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1 PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU“METODOLOGIA CIENTÍFICA”MÓDULO - III Autora: Profª. Ana Paula Menezes de SantanaRevisão Técnica: Profª. Rúbia Gertrudes Coordenação Pedagógica Instituto Pró Saber 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 01 1. METODOLOGIA CIENTÍFICA 02 1.1 O Papel da Metodologia 02 1.2 A Metodologia 02 1.3 A Metodologia como Investigação científica 02 1.4 Por que Investigar? 03 1.5 Leitura Preliminar 03 1.6 A Pesquisa Científica 04 2. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS 06 3. TIPOS DE PESQUISA 07 4. COLETA DE DADOS 08 4.1 A Ficha 08 5. E O QUE É FILOSOFIA? 10 3 5.1 E o que é filosofar? 11 5.2 Filosofia: limites e possibilidades 12 5.3 Quem pode ser filósofo? 13 5.4 A origem da atividade filosófica 13 6. CONHECIMENTO 15 6.1 Conhecimento, o que é isso? 16 6.2 Duas faces do conhecimento: a doxa e a episteme 17 6.3 A possibilidade do conhecimento 18 6.4 Ceticismo 18 6.5 Dogmatismo 19 7. CONHECIMENTO CIENTÍFICO 20 7.1 Conceituando 20 7.2 O senso comum 21 7.3 O conhecimento teológico ou religioso 23 4 7.4 O conhecimento filosófico 23 8. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O MÉTODO 24 8.1 O que é o conhecimento científico? 24 8.2 Os limites do conhecimento científico 25 8.3 Características do conhecimento científico 25 9. RAZÃO 26 9.1 O que é razão? 26 9.2 Modalidades da razão: a intuição e o raciocínio 27 9.3 Ideologia 30 9.4 O inconsciente 33 10. A CRIATIVIDADE 34 10.1 A lógica e a natureza da criatividade 34 5 10.2 Perspectivas teóricas da criatividade 34 10.3 A Teoria do Investimento em Criatividade 35 10.4 Modelo componencial de criatividade 36 11. O PROBLEMA 38 11.1 Formulando o problema 39 12. MONTANDO O TÍTULO 40 13. A HIPÓTESE 40 14. PROJETO DE PESQUISA 41 15. TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 45 15.1 Artigo Científico 45 15.2 Monografia 45 15.3 Dissertação 45 6 15.4 Tese 45 16. COMO ELABORAR ARTIGO CIENTÍFICO 46 16.1 Elementos Pré- Textuais 46 MODELO DE CAPA 47 MODELO DE FOLHA DE ROSTO 48 MODELO DA 1ª PÁGINA TEXTUAL 49 16.2 Elementos Textuais 50 17. FORMATAÇÃO 52 18. AS CITAÇÕES 53 19. AS REFERÊNCIAS 54 20. LEMBRETE FINAL 57 REFERÊNCIAS 58 7 INTRODUÇÃO A comunicação direta viabiliza o intercâmbio de ideias e experiências entre as pessoas e meios sociais, previamente definidos e, a comunicação indireta, esta por meio de documentos, assume importância cada vez maior em nossa sociedade. A produção acadêmica, armazenagem de informações e uso de documentos constituem etapas essenciais para as variadas alternativas de acesso a informação que a sociedade busca para resolver problemas emergentes e prever o futuro próximo. A pesquisa é muito importante para a educação, pois através da busca de conhecimento e aprofundamento de conteúdos o pesquisador descobre parâmetros que estão relacionados a sua realidade sócio-econômica. A história repete-se muitas vezes e com os erros do passado, aprendemos a viver o presente e prevenir o futuro. Esta definição de educação, como processo de formação da competência humana, busca a qualidade que é encontrada no conhecimento inovador o ponto de partida para a formação ética do indivíduo. A pesquisa proporciona um questionamento crítico e criativo dos problemas sociais, ou seja, deixa-se o discurso de lado e buscam-se soluções, discute-se dialeticamente o problema até encontrar soluções. Nesta disciplina, o aluno vai encontrar na pesquisa, não um instrumento de ensino, mais sim uma poderosa ferramenta, que pode ser muito útil na vida cotidiana e no desenvolvimento profissional. Planejar e cumprir metas só serão possíveis, através da utilização de ferramentas que encaminha o educando as respostas concretas do problema proposto, mas é necessário conhecê-lo profundamente para então, discuti-lo dialeticamente. Através da ciência, é possível resolver problemas em benefício do homem. A busca pela sobrevivência financeira e biológica do ser humano é o maior desafio da ciência nos dias de hoje. 8 1. METODOLOGIA CIENTÍFICA 1.1 O Papel da Metodologia Consiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo às questões e testando hipóteses formuladas. Resumindo o “academes”, a metodologia é o ato que guia o aluno na investigação da verdade cientificamente. 1

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1PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU“METODOLOGIA CIENTÍFICA”MÓDULO - IIIAutora: Profª. Ana Paula Menezes de SantanaRevisão Técnica: Profª. Rúbia GertrudesCoordenação Pedagógica Instituto Pró Saber2

SUMÁRIOINTRODUÇÃO 011. METODOLOGIA CIENTÍFICA 021.1 O Papel da Metodologia 021.2 A Metodologia 021.3 A Metodologia como Investigação científica 021.4 Por que Investigar? 031.5 Leitura Preliminar 031.6 A Pesquisa Científica 042. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS 063. TIPOS DE PESQUISA 074. COLETA DE DADOS 084.1 A Ficha 085. E O QUE É FILOSOFIA? 1035.1 E o que é filosofar? 115.2 Filosofia: limites e possibilidades 125.3 Quem pode ser filósofo? 135.4 A origem da atividade filosófica 136. CONHECIMENTO 156.1 Conhecimento, o que é isso? 166.2 Duas faces do conhecimento: a doxa e a episteme 176.3 A possibilidade do conhecimento 18

6.4 Ceticismo 186.5 Dogmatismo 197. CONHECIMENTO CIENTÍFICO 207.1 Conceituando 207.2 O senso comum 217.3 O conhecimento teológico ou religioso 2347.4 O conhecimento filosófico 238. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O MÉTODO 248.1 O que é o conhecimento científico? 248.2 Os limites do conhecimento científico 258.3 Características do conhecimento científico 259. RAZÃO 269.1 O que é razão? 269.2 Modalidades da razão: a intuição e o raciocínio 279.3 Ideologia 309.4 O inconsciente 3310. A CRIATIVIDADE 3410.1 A lógica e a natureza da criatividade 34510.2 Perspectivas teóricas da criatividade 34

10.3 A Teoria do Investimento em Criatividade 3510.4 Modelo componencial de criatividade 3611. O PROBLEMA 3811.1 Formulando o problema 3912. MONTANDO O TÍTULO 4013. A HIPÓTESE 4014. PROJETO DE PESQUISA 4115. TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 4515.1 Artigo Científico 4515.2 Monografia 4515.3 Dissertação 45615.4 Tese 4516. COMO ELABORAR ARTIGO CIENTÍFICO 4616.1 Elementos Pré-Textuais 46MODELO DE CAPA 47MODELO DE FOLHA DE ROSTO 48MODELO DA 1ª PÁGINA TEXTUAL 4916.2 Elementos Textuais 5017. FORMATAÇÃO 5218. AS CITAÇÕES 5319. AS REFERÊNCIAS 5420. LEMBRETE FINAL 57REFERÊNCIAS 58

7INTRODUÇÃOA comunicação direta viabiliza o intercâmbio de ideias e experiências entre as pessoas e meios sociais, previamente definidos e, a comunicação indireta, esta por meio de documentos, assume importância cada vez maior em nossa sociedade. A produção acadêmica, armazenagem de informações e uso de documentos constituem etapas essenciais para as variadas alternativas de acesso a informação que a sociedade busca para resolver problemasemergentes e prever o futuro próximo.A pesquisa é muito importante para a educação, pois através da busca de conhecimento e aprofundamento de conteúdos o pesquisador descobre parâmetros que estão relacionados a sua realidade sócio-econômica. A história repete-se muitas vezes e com os erros do passado, aprendemos a viver o presente e prevenir o futuro. Esta definição de educação, como processo de formação da competência humana, busca a qualidade que é encontrada no conhecimento inovador o ponto de partida para a formação ética do indivíduo. A pesquisa proporciona um questionamento crítico e criativo dos problemas sociais, ou seja, deixa-se o discurso de lado e buscam-se soluções, discute-se dialeticamente o problema até encontrar soluções. Nesta disciplina, o aluno vai encontrar na pesquisa, não um instrumento de ensino, mais sim uma poderosaferramenta, que pode ser muito útil na vida cotidiana e no desenvolvimento profissional.Planejar e cumprir metas só serão possíveis, através da utilização de ferramentas que encaminha o educando as respostas concretas do problema proposto, mas é necessário conhecê-lo profundamente para então, discuti-lo dialeticamente. Através da ciência, é possível resolver problemas em benefício do homem. A busca pela sobrevivência financeira e biológica do ser humano é o maior desafio da ciência nos dias de hoje.81. METODOLOGIA CIENTÍFICA1.1 O Papel da MetodologiaConsiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo às questões e testando hipóteses formuladas. Resumindo o “academes”, a metodologia é o ato que guia o aluno na investigação da verdade cientificamente.

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1.2 A MetodologiaSegundo a definição científica, é o método para se conseguir o conhecimento verdadeiro, analisando o objeto real, viabilizando sua comprovação e benefícios sociais, ou seja, o conhecimento é provado por qualquer pessoa em qualquer parte do universo. A ciência cria novos objetos de estudo que não existem no cotidiano.Na verdade, o que não existe no cotidiano é o conhecimento profundo do fato, só é possível conhecer superficialmente ou por vivências. Por exemplo, a famosa medicina popular, conhecimento de ervas e poções milenares que possuem características curativas. Após uma comprovação científica, chegamos ao que se convenciona chamar de Homeopatia.1.3 A Metodologia como Investigação científica 9É um estudo de caso com dois enfoques definidos em: Empírico e Teórico.• Empírico: trabalha diretamente com o objeto real. EX: O antropólogo observa o ciclo de vida de uma espécie animal em extinção, do nascimento ao ataque de predadores, mas, sem poder interferir em seu curso natural, apenas deve observar.• Teórico: são ideias e conceitos científicos ou não que serão fundamentados, a partir de documentos, livros ou pesquisa de outras pessoas. EX: Monografias realizadas com base em uma “ideia” ou problema a ser resolvido, onde o pesquisador busca comprovar o fato, através de publicações que reforçam sua “ideia”.A investigação deve ser iniciada a partir de um planejamento, que na verdade é o mais importante momento da pesquisa. O planejamento parte da concepção teórica (o problema, objetivos e hipóteses) e escolha do método que será utilizado na investigação (instrumentos de avaliação e captação de conteúdos).OBS: Toda a investigação é empírica ou teórica, sendo que ambas partem de um planejamento fundamentado na teoria ou na aplicação prática.1.4 Por que Investigar?Há muitas razões que determinam a realização de uma pesquisa, porém as duas principais são: de ordem intelectual e de ordem prática. As primeiras decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer. A outra decorre do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz.Apesar de divididas por grupos (puras e aplicadas) pela ciência, ambas acabam se completando no decorrer do processo investigativo. Uma pesquisa 10 sobre problemas práticos pode conduzir à descoberta de princípios científicos da mesma forma, uma pesquisa “pura” pode fornecer conhecimentos possíveis de aplicação prática e até imediata.1.5 Leitura PreliminarAo definir o assunto que pretende estudar, é necessária uma leitura preliminar para que se possa identificar, com mais conhecimento de causa, o tema que se pretende pesquisar nos Trabalhos de Conclusão de Curso. É a etapa onde se forma a ideia sobre o conteúdo geral a ser estudado.No momento que se escolhe um tema generalizado, busca-se contato com autores (bibliografias) que permitam que você passe a conhecer melhor o assunto. Nesta fase, não se deve buscar autores preferenciais, leia todos o que puder sobre o tema; afinal, cada autor tem a sua visão ou versão sobre omesmo e na busca pela verdade científica não se pode deixar influenciar ou Ter uma opinião formada sobre o fato.As leituras sucessivas permitem uma entrada segura no conhecimento específico que lhe dará base em direção da pesquisa por um tema mais específico. Neste momento, as leituras lhe darão uma ideia concreta sobre as dificuldades, questionamentos, discordâncias e opiniões assumidas que vão esclarecer o assunto e possibilitar ao pesquisador algumas pistas sobre o tema principal a ser pesquisado.1.6 A Pesquisa Científica “A pesquisa é um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.” 11É importante lembrar que o pesquisador deve ter consciência que o tema não pode ultrapassar as fronteiras do curso que estuda sob pena de proporcionar um aprofundamento em várias direções, o distanciando cada vez mais da situação problemática prevista, logo, a monografia pode não lhe levar a lugar algum. Mantenha-se fiel ao tema e direcione sua pesquisa bibliográfica neste sentido. As dificuldades se seguiram, no momento em que você se aprofundar mais e mais no assunto. Não é tarefa fácil nem simples, demanda tempo e dedicação. O pesquisador deve Ter paciência, pois a meta é adquirir conhecimento sobre o tema para então produzir ações interiorizadas (conscientização do fato) em direção a novas ações exteriorizadas (opinião que possibilite discussão dialética sobre o tema). O importante é saber se situar sobre o problema em questão como exemplifica Augusto Thompson, pesquisador1:... importa situar-se na geografia do problema, divisar estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída, passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os picos e grotões assustadores. Aja como contemplador, interessado, arguto, atento,mas despido da intenção de intervir. (THOMPSON, 1991, p.20)O perfil dos pesquisadores:• conhecimento do assunto a ser pesquisado;• curiosidade;

• criatividade e imaginação disciplinada;• auto-avaliação;

• sensibilidade social;• confiança na experiência

.12Qualquer pesquisa deverá levar em consideração o problema dos recursos disponíveis. Para isso, deve estar atento aos gastos decorrentes da aquisição de material e equipamento necessário, evitando assim economia de tempo em busca da agilidade necessária para a confecção do trabalho.

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Não é possível dissociar a pesquisa científica das práticas sociais que as sustentam, a saber, interesses sócio-econômicos e políticos, prioridades institucionais, estrutura de poder das agências financiadoras, ideologia entre outros. Só pelo desenvolvimento do ensino e da pesquisa será possível compreender exatamente o significado do papel crítico que as instituições de ensino devem desenvolver.O conhecimento descoberto através da pesquisa pode ser aplicado a muitas coisas cotidianas e profissionais, seja na solução de problemas, convivência interpessoal ou em grupo, na formação de opinião através da retórica, no cotidiano profissional e, muitos outros. Classificação geral:1.6.1 Conhecimento Antecipatório: Que pode antecipar um fenômeno natural ou social, uma ação e uma realidade pessoal ou de um grupo.1.6.2 Conhecimento Cotidiano: Recebimento de informações do macromeio social (que habita) que estimule o aprofundamento na matéria ou tema abordado. A apuração da informação oferece conhecimento sobre ela, que podemos classificar como diferença pessoal, ou seja, de interesse de uma ou duas pessoas. Atenção, este mesmo conhecimento pode servir também para milhares de pessoas, onde a apuração pode ser restrita a Mídia (imprensa) ou tornar-se científica, através da pesquisa.Adquire-se, através de comprovação de sua veracidade, por instrumentos reconhecidos pela sociedade científica. Seu resultado será de domínio público de grande benefício no campo social.13 2. Classificação das Pesquisas A pesquisa é classificada em três grupos:Pesquisas Exploratórias: Proporcionam maior afinidade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, ou seja, busca-se o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é bem flexível, possibilitando a consideração dos mais variados aspectos, relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:• levantamento bibliográfico; • entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o problema; • análise de exemplos.Pesquisas Descritivas: Descreva as características de determinada população ou fenômeno. Utiliza-se de coleta de dados; tais como, o questionário e a observação sistemática para se comprovar o problema.Também estuda as características de um grupo:• sua distribuição por idade e sexo;• procedência e nível de escolaridade;

• estado de saúde física e mental;• condições de habitação;• opiniões e atitudes;

• crenças da população.

As pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferências políticopartidárias e nível de rendimentos ou de escolaridade, também são consideradas descritivas.14Pesquisas Explicativas: Identifica fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o motivo das situações cotidianas e científicas. Por isso, a pesquisa explicativa é o tipo mais complexo.3. Tipos de pesquisaPesquisa Teórica: Quando o objetivo é desvendar conceitos, discussões polêmicas e teorias. Tem como meta gerar novos conhecimentos, saberes que sejam úteis para avanço da ciência,envolvendo verdades e interesses universais.Pesquisa Metodológica: Aquela que se volta ao estudo de métodos ou de questões metodológicas. Tem por objetivo gerar conhecimentos para a aplicação prática. Envolve as coletas e análises de dados.Pesquisa Empírica: Relacionada ao levantamento de dados empíricos para a comprovação ou não de uma hipótese. (BARROS & LEHFELD,2002, p.33). O mundo subjetivo do sujeito não pode ser traduzido em números.Pesquisa de Campo: O objetivo é explorar e observar os fatos diretamente no local em que eles ocorrem ou surgem. Envolvendo questionários com as pessoas envolvidas no problema estudado, mediante análises e aplicação de testes estatísticos.Pesquisa Experimental: “há a manipulação das variáveis independentes (causas) para observar e interpretar as reações e as modificações ocorridas no objeto de estudo (variável dependente)”(BARROS & LEHFELD, 2002, p.33). “Quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis eu seriam capazes de influenciálo, definem as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.” (GIL, 1999)15Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação faculta, por garantir a reciprocidade das pessoas envolvidas na investigação, recorrendo às técnicas de observação da realidade, às entrevistas individuais e coletivas que se efetivarão na própria comunidade e no local da pesquisa.Tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, em que os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 2002, p.14).4. Coleta de dadosPara se coletar dados para uma pesquisa científica, é necessário saber onde e o que se busca. A partir de um tema escolhido, procuram-se as informações em livros, documentos, artigos científicos e de periódicos. As pesquisas são desenvolvidas quase que exclusivamente, a partir de fontes bibliográficas.O início dessa pesquisa parte de um material já elaborado, livros e artigos publicados. Na verdade, boa parte dos estudos são desenvolvidos, pautados em outras publicações sobre o assunto, seja como fonte de consulta ou como ponto de partida para uma contestação. Não se esqueça que o que importa é conhecer a fundo o assunto escolhido, como forma de agilizar a pesquisa e, por conseqüência, a produção.Tudo de interessante anote. Resenhas de livros e de artigos; resumos de posições; trechos de obras literárias entre outras. Sobretudo, pensamentos que lhe ocorrem constantemente ou não (em relação ao tema proposto pelo autor).

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164.1 A Ficha Conceito: Conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de material.São indispensáveis para identificação de publicações mencionadas em qualquer trabalho. As fichas ajudam para fazer as citações do trabalho e selecionar as Referências.MODELO – FICHAMENTOBIBLIOGRAFIA: Resumo da obra (ou texto lido): Citações importantes: Página/ano Comentários (sobre a citação): Novas ideias construídas (a partir da leitura):Observação: Este tipo de “fichamento” pode colaborar muito com vocês para a produção do trabalho final de curso, visto que as ideias que vocês construíram ficam organizadas. É adequado para ser feito no computador e nele arquivado. O número de citações fica a critério de quem está fazendo o fichamento.5. E o que é Filosofia? Antes de buscar responder a esta pergunta, leia, atentamente, este trecho dolivro Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll. O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito. ‘Gatinho de Cheshire’, começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretanto, ele apenas sorriu um pouco mais. “Acho que ele gostou”, pensou Alice, e continuou. ‘O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?’‘Isso depende muito de para onde você quer ir’, respondeu o Gato.‘Não me importo muito para onde ...’, retrucou Alice.‘Então, não importa o caminho que você escolha’, disse o Gato.‘... contanto que dê em algum lugar’, Alice completou.1O anseio da personagem Alice por encontrar um caminho para sair de determinado lugar e buscar tal caminho mediante a elaboração de perguntas equestões: eis o trabalho fundamental da filosofia e do ato de filosofar, comoveremos a seguir.O termo Filosofia vem do grego philos (amizade) e sophos (sabedoria,conhecimento). O filósofo é, portanto, o amigo do conhecimento. A maioria de1 Disponível em: <http://www.alfredo-braga.pro.br/biblioteca/alice-3.html>18 vocês já deve ter ouvido falar da filosofia. Talvez alguns pensem que filosofia éalgo difícil, “coisa de gente doida”, “ocupação de quem está no mundo da lua”.Isto não lhe lembra a história de Alice frente ao gato no início deste texto?Quem sabe, o filósofo, por se preocupar em pensar os problemas ebuscar algumas respostas, ocupe no imaginário da sociedade um espaçoreservado para esses problemas que parecem sem sentido.Esse tipo de pensamento a respeito da filosofia deve-se ao fato de vivermosem uma sociedade em que o ato de pensar criticamente perdeu um pouco asua razão de ser. Na maioria das vezes, quando precisamos resolver algumproblema, é comum recorrermos aos especialistas de plantão. Ou seja, hásempre à nossa disposição alguém que sabe mais do que nós e que podepensar a solução do problema. Recentemente, por exemplo, ficamos sabendoda existência do personal organizer – que é um especialista em pensarsoluções de organização para a desordem de seus clientes. Dessa forma,vamos, aos poucos, perdendo o interesse em procurar por nós mesmos a solução para os nossos problemas.Na realidade, filosofamos o tempo todo no cotidiano, no plano dos valores pessoais, sociais, econômicos, políticos.5.1 E o que é filosofar?Filosofar é uma maneira de tentar responder às grandes questões que os indivíduos se colocam. Diferentemente da Teologia, que parte da fé e dos livros sagrados; da ciência, que utiliza a experimentação; da arte, que utiliza aintuição estética e do senso comum, que parte do conhecimento vulgar e cotidiano, a filosofia utiliza-se da razão e busca manter a coerência de suas reflexões. Esses conhecimentos, no entanto, inter relacionam-se.Os pressupostos de uma ciência têm na sua base uma concepção filosófica. O senso comum é ponto de partida para filosofar, para o desenvolvimento das ciências. As religiões são analisadas, pelos filósofos e demais ciências sociais,19enquanto valores vivenciados pelas pessoas. Por exemplo, um grupo religioso, que por razões doutrinárias não pode receber transfusões de sangue,colaborou financeiramente para a invenção do sangue artificial. Para muitos, o exercício filosófico é complicado pela diversidade de respostas encontradas para questões sobre as quais não há um consenso. Ao contráriodo que essas pessoas pensam, vemos que essa é a riqueza da Filosofia, pois há sempre espaço para criar algo novo. René Descartes, pai da Filosofia moderna e um dos mais importantes filósofos do século XVI, afirma que “[...] na filosofia havia sobre um assunto tantas opiniões quantas fossem as cabeças a pensá-lo” (DESCARTES, 5.2 Filosofia: limites e possibilidades . Em seu livro Convite à Filosofia, Marilena Chauí (1997, p. 16-17) apresenta as seguintes definições:1. visão de mundo: de um povo, de uma civilização ou de uma cultura. Essa é uma definição muito ampla e genérica que não permite, por exemplo, distinguira Filosofia da Religião;2. sabedoria de vida: a filosofia seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz. Essa definição nos diz somente o que se espera da Filosofia (a sabedoria interior), mas não o que é e o que faz a Filosofia;3. esforço racional para conceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Essa definição dá à Filosofia a tarefa de explicar e compreender a totalidade das coisas, o que é impossível;204. fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. A Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural e histórica tornam-se estranhas, espantosas, incompreensíveis. Quando nem o senso comum nem as ciências ainda não sabem o que pensar e dizer. Segundo Chauí, “[...] a Filosofia é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas” (CHAUI, 1997, p. 16-17).Karl Marx citado por Chauí (1997) afirma que a Filosofia deve não só interpretar o mundo, mas tem por objetivo a nossa ação transformadora. Isto é, a Filosofia também pode ser compreendida como uma atividade que podetransformar o mundo por meio da ação de homens e mulheres preocupados em construir o futuro de acordo com seus princípios.5.3 Quem pode ser filósofo?No século XX, Antônio Gramsci (1891-1937), filósofo italiano, afirma que todosos seres humanos podem ser filósofos. Acompanhe a seguir como Gramsci defende esta idéia.Deve-se destruir o preconceito muito difundido de que a filosofia seja algo muito difícil pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada categoria de cientistas especializados ou de filósofos profissionais e

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sistemáticos. Deve-se, portanto, demonstrar, preliminarmente, que todos os homens são ‘filósofos’, definindo os limites e as características desta ‘filosofia espontânea’ peculiar a ‘todo o mundo’, isto é, a filosofia que está contida: 1) na própria linguagem, que é o conjunto de noções e de conceitos e não,simplesmente, de palavras gramaticalmente vazias de conteúdo; 2)no senso comum e no bom-senso; 3) na religião popular e,conseqüentemente, em todo sistema de crenças, superstições, opiniões, modos de ver e de agir que se manifestam naquilo que se conhece geralmente por ‘folclore’ (GRAMSCI, 1995, p. 11).A Filosofia da qual fala Gramsci é, muitas vezes, carregada de ingenuidade, porque não é refletida e está permeada pelo viver cotidiano. Para que essa filosofia espontânea, isto é, vivenciada diariamente, possa contribuir para a construção de sentidos lógicos e para a formação da consciência investigativa 21do sujeito, é necessário um segundo momento: o da crítica. Gramsci faz uma reflexão sobre esse momento nos seguintes termos: [...] é preferível pensar sem disto ter consciência crítica, de uma maneira desagregada e ocasional, isto é, ‘participar’ de uma concepção de mundo ‘imposta’ mecanicamente pelo ambiente exterior, ou seja, por um dos vários grupos sociais nos quais todos estão envolvidos desde sua entrada no mundo consciente [...] ou é preferível elaborar a própria concepção de mundo de uma maneira crítica e consciente e, portanto, em ligação com este trabalho próprio do cérebro, escolher a própria esfera de atividade, participar ativamente na produção da história do mundo, ser o guia de si mesmo e não aceitar do exterior, passiva e servilmente, a marca da própria personalidade? (GRAMSCI, 1995, p. 12). Mas como se daria a passagem dessas concepções espontâneas para a reflexão filosófica? É o que passaremos a investigar a seguir.5.4 A origem da atividade filosófica Podemos identificar, na origem da Filosofia, duas experiências humanas que dão início ao processo de busca de sentido. Arcângelo Buzzi, em sua obra Introdução ao Pensar (1975), defende que a admiração e a angústia são o ponto de partida para nos darmos conta de que nem tudo é tão simples e óbvio como pensamos.Admiração – para os gregos, a admiração e o espanto – que aqui tomaremos como uma mesma expressão – eram a experiência original da Filosofia.Admirar-se com algo significa tomar distância do nosso cotidiano, procurando observá-lo como se fosse um estranho fenômeno, do qual nunca tivéssemos sequer idéia. Adotar o ponto de vista de alguém que acaba de nascer e pergunta por tudo. Na admiração/espanto, “o sujeito é posto em um tal estado por algo que é muito maior que ele próprio. O sujeito que admira é menor: está no fato, no toque de algo que é muito maior que ele”(BUZZI, 1975, p. 175). A atividade filosófica, segundo Buzzi (1975, p. 179-180), surge no instante em que o homem começa a questionar, a partir da admiração, a sua condição de22ser limitado pelo fato de sua existência finita. A grande sabedoria é a admiração; a pequena, a busca de interpretação e organização do que é novo. Para que a admiração aconteça, é necessário deixar-se afetar pelas coisas e não interpretá-las a partir de idéias pré-concebidas, de preconceitos, teorias prontas. O verdadeiro filósofo não adere de maneira dogmática a uma interpretação prévia, não procura interpretar o novo, mas se deixa espantar e busca a admiração. Não há nada que atrofie tanto a Filosofia como o acolhimento acrítico de uma interpretação de mundo.Angústia – se dá, por exemplo, a partir do momento em que o ser humano toma consciência de sua finitude e limitação. Na angústia, descobre-se que a realidade não está sob nosso controle e o mundo torna-se incerto einseguro. Não há como escapar dessa realidade; não temos nenhuma certeza do que pode nos acontecer daqui a um ano, amanhã, daqui a uma hora. Lembre-se daquelas pessoas que perderam o vôo por alguns minutos e o avião caiu sem deixar sobreviventes. A experiência da morte faz com que muitos de nós, no velório, ao dar adeus a alguém querido, repensemos toda a nossa vida, pois nos damos conta de que não temos controle sobre o futuro.Vimos que a Filosofia é um esforço racional para compreender a realidade. Reafirmamos que a Filosofia necessita de uma coerência para que o fruto de sua atividade seja compreensível e possa ser captado por nossa inteligência.Em nossa atividade docente, por exemplo, é muito comum ouvirmos dos alunos, quando recebem a avaliação sobre uma atividade realizada, que não concordam com o conceito atribuído. Argumentam que, ao pedirmos queapresentassem seu ponto-de-vista sobre determinado assunto, qualquer coisa que escrevessem estaria bom, pois era a sua opinião a respeito que importava. Para a atividade filosófica, como vimos, não é suficiente dar umaopinião qualquer a respeito de um determinado assunto. Do ponto de vista da razão, a reflexão filosófica deve obedecer a certas regras, para que o exercício filosófico seja consistente. Nesse sentido, a razão tornou-se soberana no pensamento do homem moderno. Porém, é preciso fazer algumas ressalvas. Vivemos uma crise de valores e percepções que muitos têm chamado de pós-modernidade. A super23 valorização do conhecimento racional tem sido, portanto, questionada. O argumento de que tal conhecimento deveria colaborar para que o ser humano se libertasse de sua menoridade já não consegue responder aos anseios humanos, face às grandes mudanças por que a civilização ocidental tem passado, sobretudo as de cunho tecnológico. Dois conceitos fundamentais colocam em dúvida o poder exclusivo da razão como forma de conhecer o mundo e de sanar os problemas da humanidade: a ideologia e o inconsciente humano. 6. CONHECIMENTOFalar de educação é basicamente trabalhar com o conhecimento. Vivemos uma época em que a produção do conhecimento tornou-se crucial para o desenvolvimento econômico e social. Conceitos como sociedade doconhecimento, economia do conhecimento, gestão do conhecimento, sociedade aprendente são amplamente utilizados, nos dias de hoje. Novas tecnologias como a Educação a Distância (EaD), pela qual você está segraduando, multiplicam as possibilidades de acesso ao conhecimento e ampliam seus horizontes.A instituição escolar é o local onde circula o conhecimento sistematizado. Quanto a isso não há dúvidas. Da mesma forma como não há dúvidas de que o hospital é o local onde se busca restaurar a saúde. Cremos que, seperguntarmos a qualquer pessoa o que é saúde ela saberá responder com certa tranqüilidade. Se perguntarmos, no entanto, o que é conhecimento, talvez a resposta se torne mais complexa. Para a maioria dos que estão envolvidos diretamente ou indiretamente no processo da educação escolar, educadores e aprendizes, existe a certeza de que o papel de um é ensinar e do outro aprender. No entanto, poderíamos questionar: ensinar e

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aprender o quê? O conhecimento, é óbvio, responderiam alguns. Mas o que é o conhecimento? Como podemos conhecer? Qual 24 origem do conhecimento? 6.1 Conhecimento, o que é isso? O conhecimento é a relação que se manifesta através do objeto conhecido oudesconhecido e um sujeito que conhece este objeto. Essa é a definição clássica do que é conhecimento. Mas precisamos ir adiante. Além de processo,o conhecimento também pode ser compreendido como produto, isto é, na escola, quando falamos de conhecimento, muitas vezes nos referimos a conteúdos e habilidades previstos no currículo escolar e ministrados por seu programa, que podem ser considerados produtos do conhecimento.Explicitando melhor a primeira definição: pode-se afirmar que, por meio do conhecimento, apreendemos, captamos ou reconstruímos a realidade externa de forma que possamos internalizar aquilo que é externo à nossa consciência e, assim compreender o mundo que nos cerca. Caso isso não fosse possível,toda vez que nos referíssemos ao termo escola, teríamos de mostrar empiricamente uma escola para que outra pessoa pudesse compreender sobre o que estamos falando. O conhecimento é essa possibilidade que temos de tornar a realidade externa, concreta ou abstrata, produto de nosso pensamento.6.2 Duas faces do conhecimento: a doxa e a episteme Na Filosofia, há uma disciplina que se ocupa especificamente do conhecimento: a Epistemologia. Vejamos por que ela recebe esse nome. Para os gregos o conhecimento pode ser compreendido de duas formas. Uma delas é a doxa, que em português poderíamos traduzir por opinião. Doxa seria aquele conhecimento vulgar, não refletido e, portanto, não-crítico e superficial.25 É o conhecimento que utilizamos no dia-a-dia e que hoje poderíamos chamar de senso comum. A outra forma de conhecimento é a episteme, que seria o conhecimento adquirido por meio de uma rigorosa pesquisa, fruto de um sistema coerente de ideias, seguindo um método rigoroso, capaz de se expressar na forma de teorias ou leis. A tradução para o português de epistéme seria ciência.Não é difícil, por exemplo, perceber a tendência que se tem de explicar os processos educativos sem uma reflexão mais acurada do significado do ato de educar ou, ainda, quando não se procura fundamentar as práticas pedagógicas a partir de uma construção teórica coerente e refletida, o que seria a doxa. Por exemplo, quando você era aluno de uma escola fundamental, deve lembrar-se do “pavor” no estudo da matemática e do esforço do professor para torná-la mais aceita. Apesar disso, você continuava a achar que o conteúdo dessa disciplina era difícil e incompreensível. Outro caso poderia ser quando lhe perguntam sobre a melhor maneira de se combater a violência. Como não somos especialistas no assunto, tendemos a dar uma resposta superficial,muitas vezes fruto de nossos pré-conceitos.Por outro lado, quando refletimos e discutimos certos assuntos, procuramos as causas dos problemas e as alternativas de solução, sem nos basearmos somente em nossas convicções, mas, a partir de uma prática reflexiva e de pesquisa, visando ao conhecimento mais aprofundado e à justificativa de nossas razões para a comunidade educativa. Assim temos a episteme.Podemos exemplificar isso com os estudos realizados por órgãos oficiais e universidades, que representam um discurso fruto de uma reflexão comprovável e não simplesmente da opinião ou da mera justificação de certos pontos de vista parciais e fragmentados.6.3 A possibilidade do conhecimento 26 Quando afirmamos que a epistemologia busca o conhecimento verdadeiro, estamos admitindo que a verdade existe e pode ser conhecida. Porém, essa questão não é tão simples assim. Quanto à possibilidade de conhecer, existem na filosofia duas correntes epistemológicas: o ceticismo e o dogmatismo. “Todo conhecimento coloca o problema da verdade. Pois quando conhecemos, sempre nos perguntamos se o enunciado corresponde ou não à realidade” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 23).6.4 Ceticismo Para o ceticismo, não é possível conhecermos a verdade. O primeiro a defender essa tese foi o filósofo grego Górgias (485-380 a.C.) (ARANHA, 1996). Para ele, a verdade não existe. Se existisse não poderíamos conhecê-la e, se pudéssemos conhecê-la, não poderíamos comunicá-la aos outros. Esseposicionamento, chamado de ceticismo absoluto na verdade, é contraditório: ao afirmar que não se pode conhecer a verdade, o ceticismo acredita que isso seja verdadeiro, colocando, dessa forma, sua própria verdade em questão.Atualmente, temos outras formas de ceticismo que não chegam a negar radicalmente a possibilidade de conhecer a verdade, mas afirmam que é muito difícil, senão impossível, conhecer plenamente a verdade. O que se pode conseguir é conhecer alguns aspectos da realidade. Essa corrente pode ser chamada de ceticismo relativo. Entre as correntes do ceticismo relativo,Cotrim (2000, p. 60-61) destaca as seguintes:Subjetivismo – a relação de conhecimento que se dá entre o sujeito e uma realidade percebida é puramente subjetiva. As representações têm significado apenas para quem conhece, sem poder ser transmitidas objetivamente para os demais. Por exemplo, dificilmente você poderia partilhar ide dignamente com outra pessoa as sensações que lhe ocorrem quando prova algum tipo de comida, fazendo com que o outro tenha as suas mesmas impressões; 27Relativismo – não admite a existência de verdades absolutas, apenas relativas, que possuem validade limitada a certo período ou situação determinada. Como exemplo disso, temos uma série de comportamentos e valores que são aceitos por certos grupos sociais e não por outros; como a poligamia, que é praticada por alguns povos, mas amplamente condenada por outros;Probabilismo – entende que o nosso conhecimento não pode oferecer uma certeza plena. O que se pode, nesse caso, é alcançar uma verdade provável. O melhor exemplo para essa situação é o caso do médico que afirmaque um determinado paciente tem noventa por cento de chances de ser curado após uma cirurgia, mas que não garante com certeza a eficácia da cirurgia;Pragmatismo – entende que o homem é um ser prático e não apenas pensante; defende que a validade do conhecimento consiste nos resultados alcançados e na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Essa é a principal característica de nossos tempos. Por exemplo, uma pesquisa pode ser considerada eficaz por ter reduzido em quase dois terços a taxa de mortalidade de determinada população (COTRIM, 2000, p. 60-61).6.5 Dogmatismo - a razão humana tem a possibilidade de alcançar a verdade. O dogmatismo também pode ser entendido como um campo de verdades inquestionáveis. A verdade é então entendida como posse de um bem, cujo proprietário tudo pode em nome dessa verdade. Cotrim (2000, p. 61) distingue duas formas de dogmatismo: Dogmatismo ingênuo – está presente no senso comum e acredita que a percepção que temos do mundo

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representa-o de forma fiel, sem se preocupar se nossas concepções estão ou não corretas. Por exemplo, acreditar que o sol gira em torno da terra porque é assim que percebemos tal movimento;Dogmatismo crítico – afirma que, pelo esforço de nossos sentidos e da inteligência, pode-se, sem dúvida, conhecer a verdade. Acredita que, por 28 meio de um trabalho metódico, racional e científico, o ser humano pode conhecer a realidade do mundo. Estão aí para exemplificar essa corrente as diversas pesquisas realizadas para resolver os diversos problemas que enfrentamos.Tanto o dogmatismo quanto o ceticismo representam duas formas extremas de conceber a possibilidade do conhecimento. Levados às últimas conseqüências tornam-se estéreis: não dão conta de contribuir para o avanço do conhecimento. Todavia, servem como balizas que permitem perceber as limitações do nosso conhecimento.7. CONHECIMENTO CIENTÍFICO 7.1 ConceituandoVamos analisar as contribuições de alguns autores sobre o que é conhecimento. Para Aranha e Martins (2002, p. 21), “o conhecimento é o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido”. Pressupõe-se, então, que há um sujeito que busca conhecer e um objeto que se dá ao conhecimento. Abbagnano (1999, p. 174) afirma que o conhecimento é em geral, uma técnica para a verificação de um objeto qualquer, ou a disponibilidade ou posse de uma técnica semelhante. Por técnica de verificação deve-se entender qualquer procedimento que possibilite a descrição, o cálculo ou a previsão controlável deum objeto; e por objeto deve-se entender qualquer entidade, fato, coisa, realidade ou propriedade. Técnica, nesse sentido, é o uso normal de um órgão do sentido tanto quanto a operação com instrumentos complicados decálculo: ambos os procedimentos permitem verificações controláveis. O conceito de Abbagnano complementa o anterior trazendo à discussão a questão de que entre o sujeito cognoscente e o objeto existe uma técnica que 29pode fazer uso tanto dos sentidos quanto de instrumentos sofisticados, mas que ambos permitem verificações importantes sobre um objeto que se deseja conhecer. Assim, tanto o conhecimento que temos sobre determinado objeto a partir da nossa experiência cotidiana, quanto aquele que é produzido em laboratório pelos cientistas são importantes. Vamos observar agora as características do senso comum e a sua contribuição para a construção do conhecimento.7.2 O senso comum - estamos habituados a conviver com o fato de que o sol nasce a leste e se põe a oeste, sem nos preocuparmos com o fato de que, na verdade, é a terra que gira em torno do sol. Muitas pessoas acreditam que homens e mulheres possuem papéis sociais definidos sem se preocuparem com o fato de que essa relação desigual é uma construção histórica. Também observamos o universo colorido que nos rodeia como se as cores existissem em si mesmas, sem levarmos em conta que elas só existem porque são ondas luminosasde comprimentos diferentes obtidas pela refração e reflexão da luz branca. E, assim, temos várias outras situações que são por nós vividas, diariamente, das quais nos servimos para a nossa existência sem maiores preocupações. Aranha e Martins (2002, p. 35) nos ensinam que chamamos senso comum ao conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos. Trata-se de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade, bem como de um corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e, portanto agir Portanto, o senso comum é aquele conhecimento primeiro, que nos situa frente aos desafios do cotidiano, ao qual recorremos nas mais variadas situações e no qual também confiamos, pois faz parte da experiência de nossos antepassados. 30 Entre as principais características desse conhecimento, destacamos:o senso comum é um tipo de conhecimento empírico baseado na experiência vivida das pessoas, ou seja, desenvolve-se pelo acúmulo de situações vividas;Um exemplo que atesta esse caráter é a maneira como as famílias definem desde cedo o papel social do homem e da mulher. Você já reparou que os presentes que costumamos dar às crianças diferem por aquilo queacreditamos ser papel social masculino ou feminino? Se for um menino, provavelmente, ganhará uma bola ou carrinho de brinquedo; se menina, uma boneca, fogãozinho, maquiagem de brinquedo. Esses objetos não são neutros.Nós usamos o carro para sair de casa, da mesma forma a bola pode se utilizada para se jogar em um campo ou quadra, ambos em sua simbologia apontam que lugar de homem é fora de casa. Por outro lado, a boneca uma imitação do bebê e pode significar que a responsabilidade pela educação das crianças é do gênero feminino. Da mesma forma, o fogãozinho representa os afazeres domésticos aos quais a figura feminina está vinculada. Sem perceber, reforçamos os valores de uma cultura machista que situa as mulheres no espaço doméstico privado e propõe ao homem o mundo fora de casa, espaço público, onde estão concentradas as atividades políticas eno qual se exerce o poder;Assim, é comum observarmos que, diante de uma cultura diferente,o senso comum irá compará-la com seu modo de viver e de ver as coisas.Por exemplo, diante de um estádio de futebol um vendedor de pipocas procurará vender; um torcedor, se divertir; um atleta verá ali uma oportunidade de trabalho; um policial irá preocupar-se com a ordem e a segurança;o senso comum é fragmentário, pois não percebe inter-relações onde elas ocorrem. Assim, por exemplo, atribui-se a um problema de caráter ou de índole a questão da violência e do crime, ou seja, as pessoas caem no mundo do crime, de acordo com esta visão, por falta de bom caráter ou por31desonestidade. Dificilmente atribui-se como causa da criminalidade a má distribuição de renda e a falta de acesso a uma educação de qualidade.Arruda e Martins (2002, p. 35) enfatizam que [...] o primeiro estágio do conhecimento precisa ser superado emdireção a uma abordagem crítica e coerente, características estas que não precisam ser necessariamente atributos de formas mais requintadas de conhecer, tais como a ciência e a filosofia. Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em bom senso, este entendido como a elaboração coerente do saber comoexplicitação das intenções conscientes dos indivíduos livres. Isso significa dizer que não devemos desmerecer o conhecimento do senso comum, mas, partindo dele, alcançar outros estágios que nos possibilitem compreender mais e melhor a realidade e o mundo que nos cerca.7.3 O conhecimento teológico ou religioso O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Por isso, as verdades religiosas são inquestionáveis, pois são a revelação sobrenatural de uma entidade superior e fora desse

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mundo. Uma de suas principais características é o fato de que essas verdades são valorativas, ou seja, propõem de antemão uma série de valores que devem ser seguidos por todos. As verdades da fé estão registradas nos livros sagrados, na palavra dos iluminados ou profetas e também nas doutrinas orientadoras de um determinado credo religioso.Esse tipo de conhecimento teve um respaldo muito significativo na Idade Média, período em que observamos uma relação muito forte entre poder político e fé. Todo conhecimento produzido nessa época era filtrado pelos dogmas do conhecimento religioso.7.4 O conhecimento filosófico 32 busca dar respostas às grandes indagações da humanidade, assim como o senso comum e o conhecimento religioso, porém o seu fundamento é a construção lógica de argumentos e raciocínios. A filosofia é “[...] sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido de que questiona o saber instituído” (ARANHA; MARTINS, 2002, p. 72).Chauí, por sua vez, afirma que a filosofia é uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas, ou seja, ela se interessa por aquele instante em que a realidade natural e histórica torna-se estranha, quando o senso comum e a ciência já não sabem o que pensar (CHAUÍ, 1995).O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual, sistemático, pois não se contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas também exige que as próprias questões sejam válidas e que suas respostas sejam verdadeiras, relacionem-se entre si, esclareçam umas às outras, agrupem-se em conjuntos coerentes de idéias e possam ser testadas e provadas racionalmente (CHAUÍ, 1995).8. O conhecimento científico e o métodoA ciência ou o conhecimento científico é visto pelas pessoas de maneira antagônica: para algumas, seria o caminho de redenção da humanidade, pois permite ao ser humano obter um conhecimento que não tem limites. Ela seria,dessa forma, uma oportunidade de superar as limitações que nossa condição humana nos impõe. Por outro lado, muitos a interpretam como uma forma muito perigosa de relacionar-se com o mundo, pois abre a possibilidade de dominar e de modificar a natureza e os seres humanos. São várias as definições sobre o conhecimento científico.Além disso, o método tornou-se fundamental nas ciências para que chegássemos aos resultados que temos hoje, pois ele é o elemento que33garante o rigor e a correção em seu desenvolvimento sistemático. Porém, é muito difícil falarmos de um método científico, uma vez que, com a fragmentação do saber, há uma infinidade de ciências que possuem métodos específicos.8.1 O que é o conhecimento científico?Máttar Neto (2002) esclarece que as noções de experiência e de verificação são essenciais nas ciências, pois o conhecimento científico deve ser justificado e sempre passível de revisão, desde que se possa provar sua inexatidão. Lakatos e Marconi (2003, p. 23) por sua vez, apresentam a ciência como “um conhecimento racional,objetivo, lógico e confiável”. Seu foco não é apresentar um conjunto de verdades inquestionáveis, mas, também,admitir que seus resultados sejam falíveis, isto é, pode ocorrer que novos fatos levem o cientista a abandonar um conjunto de saberes articulados que, até então,apresentavam-se como confiáveis em favor de outros mais consistentes. Um exemplo disso pode ser constatado recentemente a respeito da reposição hormonal para mulheres na menopausa. Esse tratamento foi considerado adequado por muitos anos para aliviar os sintomas da menopausa; porém,descobriu-se, mais tarde, que ele poderia provocar um aumento no risco de câncer e deixou de ser prescrito pelos ginecologistas.Do exemplo anterior, destacamos outro aspecto do conhecimento científico:para ser aceito, ele precisa ser verificado por meio da experimentação para a comprovação de suas hipóteses. Com certeza, muitos cientistas haviam alertado para os riscos da prática citada,mas ela só deixou de ser consenso na comunidade médica após estudos baseados na observação de seus efeitos e nos estudos desses efeitos que comprovaram os riscos da reposição hormonal. Vamos agora conhecer as características do conhecimento científico.348.2 Os limites do conhecimento científicoO conhecimento científico foi, por muito tempo, defendido como uma forma neutra, objetiva e isenta de pretensões metafísicas – crenças, superstições – ou ideológicas.Atualmente, sabe-se que essa pretensão não se confirmou. Ao determinar como realizará uma pesquisa, o cientista necessita escolher certos procedimentos e metodologias que não estão isentos de carregarconteúdos metafísicos ou ideológicos. A própria ciência se transformou em ideologia ao promover o que chamamos de cientificismo, ou de tecnocracia. Essas ideologias defendem que apenas as formas de conhecimento fundadas na ciência são válidas. Essa postura tornas e ideológica porque esconde relações de poder e ser baseada em formas de saber. Vamos agora conhecer as características do conhecimento científico.8.3 Características do conhecimento científicoo conhecimento científico é racional e objetivo porque é constituído por conceitos, juízos e raciocínios a partir da observação dos fatos e não por sensações, imagens, modelos de conduta. É também analítico porque decompõe o todo em suas partes componentes, exatamente por serem parciais os problemas da ciência e, consequentemente, suas soluções e procedimentos científicos de análise conduzirem à síntese; 35o conhecimento científico é metódico porque é planejado, pois o cientistanão age ao acaso. Ele planeja seu trabalho e deve saber proceder paraencontrar o que almeja. Além disso, o cientista baseia-se em conhecimentoanterior, particularmente em hipóteses já confirmadas, em leis e princípiosjá estabelecidos. Obedece a um método preestabelecido que determina, noprocesso de investigação, a aplicação de normas e técnicas, em etapas;o conhecimento científico é falível, ou seja, não é definitivo, absoluto oufinal. O próprio progresso científico descortina novos horizontes, induz asnovas indagações, sugere novas hipóteses derivadas da própria combinação.9. RAZÃO9.1 O que é razão?No texto a seguir, Chauí define o significado da palavra razão. Sua definição

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pode auxiliar na compreensão dessa essencial capacidade humana quandoafirma que[...] logos e ratio ou razão significam pensar e falarordenadamente, com medida, com proporção, com clareza, demodo compreensível para outros. Assim, na origem, a razão é acapacidade intelectual para pensar e exprimir-se correta eclaramente, para pensar e dizer essas coisas tais como são. Arazão é uma maneira de organizar a realidade pela qual esta setorna compreensível. É, também, a confiança de que podemosordenar e organizar as coisas porque são organizáveis,ordenáveis, compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas,isto é, as próprias coisas são racionais (CHAUÍ, 2000, p. 59)(grifo do autor).9.2 Modalidades da razão: a intuição e o raciocínioPodemos ter acesso ao conhecimento racional de duas maneiras: por meio darazão intuitiva, ou intuição, e da razão discursiva, ou raciocínio. Isso significaque são dois instrumentos que estão à disposição do pensamento humano e,36mediante os quais, todos nós, consciente ou inconscientemente, procuramosdesvendar a realidade. Vejamos a seguir em que consiste cada uma dessasmodalidades da razão.a) IntuiçãoA intuição é uma forma de conhecimento imediato, é uma compreensãoglobal e instantânea de uma verdade, de um objeto, de um fato (CHAUÍ,2000 p. 83). Pela intuição, é possível captar de uma só vez, de forma global, arealidade que se busca conhecer. A palavra intuição vem do latim tueri esignifica “ver”. É uma visão súbita que se torna presente ao espírito humano.Chauí encontra um bom exemplo da atividade intuitiva na obra Grandesertão: veredas, de Guimarães Rosa. Vejamos.Riobaldo e Diadorim são dois jagunços ligados pela maisprofunda amizade e lealdade, companheiros de lutas ecumpridores de uma vingança de sangue contra os assassinos dafamília de Diadorim. Riobaldo, porém, sente-se cheio de angústia eatormentado, pois, seus sentimentos por Diadorim são confusos,como se entre eles houvesse mais do que amizade.Diadorim é assassinado. Quando o corpo é trazido para serpreparado para o funeral, Riobaldo descobre que Diadorim eramulher. De uma só vez, em um só lance, Riobaldo compreende tudoque sentia, todos os fatos acontecidos entre eles, todas asconversas que haviam tido, todos os gestos estranhos de Diadorim ecompreende, instantaneamente, a verdade: estivera apaixonado porDiadorim (CHAUÍ, 2000, p. 64).A intuição pode ser dividida, conforme o quadro a seguir.Quadro 1 – Formas da intuição37INTUIÇÃOSENSÍVELÉ o conhecimento imediato que nos é fornecido pelos sentidos. Porexemplo: sentir a textura do papel onde está impresso este texto; acor azul do céu; o calor do sol; ouvir o som de uma música; sentir osabor de uma deliciosa comida.INTUIÇÃOINVENTIVAÉ aquela do sábio, dos grandes artistas, dos cientistas quandodescobrem uma nova hipótese ou um tema original. No dia-a-dia,muitas vezes a utilizamos para resolver um problema de maneiracriativa e original. Quando Arquimedes percebeu que, ao entrar nabanheira, seu corpo deslocou uma quantidade proporcional de águaà sua massa, exclamou: EUREKA! Isto é, descobriu um princípioaté hoje utilizado na construção navalINTUIÇÃOINTELECTUALÉ o conhecimento imediato dos princípios da razão, das relaçõesnecessárias entre fatos, idéias, princípios ou valores. Por exemplo,você vai até a casa de um amigo e, ao lá chegar, bate na porta ealguém diz: Não há ninguém em casa! Com certeza você perceberáque alguém está tentando lhe enganar.b) RaciocínioO raciocínio, ou razão discursiva, é uma forma de conhecimento mediato;é preciso percorrer um caminho para produzir o conhecimento. Por meio

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de etapas sucessivas, realizando um esforço intelectual, capta a realidade ouestabelece a definição ou o conceito de um objeto. O raciocínio cumpre umprocesso em que, por meio de sucessivos avanços, investiga a realidade.O raciocínio se dá de duas formas, que são interligadas, mas diferem entre si:dedução e indução. Vejamos a seguir cada uma delas.c) Dedução38O raciocínio dedutivo parte de uma lei, teoria ou hipótese geral da qual épossível tirar conclusões particulares. Diz-se, portanto, que a dedução vai dogeral para o particular. Deduzir nada mais é que comparar uma situaçãoparticular frente a uma teoria ou verdade geral, para concluir se aquele casoparticular se encaixa na teoria geral.Para alguns, a dedução é um raciocínio estéril, pois não acrescenta nada denovo ao conhecimento. Apenas confirma, se uma situação particular seencaixa em princípios universais. O exemplo clássico de dedução é osilogismo aristotélico. Sua forma pode ser descrita a partir dos exemplos aseguir.Vejamos um exemplo que não é tão raro em nossas escolas.Todos os homens são mortais.Sócrates é homem.Logo, Sócrates é mortal.Todo bom aluno tira notas altas.Joãozinho só tira 9 e 10.Logo, Joãozinho é um bom aluno.CONCLUINDO: Silogismo: argumento que consiste em três proposições: aprimeira, chamada premissa maior; a segunda, chamada premissa menor; e aterceira, conclusão.DICIONÁRIO MICHAELIS DA LÍNGUA PORTUGUESAObserve que, no exemplo do Joãozinho, não se faz outra coisa senãoclassificar. Há alguns anos, era comum nas escolas a prática de separaras turmas de alunos de acordo com seu rendimento escolar.Os alunos “fortes” iam para a mesma classe e os mais “fracos” iam juntos paraoutra. Nesse caso, a dedução tem como papel a tarefa de separar, ordenar,39classificar cada aluno – situação particular – de acordo com o nível das notas –princípio geral.Nas situações em que é necessário classificar com certos critérios, a deduçãoé uma boa “ferramenta” racional.d) Indução Ao contrário da dedução, a indução parte de casos particulares em busca de conceitos ou teorias gerais. A partir da observação dos casos particulares, na indução, buscam-se as características comuns em cada situação específica,tendo em vista o reconhecimento de eventos que se repetem com certa regularidade. Se for constatado que certa característica está presente em todas as amostras, pode-se daí inferir uma teoria que explique por que ocorre tal fenômeno.Um exemplo: acompanhamos recentemente pela imprensa o surto de gripe aviária que ameaça a saúde do mundo todo, pois ainda não se sabe como o vírus passa das aves para o ser humano e assim não há como evitar a disseminação da doença.Não foi possível ainda estabelecer uma conexão que explique como o ser humano pode ser infectado pelo vírus da referida gripe. Isto é, não se conseguiu observar o que há em comum a todos os afetados pelo vírus paraque daí pudesse nascer uma hipótese para o contágio. Em outras palavras: não foi possível ainda induzir, dos casos registrados até agora, uma tese que explique por que as pessoas contraem a gripe aviária.Voltemos ao caso analisado na dedução. Vamos supor que, após montar as turmas de acordo com o rendimento (os “bons” alunos juntos em uma sala e os “fracos” em outra), alguém na escola se sentisse angustiado ou mesmoespantado, após observar que entre os alunos ocorriam certas “coincidências” que se repetiam com freqüência. A maioria dos alunos “bons” recebia acompanhamento nas tarefas de casa pelos pais; na turma dos 40 “fracos”, a grande maioria passava o dia sozinho em casa, alguns inclusive cuidando dos seus irmãos mais novos, outros “trabalhando para ajudar a família nas despesas”. Entre os alunos “fracos”, muitos ficavam inquietos até ahora do lanche, o que levou à conclusão de que vinham para a aula sem se alimentar. Essas e outras constatações ficaram cada vez mais claras para todos na escola. Daí, poderíamos inferir que a maioria dos alunos “fracos” traziam para a escola problemas extraclasse, influenciadores negativos de seurendimento escolar, afastando, dessa forma, as causas vinculadas à ausência de aptidão natural ou de falta de vontade.Diante do quadro apresentado sobre o que é a razão, suas modalidades e sua importância para o desenvolvimento do conhecimento humano, chamamos a atenção, a seguir, para dois conceitos que irão relativizar o poder da razão, mediante um discurso lógico, em dar conta de toda a complexidade humana: aideologia e o inconsciente.9.3 Ideologia e definido como a ciência que estuda a origem e o desenvolvimento das idéias. Com o passar do tempo, o termo assumiu várias designações, conforme a corrente filosófica que o usasse.A concepção mais difundida do termo, sobretudo no campo das ciênciashumanas e sociais, foi elaborada por Karl Marx (1818-1883). Chauí (2000)afirma que, na concepção marxista, a ideologia é um conjunto de idéias que

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servem para dissimular a realidade, justificando a visão de mundo, asconcepções e os valores do grupo social dominante, reproduzidas pelaspessoas e grupos de outras classes sociais.Um exemplo: a maneira como as famílias, sem se dar conta, definem,desde cedo, o papel social do homem e da mulher, privilegiando o homemnessa relação. Essa ideologia é conhecida como machismo.41Você já reparou que os presentes que costumamos dar às crianças diferem poraquilo que acreditamos ser papel social masculino ou papel social feminino?Se for um menino, provavelmente receberá uma bola ou carrinho debrinquedo; se menina, boneca, fogãozinho, maquiagem de brinquedo.Isso é visível, por exemplo, nas brincadeiras das crianças, no horário dorecreio: os meninos, para um lado, com bola e, no outro, as meninas, com asbrincadeiras de roda e bonecas. Esses objetos não são neutros. O carro, nósusamos para sair de casa, a bola, para se jogar em um campo ou quadra.Ambos, em sua simbologia, apontam que lugar de homem é fora de casa.Por outro lado, a boneca é uma imitação do bebê, significa que aresponsabilidade pela educação das crianças é do gênero feminino, damesma forma o fogãozinho representa os afazeres domésticos; a mulherestá circunscrita ao lar. Sem perceber, reforçamos os valores de uma culturamachista que condena as mulheres ao espaço doméstico privado e o homemao mundo fora de casa, espaço público, onde estão concentradas as atividadespolíticas, econômicas, culturais.A ideologia, segundo Marx citado por Chauí (2000), seria uma consciênciailusória da realidade por não explicar as contradições existentes e por servircomo justificativa para a dominação das minorias (setores excluídos do poder,o que não representa uma questão numérica) pela classe dominante.A ideologia não pode ser confundida com mentira. Para as pessoas queestão sob sua influência, seus valores e sua forma de compreender omundo são corretas. Basta ver os comerciais de margarina para perceber omodelo de família que veiculam e que, de certo modo, para a maioria daspessoas, é o modelo adequado: pai provedor, mãe dedicada ao lar, filhosamorosos, em uma bela casa de classe média: uma família feliz! É uma visãoideológica, porque é muito provável que esse modelo de família tenha poucaschances de existir realmente. Basta lembrar que cerca de quarenta milhões debrasileiros vivem em uma situação precária e, hoje, as famílias já não seconstituem segundo esse padrão.42Antônio Gramsci analisa a ideologia sob outro prisma. Acompanhemos o textoa seguir, de sua autoria, em que ele descreve o papel da ideologia na suaconcepção.É necessário, por conseguinte, distinguir entre ideologiashistoricamente orgânicas, isto é, que são necessárias a umadeterminada estrutura, e ideologias arbitrárias, racionalistas,‘desejadas’. Na medida em que são historicamente necessárias,as ideologias têm uma validade ‘psicológica’: elas organizam asmassas humanas, formam o terrenosobre o qual os homens se movimentam, adquirem consciência desua posição, lutam etc. Na medida em que são ‘arbitrárias’, elas nãocriam senão ‘movimentos’ individuais, polêmicas etc. (GRAMSCI,1995, p. 63).Para Gramsci, o papel das ideologias arbitrárias identifica-se com aconcepção marxista, ou seja, servem para mascarar a realidade. Por outrolado, as ideologias orgânicas promovem a unidade de um grupo social sobre osseus ideais, proporcionando a tomada de consciência.No debate atual sobre a ideologia, está claro que é impossível escapar à suainfluência. No discurso científico, máxima expressão da razão para alguns,tentou-se defender a possibilidade de se fazer ciência neutra, livre deinfluências ideológicas. Esse discurso se mostrou indefensável, pois, desde oprincípio, o cientista faz “opções” que, no fundo, são embasadas em conteúdosideológicos.9.4 O inconscienteA partir de seus estudos, Sigmund Freud (1856-1939) citado por Chauí (2000),chega à conclusão de que, de todo o conteúdo mental que possuímos, apenas10% é consciente. O restante são conteúdos sobre os quais não temoscontrole, mas que determinam inconscientemente nossas escolhas.Para a perspectiva freudiana, segundo a síntese formulada por Chauí(2000), o ser humano possui três dimensões em sua vida psíquica:43• id, inconsciente, formado por instintos e impulsos, é regido pelo

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princípio do prazer que exige satisfação imediata;• superego, também inconsciente, é responsável pela censura ao id. Nosuperego introjetamos as normas morais da sociedade em que vivemos eque, pelo dever, formam a imagem ideal que temos de nós. Dessa forma, nãoaceita as pulsões e reprime o id;• ego é a parte consciente de nossa vida psíquica, submetida aosdesejos do id e às repressões do superego.Como o id e o superego estão em constante conflito e não podem semanifestar diretamente à nossa consciência buscam alternativas indiretaspara se fazerem presentes em nossa vida psíquica: em forma de sonho, atosfalhos e lapsos lingüísticos. Assim, de forma inconsciente, acabaminfluenciando nas decisões que tomamos. É desse modo que o inconscientetransforma-se em uma poderosa limitação às pretensões da razão paradominar e controlar a realidade.Esses conhecimentos trazem contribuições para a educação. Por exemplo, oaprendizado tem como fundamento a transferência, seja ela em qualqueresfera. A transferência – consciente e inconsciente – é um fenômeno psíquicopresente em todas as relações. A transferência ocorre quando trocamossentimentos e experiências vividas com uma pessoa, principalmente com ospais e com os professores, e vice e versa. Isso ocorre em diversassituações na relação professor/aluno.Portanto, compreender com maior profundidade o que é razão e quais são assuas modalidades, bem como, analisar de forma crítica os limites daracionalidade humana a partir dos conceitos de ideologia e inconsciente sãoexercícios críticos dos quais não podemos abrir mão para a realização denosso trabalho docente.4410. A CRIATIVIDADE10.1 A lógica e a natureza da criatividadeA criatividade é um tema que causa uma aparente desordem e confusão, poisengloba desde a simples criação de um papel adesivo (lembra-se do Post-it atéa fantástica pintura da capela Sistina no Vaticano por Michelangelo). Parte dadificuldade se origina das palavras: criativo e criatividade.Criar significa fazer existir algo que não existia antes. Conforme De Bono(1994), “criar uma confusão” é um exemplo de criatividade. A confusãonão existia e passa a existir. Depois que esse algo passa a existir, atribui-sevalor à coisa “nova”.Não é assim com a criatividade nas obras artísticas? Cria-se e depois atribuiseum valor sobre o que foi produzido. Assim uma criação não é um resultadoóbvio ou fácil, mas algo que apresenta um aspecto único ou raro. E nãopensem que a criatividade é um elemento necessário apenas parapublicitários, “marketeiros”, designers, etc. Todos os campos e ramos deatividade requerem uma certa dose de criatividade para o seudesenvolvimento. O importante é que cada área busque compreender asleis físicas e a forma de mensurar os padrões de comportamento favoráveis àcriatividade.10.2 Perspectivas teóricas da criatividadePara compreendermos melhor como se dão os processos criativos,estudaremos três abordagens teóricas que se complementam. Veremos que atendência humana à auto-realização, a um ambiente que propicie liberdade deescolha e de ação e ainda ao reconhecimento e ao estímulo do potencial sãoimportantes forças para a criatividade de cada indivíduo.4510.3 A Teoria do Investimento em CriatividadeEssa abordagem foi desenvolvida por Sternberg em 1988 e ampliada em anosposteriores. A base dessa teoria está na expressão da criatividade pormeio de seis recursos: inteligência, estilos intelectuais, conhecimento,personalidade, motivação e contexto ambiental (ALENCAR; FLEITH, 2003).Vamos então compreender o que significa cada um desses recursos.Inteligência: nesse recurso, é necessário levar em conta três habilidadescognitivas importantes – habilidade sintética de redefinir problemas, ou seja,capacidade de observar os problemas sobre vários ângulos, habilidadeanalítica de reconhecer entre as próprias idéias aquela que vale investir e ahabilidade prática-contextual, que diz respeito à capacidade de persuadiroutras pessoas sobre o valor de suas idéias para soluções mais criativas.Estilos intelectuais: os estilos são classificados em três e representam aforma como a pessoa utiliza e explora a sua inteligência – legislativo, executivoe judiciário. O primeiro refere-se àquela pessoa que tem facilidade emformular problemas e em criar novas maneiras de observar as coisas, oque se mostra particularmente importante para a criatividade. O outro estilo

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refere-se a pessoas que gostam de implementar idéias para problemas que, depreferência, têm estrutura clara e objetiva. O último estilo é identificadonaquelas pessoas que preferem emitir julgamentos, avaliar as pessoas, astarefas, as regras, enfim, que gostam de emitir opiniões e de avaliar os pontosde vista dos outros.Mas é importante lembrar que o vasto conhecimento em uma área podetambém dificultar a visualização de outras perspectivas relativas àqueledomínio.46Personalidade: as pessoas que possuem um conjunto de traços depersonalidade têm alta produção criativa: predisposição a correr riscos,confiança em si mesmas, tolerância à ambigüidade, coragem para expressarnovas ideias, perseverança diante dos obstáculos e um certo grau de autoestima.É importante ressaltar que esses traços podem não estar todospresentes. No entanto, a tolerância à ambigüidade é condição sinequa nonpara uma boa performance criativa em distintas áreas.Motivação: esse recurso diz respeito às forças impulsionadoras daperformance criativa. A motivação intrínseca é preponderante, pois a partirdela as pessoas são muito mais propensas a responder criativamente a umatarefa se estiverem movidas pelo prazer de realizá-las. Já a motivaçãoextrínseca está diretamente relacionada às recompensas, aos prêmios ou aoreconhecimento pela realização do trabalho.Contexto ambiental: o tipo de ambiente pode facilitar ou não odesenvolvimento e a realização do potencial criativo. Assim, um contextoambiental deve favorecer a geração de ideias, encorajar e dar suportenecessário à produção de novas idéias visando a resultados tangíveis e avaliaro produto da criação.É importante ressaltar que nem todos os recursos anteriormente descritos sãorelevantes para a criatividade. Cada um deve ser analisado de forma interativacom os demais e nunca de maneira isolada. Por exemplo, a alta inteligência naausência de habilidade intelectual para entender e usar tal conhecimentolevará, no máximo, a níveis moderados de performance criativa.10.4 Modelo componencial de criatividadeSegundo Amábile citado por Alencar e Fleith (2003), algo será julgado comocriativo à medida que for considerado novo, apropriado, útil, correto ou de valorpara o objeto em questão. No modelo componencial, três fatores sãonecessários para o trabalho criativo: habilidades de domínio, processoscriativos relevantes e motivação intrínseca. O componente habilidades de47domínio engloba aspectos relativos ao nível de expertise em um domínio, comotalento e conhecimento adquiridos pela educação formal e informal, experiênciae habilidades técnicas na área.O outro componente inclui estilo de trabalho, estilo cognitivo, domínio deestratégias que contribuem com a produção de novas idéias e traços depersonalidade. Imagine analisar um problema sob vários pontos de vista e combase em inúmeras informações e em metáforas? Certamente, essa análiseresultaria em uma melhor compreensão do domínio. Conforme Amábile citadopor Alencar e Fleith (2003), o estilo de trabalho criativo relaciona-se àcapacidade de se dedicar, em longos períodos de tempo, ao trabalho, com oalto grau de energia, com a persistência frente às adversidades, com a buscapela excelência e com a capacidade de desprezar as idéias infrutíferas. Já oestilo cognitivo diz respeito à quebra de padrões usuais de pensamento e dehábitos, à compreensão de complexidades, à produção de várias opções, aevitar o julgamento prévio no momento da geração de novas idéias, àflexibilidade, à transferência e aos conteúdos de um contexto para outro,armazenagem e resgate de idéias. Importante destacar que a produção denovas idéias deve também tornar familiar o estranho, gerar hipóteses eanalogias e também brincar com as ideias.Muitas vezes considerada como inata, a motivação intrínseca pode sercultivada e desenvolvida pelo ambiente social. Alencar e Fleith (2003)reforçam que a motivação intrínseca corresponde à satisfação e à dedicaçãoda pessoa para a realizar a tarefa independentementedos reforços externos. Em alguma medida, a motivação extrínseca (reforçosexternos) pode minar a criatividade1 Identificação do problema ou tarefa. Quando há um bom nível demotivação intrínseca pela tarefa, as chances do engajamento são muitoboas.2 Preparação para a solução do problema. O desenvolvimento dashabilidades de domínio é importante nessa fase.48

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3 Geração da resposta. Várias idéias são geradas como possibilidade deresposta por meio do uso dos processos criativos relevantes e damotivação intrínseca.4 Comunicação e validação da resposta. O criador deve comunicar a suaideia. É importante a habilidade de domínio para avaliar a extensão emque o produto ou resposta será criativo, útil e de valor para a com aula,conforme padrões estabelecidos pelo domínio.5 Resultado. Baseado na avaliação do estágio anterior, pode-se alcançar aresposta para o caso. Claro que esta pode ser completamente satisfatória,parcialmente ou mesmo não corresponder.11. O PROBLEMAA problematização resume-se a toda pesquisa que se inicia com algum tipo deproblema, ou indagação. Também se pode chamar de problematização, oaprimoramento de um sistema eficiente ou não, afinal ambos podem seraprimorados. Resolver problemas como reciclar profissionais para o mercadode trabalho ou tornar um software mais eficiente ainda. O problema pode serdefinido das seguintes formas:Questão matemática proposta para que se lhe dê a solução; Questão nãoresolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento;Proposta duvidosa que pode ter diversas soluções; Qualquer questão que dêmargem e hesitação ou perplexibilidade, por ser difícil de explicar ou resolver;Conflito afetivo que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo.Podemos observar que todas as questões acima necessitam de uma resposta.A situação problema de um TCC (artigo, monografia, dissertação etc.) não édiferente das definições sobre o assunto. A que mais se aproxima da definiçãocientífica é a segunda questão, porque para realizar uma pesquisa científica énecessário verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria decientífico. Alguns exemplos podem nos dar a noção dos que são problemas49científicos ou não. Como analisar as seguintes propostas? Quais são ascientíficas?Não podemos negar que são problemas e que afetam o dia a dia de cadasituação que a pergunta se refere, entretanto, podem ser consideradascientíficas? Não. A pesquisa científica não pode dar respostas às questõesnormalmente técnicas ou estratégicas, que cabe ao proponente ou aoresponsável pelo setor (um engenheiro, administrador, um economista,gerente, entre outros), ou seja, os problemas pesquisados podem serquestionados, determinados por razões de ordem prática ou de ordemintelectual.A partir dessas considerações, pode-se dizer que um problema é de naturezacientífica, quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis.Testar significa apurar se o fato ocorre no cotidiano que o educando escolheupara estudo, tem uma resposta presumida, positiva ou negativa. Testar umavariável não significa que ela já exista, o educando pode colher informaçõesque identifiquem indivíduos, de que um fato percebido pode vir a ser umproblema em um futuro próximo.11.1 Formulando o problemaA formulação do problema se inicia, através do estudo da literatura existentesobre o assunto, mergulhar a fundo no contexto para conhecer um objeto ediscussão com pessoas que acumulam muitas experiências práticas no campode estudo ou inicialmente do problema proposto.Na busca de soluções científicas para os problemas, desenvolveram-se regrasbásicas que facilitam, se é que podemos chamar de fácil, o encontro dasituação problemática:50A) O problema deve ser formulado como pergunta;B) O problema deve ser claro e preciso;C) O problema deve ser empírico (baseado em experiências);

D) O problema deve ser suscetível de solução;E) O problema deve ser delimitado a uma dimensão visível.

Através da pergunta, efetivamente estará propondo o problema a serpesquisado. Ex: Pretendo pesquisar sobre o problema da alta mensalidadecobrada, mas se reformular a questão: Que fatores levam as escolas aaumentarem as mensalidades?Os problemas não podem ser formulados de maneira vaga, impedindo que oconsultor tenha dificuldades em saber do que se trata e por onde começar aresolver a questão. Ex: O que determina a natureza humana? Pode ser desdea criação familiar; pode ser devido ao meio social; a fome recria a natureza;entre outras tantas. Afinal, qual é o problema do proponente que não estáclaro, logo, não posso identificá-lo.Os problemas científicos não devem referir-se a valores regionais, étnicos,

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raciais, religiosos, entre outros. Estes problemas conduzem, inevitavelmente, ajulgamentos morais e considerações subjetivas, invalidando os propósitos dainvestigação científica, que possui a objetividade como uma das maisimportantes características. Ex: A Mulher deve ocupar o lugar do homem nomercado de trabalho?12. MONTANDO O TÍTULOLembrando que o título parte de um questionamento ou pergunta, busquenomes breves, pois títulos muito longos mostra que sua capacidade de sersucinto e objetivo não é muito boa. Lembre-se que o trabalho de conclusão de51curso (artigos, monografia, dissertações etc.) tem a sua cara. O título longotende a desmotivar o leitor a se interessar pela sua obra.O título deve dar a entender ao leitor do que se trata o conteúdo do seutrabalho. É bom evitar excessos de adjetivos, termos técnicos ou palavras quedificultem o acesso do leitor a informação contida na produção. Lembre-senem todos os leitores são do mesmo ramo de atividade que você. Não sejaigual as pessoas que em governos passados censuravam as informações,filmes e peças teatrais, determinando o que se podia ver, ouvir, ler, vestir,comer etc. Não cometa o mesmo erro, facilite o acesso a informação.13. A HIPÓTESEHipótese seria a proposição testada e que pode vir a ser uma solução aoproblema, uma possível resposta. Como exemplo: Quem se interessa pelasustentabilidade da terra? A hipótese pode ser gerada, que pessoaspreocupadas com o meio e uma melhor qualidade de vida tendem a manifestarinteresse pela sustentabilidade da terra.Podemos supor que a reposta satisfaz a pergunta, que logo o problema estarsolucionado. Então, vamos supor que após uma pesquisa bibliográfica ou asdemais formas de coleta de dados, descobrimos que pessoas preocupadascom o meio e uma melhor qualidade de vida realmente se interessam pelasustentabilidade da terra. E das informações iniciais que descobrimos o quanto anossa hipótese tem campo investigativo ou não.14. PROJETO DE PESQUISAPara a apresentação de um projeto de pesquisa é necessário se ter osobjetivos bem determinados, assim como o plano de coleta e análise dedados. A redação do projeto exige que se disponha de informações seguras,52acerca de todos esses tópicos. Pode ocorrer que em algumas situações sefaça necessário apresentar por escrito as intenções de pesquisa. Neste caso,redigi-se um projeto provisório, que mais adequadamente deve serdenominado anteprojeto.Existem vários tipos de projetos de pesquisas, logo, não pode haver umapadronização, contudo é possível elencar os principais elementos que devemaparecer na maioria dos modelos de projetos de pesquisa; tais como: Tema,Problema, Justificativa, Objetivo Geral, Objetivos Específicos, Hipótese,Metodologia, Referencial Teórico, Delimitação (objeto de estudo).Evite começar os objetivos com os verbos: Conhecer e Perceber, pois dãoideia de amplitude, dificultando a implantação da pesquisa.MODELO DO PROJETO DE PESQUISA – INSTITUTO PRÓ SABER –FINOMNome do Aluno (a): _____________________________________________Curso:_____________________________________________________________Cidade Pólo: _______________________ Data: _____ / _________ / ______• TEMA (O que se quer estudar):DEVE SER COLOCADO O FATO, FENÔMENO OU ASSUNTO SOBRE O QUALSE PRETENDE DESENVOLVER O TCC, DENTRO DA SUA ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO.• PROBLEMA (Pergunta geradora de inquietação que norteia o trabalho):53É MOLA PROPULSORA DE TODO O TRABALHO, A PARTIR DO QUAL SE DIRECIONA O PROCESSO DE ESCRITA DO TCC.• JUSTIFICATIVA (Por que realizar a pesquisa?):DIANTE DO TEMA E DO PROBLEMA APRESENTADOS, DEVE-SE DIZER AQUIQUAL A IMPORTÂNCIA DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA E QUAL A RAZÃOQUE O/A LEVOU A PESQUISAR O TEMA.• OBJETIVO GERAL (O que queremos realizar?): DEVE-SE DIZER QUAL A PRINCIPAL META DO TRABALHO.• HIPÓTESES (Suposições admissíveis para a causa do problema):AQUI DEVE SER COLOCADO QUAL É (OU QUAIS SÃO) A(S) POSSÍVEL(IS)CAUSA(S) DO PROBLEMA. É A SUA OPINIÃO, O QUE VOCÊ ACHA SOBRE O PROBLEMA.• METODOLOGIA (Passo-a-passo para a confecção do TCC):DEVE SER COLOCADA EM TÓPICOS A MANEIRA, O COMO VOCÊ VAI DESENVOLVER SEU TRABALHO/TCC. VOCÊ DEVE EXPLICITAR O(S) TIPO(S) DE METODOLOGIA(S) EMPREGADOS NA CONSTRUÇÃO DO ARTIGO. EX:(QUALITATIVA, QUANTITATIVA, ETNOGRÁFICA, BIBLIOGRÁFICA, DECAMPO...).

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• REFERENCIAL TEÓRICO (Bibliografia inicial para pesquisa / levantamento bibliográfico):DEVEM SER LISTADOS OS TEXTOS, LIVROS E AUTORES QUE VOCÊ LEU OU VAI LER PARA DAR SUPORTE TEÓRICO AO SEU TCC.• DELIMITAÇÃO DA PESQUISA (Objeto de Estudo):RECORTE DO SEU TEMA DE PESQUISA. APONTE O FOCO CENTRAL DE REALIZAÇÃO DO SEU TRABALHO.54Essa atividade deverá ser digitada pelo aluno, seguindo os tópicos acima listados, para ser analisada e avaliada pelo Professor Orientador no último encontro.15. TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)O Trabalho de conclusão de curso, também conhecido como trabalho final decurso tem o objetivo de levar o educando a refletir sobre temas específicos e determinados, transformando as ideias para texto escrito que busquem exemplificar e explicar tais opiniões. Os tipos de produções mais utilizadas são:Artigo Científico, Monografia, Dissertação, Tese.15.1 Artigo CientíficoO artigo científico relata informações e resultados de uma pesquisa de maneira clara e concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos.Resulta de uma pesquisa realizada, de acordo com a metodologia científica aceita por uma comunidade de pesquisadores.15.2 Monografia A monografia é um texto mais completo do que o Artigo Científico, desenvolvemais detalhes do tema escolhido, de forma complexa. O objetivo da monografia não é apenas repetir o que já foi dito por alguém, mas sim responder a uma espécie de questionamento, manifestar opiniões, expor ideias, descobrir e redescobrir a verdade, esclarecer fatos ou teorias.5515.3 Dissertação As dissertações são destinadas aos cursos stricto sensu (mestrado), tem por finalidade refletir sobre um determinado tema ou problema, expondo as ideias, fundamentando. É necessário neste tipo de produção, sobretudo, expressar conhecimentos do autor a respeito do assunto e a sua capacidade de sistematização. Um dos elementos mais importantes da Dissertação é a Fundamentação Teórica, porque traduz o domínio do autor em relação ao tema abordado e sua capacidade de desenvolver os tópicos. Segundo (LAKATOS &MARCONI, 2001), é importante na “contribuição significativa na solução de problemas importantes, colaborando para o avanço científico, na área em que o estudo se realiza”.15.4 Tese Tipo de Trabalho de Conclusão de Curso destinado, também para pós graduação, na modalidade stricto sensu, porém a Tese, além do mestrado, é mais característica do Doutorado. As teses devem tratar de assunto novo e inédito no campo do conhecimento, promovendo uma descoberta que contribuapara ciência e para a sociedade. De acordo com (LAKATOS & MARCONI,2001), “É um tipo de trabalho científico que levanta, coloca e soluciona problemas; argumenta e apresenta razões, baseadas na evidência dos fatos,com o objetivo de provar se as hipóteses levantadas são falsas ou verdadeiras”.16. COMO ELABORAR ARTIGO CIENTÍFICOPara a elaboração do artigo científico, é necessário seguir as orientações, conforme adaptação das Normas da Associação Brasileira de Normas 56Técnicas para Trabalhos Acadêmicos (ABNT). E, no caso, do Instituto Pró Saber / Finom, seguir as adaptações de tais normas, exigidas pela Instituição.O Artigo Científico deve conter de 5 a 10 páginas textuais, não inclusas na contagem: a capa, a folha de rosto, as referências e os anexos (se tiver).16.1 Elementos Pré-TextuaisCAPA – OBRIGATÓRIO FOLHA DE ROSTO – OBRIGATÓRIO DEDICATÓRIA – OPCIONAL AGRADECIMENTOS – OPCIONAL EPÍGRAFE – OPCIONAL SUMÁRIO – OPCIONAL RESUMO – OBRIGATÓRIO 57Modelo de Capa59MODELO DA 1ª PÁGINA TEXTUALAS DIFERENTES LINGUAGENS NA SOCIEDADE: O PAPEL QUE AS VARIANTES LINGUÍSTICAS SOCIAIS EXERCEM NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA LÍNGUA PADRÃO; CAUSANDO O ‘PRECONCEITOLINGUÍSTICO’Ana Paula Menezes de Santana2RESUMO:Este artigo aborda a influência dos elementos da língua falada coloquial. Com base no fenômeno das variações lingüísticas. Partindo do pressuposto de que a relação entre fala e escrita baseia-se num problema social; busca-se, por meio do levantamento das principais marcas da oralidade encontradas na sociedade, demonstrar as semelhanças entre ambas às modalidades, e assim provar que não se pode falar de superioridade de uma com relação à outra.Sendo assim, tentar mostrar o quanto seria inconveniente para as pessoas “alimentar” o chamado ‘preconceito lingüístico’. No que se refere ao ensino da norma padrão, pretende-se, levando a questão oralidade para as salas de aula,ampliar a visão dos alunos sobre a língua ao discutir as noções de heterogeneidade e preconceito lingüístico. Discutiremos aqui as chamadas “transgressões” da norma culta, correto e incorreto, e o que se pode considerar regra-padrão e não-padrão.Palavras-chave: variação lingüística; norma padrão; preconceito lingüístico; exclusão social.INTRODUCAO O modo das pessoas falarem pode ser explicado por algumas ciências; como,a lingüística, a história, a sociologia e até mesmo a psicologia. Embora, a nossa tradição educacional negue a existência de uma pluralidade dentro do universo da língua portuguesa; e não aceite que a norma padrão seja uma das 2 60variedades possíveis no uso do português, a “língua portuguesa” está em constante modificação e recebe, notadamente, a influência de palavras pertencentes a outros idiomas, principalmente dos imigrantes que chegam a todo o momento no país, entre eles portugueses, americanos, japoneses, alemães e italianos.OBS I: O Objetivo do Resumo é proporcionar aos leitores informações suficientes que lhes permitam julgar se é conveniente fazer uma leitura aprofundada do texto. Um resumo deve ser auto-explicativo, sem referência a qualquer parte do corpo do artigo (citação bibliográfica – nem pensar!). Evitar o uso de abreviaturas, símbolos etc., a não ser que seja de uso generalizado!

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NO RESUMO:2 Mestranda em Ciências da Educação – Inovações Pedagógicas, pela UMA (Universidade da Madeira -Portugal); Aluna Especial do Mestrado em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado daBahia (UNEB / 2007); Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior e MetodologiaCientífica pela Faculdade São Bento (2006) e Graduada em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (UCSal / 2002). Email: [email protected]

1. Declare o problema.2. Declare porque o problema é um problema.3. Escreva a frase que capture a essência da sua solução / contribuição.

4. Declare a implicação / conseqüência da terceira declaração

OBS II: Palavras-chave – de 3 a 5 (média) palavras/expressões significativas do conteúdo do artigo, são separadas por ponto, ponto-evírgula, e/ou hífen. Devem vir um espaço abaixo do resumo, com o item Palavras-chave em negrito, caixa baixa, alinhado à esquerda e justificado;16.2 Elementos TextuaisINTRODUÇÃO – OBRIGATÓRIO DESENVOLVIMENTO – OBRIGATÓRIO CONSIDERAÇÕES FINAIS – OBRIGATÓRIOa) Introdução:Na Introdução, tem que constar: o Tema do seu trabalho, a Justificativa (razões pela qual você escolheu escrever sobre tal tema, a importância dele para sociedade), visão global do estudo realizado. Neste elemento textual, o(s) objetivo(s) da pesquisa deve está claro. Segundo BARBA (2006, p.23),O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).b) Desenvolvimento Parte que descreve o núcleo do trabalho onde o autor expõe, explica e demonstra o assunto em todos os seus aspectos. É o momento que se descreve o referencial teórico, que deu fundamentação às suas ideias. Sugeres e que, neste momento, criem-se títulos e/ou subtítulos que definam seu tema, para melhor entendimento do leitor. Pode ser acrescentado, também, neste elemento textual tabelas, gráficos, figuras, a fim de exemplificar seus argumentos.c) Considerações FinaisElemento Textual onde o autor tem possibilidade de expor seu ponto de vista,depois de ter dialogado com vários autores e referências, durante o corpo do trabalho. Parte final do ARTIGO, no qual devem responder às questões da pesquisa, correspondente aos objetivos. Neste momento, também, pode-se trazer recomendações e sugestões para prosseguimento do estudo do assunto tratado.62 Segundo BARBA (2006, p.56): Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento, são relatadas as diversas idéias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.OBS: Os elementos textuais não precisam vim separados por página, podem vim corridos, sequenciais; por exemplo, terminou de escrever a Introdução, deu espaço (2 enter), pode começar o desenvolvimento seguindo na mesma página. O item que deve vim separado em outra página, obrigatoriamente, independente, se tem espaço ou não, é a REFERÊNCIA.16.3 Elementos Pós-Textuais REFERÊNCIAS – OBRIGATÓRIO APÊNDICES – OPCIONALANEXOS – OPCIONAL GLOSSÁRIO – OPCIONAL17. FORMATAÇÃO1. Tipo de fonte: ARIAL ou TIMES NEW ROMAN2. Papel formato A4: 210mm X 297mm.3. Margens:3.1 Superior 3cm;

3.2 Inferior 2cm;3.3 Esquerda 3cm;3.4 Direita 2cm.

4. Espaçamento entre linhas para o texto: 1,5 cm; exceto para os resumos, citações longas e notas de rodapé que devem vir em espaço simples;635. Parágrafos: justificados;6. Paginação: Numeração de páginas: no canto superior direito iniciando na introdução do trabalho (conta as páginas, a partir da folha de rosto; mas só numera, a partir da introdução);7. Tamanho da fonte:7.1 No título do artigo (em letras maiúsculas) = 12;7.2 No nome do(s) autor(es) = 10;7.3 Na titulação (nota de rodapé) 10;7.4 No resumo = 10;7.5 Nas palavras-chave = 12;

7.6 Na redação do texto (introdução, desenvolvimento e considerações finais)=12;7.7 Nas citações longas = 107.8 Nas referências = 12

18. AS CITAÇÕESa) PARÁFRASE (CITAÇÃO INDIRETA): é a elaboração com suas próprias palavras de uma ideia expressa por um autor. É importante mencionar a fonte e o ano da referência, utilizando o sobrenome do autor em caixa alta, seguido de vírgula e o ano.b) CITAÇÃO DIRETA: reproduz na íntegra a ideia do texto original. Caso a citação tenha até três linhas, deverá ser colocada entre aspas duplas, seguindo a estrutura do parágrafo e, ao término, acrescentar a indicação da fonte de pesquisa. Quando houver citação no interior da citação colocar aspas simples.

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64 Se a citação for maior que três linhas, deve ser destacada no texto. Nesse caso, ela deve começar com um recuo adicional em relação a margem de 4 cm, ter a fonte Times New Roman ou Arial 10, normal e, não deve ter aspas, espaçamento simples entre linhas. Também deve ter a fonte identificada e, essa identificação pode vir no próprio texto, ou junto à citação, como está feito aqui. (FREIRE, 2002, p. 11).c) CITAÇÃO DA CITAÇÃO: recomenda-se o seu uso apenas quando for impossível consultar a fonte principal. Embora nas Referências deva constar apenas a obra consultada, no texto estruturado pelo(s) autor(es) é imprescindível indicar o sobrenome do autor original (em caixa alta), seguido da palavra apud ou citado por, o sobrenome da obra consultada (em caixa alta); seguido de vírgula e o ano (citação da citação indireta). Quando se tratar da direta, devemos acrescentar a página do texto original, bem como da obramanuseada ou consultada.As citações subseqüentes da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada, podendo ser adotadas expressões para evitar repetição desnecessária de títulos e autores em nota de rodapé.As expressões com abreviaturas são as seguintes:a) apud – citado por;b) idem ou Id. – o mesmo autor;c) ibidem ou Ibid. – na mesma obra;d) sequentia ou et. seq. – seguinte ou que se segue;

e) opus citatum, opere citato ou op. cit. – na obra citada; 65f) cf. – confira, confronte;g) loco citato ou loc. cit. – no lugar citado;h) passim – aqui e ali, em diversas passagens;

19. AS REFERÊNCIASTrata-se da listagem, em ordem alfabética rigorosa, das obras e documentos pesquisados. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece regras para o uso correto das obras referenciadas - REFERÊNCIAS; ver-se-á, abaixo, exemplos das formas mais usuais:Livros com até 3 (três) autores:RIBEIRO, Wanderley. A monografia no curso de direito: anotações para asua produção. Rio de Janeiro: Forense, 2002.TRIPODI, Tony; FELLIN, Philip; MEYER, Henry. Análise da pesquisa social:diretrizes para o uso de pesquisa em serviço social e ciências sociais.Tradução Geni Hirata; rev. téc. Michael Coniff. Rio de Janeiro: Francisco Alves,1975.Livros com mais de 3 (três) autores:SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. TraduçãoDante Moreira Leite. 2ª. ed. São Paulo: EDUSP, 1972.66Livros com autor (es) que tenha (m) nome (s) que denota (m)parentesco, como Filho, Sobrinho, Neto e Júnior:CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de direito administrativo. 12. ed. rev.atual. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1993.Referências de Artigos de Revistas:LEOBONS, Solange Gerardin P. Educação à distância: metodologia eaplicação no ensino básico. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, v.18,n.89/90/91, p.13-18, jul./dez.1989.RIBEIRO, Wanderley. Anísio Teixeira: morte acidental ou homicídio? CulturaVozes. Petrópolis, RJ, v. 94, n.6, p. 18-38, nov./dez. 2000.

Referências de Teses e Dissertações:PRETTO, Nelson. A universidade e o mundo de comunicação: análise daspráticas das universidades brasileiras. 1994. 265p. Tese (Doutorado emComunicação) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.MOTA, Maria Regina P. TV pública: a democracia no ar. 1992. 180p.Dissertação (Mestrado em Comunicação) — Universidade Federal de MinasGerais, Belo Horizonte, 1992.Referências a Artigos de Jornais com Autor (es):67CIPOLA, Ari. Na Bahia, professores recebem salário de R$23. Folha de S.Paulo, São Paulo, 24 mar.1996. p.8LOPO, Jânio. Explode coração. Tribuna da Bahia. Salvador, 14 maio 2001.Caderno 1, p.2.ROCHA, Fernando. Educação a distância na LDB. A Tarde, Salvador, 23 jan.1996. Caderno 2, Educação, p. 5Referências a Artigos e Jornais que não possuem Autor (es):CRISE energética desgasta imagem de FHC. Tribuna da Bahia. Salvador, 14mar. 2001, Caderno 1, p.3.Referências para Documentos Eletrônicos:Homepages:CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho. Desenvolvido pelaPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 1995-1998. Apresenta textos

sobre urbanismo e desenvolvimento das cidades. Disponível em:http://www.gcsnet.com.br/oamis/civitas. Acesso em: 27 nov. 1998.68E-mail:ACCIOLY, F. publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagemrecebida por [email protected] em 26 jan. 2000.Artigo publicado em revista eletrônica (SITE):RIBEIRO, Wanderley. Crime organizado: definições, condutas e diferentesformas de organização. Consultor Jurídico. São Paulo, jan. 2001. SeçãoArtigos. Disponível em: http:www.conjur.com.br. Acesso em: 16 maio 2001.Livro traduzidoLAS CASAS, F. B. O paraíso destruído: brevíssima relação da desnutriçãodas Índias. Trad. Heraldo Barbuy. Porto Alegre: L&PM, 1996.Documentos oficiais, publicações de entidades coletivas e órgãospúblicosBRASÍLIA, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros CurricularesNacionais. Brasília: MEC, SEF, 1997.ApostilasSILVA, E. A questão da Didática. Curitiba, UFPR, 1998. Disciplina deDidática. Curso de Pedagogia, Setor de Educação da Universidade Federal doParaná. Mimeografado.

69Olá Delmacy,

Boa tarde

O INSTITUTO PRÓ – SABER tem o prazer de lhe agradecer pela preferência e confiança em nossos serviços educacionais. Encaminho as notas do seu curso de pós-graduação em Educação Inclusiva e Especial, disponíveis até

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Page 19: Met

o momento:

• Ead – Memorial: 9,25

• Metodologia do Ensino Superior: *

• Fundamentos da Educação Especial: *

• Teoria da Psicomotricidade: *

• Tópicos Especiais em Trabalho e Educação:

*

• Fundamentos da Educação Inclusiva: *

• Políticas Públicas de Inclusão: *

• Metodologia Científica: *

Além das avaliações dos módulos, encontra-se pendente ainda as avaliações do terceiro encontro:

Redação sobre Novas Tecnologias;

• Resenha acerca de um dos textos disponibilizados;

• Matriz Analítica.

oloco-me disponível para maiores esclarecimentos que sejam necessários.

Atenciosamente,

Assistente Pedagógica

http://aprendendocomtiacelia.blogspot.com/

2011/06/atividades-e-moldes-com-

solidos.html

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