AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • quinta-feira 7 de Março de 2013 • Ano Xii • nº 2806

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Código de proCesso penal

Sumaríssimo é para manter como opção, deseja o Governo

página 3

Casamento homossexual

Pereira Coutinho entrega proposta de leina Assembleia

página 3

grande prémio de maCau

Instalações da Torre não agradam à FIA, diz Costa Antunes

página 16

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pouCo nublado min 16 max 24 hum 40-80% • euro 10.1 baht 0.2 yuan 1.2 Venham mais cinco (séculos)

Ter para ler

Governo disponibilizou mais de mil milhões de patacas para a educação

ensino de ouro

assembleia naCional popular

a reforma do renminbie os avisos às rae

página 8

hugo Chávez

a morte do Comandante

Centrais

A aposta é forte. Nos últimos três meses de 2012, o Executivo liderado por Chui Sai On disponibilizou mais de mil milhões de patacas através do Fundo para o Desenvolvimento Educativo e da Direcção para a Educação e Juventude para ajudar na promoção do ensino do território. Foram mais de uma centena as instituições que receberam a ajuda do Governo, em parte aplicada na melhoria de instalações, actualização de equipamentos, contratação de pessoal ou melhorias na avaliação dos alunos. A título de exemplo, a Escola Portuguesa, incluida na lista divulgada ontem em Boletim Oficial, logrou cerca de oito milhões de patacas em apoios com dinheiros públicos. Outra situação curiosa foi o facto de a maioria das escolas ter pedido dinheiro mais do que uma vez entre Outubro e Dezembro. página 5

quinta-feira 7.3.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

As concessões de ter-renos com dispensa de concurso público vão ser antecedidas da

divulgação de informações aos cidadãos de Macau. A decisão foi anunciada ontem pela presidente da 1ª. Comissão Permanente da As-sembleia Legislativa (AL), depois de uma reunião com o Governo para analisar na especialidade a Lei de Terras.

Dados como o nome do re-querente vão ser divulgados ao público, enquanto o processo de apreciação está a decorrer. “A di-vulgação em caso de dispensa do concurso público vai efectuar-se desde que é apresentado o pedido de concessão até antes de ser feita a demarcação do terreno”, referiu Kwan Tsui Hang, presidente da comissão. A deputada não sabe dizer, contudo, qual o período de tempo necessário para estes pro-cedimentos, o que ditaria o prazo para a apresentação de opiniões por parte da população.

A ideia é que a população se manifeste sobre a concessão de

O Governo de Macau terminou 2012 com

o maior saldo orçamental positivo de sempre, de 72,8 mil milhões de pa-tacas, valor que superou as despesas pelo terceiro ano consecutivo, revelam dados oficiais.

No ano passado, o executivo da Região Admi-nistrativa Especial chinesa viu o seu saldo orçamental positivo aumentar 14,1% face a 2011, superando o recorde alcançado nesse ano, de 63,7 mil milhões de patacas, que represen-tou um forte acréscimo de 52,2% face a 2010, de acordo com os dados provisórios dos serviços de Finanças.

Desde 2010 que o saldo orçamental positivo da Administração de Macau ultrapassa o valor das despesas anuais, que, em

2012, ascenderam a 56,7 mil milhões de patacas, mais 15,8 % face a 2011.

As despesas corren-tes totalizaram 40,4 mil milhões de patacas, mais 5,5% face a 2011, enquanto o Plano de Investimento Público (PIDDA) registou uma despesa de 13,9 mil milhões de patacas, o que representa um acréscimo de 56% em relação ao ano anterior.

Já as receitas do Go-verno de Macau cresceram 14,9% em 2012 para 129,5 mil milhões de patacas, menos do que a forte subida de 41,5% que verificaram em 2011 face a 2010, conti-nuando, no entanto, a fazer aumentar o saldo positivo do orçamento.

As receitas correntes totalizaram no ano passado 129,3 mil milhões de pata-cas, mais 14,9% do que em

2011, enquanto as receitas de capital ascenderam a 131,3 milhões de patacas, o que traduz um aumento de 12% em relação ao ano anterior, em que caíram 91,6%.

À semelhança dos anos anteriores, a principal fonte das receitas do Go-verno de Macau foram os impostos directos sobre o jogo, equivalentes a 35% da receita bruta do sector, que atingiram 106,9 mil milhões de patacas em 2012, mais 13,7% face a 2011.

Apesar de os impos-tos directos sobre o jogo terem superado os 94,1 mil milhões de patacas arrecadados pela Adminis-tração de Macau em 2011, registou-se um desacelera-mento do seu crescimento, face à subida de 44,8% que verificaram em 2011.

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

A associação dos funcio-nários do sector do jogo,

intitulada Forefront of the Macao Gaming, entregou ontem uma carta ao Governo onde constam as opiniões dos funcionários dos casinos, no que diz respeito ao trabalho no controlo do tabaco. O porta-voz do grupo, Ieong Man Teng, propôs que as autoridades permitam que os funcionários mais fixos possam fazer a aplicação da lei anti-tabaco, pedindo ainda aumentos para as multas. “Os casinos têm cada vez mais áre-as cinzentas para que possam atrair clientes. Alguns ainda violam a lei, mas até agora ainda não existem quaisquer multas.”

“Quando os funcionários querem fazer reclamações quanto à aplicação da lei,

Prevista informação ao público sobre concessões de terrenos sem concurso

Deputados querem razões da dispensa

Condenados inibidos de pedir terrenosQuem for condenado por ocupação ilegal de terrenos não vai poder requerer mais concessões de terras por um período de cinco anos. Esta foi outra das novas normas aditadas à Lei de Terras, depois de um encontro entre Governo e deputados da 1ª. Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, encarregue de analisar o diploma na especialidade. O prazo de cinco anos começa a contar a partir do momento em que o tribunal decida sobre a condenação.

Administração de Macau terminou2012 com saldo orçamental recorde

Milhões e mais milhõesFuncionários dos casinos

entregaram carta na sede do Governo

Aplicar a lei do tabaco não conseguem encontrar nenhum local para o fazer. seria melhor o Governo deixar os funcionários fixos estarem em turnos de 24 horas a aplicar a lei de forma correcta”, acrescentou.

Governo proMete oLhAr MAisA mesma associação fez um inquérito online onde

se revela que 94,5% dos entrevistados apoiam a proibição geral de fumo nos casinos, enquanto que apenas 5,5%, 77 votos, estão contra a eliminação total do tabaco nas salas de jogo.

Leong Man Ion, vice--director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), disse que as autoridades estão a coordenar a inspecção e fiscalização com os servi-ços de saúde, por forma a estudar a possibilidade de implementar um esquema de funcionários perma-nentes para vigiar os que não cumprem a lei. Leong Man Ion revelou ainda que, desde que foi decretada a proibição de entrada para menores de 21 anos, cerca de dez mil pessoas já foram interceptadas às portas dos casinos.

terras sem concurso público, de forma a que o processo seja trans-parente. Kwan Tsui Hang refere, no entanto, que o prazo não será muito longo. “Neste processo [desde o pedido à demarcação do terreno] não há um prazo definido. se houver reacções, o Governo tem de reapreciar o pedido, mas também não estamos a falar de um ou dois anos, mas sim de três ou quatro dias para ter feedback [da população].”

No encontro de ontem com os membros das Obras Públicas, os deputados pediram que, além do nome do requerente, também a área da construção e as razões que levaram à dispensa do concurso público sejam divulgadas ao pú-blico. O Governo ainda não sabe se isso estará ou não incluído. “O Executivo diz que vai ponderar”, afiança Kwan Tsui Hang.

prAzo inDeFiniDoOs deputados mostraram-se satisfeitos com a inclusão da divulgação na lei, uma vez que, no passado, os elementos dos requerentes não eram tornados públicos. Kwan Tsui Hang as-segura que o aditar desta norma

“corresponde às expectativas da sociedade”, mas alerta que a população tem também de estar atenta. “A questão da auscultação pública não se levantou, mas até este procedimento da demarca-ção, se nada de especial houver então continua o processo de concessão. se as pessoas estive-rem atentas aos assuntos podem manifestar as suas opiniões.”

A população ficará a saber da concessão de terrenos com dispen-sa de concurso público através de “meios adequados” que podem ser, segundo a presidente da comissão, comunicados ou conferências de imprensa e publicações nos sites do Governo.

Kwan Tsui Hang explica que, apesar de o Governo poder não acatar todas as opiniões da sociedade, o essencial é que é possível que o público se ma-nifeste. “O essencial é que essa norma seja legal. A divulgação é mesmo indispensável, é um pressuposto na lei.”

Na próxima semana, deputados e Governo voltam a reunir-se para definir na lei as razões que podem justificar a dispensa de concurso público.

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3políticaquinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo

No âmbito da revisão do Código do Processo Penal, o processo sumaríssimo, nunca usado no meio judicial, deverá manter-se por decisão do Governo. O deputado José Pereira Coutinho garantiu ao Hoje Macau que os deputados também se mostraram a favor da sua manutenção

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

Os deputados da 3.ª Co-missão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) voltaram ontem

a debruçar-se sobre a revisão do Código do Processo Penal (CPP), desta feita face à inserção de um quarto processo, o processo simpli-ficado. O encontro, que contou com a presença da secretária Florinda Chan, serviu para o Governo apre-sentar um esquema comparativo dos quatro processos existentes, das diferenças e das mudanças.

Um deles, o processo sumarís-simo, e que nunca teve qualquer uso junto do meio judicial, deve-rá manter-se na actual proposta de lei, apesar da sua completa inutilização. A garantia foi dada pelo presidente da comissão, o

GArAntir “os mes-mos direitos no âmbito

fiscal” nas uniões civis com pessoas do mesmo sexo é o que pretende o deputado José Pereira Coutinho, que entregou ontem na Assem-bleia Legislativa (AL) o projecto de lei com o mesmo nome. Como o próprio frisou ao Hoje Macau, trata-se de um diploma “muito impor-tante, porque houve muitos jovens da Universidade de Macau e da Universidade de Ciências e tecnologia que vieram ao meu gabinete pedir-me esta lei.” Quanto ao

É mais uma opção para os intervenientes, diz Governo

Sumaríssimo sem uso não sai do Código

Projecto de lei foi entregue por Pereira Coutinho ao presidente da AL

Direitos iguais para casais homossexuais

deputado Cheang Chi Keong. “O Governo pretende mantê-lo, por-que é mais um meio de opção para os intervenientes processuais. Mas antes de mais temos de eliminar as preocupações – será que vai lesar os direitos dos intervenientes? O processo simplificado vai ser um novo processo introduzido, mas ainda temos de discutir o seu conteúdo em concreto, para confirmar se a sua criação está em conformidade com os objectivos”, disse o deputado.

tais metas são a celeridade processual e protecção dos direitos dos arguidos. Quanto ao processo simplificado, pretende servir para casos cujas penas não vão além dos três anos. não há inquérito e a

sentença poderá ser feita oralmen-te, explicou o deputado.

“Há muitA PoeirA no Ar”Cheang Chi Keong não soube determinar se os deputados tam-bém estavam a favor ou contra da manutenção do sumaríssimo, mas o deputado José Pereira Coutinho, membro da comissão, explicou ao Hoje Macau o conteúdo do deba-te. “Especificamente para retirar não houve nenhum deputado”, garantiu, acrescentando que há outros processos “que não têm sido muito usados pelos tribunais”. “não vamos fazer alarido porque o Governo abriu portas e ainda vão haver discussões técnicas. As questões vão ser discutidas. Ainda

há muita poeira no ar e é preciso que esta assente”, acrescentou.

Da parte da comissão, não está posta de parte futuras mudanças nas regras do processo simplifi-cado, caso vão contra a protecção dos direitos dos arguidos. “será que, simplificando, os trâmites poderão ou não afectar ou minimi-zar as garantias dos intervenientes processuais, sobretudo o arguido? Porque o objectivo desta proposta de lei é reforçar os direitos dos intervenientes. temos que ser muito prudentes nas disposições ou procedimentos que têm a ver com a protecção dos direitos. se se detectar passagens que não conse-guem reflectir este objectivo temos então que alterar a redacção.”

na reunião de ontem, houve explicações para “oito grandes questões” da parte do Governo, com opiniões dos deputados. Contudo, estas não chegaram a público. “se começar a fazer a apresentação, se calhar às 20 horas não conseguimos sair desta sala. Algumas sugestões não consigo explicar detalhadamente porque envolvem muitas terminologias ju-rídicas”, frisou Cheang Chi Keong.

Entretanto, há mais sugestões para dar na próxima reunião, agendada para dia 12. “O ritmo de trabalho é satisfatório e creio que somos capazes de ter o nosso trabalho concluído e apresentar esta proposta em plenário antes do termo da legislatura”, garantiu o deputado.

projecto de lei do arrenda-mento, foi entregue a sema-na passada ao presidente da AL, Lau Cheok Va, enquanto Coutinho se encontrava em Portugal.

Na nota justificativa do projecto de lei, enviado para as redacções, Coutinho fala da existência de um “vazio legal no sistema jurídico de Macau”. “A legislação de Macau actualmente apenas acolhe e regulamenta o contrato entre pessoas de sexo diferente que decidem constituir um projecto de vida em comum, através do

contrato civil de casamento, previsto no Código Civil. Já tal não acontece no caso de pessoas do mesmo sexo, que também pretendam celebrar um contrato que regule a sua opção por uma plena comunhão de vida”, pode ler-se.

Coutinho pretende, as-sim, acabar com o que diz tratar-se de discriminação em muitos aspectos, como “no âmbito da função pú-blica, nomeadamente para efeitos de acesso aos cuida-dos de saúde, férias, faltas e licenças, determinação dos

agregados familiares e ou-tros benefícios ou subsídios do funcionalismo público, bem como pensões de so-brevivência”.

SoCiedAde “mAdurA”no mesmo documento, Coutinho considera que o seu projecto de lei “assume o seu carácter inovatório e a necessidade de revisão num prazo razoável de dois anos, em função da evolução e da concretização prática deste regime jurídico e a sua harmonização com outros institutos jurídicos”.

tal projecto “está con-forme os ditames da Lei Básica” e a “sociedade civil de Macau está madura, cons-ciencializada e preparada para este passo”. - A.S.S.

tiago alcântara

4 política quinta-feira 7.3.2013www.hojemacau.com.mo

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

Quatro mem-bros de Comité Nacional da Con-ferência Consul-tiva Política do

Povo Chinês (CCPPC), incluindo Chan Meng Kam, propuseram em conjunto ao Governo Central tornar Zhuhai num exemplo único de planeamento urbanístico nacional, à semelhança de Shenzhen. Desta forma, garante em explicações ao Jornal do Cidadão, o objec-tivo do projecto é resolver as questões de fragmentação e a divisão rural-urbana.

além do deputado da assembleia Legislativa,

Chan Meng Kam propõe Zhuhai como uma cidade independente financeira e historicamente

Zhuhai como “cidade de planeamento nacional”

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Ng Lap Seng, Ho Iok tong e Chong Sio Kin conside-ram que depois de ser uma “cidade de planeamento nacional”, Zhuhai não pre-cisaria de entregar impostos à província de Guangdong. De seguida, indicam ainda, podem as cidades vizinhas de Zhongshan e Jiangmen ser parte de Zhuhai a fim de ficar um círculo económico, histórico e cultural. Desta forma, evidencia o deputa-do, poderia ser aumentada a capacidade da cidade, be-neficiando também Macau.

ParCeiro ProváveL às eLeições?Já na última vez quando o deputado Chan Meng Kam afirmou a lutar para

a reeleição do seu cargo na assembleia Legislativa (aL), disse que como o seu parceiro político ung Choi Kun não ir ser candidato neste ano, ele queria coo-perar com o parceiro mais jovem nesta eleição.

ontem, Bill Chou deu destaque na rede social Facebook a página do presidente da aliança de Povo de Instituição de Macau (associação de Chan Meng Kam), Si Ka Lon, avançando-o como candidato potencial do grupo de Fujian (província de origem de Chan Meng Kam, que garante os votos dos residentes de Macau originários da mesma).

No Facebook de Si

Ka Ion, podemos ver que ele ainda tem uma coluna especial no jornal chinês Exmoo News, para dar as suas opiniões políticas e assuntos sociais. Jason Chao, presidente da asso-ciação de Novo Macau e futuro candidato às eleições legislativas, também tem uma coluna neste jornal. Podemos ver as fotos entre Si Ka Ion e Chan Meng Kam em várias actividades da associação. o Hoje Macau ligou para a associação para tentar chegar À fala com o presidente, sem sucesso. o funcionário que prestou es-clarecimentos não adiantou se Si Ka Lon ia ser candidato ou não mas também não negou o rumor.

quinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

Em três meses, o Governo alocou 1 .096 .787 .580 patacas em fun-

dos para a educação. Os dados, apresentados ontem em Boletim Oficial (BO), conjugam os apoios finan-ceiros do Fundo para o De-senvolvimento Educativo e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

São mais de uma cen-tena de páginas que listam o nome das instituições e pessoas beneficiadas, sendo que grande parte do dinheiro atribuído pelo Fundo para o Desenvol-vimento Educativo foi utilizado com o Plano para o Desenvolvimento das Escolas. Lançado pelo Governo no ano passado, este projecto inclui a me-lhoria de instalações, actu-alização de equipamentos, contratação de pessoal e melhorias na avaliação dos alunos. Nos últimos três meses do ano passado foram gastos cerca de 186 milhões de patacas – o que representa 58% do total dos montantes atribuídos pelo Fundo para o Desenvolvi-mento Educativo.

Governo despende mais de mil milhões de patacas no ensino em macau

Aposta forte na educaçãoMais de mil milhões de patacas foi quando o Fundo para o Desenvolvimento Educativo e a Direcção dos Serviços para a Educação e Juventude atribuíram em apenas três meses a instituições de ensino de Macau. A Escola Portuguesa de Macau consta da lista, que demonstra que o Governo gastou mais de cem mil milhões com o desenvolvimento profissional docente e com atribuições de prémios de antiguidade

A maioria das escolas pediu dinheiro para este Plano mais do que uma vez entre os meses de Outubro a Dezembro, ou por terem diversas secções ou pelos turnos de ensino nocturno e diurno. O Plano para o De-senvolvimento das Escolas inclui, por exemplo, formas de incentivo à leitura, que necessitam de promotores a tempo inteiro nas escolas.

No âmbito do plano, a escola mais beneficiada foi a secundária Pui Ching, que recebeu mais de sete milhões de patacas. A Escola Portuguesa de macau consta também da lista, tendo re-cebido um apoio financeiro de mais de dois milhões e 200 patacas, não só para o Plano de Desenvolvimento

das Escolas, como para a aquisição de computadores, entre outros gastos.

mas foi a Universidade de macau, através da Escola de Aplicação Anexa, quem mais somou com a atribuição de fundos de apoio financei-ro. No total, a instituição pública recebeu quase 12 milhões de patacas, justifi-cadas com gastos no plano de desenvolvimento e na ampliação de um andar do edifício escolar – que pre-cisou de 6.200.000 patacas.

As contas do Fundo para o Desenvolvimento Educati-vo contam ainda com apoios de cerca de 23 mil patacas para equipar as escolas com desfibrilhadores. Recorde--se que, este ano, mais de 70% das 50 escolas prima-

rias e secundárias de macau aderiram ao programa de Apoio Financeiro para Aqui-sição de Desfibrilhadores Externos Automatizados. Lançado pelo Governo para evitar mortes prematuras nas instituições de ensino, o projecto exigiu mais de um milhão de patacas.

Docentes levAm mAisMas os apoios financeiros do 4.º trimestre do ano passado não se ficam por aqui. A jun-tar ao dinheiro atribuído pelo Fundo, há ainda os apoios da própria DSEJ. Entre um total de 777.779.888 patacas, a DSEJ alocou 18% só em pessoal docente. O maior valor da lista - 141.761.201 patacas – justifica-se com subsídios para o desenvolvi-

mento profissional dos pro-fessores e com a atribuições de prémios de antiguidade.

No topo da lista como as mais beneficiadas estão as secções inglesa e chinesa do Colégio de Santa Rosa de Lima, a quem foram atribuídos mais de 30 mi-lhões de patacas – destes, só 11.233.155 foram para subsídios de propinas.

A Associação Geral dos Operários de macau pediu mais de oito milhões de pata-cas para diversos programas de apoio ao desenvolvimen-to pós aulas e salas de estudo. A Escola Portuguesa de macau consta da lista como a instituição que recebeu mais de seis milhões de patacas em apoios, enquanto o Jar-dim de Infância D. José da

Costa Nunes se ficou pelo pouco mais de um milhão.

Instituições como o Ins-tituto Português do Oriente, Universidade de macau, Universidade de Ciência e Tecnologia de macau e Uni-versidade Cidade de macau constam dos itens dos fundos dados pela DSEJ, mas abaixo do milhão de patacas.

Da lista constam mais de cem instituições, divididas em quase uma centena de páginas. Ao contrário do Fundo para o Desenvolvi-mento Educativo, a DSEJ atribui dinheiro não apenas a escolas. A título de exemplo, o departamento do Governo entregou 120 mil patacas à Associação de Salta Cordas de macau para a “divulgação do salto à corda”.

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6 sociedade quinta-feira 7.3.2013www.hojemacau.com.mo

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

O casino-bar Jester abriu e fechou na mesma se-mana no Mangrove Tree Resort World, na Baía

de Sanya, em Hainão. O casino, cujas apostas são revertidas em bens do hotel (como acomodação e artigos de luxo), foi confirmado pelo visionário do projecto Zhang Baoquan, no entanto, aquando do encerramento do espaço foi des-mentido pelas relações públicas do hotel. O Macau Daily Times apurou à data, numa reportagem feita ‘in loco’ divulgada ontem, que o jogo está inviabilizado mas por pouco tempo, de acordo com informações obtidas na unidade hoteleira. O que denuncia uma nova pista de que o jogo pode voltar a ter lugar no continente depois de mais de 60 anos, quando foi ilegalizado.

No cartaz afixado à porta, à data do encerramento do espaço, vinha um aviso aos potenciais jogadores: “se ainda tiver fichas, por favor dirija-se à recepção do bar para trocá-las por tokens creditados (ou vouchers a serem usados no hotel)”. As informações recolhidas pelo jornal de Macau em língua in-glesa vêm assim desmentir Belinda Chen, a responsável de relações públicas do Mangroove, que no dia 20 de Fevereiro disse ao Hoje Macau que o Jester era apenas um bar que tinha encerrado devido a problemas com o ar-condicionado e não, como tinha anunciado a Reuters, através das declarações do vice-director da Secretaria de Desporto e Cultura de Sanya que, à data dos factos, disse ter havido violações aos regulamentos de operação, sem acusar a operação da vertente de jogo no bar.

De outro lado vem a confir-mação de uma hóspede do hotel ouvida pelo jornal: “havia maio-ritariamente clientes do Norte [no bar] porque os locais não podem gastar [muito dinheiro]. Não ha-via muitas pessoas e não vale a pena jogar: se perdes, ficas sem o

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

A obra de construção da nova entrada e saída no tabuleiro

inferior da Ponte de Sai Van já arrancou e prevê-se concluída até ao final do ano. A ideia é adaptar os novos acessos da ponte à nova linha do metro, bem como à futura pla-taforma pedonal ainda construída.

Para já, começaram a ser feitos os trabalhos de escavação gradual do pavimento, onde se encontra a zona verde junto à rotunda dos Jo-gos da Ásia Olímpica, local onde irão ser criados dois novos acessos de entrada e saída do tabuleiro

inferior. Após a sua remoção, será construída uma rampa de cerca de 200 metros de comprimento neste acesso que permite a ligação do tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van e da Avenida dos Jogos da Ásia Olímpica.

As obras na ponte já duram há algumas semanas, o que per-mitiu concluir os trabalhos de transplantação das árvores e da transferência das tubagens. “A nova entrada vai deixar permitir aos veículos melhores acessos na passagem do tabuleiro”, explicou Frank Ieong , engenheiro civil da empresa da obra Mitsubishi. Por outro lado, garantiu, a obra não

vai influenciar a função da Ponte Sai Van, nem na época de tufão.

O Gabinete para as Infra--estruturas de Transportes (GIT) assegura também que não haverá distúrbios neste sentido na próxima época de tufões, ainda que as uma vez que as obras não deverão estar ainda concluídas. E salienta ainda outras vantagens, que se prendem com a fluidez da circulação rodo-viária em situações de tufão.

A entidade responsável pela execução irá afixar fita reflectora nos tapumes, colocando sinais de alerta antes da entrada e saída do local da obra, por forma a chamar a atenção dos condutores para a segurança.

Habitação pública Chaves na mão só no final do anoO director do Instituto de Habitação (IH), Tam Kuong Man, afirmou ontem que no primeiro trimestre deste ano iria abrir o processo de candidaturas para as casas de tipologia T1 na habitação pública, sendo que existem cerca de duas mil casas à disposição dos candidatos. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o prazo das candidaturas é de três meses, sendo que as chaves só deverão ser entregues no quarto trimestre deste ano. Quanto a um recurso do IH apresentado no Tribunal de Segunda Instância (TSI), foi recusado pelos juízes. Tal diz respeito ao caso de representantes de uma família que se candidataram a uma habitação pública e que não foram considerados como membros familiares pelo IH. O tribunal considerou que o IH deve proporcionar uma excepção nestes casos, e o seu presidente prometeu resolver casos deste género. - C.L.

Reabertura do casino-bar de Hainão e dos que lhe seguem é uma possibilidade

Legalização do jogo à vistateu próprio dinheiro e se ganhas, não podes trazer dinheiro. Podes trocar por créditos deduzidos em consumos no hotel. As pessoas do Norte vêm cá porque não podem ir a Macau.” De acordo com o apurado pelo Macau Daily Times, in loco, estavam ainda a ser distribuídas brochuras a promover o casino-bar no aeroporto de Sanya, em chinês, inglês e russo.

Mais Casino-baR LiCenCiadosFontes relacionadas com o jogo ouvidas pelo mesmo jornal, indi-cam ainda que o Jester não seria o único “licenciado” a testar a operação dos casinos-bar, outros 10 tinham a licença ou estavam prestes a obtê-la. Um residente de Sanya, de origem taiwanesa, assentiu. “Há outros bares como este em Sanya. Sei pelo menos de mais três (...) Abriram e fecharam ao mesmo tempo”, indicou Lin.

Recorde-se que Zhang Bao-quan - listado na revista Forbes como um dos 300 homens mais ricos do mundo - falou à Reuters, antes da abertura daquele que seria o primeiro casino do continente, ainda que com outros moldes, como uma experiência que o Go-verno Central queria fazer para projectar a legalização - e até libe-ralização - do jogo na ilha tropical de Hainão. Até porque, segundo dizia, Pequim sente alguma pressão por parte da concorrência de outros pólos de jogo na Ásia, preferindo deixar os jogadores em casa. Um taxista ouvido pelo Macau Daily Times frisou o mesmo: “O Governo quer desenvolver Hainão como o primeiro lugar de jogo na China continental. Não o querem anun-ciar já. Está fechado para deixar as coisas acalmarem.” O mesmo tinha sido avançado ao Hoje Macau ante-riormente por uma fonte conhece-dora do processo. Pequim aprovou mas a publicidade ao Jester atraiu demasiada atenção, agora foram obrigados a resguardarem-se até nova ordem de abertura, dizia. O taxista, no entanto, realça novo factor. “A filha e o filho de alguns

líderes chineses são detentores do hotel em parte.” A verdade é que Wang Xuehong, do Instituto de Pesquisa sobre Ciência Fiscal do Ministério de Finanças, disse ao Global Times que o “jogo não era completamente proibido na China”. E mais: o Governo Cen-tral iria decidir sobre se iria abrir portas a mais jogo de acordo com

o desenvolvimento do mercado e procura social.

Em Hainão, há novos resorts americanos a surgir. O MGM Resorts International abriu em Fevereiro de 2012 um empre-endimento hoteleiro e a Ceasers Entertainment pensa fazê-lo no próximo ano. Hainão é, por isso, um pólo atractivo, onde a confiança

de investimento é elevada, segundo assumem os próprios empresários, até porque em 2011 a ilha acomo-dou 30 milhões de estadias. Se assim for, e se o Governo Central continuar a revelar, ainda que por portas travessas, a mesma abertura ao jogo, Macau deve mais uma vez repensar as suas estratégias de diversificação económica.

obra de acesso ao tabuleiro inferiorda Ponte sai Van estará pronta até ao fim do ano

Deixar passar o metro

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quinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo 7sociedade

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AVISO

COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Avenida de Venceslau de Morais, n.os 1 a 7K, Rua Um do Bairro da Areia Preta, n.ºs 1 a 54, Rua

Dois do Bairro da Areia Preta, n.ºs 2 a 50, Rua Quatro do Bairro da Areia Preta, n.ºs 34 a 42, Rua Cinco do Bairro da Areia Preta, n.ºs 36 a 36B e Rua Sete do Bairro da Areia Preta, n.ºs 6 a 10A, em Macau, (Edifício Kam Heng);

- Rua Dois do Bairro da Areia Preta, n.ºs 1 a 39, Rua Três do Bairro da Areia Preta, n.ºs 2 a 40, Rua Sete do Bairro da Areia Preta, n.ºs 12 a 28D, Rua Quatro do Bairro da Areia Preta, n.ºs 2 a 28 e Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 30 a 36 A, em Macau, (Edifício Man Lei Lau);

- Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 56 a 68, em Macau, (Edifício Industrial Lei Cheong);- Rua Dois do Bairro da Areia Preta, n.ºs 41 a 67, Rua Quatro do Bairro da Areia Preta, n.ºs 1 a 27, Rua

Três do Bairro da Areia Preta, n.ºs 39 a 68, Rua Cinco do Bairro da Areia Preta, n.ºs 2 a 28 e Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 36B a 52, em Macau, (Edifício San Mei On);

- Rua Um do Bairro da Areia Preta, n.ºs 49 a 75, Rua Dois do Bairro da Areia Preta, n.ºs 52 a 76, Rua Quatro do Bairro da Areia Preta, n.ºs 29 a 33 e Rua Cinco do Bairro da Areia Preta, n.ºs 30 a 34, em Macau, (Edifício Man Fung Lau);

- Rua Cinco do Bairro da Areia Preta, n.ºs 1 a 1 A e Estrada Marginal do Hipódromo, n.º 54, em Macau, (Edifício Industrial Man Fung);

- Rua Seis do Bairro da Areia Preta, n.ºs 7 a 13, em Macau, (Edifício Industrial Veng Cheong);- Rua Seis do Bairro da Areia Preta, n.º 25 e Estrada Marginal do Hipódromo, n.º 138, em Macau;- Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 70 a 76, em Macau, (Edifício Fu Po Garden);- Rua Seis do Bairro da Areia Preta, n.ºs 18 a 22, em Macau, (Edifício Industrial Hap Si).

2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 27 de Fevereiro de 2013. A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição

A prostituição tornou-se um “problema muito

sério em Macau”. Quem o diz é o Ministério Público, que, numa nota publicada no seu website, refere que os casos de proxenetismo estão a aumentar, consequência de mais situações de mulheres obrigadas a prostituir-se. “Os locais de prostituição passa-ram de casinos e hotéis para áreas residenciais. As ruas estão cheias de folhetos por-nográficos, o que prejudica a imagem de Macau e causa impacto nos jovens”, refere a nota do organismo.

Ontem, o Ministério Pú-blico concluiu a investigação preliminar sobre cinco casos de prostituição e mais de dez pessoas viram-se sujeitas a medidas de coacção. “O delegado do Procurador con-siderou haver fortes indícios dos crimes de controlo de mulheres para a prostituição”, revela o organismo na nota a que o Hoje Macau teve acesso.

A Lei da Violência Doméstica promete

ainda fazer correr muita tinta. Ontem foi a vez do presidente do Instituto de Acção Social (IAS) também tecer alguns comentários. Para Iong Kong Io, o mecanismo de conciliação previsto na proposta de lei pode também depender do apoio do sector privado. “A lei ainda não está aprovada, por isso ainda não há conclusões. Mas podem ter a certeza de que o IAS vai desempenhar um papel de conciliação e vai coordenar com as instituições particulares nesta área”, explicou.

Apesar disso, Iong Kong Io admite ainda a possibilidade de “incum-bir algumas instituições particulares e associações” para executarem a tarefa.

O presidente do IAS afirmou igualmente que

Casos de proxenetismo aumentamno território e transformam-se numa “situação séria”

MP preocupadoViolência doméstica IAS pondera

envolvimento de outros quadrantes

Privados na calha

Os suspeitos não podem ausentar-se de Macau e estão obrigados a apresentação periódica às autoridades e caução.

Os casos continuam sob a investigação da polícia, mas já se sabe que as pessoas en-volvidas nos cinco casos são tanto residentes do interior da China, como residentes locais, com idades entre 28 e 55 anos. “Os suspeitos im-

primiram um grande montante de folhetos pornográficos para atrair clientes. Durante a in-vestigação, os suspeitos admi-tiram que foram empregados por pessoas desconhecidas. Por menos de cem patacas por hora, os suspeitos foram contratados para distribuir os folhetos pornográficos, bem como a mudança de residên-cia dessas mulheres, a fim de evitar a investigação.” - J.F.

não houve mudanças em relação ao que o Governo definiu, depois da consul-ta pública. “Depois de ou-vir várias opiniões, todos acham que é importante atender à protecção das vítimas”, esclarece.

“A lei penal vigente já tem disposições para estes actos de violência classificados como crime público. Mas, quanto a estes casos serem tipifi-cados como crime público ou não, a decisão é das vítimas”, acrescenta.

Ainda não foi desta que o responsável adminis-trativo avançou com uma data para a chegada da pro-posta de lei à Assembleia Legislativa (AL), tal como também, na semana passa-da, o director dos Serviços para os Assuntos de Justiça não deu o processo por terminado. André Cheong demonstrou abertura para uma eventual revisão do Código Penal que permita a classificação de crime público para todos os actos de violência doméstica.

quinta-feira 7.3.20138 www.hojemacau.com.mo

Maria João BelchiorEm Pequim

Sempre com o cuidado que a questão merece, no primeiro dia da Assem-bleia Nacional popular,

Wen Jiabao deixou a nota sobre a necessidade da reforma do ren-minbi, referindo-se tanto à questão

Yu Zhengsheng, membro do Comité permanente do po-

litburo e escolhido para dirigir o Comité Central da Conferência Consultiva política do povo Chi-nês (CCppC), deixou ontem um aviso a Hong Kong e a macau. O político lembrou que, apesar das duas regiões administrativas

A China que falaDepois de ser escolhido para o Nobel da Literatura em 2012, na primeira entrevista de Mo Yan com a agência Xinhua, à pergunta sobre o que iria fazer com o dinheiro do prémio, o escritor disse estar a pensar comprar uma casa em Pequim. O cálculo sobre quantos metros quadrados podia ter a casa com o valor de cerca de um milhão de Euros que ia receber, tornou-se viral na Internet chinesa onde apareceram perguntas como – “é isto o realismo mágico?” Como natural da província de Shandong, os cibernautas chineses lembraram que para viver na capital era preciso ter um documento oficial que autoriza um cidadão de fora a viver na capital. E lembraram as exigências de ter um contrato de trabalho para poder viver em Pequim. Com um sentido de humor um pouco ácido por vezes, os internautas são cada vez uma voz discordante na China. Em 2012 o número chegou aos 564 milhões de utilizadores. Um número que não pára de crescer e para a minoria mais activa em expressar opiniões na rede, contornar a censura continua a ser um trabalho diário. As palavras-chave mudam diariamente e mais ainda nas alturas especiais de encontros do Governo. Antes da abertura das duas reuniões, todos os meios de comunicação nacionais receberam as instruções sobre o que era permitido ou não, divulgar. E aos jornalistas foi recordado que as contas pessoais em micro-blogues deviam estar de acordo com as linhas dos jornais. Neste como noutros anos, é importante não abordar aspectos da vida privada dos delegados e devem evitar-se referências a casos antigos ou a notícias chocantes relacionadas com a política. Xi Jinping quer uma política limpa de más influências e para isso o primeiro passo parece ser afastá-las das notícias. - M.J.B

Língua de Camõesem destaqueO papel da Língua Portuguesa foi ontem abordado na reunião dos delegados de Macau e Hong Kong à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Leonel Alves, Susana Chou, David Chow e Leong Heng Teng já tinham transmitido ao Governo Central por diversas vezes a importância de promover e reconhecer o papel do português em Macau, e da importância que este tem para a China.

assembleianacional popular

moeda chinesa carece de atenção e de uma reforma

Renminbi para o mundo

do valor da moeda como à entrada num mercado além-fronteiras.

um dos projectos-piloto que deve ser lançado daqui a uns meses passa pela criação de uma zona especial onde o renminbi será a moeda de troca. prevista para abrir ainda durante este ano, a zona especial funcionará em Qia-nhai junto à fronteira com Hong

Kong. para o governo chinês, tratam-se de projectos vitais para a confiança na internacionalização da moeda chinesa. em vez do dólar de Hong Kong ou mesmo o dólar americano, os negócios devem começar a ser feitos na moeda local.

Zhou Xiaochuan, governador do Banco Central da China, deverá

Líder chinês relembra que Macau e Hong Kong não são independentes

pede-se mais patriotismoterem autonomia, não são terri-tórios independentes. “patrio-tismo, amor à pátria, unidade, o espírito de união entre os pró-prios delegados e outras forças tradicionais que também existem em Hong Kong e que devem remar na mesma direcção”, foi o que Yu Zhengsheng terá dito

e foi resumido pelo deputado Leonel Alves.

Também Ambrose So comen-tou as palavras do líder chinês. para o rosto da Sociedade de Jogos de macau Yu Zhengsheng entende a existência de conflitos mas acredita que as divergências têm de ser ultrapassadas. “Afir-

mou que há vários conflitos e diferenças de opinião nos dois territórios, o que diz ser muito normal. Logo, é importante que os governos e os deputados culti-vem um espírito de conquista do apoio da população em relação às diferentes políticas, para que se resolvam esses conflitos.”

manter-se à frente da política mo-netária do país depois da Assem-bleia. Sendo um dos economistas chineses mais respeitados a nível internacional, Zhou continua a ser uma autoridade quando se fala no futuro do renminbi. e tudo indica que vai continuar no cargo para mais este mandato.

A ideia de ter uma moeda mais forte passa por deixar que seja possível que seja possível rever o seu valor e convertibilidade em relação ao dólar, tem defendido o economista.

À margem das duas reuni-ões, Zhou Xiaochuan não quis interpretar dados que mostram uma maior procura do renminbi a nível internacional no último mês, dizendo apenas que não se tiram conclusões sobre dados de unicamente um mês.

Mais cRéditoe Mais investiMentoenquanto que ao nível do comér-cio externo, a China quer atrair mais investimentos, ao nível interno, a ideia de conceder mais crédito às médias empresas volta à agenda política. mas o problema da dívida dos governos locais tam-bém foi referido por Wen Jiabao.

A nível local muitos dos investimentos dos últimos anos revelaram-se redundantes. Wen Jiabao referiu ser preciso dar especial atenção à questão de não fazer sentido que diferentes províncias estejam a produzir exactamente o mesmo.

Relativamente ao défice, este ano deve chegar aos 1.2 biliões de renminbi. Sendo um aumento relativamente ao ano passado, não representa contudo nenhuma razão para alarme como disse Wen Jiabao. O primeiro-ministro cessante refe-riu que o rácio do défice para o PIB, previsto com um crescimento de 7,5 por cento para este ano, vai chegar aos dois por cento, considerado um “nível seguro”.

Ao nível dos impostos, o IVA aparece como mais um projecto--piloto para tentar uniformizar o país no que se cobra como taxa sobre qualquer transacção. mas esta é mais uma das ideias que só será posta em vigor num futuro a largo prazo.

quinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

A Coreia do Sul mantém uma “apertada vigi-lância” sobre a

Coreia do Norte, depois de o país vizinho ter ameaçado, esta terça-feira, anular o armistício, que colocou fim à Guerra da Coreia (1950-53), informou o Ministério da Defesa sul-coreano. “Estamos a levar a cabo uma apertada vigilância dos movimentos da Coreia do Norte”, afirmou o porta-voz, em declarações à agência Efe, enquanto se aguarda que Seul emita um comu-nicado oficial em resposta ao último desafio ‘retórico’ lançado por Pyongyang.

O Exército Popular da

AS forças de segurança da Malásia reforçaram ontem a segurança na

zona remota da ilha do Bornéu, um dia depois de uma ofensiva contra a milícia filipina do sultanato de Sulu.

O director-geral da Polícia da Malásia, Ismail Omar, assinalou que um rebelde filipino pode ter sido morto esta madrugada num tiroteio com soldados na zona de Lahad Datu, do lado malaio de Sabah, no Bornéu.

A possibilidade da morte de um rebelde é a única admitida pelas autoridades desde a ofensiva desta terça-feira pelas autoridades da Malá-sia, que lançaram uma operação para deter o grupo de cerca de 180 rebeldes filipinos que ocuparam há um mês o enclave de Sabah.

O ataque foi desencadeado depois de 19 rebeldes e oito polícias terem morrido no passado fim de semana durante confrontos em Lahad Datu.

Segundo as autoridades da Malá-sia, a operação militar terminou em poucas horas com êxito e sem vítimas mortais ou feridos nas fileiras, apesar de não terem revelado detalhes sobre

a possibilidade de vítimas nas milícias do sultão de Sulu, Jamalul Kiram III.

Vários aviões F-18 da força aérea malaia bombardearam durante mais de meia hora os rebeldes filipinos depois de os soldados e polícias terem reconquistado o enclave apoiados por veículos blindados, helicópteros e artilharia.

O sultanato de Sulu, estabelecido no século XV, cedeu Sabah à Compa-nhia Britânica do Bornéu do Norte em 1878 e o território foi incorporado na Malásia em 1963, contra os desejos do então sultão e do Governo filipino.

Desde então, as autoridades da Malásia pagam uma renda simbólica aos descendentes do sultanato, que chegou a integrar partes do sul das Filipinas e do nordeste do Bornéu e foi anexado em 1917 pelas Filipinas, então sob domínio norte-americano.

O sultão mantém um título hono-rífico apesar de Sulu ter deixado de ser sultanat, dividindo-se em várias províncias filipinas que actualmente formam parte da região autónoma de Mindanao muçulmana.

MILhõES de pessoas no oeste da Índia estão a en-

frentar a pior seca em mais de quatro décadas, com as vozes mais críticas a apontarem a inér-cia do Governo e a corrupção como causas para a exacerbada escassez de água.

As áreas centrais do estado indiano de Maharashtra, do qual Mumbai é capital, estão a braços com uma escassez de água mais grave do que a severa seca de 1972, afirmou o ministro de Estado, Prithviraj Chavan, em declarações à agência noticiosa francesa AFP. “Os reservatórios nunca registaram níveis tão bai-xos no centro de Maharashtra”, disse, ao alertar ainda que, à medida que os dias passam, os depósitos de água vão secando.

Chavan atribuiu a culpa à crise gerada pela ocorrência de baixa precipitação em dois perí-

odos consecutivos de monções, enquanto outros entendem que a falha nas políticas públicas é tam-bém responsável pela situação.

Cerca de 2.000 camiões tanque estão a ser usados para transportar água potável para os mais necessitados, sendo que a próxima monção é esperada ape-nas no próximo mês de Junho.

O ministro de Estado indiano não facultou, contudo, dados precisos sobre o número de pessoas afectadas nas dez mil aldeias, mas falou em milhões.

Christopher Moses, que gere um hospital dedicado à caridade em Jalna, um dos distritos mais atingidos pela falta de água, afirmou que muitas pessoas perderam os seus meios de subsistência, dado que houve empresas que encerraram e atendendo a que os campos enfrentam idênticos problemas.

“As pessoas das aldeias não têm nada para comer. Estão, literalmente, a rapar o fundo do tacho”, afirmou Moses, ao tele-fone a partir de Jalna, à agência AFP,m alertando que as doenças e a malnutrição vão começar a aumentar.

O mesmo responsável disse que a crise poderá mesmo forçá--lo a fechar unidades do Jalna Mission hospital, pela primeira vez em 117 anos de história, acrescentando que ainda não viu a água que as autoridades estão a enviar.

Com cerca de três quartos de indianos dependentes de rendimentos das zonas rurais , a época anual de monções figura como uma linha da vida, sobretudo atendendo ao facto de dois terços dos campos de cultivo estarem completamente dependentes das chuvas.

As autoridades indianas acusaram a unidade local do fabricante de chocolates Cadbury de evasão fiscal no montante de 352 milhões de patacas por fingir produzir doces numa fábrica que não existe, revelou ontem a imprensa. Alegadamente, a Cadbury India manipulou facturas e outros documentos para obter uma isenção de impostos das empresas que iniciaram a produção em novas fábricas no estado indiano de Himachal Pradesh, a 31 de Março de 2010, noticiou o Wall Street Journal (WSJ). A direcção geral de impostos, que conduziu a investigação, concluiu que a fábrica não poderia existir em 2010, uma vez que a empresa não tinha à data recebido as necessárias aprovações por parte do

governo, indicou o WSJ. A Cadbury India, controlada pela Mondelez International, disse estar a “rever” a notificação das autoridades fiscais e que irá responder no período de 30 dias estabelecido por lei. “Temos vindo a cooperar plenamente com as autoridades sobre este inquérito. Uma vez que o processo está em curso, seria inadequado da nossa parte discutir os detalhes neste momento”, disse a empresa num comunicado enviado à agência noticiosa francesa AFP. A Índia tem vindo a intensificar a campanha contra a fuga de impostos, designadamente sobre as empresas multinacionais que operam no país, numa tentativa de aumentar a receita e reduzir o défice fiscal.

Seul mantém-se atenta, após ameaça de anular armistício

Apertar a vigilância à Coreia do Norte

Forças da Malásia reforçam segurança

Problemas no BornéuMilhões de indianos enfrentam graves problemas

A pior seca dos últimos anos

Cadbury acusada de evasão fiscal na Índia

um acordo entre os EUA e a China quanto a um projeto de resolução que poderá resultar na aplicação de novas san-ções ao regime norte-coreano pela ONU em breve.

Além disso, a Coreia do Sul e os Estados Unidos levam a cabo, desde sexta--feira, o seu exercício militar conjunto anual e no domingo dão início a um outro, apesar das fortes críticas da Coreia do Norte que considera as manobras dos aliados uma ameaça à sua segurança.

Os EUA mantêm 28.500 efectivos na Coreia do Sul e comprometem-se a defen-der o seu aliado no caso de um eventual ataque norte--coreano.

Coreia do Norte ameaçou, esta terça-feira, declarar “nulo” o acordo de cessar--fogo, citando como motivo as iniciativas lideradas pelos Estados Unidos, com vista à imposição de sanções adicionais pela ONU ao re-gime norte-coreano devido ao recente ensaio nuclear.

Pyongyang ameaçou tam-bém cortar os laços com o Sul na aldeia de Panmunjom, situada na zona fronteiriça en-tre os dois países, usada para encontros entre as duas partes.

O armistício, que seis décadas depois nunca foi substituído por um tratado de paz definitiva, faz com que ambas as Coreias se encon-trem tecnicamente em guerra.

Kim Yong-chol, general norte-coreano de linha dura, suspeito de ter participado em anteriores ataques ao Sul, leu o comunicado para a televisão estatal, o qual tinha sido previamente divulgado pela agência oficial KCNA.

O facto de um alto oficial do Exército norte-coreano ter aparecido publicamente para lançar a nova ameaça gerou receios em Seul, segundo a imprensa e especialistas lo-cais, relativamente à possibi-lidade de Pyongyang realizar nova “provocação” militar.

Três semanas depois de a Coreia do Norte ter levado a cabo o seu terceiro ensaio nuclear, a tensão voltou a agravar-se, na sequência de

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quinta-feira 7.3.2013www.hojemacau.com.mo10 venezuela

Hugo Chávez não resistiu ao cancro. Eleições acontecem em 30 dias

A morte do “bom amigo da China”Um tumor na zona pélvica ceifou a vida a Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Ninguém sabe qual será o futuro do país, e, para já, Nicolás Maduro será presidente interino até às próximas eleições. Do lado da China, com quem o Governo venezuelano mantinha fortes ligações diplomáticas e comerciais, foram enviadas mensagens de condolências

O primeiro dia sem Chávez

Andreia Sofia Silva*andreia.silva@hojemacau.com.mo

HugO Chávez, pre-sidente venezue-lano falecido esta terça-feira, vítima

de cancro, visitou a China seis vezes. A última visita oficial aconteceu em Abril de 2009 e aí ficou patente a sua forte ligação aos líderes do continente.

Para o líder do Chavismo, a China constituía “o centro da gravidade do mundo”. “Ninguém pode ignorar que o centro de gravidade do mun-do mudou-se para Pequim. Durante a crise financeira, a acção da China foi altamente positiva para o mundo”, disse na altura. Tratava o antigo presidente, Hu Jintao, por “ca-ríssimo amigo e camarada”.

A morte de um dos mais carismáticos líderes da América do Sul fez com que Xi Jinping, novo líder do Partido Comunis-

ta Chinês (PCC) e primeiro--ministro recém-empossado, e Hu Jintao, anterior presidente, enviassem, cada um, uma carta de condolências, através do porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Nelas manifestaram um “profundo pesar” pela mor-te, considerando Chávez como um “bom amigo” da China e “um dirigente fora de série”.

Chávez deu “um significa-tivo contributo ao desenvolvi-mento de amigáveis relações entre a China e a Venezuela” e “o Partido Comunista, o governo e o povo chineses va-lorizam muito a comprovada amizade entre os dois países”, disse também a porta-voz, citada pela agência noticiosa oficial chinesa.

A China “está pronta” a trabalhar com a Venezuela para “aprofundar continua-mente a parceria estratégica bilateral, baseada no comum

desenvolvimento e para be-nefício dos dois povos”, acrescentou.

Há muito que os dois países mantinham fortes ligações económicas, muito por culpa do petróleo. Em 2009, a China já comprava à Venezuela cerca de 300 mil barris de petróleo por dia, mas era objectivo de Caracas que as compras ascen-dessem a um milhão de barris este ano. “Todo o petróleo de que a China necessita para o seu desenvolvimento nos próximos 200 anos está aqui na Venezuela”, chegou a afirmar Chávez. Já Hu Jintao disse que as seis visitas do líder ao país, no espaço de uma década, “provam a grande importância que ele atribui ao desenvol-vimento dos laços bilaterais, assim como aos benefícios económicos” dessa ligação.

A cooperação, que se estende a outras áreas, terá certamente novos desfechos com a pessoa que suceder a Chávez. A sua morte acon-teceu em Caracas, depois de quatro operações a um cancro na zona pélvica e de muitas especulações sobre o seu estado de saúde. A última intervenção cirúrgica tinha sido em Havana, capital de Cuba, em Dezembro.

Em Outubro a popula-ção elegeu-o para um novo mandato, mas Chávez já não conseguiu assistir à sua própria tomada de posse. Na altura, a oposição protestou pelo facto de Nicolás Madu-ro, o seu vice-presidente, ter assumido o lugar, depois de uma decisão judicial.

Maduro, que já tinha pro-metido lealdade “além desta vida”, foi entretanto nomeado presidente interino pelo minis-tro dos Negócios Estrangeiros. As novas eleições presiden-ciais já estão marcadas e acontecem dentro de 30 dias.

AS CondolênCiAS diplomátiCASNão foram apenas os donos da China que enviaram as suas mensagens de pesar. De Timor--Leste, o primeiro-ministro Xanana gusmão falou de um presidente que foi “controver-

Com segurança reforçada nas principais cidades do país, os venezuelanos preparam-se para receber aquele que será o primeiro dia sem Hugo Chávez no poder, entre incertezas quanto ao futuro do país. “Esperamos que tudo decorra em paz, em breve haverá novamente eleições, é como se começássemos de novo, a única certeza que temos é que a Venezuela não é a mesma de antes e não quer voltar a um passado que só faz parte da história”, disse Miglalia Bracho. Esta venezuelana é uma das simpatizantes de Hugo Chávez que na terça-feira se dirigiu à Praça Bolívar, em Caracas, para expressar pela última vez o seu “apoio e amor” ao líder da revolução Bolivariana, naquela que definiu como a “noite mais dura e longa de sempre”. Com 40 anos e residente em El Valle (Caracas), Miglalia Bracho ficou chocada com o anúncio da morte, na terça-feira, de Hugo Chávez, vítima do cancro de que padecia desde 2011. “Sempre acreditei que iria melhorar, havia uma possibilidade remota de que falecesse,

mas nunca pensei que isso acontecesse”, afirmou. Com lágrimas nos olhos e visivelmente abatido pela notícia, um outro venezuelano insistia em explicar que, depois da chegada Chávez ao poder, passou a haver “pátria, esperança, coisas que não tínhamos antes”. “Chávez tem sido e continuará a ser sempre o meu amor, é o meu amor eterno, quero que saibam que, de longe, onde quer que esteja, ele vê-nos”, não se cansava de dizer uma outra venezuelana que saiu à rua para demonstrar o seu apoio e amor incondicional ao Presidente.

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11quinta-feira 7.3.2013 venezuelawww.hojemacau.com.mo

Hugo Chávez não resistiu ao cancro. Eleições acontecem em 30 dias

A morte do “bom amigo da China”Um tumor na zona pélvica ceifou a vida a Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Ninguém sabe qual será o futuro do país, e, para já, Nicolás Maduro será presidente interino até às próximas eleições. Do lado da China, com quem o Governo venezuelano mantinha fortes ligações diplomáticas e comerciais, foram enviadas mensagens de condolências

Quem éNicolás Maduro?

so” e que tinha “vontade de quebrar a subserviência”. “De certa forma todos devemos dobrar-lhe a cabeça. Claro que neste esforço de transformar o mundo, para um mundo melhor, mais igualitário, mais digno há pessoas radicais, há pessoas muito moles e há pessoas muito emocionais”, disse ainda.

Apesar de estar a cumprir uma visita oficial à Índia, o ministro dos negócios es-trangeiros português, Paulo Portas, disse aos jornalistas que “o presidente Chávez marcou indiscutivelmente a história recente da Venezuela e da América Latina. Durante

os seus mandatos tivemos pro-vas de amizade com Portugal que eu quero neste momento sublinhar.” “Por um lado, o Presidente Chávez sempre respeitou a comunidade por-tuguesa na Venezuela, que é muito significativa, por outro, do ponto de vista das relações económicas, elas atingi-ram um patamar elevado e novo”, acrescentou. O próprio primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, enviou as suas condolências. Este mês estava prevista a realiza-ção, na capital venezuelana, de uma visita da Comissão Mista de Acompanhamento Portugal/Venezuela. - *com Lusa

O vice-presidente da Venezuela e an-tigo ministro dos Negócios Estran-

geiros, Nicolás Maduro, antigo motorista de autocarro e sindicalista, é aos 50 anos um veterano “chavista” conhecido por ser conciliador e moderado. Perante a opi-nião pública internacional, Chávez pediu então aos venezuelanos para acolherem Maduro como o novo presidente, caso deixasse o poder, assegurando então que o antigo sindicalista era “um revolucionário de corpo inteiro” e “um homem de grande experiência apesar da sua juventude”. “É um dos jovens líderes que detém as melhores capacidades” para dirigir o país “com a sua mão firme, com a sua visão, com o seu coração de homem do povo, com o seu talento para as pessoas (...), com o conhecimento internacional que ganhou”, acrescentou na mesma altura Chávez. Após assumir a diplomacia vene-zuelana durante mais de seis anos, Nicolás Maduro foi nomeado vice-presidente após a euforia da última vitória eleitoral de Chávez, a 07 de Outubro de 2012, para um novo mandato presidencial de seis anos. Nascido em Caracas, a 23 de Novembro de 1962, Maduro é um con-victo homem de esquerda que iniciou o seu percurso político quando andava no liceu, como líder estudantil maoísta. Não frequentou o ensino superior e começou a trabalhar como motorista dos autocarros do Metro de Caracas, onde se destacou como líder sindical na década de 1990.

Nicolás Maduro integrou o “grupo de confiança” de Chávez desde que este foi preso por tentativa de golpe de Estado em Fevereiro de 1992. O encontro entre os dois responsáveis aconteceu por causa da mulher de Maduro, advogada e a actual procuradora-geral da Venezuela Cilia Flores, que lutou pela libertação de Chávez. Como um dos fundadores do Movimento V República (MVR), força política de Hugo Chávez, Nicolás Maduro foi eleito deputado em 2000, depois de ter participado na redacção da nova Constituição venezuelana, promulgada em 1999. Em Janeiro de 2006, foi designado presidente do Par-lamento e, alguns meses depois, em Agosto, assumiu a pasta da diplomacia venezuelana. Como homem da máxima confiança, Maduro foi o único ministro que acompanhou Chávez nas três pri-meiras deslocações a Cuba, bem como

foi o escolhido para informar os vene-zuelanos do estado de saúde do chefe de Estado. Em algumas dessas ocasiões, Nicolás Maduro não conseguiu conter a emoção. Sobre a figura de Maduro, os analistas destacam o tom conciliador e a capacidade de negociar e de influenciar as diferentes facções do “chavismo” (movimento político associado a Hugo Chávez). “Ele não é ruidoso em termos verbais” e “parece ser alguém (...) que está disposto a dialogar”, afirmou o politólogo Ricardo Sucre, citado pelas agências internacionais. “Além disso, é a escolha dos 1/8líderes cubanos Fidel e Raul 3/8 Castros”, grandes aliados do Presidente Chávez, acrescentou o professor da Universidade Central da Venezuela. A historiadora Margarita Lo-pez Maia, também citada pelas agências internacionais, sublinhou a “fidelidade” do “melhor porta-voz” internacional do Governo de Chávez, numa altura em que Caracas adoptou uma retórica “anti-imperialista” e manifestou apoio a regimes controversos, como o Irão, Líbia e Síria. A opinião do povo venezuelano em relação a Maduro também parece ser favorável. Em meados deste mês, uma sondagem revelava que Nicolás Maduro obteria 50% das intenções de voto se a Venezuela realizasse eleições presidenciais antecipadas, contra os 36% do líder da oposição venezuelana Henrique Capriles. - *com Agência Lusa

quinta-feira 7.3.2013publicidade12 www.hojemacau.com.mo

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13quinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo vida

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

O plano inicial para a obra das cincos lagoas artificias no mangal da Taipa, na zona do

Carmo - anunciado pelo IACM em Dezembro - deveria levar dois meses a ficar pronto. No entanto, Leong Kun Fong, administrador do conselho deste organismo, responsável pelo projecto, prevê concluí-lo o quanto antes. Quais as razões? “Estamos a registar um sinal de período de reprodução das garças, também estamos a ver um rápido crescimento das flores de lótus”, revela.

Sobre o avanço dos trabalhos, explica, já levam um avanço de 90%, com a retirada destas flores. Neste momento, a ideia é criar mais biodiversidade, sendo objectivo do organismo corresponder às necessidades das espécies natu-rais e criar-lhes maior protecção. “Só temos de plantar mais ervas e

Obras no Mangal da Taipa vão ser aceleradas e estão próximo de ser concluídas, garante o IACM

“Número e espécies não foi alterado”

plantas aquáticas para enriquecer a biodiversidade de cada lagoa ecológica. Tentamos criar uma zona ecológica mais diversificada com mais elementos a servirem de abrigo natural.” A alteração poderá ser observada na altura do Verão pelo público, acrescenta.

Ainda assim, o responsável acrescenta que não houve lugar a transformações de maior, face ao ano anterior. “Segundo observa-ção do nosso pessoal, o número e as espécies não foi alterado re-lativamente ao ano passado.” Até pelo contrário, os prognósticos são já positivos. “Observámos a presença de centenas de aves mi-gratórias a passarem o seu período de migração aqui. E chegamos a observar sinais de melhoria, as aves migratórias chegaram mais cedo”, salienta. Porém, face ao período de seca vivido no último ano, o lago ainda não tem água suficiente, explica o administra-dor do IACM, por essa razão foi criada uma lagoa pequena com

profundidade para servir de abrigo natural e garantir a sobrevivência das espécies.

O lago junto às Casas-Museu na Taipa foi muito defendido por grupos ambientalistas, já que serve de habitat sazonal a dife-rentes tipos de aves migratórias. No entanto, o principal opositor, líder do grupo de ambientalistas contra o projecto, decidiu em finais do mês passado confiar em novas promessas do Governo. O IACM prometeu divulgar resul-tados de análises à qualidade da água na segunda metade deste ano, além de apresentar estudos sobre a progressão do projecto. Por outro lado, o IACM garantiu que não permitirá aos visitantes e turistas percorrerem as divisórias construídas para dividir o espelho do lago em cinco pequenas lagoas. Desta vez, o Governo fez saber que estará atento “às alterações e modificações adjacentes nesta zona, não só na lagoa mas também das obras de construção”.

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), responsável pela obra das lagoas artificiais no mangal, avança uma aceleração dos trabalhos devido à reprodução de garças e crescimento das plantas. Por outro lado, Leong Kun Fong, administrador do IACM, garante que o “número e espécies não foi alterado” embora esteja a ser dado lugar a uma maior biodiversidade

Arborização em vistaO Governo diz ter calculadas as taxas de zona verde e de arborização, no entanto, não apresentou dados sobre as mesmas. Ainda assim, admitiu que com a rápida urbanização de Macau têm-se perdido cada vez mais zonas verdes que, por isso, são compensadas com zonas arborizadas. “Um terreno não desenvolvido podemos considerar como uma zona verde mas depois da urbanização, da construção de edifício perdemos esta zona verde. Mas, por outro lado, para haver equilíbrio temos de acrescentar zonas arborizadas”, garante Leong Kun Fong, administrador do IACM. O IACM plantou já 57 árvores de estrada e replantou outras 300, além de outros arbustos e ervas. Para 2013, está prevista a plantação de 600 ao longo das estradas e 6800 mangues ao longo das costas. Outra estratégia verde adoptada pelo organismo são os terraços ecológicos. “Nos mercados municipais e em edifícios públicos também temos reforçado para fazerem terraços ecológicos mas nem todos podem fazê-lo, já que podem afectar as estruturas do edifício”, avança.

Semana ecológicaEntre os dias 16 e 24 de Março, realiza-se a 32.ª Edição da Semana Ecológica. No dia inaugural terá, a partir das 16 horas, mais de 30 actividades promocionais desde exposições, a palestras, workshops de jardinagem e publicações de livros. No dia 18 haverá um passeio de ecoturismo no parque natural de Zhuhai e a 21 de Março - Dia Mundial da Árvore - haverá mais uma actividade de plantação de 30 árvores diferentes junto à Estrada de Jogos Asiáticos de Macau. Haverá ainda, neste dia, uma marcha da zona verde no trilho de Coloane - com uma distância de 2800 metros - onde serão plantadas 2000 árvores. No programa estará ainda previsto um passeio para visitar Cantão e compreender os trabalhos de arborização nesta cidade.

quinta-feira 7.3.2013cultura14

Andy Warhol voltou ao lugar que já tinha ocupado em 2007. O pai da pop art foi o

artista que mais amealhou em vendas durante o ano passado, deixando para trás o chinês Zhang daqian, o rei das vendas em 2011, e o espanhol Pablo Picasso, que ao longo do ano se foi destacando nos leilões. Em causa estão 2530 milhões de patacas.

Os dados foram revelados pela Artprice, um dos sites mais importantes do sector de informação sobre o mercado da arte, à AFP. O valor que faz de Andy Warhol o artista do ano

O autor brasileiro Mau-rício de Sousa criou,

há 50 anos, a destemida personagem de banda de-senhada Mónica, e preten-de assinalar o aniversário com várias iniciativas, en-tre as quais uma série com as personagens adultas.

Maurício de Sousa já se dedicava ao desenho e às tirinhas de banda desenha-da quando, em 1963, criou a Mónica, personagem inspirada numa das filhas

e baptizada com o mes-mo nome, e cujo sucesso acabou por ditar aquela que seria a estrela de uma “turma” que inclui outras figuras como Cebolinha, Cascão e Magali.

Aos 78 anos, Maurício de Sousa é, possivelmente, o autor de banda dese-nhada de maior sucesso do espaço da lusofonia, e um dos mais carismáticos do Brasil, por conta desse império erguido com a

ajuda de Mónica, que o levou a editar milhares de revistas com as histórias da turminha, a abrir parques temáticos e a avançar para o cinema e a televisão.

O autor sempre disse que o sucesso de Mónica se deve ao facto de ser uma “menina moderna, urbana, activa e com um temperamento forte» e por «debater temas actuais e vocacionados para as crianças”.

Nova banda integra membros dos Pearl Jam, Guns N´Roses e Screaming TreesUma nova banda que está a ser preparada vai contar com as participações de membros dos Pearl Jam, Guns N´Roses e Screaming Trees. Ainda não se sabe quem irá ser o vocalista do grupo. O projecto está em preparação e ainda não tem um nome definido. Segundo o site da especialidade “Billboard”, o guitarrista dos Pearl Jam, Mike McCready, o antigo baixista dos Guns N´Roses, Duff McKagan, e o ex-baterista dos Screaming Trees, Barrett Martin, são os membros do novo grupo. Falta ainda avançar o nome do vocalista da banda que, de acordo com a mesma fonte, poderá ser Jaz Coleman, dos britânicos Killing Joke.

Vocalista de Charlie Brown Jr. encontrado mortoAlexandre Magno Abrão, mais conhecido por ‘Chorão’, foi esta quarta-feira encontrado morto na sua casa, em São Paulo, Brasil, noticia a edição online do diário Folha de São Paulo. As causas da morte ainda não são conhecidas. Tinha 42 anos. O vocalista estaria sozinho em casa quando foi encontrado pelo seu motorista, que ligou de imediato para o Serviço de Urgência, mas em vão. O caso já está a ser investigado pelo Departamento de Homicídios da polícia brasileira. O cantor liderava os Charlie Brown Jr. desde a sua formação, em 1992. Em 15 anos de carreira, a banda de rock brasileiro lançou nove álbuns de estúdio, dois discos ao vivo e seis DVDs. Depressa conquistou milhares de fãs com as suas músicas influenciadas pelo skate e com uma forte componente crítica da sociedade contemporânea.

Vocalista dos Lamb of God absolvido de morte de fãO vocalista dos Lamb of God, Randy Blythe, foi absolvido da acusação pela morte de um fã durante um concerto da banda na República Checa, em 2010. O anúncio foi feito pelo próprio músico no Instagram. “Fui absolvido de todas as acusações contra mim. Sou um homem livre”, escreveu o músico. Randy Blythe pediu ainda aos fãs para rezarem pela família do jovem Daniel Nosek, então com 19 anos, que morreu no incidente. Blythe era acusado de ter empurrado Daniel Nosek do palco durante um concerto em Praga a 24 de Março de 2010. O jovem caiu e bateu com a cabeça no chão de cimento, vindo a morrer dos ferimentos sofridos. Blythe foi detido no aeroporto de Praga no Verão passado e acusado de homicídio involuntário. Após passar cinco semanas detido, o músico viria a ser libertado. Se fosse considerado culpado, Blythe poderia ser condenado a uma pena de cinco a dez anos de prisão. Após o anúncio da decisão do tribunal, vários membros de outras bandas de metal expressaram a sua satisfação com a libertação de Randy Blythe. Elementos dos Pantera, In Flame, Heaven Shall Burn, Unearth, Gwar e Disturbed manifestaram-se contentes com o desfecho do processo.

Um retrato do artista foi vendido por 911 milhões de patacas

Andy Warhol foi o que mais rendeu em 2012

A personagem dentuça de Maurício de Sousa

Mónica celebra 50 anos

corresponde ao montante ame-alhado durante 2012, ano em que o artista norte-americano teve vários quadros em leilão.

no segundo lugar da lista surge Zhang daqian, que no ano passado tinha ficado em primei-ro. O artista chinês somou 2200 milhões de patacas. no entanto, a AFP nota que este artista teve menos obras em leilão durante 2012, o que pode justificar a queda de posição.

Já Picasso subiu uma posição em relação ao ano anterior, isto é subiu de quarto para terceiro lugar, mas ainda assim o valor das vendas em 2012, 2190 milhões de patacas, é inferior a 2011.

Logo a seguir surge outro artista chinês, mostrando que o mercado da arte chinês con-tinua a desempenhar um papel importante no sector a nível mundial. Qi Baishi, que em 2011 ocupou o segundo lugar deste ranking, surge em 2012 na quarta posição ao vender 2075 milhões de patacas.

na quinta posição, surge o alemão Gerhard Richter, que durante o ano passado somou em vendas o total de 2010 milhões de patacas. no ano anterior, o artista surgia na mesma lista na oitava posição. A subida, segundo a Artprice, é justificada com o aumento do

interesse das leiloeiras neste artista no ano em que “toda a Europa lhe prestou homenagem a propósito dos seus 80 anos”.

O chinês Xu Beihong é o sexto da lista com cerca de 1350 milhões de patacas, seguido do também chinês Li Keran, que somou 1282 milhões de patacas.

Mark Rothko, figura maior do expressionismo americano, foi o oitavo artista que mais so-mou em 2012, amealhando cerca de 1280 milhões de patacas.

no fim da lista surge o britânico Francis Bacon com 1170 milhões de patacas e, no-vamente um chinês, Fu Baoshi com 1169 milhões de patacas.

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O mandante do presumível ataque com ácido contra o director artístico do Bolshoi, o bailarino so-

lista da companhia do ballet russo, Pavel Dmitritchenko, confessou o crime, anunciou na quarta-feira a polícia de Moscovo, citada pela AFP. O executante do ataque, Yuri Zarutsky, e o chauffeur Andreï Lipatov também se confessaram culpados. “A polícia de Moscovo deteve o presumível mandante Pa-vel Dmitritchenko e o agressor Yuri Zarutsky assim como o chauffeur Andreï Lipatov que terá levado este último ao local do crime”, segundo o comunicado da polícia de Mosco-vo. “Todos os três se reconheceram culpados. O inquérito continua para estabelecer todas as circunstâncias do crime.”

“Sim, eu organizei o ataque, mas não com a extensão com que ocorreu”, disse Pavel Dmitri-chenko num vídeo divulgado pela televisão russa e libertado pelo Ministério do Interior russo. Ele acrescentava que tinha confessa-do, conta o jornal britânico The Guardian, mas recusou dar mais detalhes no vídeo. O Canal 1, uma televisão estatal russa, disse que a namorada de Dmitrichenko, a bailarina Angelina Vorontsova, tinha conflitos profissionais com Sergei Filin. Já Andreï Lipatov disse também num vídeo citado pelo jornal britânico que se limitou a conduzir o carro: “Sim, eu esta-va lá na altura [do ataque]. Levei alguém. Não vi como aconteceu. Só o levei e trouxe. Pediram-me para o fazer, sem explicações.” O outro suspeito, Yuri Zarutsky, não quis fazer declarações em vídeo.

Apesar de não ter conseguido identificar o homem, escondido atrás de uma máscara, que o atacou

Rivalidades profissionais estarão na origem do ataque com ácido

Solista do Bolshoi confessou-se culpado

em Janeiro com ácido sulfúrico, Sergei Filin disse dias depois que sabia quem era o responsável. O ataque foi na verdade um culminar de acontecimentos, que come-çaram com ameaças telefónicas frequentes. Mesmo assim o direc-tor artístico do Bolshoi recusou a protecção de um guarda-costas. No dia antes do ataque, o seu carro tinha sido vandalizado.

O jornal Libération citava ontem o Komsomolskaïa Pravda, que perguntava se o ataque a Fillin tinha por motivo Angelina Voront-sova, que havia sido recusada pelo director do Bolshoi para interpreter o papel principal no Lago dos Cisnes. “No teatro dizia-se que Angelina estava frustrada porque Fillin ‘não a via’ nesse papel e tê-lo-ia dito ao professor Nikolai Tsiskaridze e ao companheiro Pavel Dmitritchenko.”

Tsiskaridze foi o primeiro suspeito que a polícia interrogou

em Fevereiro, após declarações de Anatoly Iksanov, o director-geral do Teatro Bolshoi que apontavam, segundo o jornal The Guardian, “para a atmosfera venenosa dentro do teatro” que o também bailari-no e tido como rival na corrida à liderança do Bolshoi havia criado.

Pavel Dmitrichenko, nascido numa família ligada à dança, é solista no Bolshoi para onde entrou em 2002. Aos 28 anos, alcançou o lugar de solista da companhia, um grau abaixo da categoria principal etoiles. Quando no final de 2012 interpretou Ivan, o Terrível, a sua actuação foi alvo de críticas na imprensa, recorda a agência AFP. “As suas capacidades são muito limitadas, já para não fa-lar dos seus atributos físicos”, escreveu Tatyana Kuznetsova no diário Kommersant. A reacção de Dmitrichenko não se fez esperar, insurgindo-se contra a opinião de uma das mais importantes críticas

russas. A direcção de Fillin havia previsto que Dmitrichenko inter-pretasse, a 16 de Março, um papel secundário na nova produção de A Bela Adormecida, a 16 de Março.

RuSgaS em caSade dmiTRiTchenkoFoi só ao final do dia de terça--feira que o Ministério do Interior divulgou em comunicado que tinha detido três homens envolvidos no ataque e se soube a sua identidade numa operação que tinha começa-do logo de manhã. Segundo uma fonte da polícia citada pela agência Ria Novosti “existem provas” de que o ataque ao director artístico do Teatro Bolshoi, Sergei Filin, a 17 de Janeiro, “foi ordenado por Pavel Dmitritchenko” e que a polícia está agora a tentar perceber os motivos que levaram ao crime.

De manhã, o primeiro detido não foi identificado e os porme-nores foram sendo divulgados ao longo da tarde de terça-feira, com várias informações contraditórias. “A pessoa está a ser interrogada”, disse de manhã à Bloomberg Maxim Kolosvetov, porta-voz da polícia. “Os investigadores têm 48 horas para decidir se será preso.” Foram entretanto desencadeadas “acções de investigação urgentes” e decorreram buscas no apartamen-to de Pavel Dmitrichenko, que vive no mesmo complexo habitacional que Filin.

O Washington Post citava na terça-feira a televisão estatal russa dizendo que as autoridades teriam chegado até chauffeur e ao suspeito de ter praticado o crime através dos registos de chamadas de telemóvel. Na sequência do ataque, Filin disse que os seus telefones, contas de e-mail e de Facebook teriam sido violadas.

O Ministério do Interior di-vulgou imagens das buscas e a agência de notícias Interfax cita um responsável policial que indica que estas resultaram em “várias pistas quanto ao organizador deste crime”. A ideia da existência de um mandante por trás do perpetrador do ataque ao director artístico do Bolshoi tinha vindo a crescer de importância no discurso das for-ças de segurança e a porta-voz do Bolshoi congratulou-se terça-feira de manhã com a detenção de um suspeito: “Se se conseguiu chegar ao autor material do ataque, há esperança de encontrar a pessoa que o encomendou.”

Há cerca de um mês, a polí-cia russa tinha já anunciado que estava a identificar suspeitos do ataque a Filin, director artístico do Bolshoi desde Março de 2011 com um mandato de cinco anos, mas indicava, citada pela Interfax, estar focada em funcionários do teatro, bailarinos e trabalhadores de outras áreas.

Nikolai Tsiskaridze, bailarino principal do Bolshoi, no centro de uma polémica com a direcção--geral do teatro, disse, por seu turno, que viu Filin e Dmitri-chenko discutirem em público sobre questões financeiras, com o solista a acusar alegadamente o director artístico de favoritismo. “Toda a gente sabia”, cita o New York Times.

Sergei Filin continua na Ale-manha em tratamentos. As lesões que o ex-bailarino de 42 anos sofreu, sobretudo queimaduras de terceiro grau no lado direito da face e pescoço, levaram a três intervenções cirúrgicas oculares. O director artístico conta regressar ao trabalho no Verão, disse ontem a porta-voz do teatro.

Pavel Dmitritchenko

AVISO Tendo terminadoafasedeclassificaçãoda listadefinitivadas842candidaturasadmitidasaoConcursoPúblico–AtribuiçãodeMoradiasdaRAEMaosFuncionáriosdosQuadrosLocaisde Nomeação Definitiva dos Serviços e Organismos Públicos, publicado no boletim oficialdaRAEM, datado de 5 deDezembro de 2012, avisam-se os candidatos que, a referida listaclassificativajáobtevehomologaçãodeSuaExa.ªoChefedoExecutivo,nostermosdaalíneac)don.º2doartigo12ºedoartigo16ºdoDecreto-Lein.º31/96/M,eencontra-seafixadanasobrelojadaDirecçãodosServiçosdeFinanças,Av.daPraiaGrandenºs575-579e585,EdifícioFinançasetambémnowebsitedaDirecçãodosServiçosdeFinanças(http://www.dsf.gov.mo/asset/asset houseallocate.aspx?tab=2),dadoonúmerodecandidatosterultrapassadoosduzentos.ADirecçãodosServiçosdeFinanças,em26/02/2013.APresidentedoJúridoconcurso,ChongSengSam

quinta-feira 7.3.2013desporto16

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Banco Tai Fung

HM-2ª vez 7-3-13Execução ordinária n.º cV1-10-0103-cEo 1º Juízo cível

Exequente: MELco cRoWn JoGoS (Macau), S.A., com sede em Macau, na Avenida Dr. Mário Soares, nº. 25, Edifício Montepio, 1º andar, comp 13.Executados: WonG cHi MinG, solteiro, maior, portador do Bilhete de Identidade Permanente de Hong Kong com domicílio no Complexo Habitacional Ocean Gardens, Torre Bauhinia Court, 11-G, Taipa, Macau, WonG SinG WA, solteiro, maior, portador do Bilhete de Identidade Permanente de Hong Kong com domicílio em Hong Kong, 31st Floor, West Tower, Shun Tak Centre, Hong Kong. Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de QUinZE DiAS, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto das seguintes contas bancárias penhoradas:

Depósito bancário penhorado pertencente do

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WonG SinG WA

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DBS Bank (Hong Kong) Limited HKD $86,608.22

Banco Nacional Ultramarino, S.A. HKD $18,338.93

Banco Weng Hang, S.A. HKD $25,463.85

Bank of China Limited HKD $33,404.61

The Hong Kong & Shanghai Banking Corp. Limited

HKD $37,879.60

USN $1,240.79

HKD $85,518.81

MOP $46,436.00

Aos 21 de Fevereiro de 2013.

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

O arquitecto Mário Duque tentou obter respostas do Governo para

o facto de não ter sido consultado sobre a demo-lição da Torre de Controlo do GPM, projecto da sua autoria, e sobre as razões que levaram a tal decisão. A Comissão do GPM, que em fins de Janeiro foi autori-

Demolição da Torre do Edifício do Grande Prémio justificada pela Comissão

Instalações não agradam à FIACosta Antunes, coordenador da Comissão do Grande Prémio de Macau (GPM), justificou ao arquitecto Mário Duque, autor do projecto da actual Torre de Controlo e Edifício do GPM, as razões da demolição da obra. A “desadequação das actuais instalações” para o evento foi a principal razão que levou a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) a alertar a Comissão para que a Torre de Controlo obedecesse aos padrões internacionais de operacionalidade

Costa Antunes. A distância temporal do problema invo-cado levou Mário Duque a reagir novamente. “Tem[--se] mantido a logística do evento nesse estado de coisas [desde então]”, in-dica, por isso confronta o coordenador da Comissão do GPM sobre nunca ter encontrado “oportunidade para assegurar os procedi-mentos necessários”, revela em resposta enviada ontem.

AcRescento FoRA de hIpótese?Por outro lado, Costa Antu-nes, ainda na primeira res-posta, enviada terça-feira ao arquitecto, adiantou que “não é admissível ter mais de 50 pessoas a trabalhar num andar com apenas uma casa de banho”. Mário Du-que diz não compreender, em resposta, que se anule “valor arquitectónico” - que, enquanto júri, Costa Antunes também foi um dos responsáveis por atri-buir o prémio ao edifício institucional através da Associação de Arquitectos de Macau em 1992 - “por falta de uma ou duas insta-lações sanitárias por piso” que poderiam ser solucio-nadas “por via de exercício arquitectónico” ao invés de solucionado por meio de demolição, evoca.

Mário Duque diz-se visado e resguarda-se na lei de direito de autor, de 1999, evocando o artigo 7º como prerrogativa sua: “assegurar a genuinidade e integridade das obras de que sou autor e opor-me a qualquer mutilação ou de-formação”. O mesmo regi-me anuncia ainda que, caso haja intenções de alteração à obra pelo dono, deve ser consultado “previamente o autor do projecto, sob pena de indemnização por perdas e danos”.

Costa Antunes foi con-tactado pelo Hoje Macau para reagir às questões levantadas pelo arquitecto mas não esteve disponível durante o dia de ontem.

O novo concurso público para adjudicação da obra do novo projecto foi já lançado a 26 de Fevereiro, e está aberto ao longo de três me-ses. No entanto, já foi entre-gue à PAL Ásia Consultores, Limitada - sucessora da Profabril, empresa a que foi encomendado o projecto do Edifício do GPM, para a qual Mário Duque trabalhava na altura - a demolição da actual Torre de Controlo, primeira fase da empreitada.

zada a proceder ao concurso público para as novas fun-dações da Torre, apresentou justificações. “Decorridos vinte anos, constata-se que as actuais instalações já não dão resposta satisfató-ria às exigências técnicas impostas para a realização de provas internacionais”, respondeu Costa Antunes ao arquitecto. “A FIA deu nota à Comissão GPM que a Torre de Controlo deve obedecer aos actuais

padrões internacionais de operacionalidade.”

No entanto, a mes-ma entidade internacional alertou a Comissão para a “desadequação das actuais instalações do Edifício do GPM, em particular da Torre de Controlo, por esta carecer de condições para comportar o elevado número de comissários, assistentes e técnicos que ali têm de trabalhar” numa reunião em 2008, segundo

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HoriZontais: 1-Pedra dura que risca o vidro e o quartzo, de cor everdeada. esquadriar, estar à frente ou à face. 2-Juntaste. o. m. q. ainda. 3-lugar onde se tomam bebidas. unidade de trabalho do sistema CgS. aqui estão!. 4-aquele que fabricava álica (bebida). apeadeiro (abrev.). 5-atacado de maromba (a vinha). 6-Rio de França. Toada, fama. 7-Que perdeu a faculdade de irradiar. 8-níquel (s.q.). o m. q. liadouro. 9-pequena bigorna de aço. nome de homem. nocivamente. 10-o vinho, considerado como excipiente medicinal. Cobrira com iodo. 11-peixe pércida. estiveram.

vertiCais: 1-Crina do leão (pl.). entre (pref.). 2-o que se faz uma só vez em cada ano. Sectário do arianismo. 3-impedir de modo abosulto. debaixo de. 4-existes. Curso artificial de água. ali. 5-aparelho para tecer. Tempo em que há luz do Sol. 6-empregado dos caminhos-de-ferro. 7-instrumento com que se encurvam os trilhos das linhas férreas. Rancor. 8-101 (Rom.). gordo, barrigudo. imprima. 9-nome de letra. laçar coima, taxar. 10-Retardado. Que não é frequente. 11-apago com a raspadeira. Rojam-se pelo chão, dando voltas sobre si mesmo.

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QuAndo o dePuTAdo mAndA ler A leiA revisão do Código do Processo Penal (CPP) ainda não chegou bem a meio e já há episódios deliciosos para contar das comissões de deputados que estão a rever o dito diploma. Tudo começou quando a proposta de lei foi votada na generalidade: eu gatinhei até ao plenário (embora não tenha filmado nada) e ouvi os deputados a dizer que iria ser muito difícil todo o processo, porque não dominam o direito. logo aí, eu achei muito estranho – apesar das dificuldades normais de quem não domina a área (nem todos têm que ser licenciados em direito), há necessidade de frisar num debate politico que não percebem nada do assunto?Adiante. depois, foi a ideia brilhante de criar mais um processo aos três que já existem – o chamado simplificado. Tudo bem, não houvesse outro processo já existente, o sumaríssimo, que nunca foi utilizado na barra dos tribunais. depois dos meus tios jornalistas esperarem quase quatro horas para que a discussão termine entre deputados e Governo, eis que chega a hora das perguntas e respostas. Só que as respostas nunca chegam. Para além dos meus tios terem de suportar o facto das discussões de leis serem à porta fechada, ainda têm de ouvir do presidente da comissão uma resposta como “leiam a lei, do artigo tal ao artigo tal”. À pergunta “senhor deputado, o processo simplificado pode então vir a ser modificado na proposta de lei?”, a resposta é “leiam a lei”. e quando perguntamos se os deputados pretendem manter o processo sumaríssimo no CPP, apesar de nunca lhe terem dado nenhuma atenção, a resposta é “a comissão defende que se deve manter o processo simplificado se ele for de encontro aos objectivos iniciais da proposta de lei”. Perceberam a clareza depois de quatro horas de uma reunião à porta fechada? A política nunca pode chegar perto dos cidadãos se continuar a ser feita à porta fechada. As leis não são vossas, senhores deputados, são das pessoas. Abram as portas.

as Meninas • Agustina Bessa-Luís, Paula RegoAs meninas estão de Volta. Que uma pinta monstros e seres ameaçadores, que a outra imagina e descreve personagens perversos e de uma ironia cruel. São duas mulheres e são ainda duas meninas. do seu encontro surgiu uma obra única. Aclamado pela crítica, o livro As Meninas regressa finalmente às livrarias, agora num novo formato. “nunca tinha lido nada da Agustina Bessa-luís. Só agora é que a estou a ler. e escreve muito bem. Tem uma escrita extremamente visual. Vêem-se imagens muito fortes no livro.” – Paula rego ao expresso. “A obra de Paula rego parte das meninas como um barco para o país da utopia.” – Agustina Bessa-luís

esCritos PornográfiCos • Boris Vian«Sexualmente, quer dizer com a minha alma», escreveu Vian. É uma alma plena de liberdade, título de um dos textos aqui contidos, que o leitor des-cobre nos Escritos Pornográficos: a liberdade de amar sob todas as formas, de o dizer sem falsos artifícios; a liberdade da dimensão carnal do amor, que revela as suas luzes e sombras. 50 anos depois da sua morte, a primeira tradução portuguesa de Escritos Pornográficos sublinha uma clara evidên-cia: Boris Vian, o alquimista da linguagem e das formas, passou como um meteorito no meio do século XX, deixando um rastro ofuscante, enigmático e inspirador – que nunca se apagará.

9-9-81

tdM13:00 Tdm news - Repetição13:30 Telejornal + 360º (diferido)14:45 RTpi diReCTo19:00 montra do lilau (Repetição)19:30 vingança20:30 Telejornal21:00 Tdm Talk Show21:30 perdidos Sr.622:10 escrito nas estrelas23:00 Tdm news23:30 Resumo liga dos Campeões23:45 Herman 201300:45 Telejornal (Repetição)01:15 RTpi directo04:05 liga europa: Benfica – Bordeaux (directo)06:00 RTpi directo

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one piece film z [b](Falado em JaponêS, legendado em CHinêS)um filme de: Tatsuya nagamine19.45

Sala 2jack the giant Slayer [3d] [b]um filme de: Bryan SingerCom: darren lemke, Christopher mcQuarrie, dan Studney, david dobkin14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3lincoln [b]um filme de: Steven SpielbergCom: daniel day-lewis, Tommy lee Jones, Joseph gordon-levitt14.30, 16.45, 19.15, 21.30

quinta-feira 7.3.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

da estre laCarlos M. Cordeiro

cartoon por Steff

o sábado passado cerca de um milhão de portugueses manifesta-ram-se pelas ruas de mais de trinta cidades, incluindo a minha capital serrana, Covilhã. Quando escutei a maioria das razões que levou o

povo a sair de casa num dia de muito frio lembrei-me das muitas temáticas que tenho apresentado aqui neste espaço tais como o desemprego, a precariedade no trabalho, a austeridade galopante, as políticas que têm prejudicado reformados e pensionistas, os filhos que regressam às casas dos pais ou que emigram, as taxas moderadoras insuportá-veis para muita gente, as propinas impossí-veis de pagar por milhares de estudantes, a dificuldade de ter os filhos num infantário, enfim, pessoas das mais diversas condições sociais que já estão fartas, indignadas e desesperadas pelas políticas emanadas por um Governo que continua insensível ao dramatismo humano de quantos têm de viver no rectângulo à beira-mar plantado.

Quando o jornalista Carlos Albino, na madrugada de 25 de Abril de 1974, atra-vés do seu programa “Limite” da Rádio Renascença, emitiu a canção “Grândola, vila morena” como senha direccionada aos militares que deixariam os quartéis para derrubar o regime, nunca imaginou que a composição de Zeca Afonso se perpetuasse por gerações e que nos dias de hoje fosse cantada por milhares de pessoas em forma

O Governo tem de arrepiar caminho e entender que o movimento “Que se lixe a troika” já é uma onda gigante a espraiar no pragmatismo da revolta. O Governo não pode continuar insensível aos problemas das pessoas e continuar a aumentar impostos como se se tratasse de palha para burro. Caso contrário, estamos certos, que a passividade e resignação dos portugueses poderá debandar da indignação à violência no sentido de exigir eleições antecipadas que possam modificar o rumo da prepotência

A censura popular a grandolar

de protesto contra políticas que revoltam o mais pacífico dos cidadãos. Cantou-se nas ruas ao mesmo tempo que se mostravam centenas de cartazes com as mais díspares mensagens. Políticas: “o povo é quem mais ordena”. Contundentes: “Passos vai bardamerda” e radicais: “Cravos não, balas

sim”. Uma manifestação inorgânica à qual se associaram alguns partidos políticos e sindicatos. Um protesto suprapartidário, festa militante e passeio familiar. Muitas crianças aos ombros dos pais, até cães pela trela como companheiros inseparáveis dos seus donos que não quiseram deixar de

Nestar presentes. A classe média em peso, gente humilde, senhores de blusão de mar-ca, velhotes com boné do seu Belenenses, Benfica e Sporting, mães com carrinhos de bebé. Serenidade exterior, indignação inte-rior. Não se viu um ambiente de crispação dura, de raiva ebuliçada, de agressividade continuada. Antes pelo contrário, assistiu-se a uma “censura popular” onde o mote foi a arma da canção e a imposição de demissão do Governo e o fim da presença da troika.

os portugueses têm fama de passivos e resignados, mas é muito importante que as autoridades governamentais entendam o sig-nificado autêntico e claro de manifestações deste tipo. Nunca se sabe quando a explosão poderá rebentar se atendermos que estamos num ponto de ebulição e de impossibilidade vivencial onde já grassa cada vez mais a fome e a falta de uma tecto para dormir.

o Governo tem de arrepiar caminho e entender que o movimento “Que se lixe a troika” já é uma onda gigante a espraiar no pragmatismo da revolta. o Governo não pode continuar insensível aos problemas das pessoas e continuar a aumentar im-postos como se se tratasse de palha para burro. Caso contrário, estamos certos, que a passividade e resignação dos por-tugueses poderá debandar da indignação à violência no sentido de exigir eleições antecipadas que possam modificar o rumo da prepotência.

19opiniãoquinta-feira 7.3.2013 www.hojemacau.com.mo

bairro do or ienteLeocardo

stamos em pleno mês de março, a Primavera está prestes a chegar, e daí até ao Verão é um pequeno nada. Fica para trás a pausa que a natureza dá a si mesma, brotam as flores, depois delas os frutos,

cumpre-se mais um ciclo e tudo se renova. Vale a pena estar vivo e assistir a tudo isto, sinceramente. se é obra de um ente divino é um plano muito bem engendrado. se é apenas uma mera coincidência, é uma coincidência feliz. Um deleite, em suma. Mas o que dizer do Inverno que tivemos em macau este ano? Uma desilusão. Um embuste. Sinto-me defraudado. Quero o meu dinheiro de volta!

Este ano faltou o frio. Não tivemos as temperaturas baixas que nos fizessem sen-tir que estávamos realmente no Inverno. o ano passado tivemos um dos Invernos mais rigorosos de que tenho memória, com um frio de rachar que persistiu até Abril. Passei as passas do algarve, cheguei a pensar que ia morrer, enfim, fui um ma-riquinhas a tiritar de frio, com os dentes a bater, produzindo um som semelhante a maracas. Este ano comprei um aquecedor e um daqueles casacões que lembram um colete salva-vidas, convicto que os

Enquanto que a Europa ainda sofre com o frio, a chuva, neve e tudo mais, aqui no Oriente preparamo-nos já para a chegada do Verão das monções. Espera-nos o calor, a humidade, chuva a rodos trazida por um ou outro tufão que muitas vezes passa apenas ao lado. Meses a fio de purgatório climático, suportado pela dependência dos ares condicionados e contas de electricidade astronómicas. É então que mais fico a suspirar pelo Inverno que agora passou sem que tenhamos dado por dele. Pode ser que para o ano apareça em todo o seu esplendor, e justifique o meu investimento no aquecedor e no casaco. Está em dívida comigo, o velho Inverno

O Inverno vai ser tão bom, não foi?rigores da estação não me apanhavam desprevenido. E tudo isto em vão. O frio não veio. Foi como planear uma elaborada vingança contra o nosso pior inimigo, e ele não aparecer. Uma injustiça.

Não que o frio me dê algum gozo, fique isto bem claro. Detesto usar quilos de roupa, luvas, cachecóis e outros ade-reços. Não gosto de dormir vestido, e tal como o comum dos mortais, incomoda--me o choque térmico que se dá ao sair do calor da cama numa manhã gelada. só que Inverno sem frio não é Inverno que se preze. a sucessão das estações é ainda uma das poucas coisas grátis nesta vida, e exijo o pacote completo. Duas semani-nhas de frio algures em Dezembro sabem a pouco, e nem o Ano Novo Chinês nos valeu. as temperaturas amenas até podem dar algum jeito, mas a sensação que fica é que algo não está a funcionar lá muito bem. temos o tempo avariado.

A população de Macau reage de forma pronta e atenta à chegada do frio. Basta uma ligeira queda de temperatura para que se puxem dos casacos e das botas, em alguns casos com uma certa dose de exagero. Perdoem-me o fetiche, mas as pernas das

Esenhoras ficam muito mais bonitas cobertas de meias (de preferência pretas). E que meias tão bonitas que se podem comprar hoje em dia! A moda ficou a perder com a ausência do frio. O comércio especializado em agasalhos teve prejuízo. Pouco importa que nos tenha sido permitida a ousadia de andar de manga curta em pleno mês de Janeiro – o frio fez muita falta, e pecou pela ausência. Só os turcos daquela lojinha de gelados na Rua da Palha têm razões para sorrir.

Enquanto que a Europa ainda sofre com o frio, a chuva, neve e tudo mais, aqui no Oriente preparamo-nos já para a chegada do Verão das monções. Espera-nos o calor, a humidade, chuva a rodos trazida por um ou outro tufão que muitas vezes passa apenas ao lado. Meses a fio de purgatório climático, suportado pela dependência dos ares condicionados e contas de electricidade astronómicas. É então que mais fico a suspi-rar pelo Inverno que agora passou sem que tenhamos dado por dele. Pode ser que para o ano apareça em todo o seu esplendor, e justifique o meu investimento no aquecedor e no casaco. Está em dívida comigo, o velho Inverno.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

quinta-feira 7.3.2013www.hojemacau.com.mo

pub

Marco Carvalhoinfo@hojemacau.com.mo

O onze do Organismo Au-tónomo Desportivo da

Casa de Portugal em Macau deu ontem um pontapé na crise de resultados que afectava a performance da equipa na cor-rente edição do Campeonato de Futebol da II Divisão e goleou de forma convincente por 5-2 a formação dos Serviços de Al-fândega por cinco bolas a duas.

Com um único triunfo na presente temporada, a formação orientada pelo são-tomense Pelé teve no dianteiro portu-guês Leonel Fernandes a sua principal figura. O avançado, formado nas camadas jovens do Marítimo e do Nacional da Madeira, marcou os cinco golos com que a Casa de Portugal garantiu o seu segundo triunfo na edição de 2013 do campe-onato do segundo escalão. O conjunto de matriz portuguesa foi quem fez a festa no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau mas voltou a assinar um início de partida periclitante e a conce-der ao adversário a primazia no que toca ao andamento do marcador.

O onze dos Serviços de Alfândega inaugurou o placard numa das primeiras ocasiões em que sondou o último re-duto da Casa de Portugal. O espectro de um novo desaire pairou fugidiamente sobre o destino do grupo de trabalho do Organismo Autónomo Desportivo, mas o plantel às ordens de Pelé encontrou a força anímica necessária para responder aos Serviços de Alfândega na mesma moeda e dar a volta ao marcador. Com uma exibição sólida, a Casa de Portugal conseguiu aos poucos libertar-se da pressão do adversário e criou oportu-nidades que Leonel Fernandes se encarregou de concretizar. Depois do susto inicial, a for-mação de matriz portuguesa conseguiu marcar por quatro ocasiões antes de permitir nova resposta dos Serviços de Alfândega. A última formação a celebrar foi, no entanto, a Casa de Portugal, com Leonel Fernandes a encerrar uma noite memorável com um novo tento, concretizado a partir da marca de grande penalidade.

O triunfo frente aos Ser-viços de Alfândega deixa a

Casa de Portugal goleia Alfândega

Triunfoe pontapé na crise

Casa de Portugal em situação ligeiramente mais favorável, mas Pelé não embarca em eufo-rias. O técnico, de ascendência são-tomense, diz que as cinco derrotas sofridas pela equipa até ao momento comprometem as aspirações delineadas no início da temporada. Resta ao Organis-mo Autónomo Desportivo lutar pela permanência no segundo escalão: “O nosso objectivo agora é só um: o de garantir a manutenção na II Divisão. Já não temos hipóteses de lutar pelos lugares de subida e o que queremos fazer é assegurar a permânencia neste escalão. É com este objectivo em mente que vamos disputar os jogos que nos restam”, assegura Pelé.

O técnico da Casa de Portu-gal deixou rasgados elogios a Leonel Fernandes. O avançado, que fez carreira ao serviço de clubes como o Pontassolense, o Ribeira Brava ou o Pampilhosa, leva seis golos no Campeonato da II Divisão, apesar de ter disputado apenas dois encontros até ao momento. O jogador estreou-se com a camisola do Organismo Autónomo Despor-tivo frente ao Lai Chi, mas aca-bou por ser expulso, num lance contestado pelo banco da Casa de Portugal. Pelé garante que Leonel Fernandes tem talento e engenho suficiente para fazer boa figura nos principais emble-mas de Macau: “Não há nenhum avançado com estas característi-cas em Macau. O Leonel tem o que é necessário para se afirmar num clube competitivo da Liga de Elite e eu acredito que é na Liga de Elite que o vamos ver jogar no próximo ano”, sustenta o técnico.