o estado de sao paulo 2012

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Pucón en Viagem, 2012

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Page 1: O Estado de Sao Paulo 2012

CaribeHotéis investem para oferecer mais que sol e mar

Págs. 6 e 7

http://www.estadão.com.br

Chile

Pág. 3

Força nas pernas. Cerca de 20 mil turistas acada ano encaram a subida – que até exige algumpreparo físico, sim, mas nada muito específico

Chegar à cratera do imponente Vulcão Villarrica é o mais cobiçado (e belo) desafio em Pucón.Mas outras aventuras e mordomias aguardam os visitantes: trilhas, rafting, águas termais...

Sabores de BelémAçaí e outras delícias, no Ver-o-Peso e por toda a capital

Montanha acima

TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

SILVIO CRESPO/ESTADÃO

%HermesFileInfo:V-1:20121120:V1 TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012 Nº 2414 O ESTADO DE S. PAULO

Page 2: O Estado de Sao Paulo 2012

ChocolateÉ uma das especialidadeslocais. A dica é passear pe-las chocolaterias, pedir paraexperimentar as opções ecomprar por quilo as quemais lhe agradarem

Pisco sourO pisco, bebida típica e mui-to consumida no Chile, éencontrado em abundânciaem Pucón na versão sour:coquetel que inclui frutas eaçúcar e também é vendidoem garrafas

O básicoProtetor solar é imprescindí-vel, especialmente na subi-da ao vulcão, sob o risco deestragar o resto do passeio

RoupaÉ importante levar itens pa-ra frio e calor, pois a tempe-ratura varia muito

EquipamentoNo passeio até o cume dovulcão, não há com que sepreocupar: as agências for-necem o necessário

Senhor da paisagem

Charme e delícias da vila aos pés da montanha

Silvio Crespo / PUCÓN

No alto do vulcão co-berto de gelo, o ventoque deixa a sensaçãotérmica em torno dos

5 graus negativos, surpreenden-temente, não incomoda. Ao con-trário, chega a ser bem-vindo, re-fresca o rosto quente e o corpocansado das mais de 5 horas decaminhada sobre a neve, monta-nha acima. No cume do Villarri-ca, a ventania é uma espécie deboas-vindas e, ao mesmo tempo,de celebração.

A subida ao vulcão que é a prin-cipal atração turística da cidadede Pucón, no centro-sul do Chi-le, é longa e exige preparo físicorazoável. Não que seja necessá-rio ter experiência – basta nãoser um sedentário convicto e seencher de disposição. O passeio,feito por 20 mil pessoas a cadaano, vale a pena mesmo que sepercorra apenas parte da monta-nha. Subir o quanto for possíveljá é suficiente para ter a sensaçãode superação (os guias ajudam a

decidir se é hora de desistir) eadmirar a paisagem, que ficamais bonita a cada passo.

Fato que pude comprovar du-rante uma parada na metade dasubida. Sentado sobre uma lonaestendida na neve, com uma gar-rafa de água em uma das mãos eum chocolate de avelã que des-cia leve como um picolé na ou-tra, ouvi de um turista: “Está boaa praia aí?”. Boa estava, só que a2.847 metros acima do nível domar. E com um horizonte bran-co e azul diante dos olhos.

Depois do necessário refres-co, a recompensa para quem che-ga ao topo é poder admirar o inte-rior da cratera e ver a lava – quan-do a grande quantidade de fuma-ça permite. Se for possível, podecomemorar: é uma dádiva. E vo-cê ainda entenderá porque oVillarrica tem um constante file-te de fumaça sobre seu cume, vi-sível desde a cidade e de boa par-te da região.

A descida é outra conversa. Seas condições da neve estiveremboas, é possível escorregar ao

longo do declive em uma brinca-deira-atividade que os locais cha-mam de esquibunda, assim mes-mo, em português. Trata-se deum “esporte”, como eles dizem,

em que o atleta senta sobre umaespécie de prancha de plásticoamarrada ao corpo e desliza naneve. Os primeiros a desceremno dia – em geral, os próprios

guias – demarcam as trilhas queserão percorridas pelos turistas.Os mais entusiasmados e corajo-sos conseguem atingir certa velo-cidade e fazer do esporte umaaventura. Nenhum problema sevocê for do tipo mais contido:frear é facílimo, mais até do queganhar velocidade. A descida po-de ser bem suave e tranquila.

Sem baixa estação. O trekkingmontanha acima pelo VulcãoVillarrica pode ser feito o ano to-do. Já estação de esqui, o outrodestaque da cidade, funcionaapenas durante o inverno (leiamais na página ao lado).

Mas, apesar de não ter baixaestação, isso não significa que aaventura está garantida. Quemprograma uma passada rápidapor Pucón corre o risco de ficarsem desbravar o alto da monta-nha, porque a subida só é autori-zada quando o tempo está firme.No verão, são maiores as chan-ces de encontrar clima favorá-vel. Quatro a cinco dias, pelo me-nos, é um bom tempo de perma-

nência. Um pouco de sorte tam-bém ajuda.

Uma vez confirmado que opasseio ocorrerá, em geral deum a dois dias antes da data agen-dada, você também precisa fa-zer a sua parte: dormir bem nanoite anterior para sair cedo,por volta das 7 horas. E lembrarque vai carregar uma mochilacom comida, água, roupas em ca-madas e a prancha do esquibun-da. Os guias do passeio orien-tam a respeito do que levar. Ca-da grama a menos ajuda a econo-mizar esforço no trajeto monta-nha acima.

Dezessete agências autoriza-das em Pucón vendem o trek-king ao cume do Villarrica. O pa-cote com transporte até a baseda montanha, guia, roupas e cal-çados especiais e o equipamentonecessário sai por cerca de US$100 (R$ 205).

A pequenina Pucón recebe 200 mil visitantes a cada ano. O trekking no Villarrica dependedo clima – já a natureza preservada da região pode ser desbravada a qualquer momento

● Com arquitetura inspirada na escola alemã Bauhaus, o Hotel Antu-malal (antumalal.com; diária a US$ 251 para duas pessoas) tem ape-nas 20 quartos, todos voltados para o Lago Villarrica. Já hospedou arainha Elizabeth II da Inglaterra e o astronauta Neil Armstrong

Arquitetura à la Bauhaus

Chile

Inspiração alemã

VIAGEM A CONVITE DA PREFEITURA

E DA CÂMARA DE TURISMO DE PUCÓN

O que levar O que trazer

PUCÓN

São principalmente as áreas noentorno de Pucón que atraemcerca de 200 mil turistas a cadaano. Mas as ruazinhas da peque-na cidade, lar de 25 mil habitan-tes, têm seu charme – especial-mente quando o céu está limpoe se pode ver, de qualquer pontoda vila, o majestoso cone bran-co do Vulcão Villarrica a enfei-tar o cenário.

Em dia claro e com temperatu-ra amena, as várias chocolaterias

com mesas nas calçadas são umdelicioso programa de fim de tar-de – entre as especialidades lo-cais estão o fondue e alguns ti-pos de sobremesas.

A rua Fresia concentra os res-taurantes mais turísticos, de na-cionalidades variadas: árabe, ita-liano e, claro, chilenos mais oumenos típicos. Carnes e peixessão destaques. No Tio Pablo (nú-mero 215 da rua), os pratos ficamprontos rapidamente e não de-cepcionam.

Uma opção para comer em lo-

cal frequentado pelos morado-res é o Club 77 (rua O’Higgins,635; club77pucon.com). No am-biente simples, mas arrumadi-nho, serve o peixe mais típico dosul do Chile, o congrio, além decarnes e pratos vegetarianos. Ou-tro endereço com boa comida na-tureba é a Hosteria École (Gene-ral Urrutia, 192), um alberguecujo restaurante serve pratos ve-getarianos inspirados na culiná-ria indígena da região.

Apesar do clima pacato e nãoexatamente baladeiro, dá para

bebericar um pisco sour (o doHotel Antumalal é famoso) e ten-tar a sorte no cassino da cidade,o Enjoy Pucón (enjoy.cl).

Mapuches. A cultura dos mapu-ches, povo pré-colombiano quehabitou a região e do qual grandeparte dos chilenos descende, éuma das atrações de Pucón. OMuseo Mapuche (museomapu-che.cl) expõe uma coleção priva-da de esculturas, máscaras eutensílios. Ingresso a 1.500 pe-sos chilenos (R$ 6,40). / S.C.

SILVIO CRESPO/ESTADÃO

%HermesFileInfo:V-4:20121120:

V4 Viagem TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

Page 3: O Estado de Sao Paulo 2012

Passeios e aventura ao arlivre, de esqui a raftingPUCÓN

A minúscula Pucón, que podeser cruzada a pé em 15 minutos,está cravada em uma regiãocheia de belezas naturais. Comneve, lagos, montanhas e rios, éo cenário ideal para atividadesao ar livre. Para contratar os pas-seios, recorra às agências da cida-de. O escritório de turismo local(Avenida Bernardo O’Higgins,483) pode dar indicações.

EsquiA jovem estação de esqui de Pu-cón existe desde 1990. Tem 20pistas, para esquiadores de todosos níveis, além de nove meios deelevação. A abertura anual costu-ma ocorrer nos primeiros dias domês de julho – e a temporada vaiaté meados de outubro, de acordocom as condições climáticas.

A escola de esqui e snowboardé boa pedida para esquiadores deprimeira viagem. “É melhor pagaruma aula e ter a certeza de quevai curtir o passeio”, disse a brasi-leira Edilaine Silva, de 25 anos,que esquiava pela primeira vezcom o marido, Leonardo Mattes,37, na última temporada. A esta-ção tem clubinho infantil, commonitores para divertir as crian-ças, na neve ou em ambiente abri-gado. Há também cafeteria e loja.

O bilhete de um dia para adul-tos custa US$ 50 (R$ 103), maisUS$ 25 (R$ 52) pelo aluguel dosequipamentos. O transporte des-de Pucón até a estação, distantecerca de 20 minutos, sai por US$20 (R$ 41, ida e volta). Mais infor-

mações: www.skipucon.cl.

TrilhaCaminhadas são o tipo de passeioque mais atrai visitantes aos bos-ques de araucárias do preservadoParque Nacional Huerquehue. ATrilha dos Lagos é a campeã devisitação. Tem três horas e meiade duração e leva às lagoas ElToro, Verde e Chico. Há outrostrajetos, lagos e quedas d’água adescobrir, com ou sem guia espe-cializado. O parque conta comárea de camping e o ingresso cus-ta 4 mil pesos chilenos (R$ 17),valor para estrangeiros. Mais: visit-pucon.com.

RaftingAs corredeiras do Rio Trancurasão vencidas em cerca de umahora e meia pelos botes infláveis.De níveis 3 e 4, o rafting pode serfeito pela maioria dos turistas.Custa cerca de 10 mil pesos chile-nos (R$ 43).

CanopyO conjunto de sete circuitos detirolesas entre árvores e por cimade rios fica a cerca de 10 quilôme-tros do centro. O São Luís, com3,4 quilômetros, é o mais extensoda América do Sul. Custa, em mé-dia, 18 mil pesos chilenos (R$ 77).

Galeria. Veja mais fotos eminfograficos.estadao.com.br/

galerias/gerar/5084

Para relaxar, águas naturalmenteaquecidas em 12 parques termais

No verão, as escuras areias vulcânicas da PraiaGrande, na margem do Lago Villarrica, recebemvisitantes interessados em nadar (a temperaturamédia da água é de 20 graus) e passear de lancha

Há pelo menos outras três praias na região. Linda eNegra são de fácil acesso e contam com estacionamento.A mais isolada é a Branca, no Lago Caburgua – acessívelpor uma caminhada leve desde a Praia Negra

● Como chegar: é precisoprimeiro voar até a capitalchilena: o trecho SP–Santiago–SP custa a partir deR$ 513,66 na LAN (lan.com.br) e na TAM (tam.com.br), eR$ 848,06 na Aerolíneas Ar-gentinas (aerolineas.com.ar).Depois, pegar outro voo paraTemuco, que fica a 112 quilô-metros de Pucón: o trechoSantiago–Temuco– Santiagosai por desde R$ 295 na LAN.E, por fim, ir dali até Pucón. Aviagem de ônibus dura cerca

de 1 hora e custa a partir de 2mil pesos chilenos (R$ 8,50) naventapasajes.cl. Outra opção éfazer o trajeto de van, mais rápi-do, porém mais caro: custa des-de 10 mil pesos (R$ 43) em pata-gonytourvan.cl

● Documento: não é necessá-rio apresentar o passaporte; oRG, com foto e emissão recen-tes, é suficiente. Carteira de ha-bilitação não é válida

● Moeda: a oficial do país é o

peso chileno; R$ 1 equivale aaproximadamente 233 pesos.Muitos hotéis aceitam pagamen-to em dólar. A vantagem é que,no Chile, quando o estrangeiropaga a hospedagem com moedaforte (dólar, euro ou cartão decrédito internacional) ganhaisenção de imposto

● Internet: mais informaçõesno site visitpucon.com

● Pacotes: veja em blogs/esta-dao.com.br/viagem

PUCÓN

Uma das atrações de Pucón é apossibilidade de ver neve e na-dar ao ar livre em um mesmo dia.Em qualquer época do ano se po-de relaxar em uma das piscinasde águas naturalmente aqueci-das espalhadas pelo entorno dacidade. As 12 termas vulcânicasda região, localizadas a distân-cias que variam entre 15 e 35 qui-lômetros do centro da cidade,são uma opção bastante procura-da pelos próprios chilenos. E, ca-da vez mais, também por visitan-tes brasileiros.

Os parques termais são todosparticulares e cobram entrada –os valores variam bastante. Pelaboa infraestrutura e os serviços

que oferece – restaurante concei-tuado, hospedagem de luxo e spacom tratamentos como algotera-pia, uma espécie de massagemcom uma pasta verde feita de al-

gas, e fangoterapia, com lama –,Huife está entre as mais concor-ridas. A diária por pessoa custadesde US$ 170 (R$ 350; ter-mashuife.com). Já o day use para

as piscinas custa desde 10 mil pe-sos chilenos (R$ 43).

Piscina coberta e a ducha esco-cesa, que esguicha água do chu-veiro e de jatos que vêm de todosos lados, são os destaques do Par-que Termal Menetúe (US$ 240ou R$ 495; menetue.com). A tem-peratura das piscinas, em algunscasos, passa dos 40 graus. O lo-cal também conta com restau-rante. Day use desde 8 mil pesoschilenos por pessoa (R$ 34).

Mochileiros costumam prefe-rir as termas Los Pozones, de at-mosfera mais rústica, quase emestado natural, com seis pisci-nas de formatos irregulares fei-tas de pedras grandes e arredon-dadas. É permitido acampar. Co-mo funciona de dia e também du-rante a noite, o local é bastanteprocurado. As águas geladas doRio Liucura, que corre ali ao la-do, convida a alternar temperatu-ras. Ótima pedida para relaxar ocorpo – como se tanta beleza fos-se mesmo capaz de provocar al-gum estresse. / S.C.

estadão.com.br

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

CHILE

Santiago

Pucón

ARGENTINA

OCEANOPACÍFICO

OCEANOATLÂNTICO

0 500km

Para o alto.Onipresente,

vulcão é visível dequalquer ponto da

cidade; à dir.,teleférico leva

esquiadores; e obadalado

restaurante daestação

Saibamais

SILVIO CRESPO/ESTADÃO

FOTOS DIVULGAÇÃO

Huife.Piscinascom passediário emassagensespeciaisno spa

O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012 Viagem V5