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1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ESTUDOS FRONTEIRIÇOS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DO PANTANAL Aurelio Tomaz da Silva Briltes A Internacionalização da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e as relações transfronteiriças na educação CORUMBÁ MS 2015

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ESTUDOS FRONTEIRIÇOS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DO PANTANAL

Aurelio Tomaz da Silva Briltes

A Internacionalização da Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul e as relações transfronteiriças na educação

CORUMBÁ – MS 2015

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Aurelio Tomaz da Silva Briltes

A Internacionalização da Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul e as relações transfronteiriças na educação

Dissertação apresentada ao programa de Pós-graduação Mestrado em Estudos Fronteiriços da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal, como requisito para a obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa: Ocupação e Identidade Fronteiriças

Orientador: Prof. Dr. Marco Aurelio

Machado Oliveira

Co-orientador: Prof. Dr. Sebastian

Valverde

CORUMBÁ – MS 2015

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Aurelio Tomaz da Silva Briltes

A Internacionalização da Universidade Federal de Mato Grosso

do Sul e as relações transfronteiriças na educação.

Relatório de Qualificação apresentado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Estudos Fronteiriços da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre. Aprovado em ____/____/_______, com Conceito _________.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Presidente da Banca Examinadora

Prof. Dr. Marco Aurélio Machado de Oliveira (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

_________________________________________________ Avaliador

Coorientador: Prof. Dr. Sebastian Valverde (Universidad de Buenos Aires - Argentina)

__________________________________________________ Avaliadora

Prof.ª. Drª. Nathalia Monseff Junqueira (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

__________________________________________________ Avaliador

Prof. Dr. Luiz Fernando Galvão (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

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Dedico este trabalho a minha família, em especial ao meu pai, minha mãe, minha e esposa e minhas filhas.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao criador do universo, Jeová, que de forma tão bondosa, nos

revigora a cada dia com saúde e tantas outras bênçãos para enfrentar o dia a dia.

Agradeço ao Professor Doutor Marco Aurélio e ao Professor Doutor Sebastian que,

com muita competência e paciência conduziram a orientação da presente pesquisa,

e em especial, com a magnitude de proporcionar uma das experiências profissionais

mais prazerosas em minha vida, que foi poder participar no intercâmbio internacional

financiado pela CAPES entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul com a

Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Agradeço a minha família que, às vezes no silêncio, compreendeu minhas

ausências, inclusive quando da enfermidade de meu pai e da gravidez de minha

esposa.

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“A migração é a ação mais antiga contra a

pobreza”, escreveu o economista

J. K. Galbraith. Foi essa a saída

encontrada pelo patriarca Jacó, pai da

nação de Israel. Por causa de uma fome

em Canaã, Jacó e sua família de quase

70 membros se mudaram para o Egito,

onde viveram por muito tempo. (Gênesis

42:1-5; 45:9-11; 46:26, 27).

Revista Despertai – Fevereiro de 2013.

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Resumo

A busca pela efetividade dos serviços prestados pela UFMS se dá dentre outros

fatores, pela localização geográfica fronteiriça e consequente recepção de

imigrantes na comunidade acadêmica. Na justificativa, o presente estudo se

concretiza em observar o importante pólo para aquisição de conhecimentos, pois

podemos compreender mais de perto questões como cultura, língua, costumes entre

outros e acima de tudo aproveitando a função social da UFMS enquanto entidade

promotora de conhecimento e formadora de opinião, e, acima de tudo aproveitando

o atrativo educacional, capaz, por si só promover o desenvolvimento internacional e

a unificação de legislações internacionais. A presente pesquisa se dará pela

exploração dos potenciais educacionais a nível internacional, fazendo com que a

UFMS se torne referência internacional no fomento educacional. Frente ao problema

a ser abordado, a proposta será estudos de casos, incidências e viabilidade legal,

estrutural e pontual pelo ingresso e permanência de estudantes estrangeiros de

graduação e pós-graduação, bem como a análise dos fomentos nacionais e

internacionais para viabilizar as relações institucionais.

Palavras-chave: Internacionalização, Fronteira, Educação.

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Resumen

La búsqueda de la eficacia de los servicios prestados por UFMS se produce entre

otros factores, por ubicación geográfica fronteriza y la posterior recepción de los

inmigrantes en la comunidad académica. En la justificación, el presente estudio se

realiza en la observación de la importante centro para la adquisición de

conocimientos, como podemos entender más de cerca cuestiones como la cultura, el

idioma, las costumbres, etc., y sobre todo aprovechando la función social de la

UFMS como promotora de conocimientos y la formación de opinión, y sobre todo

aprovechando el atractivo, capaz, por sí sola promover el desarrollo internacional de

la educación y la unificación del derecho internacional. Esta investigación se llevará

a cabo mediante la explotación del potencial educativo a nivel internacional,

haciendo que el UFMS convertirse en un referente internacional en el desarrollo

educativo. Con el problema se aborda, la propuesta será estudios de casos,

incidentes y viabilidad legal, estructural y oportuna para la entrada y permanencia de

extranjeros de pregrado y posgrado, así como análisis de los estímulos nacionales e

internacionales para permitir que las relaciones institucionales.

Palabras clave: Internacionalización, Frontier, Educación.

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LISTA DE SIGLAS

AUCANI – Agência de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional.

AUGM – Asociación Universidad Grupo Montevideo.

AULP – Associação da universidades de Língua Portuguesa.

AUIP – Asociación Universitária Iberoamericana de Postgrado.

CAFP-BA - Programa Centros Associados para o Fortalecimento da Pós -

Graduação Brasil – Argentina.

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

DAAD – Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico.

EM – Erasmus Mundus.

FAUBAI - Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para

Assuntos internacionais.

GDE – Doutorado Pleno.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES – Instituição de Ensino Superior.

IMEA - Instituto Mercosul de Estudos Avançados.

MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

MEC – Ministério da Educação.

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul.

NEMERCOSUL – Núcleo de Estudos e Pesquisas do Mercosul.

PASEM – Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul.

PDE – Pós-Doutorado.

PDSE - Doutorado Sanduíche no Exterior

PEC-G – Programa de Estudante – Convênio de Graduação.

PNPG – Programa Nacional de Pós Graduação.

PTI - Parque Tecnológico Itaipu.

PROUNI – Programa Universidade para Todos.

PROPLAN – Pró-Reitoria de Planejamento.

REDEMACRO – Rede Macro universidades da América Latina e do Caribe.

RUF – Ranking Universitário Folha.

SPE – Treinamento no Exterior.

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SWE – Doutorado Sanduíche.

SWG – Graduação Sanduíche no Exterior.

UBA – Universidade de Buenos Aires.

UCDB – Universidade Católica Dom Bosco.

UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados.

UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso.

UFPR – Universidade Federal do Paraná.

UNILA - Universidade Federal de Integração Latino Americana.

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura.

USP – Universidade de São Paulo.

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................13

2 – METODOLOGIA .................................................................................................13

3 - DINÂMICA DA FRONTEIRA COMO ELEMNTO FACILITADOR PARA AS

COOPERAÇÕES INTERNACIONAIS NA EDUCAÇÃO...........................................15

3.1 - Bases para a elaboração de diagnósticos da Cooperação

internacional.............................................................................................................16

3.1.2 - A fronteira e as estratégias para a internacionalização ...........................18

3.1.2.1 - O mestrado em estudos fronteiriços da UFMS e o convênio com o

Doutorado ................................................................................................................20

3.1.3 - Aspectos históricos, geográficos e a Declaração da UNESCO como

marco temporal mundial da internacionalização no século XXI ........................21

4 - O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR NO BRASIL ..........................................................................................24

4.1 - A criação da UFMS e os anseios sócias de desenvolvimento no Brasil e as

inspirações locais ................................................................................................. 27

4.2 - O processo de internacionalização da UFMS e as relações

transfronteiriças..................................................................................................... .33

4.3 - Fomentos governamentais nacionais e estrangeiros aplicáveis à

viabilização das relações transfronteiriças na educação .................................. 38

5 - DA PESQUISA DE DOCUMENTOS ...................................................................54

5.1 - Tabulação de dado obtidos junto à CAPES ................................................ 54

5.2 - A importância das Relações Internacionais e a avaliação frente ao

Ranking Universitário no Brasil e no mundo...................................................... 62

5.3 - Crítica construtiva e análise comparativa entre a UFMS e a UFMT ......... 63

5.4 - Crítica construtiva e análise comparativa entre a UFMS e a USP ............ 70

5.5 - Notícias do site oficial da UFMS e as relações internacionais

difusas..................................................................................................................... 72

6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................73

7 – CONCLUSÃO .................................................................................................... 75

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8 - REFERÊNCIAS ................................................................................................. 77

ANEXO .................................................................................................................... 82

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1 - INTRODUÇÃO

A busca pela expansão dos serviços educacionais prestados em região de

fronteira pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul se dá, pelo menos, por

três fatores: primeiro por sua localização geográfica (fronteiriça) em especial na

cidade de Corumbá; segundo, pelas próprias concepções e consequente fluxo e

contra fluxo na comunidade acadêmica; terceiro, pela necessidade e emancipação

mundial da realidade educacional além da fronteira nacional.

A proposta da presente pesquisa permeou os caminhos da temática do

interesse das Instituições de Ensino Superior, em especial a UFMS, em expandir

suas relações internacionais e assim, cumprir cada vez mais com os anseios de

desenvolvimento global, aliado ao caráter transmissor integral do saber, que é nato

da própria essência e existência da Universidade. Em tempo a proposta da pesquisa

também procurou responder: 1) até que ponto a desinformação sobre a

internacionalização afeta a vida acadêmica? 2) como se dá a política da UFMS

frente às relações internacionais?

2 - METODOLOGIA

Quanto ao marco teórico e consequente início dos procedimentos

metodológicos ora adotados levamos em conta a peculiaridade da fronteira bem

como os dados primários e secundários no levantamento das informações por meio

dos protocolos vigentes até o ano de 2013, obtido junto à Coordenadoria de

Relações Internacionais da UFMS, documentos anexo: 01, além de pesquisa

bibliográfica e os fomentos internacionais no Mundo, com ênfase no Mercosul.

Ainda, o estudo identificou as principais dificuldades e necessidades no

processo de internacionalização, com destaques: necessidade de segundo idioma

fluente; falta de divulgação e ou informação acadêmica; recentidade do processo de

internacionalização; necessidade de adequar o plano político pedagógico dos cursos

para aproveitamento e reconhecimento das grades curriculares e/ou atividades

complementares; definição de estrutura orgânica própria frente suas especificidades,

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com status de Pró-Reitoria, inovador no Brasil, tendo em vista a carência de

recursos humanos e financeiros próprios.

Ainda citando a proposta do estudo, como hipótese, destacamos subsidiar a

falha destacada “ao considerar o estado como delineador dos limites, e por

consequência das fronteiras, a análise deixa latente o sujeito fronteiriço, no caso, o

formador das fronteiras, mesmo que carente das referências jurídicas estatais”

(Oliveira 2011).

Na justificativa, o presente estudo se concretizou em observar o importante

pólo para aquisição de conhecimentos, pois podemos compreender mais de perto

questões como cultura, língua, costumes, entre outros, e, acima de tudo

aproveitando a função social da UFMS enquanto entidade promotora de

conhecimento e formadora de opinião, bem como o atrativo educacional, capaz, por

si só, de promover o desenvolvimento internacional e a unificação de legislações e

das relações internacionais.

A justificativa do presente estudo ainda se deu pela exploração dos potenciais

educacionais a nível internacional, fazendo com que a UFMS de torne referência

internacional no fomento educacional, em especial na região de fronteira.

Destacamos, enquanto objetivos, a compreensão dos fomentos atuais

existentes no Brasil para o estudos no exterior, bem como a elaboração de

diagnósticos para cooperação internacional, viabilizando as estratégias para

promover o desenvolvimento educacional e universalizar a cidadania por meio de

uma estratégia de desenvolvimento territorial além da fronteira nacional, semelhante

ao realizado por meio do parecer 118/2010, de 18 de março de 2010, ora intitulado:

“A revalidação de Diplomas estrangeiros por Instituições Brasileiras”.

Ainda, foi provocado elucidar o perfil da educação local, os anseios e

interesses estudantis no sentido de promover reforma nos planos políticos

pedagógicos dos Cursos da graduação e pós-graduação da UFMS, estimular e

viabilizar os acordos de cooperação técnica e protocolos de intensão para

intercâmbio internacional de acadêmicos e professores no âmbito do ensino,

pesquisa e extensão, bem como promover site institucional específico com

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demonstrativos, similares aos encontrado na pesquisa, como exemplo a UFMT e a

USP.

Como exaurimento da pesquisa, tem-se algumas propostas de ações

concretas: estimular um segundo idioma; produção de eventos internacionais

(educacionais e culturais), como projetos: prestação de serviço, visitas técnicas,

produções científicas, e afins; reforma dos planos políticos pedagógicos; preparação

personalização nas ações para melhor adequação didática e pedagógica do

conhecimento adquirido no exterior.

3 - A DINÂMICA DA FRONTEIRA COMO ELEMENTO FACILITADOR

PARA AS COOPERAÇÕES INTERNACIONAIS NA EDUCAÇÃO

Para entendermos a concepção da dinâmica da fronteira como elemento

facilitador para as cooperações internacionais na educação, necessário se faz a

compreensão da abordagem trazida por Marcos Aurélio Saquet, citando Arnaldo

Bagnasco, onde traz o instigante debate sobre os conceitos de comunidade,

identidade, reciprocidade e confiança.

Nesse sentido, o conceito de identidade é demonstrado a partir da dificuldade

de adaptação de um indivíduo em situações novas ou como um modo de vida

coletivo. Já o conceito de comunidade é, segundo o autor, uma sociedade local,

moderna, com mesmos atores que estão inseridos em redes externas, econômica,

cultural e política. Por fim a reciprocidade e a relações de confiança se dão

justamente pelas linhas emancipatórias de educação, inerentes ao processo do

ensino, pesquisa e extensão envolvido entre as Instituições de Ensino Superior

envolvidas na cooperação.

No presente estudo abordaremos as bases para elaboração de diagnóstico da

Cooperação internacional; aspectos sobre a Fronteira e as estratégias para a

internacionalização; o exemplo em vigor e bem sucedido do Mestrado em Estudos

Fronteiriços da UFMS, Campus Pantanal, e o convênio com o Doutorado em

Antropologia Social da Universidade de Buenos Aires-Argentina; e por fim os

aspectos históricos, geográficos e a Declaração da UNESCO como marco temporal

mundial de internacionalização no século XXI.

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3.1. Bases para elaboração de diagnósticos da Cooperação internacional

O estudo sobre as Bases para elaboração de diagnósticos da Cooperação

internacional envolve uma projeção sobre a sistemática do significado, dos motivos,

dos personagens envolvidos, o momento, local, tema e de que forma

internacionalização se deu ao longo da história e como se dá atualmente.

Assim, no presente estudo procuraremos responder a luz da história e da

atualidade as seguintes perguntas: O que é internacionalização? Por que

internacionalizar? Quem são os atores da internacionalização? Quando ocorre a

internacionalização? Como internacionalizar? Dentre outras.

A história nos remete ao caráter internacional das universidades desde a

Idade Média com a criação das primeiras escolas européias. (Paris, Bolonha,

Oxford). O ambiente universitário, contava com professores e estudantes de

diferentes regiões e países, formando comunidades internacionais, tais

comunidades reuniam-se em torno de um objetivo comum: a produção do

conhecimento.

Aqui, lembramos de alguns aspectos históricos mundiais, citados no 20º

Fórum de Assuntos Internacionais das Universidades Brasileiras, que sintetizou o

processo de evolução e concepção de universidade e internacionalização, são eles:

1) Antes de Cristo: jovens da sociedade romana iam à Grécia (Atenas, Rodes,

Alexandria, Pérgamo); 2) Professores Gregos eram “importados” para fundar escolas

em Roma; 3) Queda do Império: ascensão das Universidades; 4) Século XII e XIII:

estabelece-se o conceito de Universidade na Europa. (Universidade de Salamanca –

1218); 5) Difusão do conhecimento por áreas de excelência: Paris (teologia),

Orléans e Bolonha (direito), Salerno (medicina); 6) Renascença: estímulo para os

intercambistas (Florença, Cambridge, Basel); 7) Século XVII e XVIII: lançamento do

“Grand Tour”(melhores estudantes-melhores universidades na Alemanha, França,

Itália e Grã-Bretanha); 8) Século XIX: Revolução Industrial: outros países começam

a exportar intercambistas (China e Japão); 9) Pós-guerra: mudança no conceito de

“viagens de estudos”. Foco no aprendizado para convivência pacífica entre os

povos; 10) 1950: estudos para a educação para a PAZ. França e Alemanha

iniciaram o movimento de programas governamentais para intercâmbio cultural.

Reconstrução dos países pós-guerra; 11) No ano de 1978 são criadas as primeiras

Assessorias de Relações Internacionais nas Universidades Brasileiras; 12) No ano

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de 1988 o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras cria o FAUBAI; 13)

Em 1998, no encontro realizado em Paris, a Unesco determina que a cooperação

internacional deve ser buscada por todas as IES.

Assim, citamos o conceito de internacionalização das instituições trazido por

Jesús Sebastián, onde diz: “é o processo de introdução da dimensão internacional

na cultura e na estratégia institucional, nas funções de formação, investigação e

extensão e no processo da oferta e de capacidades da universidade”.

Oportuno mencionar que a internacionalização não está simplesmente

evolvida com ideia isolada, como a realização e organização de atividades

internacionais, tais como seminários, congressos, programas de intercâmbio.

Interessante também registrar que ter programas de intercâmbio e ter estudantes

estrangeiros também não significa ser uma instituição internacional. O que está

envolvido na internacionalização da instituições de Ensino Superior é uma

verdadeira política, um conjunto de atos, comprometimentos recíprocos, produção e

desenvolvimento sinalagmático dos atores envolvidos, ou seja, uma contraprestação

simultânea institucional, parte integrante do desenvolvimento estratégico das

instituições.

A Declaração da Unesco de 1998 é enfática ao conceber que as instituições

de Ensino Superior devem, dentre outras funções:

Tomar a iniciativa de internacionalização no lugar de somente reagirem diante das forças externas resultantes da globalização; Conceber a cooperação internacional como parte integrante das suas missões institucionais e portanto devem criar mecanismos e estruturas apropriadas para promovê-la e organizá-la.

Diante dos treze acontecimentos históricos citados anteriormente, o efeito da

internacionalização acaba sendo uma maneira como os países respondem aos

impactos do fenômeno do desenvolvimento e também uma resposta pró-ativa, ou

seja, um conjunto de esforços institucionais para adaptarem-se a um mundo

globalizado. Desse modo a internacionalização, por si só, consubstancia a

valorização e o respeito pelas diferenças e pela identidade, enquanto a globalização

desenvolve a universalização uniforme de estratégias eficazes e eficientes pela

busca do pleno conhecimento.

Assim, surge a pergunta: para que internacionalizar? Jesús Sebastián cita ao

menos cinco fundamentos, são eles: 1) Melhorar a qualidade, a pertinência e a

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relevância da docência, da pesquisa e da extensão universitária; 2) Articular a

instituição no contexto mundial da educação superior; 3) Abrir novos espaços para a

projeção internacional e para a vinculação com outras redes acadêmicas

internacionais; 3) Consolidar valores como a cooperação e a solidariedade na

cultura institucional; 4) Ampliar as oportunidades de empregos aos egressos

Gacel, ainda traz como objetivos da internacionalização: “inculcar nos

estudantes, na equipe acadêmica e na equipe administrativa, novos conhecimentos,

habilidades e atitudes que lhes permitam atuar de maneira eficaz num meio global,

interdependente, internacional e multicultural”.

Nesse contexto definiremos os atores da internacionalização, são eles: os

gestores das instituições de ensino superior, os professores, acadêmicos, técnicos

administrativos e as agências de fomentos nacional e estrangeira. Em especial o

capítulo dois abordará em específico as agências de fomento nacional e

internacional disponível atualmente.

Por fim, nesse momento a internacionalização ocorre quando a estrutura

universitária estiver com vontade institucional para programar uma série de

atividades, quais sejam: capacitação de professores, técnicos; estímulo à

participação acadêmica; fomento de segundo e terceiro idioma; adequação das

atividades de ensino, pesquisa e extensão nos editais já disponíveis de forma

programada, conforme destaque no capítulo dois; vontade institucional e revisão do

plano político pedagógico dos cursos de graduação e pós-graduação, e por fim, uma

ampla publicidade, inclusive com metas a serem cumpridas.

3.1.2. A Fronteira e as estratégias para a internacionalização

Marco Aurélio Saquet citando Arnaldo Bagnasco, numa abordagem relacional

e processual na comunidade, no nível do pensamento, instiga um interessante

debate sobre comunidade, identidade, reciprocidade e por fim, confiança.

Chamamos a atenção frente as peculiaridades percebidas na fronteira e o processo

de adaptação em situações novas, em especial no estudo e intercâmbio

educacional.

Nesse sentido a identidade é percebida, a partir da dificuldade de adaptação

de uma pessoa, seja pelo idioma, seja pelo desafio da educação (ensino, pesquisa

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ou extensão), seja pela diferença cultural, etc, o que para a geografia significa

espacialidade e ou territorialidade.

Dentre as linhas de pesquisa do Mestrado em Estudos Fronteiriços da UFMS

tem-se uma linha de pesquisa, ora denominada: Ocupação e Identidade

Fronteiriças, cuja concentração é o estudo da ocupação histórica da região

cisplatina, em especial para as fronteiras construídas ao longo do rio Paraguai e as

identidades culturais, a partir da presença de nações indígenas e de portugueses,

espanhóis, brasileiros, paraguaios, bolivianos e outros estrangeiros das mais

variadas nacionalidades.

Conforme o site oficial da pró Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e

Inovação, disponível em:

https://sistemas.ufms.br/sigpos/portal/cursos/view/cursoId:116, o Mestrado em

Estudos Fronteiriços se destaca pelas promoções de diferentes culturas que

convivem nesse espaço geográfico (fronteiriço), das especificidades linguísticas

resultantes, dentre outros fatores, do contato entre línguas que, por sua vez, gera

situações de bilinguismo, fenômeno que interfere tanto na comunicação cotidiana

como questão do ensino-aprendizagem no ambiente fronteiriço. Também preocupa-

se em estudar as legislações nacionais, os tratados internacionais, a produção

literária, a diversidade linguística, as crenças e atitudes linguísticas do homem

pantaneiro e do habitante da fronteira, as práticas econômicas lícitas ou ilícitas, as

manifestações religiosas e culturais dos povos que fizeram e fazem da fronteira

Oeste uma região em permanente busca de interpretação para sua identidade.

Característica visivelmente notada também é sua interdisciplinaridade, pois,

igualmente, tem como foco aprofundar conhecimentos relacionados à promoção do

desenvolvimento de uma região fronteiriça.

Desse modo, a presente pesquisa, frente a internacionalização da UFMS e as

relações transfronteiriças na educação, fomentará por si só as alterações próprias às

esferas jurídicas e simbólicas da educação, em especial os costumes, a língua, e o

desenvolvimento educacional além da fronteira, normatizando e orientando, assim o

universo das representações dos membros de uma comunidade acadêmica

fronteiriça.

Abordaremos os múltiplos programa, redes, convênios, termos de cooperação

dentre outros incentivos educacionais, fomentando sobremaneira o desenvolvimento

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da região fronteiriça com ênfase na educação superiora partir da matiz histórica e de

sua expressão genética frente a finalidade própria da universidade no contexto

histórico mundial.

Interessante mencionar os destaques feitos pelo professor Edgar Aparecido

da Costa, em seu artigo: “Ordenamento Territorial em áreas de fronteira”, quando,

dentre diversos modos de enxergar a fronteira, traz seu o conceito a partir da citação

de Nogueira, onde diz:

a origem da palavra fronteira é derivada do antigo latim “fronteria” ou “frontaria”, e indicava inicialmente a parte do território situado “in fronte”, ou seja, nas margens, consignando portanto uma qualidade e não uma entidade. Michel Foucher, mais recentemente, vai dizer que a origem do nome fronteira deriva de front, la ligne de front, ou seja, da guerra.

O referido artigo ainda destaca os diversos pontos de vistas da fronteira, a

partir de seus protagonistas, bem como sua porosidade frente ao momento que

impera: o meio técnico-científico-informacional e as perspectivas econômicas na

análise da fronteira vivenciada, e não mais a fronteira percebida ou controlada.

3. 1.2.1 O Mestrado em Estudos Fronteiriços da UFMS e o convênio com

o Doutorado em Antropologia Social da Universidade de Buenos Aires

Nesse tópico, retratarei a experiência pessoal vivenciada pelo intercâmbio.

Tratou-se de missão de estudo no exterior oriundo do Programa Centros Associados

para o Fortalecimento da Pós - Graduação Brasil – Argentina CAFP-BA, em outras

palavras, uma cooperação internacional entre a Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade de Buenos Aires (UBA-Argentina) para o

reforço recíproco das atividades acadêmicas, enfatizando o intercâmbio de docentes

e alunos de pós-graduação.

Quanto à atividades realizadas, destaco: a) estudo com rendimento favorável

no exterior com participação e aprovação na disciplina “Problemáticas Rurales y

Regionales” do Mestrado em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia e Letras

da Universidade de Buenos Aires; b) Participação e aprovação no curso de espanhol

no Laboratório de Idiomas da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de

Buenos Aires; c) Participação em diversas atividades, tais como: reuniões de

intercâmbio, trabalho, participação como assistente no XI Congresso Argentino de

Antropologia Social na Universidade Nacional de Rosário, cidade de Rosário,

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Província de Santa Fé, Argentina, entre os dias 23 a 26 de julho de 2014; d)

participação como assistente na mesa redonda sobre o tema: “massacres do século

XX, memória e pedido de justiça, no projeto de extensão da Universidade de Buenos

Aires, UBANEX, ora denominado: “do território à cidade trajetória da migração,

organização etnopolíticas e revalorização identitária dos povos indígenas no meio

urbano”.

Quanto às propostas de aproveitamento e difusão no mestrado e experiências

e aprendizados decorrentes da missão no exterior, o intercâmbio propiciou o

levantamento multifocalizado de inúmeras preocupações, problemas, interesses,

desafios e mobilizações em relação ao tema “fronteira” e relações internacionais na

educação, proporcionado enriquecedora troca de experiências.

Nesse sentido, a participação no Intercâmbio foi extremamente positiva a

partir da significativa contribuição dos conhecimentos adquiridos através, inclusive

da entrevista junto à secretaria de Relações Institucionais e Internacionais da

Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, Argentina, Srª

Silvana Campanini, em setembro de 2014, que proporcionou, informações sobre

todos os fomentos internacionais ora apresentados nessa dissertação no capítulo

2.3 e seguintes. Em tempo, as atividades realizadas com o entendimento das

questões que envolvem as fronteiras em suas diversas vertentes e que

evidenciaram relação intrínseca com as próprias questões levantadas no âmbito do

Mestrado em Estudos Fronteiriços da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

foi sobremaneira fundamental para o desenvolvimento da presente dissertação.

Destacamos, por fim, o relevante destaque no cenário mundial que UBA

ocupa, estando entre as 200 melhores universidades do Mundo, e a primeira da

Argentina, conforme o site: http://www.shanghairanking.com/pt/ARWU2015.html. Em

tempo, registra-se a grandiosidade e farta informação contida no site oficial da UBA,

quanto às relações internacionais e informações para estudante estrangeiros:

http://www.uba.ar/internacionales/.

3. 1.3. Aspectos históricos, geográficos e a Declaração da UNESCO

como marco temporal mundial de internacionalização das Instituições de

Ensino Superior no século XXI

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Verificando o surgimento das universidades na idade média, concluímos que

as mesmas foram Constituídas verdadeiramente enquanto Comunidades

Internacionais, pois possuíam em sua natureza jurídica, além da busca pelo

conhecimento universal, a congregação de caráter internacional de estudantes e

professores, o que por si só contribuía para a concepção da “universitas”.

Com o passar dos anos, questões como: o fenômeno da globalização; a

importância busca incessante do saber associado à valorização do capital intelectual

dos indivíduos; a revolução da informação e dos meios de comunicação bem como a

responsabilidade na criação e na manutenção do entendimento entre os povos e do

espírito de solidariedade; foram permanentemente discutidas nos fóruns

internacionais e claramente apresentadas na Conferência Mundial sobre Educação

Superior realizada pela UNESCO em Paris, no ano de 1998

Assim, desde então, as universidades passaram a revisar e propor

atualizações em suas estratégias, com finalidade de que os seus estudantes e

egressos pudessem contar com as competências essenciais, tanto de forma

acadêmica quanto profissional, permitindo assim uma interação cada vez mais

eficaz do ponto de vista multicultural e internacional.

Diz o preâmbulo da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século

XXI: visão e ação - 1998:

No limiar de um novo século, há uma demanda sem precedentes e uma grande diversificação na educação superior, bem como maior consciência sobre a sua importância vital tanto para o desenvolvimento sociocultural e econômico como para a construção do futuro, diante do qual as novas gerações deverão estar preparadas com novas habilitações, conhecimentos e ideais. ... A segunda metade deste século passará para a história da educação superior como o período de sua expansão mais espetacular: o número de matrículas de estudantes em escala mundial multiplicou-se mais de seis vezes, de 13 milhões em 1960 a 82 milhões em 1995. Mas este é também o período no qual ocorreu uma disparidade ainda maior – que já era enorme – entre os países industrialmente desenvolvidos, os países em desenvolvimento e especialmente os países pobres, no que diz respeito a acesso e a recursos para o ensino superior e a pesquisa. Também foi o período de maior estratificação sócio-econômica e aumento das diferenças de oportunidades educacionais dentro dos próprios países, inclusive em algumas das nações mais ricas e desenvolvidas. ...

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A educação superior tem dado ampla prova de sua viabilidade no decorrer dos séculos e de sua habilidade para se transformar e induzir mudanças e progressos na sociedade. ...

Diante do acima exposto, verificamos as inspirações da Unesco, com

destaques aos seguintes dados, trazidos também no preâmbulo:

A segunda metade deste século passará para a história da educação superior como o período de sua expansão mais espetacular: o número de matrículas de estudantes em escala mundial multiplicou-se mais de seis vezes, de 13 milhões em 1960 a 82 milhões em 1995e para maiores informações, o texto completo estará disponibilizado no anexo dessa dissertação.

Quanto ao foco da pesquisa, atenção para o artigo 15, que destaca o

Compartilhamento de conhecimentos teóricos e práticos entre países e continentes,

onde menciona:

a) O princípio de solidariedade e de uma autêntica parceria entre instituições de educação superior em todo o mundo é crucial para que a educação e a formação em todos os âmbitos motivem uma compreensão melhor de questões globais e do papel de uma direção democrática e de recursos humanos qualificados para a solução de tais questões, além da necessidade de se conviver com culturas e valores diferentes. O domínio de múltiplos idiomas, os programas de intercâmbio de docentes e estudantes, e o estabelecimento de vínculos institucionais para promover a cooperação intelectual e científica devem ser parte integrante de todos os sistemas de educação superior. b) Os princípios de cooperação internacional com base na solidariedade, no reconhecimento e apoio mútuo, na autêntica parceria que resulte, de modo equitativo, em benefício mútuo, e a importância de compartilhar conhecimentos teóricos e práticos em nível internacional devem guiar as relações entre instituições de educação superior em países desenvolvidos, em países em desenvolvimento, e devem beneficiar particularmente os países menos desenvolvidos. Deve-se ter em conta a necessidade de salvaguardar as capacidades institucionais em matéria de educação superior nas regiões em situações de conflito ou submetidas a desastres naturais. Por conseguinte, a dimensão internacional deve estar presente nos planos curriculares e nos processos de ensino e aprendizagem. c) Deve-se ratificar e implementar os instrumentos normativos regionais e internacionais relativos ao reconhecimento de estudos, incluindo os que se referem à homologação de conhecimentos, competências e aptidões dos formandos, permitindo que estudantes mudem de curso com maior facilidade e tenham mais mobilidade dentro dos sistemas nacionais e na sua movimentação entre eles.

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Destaques para o princípio da solidariedade na qual cita a cooperação, em forma

de parceria, motivando a compreensão melhor de questões globais e do papel de uma

direção democrática e de recursos humanos qualificados para a solução de tais questões,

além da necessidade de se conviver com culturas e valores diferentes. Em linhas gerais

destaca os atores, tis já citados anteriormente, qual sejam: professores, gestores, técnicos e

comunidade acadêmica. Em tempo o referido princípio traz a importância também já citada,

qual seja o domínio de segundo ou terceiro idiomas, e ações práticas de intercâmbio de

docentes e estudantes com o predomínio dos vínculos institucionais para promover a

cooperação científica a luz do já programado no plano político pedagógico e a política de

incentivo institucional, com metas, se for o caso.

Por fim, concluímos que a medida que a globalização avança, sua dinâmica

por si só reproduz os aspectos transnacionais entre a massa de elite, o universo

universitário, que acompanha as tendências hegemônicas mundiais no avanço da

educação no âmbito do ensino, pesquisa e extensão universitária, possibilitando,

assim a mudança e adaptação das concepções emancipadoras nos princípios e

propostas sensíveis delineadas na Declaração Mundial sobre Educação Superior no

Século XXI.

4 - O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

O processo de internacionalização das Instituições de Ensino Superior no

Brasil ocorre de diversas formas, tendo em vista a autonomia de cada Universidade.

O modo mais comum se dá pela cooperação internacional, que inclui principalmente

a mobilidade de acadêmicos, gestores e professores. Apresentaremos em específico

no próximo tópico, dados da UFMS, tendo como base o ano 2013, ações

cadastradas e vigentes.

Há de se ressaltar que a internacionalização não ocorre isoladamente. Seu

mecanismo pressupõe cooperação em todas suas formas, quais sejam: cooperação

acadêmica, científica e tecnológica, e, em seus diferentes níveis, tanto de forma

horizontal e vertical, quanto bilateral, multilateral, com preponderância na

cooperação interinstitucional.

Destacamos (Stallivieri 2008):

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Durante a última década, a internacionalização acadêmica tem se fortalecido no coração da vida universitária, e, por ser uma situação relativamente nova para algumas instituições que fazem parte da realidade do ensino superior latinoamericano, entendemos que se torna necessária uma reflexão sobre o que compreende o termo "internacionalização" aplicado às instituições de ensino superior.

Nesse sentido, observamos grande destaque e com marco inicial no Brasil a

criação da UNILA, Universidade Federal de Integração Latino Americana, que

começou a ser estruturada em 2007 pela Comissão de Implantação com a proposta

de criação do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), em convênio com a

Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Itaipu Binacional. Dentre seus estudos

e avanços, tinha como missão “realizar estudos e atividades para o planejamento

institucional, a organização da estrutura acadêmica e curricular e a administração de

pessoal, patrimônio, orçamento e finanças, visando atender os objetivos do Projeto

de Lei”, contando “com o apoio de especialistas, escolhidos por sua competência no

âmbito latino-americano e internacional” e buscando “atuar em rede com as

universidades brasileiras, em intercâmbio com as instituições universitárias dos

demais países da América Latina e organismos de integração regional”.

Conforme destaca o site www.unila.edu.br, o projeto de Lei para sua criação

se deu:

No dia 12 de dezembro de 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, ao Congresso Nacional, o projeto de lei que viria, mais tarde, a criar a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, a UNILA. Como uma prova inconteste do interesse da sociedade em criar uma Universidade inovadora e voltada à integração latino-americana, o Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade em todas as comissões por que passou, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. E, finalmente, no dia 12 de janeiro de 2010, a Lei 12.189 foi sancionada pelo presidente Lula, em cerimônia realizada em Brasília.

Interessante ainda mencionar que no início a UNILA foi instalada

provisoriamente no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, e iniciou

suas atividades em 2010. Naquela ocasião, a Universidade tinha aproximadamente

200 alunos oriundos do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, subdivididos em seis

cursos de graduação. Atualmente possui 29 cursos de graduação e dois cursos de

pós-graduação (stricto sensu) e dois cursos de pós-graduação (lato sensu).

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Observamos que a gênese e a essência da UNILA, desde o início é fomentar,

de forma natural, a internacionalização em todas as suas concepções, seja

acadêmica, cultural e orgânica. Os próprios cursos de graduação e pós-graduação

permitem por si só verificar a natureza metodológica, pedagógica e didática em suas

linhas de atuação prática, seja no ensino, na pesquisa ou na extensão. Realmente é

um modelo a ser seguido, claro, guardadas suas proporções dentro da realidade de

cada universidade.

Outra fonte interessante considerada nessa pesquisa diz respeito sobre

“Formação de doutores no Brasil e no exterior: impactos na propensão a migrar”

(Milena Yumi Ramo y Lea Velho, 2011). O aludido artigo foi organizado em cinco

seções:

A primeira trata do contexto em que a mobilidade de pessoas qualificadas se tornou um problema de pesquisa e de interesse da política. Na seção seguinte, traça-se um breve panorama da evolução do entendimento sobre esta mobilidade, desde os estudos que cunharam o termo brain drain até a compreensão atual do fenômeno como circulação internacional de talentos. As seções 3 e 4 fornecem dados dos países desenvolvidos e do Brasil sobre a mobilidade de talentos científicos, numa tentativa de mostrar como esses países lidam com a questão. A seção final contém uma síntese das ideias apresentadas e aponta algumas implicações para o Brasil.

Para citar o caso do Brasil, destacamos:

O número de concluintes no ensino superior aumentou de 300.761 em 1998 para 800.318 em 2008 (Brasil, 2009); o de titulados no mestrado cresceu de 12.351 em 1998 para 33.360 em 2008; e o de titulados no doutorado, de 3.915 para 10.711 nesse período (CAPES, 2009).

Fazendo uma análise comparativa frente à pós-graduação, menos de três mil

pós-graduados estavam ocupados em atividades de pesquisa e desenvolvimento

nas empresas em 2000, ano no qual o país titulou mais de 18 mil mestres e cinco mil

doutores. Em 2005, somente 1.189 doutores ocupavam posições em atividades

internas de Pesquisa nas empresas (IBGE, 2007).

Porém há de ressaltar avanços positivos com investimentos impactantes e

continuados na formação de recursos humanos (professores e acadêmicos) na área

de ciência e tecnologia nas últimas quatro décadas.

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Sustentado nos Planos Nacionais de Pós-Graduação (PNPG), o processo de

expansão da pós-graduação resultou de financiamento e planejamento, tendo as

universidades públicas como base institucional, e temos como resultado: “os cerca

de 800 cursos de mestrado e doutorado da década de 1970 cresceram para quase

3.700 em 2008. Esses programas formaram, em 2008 apenas, 33.360 mestres e

10.711 doutores, com um contingente de estudantes em torno de 140 mil” (CAPES,

2009).

Essa estrutura acadêmica de incentivo construída pelo Brasil possibilitou o

crescimento significativo da comunidade científica nacional e um expressivo

crescimento de sua produção intelectual. Três mecanismos possibilitaram, segundo

confirmado por Milena Yumi Ramo e Lea Velho, essa política, são elas:

A concessão de bolsas com a garantia do emprego na instituição de vínculo no país; a inclusão de cláusulas determinando o retorno imediato após a obtenção do título no termo de compromisso assinado pelos bolsistas; e, mais recentemente, esforços governamentais para o estabelecimento de acordos internacionais com "países receptores" para impedir a concessão de visto de permanência a ex-bolsistas (Schwartzman, 1978; Balbachevsky & Marques, 2009).

O que se constatou pelas pesquisadoras citadas, foi que, a partir de meados

dos anos de 1990, houve uma significativa queda na concessão de bolsas de

doutorado pleno no exterior (gráficos abaixo) - ainda mais acentuada no caso do

mestrado - concomitante ao crescimento na concessão de bolsas de doutorado

"sanduíche" e pós-doutorado, por um período, em regra, não superior a um ano.

4.1 A criação da UFMS e os anseios de desenvolvimento no Brasil e as

inspirações locais

Como destacamos na introdução, a busca pela expansão dos serviços

educacionais prestados em região de fronteira pela Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul tem como pilar, três fatores impactantes: primeiro por sua localização

geográfica (fronteiriça) em especial na cidade de Corumbá, segundo, pelas próprias

concepções e consequente fluxo e contra fluxo na comunidade acadêmica, terceiro,

pela necessidade e emancipação mundial da realidade educacional além da

fronteira nacional.

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Senão bastasse a proposta da pesquisa permear nos caminhos e interesse

das Instituições de Ensino Superior no Brasil, especificamente na UFMS busca-se

provocar relações internacionais e cumprir cada vez mais com os anseios de

desenvolvimento global, aliado ao caráter transmissor integral do saber, que é nato

da própria essência e existência da Universidade, e no caso concreto, será

demonstrado como se dá na prática por meio dos termos de cooperação técnica e

os protocolos de intensão (anexo 01). Nesse momento, convém ressaltar o

pensamento do Professor Antônio Carlos Castrogiovanni: “é bom lembrarmos que o

espaço geográfico é um acúmulo desigual de tempos e a fronteira sem dúvida não

está alheia a essa lógica”.

O professor Gustavo Vilela faz um alerta no estudo identidade e fronteiras

liminares, ora apresentado em 2010 na disciplina “culturas e fronteiras”, no Mestrado

em Estudos Fronteiriços:

Os processos dinâmicos de formação identitária nas áreas de fronteira oferecem desafios aos antropólogos que se dedicam a estudar empiricamente a vida social nessas regiões, não apenas para o tema dos estudos fronteiriços, mas para o avanço em questões teóricas da própria antropologia.

Assim, quanto ao marco teórico, os procedimentos metodológicos ora

adotados levarão em conta a peculiaridade da fronteira bem como os dados

primários e secundários no levantamento das informações por meio dos protocolos

vigentes até o ano de 2013, obtido junto à Coordenadoria de Relações

Internacionais da UFMS, além de pesquisa bibliográfica. O estudo identificou as

principais dificuldades e necessidades no processo de internacionalização, com

destaques: necessidade de segundo idioma fluente; falta de divulgação e ou

informação acadêmica; recentidade do processo de internacionalização;

necessidade de adequar o plano político pedagógico dos cursos para

aproveitamento e reconhecimento das grades curriculares e/ou atividades

complementares; definição de estrutura orgânica própria frente suas especificidades,

com status de Pró-Reitoria, inovador no Brasil, tendo em vista a carência de

recursos humanos e financeiros próprios, possibilitando assim rubrica própria e

estímulo concentrado às ações internacionais.

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Bem destacado pela Professora Luciane Stallivieri, Assessora de Relações

Internacionais da Universidade de Caxias do Sul e Vice-Presidente do Fórum das

Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos internacionais – FAUBAI,

ressaltamos a importância do resgate das relações e laços internacionais nas

instituições de ensino superior no Brasil:

O caráter internacional das universidades está presente desde a Idade Média com a criação das primeiras escolas européias. A formação dessas escolas, chamadas de "universitas", contava com professores e estudantes de diferentes regiões e países, apresentando em sua constituição comunidades internacionais, que se reuniam em busca de um objetivo comum: o conhecimento.

Especificamente na realidade da UFMS, Campus do Pantanal, por se localizar

em Corumbá, às margens do rio Paraguai e também na fronteira entre o Brasil,

Paraguai e Bolívia, a cidade é banhada pelo rio Paraguai, principal rio do Pantanal e

considerada a maior área inundável do mundo (cerca de 230 mil km²), estendendo-

se por Mato Grosso, Bolívia e Paraguai, nos deparamos com as essências e origens

da universidade que é o universo cultural, que abriga a universalidade e a

multiplicidade de visões de mundo, posições filosóficas, tendências científicas e

políticas, enfim, diferentes modos de pensar dos seres humanos, oriundos de

diferentes partes do planeta, aliado ainda à característica de estar envolvida por três

cidades: uma no lado brasileiro: Ladário, e duas bolivianas: Puerto Suarez e Puerto

Quijarro, o presente estudo se justifica por ser inovador e traz propostas de

Internacionalização institucional para fomentar ainda mais as raízes não só do

conceito, mas também de atividades práticas com respaldo legal nas ações futuras

da "universitas" no tocante ao ensino, pesquisa e extensão, tanto no âmbito da

graduação, quanto da pós graduação.

Segundo Raffestin (2005):

A fronteira vai muito mais além do fato geográfico que ela realmente é, pois ela não é só isso. Para compreendê-la, é preciso retornar à expressão “regere fines” que significa traçar em linha reta as fronteiras, os limites. É o mesmo procedimento utilizado pelo padre na contrução de um templo ou de uma cidade, quando ele determina esse espaço consagrado sobre o terreno. Nessa operação o caráter mágico fica evidente: trata-se de delimitar o interior e o exterior, o reino do sagrado e o reino do profano, pois segundo Benveniste, a fronteira é ao mesmo tempo material e moral. Assim, uma fronteira não é somente um fato geográfico, mas também é um

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fato social de uma riqueza considerável pelas conotações religiosas nele implícitas.

Interessante destacar o artigo: Imigrantes em Região de Fronteira: condição

infernal, (Oliveira, 2004) quando reporta o tópico:

Também na fronteira o imigrante é permanentemente um homem-fronteira quando cita que para entender o imigrante, deve-se entender minimamente o local em que está inserido ou se inserindo, finalizando o destaque frente a experiência humana e seus registros escritos e toda a sua diversidade e particularidade; finalisa o professor: “do contrário, permaneceria comprometido mais com as exclusões e reações do preconceito do que

com a liberdade negativa do verdadeiro conhecimento.

Ainda citando a proposta do estudo, destacamos subsidiar a falha destacada

“ao considerar o estado como delineador dos limites, e por consequência das

fronteiras, a analise deixa latente o sujeito fronteiriço, no caso, o formador das

fronteiras, mesmo que carente das referências jurídicas estatais” (Oliveira 2011).

Na justificativa, o presente estudo se concretiza em observar o importante

pólo para aquisição de conhecimentos, pois podemos compreender mais de perto

questões como cultura, língua, costumes, entre outros, e, acima de tudo

aproveitando a função social da UFMS enquanto entidade promotora de

conhecimento e formadora de opinião, e o atrativo educacional, capaz, por si só, de

promover o desenvolvimento internacional e a unificação de legislações

internacionais.

A justificativa do presente estudo ainda se dará pela exploração dos

potenciais educacionais a nível internacional, fazendo com que a UFMS de torne

referência internacional no fomento educacional, em especial na região de fronteira.

Destacaremos, enquanto objetivos, a compreensão dos fomentos atuais

existentes no Brasil para o estudos no exterior, bem como a elaboração de

diagnósticos para cooperação internacional, viabilizando as estratégias para

promover o desenvolvimento educacional e universalizar a cidadania por meio de

uma estratégia de desenvolvimento territorial além da fronteira nacional.

Ainda, será provocado elucidar o perfil da educação local, os anseios e

interesses estudantis no sentido de promover reforma nos planos políticos

pedagógicos dos Cursos da graduação e pós-graduação da UFMS, estimular e

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viabilizar os acordos de cooperação técnica e protocolos de intensão para

intercâmbio internacional de acadêmicos e professores no âmbito do ensino,

pesquisa e extensão.

Como exaurimento da pesquisa, tem-se algumas propostas de ações

concretas: estimular um segundo idioma; produção de eventos internacionais

(educacionais e culturais), como projetos: prestação de serviço, visitas técnicas,

produções científicas, e afins; reforma dos planos políticos pedagógicos; preparação

personalização nas ações para melhor adequação didática e pedagógica do

conhecimento adquirido no exterior.

Com seus anseios delimitados no artigo 39 do capítulo VII, das Disposições

Gerais e Transitórias, da lei Complementar nº 31 de 11 de outubro de 1977, quando

da criação do Estado de Mato Grosso do Sul, onde narrava: “a União providenciará

as medidas necessárias à Federalização da universidade Estadual de Mato Grosso,

localizada na cidade de Campo Grande”, foi instituída pela lei 6.674 de cinco de

julho de 1979, a criação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

O objetivo fundamental delineado desde a sua criação foi, nos termos do

artigo 5º, ministrar o ensino superior em níveis de graduação e pós-graduação e

desenvolver a pesquisa, as ciências, as letras e as artes, e ainda de acordo com a

Lei 5.540/68, que fixou normas de organização e funcionamento do ensino superior

no país, devendo, ainda, seus bens e direitos serem utilizados e ou aplicados

exclusivamente aos objetivos natos, conforme o artigo 6º, parágrafo único.

A proposição inicial, em linhas gerais, traçava as diretrizes sobre sua

construção, estruturação e funcionamento, proporcionando, ainda, os meios de

sobrevivência institucional, possibilitando a adoção de mecanismos de atuação no

campo de ensino e no setor administrativo, prevendo seus órgãos e definindo o

regime de trabalho de seu pessoal docente e administrativo.

Conforme observado acima, a federalização da então Universidade Estadual

de Mato Grosso se impôs, inicialmente pelo critério territorial, óbvio, de fronteira,

tendo em vista a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, que pôs por si só em

evidência, não apenas o mais novo Estado da Federação, como, sobretudo uma

projeção de expectativas e perspectivas de desenvolvimento social, cultural e

econômico no âmbito nacional e internacional.

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Insta mencionar que o critério territorial esteve previsto desde sua gênese, no

sentido literal, pela criação do novo Estado, bem como pela localização geográfica

em fronteira internacional, com o Paraguai e a Bolívia. É oportuno destacar dois

aspectos de civilização Universitária previsto desde sua concepção, quais sejam:

técnica e cultura, destacados no conceito trazido por Loureiro, destacando

Fernandez Del Valle, quando define a Universidade como:

Corporação de estudantes e professores, que pela investigação e a docência se ordena à contemplação da verdade, à unidade orgânica do conhecimento, ao cumprimento das vocações pessoais e à preparação de profissionais, necessários para a realização do bem comum.

De fato, o saber universitário é mais do que um saber orgânico e superior, é

um saber comunicativo e ao mesmo tempo unitário, não apenas um jogo intelectual,

um passatempo suplementar, e sim uma tradução de investigação libertadora,

concordando inclusive com o sentido platônico do saber: “eis aqui os efeitos que

produz todo esse estudo das ciências que enumeramos, o qual eleva a melhor parte

da alma até a contemplação do melhor dos seres” (Platão, República, VI L. VII).

Destacado a importância do cenário inicial da UFMS, um fator decisivo que é

trazido pelo fundamento do conceito de universidade, e bem explorado atualmente,

diz respeito com a formação humanística, ou uma autêntica mística educativa com

espírito de colaboração científica e docente, formação do homem integral, ávido e

verdadeiro com profundo sentido social do patrimônio intelectual e moral a defender.

Tanto é que o primeiro reitor da UFMS, Professor João Pereira da Rosa, mencionou

no livro “As Histórias da Universidade” o seguinte relato: “a criação e a

implementação da universidade no Estado tem histórias e estórias que revelam o

espírito desbravador e a sagacidade de seus pioneiros”. Citamos ainda, suas

primeiras palavras no livro que conta a história e criação da UFMS e seu espírito

autêntico:

Ao professor, que faz sondagem diagnóstica, no primeiro contato com os alunos, para programar melhor o ensino visando atingir os objetivos educacionais; Ao professor, que faz plano de curso e plano de aula, para garantir a eficiência de sua missão; Ao professor que ajuda o aluno aprender; Ao professor, que molda os construtores do amanhã, com seu exemplo pessoal de justiça, de modéstia, de renúncia e de grandeza d’alma, para formar uma juventude digna, ética, crente e cheia de amor fraterno, sentido finalístico da vida, a nossa homenagem.

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4.2 O processo de internacionalização da UFMS e as relações

transfronteiriças

Atualmente as diretrizes elencadas no ordenamento jurídico brasileiro, quanto

às universidades, tem raízes constitucionais, especificamente a partir do artigo 207

da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, onde menciona que “as

universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão

financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre

ensino, pesquisa e extensão”, interessante também destacar o parágrafo primeiro

que abre as incidências da presente pesquisa no que tange às relações

internacionais, incorporado no sistema legislativo pela Emenda Constitucional nº 11

de 30/04/96, quando dá possibilidade de admissão de professores técnicos e

cientistas estrangeiros.

Apesar do foco dessa pesquisa frente ao Mestrado em Estudos Fronteiriços

ser as relações internacionais nos pilares educacionais do ensino, pesquisa e

extensão no exterior, a emenda Constitucional citada acima, trouxe inspirações a

planos sociais e a políticas públicas em geral, tanto quanto ao intercâmbio de

conhecimentos e a difusão, quanto a formação humanística universal.

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes destacou, em seu

livro de Direito Constitucional, o senso da Educação Superior no Brasil no ano de

2010, com os seguintes dados:

2.377 instituições de ensino superior, das quais 278 eram públicas, sendo 99 do sistema federal, 108 estaduais e 71 municipais; ainda relata que o sistema público contava com um total de 1.643.298 matrículas de graduação; o setor privado contava com 2.099 instituições, com 4.736.001 matrículas de graduação.

No Brasil, o programa PROUNI tem exercido um papel importante na

ampliação de números de matrículas no ensino superior, destaca o Ministro, que

pouco mais de um milhão, de um total de 4.736.001, tem o apoio do PROUNI, e o

mesmo tem exercido um papel fundamental para a manutenção de níveis mínimos

de qualidade do ensino superior.

Com inspirações internacionais, é citado, por exemplo, a Alemanha, que

disponibiliza um programa de auxílio a alunos de ensino superior e fundamental, ora

denominado BAfog (Bundesausbildungsforderungsgesetz), existente desde 1971.

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Destacamos ainda, como complementação da pesquisa, as inspirações

trazidas nas seguintes legislações Brasileiras: Lei 9.394/96 que estabelece as

diretrizes e bases da educação nacional; o Decreto 5.622/2005 que regulamenta o

artigo 80 da lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e o

Decreto 5.773/2006 que dispõe sobre o exercício das funções de regulação,

supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de

graduação e sequenciais no sistema federal de ensino.

Atualmente a realidade da UFMS se dá por uma divisão administrativa.

Destacamos a Coordenadoria de Relações Internacionais, que dentre outras

funções tem o competência de promover, cadastrar e estimular as relações

internacionais em suas diversas vertentes, seja na graduação, seja na pós

graduação, seja também na pesquisa, no ensino e ou extensão universitária.

Maiores informações podem ser obtidas junto ao site: http://relacoes-

internacionais.ufms.br/.

Quanto às práticas e relações internacionais vigentes na UFMS, e aqui,

destacamos o primeiro diagnóstico, foi constatado que os seguintes protocolos de

intenção e convênios no âmbito internacional, conforme anexo 01.

Fazendo dois estudos e análises comparativas, uma com a UFMT e outra

com a USP, levando em consideração número de cursos existentes, observamos

uma desproporção, conforme será demonstrado no item 5.3 e 5.4 da presente

dissertação.

Interessante também destacar a importância e as potencialidade das relações

internacionais, tendo em vista que é um dos critérios utilizados para avaliação de

demonstrativo de qualificação das Instituições de Ensino Superior no Brasil e no

mundo, de acordo com o ranking das universidades.

Insta destacar que apesar dos dados obtidos junto à Coordenadoria de

Relações Internacionais da UFMS em 2013, a mesma garantiu uma excelente

classificação dentre as Universidades Públicas no Brasil. E sobre esse importante

índice, trazemos o resultado colhido em pesquisa documental disponível na folha de

São Paulo, e destacado no site www.ufms.br, que diz:

O jornal Folha de São Paulo divulgou no início desta semana o Ranking Universitário Folha (RUF) de 2014. Entre as instituições de ensino superior de Mato Grosso do Sul, a melhor colocada foi a UFMS.

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A Universidade ficou em 37º lugar, seguida das instituições: UFGD, em 115º lugar; UEMS, em 123º lugar; UCDB, 149º lugar; e Anhanguera-Uniderp, em 152º lugar. No total a UFMS, recebeu a nota 68,7. Dentre os cursos avaliados, o de Engenharia Ambiental ficou entre os dez melhores do país. Entre os demais cursos estão: Administração de Empresas, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Direito, Economia, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Farmácia, Filosofia, Fisioterapia, Geografia, História, Jornalismo, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Química, Sociologia e Turismo. O RUF 2014 levou em conta os seguintes indicadores: qualidade do ensino, qualidade de pesquisa, avaliação do mercado, internacionalização e inovação. Para saber mais acesse: http://ruf.folha.uol.com.br/2014

Ainda sobre a importância das relações internacionais, destacamos outra

pesquisa documental, na qual em síntese enfatiza que o processo de

Internacionalização das Instituições de Ensino Superior, sendo, inclusive tema da

primeira palestra do Fórum das Assessorias de Universidades Brasileiras para

Assuntos Internacionais (Faubai), realizada no ano de 2008 na cidade de Bonito,

Mato Grosso do Sul.

Chamamos a atenção para a apresentação do quadro geral da

internacionalização nas Universidades trazidos pela palestrante, Luciana Stallivieri,

assessora, na época, de relações internacionais da Universidade de Caxias do Sul.

Conforme a palestrante: “a internacionalização é o processo de introdução da

dimensão internacional na cultura e na estratégia institucional, nas funções de

formação, investigação e extensão e no processo da oferta e de capacidade de uma

universidade”.

Criado pelo Conselho de Reitores de Universidades Brasileiras em 1988,

atualmente o Fórum das Assessorias de Universidades Brasileiras para Assuntos

Internacionais tem 26 anos. Dentre seus objetivos, destacamos: reunir experiências,

dando condições para o fomento da internacionalização das Instituições de Ensino

Superior no Brasil

Mencionando ainda a palestrante do Fórum em 2008, a mesma relatou sua

experiência como presidente do Fórum para falar sobre avaliação, qualidade e

pertinência da cooperação internacional, expondo o quadro geral, remontando a

idade média, sua intensificação na Revolução Industrial e principalmente no pós-

guerra – com foco no aprendizado para a convivência pacífica entre os povos,

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destacando a palestrante: “culminando em 1950, com a educação para a paz,

promovida principalmente pelas Universidades da França e da Alemanha”, grande

marco mundial para a internacionalização do conhecimento.

Quando o Fórum das Assessorias de Universidades Brasileiras para Assuntos

Internacionais, em 1998 completou 10 anos, houve uma determinação da UNESCO

(Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) no sentido

de que todas as Instituições de Ensino Superior no Brasil tivessem como prioridade

a internacionalização, dando, assim, destaque no campo da educação superior e no

desenvolvimento científico e tecnológico mundial. Para a Unesco qualquer

universidade tem responsabilidade de aumentar ainda mais a quantidade e a

qualidade de suas relações interinstitucionais e internacionais.

Por fim, ainda destacando a palestrante do Faubai em 2008, dentre os

motivos impactantes para o investimento no processo de internacionalização, temos:

Melhorar a qualidade e relevância da docência, pesquisa e extensão; articular a instituição no contexto mundial da educação superior; abrir novos espaços para a projeção internacional e para a vinculação com outras redes acadêmicas internacionais; ampliar as oportunidades de empregos aos egressos; estimular nos estudantes, docentes e funcionários da universidade, o desejo de novos conhecimentos, habilidades e atitudes que lhes permitam atuar de maneira eficaz num meio global independente

e multicultural; ampliar as oportunidades de empregos aos egressos.

Concluímos, assim, a notável importância e tendência sobremaneira do

processo de internacionalização das universidades brasileiras, com o desafio de

repensarem o seu papel frente à sociedade, dentro do caráter multiplicador de

valores e a universalização do conhecimento. No capítulo quatro abordaremos na

prática a representação da mobilidade de acadêmicos, professores e gestores, seus

lações transfronteiriços, reforçando assim a aproximação das comunidades

científicas de diversas partes do mundo, respeitando as diferenças e as

peculiaridades de cada país.

Ressaltamos, que por mais que o foco desta dissertação esteja centrado nas

relações além da fronteira nacional, interessante e oportuno entender que neste

espaço limítrofe existem práticas culturais, sociais, e econômicas diversas, capazes

por si só de delimitar o sucesso e o fracasso das atividades pretendidas, tanto é que

bem destacado por José Lindomar Coelho Albuquerque que as fronteiras são fluxos,

misturas e separações, obstáculos, integrações e conflitos, domínios e

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subordinações por que “representam espaços de poder, de conflitos variados e de

distintas formas de integração cultural.” (2006, p.5). E é diante dessa disputa que se

estabelece ou não a integração dos indivíduos dos dois países, e no caso em

específico o desenvolvimento educacional no ensino, pesquisa e extensão. Embora

os indivíduos, neste espaço, possam sofrer a inclusão ou exclusão, a cultura do

outro contamina sem pedir licença ou se preocupar com os aspectos legais.

De acordo com Velho (2001), a formação acadêmica no exterior aumenta a

possibilidade de inserção de pesquisadores brasileiros em redes internacionais de

produção de conhecimento, bem como de acesso privilegiado a recursos escassos

no país. Além disso, a socialização do estudante ou pesquisador brasileiro no

exterior permite que eles não apenas absorvam elementos codificados do

conhecimento, mas, sobretudo, conhecimentos tácitos incorporados nos pares

estrangeiros, tais como a dinâmica de organização de grupos de pesquisa e a maior

articulação com o setor privado, ou ainda, segundo Vessuri (2007), a integração dos

conhecimentos e sua aplicação no mundo real, o suporte aos tomadores de decisão

e a avaliação de possíveis benefícios e obstáculos proporcionados por diferentes

opções de resposta a questões centrais da atualidade.

Por fim, para o efetivo processo de internacionalização da UFMS e as

relações transfronteiriças, é necessário acontecimentos interdisciplinares e

multifocais para uma política educacional para a região de fronteira, é necessário

uma profunda integração regional, assim como é tratado no documento do Plano de

Ação do Setor Educacional do MERCOSUL na pág. 4 quando desenvolve os

Objetivos Estratégicos do Plano, e em síntese, diz:

1. Contribuir para a integração regional acordando e executando políticas educacionais que promovam uma cidadania regional, uma cultura de paz e o respeito à democracia, aos direitos humanos e ao meio ambiente;

2. Promover educação de qualidade a todos como fator de inclusão social, de desenvolvimento humano e produtivo;

3. Promover a cooperação solidária e o intercâmbio, para a melhoria dos sistemas educacionais;

4. Promover e fortalecer os programas de mobilidade de estudantes, estagiários, docentes, pesquisadores, gestores, diretores e profissionais;

5. Acordar políticas que articulem a educação como um processo de integração do MERCOSUL. (Plano de Ação do Setor

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Educacional do MERCOSUL 2011-2015, MERCOSUL/CMC/DEC N 20/11).

De forma peculiar ao centro das atenções iniciais, foco da pesquisa,

adveio a adesão formal da Bolívia como sexto país membro do MERCOSUL,

conforme cita a Presidente do Brasil no encontro com os membros dos países, como

consta no site http://onial.wordpress.com/2014/06/12/o-processo-de-adesao-da-

entrada-da-bolivia-no-mercosul/: “e saudamos com grande entusiasmo a decisão da

Bolívia de dar início a um diálogo com o MERCOSUL. Saudamos sua adesão ao

MERCOSUL como estado-parte. A Bolívia torna o MERCOSUL muito mais forte.”

(DILMA ROUSSEFF, 2012). Assim, o fato de o Mestrado em Estudos Fronteiriços

estar localizado justamente na fronteira Brasil x Bolívia, e os anseios da pesquisa ir

mais além, restou-nos obrigados, didaticamente abordar o tópico sobre a origem das

relações institucionais no âmbito internacional da UFMS com especificidade no

Mercosul, conforme entrevista junto à secretaria de Relações Institucionais e

Internacionais da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires,

Argentina, Srª Silvana Campanini, em setembro de 2014 citada na página 26 dessa

dissertação.

4.3 Fomentos governamentais nacionais e estrangeiros aplicáveis à

viabilização das relações transfronteiriças na Educação

No que tange ao estudo fora do país, o grande impedimento que limita e ou

inviabiliza a participação de muitos estudantes são os altos custos envolvidos,

diferentes conceitos e olhares, bem como a própria natureza conceitual de fronteira

e limite ao alcance e anseios pela expansão, integração e desafios da busca pelo

saber.

Todavia, nos esbarramos também nas questões econômicas próprias, fator

financeiro. Destacaremos num segundo momento as possibilidade de concorrer a

diversas bolsas com valores acessíveis, possibilitando, desde fazer graduação, até o

pós-doutorado, podendo ser feito inteiramente em universidades no exterior ou na

modalidade “sanduíche”, mais acessível, financeiramente, e de curta duração.

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Nesse primeiro momento, abordaremos a origem e a diferença limite e

fronteira.

A palavra limite referia-se à ligação interna de um Estado. O fim (ou o

começo) do limite é a separação, ou distinção. Os limites foram demarcados em

função de paisagens naturais e, mais tarde, passaram a ser estipulados em critérios

políticos e bélicos (LIA OSÓRIO MACHADO, 1998).

Para compreender melhor a distinção entre fronteira e limite, devemos

observar a diferença entre ambos:

A fronteira está orientada “para fora” (forças centrifugas), enquanto

os limites estão orientados “para dentro” (forças centrípetas).

Enquanto a fronteira é considerada uma fonte de perigo ou ameaça

porque pode desenvolver interesses distintos aos do governo central,

o limite jurídico do estado é criado e mantido pelo governo central,

não tendo vida própria e nem mesmo existência material, é um

polígono. O chamado “marco de fronteira” é na verdade um símbolo

visível do limite. Visto dessa forma, o limite não está ligado à

presença de gente, sendo uma abstração, generalizada na lei

nacional, sujeita às leis internacionais, mas distante, frequentemente,

dos desejos e aspirações dos habitantes de fronteira. Por isso

mesmo, a fronteira é objeto permanente da preocupação dos estados

no sentido de controle e vinculação. Por outro lado, enquanto a

fronteira pode ser um fator de integração, na medida em que for uma

zona de interpenetração mútua e de constante manipulação de

estruturas sociais, políticas e culturais distintas, o limite é um fator de

separação, pois separa unidades políticas soberanas e permanece

como um obstáculo fixo, não importando fatores comuns, físico-

geográficos ou culturais. (MACHADO, 1998, p.42)

Assim como outros autores a autora citada evidencia fronteira como fator de

integração, por se constituir zona de interpenetração mútua e de constante

manipulação de estruturas sociais, culturais educacionais, isso significa: vivencias

interculturais em sua plenitude. Assim, a interação não acontece naquilo que Lia

Osório Machado chama de limite, porque limite está desassociado da presença de

atores, por se tratar de traço imaginário por onde circulam pessoas de diversas

origens, de diversos locais. Essas atores podem tornar a fronteira local híbrido, com

diferentes sistemas educacionais, políticos, econômicos e culturais. E como

essência das relações de intercâmbio nas Instituições de Ensino Superior, esse

hibridismo é mais latente.

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É importante observar que a fronteira nunca é feita de um só território. São

sempre duas ou mais áreas que se configuraram segundo uma lógica de mobilidade

espacial, sejam de agentes sociais, econômicos ou políticos. A característica

espacial é tão interessante, nessa concepção, que os intercâmbios universitários

vão além do conceito de território físico, pois o que se materializa como limite ou

fronteira está relacionado precipuamente nas relações transnacionais. O que se

materializa no território fronteiriço, aqui citamos, virtual ou físico, é a condensação

dessa relação, e suas características expressam ao mesmo tempo a densidade e o

contexto histórico dessas ações desenvolvidas no território fronteiriço.

Tão importante quanto trabalhar o conceito de limite, de fronteira, é conceituar

o território. Inicialmente trabalhado segundo a concepção de Ratzel de “espaço vital”

que, uma vez apropriado por um povo, seria determinante para sua sobrevivência e

sua importância no mundo.

De caráter sempre transitório, os territórios são permanentemente

modificados, remodelados e alterados em sua aparência. Esse caminho atende à

representatividade dos atores locais que comandam o território e à lógica do poder.

É preciso ver o território como um referencial, uma delimitação, uma apropriação de

parte do espaço geográfico, onde se materializam intenções, ideias e ideais, sempre

considerando a relação de poder delimitada espacialmente.

O território produz territorialidades. A territorialidade tem a ver com as

identidades territoriais configuradas em novos espaços, por exemplo, num ambiente

cosmopolita universitário.

Por fim, apresentaremos no anexo da presente dissertação, os dados obtidos

junto aos sites nacionais e internacionais de fomento a estudos no exterior.

4.3.1 Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),

conforme site: www.capes.gov.br, é uma fundação do Ministério da Educação

(MEC), e desempenha relevante e fundamental missão na consolidação e expansão

da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil.

A partir de 2007, a Capes passou também a atuar na formação de

professores da educação básica, ampliando, assim, o alcance de suas ações na

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formação de pessoal qualificado no Brasil e no exterior, pois suas linhas prioritárias

de ações e atividades, dentre outras, estão: investimentos na formação de recursos

de alto nível no país e exterior, e, promoção da cooperação científica internacional.

A Capes possibilitou a mais de 4.900 estudantes brasileiros, em 2010, a

oportunidade de receberem bolsas de pós-doutorado, doutorado e graduação

sanduíche. A cada ano esse número vem aumentando, (conforme gráfico

apresentado no capítulo anterior). O seu foco é complementar os cursos de

graduação no Brasil, fornecendo aos meios acadêmicos e de pesquisa os

pesquisadores de alto nível.

Porém, essa seleção é criteriosa para a sua concessão. Há requisitos de

ordem objetiva e subjetiva, publicada em editais específicos. A exigência elementar

é alto rendimento acadêmico e também se destaca que nem todas as áreas são

contempladas, um exemplo disso é o mestrado, que de acordo com a Capes, pelo

fato de que o Brasil já possui cursos excelentes nessa área e que correspondem

com a demanda brasileira. Exemplo prático e experimento pelo Programa de pós-

Graduação em Estudos Fronteiriços, Mestrado em Estudos Fronteiriços, do Campus

do Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, foi a celebração, em

vigor, no Programa Centros Associados para o Fortalecimento da Pós-Graduação

Brasil (CAFP) – Argentina/Buenos Aires. Trata-se de uma cooperação internacional

entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade de

Buenos Aires (UBA) para o reforço recíproco das atividades acadêmicas,

enfatizando o intercâmbio de docentes e alunos de pós-graduação.

Insta mencionar alguns Programa que a Capes mantém no exterior, são eles:

Doutorado Pleno no Exterior: que disponibiliza bolsas de doutorado completo

como opção complementar às fornecidas pelos programas de pós-graduação no

Brasil. Os pretendentes devem ter alto rendimento acadêmico e devem privilegiar

instituições acadêmicas de excelência (bem conceituadas), informações completas

estão disponíveis no site: http://www.capes.gov.br/bolsas/bolsas-no-

exterior/doutorado. Inclusive, no decorrer da presente pesquisa se verificou-se edital

aberto com calendários disponíveis para 2015.

Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE): possibilita que as instituições de

ensino superior disponibilizem bolsas aos alunos de acordo com o seu desempenho

na última Avaliação Trienal da Capes, que, dentre as que possuem curso de

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doutorado, devam atingir nota igual ou superior a 3 (nota máxima é 7). A modalidade

é sanduíche, para alunos que queiram estudar um período de tempo no exterior. Há

uma seleção prévia para esses alunos de doutorado que devem reunir a

documentação necessária para uma seleção prévia junto a instituição de ensino

superior e encaminhá-la ao coordenador do programa de pós-graduação. Esta irá

compor uma comissão para avaliar as propostas e elegerá os candidatos aptos.

Estágio Pós-Doutoral: disponibiliza bolsa a pesquisadores doutores, com

formação concluída há menos de 8 anos, que pratiquem atividade de docência e de

pesquisa no Brasil. A duração da bolsa é estabelecida de acordo com o cronograma

de execução proposto na candidatura, tem variação de 6 a 12 meses.

Estágio Sênior: Bolsa ofertada a pesquisadores doutores com formação

concluída há mais de 8 anos e com vínculo de emprego com instituição de ensino

superior ou de pesquisa brasileira. O objetivo é uma espécie de reciclagem do

profissional docente e pesquisador. A duração da bolsa é estabelecida de acordo

com o cronograma de execução proposto na candidatura, tem variação de 1 a 12

meses.

4.3.2 CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico)

A ideia de criar uma entidade governamental específica para fomentar o

desenvolvimento científico no país, conforme fonte oficial no site cnpq.br, surgiu bem

antes da criação do próprio CNPq.

A proposta inicial tinha como objetivo a concepção de um sistema de

pesquisas que modernizasse e desse possibilidade de aumentar a produção do

setor agrícola, em especial. Passaram-se os anos e a lei de criação do Conselho

estabelecia como suas finalidades, dentre outras, de promover e estimular o

desenvolvimento da investigação científica e tecnológica, mediante a concessão de

recursos para pesquisa, formação de pesquisadores e técnicos, cooperação com as

universidades brasileiras e intercâmbio com instituições estrangeiras, conforme site

oficial: www.cnpq.gov.br

Vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o CNPq também oferece

bolsas para se estudar no exterior nas modalidades de pós-doutorado, doutorado

pleno, doutorado sanduíche, graduação sanduíche e estágio sênior (para

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pesquisadores nível 1 do CNPq vinculados a instituições de pesquisa ou de ensino).

Destacamos os conceitos obtidos junto ao site oficial: www.cnpq.br:

Estágio Sênior: Propicia ao pesquisador o desenvolvimento de projeto de

pesquisa ou parte dele em instituição estrangeira. O candidato deve ser pesquisador

nível 1 do CNPq ou equivalente, ter vínculo funcional/ empregatício com instituição

de pesquisa/ensino no Brasil e não acumular a bolsa com outras bolsas concedidas

por qualquer agência de fomento nacional.

Pós-doutorado (PDE): Possibilita ao pesquisador se capacitar e atualizar seus

conhecimentos por meio de estágio e de desenvolvimento de projeto com conteúdo

científico ou tecnológico inovador e de vanguarda, em instituição no exterior

internacionalmente reconhecida. A bolsa tem duração de 6 a 12 meses, sendo

permitida prorrogação, desde que não ultrapasse o tempo total de 24 meses. O

pesquisador deve ter o título de doutor, dedicar-se integralmente às atividades

programadas na instituição de destino, não acumular a bolsa com outras bolsas

concedidas por qualquer agência de fomento nacional. É permitida a realização de

apenas um pós-doutorado no exterior com bolsa do CNPq.

Doutorado Sanduíche (SWE): Bolsa para alunos matriculados em curso de

doutorado no Brasil há mais de um ano com conceito 6 ou 7 da Capes, ou

matriculado em curso com conceito 5, se não houver curso com conceito superior,

ou matriculado em cursos com conceito 4 ou 5, desde que o orientador seja bolsista

de produtividade em pesquisa do CNPq. O tempo de duração da bolsa é de 3 a 12

meses, prorrogável, sendo o tempo máximo de 1 ano.

Doutorado Pleno (GDE): O objetivo é formar doutores no exterior, em

instituições de reconhecido nível de excelência, em áreas do conhecimento em que

a pós-graduação no país ainda seja deficiente ou em áreas prioritárias definidas pelo

Conselho Deliberativo do CNPq. É preciso que o candidato possua título de mestre.

É vedada a concessão de bolsa de doutorado a candidato que já possua o título de

doutor. O tempo de duração da bolsa é de até 36 meses, prorrogáveis, no máximo,

por mais 12 meses.

Graduação Sanduíche no Exterior (SWG): Graduação Sanduíche no Exterior

(SWG): Para se candidatar à bolsa, o aluno deve ter participação destacada em

programa de iniciação científica ou tecnológica, com ou sem bolsa, ter concluído as

disciplinas consideradas necessárias para o bom aproveitamento dos estudos no

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exterior e ter conhecimento suficiente do idioma para o desenvolvimento das

atividades na instituição de destino. A duração da bolsa é de 6 a 12 meses, quando

o plano de atividades incluir estágio de pesquisa ou inovação/tecnologia em

indústria, centro de pesquisa ou laboratório.

Treinamento no Exterior (SPE): Bolsa para alunos de 4 a 12 meses que visa o

aperfeiçoamento, reciclagem ou treinamento de pesquisadores, especialistas e

técnicos através de estágios e cursos de média e longa duração.

Tanto as bolsas da Capes quanto as do CNPq variam de acordo com o país

de destino. Além das bolsas, há complementos, como o pagamento de passagens

aéreas, auxílio-instalação, auxílio seguro-saúde e taxas escolares, de acordo com as

especificidades de cada modalidade. Para o doutorado pleno poderá ser acrescido à

mensalidade da bolsa, um adicional por dependente.

4.3.3 Ciência Sem Fronteiras

Criado pelo Governo Federal, em julho de 2011, o programa Ciência Sem

Fronteiras fomentou 75 mil bolsas e um investimento de excede os R$3,2 bilhões até

2015. Por meio do intercâmbio e mobilidade entre os países, o Ciência Sem

Fronteiras é o crescimento e explanação da ciência e tecnologia acompanhadas de

inovação e competitividade brasileira. A ação é resultado de esforço do Ministério da

Educação (MEC) e dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por

intermédio de suas respectivas instituições de ateio Capes e CNPq, e Secretarias de

Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

A intenção primordial é que os estudantes de graduação e pós-graduação

façam estágio no exterior, e em relação à tecnologia e inovação possam ter a

oportunidade de contato com instituições e sistemas educacionais competitivos.

Ademais, o interesse também é de atrair pesquisadores do exterior ou

conquistar parcerias com os pesquisadores brasileiros, principalmente nas áreas

prioritárias definidas no Programa, surgindo também a possibilidade de treinamento

especializado de pesquisadores de empresas fora do Brasil.

As modalidades de bolsas de previstas, conforme o site oficial:

http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/home, são: Ciência sem Fronteiras

na Graduação, Ciência sem Fronteiras para a Educação Profissional e Tecnológica,

Ciência sem Fronteiras na Pós-Graduação e Ciência sem Fronteiras para

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Orientadores e Pesquisadores Atuando nas Áreas Prioritárias e Atração de

Cientistas para o País e Atração de Lideranças Internacionais para o Brasil.

As áreas prioritárias para os novos cientistas concorrerem a bolsas são:

Engenharias e demais áreas tecnológicas, Ciências Exatas e da Terra, Biologia,

Ciências Biomédicas e da Saúde, Computação e Tecnologias da Informação,

Tecnologia Aeroespacial, Fármacos, Produção Agrícola Sustentável, Petróleo, Gás e

Carvão Mineral, Energias Renováveis, Tecnologia Mineral, Biotecnologia,

Nanotecnologia e Novos Materiais, Tecnologias de Prevenção e Mitigação de

Desastres Naturais, Biodiversidade e Bioprospecção, Ciências do Mar, Indústria

Criativa (voltada a produtos e processos para desenvolvimento, tecnológico e

inovação), Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva, Formação de Tecnólogos.

Por enquanto, as áreas contempladas são as que possuem déficit de mão de obra

qualificada no Brasil, segundo o MEC.

Aqui, numa crítica construtiva, que será sanada, inicialmente como

propostas ou ações que possam contribuir para melhorar a realidade, a sociedade e

o contexto a que está inserida, a presente pesquisa verificou a não expansão do

louvável programa ciências sem fronteiras, principalmente no que tange às áreas

recorrentes e dinâmicas, como por exemplo, o Direito. Insta uma provocação que

será suprida oportunamente, ao final da pesquisa, por pedidos de atualização e

revisões, baseados em justificativas plausíveis e concretas para inserção do curso

de Direito no Programa Ciências Sem Fronteiras, citando, por exemplo, tanto pela

regulamentação de atividades de caráter além da fronteira, como pelas inspirações

legislativas transnacionais, como por exemplo o próprio Brasil.

Nesse sentido, destacamos a grande influência europeia no Brasil promovida

na época da colonização por Portugal e Espanha, e, atualmente os anseios de

Direitos Humanos Universais, regulamentações, recomendações, acreditações, bem

como a inserção no plano constitucional interno por meio das ratificações

promovidas pelo Congresso Nacional, com status de norma constitucional, conforme

a Constituição Federal/88, artigo 5º, LXXVIII, §§ 3º e 4º, que dizem:

§3º: Os tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. §4º: O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão

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Como ressalva feita pelo MEC, salientamos a característica teleológica do

programa pelas cláusulas que garantem a volta dos estudantes ao Brasil e seu

compromisso de permanecer no país por pelo menos o dobro do número de meses

com o qual foi agraciado para realização dos cursos no exterior

No que tange ao estudo fora do país, apresentaremos informações extraídas

dos sites oficias governamentais que viabilizam estudos no exterior bem como

informações colhidas na entrevista junto à secretaria de Relações Institucionais e

Internacionais da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires,

Argentina, Srª Silvana Campanini, em setembro de 2014.

4.3.4 - Erasmus Mundus (EM)

Um dos programas de cursos e bolsas de mestrado e doutorado da União

Europeia é o Erasmus Mundus (EM). Existente desde 2004, abrange diferentes

universidades e a sua principal característica é que o programa de pós-graduação

que é feito em, no mínimo, duas universidades diferentes.

O programa prevê a experiência multicultural, por intermédio das diversas

culturas europeias. Sua característica principal é o intercâmbio, e nessa modalidade,

os estudantes de universidades brasileiras, que são conveniadas com o EM, têm a

oportunidade de desenvolvimento de estudos e pesquisas de grande importância

para sua vida profissional. Porém, como os cursos são multidisciplinares, pode haver

empecilhos para a validação do diploma no Brasil. Assim, há necessidade de se

verificar detalhadamente se há termos de cooperação técnica entre as instituições

envolvidas bem como se a matriz curricular, e ou planos pedagógicos são

equivalentes ou similares no quesitos de horas bem como no conteúdo.

De acordo com o site, em resumo, o Erasmus Mundus é:

Um programa de Ensino Superior financiado pela Comissão Europeia. Combinando um ambiente acadêmico de alta qualidade com oportunidades extensivas para viagem internacional, o Erasmus Mundus oferece a estudantes e pesquisadores de todo o mundo, sem limite de idade, a oportunidade de realizar um período de intercâmbio ou formação plena em algumas das melhores universidades da Europa e do mundo. A participação em um esquema de mobilidade como tal recebe apoio por meio de bolsas de estudo concedidas a estudantes e pesquisadores de níveis de excelência.

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Destaca-se, nessa modalidade que despesas como a viagem, alimentação,

moradia, taxas e seguro de vida são cobertas integralmente pelas bolsas do EM. Os

bolsistas ficam no mínimo 6 meses em cada uma das instituições do convênio de

universidades, obrigatoriamente. Ao fim, há a entrega do diploma que pode ser

conjunto ou múltiplo. Informações adicionais sobre os programas e atividades

podem ser obtidas no site oficial europeu:

http://eacea.ec.europa.eu/erasmus_mundus/

4.3.5 Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD)

Desde 1925, data de sua fundação, o Serviço Alemão de Intercâmbio

Acadêmico (DAAD- sigla em alemão) já concedeu mais de 1,5 milhão de bolsas de

estudos, tanto para alemães quanto pra estrangeiros. É uma das agências de maior

fomento acadêmico científico do mundo e no Brasil, o DAAD está presente há 40

anos e disponibiliza bolsas diversas, de estudo da língua germânica ao pós-

doutorado. O site oficial para informações gerais é:

http://www.daad.org.br/pt/18377/index.html.

Para os alunos de graduação ou de mestrado que demonstrarem interesse

em aperfeiçoar o idioma e aprofundar os conhecimentos sobre a sociedade alemã

devem ter um nível intermediário de alemão. Esses cursos duram de 4 a 6 semanas.

Além dessas bolsas, o DAAD também oferece bolsas, de 12 meses, de pós-

graduação para especialização Arquitetura, Música, Design e Cinema, Artes

Plásticas, além de disponibilizar também o programa de pós-graduação com

Relevância para Países em Desenvolvimento e programa de bolsas para cursos de

mestrado em Políticas Públicas e Boa Governança.

O DAAD tem parceria com o CNPq e a Capes para que os estudantes que

desejam fazer doutorado na Alemanha. As bolsas são para estudo integral ou

sanduíche, e a ideia é que o portfólio do aluno chegue por meio de uma das

instituições brasileiras. O três órgãos mencionados farão a avaliação do material e

um deles irá financiar a bolsa de acordo com os critérios e características de cada

um. Tanto o DAAD, quanto a Capes e o CNPq podem fornecer a bolsa para esse

estudante, independente de qual instituição ele iniciou o processo de seleção.

Graduação ou Mestrado: O objetivo da bolsa mencionada é aprofundar os

estudos na língua e na cultura germânica. Durante os meses de janeiro e fevereiro

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são disponibilizados os cursos de inverno, pelas universidades de Düsseldorf,

Essen, Freiburg e Leipzig, e é todo lecionado em alemão. O nível dos alunos neste

idioma deve ser intermediário, o teste OnDaf é obrigatório e os estudos tem duração

de 4 a 6 semanas. O requisito para se candidatar é ser brasileiro e ter residência

permanente no Brasil, ser matriculado no 6º semestre da faculdade e ter CR igual ou

acima de 8,0.

Pós-graduação: A bolsa atende todas as área e o rendimento dos alunos

interessados deve ser acima da média. Habilidade artística é necessária para

concorrer a bolsas de Música, Artes Plásticas, Design Cinema, que tem duração de

12 meses. Experiência profissional, neste caso é de 2 anos, na área também pode

aparecer como pré-requisito, exigível de comprovação, como para a bolsa do

programa de pós-graduação com Relevância para Países em Desenvolvimento.

Para os estudantes que se interessarem no programa de Políticas Públicas e Boa

Governança o conhecimento do inglês é necessário, além de graduação completa

em Direito, Ciências Sociais e Políticas, Economia, Administração, Relações

Internacionais e áreas afins. A bolsa é de 24 meses, para ambos os cursos.

Doutorado: O DAAD tem uma parceria com as instituições brasileiras CNPq e

Capes com o intuito de conceder bolsas, tanto para estudo integral ou sanduíche. O

objetivo é que o portfólio do aluno chegue por uma das instituições brasileiras e seja

avaliado nas três instituições.

4.3.6 Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)

Desenvolvido pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Educação, em

parceria com universidades públicas e particulares, o Programa de Estudantes-

Convênio de Graduação (PEC-G), oferta oportunidades de formação superior a

cidadãos de países em desenvolvimento, ditos emergentes, com os quais o Brasil

mantém acordos educacionais e culturais. Os estrangeiros selecionados pelo PEC-

G, estão, preferencialmente, entre 18 e 23 anos, com ensino médio completo, vem

com o objetivo de realizar os estudos de graduação no país.

As pessoas preferencialmente selecionadas são as inseridas em programas

de desenvolvimento socioeconômico, acordados entre o Brasil e seus países de

origem. Esses acordos condicionam também aos alunos o compromisso de

regressarem ao seu país de origem e contribuir com a área na qual se graduou.

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A bolsa de graduação é gratuita, porém, em contrapartida, o estudante deve

comprovar que é capaz de custear suas despesas no Brasil, entre outros critérios,

como o certificado de conclusão do ensino médio ou curso equivalente e proficiência

em língua portuguesa, no caso dos alunos de países fora da Comunidade de Países

de Língua Portuguesa (CPLP). Informações adicionais sobre os programas e

atividades, podem ser obtidas no site

http://www.dce.mre.gov.br/PEC/PECG.php#tab2

4.3.7 AUGM (Asociación Universidad Grupo Montevideo)

A Asociación de Universidades do Grupo Montevideo (AUGM) é uma rede de

universidades públicas da região sul da América Latina com o objetivo de integração

e cooperação acadêmica entre as instituições. As atividades acadêmicas estão

organizadas em Núcleos Disciplinários (ND), Comitês Acadêmicos (CA) e Cátedras

UNESCO (CU). A rede promove ainda os Programas Escala Estudantil e Escala

Docente e as Jornadas de Investigadores Jovens. Em especial, no Brasil, destaque

para a atuação da USP que participa do Comitê Acadêmico de Medios de

Comunicación Universitários e da Comision de Postgrados de AUGM. Há editais

específicos para os programas da rede, como os Programas Escala Docente e

Escala Estudantil. Informações adicionais sobre os programas e atividades da

AUGM, podem ser obtidas no site www.grupomontevideo.edu.uy.

4.3.8 AULP (Associação das Universidades de Língua Portuguesa)

Tem como objetivo específico promover a colaboração multilateral entre as

universidades dos países de língua portuguesa.

Entre seus principais desafios, estão: a) a dinamização da rede de

universidades de língua portuguesa de forma a valorizar as diversas culturas; b)

aproximar as dinâmicas científicas; c) multiplicar os intercâmbios nos domínios do

ensino e da investigação científica; d) consolidar as parcerias estratégicas e ampliar

o papel da língua portuguesa como animador qualificado desta comunidade. Durante

a pesquisa, novamente, destaque dado à Universidade de São Paulo que é membro

titular dessa rede desde 1997. Informações adicionais sobre os programas e

atividades da AULP, podem ser obtidas no site (http://aulp.org/)

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4.3.9 Rede de Macro Universidades da América Latina e Caribe

(REDEMACRO)

A Rede Macro composta por 34 universidades públicas de 19 países, e criado

em 2012, dentre suas ações, sustenta ativamente vários princípios que seus

membros consideram essenciais, dentre outros, e com destaque para a cooperação

e mobilidade universitária como ferramentas de reconhecimento do patrimônio

cultural comum, com respaldo nas pesquisas associadas nos assuntos sociais e

econômicos dos membros participantes.

Integram a Rede Macro as seguintes universidades:

Argentina: Universidad de Buenos Aires, UBA Universidad Nacional de Córdoba, UNC Universidad Nacional de la Plata, UNLP Bolivia: Universidad Mayor de San Andrés, UMSA Brasil: Universidade de São Paulo, USP Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG Colômbia: Universidad Nacional de Colombia, UNAL Costa Rica: Universidad Nacional, Costa Rica, UNA Universidad de Costa Rica, UCR Cuba: Universidad de la Habana, UH Ecuador: Universidad Central de Ecuador, UCE El Salvador: Universidad de El Salvador, UES Guatemala: Universidad de San Carlos de Guatemala, USAC Honduras: Universidad Nacional Autónoma de Honduras, UNAH México: Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, BUAP Universidad Autónoma de Sinaloa, UAS Universidad de Guadalajara, UdeG Universidad Nacional Autónoma de México, UNAM Universidad Autónoma de Nuevo León, UANL Universidad Veracruzana , UV Instituto Politécnico Nacional, IPN Universidad Autónoma de Tamaulipas , UAT Nicaragua: Universidad Nacional Autónoma de Nicaragua, UNAN Panamá: Universidad de Panamá, UP

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Paraguay: Universidad Nacional de Asunción, UNA Perú: Universidad Nacional Mayor de San Marcos, UNMSM Puerto Rico: Universidad de Puerto Rico, UPR República Dominicana: Universidad Autónoma de Santo Domingo, UASD Uruguay: Universidad de la República, UDELAR Venezuela: Universidad Central de Venezuela, UCV Universidad de los Andes, ULA Universidad del Zulia, LUZ

Informações adicionais sobre os programas e atividades podem ser obtidas

no site http://www.redmacro.unam.mx/index.html

4.3.10 AUIP (Asociacion Universitaria Iberoamericana de Postgrado)

Tem como objetivo geral contribuir, sob um critério de alta qualidade

acadêmica, com a formação de professores universitários, científicos e profissionais

de níveis de pós-graduação (doutorado), em função das necessidades de

desenvolvimento que possui cada país, bem como da Comunidade Ibérica de

nações.

Conforme site oficial http://www.auip.org/index.php/pt, temos como propostas

da AUIP:

Estabelecer um processo efetivo de avaliação e reconhecimento dos estudos e pós-graduação que oferece cada instituição membro da Associação no marco da legislação de cada país; Facilitar o intercâmbio de professores, pesquisadores e estudantes entre os membros da Associação; Promover a realização de programas conjuntos de pós-graduação e de pesquisas cientificas de forma cooperativa e interinstitucional; Desenvolver uma política informativa e de difusão que sirva para multiplicar as possibilidades de cooperação e para fortalecer aos próprios membros da Associação; Organizar, apoiar e promover reuniões de caráter acadêmico, cultural ou cientifico para contribuir ao intercambio e enriquecimento de experiências e conhecimentos entre professores pesquisadores dos programas de pós-graduação adscritos à AUIP. Contribuir com a preservação e o enriquecimento do patrimônio cultural e educativo e cooperar com sua aportação intelectual ao desenvolvimento autônomo iberoaméricano por meio dos programas de pós-graduação. Fomentar a inovação e experiência dos novos sistemas, estruturas e métodos educativos, científicos e técnicos adaptados à realidade de Iberoamérica.

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Contribuir com a manutenção de um excelente nível de qualidade acadêmica através de avaliações periódicas e sistemáticas dos programas.

Informações adicionais sobre os programas e atividades da AUIP podem ser

obtidas no site: http://www.auip.org/index.php/pt

4.3.11 PASEM (Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul)

Constitui-se uma ação conjunta do Mercosul com a União Europeia e

demonstra o papel central que a educação ocupa nos processos de integração da

região. Destaca-se como objetivo geral deste Programa a contribuição para a

melhoria da qualidade da educação por meio do fortalecimento da formação

profissional docente na Argentina, no Brasil, no Paraguai e no Uruguai.

Conforme site oficial, as metas específicas do PASEM são:

A consolidação dos vínculos interinstitucionais. A capacitação de formuladores e gestores de políticas de formação docente para a integração regional. O reconhecimento de estudos. A alfabetização e o uso das TICs para o ensino e a aprendizagem. O aprendizado do espanhol e do português como línguas estrangeiras. A criação de uma base de dados de experiências de boas práticas.

Informações adicionais sobre os programas e atividades do PASEM podem

ser obtidas no site: http://www.pasem.org/pt/

4.3.12 NEMERCOSUL (Núcleo de estudos e pesquisas do Mercosul)

Trata-se de uma das iniciativas do Setor Educacional do

MERCOSUL, promovida pela Comissão Regional Coordenadora de Educação

Superior.

No âmbito das Metas e Ações para a Educação Superior correspondentes

ao Plano Estratégico 2006-2010, estabeleceu-se a criação de um Núcleo de Estudos

e Pesquisas em Educação Superior com o objetivo do MERCOSUL contribuir para a

cooperação interinstitucional entre os sistemas universitários dos países do

MERCOSUL. Para tal, convocou-se um grupo de trabalho com representantes

de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Venezuela, que estabeleceu as

bases para criá-lo, definindo os seus objetivos, que foram aprovadas e

validadas plano para o período 2011-2015.

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De acordo com o site oficial do programa, qual seja:

http://nemercosur.siu.edu.ar/index_portugues.html, tem-se como objetivos:

1) Sistematizar informações sobre as pesquisas e iniciativas acadêmicas pesquisa: a. que tenham como objeto analisar os problemas existentes na região que demandam estudos conjuntos; e b. que estejam relacionados com os problemas da Educação Superior no MERCOSUL. 2) Promover pesquisas intra-regionais que tenham como objeto os problemas do Setor da Educação Superior no MERCOSUL e sua contribuição para a integração regional. 3) Promover pesquisas que tenham como objeto os eixos temáticos estabelecidos nos eixos temáticos estabelecidos no Espaço Regional de Educação Superior (ERES). 4) Facilitar a comunicação / interação entre os diversos atores envolvidos no Espaço Regional de Educação Superior (ERES) e os responsáveis pela tomada de decisão. 5) Elaborar propostas que contribuam para o fortalecimento das políticas para a integração da Educação Superior no MERCOSUL.

Informações adicionais sobre os programas e atividades estão disponíveis no

site oficial: http://nemercosur.siu.edu.ar/index_portugues.html

Ainda destacamos alguns interações da pesquisa e entrevista na

Universidade de Buenos Aires, Faculdade de Filosofia e Letras, na qual a

entrevistada destacou os plano e ações do Governo Argentino como meio de

incentivo e financiamento de estudos e pesquisas. As informações desse programa

governamental Argentino chama-se: programa de desenvolvimento do setor da

educação do Mercosul (Desarrollo del Sector Educativo del Mercosur). Maiores

informações oficiais estão disponíveis no site:

http://portales.educacion.gov.ar/dnci/desarrollo-del-sector-educativo-del-mercosur/

4.3.13 Fundación Carolina

A Fundação Carolina foi criada pelo Conselho de Ministros, em 22 de

setembro de 2000. Sua finalidade é promover as relações culturais e a cooperação

em educação e ciência entre a Espanha e os países da Comunidade Latino-

Americana com especial laços históricos, culturais e geográficas.

Desde a sua criação, o núcleo das atividades da Fundacão Carolina tem

focada suas funções na área de formação de alunos e professores ibero-americanos

através de bolsas e auxílios que cobrem todas as áreas do conhecimento. Quanto

ao foco territorial ser a América Latina, se justifica dentre outras funções suas

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necessidades educacionais, reforçando a internacionalização das universidades e

centros de investigação espanhóis.

Atualmente, a Fundação Carolina é considerada referência da mobilidade

acadêmica e bolsas de estudos internacionais. Caracterizada por rever anualmente

a formação cultural, a inovação e empreendedorismo adapta-se sua oferta às novas

tendências, contribuindo para os objetivos iniciais, juntamente com países

prioritários países da política externa, quais sejam: Estados Unidos, China , Índia,

juntamente com toda a América Latina.

A Fundação Carolina se destaca também por promover e reforçar, conforme

site oficial, as relações comerciais, a cooperação e a aprendizagem internacional.

Um levantamente ffeito no site ofical, constatamos, uma impactante iniciativa quanto

às relações transfronteiriças na educação na Espanha, no ano letivo de 2015-2016,

quais sejam seis tipos de bolsas: graduação, estadias curtas de doutoramento e

pós-doutoramento, o empreendedorismo, a mobilidade dos professores brasileiros,

Escola de Verão Complutense e Estudos Institucionais.

Com destaques, o número de bolsas de estudo oferecidas no programa

correspondentes aos valores de formação 2015-2016 são de 540, divididos: 323

bolsas de estudo de pós-graduação (304 bolsas de estudo e 19 novas renovações

chamada de bolsas de estudo); 93 bolsas de estudo para doutorado e estadias

curtas pós-doutorado (25 bolsas de doutorado, 43 renovações e 25 bolsas de

doutorado pós-doutorado estadias de curta duração); 29 bolsas de mobilidade dos

professores brasileiros; 15 bolsas de empreendedorismo; 50 bolsas de estudo da

Escola de Verão Complutense; 30 bolsas de estudos institucionais. Maiores

informações no site: http://www.fundacioncarolina.es/formacion/presentacion/

5 - DA PESQUISA DE DOCUMENTOS

5.1 Tabulação dos dados obtidos junto à CAPES

Uma fonte interessante considerada nessa pesquisa diz respeito sobre

“Formação de doutores no Brasil e no exterior: impactos na propensão a migrar”

(Milena Yumi Ramo y Lea Velho, 2011). O aludido artigo foi organizado em cinco

seções:

A primeira trata do contexto em que a mobilidade de pessoas qualificadas se tornou um problema de pesquisa e de interesse da política. Na seção seguinte, traça-se um breve panorama da evolução do entendimento sobre

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esta mobilidade, desde os estudos que cunharam o termo brain drain até a compreensão atual do fenômeno como circulação internacional de talentos. As seções 3 e 4 fornecem dados dos países desenvolvidos e do Brasil sobre a mobilidade de talentos científicos, numa tentativa de mostrar como esses países lidam com a questão. A seção final contém uma síntese das ideias apresentadas e aponta algumas implicações para o Brasil.

Para citar o caso do Brasil, destacamos:

O número de concluintes no ensino superior aumentou de 300.761 em 1998 para 800.318 em 2008 (Brasil, 2009); o de titulados no mestrado cresceu de 12.351 em 1998 para 33.360 em 2008; e o de titulados no doutorado, de 3.915 para 10.711 nesse período (CAPES, 2009).

Fazendo uma análise comparativa frente à pós-graduação, menos de três mil

pós-graduados estavam ocupados em atividades de pesquisa e desenvolvimento

nas empresas em 2000, ano no qual o país titulou mais de 18 mil mestres e cinco mil

doutores. Em 2005, somente 1.189 doutores ocupavam posições em atividades

internas de Pesquisa nas empresas (IBGE, 2007).

Porém há de ressaltar avanços positivos com investimentos impactantes e

continuados na formação de recursos humanos (professores e acadêmicos) na área

de ciência e tecnologia nas últimas quatro décadas.

Sustentado nos Planos Nacionais de Pós-Graduação (PNPG), o processo de

expansão da pós-graduação resultou de financiamento e planejamento, tendo as

universidades públicas como base institucional, e temos como resultado: “os cerca

de 800 cursos de mestrado e doutorado da década de 1970 cresceram para quase

3.700 em 2008. Esses programas formaram, em 2008 apenas, 33.360 mestres e

10.711 doutores, com um contingente de estudantes em torno de 140 mil” (CAPES,

2009).

Essa estrutura acadêmica de incentivo construída pelo Brasil possibilitou o

crescimento significativo da comunidade científica nacional e um expressivo

crescimento de sua produção intelectual. Três mecanismos possibilitaram, segundo

confirmado por Milena Yumi Ramo e Lea Velho, essa política:

A concessão de bolsas com a garantia do emprego na instituição de vínculo no país; a inclusão de cláusulas determinando o retorno imediato após a obtenção do título no termo de compromisso assinado pelos bolsistas; e, mais recentemente, esforços governamentais para o estabelecimento de acordos internacionais com "países receptores" para

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impedir a concessão de visto de permanência a ex-bolsistas (Schwartzman, 1978; Balbachevsky & Marques, 2009).

O que se constatou pelas pesquisadoras citadas, foi que, a partir de meados

dos anos de 1990, houve uma significativa queda na concessão de bolsas de

doutorado pleno no exterior (quadro 01) - ainda mais acentuada no caso do

mestrado - concomitante ao crescimento na concessão de bolsas de doutorado

"sanduíche" e pós-doutorado, por um período, em regra, não superior a um ano.

Quadro 01:

Abaixo, nos três quadros, verificamos a divisão por área no ano de 2002:

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Quadro 02:

Quadro 03:

Quadro 04:

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Agora, a evolução entre os anos de 1994 a 2000, na proporção ano/moeda,

com bolsas de doutorado, pós doutorado e doutorado sanduíche:

Quadro 05:

Quadro 06:

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Quadro 07:

Quadro 08:

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Quadro 09:

Quadro 10:

Quadro 11:

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Quadro 12:

Quadro 13:

De acordo com Velho (2001), a formação acadêmica no exterior aumenta a

possibilidade de inserção de pesquisadores brasileiros em redes internacionais de

produção de conhecimento, bem como de acesso privilegiado a recursos escassos

no país. Além disso, a socialização do estudante ou pesquisador brasileiro no

exterior permite que eles não apenas absorvam elementos codificados do

conhecimento, mas, sobretudo, conhecimentos tácitos incorporados nos pares

estrangeiros, tais como a dinâmica de organização de grupos de pesquisa e a maior

articulação com o setor privado, ou ainda, segundo Vessuri (2007), a integração dos

conhecimentos e sua aplicação no mundo real, o suporte aos tomadores de decisão

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e a avaliação de possíveis benefícios e obstáculos proporcionados por diferentes

opções de resposta a questões centrais da atualidade.

5.2 A importância das relações internacionais e a avaliação frente ao

ranking universitário no Brasil e no Mundo

Nesse tópico levaremos em consideração um novo, porém importante critério:

O Ranking Universitário Folha (RUF). Trata-se de uma avaliação anual do ensino

superior do Brasil feita pela Folha de São Paulo desde 2012.

Na edição de 2014, foram destaques dois produtos principais: o ranking de

universidades e o rankings de cursos.

No referido ranking estão classificadas as 192 universidades brasileiras,

públicas e privadas, a partir de cinco indicadores: pesquisa, internacionalização,

inovação, ensino e mercado.

Em especial, na referida dissertação e objeto de nossa atenção, o critério

internacionalização é um dos pilares, e, conforme o site do ranking universitário

Folha de São Paulo, os dados que compõem os indicadores de avaliação são

coletados por uma equipe da Folha em bases de patentes brasileiras, em bases de

periódicos científicos, em bases do MEC e em pesquisas nacionais de opinião feitas

pelo Datafolha, e leva em conta: citações internacionais por docente, considerando o

número de citações aos trabalhos das universidades por grupo de pesquisas

internacionais, bem como, leva ainda, publicações em co-autoria internacional,

considerando, nesse critério o percentual de publicações feitas em parceria com

pesquisadores estrangeiros em relação ao total de publicações da instituição.

Por fim, verificamos que um dos índices de avaliação do Ministério da

Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (MEC/INEP), disponível no Instrumento de Avaliação de Cursos de

Graduação presencial e à distância, de maio de 2012, diz respeito também ao

critério da presente pesquisa, ou seja, relações internacionais.

Especificamente, no preâmbulo, há regras para avaliação, quais sejam:

Este Instrumento subsidia os atos autorizativos de cursos – autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento – nos graus de tecnólogo, de licenciatura e de bacharelado para a modalidade presencial e a distância. De acordo com o art. 1º da Portaria Normativa 40/2007, consolidada em 29 de dezembro de 2010, a aplicação dos indicadores desse instrumento dar-se-á

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exclusivamente em meio eletrônico, no sistema e-MEC. Os avaliadores deverão considerar as orientações a seguir: 1. Atribuir conceitos de 1 a 5, em ordem crescente de excelência, a cada um dos indicadores de cada uma das três dimensões;

E com atenção especial aos critérios da presente pesquisa de relações

internacionais, verificamos o indicador 1.11, quanto ao apoio discente, com conceito

máximo, o seguinte critério de análise, que diz:

Quando o apoio ao discente previsto/implantado contempla, de maneira excelente, os programas de apoio extraclasse e psicopedagógico, de atividades de nivelamento e extracurriculares não computadas como atividades complementares e de participação em centros acadêmicos e em intercâmbios.

Acima, há notável relevância para as atividades de intercâmbio, que dentre

outras ações, fazem parte das múltiplas atividades internacionais, quais sejam:

organização de congressos, seminários, produções científicas, cursos de extensão,

projetos de pesquisas, cooperações institucionais, dentre outras.

5.3. Crítica construtiva e análise comparativa entre a UFMS e a UFMT

A pesquisa nesse momento, traz uma análise frente ao obtido no site oficial da

Universidade Federal de Mato Grosso.

Num primeiro momento, há notável transparência e divisão junto à UFMT dos

conjuntos de atividades que compõem o setor de relações internacionais, disponível

no site: http://www.ufmt.br/ufmt/un/secri.

Em especial verificamos a acolhida dada aos estrangeiros, qual seja:

A UFMT proporciona aos estrangeiros a oportunidade de vivenciar o sistema educacional de uma das únicas universidades inseridas em três biomas naturais diferentes: Pantanal, Cerrado e Amazônia, além de interação com a miscigenação mato-grossense formada pelos povos brancos, índios e afro-decentes. A Secretaria de Relações Internacionais auxilia os estrangeiros na inserção na comunidade acadêmico-social de nosso país, fornecendo informações sobre visto, procedimentos legais, acomodação etc.

No tópico convênios, há divisão sistemática quanto às universidades

parceiras, redes e modelos de acordos e convênios.

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Quanto às universidades parceiras da UFMT, o site traz o quadro abaixo,

destacando o país, a universidade e a vigência da respectiva parceria:

Quadro 14:

PAÍS UNIVERSIDADE Vigente até

(D/M/A)

Alemanha

University of Siegen 07/03/2016

Eberswalde University for Sustainable

Development 20/02//2017

Zoological Research Museum Alexander Koenig 22/09/2015

Argentina Universidade Nacional de San Martín 05/09/2015

Australia Griffith University 25/05/2020

Bolívia

Universidad Mayor de San Andrés 18/09/2017

Universidad Mayor Y Pontificia de San Francisco

Xavier 11/07/2018

Canadá University of British Columbia 28/03/2016

University of Alberta International 01/11/2018

Chile Universidad de Talca 03/05/2016

China Instituto de Zoologia da Academia Chinesa de

Ciências 16/06/2019

Colômbia

Universidad de Boyacá 03/05/2018

Universidad del Quindío 12/07/2017

Universidad de Ciencias Aplicadas y Ambientales 06/06/2017

Universidad Santo Tomas 14/11/2019

Universidad de Caldas 17/09/2019

Coréia do Sul Kookmin University 13/05/2017

Estados Unidos

University of South Carolina 02/08/2018

University of Massachusetts 01/05/2019

California state University San Marcos 25/08/2015

Espanha Universidad de Extremadura 17/09/2019

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Universidad de León 04/02/2020

Universidade de Barcelona 19/05/2020

Universidade Pública de Navarra 27/10/2016

Hungria Universidade Szent István 10/07/2019

Italia Universidade e Alma Mater Studiorum/ Bologna 07/07/2019

Universitá degli Studi di Urbino Carlo Bo 13/03/2019

França Université Francois Rabelais 21/05/2017

Universidade Paris Diderot 23/05/2018

Jamaica/ Barbados/

Trinidad e Tobago University of the West Indies - Campus Mona 20/05/2019

México Universidade de Guadalajara 11/03/2019

Universidade Autonoma de Ciudad De Juarez 17/01/2019

Paraguai Universidad Nacional de Asunción 03/09/2018

Universidad Gran Asuncion 07/03/2018

Peru Universidade Continental 23/09/2019

Universidad Nacional del Altiplano – Puno 14/11/2019

Portugal

Universidade de Lisboa 25/03/2019

Universidade do Algarve 24/04/2017

Instituto Politécnico de Bragança 11/10/2015

Universidade de Évora 30/05/2016

Universidade Trás-os-Montes e Alto Duro 10/01/2016

Universidade Beira do Interior 20/12/2016

Universidade do Porto 06/05/2020

Instituto Politécnico do Porto 03/08/2017

Universidade do Minho 10/04/2018

Suécia Universidade de Lund 29/06/2017

Uruguai Universidade da República 08/09/2022

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Quanto ao item “intercâmbio”, no subitem “programa” do site oficial:

http://www.ufmt.br/ufmt/un/secao/5779/secri, verificamos as diversidades de

programas disponíveis aos interessados. O site ainda traz a definição de programa,

qual seja: “derivações dos acordos feitos de forma bilateral ou multilateral, entre

instituições educacionais ou países, de forma a estabelecer oportunidades de

cooperação entre os participantes”.

Abaixo os programas, com suas perspectivas descrições e participantes,

quais sejam:

Quadro 15:

Programa Descrição Participantes

Programa Estudante Convênio

– Graduação (PEC-G)

Oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de

países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém

acordos educacionais e culturais. Desenvolvido pelos

Ministérios das Relações Exteriores e da Educação, em

parceria com universidades públicas - federais e estaduais -

e particulares.

América Latina, Caribe

e África;

Programa Erasmus Mundus

É um programa de cooperação e mobilidade na área do

ensino superior que tem como objetivo um melhor

entendimento e um enriquecimento mútuo entre a UE e os

países terceiros na área do ensino superior através do

intercâmbio de pessoas, conhecimentos e capacidades.

Europa e América

Latina;

Programa de Intercâmbio

Internacional de Gradualção

– PIIG

Programa de intercâmbio no âmbito dos acordos de

cooperação internacional entre a UFMT e as instituições

estrangeiras como objetivo aprimorar a qualidade do

ensino nas instituições envolvidas, explorando a troca de

experiências e intercâmbio científico-cultural, como

estratégia para preparar os estudantes para os desafios

contemporâneos.

UFMT e Universidade

Conveniadas;

Programa Luso-Brasileiros

Santander Universidades

Programa que promove o intercâmbio entre universidades

de Brasil e Portugal. O Santander Universidades oferece

bolsas de um semestre para estudantes de graduação

aprofundarem sua formação acadêmica em diferentes

áreas do conhecimento e vivenciarem diferentes práticas

culturais.

UFMT e Universidades

parceiras do Santander

em Portugal;

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Programa CAPES/Fipse

O Programa de consórcio binacional em Educação Superior

entre Brasil e os Estados Unidos, pela CAPES/FIPSE é um

programa de intercâmbio e parceria entre duas instituições

de ensino superior brasileiras e duas instituições

congêneres norte-americanas para a troca de experiências

curriculares em diversas áreas do conhecimento e tem

apoio financeiro e institucional do Ministério da Educação

através da agência CAPES no Brasil e do Departamento de

Educação (U.S. Department of Education) através do

programa FIPSE (Fund for Improvement of Postsecondary

Education) nos Estados Unidos da América. O consórcio

tem como objetivo melhorar a qualidade do ensino dos

estudantes do ensino de graduação em ambos os países

explorando a troca de experiências e intercâmbio cultural

como estratégia de preparar os estudantes para os

desafios contemporâneos.

Kansas State University,

Mississippi State

University,

Universidade Federal

de Santa Maria (UFSM)

e Universidade Federal

do Mato Grosso

(UFMT);

Programa de Movilidad

Mercosul

Promover o Intercâmbio Acadêmico Internacional de

forma a incentivar a cooperação interinstitucional e

internacional no âmbito das Universidades do Mercosul,

contribuindo para conformar um espaço educativo

comum, com uma educação de qualidade para todos,

estimulando a mobilidade, o intercambio e a formação de

uma identidade e consciência de cidadania regional

conjuntamente com um sentimento de pertença à região.

UFMT e Universidades

do Mercosul;

Programa de Licenciaturas

Internacionais

Programa de graduação, modalidade “sanduíche” onde o

estudante cursará os dois primeiros semestres na UFMT,

quatro semestres em uma das Universidades Portuguesas

participantes do programa, retornando à UFMT para

concluir o curso. O estudante que participar, com sucesso,

do programa, terá direito a dupla titulação, com diploma

conferido pela UFMT e pela Universidade de Acolhimento.

UFMT e Universidades

Portuguesas;

Programa Ciências sem

Fronteiras

Programa que busca promover a consolidação, expansão e

internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e

da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da

mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço

conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação

(MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de

UFMT e Universidades

estrangeiras

conveniadas ao

programa;

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suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –,

e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico

do MEC. O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas

em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que

alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no

exterior com a finalidade de manter contato com sistemas

educacionais competitivos em relação à tecnologia e

inovação.

Alguns dos programas acima, foram analisados no capítulo 01, conforme

pesquisa geral dos fomentos nacionais e internacionais disponíveis.

Por fim, quanto à análise junto à Universidade Federal de Mato Grosso, no

item “convênios”, subitem “redes”, verificamos os seguintes dados, destacados no

quadro abaixo:

Quadro 16:

Rede Descrição Países Quantidade

de Membros

Grupo Coimbra de

Universidades Brasileiras

(GCUB)

Fundado em 2008;

Missão: Promover a integração

interinstitucional e

internacional, mediante

programas de mobilidade

docente e discente,

contribuindo para o processo de

internacionalização soberana da

rede universitária nacional com

suas contrapartes estrangeiras.

Brasil, Portugal,

Espanha

50 Instituições

Fundadoras

Grupo Tordesilhas

Fundado em 2000;

Missão: Promover a cooperação

internacional entre as

instituições membros.

Brasil, Portugal,

Espanha

37 Instituições

Fundadoras

Associação das Fundado em 2005; Angola, Brasil, Cabo 129 Instituições

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Universidades de Língua

Portuguesa (AULP)

Missão: Promover a cooperação

entre universidades e

instituições de ensino e

investigação dos países e regiões

de Língua Portuguesa,

incremento do intercâmbio de

investigadores e estudantes,

estimulando a reflexão sobre a

função do ensino superior e o

desenvolvimento de projetos

conjuntos de investigação

científica e tecnológica, bem

como o intercâmbio

generalizado de informação.

Verde, Guiné-Bissau,

Macau, Moçambique,

Portugal, São Tomé e

Príncipe, Timor - Leste

membros

Associação de

Universidades de

Amazônicas (UNAMAZ)

Fundado em 1987;

Missão: Promover a cooperação

acadêmica, científica,

tecnológica e cultural entre as

universidades dos oito países da

Amazônia Continental.

Brasil, Bolívia, Peru,

Equador, Colômbia,

Venezuela, Guyana,

Suriname

58 Instituições

membros

FAUBAI

Fundado em 1988;

Missão: Promover o

aperfeiçoamento do

intercâmbio e da cooperação

internacionais como

instrumentos para a melhoria do

ensino, da pesquisa, da extensão

e da administração das

instituições filiadas, procurando

estimular o constante

aperfeiçoamento da gestão do

intercâmbio e da cooperação

internacionais.

Brasil

Mais de 150

Instituições

membros

Associação das Escolas de

Ensino Superior de

Ciências Agrárias dos

Países de Língua

Portuguesa (ASSESCA -

Fundado em 2002;

Missão: Promover, diretamente

ou através dos seus membros, o

desenvolvimento da educação

em ciências agrárias dos países

Angola, Brasil, Cabo

Verde, Guiné-Bissau,

Macau, Moçambique,

Portugal, São Tomé e

Príncipe, Timor - Leste

Mais de 50

Instituições

membros

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PLP) de língua portuguesa e uma

estreita cooperação entre os

seus associados no estudo e no

encaminhamento de assuntos

de interesse comum relativo ao

ensino superior de ciências

agrárias.

Unión de Universidades

de América Latina y el

Caribe (UDUAL)

Fundado em 1949;

Missão: promover programas

para fortalecer seus filiados,

para que atinjam a qualidade e

eficiência exigidas na

universidade contemporânea.

Região Andina, Brasil,

Caribe, Centroamérica,

Cono Sul e México.

Mais de 50

Instituições.

O site http://www.ufmt.br/ufmt/un/secao/389/secri, ainda traz o conceito de

redes: “são acordos multilaterais, ou seja, acordo entre várias instituições

educacionais parceiras em busca de um objetivo comum”.

Por fim, verificamos notável informação da UFMT quanto às relações

internacionais, seja para o público interno, professores, técnicos e acadêmicos,

quanto ao público externo: universidades e pessoas interessadas.

5.4 Crítica construtiva e análise comparativa entre a UFMS e a USP

Inicialmente imprescindível justificar a escolha da universidade de São Paulo

(USP). Nos cenários analisados, a USP aparece em todos os protocolos, conforme

capítulo 01, bem como lidera, com folga, o ranking universitário folha (RUF), critério

utilizado também na presente pesquisa.

Ao analisar o site da USP, notavelmente verificamos uma verdadeira e

impactante estrutura.

O setor de Relações internacionais, chamado de Agência USP de

Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), conforme o site

http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/institucional/sobre-aucani/, traz como

objetivos:

Estabelecer estratégias de relacionamento entre a USP, instituições universitárias, órgãos públicos e a sociedade, para suporte à cooperação acadêmica em matéria de ensino, pesquisa, cultura e extensão universitária, nos âmbitos nacional e internacional.

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Destacamos, ainda, as atribuições da Agencia USP:

Assessorar o Reitor nas relações acadêmicas nacionais e internacionais da Universidade; Dar assistência ao Reitor, aos órgãos centrais e às unidades na área de cooperação acadêmica nacional e internacional.

E para alcançar seus objetivos e orientar suas atribuições, a Agência conta

com três diretorias, são elas: relações acadêmicas internacionais, relações

acadêmicas nacionais e mobilidade acadêmica.

O site finaliza, nesse primeiro momento, que em linhas gerais, a Agência

encaminha projetos de cooperação nacional e internacional propostos pela Reitoria

ou decorrentes da própria Agência, atendendo a interesses gerais da universidade

nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Desenvolve e apoia programas de

ensino, pesquisa e extensão, assistindo a comunidade em visita às instituições

nacionais e internacionais, além de representantes destas instituições.

Com destaque da grandiosidade da USP, no tópico “instituições

conveniadas”, verificamos exatamente 1.092 (hum mil e noventa e dois) registros,

destacando ainda os seguintes dados: país, tipo, interveniência, instituição exterior,

objetos, áreas contempladas e vigência.

Quanto aos programas, a Agência USP destaca:

Programa de Estudantes – Convênio de Graduação (PEC-G); Programa de Estudante – Convênio PEC-PG; Programa Erasmus Mundus; Programa SMILE, da Rede Magalhães; Programa Ciências sem Fronteiras; Programa Colégio Doutoral Franco-Brasileiro para Pós-Graduandos; Programa de Intercâmbio de Estudantes entre a Conférence des Recteurs et des Principaux des Universités du Québec (CREPUQ) e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB); Programas de Bolsas do Banco Santander; Programa de bolsas Universidad Autónoma de Madrid (UAM)-Grupo Santander.

Já quanto às redes, a Agência USP destaca:

Associação de Universidades de Língua Portuguesa (AULP); Asociación de Universidades do Grupo Montevideo (AUGM); Rede Magalhães; Agence Universitaire de la Francophonie (AUF); Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais (FAUBAI);

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University Global Partnership Network (UGPN); Top Industrial and Managers Engineers Europe (T.I.M.E. Association); Magna Charta Universitatum; Red Universitaria Iberoamericana de Incubación de Empresas (REDEMPRENDIA); Rede Salamanca de Universidades Brasileiras; World Cities World Class (WC2) University Network; Red de Macrouniversidades Públicas de América Latina e el Caribe (Red Macro).

Detalhes e informações gerais, podem ser obtidos junto ao site oficial:

http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/programas-e-redes/rede/, que em

cada subtítulo citado acima, traz informações específicas.

5.5 Notícias do site oficial da UFMS e as relações internacionais difusas

O site oficial da UFMS sobre as relações internacionais está disponível em

http://relacoes-internacionais.ufms.br/.

Nesse site não verificamos num primeiro momento os dados obtidos junto à

Coordenadoria de Projetos Especiais da Proplan, disponível no anexo 01 da

presente pesquisa. São eles: 18 protocolos de intenção e 04 convênios

internacionais vigentes.

Com destaques no levantamento de dados, obtivemos no site oficial no link

notícias, na qual traz as relações internacionais no período de 2014 a 2015:

http://www-nt.ufms.br/news/view/id/2490 UFMS integra Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras http://www-nt.ufms.br/news/view/id/2447 Reitora recebe embaixador da República Tcheca http://www-nt.ufms.br/news/view/id/2450 Professor da UFMS participa de missão aos EUA para discutir programa de intercâmbio http://www-nt.ufms.br/news/view/id/2431 UFMS recebe alunos da Universidade de Washington http://www-nt.ufms.br/news/view/id/2425 UFMS lidera ranking da Folha de S. Paulo em MS.

Por fim, na pesquisa de dados quanto às universidades e origem (países), o

site oficial da UFMS traz apenas os dados relacionados aos países, são eles:

Alemanha

Argentina

Bolívia

China

Espanha

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Estados Unidos

França

Itália

Japão

Paraguai

Portugal

República Tcheca

6 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

É claramente notável frente à comparação dos tópicos acima destacados,

frente à UFMT e USP, que a UFMS carece ainda de muito trabalho, porém uma

característica, qual seja: sua idade, bem como a própria evolução, simultaneamente

ao Fórum das Relações Internacionais das universidades Brasileiras (FAUBAI), há

um registro visível da UFMS. Óbvio que numa comparação, ainda mais, de cunho

científico, não devemos nos ater especialmente em números, pois a realidade

cultural, geográfica, institucional e porquê não financeira são totalmente diferentes.

Uma realidade é visível: a busca incessante frente às relações internacionais são

inesgotáveis, próprio da essência do conhecimento, provocações, reflexões e

perspectivas da integração mundial da educação superior.

Como a pesquisa é de caráter documental, preferimos delimitar entre as

ações oficias vigentes na UFMS e cadastradas no Coordenadoria de Relações

Institucionais da Reitoria bem como o aumento das notícias de âmbito internacional

publicadas no site oficial da UFMS. Como no decorrer da pesquisa surgiu a

oportunidade do intercâmbio entre o Brasil e Argentina, ora citado no item 3.2.1,

também usamos como base de diagnóstico investigativo o acordo celebrado. Esse

último, em especial foi escolhido por se tratar de ação prática e de experiência

vivenciado entre o Mestrado de Estudos Fronteiriços da Universidade Federal de

Mato Grosso do Sul e o Doutorado em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia

e Letras da Universidade de Buenos Aires, Argentina.

O Mestrado Profissionalizante exige propostas ou ações que possam

contribuir para melhorar a realidade pesquisada dentre a problemática vivida. Assim,

a primeira ação proposta por esta pesquisa foi a contribuição para um diagnóstico

institucional, na qual está intimamente relacionado com a expansão da UFMS nas

ações institucionais internacionais. Este diagnóstico faz parte das necessidades

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levantadas nos documentos anexados junto à coordenadoria de Ralações

Institucionais. Mas a pesquisa foi além dessa contribuição, e a observação

encontrou necessidades que clamam por outras ações, concluímos, destacando oito

principais, quais sejam:

A primeira ação e importante observação está relacionada à difusão e

incentivo de segundo idioma, para facilitação de comunicação estrangeira no

Mercosul.

A segunda ação é a elaboração de um manual próprio da UFMS com normas

e uma síntese das possibilidades de promoção de termos de cooperação técnica ou

protocolos de intensão internacional.

A terceira ação é construir de um novo Projeto Político Pedagógico, com

agrupamento de segmentos e possibilidades de aproveitamento de créditos

disciplinares estrangeiros bem como reconhecimento de graduações no exterior.

Quarta ação: incentivar o corpo docente da UFMS a promover ações com

fomentos em editais já estabelecidos pelos órgãos nacionais e internacionais,

conforme experiência citada no item 3.2.1.

Quinta ação a ser considerada: promover ciclo de palestras e canal de

comunicação oficial no site da UFMS quanto ao programa ciências sem fronteiras e

afins.

Sexta ação: promover convites para participação efetivas (palestras, produção

científica, e afins) dentro das ações já estabelecidas (jornadas, congressos,

seminários), a professores, acadêmicos e técnicos de universidades estrangeiras.

Sétima ação: em especial aos cursos de pós graduação, igualmente feito pelo

Mestrado em Estudos Fronteiriços da UFMS com o Doutorado em Antropologia

Social da UBA, parcerias governamentais para enriquecimento e intercâmbio

científico entre professores e acadêmicos.

Oitava e última ação a reformulação e contemplação de novos cursos no

programa ciências sem fronteiras, em especial o Direito pelos motivos já

demonstrados, quais sejam: a universalização dos Direitos Humanos bem como pela

expansão, dimensão e origem da legislação brasileira, com berço e influência

Europeia (Portugal e Espanha, em especial).

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7 - CONCLUSÃO

Dentre as problemáticas verificadas na pesquisa, tem-se: a) acesso às

informações no site oficial; b) falta de participação das instituições de Ensino

Superior no Brasil aos programas já estabelecidos; c) fomento financeiro reduzido,

conforme figuras apresentadas (01 a 13) em específico da bolsa para doutorado

pleno no exterior; d) dificuldades com reconhecimentos de diplomas estrangeiros,

etc.

Ainda citamos, a problemática quanto à Fiscalização e desvio de finalidade.

Nessa mesma perspectiva, após explanar sobre os principais programas que

conferem aos brasileiros e estrangeiros, no tópico acima, esse intercâmbio

multicultural e de conhecimento é preciso fazer algumas considerações. É claro que

nem sempre a prática é o que se relata na teoria, e como diz Da Matta, o coração do

brasileiro elitizado, hierarquicamente “superior”, balança entre dois polos: o jeitinho

brasileiro e a conduta politicamente correta. Neste caso o jeitinho é usurpar-se

dessa oportunidade financiada pelo governo e suas instituições para, na tentativa de

enriquecimento ou busca de crescimento pessoal e profissional, praticar condutas

que ferem o acordo que fizeram com os propulsores desse intercâmbio.

O sistema tem suas problemáticas, e os exemplos a seguir trouxeram um

rombo para os cofres públicos, que na tentativa de auxiliar esses estudantes e na

expectativa de que esses trouxessem mão de obra qualificada, inovação e avanços

na ciência e tecnologia, por exemplo, só trouxeram desgosto aos seus

patrocinadores. Traíram seu próprio país.

Para citar exemplos, segue agora um artigo, publicado no dia 08/07/2011, na

revista Época com os créditos a Ângela Pinho com título de “O bolsa imigração”, que

já sugere uma suposta fuga dos estudantes financiados pelo governo para que

voltassem ao país de origem, o que nem sempre acontece:

O biólogo Carlson Paula Cabral era uma promessa para a ciência brasileira

quando recebeu, em 1996, uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) para fazer um doutorado na área de toxicologia no

Canadá. Três anos antes, ele havia recebido o Prêmio Jovem Cientista, concedido a

pesquisadores que se destacam no início da carreira. A aposta do CNPq em Cabral,

porém, se revelou frustrada. Ele acabou se estabelecendo no exterior, onde abriu

uma empresa que faz consultoria sobre mudanças climáticas. O governo brasileiro

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ficou sem o retorno de seu investimento e agora cobra Cabral por uma dívida de R$

760 mil, o total com juros e correção que teria sido desembolsado para financiar

seus estudos no exterior. Notificado por meio do Diário Oficial da União, já que se

encontrava em lugar “incerto e não sabido”, ele aguarda o desfecho de seu processo

no Tribunal de Contas da União (TCU). Contatado por e-mail por ÉPOCA, Cabral

disse que, por orientação de sua advogada, não iria comentar a situação. Ele vive na

província de Ontário, no Canadá.

Os fatos levam a conclusão de que a medida que cresce a ampliação do

benefício, aumenta o número de estudantes que usam bolsas de pós-graduação

para se mudarem para o exterior. Assim, como forma de garantir a finalidade das

ações concretar, a tendência é além de conscientizar os pesquisadores, aumentar

os meios de fiscalização e meios de controle.

Com o desenvolvimento desta pesquisa, constatou-se o quanto é necessário

resgatar a origem e a finalidade naturalística das Universidades Brasileiras quanto

ao intercâmbio e busca pelo pleno conhecimento e formação humanística. Para que

as ações voltadas para essa educação superior se efetivem é preciso que todos os

protagonistas do ambiente educacional (professores, técnicos e acadêmicos)

estejam envolvidos não para o básico, mas para o conhecimento além do nacional.

Nesse sentido, se faz oportuno destacar a reunião ao intitulada “Integração da

América do Sul, realizada no Palácio Itamaraty, no dia 23 de julho de 2009,

momento em que o então presidente do Brasil destacou:

A integração sul americana somente terá sentido quando for abraçada por todos os cidadãos e se for estendida em sua dimensão humana e solidária, contribuindo para superar os grandes flagelos do nosso continente: a pobreza e a exclusão social.

Dos doze tópicos abordados na reunião de integração, destaques para as

análises sobre avanços e contratempos da integração Sul Americana, em especial o

Mercosul.

Como bem destacada por Fernando Lara no artigo Migraciones y desarollo,

desde o começo da história colonial, os países da América latina e do Caribe

exerceram função de produtores de matérias primas, momento em que não houve

favorecimento do desenvolvimento das inovações, gerando por si só um defict

crônico de conhecimento.

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Convém destacar que há atualmente, conforme destacado no capítulo 01,

inúmeros fomentos, programas e ações que canalizam para a facilitação e a

oficialização das atividades intercambiais no ensino, seja, na graduação seja na pós-

graduação, seja no ensino, na pesquisa ou na extensão.

Desse modo, cabe, inicialmente, aos gestores da educação promover o

incentivo, promoção e o estímulo bem como condições para que os professores, de

um modo geral, possam se sentir atraídos em desenvolver as ações e projetos com

magnitude internacional.

Pelas razões apresentadas a partir da pesquisa, constatou-se a urgência na

reformulação dos planos políticos pedagógicos, prestigiando assim os créditos

educacionais e a publicação dos programas oficias já ofertados.

Constatou-se no decorrer desta pesquisa que é necessário para que todas as

ações se concretizem preparar e formar conhecimento de um segundo idioma bem

como conhecimentos culturais, históricos e práticos dos territórios almejados frente

ao intercâmbio.

Com o levantamento para o diagnóstico visível comparativo, espera-se que

pesquisa, ainda incipiente possa trazer soluções para um melhor desenvolvimento e

interação da UFMS nos programas oficias já estabelecidos no Mercosul.

8 - REFERÊNCIAS

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ANEXO 01.

Documento UFMS/CRI (Convênios: Protocolos de intenção e Acordos de

Cooperação Técnica).