jornal brasil atual - bebedouro 02

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Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO nº 2 Setembro de 2010 APROVAçãO AUTOMáTICA Jovens chegam à universidade com dificuldade de ler, escrever e fazer contas EDUCAçãO NO ESTADO CINEMA Cineastas dos morros cariocas são os autores de seu próprio enredo Pág. 6 5x Favela, Agora por Nós Mesmos MENINAS DE OURO Campeãs da taça EPTV, atletas desfilam em carro aberto Pág. 7 FUTSAL CRISE POLíTICA Prefeito e vice-prefeito estão de mal. E a cidade paga o pato Pág. 3 BRIGA SEM FIM MúSICA FESTA AOS 80 ANOS Coral de Bebedouro é um dos mais antigos do Estado Pág. 2 SXC.HU

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meninas de ouro crisE política música festa aos 80 anos Briga sem fim Coral de Bebedouro é um dos mais antigos do Estado nº 2 Setembro de 2010 pág. 6 pág. 7 pág. 3 pág. 2 Jornal Regional de Bebedouro Campeãs da taça EPTV, atletas desfilam em carro aberto www.redebrasilatual.com.br Prefeito e vice-prefeito estão de mal. E a cidade paga o pato sxc.hu

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 02

Jornal Regional de Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br BeBedouro

nº 2 Setembro de 2010

aprovação automáticaJovens chegam à universidade com dificuldade de ler, escrever e fazer contas

Educação no Estado

cinEma

Cineastas dos morros cariocas são os autores de seu próprio enredo

pág. 6

5x Favela, agora por nós mesmos

meninas de ouro

Campeãs da taça EPTV, atletas desfilam em carro aberto

pág. 7

Futsal

crisE política

Prefeito e vice-prefeito estão de mal. E a cidade paga o pato

pág. 3

Briga sem fim

música

festa aos 80 anos

Coral de Bebedouro é um dos mais antigos do Estado

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Page 2: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 02

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expediente Jornal Brasil atual – Bebedouroeditora gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros repórter Marina Amaral revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman fotos Mauro Ramos redação (11) 3241-0008tiragem: 10 mil exemplares distribuição Gratuita

“Acredito na força da informação. Penso que informações não ma-nipuladas vêm para fortalecer a democracia em nosso país. Parabéns a vocês pelo lançamento do jornal.”

Saulo Pimenta Neves

“Jornal ágil, com formato de fácil leitura e textos e fotos coerentes com a boa prática jornalística. Gostei.”

Sidney de Carvalho

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP: 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Editorial

valE o quE viEr

Caro leitor, o Jornal Brasil Atual – Bebedouro está novamente em suas mãos. A gente espera ter a mesma acolhida da primeira edição, que tanto nos encheu de orgulho: desejo de boas-vindas e vida longa soaram como um uníssono grito de felicidade.

Bebedouro continua dando exemplos de cidadania. Depois da Turma do Riso, o grupo de artistas que distribui alegria em hos-pitais e asilos, chegou a vez de nos rendermos à jovem turma que fez 80 anos e continua sendo a voz da cidade: o Coral Maestro Pe-dro Pellegrino. E o que não dizer das nossas garotas maravilhosas, campeãs do futsal. Com elas, não tem papo, é gol. E que golaço!

Azar apenas do prefeito, Italiano, e de seu vice, Spido. Eles brigaram feio, um não fala mais com o outro. O prefeito acusa o vice de ser o autor das denúncias que levaram à operação Cartas Marcadas e à prisão de seus parentes. Por causa disso, ele man-dou trocar a fechadura da sala do “inimigo” na Prefeitura, como a dizer “aqui, ele não entra mais”. Spido reagiu indo à polícia a fim de “preservar os seus direitos”. A crise política continua. Prefeito e vice bem que podiam dar as mãos. E se retirarem jun-tos da Prefeitura.

música

um coral de 80 anos

um coquetel, um concerto

Fala, maestro!

Patrimônio da cidade, ele é um dos mais antigos do Estado

O Coral Municipal Maestro Pedro Pellegrino, fundado em 1930, é uma instituição cultural de Bebedouro. Idealizado pelo próprio maestro – que, em 1981, gravou um LP com músicas po-pulares e sacras de sua autoria –, o coral é um dos cinco mais anti-

gos do Estado. Com a morte do maestro, em 1987, o coral passou a ter personalidade jurídica e, em 1995, conquistou o 1º lugar na fase regional do Mapa Cultural Paulista, repetindo o feito em 1997 e 2000.

Atualmente, ele se apresenta

em encontros de corais, além de feiras e exposições no estado de São Paulo e fora dele. Destacam-se as apresentações na Expoflora, na cidade de Holambra, na ópera “Amahl e os visitantes da noite” e nos concertos com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

“Em 2010, comemoramos 80 anos de uma linda história, de divul-gar a cultura através do canto. É um privilégio estar à frente do coral des-de 2003. Sou um profissional reali-zado por ser o regente do Coral Mu-nicipal Maestro Pedro Pellegrino.”

Glauco Carvalho Corrêa – Diretor artístico e regente do Coral Municipal

Em agosto, houve um coquetel comemorativo pe-los 80 anos de fundação do coral, com a participação de

vários ex-integrantes, inte-grantes atuais, da sociedade bebedourense e da imprensa.

Em novembro, um concer-

to do Coral Municipal apre-sentará releituras de obras compostas ou arranjadas pelo maestro Pedro Pellegrino.

as vozes de Bebedouro continuam ecoando pelo Brasil

Em campanha salarial, bancários querem menos filas e mais segurança: pessoas em 1º lugar

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pavimEntação

crisE política

cidade esburacada

prefeitura vira caixa-preta

Ruas de Bebedouro estão em petição de miséria

Italiano e Spido estão de mal; vice-prefeito recorre à polícia para recuperar sua sala na Prefeitura

Nem começou o período de chuvas e as ruas de Bebe-douro já estão esburacadas. Em alguns trechos o asfalto desapareceu. É o caso da Rua Equador, no Jardim Progres-so. Dona Leonice de Souza, 53 anos, moradora do lugar, disse que foi visitada por fun-cionários da Prefeitura que lhe

disseram que lá o asfalto está podre. "Seria preciso muito di-nheiro para arrumar e a Prefei-tura não tem” – disseram eles.

Na região fica a escola do SESI. O tráfego de veículos nos horários de entrada e saída de alunos é grande. "Os carros têm de passar devagarzinho” – conta. Outra moradora, Es-

meralda Cardoso dos San-tos, 57 anos, conta que sua mãe sempre gostou de co-locar a cadeira na calçada e ficar ali sentada no final da tarde. “Agora ela não pode mais fazer isso, porque é perigoso passar um carro e espirrar uma pedra” – desa-bafa dona Esmeralda.

promEssa dE campanha

cadê o café da manhã?Programa que dava refeição matinal decente para os agricultores foi desativado

Implantado durante a ges-tão petista, entre 2001 e 2004, e cancelado na administração Hélio Bastos, o Programa Café da Manhã para o Tra-

balhador Rural foi fartamen-te prometido pelo prefeito Italiano durante a campanha eleitoral. Italiano disse mais: que o estenderia para todos os

trabalhadores. Depois, alerta-do sobre os custos, recuou e disse que não daria um “café de rico”, mas “um cafezinho e um pedaço de pão”. Nem

isso. Passados quase dois anos de mandato, os trabalha-dores rurais ainda esperam a volta do programa que dava uma primeira refeição decen-

te para aqueles que saem de madrugada para a roça, mui-tas vezes transportados pre-cariamente, como mostrado na primeira edição do Jornal.

as “panelas” tomaram conta das ruas da cidade

A conclusão do relatório do Ministério Público sobre as fraudes de licitação praticadas na Prefeitura, com a conivên-cia de funcionários públicos de primeiro escalão, é a esperança de um pouco de luz na crise fi-nanceira e política que ela vive. A Câmara Municipal desistiu de instalar as Comissões Proces-santes – uma para investigar a conduta do vice-prefeito, Gusta-vo Spido, acusado de acumular um cargo de diretor para o qual não foi nomeado, e a outra para esclarecer a participação do pre-feito João Batista Bianchini, o

“Italiano”, nos fatos apurados pela Operação Cartas Marcadas, da Polícia Civil, que resultaram na prisão de quatro diretores

(secretários municipais) muito próximos a Italiano, dois de-les parentes: Rafael Marcussi, sobrinho, e Fabiano Botamedi,

cunhado. Por fim, o vice-prefei-to recorreu à polícia, registrando boletim de ocorrência de preser-vação de direitos, para garantir o uso de uma sala na Prefeitura – o prefeito trocou a fechadura da-quela que seu vice usava e man-dou um segurança impedir que circulasse naquela ala do prédio.

À população interessa sa-ber por que o pagamento de funcionários e credores está atrasado se a arrecadação de ICMS aumentou R$ 5 milhões em relação ao ano passado. Mais grave: o transporte ru-ral escolar deixou de funcio-

nar por um período, trazendo prejuízos às crianças, e faltam medicamentos e médicos nos postos de saúde. Enquanto isso, a Câmara aprova um pro-jeto de lei da Prefeitura para gastar quase 1 milhão (R$ 932.700,00) em combustível.

Há um ano, Gustavo Spido se afastou do prefeito, que o acusa de assumir o departa-mento de Desenvolvimento Urbano sem sua permissão e de ser o autor das denúncias que levaram a polícia a inves-tigar a Prefeitura na Operação Cartas Marcadas.

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o ringue da disputa política: pior para Bebedouro

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Paula é professora de Por-tuguês em escola do Estado há 21 anos. Ela conta que 30% de seus alunos da sexta série não sabem ler nem escrever. Por isso, ela faz um ditado nos primeiros dias de aula. “Tem aluno que entrega em branco, não sabe nada. Se vai escrever ‘bala’, por exemplo, ele colo-ca qualquer letra” – resume.

Na progressão continuada o estudante é aprovado auto-maticamente. No máximo, ele é retido na quarta série, por um ano; depois segue, mesmo sem o conhecimento neces-sário. A aprovação certa, sem avaliação do conteúdo domi-nado pelo aluno, permite ao estudante terminar o ensino

Educação no Estado

passar a qualquer custo forma aluno analfabeto

analfabetismo funcional

Sem saber ler, escrever e fazer contas, nossos jovens ganham diploma e despreparo Por Suzana Vier

médio sem ter o conhecimento mínimo necessário.

"A educação virou dado

estatístico. É porcentagem pra lá, porcentagem pra cá, mas não se analisa como o

aluno conclui o ensino médio. Ele é só mais um diploma" – alerta Tomé Ferraz, professor

de física e matemática das redes municipal e estadual de São Paulo.

Cristina leciona Biologia e se esforça para alfabetizar quem vai mal. Ela cita que os alunos têm enorme dificul-dade com sílabas complexas como tra e pla. "Eles conhe-cem somente formações silá-bicas básicas" – acentua.

Na hora de avaliar alunos que não leem nem escrevem com fluência, Cristina usa métodos diferenciados na classe. "Uma avaliação escri-ta requer habilidade de leitu-ra e escrita. Mas quem não compreende o teor da prova, não consegue responder; aí, a saída é uma prova oral.”

Uma parcela significativa de alunos chega ao ensino médio sem estar alfabetiza-da. Rosana Almeida é uma professora do estado que en-frenta essa dificuldade.

Na sala em que está, su-perlotada, há alunos que não sabem ler e escrever. São os analfabetos funcionais, que até constroem palavras, mas não formam frases.

Enfim, o jovem entende a explicação, mas não sabe es-crever. Quando a professora pede para ele produzir um tex-to, surge a resistência. Como não participa da aula, o aluno é mais indisciplinado, faz muita bagunça" – na oitava série o ín-dice de indisciplina é altíssimo.

Bagunça confusão

um futuro incertoNo caso do professor uni-

versitário Anselmo Büttner, a saída foi criar metodologias específicas. “Eu levo figuras e desenho no quadro o que é al-moxarifado, por exemplo, para eles compreenderem” – relata. “Mas eles não juntam as in-formações, não montam uma sequência, não têm base de

gramática e ortografia. E não é só. Há limitações também na capacidade de raciocínio lógi-co e matemático” – alerta.

O jovem com deficiência de leitura e escrita vai enfrentar sérios problemas no mercado de trabalho, não importa a área em que decida atuar. Büttner também é crítico em relação

aos colegas professores. Ele diz que os educadores devem se adequar às necessidades educacionais dos alunos, com estratégias que os auxiliem a compreender o conteúdo. “O problema existe e é grave com alunos da escola pública, mas eu tento levar o conhecimento ao patamar dos alunos”.

Eduardo, professor uni-versitário, afirma que os es-tudantes são vítimas de um círculo vicioso fatal para a vida profissional futura.

“Se o aluno não com-preende frases da língua, tudo vira uma enorme con-fusão. Como ele vai resol-ver questões de matemá-tica?” – questiona. “Eles até sabem que 3 vezes 5 é 15, mas se você colocar na prova quanto é o triplo de 5 mais o dobro de 20, eles não vão saber” – exem-plifica. “Se questões bási-cas não estão resolvidas, a estrutura fica afetada e o conhecimento que vem depois não se concretiza” – alerta Eduardo.

Segundo a Organização das Nações Uni-das para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), o analfabeto funcional escreve o próprio nome, lê e escreve frases simples, efetua cálculos básicos, mas é incapaz de in-terpretar o que lê e de usar a leitura e a escri-ta em atividades cotidianas. Isso dificulta seu desenvolvimento pessoal e profissional.

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lousa, giz e apagador, armas de combate ao analfabetismo

Bibliotecas: cada vez mais vazias

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Escola Estadual abílio manoel

A progressão continuada – política educacional respon-sável pela aprovação automá-tica dos alunos – é o princi-pal problema educacional do Estado de São Paulo, segun-do professores ouvidos pela Rede Brasil Atual.

Para os especialistas, essa é

uma metodologia pedagógica avançada por propor uma ava-liação constante, contínua e cumulativa, além de basear-se na ideia de que apenas repro-var o aluno não contribui para melhorar seu aprendizado.

Sua aplicação, porém, transformou-se em sinôni-

mo de "aprovação automá-tica", segundo professores e analistas.

Essa ideia leva em conta que a progressão foi adotada, no Brasil, sem se mudarem as condições estruturais, peda-gógicas, salariais e de forma-ção dos professores.

Educação no Estado

progressão continuada ou aprovação automática?Adotada em 1988, ela permite ao aluno avançar nos estudos sem repetir de ano

a informática e as crianças

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Há crianças que nascem co-nectadas na informática e é difí-cil convencê-las a prestar aten-ção ou valorizar a educação da escola. “Parte das aulas é perdi-da em pedidos de atenção à aula ou para desligar o Ipod” – conta o professor Tomé Ferraz. “Eles não têm só celular, eles têm uma verdadeira tevê e levam para a sala de aula” – completa.

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Lidar com essa nova face da infância e da adolescência é difícil sem a colaboração da fa-mília. “Sobra tudo para a escola” – reflete Tomé. “Eu vou ensinar a pensar, sou uma professora à antiga, comer com garfo e faca é responsabilidade de pai e mãe” – diz a professora Rosana Almei-da. “Os pais, por mais simples que sejam, precisam ter consci-

ência de que é preciso valo-rizar a lição de casa, dar um abraço, acompanhar o filho.”

Os professores recla-mam: os pais não partici-pam da vida escolar das crianças. Para alguns de-les, a escola transformou-se em depósito de crian-ças. “Somos “baby sitters” (babás) de luxo.”computadores: cada vez mais presentes

Malvina Gonçalves Macha-do Duela, 41 anos, tem uma filha de 13 anos na 5ª série da Escola Estadual Abílio Mano-el. Caso raro na rede estadual, a menina repetiu a 2ª série. Malvina gostaria que sua filha estudasse de manhã, mas só encontrou vaga no período da tarde. Malvina também gos-ta da escola. Sua preocupação coincide com a de Margarete, as drogas. “A diretora já me chamou para avisar que algu-mas pessoas ficam na pracinha em frente à escola oferecendo drogas aos alunos” – diz, pre-ocupada. “Até já ofereceram para minha filha”.

Vanildo Fernandes Rocha, 46 anos, professor da rede pú-blica há 22 anos, reclama da carga de trabalho. Para cumprir oito horas diárias, ele leciona em três escolas: José Francisco Paschoal, João Domingos Ma-deira e Gustavo Kullman, no distrito de Botafogo. “A jornada é muito desgastante” – diz ele – “ainda mais tendo de trabalhar em casa, preparando aula e cor-rigindo prova.” Outro problema é a superlotação das salas. “Com média de 40 alunos é impossível uma boa produção” – observa. O professor reclama ainda das “Salas de Informática” que, se-gundo ele, não funcionam.

Margarete Zanesco, 36 anos, tem uma filha de 15 anos, estudante da Escola Es-tadual Dr. Paraíso Cavalcanti, no período da manhã. A me-nina mora com o pai, seu ex-marido, no povoado de Andes e vai e volta com o ônibus da Prefeitura à escola. Margarete gosta da escola. Mas preocu-pa-se com as drogas. Ela já ouviu gente dizer que pesso-as de moto passam em frente ao estabelecimento de ensino para oferecer tóxicos mesmo durante o dia. “Sempre falo para ela não conversar com estranhos, nem aceitar nada de ninguém” – diz.

droga na porta das escolas: que droga!

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cinEma

5x Favela. ou a favela por ela mesmaCineastas de comunidades carentes se revelam num filme que mostra suas próprias vidas Por Xandra Stefanel

Em 1961, cinco jovens ci-neastas de classe média subi-ram morros cariocas e fizeram o filme 5x Favela. Lá estavam Cacá Diegues, Leon Hirszman,

Luciano Vidigal, 32 anos, já foi boleiro de tênis, trocador de van, carregador de feira. Co-meçou a gostar de cinema aos 11 anos porque sua mãe era empregada doméstica do ator Otávio Müller. Ele é o diretor do episódio Concerto para Vio-lino, em que três crianças juram amizade eterna, mas tomam ca-minhos diferentes na vida: um vira policial, outro, traficante e uma, violinista. Morador do Vidigal, seu curta Neguinho e Kika foi premiado em festivais nacionais e em Marselha (Fran-

a primeira geração audiovisual dos morros cariocas

Joaquim Pedro de Andrade, Marcos Farias e Miguel Bor-ges, todos do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Na-cional dos Estudantes (UNE).

Quase 50 anos depois, Cacá voltou a subir os morros cariocas – agora como produ-tor e na companhia de sete jo-vens de comunidades carentes do Rio. O longa-metragem 5x Favela, Agora por Nós Mes-mos, lançado em agosto, tem cinco episódios, como o da década de 1960. Com uma di-ferença: os cineastas moram nos ambientes filmados.

Foram precisos mais de três anos para concluir o filme, que traz histórias do dia a dia no morro. Valeu a pena: além de faturar sete prêmios no Fes-tival de Paulínia, em São Pau-lo, ele foi exibido no Festival de Cannes, na França.

quadro a quadroCacá acompanhava os curtas-metragens produzidos nas fa-

velas, que circulavam de uma comunidade a outra na década de 1990. Então, ele e a produtora Renata Almeida Magalhães mon-taram um projeto para dar aos jovens condições de produzir um filme de médio porte com acesso à economia formal do cinema.

Em 2007, para escolher as histórias que seriam filmadas, a dupla organizou oficinas de roteiro nas cinco favelas que desen-volviam programas de audiovisual: Nós do Morro, no Vidigal; AfroReggae, na Parada de Lucas; Cinemaneiro, dos moradores da Linha Amarela; Central Única das Favelas (Cufa), na Cidade de Deus; e o Observatório de Favelas, no Complexo da Maré.

Foram mais de 600 inscritos, dos quais 240 participaram de oficinas de capacitação. Todos tiveram aulas e palestras com Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Walter Salles, Fernando Meirelles, João Moreira Salles e Lauro Escorel.

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Luciana Bezerra, 36 anos, trabalha com cinema há 17 anos e mora no Vidigal. O episódio que dirigiu, Acende a Luz, retrata as dificuldades de vizinhos que estão sem luz às vésperas do Natal. “O Vidigal vive essa história a cada dia. A gente encara a vida mesmo com dificuldades”.

Em Arroz com Feijão, Ro-drigo Felha, 30 anos, e Cacau Amaral, 38, dirigiram a histó-ria do menino Wesley que, ao ouvir o pai confessar que está cansado de comer o mesmo prato, tenta arrumar-lhe um frango. Felha mora na Cidade de Deus e conhece essa reali-dade. Ex-estoquista de loja de calçados, virou estagiário na Globo e, depois, coordenador do Núcleo de Audiovisual na Cufa, quando fez a direção de fotografia de Falcão – Meni-nos do Tráfico.

Manaíra Carneiro, 23 anos, esteve em Cannes e estra-nhou: “Foi um choque. Saí de uma realidade muito pobre para uma muito rica” – conta a jo-vem, que sonha em continuar a trabalhar com audiovisual para ajudar a família. Ela e Wagner Novais, o Wavá, de 25 anos, dirigiram o episódio Fonte de Renda, no qual o jovem padeiro Maicon leva drogas aos colegas para ter grana e estudar Direito. Uma realidade parecida com a sua. “Na época, mal tinha di-nheiro para comer.”

Cadu Barcellos é o dire-tor de Deixa Voar, episódio em que Flávio deixa cair sua pipa no território da facção ri-val. “É um retrato singelo da Maré e suas 16 comunidades, 170 mil habitantes, todas as facções, polícia, milícias” – explica o diretor. Para Cadu, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos é um marco da cine-matografia brasileira. Ele fi-losofa: “Eu estava cansado de sentar em frente à televisão e receber luz. Eu queria mudar de lado e reluzir.”

ça). Trabalhou na preparação de atores de Cidade de Deus e Tropa de Elite 2 e atuou em lon-gas, entre os quais Orfeu, O Pri-meiro Dia e Proibido Proibir.

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jornal

Brasil atualPublicação faz sucesso na estreia

O lançamento do Jornal Bra-sil Atual – Bebedouro foi mar-cado por um coquetel na noite de 30 de agosto, na subsede do Sindicato dos Bancários, no

centro da cidade. Prestigiaram o evento dirigentes sindicais dos bancários, dos servidores muni-cipais e dos empregados rurais, entre outros convidados.

transportE

mototáxi e motofrete: sinal verdeAprovado projeto que regulamenta novas profissões

A Câmara Municipal apro-vou o projeto de lei que regu-lamenta os serviços de moto-táxi e motofrete na cidade. O texto aprovado segue para a sanção do prefeito e, em até

30 dias, deverão ser conhe-cidas as normas que terão de ser obedecidas no tocante à segurança de piloto e passa-geiro e às condições mínimas exigidas para se exercer as

duas profissões. O Contran – Conselho Nacional de Trânsi-to – exige que o moto-taxista tenha 21 anos e seja habili-tado para pilotar motocicle-tas há pelo menos dois anos.

haBitação

minha casa minha vidaDefinidos os critérios para distribuição das casas

Foram definidos os crité-rios para a escolha das 523 famílias que serão contem-pladas com as casas do Pro-grama Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, que estão sendo construídas no loteamento residencial Dr. Pedro Paschoal.

Os dois primeiros crité-rios são: a família tem de estar desabrigada ou resi-dir em área de risco e uma mulher tem de ser respon-

Futsal

ao menos elasCampeãs, meninas dão alegria à cidade

Com gols de Bárbara e Pato (2), a equipe de futsal feminino Arte Iquegami/Bebedouro venceu o time de Orlândia por 3 a 2, na Cava do Bosque, em Ribeirão Preto, e sagrou-se campeã da 1ª Taça EPTV. A equipe de Bebedouro ganhou tam-bém o troféu Fair Play (mais

disciplinada) e os troféus de artilheira – Pato, 15 gols em sete jogos –, goleira menos vazada – Kiviane, 6 gols sofridos – e melhor técni-co, para Marcelo Rodrigo Castro. Na volta a Bebedou-ro, as atletas desfilaram em carro aberto pelas principais ruas da cidade.

O elenco campeão é for-mado por Fernanda, Pato, Fran, Angélica, Bárbara, Pâmela, Jaqueline, Fran-ciele, Vanessa, Francine e Kiviane. Técnico, Marcelo Rodrigo Castro; auxiliar-técnico, Vinícius Dias Mu-noz; e preparador de golei-ras, Cícero Campos.

sável pela família. Os outros são: morar na cidade há pelo menos cinco anos, ter filhos menores de 18 anos na esco-

la e ser cadastrada no De-partamento Municipal de Habitação até 31 de agosto deste ano.

Agora, os cerca de nove mil inscritos vão se subme-ter a um sorteio em que se-rão contempladas algo em torno de 1.500 pessoas. A entrega das casas está pro-gramada para até 15 de ja-neiro de 2011. Uma parcela delas será reservada para deficientes físicos e idosos.

casas prontas em janeiro

mais de 7 mil pessoas visitaram a exposição

agronEgócio

r$ 200 milhõesMovimento recorde na Feira

A Coopercitrus promoveu a 11ª Feira de Agronegócios, com o objetivo de fornecer máquinas, implementos e insu-mos agrícolas em condições de comercialização diferenciadas do mercado. A Feira recebeu um público de sete mil pessoas e faturou R$ 200 milhões.

Os preços praticados na Fei-ra eram os mesmos nas 35 lojas e 15 concessionárias Valtra, em São Paulo e Minas Gerais, todas

da Coopercitrus. Assim, os coo-perados realizavam também ne-gócios nas lojas de suas cidades.

Eles ainda contaram com mais uma facilidade, o Bal-cão do Agronegócio, onde tinham a oportunidade de montar seu estoque de insu-mos e sementes, com preços atrativos, planejando melhor o ano agrícola e contando com a ajuda dos profissionais do Sistema Coopercitrus.

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horizontal – 1. Educador brasileiro; Chegam 2. Tocar mais uma vez; Sorri; Lodo 3. Quarto sufixo verbal; Para onde vai quem está pas-sando mal; Antigo patrocinador do Palmeiras 4. Resto petrificado de animais ou vegetais que habitaram a Terra; Sigla do Amapá; Departa-mento de Suprimento Escolar 5. Exército Brasileiro; Sigla de Alagoas; Unidade de Terapia; Cada uma das duas extremidades inferiores do corpo humano 6. O que se diz ao concordar; Hospital Geral; Livro para aprender a ler 7. Sigla de Santa Catarina; Veloso, compositor brasileiro; 3,1416 8. Ordem dos Advogados do Brasil; Uma frequên-cia radiofônica; Chato 9. Dois, em algarismo romano; Náusea; Agên-cia Estado 10. Matérias de aulas publicadas para uso de alunos; Men-sagem de alerta aos navegantes; Pessoa Ruim.

vertical – 1. Mestra 2. Organismo a cuja vida é imprescindível o oxigênio retirado do ar (fem.) 3. Antiga nota dó; Relativo à vida 4. Onde a professora anota a aula; É, em inglês 5. Mil Septiliões 6. Fre-guesia portuguesa de Viseu; Provocai dor física 7. Sigla de Roraima; Código ISO 639 para língua holandesa 8. Instrumento para cavar o solo; Caldo de galinha 9. Nome de abelha brasileira 10. Gracejar; Réplicas 11. O som do gado 12. Sexta nota musical; Emitir som de ave 13. Nome de escola modelo 14. Nhandus 15. Matéria baseada nos números.

palavras cruzadasFoto síntEsE

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