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Maio/ Junho de 2006
Em seus diferen-
tes métodos, os
profissionais de
R a d i o t e r a p i a
buscam meios
para que o trata-
mento de câncer
atenda a três re-
quisitos indispen-
sáveis: precisão
na área afetada,
preservação de
tecidos e órgãos
sadios e a libera-
ção exata da do-
se a ser recebida
por cada pacien-
te. Para alcançar
tais objetivos,
contam com e-
quipamentos de
ponta que entra-
ram no mercado
de modo incisivo
e... Continua na
pág. 10 >>
Multifacetado Cheio de graça
Trazido ao país
pela Medikol, o
Ortho-one pro-
mete reformular
os conceitos da
ressonância mag-
nética de extre-
midades. Tudo
por conta do de-
sign do aparelho,
que confere mais
conforto e liber-
dade ao paciente,
eliminando a in-
comoda sensa-
ção de claus-
trofobia. A novi-
dade pode ser
utilizada para a
realização de e-
xames nas regi-
ões das mãos,
punhos, tornoze-
los, joelhos e co-
tovelos... Continua
na pág. 05 >>
A mastectomia deixa
algumas seqüelas
difíceis de curar. Sa-
bendo disso, a em-
presária e consulto-
ra de beleza Ala
Szerman e a propri-
etária do primeiro
spa holístico do país,
Ma Dhyan Bhavya,
abriram as portas
para a implantação
d o p r o g r a m a
“câncer, vida e sen-
sualidade”. A idéia
é exercitar as mu-
lheres que já passa-
ram pela cirurgia,
suscitando a auto-
estima através de
discussões como a
sensualidade e a se-
xualidade depois da
intervenção para a
retirada das mamas.
Localizado a 140
quilômetros de São
Paulo, na cidade de
Joanópolis... Continua
na pág. 12 >>
Ponto de apoio
HORA DE RELAXAR Mulher mastectomizada faz sessão de watsu, oferecida pelo Hotel Ponto de Luz, no interior de São Paulo.
O tempo se encarrega de apagar as tragédias – eis um
ditado bastante popular. No caso de Chernobyl, mesmo
depois de duas décadas, há... Continua na pág. 06 >>
Reprodução Internet
Divulgação
Cartazes da campanha do Tucca para o diagnóstico precoce do retinoblastoma, conhecido como “olho de gato”. Pág. 08 >>
núcleodamatéria Divulgação
2
Por Laura Natal Rodrigues*
No mês de abril aconteceu a
36ª Jornada Paulista de Ra-
diologia (JPR), que reuniu
profissionais da área no ITM
Expo Center, em São Paulo.
Foram três dias – de 20 a 23
de abril – que movimentaram
o meio científico.
Durante o encontro, os temas
correlatos a medicina nuclear,
radiodiagnóstico e radiotera-
pia foram esmiuçados através
de apresentações e seminá-
rios. Nossos associados com-
pareceram em número ex-
pressivo, sendo determinante
para comprovar o cresci-
mento e o fortalecimento
dos setores em questão.
Um balanço geral do evento
ficou a cargo dos sócios da
ABFM, Leonardo Paschino e
Paulo Roberto Costa, que des-
tacaram a importância dos
radiofármacos, da dosime-
tria interna, da proteção
radiológica e do PET/CT pa-
ra a medicina nuclear. Por si-
nal, estes foram alguns dos
temas abordados nos seminá-
rios do dia 21, que também
teve palestras sobre mamo-
grafia digital, PACS e RIS.
Já no dia 22 foi a vez da ra-
dioterapia entrar na pauta,
com a discussões sobre a apli-
cabilidade prática de Monte
Carlo, as variáveis do controle
de qualidade de sistemas
computadorizados de planeja-
mento para teleterapia, méto-
dos de radiocirurgia extracra-
niana, planejamentos tridi-
mensionais de braquiterapia
de alta dose, análise de erros
sistemáticos e randônicos na
radioterapia do câncer de
próstata, regulamento técnico
para funcionamento dos servi-
ços de radioterapia e a situa-
ção atual da profissão do Físi-
co na medicina.
Sobrou espaço ainda para as
novidades tecnológicas, caso
do LightSpeed VCT, da GE,
que você confere nas próxi-
mas páginas do Jornal Núcleo
da Matéria. E como não pode-
ria deixar de ser, há entrevis-
tas, matérias sobre bem-
estar, além de um artigo que
lembra os 20 anos da tragédia
em Chernobyl. Além disso,
também dá para se informar
sobre os próximos eventos
da ABFM. Boa leitura!
* Presidente eleita para o biênio
2006-2007.
Editorial
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
Presidente: Laura Natal Rodrigues [email protected]; Vice-presidente: Carlos Malamut
[email protected]; Secretária Geral: Márcia de Carvalho Silva [email protected];
Tesouraria: Vilma Aparecida Ferrari [email protected]; Diretoria de Radioterapia: Ma-
ria Esmeralda Ramos Poli [email protected]; Diretoria de Medicina Nuclear: Maria
Inês Calil Guimarães [email protected]; Diretoria de Radiodiagnóstico: Leonardo
Paschino [email protected]; Secretária regional norte-nordeste: Mar ia El iane de
Moraes [email protected]; Secretária regional centro-sudeste: Maria Lúcia
Ferreira [email protected]; Secretário regional sul: Maurício Leick [email protected].
AB
FM 2
006
Foto Laura Furnari Foto Studio Luz/ Sociedade Paulista de R
adiologia
Foto Studio Luz/ Sociedade Paulista de Radiologia
EM TRÊS TEMPOS Acima, credenciamento para a 36ª JPR.
À esquerda, vista parcial do evento, realizado no ITM Expo, em São Paulo. Abaixo, uma das apresentações da jornada.
3
Sinal Amarelo O que vêm por aí...
√ Desde o dia 21 de março, a Editora Unesp e a Livraria
Cultura iniciaram um ciclo de encontros com cientistas e pes-
quisadores para debater temas complexos, essenciais a estu-
dantes e ao público leigo. Informações: (11) 3170-4033
√ Dos dias 14 a 17 de junho, no Centro de Convenções em
Ribeirão Preto, SP, tem início o XI Congresso Brasileiro de Físi-
ca Médica. Para saber mais, acesse o portal:
www.abfm.org.br/rp2006.
√ No Expo Center Norte, em São Paulo, de 20 a 23 de junho
ocorre a Feira Hospitalar, considerada a maior do setor. O even-
to conta com 1.000 expositores de 30 países. Informações no
site www.hospitalar.com.
√ Para encerrar o semestre, de 16 a 21 de julho acontece a
58ª Reunião da SBPC, na UFSC, em Florianópolis. Mais infor-
mações: www.sbpcnet.org.br/eventos/58ra.
√ O Simpósio Internacional de Câncer de Mama, realizado
pelo Núcleo de Mastologia e Centro de Oncologia do Hospital
Sírio Libanês, acontece dias 28 e 29 de julho. Informações pelo
telefone (11) 3284-6680 ou pelo site www.hybrida.com.br.
√ No dia 07 de agosto, às 20h, no Plenário Juscelino Kubits-
chek, na Assembléia Legislativa de São Paulo, será realizado Sessão
Solene em homenagem ao Cinqüentenário do IPEN. A iniciativa é do
deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Resenha As teorias científicas são representações, construídas livremente pelos cientistas, com o propósito de des-
crever e explicar o comportamento da natureza.
Naquele final do século XIX, quando a velocidade das coisas impôs uma nova tônica à vida das pessoas,
as pesquisas sobre a física tornaram-se constantes. Proeminentes estudiosos, caso do inglês James Clerk
Maxwell e dos alemães Max Planck e Albert Einstein foram reconhecidos como os novos pensadores da
ciência, e suas teorias, fundamentais às questões inerentes da humanidade. Um destes nomes, o austría-
co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a primeira edição do livro “Escritos Populares” (Populäre Schrif-
ten). Com cerca de quatrocentas páginas, a obra continha artigos e textos elaborados para suas confe-
rências. Boltzmann era um entusiasta da pesquisa sobre os fenômenos microscópicos. Observava como a
pressão e a temperatura influenciavam a interação entre átomos e moléculas em movimento constante. Em 1884 estudou teoricamente a radiação em uma cavidade, chegando à fórmula que foi denominada
“Equação de Stefan-Boltzmann”. Organizado em dez capítulos pelo professor de filosofia da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, Antônio Videira, “Escritos Populares” é uma compilação que se apresenta “o
núcleo do pensamento filosófico do autor” e trata de temas como métodos da física teórica e os princípios
da mecânica. Videira é um especialista em Boltzmann, tendo publicado muitos artigos a seu respeito.
Também não seria para menos. Ludwig é considerado por muitos como o criador da Mecânica Estatística, importante segmento da Física Mo-
derna. Na época foi extensivamente combatido por Ernest Mach e Wilhelm Ostwald, que não aceitavam os princípios de suas reflexões a res-
peito da matéria. Sua reação diante das críticas sempre soou melancólica, resultando em constantes mudanças de universidades. Ele passou
um curto período de tempo por Viena, Graz, Leipzig, Heidelberg e Berlim. Em sua defesa, Max Planck chegou a afirmar que a definição direta
da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da teoria cinética dos gases. Muitos condicionaram sua personalida-
de cada vez mais depressiva, à perseguição de outros cientistas. Em 1906, durante suas férias na Baia de Duino, Boltzmann cometeu suicídio.
Consta em seu túmulo, localizado em Viena, a inscrição da fórmula S=k.logW, feita pelo amigo Planck, que denominou “k” como a constante
de Boltzmann, literalmente, um gênio incompreendido.
Escritos Populares, de Ludwig Boltzmann, Editora Unisinos (www.unisinos.br). Organização e Tradução de Antônio Videira. 186 páginas. Pre-
ço de capa: R$ 33. À venda também na Livraria da Física.
Div
ulga
ção
Por Ariana Brink
A palavra recidiva geralmente causa
calafrios no paciente. Isso porque, na
maioria das vezes, ela é tratada de for-
ma paliativa. O médico oncologista do
hospital Santa Paula, Francisco Marzio-
na, diz que, “Quando o paciente volta a
apresentar células cancerosas, seu or-
ganismo já desenvolveu resistência
contra o tratamento seguido anterior-
mente”. Trocando em miúdos, o câncer
se torna mais agressivo. A recidiva po-
de ocorrer de três maneiras, local, re-
gional ou metástase. “Enquanto na lo-
cal as células cancerosas crescem no
mesmo lugar, o regional envolve a pro-
ximidade dos linfonodos, que são gân-
glios linfáticos. Já a metástase implica
a migração do câncer para órgãos dis-
tantes. Por exemplo, quando a mulher tra-
tou um câncer de mama e houve uma reci-
diva nos ossos ou no pulmão”, explica
Marziona. Além da prevenção da doença
através de exames periódicos e da adoção
de uma dieta saudável, quem já foi exposto
ao tratamento do câncer tem ainda mais
chances de desenvolver células cancerosas
do que aquele que nunca sofreu com a
doença. O prognostico depende do ta-
manho do tumor e da quantidade de
gânglios comprometidos pelo câncer.
Portanto, a prevenção e detecção pre-
coce ainda são as melhores armas para
a menor recidiva da doença.
4
Por Sérgio Martins
Um dos elos que enfraqueciam a
medicina nuclear, finalmente, caiu
por terra. Da pesquisa por novos
procedimentos até chegar ao con-
sumidor final, neste caso, o paciente, a
distribuição de radiofármacos des-
tinados à medicina, configura-
vam num gasto surreal, incom-
patível com a realidade do trata-
mento do câncer.
Depois de passar por um caso par-
ticular, o senador Jorge Bornhausen,
do PFL de Santa Catarina, decidiu
comprar a briga para tornar mais
acessível o uso deste material ra-
dioativo. Foi dele a Proposta de
Emenda Constitucional, nº. 199,
de 2003, para “excluir do monopó-
lio da União à produção, comercia-
lização e utilização de radioisóto-
pos de meia-vida curta, para usos
médicos, agrícolas e industriais”.
Embora fundamental, a emenda
que alterou o inciso XXIII do arti-
go 21 da Constituição Federal le-
vou quase três anos para ser refe-
rendada pela Câmara dos Deputa-
dos, com 431 votos a favor, 12
contra e uma abstenção. Foi pro-
mulgada pelo Presidente da Re-
pública em 1º de fevereiro
deste ano.
A partir desta realidade abrem-se
duas questões: como a Comissão
Nacional de Energia Nuclear, a
CNEN, fará o controle das empre-
sas que desejarem abrir mercado
no país, mantendo o nível atual
de qualidade e segurança e,
de que forma esta nova regra
afetará o mercado.
Em entrevista exclusiva cedida
para o jornal Núcleo da Matéria,
o presidente da CNEN, Odair Dias
Gonçalves, afirmou que já houve
consultas de empresas interessa-
das na concessão, para a produ-
ção deste material. “Estamos de-
senvolvendo agora o processo de
licenciamento, que passará por
modificações, respeitando os pa-
drões técnicos e de segurança in-
ternacionais”, completou.
Entretanto, será fundamental nes-
ta ação, que o Sistema Único de
Saúde (SUS) tome uma posição
mais definida no que tange a reali-
zação deste exame. “Isto significa
que não adianta aumentar a pro-
dução dos radiofármacos, esten-
der a rede de hospitais atendidos
e importar novos equipamentos,
se o procedimento não for liberado
pelo SUS”, avisa.
Odair Gonçalves aponta ainda que
a CNEN tem investido na amplia-
ção da estrutura de cíclotrons,
com instalação de dois deles nos
centros de Belo Horizonte e Recife,
respectivamente, além de um no-
vo acelerador construído com a-
poio da Fundação de Amparo a
Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP).
Para a população, isso significa
que doze unidades de saúde esta-
rão equipadas de forma mais efe-
tiva para o diagnóstico de neopla-
sias malignas, bem como de dis-
túrbios cardiovasculares. Citando
o senador Bornhausen ‘este foi um
projeto criado para salvar vidas’.
Medicina Nuclear
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
O especialista... Por Jorge Bornhausen*
Às vésperas de completar 39 anos de vida pública, liderar um pro-
cesso que, agora, se completa com a promulgação solene da E-
menda Constitucional n.º 49 que flexibiliza o monopólio da União
para a produção de radioisótopos de meia-vida curta, é uma satis-
fação. Completamos um longo caminho que contou com a colaboração
imprescindível da classe médica, dos relatores e sub-relatores, dos líde-
res no Senado e na Câmara e todos os votos dos Senadores e, tam-
bém, da maioria dos Deputados (...). Foi num momento de angústia,
quando minha mulher, Dulcinha, já operada de um câncer na tireóide
voltou a apresentar sinais de recidiva, apontados no exame de sangue,
sem que, no entanto, se conseguisse, pelos aparelhos disponíveis, a
localização das células cancerígenas para extirpá-las que me veio a
questão. Por orientação da Dra. Valéria Guimarães, do Dr. Marcelo
Bronstein, do Dr. Jairo Wagner e do Dr. Paulo Pontes, fui novamente a
Nova York (a primeira vez aconteceu em 1982, quando meu filho teve
leucemia) para utilizar um novo aparelho denominado “PET Scan” que,
com contraste de radioisótopos de meia-vida curta, tinham extraordiná-
rio alcance para localizar as células cancerígenas. O resultado do exame
permitiu a bem sucedida operação e a respectiva cura. Mas aqui vale o
detalhe. No dia que íamos embarcar para Nova York, encontrei no aero-
porto de Brasília o Dr. Jairo Wagner e lhe fiz a pergunta, “Porque não
tínhamos aparelhos semelhantes no Brasil?” e ele explicou que era em
razão da nossa Constituição que, no seu artigo 21, estabelecia o mono-
pólio da União na produção e comercialização de radioisótopos. Na mi-
nha volta pedi os elementos ao Dr. Jairo para apresentar a Emenda
Constitucional que ora está sendo promulgada. Ele enviou-me não só
com as razões de ordem médica, mas acrescentou na documentação
um relatório da própria CNEN aconselhando a flexibilização do monopó-
lio. Na correspondência explicava-me o Dr. Jairo Wagner, “a tecnologia
PET (tomografia por emissão de pósitrons) é uma técnica de medicina
nuclear com excepcional sensibilidade e precocidade para detecção de
minúsculas lesões tumorais, assim como de disfunções metabólicas,
neurológicas e cardíacas. Os radioisótopos utilizados como ‘contrastes’
radioativos em PET são produzidos em cíclotrons e caracterizam-se por
meia-vida curta, isto é, de 2 a 120 minutos. Faz-se necessário, portan-
to, que haja um cíclotron instalado próximo a cada serviço de medicina
nuclear que deseje dispor de equipamentos para a realização de exa-
mes PET”. Juntava, ainda, para completar a necessidade da emenda,
parecer da CNEN que concluía, “Por não dispor a CNEN, braço executor
da União, de recursos suficientes para atender à demanda sempre cres-
cente de tais substâncias, entendo deva ser elaborada Emenda Consti-
tucional para permitir a produção, comercialização e utilização de radio-
isótopos, mantidos os meios de controle das atividades que os envol-
vem”. Estudei o assunto e verifiquei que o constituinte, ao fixar a regra
monopolista, atendeu à situação da época, em que todos estavam im-
pressionados com os acidentes de Chernobyl e do césio em Goiás, além
da falta de avanço tecnológico, que só recentemente nos trouxe os a-
parelhos de “PET Scan”. Ajudado pelos técnicos do Senado apresenta-
mos o projeto de Emenda que, promulgada, nos permitirá este grande
passo para salvação de milhares de vidas humanas. Finalmente, pos-
so dizer que a promulgação da Emenda Constitucional 49, pelas vidas
que há de salvar, justifica, em muito, todo o trabalho dependido.
* Trechos do discurso proferido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) na
sessão solene do Congresso Nacional, realizada no dia 08 de fevereiro de
2006, para promulgar a emenda constitucional nº. 49 de sua autoria.
5
Informe-se
NA REDE Depois das comemorações
pelos dias mundiais da Saúde e de
combate ao Câncer, respectivamente
em 07 e 08 de abril, o Instituto Brasi-
leiro de Controle do Câncer (IBCC)
ganhou o reconhecimento de referên-
cia no atendimento e tratamento de
pacientes com câncer também na in-
ternet. O portal do IBCC foi considera-
do um dos mais completos na catego-
ria Saúde, com dicas de auto-exames,
novidades em pesquisas, além de per-
guntas e respostas. Informações:
www.ibcc.org.br.
LIVRO A Associação Brasileira do
Câncer lança o livro - em formato digi-
tal - “Tenho Câncer. E Agora?”. A idéia
da publicação é desmistificar a doen-
ça, através de casos bem sucedidos.
Dias Contados
Trazido ao país pela Medikol,
o Ortho-one promete refor-
mular os conceitos da resso-
nância magnética de extre-
midades. Tudo por conta do
design do aparelho, que con-
fere mais conforto e liberda-
de ao paciente, eliminando a
incomoda sensação de
claustrofobia.
A novidade pode ser utiliza-
da para a realização de exa-
mes nas regiões das mãos,
punhos, tornozelos, joelhos
e cotovelos, que hoje repre-
sentam de 50% a 70% do
total de análises feitas. Se-
gundo o diretor da Medikol,
Israel Schleif, estes dados se
devem ao
a u m e n t o
significativo
de práticas
esportivas.
O equipa-
mento per-
mite que o
paciente fi-
que senta-
do, com
maior mobi-
lidade nas
áreas não tra-
tadas. Além
disso, a e-
missão de
ruídos é considerada baixa,
ou seja, é possível que du-
rante a ressonância, o
paciente consiga até ouvir
música - improvável nos mé-
todos convencionais.
O Ortho-one tem um campo
de 1T (um tesla) – fato que
produz imagens de melhor
qualidade e, conseqüente-
mente, maior precisão
nos resultados.
Fabricado pela empresa nor-
te-americana ONI Medical
Systems, o equipamento
também inova também ao
oferecer menor custo em
relação aos aparelhos de
ressonância de corpo inteiro,
minimizando os valores de
instalação, infra-estrutura e
manutenção.
“Estas características aca-
bam tendo um impacto eco-
nômico importante, pois o
número de exames por
dia para se pagar o equi-
pamento e a manutenção
pode ser de 4 a 5 vezes
menor”, garante Schleif.
Depois de conquistar espaço
em clinicas européias, desta-
cando-se especialmente nas
Olimpíadas de Inverno de
2006, em Turim, o equipa-
mento foi oficialmente apre-
sentado durante a 36ª
Jornada Paulista de Ra-
diologia (JPR), que acon-
teceu entre os dias 20 e
23 de abril, no ITM Expo,
em São Paulo.
Vale ressaltar, que por aqui,
o aparelho aporta em seis
unidades do Centro de Diag-
nósticos Delboni Auriemo,
em São Paulo e Curitiba,
e na Clinica Imagem, de
Florianópolis, todos com
previsão de funcionamen-
to para o segundo semes-
tre deste ano.
AGORA É LEI Publicada pelo Diário Oficial, em 06 de fevereiro de 2006, a norma que regulamenta o funcionamento dos serviços
de radioterapia, RDC nº. 20, estabelece a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do público geral. Entre as
considerações, ficou proibido instalar ou manter em funcionamento aparelhos e equipamentos geradores de radiações ionizantes
sem licença do órgão sanitário competente, além da necessidade de regulamentar a participação da ANVISA no controle de materi-
ais radioativos no país. Configura crime produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar e armazenar substância radioativa em desacordo com as exigências previstas nas leis nacionais. Todos
os serviços de radioterapia das instituições públicas e privadas devem seguir a padronização das normas e parâmetros sa-
nitários estabelecidos no país, através da ANVISA.
Divulgação
SEM MEDO Exame de extremidades com o novo aparelho da Medikol é
o fim da sensação de claustrofobia.
6
Por Patrícia Favalle
O tempo se encarrega de apagar as tragé-
dias – eis um ditado bastante popular. No
caso de Chernobyl, mesmo depois de duas
décadas, há ainda muito que cicatrizar.
Traduzido para o ucraniano, a palavra
russa Chornobyl quer dizer absinto,
bebida amarga, mas, ainda assim, instigante.
Era 27 de abril de 1986, quando os moni-
tores de radiação localizados na Central
Nuclear de Forsmark, na Suécia, registra-
ram níveis alarmantes de iodo e cobalto. O
pânico se instalou com a suspeita de um
provável vazamento radioativo. O mesmo
temor seguiu-se por Oslo, capital norue-
guesa, e Dinamarca, onde os índices ob-
servados foram cinco vezes maiores do
que os aceitáveis.
As suspeitas logo apontaram para a então
União Soviética, mas Moscou tratou de ne-
gar qualquer problema. Porém, em 28 de
abril, o governo soviético anunciou o aci-
dente nuclear, através de uma nota que
dizia, “uma explosão, incêndio e fusão do
reator ocorreu na Central Nuclear Vladimir
IIitch Lênin, em Pripyat”.
Uma retrospectiva leva ao dia 25 de abril,
data que teve início a pesquisa na unidade
4 de Chernobyl – em funcionamento desde
1984 -, cujo objetivo era avaliar se a turbi-
na do gerador, girando ainda por inércia
com o reator desligado, proveria energia
suficiente para manter as bombas de água
de circulação em funcionamento. O pro-
jeto russo, chamado de RBMK (Reaktor
Bolshoy Moschnosty Kanalny) era equi-
pado com reatores de urânio enrique-
cido, refrigerados à água fervente e
moderados à grafite.
Os operadores reduziram a potência pela
metade, e o sistema de resfriamento de
emergência foi desligado para evitar que o
reator entrasse em modo automático du-
rante a realização dos testes. As dificulda-
des começaram depois da troca de turno,
por volta das 00h30, quando a energia caiu
bruscamente para 30 MW e o procedimen-
to teve que ser feito manualmente. Duran-
te este desequilíbrio, houve envenenamen-
to pela formação de xenônio, produto de
fissão, com forte poder de absorção de
nêutrons. O ideal seria que o teste fosse
imediatamente suspenso, mas a conduta
adotada foi equivocada.
Em menos de uma hora, apenas 8 das 211
barras de controle estavam no reator. O
súbito aumento de temperatura culmi-
nou numa reação em cadeia, com a
fusão do núcleo, ocorrendo duas explo-
sões. Durante dez dias, Chernobyl perma-
neceu em chamas. No momento do aciden-
te, 31 pessoas morreram – deste total, du-
as foram atingidas diretamente e uma
foi vítima de infarto.
Hoje, calcula-se que 32 mil mortes aconte-
ceram por conta da contaminação, já que
as pessoas foram expostas à radiação nu-
ma intensidade 400 vezes maior que o da
bomba de Hiroshima. A lentidão do gover-
no russo, que só começou a distribuir iodo
à população afetada em 21 de maio e eva-
cuou os 45 mil habitantes apenas 36 horas
depois do incidente, também contribuiu
para que a catástrofe se perpetuasse na
história. Após o desastre, a construção do
‘sarcófago’ da usina levou sete meses
para ser concluída. Ao todo, 326 mil
pessoas tiveram que abandonar suas ca-
sas, num raio de 30 quilômetros.
Em 13 de setembro de 1987, o Brasil expe-
rimentou do mesmo veneno amargo. Um
aparelho de radioterapia que pertencia ao
Instituto Goiano foi roubado para ser ven-
dido em partes, por causa do alto valor co-
mercial do chumbo.
Envolto por uma cápsula, estava o Césio-
137. O revestimento que protegia o mate-
rial radioativo foi violado e as pessoas ma-
nusearam livremente o pó fluorescente. A
partir dali, a contaminação se alastrou e
em apenas 16 dias, as primeiras vítimas –
num total de 249 – foram diagnosticadas
com a síndrome da radiação, sendo duas
fatais.
Enquanto Chernobyl impera como um sím-
bolo da era comunista, devidamente soter-
rada por toneladas de concreto, que vez ou
outra cismam em rachar, para provar ao
homem que ali ainda dorme um perigo, o
solo da região afetada – chamada de zona
de exclusão – deve permanecer inabitável
por pelo menos 900 anos. Na contramão
de eventos isolados, a energia nuclear não
deve ser enterrada com os destroços de
Chernobyl, afinal, trata-se de uma alterna-
tiva de energia altamente concentrada,
sem emissão de poluentes na atmosfera e
tão segura como qualquer outra fonte.
É preciso, porém, de cuidados na armaze-
nagem dos resíduos e de um plano deta-
lhado a longo prazo. Depois do acidente,
mais 48 usinas foram construídas em todo
o mundo. Um sinal de que Chernobyl ficou
para trás. Como dizem, “(...) e assim, ca-
minha a humanidade”.
Amargo veneno
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
PELOS ARES Vista aérea dos destroços de Chernobyl.
Projeto de sarcófago definitivo para enterrar os restos da usina.
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7
Tecnologia Tome nota
DE AGENDA CHEIA
A Sociedade Brasi-
leira de Física (SBF)
participa de dois
eventos destinados
a educadores, alu-
nos e o público em
geral. Desde o dia
08 de maio acontece
a mostra “Einstein e
a América Latina”,
no Museu de Astro-
nomia e Ciências
Afins (MAST), que
apresenta impressões do físico a respeito dos países
visitados por ele, durante suas viagens realizadas entre
1925 e 1930. A exposição está em sua segunda mon-
tagem, tendo estreado no ano passado, em comemora-
ção ao Ano Internacional da Física. A SBF ainda convi-
da professores e estudantes do ensino médio de todo
país a inscreverem-se na oitava edição da Olimpíada
Brasileira de Física até o dia 15 de julho. Segundo a
entidade, o objetivo é despertar o interesse para a ma-
téria, funcionando como estímulo a futuros profissio-
nais dedicados a carreira de ciência e tecnologia. A ex-
pectativa é de que cerca de 60 mil pessoas entrem na
competição. Destes serão escolhidos os jovens que re-
presentarão o país nos torneios internacionais, realiza-
dos em Cingapura, Irã, Portugal e Argentina. Para que
o aluno possa participar, basta que um professor de
física da escola esteja credenciado. O cadastro é gra-
tuito e o endereço na internet é
www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas ou através
da coordenação das olimpíadas de cada es-
tado (o endereço consta nos cartazes afi-
xados nas unidades de ensino, previamente
distribuídos).
Einstein e a América Latina. De 8 de maio a 1º de
setembro de 2006, de segunda a sexta-feira, das 8h
às 17h. Saguão do 1º andar do Prédio de Ensino e
Informática, Ipen. Avenida Lineu Prestes, 2242 - Ci-
dade Universitária.
8ª Olimpíada Brasileira de Física. Inscrições até o
dia 15 de julho. Mais informações pelo site
www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas ou na secretaria
geral da Olimpíada, no telefone (11) 3814-5152.
Por Alex Barbosa
Um dos destaques da 36ª Jornada
Paulista de Radiologia (JPR), reali-
zada entre os dias 20 e 23 de abril
deste ano, a GE apresentou uma
série de produtos de linhas excep-
cionais. Caso do LightSpeed VCT,
um tomógrafo computadorizado
volumétrico, cujas vantagens estão
na velocidade de varredura feita
em uma única rotação (graças ao
tubo de 8 MHU e o gerador de 100
kW), na altíssima resolução das
imagens e na tecnologia criada para
‘formar uma visão tridimensional
da anatomia do paciente, para a
análise clínica’.
Tanta tecnologia é resultado do pro-
grama Hilight®Matrix III Scintillator,
que garante 40mm de cobertura com
espessura de corte de até 0,35mm,
evidenciando imagens antes não-
detectáveis. Estas fatias, ultrafinas,
serão fundamentais, por exemplo,
para exames cardíacos em que se
demanda a exposição do volume e a
definição de tecidos, cada vez mais
detalhados.
O tomógrafo conta ainda com o siste-
ma Microvoxel que coleta uma série
de dados em volumes cúbicos míni-
mos e os reagrupa posteriormente,
em figuras em 3D.
Esta descoberta permite a investiga-
ção de possíveis neoplasias sem mé-
todos tão invasivos, garantindo ainda
procedimentos posteriores mais efi-
cazes. Outro detalhe importante é
visto no sistema de aquisição de da-
dos, Digital DAS 24-bit, que reduz o
ruído do aparelho em até 33%. Se-
gundo a assessoria de comunicação
da empresa, o Hospital Beneficência
Portuguesa já adquiriu o equipamen-
to, sendo a primeira unidade de saú-
de a fazê-lo na América Latina.
Em meio às novidades na área médi-
ca, a caneta Gama Probe também
merece destaque. Utilizada em cirur-
gias radioguiadas, o aparelhinho –
que apresenta 97% de eficácia – é
capaz de identificar o percurso que o
câncer de mama, pênis, vagina, ca-
beça, pescoço e de pele fez ou fará
no processo de metástase.
“A identificação precoce permite ex-
trair apenas o gânglio que poderá
desenvolver o câncer, preservando
os demais. Isso garante melhor qua-
lidade de vida
aos pacientes,
já que os mé-
todos tradicio-
nais implicam
a extração de
todos os gân-
glios para aná-
lise”, diz médi-
co radiologis-
ta Aron Bel-
fer, da URP
Diagnósticos
Médicos.
Divulgação
Tomógrafo LightSpeed VCT, da GE Div
ulga
ção
8
Por Helen Pessoa
Criado em 1998, o Tucca, Associação Para
Crianças e Adolescentes com Tumor Cere-
bral, contabiliza um total de 700 pacientes
atendidos. Através de parcerias com insti-
tuições privadas, a entidade disponibiliza
tratamento gratuito no Hospital Santa Mar-
celina, em Itaquera, São Paulo. Elabora
ainda, ações preventivas com resultados
animadores.
Foi assim em 2003, quando o retinoblasto-
ma – câncer ocular oriundo das células da
retina – tornou-se tema amplamente dis-
cutido, com direito ao apoio do Grupo Tele-
fônica, que estampou a campanha em uma
série de cartões de ligação.
Em entrevista ao Jornal Núcleo da Matéria,
o presidente da entidade, Sidnei Spelman,
falou um pouco sobre o trabalho dedicado
à saúde da criança.
Como e porque o Tucca foi criado?
Sou oncologista pediátrico há 25 anos, e
recebia em meu consultório familiares de
pacientes sem nenhum tipo de recurso, da
capital (São Paulo) e de cidades distantes.
Eram também pessoas cujo convênio mé-
dico não dava cobertura para neoplasia ce-
rebral, que não tinham acesso imediato a
hospitais públicos e que não podiam arcar
com as despesas de certos tipos de
exames, caso da ressonância magnética.
Reunimos no início aqueles que eram mais
próximos, médicos, acompanhantes de ou-
tros pacientes que demonstraram a vonta-
de de ajudar, empresários, profissionais
liberais e, então, fundamos o Tucca. De-
mos prioridade a este tipo de câncer, pois
constatamos que a rede SUS não dispunha
de estrutura adequada para o tratamento.
E porque, depois da leucemia este é o epi-
sódio mais comum entre as crianças.
Como elas chegam até vocês?
Por diversos caminhos. Às vezes nos depa-
ramos com o diagnóstico feito no pronto-
socorro. Em outras situações os médicos
que conhecem nosso trabalho encaminham
as famílias até o ambulatório. Já vimos
pessoas que, por acaso, dependendo do
lugar onde moram buscam pelo assunto
através da internet e acabam acessando a
nossa página (www.tucca.org.br).
Qual é o critério para contar com a
ajuda do Tucca?
Atendemos tanto os que não possuem ne-
nhum tipo de plano de assistência como os
que possuem. E quando o convênio se ne-
ga a oferecer o atendimento apropriado,
nós também prestamos assessoria jurídica.
Quem são os maiores colaboradores e
parceiros do Tucca?
A lista é grande, mas não é suficiente. Ain-
da mais agora que precisamos finalizar o
ambulatório dentro do hospital, porque o
espaço onde estamos se tornou pequeno.
Temos aqueles que colaboram com a gente
para realizarmos estes eventos culturais
(referindo-se a Série de Concertos Tucca),
através da Lei Rouanet. Há também doa-
ções de pessoas físicas e de empresas,
além de contarmos com um projeto dentro
do Fundo de Assistência ao Menor, da Pre-
feitura Municipal de São Paulo, com isen-
ção fiscal para quem quiser colaborar conosco.
Vocês têm apoio de mídia?
Infelizmente não. Também não somos reci-
pientes do McDia Feliz (promoção realizada
pelo Mc Donald´s, que reverte ao GRAAC,
toda a renda captada com a venda de um
de seus lanches, durante um dia inteiro).
Veja, não estou criticando ninguém, ape-
nas observando o que é dito ao consumi-
dor. Que ao participar da ação, seu dinhei-
ro será direcionado a iniciativas que tratam
do câncer infantil, o que é, em parte, uma
inverdade.
Sabe-se que para determinados casos,
surgem técnicas e equipamentos de
ponta. Vocês têm acesso a eles?
Sim, aparelhos novos vieram do SUS, mas
buscamos outras parcerias para situações
específicas. Quando, por exemplo, ultra-
passamos o número de Ressonâncias Mag-
néticas estabelecidas para o hospital, con-
tamos com o apoio da URP (Unidade Radio-
lógica Paulista), uma clínica privada, que
nos doa um exame por semana. Na conta
final, em um ano, isto representa uma aju-
da significativa. Dependendo da cidade on-
de a criança mora, pagamos esse e outros
procedimentos sistematicamente.
Quais são os maiores objetivos do Tucca?
Oferecer diagnóstico - que é simples e po-
de ser detectado, por exemplo, através de
uma fotografia tirada com flash -, e trata-
mento do câncer com qualidade a todos
que nos procurarem, com enfoque multi-
disciplinar, aproximando também a família,
e investir em campanhas educativas. Isso
faz toda a diferença.
Hoje o senhor concentra seu trabalho
apenas na administração do Tucca?
Não, nem posso. Coordeno o departamento
de oncologia pediátrica do Hospital Santa
Marcelina e a clínica particular que divido
com outro médico. A rotina do Tucca de-
manda de certo tempo (durante a entrevis-
ta Sidnei dava as últimas coordenadas para
mais um dos eventos culturais promovidos
pela entidade, para a arrecadação de ver-
bas). Mas essa atividade é fundamental
para minha vida.
Confira as datas da temporada 2006, da “Série
de Concertos Tucca”: Orquestra Giovanile
Italiana, 13 de junho, no Teatro Cultura Artís-
tica. Jean-Yves Thibaudet, 27 de setembro,
na Sala São Paulo e Orquestra Sinfônica da
USP em ‘Nona Sinfonia de Beethoven’, 14
de novembro. Sempre às 21h. Informações
pelos telefones: (11) 3057-0131 e 3887-
0593.
Como tudo começou
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
DO BEM O médico oncologista, Sidnei Spelman, durante entrevista.
Foto AEP
9
Radiologia Diagnóstica
PESQUISA DIVULGADA Na 36ª Jornada Paulista de Radiologia, que aconteceu en-
tre os dias 20 e 23 de abril, foi apresentado um estudo desenvolvido por médicos
norte-americanos e canadenses em 33 serviços de saúde, envolvendo 49.528 mulhe-
res. Segundo a pesquisa, a mamografia digital revelou-se mais precisa que o
método convencional, além de apresentar outras vantagens, como o acesso
mais fácil às imagens por rede de computadores, melhores meios de transmis-
são, recuperação e armazenamento de imagens e o uso de doses mais baixas de ra-
diação. O trabalho foi feito pelo American College of Radiology Imaging Network e
financiado pelo National Cancer Institute.
Por Alex Barbosa
Realizada entre 20 e 23 de
abril de 2006, a 36ª Jor-
nada Paulista de Radiolo-
gia (JPR) atraiu um públi-
co de mais de 10 mil pes-
soas, segundo a Socieda-
de Paulista de Radiologia e
Diagnóstico por Imagem
(SPR), organizadora do
evento. O local escolhido
para esta edição foi o ITM
Expo, que disponibilizou
uma estrutura de quase
20 mil metros quadrados,
possibilitando aos expositores
novas formas de apresenta-
ção de seus lançamentos.
Além disso, foi registrado
um aumento de 15% no
contingente de convida-
dos, entre os quais, 30
professores do Canadá,
Chile, Dinamarca, Espa-
nha, Estados Unidos, Itá-
lia, bem como congressis-
tas, conferencistas e
membros da comissão
científica. Destaque para a
Sessão de Interpretação
de Imagens ministrada
pelo doutor Adelson A.
Martins, que contou com
um público de mais de mil
profissionais.
Para as empresas, houve
a oportunidade de mostrar
suas novas linhas de equi-
pamentos. A GE Healthca-
re trouxe o LightSpeed
VCT (Tomografia Compu-
tadorizada Volumétrica) e
o Signa Excite HD 3.0T
(Ressonância Magnética
de 3 Tesla). Um dia antes
da abertura da JPR, a cor-
poração promoveu o ‘GE
Experience’, no Hotel Uni-
que, com a presença de
médicos brasileiros, fran-
ceses, mexicanos, norte-
americanos e noruegue-
ses, que utilizaram o en-
contro para a troca de in-
formações a respeito das
novas tecnologias em TC,
PET/CT e RM.
Já para a Siemens, a JPR
representa um dos cinco
maiores acontecimentos
do segmento de diagnósti-
co por imagem do mundo
e o mais importante do
país. Em seu catálogo pa-
ra este ano houve espaço
para o Cíclotron, que pro-
duz o FDG-18, destinado a
atender a recente abertu-
ra de mercado nacional.
Ganhou evidência também
a série Acuson, com os
modelos Sequóia (que
prima pela qualidade
das imagens obtidas,
coloridas e de alta espe-
cificidade) e Antares (com
linguagem Foursight 4D, ou
seja, em quarta dimensão).
Grandes corporações divi-
diram a cena com mais de
60 nomes reconhecidos no
mercado, como as presta-
doras de serviço e os for-
necedores de materiais
diversos às unidades de
saúde, entre os quais, os
resfriadores de líquido pa-
ra hospitais (Hitachi) e
extensores para ressonân-
cia magnética (Alko).
Agências reguladoras e
organismos de representa-
ção de classe também
ocuparam o espaço, caso
da ANVISA, do Conselho
Regional de Medicina do
Estado de São Paulo
(CREMESP) e da ATRESP,
Associação Tecnológica
Radiológica do Estado de
São Paulo.
<< Worksta-tion utilizada pelo PACS, acessada pelo radiologista, Dr. Carvalhal, sócio da Plani Diagnósticos Médicos de São José dos Campos.
Mais informações: www.spr.org.br
Ao lado, o PACS recém-adquirido pelo H o s p i t a l Nossa Senho-ra de Lourdes, em São Paulo.
O que é Notícia
MADE IN BRASILIS Durante o encontro de
radiologia, foi lançado o ORB.IT, uma solu-
ção desenvolvida pela empresa Mandic, Me-
dical Systems, Pixeon e Sadig, que integra o
processo da realização do exame radiológico
até a entrega e diagnóstico por e-mail. O
mandic:mail é a única ferramenta no Brasil
capaz de entregar mensalmente 15 mil
mensagens iniciais, que vão de 14 a 18 MB,
com qualidade e segurança. Serão distribuí-
das no evento 8 mil contas de e-mail, com
validade de um mês, para que os médicos
possam testar a ferramenta.
SAÚDE EM DIA O Hospital Nossa Senhora
de Lourdes, inaugurado em 1958 no Jaba-
quara, zona sul paulistana, ocupa mais de
23 mil metros quadrados, sendo considera-
do um dos maiores complexos médico-
hospitalar do país, além de deter – ao lado
de outras 15 instituições de saúde – a certi-
ficação Nível 2. Com um centro de diagnós-
tico moderno, que inclui medicina nuclear,
tomografia computadorizada, ressonância
magnética e PACS – sistema eletrônico de
digitalização de imagens radiológicas que
garante o envio de exames por rede.
Divulgação
Divulgação
10
O Jornal Núcleo da Matéria é uma publicação da Associação Brasileira de Física Médica [ABFM], distribuída gratuitamente entre os associados, com periodici-dade bimensal. Tiragem: 1.500 exemplares. www.abfm.org.br. Caixa Postal: 72002. Cep: 05508-970, São Paulo, SP.
Expediente - Jornalistas Responsáveis: Adriana Sanches, MTB: 34.872 e Patrícia Favalle, MTB: 33.548. Reportagens: Alex Barbosa, Ariana Brink, Helen Pessoa, Sandi Dias e Sérgio Martins. Fotos: Agência Em Pauta [AEP]. Projeto gráfico: 7ervas. Impressão: Laborgraf (11) 3829-4711. Comercial: OPS!!! Propaganda e Marketing (11) 3961-5777. ** Grupo Em Pauta Assessoria de Comunicação Ltda. ** Rua Teodoro Sampaio, 1788, cj. 111, Pinheiros - São Paulo - SP. Tel./Fax: (11) 3031-6033. CNPJ: 05.529.556/0001-93. Fale conosco: [email protected] www.e-pauta.com.br.
Radioterapia
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
Por Adriana Sanches
Em seus diferentes métodos, os profissio-
nais de Radioterapia buscam meios para
que o tratamento de câncer atenda a três
requisitos indispensáveis: precisão na área
afetada, preservação de tecidos e órgãos
sadios e a liberação exata da dose a ser
recebida por cada paciente. Para alcançar
tais objetivos, contam com equipamentos
de ponta que entraram no mercado de mo-
do incisivo e, softwares que passam por
constantes atualizações.
Com a descentralização das novas técni-
cas, a exemplo da radioterapia intra-
operatória, disseminada pelos grandes cen-
tros médicos do país e do número crescen-
te de físicos médicos em formação, foi pre-
ciso investir na importação e criação destes
programas. Atualmente o setor conta com
alguns sistemas de planejamento, caso das
linhas Eclipse, da Varian Medical Systems,
PLATO, da Nucletron, Prowess Panther, da
Prowess, Theraplan, da Theratronics, além do
CAT3D e o MNPS, criado pela Mevis, entre outros.
Um dos diferenciais que destacam os pro-
dutos da Varian de seus similares é que
além dos programas, a empresa também
fornece a ferramenta, neste caso, os acele-
radores lineares. Segundo sua assessoria
de comunicação, os softwares incorporam
planos de tratamento, bem como gráficos e
simuladores.
O PLATO, utilizado para teleterapia e bra-
quiterapia, é produzido pela companhia ho-
landesa Nucletron, desde o começo dos
anos 80. Contém recursos aprimorados -
que funcionam através da plataforma Win-
dows -, dentre os quais o planejamento
inverso e o simulador virtual.
Com mais de oito anos de atuação no seg-
mento, a Mevis Informática Médica é uma
empresa brasileira, com sede em São Pau-
lo, criada para garantir da infra-estrutura
empresarial à comercialização e desenvol-
vimento dos programas CAT3D e MNPS.
Ainda assim, atua em instituições médicas
localizadas em outros países, como o Peru,
Itália, Espanha, Taiwan, México e Cuba.
O CAT3D começou como um sistema de
planejamento de radioterapia 2D, em
1986. Atualmente tem recursos de simula-
ção visual, ampla conectividade com CT,
RM e PET, bem como, planejamento de te-
leterapia com fótons e elétrons, terapia
conformacional, radioterapia de intensida-
de modulada (IMRT), braquiterapia e fusão
multimodal de imagens.
Para Armando Alaminos, presidente da
companhia uma das preocupações da Me-
vis é permitir o acesso desta ferramenta
para o maior número de pacientes. Para
tanto, os programas são desenhados em
compatibilidade com processadores de uso
popular, caso da Intel, na América Latina.
“Não achamos que a solução seja exigir a
compra de uma estação de trabalho mais
dispendiosa. Além disso, investimos na
contínua renovação dos sistemas a preços
cada vez mais acessíveis”. A qualidade,
completa Alaminos, é comprovada por la-
boratórios e pesquisadores independentes,
por autores de teses de mestrado e douto-
rado que criam objetos simuladores e ex-
perimentos para aferir sua precisão.
Desde 2003, a Siemens Medical Solutions
adquiriu a MRC System, que detém uma
tecnologia avançada em radiocirurgia, indi-
cada para pequenos tumores. A MRC vem
de uma fusão da Universidade de Heidel-
berg e o Centro de Pesquisa sobre Câncer
DKFZ, cujo portfólio apresenta dois hard-
wares, o ModuLeaf Multileaf Collimator
(MLC) e o sistema micro MLC. Para atender
este equipamento, foi criado o Konrad Ra-
diation Treatment Planning (RTP), que per-
mite uma técnica mais precisa para o pla-
nejamento inverso.
Neste mercado que movimenta bilhões de dóla-
res por ano e que tem assumido papel impor-
tante em empresas de diferentes portes,
os softwares são vistos como as ‘meninas dos
olhos’ de fabricantes de utilitários. Pudera.
Chegam a representar até 4% no aumento
da receita anual destas organizações.
PRÁTICO Programa CAT3D, da Mevis, em uso.
Divulgação
11
12
Por Sandi Dias
A mastectomia deixa algumas se-
qüelas difíceis de curar. Sabendo
disso, a empresária e consultora de
beleza Ala Szerman e a proprietária
do primeiro spa holístico do país,
Ma Dhyan Bhavya, abriram as por-
tas para a implantação do progra-
ma “câncer, vida e sensualidade”.
A idéia é exercitar as mulheres que
já passaram pela cirurgia, suscitan-
do a auto-estima através de dis-
cussões como a sensualidade e a
sexualidade depois da intervenção
para a retirada das mamas.
Localizado a 140 quilômetros de
São Paulo, na cidade de Joanópolis,
em meio a Serra da Mantiqueira, o
Hotel Ponto de Luz desenvolve pro-
gramas especiais para estas mu-
lheres. Já colocado em prática, o
projeto acontece em datas pré-
determinadas, sempre com a finali-
dade de oferecer às participantes
momentos de reflexão e de troca
de experiências. “Tudo isso serve
para que elas reencontrem em si
mesmas a força feminina e o amor
pela vida”, diz Ala Szerman.
A iniciativa conta com o apoio da
Instituição Estrela da Mama -
especializada no atendimento de
mulheres com câncer de mama -,
da loja Mama Amiga e do Instituto
Paulista de Cancerologia (IPC). As-
sim como as atividades já propos-
tas, o Hotel elabora concomitante-
mente palestras sobre o assunto,
programação interativa, terapias e
muito entretenimento.
Por sinal, o lazer é um dos maiores
atrativos do local. O cardápio
inclui caminhadas guiadas, medi-
tações e 15 tipos diferentes de ati-
vidades corporais personalizadas,
tais como, dança circular sagrada e
oriental, ambas ministradas pelo
biólogo Glauco Bueno, massagens,
reflexologia, hidroterapia, banhos
terapêuticos e aromaterapia. E, há
ainda, espaço para apresentações
culturais.
Além de Ala Szerman – que venceu
a doença há mais de uma década -,
a ação é chancelada pela experiên-
cia da nutricionista Conceição Tru-
com, que realiza a conferência
“Como fortalecer seu corpo na sua
capacidade de se defender atra-
vés de uma alimentação ade-
quada”, cuja temática é ideal
para falar sobre alimentos saudá-
veis, desintoxicantes e preventivos,
e Lourdinha Borges, escritora e ar-
tista plástica, mastectomizada des-
de 1996 e autora do livro que dá
nome ao programa. Todas elas,
presenças confirmadas.
Elas merecem mais
Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal
A estimativa de preço por pessoa varia
de R$ 640,00 (duplo) a R$ 832,00
(single), e inclui transporte de ida e vol-
ta (São Paulo – Joanópolis/ Joanópolis –
São Paulo), pensão completa e ativida-
des extras.
Os programas são esporádicos e por
isso devem ser confirmados. Para
saber mais, entre em contato com o
Hotel Ponto de Luz.
Tel. (11) 4539-9382/ 4539-4075.
www.hotelpontodeluz.com.br.
BELEZA RARA O Instituto Avon investiu R$ 124 mil em
projeto de combate ao câncer de mama do Hospital das
Clínicas de São Paulo. O dinheiro foi destinado à compra
de dois novos equipamentos e treinamento de seu corpo
clínico. O objetivo é aperfeiçoar a detecção precoce do
câncer de mama com alternativas que possibilitem asso-
ciar diagnóstico e tratamento, diminuindo custos e o tem-
po de espera das mulheres atendidas pelo SUS. O HC fi-
gura entre os 18 institutos de saúde selecionados pela
empresa na campanha Um Beijo pela Vida, que arrecadou
R$ 3,5 milhões, valor integralmente repassado a organi-
zações de combate ao câncer de mama em 11 estados
brasileiros. Segundo a direção do hospital, a meta é au-
mentar as taxas de diagnóstico precoce, atendendo
864 mil pessoas, entre 35 e 60 anos, em 18 meses.
De acordo com o INCa (Instituto Nacional do Câncer), o
número de novos casos da doença no Brasil para este ano
é de 48.930, com risco estimado de 52 casos a cada 100
mil mulheres.
TRAUMA MINIMIZADO O câncer de mama está entre
os tipos de doença que mais afetam as mulheres psicolo-
gicamente. A mutilação traz traumas quase irrecuperá-
veis. Por isso, a cirurgia reconstrutora imediata é tão im-
portante, já que influi diretamente na qualidade de vida
da paciente. A reconstrução mamária pode ser feita com
o tecido do próprio corpo, como por exemplo, a pele do
abdome ou das costas, ou ainda com próteses de silicone.
Divulgação
BEM ESTAR Fachada do Hotel Ponto de Luz, pioneiro no atendimento de mulheres mastec-
tomizadas e referência entre os spas holísticos do país.