pesquisadores criacionistas brasileiros · a entropia no contexto da matemática avançada e...

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63 1º Semestre 2018 Origem em Revista E sses arautos da Criação explicam suas razões para a escolha dessa perspectiva criacionista e afirmam que é possível con- ciliar a fé com a pesquisa científica. Pela primei- ra vez todos esses bravosgigantes que lutam o bom combate estão sendo cobertos simulta- neamente em uma só entrevista com os teste- munhos pessoais acerca de seu entendimento sobre o criacionismo e as suas contribuições para que o mesmo se mantivesse em destaque no cenário científico, mesmo em meio a uma impregnação ideológica e um domínio natura- lista filosófico dentro das Academias. Muitos desses ainda estão na ativa, mas é inegável que já contribuíram muito partilhan- do seus conhecimentos, os resultados de suas pesquisas, em incontáveis palestras e cursos aqui e no exterior, com a publicação de sóli- dos materiais de estudo e, mais importante, a inspiração que sua vida e carreira representam para a nova geração de criacionistas que está surgindo. Orlando Rubem Ritter 1) O que o criacionismo representa para você? O criacionismo bem cedo passou a fazer parte de minha vida. Cursando Física no ensino médio, o prof. S. Schwantes soube colocar no contexto criacionista o estudo da Termodinâ- mica e da lei da Entropia. Fiquei profundamen- te interessado. Meu pai, que não era físico, mas Os 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros Pioneirismo EDITORES Neste artigo, entrevistamos 15 cientistas e/ou pesquisadores em áreas como a Biologia, a Bioquímica, Geologia, a Física, a Matemática, a Engenharia e a Teologia. Todos eles são considerados peças fundamentais para a inserção, o estabelecimento e o progresso do criacionismo no Brasil, o que lhes garantiu lugar de honra na história do criacionismo moderno no país. Todos eles têm mestrado ou doutorado obtido em universidades públicas e privadas no Brasil e nos Estados Unidos.

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63 1º Semestre 2018Origem em Revista

Esses arautos da Criação explicam suas razões para a escolha dessa perspectiva criacionista e afirmam que é possível con-

ciliar a fé com a pesquisa científica. Pela primei-ra vez todos esses bravosgigantes que lutam o bom combate estão sendo cobertos simulta-neamente em uma só entrevista com os teste-munhos pessoais acerca de seu entendimento sobre o criacionismo e as suas contribuições para que o mesmo se mantivesse em destaque no cenário científico, mesmo em meio a uma impregnação ideológica e um domínio natura-lista filosófico dentro das Academias.

Muitos desses ainda estão na ativa, mas é inegável que já contribuíram muito partilhan-do seus conhecimentos, os resultados de suas pesquisas, em incontáveis palestras e cursos aqui e no exterior, com a publicação de sóli-dos materiais de estudo e, mais importante, a inspiração que sua vida e carreira representam para a nova geração de criacionistas que está surgindo.

Orlando Rubem Ritter

1) O que o criacionismo representa para você?

O criacionismo bem cedo passou a fazer parte de minha vida. Cursando Física no ensino médio, o prof. S. Schwantes soube colocar no contexto criacionista o estudo da Termodinâ-mica e da lei da Entropia. Fiquei profundamen-te interessado. Meu pai, que não era físico, mas

Os 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros

Pioneirismo E D I T O R E S

Neste artigo, entrevistamos 15 cientistas e/ou pesquisadores em áreas como a Biologia, a Bioquímica, Geologia, a Física, a Matemática, a Engenharia e a Teologia. Todos eles são considerados peças fundamentais para a inserção, o estabelecimento e o progresso do criacionismo no Brasil, o que lhes garantiu lugar de honra na história do criacionismo moderno no país. Todos eles têm mestrado ou doutorado obtido em universidades públicas e privadas no Brasil e nos Estados Unidos.

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tinha na sua boa biblioteca obras criacionistas editadas nos Estados Unidos (várias obras do prof. Price, entre elas New Geology), Espanha e Argentina, contribuiu para ci-mentar meu interesse.

Complementando, ao estudar Física Teórica na USP, pude con-siderar a entropia no contexto da matemática avançada e descobrir que a entropia é expressa pelo logaritmo de uma probabilidade (Estatística de Stefam e Boltzman) e tem, portanto natureza probabi-lística, ou seja, no andamento dos processos naturais ocorre o mais provável e, o mais provável, é fácil ver que é a desordem. Raciocinan-do, os professores, então grandes mestres europeus, concluíam: o mais provável (desordem) permite a ocorrência do improvável (evolu-ção). Isso aumentou ainda mais o meu interesse pelo criacionismo que para mim é o cerne do adven-tismo e do sabatismo.

2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP, 1944-1948). Aliás, fui um dos primeiros professores adventistas no Brasil com formação em uni-versidade pública. Sou Mestre em Educação pela Andrews University (1965-1966), nos Estados Unidos, onde me graduei com honra e aproveitei o tempo para me envol-ver ainda mais com as lides criacio-nistas. Fui diretor de faculdades e fundador de escolas, e professor de Matemática, Física e Ciência e Religião por mais de 60 anos na mesma instituição (1944-2004). Também fui coordenador do cur-so de Pedagogia do Centro Uni-

versitário Adventista de São Paulo (UNASP, campus 1). Hoje, aos 93 anos, estou aposentado, após mais de 40 mil aulas ministradas duran-te minha carreira.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Fui professor e diretor, sempre lecionei no contexto criacionista (vide seu livro intitulado O Profes-sor, editado pela CPB). A partir de 1954, me tornei palestrante viajan-do por todo o Brasil e participando de reuniões e conclaves os mais di-versos. Sempre havia lugar para o criacionismo. Em 1984, fiz uma pre-leção no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na presença de todos os alunos e de muitos pro-fessores, tentando mostrar como o princípio da entropia legisla contra a teoria da evolução.

Em 1950, a pedido do diretor da Faculdade de Teologia (S. Küm-pel), comecei a lecionar Geologia Criacionista e Astronomia para o 3º e 4º anos do curso de Teologia, e posteriormente com o nome de Ciência e Religião até 1992. Nos anos 70, preparei a apostila de Ciência e Religião (Estudos) que foi transformada pela Sociedade Cria-cionista no livro Estudos em Ciên-cia e Religião. (Nota da edição: A propósito, a ideia de se organizar uma entidade criacionista, no fim de 1971, conhecida atualmente como Sociedade Criacionista Bra-sileira (SCB), está diretamente li-gada à pessoa de Orlando Ritter). Em 1970, num encontro com o en-genheiro Dr Ruy Vieira surgiram as idéias que resultaram na fundação da SCB. Na época, o Dr. Ruy era di-retor da Escola de Engenharia de São Carlos.

Ao estudar Física Teórica na USP,

pude considerar a entropia no

contexto da matemática avançada e

descobrir que a entropia é

expressa pelo logaritmo de uma

probabilidade e tem, portanto

natureza probabilística,

ou seja, no andamento dos

processos naturais ocorre o mais provável e, o

mais provável, é fácil ver que é a

desordem.

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Ruy Carlos de Camargo Vieira

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim o Criacionismo re-presenta o resgate de uma verda-de a respeito das origens de todas as coisas sob o prisma do conhe-cimento científico de nossos tem-pos.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Formei-me em Engenharia Mecânico-Eletricista pela Escola Politécnica da USP, fui Auxiliar de Ensino e Professor Assistente no Instituto Tecnológico de Aeronáuti-ca, Professor contratado para reger a Cadeira de Física Técnica, Máqui-nas Térmicas e de Fluxo na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, onde segui a carreira acadê-mica fazendo estágios no exterior e os concursos de Livre-Docência e de Cátedra, recebendo após minha aposentadoria o título de Professor Emérito. Na EESC-USP, implantei o Departamento de Hi-dráulica e Saneamento, o Curso de Pós-graduação em Hidráulica e Sa-neamento e o Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, de-sempenhei atividades de pesquisa e extensão orientando dezenas de mestrados e doutorados, realizan-do pesquisas na área de Mecânica dos Fluidos e consultoria junto à Companhia de Água de São Pau-lo e ao Metrô de São Paulo. Fui Coordenador da Comissão de Es-pecialistas de Ensino e Engenharia e Diretor Adjunto da Secretaria de

Educação Superior do MEC, Con-selheiro do Conselho Federal de Educação, Conselheiro, Vice-Pre-sidente e Consultor do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetu-ra e Agronomia. Representante do MEC na Agência Espacial Brasilei-ra.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

No campo do Criacionismo, minhas atividades centraram-se na produção de literatura em língua portuguesa em nível adequado para a divulgação de conhecimen-tos básicos sobre a controvérsia entre Criação e Evolução no meio acadêmico, o que tenho feito des-de 1972, com a fundação informal da Sociedade Criacionista Brasi-leira, e mais recentemente, desde 2000 com a institucionalização da Sociedade.

Christiano Pinto da Silva Neto

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

  O criacionismo foi de uma importância vital para minha vida com Deus. Durante muitos anos, décadas mesmo, vivi um verdadei-ro conflito em busca de uma solu-ção para o confronte entre evolu-ção e criação. Infelizmente, porém, naqueles primeiros anos, década de 60, o criacionismo era incipien-te no Brasil e pastores não tinham uma resposta para essa questão, a não ser que eu deveria crer no que a Bíblia diz e não dar ouvidos aos professores de ciência na escola,

Durante muitos anos, décadas mesmo, vivi um verdadeiro con-flito em busca de uma solução para o confronte entre evolução e cria-ção. Infelizmente, porém, naqueles primeiros anos, década de 60, o criacionismo era incipiente no Brasil e pastores não tinham uma resposta para essa questão, a não ser que eu deve-ria crer no que a Bíblia diz e não dar ouvidos aos professores de ciência na escola, a não ser para res-ponder as ques-tões das provas.

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a não ser para responder as ques-tões das provas. Obviamente, isso não resolvia o meu problema.

O resultado é que, pouco a pouco, a minha fé foi começando a desfalecer. Ela nunca chegou a ruir completamente, até porque, mi-nha conversão havia sido genuína. Lembro-me, porém, de um tempo em Londres em que ainda ia à igre-ja quase que só porque reconhe-cia que seu ambiente era muito apropriado para o crescimento de minha filha, então com 4 anos.

O criacionismo mostrou a mim, além de qualquer dúvida, que a teoria da evolução é falsa ciência, intrometida no seio da Ciência como se Ciência fosse. Mostrou--me, também, que a natureza res-pira criação por todos os poros. É com esse espírito que tenho estado a serviço do meu Deus, proclamando o criacionismo nos ambientes em que tenho tido a oportunidade de penetrar e, desse modo, já pude participar do res-gate de muitas pessoas, algumas como eu, que já tinham uma for-mação cristã, outras já convertidas, mas em dificuldades existenciais, e, também, outras completamente avessas à realidade de Deus.

Muitos afirmam que o criacio-nismo é a ideia de que Deus criou todas as coisas de acordo com a narrativa do livro bíblico de Gêne-sis. Porém, vemos que esta é uma referência ao cristianismo, e não ao criacionismo. É o cristianismo que parte do que a Bíblia diz! Se o cria-cionismo partisse do que está es-crito na Bíblia, considerando esse texto como correto, não haveria qualquer necessidade de se em-pregar conceitos e métodos cien-tíficos para validar seus argumen-tos que, em princípio, já estariam validados em sua origem. Nesse caso, o criacionismo não seria nem fé nem ciência, muito pelo con-trário, seria uma monstruosidade intelectual que não mereceria, de nenhum de nós, a menor conside-ração.

2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

  Sou bacharel em Matemática pela Universidade Federal do Pa-raná (UFPR). Sou mestre na área de concentração “Non-Stand Analy-sis”, no campo da Topologia, pela University of London. Atualmente, souprofessor universitário aposen-tado e ex-professor de Matemática de quatro grandes universidades, sendo elas: Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro), Universida-de Estadual de Maringá (Paraná), Universidade de Alberta (Canadá) e meu último emprego na Univer-sidade Federal de Viçosa, Minas Gerais (1977-1987).

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

 Sou membro da Igreja Batista e, em julho de 1979, fundei e pre-sidi a ABPC – Associação Brasileira de Pesquisa da Criação –, organi-zação localizada inicialmente na cidade de Viçosa, Minas Gerais. Em 1987, me mudei para Belo Ho-rizonte, atual sede da associação, quando entendi que era a vontade de Deus que assumisse o minis-tério da ABPC em tempo integral. Desde a fundação dessa organiza-ção, tenho proferido palestras em todo o país, de norte a sul, de leste a oeste, em escolas, igrejas e uni-versidades.

Ao longo desses 38 anos, em nome da ABPC, tenho publicado boletins, revistas e livros. Sou autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais estão A Criação – na Bíblia e na Ciência, Datando a Terra – Perspectiva criacionista, Revela-ções de um Koala, O Criador Vem! - reflexões sobre os últimos tempos e Origens – A Verdade Objetiva dos Fatos. Também fui o tradutor do li-vro “Scientific Creationism” para o português com o título O Enigma das Origens – A Resposta. Além de

Muitos afirmam que o

criacionismo é a ideia de que Deus

criou todas as coisas de acordo

com a narrativa do livro bíblico de

Gênesis. Porém, vemos que esta é uma referência ao

cristianismo, e não ao criacionismo. É o cristianismo que

parte do que a Bíblia diz!

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autor de muitos artigos publicados em vários periódicos evangélicos e seculares. A ABPC tem editado, também, uma série de vcd’s e dvd’s ao longo dos anos.

 Através da presença da ABPC na internet foi possível, também, exercer influência junto à Socie-dade Brasileira Criacionista. Re-centemente, a ABPC finalizou um trabalho que considera da maior importância porque coloca os pin-gos nos is em relação ao que a so-ciedade pensa acerca do criacio-nismo, muitas vezes equivocado com a verdadeira natureza do cria-cionismo. O título desse trabalho é O Resgate do Criacionismo, que é enviado gratuitamente por email em formato virtual, bastando solici-tá-lo através do endereço eletrôni-co  [email protected], colocando no campo assunto “Documento O Resgate do Criacionismo” e infor-mando no corpo do email nome completo, formação profissional e cidade. Temos coletado, ao lon-go dos anos, muitas evidências de que o trabalho que temos realiza-do tem contribuído para que mui-tas pessoas sejam libertadas da falsa ciência da evolução, encon-trando, posteriormente, o Deus da criação.

Roberto Cesar de Azevedo

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, o Criador superpo-deroso, inteligente e capaz, origi-nou o universo, os elementos quí-micos, as leis e princípios naturais, os seres vivos e os mantém. No

princípio, Deus criou... Ele se re-velou em um livro, a Bíblia, que foi e é a base espiritual e cultural dos israelitas/judeus, de Cristo e dos cristãos.

Ela também é um livro históri-co fidedigno para a Arqueologia. A nação de Israel deriva do nome de Israel (Jacó), e os judeus de seu filho Judá. Os demais povos e na-ções derivam dos descendentes de Noé, todos estes personagens his-tóricos. Os nomes dessas nações muitas vezes também utilizaram os próprios nomes reais  dos  70 des-cendentes dos três filhos de Noé e suas noras (Gênesis 10 e 11), pois informações extrabíblicas também as corroboram.

A Bíblia traz informações rele-vantes para a ciência. Ela ensinou e ensina a pensar da causa para o efeito, a base da ciência moderna, e estimulou a busca do conheci-mento na natureza, outro livro pro-duzido pelo mesmo Criador.

A Bíblia fornece dados cien-tíficos, como: O planeta Terra foi cuidadosamente preparado para abrigar a vida; havia apenas um grande continente; explica a ori-gem do surgimento do mal e da degeneração; descreve o maior evento catastrófico global do pla-neta; menciona os sobreviventes da catástrofe nominalmente; des-creve o surgimento dos povos e das línguas a partir desse peque-no grupo fundador; sugere o prin-cípio das leis da hereditariedade; afirma que há seres inteligentes em outros mundos; que a terra é redonda, etc.

Ocorreu um grande e catastró-fico evento global, que produziu bilhões de toneladas de fósseis. A descoberta de tecidos moles aponta para fósseis recentes, que podem ser comprovados pela aná-lise do Carbono 14. As idades de tais fósseis serão similares entre si e recentíssimas. A discussão deste tema continuará na ordem do dia, e apontará cada vez mais para o

A Bíblia fornece dados

científicos, como: O planeta Terra foi

cuidadosamente preparado para

abrigar a vida; havia apenas

um grande continente; explica

a origem do surgimento do mal e da degeneração;

descreve o maior evento catastrófico global do planeta;

menciona os sobreviventes da catástrofe

nominalmente; descreve o

surgimento dos povos e das

línguas a partir desse pequeno

grupo fundador; sugere o princípio

das leis da hereditariedade;

afirma que há seres inteligentes

em outros mundos; que a

terra é redonda, etc.

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relato bíblico do dilúvio global de Noé.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica

Sou formado em Ciências Bio-lógicas pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fiz o Mestrado em Ciências da Comuni-cação. Além de possuir cursos de Extensão pela Andrews University em Educação e Teologia. Fui Pro-fessor de Ciências e Biologia, Dire-tor Geral e Coordenador de cursos de Pós-Graduação do Centro Uni-versitário Adventista de São Paulo entre o período de 1964 e 2008. Também fui diretor do Departa-mento de Educação Adventista da União Sul Brasileira (1972-1985) e na América do Sul (1990-2005).

Sou autor dos livros A Origem Superior das Espécies (Editora UNASPRESS, 1999), O Tempo do Fim (Editora CPB e Kit’s Editora, 1999), O Enigma das Estátuas (Edi-tora CPB, 2002), Genoma, passado, presente e futuro (Editora UNAS-PRESS, 2004) e ABC das Origens (Kit’s Editora, 2006).

3) Descreva quais tem sido suas contribuições/realizações no campo do Criacionismo.

Após entrar no curso de Ciên-cias Biológicas da USP, passei a conviver mais diretamente com as idéias evolucionistas. Naquela época havia pouca literatura cria-cionista disponível em português, estando disponível apenas o livro de Frank L. Marsh (Estudos em cria-cionismo), a apostila do professor Orlando Ritter, um livro de Júlio Minhan (Maravilhas da Ciência), e de Daniel Hammerly Dupuy em espanhol. No decorrer do tempo, além de fazer perguntas de vez em quando, comecei a notar algumas questões contraditórias, tais como a origem da vida casual frente aos experimentos de Pasteur golpean-do de morte a geração espontâ-nea, entre outros exemplos.

Com esta percepção evoluti-va, entre 1972 e 1986, comecei a escrever cartas para os autores evolucionistas em artigos onde atacavam a visão criacionista, em revistas e jornais, como Ciência e Cultura, Manchete, O Estado de São Paulo,    depois Ciência Hoje, Veja, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, etc. Nestas cartas, eu discu-tia os temas apresentados, discor-dando, mas colocando outras po-sições.

Mas em 1987, com o lança-mento do primeiro livro didático de ciências com visão criacionis-ta para a 5ª. série, publicado pela CPB, ocorreu um ataque frontal contra os criacionistas. O jornal Folha de São Paulo, armou uma ar-madilha. Combinou com os auto-res do livro, a professora Nair Elias dos Santos, minha colega no IASP, e o doutor Admir Arrais de Matos, meu aluno de Biologia no nível médio, uma entrevista para divul-gar o livro.

Como havia dado sugestões aos autores, e na ocasião era dire-tor geral do UNASP-SP, fui convi-dado para a entrevista. Logo nas primeiras perguntas, percebi que a repórter era tendenciosa, e ataquei as idéias evolucionistas. No dia se-guinte, saiu uma pequena repor-tagem sobre o livro, e um ataque feroz contra os autores e o livro, em artigos que ocuparam o restan-te da página, classificando  o livro lançado como uma “bobajada”.

A partir desta data, decidi que responderia, na medida do possí-vel, qualquer ataque ao criacionis-mo, com argumentos científicos, evidências científicas, e com a vi-são que mencionei sobre as idéias evolutivas que encontrei na USP. Expondo as debilidades evolucio-nistas, escrevi então dezenas de cartas (e e-mails), enviei artigos de minha autoria indexados até o ano de 2016. Especialmente em 2009,

Ocorreu um grande e

catastrófico evento global, que

produziu bilhões de toneladas de fósseis. A

descoberta de tecidos moles

aponta para fósseis recentes, que podem ser

comprovados pela análise do Carbono 14. As

idades de tais fósseis serão

similares entre si e recentíssimas. A

discussão deste tema continuará

na ordem do dia, e apontará cada vez mais para o relato bíblico do dilúvio

global de Noé.

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por ocasião da celebração dos 150 anos da publicação do livro de Darwin, participei de inúmeras discussões. Uma delas foi com o Clube  Cético.

Em 2008, a então Ministra Mari-na Silva do meio ambiente, partici-pou de um congresso Criacionista, que coordenei no UNASP-EC. Uma de suas declarações foi divulga-da intensamente em toda mídia nacional com grande exposição e ampla discussão sobre o tema.

Também publiquei inúmeros artigos em revistas, jornais e em especial na Revista Criacionista. A parir de 1999, escrevi vários li-vros.    Quando estive no Depar-tamento de Educação da antiga União Sul Brasileira, e depois na Divisão Sul Americana, estimulei a abertura de minicentros criacio-nistas, e bibliotecas com livros de autores criacionistas, em colégios Adventistas e Universidades Ad-ventistas.

Durante todo este período, e até agora ainda participo de en-contros criacionistas, congressos e apresentações para professores, e também junto a igrejas, escolas e mesmo universidades públicas, se convidado.

Adauto Lourenço

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, existem três tipos de criacionismos: 1) Criacionismo Científico (apresenta uma respos-ta científica sobre as origens); 2) Criacionismo Religioso (mitos de

criação); e 3) Criacionismo Bíblico (narrativa judeu-cristã detalhada da criação). Em relação aos mitos de criação encontrados no criacio-nismo religioso, não creio neles e nem os aceito. Quanto aos outros dois, não tenho dúvidas que am-bos, juntos, oferecem a verdadeira resposta sobre as origens.

A base do criacionismo científi-co é sólida: as Leis da natureza e os processos naturais. Em relação a eles, não existe nenhum processo natural ou lei da natureza pelo qual informação altamente codificada (como a encontrada no DNA) teria sido produzida espontaneamente, independente do tempo. Proces-sos naturais e leis da natureza não produzem informação codificada. Outro ponto a ser mencionado é que as leis da natureza são a ori-gem dos processos naturais, os quais produzem forma, função e estabilidade na natureza. Sabemos que sem tais leis e processos a na-tureza não existiria. Mas de onde surgiram estas leis? Cientistas não criam essas leis nem esses proces-sos. Eles apenas descobrem essas leis e esses processos. Também sabemos que não foi a natureza que criou as leis que regem a si própria. Portanto, as leis da nature-za, que dão origem aos processos naturais, que dão forma, função e estabilidade a tudo o que existe, foram criadas. É esse tipo de ra-ciocínio basal que o Criacionismo Científico oferece. Ele não trata do Criador. Ele apenas responde a essa simples pergunta: Teria sur-gido espontaneamente ou não (foi criado)?

Quanto ao Criacionismo Bíbli-co, posso fazer minhas as palavras de um grande cientista do Século XX: “Para mim, fé começa com a compreensão  de que uma inteli-gência suprema trouxe o universo à existência e criou o homem. Não é difícil para eu ter esta fé, pois um  universo organizado e inte-

Mas de onde surgiram estas leis? Cientistas não criam essas leis nem esses processos. Eles apenas descobrem essas leis e esses processos. Também sabemos que não foi a natureza que criou as leis que regem a si própria. Portanto, as leis da natureza, que dão origem aos processos naturais, que dão forma, função e estabilidade a tudo o que existe, foram criadas. É esse tipo de raciocínio basal que o Criacionismo Científico oferece. Ele não trata do Criador. Ele apenas responde a essa simples pergunta: Teria surgido espontaneamente ou não (foi criado)?

70 1º Semestre 2018Origem em Revista

ligente testifica a  favor da maior afirmação jamais pronunciada: ‘No princípio, Deus...’” (Arthur Comp-ton,  Prêmio Nobel de Física de 1927)

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Física pela Bob Jones University (1990). Entre 1990 e 1992, me especializei em física de superfície por meio de mi-nhas pesquisas realizadas no Oak Ridge National Laboratory (EUA). Possuo Mestrado em Física pela Clemson University (1994).  Minha dissertação de mestrado foi basea-da em pesquisas efetuadas no Max Planck Institut für Strömungsfur-chung (Alemanha). Após esse tem-po, eu retornei ao Brasil para atuar como professor da Universidade de Americana no estado de São Paulo e pesquisador independen-te na área de Matéria Condensada e Física de Superfície. Em 2005, recebi o prêmio Troféu Fumagalli na categoria Ciência em reconhe-cimento às minhas atividades no campo da ciência aqui no Brasil. Meu trabalho em física de superfí-cie tem sido na área de consulto-ria, documentação e aprovação de novas tecnologias.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Divido minhas atividades entre Brasil e Estados Unidos. No Brasil, eu tenho uma residência na cida-de de Limeira-SP onde congrego na Igreja Presbiteriana Central de Limeira. Tenho como ministério o de ensinar criacionismo. Ao lon-go desses últimos 18 anos (1998-2016), eu realizei cerca de 500 seminários no Brasil e no exterior, tratando dos temas Criacionismo, Ciência e Religião. Foram mais de 300 mil participantes ao todo. Eu tenho apresentado onze seminá-

rios diferentes, com oito palestras cada um, abordando um aspec-to específico ou do criacionismo científico ou do criacionismo bíbli-co. Foram produzidos oficialmente quatro jogos de DVDs com quatro de meus seminários (oito pales-tras por jogo de DVD). Além disso, existem muitos vídeos no youtube com minhas apresentações. Sou autor de quatro livros Como Tudo Começou: uma Introdução ao Cria-cionismo (2007) – que recebeu os prêmios de apologética e design gráfico na XX Bienal Internacional do Livro (2008-SP); Gênesis 1&2: a mão de Deus na Criação (2011), A Igreja e o Criacionismo (2011) e o e-book Dez Mitos Sobre o Cria-cionismo (2016). Meu maior desejo é que uma nova geração de pes-quisadores e pensadores tenha a ousadia de buscar a verdade, in-dependente das barreiras e pre-conceitos que tiverem que enfren-tar.

Nahor Neves de Souza Junior

1)   O que o criacionismo re-presenta para você?

Entendo o criacionismo como a relação funcional entre a Bí-blia e a ciência (definição simpli-ficada do próprio criacionismo). Deus nos presenteou com dois extraordinários livros: O Livro dos Livros  (As Sagradas Escrituras) e o  livro da natureza. As informa-ções obtidas a partir destes dois compêndios, quando corretamen-te compreendidas e analisadas,

O Livro dos Livros (As Sagradas

Escrituras) e o livro da natureza. As

informações obtidas a partir

destes dois compêndios,

quando corretamente

compreendidas e analisadas,

complementam-se mutuamente

e nos conduzem para mais perto do

próprio Autor – o nosso Criador e

Mantenedor.

71 1º Semestre 2018Origem em Revista

complementam-se mutuamente e nos conduzem para mais perto do próprio Autor – o nosso Criador e Mantenedor. Assim, a convergên-cia entre esses dois livros estimula o pesquisador a se envolver, en-tusiasticamente, com a investiga-ção científica, ao mesmo tempo em que ele identifica na natureza as notáveis digitais do Criador. Finalmente, essa gratificante as-sociação coerente e sustentável do conhecimento bíblico com o conhecimento científico lhe pro-porciona as mais significativas ale-grias intelectuais.  

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou formado em Geolo-gia  pela Universidade Estadual Paulista (UNESP, 1980), mestre em Geotecnia pela Universidade de São Paulo (USP, 1986) e doutor em Geotecnia/Engenharia Civil pela USP (1992). Minha tese doutoral foi baseada em pesquisas feitas em rochas basálticas, muito co-muns na região sul do Brasil.

Entre 1982 e 1995, eu lecionei Geologia em duas das mais con-ceituadas universidades do País. A partir de 1995, tenho desenvol-vido minhas atividades junto ao Centro Universitário Adventista (UNASP), como coordenador do Departamento de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Diretor da faculdade de Engenharia Civil e professor de Geologia e Ciência e Religião.  Sou membro do Núcleo de Estudos das Origens (NEO) do UNASP e do Earth History Resear-ch Center  ligado à Southwestern Adventist University onde minhas áreas de interesse estão ligadas à Geologia e a Vulcanologia. Sou também diretor da subsede bra-sileira do Geoscience Research Institute.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Como Geólogo criacionista, te-nho sido considerado um dos mais ativos divulgadores do  criacionis-mo no Brasil. Tenho me dedicado exclusivamente à obra do Criador, seja ligado ao meu trabalho como professor, pesquisador e coorde-nador no UNASP, ou através da publicação do livro Uma Breve His-tória da Terra  (em fase de conclu-são da 3ª edição), preparação de artigos, CD-ROM e participação na produção de DVDs; Além disso, tenho apresentado centenas de palestras criacionistas por todo o Brasil; inclusive sou um dos pales-trantes oficial dos eventos promo-vidos pela SCB.

Urias EchterhoffTakatohi

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, o criacionismo é um esforço para compatibilizar uma interpretação da Bíblia com o co-nhecimento desenvolvido pela ciência moderna. Como há diferen-tes nuances de interpretação bí-blica e diferentes consciências do conhecimento científico, há certa pluralidade de práticas criacionis-tas. Pessoalmente, tenho procura-do definir os pontos essenciais de minha crença, em grande parte orientada por uma interpretação da Bíblia, ao mesmo tempo em que observo como o limitado co-nhecimento que tenho da ciência se relaciona com esses pontos es-senciais.

Para mim, o criacionismo é um esforço para compatibilizar uma interpretação da Bíblia com o conhecimento desenvolvido pela ciência moderna. Como há diferentes nuances de interpretação bíblica e diferentes consciências do conhecimento científico, há certa pluralidade de práticas criacionistas.

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 2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profissio-nais).

Com o objetivo de ser profes-sor, iniciei o bacharelado no Institu-to de Física da Universidade de São Paulo (USP) e concluí a licenciatura em Física na Organização Santa-marense de Educação e Cultura (antigo nome da Universidade de Santo Amaro, UNISA). Fiz mestra-do e doutorado em Física também na USP, com pesquisa em alguns aspectos da Física da Matéria Con-densada. Fui professor do Ensino Básico nas diversas disciplinas (Fí-sica, Matemática, Química, Lingua-gem de Programação e Estatística) no Instituto Educacional LuzWell (instituição particular com proprie-tários adventistas), no Instituto Ad-ventista Caxiense, no Instituto Ad-ventista Petropolitano de Ensino e no Instituto Adventista de Ensino. Fui também professor universitário das disciplinas de Física, Ciência e Religião e de diversas outras disci-plinas relacionadas à Matemática no Instituto Adventista de Ensino (atual Centro Universitário Adven-tista de São Paulo [UNASP]). Sou membro do Núcleo de Estudos das Origens (NEO), sediado no UNASP, campus 1, e tenho feito palestras por todo o Brasil, sendo, inclusi-ve, um dos palestrantes oficiais da SCB.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Inicialmente procurei aprender o que era discutido, principalmente na área relacionada à datação. Fiz algumas traduções de alguns ma-teriais. No mestrado, estudei uma técnica de datação com aplicação em Arqueologia (Termoluminiscên-cia) observando seu valor e limita-ções. Por sugestão do orientador, procurei explorar a possibilidade de usar essa técnica em datação de

fósseis (Peixes da Serra de Araripe). Observando a dificuldade de apli-cação segura para datação, restrin-gi o âmbito da pesquisa ao estudo das propriedades termoluminis-centes do espécime estudado.

Fiz algumas palestras procu-rando explicar de maneira acessí-vel algumas técnicas de datação baseadas em fenômenos físicos. Dada a complexidade de fatores envolvidos e minha ignorância com respeito a aspectos técnicos importantes dessas técnicas, não mais falo de datação. Nas aulas de Ciência e Religião dadas a alunos de diversos cursos no UNASP, pro-curei mostrar o valor e limitações da ciência e como preservar a fé nos valores bíblico-cristãos mes-mo quando pessoas de prestígio da ciência ou publicações de divul-gação científica insinuem uma des-valorização da Bíblia (para quem quiser saber mais, apresento aqui minha última contribuição na área: http://cevisa.org.br/unasp/essen-cia.pdf)

Michelson Borges

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

O criacionismo é o modelo conceitual que ajudou a trazer paz à minha mente inquieta, mostran-do que é possível harmonizar ade-quadamente a boa ciência e a boa teologia, duas áreas pelas quais sempre tive grande interesse. Per-cebi que, nesse esforço, eu estava em boa companhia, pois pessoas do quilate de um Newton, um Ga-lileu, um Pascal e outros haviam percorrido o mesmo caminho. A

O criacionismo é o modelo

conceitual que ajudou a trazer

paz à minha mente inquieta,

mostrando que é possível

harmonizar adequadamente

a boa ciência e a boa teologia,

duas áreas pelas quais sempre tive grande interesse.

Percebi que, nesse esforço, eu

estava em boa companhia, pois

pessoas do quilate de um Newton, um Galileu, um Pascal e outros

haviam percorrido o mesmo caminho.

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descoberta mais especial que fiz, quando descobri o criacionismo lá pelos meus 17, 18 anos, foi a de que eu não sou um “acidente cós-mico”. Muito pelo contrário, fui pla-nejado por um Deus de amor que está conduzindo a História ao seu desfecho: a recriação da Terra e a concessão da vida eterna aos que aceitarem Seu plano. 

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou formado em Jornalismo pela Universidade Federal de San-ta Catarina (UFSC). Fiz estudos de especialização em Teologia e mestrado em Teologia pelo Cen-tro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP, campus Engenheiro Coelho). Há duas décadas tenho trabalhado como editor na Casa Publicadora Brasileira, tendo atua-do em várias editorias. Atualmen-te, sou editor da revista Vida e Saú-de. Escrevi alguns livros pela CPB e sou o idealizador e mantenedor do site  www.criacionismo.com.br, trabalho que desempenho de ma-neira voluntária há dez anos. Atual-mente, sou também editor associa-do da Origem em Revista.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Sou autor dos livros criacio-nistas A História da Vida, Por Que Creio,  A Descoberta, Terra de Gi-gantes, Se Deus fez, se Deus não fez (para crianças) e Expedição Galápagos (a ser lançado em bre-ve). Além dos livros e das palestras criacionistas que tenho realizado em vários lugares do Brasil e de outros países, uma contribuição significativa que eu acredito ter dado à causa criacionista nestes úl-timos dez anos é a manutenção do blog Criacionismo. Por meio dele, procuro atualizar os leitores quan-to aos temas relacionados à ciên-

cia e religião, procurando escrever em linguagem acessível e com abordagem atrativa. Minha inten-ção sempre foi a de mostrar que os grandes temas sobre a origem e o destino do Universo e da vida não precisam ser complicados. “Se até um jornalista entende, por que os demais também não podem?”

Marcos Natalde Souza Costa

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

Uma grande revelação sobre as nossas origens. Um campo imenso de estudos que nos per-mite compreender, ainda que de maneira restrita, o poder e as ma-ravilhas do Deus que cremos. Se compreendermos o criacionismo como ciência, devemos entender que não temos todas as respos-tas, já que isso faz parte do jogo da própria  ciência. No entanto, devemos entender isso não como dificuldades, mas como desafios para maiores estudos.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Geologia pela Universidade Federal de Mi-nas Gerais (UFMG), Mestre em Geologia Econômica também pela UFMG, onde estudei a apli-cação de isótopos estáveis na pes-quisa de depósitos de ouro. Sou Doutor em Geologia pela Univer-

Se compreendermos o criacionismo como ciência, devemos entender que não temos todas as respostas, já que isso faz parte do jogo da própria ciência. No entanto, devemos entender isso não como dificuldades, mas como desafios para maiores estudos.

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sidade estadual paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), também na área de Geologia Econômica, mas desta vez relacionada a mi-nerais industriais. Eu trabalhei por 12 anos como geólogo prospec-tor pesquisando áreas potenciais para depósitos auríferos. Estou há 17 anos no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) dando aulas de Geologia, Paleon-tologia, Levantamento de Recur-sos Naturais e Ciência e Religião, além da coordenação do Núcleo de Estudo das Origens (NEO).

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Comecei a trabalhar para o criacionismo quando cheguei ao  UNASP em  2000, e ingres-sei no NEO. Desde então, tenho feito um número incontável de palestras em  igrejas e escolas, promovido cursos de capacita-ção para professores e fóruns de discussão. Eu promovi até agora 8 encontros nacionais de criacio-nistas, um evento realizado a cada 3 anos e que tem crescido a cada edição. Em 2009, auxiliei na inau-guração do Museu de ciências Na-turais, localizado no UNASP, que tem sido uma benção para a pro-pagação do criacionismo entre os alunos do ensino fundamental ao superior e de escolas públicas e privadas da região.

Sou membro da Sociedade Criacionista Brasileira e participo praticamente de todos os semi-nários da série “Filosofia das Ori-gens” promovido por esta organi-zação. Ademais, tenho auxiliado na revisão de artigos da Revista Criacionista e de livros, tais como Fé, Razão e História da Terra e Em Busca das Origens. Atualmente, estou contribuindo com o Geos-

cience Research Institute Com-mitte (GRICOM), um órgão criado para promoção e difusão do cria-cionismo em todo o mundo. É um trabalho que amo de paixão.

Wellington dosSantos Silva

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

Um ministério. Uma forma de ajudar as pessoas a reconhecer o Criador através de Suas obras. Du-rante os anos da faculdade, senti a necessidade de material com a cosmovisão criacionista. Um dia visitando uma amiga no hospital eu vi o esposo dela com um exem-plar da então Folha Criacionista da SCB. Logo depois escrevi para a SCB solicitando todos os números disponíveis em português. Isso foi em 1990. Na época do meu mes-trado, um fato marcante aconteceu em uma aula em que estava apren-dendo a estimar a taxa de consan-guinidade em grupos casalados. O meu professor, sabendo que eu acreditava na Bíblia, me perguntou qual foi a mulher com quem Caim casou. Eu respondi que ele havia se casado com uma de suas irmãs. Depois disso começou uma dis-cussão acalorada com os colegas e o professor teve que suspender

Um ministério. Uma forma de

ajudar as pessoas a reconhecer o

Criador através de Suas obras.

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a aula. Hoje, agradeço a Deus por ter testemunhado em um ambien-te acadêmico.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titula-ções e experiências profissionais).

Quando eu terminei a graduação em Ciências Biológicas pela Universi-dade Católica do Salvador (UCSAL), senti o desejo de estudar mais a evo-lução, então eu fui para São Carlos/SP fazer o mestrado em Genética e Evolução pela Universidade Fede-ral de São Carlos (UFSCar). Fiz meu doutorado em Patologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB) com pesquisas voltadas a popula-ções naturais do Recôncavo Baiano. Estudei uma doença genética conhe-cida como Anemia Falciforme. Con-tinuo trabalhando no pós-doutorado na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com esta patologia, procu-rando desenvolver um protocolo não farmacológico para tratar a dor nesses pacientes. As nossas pesqui-sas hoje são uma referência no esta-do da Bahia. Também sou professor de Genética para os cursos de saúde na Faculdade Adventista da Bahia e Ciência e Religião no Seminário Ad-ventista  Latino americano de Teolo-gia.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho feito inúmeras palestras em vários estados do país e também em outros países. Faço parte da SCB e tenho contribuído com vários artigos publicados na Revista Criacionista e capítulos de livros da SCB. Em 2013, publiquei o livro Criacionismo no sé-culo XXI pelo CEPLIB. Atualmente, sou coordenador do Museu de Geo-ciências e do Centro de Recursos em Geociências filiado ao Geoscience Research Institute (GRI). Estou escre-vendo um livro que fala da história

do criacionismo adventista no Brasil e traduzindo o livro Genetic Entropy de John Sanford. Pretendemos lan-çar esses dois livros no segundo se-mestre deste ano.

Eduardo Lütz

1) que o criacionismo re-presenta para você?

O Criacionismo representa para mim uma oportunidade de desfazer equívocos e trazer à tona questões importantes. Isso é um tipo de tarefa que conside-ro importante. Existem diversos grupos de pessoas, por exemplo, que se consideram criacionistas e que crêem em coisas muito di-ferentes entre si. Algumas des-sas crenças são coerentes, ou-tras apenas parecem coerentes na superfície.

Seguindo uma linha que nor-malmente utilizo ao lidar com conceitos importantes (como ‘ciência’, ‘matemática’, ‘metodo-logia científica’, etc.), me reservo o direito de considerar como fal-so criacionismo ao conjunto de crenças incoerentes nessa área (isto é, o que acredita primeiro, e observa as evidências depois), e de verdadeiro criacionismo ao que sobra de coerente, tanto in-ternamente quanto em termos de compatibilidade com evidên-cias. Existem desde linhas filosó-

Me reservo o direi-to de considerar como falso cria-cionismo ao con-junto de crenças incoerentes nessa área (isto é, o que acredita primeiro, e observa as evi-dências depois), e de verdadeiro cria-cionismo ao que sobra de coeren-te, tanto interna-mente quanto em termos de com-patibilidade com evidências.

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ficas criacionistas (algumas dog-máticas, outras abertas a avaliar evidências) até linhas de pesqui-sa utilizando métodos da ciência para investigar hipóteses e pre-visões criacionistas, sendo que estas últimas constituem o que chamo de criacionismo científi-co.

Tudo isso gira em torno da ideia (seja via dogma ou via evi-dências e hipóteses que são es-tudadas) de que existe um Ser que criou a realidade, o que o coloca além do mundo natural como o conhecemos, ou seja, esse Ser é sobrenatural por de-finição.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titulações e experiências pro-fissionais).

Sou bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mes-tre em Astrofísica Nuclear pela UFRGS, desenvolvendo méto-dos para lidar com Teoria Quân-tica de Campos em presença de campos gravitacionais intensos, desenvolvendo modelos mate-máticos nessa e em muitas ou-tras áreas. Efetuei Pesquisas em Física Hipernuclear (com hípe-rons) na Universidade Friedri-ch-Alexander (Alemanha). Hoje, sou engenheiro de software para a Hewlett-Packard (HP), desen-volvendo tecnologias em Infor-mática há décadas.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho discutido com forma-dores de opinião, escrito e re-visado artigos, participado em livros, fornecido entrevistas e feito muitas palestras sobre di-

versos temas de interesse nessa área por todo o Brasil. Atualmen-te, sou editor associado da Ori-gem em Revista.

Tarcísio da Silva Vieira

1) que o criacionismo repre-senta para você?

O Criacionismo representa para mim uma cosmovisão alternativa àquela que sempre tive contato no ambiente acadêmico. Embora não tenhamos pesquisas com viés cria-cionista sendo desenvolvidas em grandes centros de pesquisa secu-lar, é possível  reinterpretar os da-dos disponíveis na literatura cientí-fica de modo a construir modelos alternativos para o surgimento e o desenvolvimento da vida.

Como desenvolvi meus estu-dos em Química, gosto de exem-plos dessa área, tangenciando ou-tras áreas do conhecimento, para ilustrar esse tipo de reinterpreta-ção. Considere as explicações que são apresentadas para a suposta origem espontânea da vida,seja qual for a proposta apresentada, de algum modo, moléculas de bai-xo peso molecular, como as bases nitrogenadas e o açúcar que cons-tituem o DNA, deveriam ser está-veis nos supostos cenários pré-bió-ticos, dados os longos intervalos de tempo que supostamente teriam transcorrido entre a síntese dessas moléculas e a sua incorporação a macromoléculas como o DNA e/ou RNA.

O Criacionismo representa

para mim uma cosmovisão

alternativa àquela que sempre tive contato

no ambiente acadêmico.

77 1º Semestre 2018Origem em Revista

No  entanto, estudos versando sobre características cinéticas e ter-modinâmicas de reações químicas de bases nitrogenadas e açúcares têm mostrado que tais moléculas são altamente instáveis, seja qual for o cenário proposto. Num des-ses estudos, os autores chegam a afirmar que bases nitrogenadas e açúcares não poderiam ter sido utilizados na síntese espontânea das primeiras moléculas de RNA. Porém, todas as formas de vida são constituídas por essas molé-culas. Isso permite concluir que, se tais moléculas são altamente instá-veis, elas deveriam ser utilizadas na construção de moléculas de RNA logo depois de sua síntese. Essa conclusão está em maior harmonia com o relato Bíblico da Criação, se-gundo o qual a vida foi criada de modo rápido, em perfeita harmo-nia com o conhecimento químico.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profissio-nais).

Sou licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Rio Verde (UniRV), Mestre em Quí-mica pela Universidade de Brasília (UnB) e Doutor em Química pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Sempre trabalhei como Pro-fessor, lecionando Matemática, Físi-ca e Química em escolas e Cursos pré-vestibular em diversas cidades no Estado de Goiás. Desde 2009, sou Professor concursado no Insti-tuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO) do Tocantins, lecionando disciplinas de Química Analítica, Química Orgânica, Bio-química, entre outras. Desenvolvi estudos sobre a utilização da téc-nica de Ressonância Magnética Nuclear associada à Quimiometria na diferenciação de matrizes bioló-gicas, e também no estudo da con-formação tridimensional de peptí-deos de interesse biológico.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Infelizmente, em função do tra-balho e dos estudos, não dedico ao Criacionismo o tempo que eu gostaria de dedicar. Tenho tentado contribuir, sempre que solicitado, com a Sociedade Criacionista Bra-sileira (SCB). Na verdade, eu tenho é muito mais recebido do que con-tribuído com o Criacionismo. A pro-ximidade com as pessoas que tra-balham na SCB, especialmente na pessoa do Dr. Ruy Carlos de Camar-go Vieira, mudou  profundamente, tanto a minha vida pessoal, como também minha vida profissional. Sou muito grato a eles por tudo. As contribuições que tenho dado se restringem a participar como pales-trante dos Seminários “Filosofia das Origens”, organizados pela SCB e também a escrever artigos e revisar alguns materiais e textos que a SCB pretende publicar.

Marcia Oliveira de Paula

1) O que o criacionismo repre-senta para você?

Meus pais são adventistas e meus avôs maternos se converte-ram ao adventismo quando jovens. Assim, desde menina ouvia as histó-rias da Bíblia, incluindo a da criação. Como cristã e adventista, não posso

Como cristã e adventista, não posso abrir mão da história da criação. Para mim, o criacionismo é fundamental, pois sem a história da criação, pouca coisa faz sentido.

78 1º Semestre 2018Origem em Revista

abrir mão da história da criação. Para mim, o criacionismo é fundamental, pois sem a história da criação, pouca coisa faz sentido na Bíblia.

Em um sermão do Dr. James Gib-son, do Geoscience Research Institu-te, que eu tive o prazer de traduzir, ele diz que quando você se veste, coloca uma camisa e a abotoa, ao começar, se você colocar o primeiro botão na casa errada, a camisa ficará abotoada de forma errada até o fim. A única maneira de vestir a camisa de forma correta é colocando o primei-ro botão na casa correta. Da mesma maneira, na vida espiritual, devemos ter o fundamento correto. E esse fun-damento é acreditar na Bíblia do co-meço ao fim, da história da criação ao Apocalipse. Se o primeiro “botão” da criação não for colocado no lugar correto, teremos problemas com o resto da Bíblia.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titula-ções e experiências profissionais).

Sou bióloga, formada em li-cenciatura e bacharelado pela Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluí meu mestrado em Ciências Biológicas, com ênfase em Microbiologia. De 1989 a 1991, lecionei as disciplinas Genética, Evolução e Embriologia em várias universidades e faculda-des particulares em Minas Gerais. Em 1998, concluí meu doutorado em Ciências Biológicas na USP (também com linha de pesquisa em Microbio-logia). Fui professora das disciplinas de Genética I, Genética II e Evolução e também coordenadora do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Adventista de São Pau-lo, campus 1, por 10 anos, e do Nú-cleo de Estudos das Origens (NEO).

Atualmente, tenho trabalhado mais com pesquisas nas áreas de Zoologia e Educação Ambiental.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Ajudei na tradução e revisão da tradução de vários livros e artigos em revistas sobre o criacionismo. Tam-bém auxiliei na tradução simultânea de palestras em inglês. Fui membro do Faith and Science Council, ligado à Conferência Geral da IASD, por vá-rios anos e participei de várias reu-niões promovidas por eles nos EUA, em 2002, 2004, 2006, 2007 e 2008. Eu era a única representante do Bra-sil. Já apresentei também muitas pa-lestras sobre criacionismo em esco-las, universidades e igrejas.

Participei como palestrante oficial da SCB em vários de seus seminários “Filosofia das Origens”.Também par-ticipei na organização de todos os Encontros Nacionais de Criacionis-tas, realizados no UNASP Campus SP a cada 3 anos. Em janeiro de 2016, realizamos a 8ª edição deste evento. No UNASP, eu leciono as disciplinas Ciência e Religião e Ciência das Ori-gens para o curso de Ciências Bioló-gicas desde 2013.

Nunca trabalhei com pesquisa, propriamente dita, na área do criacio-nismo. Creio que precisamos incre-mentar a pesquisa nessa área a fim de publicarmos em periódicos revi-sados por pares. Precisamos de mais verbas e pessoas especializadas para desenvolver projetos de pesquisa na área do criacionismo. Só assim pode-remos, quem sabe, ter respostas para muitas das perguntas que envolvem o assunto do criacionismo.

E esse fundamento é

acreditar na Bíblia do começo ao

fim, da história da criação ao

Apocalipse. Se o primeiro “botão”

da criação não for colocado no lugar

correto, teremos problemas com o

resto da Bíblia.

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Johannes Gerson Jansen

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Inicialmente, a Criação faz dife-rença no meu conceito de Deus. Se Deus é o Criador, então Ele deve ser infinitamente poderoso, imen-suravelmente sábio, um grande artista e muito generoso. Também faz diferença no meu conceito da natureza. Se a natureza é criada por Deus ela é inteligível, boa e real. Finalmente, a criação afeta o conceito de mim mesmo. Se devo a minha existência a Deus, então não tenho direitos sobre Deus. Mi-nha existência é um projeto divino. Devo a Ele tudo. Nada é de mim mesmo.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Engenharia Civil pela Universidade federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Mes-tre e Doutor em Engenharia Hi-dráulica e Saneamento  pela Uni-versidade de São Paulo (USP)com período sanduíche no Karlsruhe Institute of Technology (KIT, Ale-manha). Também possuo Pós-Dou-torado em Mecânica dos Fluidos pelo Massachusetts Institute of Te-chnology (MIT, EUA). Atualmente, sou professor Adjunto 3 do De-partamento de Hidráulica e Trans-portesda UFMS e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais da mesma instituição.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho feito palestras sobre Design Inteligente e Criacionismo em diversas igrejas e Universida-des. Desde 2011 tenho mantido o Blog Origem e Destino (http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen). Atualmente, te-nho dirigido e mantido a Socieda-de Origem e Destino (SOD), uma sociedade criacionista com fins de divulgação de artigos em portu-guês relacionados a temas cristãos, inclusive sobre a controvérsia Cria-ção/Evolução. A SOD foi fundada em 1983 em Campo Grande-MS pelo pastor Fridolin Janzen, meu pai. Logo que fundada, iniciou-se a revista com visão criacionista-pro-fética Origem & Destino, com pu-blicação trimestral distribuída em todo o Brasil e outros países onde houvesse interessados. As publi-cações foram realizadas até a 43ª edição.

Queila de Souza Garcia

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

O criacionismo é uma cosmo-visão que pressupõe a ação direta de um ser inteligente na criação do universo e da vida. Na visão ju-daico-cristã, com a qual estou de acordo, este ser é o Deus bíblico, por meio do qual todas as coi-sas foram criadas e são mantidas. À medida que me aprofundo no conhecimento da vida (biologia), especialmente no funcionamen-to das plantas e suas interações

Se a natureza é criada por Deus ela é inteligível,

boa e real. Finalmente, a

criação afeta o conceito de mim

mesmo. Se devo a minha existência

a Deus, então não tenho direitos

sobre Deus. Minha existência é um projeto divino.

Devo a Ele tudo. Nada é de mim

mesmo.

À medida que me aprofundo no conhecimento da

vida (biologia), especialmente no

funcionamento das plantas e suas

interações com o ambiente em

que vivem, mais convicta me torno

de que tudo foi meticulosamente

planejado.

80 1º Semestre 2018Origem em Revista

com o ambiente em que vivem, mais convicta me torno de que tudo foi meticulosamente planejado. O que constatamos experimentalmente no laboratório é que a vida é o resultado de reações químicas precisas, rigoro-samente regidas por leis físicas e ma-temáticas, não cabendo a imprevisibi-lidade do acaso.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titulações e experiências profissionais).

Sou graduada em Ciências Bioló-gicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com mestrado em Biologia Vegetal e doutorado em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e residên-cia pós-doutoral na Universitat de Barcelona, Espanha. Atualmente, sou professora titular da Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG) e pes-quisadora do CNPq. Oriento no Pro-grama de Pós-graduação em Biologia Vegetal (mestrado e doutorado). Atuo na área de Fisiologia Vegetal e minha principal linha de pesquisa científica é a temática da ecofisiologia de se-mentes. Estou envolvida em muitos projetos de pesquisa, alguns com co-laborações internacionais, os quais geraram a publicação de mais de 70 artigos científicos em revistas espe-

cializadas.3) Descreva quais têm sido suas

contribuições/realizações no cam-po do criacionismo.

Tenho participado como pales-trante nos eventos promovidos pela SCB (especialmente nos Seminários “Filosofia das Origens”), tanto no Bra-sil como no exterior. Eventualmente faço palestras em outros eventos e em igrejas. Sou uma das entrevistadas que compõem o livro Por Que Creio do jornalista Michelson Borges e te-nho uma matéria publicada na Revista Adventista sobre o tema planejamen-to inteligente. Além de artigos que escrevi para a Revista Criacionista. Participei de alguns episódios da Sé-rie “Origens” veiculada pela TV Novo Tempo, abordando especialmente aspectos relacionados à biologia das plantas.

80 1º Semestre 2018Origem em Revista