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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 1 DE MARÇO DE 2012 • ANO XI • Nº 2561

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Ter para ler

AGÊNCIAS DE EMPREGO

Pagamentos limitados a um só salário

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MULTA MAL ACEITE

Fiscaldo tabaco leva tareia

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DOCENTES A GANHAR

Governo quer pagar licenças sabáticas

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REFORMA POLÍTICA Pequim responde a Chui Sai On

Seja feita a vossa vontadeO Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular respondeu ontem ao relatório do Governo da RAEM sobre a reforma política. Basicamente, Pequim concorda com as opiniões das elites de Macau: a única mudança será o aumento do número de membros da Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo e o número de deputados eleitos para a Assembleia Legislativa. Mas há quem se queixe de que o Governo Central está “mal informado”, porque o relatório não exprimirá o real sentimento da população. PÁGINA 3

2 política quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

A partir de 2013, os docen-tes das escolas particu-lares não superiores vão ter, passado 20 anos, os

seus direitos consagrados na lei. O Quadro-Geral do Pessoal Docente das Escolas Particulares do Ensino Não Superior foi ontem aprovado na especialidade em plenário, ainda que a muito custo.

Os deputados mais intervenien-tes foram precisamente os mais próximos à proposta: Ho Sio Kam, Au Kam San e Paul Chan Wai Chi, todos professores.

Au Kam San e Ho Sio Kam querem um Governo mais con-centrado na formação obrigatória para os professores. A lei ontem aprovada prevê que os docentes tenham um subsídio de desenvol-vimento profissional, mas este tem de ser da iniciativa dos professores. “Deve ser criado um mecanismo de formação que obrigue o pessoal docente a frequentar acções de formação”, considerou o depu-tado democrata. “É de ponderar um determinado número de horas obrigatório para garantir o desen-volvimento do professor.”

Ho Sio Kam assegura que as licenças sabáticas pedidas anual-mente são baixas – o que prova que a reciclagem profissional não é uma das actividades mais frequentes no território – e que, por isso, a proposta deveria implementar este tipo de formação.

ESTRANGEIRISMOSTambém Au Kam San - que no plenário anterior se tinha mani-festado contra a importação de “estrangeirismos legais” - evo-cou ontem as experiências de leis de outros países para apoiar Ho Sio Kam. “Se a lei impuser este mecanismo a todos, não há risco de os professores evitarem

Deputados querem formação obrigatória para os professores

Governo financia licenças sabáticasOs deputados aprovaram ontemo Quadro-Geraldo Pessoal Docente das Escolas Particulares do Ensino Não Superior. Alguns, porém, queremainda mais desenvolvimento profissionalpara os professores.

Professores ganham regaliasAssim que entrar em vigor, o novo regime vai obrigar as escolas privadas a canalizarem 70% do total das receitas para a remuneração de todos os docentes. Neste grupo incluem-se os directores das escolas, o que não agrada a Au Kam San. “Assim vão ficar com um ordenado altamente elevado.” A divisão dos professores em seis níveis, consoante o currículo profissional, fica também decidida pela lei. Paul Chan Wai Chi criticou haver grandes diferenças salariais, de 30% do primeiro nível para o sexto e mais alto. “Como captar quadros profissionais assim?” Au Kam San e Lam Heong Sang lamentaram ainda não existir um salário mínimo para os professores ou até mesmo uma uniformização para que não haja tanta distinção entre os salários de diferentes escolas. Cheong U admite que a diferença máxima de 1,8% entre os subsídios para o desenvolvimento profissional que a proposta vai também permitir é já “um primeiro passo” para minimizar essas diferenças. O regime vai diminuir a carga lectiva aos docentes, instaurar um regime de providência para os que são aposentados, atribuir apoios financeiros que não existiam e ainda permitir que transitem de nível antecipadamente. A lei não diferencia os docentes que trabalham a tempo parcial dos que trabalham a tempo inteiro.

suspender a actividade para ter formação.”

A licença sabática implica normalmente que os professores não sejam pagos. Cheong U, se-cretário para os Assuntos Sociais e Cultura e responsável pela tutela do diploma, garante, por isso, que o Governo vai dar apoio financeiro às escolas para que não diminuam as regalias dos professores durante o seu período de inactividade.

Mak Soi Kun apoiou Au Kam San e Ho Sio Kam no que diz res-peito à criação de um mecanismo sistemático de formação, apesar de partir do princípio que essa recicla-gem “é do interesse do docente”. O deputado sugere ainda a criação de um regime de certificação e da submissão a um exame periódico.

CRÍTICAS DAS BANCADASO Quadro-Geral do Pessoal Do-cente das Escolas Particulares do

Ensino Não Superior é resultado de 20 anos de luta dos professores para terem direitos consagrados por lei. Ainda assim, o diploma demorou mais de duas horas a ser aprovado, devido às muitas dúvidas da bancada democrata. A avaliação dos professores e respectivo recurso em caso de discordaram voltou a ser motivo de polémica. “Se o professor não concorda com a nota recorre ao Conselho Profissional do Do-cente que, no entanto, só dá o seu parecer e não tem qualquer carácter vinculativo”, lembrou Au Kam San. “No fim, volta tudo à entidade titular da escola.”

Paul Chan Wai Chi diz que quem constitui o grupo é nomeado pela Direcção dos Serviços de Edu-cação e Juventude (DSEJ) – que acusou ser “passiva” -, e que não representa todos os professores. “É difícil encontrar um mecanismo

perfeito”, justificou Cheong U. “Desta forma o conselho é mais abrangente.” O secretário afirma que o grupo conta com representan-tes das associações de professores e pelo menos um docente do privado e outro do público.

Au Kam San, que juntamente com Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi reprovou o artigo relativo a este ponto, considera o sistema injusto e que deveria ser por eleição. “Isto não garante os direitos dos docentes.” Nem isso nem a forma de contrata-ção anual dos professores ou o impedimento do despedimento sem justa causa, atirou ainda o democrata. “Ter ou não ter este quadro é indiferente.”

CONTORNOS DA AVALIAÇÃOO novo diploma quer ainda que as escolas dêem apoio aos do-centes que tirem notas abaixo de

‘satisfaz’. Mas a avaliação é feita por um Conselho de Avaliação do Pessoal Docente, das escolas. Ho Sio Kam sugeriu frente a Leong Lai, directora da DSEJ, que a entidade crie critérios para que as escolas avaliem os professores, de forma a que haja padrões.

Kwan Tsui Hang acrescenta outra ideia. “Além dessa avaliação, deve haver uma auto-avaliação feita pelo próprio docente e pelos destinatários – alunos e encarre-gados de educação.”

Apesar de Leong Lai ter avan-çado com alguns critérios – como a presença do docente, o apoio que ele dá aos alunos e o seu desen-volvimento profissional – admite algumas melhorias, após a entrada em vigor da lei. “Este trabalho da avaliação vai ser aplicado em 2013/2014. A DSEJ tem um ano para preparar trabalho.”

3políticaquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

SEGUNDO a interpretação da Lei Básica feita por al-guns políticos, o Governo Central não teria de dar

qualquer tipo de aval para uma reforma eleitoral, numa primeira fase. Mesmo assim, Chui Sai On enviou, este mês, um relatório sobre as alterações às metodologias de escolha do Chefe do Executivo e da Assembleia Legislativa. Não demo-rou muito para que as autoridades do continente autorizassem Macau a prosseguir para o chamado “desen-volvimento do sistema político” do território: ontem chegou a resposta.

Assim, as alterações às me-todologias para a constituição da Assembleia Legislativa (AL), em 2013, e para a escolha do Chefe do Executivo, em 2014, mereceram apenas um voto contra, do total de 154. A maioria dos delegados do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (CPAPN) consi-derou que Macau tem “realidades e necessidades sociais suficientes” para que seja implementada a re-forma eleitoral.

Mas Pequim avisa: devem manter-se inalteradas a disposi-ção do Anexo I da Lei Básica que prevê que o Chefe do Executivo é eleito por uma Comissão Eleitoral amplamente representativa e a dis-posição do Anexo II, que dita que a Assembleia Legislativa é composta por três grupos de membros.

O CPAPN baseia-se no relató-rio para afirmar que “a sociedade de Macau reconhece, de modo genérico, que, aquando da revisão das duas metodologias, se deve manter inalteradas as prescrições no sentido de o Chefe do Executivo ser eleito por uma Comissão Elei-toral amplamente representativa e a Assembleia Legislativa ser com-posta por três grupos de membros, ou seja, por deputados eleitos por sufrágio directo, deputados eleitos por sufrágio indirecto e deputados nomeados.”

Portanto, a alteração será apenas ao nível do número de membros da Comissão Eleitoral e de depu-tados eleitos. Segundo o CPANP, a mudança “consiste em aumentar o número de assentos de membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo; e (…) a direcção para a revisão da metodologia para a cons-tituição da Assembleia Legislativa em 2013 consiste em aumentar o número de deputados eleitos.”

Estas regras condicionam o pro-gresso directo ao sufrágio universal e ao método um voto por cidadão, acerrimamente defendidos pelos deputados do Novo Macau Demo-crático e por José Pereira Coutinho.

AMPLAMENTE ESCUTADAA POPULAÇÃO…As alterações justificam-se, no entender do CPANP, pelas “si-tuações atinentes à evolução do

Reforma eleitoral Pequim responde ao relatório da RAEM

Licença para mudar... mas poucoEm equipa que ganha não se mexe. Assim entendem os homens de Pequim, satisfeitos com o desenvolvimento do território e por registarem que o relatório de Macau não aconselha grandes mudanças. Os métodos de escolha para a AL e o Chefe do Executivo podem ser alterados, admitem, mas para já só mudam os números

desenvolvimento social após o retorno de Macau à Pátria, assim como as solicitações de uma par-ticipação equilibrada manifestadas pelas diversas camadas e sectores sociais de Macau, correspondendo às realidades da RAEM”.

Qiao Xiaoyang, vice-secretá-rio-geral do Comité da APN, ex-plica em comunicado que Pequim recebeu as opiniões de Macau – ainda que não refira directamente as da população. “Foi recebido o relatório anexado às opiniões apresentadas por individualidades dos diversos sectores sociais de Macau, assim como a compilação das reportagens e comentários da Imprensa. O Chefe do Executivo da RAEM considera que, segundo o estatuído na Lei Básica de Macau há necessidade de rever, de modo adequado, as metodologias.”

Qiao Xiaoyang assume ainda que, com esta decisão, se com-prova o elevado grau de autono-mia de Macau. “Os residentes de Macau estão a gozar de direitos democráticos que nunca tinham, exercendo eficazmente um alto grau de autonomia consagrada na

Lei Básica de Macau à RAEM, o que resulta na estabilidade social e no desenvolvimento económico, no melhoramento da vida popula-cional bem como nos progressos de todas as actividades sociais.”

Este foi o primeiro passo para que haja algum tipo de desenvol-vimento político em Macau. O segundo passa por formular um documento de consulta sobre estas alterações e apresentá-lo a consulta pública novamente. De seguida, será feita uma proposta, que deve ser aprovado por, pelo menos, 2/3 dos deputados para que possa avançar. Essa será ainda enviada a Pequim para ratificação. Chui Sai On já disse ontem querer acelerar estes trabalhos.

REACÇÕES E EXPLICAÇÕESA decisão do Comité da APN foi conhecida a meio da tarde de ontem, quando os deputados se reuniam na AL para debater duas propostas de lei. Por isso mesmo, as reacções ainda foram a quente, sem que houvesse tempo para analisar verdadeiramente o que disse o Governo Central.

Entretanto, o Chefe do Execu-tivo já se manifestou, em comuni-cado, afirmando que as alterações iriam ser feitas “cuidadosamen-te”. “Respeitar a Lei Básica” e “de forma adequada” continuam a ser as palavras de ordem.

Também o vice-presidente da AL e delegado de Macau no CPANP, Ho Iat Seng já reagiu, ainda que limitando-se a dizer que a RAEM deve seguir a lei e perceber o significado desta decisão.

Au Kam San limitou-se a referir o que já tem sido hábito – que as opiniões recolhidas e enviadas a Pequim não reflectem a opinião da população e que os resultados do Comité vão induzir Chui Sai On em erro. Também Kou Hou In disse esperar que as próximas consultas públicas – a terem lugar entre este e o próximo mês – venham a ser mais abrangentes.

SUFRÁGIO DIRECTOPOR UM CANUDORecorde-se que a reforma eleito-ral tem sido assunto discutido de forma bastante alargada entre os membros do hemiciclo. Com os

deputados “democratas” e José Pereira Coutinho a apontarem a mira ao sufrágio universal directo.

Ainda que Pereira Coutinho avançasse com mais cautela e pedisse apenas uma calendariza-ção para a implementação de um voto por cidadão, Au Kam San, Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi não fizeram cerimónias. Em todas as intervenções, os três deputados da bancada democrata sempre pediram a implementação do sufrágio universal.

Ng Kuok Cheong, por exem-plo, esteve presente na primeira sessão de discussão sobre a reforma política e bateu o pé no que toca à necessidade de imple-mentar o sufrágio directo pleno. “Nas eleições para a AL em 2013 e para o Chefe do Executivo em 2014, as pessoas já devem poder votar directamente. Isto é um direito que está na Lei Básica e de que não pudemos usufruir nas primeiras eleições para Chefe do Executivo”, disse na altura. O deputado sugeriu ainda a extinção da Comissão que elege o Chefe do Executivo.

Entradas mais simples em PortugalJosé Pereira Coutinho pediu às autoridades portuguesas uma maior simplificação na passagem de vistos, para que empresários chineses se possam deslocar a Portugal. Em declarações à agência Lusa à margem de um colóquio sobre “Portugal e Macau na Lusofonia Global”, disse que o problema para os empresários chineses visitarem Portugal reside na dificuldade de obter o visto de entrada. “Para eles é mais fácil viajarem para os EUA, porque não têm dificuldade em obter o visto. Portugal tem de simplificar a passagem dos vistos, se quiser receber mais empresários chineses.”

Sete acusados de fraude eleitoralSete pessoas foram ontem condenadas pelo tribunal a dois a três anos de cadeia por fraude eleitoral, anunciou a TDM. As eleições para a Assembleia Legislativa de 2005 ficaram marcadas por mais de 400 queixas de suborno ou troca de votos e, ontem, uma dessas práticas viu o seu desfecho. O tribunal condenou sete trabalhadores de uma empresa do ramo da hotelaria, da qual um dos gestores era candidato ao hemiciclo. Ficou provado que esses funcionários pagaram 500 patacas a colegas em troca de votos. O caso ocorreu entre Março e Abril. Um dos homens disse ter sido forçado a angariar votos. Os acusados estão impedidos de exercer qualquer direito político.

4 sociedade quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

ONTEM foi um dia difícil para o fiscal de controlo de tabaco que

apanhou um infractor num salão de videojogos no edi-fício Kin Wa, no bairro da Areia Preta, pelas 15h00. Depois de notificá-lo da acusação, o indivíduo, com pouco mais de 40 anos, atacou o fiscal sem pieda-de. “De repente, o homem correu para fora da porta de entrada e, com os punhos e pé, atacou o braço e perna esquerdos do agente de fis-calização”, revela um rela-tório dos Serviços de Saúde (SS). Os colegas presentes

Virginia Leungvirginia.leung@hojemacau.com.mo

O jornal Ou Mun de-clarou que apesar do

rápido desenvolvimento das relações entre a China Continental e os países de língua portuguesa, continua a haver falta de talentos lusófonos no território. O presidente do Instituto Politécnico de Macau, Lei Heong Iok, sugeriu que a RAEM poderia debater com o De-partamento de Educação da China a criação de um “Centro de Lusofonia na China” que funcionasse como uma plataforma para os professores lusó-fonos no território chinês. A realidade histórica e profissional de Macau jus-tifica, segundo Lei Heong Iok, que Macau possa vir a ser uma plataforma de suporte para os professo-res lusófonos.

O presidente do IPM salientou que aquele or-ganismo alberga mais de 30 professores lusófonos, devendo ser por isso a instituição do mundo com mais professores que falam a língua de Camões. Muitos deles são talentos que desenvolve-ram a sua aprendizagem localmente, sendo hoje perfeitamente capazes de leccionar cursos de tradução de português, acrescentou.

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

DEMOROU quase ano e meio a subir a ple-nário, mas foi ontem finalmente aprovada

na especialidade a proposta de lei de alteração ao Regime dos Direitos de Autor. Apesar de ter ficado bem explícito que a lei não se dirige ao contrato de concessão da Tv Cabo e ao conflito com os anteneiros, o novo regime prevê a sua punição, dado que implica a aplicação de pena de prisão até dois anos a quem descodifique sinais audiovisuais sem autorização.

Lee Chong Cheng e Paul Chan Wai Chi consideraram que a legislação não estava clara no que toca à criminalização deste tipo de acto, mas Gonçalo Cabral, assessor do Governo, depressa explicou o conteúdo. “Quando este desbloqueio tem fins comerciais e depois de exigida a queixa do interessado, é pacífico per-

ceber que uma conduta destas não é legítima. É o arrombamento de medidas para furto de coisas alheias e venda a terceiros.”

Os dois deputados preocuparam-se ainda com a abrangência do regime, inicialmente feito para ser articulado com dois tratados internacionais em vigor em Hong Kong e na China sobre a protecção de conteúdo digital. O Governo entendeu ser ne-cessário rectificar o regime, já que os tratados não estão ainda em vigor no território. “A intenção foi transpor disposições dos tratados internacionais para o reordenamento de Macau.” As regras estão, assim, mais claras sobre o uso livre de programas de computador e há mais proteção de diversos direitos de autor.

Esta lei pode agora abrir caminho para que a China estenda os tratados a Macau, explica o subdirector dos Serviços de Economia, Tai Kan Ip, que lembra que as penas continuam mais brandas do que em Hong Kong e China.

O Vice-Presidente da As-sociação de Pequenas e

Médias Empresas de Macau (APMEM) Iong Ieng Chun, declarou que a reforma do sistema político deverá se-guir as regras da Lei Básica e acompanhar o desenvolvi-mento económico e social da sociedade de Macau, permi-tindo o gradual aumento da participação dos cidadãos na política local. Iong Ieng Chun Iong manifestou ainda o desejo da APMEM em ter representantes tanto na Assembleia Legislativa, como no Colégio Eleitoral do Chefe do Executivo.

A APMEM declarou que esta é a altura certa para mudar a forma de eleição

da Assembleia Legislativa e do Chefe do Executivo, assim como ir ao encontro dos anseios da população. No entanto, devido à falta de indicações na Lei Bási-ca sobre o sufrágio directo para ambos os órgãos, é de esperar que Macau tenha de se ficar pelo sistema de eleição indirecta durante um certo período, afirmou a APMEM.

Entretanto, um estudo le-vado a cabo pela APMEM em conjunto com a faculdade de Gestão de Empresas demons-trou que 60% dos inquiridos não vê solução a curto prazo para os problemas do aumento das rendas, da competição de-senfreada, da falta de recursos

humanos e da rotatividade dos empregados.

As razões apontadas pelos entrevistados para as dificul-dades das pequenas e médias empresas prendem-se com as profundas mudanças na economia e na competição do mercado. Os entrevistados pediram ao Governo para re-solver a situação, não se mos-trando muito interessados em participar no desenvolvimento da Ilha da Montanha.

Quanto às questões polí-ticas, os inquiridos preferem as ajudas directas como os subsídios financeiros e ajudas nos pagamentos das rendas ou a simplificação das regras da importação de mão-de--obra. - V.L.

Fiscal anti-tabaco acaba no hospital

Fumo deu fogono local avançaram então contra o perigoso fumador, imobilizaram-no e chama-ram a polícia, que o deteve e levou para a esquadra.

O comunicado dos SS faz um relato verdadeiramente heróico da acção do fiscal fe-rido no combate sem tréguas ao fumo ilegal. “Este agente de fiscalização, que se en-contrava ferido, dirigiu-se

ao Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) para exame médico e tera-pia.” O seu estado actual é estável, não necessitando de internamento, mas os SS prometem vingança. “Os Serviços de Saúde condenam vigorosamente o ataque violento ao agente de fiscalização, a sua tolerância é zero para este tipo de actos e vão pedir legalmente toda a responsabilidade jurídica do infractor; em simultâneo, elogiam os elementos da linha frente pela sua per-severança, colaboração e imparcialidade na aplicação da lei.”

A vítima, apesar de combalida, afirmou também que irá voltar aos campos de batalha, sem medo dos bafos a nicotina mais intimi-dantes. “O fumo de segunda mão ataca o direito à saúde de outrem, o controlo de tabaco destina-se a prote-ger a saúde pública, por isso, não receio qualquer acto violento, vou insistir na aplicação rigorosa da lei quando recuperar.” Por isso, rapaziada fumegante com mania de atacar pelas costas (ou pela lateral, para se ser mais rigoroso), três palavrinhas de aviso: cui-dado com ele!

Acentua-se desenvolvimentodas relações com países de língua portuguesa

“A China precisados talentos lusófonos”

Lei foi aprovada

Anteneiros sem escapatória

Estudo revela pessimismo dos pequenos empresários

PME estão deprimidas

Lei Heong Iok sa-lientou ainda o facto de a China ter recentemente aumentado o número de Universidades com cursos de português de três ou quatro para mais de 20 e de os valores dos negócios com os oito países lusófonos ascen-der a muitos milhões de patacas. A necessidade de talentos nesta área é

indesmentível, segundo o académico, que espera que Macau aproveite a oportunidade de se tor-nar numa plataforma de professores lusófonos, sugerindo ainda o ensino de português nas escolas primárias e secundárias de modo a incentivar os estudantes a aprender uma das línguas mais falada no mundo.

Lei Heong Iok

5sociedadequinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Em cima da mesa está a possibilidade de o trabalhador só pagar o referente a um mês do seu salário

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

NA primeira reunião da Comissão Executiva do Conselho Perma-nente de Concertação

Social, a classe patronal discutiu com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a possibilidade de alterar o actual regime legislativo que sustenta as agências de emprego. O Governo admitiu a existência de “lacunas” e quer definir quais os montantes que o empregado tem de pagar à agência quando consegue um em-prego, por forma a travar eventuais ilegalidades.

A proposta apresentada ontem por Shuen Ka Hung, director da DSAL, refere que a agência só poderá receber o valor referente a um salário do trabalhador, e não mais do que isso. “As empresas podem pedir uma vez, mas não pode ultrapassar o valor de uma remune-ração. É normal o pagamento a uma

Exportações caíram 4,7%As exportações de Macau caíram em Janeiro 4,7% face ao mês homólogo de 2011, num período em que as comemorações do Ano Novo Lunar fazem parar fábricas e a reunião familiar é aproveitada para as grandes férias da maioria dos trabalhadores. As exportações totalizaram MOP 622 milhões, com as exportações domésticas a caírem 18,4%, para MOP 203 milhões, e as reexportações a subirem 3,8%, para MOP 419 milhões.

Macau importou mais gás No quarto trimestre do ano passado, Macau importou mais de 10 mil toneladas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), o que representa uma subida de 21,6% face aos primeiros meses de 2011. A maior compra de GPL justifica-se pela chegada do inverno, já que o consumo subiu mais 25%. Por outro lado, o consumo de electricidade registou uma descida.

Acidente fatal na TaipaUm grave acidente ocorreu esta terça-feira na Avenida Wai Long, na Taipa, quando uma grua de 60 metros de altura, de uma obra de construção de habitações de luxo, caiu de uma colina, arrastando consigo o operário que a manobrava. Suspeita-se que as causas do trágico acidente que vitimou o trabalhador, de apelido Lou, de 55 anos, estejam na cedência das bases de apoio da grua. Lou, que sofreu ferimentos graves na cabeça e na cervical, para além de ter partido os pés, foi declarado morto quando chegou ao hospital. No mesmo dia, outro acidente na Avenida dos Jogos da Ásia Oriental deixou um cidadão paquistanês de 54 anos em estado crítico. Conduzia uma carrinha que se terá despistado, indo embater com violência contra um poste de iluminação. O indivíduo em questão encontra-se no hospital com prognóstico reservado. - V.L.

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

A CTM já entregou ao Governo o relatório

sobre a avaria técnica que levou a um apagão de seis horas das redes 3G, internet e telefónicas. Chen, porta--voz da empresa, disse ao Hoje Macau que a análise já tinha sido feita e que o documento prosseguiu para a Direcção dos Serviços de Regulação das Telecomu-nicações (DSRT) há cerca dois dias.

Sobre o conteúdo do re-latório ou mesmo o motivo da avaria, a porta-voz da CTM diz não poder adiantar pormenores, por falta de autorização do Governo. “Neste ponto, não podemos dizer muito mais, porque agora a análise está nas mãos do Executivo. Mas assim que tivermos informações vamos passá-las ao público.”

Segundo a responsável, o Executivo não tem data certa para decidir o que quer que

Governo quer rever regime de licenciamento das agências de emprego

Tirem a mão do meu bolso

CTM Relatório sobre avaria foi entregue

Decisão no Executivo

Trabalho parcial mais definidoEm cima da mesa esteve também a discussão do regime de trabalho a tempo parcial. Shuen Ka Hung falou da proposta do Governo. “Quem trabalhar 35 horas por semana, ou menos, é considerado trabalhador a tempo parcial.” Caso o trabalho por semana ultrapasse esse período de tempo, “o contrato passa automaticamente a tempo inteiro, segundo as Leis das Relações de Trabalho”. Quanto à questão do salário mínimo, a Universidade de Macau deverá elaborar um estudo este ano.

seja sobre o apagão da CTM e o conteúdo do relatório.

MEMÓRIAS DO SILÊNCIORecorde-se que, em princí-pio, terá sido uma falha no software que deixou milha-res de clientes sem ligações móveis ou internet seis horas seguidas. A falha afectou mesmo as redes alugadas a outras operadoras, como a Smartone e a Rede 3, sendo que algumas vieram a públi-co dizer que ponderam pedir indemnização à empresa que detém o monopólio das redes de internet do território.

A CTM afirma não ter recebido nenhum desses pe-didos para já, mas prometeu indemnizar os clientes, com descontos nas próximas facturas.

Deputados apresentaram interpelações ao Executivo onde pedem assunção de res-ponsabilidades e perguntam se haverá lugar a sanções à CTM. O Hoje Macau tentou contactar a DSRT, mas não conseguiu obter resposta.

de agências de emprego, que passa-ram de 10 a 122. Algo que não deixa de ser positivo. “A pessoa que quer arranjar emprego tem mais escolhas com mais empresas no mercado.”

Na nova proposta estão também previstos aumentos nas multas às agências que exigirem mais do que um salário. “Com a inflação o mon-tante vai ser alterado.”

GOVERNO QUER CONVENÇÃOOutra das coisas que a DSAL quer alterar é a aplicação de algumas normas da Convenção da Organiza-ção Internacional do Trabalho, que ainda não funciona em Macau. O artigo 181, que fala sobre as agências de emprego privadas, poderá ser aplicado nas relações de trabalho de Macau. “Conforme o artigo, as agências não podem receber, directa ou indirectamente, todas as remune-rações do cliente. Há situações em que estas agências recebem dinheiro do cliente e o Governo tem de regular a situação. Iremos ponderar o âmbito que esta Convenção pode regular em Macau.”

Até Abril, patrões e empregados terão de entregar as suas opiniões sobre a revisão do decreto-lei. Da-tas para resultados práticos, não há. “Se ambas as partes estiverem de acordo, vai ser entregue a proposta ao Conselho Permanente, e depois será a sessão de consulta pública.”

agência e esta prestar um trabalho, mas o montante pago tem de ser adequado. Esta lei não realça qual o montante que as agências podem receber. Temos de ter o regulamento e a fiscalização destas situações, e

saber melhor o seu funcionamento.”Shuen Ka Hung falou na neces-

sidade de “responder ao desenvol-vimento económico e às alterações do mercado laboral”, acrescentando que, desde 2004, disparou o número

6 nacional quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

A China e a Rússia rei-teraram o seu apoio à Síria e qualificaram o referendo, no qual

89,4% dos sírios aprovou a nova Constituição, como um importan-te passo para converter o país num Estado democrático moderno.

Os meios de comunicação da Síria destacaram o resultado da consulta popular com notas sobre as declarações dos minis-térios dos negócios estrangeiros de Pequim e de Moscovo, que coincidem na recusa de qualquer tipo de interferência ou solução estrangeira no problema sírio.

Um comunicado do Ministé-rio russo declara que os resulta-dos do plebiscito indicam que o governo evidentemente goza do apoio popular. Estes resultados demonstram, prossegue a nota, que os grupos opositores que tentaram boicotar o referendo “carecem de popularidade e não têm o direito de falar em nome do povo sírio”. O comunicado exorta ainda todas as partes a abandonar a violência e a envolver-se num diálogo sem pré-condições.

Por seu lado, o porta-voz da ministério dos negócios estrangeiros chinês, Hong Lei, manifestou a esperança do seu país de que a nova Constituição impulsione o actual processo de reformas e contribua para um

Mudanças na oposição em TaiwanA presidente do Partido Democrático Progressista, Tsai Ing-wen, cedeu ontem a direcção da principal força da oposição de Taiwan à presidente do município de Kaohsiung, Chen Chu. A demissão de Tsai Ing-wen após a derrota nas eleições presidenciais de 14 de Janeiro, onde Ma Ying-jeou foi reeleito, coloca Chen Chu na presidência interina do partido até às eleições internas de Maio. Chen Chu, de 62 anos, iniciou a sua carreira política na década de 1970, durante a luta pela democracia quando a ilha era governada por um governo autoritário do Kuomintang. Passou seis anos na prisão por motivos políticos, foi ministra do trabalho na era de Chen Shui-bian e é líder do município de Kaohsiung, a segunda cidade mais importante de Taiwan, desde 2006.

Socorro suspenso na fábrica de Hebei Os receios das equipas de socorro de novas explosões na fábrica agro-química na província chinesa de Hebei, norte do país, interromperam os trabalhos de busca e salvamento após a explosão que matou, pelo menos, 16 pessoas, e deixou 40 feridos e dezenas de desaparecidos. Depois de inicialmente as autoridades locais terem reportado apenas três mortos, um novo balanço apontava para 13 vítimas mortais, embora as autoridades já referissem serem apenas dados provisórios, após conhecerem a dimensão do acidente cujas primeiras imagens mostravam um complexo devastado e uma grande cratera provocada pela explosão. Um despacho da agência Xinhua refere que cerca de uma centena de trabalhadores estava na fábrica Hebei Zhaoxian Keeper Chemical Co., situada perto da cidade de Shijiazhuang, capital provincial, e confirma que as operações de socorro estão suspensas devido ao risco de novas explosões. A Administração da Segurança no trabalho refere na sua página na Internet que a explosão aconteceu quando estava a ser produzido um combustível de elevado grau de energia.

PELO menos 12 pessoas morreram num ataque

a um mercado no Xinjiang esta terça-feira, num novo episódio de violência na-quela região de maioria muçulmana, no noroeste

Quase 90% aprova nova Constituição Síria

China apoia ajuda humanitária

Ataque violento em Xinjiang faz 12 mortos

Uigures atacam mercado à machadada

Muhammad Kamil Amr, da Arábia Saudita, Turki Al-Faisal, e da Argélia, Mourad Medelci.

POSIÇÃO CLARANas conversas realizadas na se-gunda e terça-feira, Yang Jiechi deixou clara a posição chinesa e os esforços feitos pelo país, indicando como pontos cruciais a manutenção da paz e estabilidade da região. Para o representante chinês, os lados em conflito precisam cessar a violência e dar início ao diálogo político, focando-se na discussão dos programas de reforma. A comu-nidade internacional, declarou, deve facilitar as negociações e oferecer ajuda humanitária à Síria. Yang ressalvou a grande importância dada pela China ao papel da Liga Árabe na questão e garantiu o desejo do país de promover, juntamente com a Liga, uma solução pacífica e adequada para a questão.

O secretário-geral da Liga Árabe e os ministros manifesta-ram simpatia à postura da China e expressaram a disposição em coordenar as suas posições com a da China mantendo aberto o diálogo com o país asiático. O trabalho conjunto pode alcançar uma solução pacífica mais rápida e adequada para a questão da Síria, afirmou o secretário-geral da Liga Árabe.

da China, relatou a polícia e a imprensa oficial.

“Alguns desordeiros mataram pelo menos dez pessoas” e “a polícia abateu, pelo menos, dois assassi-nos”, disse a agência noti-

quase 200 mortos em Urumqi, a capital daquela região autónoma da Re-pública Popular da China.

Pequim atribuiu a res-ponsabilidade dos tumultos a uma organização separa-tista uigure, a maior etnia de Xinjiang, de religião muçul-mana, que constitui 42% da população da região.

Confinada entre o Afe-ganistão, o Paquistão e várias ex-repúblicas so-viéticas da Ásia central, Xinjiang é uma das regiões da China mais vulneráveis ao separatismo, sendo um território rico em petróleo e recursos minerais, com uma área quase 18 vezes maior que Portugal e com cerca de 23 milhões de habitantes.

diálogo político que responda às aspirações do povo. “Espera-mos que todas as partes na Síria trabalhem unidas e realizem os esforços para diminuir as ten-sões o mais depressa possível.”

O porta-voz reiterou o apelo de Pequim à comunidade inter-nacional a “respeitar totalmente a soberania, a independência e a integridade territorial da Síria e a decisão do povo sírio”.

DA RÚSSIA COM AMORParalelamente, o presidente do Comité de Relações Interna-cionais da Duma (Parlamento) russa, Aleksey Pushkov, disse

que a Rússia está a realizar esfor-ços para evacuar os jornalistas feridos da cidade de Homs.

Pushkov criticou os países ocidentais por não tratar de evacuar estas pessoas. São os bandos armados que não apoiam esta medida e os meios de comu-nicação pro-imperialistas que se aproveitam deste facto para a sua campanha contra a Síria, disse.

Entretanto, o ministro dos ne-gócios estrangeiros chinês, Yang Jiechi, manteve conversações por telefone sobre a questão síria com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil el-Araby, e com os seus homólogos do Egipto,

ciosa oficial chinesa Xinhua na terça-feira à noite.

O incidente ocorreu cerca das 18:00h em Ye-cheng, na província de Kashgar, perto da fronteira com o Quirguistão e o

Tadjiquistão, e segundo testemunhas citadas pela Xinhua “os desordeiros esfaquearam as vítimas”.

Um funcionário da polí-cia local, contactado ontem pela agência France Press, disse que estavam armados com machados e atacaram um mercado de uma zona de Yecheng habitada sobretudo por Han, a principal etnia da China. “A maioria das víti-mas eram Han, mas também havia alguns uigures. Cinco desordeiros foram mortos, e eram todos uigures.”

VIOLÊNCIA ANTIGAFoi um dos piores inciden-tes do género registados no Xinjiang desde Julho de 2009, quando violentos tumultos étnicos causaram

7nacionalquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

O governo japonês está a mover-se, pela primeira vez na sua história, na direcção

da abertura do país aos casinos, movido pelos interesses de em-presas norte-americanas, pelo sucesso de outros centros de jogo na Ásia, e pela procura de novas indústrias de crescimento de modo a reverter o longo declínio económico do país.

Num raro sinal de cooperação entre políticos rivais, um grupo de 150 legisladores do partido do governo e de cinco partidos da oposição adoptou um projecto de lei que poderá iniciar o processo de legalização dos jogos de azar nos próximos dois anos.

Os líderes do grupo dizem que planeiam apresentar o projecto de lei antes do fim da actual sessão parlamentar, programada para Junho. A aprovação da lei abriria caminho para a vinda de casinos na terceira maior economia do mundo, em cinco anos, de acordo com algumas estimativas.

Os casinos “ajudariam a pro-mover o turismo, a incentivar no-vos negócios, a criar empregos e a impulsionar o desenvolvimento local”, disse ao The Wall Street Journal Takeshi Iwaya, deputado

QUASE 40% das ex-portações angolanas de

petróleo vão para a China, representando 16% das im-portações chinesas daquela matéria-prima, realçou ontem o jornal China Daily, num suplemento de oito páginas dedicado a Angola.

Segundo o jornal, desde 2009, em cinco anos após da concessão dos primeiros crédi-tos chineses a Angola, aquele país tornou-se “uma das mais importantes fontes de petróleo para a China” e “o seu maior parceiro comercial em África”.

De acordo com a mesma fonte, as exportações angolanas para a China somaram mais de MOP 150 mil milhões em 2011 e “deverão crescer em 2012”.

“Angola tornou-se um brilhante exemplo de como um país se pode transformar”, diz também o China Daily, re-alçando que o Produto Interno Bruto (PIB) angolano registou

um crescimento anual de 11% entre 2002 e 2010.

Dezenas de grandes empre-sas estatais chinesas operam em Angola, nomeadamente na construção de infra-estruturas, mas “o número de investidores privados chineses está a cres-cer”, indica o jornal, sem pre-cisar a dimensão do fenómeno.

BONS AMIGOSO montante dos empréstimos e linhas de crédito concedidos pela China a Angola desde 2004, através de vários bancos estatais, ronda os MOP 120 mil milhões, disse o embaixador chinês em Luanda, Zhang Bo-lun, há cerca de um ano.

“Apesar das críticas, que dizem que os acordos (finan-ceiros) favorecem a China, a relação (China-Angola) está a amadurecer rapidamente”, comenta o China Daily. “É, com certeza, uma relação mu-tuamente benéfica.”

Carne de porco brasileira vem aíA Brasil Foods irá enviar pela primeira vez esta quinta-feira carne de suíno para a China, “um marco” para a companhia, pela importância do mercado chinês para a indústria brasileira, informou a empresa. A BRF, maior exportadora de aves e carne suína do Brasil, é uma das três companhias brasileiras habilitadas a exportar cortes de carne de suínos directamente para o mercado chinês. Os volumes exportados para a China serão comercializados pela joint venture criada recentemente pela BRF e a empresa chinesa Dah Chong Hong Limited para distribuir produtos no mercado chinês, processar carnes em unidades locais, desenvolver a marca Sadia e actuar nos canais de restauração da China Continental, Hong Kong e Macau, disse a empresa. A China é o maior produtor de carne suína do mundo, mas a sua produção não é capaz de atender à procura interna. Em Novembro, a Seara Alimentos, do grupo Marfrig, fez o seu primeiro embarque de carne suína para a China e a Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) enviou no início deste mês cerca de 120 toneladas de diversos cortes de suínos para o país.

China financia circular em MaputoA China vai financiar a construção de uma circular na cidade de Maputo, capital de Moçambique, com cerca de MOP 2 mil milhões, desembolsados pelo Exim Bank chinês, segundo um acordo ratificado pelo conselho de ministros moçambicano. “Foi assinado um acordo com o Exim Bank da China no valor de mais de MOP 2 mil milhões para melhorar a circulação e ligação da Cidade de Maputo com os arredores”, disse, esta terça-feira, Henrique Banze, porta-voz do Conselho de Ministros. “Neste momento vamos trabalhar sobre o anel de Maputo ao abrigo do acordo que foi assinado a 17 de Fevereiro de 2012.” Segundo adiantou, a Circular de Maputo inclui a estrada que liga a cidade de Maputo ao bairro da Costa do Sol e que dá acesso ao distrito de Marracuene. “A via foi projectada para dar acesso à Estrada Nacional número 1 (EN1). Trata-se de evitar que todas as viaturas tenham que passar pelo meio da cidade e que se encontrem alternativas para que haja escoamento do tráfego.” As obras deverão arrancar ainda durante o primeiro semestre de 2012.

Yuan fixa novo máximo contra o dólarA moeda chinesa voltou ontem a bater um recorde contra o dólar, com a moeda norte-americana a valer 6,2919 yuan, o terceiro recorde de 2012, anunciou o Banco da China. O último recorde da moeda chinesa estava fixado em 6,2937 yuan, um valor alcançado a 10 de Fevereiro, o que traduz, agora, uma variação de 18 pontos base. A subida do yuan contra o dólar ilustra a “gradual valorização” do yuan prometida pela China em 2010, em resposta às crescentes pressões ocidentais, sobretudo norte-americanas. Na altura um dólar valia 6,83 yuan e desde então a moeda chinesa valorizou-se quase 8% em relação à moeda norte-americana. Só em 2011, a moeda chinesa valorizou contra o dólar americano quase 4,5%.

Japão pode abrir portas à indústria do jogo

Receita milagrosa

China absorve quase 40% das exportações de petróleo de Angola

“Relação mutuamente benéfica”

do maior partido de oposição, o Partido Liberal Democrata. “Outros países vizinhos estão a considerar planos semelhantes, por isso, se não nos apressarmos, podemos arriscar-nos a perder uma grande oportunidade.”

FUTURO EM DÚVIDAAs operadoras americanas de casinos, que lidam com uma pers-pectiva sombria de crescimento nos Estados Unidos, também vêm neste mercado asiático grandes oportunidades. Sheldon Adel-son, administrador da Las Vegas Sands Corp. e grande defensor da campanha no Japão há pelo menos cinco anos, apresentou esta terça-feira em Tóquio vários argumentos sobre os benefícios económicos do desenvolvimento de casinos e de resorts. Adelson elogiou a iniciativa do Japão numa teleconferência com analistas no início deste mês, e está entre a série de executivos de casinos que viajaram até ao Japão nos últimos anos.

Ainda assim, embora os espe-cialistas digam que a legislação avançou mais do que nunca na direcção de superar as objecções parlamentares, os seus defensores admitem que o acumular de pro-blemas mais graves pode acabar por impedir que o projecto passe para a próxima fase crítica.

Embora os jogos de azar sejam tecnicamente ilegais no Japão, o governo permite apostas em cor-ridas de ciclismo, motociclismo, barcos e cavalos.

Adelson comenta guerra entre Wynn e OkadaO patrão da Las Vegas Sands Corp., em declarações citadas ontem pelo Wall Street Journal, falou sobre o diferendo que opõe Steve Wynn a Kazuo Okada. Adelson disse que oferecer estadias nas suites dos hotéis é uma prática comum no mundo dos casinos, sugerindo que Wynn terá ido longe de mais ao utilizar essa justificação para afastar Okada da sua empresa. Segundo a Wynn Resorts, Okada agiu inapropriadamente ao oferecer a estadia a um regulador de jogo das Filipinas (onde está a avançar sozinho com projectos de casinos) numa suite VIP de 50 mil dólares por noite. Se a intervenção de Adelson foi inocente ou deixa já adivinhar a rivalidade comWynn para projectos no Japão só o futuro dirá.

8 nacional quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

A retirada de circulação de auto-móveis por problemas técnicos

com possíveis repercussões ao nível da segurança aumentou 55% num ano na China, afectando 1,83 milhões de veículos, informou on-tem a agência Xinhua. Segundo o organismo chinês de supervisão de qualidade e inspecção, 93,7% dos veículos afectados foram fabricados na China.

A entidade colocou em marcha um sistema de retirada de veículos com defeitos de fabrico em 2005, para

melhorar a qualidade dos automóveis no país.

O organismo esteve ainda en-volvido na retirada do mercado de 300 mil veículos da marca coreana Kumho.

Além do sector automóvel, foram ainda retirados 1,84 milhões de apare-lhos electrónicos, incluindo televisores plasma, baterias de computadores portáteis, secadores de cabelo e brin-quedos, de fabricantes de Xangai e Zheijiang, no leste da China, e Cantão, no sudeste do país.

EM Janeiro deste ano, o jardim zoológico de Beauval, em França, recebeu Huan Huan e

Yuan Zi para uma estadia de 10 anos. Emprestados pelo governo chinês pelo preço de cerca de 8 milhões de patacas por ano, os dois animais fazem parte de um acordo assinado pelos dois países, entre o zoo francês e o Parque de Protecção aos Pandas de Sichuan.

O pacto é protegido pela Con-venção Internacional de Troca de Espécies Ameaçadas (CITES, na sigla em inglês), um tratado assina-do em 1975 e que conta hoje com 193 países membros. A entrada de uma nação na Convenção é voluntária, e todas as trocas feitas entre membros para exportação e exibição de animais selvagens de-pendem apenas do acordo assinado entre os governos em questão.

A China está a emprestar pan-das, o animal mais emblemático do país, desde a década de 1950. Na época, a prática não era um fenómeno isolado no país asiáti-co, tendo muitos dos presidentes usado o empréstimo dos animais como um gesto de boa vontade nos tempos da Guer-ra Fria. A Di-plomacia dos Pandas, como ficou conhe-cida, faz parte das estratégias de política interna-cional do uso de “soft power” para estreitar as re-lações diplomáticas, prática que tem sido cada vez mais usada por Pequim como um meio para criar laços internacionais.

De 1958 a 1982, a China en-viou 23 pandas para nove países diferentes, mas a partir de 1984 os empréstimos passaram a ter o tempo contado: os animais ficariam sob os cuidados do país beneficiado por um período de 10 anos, e depois seriam devolvidos à China - aliás, durante o período no exterior, os animais continuam a pertencer aos chineses.

O CASO DE TAIWANEm 2006, o primeiro ministro de Taiwan na ocasião, Frank Hsieh, não mostrou interesse em receber dois pandas oferecidos por Pequim. Hsieh acreditava que o empréstimo era uma manobra política para sub-jugar a ilha ao poder do governo central comunista. Só em 2008 Taiwan recebeu o primeiro casal da espécie numa transacção nada fácil. Segundo as Nações Unidas, Taiwan pertence à China, o que anularia o CITES, criado para a troca de animais apenas entre países. Taiwan foi obrigada a aceitar Tuan Tuan e Yuan Yuan como um emprésti-mo doméstico.

Os especialistas afir-mam que a visão da “ameaça da China”,

China empresta pandas desde 1950 para estreitar laços diplomáticos

Embaixadoresda boa vontade

obriga o país a usar meios não mili-tares e políticos para incrementar a sua presença positiva entre a comu-nidade internacional. Segundo os analistas, a China aposta em “soft power” para estabelecer alianças, porque a sua imposição na agenda internacional é muito diferente de países como o México ou o Canadá, que não procuram alianças para se defenderem dos Estados Unidos, ao contrário dos vizinhos asiáticos da China que apostam em laços estreitos com os americanos para se defenderem do gigante asiático.

SOMAS PARA PRESERVAÇÃOActualmente existem 34 pandas emprestados a países como Estados Unidos, Japão, Tailândia, Áustria, México, Alemanha, Espanha, Escócia e França. De 2007 para cá, nove crias nasceram em ca-tiveiro no exterior, uma vez que o empréstimo é feito por casais, segundo os acordos que incluem o desenvolvimento de técnicas para a procriação em cativeiro.

As crias também são dos chine-ses. O valor do empréstimo de um casal de animais varia conforme o acordo assinado entre os países, ficando em geral por MOP 8 mi-lhões ao ano, receita que é dedicada aos programas de conservação dos

pandas na China, situados em Sichuan. A quantia

a ser paga varia con-forme o projecto de pesquisa e protecção desenvolvidos pelo zoo que recebe o

animal. Para as crias é cobrada uma taxa única de

cerca de MOP 4 milhões, ficando os pequenos pandas no país onde nasceram até atingirem a puberda-de, altura em que são levados para

a China.

COMIDA DE URSO

O preço do emprés t i -

mo, porém, vai muito para

além do valor pago aos chineses. Um panda pode comer, em média, 20 kg de alimentos por dia - qua-tro vezes mais do que o segundo animal de manutenção mais caro, o elefante. O jardim zoológico de Edimburgo, na Escócia, estima gastar cerca de MOP 860 milpor ano com a alimentação dos animais (com bambu importado da Ásia), sendo que a manutenção total dos animais deve atingir cerca de MOP 7 milhões, segundo a direcção do parque.

A logística também faz parte do acordo. A FedEx transporta gra-tuitamente os animais no “Panda Express”, uma avião Boeing 777 que já transportou ursos polares, tigres brancos, pinguins, leões de montanha, gorilas e águias ao abri-go de tratados assinados na CITES. Até o tubarão de quatro metros utilizado no filme de Spielberg já voou com a FedEx.

Os jardins zoológicos que recebem os pandas tentam rever-ter os custos da manutenção dos animais com a venda de ingressos nos parques. Os bilhetes do Zoo de Washington, para ver o casal Tian Tian e Mei Sheng em 2000 esgotaram em duas horas. Passada a sensação de novidade, a venda dos bilhetes caiu, e os animais passaram a dar prejuízo até 2005, quando nasceu a cria Tai Shan.

LIVRES SÃO 1.600A Avaliação feita pelo Fundo de Protecção à Vida Selvagem em 2010 indica que a China ainda tem cerca de 1.600 pandas a viver livremente nas montanhas do sul e segundo a Administração Central das Florestas do país, há mais de 240 que vivem em cativeiro, onde cerca de 90% da reprodução é concluída com sucesso.

No zoo de Pequim, os quatro pandas em exibição vivem num ambiente árido, bastante diferente do seu habitat natural, mas conti-nuam a atrair milhares de visitantes semanalmente, que pagam cerca de MOP 18 para ver os animais.

Mais de um milhão de automóveis atingidos

Retirados do mercado

9regiãoquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

TREZE candidatos inicia-ram ontem a campanha eleitoral para as terceiras eleições presidenciais de

Timor-Leste, a 17 de Março, num ano em que o país comemora o décimo aniversário da restauração da independência e em que termina a missão da ONU em Díli.

As primeiras presidenciais foram realizadas em Abril de 2002 e apenas participaram dois candi-datos: Xanana Gusmão, que foi eleito chefe de Estado, e Francisco Xavier do Amaral, primeiro chefe de Estado, em 1975, que se encontra actualmente hospitalizado.

O estado de saúde do líder da Associação Social Democrata, de quase 80 anos, que se apresenta a votos pela terceira vez, é visto com apreensão pelas outras candidatu-ras, já que a lei prevê que em caso de incapacidade de um candidato o processo eleitoral é reaberto e marcada nova data para a votação.

A grande surpresa para as eleições presidenciais de 2012 é a participação do general Taur Ma-tan Ruak, que no final de Agosto apresentou a demissão do cargo da chefia das Forças Armadas do país, e cuja candidatura será apoiada pelo Congresso Nacional da Reconstru-ção de Timor-Leste (CNRT).

O CNRT, do actual primeiro--ministro do país, Xanana Gusmão, apoiou em 2007 o Presidente José Ramos-Horta, que apenas anunciou ser candidato às eleições de 2012 no final de Janeiro.

A Fretilin anunciou o seu apoio ao candidato Francisco Lu Olo Guterres, que concorre pela terceira vez ao lugar, depois de ter sido re-

A comissão eleitoral da Birmâ-nia anunciou ontem de forma

definitiva a candidatura da líder da oposição e Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi às legislativas parciais de 1 de Abril.

O anúncio da comissão eleitoral surge depois de este órgão ter recu-sado que a candidatura Aung San Suu Kyi fosse considerada ilegal.

Na nota da comissão eleitoral, além Suu Kyi, líder da Liga Na-cional para a Democracia, é ainda confirmada a candidatura de U Soe Min, do Partido para o Desen-volvimento e Solidariedade e da União, e de U Tin Yi, do Partido

da Unidade e Paz, a um lugar no parlamento pela circunscrição de Kahwmu, cidade a sul de Rangun.

Nas eleições parciais de 1 de Abril, os partidos birmaneses pro-curam eleger 46 dos 440 lugares do órgão legislativo, sendo 40 lugares na câmara baixa e seis na câmara alta. O acto eleitoral será o primeiro teste de Aung San Suu Kyi depois de, em 1990, ter ganho com larga maioria as eleições, cujos resultados nunca foram aceites pela junta militar que, em Maio de 2011, cedeu o poder aos ex-generais apoiantes do partido no poder.

Engenho explosivo em aeroporto filipinoA polícia filipina detonou ontem um pequeno engenho explosivo encontrado no aeroporto que recebe a maioria dos turistas que viajam para a ilha de Boracay, um dos maiores destinos turísticos do arquipélago. Agrimero Cruz, porta-voz da polícia, explicou que as forças de segurança encontraram o engenho na noite de terça-feira, entre a mercadoria que estava a ser carregada no aeroporto de Kalibo, na ilha de Panay. O engenho, detonado no exterior do aeroporto, deveria ter sido enviado para a ilha de Mindanao, onde operam os guerrilheiros muçulmanos e terroristas islâmicos, acrescentou o responsável. A polícia iniciou uma investigação para apurar a proveniência do engenho, mas Agrimero Cruz salientou não existirem dados sobre os possíveis responsáveis pelo envio da encomenda. O aeroporto internacional de Kalibo é uma das principais portas de entrada de turistas estrangeiros em Boracay, a região turística mais conhecida das Filipinas.

Japão ameaça cancelar compra de aviõesO ministro japonês da Defesa, Naoki Tanaka, advertiu ontem que o país poderia cancelar a compra de quatro aviões F-35, o novo caça de referência, se a norte-americana Lockheed Martin atrasar a entrega ou aumentar o preço. “Se a proposta norte-americana falhar, deveríamos contemplar a possibilidade cancelar o contrato ou seleccionar um novo avião” para a Força Aérea, indicou o ministro, citado pela agência Kyodo. Em Dezembro o Japão anunciou que tinha escolhido o F-35 da Lockheed Martin como o seu novo modelo principal para as Forças Armadas, preterindo modelos como F/A-18 da Boeing ou o Typhoon da europeia Eurofighter. A decisão abria a possibilidade do país adquirir futuramente um total de 40 unidades F-35. A possibilidade de atrasos na entrega fica a dever-se ao adiamento da compra de 179 unidades por parte dos Estados Unidos, uma decisão que pode ainda fazer aumentar os custos de produção. Cada unidade está avaliada entre cerca de 860 e 960 milhões de patacas.

Começou ontem campanha para a presidência em Timor-Leste

Saem 13 na corrida ao cargo

Aung San Suu Kyi formaliza candidatura às eleições na Birmânia

Finalmente!

Reinado, que morreu no ataque contra o actual Presidente José Ramos-Horta em 2008, e Maria do Céu Silva Lopes, fundadora da organização Aid Timor.

Francisco Gomes, do partido Liberta Povo Aileba (PLPA), Lucas da Costa, reitor da Uni-versidade da Paz, Abílio Araújo, antigo representante da Fretilin na Europa, e o actual vice--primeiro-ministro e presidente da Frente-Mudança, José Luís Guterres, apresentam-se pela primeira vez ao escrutínio.

Além de Francisco Xavier do Amaral e de Fernando La Sama de Araújo, Manuel Tilman volta a apresentar-se às presidenciais depois de todos eles se terem estreado em 2007.

AS TERCEIRASNo dia 17 de Março vão votar 628.454 eleitores timorenses, mais do que em 2007, que con-tava com 539.439 inscritos nos cadernos eleitorais.

Caso não seja apurado um vencedor do escrutínio, uma se-gunda volta deverá ser realizada na terceira semana de Abril.

Timor-Leste realiza as tercei-ras eleições presidenciais quando o país também se preparar para celebrar o décimo aniversário da restauração da independência, proclamada a 20 de Maio de 2002.

Para este ano também está previsto o final da Missão In-tegrada das Nações Unidas do país, cuja extensão do mandato foi aprovada no passado dia 23 pelo Conselho de Segurança da ONU até final de Dezembro.

conduzido no cargo de presidente do partido em Agosto passado. Outro repetente nas presidenciais é o líder do Partido Democrático e presidente do parlamento, Fer-nando La Sama Araújo, que na última votação, há cinco anos, ficou muito perto de um acesso à segunda volta, acabando porém atrás de José Ramos-Horta, que se tornou Presidente no duelo final com Lu Olo.

OUTROS CANDIDATOSRogério Lobato, irmão de Nico-lau Lobato - herói nacionalista

timorense - e antigo ministro do Interior demitido em 2006 em resultado de uma crise política e de segurança no país e condenado em 2007 a sete anos e meio de prisão, também anunciou em Novembro que vai participar nas eleições presidenciais.

As candidaturas femininas aumentaram para duas em rela-ção a 2007, onde só participou a actual ministra da Justiça, Lúcia Lobato.

Para a eleição de 17 de Março, concorrem Angelita Pires, antiga companheira do major Alfredo

10 quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Holger Kehne, arquitecto

“Macau não é uma cidade-museu morta”

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

O termo Plasma tem como base os elementos da ar-quitectura grega.

Em termos práticos, quais as diferenças que pode trazer a uma cidade?O conceito mostra uma forma diferente de pensar o espaço e o ambiente, como algo dinâ-mico. Tudo isto está alinhado com o design digital e com os processos de construção serem capazes de uma abertura: os edifícios podem ter uma forma mais orgânica, tornarem-se me-nos discretos, mais complexos e ambíguos. A diferente com-posição que se vê dentro dos casinos de Macau e o próprio tecido urbano do território constituem um paralelismo interessante, que acabou por me inspirar. Se imaginarmos a co-nexão entre eles, mas mantendo o ambiente próprio de cada um, percebemos a existência

de uma arquitectura coerente e contínua. Esta é a visão que resume o conceito Plasma.

Criou o Plasma Studio em 1999 para desenvolver um novo modelo de arquitectura?Sim. Estávamos ligados a um grupo de profissionais que pertenciam à Associação de Arquitectura de Londres, que na altura teve um grande impacto por ter introduzido as potencialidades da tecnologia digital na área. Da nossa parte havia interesse em desenvolver projectos reais. Felizmente conseguimos fazer alguns, que gradualmente se foram expandindo para o urbanismo e a paisagem. A integração dos edifícios num contexto urbano ou de paisagem tornou-se a nossa marca registada.

Os trabalhos do Plasma Stu-dio centram-se em arquitectu-ra de interiores e urbanismo. Que tipo de estratégias são utilizadas para cada área?

Na maioria das vezes são as mesmas. Por exemplo, vemos os interiores como se fossem paisagens e estamos sempre a procurar locais onde, de forma continuada, podemos expressar formas de criar novas potencia-lidades e afiliações. Mas claro que há diferentes preocupações.

Também criou o colectivo Groundlab. Porquê?Devido ao crescente número de projectos urbanos de larga

escala, sentimos, desde o início, que tínhamos de ter alguma experiência transdisciplinar dentro do estúdio. Então de-senvolvemos o GroundLab, que começou comigo e com a Eva Castro (já éramos sócios no Plasma), com o Alfredo Ramirez, arquitecto paisagís-tico, e também o engenheiro Eduardo Rico. Na sua configu-ração, existe a capacidade para tratar das questões técnicas e especificidades da paisagem,

Nos anos 90, Holger Kehne estava em Londres, a desenvolver um novo conceito de arquitectura com o estúdio Plasma. Depois surgiu a China. A semana passada, falou do seu projecto na Universidade de São José

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11quinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

rica em diversidade e única – um lugar cheio de inspiração para o qual gostaríamos de colaborar e contribuir de forma significativa. Quando o Diogo Teixeira (da Universidade de São José) me perguntou quais eram as necessidades que eu via em Macau, mencionei a relação com a água. Tenho a sensação de ser algo vital que precisa ser renovado. Há bons exemplos na região do Delta do Rio das Pérolas, como Hong Kong, onde a arquitectura desenvolve paisagens e vistas, estabelecendo ligações com o espaço. Imaginar tais projectos a serem desenvolvidos num sítio tão diverso como Macau iria calibrar os fortes contrastes entre casinos e património.

É necessária uma nova estra-tégia para o futuro?O mercado vai decidir sozinho, mesmo com eventuais derrapa-gens. Espero que a região possa ter a resistência suficiente para continuar a agir, tendo a conta o equilíbrio e olhando sempre para as contrapartidas. O facto de os casinos estarem próximos do centro da cidade ajudou a construir uma relação intrigan-te, com um carácter especial, e também muitas sinergias. Por muito grandes que sejam, não consigo imaginar que os casinos na Taipa sejam bem sucedidos na sua relação com espaços mais pequenos e flexíveis, com mercados, bares e restaurantes, pensados para ter uma atmos-fera descontraída.

A velha zona urbana de Ma-cau deveria ser renovada, com a aplicação de uma nova estratégia?Fico um pouco cansado com tanta renovação. Gosto parti-cularmente de Macau não ser uma daquelas cidades-museu mortas, mas podemos ver que há pessoas que ainda vivem de uma maneira muito tradicional e autêntica.

O arquitecto Wang Shu é o vencedor do prémio Pritzker 2012. Como olha para o seu trabalho?É muito merecido. O Amateur Architecture Studio destacou-se com um grupo muito talentoso e influente de arquitectos chi-neses contemporâneos. O seu trabalho é estimulante e com muita maturidade. Adorava ter a oportunidade de trabalhar a ma-terialidade dessa forma. Sendo completamente contemporâneo e relevante, é um trabalho que está longe do ritmo acelerado e da realidade ad hoc que se vê em muitos lugares na China. Foi um impulso bem-vindo para aumentar a consciência de sen-tido, substância e longevidade.

hidrologia, infra-estrutura e o planeamento a larga escala. O trabalho do GroundLab e do Plasma Studio é feito em parceria para produzir uma sinergia integrada para edifícios e paisagens, pois acreditamos que são um importante modelo para o urbanismo sustentável no futuro.

Quando decidiu trazer o es-túdio Plasma para a China?Tudo surgiu graças a partilhas feitas com diversas universida-des chinesas. De estudos sobre cidades urbanas resolvemos

participar em concursos para projectos de larga escala. Até que ganhámos uma competição para construir a Expo Interna-cional de Horticultura em Xi’an e decidimos reforçar a nossa presença aqui, gastando mais tempo e esforço com o nosso escritório em Pequim.

Como foi a experiência?Um longo processo, que durou cerca de dois anos. Foi uma realização para nós e serviu para abrir as nossas mentes, mesmo que alguns compromis-sos tenham sido feitos em cima da hora. Felizmente tínhamos diversos “cozinheiros” virados para os mesmos objectivos e que deram o seu melhor. O re-sultado reflecte isso. Para todos nós foi uma grande experiência.

Quais as principais diferenças que encontrou na arquitectu-ra chinesa?A China tem uma longa história de planeamento estatal, com um uso radical do conceito de tabula rasa, além de darem menos importância à autenticidade dos materiais. As estruturas de madeira mais tradicionais têm vindo a ser substituídas regular-mente ao longo dos anos, então encontramos mais projectos ligados a sistemas abrangentes, com menos artefactos físicos e estruturais. Por um lado, é mais fácil que novas ideias surjam, mas por outro é uma pena estarmos a assistir a desenvol-vimentos de qualidade inferior em toda a China, a substituir o crescimento de certos projectos.

Com a forte ligação ao sistema político, é possível ser criativo e diferente?Há limites para o que se pode conseguir e a área imobiliária tem sempre um lado mais con-servador, devido aos elevados valores monetários envolvidos. Por outro lado, tanto agentes políticos como agências co-merciais encaram também a necessidade de ter ideias ino-vadoras. Na China há muitas orelhas abertas numa altura em que o país está num processo de se reinventar.

Como define o conceito de urbanismo em Macau?Encontrei uma Macau bonita,

Arquitectos ocidentais apoiam Wang ShuA atribuição do prémio Pritzker 2012 a Wang Shu, na terça-feira, constituiu “um estímulo” para muitos dos arquitectos ocidentais estabelecidos na China. Jan Félix Clostermann, director do atelier Sparch, em Pequim, disse à Lusa que a nomeação “é um grande impulso para todos e mostra que a China também produz coisas fantásticas”. Já Nuno Lobo, também fixado em Pequim, garantiu que a iniciativa “vai estimular a qualidade da arquitectura que se faz na China”. O edifício da Expo Internacional de Horticultura em X’ian foi o mote para a entrada do Plasma Studio no mercado chinês.

quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo12 vida

Sabia que...

Clickecológico

O “Fórum e Exposição Internacional de Co-operação Ambiental de Macau” (MIECF

2012), programado para finais do próximo mês de Março, contará com a presença de dois convida-dos especiais, um canadiano e um holandês, com vasta experiência no campo da indústria de protecção ambiental, para partilha de ideias e opiniões, com base no seu conheci-mento, sobre protecção ambiental e economia de baixo carbono.

O canadiano Andrew Bower-bank, fundador e director executivo do World Green Building Council (2007-2009) e reconhecido como uma autoridade em matéria de edifícios verdes, desenvolvimento sustentável, design industrial e eco-nomia de baixo carbono, tem sido, nos últimos anos, membro-repre-sentante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United Nations Environmental Programme), o qual tem como alvo específico a definição de uma quadro estratégico de redução glo-bal das emissões de carbono com especial enfoque nas construções e infra-estruturas representando um papel chave num novo acordo global do clima.

Andrew Bowerbank, com uma vasta experiência de empre-endedorismo, gestão empresarial e marketing, tem tido uma forte participação, nos últimos anos, na área da eficiência energética, desig-nadamente em termos de grelhas inteligentes, energias renováveis

FLORES DE INVERNO• As temperaturas mais amenas de Inverno e as flores no Regents Park em Londres.

Foto: Olivia Harris/Reuters

... mundialmente, em

2011, foram plantados 12 milhões de hectares

a mais que em 2010 de

produtos transgénicos?

Isto representa uma taxa

de crescimento anual do

oito por cento, 40% da

produção do planeta.

Especialistas de indústrias de protecção ambiental no MIECF 2012

Mais valia vinda de forae desenvolvimento de veículos eléctricos, com vários trabalhos publicados sobre design e cons-trução verde, veículos eléctricos e economia de baixo carbono.

SCHIEDAM, AMIGA DO AMBIENTEO outro convidado, o holandês Chris Zijdeveld, presidente da Dutch Passive Housing Founda-tion, foi deputado e membro do Conselho Municipal da cidade Schiedam, na Holanda, durante 20 anos, eleito consecutivamente por cinco vezes, desde 1974.

Durante o seu mandato, dedi-cou-se a tornar a cidade Schiedam mais amiga do ambiente, promo-vendo a construção de 6000 habita-ções de baixa consumo energético e melhoramentos em milhares de edifícios para baixar o nível de consumo de energia, além da pro-moção de sistemas de aquecimento de água movidos por energia solar em construções novas.

Chris Zijdeveld incrementou também o uso da bicicleta e siste-mas de transportes públicos mais amigos do ambiente, no sentido de reduzir poluição ambiental do trânsito rodoviário. Durante o seu mandato, Schiedam foi contempla-da com vários prémios nacionais,

designadamente de poupança de energia e segurança do trânsito. E, ele próprio, foi agraciado com o primeiro prémio nacional de energia solar e reconhecimentos de organizações ambientais.

O holandês, militante activo da aplicação de tecnologias inovado-ras, tem realizado palestras e ses-

sões de apresentação sobre desen-volvimento sustentável e energias renováveis em vários países e foi presidente da International Solar Cities Initiative (2007 a 2010), promotora IV Congresso Mundial das Cidades Solares, realizado na cidade de Dezhou, na província de Shandong, em Setembro de 2010.

BAIXO CARBONOE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELEste ano, no MIECF 2012, os dois oradores abordarão as suas expe-riências sobre economia de baixo carbono e desenvolvimento sus-tentável de países desenvolvidos.

A organização do grande evento anual de protecção ambiental da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), além dos dois importantes convidados supra mencionados, espera reunir, mais uma vez, um conjunto de investi-gadores e pessoas locais e estran-geiras ligas à indústria verde para participação nas várias actividades do fórum, cujo tema inclui o papel fundamental da construção amiga do ambiente e do desenvolvimento sustentável, financiamento e inves-timento verde/gestão de risco, po-lítica ambiental e desenvolvimento económico de baixo carbono, bem como, eco-tecnologias e indústrias, além de oportunidades de negó-cios de cooperação na área dos equipamentos, bem como fórum sobre poupança energética e nova energia, entre outros.

Organizado pelo Governo da RAEM, com a colaboração de entidades oficiais da Região do Grande Delta do Rio das Pérolas e a Comissão do Desenvolvimento Nacional e Reforma (NDRC), o

Ministério da Protecção Ambien-tal e o Ministério de Ciências e Tecnologia como convidados na co-organização e apoio ao evento, o “Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Ma-cau” (MIECF 2012) é coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e decorre entre 29 a 31 Março próximo, no hotel-resort Venetian Macao.

quinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo 13vida

CAÇADORES furtivos fortemente armados abateram, em dois me-ses, cerca de 500 ele-

fantes dentro do Parque Nacional Bouba Ndjida, nos Camarões, perto da fronteira com o Chade. A organização IFAW acredita que o número aumentará porque conti-nuam a ouvir-se disparos na zona.

“Estimamos que 480 elefantes tenham sido abatidos no nosso parque” por causa do marfim, disse Mathieu Fometa, daquela área protegida no Norte do país, à AFP. “Formalmente contámos 458 carcaças mas este número pode estar subestimado porque o parque cobre 220.000 hectares e não é fácil obter informação rigorosa”, acrescentou.

Entre domingo e terça-feira, “as nossas equipas contaram, pelo menos, 20 elefantes massacrados” naqueles três dias, disse Fometa. Na quinta-feira passada, um jor-nalista da AFP viu 12 carcaças de elefantes em três locais do parque nacional. Até ao momento, o Governo não tomou medidas para garantir a segurança na área protegida.

CAÇADORES A MONTEOs caçadores furtivos armados, do Chade e do Sudão, ainda esta-rão dentro do parque. O som dos disparos continua a fazer-se ouvir, segundo o IFAW (Fundo Interna-cional para o Bem-Estar Animal), que encontrou 14 carcaças na última quarta-feira. Por isso, diz, é muito provável que o número

HÁ 25 milhões de anos vivia na Nova Zelândia

um pinguim com mais de um metro de altura, Kairuku, revelam agora os investi-gadores que reconstruíram o fóssil deste animal pré--histórico, depois de 35 anos de trabalho.

“Kairuku [palavra Maori que significa “mergulhador que regressa com alimento”] era uma ave elegante para os padrões dos pinguins, com um corpo esguio” e patas robustas, e estima-se que tivesse mais de um metro e 20 de altura, disse em comunica-do Dan Ksepka, da Univer-sidade estatal da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O investigador acredita que esta seria a maior das cinco espécies comuns na Nova Ze-lândia há 25 milhões de anos. Na verdade, seria mais alto do que o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) actual.

O trabalho de Ksepka e Paul Brinkman, da mesma universidade - que permite saber mais sobre a diversi-dade dos pinguins na Pré--história e sobre a evolução destes animais -, baseou-se

Perto de 500 elefantes abatidosnum Parque Nacional dos Camarões

Aquele marfim tão preciosode elefantes mortos aumente nos próximos dias.

“A área ainda é muito perigo-sa para que possamos fazer uma avaliação do massacre ou para salvar as crias que ficaram órfãs e os adultos feridos”, diz a organiza-ção, em comunicado. O IFAW tem informações de crias abandonadas depois dos disparos e receia que venham a morrer de fome e sede.

Os caçadores furtivos, muitos deles antigos ou actuais militares, “estão bem armados e bem orga-nizados e nada parece conseguir deter a sua corrida ao marfim”, co-mentou Celine Sissler-Bienvenu, do IFAW. “Estão a abater uma das populações de elefantes mais vul-nerável de África. O marfim destes animais chacinados está a sair de África a um ritmo descontrolado”, acrescentou.

Sissler-Bienvenu disse ainda que os animais mortos “sofrem muito antes de morrer. As armas usadas, as AK-47, estão concebidas para matar uma pessoa com cerca

de 80 quilos. Para matar um elefan-te que pesa 5000 quilos é preciso usar muitas balas”.

PROIBIÇÃO ABSOLUTAO comércio mundial de marfim está proibido mas ainda assim o tráfico não acabou. Durante o ano de 2011, as autoridades de combate ao tráfico dizem ter apreendido mais de 23 toneladas de marfim contrabandeado, o que represen-tará 2500 elefantes, denuncia a organização TRAFFIC. O número de apreensões já é um recorde.

“Em 23 anos de compilação de informações sobre apreensões de marfim para o ETIS [Elephant Trade Information System, rede a funcionar no âmbito da CITES - convenção internacional para o comércio de espécies ameaçadas de espécies selvagens de fauna e flora] este foi o pior ano de sempre para as grandes apreensões. 2011 foi um verdadeiro “annus horribi-lis” para os elefantes”, comentou Tom Milliken, especialista em

elefantes da organização TRA-FFIC, especializada no comércio ilegal de espécies, com sede no Reino Unido.

Milliken justifica esta situação com “o aumento da procura na Ásia e o aumento na sofisticação dos grupos criminosos por detrás do tráfico de marfim. A maioria

dos contentores com marfim ilegal transportados em navios acaba na China ou na Tailândia”.

O tráfico de marfim está a aumentar drasticamente desde 2007. Normalmente, o marfim sai de África com destino à Ásia e pode viajar por rotas que estão constantemente a mudar.

Reconstruído fóssil que viveu há 25 milhões de anos na Nova Zelândia

O pinguim matulãona reconstrução de Kairuku a partir de um esqueleto de um pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), como modelo, e dos ossos de dois exemplares distintos destas aves antigas.

O PRIMEIRO INDÍCIOO primeiro fóssil de pin-guim Kairuku foi encontra-do pelo zoólogo e paleon-tólogo neozelandês Brian J. Marples na década de 40 do século XX. Mas estes ossos não foram reconhe-cidos como sendo de uma nova espécie porque não estavam bem preservados e apenas incluíam algumas partes dos ossos das asas. Mais tarde, em 1977, Ewan Fordyce, paleontólogo da Universidade de Otago, acabou por descobrir es-queletos muito completos nas margens do rio Waihao, na região de Canterbury, na ilha Sul da Nova Zelândia. De acordo com Ksepka,

“estes fósseis estão entre os fósseis de pinguins mais completos alguma vez en-contrados”.

Em 2009 e 2011, Ksepka

e Brinkman viajaram até à Nova Zelândia para ajudar na reconstrução do pin-guim. Ksepka interessou-se no fóssil porque a forma do

corpo é diferente de qual-quer pinguim conhecido, vivo ou extinto. Também o interessou a diversidade de espécies de pinguins

que viveram onde hoje é a Nova Zelândia durante o Oligocénico, aproxima-damente há 25 milhões de anos. “A localização era muito boa para os pinguins, em termos de alimentação e de segurança. A maior parte da Nova Zelândia estava debaixo de água naquela altura, deixando pequenas massas de terra isoladas, que mantinham os pinguins seguros em relação a poten-ciais predadores e que lhes providenciavam alimento abundante”, disse Ksepka.

Ksepka espera que a re-construção de Kairuku – um trabalho publicado na revista Journal of Vertebrade Pale-ontology - dê mais informa-ções a outros paleontólogos sobre os fósseis encontrados na Nova Zelândia e que ajude a aumentar o conhe-cimento sobre as espécies de pinguins. “Esta espécie dá-nos uma imagem mais completa destes pinguins gigantes e pode ajudar-nos a determinar qual a sua dis-tribuição geográfica durante o período do Oligocénico”, acrescentou o investigador.

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14 cultura quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

WANG Qingson, He Chongyue e Chen Jiagang põem a nu as

características da actual sociedade chinesa, na Galeria 100, em Taipei, Taiwan. Os três fotógrafos uniram-se para mostrar questões sociais contro-versas como, a perseguição patológica pela fama e o lucro, o materialismo e imagens da Revolução Cultural desta sociedade contemporânea.

O escândalo do leite “melamina” em 2008, no qual centenas de milha-res de crianças ficaram doentes de-pois de beberem o leite contaminado

com um químico industrial, inspirou “Safe Milk” de Qingsong. A imagem representa o artista sentado com al-gumas mulheres nuas por de trás de uma longa mesa, que está manchada com algumas gotas de leite.

Wang faz uso da metáfora dos famosos guerreiros de terracota num trabalho em que muitos ho-mens e mulheres se estendem nus num buraco algo fundo, enquanto o próprio artista faz de arqueólogo cavando a cova.

“Sample House” de Chen Jiagang

mostra uma imagem de uma casa-ex-positor bem apetrechada, transmitindo a ideia da obsessão do imobiliário e correndo atrás do dinheiro que carac-teriza a sociedade chinesa.

He Chongyue mostra em “Old House de Liu Wencai” a casa do dono de terras rurais na província de Sichuan, na China, caracterizando-o como explorador de massas durante a Revolução Cultural. Mas, nos últimos anos, constatou-se que foi vítima de difamação. A exposição está patente até dia 25 de Março.

Preto e branco do ícone americanoem 65º aniversário de Cannes

Marylin Monroeé a cara de Cannes

Taipei inaugura retratos da China contemporânea

Fotógrafos expõem doença social

NO ano em que se celebra a morte do ícone de cinema e

moda americano, Marylin Mon-roe, o festival de Cannes escolhe-a como a cara da 65ª edição. Uma fotografia a preto e branco da musa com um bolo de aniversário é a imagem escolhida, numa altura em que o mundo assinala a morte da actriz há 50 anos, em 1962.

A fotografia foi tirada por Otto L. Bettmann dentro de um carro, possivelmente uma limusina, e mostra Marilyn Monroe com um bolo de aniversário na mão e a so-prar uma vela. Para a organização, que deu a conhecer a imagem do festival na terça-feira, Marilyn celebra um aniversário “que po-deria muito bem ser o de Cannes”. “Cinquenta anos depois da sua morte, Marilyn continua a ser uma das principais figuras do cinema mundial, um ícone eterno, cuja graciosidade, mistério e poder de sedução continuam resolutamen-

te contemporâneos”, escreveu a organização em comunicado, justificando a sua opção. “Ela en-canta-nos com este gesto promis-sor: um beijo sedutor soprado.” Para o Festival de Cannes este é o ano ideal para homenagear a actriz, cujo aniversário da morte coincide com o aniver-sário do festival mais presti-giado de cinema do mundo. “O festival é um templo de gla-mour e a Marilyn é a perfeita incar-nação. Esta união simboliza o ide-al de simplicidade e elegância”, continua a nota da organização. A 65ª edição do Festival de Cannes, que se realiza entre os dias 16 e 27 de Maio, terá como presidente de júri Nanni Moretti. O realizador italiano ficará res-ponsável pela entrega do prémio principal do festival, a Palma de Ouro, que em 2011 foi para “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.º 95/AI/2012-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique--se a infractora NGAI, Ying, que, na sequência do Auto de Notícia n.º 76/DI-AI/2010, de 08.10.2010, levantado pela DST e por despacho do signatário de 27.02.2012, exarado no Relatório n.º 101/DI/2012, de 13.02.2012, foi desencadeado procedimento sancionatório, com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Rua do Terminal Marítimo n.ºs 93 - 103, Centro Internacional de Macau Bloco II, 11° andar F e uti-lizada para a prestação ilegal de alojamento.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contados da data de notificação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo.---------------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.º da Lei n.° 3/2010, que dispõe: “a actividade de prestação de alojamento ao público, sem possuir a licença para exploração de estabelecimentos hoteleiros, em prédio ou fracção autónoma não destinado a fins de actividade hoteleira e similar, cujo ocupante é não residente da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), ao qual não foi concedida autorização especial de permanência ou autorização de permanência de trabalhador não residente”. Tal facto é punível nos termos no n°. 1 do artigo 10.º da Lei n.° 3/2010 – : “Quem prestar ilegalmente alojamento ou controlar por qualquer forma prédio ou fracção autónoma utilizado para a prestação ilegal de alojamen-to é punido com multa de 200.000,00 a 800.000,00 patacas”.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 27 de Fevereiro de 2012.---------------------------------------------------------------------------------------

O Director dos Serviços,João Manuel Costa Antunes

AvisoExame de admissão conjunto realizado em Macau, de candidatos aos cursos de licenciatura das instituições de ensino superior do Interior da China, para estudantes chineses residentes no estrangeiro, e estudantes de Macau, Hong Kong

e da Taiwan, do ano de 2012Inscrição e lista de admissão de alunos recomendados

Vai iniciar-se o exame de admissão conjunto realizado em Macau, de candidatos aos cursos de licenciatura das instituições de ensino superior do Interior da China, para o ano de 2012, destinado a estudantes chineses residentes no estrangeiro, e estudantes de Macau, Hong Kong e da Taiwan, uma organização do Ministério de Educação da China, coordenação do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior. A lista de estudantes recomendados já está colocada no website do GAES (http://www.gaes.gov.mo), para consulta.InscriçãoData: De 01 a 15 de Março (inscrição prévia online) De 16 a 30 de Março (inscrição) Horários para a inscrição: Das Segundas-feiras às Quintas-feiras, das 09H00 às 17H45, Sextas-feiras, 09H00 às 17H30, sem interrupção na hora de almoço; Fechados aos Sábados, Domingos e Feriados.Local: Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.os 614A-640, Edifício Long Cheng, 7.º andar (c/ entrada pela Rua de Goa, n.º 105)ExameData: Nos dias 26 e 27 de Maio (Sábado e Domingo)Local: Escola Secundária Pui Ching (Avenida Horta e Costa, nº. 7)ConsultaAs informações sobre a admissão de estudantes e inscrição para exame, podem ser consultadas no website do GAES (http://www.gaes.gov.mo) ou no studentblog (http://studentblog.gaes.gov.mo), e também, através do telefone (853)83969345, (853)83969365 ou pessoalmente no GAES.

Aos, 1 de Março de 2012O Coordenador,

Sou Chio Fai

Ieong Wan Chong

15culturaquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

O Centro de Estudos de “Um País, Dois Sistemas” do Instituto Politécnico de Macau

(IPM) lançou ontem o primeiro volume da revista de estudos sobre o mesmo princípio político, em inglês e português. No mesmo estudo estão presentes 17 artigos retirados das oito primeiras edições do “Academic Journal of ‘One Country, Two Systems’”, publi-cação em língua chinesa, que já tem onze números publicados no mercado.

Na cerimónia de apresenta-ção desta colectânea, Ieong Wan Chong, director do Centro de Estudos, mostrou-se satisfeito por poder estar acessível ao público,

DUAS cidades vão encontrar-se e en-

trecruzar-se dentro das suas disparidades a nível social, cultural e local. Hong Kong e Macau vão-se unir no programa de artes visuais “RE-troduction” nas instala-ções da Ox Warehouse. Alguns criativos, das duas cidades, vão estar representados através de gráficos em 2-D, mode-los em 3-D e instalações de multimédia.

Além destas verten-

tes plásticas e de média, também poderão ser vistas exposições de pintura, escultura, ar-tesanato e produtos de moda de artistas do rio. As principais diferenças em destaque, entre os trabalhos dos artistas das duas regiões, são neces-sariamente as influências das duas forças de poder colonial, portuguesa e inglesa.

A colecção destes trabalhos de inovação visual, dos mais variados

campos das artes, vão contar com Akina Lei, Aquino da Silva, Fortes Pakeong Sequeira e La-vinia Che, entre outros artistas macaenses. De Hong Kong, estarão presentes Chow, Even e Joe Lee, Roxy Tau e Li Chi Tak.

A casa de arte espera alcançar uma quími-ca interessante entre o público e os trabalhos, de forma a criar novas criações de materiais antigos e injectar novas

ideias a conceitos velhos. De outro modo, vai ain-da proporcionar que os visitantes ajudem a criar novos produtos a partir de ferramentas digitais.

A exposição vai ter lugar no dia 17 de Março e vai-se prolongar até 29 de Abril. Os interessados podem visitá-la entre as 12h e as 19h, na Ox Warehouse, no cruza-mento entre a Avenida do Coronel Mesquita e a Avenida Almirante Lacerda. - R.M.R.

A conhecida actriz chinesa Bai Jing,

de 29 anos, foi as-sassinada com uma arma branca no seu domicílio de Pequim, pelo marido, que co-meteu suicídio após o crime, informou ontem o diário local “Novo Pequim”.

Bai Jing, que tinha protagonizado vários filmes e mini-séries de televisão, foi en-contrada morta junto ao marido na casa que ambos habitavam no bairro de Wanjing, no nordeste da capital chinesa.

Amigos e vizinhos

do casal relataram discussões frequentes dos cônjuges, cuja relação teria piorado após a morte da mãe do marido da actriz.

A morte da prota-gonista de filmes como “Kung Fu Yong Chun”, “Espírito do Homem de Ferro” e “Muro de Flores” causou a re-volta nas redes sociais chinesas, com os fãs a publicarem homena-gens à actriz, incluindo a reprodução da frase “No paraíso não há dor nem lágrimas”, que a própria Bai Jing tinha escrito no seu micro blogue no ano passado.

Lançamento de colectânea do Centro de Estudos de “Um País, Dois Sistemas”

“Teoria criativa” chega ao públicobem como a investigadores e es-tudiosos, parte das investigações feitas sobre a aplicação de sistemas da Região Administrativa Especial de Macau e a implementação efec-tiva da Lei Básica.

“Este princípio integra-se no sistema teórico e pragmático do socialismo com características chi-nesas”, apresentava o director do centro de estudos “Um País, Dois Sistemas”, “e é um tópico nuclear de estudo das áreas do direito e da política internacional”, afirmava durante o discurso.

Wan Chong foi o único a subir à tribuna do audiório 2 do IPM, numa cerimónia que contou com Hou Hong, vice-chefe do Depar-tamento de Estudo do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, José Chu, direc-tor do Gabinete do Procurador do Ministério Público da RAEM e Lei Hong Iok, presidente do Instituto Politécnico de Macau, entre outros. A cerimónia presenteou com as duas edições do livro ainda outros convidados ilustres dos serviços da RAEM.

Nos seus comentários sobre a apresentação da colectânea Wan Chong acrescentou também que “A Região Administrativa Especial, nascida de uma teoria criativa, tornou-se num estado de existência novo, num estado de civilização e num sistema vanta-joso”. O presidente do Centro de Estudos fez todo o seu discurso em cantonês, mas não se esqueceu de dirigir umas palavras finais de agradecimento pelos apoios e pelo projecto concretizado, em inglês e português.

“REtroduction” junta arte das duas regiões

Macau e Hong Kong mais próximas

Actriz chinesa foi assassinada com arma branca pelo marido

O fim trágico de Bai Jing

16 desporto quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

ONTEM houve desfecho de du-plas no Campe-onato Asiático

de Ténis de Mesa. Logo pela manhã, disputaram-se as meias finais masculinas, com a China e a Coreia do Sul a abrirem as hostes às 10h. Longe do que poderia ser esperado, a dupla chine-sa mostrou-se com as defe-sas em baixo. A Coreia do Sul aproveitou o benefício e escalou até à vitória, com um esmagador 4-1.

Logo de seguida, às 11h começou a disputa que viria a apurar o adversário da recém-finalista Coreia do Sul. Singapura e Hong Kong bateram bolas em dupla e quem provou ser

A anulação da reunião do Conse-lho de Justiça (CJ) da Federa-

ção Portuguesa de Futebol (FPF), que decretou a despromoção do Boavista em Julho de 2008, pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa (TAFL) deixou os diri-gentes “axadrezados” confiantes no regresso ao escalão principal já na próxima temporada. No entanto, o Público apurou que este cenário é improvável, para não dizer im-possível, já que os responsáveis federativos vão recorrer desta sentença, tal como fizeram em relação à anulação da suspensão por dois meses de Pinto da Costa pela mesma instância judicial.

“Espero ver o Boavista na pri-meira divisão na próxima época. Acho que, aliás, não pode ser de outra forma”, declarou ontem, ao final da tarde, Álvaro Braga Júnior, presidente do clube que milita ac-tualmente na II Divisão (terceiro escalão nacional). Uma hipótese bem remota, pelo menos nos tem-pos mais próximos. Mesmo sem ter reagido ainda oficialmente (por não ter sido notificada da decisão pelo TAFL), a FPF irá recorrer da sentença, tal como fez em relação à decisão relativa ao presidente do FC Porto, anunciada no princípio de Fevereiro pelo TAFL, por idênticos motivos: a nulidade da reunião do CJ, que confirmou estas punições.

Mourinho compra segunda casa em LondresO edição on-line do jornal AS dá conta de uma viagem-relâmpago de José Mourinho a Londres, na segunda-feira, com o propósito de adquirir uma nova casa na capital inglesa. No horizonte do treinador, segundo a mesma fonte, está o regresso à Premier League na próxima época. Notícia o diário madrileno que o português não vai recuar na decisão, tomada em Janeiro, de deixar o Real Madrid no final da temporada. Mourinho não sabe ainda qual o clube que vai orientar no regresso a terras de Sua Majestade, mas são vários os candidatos a recebê-lo. Tottenham, Arsenal e Chelsea, os três emblemas mais representativos de Londres, estão na linha da frente para ‘apadrinhar’ o regresso de Special One à Premier League. O clube de White Hart Lane terá já apresentado um projecto formal a José Mourinho, que passa pela formação de um plantel com jogadores de renome e de uma equipa com argumentos para lutar por títulos. O técnico, por seu lado, teria de aceitar reduzir o vencimento que aufere no Real Madrid. Ainda de acordo com o AS, o treinador português terá mantido contactos com um representante mandatado pelo presidente dos spurs, Daniel Levy, que está já no terreno em busca do sucessor de Harry Redknapp, de quem se diz estar a caminho da seleção inglesa.

Campeonato Asiático de Ténis de Mesa apura duplas finalistas

Singapura vence duplas masculinas

Federação vai recorrer da sentença que abre essa hipótese

Boavista pode regressar à 1.ª Divisão

Noutra mesa, outra du-pla do Japão e de Macau debateram-se mas o Japão também levou a melhor (3-0), defrontando Singapura que venceu a Tailândia (3-1). Outra dupla com lugar garantido nos quartos-de--final é a Coreia do Norte que irá defrontar a vizinha Coreia do Sul, depois de terem batido a Malásia (3-0) e Taipei (3-2), respectiva-mente. Os dois jogos vão ter lugar amanhã pelas 14h30. As equipas serão apuradas para as meias-finais, às 17h e 18h de amanhã na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental.

No fecho desta edi-ção, a China venceu em singulares femininos sem grande surpresa já que as duas equipas provinham da China continental.

mais forte foi a selecção do sul da península da Malásia, exactamente com o mesmo resultado do jogo anterior. Mais ao fim do dia, pelas 19h30, as duas selecções defrontaram-se num jogo renhido que viria a dar a vitória final a Singapura (4-2).

A meio da tarde, foi também altura de apurar os quartos-de-finais das duplas femininas. Às 17h15, oito jogos ditaram as duplas que terão destaque entre as oito melhores. A China venceu a Índia (3-0) e o Japão venceu Macau (3-0), marcando o encontro de amanhã. Por seu turno, Hong Kong bateu o Sri Lanka (3-0) e a equipa feminina de Taipei venceu a Indonésia (3-2), que às 13h30 vão também defrontar-se.

Caso a sentença da primeira instância venha a ser confirmada pelo Tribunal Central Administra-tivo Sul, seguirá para o Supremo Tribunal Administrativo, que terá a decisão final. Se esta for mantida, irá implicar uma nova reunião do CJ da FPF para apreciar o recurso do Boavista (que não foi apreciado na reunião de 2008) em relação à sentença da Comissão de Dis-ciplina (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (na altura

presidida por Ricardo Costa), de despromoção do clube, por cor-rupção, no âmbito do processo Apito Final.

“A decisão do TAFL abre uma janela de oportunidade às preten-sões do Boavista em regressar à I Liga”, confirmou ao Público José Manuel Meirim, especialista em direito desportivo, considerando que a anulação da reunião do CJ “faz com que os recursos das de-cisões da CD da Liga continuem por analisar”.

Mas, mesmo que um novo CJ venha a ser chamado a pronunciar--se sobre este caso, os seus mem-bros poderão considerar-se “não competentes” para o avaliar, até porque os efeitos desportivos já foram consolidados, como defende um outro jurista contactado pelo Público, que preferiu manter o anonimato.

EVENTUAL INDEMNIZAÇÃO JÁ TERÁ PRESCRITOA despromoção do Boavista foi decidida a 4 de Julho de 2008 na segunda parte de uma longa e polémica reunião do CJ, na qual já não estavam presentes o presidente e o vice-presidente. Os restantes conselheiros confirmaram então a descida de divisão dos “axadre-zados”, não acolhendo o recurso que o clube apresentara no sentido

de procurar anular a deliberação tomada pela CD.

Mais do que uma eventual reintegração do Boavista na Liga principal num futuro mais ou menos próximo, uma das grandes preocupações da Federação Por-tuguesa de Futebol (FPF) estaria relacionada com um eventual pedido de indemnização do clube no âmbito deste processo, mas este cenário terá sido afastado em Julho do ano passado, por prescrição.

De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º67/2007 de 21 de Dezembro, que aprovou o Regime da Respon-sabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas (regime que se aplica ao exercício dos poderes públicos por qualquer órgão das federações desportivas e das ligas profissionais), “o direito à indemnização por responsabilidade civil” prescreve nos termos do artigo 498.º do Código Civil. Este estabelece um prazo de prescrição de três anos, excepto se tiver sido interrompido por uma acção do lesado. Algo que não terá ocorrido até Julho de 2011, altura em que se esgotaram os três anos previstos.

Até ao momento, o Boavista apenas impugnou a reunião do Conselho de Justiça da FPF, es-tando à espera de uma decisão da justiça administrativa para interpor uma acção indemnizatória.

17futilidadesquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1CONTRABAND [C]Um filme de: Baltasar KormákurCom: Mark Wahlberg, Kate Beckinsale, Ben Foster, Giovanni Ribisi1430, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2CHRONICLE [C]Um filme de: Josh TrankCom: Dane Dehaan, Michael kelly14.130 16.00, 17.45, 21.30

I LOVE HONG KONG 2012 [B]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Gai ChungCom: Eric Tsang, Teresa Mo19.30

SALA 3WAR HORSE [B]Um filme de: Steven SpielbergCom: Jeremy Irvine, Emily Watson, David Thewlis14.15, 16.45, 21.00

JOURNEY 2: THE MYSTERIOUS ISLAND [3D] [B]Um filme de: Brad PeytonCom: Vanessa Hudgens, Dwayne Johnson19.15

[Tele]visão

Aqui há gato

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Pedaço de ramo ou pernada de árvore, cepo. Natural da Etólia, região da antiga Grégia. 2-A vós, a si. Curvado. 3-Corpo que atria o ferro e outros metais. Caudal de água. Platina (s.q.). 4-Lago que comunica directamente com o mar. Um decâmetro quadrado. 5-O m. q. derrabar. 6-Giram sobre si mesmo. Inerente, nativa. 7-Em grande número, inumeráveis. 8-Generosa. Violai um direito. 9-Estás. Procedi. Não ignora. 10-Arrogante, contente. Igual, semelhante. 11-Irá, sera. Produz, origina.

VERTICAIS: 1-Voz imitativa do som da compainha. Debrum, regato. 2-Unidade prática de residtência eléctrica. Desejo de dormir (pl.). 3-Soberano, régio. Planeta que gira em volta da Terra. Antiga nota musical. 4-Boiam. Apre!. Arre!. 5-Ter duas gemas, gomos (a planta). 6-Moeda da Europa (pl.). Domina. Impera. 7-Soldado romano (pl.). 8-Forma rudimentar, Ensejos (Fig.). 9-Escumilha,. Ribanceira. Veleiro de recreio. 10-Metal branco, precioso. Móvel onde se guardam bebidas 11-Ganhará. Bola de trapos.

HORIZONTAIS: 1-TORO. ETOLIO. 2-LHE. CURVO. B. 3-IMAN. RIO. PT. 4-M. LAGOA. ARE. 5-S. DESRABAR. 6-ROLAM. INATA. 7-INUMEROS. A. 8-BOA. LESAI. P. 9-ES. AGI. SABE. 10-T. UFANO. TAL. 11-ESTARA. GERA.VERTICAIS: 1-TLIM. RIBETE. 2-OHM. SONOS. S. 3-REAL. LUA. 4-O. NADAM. AFA. 5-C. GEMELGAR. 5-EUROS. REINA. 7-TRIARIOS. O. 8-0VO. ANSAS. G. 9-LO. ABA. IATE. 10-I. PRATA. BAR. 11-OBTERA. PELA.

A DAMADE FERRO Depois dos Globos de Ouro, que evidenciaram o grande favorito na corrida aos Oscars, não me estranhou que “O Artista” tenha sido abençoado nesta febre de domingo à noite, em Fevereiro, na América. Confesso que não vi o filme, mas a curiosidade espreita e aperta, já que um filme mudo, e a preto e branco, nos tempos que correm, só se pode garantir pela surpresa de brilhantes actuações associadas a uma magnífica banda sonora. Que, por sinal, foi também galardoada. Mas a grande estrela da noite, pelo menos para mim, foi a sempre deslumbrante Meryl Streep. Aqui, falo com conhecimento de causa, e com a ousadia de uma fascinação muito própria pelo trabalho da actriz. Em “A Dama de Ferro” a sua caracterização está divinal, e a sua interpretação, desde o sotaque até à postura imponente, é uma verdadeira obra-prima. Ao fim de 12 nomeações para os prémios da Academia, e volvidos mais de 30 anos, já era altura de congratulá-la. Até porque desde “A Escolha de Sofia”, muito abrilhantou os cinemas do mundo inteiro. Vamos a nomes: “África Minha”, “Melodia no Coração” e o não menos estonteante, pela sua performance tipo “Cruela”, “O Diabo veste Prada”. O discurso de agradecimento, que com certeza não deixou indiferente os seus milhares de admiradores, mostra também outra faceta de Meryl Streep, que muitas vezes é difícil de conjugar com o estatuto de estrela. Ou não tivesse humildemente gracejado com “tenho a certeza que metade da América disse ‘Oh, outra vez não’, quando ouviu o meu nome”. Neste meu aparte sobre a Dama de Ferro do cinema americano, e internacional, queria deixar lugar para dizer que “A Invenção de Hugo” me deixou também com a pulga atrás da orelha.

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:30 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:15 Passione23:00 TDM News23:31 Resumo Liga Europa23:45 Resumo Liga dos Campeões00:01 Herman 201200:50 Reportagem Sic01:20 Telejornal (Repetição)01:50 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Histórias Que a Vida Conta15:00 Poplusa16:00 Bom Dia Portugal17:00 O Elo Mais Fraco18:00 Resistirei18:45 Tempos Modernos RTPi19:20 Os Compadres20:00 Jornal Da Tarde 21:20 O Preço Certo22:15 Com Ciência22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 Special Moments Of Torino 2006 13:30 Asian Golden Moments 1 14:00 Spirit Of London14:30 NASCAR Sprint Cup Series 201217:30 Big Ten Basketball 2011/12 Ohio State vs. Northwestern19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 ABL 2012 Weekly H/L

20:30 Global Football 2011 21:00 World of Gymnastics 2012 21:30 FINA Aquatics World 2012 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 ABL 2012 Weekly H/L 23:00 Global Football 2011 23:30 World of Gymnastics 2012

STAR SPORTS 3113:00 FEI Equestrian World 201213:30 Smash 2012 14:00 Euro Asia Allstars Cup 2011 Day 1 17:00 Sports Max 2011/12 18:00 FA Classics FA Cup 2009/10 Manchester United vs. Leeds United19:00 England U-21 Euro U-21 Qualifier England vs. Belgium21:00 Total Rugby 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Global Football 2011 22:30 Laureus Spirit Of Sport 23:00 England Friendlies 2011/12 England vs. Holland

HBO 4112:00 The Big Hit13:30 Ice Twisters15:00 Luck16:00 Jerry Maguire 18:15 Undercover Blues19:50 North Country22:00 The Living Daylights 00:10 Death At A Funeral

CINEMAX 4213:00 Cruel Intentions14:30 Cruel Intentions 216:00 3:10 To Yuma17:35 Agent For H.A.R.M.19:00 Man’S Best Friend20:30 Xiii22:00 Carriers23:25 The Experiment

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APENAS MÍUDOS • Patti SmithApenas Miúdos é um comovente livro de memórias que acompanha a juventude, o enamoramento e o destino radical de dois ícones norte-americanos, Patti Smith e Robert Mapplethorpe, que, no início da sua vida em comum, trocaram noites ao relento e jantares de pão do dia anterior pela arte.

UMA CASA NA ESCURIDÃO • José Luís PeixotoÉ um romance que perscruta a alma desesperada de um narrador, que encontra o verdadeiro amor na imagem de uma mulher reflectida dentro do seu próprio interior, mulher que não existe no seu tempo real, amor esse que é descrito e passado a papel noite após noite, centro único da sua vida que já se manifestava completamente despegada da vida real, na sua casa, vivendo com a sua mãe e a sua escrava, a casa na escuridão.

da estre laCarlos M. Cordeiro

18 opinião quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

Os portugueses nada sabem do que os espera no dia, no mês, no ano de amanhã. Os repórteres de televisão começam a ser testemunhas da tristeza, da revolta, do desânimo, do descalabro com que os seus concidadãos se manifestam quando lhes solicitam uma breve declaração sobre um imposto que aumentou ou mais uma greve que se banalizou na empresa dos comboios.

Todos deviam visitar MacauA para começar esta crónica para os meus amigos leitores de Macau sobre a importância do futebol na vida das pessoas, quando me vi obrigado a mudar a agulha para introduzir mais paus de le-nha na lareira acolhedora da sala de estar.

Acontece que, lá fora, estão quatro graus negativos de temperatura. E as sirenes dos bombeiros não param de se ouvir. É o contra-senso total. É a enigmática mão da Natureza. A serra está a arder. Os fogos não param. A mata esvai-se através de mãos criminosas de maníacos ou de simples desleixos acidentais. Em pleno Inverno, debaixo de um frio gélido, as chamas estão altas e prolongam-se ao longo de vários quilómetros. O vento forte não ajuda ao combate heróico dos homens da paz. De dia e de noite. Mais uma sirene, mais um aviso, mais um camião que transporta água e os vizinhos saem para o comentário. Um jipe transporta um dos comandantes da luta entre o calor abrasador, junto das chamas, com o frio que enruga a pele das

começam a estar exaustos de tanto cal-correar os montes.

A tertúlia é como as cerejas. Uma con-versa, tipo raio, que percorreu a situação económica do país, as câmaras municipais falidas, as barragens desnecessárias, os assal-tos aos idosos, às ourivesarias e aos homens ricos que conduzem Porsches e ainda sobre o número assustadoramente em crescendo do desemprego.

Os portugueses andam cabisbaixos, tristes, desolados, preocupados, famintos. As famílias estão destroçadas porque o casal separa-se em função das desgraças que lhe entra pela porta ou, quem sabe lá, se pela chaminé.

Os portugueses nada sabem do que os espera no dia, no mês, no ano de amanhã. Os repórteres de televisão começam a ser testemunhas da tristeza, da revolta, do desânimo, do descalabro com que os seus concidadãos se manifestam quando lhes solicitam uma breve declaração sobre um imposto que aumentou ou mais uma greve

que se banalizou na empresa dos comboios. Por vezes, a resposta para a câmara de te-levisão até sai conscientemente rude, dura e crua, mas é o sentimento de descrença a falar mais alto.

Os portugueses não acreditam no futuro que lhes é anunciado pelos governantes. Já nem na política crêem como modo de realizar democracia. A sua liberdade já não tem liberdade alguma e o comandante dos bombeiros que parou o jipe para dar dois dedos de conversa com os serranos, homem que anunciou ter exercido funções militares em Macau, apenas tenta animar os presentes alvitrando que existe um outro mundo de trabalho, de confiança no futuro, de entrea-juda, de progresso e de dinheiro para todos, e que Portugal tem de imitar esse mundo. O comandante ao despedir-se, já agarrado ao volante, grita-nos de uma forma contunden-te: “Para que os portugueses se animassem e vissem como existe outra vida para além do desalento e do murmúrio era que todos pudessem visitar Macau!”.

faces de todos quantos têm de trabalhar pela serra acima. O comandante é um homem de semblante carregado, mas afável e que esteve connosco quase cerca de uma hora, intercalando o bate-papo com as instruções aos seus homens que

I

19opiniãoquinta-feira 1.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Joana Freitas; José C. Mendes; Virginia Leung; Rita Marques Ramos (estagiária) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

edi tor ia lCarlos Morais José

As equipas internacionais do Benfica e do FC Porto vão defrontar-se amanhã à noite.O vencedor sairá da equipa menos sul-americanaPOR FERNANDO

Ciclone

cartoonpor Steff

REPUBLICANOS

Os pequenos irmãosFoi aprovada a Lei da Videovigilância. Nesse contexto, surgiu um bom momento para tomar o pulso à Assembleia Legislativa e seus deputados. O diploma é, em si mesmo, difícil de engolir. Sobretudo numa sociedade como Macau, que vive do que vive, numa cidade de tão reduzidas dimensões, onde a circulação já é demasiado visível mas se está habituado a uma sensação bizarra de liberdade, talvez ancorada no pressuposto de que “ninguém quer nada connosco”. Falso ou verdadeiro, acreditar neste axioma nunca se revelou de danosas consequências. A vigilância vídeo (imagem e som) inaugura, quer se queira quer não, uma nova era.

Bem vistas as coisas, o problema está a montante, na Lei de Protecção dos Dados Pessoais (LPDP), que os deputados aprova-ram com alegria. A nova lei é subsidiária; portanto, era naquele momento que os nossos insignes tribunos deveriam ter tomado as devidas precauções. Não o fizeram e perante a videovigilância “esqueceram-se” de que o principal estava já resolvido.

Na realidade, o principal não é polémi-co, nem importante: a lei local baseia-se em diplomas europeus avançados. É nos detalhes que a porca pode realmente torcer o rabo. Contudo, esses detalhes estavam já resolvidos na LPDP. Exemplo: é esta lei que estabelece a possibilidade de gravação de imagens e som, o que deveria ter sido amplamente discutido nessa altura. Não foi e agora que alguns deputados acordaram da séria sonolência que por vezes os acomete, pareceram estranhar os frutos da árvore que ajudaram a plantar.

Na minha modesta opinião, ninguém colocou realmente o dedo na pústula no que se refere à questão do som. É que quem ouviu todo o debate ficará convencido de que a gravação das conversetas em locais públicos só existirá autorizada por um juiz. Puro engano. O que só existirá autorizado por um juiz é a utilização dessas gravações. Ou seja, tudo estará sempre a ser gravado. Se vai ou não ser usado, é que depende dos critérios que a lei agora estipula e que tanta impressão fizeram a alguns deputados.

Ora quem me garante que as conver-sas, independentemente da autorização judicial, não vão ser realmente ouvidas e o seu conteúdo utilizado sabe-se lá para que fins? Resposta: o Gabinete de Protecção do Dados Pessoais (GPDP). De facto, é a esta entidade que cabe a vigilância sobre os procedimentos decorrentes da videovigilân-cia. Perguntas: Dá para confiar na eficácia, independência e rigor deste gabinete? Terá o GPDP a capacidade logística para controlar

Na minha modesta opinião, ninguém colocou realmente o dedo na pústula no que se refere à questão do som. É que quem ouviu todo o debate ficará convencido de que a gravação das conversetas em locais públicos só existirá autorizada por um juiz. Puro engano. O que só existirá autorizado por um juiz é a utilização dessas gravações. Ou seja, tudo estará sempre a ser gravado.

e garantir a seriedade de todos os sistemas de videovigilância instalados pela cidade? E os funcionários com acesso aos sons e às imagens, como foram recrutados e com que critérios, etc.... etc....?

Parece-me de algum modo espantoso que estas questões não tenham aflorado as mentes brilhantes do hemiciclo. Que tenham deixado correr o marfim sem ligar à morte dos elefantes que garantem a nossa privaci-dade. Mas, repito, a questão não está na lei da videovigilância, mas na LPDP. Foi nessa altura que os nossos esclarecidos deputados resolveram confiar plenamente na bondade deste e dos governos que se seguirão.

Eu, por acaso, também confio: somos governados por pessoas da mais alta fi-bra humana e moral. Só que o problema ultrapassa a questão política e do próprio governo: não estaremos a dar criar algo que o próprio Executivo não conseguirá controlar? Deixemos por momentos o Big Brother, as suas macro e filosóficas questões, e pensemos no mal que podem fazer os pequenos irmãos.

quinta-feira 1.3.2012www.hojemacau.com.mo

DEPOIS de exibida nas principais ci-

dades de Portugal e no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a exposição estará patente em Alvai-ázere, distrito de Leiria, a partir de 8 de Março e até 8 de Abril.

Na sequência da inclu-são do Centro Histórico de Macau na lista do patrimó-nio mundial da UNESCO, em 15 de Julho de 2005, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) declarou o ano de 2006 como “O Ano do Património Mun-dial de Macau”, na Região Administrativa Especial de Macau.

Assim, através das suas representações no estrangeiro, que se esten-dem por quatro continen-tes, está a ser dada uma projecção internacional ao património mundial de Macau. De tal forma que o Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal,

A Sociedade de Jogos de Macau, criada por

Stanley Ho, anunciou ontem lucros líquidos em 2011 de 5.308 milhões de dólares de Hong Kong, mais 49,1 por cento do que no ano anterior.

De acordo com os dados revelados em comunicado pela empresa, as receitas de jogo ao longo do ano pas-sado subiram 32 por cento para 75.514 dólares de Hong Kong enquanto no capítulo de “outras receitas” foram regis-tados 789 milhões de dólares de Hong Kong ou mais 30,2 por cento face a 2010.

Os dados da empresa indicam que o EBITDA ajustado cresceu 42,5 por cento para 6.923 milhões de dólares de Hong Kong e que os dividendos por acção propostos subiram 108,6 por cento para um total de 73 cêntimos de dólar de

Lucros da Sociedade de Jogos de Macau sobem 49,1 por cento

Império Ho com mais dinheiro

Museu Municipal recebe Património Mundial

Macau em Alvaiázere

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Hong Kong - incluindo oito cêntimos de dólar de Hong Kong já pagos em Setembro de 2011.

Ao longo de 2011, a So-

ciedade de Jogos de Macau manteve a liderança do mer-cado do jogo em casino com uma quota de 29 por cento entre seis operadores, regis-tando crescimentos no seu principal casino - o Grand Lisboa - de 39,1 por cento no mercado de massas e de 49,6 por cento no mercado vip destinado a grandes apostadores.

No final de 2011, o grupo tinha depósitos em caixa no valor de 20.700 milhões de dólares de Hong Kong.

organizou uma exposição fotográfica sobre o tema, dando a conhecer aos por-tugueses essa distinção.

A zona classificada como património mun-dial desenvolve-se ao longo de um itinerário que começa no extremo sudoeste da península, no Templo de A-Ma, percorrendo uma gran-de parte da cidade, em direcção a nordeste, até chegar à Casa Garden e ao Cemitério Protestante.

Os 25 monumentos deste itinerário incluem edifícios de cunho públi-co, privado e eclesiástico como, por exemplo, o Quartel dos Mouros, o Teatro Dom Pedro V, o edifício do Leal Senado, igrejas e templos. Fazem também parte desse con-junto vários Largos e o único monumento fora desse itinerário é constitu-ído pela Fortaleza da Guia, com o seu emblemático Farol e a Capela da Guia.