hoje macau 6 mar 2015 #3285

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GONÇALO LOBO PINHEIRO DIA INTERNACIONAL DA MULHER Elas dão por ela? hojemacau ANTÓNIO TRINDADE CEO DA CESL-ASIA ENSINO ESPECIAL Governo aposta em romper barreiras CHINA Tempo de acertar o passo aos novos ritmos ROTA DAS LETRAS Amor e solidão nos olhos de Xyza Bacani PÁGINA 4 PÁGINA 12 CENTRAIS À beira de celebrar 30 anos em Macau o CEO da CESL-Asia faz questão de puxar pela prata da casa. Apesar de reconhecer que se está a atingir os limites dos recursos humanos, nomeadamente devido à poderosa indústria do Jogo, António Trindade desvaloriza a questão e não tem dúvidas de que em Macau há imensa mão-de-obra qualificada e que a solução passa por uma melhor redistribuição de recursos. O que é local é bom DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 6 DE MARÇO DE 2015 ANO XIV Nº3285 SOCIEDADE PÁGINAS 6-7 ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 PUB Ter para ler AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB

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Hoje Macau N.º3285 de 6 de Março de 2015

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dia internacional da mulher

Elas dão por ela?

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ensino especiAl Governo aposta em romper barreiras

chinA tempo de acertaro passo aos novos ritmos

rotA dAs letrAs Amor e solidãonos olhos de Xyza Bacani

Página 4 Página 12 centrais

À beira de celebrar 30 anos em Macau o CEOda CESL-Asia faz questão de puxar pela pratada casa. Apesar de reconhecer que se está a atingir os limites dos recursos humanos, nomeadamente devido à poderosa indústriado Jogo, António Trindade desvaloriza a questão e não tem dúvidas de que em Macau há imensa mão-de-obra qualificada e que a solução passa por uma melhor redistribuição de recursos.

o que élocal é bom

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2 hoje macau sexta-feira 6.3.2015entrevistaFaz em Junho 30 anos que António Trindade veio para Macau. O presidente da CESL-Asia acredita que é no conhecimento local que está o ganho e defende que deveria ser dada mais atenção à necessidade de infra-estruturas relacionadas com o ambiente e o lixo. Para o futuro estão a continuação de projectos actuais, que incluem a gestão da lavandaria industrial da Smartable, do actual Secretário para a Economiae Finanças,Lionel Leong

António trindAde, Ceo dA CeSL-ASiA

“Crescimento económico do Jogo ultrapassou o ponto de equilíbrio”

Leonor Sá [email protected]

A CESL-Asia dedica-se a várias áreas de negócio. Quais os focos actuais?São tudo áreas de serviços e que têm a ver com a prestação de ser-viços com certas características. O conhecimento é uma coisa muito complexa e nós aqui temos pessoas tecnicamente e genericamente especializadas fruto da formação que decidimos fazer. Macau tem um número realmente limitado de pessoas e temos que ter capacidade de aplicar o conhecimento. Para isso temos que ser locais, porque o conhecimento é universal, mas a sua aplicação é local.

Acredita que o mercado de traba-lho da região deve ser maioritaria-mente local? Muitas vezes as pessoas não conse-guem perceber que não há maneira, mesmo que a lei diga que as pessoas são locais, de se ser realmente daqui até se estar integrado e saber o núme-ro de telefone do Alfaiate Domingos, por exemplo. Neste caso estamos a falar de conhecer aquilo que local-mente é relevante para a aplicação dos conhecimentos e personalização

dos serviços. Fazemos o melhor por ter o melhor nível, em termos de apli-cação do conhecimento e tecnologia que se pode ter aqui.

E o que é esse “melhor” que se pode ter aqui? Tem muito que se lhe diga. Não é uma questão de conflito de interesses, mas sim de localizar o conhecimento e só os locais é que estão aptos para isso, pessoas que conhecem [Macau]. Essas são também as únicas pessoas capazes de localizar o conhecimento que vem de fora.

Depreende então que há neces-sidade de contratar pessoal do exterior?Os prestadores de serviços têm que ser locais e as pessoas têm que adaptar a aplicação do conhecimento ao local e à forma como a CESL--Asia opera em Macau pode não ter o mesmo efeito noutros mercados sociais, económicos ou intelectuais. A relevância das sociedades de co-nhecimento em Macau é enorme, porque temos uma sociedade das mais ricas do mundo, com os maiores desafios existentes. Estamos a atingir um limite [de recursos] nas outras coisas todas além da água... Então mas isso não é normal?

Como é que essa limitação de re-cursos se resolve ou melhora?É preciso perguntar: “é mesmo limitação ou nós é que somos limi-tados?”. Falando pela CESL-Asia, sinto-me entusiasmado pelo facto de termos conseguido, desde há 20 anos, tornar-nos uma das únicas empresas da áreas não-Jogo com valor acrescentado local de 90%, que opera partes das infra-estruturas do sector de Jogo. Macau tem certos recursos limitados – nomeadamente os humanos – e esses estão limitados à indústria do Jogo que cria riqueza de tal maneira que é para onde vai tudo. É lógico que as pessoas não percebem – nem as próprias classes liderantes – ou não têm capacidade para perceber a urgência que tem a necessidade de repartir recursos pelas várias coisas.

Mas é o Jogo puro e duro que mais receitas gera à RAEM...Não sei bem quanto do próprio Jogo é que é valor acrescentado local, aquilo que se passa mesmo nas mesas.

Em que sentido? As cartas vêm do Japão, as mo-bílias da China, 60% ou 70% das pessoas – em termos globais – vêm do estrangeiro, o financiamento e

os produtos alimentares também... A nossa empresa representa, tendo os referidos valores em conta, 90% do valor acrescentado.

Mas a recente diminuição das re-ceitas do Jogo não lhe parece ser um factor negativo?Não é pelo facto do Jogo cair 50% que Macau deixa de ser uma das cidades mais ricas do mundo... Estes 50% põem-nos em 2011. Havia alguém que não pensasse que isto não era o melhor sítio do mundo?

Sobre os 90% que referiu, como se traduzem efectivamente?É o acrescento de valor em termos locais. Os Ferrari que vemos nas ruas

“Macau tem certos recursos limitados – nomeadamente os humanos – e esses estão limitados à indústria do Jogo que cria riqueza de tal maneira que é para onde vai tudo”

“[Os problemas] são o excesso de consumo de água e de energia, a poluição ambiental e os problemas com os transportes públicos”

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3 entrevistahoje macau sexta-feira 6.3.2015

“Não é pelo facto do Jogo cair 50% que Macau deixa de ser uma das cidades mais ricas do mundo... Estes 50% põem-nos em 2011. Havia alguémque não pensasse que isto nãoera o melhor sítiodo mundo?”

António trindAde, Ceo dA CeSL-ASiA

“Crescimento económico do Jogo ultrapassou o ponto de equilíbrio”não são feitos em Macau, nem os autocarros são feitos cá. Aliás, cada vez menos são até consertados aqui. Isto é o tal desafio de maior valor acrescentado.

Trata-se de uma questão de men-talidade?Não propriamente, é uma questão de formação, que não acaba nas escolas, mas sim na contribuição social e na própria empresa e na criação de valor social e económico. Se tivéssemos o dobro das pessoas e a capacidade de manter a mesma complexidade da estrutura, certamente não faltaria procura para aquilo que acrescenta-mos de valor.

Mas isso quer dizer que é necessário contratar mais pessoal e não exis-tem pessoas qualificadas?Há algumas razões para não termos o dobro das pessoas, mas não acho que tenha que ver com a falta de pessoal qualificado em Macau. Mas este é um assunto com que eu me debato frequentemente: como é que retemos pessoas? Se quisermos duplicar o número de funcionários e decidirmos contratar pessoal de fora, levantam-se outras questões. Isto é um pressuposto que não pode existir. Vamos importar mais cem mil pessoas, mas onde é que elas comem e dormem e vão à escola ou passeiam? Não existem estas infra-estruturas nem há capacidade para as fazer. É pouco provável que isso [contratação de TNR] aconteça.

Por onde passa então a solução?Se calhar é preciso mudar o conceito. Precisamos de mais gente? Talvez precisemos é de menos pessoas. A Função Pública precisa mesmo de tanta gente? Acho que foi isto que Chui Sai On referiu recentemente e concordo a 100%.

Mas há suficiente pessoal residente formado para suprir as necessida-des locais?Acho que sim e eventualmente talvez se deva ir buscar lá fora. Não estou é nada de acordo que se vá buscar lá fora pessoas para fazer aqui o mesmo trabalho que estão a fazer actualmen-te. Um dos principais problemas aqui é que a classe média é ainda muito pequena e a menos favorecida, ainda muito desfavorecida.

Porque é que considera que existe esse fosso?Porque o período de desenvolvimento da cidade foi muito rápido e curto e tem por isso que haver um reajus-tamento. É um processo social que tem que levar o seu curso, mas podia eventualmente ser mais eficiente e mais rápido. Tem que haver um maior equilíbrio da distribuição para o bem de todos, nomeadamente daqueles que cresceram mais. Macau está

nesse processo e tem que redistribuir recursos no melhor sentido.

Num sentido lato, considera que o crescimento económico fruto do Jogo puro e duro é positivo para a vida da região?Positivo é, mas ultrapassou o ponto de equilíbrio. Verdadeiramente, quantas infra-estruturas foram criadas em Macau nos últimos 15 anos, em termos de ambiente e transportes por exemplo? A terceira ponte [de Sai Van], o terminal marítimo do Porto Exterior e o Aeroporto já lá estavam, o terminal do Pac-On está ali há 15 anos... As estradas são basicamente as mesmas, tirando umas quantas novas ali no Cotai. Este é então o panorama. Em relação aos resíduos: a população terá duplicado e aquilo [Central de Incineração de Resíduos] que lá está fomos nós que fizemos e não teve alterações. Obviamente que há uma procura muito maior destas infra-estruturas. Passou-se de cerca de 12 milhões de visitantes por ano para mais de 30 milhões.

Mas o aumento dos turistas é preocupante do ponto de vista da escassez de infra-estruturas?Acho que não é por decreto de lei que se define que passam a entrar apenas determinado número de pessoas. O problema é mesmo a falta de estrutu-ras e o que tem sido feito, não acres-centou grande valor para hoje. Isto quer dizer que, embora actualmente não se note, estamos a consumir recursos que foram estabelecidos há dez anos. Para os reconverter e actualizar e maximizar as capacidades da sua utilização, é preciso ir buscar recursos para se fazer isto.

De fora? Não, até porque é incompreensível como é que entidades de fora consi-gam e devam vir a Macau e acertar com as escolhas certas a fazer para esta cidade. Por alguma razão é inter-nacionalmente aceite que em questões relacionadas com o ambiente – que é algo genérico, relativo à qualidade de vida – sejam utilizadas, de um ponto de vista de discriminação positiva, as capacidades locais.

Isto serve para todas as áreas? Várias. Veja-se a questão do metro ligeiro: estão aqui empresas notáveis e reconhecimento de obras feitas no mundo inteiro, mas pergunto-me o que é que fizeram e o que sabem sobre Macau e quem é que lhes está a transmitir os conhecimentos sobre a região.

A solução para problemas como este não passa então por trazer TNR para cá?Isso é uma parte da solução, mas não é o todo. Quais é que são as coisas que estão verdadeiramente na mesa?

O que é realmente preciso importar e fazer futuramente?

Sente que falta visão aqui em Macau? Acho que falta balanço e visão fora do mundo do Jogo. Não se pode exactamente dizer que há Jogo a mais. O que está claramente em falta é a diversificação [económica] e as pessoas não podem dizer que isto passa por acabar com o Jogo.

É preciso então fazer uso do Jogo? Há 10 ou 15 anos, 80% da nossa acti-

vidade centrava-se na Administração Pública em termos de facturação e desde há cinco ou seis anos, passámos a ter 80% da nossa actividade a acres-centar valor às entidades privadas, vários do sector do Jogo.

Quais são, para si, os maiores pro-blemas da região?Por desígnio ou omissão, não estarão algumas coisas a ser mal geridas? Porque é que há, por exemplo, tan-tos autocarros e por que razão ficam todos estacionados no mesmo sítio ou param em locais como o centro da cidade? Isto pode ser feito nou-tros sítios do mundo, mas não aqui. Acredito que terá muito mais valor com outras opções, como criar um muito melhor mecanismo de gestão dos transportes públicos e do fluxo de pessoas, por exemplo.

Medidas como essas deviam par-tir do Governo ou de entidades privadas?O que está aqui em causa é a fórmula ‘custo-benefício’ para a comunidade. É claro que o Governo tem que tomar a iniciativa, porque não são as empresas que vão tirar a responsabilidade de melhorar o bem comum.

Que problemas, por exemplo?O excesso de consumo de água e de energia, a poluição ambiental e os problemas com os transportes públicos, que é de onde vem grande parte disso. Tudo isto tem soluções simples, se perspectivadas como tenho vindo a defender.

Mas há quem diga que o Governo não tem recursos para isso... Em Macau acho que é absolutamente impossível e a Administração não tem capacidade, por exemplo, de gerir uma rede de transportes. Tem que haver uma prestação privada e local muito importante nisto tudo. É que já não se trata de gerir um empreendimento de Jogo, mas sim de servir a população. Veja-se a Central de Resíduos: o assun-to do tratamento de resíduos não está acabado, até porque na altura, quando criámos a visão 2020, foi pensada para até este ano, altura em que já se devia estar a ter soluções para 2021. Acho que tudo isto faz parte do ADN de entidades como a nossa, por causa do grau de exigência.

Mas no caso dos transportes: a privatização dessa gestão não iria eventualmente encarecer o custo para as viagens?Nada disso. A boa-fé não se legisla e é uma coisa que deve ser óbvia. As pessoas têm que entender os benefícios da associação entre os interesses públicos e privados. Não deve haver falta de harmonização entre as vontades da Administração, da entidade prestadora de serviços e dos próprios utentes. Acho que estas

questões de responsabilizar o público ou o privado acabam por ser comple-tamente estéreis devido à natureza da própria sociedade.

A preocupação deve apenas incidir nos cidadãos residentes? Acha que o valor de um bilhete de autocarro é proporcional àquilo que vale um turista? Não é possível con-tinuar a arriscar a incapacidade de mover pessoas e bens.

Sobre a questão da diversificação económica. Já disse que a CESL--Asia contribui para este processo, mas será mesmo possível chegar ao apogeu disto? Acho que sim e não é pouco. Desde as novas concessões de Jogo, quantos novos restaurantes e áreas de serviços abriram em Macau? Tem que se per-ceber o que é que o mercado procura.

Relativamente ao metro ligeiro. Concorda com a construção desta infra-estrutura?Concordo, mas há problemas para resolver. Acho que tudo passa por acrescentar valor e falta ‘know-how’ local. Obviamente não há pessoal especializado em Sinalética, por exemplo. As coisas passaram de uma perspectiva demasiado conceptual para uma altura em que é necessário passar à acção com decisões irreversí-veis. Passou-se do conceito para uma solução pouco pensada.

Centrando-nos num assunto mais recente. Sendo uma pessoa pro-fissionalmente próxima do sector dos Transportes e Obras Públicas e tendo-se já manifestado sobre algumas polémicas durante o man-dato de Ao Man Long, como vê a recente ocupação da Secretaria por Raimundo do Rosário? Uma coisa é certa: Raimundo do Rosário tem muito mais experiência e capacidade de empregar o conhe-cimento. Parece-me que é uma mu-dança importante e espero que as suas decisões políticas digam respeito às prioridades da região. Julgo que é uma pessoa com mundo, comparando com os Secretários anteriores, que eram pessoas muito locais. Até podem ter estudado e estado no exterior, mas não tiveram em ambientes profissionais diferentes de Macau. A mudança na Administração faz sentido.

Que novos projectos se avizinham? Neste momento, estamos a operar a maior lavandaria industrial de Macau [a Smartable] e uma das maiores do mundo, que serve os ‘resorts’ e casinos, incluindo roupas de quarto e restauran-tes. Além disso estamos a desenvolver a nossa actividade com a Administração, a contribuir para mudanças na ETAR. Voltou a haver lugar para as empresas privadas devido à falta de recursos do Governo em fazer.

“A relevância das sociedades de conhecimento em Macau é enorme, porque temos uma sociedade das mais ricas do mundo, com os maiores desafios existentes. Estamos a atingir um limite [de recursos] nas outras coisas todas além da água... Então masisso não é normal?”

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4 hoje macau sexta-feira 6.3.2015política

Fil ipa araú[email protected]

a alteração ao Regime Educativo Especial, prometida durante o ano passado, está já

disponível para análise durante este mês no site oficial da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). As mudanças ao Regime surgem devido às necessidades de desenvolvimento do ensino especial, como explica a DSEJ, sendo que os pontos principais da revisão passam por determinar mais deveres do Governo, escolas e cidadãos e a alteração do plano educativo individual para alunos que frequentem este ensino. Ago-ra, é ainda permitido à população deixar as suas opiniões sobre o Regime.

A problemática dos alunos com necessidades especiais em Macau tem sido um ponto de grande polé-mica. Em declarações em Outubro de 2014, Chow Pui Leng, Directora do Centro de Apoio Pedagógico e Ensino Especial, afirmou que ainda existe bastante preconcei-to, principalmente por parte dos encarregados de educação, algo que vem dificultar o trabalho de comunicação e melhoria neste tipo de ensino. Defendeu a directora que os pais sentem alguma vergonha e

1430alunos com necessidades

especiais de educação

O Governo está determinado. É preciso romper as barreiras do preconceito quanto aos alunos com necessidades especiais e, por isso mesmo, a aposta em melhores condições, prometida o ano passado, veio para ficar. Maior investimento, mais professores, mais salas de aula, mais partilha e o novo Regime Educativo Especial estão aí

Ensino EspEcial DSEJ garantE prioriDaDE E aprESEnta novo rEgimE

pelo bem de quem precisa

receio em pedir uma avaliação aos seus filhos e por isso alguns tipo de deficiência, as leves, podem não ser descobertas em tempo útil, o que prejudica a própria educação das crianças.

Nas mesmas declarações, Chow Pui Leng voltou a confirmar que o território estava carente de docentes especializados para este tipo de ensino e que muitas esco-las não recebiam os alunos com necessidades especiais.

Ontem, na primeira reunião plenária do Conselho de Educa-ção para o Ensino Não Superior. a directora assegura que “neste momento” já há “os professores necessários para o número de alu-nos” que existem. “Não precisamos de mais professores”.

Este cenário, contudo, pode-rá ser alterado caso o Governo avance com a medida de diminuir o número de alunos nas turmas para crianças com necessidades especiais.

Aprender A comunicAr“Dissemos a todas as escolas que precisam de ter turmas e de receber alunos com necessidades educativas especiais, porque é im-portante para os alunos em causa comunicarem com outros alunos

e também para os próprios alunos sem deficiência saberem comuni-car com este tipo de alunos. Por isso neste momento temos várias turmas com alunos portadores de deficiência ou só turmas com este tipo de alunos. Estas turmas têm entre oito a 15 alunos e a DSEJ considera que, para melhorar as condições, poderia ser possível, estando ainda em estudo, diminuir o número de alunos. Caso isto aconteça vamos precisar de mais professores e, claro, abriremos um concurso para o efeito”, explicou a directora.

Chow Piu Leng explicou ainda que, neste momento, Macau conta com 1430 alunos com necessidades especiais de educação, em que 624 estão abrangidos pelo ensino espe-cial e 806 pelo ensino inclusivo.

Relativamente às nacionali-dades, a directora explicou que existem alunos portadores de deficiência de língua materna portuguesa e que para o efeito, foi

806pelo ensino

inclusivo

624abrangidos pelo

ensino especial

aberto um concurso para professo-res portugueses de ensino especial, mas que “nenhuma candidatura foi recebida”.

AlterAção em cimA de mesAChow Pui Leng esclareceu que a alteração ao Regime Educativo Especial, prometida o ano passado, traz algumas diferenças. No novo documento, ainda por aprovar, é determinado os deveres do Gover-no, escolas e cidadãos que exercem o poder paternal das crianças “no âmbito do ensino especial e a elaboração, revisão e alteração do plano educativo individual para alunos de ensino especial.

Em destaque está também o reforço de acções de formação ao pessoal docente e equipa pro-fissional, “a definição clara das características dos alunos sobre-dotados e alunos com deficiências psicossomáticas, a regularização da colocação educacional, o ajusta-mento dos currículos, a criação da respectiva equipa e o regulamente de concessão de certificados”.

Defende a DSEJ que deve ser disponibilizado um ambiente “sem barreiras aos alunos com deficiências psicossomáticas e planeamento de carreira”. Por isso mesmo, confirma o organismo, o

Governo vai “apostar em forma-ção, palestras e seminários”, para que a população e pessoas direc-tamente envolvidas neste assunto percebam o que se pode fazer.

“O Governo quer eliminar a descriminação, queremos que as escolas admitam crianças com necessidades especiais, isto só traz benefícios para todos”, assina a directora, adiantando ainda que o Governo vai “prestar outros serviços de apoio, desenvolver actividades extracurriculares prin-cipalmente com os encarregados de educação no sentido de promover a interacção entre todos”.

Questionada sobre a possi-bilidade de construção de novas escolas, a DSEJ esclareceu que “o espaço do território é muito limitado” e por isso avançou com vários “incentivos para que as escolas entrem em processo de remodelação ou criem um plano de ampliação para conseguirem receber mais alunos”.

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5 políticahoje macau sexta-feira 6.3.2015

O deputado José Pereira Coutinho entregou uma interpelação es-crita ao Governo onde

critica o facto de muitos funcioná-rios públicos serem contratados para acabarem a desempenhar funções bem diferentes das que constam no contrato de trabalho. O deputado assegura que tem re-cebido denúncias deste tipo.

“O pessoal que trabalha na linha da frente na Administração Pública tem vindo a apresentar queixas junto do meu gabinete de deputado, apontando para o facto de haver um grande núme-ro de trabalhadores obrigados a desempenhar funções que não

Turismo execuTivo promeTe uma semana para concluir relaTório

Tem ou não tem capacidade?

Violência Doméstica Governonão quer retirar crime público O Governo assegurou ontem que vai manter a sua posição relativamente à violência doméstica. Numa nota de esclarecimento enviado aos jornais na noite de ontem, o Executivo assegura que é para manter a decisão de que haja algumas agressões que possam ser consideradas como crime público, ainda que mantenha que o Governo mantém uma posição “de abertura e diálogo relativamente a essas mesmas questões”. De acordo com o Governo, “a posição [é] a que vem plasmada na proposta que apresentou na Assembleia Legislativa”, ou seja a de que a violência doméstica seja considerada crime semi-público, mas que haja hipótese de agressões mais graves serem crime público. Os esclarecimentos do Governo chegam depois de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, ter referido que existe um “grupo de juristas especialistas que está a trabalhar neste domínio” e que o Governo “estava aberto” e que os juristas iam “estudar como era”.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, anunciou esta quarta-feira que o relatório

sobre a capacidade de acolhimento de turistas deverá estar pronto dentro de uma semana. Segundo um comunicado, o referido relató-rio irá compreender os períodos temporais entre 2003 e 2015, “incluindo a situação geral dos vistos individuais e a avaliação dessa política”. Alexis Tam explicou ainda aos jornalistas que “a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) já tem todos os dados preparados, no que se refere à capacidade de acolhimento de turistas”.

O Secretário assegura que “a indústria do turismo é de extrema importância” e que

José Pereira Coutinho assegura que há trabalhadores a cumprir tarefas para as quais não são contratados e diz que estes não as rejeitam por receio de retaliações

Função pública TrAbALhADOrES ALvO DE pErmuTA DE fuNçõES

Trocas e baldrocas“O pessoal que trabalha na linha da frente na Administração Pública tem vindo a apresentar queixas junto do meu gabinete de deputado, apontando para o facto de haver um grande número de trabalhadores obrigados a desempenhar funções que não correspondem à sua carreira profissional”pereira couTinho Deputado

correspondem à sua carreira profissional”, pode ler-se na in-terpelação entregue ao Governo.

Pereira Coutinho apresenta como exemplo os auxiliares ou operários qualificados que “de-sempenham tarefas de natureza executiva de carácter manual ou mecânico” e também de natureza física ou material, ressalva.

“Esses trabalhadores têm sido frequentemente chamados para realizar tarefas de expediente que pertencem a outras carreiras pro-fissionais, como a entrega de cartas e ofícios e condução de viaturas, o que não corresponde ao respectivo conteúdo funcional”, escreve o deputado.

Da moral afectaDaPara Pereira Coutinho, estão em causa questões de segurança aquando da troca destas funções. É algo que, diz, pode suscitar muitos problemas, visto que tanto a moral dos trabalhadores, “como o funcionamento do serviço po-derão ser afectados pelo facto do trabalhador não estar qualificado para essas tarefas”.

E o deputado explica porquê. “No concurso de ingresso para outras carreiras não estão incluí-dos conhecimentos sobre a teoria, prática e experiência de condução de viaturas, e se esse trabalho for executado por trabalhadores de outras carreiras, será difícil assegurar a segurança deles e dos outros.”

O deputado, que preside tam-bém à Associação dos Trabalhado-res da Função Pública (ATFPM),

diz que os trabalhadores aceitam desempenhar estas funções “pelo facto de recearem a retaliação e a não renovação do contrato”. Por isso, José Pereira Coutinho questiona o Governo sobre a interpretação do Estatuto dos Trabalhadores da Função Pública e do regime de carreiras e quais devem ser as reacções correctas dos funcionários públicos perante esse tipo de pedidos. - a.S.S.

os turistas continuam a ser bem-vindos na RAEM, não só para fazerem turismo como para consumirem os produtos e serviços locais. Contudo, “é necessário estar atento à forma como este turismo afecta ou não a vida dos residentes locais”, pelo que é preciso encontrar “um ponto de equilíbrio”.

fluxoS repartiDoSTal como anteriormente, Alexis Tam falou numa repartição dos turistas vindos do con-tinente. “Neste momento os turistas optam pela visita ao território nas alturas das grandes festividades, por isso vamos tratar com os ministérios competentes a optimização desta situação, que passará pela distribuição dos

fluxos turísticos. Ou seja, repartir as entradas dos turistas ao longo do ano e não só na altura das grandes festas”, aponta o comunicado.

O referido relatório será entregue ao Governo Central, conforme adiantou Chui Sai On aquando da sua ida para Pequim esta semana, por ocasião do arranque da reunião da Conferência Consultiva Polí-tica do Povo Chinês (CCPPC). Também segundo um comunicado oficial, Chui Sai On explicou que “se o relatório tiver aprovação do Governo Central e dos res-pectivos ministérios”, é o Secretário quem vai acompanhar os trabalhos nesta matéria.

O líder do Governo adiantou ainda que “é compreensível” que os residentes este-jam atentos à capacidade de acolhimento turístico e à política dos vistos individuais, uma vez que isto está dependente dos equipamentos, serviços e recursos huma-nos existentes. Só em 2014 os visitantes do interior da China foram 21 milhões, continuando este a ser o maior mercado turístico da RAEM. Tendo a política dos vistos individuais sido implementada em 2003, o Governo considera que este é o momento ideal para traçar um balanço.

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6 hoje macau sexta-feira 6.3.2015sociedade

AndreiA SofiA [email protected]

a dias de se celebrar o Dia Internacional da Mulher, o HM analisa os dados oficiais dos

homens e mulheres que actual-mente trabalham como funcio-nários públicos. Os números, constantes no último relatório de recursos humanos dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), mostram que as mulheres continuam a liderar em poucas categorias da profissão.

Actualmente, as mulheres têm mais posições de topo na área da docência (77%), de técnicos (52%) e de técnicos de apoio (53,3%). Lugares de magistrados, chefia de departamentos e assessoria conti-nuam a ser dominados por homens.

“Os efectivos do sexo mascu-

AS mAiS quAlif icAdASApesar de estarem mais afastadas dos cargos de chefia no Governo, as mulheres têm mais qualificações. “Verifica-se uma predominância de efectivos do sexo feminino que possuem habilitações de mestrado, licenciatura, curso superior ou curso médio profissional”, aponta o relatório dos SAFP. Teresa Vong explica que mesmo analisando a população de Macau, as mulheres têm mais qualificações. “Segundo o meu conhecimento, as mulheres têm mais paciência para continuar os estudos e terminar os mestrados ou doutoramentos no horário pós-laboral.”

menoS homenS“O número de efectivos do sexo masculino na Administração Pública foi sempre superior ao número de efectivos do sexo feminino”. A conclusão do relatório dos SAFP sobre os últimos dez anos é clara, mas o panorama tem vindo a mudar. “Constata-se que a percentagem dos efectivos do sexo masculino tem vindo a diminuir desde o ano de 2004, em que representava 64,8%, e em 2013 representa 58,2%. Esta tendência começou a ser mais evidente a partir de 2005. A percentagem de efectivos do sexo masculino começou a diminuir a uma média anual de 0,7%.”Para Anabela Ritchie, isso tem a ver com o facto das mulheres terem começado a estudar. “Neste momento, nos diversos sectores de actividade, vê-se o aparecimento das mulheres, nas escolas, nas universidades, há uma partilha maior de responsabilidades. Um maior acesso de oportunidades de educação, às escolas e aos cursos superiores leva a que a mulher esteja cada vez mais presente nestes postos de trabalho”, disse ao HM.

“Olhando para a população de Macau,a performance das mulheres é melhor, mas de acordo com as práticas sociais, têm menos oportunidade para expressar os seus talentos. Deve-se criar mais espaço para as mulheres”Teresa Vong Docente da UM

Nos últimos dez anos a percentagem de homens a trabalhar na Função Pública tem vindo a diminuir, mas as mulheres continuam a não se notar em direcções de chefiae na magistratura, mantendo-se líderes nos cargos de docência e de técnicos superiores. Teresa Vong diz que ainda é preciso mais igualdade de género

goVerno Mulheres continuaM afastadas dos cargos de gestão

Funcionalismo público veste calças

lino são os que predominam em todos os grupos de pessoal, (...) sendo a predominância de homens em relação às mulheres mais acen-tuada no sector das Forças de Segu-rança, em que 76,9% são homens, enquanto que na Administração Pública os homens representam 48,2%”, pode ler-se.

Anabela Ritchie, antiga presi-dente da Assembleia Legislativa (AL), olha com naturalidade para estes números. “É uma coisa

que já vem de trás. As mulheres sempre tiveram mais propensão para as funções de professor ou de enfermeiro, por exemplo. Não me surpreende que seja assim”, disse ao HM.

Contudo, Anabela Ritchie des-taca o aumento do universo femini-no em cargos de magistratura. “Nos últimos anos vemos que aparecem mais mulheres nos cursos de for-mação de magistrados e é bom que continuem a aparecer”, apontou.

A antiga presidente da AL lem-bra que o facto de muitas mulheres estarem arredadas dos cargos de chefia no Executivo pode ser por opção.

“Sabemos que por variadas razões, por responsabilidades que têm dentro de casa e da família, são elas próprias que preferem estar em funções que não sejam de chefia. É um facto. O que é importante para mim é que as oportunidades existam”, frisou.

Homens lideram na UmTeresa Vong, docente da Univer-sidade de Macau (UM), não con-corda com Anabela Ritchie e diz que esses casos são esporádicos. “Olhando para os cargos de chefia [na Função Pública], parece-me que a proporção entre homens e mulheres é similar, mas o facto é que as mulheres continuam a estar em cargos com uma posi-ção inferior. Há mais directores homens e isso significa que não há igualdade de oportunidades”, disse ao HM.

A docente na área da Educação fala do exemplo da universidade onde trabalha. A reitoria é com-posta por homens, as direcções dos departamentos também.

“Analisei as igualdades de gé-nero na UM há cerca de dois anos e descobri que há mais homens em cargos de liderança. Temos apenas duas mulheres”, descreveu.

Olhando para o panorama do sector público, Teresa Vong de-fende que o Executivo “deveria ter critérios mais justos” na hora de contratar, apesar de frisar que a questão do género pouco importa.

“A política de recrutamento não olha para a questão do género na hora de contratar, mas a verdade é que a maioria das mulheres que entra na Função Pública vai para o cargo de técnico, nem sequer entra para as posições de técnico superior”, referiu.

Apesar de nos últimos dez anos o número de homens ter vindo a diminuir na Função Pública (ver caixa), a verdade é que Teresa Vong ainda encara o papel da mulher na sociedade como sendo de subordinação.

“As mulheres continuam a ter diferentes papéis e a terem de tomar conta das suas famílias. Mas nas

famílias mais jovens já começam a ter uma maior divisão de papéis e responsabilidades. Mesmo o marido toma conta dos filhos. As mulheres continuam a ter menos oportunidades do que os homens, no geral. Na área das vendas, por exemplo, as mulheres com mais de 35 anos não são contratadas e esta é uma forma de discriminação”, disse a docente.

No geral, diz, em termos de educação, é preciso promover mais a igualdade de géneros. “Olhando para a população de Macau, a per-formance das mulheres é melhor, mas de acordo com as práticas sociais, têm menos oportunidade para expressar os seus talentos. Deve-se criar mais espaço para as mulheres”, concluiu.

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7 sociedadehoje macau sexta-feira 6.3.2015

Fil ipa araújo*[email protected]

Às portas do Dia Interna-cional da Mulher, que se festeja este domingo, o HM falou com agentes

anónimos e activos da sociedade de Macau. O resultado é unâni-me: a mentalidade está a mudar e as mulheres começam a ganhar terreno na igualdade de géneros. Mas muito há a fazer.

“A mentalidade das mulheres de Macau está diferente e isto vem de há alguns anos. se pensar na minha mãe, já ela tinha uma mentalidade diferente da mãe dela. Agora somos mais independen-tes, trabalhamos, estudamos, não temos aquele pensamento que o homem é que pode trabalhar e o nosso lugar é em casa”, explica Almerinda Baptista, macaense, reformada há 22 anos.

Almerinda emigrou em jovem para o Canadá e, por isso, diz, abriu a mente para outros valores que não os então praticados na China. As suas amigas que vinham do interior da China já comentavam o seu espírito livre e de claras diferenças quando comparada com elas.

“Também, por causa de Macau reunir gente de muito lado, os portugueses e outros povos, esta mentalidade de quem aqui vive vai-se alterando. Mas claro, esta foi a educação que a minha mãe me deu, se tivesse sido outra talvez eu pensasse como as minhas amigas mais conservadoras, que achavam que o lugar da mulher era a tomar conta dos filhos”, explica.

sílvia Lam, uma jovem de 25 anos, funcionária pública, defende que “de facto há mais mulheres a sair de casa e a trabalhar”. Tudo isto devido “à economia que explodiu em Macau, ao sector do Jogo e ainda fruto da necessidade”.

Todo o desenvolvimento social e económico proporcionou, defen-de, que a mulher saísse de casa. “Por exemplo, com as creches e os infantários, as mulheres come-çaram a ter mais tempo livre em casa, porque não têm que cuidar dos filhos, podendo assim come-çar a trabalhar em part-time. Isto levou as mulheres para a rua, para o cenário económico de Macau”, argumenta.

Para a jovem, que estudou em Macau e em Portugal, o lugar da mulher merece o mesmo destaque que os homens, assim como as mesmas oportunidades, e esse ideal começa a interiorizar-se no consciente das mulheres, mesmo daquelas que vêm do interior da China.

“Não me refiro apenas às mu-lheres de Macau ou que moram desde pequenas em Macau, mas também às mulheres que chegam do interior da China com uma mentalidade mais vincada. [Elas] conhecem, ao chegar ao terri-tório, outras realidades, outros

Numa sociedade com raízes conservadoras, os primeiros raios de luz começam a fazer-se notar. As mulheres em Macau, dizem elas, estão a acordare a mostrar-se como seres activose independentes. Já nada é como era,mas ainda há muito a fazer

Mulheres Mentalidade está a Mudar

“Nós existimos”“Sinto que muitas amigas minhas acham que as coisas delas devem ser feitas por elas próprias. São fortes e independentese por isso defendem a igualdadede géneros”Michelle chaN relações Públicas no hotel sands

ideais e elas próprias percebem que podem e devem ter um papel diferente na nossa sociedade”, remata sílvia.

sobre esta alteração de mentali-dades para as mulheres que chegam do interior da China, Michelle Chan, Relações Públicas no Hotel sands, de 24 anos, defende que, como estudante da universidade da cidade chinesa de Wuhan, de facto, as mulheres, suas amigas de lá, têm uma cultura e educação diferente daquele que se recebe em Macau, mas assume que também elas têm consciência do papel da mulher.

“sinto que muitas amigas minhas acham que as coisas delas devem ser feitas por elas próprias. são fortes e independentes e por isso defendem a igualdade de gé-neros”, argumenta.

Também a jovem considera que os papéis dos homens e das mulheres são iguais, ambos têm as mesmas responsabilidades não apenas no mundo familiar mas tam-bém no trabalho. “Não deve existir o domínio do género masculino numa sociedade”, frisa.

Caminho que se segueNum cenário perfeito a igualdade existiria. “Mas a verdade é que continua a existir muita desi-gualdade de géneros em Macau”, desenvolve o advogado Miguel de senna Fernandes, frisando contudo que “à luz da lei é inegável que somos todos iguais”.

Para o advogado, o papel de “chefe de família” começa a desa-parecer, mas não senna Fernandes não nega que “grande parte dos ho-mens chineses nem sequer discute o seu estatuto perante a mulher”, algo que ainda está “muito presente no território”.

Apesar disso, diz o advogado, é natural que haja uma alteração na mentalidade e por isso no compor-tamento, até porque muitos jovens foram estudar para fora de Macau.

“Uma grande parte dos jovens começou a estudar em grandes me-trópoles, europeias e não só. sítios

em que a paridade entre homens e mulheres causa um impacto enor-me neste jovens que estão a voltar e noutros que já voltaram”, diz.

Nos últimos 15 anos, “é inegável a mudança que Macau tem registado”. Apesar das suas próprias limitações, esta é uma “sociedade aberta, com acesso à informação e que leva as pessoas, neste caso particular as mulheres, a questionarem-se”.

Há ainda, defende Miguel de senna Fernandes, uma maior fre-quência dos problemas que não se viam há alguns anos. E exemplo disso é a discussão em torno da violência doméstica.

Esta discussão foi a grande impulsionadora para “que as mu-lheres de Macau acordassem para o mundo que as rodeia”, como defende Rita santos, ex-secretária--geral-adjunta do Fórum Macau.

“Ainda há muita mulher com a mentalidade tradicional chinesa, principalmente na zona norte de Macau”, explica. “É preciso acor-dar. Vi que, com o tema da violência doméstica, as mulheres começaram a sair das suas casas e a acordar, isso mesmo, a acordar”, rematou.

eduCação aCtivaÉ a educação a arma para romper com os valores de desigualdade. “É através da educação que conse-guimos mostrar às jovens e futuras mulheres da sociedade que devem e têm direito a um papel activo na nossa sociedade, acabando com aquelas imagens e textos, que pelo menos existiam antes, de mulheres em casa e a levar os filhos à escola. só assim se consegue”, defendeu.

Para Miguel de senna Fernan-des não há qualquer dúvida, “os tempos são outros e as mulheres e toda a sociedade estão a cami-nhar para a mudança”, algo que é mundial.

“Não acontece só em Macau, há uma tendência mundial para esta conquista da mulher, porque apesar de defendermos igualdade, ainda existe muita descriminação, como por exemplo no mundo do trabalho. Quem sabe se daqui a 15 ou 20 anos não teremos uma mulher a Chefe do Executivo. Eu acredito nisso”, conclui. - *com Flora Fong

“A mentalidade das mulheres de Macau está diferente e isto vem de há alguns anos. Agora somos mais independentes, trabalhamos, estudamos, não temos aquele pensamento que o homem é que pode trabalhar e o nosso lugar é em casa”alMeriNda BaPtista reformada

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8 sociedade hoje macau sexta-feira 6.3.2015

Flora Fong [email protected]

A companhia de Te- lecomunicações Hutchison (3Ma-cau) vai imple-

mentar um novo serviço para os utilizadores de Macau, o “Hong Kong Wifi”, que permite a utilização de internet na região vizinha. Ontem, à margem de um encontro de Primavera com a comunicação social, Ho Wai Ming, director-executivo da empresa, disse ainda

Os hotéis e pensões de Macau alojaram 803 mil pessoas em Janeiro, registando uma queda homóloga de 8%, foi ontem divulgado. Os dados dos Serviços de Estatística e Censos indicam que o número de hóspedes proveniente do interior da China, o maior mercado emissor de turistas

para Macau, caiu 2,6% para 533 mil pessoas. Já Hong Kong registou uma descida de 31,7% para 76 mil hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros de Macau em Janeiro. A taxa de ocupação teve uma queda de 1,5% para 79,4%. Por categorias, os hotéis de cinco estrelas

foram os que apresentaram uma taxa de ocupação mais elevada (80,6%), ainda assim menos 2,5% em comparação com Janeiro de 2014. A estada média na hotelaria da RAEM manteve-se idêntica à do mesmo mês do ano passado, situando-se nas 1,4 noites.

IPIM aprovou mais pedidos de residência em 2014

O Instituto de Promo-ção do Comércio

e do Investimento de Macau (IPIM) recebeu o ano passado um total de 436 pedidos de fixação de residência temporária por quadros dirigentes e técnicos especializados, o que representa uma di-minuição de 151 pedidos face a 2013. Contudo, aprovou mais 26 pedidos face a 2013, tendo, o ano passado, aprovado um total de 277 pedidos de residência feitos por quadros especializados.

Os dados, divulgados ontem, revelam ainda que também aumentou o número de pedidos de residência aprovados pela via do investimento, mais quatro pedidos face a 2013. Actualmente, os pedidos de fixação de residência em Macau por quadros especializados representam 84,5% de todos os processos do IPIM, sendo que os pe-didos por investimento representam 15,5%.

De frisar que o Gover-no acabou com o pedido de residência por inves-timento, mas há ainda quatro mil casos que “estão a ser processados suces-sivamente” e que deram entrada antes da lei deixar de estar em vigor. Há ainda um pedido de fixação de residência por aquisição de bens imóveis em análise, “devido à verificação das habilitações académicas dos requerentes”.

Telecomunicações REdE 3 PREPARA nOvOS SERviçOS

chegar para ficarUm serviçode wifi para ser usado em Hong Kong e muita confiançade que irá vencer umadas licenças para a rede 4G são os anúncios da Rede 3

A Hutchison vai implementar dois novos serviços, sendo um deles o “Hong Kong Wifi”, onde os clientes podem usar mais de 16 mil pontos gratuitos de Wifi em grandes centros comerciais, cafés e restaurantes na cidade vizinha

estar confiante em ganhar a licença de serviço 4G, à qual a empresa concorreu.

Ho Wai Ming revelou aos jornalistas que o negócio do ano passado aumentou de forma estável, atingindo o

nível previsto pela empresa. Ainda assim, não falou em números.

A Hutchison vai imple-mentar dois novos serviços, sendo um deles o “Hong Kong Wifi”, onde os clientes

podem usar mais de 16 mil pontos gratuitos de Wifi em grandes centros comerciais, cafés e restaurantes na cida-de vizinha.

Como a companhia tem negócios em Hong Kong, o director-executivo con-sidera que este serviço vai trazer vantagens aos clientes de Macau.

Outro dos novos servi-ços é a “Opção de visualiza-ção de dados móveis”, algo a que a companhia foi obri-gada pela própria Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações.

“Quando os dados mó-veis dos clientes se estive-rem a aproximar do limite máximo, a companhia vai avisar os clientes, para que estes possam optar se que-rem comprar ou não dados móveis extras”.

Esta medida foi uma das exigências da renovação das licenças dos servi-ços de telecomunicações DSRT.

Confiança no 4GQuando questionado sobre os preparativos da compa-

nhia sobre o serviço 4G, cujo resultado do concurso deverá ser anunciado no primeiro trimestre deste ano, Ho assume-se con-fiante.

“[A DSRT] previu que [o resultado] vá ser publi-cado em Março. Temos confiança, capacidade e experiência para conseguir uma das quatro licenças”, disse ontem.

Segundo os requisitos do concurso de licenças de 4G, no final deste ano, as empresas devem ter uma rede que abranja 50% de todo o território, algo que o director-executivo disse conseguir.

No que toca aos pla-nos de dados móveis ili-mitados, que preocupou a sociedade, o director assegura que o cancela-mento dessa medida surgiu porque “existem pessoas que abusam do serviço de dados móveis ilimitados”, o que não beneficia outros consumidores.

“Ainda não cancelamos todos os planos de dados móveis ilimitados, mas é melhor de acordo com o princípio de utilização justa. Quanto mais o cliente usa, mais paga”, rematou.

Ocupação de hotéis e pensões segue tendências de queda

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9 sociedadehoje macau sexta-feira 6.3.2015

Flora Fong [email protected]

O director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, e o

vice-director da Galaxy Macau não consideram adequado que o Governo emita mais uma licença de Jogo, devido ao facto das receitas terem caído largamente.

As declarações dos líderes dos casinos surgiram à margem da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e numa altura em que o Governo vai começar a revisão intercalar das licenças de Jogo.

Segundo o Jornal do cidadão, Ambrose So, da SJM, diz que não concorda com a emissão de uma nova licença, uma vez que, de acordo com as atitudes do Governo Central e do de Macau, é necessário “regulamentar e controlar” toda a indústria do Jogo e diversificar as indústrias.

“Emitir mais licenças pode entrar em conflito com esse ob-jectivo”, disse.

DivergênciasAs declarações de Ambrose So são diferentes das de David Chow, da Doca dos Pescadores e do Casino Babylon, que não só quer uma licença, como quer que esta seja local e, se der, para si.

Já o vice-director da Galaxy Macau, Francis Lui, considera que não é adequado haver grandes mudanças no mercado.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Francis Lui referiu que, numa altura em que está a haver um ajustamento das receitas de Jogo, o mercado deve-se desenvolver “de forma estável”, pelo que, defende, “o Governo deve ter cautela e con-siderar cuidadosamente o número de licenças de Jogo existentes em Macau”.

No que toca à diminuição de negócios das salas VIP, Lui revelou que actualmente a proporção entre salas VIP e zonas comuns são se-melhantes e que é “inevitável haver integração de salas VIP”.

LacunasPara o presidente da Melco Crown Entertainment, Lawren-ce Ho, o suceder de vários problemas no desenvolvimento da indústria de Jogo deve-se ao respectivo sistema jurídico que está, na opinião do dirigente, “incompleto”.

leonor Sá [email protected]

o Fundo das Indústrias Culturais (FIC) está a fazer um inves-

timento de 110 milhões de patacas para apoiar as 86 projectos e empresas apro-vados para receber ajuda financeira. Neste momento, o FIC aponta para a criação de 627 postos de trabalho no mercado local. O anúncio foi feito ontem por Leong Heng Teng, presidente do FIC, durante um encontro com os jornalistas. O representante afirmou ainda que o montante de investimento das empresas nesta iniciativa ronda os 660 milhões de patacas. De acordo com Leong, a segunda fase de registo de candidaturas

Aeroporto com mais passageiros em 2014

O Aeroporto Internacional de Macau registou 480 mil

passageiros em Fevereiro, mais 14% face ao período homólogo do ano passado, segundo dados da empresa proprietária.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, a Companhia do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) refere que o maior volume de passageiros foi trans-portado nas rotas do sudeste asiá-tico (170 mil) e de Taiwan (120 mil), com estes dois mercados a apresentarem aumentos de 22% e 13%, respectivamente. O inte-rior da China cresceu 8,7% em volume de passageiros, enquanto o nordeste asiático manteve uma “boa tendência de crescimento”, com o mercado da Coreia do Sul a registar um aumento de 27% em número de passageiros. Já as rotas do Japão cresceram 5% no mesmo indicador.

O Aeroporto Internacional de Macau fechou 2014 com o registo de 5,48 milhões de passageiros, mais 9% face ao ano anterior. Para este ano, os responsáveis pelo Aeroporto querem ampliar em 3% o nú-mero de passageiros para 5,65 milhões de pessoas, atingir os 54.500 movimentos de aerona-ves (mais 4%) e operar 29.343 toneladas de carga (mais 2%).

Casinos Directores não querem mais uma licença

Fora de JogoA emissão de mais uma licença de Jogo não agradaaos responsáveis dos casinos que, dizem, só viria prejudicara diversificação de indústrias. Lawrence Ho, da Melco,afirma que as leis do Jogo estão desactualizadas

De acordo com o Jornal do Cidadão, Lawrence Ho referiu, na reunião conjunta de membros do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política de Hong Kong e Macau, que a indústria de Jogo pode servir de base à promoção da diversificação da economia de

indústrias Culturais FiC investe 110 milhões

Tudo bons contribuintes

Macau, e que o sector deve manter um ambiente de mercado “saudá-vel e regular”.

No entanto, apontou, existem problemas no desenvolvimento da indústria que se devem, “funda-mentalmente, ao respectivo sistema jurídico incompleto e à falta de leis

relativas aos negócios da área”. Ho sugere que seja melhoradas as leis em relação à indústria.

“Agora neste importante perío-do de ajustamento da indústria de Jogo, espero que o Governo Central dê mais atenção e instruções para o desenvolvimento do sector.”

deverá arrancar em inícios de Abril, estando agendada uma sessão de esclarecimento para o final deste mês. No entanto, o também porta-voz do Conselho Executivo frisou que não serão estabelecidos prazos de execução futuros, pelo menos para já. “Não iremos estabelecer um período para a abertura. As empresas devem submeter os projectos ao fundo quando considerarem que o seu está maduro, quando quise-rem”, acrescentou o responsável.

em nome Da expansãoNão foi, no entanto, revelado qual o montante a distribuir por

cada uma das entidades aprova-das. “Avaliamos principalmente o desenvolvimento previsível do projecto”, explicou Leong Heng Teng. O intuito desta iniciativa é permitir que entidades privadas locais tenham a oportunidade de aumentar o seu volume de negó-cios e expandir-se localmente e no estrangeiro. De entre os mais de 500 pedidos de marcação, foram 328 os que seguiram em frente, tendo apenas 86 sido aprovados. De entre as quatro grandes áreas de especialida-de, estão jogos e multimédia, dança, animação e televisão. O presidente do fundo aproveitou

ainda para anunciar que ¼ está apta para receber financiamento governamental sem juros durante um período que pode ir de dois a três anos.

Neste momento, o FIC está também a ajudar centros de incubação e plataformas de serviços da RAEM, não apenas empresas ou projectos. “Neste momento, pretendemos dar um apoio que possa afectar a raiz do mercado”, disse o presiden-te do fundo aos jornalistas. Há actualmente já oito plataformas em funcionamento e às quais foi concedido um total de 40 milhões de patacas.

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10 hoje macau sexta-feira 6.3.2015eventos

Era Uma VEz Em Goa • Paulo Varela GomesEstamos em 1963, dois anos volvidos sobre a expulsão dos portugueses da Índia. Os territórios de Goa, Damão e Diu encontram-se sob o domínio ainda ambíguo do governo indiano, mas, nas ruas, o concacim e o inglês convivem a toda a hora com um sub-reptício português, os letreiros das lojas ainda mal apagados, a religião ecléctica com as marcas de Cristo, os edifícios e a cultura no limbo de um colonialismo defunto. Graham é um cidadão britânico que chega a Goa com escassos recursos e por meios pouco ortodoxos, antecipando-se às ondas hippies que encontrarão na Índia o reduto místico por excelência. Sistematicamente confundido com um perigoso infiltrado português, Graham terá de sofrer rocambolescos encontros, desencontros e aventuras até vislumbrar os sentidos possíveis da complexa cultura goesa.

À Venda na LiVraria PortuGuesa rUa dE S. dominGoS 16-18 • TEl: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

aS mUlhErES E a GUErra Colonial • sofia BrancoRezaram e fizeram promessas por eles. Escreveram-lhes centenas de aerogramas, adiando o amor, às vezes sem volta. Tornaram-se madrinhas de guerra de homens que nem sequer conheciam. Foram com eles para o território desconhecido de África, que amaram ou odiaram, ou resignaram-se a esperar por eles, com filhos nos braços. Voaram para os resgatar do mato, onde chegaram mesmo a morrer por eles, e organizaram-se, com maior ou menor cunho ideológico, para lhes aliviar a saudade, enquanto apoiavam as suas famílias. Mães, irmãs, filhas, amantes, companheiras, amigas, muitas mulheres viveram a guerra colonial como se também elas tivessem sido mobilizadas. Depois da guerra, também para elas nada foi como dantes.

Albergue Seminário “A inteligênciada Pedra Natural Portuguesa”O Albergue SCM e a Associação de Arquitectos de Macau organizam na próxima terça-feira, dia 10, o seminário “Stone Intel - A inteligência da Pedra Portuguesa”. A acontecer no Albergue SCM, pelas 18h30, o seminário será ministrado em inglês. A entrada é livre, mas os interessados deverão fazer uma inscrição prévia junto do Albergue.

Venetian Polygram e Sam Huitrazem Cantopop à arena A Arena do Venetian acolhe, em Março e Abril, dois espectáculos dedicados ao cantopop, com alguns dos nomes mais famosos do estilo musical. Já no dia 14 de Março, sobem ao palco Priscilla Chan Wai-han, Hacken Lee Hak-kan, Vivian Chow Wai-man, Albert Au Shui-keung, Daniel Chan Hiu-tung e Karen Tong Bo-yu, cantores da editora Polygram, que apresentam “Polygram Forever Live in Macau”. Os bilhetes estão já à venda para o espectáculo que começa às 20h00 e custam entre 280 a 1280 patacas. Sam Hui, cantor de Hong Kong, chega a Macau a 4 de Abril para apresentar o show “What a Wonderful World”. O artista, considerado como um dos primeiros grandes cantores de cantopop, vai ainda fazer-se acompanhar por familiares, como o irmão Michael Hui, e por Shannon Lee, a filha do lendário Bruce Lee. O concerto está marcado para as 20h00 e os bilhetes custam entre 280 a 1080 patacas.

Arte Revista C2 apresentatendências do mercadoA edição deste mês da revista C2, publicada pelo Instituto Cultural, trata de temas de artes e debruça-se sobre oportunidades no mercado das artes. Nesta edição, artistas e curadores de Macau olham para os dois assuntos. Presente também a análise do designer gráfico Chiu Kwong Chiu, que partilha a sua opinião sobre tradições, estética e indústrias criativas, através da sua obra sobre a Cidade Proibida e estudos sobre a Hollywood Road, em Hong Kong. É ainda feita a análise do funcionamento e desafios que se colocam aos festivais de artes na RAEM e Hong Kong. A C2 é uma publicação trilingue – chinês, português e inglês - e terá uma nova versão disponível online na primeira segunda-feira de cada mês, onde poderá ser descarregada a versão integral.

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11 eventoshoje macau sexta-feira 6.3.2015

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Eléctrico 28 veste-se de cortiça e aterra nos EUA

X yzA Bacani, a fotógrafa que foi recentemente se-leccionada como

uma das vencedoras da Magnum Foundation Fe-llowship for Human Rights em Nova Iorque, vai expor em Macau no âmbito do Festival Rota das Letras. A fotógrafa filipina, que reside em Hong Kong, apresenta uma exposição individual.

“Pedaços de Vida” apre-senta uma série de 15 fo-tografias a preto e branco e debruça-se sobre as ruas de Hong Kong, captando momentos de amor e soli-dão. “Dizem que a solidão é uma dádiva e que encontrar alguém cujo coração bate ao mesmo ritmo que o nosso é qualquer coisa que não tem preço. Dizem que ambos os cenários são bons e que por vezes precisamos dos dois na nossa vida. Questiono-me sempre sobre as diferenças entre amor e solidão quando experiencio ambos. Esta co-lecção de fotografias de rua é sobre o contraste do amor e da solidão nas nossas vidas”, diz Xyza Bacani.

EstrEia Em macauA mostra – que tem inaugu-ração marcada para dia 22 de Março, no Edifício do Antigo Tribunal, às 15h00 - é

Os filmes “Os gatos não têm vertigens”, “Os Maias” e “O

grande Kilapy” são os mais nomeados para a quarta edição dos prémios sophia, de acordo com o anúncio feito ontem em Lisboa, pela Academia Portuguesa de Cinema.

“Os gatos não têm ver-tigens”, de António-Pedro Vasconcelos, conta com 15 nomeações - de um total de 20 categorias –, abrangendo praticamente todas as áreas: realização, representação feminina e masculina, di-recção de fotografia ou argumento original.

Já “Os Maias – Cenas da vida romântica”, de João Botelho, soma 13 nomeações para os prémios sophia, também nas princi-pais categorias. O autor, que chega a Macau este mês para o Festival Rota das Letras, viu o seu filme ser o mais visto de 2014.

Com 12 nomeações surge “O grande Kilapy”, do realizador angolano zezé Gamboa.

Além de “Os gatos não têm vertigens”, “Os Maias” e “O grande Kilapy” tam-

DE 03 a 24 de Março, a cidade de Wa-shington vai ser mais portuguesa, no

âmbito do festival Iberian suite. Para o evento, o artista Nuno Vasa criou um eléctrico 28 de cortiça, em tamanho real, que está em exibição no Kennedy Center.

Celebrar a importância das culturas que falam português e espanhol no mundo é o objectivo deste festival que conta com dezenas de eventos e performances, desde concertos a exposição passando por debates, encontros literatura e momentos culinários.

No âmbito do evento, o Arte Institute, com o patrocínio da Luso American Foundation

for the Development (FLAD), convidou o artista português Nuno Vasa a criar uma peça, de cortiça, para expor no Kennedy Center, em Washington.

O artista juntou dois elementos sim-bólicos do nosso país – os eléctricos e a cortiça – numa única peça: um eléctrico, com a placa do mítico 28, em tamanho real feito de cortiça.

A peça, que viajou de barco até aos Es-tados Unidos, está em exibição no hall do Kennedy Center. Um dos “objectivos desta instalação é mostrar ao público norte-ame-ricano as variadas aplicações da cortiça”.

Sophia antónio p. VaSconceloSe João Botelho nomeadoS

O vencedor é...Rota daS letRaS Xyza Bacani no Festival literário

do amor e da solidão

“Questiono-me sempre sobre as diferenças entre amor e solidão quando experiencio ambos. Esta colecção de fotografias de rua é sobre o contrastedo amor e da solidão nas nossas vidas”Xyza Bacani

Empregada doméstica durante o dia e fotógrafa nas horas vagas, Xyza Bacani é uma cidadã filipina a viver em Hong Kong, que recentemente conseguiu uma bolsa da Magnum Foundation Fellowship for Human Rights. Agora, a partir de 22 de Março, pode ver as fotografias de Bacani em Macau

a primeira de Xyza Bacani em Macau. Esta é também a primeira vez que a fotógrafa expõe desde que esteve no centro de todas as atenções em Janeiro, quando viu o seu trabalho e a sua história de vida receberem cobertura internacional no The New york Times Lens Blog, na CNN, e em muitos outros meios de comunicação.

A trabalhar como em-pregada doméstica durante o dia, Xyza Bacani aspira

bém “A vida invisível”, de Vítor Gonçalves, estão no-meados para Melhor Filme, sendo que os realizadores estão nomeados na categoria de melhor realização.

a dobrarDestaque para a actriz Maria João Pinho, com uma dupla nomeação: para melhor actriz principal, em “A vida invisível”, ao lado de Filipe Duarte, que também está nomeado para melhor actor, e para melhor actriz secundária, em “Os Maias”.

A Academia já tinha anunciado anteriormente

que a actriz Eunice Muñoz e o actor e encenador Luís Miguel Cintra vão ser dis-tinguidos com o Prémio Carreira 2015.

No ano passado, Joa-quim Leitão venceu o pré-mio sophia de melhor realizador, pelo filme “Até amanhã camaradas”. O sophia de “Melhor Filme” foi atribuído a “A última vez que vi Macau”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.

A cerimónia dos prémios sophia está marcada para 2 de Abril, no Centro Cultural de Belém.

a uma carreira profissional como fotojornalista e para isso tem documentado a vida da comunidade filipina de Hong Kong. Também acompanhou o movimento Occupy Central e faz maiori-tariamente fotografia de rua.

A mostra faz parte da programação do Rota das Letras, que acontece este ano de 19 a 29 de Março, sendo que estará aberta ao público de 22 de Março a 7 de Abril. Tem entrada livre.

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12 china hoje macau sexta-feira 6.3.2015

a economia chinesa con- tinuará a abrandar em 2015, para “cerca de 7%”, mas a “qualida-

de do crescimento” aumentará e continuará a manter o ritmo “necessário” para modernizar o país, anunciou ontem o primeiro--ministro chinês, Li Keqiang

Aquela meta (cerca de 7%) “está de acordo com o objectivo de concluir a edificação de uma sociedade moderadamente prós-pera em todos os aspectos e com as exigências de crescimento e de actualização da nossa economia”, diz o relatório do governo apresen-tado aos cerca de 3.000 deputados da Assembleia Nacional Popular chinesa.

Segundo Li Keqiang, o cres-cimento preconizado para este ano, o mais baixo do último quarto de século, coincide tam-bém com “as leis objectivas de desenvolvimento e as condições da China”.

“Se a economia da China pu-der crescer a este ritmo durante um período relativamente longo, asseguraremos uma base material mais sólida para a modernização”, acrescentou.

Para este ano, o governo chinês propõe-se “manter a inflação em torno dos 3%” (um ponto percen-

Quase 500.000 chineses estudaram no estrangeiro em 2014Um total de 459.800 chineses deixaram o seu país para estudar no estrangeiro em 2014, anunciou ontem o Ministério da Educação. Entre os que partiram para o exterior no ano passado para estudar, 21.300 receberam apoios financeiros públicos, 15.500 foram apoiados pelos seus empregadores, e outros 423.000 fizeram-no por conta própria, indicou o Ministério, citado pela agência Xinhua. O número de estudantes a sair do país foi 11,1% superior ao de 2013. Cerca de 360.000 alunos regressaram à China em 2014, mais 3,2% que no ano anterior. Desde 1978, mais de 3,51 milhões de chineses saíram do país para estudar. No final do ano passado, 1,7 milhões estavam no estrangeiro a completar estudos.

A China vai ligar os mercados de ac-ções de Hong Kong e Shenzhen,

zona económica especial continental adjacente à antiga colónia britânica, como parte de um impulso de refor-mas financeiras, anunciou ontem o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Depois de um movimento idêntico entre as bolsas de Xangai, a capital financeira da China, e Hong Kong, Li Keqiang disse que a ‘união’ entre com

Shenzhen irá acontecer “no momento oportuno”, mas sem detalhar prazos.

Em Novembro, as autoridades chinesas passaram a autorizar que os investidores com contas em Hong Kong e Xangai passassem a poder ne-gociar títulos seleccionados da outra praça através das contas no mercado de origem.

A bolsa Shenzhen, localizada do outro lado da fronteira de Hong

Kong e com forte ligação a empresas tecnológicas e a pequenas empresas, possuem volumes de transacções diárias, muitas vezes, superiores a Xangai.

Shen Jun, analista do Banco da China citado pela AFP sublinhou que a medida vai impulsionar o mercado de acções que “terá efeitos significativos a longo prazo sobre a liquidez e estilo de investimento”.

ECONOMia abraNDOU Mas “a qUaliDaDE DO CrEsCiMENtO ECONóMiCO aUMENtOU”

Novos ritmos, mesmas metasO abrandamentoda economia chinesa não perturba o primeiro-ministro Li Keqiang que afirma ser este o andamento certopara a modernização do país

“Se a economia da China puder crescer a este ritmo durante um período relativamente longo, asseguraremos uma base materialmais sólida para a modernização”Li KeqiaNg Primeiro-ministro chinês

tual acima do valor registado em 2014) e “criar mais de 10 milhões de postos de trabalho urbanos”, assegurando assim que o desem-prego não exceda os 4,5%.

Li Keqiang preconizou tam-bém um crescimento de cerca de 6% do comércio externo do país e uma redução de 3,1% na intensidade da energia consumida na China.

“A poluição ambiental man-cha a qualidade de vida do povo e constitui uma perturbação que nos pesa no coração (…) Revo-lucionar a produção e consumo de energia é vital para o desen-

volvimento de qualquer país e para o bem-estar do seu povo”, afirmou.

ExEcução EstávElConstitucionalmente, a Assem-bleia Nacional Popular chinesa, cuja reunião anual decorre até ao próximo dia 15, é “o supremo órgão do poder de Estado”.

Em 2014, apesar dos “comple-xos desafios internos e externos”, a China “conseguiu um estável desempenho” e cresceu 7,4%, “um dos mais elevados entre as grandes economias mundiais”, realçou Li Keqiang.

Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, a economia norte--americana, a maior do mundo, cresceu 2,4% em 2014, a japonesa 0,06% e a alemã 1,6%.

No ano passado, a estrutura económica da China “melhorou”, com o consumo a assegurar 51,5% do crescimento (um au-mento de 3 pontos percentuais em relação a 2013) e a percentagem do sector dos serviços a subir de 46,9% para 48,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, diz o relatório do governo.

“A qualidade do desenvol-vimento aumentou”, afirmou Li Keqiang.

Espaço para mElhorarO relatório do primeiro-ministro, com 39 páginas, destaca ainda um corte de 4,8% na intensidade da energia consumida na China (“a maior redução dos últimos anos”, afirma), um aumento de 8% no ren-

dimento disponível da população e uma diminuição de 12,32 milhões no número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza.

Mas Li Keqiang reconheceu também que “o modelo de cres-cimento económico da China continua ineficiente” e que “a sua capacidade de inovação é insufi-ciente”, apesar de as despesas com investigação e desenvolvimento representarem mais de 2% do PIB.

Referindo-se à corrupção, um dos principais motivos de insatis-fação popular, o primeiro-ministro chinês indicou que “existem ainda casos chocantes”.

“Há muita coisa a melhorar na acção do governo. Um pequeno nú-mero de funcionários comporta-se irresponsavelmente”, disse.

Li Keqiang, 60 anos, é o “nú-mero dois” da hierarquia chinesa, logo a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presiden-te da Republica, Xi Jinping.

Pequim vai ligar mercados financeiros de Hong Kong e Shenzhen

Page 13: Hoje Macau 6 MAR 2015 #3285

ANÚNCIOÉpoca Balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção,

Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Hac-Sá

Concurso Público no. 06/SCR/2014

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 21 de Novembro de 2014, se acha aberto o concurso público para a época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Hac-Sá.

O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

A sessão de esclarecimentos terá lugar no dia 9 de Março de 2015, pelas10:00 horas, no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 18 de Março de 2015. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no mesmo edifício no 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar, pelas 11:00 horas do dia 19 de Março de 2015.

Macau, aos 26 de Fevereiro de 2015.

O Presidente do Conselho da Administração, SubstºLo Veng Tak

13hoje macau sexta-feira 6.3.2015

A Coreia do Norte decla- rou ontem que a agres-são do embaixador norte-americano Mark

Lipper em Seul era “um castigo justo” pela decisão dos Estados Unidos de realizarem exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul.

“Castigo justo para os belicis-tas dos Estados Unidos”, disse a agência oficial da Coreia do Norte KCNA no título de um breve texto, no qual o ataque contra Lippert é apelidado de “expressão de resis-tência”.

A KCNA afirmou que o ata-que reflectia a opinião pública sul-coreana “crítica para os Es-tados Unidos por causarem uma crise na península coreana com perigosas manobras militares conjuntas”.

As manobras militares con-juntas anuais, que geram sempre tensões com a Coreia do Norte, começaram na segunda-feira e implicam milhares de tropas sul--coreanas e norte-americanas.

Kim Ki-jong, o homem que atacou Lippert com uma faca, disse à polícia que a sua oposição aos exercícios militares foi o principal motivo do ataque.

Fontes médicas, citadas pela agência noticiosa francesa AFP, disseram que Mark Lippert, de 42

Japão “Atentos” ao aumento do orçamento militar chinês O Governo japonês anunciou ontem que vai “analisar com atenção” o aumento de 10,1% do orçamento militar da China para 2015 e apelou a Pequim que seja “mais transparente” sobre as suas despesas em defesa e poderio militar. O Japão pronunciava-se, assim, sobre o aumento da dotação para a defesa na China para o corrente ano até 886.900 milhões de yuan. O aumento está acima da previsão de 7% do crescimento económico revelado pelo primeiro-ministro Li Keqiang na Assembleia Popular Nacional. “Queremos analisar com detalhe esta tendência”, afirmou o porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, ao ser questionado pela imprensa. Por outro lado, o mesmo responsável apelou a Pequim que “aumente a sua transparência na política de defesa através do diálogo e da partilha de informação em matéria de segurança.

Pyongyang AtAQue A embAixAdOr dOS euA fOi “CAStiGO JuStO”

a norte nada de novoO recente ataque com uma faca ao embaixador norte-americano em Seul já mereceu o repúdio geral das autoridades de vários países. Mas da Coreia do Norte a mensagem que chegaé no sentido inverso

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ANÚNCIOÉpoca Balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção,

Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina Dr. Sun Yat Sen

Concurso Público no. 05/SCR/2014

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 14 de Novembro de 2014, se acha aberto o concurso público para a época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina Dr. Sun Yat Sen.

O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

A sessão de esclarecimentos terá lugar no dia 9 de Março de 2015, pelas10:00 horas, no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 18 de Março de 2015. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no mesmo edifício no 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar, pelas 09:00 horas do dia 19 de Março de 2015.

Macau, aos 26 de Fevereiro de 2015.

O Presidente do Conselho da Administração, SubstºLo Veng Tak

anos, está já a recuperar da cirurgia a que foi submetido, depois de ter sofrido cortes na cara e num dos braços.

Em obsErvaçãoO embaixador deverá ficar hospita-lizado para observação durante mais três ou quatro dias, acrescentaram.

“Estou bem e animado!”, disse Lippert, numa mensagem na rede social “Twitter”, a partir do hospital.

“Estarei de volta o mais rapida-mente possível para fazer avançar a aliança EUA-Coreia do Sul”, escreveu.

Os Estados Unidos já condena-ram o “acto de violência”.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul promovem esta semana os seus exercícios militares anuais

conjuntos, que geralmente provo-cam um aumento da tensão com a vizinha Coreia do Norte.

As duas Coreias continuam

tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

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região

Page 14: Hoje Macau 6 MAR 2015 #3285

14 hoje macau sexta-feira 6.3.2015

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A Restauração da Indepen-dência de Portugal em re-lação a Espanha deu-se a 1 de Dezembro de 1640. Mas

Macau apenas dela oficialmente sou-be a 31 de Maio de 1642 por António Fialho Ferreira, que partindo de Lisboa veio à Cidade do Nome de Deus para em nome do novo rei anunciar e aqui fazer aclamar D. João IV de Portugal.Conhecedor da China, António Fialho Ferreira era natural de Sesimbra, mas há quem indique aí ter nascido seu pai, Pedro Fialho, que morou em Macau e por isso, será esta cidade a terra natal de António. Nascido nos finais do sé-culo XV, Luís Gonzaga Gomes diz ser o macaense António Fialho Ferreira, Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Or-dem de Cristo e Capitão-mor nos Ma-res da Índia.

Na primeira metade do século XVII, António Fialho Ferreira estabeleceu-se como mercador em Macau, tendo-se casado com Catarina Cerqueira, filha do português Jorge Cerqueira e da ma-caense Maria Pires. Através de Maria Cerqueira, irmã da sua esposa, tornou--se cunhado de Lopo Sarmento de Carvalho e com ele fez uma sociedade comercial.

Foi escrivão da Santa Casa da Mi-sericórdia nos anos de 1628 e seguinte.

Como Capitão-mor nos Mares da Índia foi Capitão-mor de três viagens a Manila entre 1630 a 1633, período em que foi concedido a Lopo Sarmento de Carvalho o monopólio das viagens a Manila.

Com os direitos adquiridos pelos portugueses em 1583 e estando os espanhóis de Manila interditos de co-merciarem em Macau, os macaenses tinham o exclusivo dessas viagens e entre 1594 a 1637, pelos decretos reais dos Filipes reforçavam a posição portu-guesa com a exclusividade do comércio directo da China, com o estrangeiro e em especial, com o Japão.

Mas a Cidade do Nome de Deus es-tava com falta de barcos e dinheiro, de-vido à invernada do Japão há dois anos e à falta de navios da Índia.

A 4 de Junho de 1630, o Senado convocou o povo de Macau, para o consultar sobre a forma de conseguir dinheiro para o envio de dois cidadãos principais ao Japão, com presentes para o Rei e Governador deste país, a fim de poderem ali negociar. O povo respon-

CHEGA A MACAUO ANÚNCIO DA RESTAURAÇÃO

deu ser notória a falta de prata na ter-ra, sendo impossível fazer-se qualquer empréstimo com os moradores, por só existirem quatro homens que poderiam emprestar alguma prata lavrada, que ti-vessem em casa. Foi, então, proposto o envio dum barco a Manila, em Se-tembro, a fim de, com o rendimento da venda da sua carga, satisfazer a despesa da viagem para o Japão e assim, como

Capitão-mor António Fialho Ferreira partiu para a viagem de Manila.

Já no regresso da terceira viagem, o Capitão-mor António Fialho Ferreira aportou em Macau numa quinta-feira, dia 4 de Novembro de 1633. Trazia as galeotas carregadas com imensa prata e vinham a bordo as primeiras seis freiras Clarissas da província franciscana de Toledo. Chegavam de Manila para fun-

dar o Convento de Santa Clara, patro-cinado por António Fialho Ferreira e o espanhol Diogo Enriquez de Losada.

DesignaDo emissário

Quando em 1634 Filipe IV de Es-panha baniu o tráfico entre Macau e Manila, já António Fialho Ferreira tinha feito uma considerável fortuna, sendo em 1635 responsável pela ne-gociação da seda com os mercadores de Cantão.

Sem viagens para Manila, a 6 de Fe-vereiro de 1635 o povo de Macau pe-diu ao Senado que requeresse ao Capi-tão Geral navios suficientes para poder enviar suas mercadorias a Manila, sem o que ficaria totalmente arruinado, pois aquele, segundo ordem do Vice-Rei, ti-nha resolvido não enviar mais que um barco, por ano, para o dito porto.

António Fialho Ferreira pertencia a

Macau proMeteu lealdade ao novo rei d. João iv e enviou duzentas peças de artilharia eM bronze, fundidas na cidade, para aJudar na guerra da restauração. foi este acto e por durante todo o período filipino a praça de Macau ter seMpre hasteada a bandeira portuguesa, tal levou eM 1654, a ser conferido à cidade do noMe de deus o título de “não há outra Mais leal”

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 6.3.2015

José simões morais

uma elite mercantil associada ao poder de Goa, no período em que ocorria uma hierarquização social em Macau. Mas algo terá ocorrido mal, pois envol-veu-se em disputas com o seu cunhado e jurisdicionais e financeiras com os moradores da cidade e os representan-tes reais.

Era então Governador de Macau, Manuel da Câmara de Noronha (1636-1638), que para aqui viera nomeado pelo seu parente, o Vice-Rei da Índia Miguel de Noronha, 4.º Conde de Li-nhares (1629-35).

António Fialho Ferreira deixou de uma forma desagradável Macau em 1638 e seguiu para Goa, sendo aí re-cebido pelo Vice-Rei Pedro da Silva (1635-39) em Junho desse ano. De-pois, este Vice-Rei enviou-o à Europa por terra e após uma aventurosa jorna-da pelas florestas da Ásia Menor, che-gou a Lisboa antes de ter ocorrido a Restauração. Em 1640 aí estava como funcionário colonial, tendo entrado na Ordem de Cristo, conjuntamente com os seus filhos. Aliado aos jesuítas, fez lobby na corte para ser enviada uma embaixada portuguesa ao Japão, com o fim de conseguir a reabertura do co-mércio.

A 28 de Janeiro de 1641, D. João IV foi aclamado Rei pelos três Estados, data em que António Fialho Ferreira foi designado emissário real para levar a Macau a nova da aclamação de D. João IV como Rei de Portugal.

Partiu via Londres num navio in-glês que em Setembro o deixou em Bantan. Daí foi para Batávia, onde o Governador-Geral holandês, Van Die-men o recebeu no dia 27 do mesmo mês. Fialho Ferreira deu-lhe a notícia nada interessante para os holandeses, pois a competição comercial pacífica não compensava tanto quanto o corso que faziam pelo Mar da China. Fialho fez ver ser do interesse comum, Por-tugal não estar integrado na Espanha, inimiga de ambos. Mas tal sugestão, para suspender as hostilidades entre os portugueses e holandeses, foi recu-sada por Van Diemen, até da Europa ser notificado oficialmente das tréguas entre ambos os países. É de notar que os holandeses cercaram durante oito meses Malaca e só após uma longa e devastadora guerra, a conseguiram conquistar aos portugueses em 11 de Janeiro de 1641, próximo da data em que Fialho fora designado emissário do novo Rei de Portugal, D. João IV. Já a justificação para conseguir arran-jar rapidamente uma viagem, não a encontrei, mas chegar primeiro que os espanhóis a Macau terá levado os holandeses a permitir Fialho Ferreira

Com el-Rei D. João iV e o pRínCipe D. TheoDosio, seu heRDeiRo pResunTiVo, aClamaDos, esTaVa RealizaDa a TaRefa Do maCaense anTónio fialho feRReiRa, que De lisboa Tinha VinDo pRoposiTaDamenTe paRa esTe fim

viajar no navio “Capella”, que ia para a Formosa (Taiwan) e o deixou em Ma-cau.

Escândalo E ExcomunhõEs

Após a viagem, já passara quinze me-ses desde que fora nomeado, quando a Macau chegou António Fialho Ferreira, na manhã de 31 de Maio de 1642. Era a cidade governada por D. Sebastião Lobo da Silveira (1638-1645). Encon-trou-a dividida entre os partidários do Governador do Bispado, o Frei Bento de Cristo e os do Comissário da Inqui-sição, por essa altura controlada pelo Reitor do Colégio dos Jesuítas. (De notar que o Santo Ofício era uma orga-nização diminuta em Macau.)

O clérigo Paulo Teixeira por ordem do Governador do Bispado fora preso com a acusação de ser desordeiro. Mas conseguiu escapar da prisão com a aju-da dos padres da Companhia e foi-se refugiar no Colégio dos Jesuítas, onde o Reitor recusou entregá-lo, apesar das ameaças. Então surgiu nas portas das igrejas o escândalo com a constante fixação e o rasgar de excomunhões de

ambas as partes (história que se repeti-rá no início do século XVIII).

Os clérigos das Ordens Domini-cana, Franciscana e os Agostinhos colocaram-se ao lado do Governador do Bispado. O Capitão-Geral D. Se-bastião Lobo da Silveira ao lado do Reitor. Recursos para o Tribunal e para as Autoridades Eclesiásticas de Manila, prisões e confrontos, apelaram ambos para os tribunais de Goa e sem uma de-cisão à vista, por ser difícil dar razão, eis que chega a grande notícia de Por-tugal. Encontrava-se no trono de Por-tugal o Rei D. João IV.

Nova dada por António Fialho Ferreira numa assembleia de notáveis presidida pelo Capitão-Geral e pelo Governador do Bispado. Logo ali se fizeram ouvir aplausos e gritos de acla-mação ao novo Rei de Portugal.

Nesse dia 31 de Maio de 1642, “o Senado de Macau, reunido em conse-lho geral do povo, após tomar conhe-cimento lavrou termo de aceitação e obediência ao novo soberano, el-Rei D. João IV e assenta em que breve te-nha lugar o juramento solene, e em que nessa ocasião se façam grandes festas,

‘para que entendam os reis estranhos, na magnificência e cópia delas, quanto a nação portuguesa nos mais longes do mundo ama seus príncipes’.” “O Senado logo ali resolveu fazer imponentes fes-tas, no dia 20 de Junho e no seguinte, em que tiveram lugar o juramento e a aclamação de D. João IV.” E continuan-do com Marques Pereira, que refere ter sido dos conselhos gerais da cidade, por aqueles tempos, o mais numeroso, pois a respectiva acta está assinada por não menos de 276 indivíduos, quando o mesmo termo do juramento e acla-mação de D. João IV, em 20 de Junho de 1642, acusa só 71.

Apaziguada a cidade, que quase entrara em guerra civil, o Senado de Macau voltava a solicitar um bispo que não fosse nem jesuíta, nem agostinho, tal como acontecera vinte anos antes, a 30 de Julho de 1622, quando o Conse-lho de Governo presidido por Fr. Fran-cisco do Rosário, O.P., desempenhou a Capitania de Guerra da Cidade de Macau.

No entanto, por ter sido proclama-da em Macau a restauração da indepen-dência de Portugal, o comércio directo entre Macau e Manila foi interrompi-do.

Os festejos da aclamação do Rei D. João IV em Macau duraram dez se-manas com sucessivas festas, paradas, procissões, touradas, atingindo o auge na cerimónia pública do juramento de lealdade pelo Capitão-Geral e o resto das autoridades militares, civis e ecle-siásticas, realizada a 20 de Junho de 1642.

Macau prometeu lealdade ao novo Rei D. João IV e enviou duzentas peças de artilharia em bronze, fundidas na ci-dade, para ajudar na guerra da Restau-ração. Foi este acto e por durante todo o período filipino a praça de Macau ter sempre hasteada a bandeira portugue-sa, tal levou em 1654, a ser conferido à Cidade do Nome de Deus o título de “Não Há Outra Mais Leal”.

Com el-Rei D. João IV e o príncipe D. Theodosio, seu herdeiro presunti-vo, aclamados, estava realizada a tarefa do macaense António Fialho Ferreira, que de Lisboa tinha vindo propositada-mente para este fim.

A armada capitaneada por António Fialho Ferreira partiu de Macau para a Índia a 20 de Dezembro de 1645 e nela seguiu, para além da sua família, o ex--Capitão-Geral D. Sebastião Lobo da Silveira. Este, por ordem de D. João IV, foi repatriado sob prisão por ter morto o Administrador da Fazenda Real, Dio-go Vaz Freire. A armada chegou a Goa em 1646 e aí morreu António Fialho Ferreira.

Page 16: Hoje Macau 6 MAR 2015 #3285

16 desporto hoje macau sexta-feira 6.3.2015

www. iacm.gov.mo www. iacm.gov.mo

ANÚNCIOÉpoca Balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção,

Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Cheoc VanConcurso Público no. 07/SCR/2014

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 21 de Novembro de 2014, se acha aberto o concurso público para a época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Cheoc Van.

O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

A sessão de esclarecimentos terá lugar no dia 9 de Março de 2015, pelas10:00 horas, no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 18 de Março de 2015. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no mesmo edifício no 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar, pelas 14:30 horas do dia 19 de Março de 2015.

Macau, aos 26 de Fevereiro de 2015.

O Presidente do Conselho da Administração, SubstºLo Veng Tak

ANÚNCIOÉpoca Balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina do Parque Central da Taipa

Concurso Público no. 08/SCR/2014

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 14 de Novembro de 2014, se acha aberto o concurso público para a época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina do Parque Central da Taipa.

O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

A sessão de esclarecimentos terá lugar no dia 9 de Março de 2015, pelas10:00 horas, no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 18 de Março de 2015. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no mesmo edifício no 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar, pelas 16:00 horas do dia 19 de Março de 2015.

Macau, aos 26 de Fevereiro de 2015.

O Presidente do Conselho da Administração, SubstºLo Veng Tak

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M oralizado com a recente conquista da Taça da liga,

o Chelsea regressou ao cam-peonato com o pé direito e bateu fora o West Ham, por 1-0, mantendo a liderança confortável da prova, com cinco pontos de vantagem sobre o Manchester City (e

José Mourinho manteve vantagem de cinco pontos sobre o Manchester City e tem menos uma partida disputada. Manchester United foi salvo no último instante em Newcastle

Chelsea passa no terreno do West ham

Hazard fez a festaum jogo em atraso). Numa partida emotiva, com inú-meras oportunidades de golo nas duas balizas, acabou por valer o golo de Eden Hazard, aos 22’, para manter em cli-ma festivo o treinador José Mourinho que não poupou elogios aos seus jogadores.

«Não era o melhor jogo que poderíamos ter depois de uma final. Foi mesmo difícil e a emoção foi alta. os jogadores foram fantásticos na entrega, e o árbitro foi muito bom, dei-xando o encontro correr e controlando-o com cartões amarelos. o West Ham é a melhor equipa a jogar desta forma, mas os meus jogadores deram tudo para ganhar o jogo. Tivemos oportunidades para marcar mais golos e quando não o fazemos ficamos em per-manente perigo, por isso esta é uma grande vitória para nós», atirou.

o Special one reconhe-ceu que os Blues tiveram de adaptar-se ao rival: «Na corrida para o título temos

jogos difíceis para jogar. Temos jogos em que é pre-ciso qualidade, outros sorte e ainda outros em que pre-

cisamos de nos adaptar aos adversários. Hoje, foi um desses jogos, com o Gary Cahill, o John Terry e o Kurt zouma a lidar bem com o futebol directo e o Courtois a ser espantoso. Foi um jogo em que podíamos ter perdido dois pontos e que estou contente por termos ganho.»

o treinador do Chelsea reconheceu que também não foi um jogo fácil para o árbitro.

«disse ao árbitro que iria ser difícil apitar aqui, por causa do estilo de jogo do West Ham, com muitas bolas longas. Foi muito intenso. depois, o público queixa-se de tudo, porque eles apoiam sempre a sua equipa, pelo que era muito, muito difícil.”

Tudo bem lá por cimaMas a 28.ª jornada da pro-va, correu bem à maioria das equipas que ocupam os primeiros lugares da tabela classificativa. Após a derrota no terreno do liverpool na última ronda, o City regres-sou aos triunfos, batendo em casa o “lanterna vermelha” leicester, por 2-0, com golos

de david Silva (45’) e James Milner (88’).

o arsenal cumpriu tam-bém a sua missão no terreno do Queens Park rangers, de onde saiu com uma vitória por 2-1, com todos os golos a serem apontados na se-gunda metade do encontro. olivier Giroud (64’) e alexis Sanchez (69’) colocaram os visitantes confortáveis no comando, com Charlie aus-tin a reduzir a oito minutos dos 90’.

Bem mais complicada foi a tarefa do Manchester United para derrotar fora de portas o Newcastle. depois do nulo no marcador ter prevalecido durante quase toda a partida, acabou por ser ashley Young a dar uma alegria ao treinador Van Gaal, já aos 89’. Um resultado que manteve os red devils no quarto posto da tabela.

logo a seguir, no último lugar de acesso às compe-tições europeias, segue o liverpool, que continua a recuperar terreno depois de um início de temporada de-sastroso, e nesta quarta-feira recebeu e venceu o Burnley, por 2-0.

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17hoje macau sexta-feira 6.3.2015 (F)utilidadestempo períodos de chuva min 17 max 20 hum 85-98% • euro 8.8 baht 0.2 yuan 1.2

João Corvo

Aconteceu Hoje 6 de março

Não há Deus que me amedrontenem profeta que me convença.

Bayer regista a aspirina,o mais popular medicamento• A 6 de Março de 1899, a Bayer registou a aspirina como propriedade industrial, data que assinala o nascimento do medicamento mais consumido nos dias de hoje, mais de cem anos depois da sua criação. Neste dia, assinalam-se os nascimentos do pintor italiano Miguel Ângelo, do poeta francês Cyrano de Bergerac e do escritor colombiano Gabriel García Márquez.A aspirina é o mais popular e consumido medicamento do mundo e, em 1897, o laboratório farmacêutico alemão Bayer criou o ácido acetilsalicílico (aspirina).A aspirina passou a ser o primeiro medicamento sintetizado, na história da farmácia. Foi também a primeira criação da indústria farmacêutica e o primeiro medicamento a ser vendido no modo actual. Em 1899, no mês de Julho, a Bayer deu início ao processo de comercialização, obtendo sucesso imediato.Este medicamento da Bayer pertence ao grupo dos anti--inflamatórios não-esteróides e é usado como antipirético, anti-inflamatório, ou analgésico. Nasceu a 6 de Março, há mais de um século.Também neste dia, mas em 1447, Nicolau V torna-se Papa e em 1521 Fernão de Magalhães descobre a ilha de Guam. No ano de 1853, a ópera ‘La Traviata’, de Giuseppe Verdi, estreia em Veneza.Igualmente no dia 6 de Março, em 1855, o preso Manuel da Mota Coqueiro entra na história do Brasil como o último condenado à morte com pena executada, naquele país. Em 1869, Dmitri Mendeleev apresenta à Sociedade Russa de Química a primeira tabela periódica.Em 1902, é fundado o Real Madrid, considerado o maior clube do mundo, e em 1921 o Partido Comunista Português passa a ser a secção Portuguesa do Internacional Comunista.No ano de 1997, um quadro de Pablo Picasso, ‘Tête de Femme’, é roubado de uma galeria de Londres. Uma semana mais tarde, a obra de arte acaba por ser recuperada e devolvida à galeria da capital inglesa.

fonte da inveja

C i n e m aCineteatro

Sala 1Stand by me doraemon [a](FALADo EM CANToNêS)Filme de: Takashi Yamazaki, Ryuichi Yagi15.55, 17.50

Stand by me doraemon [3d] [a](FALADo EM CANToNêS)Filme de: Takashi Yamazaki, Ryuichi Yagi19.45

From vegaS to macau 2 [c](FALADo EM CANToNêS LEGENDADo EM ChINêS E INGLêS)Filme de: Wong JingCom: Chow Yun-Fat, Nick Cheung, Carina Lau14.00, 21.45

Sala 2chappie [c](LEGENDADo EM ChINêS)Filme de: Neill BlomkampCom: hugh Jackman, Sharlto Copley, Dev Patel14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3lucky Star [b]Filme de: SunnyCom: Eric Tsang, Wong Cho-Iam, Ella Chen14.30, 16.15, 18.00, 21.30

penguinS oF madagaScar [a](FALADo EM CANToNêS)Filme de: Eric Darnell, Simon J. Smith19.45

“nirvAnA”(nirvAnA, 2002)

as melhores músicas de um grupo que nos habituou ao rock. “nirvana”, da banda com o mesmo nome, foi lançado após a precoce morte de Kurt Cobain e depois de uma longa disputa judicial entre a viúva Kourtney Love e os restantes membros da banda. Há quem diga que lhe faltam músicas-chave do que de melhor fizeram os Nirvana, mas para mim é suficiente. “The Men Who Sold The World”, original de Bowie, “Smells Like Teen Spirit”, “Heart Shaped Box”, “Come as You Are” ou “You Know You’re Right”... elas estão cá todas. - joana Freitas

O que fazer esta semana?hojeFESTIVAL WINE AND DINE (ATé DoMINGo)Venetian Macauentrada livre

MUSICAL ‘CATS’ (ATé 15/03)Venetian Macau Bilhetes das 280 patacasàs 680 patacas

AmanhãExPoSIção “hoMENAGEM A MESTRESQUE NoS INSPIRARAM”, DE ARTISTAS DE MACAU E hK Armazém do Boi, 19h00 (até 10/05)entrada livre

3º ANIVERSáRIo hI TECh TRIBE(MúSICA ELECTRóNICA CoM DJ ENUoh Do JAPão) Live Music Association, 22h00150 patacas com uma bebida incluída

Diariamente ExPoSIção“NIhoNGA CoNTEMPoRÂNEA”,DE ARLINDA FRoTA Fundação Rui Cunhaentrada livre

ExPoSIção “Voz NA ESCURIDão”,DE óSCAR BALAJADIA/PAPA oSMUBAL(ATé 14/03)Creative Macau entrada livre

ExPoSIção DE SÂNDALo VERMELho (ATé 22/03)Grande Praça, MGMentrada livre

ExPoSIção DE DESIGN DE CARTAzES “V•x•xV:”(oBRAS DE 1999, 2004 E 2009) [ATé 15/03]Museu da Transferência da Soberania de Macau,10h00 às 19h00entrada livre

“SELF/UNSELF” – ExPoSIção DE TRABALhoS DE ARTISTAS hoLANDESES (ATé 15 DE MARço)Centro de Design de Macauentrada livre

ILUSTRAçõES PARA CALENDáRIo DE GUAN hUINoNG(ATé 10/05)Museu de Arte de Macau, das 10h às 19hentrada livre

U m d i S C o H o j e

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18 hoje macau sexta-feira 6.3.2015direito de resposta

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Edite Ribeiro(estagiária); Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

1- Interpus Recurso Hierárquico Necessário para o então secretário para a Economia e Finanças em 18-11-2014 e apresentei também, em 17-11-2014,um pedido ao Chefe do Executivo para de-clarar a nulidade do despacho de 23-09-2014, que determinou o corte do subsídio de residência aos aposentados a partir de Outubro de 2014.Terminados 90 dias em 16-02-2015 e não tendo re-cebido nenhuma notificação, nos termos do artigo 68 a) do Código do Procedimento Administrativo, por parte do Gabinete do SEF, solicitei ao mes-mo Gabinete, em 27-02-2015, a passagem de uma certidão nos termos do CPA para eventual Recurso Contencioso.

2- Hoje, dia 4-3-2015,recebi uma notificação dos Serviços de Finanças comunicando que o secre-tário para a Economia e Finanças concordou, em 27-02-2015, em manter o despacho de 23-09-2014 e não suspender o acto recorrido, nos termos do artigo 157º /1 e/2 do CPA, por entender que a sus-pensão acarreta gravíssimos prejuízos ao interesse público porque são largas centenas de milhares de patacas a ser despendidos mensalmente.

3- Tenho conhecimento de que muitos aposentados se queixaram de que se não fossem os cento e tal Recursos interpostos pelos aposentados que be-neficiaram do abono das viagens de regresso a Portugal não teriam sido prejudicados pelo despa-cho de 23-09-2014 do então secretário para a EF.

4- O Decreto-lei 96/99/M, além de manter o direito ao subsídio de residência aos aposentados que fo-ram obrigados a transferir as suas pensões para a Caixa Geral de Aposentações de Portugal também mantém o direito dos aposentados à condição de arrendatários de moradias da RAEM.

5- Ponderadas as eventuais consequências que po-derão resultar da interposição de um Recurso Contencioso, que poderão afectar os aposentados, antes da transferência de soberania, arrendatários

de moradias do Estado e até mesmo aqueles que estão a beneficiar do direito a assistência médica, tendo em atenção as consequências que resulta-ram da interposição de cento e tal Recursos so-bre o direito ao subsídio de residência dos apo-sentados que pediram as passagens de regresso a Portugal apoiados pela APOMAC, mas porque se trata de um acto administrativo nulo, deixo à pon-deração dos dirigentes da APOMAC e da ATFPM, que melhor saberão defender os direitos dos seus associados junto dos Tribunais.

PERGUNTO ENTÃO AOS SENHORES DEPUTADOS À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA RAEM, ORGÃO FISCALIZADOR DO GOVERNO E AO SENHOR CHEFE DO EXECUTIVO:

Se a suspensão do despacho de 23-09-2014 do então secretário para a Economia e Finanças nos termos do artigo 157º do CPA conforme foi requerido no Recurso Hierárquico Necessário por mim interposto não foi aceite por acarretar “gravíssimos prejuízos ao interesse público por-que são largas centenas de milhares de patacas a ser despendidos mensalmente” então os respon-sáveis da tutela que autorizaram o pagamen-to, aos cerca de mil aposentados, do subsídio de residência, de que resultou um dispêndio de muitos mais milhares de centenas de patacas, deverão reembolsar todos os montantes pagos desde a entrada em vigor da Lei n˚2/2011 até ao mês de Setembro de 2014.

SENÃO ONDE ESTÁ A RESPONSABILIZAÇÃO DOSTITULARES DOS ALTOS CARGOS?

4 de Março de 2015 Paulina Santos

No uso do direito à liberdade de expressão que me confereo artigo 27º da Lei Básica da RAEM solicito e agradeço a V.Exaa publicação do seguinte:

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hoje macau sexta-feira 6.3.2015 19Perfil

Flora [email protected]

“g osto sempre de trabalhar de forma flexível.” É Adela Sou quem o diz e, no seu caso, esta

flexibilidade aplica-se bem. Estudante do curso de Design do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Adela Sou é também modelo.

Inicialmente, ser designer parecia-lhe uma profissão calma. Durante quatro anos de licenciatura, Adela começou a contactar com trabalhos de modelo, tendo experimentado passarelle, ‘show girl’ e até representação.

Embora se tivesse habituado a esta área, o licenciamento em Design levou a sentir-se um pouco perdida entre o trabalho à frente do público e num palco, entre ser modelo num momento e design noutro.

Foi aí que surgiu a ideia de estudar e trabalhar fora de Macau. Adela conseguiu a oportunidade de estudar e trabalhar e part-time, como desenhadora gráfica numa companhia de design em Tóquio, no Japão, onde aprendeu também a língua do país.

Adela ainda chegou a escrever artigos na revista Casino Japan sobre o sector do Jogo na sua cidade natal, mas a jovem assegura que sempre quis expressar que, por cá, não há apenas Jogo. Os sonhos, diz, nascem em muitas outras áreas.

“No Japão há todas as áreas de trabalho que não existem em Macau. Mas, muitas pessoas não sabem que o facto de não haver muitas coisas em Macau, é valioso. Porque, se se quiser ser pioneiro, é fácil ter sucesso.”

Adela começou a ha-bituar-se a outro estilo da vida. No Japão, desenhou, leu muitos livros, viveu... mas o seu destino não parou ali.

Apesar de ter ganho concursos de moda como o de Miss China e Modelo Internacio-nal, as participações não trouxeram grandes ajudas à carreira da jovem de Macau, até que um especialista em concursos de beleza de Hong Kong a descobriu. Foi ele quem lhe disse que tinha potencial para participar no concurso de beleza Miss Internacional 2013 e a aconselhou a inscrever-se.

“O especialista disse que é cada vez mais difícil encontrar pessoas para partici-par nestes concursos, porque não é simples. As candidatas devem ter experiência”, conta Adela ao HM.

A jovem ponderou por muito tempo se seria bom voltar a Macau – ou mesmo Hong Kong -, fazer formação e candidatar--se, representado Macau. Finalmente, diz, o resultado veio a provar que valeu a pena.

“Fiquei surpreendida pelo facto de ter vencido um prémio conseguindo mais votos

do que as outras a nível mundial. Competi com mulheres de mais de 60 países. Isso nunca aconteceu na história de Macau. Uma cidade tão pequena ter conseguido ganhar um prémio, com votos de todo o mundo... As mulheres de Macau não são apenas belas, mas também têm um coração cheio de amor. Acredito absolutamente que as pessoas de Macau têm vontade de realizar sonhos.”

além do jogoPara vencer foi preciso a ajuda de muitas pessoas e Adela conseguiu aprender coisas “muito diferentes.” Durante o concurso, pessoas de outros países mostraram-se curiosas por saber como é Macau e Adela gostou: aproveitou para apresentar a sua cultura, a sua história e mostrar que há mais além da indústria do Jogo.

Após ganhar o prémio, além da honra que sentiu, Adela assegura que ganhou ainda outros valores. Descobriu que as pessoas de Macau têm muitos sonhos, mas que ainda acham que é difícil concretizá-los, deixando de caminhar no sentido de os realizar.

“Fui entrevistada por várias revistas. Lembrei-me: porque é que foi uma pessoa de Hong Kong que me descobriu e não alguém de Macau?”

Surgiu assim um sentido de missão, que levou Adela a criar a Aliança dos Concursos de Beleza de Macau, em Agosto do ano passado, com outras mulheres pre-miadas em concursos de beleza. A ideia é procurar mulheres belas e com potencial e fornecer for-mação de maquilhagem, modelo, formas de discur-sar e inglês. Através da Aliança, estas mulheres querem que Macau se

torne mais famoso e, diz-nos Adela, que cada vez mais salvas de palmas se ouçam para as mulheres de Macau.

Recentemente, Adela foi actriz numa curta-metragem de Hong Kong, algo que considerou um desafio, porque as características do papel eram “totalmente diferentes” de si.

Há dois meses, a jovem, com quatro amigos fotógrafos, criou um estúdio de produção fotográfica para modelos, de-senhistas e maquilhadoras. Hoje em dia consegue equilibrar os trabalhos de modelo e designer, apesar de, antes da criação do estúdio, ter desistido da profissão em que se licenciou. Mas, aproveitando as vantagens de um curso como o seu, a jovem consegue agora equilibrar as coisas.

“Desenhar e ser modelo podem ser coordenados juntamente. Actualmente trabalho como desenhadora e directora de arte, ao mesmo tempo que trabalho como actriz e modelo de passerelle.”

adela Sou, modelo e deSigner

“Se Se quiSer Ser Pioneiro em macau, é fácil ter SuceSSo”

“As mulheresde Macau nãosão apenas belas, mas também têm um coraçãocheio de amor”

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cartoon por Stephff

hoje macau sexta-feira 6.3.2015pu

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Nova Deli Pai da vítima de violação defende que todos deviam ver o documentário

CTM Falhas no sitedo GDI devem-se à HuaweiA Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) emitiu um comunicado, citado pela edição online da revista Macau Business, onde afirma que a Huawei é a empresa responsável pelo surgimento de conteúdos pornográficos do website do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI). “Não houve qualquer fuga ou falha nos sistemas da CTM, o incidente foi causado exclusivamente por uma falha do design no software iCache, fornecido à CTM.” Segundo a empresa de telecomunicações, o fornecedor emitiu um pedido de desculpas “por qualquer inconveniente causado aos utilizadores da CTM e por danificar a reputação da CTM”.

Zheng Anting pede croupiers mais competentesO deputado Zheng Anting defendeu no programa “Macau Talk” do canal chinês da Rádio Macau que os trabalhadores do Jogo devem apostar em mais formação feita no estrangeiro, por forma a fomentarem as suas competências profissionais. Convidado a comentar o desenvolvimento dos trabalhadores do Jogo, Zheng Anting defendeu uma evolução nas carreiras e uma “visão mais ampla fora de Macau”. Não só quer os locais a aprender lá fora, como os estrangeiros a trabalhar cá. “Como o número de trabalhadores do Jogo é dos mais elevados do mundo, podem ser exportados talentos para a indústria do Jogo do sudeste asiático ou para outros países do mundo. Isso poderia ser considerado pelo sector”, apontou. O número dois de Mak Soi Kun no hemiciclo acrescentou ainda que Macau não pode depender da indústria do Jogo numa altura em que o sector está numa fase de ajustamento. Por isso, Zheng Anting acredita que poderiam ser utilizados recursos financeiros para o desenvolvimento das Ciências ou das Tecnologias de Inovação, tal como a agricultura biológica.

Japão Mulher mais velha do mundo faz 117 anosA pessoa mais velha do mundo, Misao Okawa, mãe de três, avó de quatro e bisavó de seis, completou ontem 117 anos, no Japão. Okawa, uma das poucas pessoas vivas a terem nascido no século XIX “está em boa forma”, disse à AFP um responsável pelo lar onde vive. A japonesa celebrou o aniversário junto da família, incluindo o filho mais velho Hiroshi, de 92 anos, e um bisneto de dois anos. O Japão é também o país de origem do homem mais velho do mundo, Sakari Momoi, de 112 anos. Em 2013, a esperança média de vida para as mulheres no Japão era de 86,61 anos, a maior do mundo, enquanto para os homens era de 80,21, a quarta mais extensa do mundo, de acordo com o Ministério da Saúde.

Restauração Não, a Portvgália não abre jáO restaurante Portvgália não vai abrir ao público para já. Apesar de muito se ter falado sobre a badalada inauguração do tão aclamado restaurante português, sendo que tanto os meios de comunicação locais como os portugueses avançaram, com base num comunicado à imprensa, que a festa de inauguração do restaurante em causa aconteceria hoje, a verdade é o restaurante abre as suas portas durante a noite de hoje, mas fecha-as no mesmo dia, sem com isto ter uma data definitiva de abertura ao público. Para esclarecer, a cerimónia de abertura acontece hoje, mas apenas para aqueles que receberam convite em formato de papel ou via email. O futuro continua uma incógnita. Sem data de abertura oficial, o restaurante continua à es- pera de vistorias e apro-vações. Para já, só apenas alguns privilegiados pode-rão saborear o verdadeiro Bife à Portvgália.

O deputado Si Ka Lon considera que as explicações do Executivo sobre o

caso das paredes de cartão num dos apartamentos da habitação pública de Seac Pai Van não satis-fazem. Lembrando a explicação de que “os empreiteiros têm falta de conhecimentos sobre os crité-rios da obra”, o deputado defende que esta não convence o público.

Numa interpelação escrita, o número dois de Chan Meng Kam considera que o Governo não admitiu as falhas na supervisão do projecto, não tendo também assumido as devidas responsabi-lidades. “O Regulamento Geral

O pai da jovem que morreu após ter sido violada por seis homens em Nova Deli

disse ontem que toda a gente devia ver o documentário da BBC sobre o ataque trans-mitido pela BBC, mas proibido na Índia.

A emissora britânica antecipou a es-treia do documentário “A filha da Índia” para quarta-feira (estava agendado para domingo, dia 08, quando se assinala o Dia Internacional da Mulher), alegando interesse público, depois de um tribunal indiano ter proibido as emissoras locais de o transmitir.

O filme gerou um aceso debate na Índia,

já que inclui uma entrevista em que um dos condenados, Mukesh Singh, culpou a vítima de 23 anos, dizendo que não devia ter saído naquela noite e que não devia ter resistido à violação.

O pai da jovem, que quis permanecer anó-nimo, defendeu ontem que os comentários de Singh deviam ser expostos publicamente e que “toda a gente devia ter o filme”, citado pelo canal NDTV.

“Se um homem pode falar assim na pri-são, imaginem o que diria se estivesse livre”, afirmou, descrevendo o documentário como “uma verdade amarga”.

A mãe da vítima disse à NDTV que planeava transmitir o documentário antes da decisão do tribunal, que não se opunha à proibição, mas acreditava que a postura de Singh é comum na Índia.

“Não me interessa o que o Governo faz, proíbe o filme, não proíbe o filme, o que sei é que ninguém está com medo. Não é apenas Mukesh que pensa assim”, afirmou.

Na noite de 16 de Dezembro de 2012, a estudante foi violada e torturada por seis homens num autocarro em movimento em Nova Deli, tendo morrido 13 dias mais tarde num hospital em Singapura.

Se as paredes estão cheias de papéis, será que isso preenche os critérios de segurança?”

Seac Pai Van SI KA LON EXIGE RESPONSABILIDADES

Paredes obscurasde Construção Urbana exige que todos os materiais das obras e os equipamentos interiores dos apartamentos preencham requi-sitos básicos de segurança. Se as paredes estão cheias de papéis, será que isso preenche os critérios de segurança?”, questionou. O deputado adiantou ainda que a qualidade das habitações públicas em Macau é questionada com frequência, mas a assumpção das responsabilidades por parte das entidades nunca foi clara.

Si Ka Lon revela-se “preocu- pado” sobre a altura em que as autoridades irão elaborar um “relatório de investigação trans-parente”, por forma a esclarecer as responsabilidades e a eliminar as preocupações sentidas pelos resi-dentes. Recorde-se que o Governo já assegurou não ter ainda resolvido a questão porque não sabe quem é o dono da fracção ou sequer qual a fracção em causa, uma vez que o proprietário não dá a cara.