jornal bebedouro 38

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www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO nº 38 Maio de 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Jornal Regional de Bebedouro Foto estranha de macarronada gera polêmica entre munícipes Pág. 3 MERENDA QUALIDADE Ferramenta on-line irá mostrar como votou cada vereador Pág. 2 POLÍTICA TRANSPARÊNCIA Projeto Água Viva quer mapear nascentes para garantir abastecimento Pág. 6 MEIO AMBIENTE PRESERVAÇÃO Advogado de DH desmistifica polêmica sobre redução da maioridade penal DIREITOS CRISE DA ÁGUA Especialistas rebatem versão oficial e explicam que ciclos de seca podem ser previstos com tecnologia Pág. 4 A CULPA É MESMO DE SÃO PEDRO? JUVENTUDE AMEAÇADA

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Jornal Brasil Atual Bebedouro - 38ª edição

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  • www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO

    n 38 Maio de 2015

    DISTRIBUIOGRATUITA

    jornal brasil atual jorbrasilatualJornal Regional de Bebedouro

    Foto estranha de macarronada gera polmica entre muncipes

    Pg. 3

    MERENDA

    QUALIDADE

    Ferramenta on-line ir mostrar como votou cada vereador

    Pg. 2

    POLTICA

    TRANSPARNCIA

    Projeto gua Viva quer mapear nascentes para garantir abastecimento

    Pg. 6

    MEIO AMBIENTE

    PRESERVAO

    Advogado de DH desmistifica polmica sobre reduo da maioridade penal

    DIREITOS

    CRISE DA GUA

    Especialistas rebatem verso oficial e explicam que ciclos de seca podem ser previstos com tecnologia

    Pg. 4

    A CULPA MESMO DE SO PEDRO?

    JUVENTUDE AMEAADA

  • 2 Bebedouro

    Expediente Rede Brasil Atual BebedouroEditora Grfica Atitude Ltda. Diretor de Redao Paulo Salvador Edio Enio Loureno Redao Giovanni Giocondo Reviso Malu Simes Fotos capa Crise da gua Rafael Neddermeyer/Fotos Pblicas Direitos Laycer Tomaz/Agncia Cmara Diagramao Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem 10 mil exemplares Distribuio Gratuita

    EDITORIAL

    Uma agenda conservadora avana no Brasil. No final de maro, foi aprovada a constitucionalidade da Proposta de Emenda Consti-tucional 171/93, na Comisso de Constituio e Justia da Cmara dos Deputados, com o objetivo de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, atropelando o Estatuto da Criana e do Adolescente.

    Alm de ser uma medida que no funcionou em nenhum lu-gar do mundo, a PEC escancara a forma como o pensamento conservador entende a violncia no Brasil: como causa, no con-sequncia. Consequncia da falta de investimentos em educao, da falta de oportunidades para os nossos jovens, da falta de equi-pamentos pblicos de esporte, cultura e lazer.

    A greve do professorado paulista exemplifica como os governos brasileiros no levam a srio a educao do seu povo. O governa-dor Geraldo Alckmin (PSDB) no mostra disposio em negociar com o sindicato da categoria, e menospreza os atos polticos dos educadores, que enfrentam diariamente salas superlotadas, com es-colas literalmente em runas, para ganhar salrios miserveis.

    Aceitar a tramitao da PEC 171/93 no Congresso admitir que falhamos como sociedade, que no sabemos lidar com seres humanos em formao. Relegar jovens de 16 anos ao sistema prisional significa alimentar ainda mais a mquina da violncia segundo a Fundao Casa do Estado de So Paulo, a taxa de reincidncia de crimes dos jovens internos de 13%; j no siste-ma prisional estima-se reincidncia de 70%.

    Existem duas premissas para tratar esse caso de forma levia-na: ou m-f de setores interessados no encarceramento em massa, uma vez que alguns pases j privatizaram suas cadeias, e para o negcio ser rentvel preciso que se tenha maior nme-ro de presos; ou inocncia comparada ao Mito da Caverna, do filsofo grego Plato, em que a pessoa s consegue enxergar o mundo das aparncias.

    POLTICA

    Ferramenta online vai relatar como foi cada sesso

    Cmara mais transparente

    Transparncia em primeiro lugar. Foi com esse objetivo que os vereadores aprovaram, no dia 13 de abril, por unani-midade, o projeto de resoluo que permite populao de Bebedouro saber como vota cada um dos parlamentares.

    A proposta, intitulada Como Vota o seu Vereador, de autoria de Luiz Carlos de Freitas (PT) e foi inspirada em resoluo semelhante adota-da pela Cmara Municipal de So Jos do Rio Preto.

    Segundo a resoluo, os cidados bebedourenses tero acesso aos votos dos vereado-res nas sesses, assim como tambm podero saber se al-gum dos parlamentares estava ausente.

    O acesso s informaes ser feito por meio de um link no site da Cmara, que no mo-mento passa por reformulao estrutural para disponibilizar o novo servio.

    Para o autor do projeto, a resoluo fundamental para garantir que o pblico tenha conhecimento do que aconte-ce dentro do Legislativo. A pessoa vai poder ter notcias a respeito de todos os pro-jetos que foram discutidos e votados na Cmara, informa Freitas.

    Na ausncia de um ve-reador, a nova ferramenta tambm dever informar a justificativa para a falta. Os

    vereadores so eleitos para representar a populao. um direito de cada eleitor saber o comportamento de cada um de ns, completa o petista, que prev que a medida funcione como instrumento de presso para que a sociedade bebedou-rense no passe inerte diante de projetos contrrios aos seus interesses.

    Alm deste projeto, outras iniciativas da Cmara tambm tm ido de encontro ao quesito transparncia, como a dispo-nibilizao da pauta on-line, para que o cidado possa saber o que ser debatido e votado na prxima sesso.

    De autoria do mesmo ve-reador Freitas, outro projeto de lei, ainda em anlise, de-termina a abertura das contas

    das viagens feitas pelos vere-adores.

    Em agosto de 2014, o jor-nal Brasil Atual publicou uma matria sobre a viagem do presidente da Cmara, Angelo Dalio, e do vereador Fernan-do Piffer, ambos do PSDB, at Ribeiro Preto, para recepcio-narem o ento candidato pre-sidncia da Repblica e atual senador Acio Neves, do mes-mo partido.

    Na poca, os vereado-res foram acusados de agi-rem com interesse eleitoral, utilizando-se dos veculos oficiais da Cmara para fazer o deslocamento at o evento. O Ministrio Pblico Estadu-al abriu inqurito para apurar o caso, mas o processo ainda no foi concludo.

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  • 3Bebedouro

    MERENDA

    Polmica sobre qualidade da merenda escolar coloca em conflito pais e Central de Alimentao

    Foto de macarronada gera discrdia entre muncipes

    Prefeitura nega denncia de m qualidade dos alimentos

    Uma simples macarronada virou o centro de uma pol-mica que ganhou repercusso em Bebedouro. No dia 9 de abril, foi publicada nas redes sociais a foto de um prato de macarro bolonhesa, com uma grande quantidade de um lquido escuro, que aparenta-va ser leo de soja misturado com caldo de carne.

    A imagem foi registrada por uma aluna da rede muni-cipal de ensino, que tomou a atitude aps sentir um gosto estranho na comida que lhe foi servida. A garota repassou a informao me, que pro-curou um frum de discusses na Internet sobre os problemas registrados na cidade, para tornar pblica sua indignao.

    Muitas pessoas se solidari-zaram e fizeram mais crticas alimentao disponvel nas escolas municipais. A me da estudante, que preferiu no se identificar, acredita que o caso grave, pois colocou em risco a sade de sua filha.

    Imagine ela ter consumido essa quantidade de leo, o quan-to de gordura no pode ter ido para o organismo dela?, ques-tiona. A garota comeu o macar-

    Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Bebedouro, a denncia de que havia leo em excesso na merenda servida na esco-la no procede.

    Os pais dos alunos, in-clusive, foram convidados

    pela Central de Alimentao a acompanhar de perto todo o processo de produo da co-mida fornecida aos estudantes.

    Ainda de acordo com a as-sessoria, todas as refeies das redes municipal e estadu-al de ensino so produzidas

    em uma moderna Central de Alimentao. Cerca de 50 funcionrios se revezam na produo de 19 mil refeies por dia, com um rigoroso acompanhamento de nutri-cionistas e da Vigilncia Sa-nitria.

    ro, mas no teve nenhum tipo de problema de sade.

    Para a mulher, pior do que

    a situao de sua filha a dos alunos mais pobres, que s contam com a alimenta-

    o fornecida pela escola. mais difcil para uma criana de baixa renda, que os pais

    acham que ter uma alimen-tao saudvel na escola. No d pra ter esse tipo de almo-o, reclama.

    O leo de soja uma gor-dura vegetal que, assim como o leo de milho e o de girassol, colabora para evitar a arterios-clerose (entupimento das ar-trias do corao), j que no possui colesterol.

    Utilizados crus, esses leos so benficos sade, desde que em pequena quantidade. J fritos, eles esto sujeitos oxidao, procedimento qu-mico que diminui a quantida-de de cidos graxos do leo e colabora para aumentar os ris-cos de doenas cardacas.

    Para o mdico Gilber-to Mucio, no h lgica em se utilizar essa quantidade de leo na merenda escolar. Para mim, esse lquido mais parece caldo de carne, que no deixa de fazer mal, mas pelo excesso de sdio, constata.

    Na opinio do mdico, no h sentido prtico em haver muito leo na alimen-tao das crianas. A lgica do sistema de alimentao usar pouco para economizar dinheiro, esclarece.

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  • 4 Bebedouro

    CRISE DA GUA

    Especialistas contestam ideia de que a estiagem seja principal causa da crise por Giovanni Giocondo

    Ciclos de seca e de muita chuva podem ser previstos

    Os segredos do armazenamento da gua

    Desperdcio de dinheiro em aes inteis

    A baixa quantidade de chu-vas que caiu sobre o Estado de So Paulo em 2014 apontada pela Companhia de Saneamen-to Bsico do Estado de So Paulo (Sabesp) e pela Secreta-ria Estadual de Recursos Hdri-cos como o principal fator que levou atual crise do sistema de abastecimento de gua.

    Para essas autoridades, So Paulo vive sua pior estiagem em 70 anos, quando choveu sobre o Sistema Cantareira (que atende regio metropolitana da capital e a algumas cidades do interior) pouco mais da metade da mdia anual, que de 1.581 milmetros.

    Especialistas, no entanto, discordam dessa afirmao com base em estudos cient-ficos, revelando que o Estado poderia ter se preparado me-lhor para enfrentar o perodo

    Segundo o engenheiro ci-vil Antonio Carlos Zuffo, a principal funo dos reserva-trios a de armazenar a gua acumulada no perodo de chuvas para o uso posterior, quando no perodo das secas.

    O problema que o Sis-tema Cantareira foi projeta-

    Enquanto no investiu na ampliao de seus reservat-rios, o governo de So Paulo gastou somas considerveis em aes que, para Rodrigues, esto literalmente chovendo no molhado.

    do na baixa, ainda na dcada de 1960, e hoje operado na alta. O reservatrio nunca deu conta de suportar a quantidade de chuvas que caram ao longo dos anos, revela.

    Membro da Rede Interna-cional de Centros de Conheci-mento do Setor da gua (Ral-

    cea), Zuffo lembra que em So Paulo, entre as dcadas de 1940 e 1970, choveu menos que entre 1970 e 2010, e que o consumo domstico caiu de um perodo para o outro.

    Ento por que estamos em meio a uma crise de abas-tecimento? Porque as obras

    de seca, to recorrente quanto o de excesso de chuvas. Em fe-vereiro deste ano, por exemplo, choveu sobre o Cantareira mais de 30% acima da mdia ante o mesmo ms de anos anteriores.

    Um dos profissionais que contesta a verso do governo Geraldo Alckmin (PSDB) o meteorologista Carlos Augus-to Rodrigues, chefe do Institu-to de Astronomia e Geocin-

    tanta tecnologia disponvel, o Estado no tenha detectado onde chove mais constante-mente, explica.

    O meteorologista afirma que s possvel fazer a pre-viso de chuvas para os prxi-mos trs meses, mas quando se olha a srie histrica, d para verificar que tudo ocorre dentro de um ciclo.Em 2003 e 2007, houve uma estiagem to forte quanto a de 2014, as-sim como choveu bem acima da mdia em 2011 e 2009.

    Segundo Rodrigues, a va-riao na quantidade de chu-vas um fenmeno previs-vel. No adianta culpar So Pedro. O que preciso ter planejamento para construir reservatrios em locais onde a precipitao maior, e isso no foi feito, critica.

    Uma delas o chamado bombardeamento de nu-vens, no qual um avio joga gotculas de gua dentro das nuvens para tentar estimular a chuva.

    Existem pareceres tcni-

    cos que mostram que as em-presas que fazem esse servio s entram na nuvem quando a chuva j est acontecendo, apenas adiantando a precipita-o, diz.

    O meteorologista conta que

    essa tecnologia muito cara e intil em So Paulo, onde as nuvens so altas e frias, o que no gera chuva.

    Esse processo funcionaria no serto do Nordeste, onde as nuvens so mais quentes e

    cias da Universidade de So Paulo (IAG-USP).

    Para Rodrigues, a pior seca da histria uma infor-mao que no procede. inadmissvel que, mesmo com

    necessrias no foram fei-tas e a Sabesp, em vez de seguir as recomendaes da Agncia Nacional de guas (ANA) de liberar a gua que sobrou em determinada po-ca, preferiu ret-la para ven-der mais cara a indstrias e empresas, denuncia.

    mais baixas. Aqui, essas for-maes de nuvens chegam a alturas de dez quilmetros. Para mim, o uso desse recur-so no passa de desperdcio. financeiramente invivel, explica.

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  • 5Bebedouro

    DIREITOS

    Advogado de direitos humanos desmistifica argumentos favorveis ao encarceramento de jovens

    Congresso debate reduo da maioridade penal

    Impunidade aos jovens infratores trata-se de mitoM

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    Um erro histrico. des-sa forma que especialistas em direitos humanos encaram a recente aprovao da Propos-ta de Emenda Constituio (PEC) 171/1993 pela Comis-so de Constituio e Justia da Cmara dos Deputados, que reduz a idade penal de 18 para 16 anos. A matria ainda precisa ser apreciada pelo ple-nrio da Casa, e ter o aval de 3/5 dos parlamentares para ser apresentada ao Senado.

    Para o advogado Marcos Fuchs, diretor adjunto da ONG Conectas, o Congresso Nacio-nal equivoca-se quando atribui reduo da maioridade penal a responsabilidade por diminuir os ndices alarmantes de violn-cia no Brasil. No me parece o caminho correto, por vrios aspectos, pondera.

    Ele enumera trs motivos pelos quais a proposta no tem qualquer fundamento. O pri-meiro o baixo nmero de

    Alm de prever o tempo mximo de internao de adolescentes infratores, o ECA tambm determina o cumprimento de outras me-didas socioeducativas, que incluem a liberdade assistida e a prestao de servios comunidade.

    Segundo a assessoria da Fundao Casa (Centro de Atendimento Socioeducati-vo ao Adolescente), at 10 de abril, 9.903 adolescentes esta-

    vam submetidos s regras da ins-tituio no Estado de So Paulo.

    A Fundao Casa substi-tuiu a Febem (Fundao Esta-dual de Bem-Estar do Menor) a partir de 2006, com um novo modelo de ressocializao, baseado em unidades descen-tralizadas, oferecendo edu-cao profissional, prtica de esportes, acesso cultura e ao lazer, entre outras atividades.

    Entre 2006 e 2015, o ndice de reincidncia criminal caiu

    de 29% para 14%. O nmero de rebelies, que chegou a 80 em 2003, s teve um registro em 2009.

    A grande maioria dos ado-lescentes atendidos pela Fun-dao Casa cumpre regime de internao (7.422) ou inter-nao provisria (1.721), en-quanto os que se encaixam na chamada semiliberdade so apenas 531 jovens.

    Em relao faixa etria, 7.263 tm entre 15 e 17 anos,

    702 esto entre os 12 e os 14 anos e 1.867 possuem 18 anos ou mais. Ao completar 21 anos, o jovem deve deixar automaticamente a instituio.

    Outra informao impor-tante divulgada pela assessoria da Fundao Casa que 43,6% dos internos cumprem medida socioeducativa por roubo qua-lificado e 38,74% por trfico de drogas, delitos que, na viso de Fuchs, tm origem nos proble-mas sociais do pas.

    A misria, a falta de po-lticas pblicas, a ausncia do Estado na sade, na edu-cao, tudo isso corrobora para esse cenrio, destaca.

    Considerados crimes he-diondos, o homicdio quali-ficado, o homicdio doloso, o latrocnio roubo seguido de morte e o estupro, jun-tos, respondem por somente 3% do total de internos da instituio. (por Giovanni Giocondo)

    crimes hediondos cometidos por adolescentes. Segundo da-dos do Anurio Brasileiro de Segurana Pblica, dos 20.532 jovens que cumpriam medidas socioeducativas em 2012, so-mente 11,1% haviam praticado delitos graves contra a vida.

    O tempo mximo de in-ternao previsto para esses crimes de trs anos, confor-

    me estabelecido no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), em vigor desde julho de 1990 no Brasil. A entra o segundo fator pontuado por Fuchs para dirimir o clamor popular pela reduo da maio-ridade penal para 16 anos.

    Houve expertise do mun-do inteiro na confeco desse documento, que tanto lutamos

    para ser homologado. Aps muitos debates, chegou-se concluso de que, com 18 anos, a pessoa penalmente responsvel. A Constituio consagrou esse item em um artigo como clusula ptrea, que segue inclusive recomen-dao da Organizao das Na-es Unidas (ONU). Portanto, retirar esses direitos incons-

    titucional, esclarece.O advogado ressalta as ca-

    ractersticas que comprovam a falncia completa do sistema penitencirio brasileiro: Su-perlotao, falta de assistncia mdica, falta de trabalho, falta de tudo. Eis a realidade das ca-deias, informa.

    De acordo com as infor-maes do Anurio Brasilei-ro de Segurana Pblica, em 2014, o nmero de pessoas em recluso nas cadeias chegou a 574.207. No total, 40,1% eram presos provisrios, e ain-da aguardavam julgamento.

    Para Fuchs, colocar ado-lescentes de 16 anos no conv-vio com criminosos adultos s promove prejuzo recupera-o dos primeiros.

    Obviamente que ele vai ser cooptado pelas organiza-es criminosas que funcio-nam dentro do sistema prisio-nal. So os novos soldados a servio do crime, ratifica.

  • 6 Bebedouro

    MEIO AMBIENTE

    Mapeamento de nascentes pode garantir futuro do abastecimento de gua na cidade

    Projeto gua Viva foca em preservao ambiental

    Durante muitas dcadas, Bebedouro foi uma das cida-des mais desenvolvidas eco-nomicamente do interior de So Paulo, principalmente no setor agrrio. Porm, esses anos de bons frutos esconde-ram nas propriedades rurais a falta de ateno com o meio ambiente, sobretudo com as nascentes dos rios, que agora devem ter cuidados especiais.

    o que prev o projeto gua Viva, iniciativa da ONG Patrulha Ambiental. Lanado em maro, o projeto tem entre

    ReflorestamentoOutra pretenso do pro-

    jeto gua Viva tambm promover a recuperao de reas desmatadas e o plan-tio de mudas nativas nas propriedades particulares nos moldes do que foi feito no Horto Florestal.

    O espao, que existe h mais de 90 anos, passou ao poder pblico h menos de duas dcadas e, desde en-to, deixou de ser uma rea de retirada de madeira para virar um osis de sustenta-bilidade na cidade.

    seus objetivos iniciais recupe-rar os mananciais da regio e conscientizar os agricultores sobre a importncia de preser-var a natureza em equilbrio com a atividade na lavoura. O objetivo final garantir o fornecimento de gua para a populao e recuperar reas degradadas da zona rural.

    Em tempos de crise hdri-ca, a notcia vem em boa hora. Mas o trabalho da Patrulha Ambiental j existe h uma dcada. Um dos fundadores da entidade, o tcnico ambiental

    Joo Gandra, o Janjo, conta que a ONG j plantou cerca de 80 mil rvores na regio, alm de iniciar uma importante cam-panha de educao ambiental junto com o coletivo Germinar.

    Antes faltava apoio e in-fluncia para ampliar o alcan-ce do nosso trabalho. Foi a partir da que surgiu a ideia de fazer um inventrio ambiental, que o Germinar colocou em prtica nesse projeto, recor-da Janjo, que tambm elogia a parceria com profissionais de diversas reas, como enge-

    nheiros agrnomos e ambien-tais, turismlogos e bilogos.

    Um dos integrantes do gua Viva o bilogo Alessandro Chagas Fernandes. Respons-vel por apresentar o projeto populao e ao poder pblico, ele lembra que a ideia fazer uma construo coletiva de longo prazo, em parceria com produtores rurais, Prefeitura, Sistema Autnomo de gua e Esgoto (Saaeb) e rgos am-bientais do Estado e da Unio.

    Em primeiro lugar preci-samos fazer um mapeamento, ter a referncia de onde esto as nascentes, fazer o levan-tamento fotogrfico, medir a vazo desses cursos dgua, explica.

    Para Janjo, preciso dia-logar com os agricultores e ver como dosar as demandas de cada um, j que muitas vezes eles no sabem como funciona o projeto. Temos os profissio-nais do coletivo Germinar para fazer essa orientao, explica.

    Desde 2013, o Sindicato Rural de Bebedouro promove ciclos de palestras para incen-tivar a adeso dos donos de pequenas e mdias proprie-dades ao Cadastro Ambiental Rural, obrigatrio para todos os imveis rurais de acordo com o novo Cdigo Florestal, que visa controlar, monito-rar, planejar ambientalmente e combater o desmatamento nessas reas.

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  • 7Bebedouro

    CULTURA

    Novo conceito faz com que letras e artes caminhem unidas para formao de pblico

    Choque de gesto reanima Biblioteca Municipal

    Ponto de memria e proliferao da cultura

    De flego renovado, a Bi-blioteca Pblica Municipal de Bebedouro Coronel Raul Furquim comea a dar sinais de recuperao. O espao, que completou 62 anos em feverei-ro, tem conquistado o pblico com uma proposta interativa, que mistura mudana no sis-tema de doao de livros, re-novao do acervo e abertura para exposies artsticas.

    Uma das pessoas que pro-moveu essa mudana de ru-mos foi Jos Antonio Ferreira, de 28 anos, responsvel por administrar a biblioteca desde 2013. Formado em Cincias Sociais pela Unesp e pesqui-sador da rea de cinema e poltica, Jos Antonio trouxe instituio uma viso mais holstica sobre as funes de uma biblioteca.

    Ao lado do coordenador municipal de Cultura, Glauco

    Em 2014, a Biblioteca Municipal de Bebedouro tambm enveredou pelo ca-minho da memria coletiva, passando a guardar e organi-zar exemplares de todos os jornais do municpio, tanto os j extintos quanto os pe-ridicos que ainda circulam.

    O arquivo oficial estava sem condies de armaze-nar, e como a biblioteca o ponto central de pesquisa histrica sobre a cidade, ns passamos a concentrar esse servio, explica Jos Anto-nio.

    Outra ao que vem ren-dendo resultados expressivos a abertura do espao para exposies artsticas, sempre gratuitas. A primeira experin-cia aconteceu em agosto, com a jovem artista plstica Sarah Mutton, que pinta quadros ins-pirados em filmes e caricatu-ras de retratos famosos.

    O desenhista Marcos Ribeiro foi outra grata surpresa com seus trabalhos baseados em mangs imagens inspiradas em histrias em quadrinhos japonesas.

    O prximo passo da bi-blioteca montar um sistema

    virtual de acesso ao acervo conectado Internet, que permita aos usurios sabe-rem quais ttulos esto dis-ponveis para consulta ou emprstimo. A previso que o servio comece a fun-cionar no segundo semestre.

    Visitas, leituras e pes-quisas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 7 h s 17 h. Doaes de livros podem ser agendadas pelo te-lefone 3343-3214. A Biblio-teca Pblica Municipal de Bebedouro fica na Rua Bran-do Veras, n 509, no Centro.

    Corra, e da bibliotecria Ma-ria Rita Fvero, Jos Antonio revitalizou o acervo, come-ando por limitar a doao de livros didticos.

    Havia um acmulo dessas

    obras. Os pais dos alunos, as-sim que terminava o ano letivo, vinham at aqui com a melhor das intenes, mas doavam livros que infelizmente no ti-nham um bom atrativo para o

    pblico em geral, observa.A direo precisava abrir es-

    pao para cerca de 10 mil livros variados que estavam distantes das estantes e, consequente-mente, do pblico. Foi ento

    que o trio decidiu por destinar parte desses livros didticos a escolas e outras instituies.

    Para redirecionar as doa-es, a direo da biblioteca firmou parceria com a Secre-taria Estadual de Cultura, que, duas vezes por ano, encaminha instituio ttulos de filoso-fia, antropologia e sociologia, alm de romances, literatura infantil, juvenil, livros religio-sos, biografias, entre outros.

    O novo mtodo de traba-lho fez com que o acervo da Biblioteca Municipal cres-cesse em tamanho para 50 mil livros e tambm em qualidade e variedade. Logo, um novo pblico apareceu disposto a se aventurar pelos caminhos das letras. Atual-mente, o espao recebe uma mdia de 250 visitantes por ms, alm de ter elevado o nmero de scios.

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  • 8 Bebedouro

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