modulo 4 - temperatura_utilizado
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CAMPUS ARACAJU
DISCIPLINA: INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
Prof. BUZINARO
Temperatura
Prof.: Marco Buzinaro 2
1. TEMPERATURA
A temperatura é uma quantidade de base do SI, conceitualmente
diferente na natureza do comprimento, tempo e massa. Quando dois corpos de
mesmo comprimento são combinados, tem-se o comprimento total igual ao dobro do
original. O mesmo vale para dois intervalos de tempo ou para duas massas. Assim,
os padrões de massa, comprimento e tempo podem ser indefinidamente divididos e
multiplicados para gerar tamanhos arbitrários.
O comprimento, massa e tempo são grandezas extensivas.
A temperatura é uma grandeza intensiva. A combinação de dois corpos à
mesma temperatura resulta exatamente na mesma temperatura.
1.1. UNIDADES
Em 1967 foi adotado o kelvin no lugar do grau kelvin. Atualmente, kelvin
é a unidade SI base da temperatura termodinâmica e o seu símbolo é K. O correto é
falar simplesmente kelvin e não, grau kelvin. Na prática, usa-se o grau Celsius e o
kelvin é limitado ao uso científico ou a cálculos que envolvam a temperatura
absoluta.
A temperatura Celsius (Tc) está relacionada com a temperatura kelvin (Tk)
pela equação: Tc = Tk - 273,15. A constante numérica na equação (273,15)
representa o ponto tríplice da água 273,16 menos 0,01.
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1.2. ESCALAS
Figura 2 Figura 1. 1 - Escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit.
1.3. MEDIÇÃO DA TEMPERATURA
1.3.1. Introdução
Os sensores de temperatura podem ser classificados, de um modo geral,
em mecânicos e eletrônicos.
Os sensores mecânicos mais usados são:
Bimetal;
Sistema de enchimento termal e;
Haste de vidro.
Já os sensores elétricos são:
Termopar;
Resistência metálica;
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Termistores ou resistência a semicondutor.
Há ainda os pirômetros ópticos e de radiação, para medição de
temperatura sem contato direto.
Tabela 2: Faixas e métodos de medição
1.3.2. Seleção do Elemento Sensor
A seleção do elemento sensor de temperatura mais adequada é parecida
com a escolha dos elementos de pressão. É uma tarefa mais simples, pois não
envolve necessariamente as características do fluido do processo, como ocorre na
medição de nível e vazão. Um método de medição de vazão ou nível pode não
funcionar, o que também é diferente do meio de medição de temperatura.
Geralmente, o meio de medição de temperatura escolhido funciona e, na escolha,
deve-se preocupar mais com os aspectos de custo, precisão, tempo de resposta,
faixa de medição, preferência e vantagens de manutenção. Os parâmetros da
escolha para os elementos sensores são:
Função requerida indicação, registro ou controle;
Local de montagem e display;
Faixa de medição, com os valores de trabalho, máximo e mínimo
da faixa. Obs.: As medições de temperaturas muito baixas (< -50
oC) e elevadas (>150 oC), requerem cuidados especiais.
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1.4. TIPOS DE TERMOMÊTROS
1.4.1. Termômetros de vidro
Em um termômetro com haste de vidro, a variação volumétrica resultante
da expansão termal é interpretada como temperatura. Este termômetro foi o
primeiro sistema de expansão termal fechado e foi conhecido desde o século XVIII,
quando Gabriel Daniel Fahrenheit investigava a expansão do mercúrio. O termômetro
de vidro é constituído de:
Bulbo sensor;
Haste de vidro com escala graduada e tubo capilar interno e;
Fluido de enchimento.
O bulbo sensor é a parte sensível do termômetro e deve ser colocado no
local onde se quer medir a temperatura. A maioria do fluido fica no bulbo.
A haste de vidro possui um tubo capilar interno, onde o fluido irá se
expandir. Embora o bulbo e o tubo capilar possam ser do mesmo material, é mais
conveniente usar um vidro para o bulbo com um bom fator de estabilidade e para o
capilar usa-se um vidro fácil de ser trabalhado.
A haste é frequentemente projetada e construída com uma escala
amplificadora, para melhorar a leitura.
Como fluídos de enchimento, podemos ter:
1. Mercúrio, cujo fator de expansão é linear. Assim, o volume do bulbo
deve ser cerca de 10 000 vezes o volume do capilar;
2. Álcool;
3. Pentano ou;
4. Éter.
O termômetro de mercúrio pode ser usado entre –39 oC (ponto de
solidificação) e 538 oC (ponto de ebulição). A desvantagem do mercúrio é sua
toxidez.
Os termômetros com álcool e éter são usados em temperaturas mais
baixas. Geralmente adiciona-se tinta colorida (azul, verde, vermelha) para aumentar
a visibilidade.
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Figura 1. 2 - Termômetro de haste de vidro.
O termômetro de haste de vidro pode medir faixas estreitas de
temperatura. Por exemplo, o termômetro clínico tem:
1. Comprimento útil de 100 mm;
2. Faixa de medição de 35,0 e 42,0 oC;
3. Volume do bulbo de 0,5 cm3;
4. Diâmetro do capilar de 0,025 mm.
Vantagens e Desvantagens
Como vantagens do termômetro de vidro, pode ser citado:
1. Baixo custo;
2. Simplicidade e;
3. Grande duração, se manipulado corretamente.
E como desvantagens, pode ser citado:
1. Leitura difícil;
2. Confinamento ao local de medição;
3. Não adaptável para transmissão, registro ou controle automático;
4. Susceptível de quebra, pois é de vidro frágil.
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1.4.2. Bimetal
O termômetro a bimetal possui todos os componentes de medição –
sensor, condicionador e indicador – em um único invólucro.
O princípio de funcionamento é simples dois metais com coeficientes de
dilatação térmicas diferentes são soldados a uma única haste. A uma determinada
temperatura, a haste dos dois metais está numa posição, quando a temperatura
varia, a haste modifica a sua posição produzindo uma força ou um movimento.
As partes do termômetro a bimetal são:
O sensor, em contato direto com a temperatura;
Os elos mecânicos, para amplificar mecanicamente os movimentos
gerados pela variação da temperatura, detectada pelo bimetal;
A escala acoplada diretamente aos elos mecânicos, para a
indicação da temperatura medida e;
Opcionalmente, pode-se usar o sistema de transmissão.
Figura 1. 3 – Bimetal.
Vantagens e Desvantagens
Como vantagens do termômetro de vidro, pode ser citado:
1. Baixo custo;
2. Simplicidade do funcionamento;
3. Facilidade de instalação e de manutenção;
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4. Largas faixas de medição e;
5. Possibilidade de ser usado com os mecanismos de transmissão.
E como desvantagens, pode ser citado:
1. Precisão ruim;
2. Não linearidade de indicação;
3. Grande histerese;
4. Presença de peças móveis que se desgastam e;
5. Facilidade de perder calibração.
A principal aplicação para o termômetro a bimetal é em indicação local de
temperaturas de processo industrial. É muito usado para controle comercial e
residencial de temperatura associado ao ar condicionado e refrigeração.
O sensor a bimetal integral ao instrumento não pode ser calibrado
isoladamente, mas somente pode ser inspecionado visualmente, para verificar
corrosão ou danos físicos evidentes. O que se faz é calibrar o sistema de indicação,
colocando-se o termômetro em um banho de temperatura e comparando as
indicações do termômetro com as indicações de um termômetro padrão colocado
junto. O termômetro a bimetal pode ser calibrado e, se necessário, ajustado nos
pontos de zero e de amplitude de faixa.
1.4.3. Enchimento Termal
O sistema termal de enchimento mecânico foi um dos métodos mais
usados no início da instrumentação, para a medição de temperatura. O método foi e
ainda, um meio satisfatório de medição da temperatura para a indicação, registro e
controle locais. Seu uso não é limitado a leitura local ou controle, mas é utilizado
para a transmissão pneumática para leitura ou controle remoto.
Os componentes básicos do sistema termal de enchimento mecânico são:
Bulbo sensor, em contato com o processo;
Elemento de pressão, montado no interior do instrumento
receptor, que pode ser um transmissor pneumático, um indicador,
um registrador ou um controlador, todos montados próximos ao
processo;
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Tubo capilar, ligando o bulbo ao elemento de pressão do
instrumento;
Opcionalmente pode haver o sistema de compensação da
temperatura ambiente.
Figura 1. 4 – Indicador de temperatura com enchimento termal.
O sistema termal é ligado a um dispositivo de display, para apresentação
do valor da temperatura. O conjunto bulbo + capilar + elemento receptor é cheio de
um fluido. O tipo do fluido determina a classe ou o grupo do sistema termal. A
classificação estabelecida pela Scientific Apparatus Manufacturer Association (SAMA)
é a seguinte:
A Classe I usa como enchimento líquido não volátil geralmente a
glicerina. O princípio de funcionamento é a dilatação do líquido. A variação da
temperatura medida faz o fluido se dilata, variando a pressão interna do sistema. A
pressão e suas variações são sentidas pelo elemento receptor de pressão.
A classe II é cheia de um líquido volátil, como o álcool ou o éter. Seu
princípio de funcionamento é a característica temperatura x pressão de vapor da fase
líquido-vapor. Como não há dilatação, não há influência da temperatura ambiente e,
portanto não há necessidade de compensação da temperatura ambiente. Porém, são
definidas quatro subclasses:
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Classe IIa - assumindo que o capilar e a caixa do instrumento estejam à
temperatura ambiente, a temperatura do bulbo está sempre acima da temperatura
ambiente.
Classe IIb - a temperatura do bulbo sensor é sempre menor que a
temperatura ambiente.
Classe IIc - a temperatura do bulbo e a medida podem assumir valores
acima e abaixo da pressão ambiente.
Classe IId - introduz-se no sistema um líquido não-volátil, para ser
tampão do líquido volátil, com a finalidade de eliminar a descontinuidade no ponto
da temperatura ambiente.
O enchimento da classe III é com gás, geralmente o Nitrogênio. Baseia-se
também na dilatação volumétrica do gás de enchimento e, portanto requer
compensação das variações da temperatura ambiente.
Figura 1. 5 – Sistema de enchimento termal.
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Vantagens e Desvantagens
Como vantagens do termômetro de vidro, pode ser citado:
1. É um método simples e de uso comprovado;
2. Não requer nenhuma fonte de alimentação, a não ser que haja
transmissão;
3. Possuem construção robusta e insensível às vibrações e aos choques
mecânicos;
4. Há uma boa seleção de faixas calibradas e larguras de faixas de
medição estreitas e;
5. São mecânicos, portanto seguros em qualquer atmosfera perigosa.
E como desvantagens, pode ser citado:
1. Tempo de resposta lento;
2. Falha no bulbo requer a substituição do elemento completo, constituído
de bulbo + capilar + elemento sensor de pressão.
O sistema termal de enchimento é usado para a indicação, registro e
controle local. É também usado como sensor do transmissor pneumático. É o método
de medição de temperatura de natureza mecânica mais utilizado. Atualmente, por
causa do alto custo é substituído por elementos sensores elétrico.
1.4.4. TERMOPAR
Os termopares transformam calor em eletricidade. As duas extremidades
de dois fios de metais diferentes (por exemplo: ferro e constantant), são trançadas
juntas para formar duas junções: uma de medição e outra de referência. Um
voltímetro ligado em paralelo irá mostrar uma tensão termelétrica gerada pelo calor.
Esta tensão é função da:
1. Diferença de temperatura entre a junção de medição e a junção de
referência, que é o princípio da medição da temperatura;
2. Tipo do termopar usado. Pesquisas são desenvolvidas para se
encontrar pares de metais que tenham a capacidade de gerar a máxima militensão
quando submetidos a temperaturas diferentes.
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3. Homogeneidade dos metais. As instalações de termopar requerem
calibrações e inspeções periódicas para verificação do estado dos fios termopares. A
degradação do termopar introduz erros na medição.
Circuito de medição
O circuito de medição completo deve possuir os seguintes componentes
básicos:
1) O termopar, que está em contato com o processo. O ponto de junção dos dois
metais distintos é chamado de junta quente ou junta de medição;
2) A junta de referência ou junta fria ou junta de compensação localizada no
instrumento receptor. Como a militensão é proporcional à diferença de
temperatura entre as duas junções, a junta de referência deve ser constante.
3) Circuito de detecção do sinal de militensão, geralmente a clássica ponte de
Wheatstone, com as quatro resistências de balanço. Na prática o circuito é mais
complexo, colocando-se potenciômetros ajustáveis no lugar de resistências fixas.
Os ajustes correspondem aos ajustes de zero e de largura de faixa;
4) A fonte de alimentação elétrica, de corrente contínua, para a polarização dos
circuitos elétricos de detecção, amplificação e condicionamento dos sinais.
Tipos de termopares
Existem vários tipos de termopares, designados por letras; cada tipo
apresenta uma maior linearidade em determinada faixa de medição. Essa variedade
de tipos facilita a escolha, principalmente porque há muita superposição de faixa,
havendo uma mesma faixa possível de ser medida por vários termopares.
Os tipos mais utilizados são:
1) Tipo J, de Ferro (+) e Constantant (-), com faixa de medição até 900 oC. Para a
identificação, o Fe é o fio magnético;
2) Tipo K, de Cromel (+) e Alume1 (-), para a faixa de medição até 1.200 oC, sendo
o Cromel levemente magnético;
3) Tipo T, de Cobre (+) e Constantant (-), para faixa até 300 oC. É fácil a
identificação do cobre por causa de sua cor característica;
4) Tipo S, com a liga (+) de Platina (90%) + Ródio (10%) e Platina pura (-). Atinge
até medição de 1.500 oC e para identificação, platina pura é a mais maleável;
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5) Tipo R, também liga (+) de Platina (87%) + Ródio (13%) e Platina (-), com a
mesma faixa de medição até 1.500 oC e identificando-se a platina pura pela
maior maleabilidade.
Vantagens e Desvantagens
O termopar apresenta todas as vantagens inerentes ao sistema elétrico.
Por isso, quando comparado ao sistema mecânico de enchimento termal tem-se:
1. Menor tempo de atraso;
2. Maiores distâncias de transmissão;
3. Maior flexibilidade para alterar as faixas de medição;
4. Maior facilidade para reposição do elemento sensor, quando
danificado;
5. Maior precisão.
Quando comparado com a resistência detectora de temperatura, tem-se:
1. Custo do elemento termopar é menor;
2. Tamanho do elemento sensor é menor, portanto com tempo de
resposta menor e mais conveniente para montagem;
3. Meios de calibração são mais fáceis;
4. Verificações de calibração mais fáceis. Aliás, a medição de temperatura
com termopar é autoverificável, quando se tem o dispositivo de proteção de queima
(burnout) do termopar. Incorpora-se no circuito de medição, um sistema para levar a
indicação da leitura para o fim ou para o início da escala, quando ocorrer o
rompimento da junta de medição;
5. Flexibilidade para modificação do circuito, para medição de soma ou
subtração de temperaturas;
6. As larguras de faixas medidas são maiores que as conseguidas no
sistema mecânico e com o bulbo de resistência.
Porém, ele apresenta desvantagens, com relação ao sistema de
enchimento mecânico e com relação ao bulbo de resistência elétrica:
1. A característica temperatura x militensão não é linear totalmente;
2. O sinal de militensão pode captar ruídos na linha de transmissão;
3. O circuito de medição é polarizado, quando o da resistência não o é;
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4. A junta de medição pode se deteriorar, se oxidar e envelhecer com o
tempo.
1.4.5. Resistência detectora de temperatura (RTD)
A resistência elétrica dos metais depende da temperatura; este é o
princípio de operação do sensor de temperatura a resistência elétrica (RTD -
Resistance Temperature Detector). Quando se conhece a característica temperatura
x resistência e se quer a medição da temperatura, basta medir a resistência elétrica.
Essa medição é fácil e prática. Normalmente, a resistência metálica possui o
coeficiente térmico positivo, ou seja, o aumento da temperatura implica no aumento
da resistência elétrica.
A resistência de material semicondutor (Si e Ge) e as soluções eletrolíticas
possuem coeficientes térmicos negativos, onde o aumento da temperatura provoca a
diminuição da resistência. A resistência elétrica a semicondutor, com coeficientes
negativos, é chamada de termistor e é usada também como sensor de temperatura e
nos circuitos de compensação de temperatura ambiente e das juntas de referência
do termopar.
Os tipos mais comuns de resistência metálica são a platina, níquel e
cobre.
Materiais da RTD
Os metais mais usados são: platina, níquel e cobre. Também é usado
material semicondutor (termistor).
Platina
A platina (Pt) é usada para medição de faixas entre 0 e 650 oC. A
característica resistência x temperatura é linear nesta faixa e apresenta grande
coeficiente de temperatura. O sensor Pt 100 tem resistência de 100 Ω à 0 oC e de
aproximadamente 139 Ω à 100 oC. Embora a mais cara, a platina possui as seguintes
vantagens:
1. Disponível em elevado grau de pureza;
2. Resistente à oxidação, mesmo à alta temperatura;
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3. Capaz de se transformar em fio (dúctil).
Níquel
O níquel (Ni) é o segundo metal mais utilizado para a medição de
temperatura. É também encontrado em forma quase pura, entre 0 oC a 100 oC
apresenta um grande coeficiente termal. Porém, a sua sensibilidade decresce
bruscamente em temperaturas acima de 300 oC. A sua curva resistência x
temperatura é não linear.
Cobre
O cobre (Cu) é outra resistência utilizada, porém em menor frequência
que as resistências de Platina e de Níquel.
Vantagens e Desvantagens
Quando comparada com o termopar, a resistência detectora de
temperatura de platina apresenta as seguintes vantagens:
1. Altíssima precisão. Provavelmente a medição de temperatura através
da platina é a mais precisa em todo o campo da instrumentação;
2. Não apresenta polaridade (+) e (-);
3. Apropriada para medição de temperatura média enquanto o termopar é
adequado para medição de temperaturas em um ponto;
4. Capaz de medir largura de faixa estreita, de até 5 oC.
5. Mantém-se estável, precisa e calibrada durante muitos anos.
Como desvantagens pode ser citado:
1. Alto custo;
2. Bulbos maiores;
3. Tempo de resposta é mais demorado;
4. Auto-aquecimento da resistência constitui um problema;
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A resistência detectora de temperatura é aplicada quando se quer uma
medição com altíssima precisão e estabilidade e quando a largura de faixa de
medição é estreita.
Figura 1. 6 – Resistências dentro de bulbos, com os cabeçotes de acesso.
1.4.6. Termistor
O termistor é considerado um detector de temperatura a resistência
(RTD). As diferenças básicas entre o termistor e uma resistência convencional são as
seguintes:
1. O coeficiente de temperatura é negativo:
2. Sua resposta é mais rápida e seu tamanho é menor;
3. Seu custo é muito menor que o da resistência de Pt ou Ni.
As suas desvantagens são: a limitação das faixas de medição (-50 a 300
oC) e a menor precisão. A maior aplicação do termistor é em circuitos de
compensação de temperatura ambiente na junta de termopar.
1.4.7. Pirômetros de radiação
Os métodos convencionais de medição de temperatura vistos até agora
requerem que o sensor seja levado ao contato físico com o corpo cuja temperatura
se quer medir. Também, o sensor de temperatura geralmente deve assumir a
mesma temperatura que a do corpo sendo medida. Isto significa que o sensor deve
ser capaz de suportar esta temperatura, que no caso de corpos muito quentes, é um
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problema prático, pois o sensor pode derreter na alta temperatura de medição. Para
corpos que estão se movendo, é praticamente impossível usar um sensor com
contato. Mais ainda, quando se quer determinar as variações de temperatura sobre a
superfície de um objeto, um sensor fixo de contato não pode varrer toda a
superfície.
Os termômetros ou pirômetros de radiação são medidores de temperatura
sem contato, muito usados industrialmente. Eles são disponíveis com vários tipos
diferentes de sensores de radiação e podem ter vários nomes diferentes: pirômetro
de radiação, termômetro de radiação, pirômetro óptico ou termômetro
infravermelho. Como os nomes não são padronizados e nem rigorosos, sempre deve-
se analisar o principio de funcionamento do equipamento e não confiar somente no
nome.
Figura 1. 7 – Pirômetro portátil.