite. Estado

de São Paulo. FAESP, 1997, 178p. LIMA, A. P. et al. Administração da unidade de produção familiar : mod alidades de

trabalho com agricultores. Ijuí. UNIJUÍ, 1995. 176p. KOTLER, P. Marketing para o século XXI. São Paulo : Futura,1999. 305 p. TOFLER, A. A empresa flexível . Rio de Janeiro: Record, 1985. 244 p. Universidade Federal de Lavras. Custo de Produção da cafeicultura do sul de Minas

Gerais . Departamento de Administração e Economia. UFLA, Lavras MG. 2000 YU, Chang Man; Sereia, Vanderlei José. Tipificação e caracterização dos produtores

rurais do Estado do Paraná 1980 . Londrina: IAPAR, 1993.

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ANEXOS

EMATER-ParanáVinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecime nto do Paraná

Produtor : Silvottela Propriedade : DSISTEMA RENDA RURAL

FOTOGRAFIA DA PROPRIEDADE

Gráfico de Uso Mensal da Mão de Obra

-

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Dia

/Hom

em

Total Leite/pasto Reflorest. Sede Feijão

Milho Milho sil. Aveia

Gráfico de Renda Bruta Mensal (R$)

-

2.000,0

4.000,0

6.000,0

8.000,0

10.000,0

12.000,0

14.000,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$

Leite/pasto Reflorest. Sede Feijão

Milho Milho sil. Aveia

Gráfico de Uso Mensal do Solo (Ha)

-

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ha

Total Leite/pasto Reflorest. Sede Feijão

Milho Milho sil. Aveia

Gráfico de Custo com Desembolso Mensal (R$)

-

500,0

1.000,0

1.500,0

2.000,0

2.500,0

3.000,0

3.500,0

4.000,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$

Leite/pasto Reflorest. Sede Feijão

Milho Milho sil. Aveia

Gráfico de Margem Bruta Mensal (R$)

-4.000,0

-2.000,0

-

2.000,0

4.000,0

6.000,0

8.000,0

10.000,0

12.000,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$

Leite/pasto Reflorest. Sede Feijão

Milho Milho sil. Aveia

Gráfico de Fluxo de Caixa Acumulado (R$)

-

2.000,0

4.000,0

6.000,0

8.000,0

10.000,0

12.000,0

14.000,0

16.000,0

18.000,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Meses

R$

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EMATER-ParanáVinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecime nto do Paraná

SISTEMA RENDA RURALRELATÓRIO DE RECEITAS E CUSTOS

Produtor : Silvottela Propriedade : DMunicípio : Realeza

Área Produção M. Obra RB CV MB MB/Eq.DH MB/Ha Ponto de

Explorações (Ha) Equil. (Kg/l) (Eq.DH) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) equilíb.(R$)

Leite/pasto 4 #VALOR! 240 20.640 10.644 9.996 41,65 2.499,00 -

Reflorest. 2 #VALOR! 2 - - - - - -

Sede 2 #VALOR! - - - - - -

Feijão 10 #VALOR! 122 10.328 5.510 4.818 39,49 496,70 -

Milho 8 #VALOR! 25 4.486 2.910 1.576 63,04 204,68 -

Milho sil. 2 #VALOR! 4 - - - - - -

Aveia 10 #VALOR! 10 - - - - - -

- 0 - - - - -

TOTAL 37 - 403 35.454 19.064 16.390 40,67 442,97 1.790

Receitas Receitas das explorações R$ Outras receitas R$ Receita total R$

Custos Custos variáveis das explorações R$ Outros custos variáveis R$ Custos fixos com desembolso R$ Custos fixos sem desembolso R$ Depreciação R$ Custo variável total R$ Custo fixo total R$ Custo total R$

Variação patrimonial Inventário animal R$

Margens Margem bruta explorações R$ Margem bruta total R$ Margem líquida R$

Margem bruta total/ patrimônio total 0,61 Margem líquida / patrimônio total 0,55

INDICE DE RENTABILIDADE

19.064,00

- 827,45

19.891,45

16.390,00

ANÁLISE ECONÔMICA

35.454,00 -

16.390,00

35.454,00

14.817,55

745,00-

- -

19.064,00 827,45

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EMATER-ParanáVinculada à Secretaria da Agricultura e do Abasteci mento do Paraná

SISTEMA RENDA RURALRELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA

Produtor : Propriedade :Município :

Discriminação de receitas / mês (valor em R$ 1)JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOT (%)

Leite/pasto 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 1720 20.640 58,2

Reflorest.

Sede

Feijão 10328 10.328 29,1

Milho 200 1800 2486 4.486 12,7

Milho sil.

Aveia

Outras Receitas

TOTAL 1.720 1.920 1.720 3.520 4.206 1.720 1.720 1.720 1.720 1.720 1.720 12.048 35.454 100,0

Discriminação de custos com desembolso / mês (valor em R$ 1)JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOT (%)

Leite/pasto 887 887 887 887 887 887 887 887 887 887 887 887 10.644 55,8

Reflorest.

Sede

Feijão 2000 1000 1000 1010 500 5.510 28,9

Milho 200 210 500 2000 2.910 15,3

Milho sil.

Aveia

Outros Custos Var.

Custos Fixos c/ desemb.

TOTAL 887 1.087 1.097 887 1.387 887 887 2.887 1.887 1.887 1.897 3.387 19.064 100,0

Fluxo de caixa JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTLíquido Mensal 833 833 623 2.633 2.819 833 833 1.167- 167- 167- 177- 8.661 16.390

Líquido Acumulado 833 1.666 2.289 4.922 7.741 8.574 9.407 8.240 8.073 7.906 7.729 16.390 16.390

Custos

SilvottelaRealeza

D

Receitas